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EMPREENDEDORISMO EM TURISMO CULTURAL E PAISAGÍSTICO. (Novembro 2012) ______________________________________________________________________________________ 1 TEXTO DE APOIO ÍNDICE 1. Objectivo Geral Dotar os formandos de empreendedorismo em turismo cultural e paisagístico de capacidades para elaborarem uma avaliação económico-financeira do seu projecto. 2. Objectivos Específicos 1. Definir cash-flows: cash-flow operacional, cash-flow de investimento, e cash flow de financiamento; 2. Definir fundo maneio; 3. Explicar o custo de oportunidade do capital; 4. Avaliar as decisões de investimento através dos cash-flows actualizados, VAL (valor actual líquido), TIR (taxa interna de rendibilidade), pay-back; 5. Elaborar uma folha de cálculo em Excel para a execução do Plano de Negócios . 6. Avaliar decisão de como financiar o plano de negócios? Com Capitais Próprios? Capitais Alheios? 7. Conhecimento sobre noções e princípios básicos dos modelos financeiros relacionados com o custo do capital.

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EMPREENDEDORISMO

EM TURISMO CULTURAL E PAISAGÍSTICO. (Novembro 2012)

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1

TEXTO DE APOIO

ÍNDICE

1. Objectivo Geral

Dotar os formandos de empreendedorismo em turismo cultural e paisagístico de

capacidades para elaborarem uma avaliação económico-financeira do seu projecto.

2. Objectivos Específicos

1. Definir cash-flows: cash-flow operacional, cash-flow de investimento, e cash flow de

financiamento;

2. Definir fundo maneio;

3. Explicar o custo de oportunidade do capital;

4. Avaliar as decisões de investimento através dos cash-flows actualizados, VAL (valor actual

líquido), TIR (taxa interna de rendibilidade), pay-back;

5. Elaborar uma folha de cálculo em Excel para a execução do Plano de Negócios.

6. Avaliar decisão de como financiar o plano de negócios? Com Capitais Próprios? Capitais Alheios?

7. Conhecimento sobre noções e princípios básicos dos modelos financeiros relacionados com o

custo do capital.

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Índice: Noções de Finanças para Empreendedores

Carlos Andrade, Cristina Almeida e Luis Matos Martins

I. Introdução. O empreendedor de sucesso.

II. O Plano de Negócios.

O que é?

Para que serve?

III. Análise Projectos de Investimento Fluxos de Caixa. “Cash Flow” de Exploração.

Métodos de Avaliação de Projectos de Investimento Payback. Val, e Tir. Taxa de actualização.

Investimentos em Fundo Maneio Necessário. Ciclo financeiro operacional. Importância do cálculo do Fundo Maneio Necessário. Como controlar o FMN.

IV. Análise Financeira do Plano de Negócios. Caso Prático.

Fluxo de Caixa Livre Descontado (FCFd).

V. Financiamento do projecto / plano de negócios. Como Financiar? A quem recorrer? Como? Avaliar as diferenças de Capital Alheio vs Capital Próprio.

Anexo ao Texto de Apoio.

Vala, Custo Capital Próprio, Custo Capital Alheio. Noções, e Fundamentos da Teoria do Custo Capital.

Princípios Básicos.

Exercícios.

Glossário, e Bibliografia.

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Introdução:

O Empreendedor de Sucesso:

Domina o conhecimento do negócio da indústria do turismo, sabe o que vai “produzir” e vender.

O que irá “produzir” e vender vai ao encontro da necessidade real dos turistas.

Tem acesso ao capital financeiro. (Próprio e de Empréstimos).

Tem capacidade de gestão administrativa /financeira. (Competência para gerir recursos; humanos, económicos e financeiros)

Em resumo: “Transformar a ideia em negócio” …………………………………………………………………………………………………………… O Plano de Negócios. O que é? Para que serve? O plano de negócios para além de atrair os investidores deve ser sobretudo, um documento de desenvolvimento da equipa de gestão, e deve ser concebido para concretizar as estratégias de negócio que se pretende implementar.

Para falar a linguagem dos investidores é importante ter presente na elaboração de um plano de

negócios, a identificação e explicitação dos factores críticos de sucesso presentes na sua formulação:

Fonte William Sahlman, Harvard Business School. (Julho 1997).

a) “AS PESSOAS”. Os empreendedores e o seu grupo de trabalho que vão lançar o projecto.

b) “A OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO”. Em que consiste o projecto? O que queremos vender? As suas

formulações económicas? Mercado e concorrência? Oportunidades de crescimento?

c) “O CONTEXTO”. As condições do mercado, e os aspectos de regulação macro económica, os factores

que podem mudar, e cujo controle não está no empreendedor e sua equipa.

d) “OS RISCOS E RECOMPENSAS”. O levantamento e análise de tudo o que pode correr mal e bem no

projecto, e como reagir às adversidades.

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A premissa subjacente a um Plano de Negócios, é que os bons planos de negócio têm por detrás

atributos que são fáceis de identificar, mas são na sua génese bastante mais difíceis de

implementar.

Assim, o pressuposto é que existe uma equipa de gestão altamente experiente. O empreendedor e a

sua equipa de gestão são pessoas altamente qualificadas com experiência relevante no projecto de

negócio que vão implementar, e que já trabalharam conjuntamente com bastante sucesso no passado.

A oportunidade de negócio é bastante atractiva e baseada num modelo de negócio sustentado com

garantia de sucesso.

O contexto é favorável, com respeito aos aspectos de regulação económica, e indicadores macro

económicos, e o acesso ao financiamento facilitado.

O risco está compreendido e assumido pela equipa de gestão, com condições de mitigar o impacto dos

acontecimentos de risco para o projecto.

Em resumo, um bom PLANO DE NEGÓCIOS no seu modelo de elaboração está perfeitamente coberto.

(COMO SE A REALIDADE FOSSE ASSIM TÃO PURA.

O MUNDO REAL É OUTRO.)

AS PESSOAS no plano de negócios.

O investidor profissional quando recebe o plano de negócios, a primeira leitura é dirigida para o resumo, e em especial para os CV’s, do empreendedor e sua equipa.

A experiência diz que o investidor profissional (VC’S) tende a investir mais em pessoas, e não tanto em ideias, embora estas sejam relevantes na apreciação do projecto.

O que é importante na implementação de um projecto é que o empreendedor (e sua equipa de gestão) perceba quando deve corrigir os desvios para persecução dos objectivos propostos.

São essas competências e capacidades de liderança, que os investidores gostam de percepcionar no empreendedor. (Mais importante que a ideia inicial do “produto” ou serviço do projecto.)

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Questões sobre as pessoas, a que cada Plano de Negócios deve responder:

Quem são os “empreendedores”?

Qual a sua formação académica? Onde se formaram? Onde trabalharam (trabalham?)

Que objectivos conseguiram atingir? Profissionalmente? E pessoalmente?

O empreendedor está preparado para contratar gestores qualificados para a sua equipa de

gestão?

Que experiência tem que seja relevante para o negócio que pretende iniciar?

Que “pessoas chave” devem fazer parte da equipa no Plano de Negócios?

Que competências e características pessoais deve ter a equipa de gestão?

Que motivação devem ter? Como pode o empreendedor e sua equipa responder á adversidade?

Sobre o Plano de negócios e o empreendedor:

Um dos maiores mitos por detrás do empreendedor é o facto de se identificar

com a “procura do risco”.

“ Será verdade?”

O verdadeiro empreendedor quer para si o lucro do projecto, e passar o risco

para outros.

“The best business is a post office box to which people send cashier’s checks.”

Profess. Howard Stevenson. (Harvard Business School)

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Viabilidade de Investimentos Turísticos. Projectos de Investimento.

Na estrutura base de um plano de negócios é fundamental incluir um capítulo para explicitar as projecções financeiras e o investimento necessário, na formulação do plano de negócios.

As decisões de investimento tem na sua base uma decisão de compra que visa rentabilizar um determinado projecto, e por sua vez a análise de investimentos é o elemento decisivo para analisar a viabilidade do projecto na óptica do empreendedor, e motivar outros investidores para que o financiem. Embora se possam considerar diferentes tipos de investimento, vamos cingir-nos a investimentos que se destinem a obter resultados imediatos no tempo. (Curto e médio longo prazo).

Considerando a natureza e dimensão do investimento, os montantes são quase sempre relevantes para o investidor, e como tal é importante que a tomada de decisão seja baseada em estudos de métodos de avaliação de investimentos, para tomada de decisão de quem investe.

Contudo, será importante introduzir primeiramente conceitos indispensáveis à compreensão da análise de investimento.

Fluxos de Caixa. (Cash-Flow) Para os métodos de investimento que iremos analisar, terão como premissa a elaboração de um fluxo de caixa (cash flow) do projecto, que explicite as entradas e saídas de caixa relacionadas com o investimento.

Para melhor exemplificação, na abordagem de cada método, estes serão construidos na base de casos práticos:

O que são Fluxos de Caixa?

São as entradas e saídas de caixa da actividade da empresa, quer na fase de investimento quer

na sua fase de actividade operacional.

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Caso prático 1

FLUXOS DE CAIXA

Uma empresa da indústria de turismo levou a cabo um investimento de 100 mil euros em equipamento

no seu centro de exposições, que lhe irá permitir vender mais bilhetes com um consequente aumento do

lucro liquido em 15 mil euros ano, e durante a duração da vida útil desse equipamento, que se estima em

10 anos.

A empresa com base em experiências anteriores, estima conseguir vender o equipamento no final da sua

vida útil por um valor residual de 5 mil euros, livre de impostos.

Pede-se a elaboração dos Fluxos de Caixa para este projecto.

Resolução: ?

Ano Investimento Lucro Liquido Amortização Equipamento

Valor Residual

Fluxo Caixa Ano

Fluxo Caixa Acumulado

0 1

2 3 4 5 ///////---/////.

Ver resolução em anexo ao texto de apoio.

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Fluxo financeiro (cash-flow) de exploração O que é? FLUXO FINANCEIRO da actividade de exploração que a empresa gera, e explicitado pela sua

conta de resultados de exploração.

Exemplo prático (simplificado) de uma conta de exploração:

Milhões euros

CONTA DE RESULTADOS EXPLORAÇÃO 31-Dez-2011

(1) Vendas e serviços prestados 200

Custo dos materiais consumidos 25

Fornecimentos e serviços externos 62

Gastos com o pessoal 64

Outros gastos e perdas 13

(2) Total custos desembolsáveis 164

(3) Meios Libertos (Ebitda) = (1)-(2) 36

(4) Gastos de amortização e depreciação 33

(5) Resultado operacional (3)-(4) 3

(6) Imposto sobre lucros 1

(7) Resultado Liquido de impostos = (5)-(6) 2

(8) Gastos de amortização e depreciação

33

(custo não desembolsável)

(9) "Cash Flow" exploração = (7)+(8) 35

Fonte: Relatório e Contas2011, do grupo Pestana. (valores em milhões de euros)

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Caso prático 2

Cash Flow Exploração O ISCTE-IUL pretende criar um centro de exposições, direccionado para o turismo e tem no seu plano de

operações para os próximos 5 anos, (com inicio em 2013) as seguintes projecções:

Volume de Negócios : 1 milhão de euros ano. Os Custos Variáveis, (Subcontractos e outros materiais) representam 45% das Vendas. Custos com pessoal de 240 mil euros ano. Fse outros, (fornecimentos e serviços de terceiros) 100 mil euros ano. O custo de depreciação e amortizações do imobilizado fixo é de 10 mil euros ano.

o Não se prevê investimentos em activos fixos nos próximos 5 anos. A estimativa de impostos sobre lucros é de 20%. Não se prevê aumentos de preços. (Preços constantes ao longo dos 5 anos)

Pretende-se:

Elaboração do quadro de resultados para o centro de exposições no período dos 5 anos, identificando: a) Meios Libertos antes de impostos. (Ebitda). b) Resultado Operacional. c) Resultado Liquido. d) Cash-Flow Exploração.

Ver no final resolução do quadro de Cash Flow Exploração:

CASH FLOW de Exploração Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Volume de Negócios Custos Variáveis. (CustoMateriais) Fornecimento e Serv. Externos Custos com o Pessoal Sub-total Custos Meios Libertos (Ebitda) Amortizações do Exercício Resultado Operacional (Ebit) Impostos

Resultado Liquido Acresce: Depreciação "Cash Flow" Exploração

a) Meios Libertos. (Ebitda) ?_________ano b) Resultado Operacional. ?_________ano c) Resultado Liquido. ?_________ano d) Cash-Flow Exploração. ?_________ano

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Nota: O Cash Flow de Exploração não explicita algumas parcelas importantes, nomeadamente os

investimentos em Fundo Maneio Necessário, (que analisaremos mais á frente em capítulo dedicado a

este assunto), bem como compras e vendas de activos fixos (Investimentos / Desinvestimentos) que não

fazem parte do enunciado do caso prático.

A considerar-se tais parcelas teríamos que acrescentar ao Cash Flow de Exploração o Cash Flow de

investimento. (Investimento em NFM + Investimentos activos fixos – Venda de activos fixos).

A soma dos dois Cash Flows (Exploração e Investimento) dão-nos uma indicação

para cálculo do valor do projecto (criação de valor), mas por si só não se devem

tirar conclusões, motivado pelo facto dos fluxos de caixa estarem explicitados por

diferentes períodos do projecto, e como tal não têm em conta:

O valor do dinheiro no tempo

Por outras palavras; os 170 mil euros do “cash flow” de exploração do ano 1, (caso prático 2)

não têm o mesmo valor dos 170 mil euros dos anos subsequentes.

Para avaliar o projecto em termos económico-financeiros, teremos de actualizar os “cash-flows”

com base em uma taxa pré-determinada (taxa de actualização, cujo conceito explicaremos mais

à frente) matéria que trataremos de seguida:

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Métodos de Avaliação de Investimentos Exemplificado que está o conceito de Fluxos de Caixa / Financeiros de um projecto de investimento

vamos agora abordar o estudo prático dos principais métodos de avaliação de investimentos, a saber:

1) “Payback”.

2) VAL. Valor Actual Liquido. / (NPV).

3) TIR. Taxa Interna Rentabilidade. / (IRR).

Como nota introdutória, é de referir que os métodos VAL (Valor Actual Liquído) e TIR (Taxa Interna de

Rentabilidade), estão baseados no conceito de Fluxo de Caixa Descontado, por isso têm subjacente o

valor do dinheiro no tempo em que ocorrem os fluxos das saídas e entradas de caixa.

Já o método de avaliação “Payback”, que exemplificamos, não utiliza o o conceito dos Fluxos de Caixa

Descontados.

Como veremos adiante, não há certezas sobre qual dos métodos poderá ser apontado como melhor, e

como tal no estudo e análise do investimento é comum utilizar os 3 métodos como complementares na

tomada de decisão.

Payback

O método de avaliação de investimentos, Payback, consiste em identificar o tempo (período) em que se

recupera o investimento inicial, ou seja, o tempo necessário para que o fluxo de caixa acumulado atinja

o breakeven.

Consideremos o seguinte exemplo, (caso prático 1) com os seguintes Fluxos de Caixa:

Ano Investimento Lucro

Liquido Amortização Equipamento

Valor Residual

Fluxo Caixa Ano

Fluxo Caixa Acumulado

0 -100.000 -100.000 -100.000

1 15.000 10.000 25.000 -75.000

2 15.000 10.000 25.000 -50.000

3 15.000 10.000 25.000 -25.000

4 15.000 10.000 25.000 0

5 15.000 10.000 25.000 25.000

Qual o Payback do projecto de investimento?

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O “PAYBACK” é um método muito simples de avaliação e fácil de calcular, desde que se conheçam estimativas para os Fluxos de Caixa.

Este método tem desvantagens/ limitações na tomada de decisão por não

considerar:

i. O valor do dinheiro no tempo.

ii. E também não considera os fluxos de caixa após o payback, o que não

permite a avaliação ao longo de todo o período do projeto.

Vantagens:

Este método de avaliação permite avaliar a velocidade com que ocorre o retorno

do investimento, particularmente importante quando o objectivo diferenciador é a

liquidez, e o factor risco.

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Método de Avaliação VAL. (Valor Actual Líquido)

No método de avaliação VAL, o factor do valor do dinheiro no tempo está subjacente, motivo pelo qual se utiliza o conceito dos Fluxos de Caixa Descontados.

O cálculo do VAL (Valor Actual Liquido) consiste pois em apurar num determinado momento, (geralmente o início do projecto) o valor de todas as saídas e entradas de caixa, que ocorrerem ao longo do investimento.

(Significa trazer para o momento inicial do investimento o valor actualizado de todos os valores dos fluxos de caixa estimados ao longo do período do projecto). Os fluxos de caixa são descontados com base numa taxa de desconto convencionada (exemplo custo capital, se conhecido, ou taxa de juro do mercado para o período em análise)

VAL = Fluxos futuros (x1….xn)

(1+i)n

Sendo;

i = taxa de desconto, ou custo de oportunidade, ou seja, o valor mínimo de retorno que o investidor está disposto a obter para aquele projeto.

n = número de períodos em que ocorre os fluxos financeiros futuros. (Vulgarmente o ano).

Caso prático 3

VAL No nosso exemplo, dos FLUXOS DE CAIXA, caso prático 1, e considerando uma taxa de desconto de 10%

ao ano, o valor actual líquido do projecto será de __________? (Ver resolução no final, em anexo a este

texto de apoio)

Nota: Cálculo do factor de actualização: (1,10)^-1 + (1,10)^-2 …….+ (1,10)^-10

R: 55.542

Ano Investim. Lucro

Liquido Amortização

Equip. Valor

Residual Fluxo Caixa

Ano Factor de

actualização Fluxo Caixa Actualizado

0 -100.000 -100.000 1,000 -100.000

1 15.000 10.000 25.000 ? 2 15.000 10.000 25.000 ? 3 15.000 10.000 25.000 ? 4 15.000 10.000 25.000 ? 5 15.000 10.000 25.000 ? 6 15.000 10.000 25.000 ? 7 15.000 10.000 25.000 ? 8 15.000 10.000 25.000 ? 9 15.000 10.000 25.000 ? 10 15.000 10.000 5.000 30.000 ? -100.000 150.000 100.000 5.000 155.000

???

(1+t)^-n

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Nota final: Se para a taxa de desconto estabelecida o VAL for menor que zero, significa que o

projecto deve ser recusado, pois o montante a ser investido poderá ter um retorno superior em

outras alternativas de aplicação. (Considerando os 10% de desconto considerado).

Nota para folha de cálculo Excel: Npv ou Val (t;n1;n5) -(n0)

……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….

Taxa de Actualização. (Custo de Capital) O que é? E o que significa?

TAXA de ACTUALIZAÇÃO. (Ou Custo de Oportunidade do capital), é a taxa de rendibilidade mínima que o

empreendedor / investidor, exige para que invista num determinado projecto de investimento, sendo um

dos modelos mais simples que se utilizam na análise de investimentos. (No final deste texto de apoio

(capítulo VI) explicitaremos outros modelos na teoria financeira no cálculo da rendibilidade esperada,

para os capitais próprios de quem investe, e estando todos eles associados ao conceito de risco.

Simplificando, a taxa de actualização é constituída por três taxas;

Taxa que irá permitir actualizar os cash-flows gerados ao longo do projecto, e determinar factor crítico na aceitação / rejeição do projecto.

Ta = [ ( 1+t1 ) x ( 1+t2 ) x ( 1+t3 ) ] - 1

t1 = Taxa de rendimento de um activo sem risco. (Exemplo, obrigações tesouro)

t2 = Taxa / prémio de risco. (tipo de projecto, evolução dados económicos, montante)

t3 = Taxa de inflação prevista. (Se o projecto for expresso em preços correntes)

Exemplo simplificado:

o Taxa Obrigações Tesouro? 3%

o Prémio de risco? 0,25 (alto)

o Inflação prevista? 2%

o Qual a taxa de actualização? ?

Notas:

Cash Flows calculados a preços correntes devem ser actualizados com taxa de juro nominal. (A taxa de juro nominal inclui o efeito da inflação.)

Cash flows calculados a preços constantes devem ser actualizados com taxa de juro real.

De referir como nota final, que quanto maior for a Taxa de Actualização, menor será o VAL.

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TIR (Taxa Interna Rendibilidade) A taxa interna de rentabilidade é a taxa de desconto que faz com que a soma dos fluxos de caixa

descontados, das entradas seja igual ao das saídas. Por outras palavras é a TAXA de ACTUALIZAÇÃO que

iguala o VAL a zero.

Caso prático 4

TIR

No exemplo anterior do cálculo do VAL, já tínhamos concluido que a o projecto era viável (valor

positivo) para uma taxa de desconto de 10%, logo a TIR, terá de ser superior à taxa de actualização do

VAL (10%)

Ano Investim. Lucro

Liquido Amortização Equipamento

Valor Residual

Fluxo Caixa Ano

0 -100.000 -100.000

1 15.000 10.000 25.000

2 15.000 10.000 25.000

3 15.000 10.000 25.000

4 15.000 10.000 25.000

5 15.000 10.000 25.000

6 15.000 10.000 25.000

7 15.000 10.000 25.000

8 15.000 10.000 25.000

9 15.000 10.000 25.000

10 15.000 10.000 5.000 30.000

-100.000 150.000 100.000 5.000 155.000

Nota para folha de cálculo Excel: IRR ou Tir (n1:…n10); t Resultado = 21,6%

Esta a taxa muito referenciada quando se fala em rentabilidade de um investimento: (Tem uma Tir de x%)

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Investimentos - Fundo Maneio Necessário

O Fundo de Maneio Necessário. O que é? Necessidades de financiamento que a empresa necessita para aplicar no seu ciclo

operacional de exploração.

Variam em função do volume de negócios projectado, e também pelas políticas de crédito que a empresa conseguir negociar com os seus clientes e fornecedores. Não é um assunto fácil de resolver para quem inicia um negócio, pois para além das práticas de mercado para cada sector haverá que ter em conta que quem entra de novo no mercado, terá provavelmente um “rating” de crédito diferente dos seus concorrentes com período longo de actividade no mercado.

Exemplo Prático de Necessidades Fundo Maneio Necessário Estas necessidades encontram-se explicitadas pelas condições de crédito a conceder aos seus clientes, e por outro lado nas condições de crédito que estima conseguir dos seus fornecedores, bem como a quantidade de inventário (materiais) que necessita manter em armazém. Simplificando:

Rubricas do Balanço Descrição Condições

Milhões Euros

+ Contas a receber Clientes Prazo concedido aos clientes para recebimento 30/ 60 /90 Dias? 51

+ Inventários em Armazém

Quantidade de produtos / materiais, em valor que é necessário manter em inventário para vender face ao orçamentado

30/ 60 /90 Dias de compras?

37

Total Crédito Concedido

88

- - Fornecedores a pagar Prazo que os fornecedores concedem para pagamento

30/ 60 /90 Dias? 60

- -Sector Publico Estatal Prazos para pagar Iva, Seg. Social e Irs.

Prazos pagamento Impostos.

2

Total Crédito Obtido

62

+ Saldo mínimo de "caixa" Saldo de reserva de fundos disponíveis que a empresa deseja manter em caixa / bancos. 42

= NFM (Necessidades Fundo Maneio)

68

Cobertura: Origem: Euros

Capitais Próprios Capital do accionista / empresário ??

Empréstimos A negociar com bancos? ??

Total Cobertura 68

Fonte: Relatório e contas 2011 do grupo Pestana Sgps

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O que é o Ciclo Financeiro Operacional?

Tempo decorrido desde o momento da compra dos bens e produtos para vender, e o

recebimento da sua venda.

É calculado como segue, e expresso em número de dias do Volume de Negócios:

Ciclo Financeiro Operacional = (NFM / Volume Negócio X 365) = Y dias de Vol. Negócio

Exemplo simplificado:

Considere o exemplo anterior (pagina 16) em que as NFM são de 68 M euros, e tendo em conta que o

Volume de Negócios é de 136m euros ano. Qual Ciclo Financeiro Operacional em dias de Vol. de Negócio?

R: ____________

Caso prático 5

Como identificar as NFM na fase de investimento

Considerando os dados do seguinte plano de negócios, identifique as NFM e o Ciclo Financeiro

Operacional para o início do projecto. (Ano 1)

Plano Negócios Rubrica Balanço Dias Euros Milhões

Vendas e serviços prestados previstos Clientes 365 200

Custo materiais Inventários 365 25

Custo Fse (Forn e Serv terceiros) Fornecedores 365 62

Compras totais (materiais + Fse) Fornecedores 365 87

NFM (Investimento)

Crédito a Clientes Vendas / 365 x PrazoMedioReceb. 93 dias ?

Duração média dos Materiais em Armazém

Consumo de materiais/ 365 x PMExistências

540 dias ?

Crédito de fornecedores (Fse +Materiais) / 365 x PMPagamentos

88 dias ?

Reserva fundos em caixa e bancos Decisão do gestor 21% Vol Negócios ?

Total Nec. Fundo Maneio 109

Ciclo Financeiro Operacional ? Dias ?

Nota: por simplificação, considerada variação nula das existências, para cálculo das compras de materiais.

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Fundo Maneio Necessário, ao longo da vida do projecto.

Caso prático 6

Cálculo NFM ao longo da vida do projecto

Considere as premissas do Plano de Negócios abaixo referidas, e calcule as NFM ao longo do projecto (5

anos), considerando que as práticas correntes do mercado para crédito concedido e obtido nas indústrias

criativas e culturais são em média as seguintes:

a) PMR. (Crédito concedido a clientes) 60 dias.

b) PME. (Duração médias dos Materiais em Inventário) 60 dias.

c) PMP. (Crédito obtido de outros fornecedores) 30 dias.

Premissas do Plano de Negócios. Dados:

Plano Negócios Dias Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Notas:

Volume de Negócios Previsto Clientes 365 100.000 110.000 121.000 133.100 146.410 txc 10%

Custo Materiais/ Consumos Fornecedores 365 10.000 11.000 12.100 13.310 14.641 txc 10%

Prestadores Serviço (Fornecedores) Fornecedores 365 40.000 44.000 48.400 53.240 58.564 txc 10%

Compras de Fse (Forn e Serv outros) Fornecedores 365 30.000 31.500 33.075 34.729 36.465 CPI 5%

Notas: Estimada uma taxa de crescimento de 10% ano para o Volume de Negócios. Os custos com

materiais e prestadores de serviços variam na mesma taxa de crescimento do Volume de Negócios (10%

ao ano).

As compras de FSE (fornecimentos e serviços de terceiros, outros) estão previstas variar em função da

inflação estimada (5% ao ano).

Considere ainda que para reserva de caixa e bancos, a prática de mercado é manter um montante de 5%

das vendas e prestações de serviços em disponibilidades.

a) Calcule o investimento necessário em NFM, ao longo do projecto.

b) Identifique o ciclo financeiro operacional do projecto, expresso em número de dias.

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CÁLCULO FUNDO MANEIO NECESSÁRIO. (Mapa de dados para resolução)

RESOLUÇÃO do Caso Prático 6: ( Ver no final em Anexo ao texto de apoio).

Plano Negócios Dias Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Volume de Negócios Previsto Clientes 365 100.000 110.000 121.000 133.100 146.410 txc 10%

Custo Materiais/ Consumos Fornecedores 365 10.000 11.000 12.100 13.310 14.641 txc 10%

Compras de Fse (Forn e Serv outros) Fornecedores 365 30.000 31.500 33.075 34.729 36.465 CPI 5%

NFManeio (Investimento)

Definição Cálculo Dias Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

+

Crédito a Clientes

Prazo concedido aos clientes para recebimento

Vol Neg/365 x Pmr

60

+

Duração média dos Stocks em Armazém

A quantidade de stocks em valor que é necessário para vender face ao plano

Consumos/365 x Dme

60

- Crédito de fornecedores

Prazo que os outros fornecedores concedem de crédito

(Compra Mat+Fse )/ 365

x PMP 30

Sector Publico Estatal

Prazos para pagar Iva, Seg Social e Irs

Prazos pagamento

Impostos 0

Necessidades Fundo Maneio. (Acumulado)

+ Reserva Caixa e Bancos

5% vendas

Investimento Acumulado em Necess Fundo Maneio

Investimento Necessidades Fundo Maneio. Ano

Nota: Por simplificação na elaboração do caso prático, não foi considerado o impacto dos impostos que

têm diferentes prazos de pagamento consoante o tipo de Imposto ou taxa, bem como o regime de Iva da

empresa. (Mensal ou trimestral)

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A Importância do Fundo de Maneio Necessário

O fundo de maneio é onde a empresa geralmente investe uma grande parte da sua liquidez.

A maioria dos falhanços das empresas dá-se por falta de liquidez e não por insolvência técnica.

Não é difícil uma empresa entrar em dificuldades se os seus clientes começarem a pagar tarde (ou,

obviamente, a não pagar), já que uma série de credores da empresa (empregados, estado, fornecedores)

não apresentarão grande flexibilidade em termos de prazos de pagamento.

Como controlar as necessidades de fundo de maneio

Existem várias medidas que uma empresa pode tomar, para controlar o crescimento das suas

necessidades de fundo de maneio, limitando assim tanto quanto possível o investimento a fazer.

Alguns exemplos:

Melhor controlo dos Inventários. (Evitando os “monos”, reduzindo os inventários de menor

rotação de consumo);

Esforço nas cobranças de forma a minimizar saldos de clientes e prazos de recebimento.

(Controle do crédito a conceder. Limite de crédito.)

Incentivos ao recebimento mais rápido via descontos pronto pagamento.

Estabelecimento de relações fortes com fornecedores, de forma a negociar mais prazo para

pagar.

Fórmula para melhorar o FMN (Fundo Maneio Necessário)

Minimizar quantidades de materiais e valores em stock. (Análise ABC, …)

Reduzir prazos e montantes por receber. (Controle de Crédito….)

Aumentar os prazos e montantes de pagamento. (Oferecer acordos compras e duração de

contrato)

Em resumo gerir TESOURARIA.

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PLANO DE NEGÓCIOS. MÉTODO DOS FLUXOS DE CAIXA DESCONTADOS

É o método que melhor expressa o valor de um negócio, apesar de alguns elementos subjetivos.

Formulação:

1. Projecta-se o fluxo de caixa livre / FCL (ou free cash flow – FCF) para um período de longo

prazo, em geral 5 anos.

2. Estima-se uma taxa de desconto (custo de oportunidade).

3. Calcula-se o VAL dos fluxos de caixa, identificando o valor do projecto para o período em

análise. (5nos).

(Complementa-se com a informação da TIR)

….. (Não considerado no caso prático)

4. Calcula-se o valor da perpetuidade (fluxo de caixa não explícito, após o período de 5 anos

projetado). / (Nota: O Valor da perpetuidade não incluido na análise. Premissa que o investimento

pára no último ano do caso prático)

5. Calcula-se o VAL da perpetuidade. (Nota: Ver nota do ponto 4 acima)

6. Soma-se, o Val da perpetuidade e o Val dos fluxos de caixa do período, para encontrar o valor

total da avaliação. (Ver nota do ponto 4 acima)

FLUXO DE CAIXA DESCONTADO. “(FREE CASH FLOW DISCOUNTED)”

Na etapa 1, várias premissas são estabelecidas para que sejam projectadas as receitas e despesas

futuras, havendo, portanto, um elevado grau de subjectividade na elaboração do fluxo de caixa livre.

Também na etapa 2, a fixação da taxa de desconto não é fundamentada em critérios inquestionáveis,

sendo objeto de negociação entre comprador e vendedor.

Quanto maior a taxa, menor o valor do negócio apurado (significa que maior é o risco), logo o

“comprador” do projecto / financiador, tende portanto a propor taxas de desconto mais elevadas que o

vendedor / empreendedor.

Nota: É prática comum do “mercado” que, para investimentos que involvam “start ups”, as “Venture Capital” avaliem os projectos com taxas de 30% de actualização.

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Caso Prátco 7. Análise projecto Investimento do Plano de Negócios Um grupo de empreendedores construiu as projecções económicas do seu plano de negócios para os próximos 5 anos com as seguintes premissas:

Volume Negócios: 300mil euros no primeiro ano com taxa de crescimento de 10% para os anos

seguintes.

Custos Variáveis, (Materiais, e subcontractos / prestadores serviços) 25% do volume negócios.

Custos com pessoal, e Fse nos montantes de 100mil e 60 mil euros no 1º ano, e a variarem com a

taxa de inflacção de 5% ao ano, nos períodos seguintes. (Ano 2 ao ano 5).

O Investimento em activos fixos é de 120mil euros no ano 0, com uma taxa de amortização

técnica de 20% ao ano.

O Investimento em Fundo Maneio Necessário para suportar o seu crescimento de negócio, está

projectado em 20% das Vendas.

A estimativa de impostos sobre lucros é de 20%.

Pretende-se:

Elaboração do quadro de resultados para a empresa no período dos 5 anos, identificando: a) Cash-Flow de Exploração e de Investimentos. b) O VAL e TIR do projecto, com uma taxa de actualização de 30%.

Resolução do caso prático: (Ver Resolução em anexo ao texto de apoio)

PROJECTO API Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Volume de Negócios Custos

Custo das Mercadorias Vendidas FSExternos Custos com Pessoal Sub-total Amortizações do Exercício Total Custos Exploração Resultado Exploração (Ebit) Impostos 20% Resultado Liquido Ad: Depreciação Fluxo Caixa Exploração

INVESTIMENTOS Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Em Activo Fixo Em Necessidades Fundo Maneio

Total Investimentos

Total Fluxo Caixa Liberto

Fluxos Caixa Actualizados. (FCFd)

VAL = Taxa 30% VAL Acumulado Período

NPV

"NPV (t; n1:n5) + Inv. n0" IRR

"IRR (n1:n10; t)

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Financiamento do plano de negócios. Como financiar?

Tomada a decisão do investimento no projecto (é ele que cria ou destrói valor), haverá que identificar

como financiar o plano de negócios?. Com Capitais Próprios? Capitais Alheios? em que proporção e

condições,

Que alternativas disponho para o financiamento do plano de negócios?

A primeira alternativa que ocorre é a procura de capital nos 2 F´s. (Família e “Friends”). Mesmo aqui

haverá que decidir se através da entrada no capital da empresa (equity) ou através de empréstimo, (debt)

ou nas duas (equity and debt).

Uma outra alternativa é o recurso a entrada das capitais de risco (private equity) no projecto, que pode

vir acompanhada com a condição de acompanhamento pessoal e técnico junto do empreendedor na fase

de arranque, o que poderá ser bastante valioso para a boa execução do plano de negócios na fase inicial

do projecto.

São decisões muito importantes a ter em conta, porque na decisão da escolha do financiamento há

vantagens e desvantagens que o empreendedor terá que avaliar, nomeadamente o controle da sociedade

a criar, o impacto do custo financeiro do projecto, o efeito fiscal do custo de financiamento, o custo do

capital próprio é muito superior ao custo do financiamento.

Como será compreensível, o investimento em capital próprio (equity), é mais caro que a opção

financiamento (debt) pela aplicação do apropriado ajuste de risco de retorno para os investidores.

A primeira avaliação a ter em conta pelos empreendedores na escolha entre “equity e debt” é a diferença

“contratual” entre ter um accionista como parceiro, ou ter um financiador.

Ao accionista haverá que remunerar o capital que investiu na empresa através do pagamento de

dividendos por decisão da empresa, e ao financiador banco ou outro, haverá que pagar juros e as

prestações do empréstimo nas datas contratualizadas.

A fonte de financiamento via “equity” abrindo capital a outros accionistas, tipicamente não será a melhor

forma de obter financiamento, se o empreendedor tiver relutância em permitir que a entrada de outro

accionista faça parte da administração da empresa.

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O financiamento do plano de negócios via capital próprio (equity),/ (abrindo o capital a outros

accionistas), dilui a posição do empreendedor, mas são muito mais flexíveis que o financiamento via

empréstimos (debt), e estão alinhados com os interesses da empresa, trabalhando activamente para

acrescentar valor ao negócio durante o período de arranque e investimento. (3 – 5 anos).

Ao empreendedor que procura financiar o seu projecto depara-se a escolha fundamental, que é como

financiar o plano de negócios? Com capital próprio (equity) ou via capitais alheios (debt), considerando

que tal decisão de escolha terá características bem diferentes.

Custo do Capital, considerando os diferentes níveis de risco entre as duas estruturas de investimento

(equity vs debt) é facilmente entendido que o retorno esperado do investidor esteja muito próximo de

uma taxa de 25%-30% para o seu investimento.

…………………………..//………………

Avaliação das diferenças Capital Alheio / Capital Próprio

FINANCIADOR CAPITAL ALHEIO (DEBT) INVESTIDOR CAPITAL PRÓPRIO (EQUITY)

Relação Devedor / Credor Relação "partner". Administrador accionista

Custo Capital mais baixo Custo Capital mais alto

Valor do "funding" na base do cash flow corrente

Valor do "funding" baseado no valor futuro da empresa

Pagamento de juros no período do contrato de empréstimo

Não há pagamento de juros.

Prazos de pagamento do empréstimo em datas fixas

Pode estar contratualizada a saída do investidor após período de implementação. (3-5 anos) ("Private equity")

Observador no acompanhamento do negócio

Participação ao nível da administração

Pouco envolvimento do financiador Envolvimento activo do "partner" na implementação do projecto.

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Anexo ao Texto de Apoio.

Princípios Básicos. Vala, Custo Capital Próprio, Custo Capital Alheio. Noções, e

Fundamentos da Teoria do Custo Capital.

Exercícios. (Resolução)

Caso Prático 1. FLUXOS DE CAIXA.

Caso Prático 2. “CASH FLOW” DE EXPLORAÇÃO.

Caso Prático 3 VAL. Valor Actual Líquido.

Caso Prático 4 TIR. Taxa Interna de Rentabilidade

Caso Prático 5. FUNDO MANEIO NECESSÁRIO. Como Identificar as NFM?

Caso Prático 6. CÁLCULO DO FMN Ao longo da vida do plano de negócios.

Caso Prático 7. PLANO DE NEGÓCIOS. Análise viabilidade projecto de investimento.

Glossário, e Bibliografia.

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VALA, Custo Capital Alheio, Custo Capital Próprio. Princípios básicos, exemplos práticos. Como deve ser avaliada a decisão de investimento?

Qual o efeito fiscal sobre os juros?

VALA

A remuneração real (taxas) dos investimentos tem diferentes taxas conforme as aplicações que estejamos

a considerar. Vejamos o seguinte exemplo para enquadrar o que se pretende explicar:

Aplicações Taxa

Nominal Ano

Risco da Aplicação

Acções 15% Médio / alto

Obrigações Empresas 8% Reduzido

Bilhetes Tesouro 4% Risco nulo

A conclusão lógica para a as diferenças entre as várias taxas é que estas são ajustadas em função do risco de cada aplicação. (Quanto maior o risco, maior o potencial de retorno). Enquanto os empréstimos (obrigações) devem ser reembolsadas independentemente do desempenho económico da empresa, as acções (capital próprio) só dão direito a receber dividendos se a empresa tiver condições económicas para o fazer. Assim a decisão de investimento deve ser avaliada com base na taxa de custo do Capital Próprio (no exemplo 15%) a preços correntes. Observando estes valores pode-se concluir que a remuneração da primeira alternativa é mais cara que o Capital Alheio? Não se pode extrair essa conclusão sem ter todos os dados dos resultados, porque da mesma forma que os accionistas / investidores escolhem a melhor forma de investir na base do risco / rendimento, a empresa pode escolher a melhor forma de se financiar na proporção adequada ao projecto de investimento, pois para a empresa, o capital alheio gera obrigações mais rígidas que o recurso a capitais próprios, pelo que se deve considerar a escolha como neutra.

No entanto há dois factores adicionais que favorecem a opção capital alheio sobre capital próprio:

Os encargos financeiros são custos para a empresa e com tal aceites fiscalmente.

Pode existir um benefício na taxa de juro quando o projecto é bonificado.

Vamos exemplificar essas diferenças usando o VAL para analisar a decisão de investimento e de financiamento usando o VALA (Valor Actual Liquido Ajustado)

VALA = VAL + VA benefícios fiscais e financeiros)

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Caso prático

VALA – Valor Actual Liquido Ajustado

A empresa tem uma oportunidade de negócio para concretizar e cujo investimento é de 100.000 euros,

que vai gerar um fluxo financeiro de 115.000 mil euros no final do ano. (Projecto de 1 ano)

A remuneração pretendida pela empresa é de 16%?

Vale a pena investir neste projecto? Considerando:

a) Que o projecto é financiado exclusivamente por capitais próprios.

b) Que conseguimos obter um financiamento de 50.000 euros a uma taxa de 6%.

c) Que o projecto é de interesse Nacional e tem uma bonificação na taxa de juro de 4 pp.

d) Que a taxa de imposto sobre lucros é de 30%.

Resolução:

a) Projecto financiado exclusivamente por capitais próprios.

Val = -100 + (115) / (1,16) = - 0,863. (Val negativo. Não é viável)

b) VA do efeito fiscal: Empréstimo 50Meuros; Enc Financeiros 3Meuros Imposto 0,9 (3M x 30%)

VA = +50 – ((50+(3x(1-0,30))/1,06 = 0,85M (Nota: tx. de actualização = tx juro)

VAL= -0,863

VALA= (+0,850 – 0,863) = - =0,013 Negativo

c) VA do Efeito Fiscal e Taxa bonificada.

Idêntica à alinea b) mas com a taxa reduzida a 2%.

VA = +50 – ((50 + (1 x (1-0,30))/1,02 = 2,,169M

VAL= -0,863

VALA= (+2,169-0,863) = 1,306 positivo

Notas:

A melhor forma de analisar o efeito do financiamento é o método do VAL ajustado (VALA). Os cash flows

operacionais devem ser actualizados à taxa do custo do capital próprio enquanto os cash flows

contratuais deverão ser actualizados à taxa contratual do empréstimo.

(Fonte: Análise Projecto Investimentos, José Paulo Esperança)

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CUSTO DE CAPITAL (Noções)

Podemos definir o custo de capital como a taxa de retorno (rendibilidade) mínima exigida para um determinado projecto de investimento. / (Custo de oportunidade do capital). O sucesso da empresa depende muito dos custos que incorre para financiar o seu plano de negócios. O retorno exigido pelos investidores caso do capital próprio (accionistas), ou pelos financiadores de capital alheio determina o custo de capital da empresa, ou seja a taxa de juros requerida pelo projecto para conseguir pagar aos seus “fornecedores” de capital.

Custo de Capital Próprio, taxa de retorno exigida pelos accionistas para o seu investimento.

O capital próprio não apresenta um custo explicito, (estabelecido contratualmente).

O capital próprio possui um custo implícito que se traduz no rendimento mínimo, exigido pelos accionistas.

(Esperança e Matias / 2005: 234)

Modelos na teoria financeira relacionados com o custo de capital: Um dos modelos mais simples, foi explicado no capitulo dedicado à taxa de actualização / custo de oportunidade de capital, (página 14) e como vimos recorre à seguinte expressão:

Ta=Kc= ((1+t1) x (1+t2) x (1+t3))-1

t1= taxa de remuneração sem risco / OT; t2= taxa de prémio de risco; t3= taxa de inflação. Este modelo, como os que se seguem têm sempre subjacente o conceito de RISCO associado ao projecto de investimento.

Custo capital próprio: Modelo dos Práticos. Outro modelo mais simplista para explicitar o custo do capital próprio, é o Modelo dos Práticos, e que consiste muito simplesmente em determinar a rendibilidade mínima esperada através da média do custo de financiamento do mercado associado a uma determinada taxa de risco.

Kc = Kd + &

Kd = Taxa média no mercado de financiamento bancário.

& = Prémio de risco. Neste modelo, a dificuldade é encontrar a definição de risco mais apropriado.

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Modelo CAPM. (modelo dos activos financeiros equilíbrio)

O Modelo do Capital Asset Pricing Model, (Modelo do CAPM), ou modelo dos Activos Financeiros em equilíbrio, considerado um modelo mais elaborado, foi desenvolvido por Harry Markovitz em 1952, a partir de conceitos sobre a formação de carteiras de acções e constitui o modelo de referência na teoria financeira para a determinação de remunerações de acções, considerando o seu nível de risco. Este modelo é habitualmente utilizado pelos analistas financeiros do mercado de capitais, para estimar o custo dos capitais próprios das empresas, dado que estabelece uma relação directa entre o risco e a rendibilidade exigida pelos accionistas.

Kc = Rf + B x ( Rm – Rf )

Rf = Rendibilidade dos investimentos sem risco. (Associado ás OT´s)

Rm = Rendibilidade esperada do mercado.

(Rm-Rf) = Prémio de risco esperado do mercado. (Baseado em dados históricos e representa a diferença entre a média da taxa de retorno das acções no mercado de capitais e a média das taxas dos títulos, vulgo sem risco, caso das OT´s

B = Risco do activo.

De referir os factores que em termos muito gerais estão associados ao prémio de risco (Rm-Rf):

Variância da economia. Países com economia mais volátil têm prémio de risco superiores, caso das economias emergentes versus desenvolvidas.

Risco Político.

Estrutura de mercado. Mercados com empresas cotadas de grande dimensão, diversificadas e estáveis, têm prémio de risco inferior.

Nota: O risco por País encontra-se bastante divulgado junto da comunidade financeira e mercado de capitais através da atribuição de “ratings” associados a prémio de risco, atribuídos por agências especializadas. (Standard & Poor´s; Moodys etc) Ver: www.standardandpoors.com/ratings/sovereigns/ratings-list/en/us/ Quanto ao B, que mede o risco dos Activos, existem modelos que nos ajudam a identificar os factores que influenciam esta variável a partir das informações do mercado financeiro, e com base na taxa de juro dos activos sem risco, e na rendibilidade do mercado financeiro em geral através dos índices quer da bolsa no seu geral quer dos sectores e industrias ali representados. Exemplo índice Dow Jones etc…

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Modelo CAPM. (modelo dos activos financeiros equilíbrio) (Continuação)

Kc = Rf + B x ( Rm – Rf )

Em termos gerais o B é condicionado por três factores:

Tipo de Negócio. Mede o risco da empresa relativamente ao mercado. Quanto mais sensível for o negócio às condições de mercado maior será o B. Exemplo, empresas com negócios sazonais é de esperar que apresentem risco superior (B superior.) Idem quanto á posição concorrencial no mercado.

Grau económico de alavanca GEA. Função da estrutura de custos das empresas. Custos Fixos elevados terão um Grau Económico Alavanca elevado, o que se traduz numa elevada sensibilidade dos resultados face a variações de volume de actividade.

Grau financeiro de alavanca GFA. Função da estrutura financeira da empresa. Uma empresa com maior nível de endividamento, e logo com custos financeiros mais elevados terá um GFA superior e consequentemente maior o risco financeiro e maior o “B”.

Modelo de GORDON Modelo amplamente utilizado pelos analistas financeiros nas empresas cotadas, e tendo como objectivo estimar o preço de uma acção e determinar a remuneração exigida pelos investidores implícita no valor de mercado:

Kc = (D1 / P1 ) + g

D = Dividendos por acção esperados para o período n+1. P = Preço da cotação no momento n (avaliação). G = taxa de crescimento esperada para os dividendos. Exemplo: D = 16 cts por acção. P = 4 euros acção G = taxa crescimento esperada 10% Kc = 16%

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CUSTO CAPITAL ALHEIO? Custo de Capital Alheio será a taxa de retorno exigida pelos credores do financiamento, que na prática incorpora para além da taxa de juro de mercado um “prémio de risco” para o credor em função do “rating” da empresa. São os custos mais fáceis de detectar e reflectem os juros e as diversas comissões associadas à operação de financiamento.

Exemplo prático Custo Capital Alheio: Considere a empresa A com um empréstimo de 100M euros ano

com uma taxa de juro de 10% ano. (A taxa de imposto sobre lucros com a derrama é de 25%). Qual o

custo do Capital Alheio

R:

Empréstimo 100Meuros

Taxa de juro 10%

Imposto s/ Lucros 25%

Encargos Financeiros 10,0Meuros

Efeito Fiscal juro 2,5Meuros

Custo Cap. Alheio 7,5Meuros

Custo Cap. Alheio % 7,5%

KCA = JKCA x (1-Impo. Lucros) / CA

CA= capital Alheio

CUSTO MÉDIO PONDERADO DO CAPITAL? (WACC = Weighted Average Cost Capital)

O custo médio ponderado do capital é calculado com base no nível do grau de autonomia financeira

(Capital Próprio / Activo Total) e o grau de endividamento, (Passivo remunerado /Activo total), e

ponderado pelos respectivos custos.

Km = CP x Ke + Divida x Kd x (1-Taxa impostos)

Activo Activo

Cp = Capitais próprios Kd = Custo capitais alheios

Ke = Custo Capitais próprios Km = Custo médio ponderado do capital

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Fundamentos da teoria do Custo de Capital:

A teoria do custo de capital fundamenta-se no conceito do custo do risco e retorno, sendo que

podemos separar o risco em duas categorias, operando no mesmo mercado;

1. Risco de Negócio (a empresa não ser capaz de gerar o lucro esperado)

2. Risco Financeiro (risco que a empresa corre por utilizar capitais alheios, ou seja o nível

de endividamento gerador de encargos constantes).

Podemos então calcular o custo do capital através da seguinte fórmula:

Ke = (Rf + Prn) + Prf) x (1-tax Imposto sobre lucros)

Rf = custo de capital de uma aplicação com risco nulo. (Obrigações do Tesouro)

Prn = Risco de negócio

Prf = Risco financeiro

Exemplo: Uma empresa emite sistematicamente obrigações para se financiar. Em dada ocasião o custo das obrigações foi de 18% ano. Os juros das obrigações do tesouro, utilizada como taxa sem de risco foi de 18% no. O prémio do risco foi de 3% ano, e o prémio do risco financeiro foi de 4% ano. Calcule o custo dessas obrigações da empresa, sabendo que a taxa de imposto do IRC é de 25%

Ke = (0,18 + 0,03 + 0,04) x (1 – 0,35) = 0,25 x 0,65 = 0,1625 ou 16,25%

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ANEXO AO TEXTO DE APOIO: CASOS PRÁTICOS. RESOLUÇÃO.

Caso Prático 1. FLUXOS DE CAIXA.

Caso Prático 2. “CASH FLOW” DE EXPLORAÇÃO.

Caso Prático 3 VAL. Valor Actual Líquido.

Caso Prático 4 TIR. Taxa Interna de Rentabilidade

Caso Prático 5. FUNDO MANEIO NECESSÁRIO. Como Identificar as NFM?

Caso Prático 6. CÁLCULO DO FMN Ao longo da vida do plano de negócios.

Caso Prático 7. PLANO DE NEGÓCIOS. Análise viabilidade projecto de investimento.

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Caso prático 1. FLUXOS DE CAIXA

Uma empresa das industrias criativas levou a cabo um investimento de 100 mil euros, em equipamento

no seu centro de exposições e espectaculos, que lhe irá permitir vender mais bilhetes com um

consequente aumento do lucro liquido em 15 mil euros ano, durante a duração da vida útil desse

equipamento, que se estima em 10 anos.

A empresa com base em experiências anteriores, estima conseguir vender o equipamento no final da sua

vida útil por um valor residual de 5 mil euros, livre de impostos.

Pede-se a elaboração dos Fluxos de Caixa para este projecto.

Resolução: O Fluxo de Caixa do projecto ficaria assim representado:

Investimento Lucro

Liquido Amortização Equipamento

Valor Residual

Fluxo Caixa Ano

Fluxo Caixa Acumulado Ano

0 -100.000 -100.000 -100.000

1 15.000 10.000 25.000 -75.000

2 15.000 10.000 25.000 -50.000

3 15.000 10.000 25.000 -25.000

4 15.000 10.000 25.000 0

5 15.000 10.000 25.000 25.000

6 15.000 10.000 25.000 50.000

7 15.000 10.000 25.000 75.000

8 15.000 10.000 25.000 100.000

9 15.000 10.000 25.000 125.000

10 15.000 10.000 5.000 30.000 155.000

Caso prático 2. CASH FLOW OPERACIONAL:

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O ISCTE-IUL pretende criar um centro de exposições, e tem no seu plano de operações para os próximos

5 anos, (com inicio em 2013) as seguintes projecções:

Vendas: 1 milhão de euros ano.

Os Custos Variáveis, (Subcontractos e outros materiais) representam 45% das Vendas.

Custos com pessoal de 240 mil euros ano.

Fse outros, (fornecimentos e serviços de terceiros) 100 mil euros ano.

O custo de depreciação e amortizações do imobilizado fixo é de 10 mil euros ano.

o Não se prevê investimentos em activos fixos e NFM nos próximos 5 anos.

A estimativa de impostos sobre lucros é de 20%.

Não se prevê aumentos de preços. (Preços constantes ao longo dos 5 anos)

Pretende-se:

Elaboração do quadro de resultados para o centro no período dos 5 anos, identificando: e) Meios Libertos antes de impostos. (Ebitda). f) Resultado Operacional. g) Resultado Liquido. h) Cash-Flow Exploração.

Resolução do quadro de “Cash Flow” Exploração:

CASH FLOW de Exploração Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Vendas 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000

Custos Variáveis= Materiais e Subcontractos 450.000 450.000 450.000 450.000 450.000

Fornecimento e Serv. Externos 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000

Custos com o Pessoal 240.000 240.000 240.000 240.000 240.000

Sub-total Custos 790.000 790.000 790.000 790.000 790.000

Meios Libertos (Ebitda) 210.000 210.000 210.000 210.000 210.000

Amortizações do Exercício 10.000 10.000 10.000 10.000 10.000

Resultado Operacional (Ebit) 200.000 200.000 200.000 200.000 200.000

Impostos 20% 40.000 40.000 40.000 40.000 40.000

Resultado Liquido 160.000 160.000 160.000 160.000 160.000

A acrescer: Depreciação 10.000 10.000 10.000 10.000 10.000

"Cash Flow" Exploração 170.000 170.000 170.000 170.000 170.000

RESPOSTAS:

a) Meios Libertos antes de impostos. (Ebitda) 210.000 ano b) Resultado Operacional. 200.000 ano c) Resultado Liquido. 160.000 ano d) Cash-Flow Exploração. 170.000 ano

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Caso prático 3. Cash flow operacional. Cálculo do VAL

Considere o caso prático 1, Cash Flow de exploração.

Calcule o VAL do projecto, considerando uma taxa de actualização de 10%.

Resolução :

Ano Investimento Lucro

Liquido Amortização Equipamento

Valor Residual

Fluxo Caixa Ano

Factor de Desconto

Fluxo Caixa Descontado

0 -100.000 -100.000 1,000 -100.000

1 15.000 10.000 25.000 0,909 22.727

2 15.000 10.000 25.000 0,826 20.661

3 15.000 10.000 25.000 0,751 18.783

4 15.000 10.000 25.000 0,683 17.075

5 15.000 10.000 25.000 0,621 15.523

6 15.000 10.000 25.000 0,564 14.112

7 15.000 10.000 25.000 0,513 12.829

8 15.000 10.000 25.000 0,467 11.663

9 15.000 10.000 25.000 0,424 10.602

10 15.000 10.000 5.000 30.000 0,386 11.566

-100.000 150.000 100.000 5.000 155.000 10% 55.542

(1+t)^-n taxa = 10%

Nota: Cálculo de factor de actualização:

= (1,10)^-1.

= (1,10)^-2.

……………..

= (1,10)^-10.

Nota final: Se para a taxa de desconto estabelecida, o VAL for menor que zero, significa que o projecto deve ser

recusado, pois o montante a ser investido poderá ter um retorno superior em outras alternativas de aplicação.

(Considerando os 10% de desconto considerado).

Nota para folha de cálculo Excel: Npv (t;n1;n5)+(n0)

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Caso prático 4. Cash Flow Operacional. Cálculo TIR

No seguimento do exercício 3, do VAL, Calcule a Tir do projecto?

R:

No exemplo anterior do cálculo da VAL, já tínhamos concluido que o projecto era viável (valor positivo)

para uma taxa de desconto de 10%, logo a TIR, teria de ser superior à taxa de desconto o VAL (10%)

Ano Investim. Lucro

Liquido Amort. Equip.

Valor Residual

Fluxo Caixa Ano

Factor de Desconto

Fluxo Caixa Descontado

Factor de Desconto

Fluxo Caixa Descontado

0 -100.000 -100.000 1,000 -100.000 1,000 -100.000

1 15.000 10.000 25.000 0,909 22.727 0,820 20.492

2 15.000 10.000 25.000 0,826 20.661 0,672 16.797

3 15.000 10.000 25.000 0,751 18.783 0,551 13.768

4 15.000 10.000 25.000 0,683 17.075 0,451 11.285

5 15.000 10.000 25.000 0,621 15.523 0,370 9.250

6 15.000 10.000 25.000 0,564 14.112 0,303 7.582

7 15.000 10.000 25.000 0,513 12.829 0,249 6.215

8 15.000 10.000 25.000 0,467 11.663 0,204 5.094

9 15.000 10.000 25.000 0,424 10.602 0,167 4.175

10 15.000 10.000 5.000 30.000 0,386 11.566 0,137 4.107

-100.000 150.000 100.000 5.000 155.000 10% 55.542 22% -1.236

(1+t)^-n (1+t)^-n

"IRR (n1:n10; t) 21,6%

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Caso Prático 5 : Como Identificar as NFM na fase de Investimento.

Considerando os dados do seguinte plano de negócios, identifique as NFM?

E o Ciclo Financeiro Operacional para o inicio do projecto?

Resolução:

Como Identificar as NFM

Plano Negócios Dias Milhões euros Dados

Vendas previstas Clientes 365 200

Custo materiais Fornecedores 365 25

Compras de Fse (Forn e Serv outros) Fornecedores 365 62

Compras totais. Materiais + Fse Fornecedores 365 87

NFM ( Investimento ) Resultado

Crédito a Clientes Vendas / 365 x PMR 93 (A) 51

Duração média dos Materiais em Armazém

Consumos / 365 x PME 540 (B) 37

Crédito de fornecedores (Forn. Materiais + Fse outros) / 365 x PMP

88 (D) 21

Reserva caixa e bancos Estimativa 21%

V.Neg. (E) 42

Total Nec. Fundo Maneio (A+B-C-D+E) 109

Ciclo Financeiro Operacional Dias (NFM /

Vendas X 365) 198

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Caso Prático 6. Necessidades Fundo Maneio

Considere as seguintes premissas do Plano de Negócios abaixo identificado, e calcule as NFM ao longo do projecto

considerando que as práticas correntes do mercado são:

1. PMR. (Crédito concedido a clientes) 60 dias.

2. PME. (Duração média dos materiais em armazém) 60 dias.

3. PMP. (Crédito obtido de fornecedores Outros) 30 dias.

Premissas do Plano de Negócios

Plano Negócios Dias Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Volume de Negócios Previsto Clientes 360 100.000 110.000 121.000 133.100 146.410 txc 10%

Custo Materiais/ Consumos Fornecedores 360 10.000 11.000 12.100 13.310 14.641 txc 10%

Compras de Fse (Forn e Serv outros) Fornecedores 360 30.000 31.500 33.075 34.729 36.465 CPI 5%

Considere ainda que para reserva de caixa e bancos, a prática de mercado é manter um montante de 5% das vendas

em disponibilidades.

a) Calcule o investimento necessário em NFM, ao longo do projecto.

b) Identifique o ciclo financeiro operacional do projecto, expresso em número de dias.

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CÁLCULO FUNDO MANEIO NECESSÁRIO.

RESOLUÇÃO do Caso Prático 6:

Plano Negócios Dias Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Volume de Negócios Previsto Clientes 365 100.000 110.000 121.000 133.100 146.410 txc 10%

Custo Materiais/ Consumos Fornecedores 365 10.000 11.000 12.100 13.310 14.641 txc 10%

Compras de Fse (Forn e Serv outros) Fornecedores 365 30.000 31.500 33.075 34.729 36.465 CPI 5%

NFManeio (Investimento) Definição Cálculo Dias Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

+ Crédito a Clientes

Prazo concedido aos clientes para recebimento

Vol Neg/360 x Pmr 60 16.438 18.082 19.890 21.879 24.067

+ Duração média dos Stocks em Armazém

A quantidade de stocks em valor que é necessário para vender face ao plano

Consumos/360 x Dme 60 1.644 1.808 1.989 2.188 2.407

- Crédito de fornecedores

Prazo que os outros fornecedores concedem de crédito

(Compra Mat+Fse Outros) / 360 x

PMP 30 3.288 3.493 3.713 3.948 4.200

Sector Publico Estatal Prazos para pagar Iva, Seg Social e Irs

Prazos pagamento Impostos 0 0 0 0 0 0

Necessidades Fundo Maneio. (Acumulado) 14.795 16.397 18.166 20.119 22.274

Reserva Caixa e Bancos 5.000 5.500 6.050 6.655 7.321 5% vendas

Investimento Acumulado em Necess Fundo Maneio 19.795 21.897 24.216 26.774 29.595

Investimento Necessidades Fundo Maneio. Ano 19.795 2.103 2.319 2.558 2.821 29.595

Ciclo Financeiro Operacional Dias 72 73 73 73 74

Nota: Por simplificação na elaboração do caso prático, não foi considerado o impacto dos impostos que têm

diferentes prazos de pagamento consoante o tipo de Imposto ou taxa, bem como o regime de Iva da empresa.

(Mensal ou trimestral)

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Caso Prático 7. Análise Plano de negócios.

Um grupo de empreendedores construiu as projecções económicas do seu plano de negócios para os

próximos 5 anos com as seguintes premissas:

Volume Negócios: 300mil euros no primeiro ano com taxa de crescimento de 10% para os anos

seguintes.

Custos Variáveis, (Materiais, e subcontractos / prestadores serviços) 25% do volume negócios.

Custos com pessoal, e Fse nos montantes de 100mil e 60 mil euros no 1º ano, e a variarem com a

taxa de inflacção de 5% ao ano, nos períodos seguintes. (Ano 2 ao ano 5).

O Investimento em activos fixos é de 120mil euros no ano 0, com uma taxa de amortização

técnica de 20% ao ano.

O Investimento em Fundo Maneio Necessário para suportar o seu crescimento de negócio, está

projectado em de 20% das Vendas.

A estimativa de impostos sobre lucros é de 20%.

Nota: Considere que o investimento em activo fixo terá um valor 0 (zero) no final do período.

Pretende-se:

Elaboração do quadro de resultados para a empresa no período dos 4 anos, identificando:

1. Cash-Flow de Exploração e de Investimentos. 2. O VAL e TIR do projecto, com o custo de oportunidade de capital de 30%.

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RESOLUÇÃO CASO PRÁTICO 7

Fluxo Caixa Descontado

Projecto A Ano

1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Volume Negócios 300.000 330.000 363.000 399.300 439.230

Custos

Custo produto vendidos 75.000 82.500 90.750 99.825 109.808

Forn. Serviços Externos 60.000 63.000 66.150 69.458 72.930

Custos com Pessoal 100.000 105.000 110.250 115.763 121.551

Total Custos desembolsáveis 235.000 250.500 267.150 285.045 304.289

Amortizações do Exercício 24.000 24.000 24.000 24.000 24.000

Total Custos Exploração 259.000 274.500 291.150 309.045 328.289

Resultado Exploração (Ebit) 41.000 55.500 71.850 90.255 110.942

Impostos 20% 8.200 11.100 14.370 18.051 22.188

Resultado Liquido 32.800 44.400 57.480 72.204 88.753

Acrescer: Amortizações 24.000 24.000 24.000 24.000 24.000

Fluxo Caixa Operacional 56.800 68.400 81.480 96.204 112.753

INVESTIMENTOS Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Em Activo Fixo 120.000 0 0 0 0 0 0

Necessidades Fundo Maneio 30.000 33.000 36.300 39.930 43.923

Investimento Nec. Fundo Maneio 30.000 3.000 3.300 3.630 3.993

-43.923

Total Investimentos 120.000 30.000 3.000 3.300 3.630 3.993 0

Total Fluxo Caixa gerado -120.000 26.800 65.400 78.180 92.574 108.760 43.923

Fluxos Caixa Actualizados. (FCFd)

VAL = Taxa 30,0% -120.000 20.615 38.698 35.585 32.413 29.292 9.100

VAL Acumulado Período -120.000 -99.385 -60.686 -25.102 7.311 36.604 45.703

VAL 45.703 "NPV (t; n1:n5) + Inv. n0" TIR 44% "IRR (n1:n10; t)

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3. Glossário

Accionista: Titular de uma ou mais acções da empresa. A sua titularidade pode conferir-lhe o direito de

voto, de cobrar dividendos, de participar na liquidação da sociedade e de subscrever um número de

acções novas proporcional às que detém no capital.

Activos: O Activo é um conceito contabilístico que representa o conjunto de todos os bens e direitos,

tangíveis ou intangíveis, detidos por um determinado indivíduo ou organização, e a que pode ser

atribuído um valor monetário.

Actualização: Procedimento de cálculo financeiro que visa obter no momento actual a equivalência

financeira, em função de taxas de juro, de inflação, de desvalorização, etc., de um valor ou de uma série

de valores com vencimentos futuros.

Alternativas incompletas de investimento: Projectos alternativos que diferem quanto ao montante de

investimento inicial, período de duração ou ambos.

Análise de sensibilidade: Técnica que consiste na determinação dos efeitos sobre o valor actual líquido

(VAL) do projecto de uma certa variação dos valores de uma rubrica (por exemplo, volume de vendas,

preço de venda), mantendo para todas as outras os valores inicialmente estimados.

Autofinanciamento: Representa os recursos financeiros gerados e retidos na empresa para fazer face ao

reembolso das suas dívidas de médio e longo prazo, à manutenção da sua actividade e à garantia do seu

crescimento.

Autonomia financeira: Traduz o peso do capital próprio no financiamento do activo total da empresa.

Avaliação da decisão de financiamento do projecto: Etapa da avaliação do projecto que visa estudar a

viabilidade do projecto considerando o modo de financiamento do mesmo.

Avaliação da decisão económica do projecto: Etapa da avaliação do projecto que visa estudar a sua

viabilidade económica, assumindo que o projecto é financiado exclusivamente com capital próprio.

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Balanço: Expressão contabilística da situação patrimonial da empresa num dado momento. Apresenta os

elementos activos, passivos e a situação líquida (capital próprio) da empresa.

Bens intangíveis: Não possuem existência física, contudo, representam uma aplicação de capital

indispensável aos objectivos sociais, como marcas e patentes, fórmulas ou processos de fabrico, direitos

autorais, autorizações ou concessões, ponto comercial e fundo de comércio.

Brainstorming: Trata-se de uma técnica utilizada essencialmente para maximizar a produção de ideias

provenientes de um grupo de pessoas. Essas ideias estão, geralmente, relacionadas com as causas ou

soluções de um problema, ou ainda, direccionadas para a criação de novos produtos.

Business Angels: São investidores individuais, normalmente empresários ou directores de empresas, que

investem, a título particular, o seu capital, conhecimentos e experiência em projectos liderados por

empreendedores que se encontram em início de actividade. O objectivo deste investimento é a sua

valorização a médio prazo, na expectativa de que posteriormente se possa alienar o capital investido a

outros interessados.

Capital de Risco: Modo de financiamento pelo qual os detentores de capital, indivíduos ou instituições,

aceitam correr um risco financeiro, geralmente numa empresa nova ou de criação recente, ao mesmo

que se comprometem a dar um apoio técnico e uma caução moral com o propósito de realizar num prazo

mais ou menos longo, em média 3-7 anos, uma mais-valia importante que é a essência da sua retribuição.

Capital próprio: São os recursos originários dos sócios ou accionistas da entidade, ou decorrentes das

suas operações sociais. Corresponde ao património líquido, isto é, à diferença entre o activo e o passivo

da empresa.

Cash-flow: Termo anglo-saxónico que designa os fluxos monetários gerados pela actividade da empresa.

Corresponde ao fluxo de entradas e saídas de meios monetários.

Cash-flow de exploração: Abrange os fluxos financeiros respeitantes às operações relacionadas com o

ciclo de exploração.

Cash-flow de investimento: Abrange os fluxos financeiros respeitantes às operações relacionadas com o

ciclo de investimento.

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Custo de oportunidade: Remuneração correspondente à melhor utilização alternativa do recurso em

causa.

Demostração de resultados: Documento que apresenta a evolução da empresa ao longo de certo

período: proveitos, custos e resultados.

EBITDA: É um indicador financeiro bastante utilizado pelos analistas de mercado. A sigla corresponde a

“Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization”, ou seja, lucro antes dos juros,

impostos, depreciação e amortização. Em linhas gerais, o EBITDA representa o quanto a empresa gera de

recursos apenas nas suas actividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de

impostos.

Factoring: Forma de financiamento de curto prazo que se traduz na aquisição, por uma sociedade de

factoring, de créditos de curto prazo resultantes das vendas que a empresa realiza, e na prestação pela

mesma de serviços relacionados com a concessão de crédito.

Fontes de financiamento: As fontes de financiamento designam o conjunto de capitais internos e

externos à organização, utilizados para financiamento dos investimentos realizados. No momento de

escolher qual a fonte de financiamento a utilizar, importa, antes de mais, decidir se o financiamento deve

ser externo ou interno. Nesta escolha deverão pesar, entre outras questões, a perda ou ganho de

autonomia financeira, a facilidade ou possibilidade de acesso às fontes de financiamento e o custo

financeiro (juros) desse financiamento.

Garantia mútua: Instrumento a que os empreendedores poderão recorrer para obter crédito em

melhores condições e com redução das garantias.

Índice de rentabilidade do projecto: Valor actual dos cash-flows gerados por unidade de capital

investido.

Inflows: Entradas de fundos na empresa, por exemplo, o recebimento do empréstimo.

Investimento: Aplicação de fundos em activos com o objectivo de obter um excedente que remunere

adequadamente a despesa efectuada, num prazo mais ou menos longo.

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Juro: Corresponde ao custo ou ao rendimento de um capital, durante certo período de tempo a uma

determinada taxa de juro.

Just-in-time : Sistemas logísticos projectados param fornecer peças/componentes a determinado

processo de produção, à medida que são necessárias, não antes.

Leasing: Termo anglo-saxónico para a expressão locação financeira.

Liquidez: Traduz a aptidão do activo para se transformar em meios monetários. Normalmente, um

crédito a receber tem grau de liquidez mais elevado do que a existência que se encontra no armazém.

Lucro líquido: É o valor que sobra das vendas menos todos os gastos e despesas.

O lucro líquido tem por objectivo remunerar o investimento feito na empresa. Se não for distribuído, o

valor do património líquido é aumentado.

Margem bruta: A margem bruta corresponde à diferença entre o valor das vendas (como por exemplo,

vendas de mercadorias, de produtos, as prestações de serviços, etc.) e o valor do custo suportado pela

empresa nas mercadorias e matérias utilizadas para essas vendas. Ou seja, o valor da margem bruta

relativo a um determinado período corresponde à diferença entre o valor das vendas e o valor dos custos

das mercadorias vendidas e matérias consumidas (CMVMC). A margem bruta é, assim, um indicador de

primeira linha da performance da empresa ao nível da sua actividade operacional, até porque,

normalmente, o CMVMC é o custo mais relevante em termos de valor para a maioria das empresas.

Mercado-alvo: Trata-se do grupo de consumidores a quem a empresa decide dirigir os seus produtos,

serviços ou ideias, com uma estratégia destinada a satisfazer as suas necessidades e preferências

específicas, uma vez que, por maior e mais proeminente que seja, nenhuma empresa pode ser bem-

sucedida em todos os mercados e satisfazer todas as necessidades da sociedade.

Microcrédito: O microcrédito é um pequeno empréstimo bancário destinado a apoiar pessoas que não

têm acesso ao crédito bancário, mas querem desenvolver uma actividade económica por conta própria e,

para isso, reúnem condições e capacidades pessoais, que antecipam o êxito da iniciativa que pretendem

tomar.

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Passivo: Conjunto de obrigações assumidas pela empresa.

Patente: A patente é um instrumento de incentivo para a inovação tecnológica e de estímulo aos

investimentos que confere ao inventor o direito de impedir terceiro de fabricar, usar, colocar à venda ou

importar produto ou processo patenteados ou produto obtido diretamente de processo patenteado,

pelos prazos previstos em lei.

Payback: Expressão anglo-saxónica que designa o período de recuperação de um investimento.

Preços contantes: O projecto de investimento é avaliado a preços constantes quando se toma como

referência os preços do ano zero.

Preços correntes: O projecto de investimento é avaliado a preços correntes quando se tem em

consideração a inflação prevista para o período do projecto.

Propriedade intelectual: ‘Produtos da mente’, ideias (por exemplo, livros, música, software para

computadores, projectos, know-how tecnológico). A propriedade intelectual pode ser protegida por meio

de patentes, direitos de autor e marcas.

Receitas: São entradas de elementos para o activo da empresa, na forma de bens ou direitos que sempre

provocam um aumento da situação líquida.

ROI (rendibilidade do investimento): O ROI é um acrónimo de Return on Investment, em português,

Retorno do Investimento. Este índice financeiro mede o retorno de determinado investimento realizado e

contabilizado em meses nos quais ele será amortizado para então começar a gerar lucros.

Sociedade anónima (normalmente abreviado por S.A., SA ou S/A): É uma forma de constituição de

empresas na qual o capital social não se encontra atribuído a um nome em específico, mas está dividido

em acções que podem ser transaccionadas livremente, sem necessidade de escritura pública ou outro ato

notarial. Por ser uma sociedade de capital, prevê a obtenção de lucros a serem distribuídos aos

accionistas.

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Sociedade de Capital de Risco (SCR): Dedica-se ao financiamento de pequenas e médias empresas e à

promoção de iniciativas de criação de empresas direccionadas para actividades de ponta e com

possibilidade de forte expansão e geração de lucros.

Sociedade por Quotas: Na sociedade por quotas o capital está dividido em quotas e os sócios são

solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas no contrato social. Este tipo de

sociedade é indicado para os empresários que queiram partilhar o controlo e a gestão da empresa com

um ou mais sócios, nomeadamente quando não possuem todos os conhecimentos e competências

necessárias para conduzirem sozinhos o negócio.

Start-up: É um modelo de empresa jovem, embrionária, recém-criada, ou ainda em fase de constituição,

implementação e organização das suas operações (o que é mais comum). Uma start-up pode nem sequer

ter iniciado a comercialização dos seus produtos e serviços. Contudo, pode também ser uma empresa

totalmente solidificada no mercado que beneficiou de um crescimento rápido.

Stock ou existências: São designações utilizadas para definir quantidades armazenadas (ou em processo

de produção) de quaisquer recursos necessários para dar origem a um bem, com a função principal de

criar uma independência entre os vários estágios da cadeia produtiva.

Suprimentos: Empréstimos efectuados pelos sócios ou accionistas à empresa com prazo de reembolso

superior a um ano.

Taxa Interna de Retorno (TIR), em inglês IRR (Internal Rate of Return): É um método utilizado para

analisar investimentos. Em termos concretos, a taxa interna de retorno é a taxa de juros (desconto) que

iguala, em determinado momento, o valor presente das entradas (recebimentos) com o das saídas

(pagamentos) previstas de caixa. O cálculo da TIR de um investimento indica se este vai ou não valorizar a

empresa.

Termo da renda: Corresponde a cada um dos capitais da renda.

Valor actual: valor actualizado de um conjunto de futuros cash-flows.

Valor actual líquido: A contribuição líquida de um projecto para a criação de riqueza - o valor actual dos

cash-flows gerados pelo projecto.

Venture capital: Capital de risco.

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