O uso do rádio nas campanhas eleitorais

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O uso do rádio nas Campanhas Eleitorais Prof. Ms Ednelson F. Silva

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Palestra dada durante o 'Politicom', realizado em 2009, cujo tema foi o “Papel do Rádio no Processo Eleitoral”, assunto que foi abordado em seminário minsitrado no curso de pós graduação em Marketing Político da Universidade de Taubaté, também em 2009.

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O uso do rádio nas Campanhas EleitoraisProf. Ms Ednelson F. Silva

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Rádio e política

Desde sua criação, o rádio vem sendo instrumentalizado para fins políticos.

Primeira transmissão foi um pronunciamento presidencial.

O veículo foi usado por Mussolini, na Itália, em 1925; por Franklin D.

Roosevelt, em 1933, nos Estados Unidos; por Hitler, em 1933, na Alemanha; e

por Getúlio Vargas, por toda a década de 30, no Brasil.

Foi importante também na Revolução Constitucionalista de 1932 e no Golpe

Militar de 1964 (HAUSSEN,1997).

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Apesar da perda de espaço para outras mídias, principalmente a televisão, o rádio

ainda é um veículo que deve ter sua importância considerada na campanha

eleitoral.

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Estatísticas

O número de parlamentares vinculados à mídia que se elegem para o CongressoNacional, desde a Constituinte de 1988, tem ficado em torno de 23%.

No Congresso Constituinte, 26,1 % eram concessionários de emissoras de rádioe/ou televisão.

Na Legislatura de 1991/94, 21,47% dos deputados Federais.

Na Legislatura de 1995/98, 21,85% dos deputados e senadores tinham umaconcessão de rádio ou de televisão ou uma combinação das duas.

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Características do meio

• Linguagem oral;

• Poder de penetração;

• Mobilidade, tanto para quem transmite , quanto para quem recebe;

• Baixo custo;

• Autonomia, que permitiu a individualização da audiência;

• A sensorialidade, que permite a criação do “diálogo mental” com o emissor;

Mas principalmente o imediatismo e a instantaneidade.

(Ortriwano, 1985)

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O veículo rádio como ferramenta de pré-campanha

Ocupação dos espaços possíveis, fazendo do pré-candidato fonte de informação,quando possível.

Participar das discussões em torno das eleições.

Estar atento à utilização feita pelos concorrentes.

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Realidade do rádio na região

Nós temos emissoras de pequeno e médio portes na região;

Equipes pequenas;

Poucas possuem estrutura;

Atrelamento político e dependência do poder público.

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Importância de uma equipe específica

Há uma variação, claro, de campanha para campanha e os valores envolvidos em cada candidatura.

Há situações em que não há recursos suficientes para que o trabalho seja feito da forma ideal.

É comum que tenhamos muitas pessoas fazendo muitas atividades.

Mas o trabalho do rádio tem de ser feito por profissionais qualificados.

Via de regra, o que temos, são profissionais de emissoras locais, que ao longo dos anos mantém relações com os candidatos.

Isso deve ser visto com cuidado.

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Critérios para montagem de uma equipe

Um programa jornalístico, mais popular, mais apelativo, mais emotivo,

radionovelas, tudo isso deve ser considerado, na hora de contratação da equipe.

Na montagem da equipe é preciso ter cuidado para que se tenha profissionais

certos para cada função.

Jornalistas para elaboração de pautas, roteiros e entrevistas.

Locutores e radioatores.

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Diferença de linguagem entre AM e FM

No Brasil, basicamente, as emissoras de rádio operam nos sistemas AM (Amplitude Modulada) nas

faixas de ondas média, tropicais e curtas; e FM, de Freqüência Modulada. Apesar das emissões em

FM surgirem antes da Segunda Guerra Mundial, é só a partir da década de 1960 é que elas ganham

espaço e apenas no início da década de 1970 que chegam ao Brasil.

(Ferrareto, 2001)

Considerar a faixa etária do público-alvo.

Características das emissoras

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Tempo de duração x produção

A definição ocorre no momento da definição da coligação. Portanto, a equipe

de Marketing não tem alternativa, a não ser trabalhar com o que for definido

pela justiça eleitoral.

Consideremos, para análise dos programas, entre outros fatores, o que foi dito

por Ferrareto, quando cita que a linguagem radiofônica utiliza música, efeitos

sonoros e silêncio que trabalham mais o inconsciente do ouvinte, enquanto a

fala do locutor se remete ao consciente (2001).

Programas eleitorais

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Programas eleitorais

Criação x Legislação x Assessoria Jurídica

Na hora da criação, devemos ficar atentos ao que permite a legislação. Para isso, é

preciso uma assessoria jurídica para dar suporte.

8º É vedado aos partidos políticos e coligações incluir, no horário destinado aos candidatos proporcionais,

propaganda das candidaturas majoritárias, ou vice-versa, ressalvada a utilização, durante a exibição do

programa, de legendas com referência a candidatos majoritários, ou, ao fundo, cartazes ou fotografias

desses candidatos.

Estar atento aos prazos de recurso.

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O horário eleitoral é estipulado pela legislação e coordenado pelo juiz local.

Art. 28. Os juízes eleitorais distribuirão os horários reservados à propaganda de

cada eleição entre os partidos políticos e as coligações que tenham candidato,

observados os seguintes critérios (Lei nº 9.504/97, art. 47, 2º, I e II):

7º A Justiça Eleitoral, os representantes das emissoras de rádio e televisão e os

representantes dos partidos políticos, por ocasião da elaboração do plano de

mídia, compensarão sobras e excessos, respeitando-se o horário reservado

para propaganda eleitoral gratuita.

Negociação com as emissoras

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Negociação com as emissoras

• As reuniões devem ser acompanhadas e a avaliação deve ser feita dentro das

necessidades da coligação.

• Ficar atento, porque as emissoras vão querer sempre facilitar o trabalho delas

e isso pode complicar o trabalho da equipe. Prazos, horários, principalmente.

Mas é preciso equilíbrio porque você pode depender de favores.

• Elaboração de planos de mídia.

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Há ações, ao longo da campanha, que podem significar risco, principalmente

quanto ao horário eleitoral. É preciso analisá-los para saber se eles valem a pena.

As decisões, em muitos casos, deve ser tomada em conjunto com o candidato e o

coordenador de campanha, para que as responsabilidades sejam divididas.

Discutir os riscos calculados

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A política é o terreno por excelência da dramatização: os líderes “personificam”algo para o grupo através de sua atuação. A sociedade participa vicariamente dodrama social, inclusive sob a forma de “entretenimento”, identificando heróis,vilões ou loucos, situando-se na “cena”.

Políticos, conscientes da projeção de suas imagens sobre as audiências,constroem pseudo-eventos, acontecimentos de entretenimento e desempenhosteatrais, através dos quais podem controlar a apresentação de sua imagem para amassa (SOARES, 1996).

É nisso que muitos dos candidatos acreditam e apostam. Por isso temos aaparição, muitas vezes vitoriosas, de personagens como o candidato a vereadoreleito em Jacareí que se personificou de burro. Ou de uma figura pitoresca comoJulião, em Ubatuba. Há ainda o clientelismo.

Planejamento x Personificação

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Fundamental durante todo o processo. Os

horários da propaganda eleitoral são pela

manhã e na hora do almoço.

É preciso promover a gravação e a

identificação dos principais pontos a serem

discutidos. Estar atento à legislação sobre

direito de resposta.

Radioescuta

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O plano de governo é uma ferramenta extremamente importante para o

programa eleitoral. Além de ter as propostas para a divulgação, ele

serve de pauta para matérias e ações do programa.

Plano de governo

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Reunião de pautas, estar atento ao material já produzido e o material que vai se

produzir;

A plástica do programa deve ser vista com antecedência;

Os spots são tão, ou mais importantes, do que o horário eleitoral. Eles entram ao

longo da programação, uma audiência rotativa;

Debates eleitorais.

Produção de conteúdo

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• Eles ocorrem, muitas vezes, em maior número do que os promovidos pelos

canais de TV. São um momento em que a audiência das emissoras se eleva, por

isso deve ser bem aproveitado.

• O candidato deve estar bem preparado.

• O debate deve ser gravado para que seja utilizado no horário eleitoral.

Sobre os debates eleitorais

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FERRARETTO, L. Ar. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Sagra Luzzato,2001.

HERNANES, NILTON: A Mídia e seus truques: o que o jornal, revista, TV, rádio einternet fazem para captar a atenção do público. São Paulo: Contexto, 2006.

KASEKER, MÔNICA PANIS: O desempenho eleitoral de radialistas políticos naseleições proporcionais de 2002 no paraná. Dissertação de Mestrado. Curitiba,2004.

NUNES , MÁRCIA VIDAL: Resumo da tese de Doutorado em Sociologia. Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará. Rádio E Política : Do Microfone AoPalanque - Os Radialistas Políticos Em Fortaleza (1982-1996) Fortaleza, junho de 1998.

ORTRIWANO, G. S. A informação no rádio: os grupos de poder e a determinação dosconteúdos. São Paulo: Summus, 1985.

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Resolução nº 22.718. Instrução nº 121 – classe 12ª – Brasília– Distrito Federal.

Referências: