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334 | Ortodontia & Estética Coordenação de conteúdo: Alexander Macedo Colaboração na matéria: Andréia Cotrim-Ferreira Luiz Fernando Eto Rita de Cássia Souza Baratela Thurler A COLAGEM DO APARELHO FIXO PELO LADO INTERNO DOS DENTES É UMA ALTERNATIVA PARA PACIENTES ADULTOS QUE NÃO QUEREM OU NÃO PODEM UTILIZAR O APARELHO FIXO CONVENCIONAL. OrtodontiaSPO | 2009;42(4):334-40 ORTODONTIA LINGUAL Na sociedade moderna, a estética está cada vez mais presente na vida das pessoas, tornando-se fator imprescin- dível para elevar a autoestima. E, em razão disso, profissionais de diversas áreas têm buscado soluções estéticas e cosméticas para facilitar os tratamentos médicos e odontológicos nesse campo. Na Odontologia, especificamente na área da Ortodontia, o número de pa- cientes adultos que procuram os consul- tórios para correção do posicionamento dos dentes tem aumentado considera- velmente. A Ortodontia Lingual surge, assim, como uma opção estética a essas pessoas, por apresentar a possibilidade da colagem do aparelho fixo pelo lado interno dos dentes, evitando assim o chamado “sorriso metálico”. Embora a técnica tenha sido de- senvolvida na década de 1970, nos Estados Unidos, o seu uso no Brasil só aconteceu mais recentemente. Mas sua procura para tratamentos ortodônticos em adultos vem crescendo a cada dia, graças às facilidades de acesso aos pro- cedimentos desses pacientes e também pela evolução da área. Segundo Andreia Cotrim-Ferreira, mestre em Ortodontia pela Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), coorde- nadora do curso clínico de Ortodontia Lingual do Instituto Vellini e professora do curso de Especialização em Ortodontia do Instituto Vellini, a Ortodontia, como um todo, teve um grande avanço não só pelo aumento do número de empresas investindo na área, como também porque se tornou mais acessível à população por meio dos meios de comunicação. “Além disso, o sistema estomatognático não é um órgão estático, ele sofre mudanças por

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Ortodontia & Estética

coordenação de conteúdo:Alexander Macedo

colaboração na matéria:Andréia Cotrim-FerreiraLuiz Fernando EtoRita de Cássia Souza Baratela Thurler

a colagEm do aparElho fixo

pElo lado intErno dos dEntEs é

uma altErnativa para paciEntEs

adultos quE não quErEm ou

não podEm utilizar o aparElho

fixo convEncional.

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ortodontia linGual

Na sociedade moderna, a estética

está cada vez mais presente na vida das

pessoas, tornando-se fator imprescin-

dível para elevar a autoestima. E, em

razão disso, profi ssionais de diversas

áreas têm buscado soluções estéticas e

cosméticas para facilitar os tratamentos

médicos e odontológicos nesse campo.

Na Odontologia, especifi camente

na área da Ortodontia, o número de pa-

cientes adultos que procuram os consul-

tórios para correção do posicionamento

dos dentes tem aumentado considera-

velmente. A Ortodontia Lingual surge,

assim, como uma opção estética a essas

pessoas, por apresentar a possibilidade

da colagem do aparelho fi xo pelo lado

interno dos dentes, evitando assim o

chamado “sorriso metálico”.

Embora a técnica tenha sido de-

senvolvida na década de 1970, nos

Estados unidos, o seu uso no Brasil só

aconteceu mais recentemente. Mas sua

procura para tratamentos ortodônticos

em adultos vem crescendo a cada dia,

graças às facilidades de acesso aos pro-

cedimentos desses pacientes e também

pela evolução da área.

Segundo Andreia Cotrim-Ferreira,

mestre em Ortodontia pela universidade

Cidade de São Paulo (unicid), coorde-

nadora do curso clínico de Ortodontia

Lingual do Instituto Vellini e professora

do curso de Especialização em Ortodontia

do Instituto Vellini, a Ortodontia, como

um todo, teve um grande avanço não só

pelo aumento do número de empresas

investindo na área, como também porque

se tornou mais acessível à população por

meio dos meios de comunicação. “Além

disso, o sistema estomatognático não é

um órgão estático, ele sofre mudanças por

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OrTO

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“Assim, aumentou-se a possibilidade de

movimentar dentes em periodontos com

diferentes características. Outro fator foi

a maior divulgação e o acesso à especiali-

dade entre as várias camadas da popula-

ção. Além disso, a utilização de aparelhos

que não comprometem a estética, durante

o tratamento ortodôntico, vai ao encontro

dos anseios e demandas crescentes dos

pacientes adultos”, destaca.

opçõEs dE aparElho

As técnicas utilizadas hoje pela

Ortodontia são bem mais amplas e

mais eficazes do que aquelas utilizadas

no surgimento da especialidade. Rita

garante que todas as técnicas realizadas

atualmente e que são feitas por profis-

sionais bem preparados e conscientes

levam ao mesmo objetivo, que é alcan-

çar a oclusão ideal para cada paciente.

“O tratamento realizado com braquetes

cerâmicos e braquetes linguais são bio-

mecanicamente semelhantes, a diferen-

ça principal é que os braquetes linguais

não são visíveis quando o paciente fala

ou sorri; os alinhadores apesar de serem

confeccionados em acetato incolor,

algumas vezes são perceptíveis e a mo-

vimentação dental é biomecanicamente

diferente da aparatologia fixa em alguns

aspectos”, informa.

A bem da verdade, é comum, em

alguns tratamentos, unir a técnica vesti-

bular com a técnica lingual, colocação de

alinhadores previamente ao aparelho ves-

tibular ou aparelho lingual para expansão

dental. “Na minha visão, a técnica lingual

reúne a eficiência tecnológica associada

à estética. Hoje em dia a aparência é um

fator essencial, diria até predominante

na decisão de algumas terapias. Quanto

aos tipos de aparelhos questionados,

para fins didáticos, podemos dividi-los

em fixos e removíveis. No grupo dos

removíveis estão os alinhadores com os

quais obtemos ótimos resultados, porém

com movimentos ortodônticos limitados,

além da necessidade da colaboração

do paciente. Entre os aparelhos fixos

temos os metálicos, que agradam uma

grande parcela da população jovem, e

os estéticos, que podem ser fabricados

em cerâmica ou outros materiais que se

aproximam da cor do esmalte dental. Já o

aparelho lingual, que a meu ver é o mais

completo, possui a eficiência mecânica

do aparelho fixo, além de ser imperceptí-

vel, conferindo ao paciente a estética que

ele deseja”, acentua Andreia.

Reforçando a afirmação, Eto asse-

gura que, apesar de todos os aparelhos

existentes atualmente apresentarem

um forte componente estético, “na

realidade, o único aparelho que pode

ser considerado totalmente invisível e de

controle tridimensional sobre os dentes

é o aparelho lingual”.

Evolução da técnica

O desenvolvimento de braquetes

mais confortáveis e com maior contro-

le mecânico sobre os dentes, técnicas

mais precisas para o posicionamento

desses braquetes, fios que dissipam

uma força mais adequada para uma

distância interbraquete pequena, menor

necessidade de dobras nos fios e um

sistema de ancoragem absoluta intrabu-

cal permitem, sem dúvida, a obtenção

de resultados mais previsíveis, aliado

a um aparelho confortável e estético,

ou seja, com características marcantes

que um paciente adulto procura em um

tratamento ortodôntico.

Esses fatores, de acordo com Eto,

trazem com eles uma maior demanda

dos pacientes pela técnica, um maior in-

vestimento dos fabricantes de braquetes,

o aumento de colegas interessados em

assimilar a técnica, o surgimento de asso-

ciações de classe mais expressivas, além

de maior número de estudos científicos,

mais congressos específicos de Orto-

dontia Lingual, entre outros fatores. “De

dez anos para cá, os congressos sobre a

toda a vida. Sendo assim, pacientes que

se submeteram a tratamento ortodôntico

na infância ou na adolescência e mesmo

aqueles que não tiveram acesso à Orto-

dontia, com o passar dos anos sentiram

a necessidade de utilizar um aparelho. O

aparelho lingual veio ocupar esta lacuna,

pois estes pacientes buscam um trata-

mento que seja o mais eficiente e sem o

comprometimento estético”, afirma.

Para Rita de Cássia Souza Baratela

Thurler, mestre e especialista em Or-

todontia pela universidade da Cidade

de São Paulo (unicid), integrante da

diretoria da Associação Brasileira de

Ortodontia Lingual (Abol) e pesquisa-

dora na área de materiais em Ortodontia

Lingual, a Odontologia em geral de-

senvolveu muitos materiais altamente

estéticos e muitas pesquisas tem sido

feitas fazendo com que o tratamento

odontológico seja também uma busca da

harmonia do sorriso. “Por este motivo,

aceitam a correção do posicionamento

dos dentes antes de fazer restaurações,

reabilitação protética e implantes”,

explica. “Com o advento dos materiais

adesivos, a Ortodontia deu um grande

salto evolutivo, em que o fator adesão

foi resolvido; então passou-se para outra

fase no qual a estética foi priorizada. Na

fase atual da evolução da Ortodontia

está o aparelho lingual que é pratica-

mente invisível e a opção do próprio pa-

ciente em fazer o tratamento ortodôntico

já faz parte da rotina dos consultórios

odontológicos”, acrescenta Rita.

Luiz Fernando Eto, especialista e

mestre em Ortodontia pela PuC Minas,

professor do curso de Especialização

em Ortodontia da universidade de Itaú-

na-MG e presidente da Abol, ressalta,

também, um maior conhecimento das

respostas biológicas frente a mecânica

ortodôntica, o desenvolvimento de fios,

braquetes e mecânicas que permitem a

aplicação e a dissipação de forças mais

suaves no periodonto de sustentação.

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Imagens cedidas pela professora Andreia Cotrim-Ferreira.

Figura 15Aparelho lingual com braquete

autoligado.

Figuras 1 e 2Paciente durante o tratamento ortodôntico lingual sem o comprometimento da estética do sorriso.

Figuras 3 a 5Intrabucais iniciais.

Figuras 6 a 8Intrabucais da fase de fi nalização com braquetes linguais.

Figura 9Diferente maneira de utili-zação dos mini-implantes com braquetes linguais.

Figura 10Perda de ancoragem inferior.

Figuras 11 e 12Iniciais e fi nais com o uso de aparelho lingual – vista oclusal.

Figuras 13 e 14Iniciais e fi nais com o uso de aparelho lingual – vista frontal.

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OrTO

INFO

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ãO

técnica lingual têm experimentado um

crescimento exponencial em pesquisas,

lançamentos de novas tecnologias e vem

atraindo o interesse de colegas de todo o

mundo”, revela.

Como mencionado anteriormente,

a Ortodontia Lingual teve início na dé-

cada de 1970. Nesta época, sua prática

era bastante difícil, pois não existiam

dispositivos ortodônticos específicos

para a técnica. Com o passar do tempo

agregaram-se cada vez mais tecnologia

e qualidade aos braquetes, propor-

cionando conforto e satisfação aos

pacientes. Associações de Ortodontia

Lingual foram criadas para que grupos

do mesmo interesse científico pudessem

juntos desenvolver e divulgar a técnica,

conferindo credibilidade e segurança

para que novos profissionais pudessem

se iniciar no novo campo do saber.

“Hoje, no Brasil, dispomos de uma

associação de Ortodontia Lingual, a

Abol, que promove a participação de

profissionais em congressos de Orto-

dontia Lingual. Nessas oportunidades,

grupos de ortodontistas se reúnem com

colegas de outros países, discutem ca-

sos clínicos e apresentam inovações da

técnica. um exemplo disso foi a parti-

cipação dos professores de Ortodontia

Lingual do Instituto Vellini divulgando

modernas técnicas de preparo da base do

braquete para maior adesão na colagem,

posicionamento e colagem indireta dos

braquetes e estudos cefalométricos do

perfil facial no Congresso da World So-

ciety of Lingual Orthodontics (WSLO)”,

esclarece Andreia. Neste Congresso, Eto

informa que membros da Abol, oriundos

de vários Estados do País, apresentaram

trabalhos científicos e clínicos de alto

nível, o que mostra a evolução da técnica

lingual no Brasil.

Contudo, foi nos anos de 1980 que

a grande dificuldade na colocação do

aparelho lingual foi verificada. Consta-

tou-se que a técnica é efetiva se for feita

uma fase laboratorial, onde é preparada

a colagem indireta. Com o passar dos

anos a fase laboratorial foi sendo aper-

feiçoada e começaram a surgir diferen-

tes moldeiras para fazer a transferência

e a colagem indireta dos braquetes

linguais nos dentes do paciente, como

por exemplo, o sistema TMF.

“O aperfeiçoamento dos métodos

laboratoriais e de colagem fez com que

a Ortodontia Lingual tenha maior preci-

são e sucesso na finalização dos casos.

Os ortodontistas estão desenvolvendo

diversas pesquisas científicas sobre

a técnica lingual, criando protocolos

precisos de colagem dos braquetes e

mecânica ortodôntica, adquirindo ex-

periência clínica para ensinar todos os

passos do tratamento, desmistificando

a dificuldade e tendo casuística clínica

para dar credibilidade a Ortodontia

Lingual”, enumera Rita.

adaptação

Em virtude do braquete ficar posicio-

nado na face lingual dos dentes, algumas

dúvidas em relação ao desconforto e a

fonação do paciente durante a fase inicial

de adaptação ao aparelho lingual são

levantadas pelos pacientes. Mas, como

os braquetes linguais têm se aperfeiçoado

muito nos últimos anos e já sendo pos-

sível encontrar no mercado uma grande

variedade deles, com espessuras diversas,

formatos anatômicos e funcionais, isso

facilita em muito seu posicionamento e

proporciona um real conforto ao paciente,

sem prejuízo da dicção.

“A maioria dos meus pacientes

adaptou-se muito bem”, relata Andreia.

“Essa adaptação ocorre na primeira

semana de uso, porém em alguns ca-

sos, este período pode se estender por

mais duas ou três semanas. Em alguns

pacientes, com arcos atrésicos, optamos

por braquetes menores e mais finos,

pois ocupam menos espaço e facilitam

a dicção. Outros pacientes nos quais

instalamos aparelho lingual no arco su-

perior e aparelho vestibular no inferior,

técnica mista, o paciente mencionou

maior incômodo no aparelho vestibular,

uma vez que o lábio ficava o tempo todo

encostado nos braquetes, enquanto que

no arco superior a língua rapidamente

posicionou-se mais para posterior”,

concordam Andréia e Rita.

Rita lembra ainda que estão dis-

poníveis no mercado braquetes com

perfil baixo e superfícies extremamente

polidas. “Clinicamente, quando trato de-

terminado caso com técnica mista, isto

quer dizer, aparelho lingual nos dentes

superiores e vestibular nos inferiores,

os pacientes relatam maior desconforto

com o aparelho vestibular inferior, pois

aparecem mais aftas em consequência

do contato dos braquetes com os lábios

do que com a língua”, conta.

Para Eto, estes questionamentos

ficaram para trás com o desenvolvimento

de novos braquetes mais confortáveis e

menores. “Estamos publicando um traba-

lho realizado na universidade de Itaúna

(MG), com pacientes de todo o Brasil que

utilizaram braquetes linguais (esta foi a

maior amostragem já avaliada para esta

finalidade) e os resultados mostraram cla-

ramente a satisfação dos pacientes com o

nível de conforto atual destes braquetes.

Quase 70% dos pacientes que já haviam

utilizado aparelhos vestibulares ante-

riormente disseram que, com relação a

conforto, o aparelho lingual é semelhante

e, às vezes, até melhor do que o aparelho

vestibular”, garante.

vantagEns

Estudos recentes demonstram que

a utilização de braquetes autoligados

proporciona uma redução significativa

do atrito, quando comparado aos aces-

sórios convencionais. Eto, no entanto,

diz que estes estudos são ainda muito

recentes e que um pouco mais de tempo

é necessário para uma correta análise

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Imagens cedidas pela professora rita de Cássia Souza Baratela Thurler.

Figura 19Final - lateral esquerda.

Figura 1Paciente com mordida profunda.

início do tratamento.

Figura 2Vista oclusal superior.

Figura 3Vista oclusal inferior.

Figura 4Término do tratamento.

Figura 5Vista frontal. Início do

tratamento. Aparelho lingual superior e vestibular inferior.

Figura 6Início do tratamento. Lateral direita.

Figura 7Início do tratamento. Lateral esquerda.

Figura 8Vista oclusal do aparelho lingual.

Figura 9Final do tratamento. Vista frontal.

Figura 10Final do tratamento. Lateral direita.

Figura 11Final do tratamento. Lateral esquerda.

Figura 12Estudo sobre protocolo de colagem feito por Thurler RCSB em 2007.

Figura 13Imagem inicial - frente.

Figura 14Imagem oclusal. ínício

da retração.

Figura 15Imagem oclusal, fi nalizando retração com microparafuso

e Ortodontia Lingual.

Figura 16Imagem oclusal. Término da retração com microparafuso.

Figura 17Imagem fi nal - frente.

Figura 18Final - lateral direita.

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dos resultados. “Como na técnica ves-

tibular, esta diminuição de atrito sugere

um movimento mais livre do dente e isto

pode significar uma diminuição no tem-

po de tratamento. Além disto, na técnica

lingual este fator pode ainda facilitar o

controle mecânico de alguns movimen-

tos, em que a distância interbraquete se

encontra diminuída”, pondera.

De fato, os braquetes autoligados

têm sido bastante utilizados na Orto-

dontia Lingual por facilitarem muito o

tratamento pela diminuição do atrito e do

tempo necessário para a troca de arcos.

“Em razão do fio trabalhar livremente na

canaleta do braquete melhora sobrema-

neira a eficiência biomecânica de deslize,

acelerando os estágios de nivelamento

e fechamento de espaço. Além desse

aspecto, o tempo de cadeira do paciente é

abreviado, o que significa progresso com

esses aparelhos”, informa Andreia.

Para Rita, os benefícios dos braque-

tes autoligados na técnica lingual são os

mesmos dos braquetes autoligados vesti-

bulares. “Como já foi assinalado, a dimi-

nuição do atrito, resultando em aplicação

de forças fisiológicas no movimento den-

tal e a facilidade na inserção e remoção

do arco nos braquetes linguais, reduzindo

o tempo de cadeira do paciente, são as

principais vantagens”, ressalta.

mini-implantEs

um dos pontos-chave para o sucesso

do tratamento ortodôntico é o controle da

ancoragem. Assim, a utilização de minipa-

rafusos pode funcionar como um auxiliar

na técnica lingual. “um dos fatores que

contribuíram muito para o desenvolvi-

mento da técnica lingual foi a ancoragem

esquelética. Todo tratamento ortodôntico

tem como base o princípio da ancoragem

e sempre temos de planejar não apenas

a força que irá gerar a movimentação de

um único elemento dental ou um grupo de

dentes, mas também a reação resultante

desta força. O princípio da movimentação

é o mesmo tanto na Ortodontia Lingual

quanto na Ortodontia Vestibular. Nas

duas técnicas a ancoragem visa anular a

resultante de forças. Além dos minipa-

rafusos permitirem movimentos dentais

em quantidade e direção diferentes dos

lados direito e esquerdo; também são es-

téticos e este é o ponto fundamental para

o paciente que é tratado com Ortodontia

Lingual”, determina Rita.

Eto costuma dizer que o surgimento

dos miniparafusos para controle de an-

coragem foi fundamental para o desen-

volvimento da técnica lingual, uma vez

que os pacientes que buscam a técnica

dão um enorme valor à estética durante

o tratamento e se recusam a utilizar qual-

quer acessório externo para ancoragem,

como AEB, e também acessórios internos

do tipo barra transpalatina, mecânica

do arco segmentado, molas de retração,

entre outros, alegando desconforto pro-

vocado pelo íntimo contato da língua

com os mesmos. “Desta forma, os mi-

niparafusos permitiram, principalmente

em casos de extração, a utilização de fios

únicos, lisos e diretos, propiciando uma

mecânica mais simples e confortável

ao paciente sem, contudo, abrir mão do

controle mecânico e da previsibilidade do

movimento dentário”, ressalta.

Conforme Andreia, a ancoragem

é fundamental em todo o tratamento

ortodôntico. “um bom controle dos mo-

vimentos e a prevenção de movimentos

indesejáveis torna o tratamento mais

seguro”, afirma. “Na Ortodontia Lingual

a frequência de pacientes adultos que ne-

cessitam de tratamento, acrescido ao fato

de que muitas vezes estes apresentam

problemas de perda dentais e problemas

periodontais, podemos lançar mão de

ancoragem com mini-implantes ao invés

de utilizar forças extraorais. uma outra

indicação importante para seu uso é no

maior controle da movimentação dos

dentes nos casos de extrações e distali-

zações”, acrescenta Andréia.

Ainda, segundo ela, a Ortodontia

Lingual é uma técnica muito nova, razão

pela qual é necessário que os ortodontistas

aprofundem mais seus estudos e dediquem

muito empenho à pesquisa. “Só assim ela

poderá aprimorar-se cada vez mais, fir-

mando-se como uma técnica Ortodôntica

moderna, cientificamente embasada e

que possa atender um maior número de

pacientes”, conclui Andreia.

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