O realismo na literatura oitocentista
Click here to load reader
Transcript of O realismo na literatura oitocentista
![Page 1: O realismo na literatura oitocentista](https://reader038.fdocumentos.com/reader038/viewer/2022100507/5572f542d8b42a15588b45a8/html5/thumbnails/1.jpg)
ESCOLA SECUNDÁRIA SEBASTIÃO DA GAMA
O Realismo na literatura oitocentista
1
Por Albertina Maria Seroido Branco Lima – N.º 1 – TAV – 1º Ano - Disciplina CLC.7
A LITERATURA REALISTA
A Europa do século XIX sofre profundas alterações a todos os níveis, nomeadamente com as
grandes revoluções científicas, técnicas e industriais, sendo estas acompanhadas por uma
enorme agitação social, fruto da segunda fase da Revolução Industrial.
O idealismo romântico, em vez de solucionar os problemas, tinha-os agravado, pelo que em
1857, surge, em França, Madame Bovary, de Gustave Flaubert, considerado o
primeiro romance realista da literatura universal.
Outros autores importantes:
O russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), cuja obra-prima é Os Irmãos Karamazov;
O português Eça de Queirós (1845-1900), que escreve Os Maias;
O russo Leon Tolstói (1828-1910), criador de Anna Karenina e Guerra e Paz;
Os ingleses Charles Dickens (1812-1870), autor de Oliver Twist, e Thomas Hardy
(1840-1928), de Judas, o Obscuro.
A tendência desenvolve-se também no conto, destacando-se entre os mais importantes
autores o russo Tchekhov (1860-1904) e o francês Guy de Maupassant (1850-1893).
O TEATRO REALISTA
No Teatro, os palcos são ocupados com os problemas do cotidiano. O herói romântico é
substituído por personagens do dia a dia e a linguagem torna-se familiar.
O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor
da primeira peça realista, A Dama das Camélias (1852), que trata da prostituição.
Fora da França, um dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), onde em Casa de
Bonecas, por exemplo, trata da situação social da mulher. São importantes também os
dramaturgos e escritores Gorki (1868-1936), russo, autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e
o alemão Gerhart Hauptmann (1862-1946), autor de Os Tecelões.
![Page 2: O realismo na literatura oitocentista](https://reader038.fdocumentos.com/reader038/viewer/2022100507/5572f542d8b42a15588b45a8/html5/thumbnails/2.jpg)
ESCOLA SECUNDÁRIA SEBASTIÃO DA GAMA
O Realismo na literatura oitocentista
2
1. Como se verifica o interesse pela realidade social no trecho de Flaubert?
No trecho de Flaubert é retratada, com uma linguagem clara e direta, parte da sociedade
da época, sendo mencionadas as suas roupas festivas, assim como os variados meios de
transporte utilizados.
2. Como define Eça de Queirós o realismo?
Eça de Queirós define realismo como uma base filosófica para todas as criações do
espirito, considerando-o um roteiro do pensamento humano.
Eça de Queirós, na 4.ª Conferência do Casino Lisbonense afirma que:
O Realismo é uma reação contra o Romantismo;
O Romantismo era a apoteose do sentimento;
O Realismo é a anatomia do carácter.
É a crítica do homem.
É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para nos conhecermos, para que
saibamos se somos verdadeiros ou falsos, para condenar o que houver de mau na
nossa sociedade.
José Maria Eça de Queirós (1845- 1900), é considerado o mais importante nome do
Realismo português, manifestando-se a sua obra na crítica da sociedade lisboeta e dos
seus costumes, utilizando a ironia subtil e os recursos descritivos.
![Page 3: O realismo na literatura oitocentista](https://reader038.fdocumentos.com/reader038/viewer/2022100507/5572f542d8b42a15588b45a8/html5/thumbnails/3.jpg)
ESCOLA SECUNDÁRIA SEBASTIÃO DA GAMA
O Realismo na literatura oitocentista
3
Na obra Os Maias, assim como noutras, Eça de Queirós, através
da comédia de costumes, observa diversos quadros sociais,
denunciando a corrupção, a frivolidade, a superficialidade, a
ignorância e as mentalidades retrógradas.
As obras de Eça:
O mistério da estrada de Sintra (1870)
O Crime do Padre Amaro (1875)
A Tragédia da Rua das Flores (1877-78)
O Primo Basílio (1878)
O Mandarim (1880)
As Minas de Salomão (1885)
A Relíquia (1887)
Os Maias (1888)
Uma Campanha Alegre (1890-91)
O Tesouro (1893)
A Aia (1894)
Adão e Eva no paraíso (1897)
Correspondência de Fradique Mendes (1900)
A Ilustre Casa de Ramires (1900)
A Cidade e as Serras (1901, póstumo)
Contos (1902, póstumo)
Prosas bárbaras (1903, póstumo)
Cartas de Inglaterra (1905, póstumo)
Ecos de Paris (1905, póstumo)
Cartas familiares e bilhetes de Paris (1907, póstumo)
Notas contemporâneas (1909, póstumo)
Últimas páginas (1912, póstumo)
A Capital (1925, póstumo)
O conde de Abranhos (1925, póstumo)
Alves & Companhia (1925, póstumo)
Correspondência (1925, póstumo)
O Egipto (1926, póstumo)
Cartas inéditas de Fradique Mendes (1929, póstumo)
Eça de Queirós entre os seus - Cartas íntimas (1949, póstumo).
![Page 4: O realismo na literatura oitocentista](https://reader038.fdocumentos.com/reader038/viewer/2022100507/5572f542d8b42a15588b45a8/html5/thumbnails/4.jpg)
ESCOLA SECUNDÁRIA SEBASTIÃO DA GAMA
O Realismo na literatura oitocentista
4
3. Que outros escritores portugueses se integram na corrente realista?
Escritores realistas portugueses, do século XIX:
Antero de Quental
Teófilo Braga
Oliveira Martins
Guilherme de Azevedo
João de Deus
Guerra Junqueiro
Fialho de Almeida
Abel Botelho
Ramalho Ortigão
Trindade Coelho
Gomes Leal
Machado de Assis (brasileiro)
![Page 5: O realismo na literatura oitocentista](https://reader038.fdocumentos.com/reader038/viewer/2022100507/5572f542d8b42a15588b45a8/html5/thumbnails/5.jpg)
ESCOLA SECUNDÁRIA SEBASTIÃO DA GAMA
O Realismo na literatura oitocentista
5
4. A partir da análise dos documentos e do texto dos autores, mostre como as novas
correntes estéticas e literárias se interessaram pela realidade social.
O Realismo apresenta-se como uma doutrina filosófica e uma corrente estética e literária que
procura a conformação com a realidade, estando as suas características intimamente ligadas
ao momento histórico, refletindo as novas descobertas científicas, as evoluções tecnológicas e
as ideias sociais, políticas e económicas da época.
O Realismo preocupa-se com a verdade dos factos, a realidade concreta, a explicação lógica
dos comportamentos, procurando ver a realidade de forma objectiva, surgindo como reação
ao idealismo e ao subjetivismo emocional românticos.
Este movimento da arte e da literatura, procura representar o mundo exterior de uma forma
fidedigna, sem interferência de reflexões inteletuais e preconceitos, voltada para a análise das
condições políticas, económicas e sociais.
O romance realista procura fazer o retrato de uma época, dando conta dos espaços sociais,
fazendo uma análise psicológica da sociedade, criticando-a a partir do comportamento das
personagens, nomeadamente das que se consideram das classes dominantes (a burguesia), e
procurando captar as condições mais miseráveis da vida real, tornando-se um veículo de crítica
à igreja e à burguesia.
A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com
linguagem clara e direta.
http://mariamarcelino.tripod.com/realismo.htm
http://www.infoescola.com/livros/madame-bovary/
http://praelitteras.blogspot.pt/2012/05/gustavo-flaubert-eca-de-queiros.html