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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

GUAIRA

2014

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL

EDSON TOBIAS MENDES

MINI-VOLEIBOL: Diálogo entre teoria e metodologia do voleibol

GUAIRA 2014

EDSON TOBIAS MENDES

MINI-VOLEIBOL: Diálogo entre teoria e metodologia do voleibol

Artigo apresentado do Programa de Desenvolvimento Educacional, como resultado final.

MINI-VOLEIBOL: Diálogo entre teoria e metodologia do voleibol

Edson Tobias Mendes 1 José Carlos Mendes2

RESUMO: O estudo oportunizou a aplicação de uma abordagem das metodologias para aprendizagem da modalidade do voleibol como uma alternativa de prática desportiva, alicerçada na proposta metodológica de ensino pertinente ao minivoleibol para alunos da 7º ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Presidente Roosevelt ensino Fundamental, Médio e Normal. Para tanto foi disponibilizado um Material Multimídia onde enfatizou uma proposta de minivoleibol como instrumento pedagógico na iniciação esportiva no ambiente escolar, especificamente na modalidade de voleibol. Com propostas de aulas, sugestões de leituras, estratégias de demarcações de quadra de acordo com número de alunos, onde o professor poderá fazer uso do mesmo para organização de suas aulas. A Implementação deu início com a apresentação do projeto para toda a comunidade escolar e aos alunos do 7º ano do ensino fundamental, por meio de aulas teóricas e práticas, com utilização de recursos áudio visual para explanação dos conteúdos, materiais esportivos, espaço físico demarcado para cada fase, assim foram trabalhados os conceitos e as características pertinentes ao minivoleibol nas estruturas 2 x 2, 3 x 3 e 4 x 4. Constatou-se uma participação efetiva dos alunos, sendo que a estruturação das aulas na perspectiva da metodologia do minivoleibol permitiu uma participação dos alunos sem as habituais pressões “errar” nas execuções do elementos técnicos do Voleibol. A prática do minivoleibol contribuiu largamente para o aprimoramento dos fundamentos básicos do voleibol, principalmente no que diz respeito às habilidades motoras, bem como, aceleração do processo de amadurecimento das habilidades ligadas ao voleibol, porém de forma lúdica e prazerosa.

Palavras chave: Metodologia, Ensino, Minivoleibol.

1 INTRODUÇÃO

O esporte tem sido um tema polêmico, especialmente, no âmbito de sua

inclusão nas aulas de Educação Física, tendo em vista que, inegavelmente, sua

prática reflete as premissas do esporte competitivo, surgindo dúvidas quanto ao seu

real valor educativo. Como conteúdo importante das aulas de Educação Física, o

esporte, em muitas situações, tornou-se, praticamente o conteúdo exclusivo desta

disciplina, especialmente no período do governo militar.

Neste período as aulas de Educação Física tinham o objetivo de desenvolver

o condicionamento físico dos alunos, nas aulas, os gestos esportivos específicos das

modalidades esportivas eram repetidos exaustivamente, de modo geral as aulas se

tornavam um ambiente para detecção de talentos, priorizando os alunos com maiores

aptidões para a prática esportiva competitiva, afastando os demais alunos das

atividades oportunizadas, ou seja, direcionava a um plano secundário os alunos que

não apresentavam grandes aptidões para a prática esportiva (DARIDO, 2003).

1Professor PDE, formado em Educação Física, atua no Colégio Estadual Presidente Roosevelt –

Ensino Fundamental, Médio e Normal no Município de Guaira – PR, NRE de Toledo, 2013. [email protected]

2 Professor do curso de Educação Física, Unioeste - Campus de Marechal Candido Rondon. 2012.

Atualmente, os conteúdos Estruturantes propostos para a Educação Física na

Educação Básica são: Esporte, Jogos e brincadeiras, Ginástica, Lutas, Dança, sendo

que neste contexto, segundo os dados pertinentes as DCES (2008) o “Esporte visa

garantir aos alunos o direito de acesso e de reflexão sobre as práticas esportivas,

além de adaptá-las à realidade escolar, devem ser ações cotidianas na rede pública

de ensino”. (pg. 63)

O esporte no âmbito escolar não se restringiria a prática pela prática, e sim

deveria envolver-se em uma reflexão crítica sobre o papel do esporte em nossa

sociedade, ou seja, a prática pedagógica de Educação Física não deveria limitar-se ao

fazer corporal, isto é, ao aprendizado única e exclusivamente das habilidades físicas,

destrezas motoras, táticas de jogo e regras. Estes aspectos tornam-se mais evidente

a partir das afirmações das DCEs (2009), de que:

O esporte é entendido como uma atividade teórico prática e um fenômeno social que, em suas várias manifestações e abordagens, pode ser uma ferramenta de aprendizado para o lazer, para o aprimoramento da saúde e para integrar os sujeitos em suas relações sociais. ( p. 33).

A prática pedagógica relacionada ao conteúdo esporte, presente na instituição

educacional seria diferente do trato pedagógico dado ao esporte a partir de uma

perspectiva conservadora de educação, visando forte orientação no rendimento e na

competição, presente também a seletividade via concorrência, igualdade formal

perante as leis e regras. Entretanto, seria equivocado aos alunos o acesso às técnicas

contidas nas modalidades, como bem ressaltou Bratch (2000, p. 14) em suas

afirmações que “não é mera coincidência que a escola, principalmente a privada,

desiste das aulas de Educação Física e promove as escolinhas de esporte”.

A partir do interesse dos alunos pela técnica, pelo jogo em si das modalidades,

a proposição de uma metodologia pautada a partir dos jogos lúdicos, juntamente

com o desenvolvimento das habilidades básicas, para que o iniciante tenha uma

maior variedade de movimentos e posteriormente proporcionar o ensino de

habilidades específicas das modalidades esportivas, seguidos hierarquicamente, para

que não prejudicasse os alunos, poderiam proporcionar diversos benefícios que

inegavelmente a prática do esporte proporciona aos seus praticantes, independente

do contexto.

Na atualidade, o voleibol, segundo Canfield (1998), está entre os esportes mais

populares em todo o mundo, sendo que 85% dos atletas de equipes adultas no mundo

vêm de categorias básicas (infanto juvenil e juvenil) e, particularmente, nas divisões

básicas do voleibol, o Brasil é o maior vencedor de títulos mundiais.

Durante a prática do voleibol são exigidos altos níveis de atenção e raciocínio

rápido para organizar as ações no jogo, características estas que podem desestimular

muitas crianças, ocorrendo sua adesão ou contato com a prática da modalidade após os

14 anos de idade. Neste período, além das adversidades técnicas e comportamentos

táticos exigidos durante a prática do voleibol, surgem fatores de ordem emocional como:

o medo de rejeição, aceitação das limitações motoras dos alunos nas ações específicas

do voleibol, entre outras.

As evidências elencadas acima exigem uma forma alternativa de ensino e prática

do voleibol no âmbito das aulas de Educação Física, preferencialmente, que a

metodologia adotada envolvesse uma iniciação lúdica ao jogo de voleibol, ou seja, uma

possível adoção da prática do minivoleibol para os alunos em idade mais tardia.

Segundo SANTOS (1999, p.8): o minivoleibol é um método criado por profissional

de Educação Física de vários países que se reuniram em um congresso na Suécia no

ano de 1975, tomando como referência as experiências realizadas. Criava-se a ideia de

um método que pudesse, na maior parte de suas ações, utilizar os pequenos jogos

como fator de motivação e transferência positiva, onde as crianças aproveitam

experiências anteriores para aquisição de novas habilidades.

O minivoleibol é um método simples e adaptado às necessidades e ao estágio de

maturação das crianças, para a aprendizagem do voleibol, jogado por duas equipes

compostas por menos de 6 jogadores em cada time, resultante de reflexões didáticas

onde as ações complexas se reduzem a situações de jogos simplificadas,

correspondentes ao estado de desenvolvimento dos jogadores (GOTSCH, 1983).

O minivoleibol é uma variação do voleibol, para crianças de 7 a 14 anos com

adequações que atentam as os níveis de condições físicas e motoras e a capacidade

técnica das crianças, jogo coletivo praticado por duas equipes com dois ou mais

jogadores num campo medindo 12m x 5m. Nas competições pode-se jogar com 2

contra 2 (2×2), 3 contra 3 (3×3), e eventualmente, 4 contra 4 (4×4). As pequenas regras

que o professor vai a pouco e pouco introduzindo deve ser conversada com os próprios

alunos que indicarão o melhor caminho. É interessante que desde o início aprendam a

executar o “saque por baixo” a fim de evitar erros e pequenos acidentes; além disso, é

mais provável um jogo com maiores “rallys”.

Os requisitos de aprendizagem específicos para o minivoleibol se adquirem

mediante jogos de movimento e exercícios em forma de jogo, cuja estrutura e condições

de jogo o principiante já conhece. Os jogos de movimentos e as formas de jogo são

modificados didaticamente, para introduzir o principiante à ação do jogo específico de

voleibol (GOTSCH, 1983).

Nesta perspectiva, foi implantado um programa de aprendizagem da

modalidade do voleibol como uma alternativa de prática desportiva alicerçada a partir

do minivoleibol para alunos da 7º ano do ensino fundamental do Colégio Presidente

Roosevelt da cidade de Guaíra – Pr. Para tanto, a intervenção foi estruturada com oito

aulas direcionada para apresentação da proposta a todo o corpo docente e

discente do estabelecimento, com utilização de material multimídia relacionando as

atividades e proporcionando aos alunos um momento de valorização do esporte nas

aulas de Educação Física.

2. O Ensino do Voleibol na Escola – Aplicabilidade do Minivoleibol

A importância que a modalidade voleibol tem em nossa cultura esportiva

brasileira é inegável, conforme ressaltou Muller (2009) que o voleibol ocupa um lugar

proeminente no cenário esportivo nacional e internacional. A utilização do modelo de

ensino, designado abordagem progressiva ao jogo de Mesquita (2006), em que a

dimensão cognitiva, dimensão motora e social integra-se no processo de ensino

aprendizagem do jogo, vem de encontro com a metodologia do minivoleibol aqui

proposto.

De acordo DCEs (2009, 62) a abordagem dos conteúdos estruturantes devem ser

abordados em complexidade crescente, em cada um dos níveis de ensino os alunos

trazem consigo múltiplas experiências relativas ao conhecimento sistematizado, que

devem ser consideradas e respeitado no processo ensino/aprendizagem. Freire (1994)

afirmou que o professor de Educação Física que oportuniza iniciação esportiva nas

aulas deveria ter como objetivo além de passar seu conhecimento da área de esportes,

também educar o seu aluno para a vida na sociedade.

O professor de Educação Física poderia auxiliar seus alunos a fortalecer os

valores, com a finalidade de desenvolverem suas competências cognitivas, pessoais,

sociais e produtivas, consequentemente se inserirem na sociedade. Ele pode assumir

uma nova postura educacional, estar aberto a novos entendimentos e práticas

pedagógicas, aceitando os alunos como participantes e não como objetivo a ser

lapidado.

Segundo Brotto (2002) os jogos competitivos atualmente são os mais promovidos

em nossa sociedade, e cabe a nós, tornar esta experiência positiva para nossos alunos,

ensinando-lhes habilidades de autocontrole, promovendo valores humanos positivos,

assim, teríamos um instrumento de grande poder em nossas mãos.

Outro ponto interessante que Santin (2003, p.111) discute ao tratar de iniciação

de um esporte na Educação Física escolar diz respeito à ludicidade. Além disso, o autor

reforçou que o homem é um ser que brinca e é necessário recuperar o mundo lúdico ou

o homo ludens fora dos esquemas do trabalho produtivo e da técnica, o homo faber.

Além disso, o autor ressaltou que o brincar é a maneira de ser do homem e “a

recuperação do esporte, fora dos grandes esquemas do rendimento, provavelmente só

acontecerá com o reencontro da ludicidade”. Portanto, o professor, mais do que saber

técnicas e estratégias, precisa saber brincar e não deve assumir o papel de um

treinador, tornando-se de suma importância a utilização de uma metodologia de ensino

adequada para cada faixa etária, respeitando-se a questão motora, cognitiva, social e

afetiva.

Nesta perspectiva, o minivoleibol é apropriado para iniciantes mais velhos que

ainda não estejam preparados para o jogo normal, pela proposta lúdica de sua prática,

como também, para os alunos mais aptos para a prática da modalidade. A prática do

minivoleibol pode ser amplamente aplicada em diferentes contextos, ou seja, sua prática

pode ocorrer:

- com menos de seis jogadores (2x2, 3x3, 4x4) permitindo maiores possibilidades

de contato com a bola, cooperação, táticas simplificadas e maior interesse dos

alunos;.

- em de quadras de menores dimensões, exigindo de menos força na realização

dos gestos, menores distâncias nos deslocamentos, menor número de

interrupções prologando os rallies por maior tempo;

- variando a altura da rede, ou seja, alta possibilita mais defesas e rallies mais

longos, mais baixa mais jogo de ataque, dificultando a defesa;

- variando o tamanho e peso de bolas.

- com regras adaptadas, estimulando atitudes diferentes nas de tomadas de

decisões, entre outras.

No Brasil existem diversos trabalhos que utilizam o minivoleibol como

metodologia de ensino, o mais famoso deles o “Viva Vôlei” criado pela Confederação

Brasileira de Voleibol, servindo como modelo que facilita a prática da modalidade para

as crianças. Assim, o minivoleibol aparece como uma prática alternativa de jogo

adaptada para as necessidades e capacidades de crianças de 8 a 14 anos de idade.

(Programa Viva Vôlei, 2000).

3. A Intervenção Pedagógica na Escola

A realização da proposta no Projeto de Intervenção Pedagógica ocorreu no

primeiro semestre do ano letivo de 2014, nas dependências do Colégio Estadual

Presidente Roosevelt - Ensino Fundamental, Médio e Normal, para os alunos do sétimo

ano do ensino Fundamental. As aulas foram desenvolvidas em três etapas, que

contemplaram variações de tipos de jogos, aspectos táticos e técnicos pertinentes à

modalidade de Voleibol.

Inicialmente, ocorreu a apresentação do projeto de intervenção pedagógica na

escola, para direção, equipe pedagógica, corpo docente e funcionários durante a

Semana Pedagógica, sendo socializados os objetivos e proposta de intervenção para a

comunidade escolar (direção, equipe pedagógica, corpo docente e funcionários da

escola) na expectativa de tornar pública a implementação da proposta durante o primeiro

semestre do ano letivo de 2014.

Neste momento foram esclarecidos os principais aspectos sobre a prática do

Minivoleibol e a possibilidade de estabelecer o diálogo entre teoria e metodologia de

ensino do Voleibol que estimulasse o aprendizado dos alunos em situações mais

próximo possível da situação de jogo, de forma estimulante e divertida em todas as

etapas. Durante a explanação foram esclarecidas algumas dúvidas em relação a

aplicabilidade das atividades, os materiais que seriam utilizados, neste momento,

apesar das dúvidas foi possível perceber uma aceitação positiva para a efetivação da

proposta.

Aparentemente, neste momento a escolha do método da prática de Minivoleibol

parece refletir as palavras de Greco (1998, p. 39) de que “a escolha que um professor

faz por um determinado método de ensino na iniciação esportiva é de grande

importância para o sucesso do praticante no processo de ensino-aprendizagem-

treinamento”, as explanações iniciais geraram grande expectativa da comunidade

escolar para a vivência prática posterior.

Em seguida, na parte inicial da 1ª Etapa, foram oportunizadas duas aulas

teóricas para explanação da proposta de intervenção do Projeto aos alunos do

sétimo ano do ensino fundamental, conscientizando-os da importância da participação

com responsabilidade para que conheçam a metodologia proposta a fim de que

tenham autonomia para escolher ou não a prática desportiva em sua vida. Foram

utilizados recursos audiovisuais para apresentação da História e origem do Voleibol, os

conceitos e as características pertinentes ao minivoleibol na estrutura 2 x 2, os

materiais a serem utilizados para a prática, observando-se assim o entusiasmo nas

manifestações verbais dos educandos na participação do projeto.

Foram oportunizadas quatro (4) aulas práticas com atividades pertinentes à

situação de mini jogo 1 x 1 e 2x2, para tanto a quadra foi dividida com um elástico preso

nas traves, formando assim oito mini quadras. Nas práticas iniciais foram adequadas

algumas regras para possibilitar a prática do jogo, como por exemplo, era permitido que

o aluno segurasse a primeira bola advinda do saque, posteriormente, podiam segurar a

segunda e não mais a primeira, para mais a frente não ser possível mais segurar a bola

durante a prática.

Conforme é possível verificar no “ANEXO 1” e “ANEXO 2” deste trabalho

modelos de aula para essas estruturas 1 x 1 e 2 x 2 (MESQUITA, 2013 p. 326-344).

Nesta etapa percebeu-se que os alunos ainda aparentavam insegurança nas

ações motoras exigidas para prática do jogo, no entanto, gradativamente o jogo

proposto oportunizou o aumento da quantidade e das qualidades das ações dos alunos,

consequentemente, ocorreu um melhoramento das capacidades motoras e físicas de

forma divertida e simples, auxiliando no aprendizado das demais fases. De modo geral,

as atividades pertinentes à estrutura de jogo 2x2 permitiram que os alunos, segundo

Fock e Lins (2010), se familiarizarem com o voleibol em estruturas reduzidas e

gradativamente ir aumentando o número de jogadores e a quadra de jogo.

Além disso, os autores ressaltaram que seria aconselhável para iniciantes com

maiores dificuldades de aprendizagem, ou que não foram anteriormente oportunizados

a prática formal da modalidade de Voleibol, fossem oportunizados a um tempo mais

prolongado de exercitação da modalidade nestas situações reduzidas, tendo em vista

que propiciam aos alunos o contado com a bola de forma mais frequente e as

dimensões reduzidas da quadra permitem grande possibilidades de êxito para bola

ultrapassar a rede.

Em seguida, na etapa de prática do jogo na estrutura 3 x 3 foi necessário o

aumento da dimensão da quadra, aproximando ainda mais os exercícios a situação real

do jogo de voleibol, exigindo de maior relação de cooperação e organização entre os

alunos. A prática do jogo na estrutura 3x3 , segundo Mesquita, oportuniza um maior

número de ações ofensivas e defensivas dos praticantes, oportunizando boas

possiblidades de organização mais efetiva do ataque, a medida que um jogador poderá

dedicar-se exclusivamente ao levantamento.

No “ANEXO 3” um modelo de aula para esta estrutura 3 X 3 (MESQUITA, 2013 p.

326-344).

Neste sentido, durante as atividades foram propostos conteúdos de

aperfeiçoamento dos gestos técnicos de toque, recepção e saque, uma maior exigência

de passe com toque e manchete e levantamentos de toque para frente e para trás,

movimentação para cobertura de ataque, defesa com deslocamento, bloqueio com

marcação na frente da bola, movimentação de braço com atenção no posicionamento

das mãos. Mesquita (2006) ressaltou que “o uso que se faz das diferentes situações

dos jogos não obedece a uma hierarquia rígida, ou seja, não preconiza a passagem

obrigatória das situações menos para as mais exigentes, devendo a sua manipulação

ser ditadas pelas particularidades das próprias aprendizagens”, rompendo com a ideia

do ensino das técnicas de forma isolada, concedendo primazia ao ensino do jogo por

meio dos processos cognitivos de percepção e da tomada de decisão.

Na etapa de atividades pertinentes à estrutura 4 x 4, a fim de facilitar a

adaptação à quadra oficial de voleibol ,utilizou-se o formato quadrado (7 x 7m) na

expectativa de tornar o jogo mais dinâmico e com a possibilidade de bom nível de

rendimento alcançado em todos os fundamentos, até mesmo com mais força e

velocidade. Os conteúdos ministrados foram o aperfeiçoamento dos gestos técnicos de

toque, manchete e saque, de passe, de levantamento de frente e de costas, de ataque,

bloqueio, de defesa e sistema de defesa.

Conforme é possível verificar no “ANEXO 4” deste trabalho (MESQUITA, 2013 p.

326-344).

Além disso, foram introduzidas as ações de bloqueio e da defesa, assim como a

continuidade na expectativa de melhoria na execução de todos os elementos técnicos

pertinentes à prática do jogo de voleibol. A prática do jogo na estrutura 4x4 oportuniza

um incremento nas ações com e sem a bola, a medida que a partir da recepção existe a

possibilidade de mais três jogadores. Neste sentido, Mesquita (2006) ressaltou a

necessidade de consolidação das ações com bola, tendo em vista o aumento da

complexidade das ações coletivas do jogo como, por exemplo, as coberturas, a melhor

ocupação dos espaços, entre outras.

A intervenção com a utilização e produção dessas atividades representou um

marco diferencial, para uma aprendizagem significativa, apresentando-se como

interessante para prosseguimento a esta metodologia no âmbito escolar possibilitando

o envolvimento de um número maior de profissionais da área na expectativa de

despertar o interesse para introdução dos alunos n a p r á t i c a d o V oleibol.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A complexidade do processo de ensino-aprendizagem do voleibol exige a

aplicação de diversos métodos de ensino na expectativa de atrair o aluno o mais cedo

possível para a prática do voleibol, assim como, estimular a socialização, o

desenvolvimento do domínio das ações técnicas da modalidade, naturalmente contribuir

para a formação de um praticante da modalidade com entusiasmo para tornar prática

da referida modalidade algo cotidiano.

A proposta de aplicação da metodologia do minivoleibol apresenta como

alternativa viável para o desenvolvimento das capacidades técnicas da modalidade de

Voleibol, independente, da faixa etária e principalmente dos limites momentâneos dos

praticantes. Além disso, tornou-se uma estratégia motivadora, não somente para os

envolvidos, como também notado o interesse dos demais alunos do colégio,

frequentemente, ocorriam solicitações para expansão do projeto para outras turmas,

assim como a possibilidade de torna-lo um projeto permanente na escola.

A proposta ofereceu a todos os alunos participantes, inclusive ao professor PDE

um enriquecimento do conhecimento que minivoleibol é um processo pedagógico

positivo para ensino da modalidade de voleibol, destacando as ações em grupo e o

estímulo pela busca de conhecimento, inclusive quando as atividades não tinham como

referência exclusiva a execução de movimentos físicos durante a implementação.

REFERÊNCIAS

BRACHT, Valter. Esporte na escola e esporte de rendimento. Movimento,

Porto Alegre, v. 6, n. 12, p. 14-24, jan./jun. 2000.

BROTTO, Fábio Otuzzi. O Jogo e o esporte como um exercício de convivência.

2 ed. Santos: Projeto Cooperação, 2002. CANFIELD, J.; REIS, C. Aprendizagem motora no voleibol. Rio de Janeiro: JTC, 1998.

DARIDO, S. C. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2003

DIETRICH, Knut; DURRWACHTER, Gerhard; SCHALLER, Hans-Jurgen. Os grandes jogos: metodologia e prática. Rio de Janeiro, 1984.

FOCK, J. L.; LINS, R. G. Mini volei e iniciação esportiva. Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 145 - Junio de 2010. Disponível em: http://www.efdeportes.com/. Acesso em 05 mar 2014..

FREIRE, João B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. São

Paulo, 1994.

GOTSCH, W. Minivoleibol. Argentina: Editorial Stadium, 1983.

GRECO, Pablo Juan (Org.). Iniciação Esportiva Universal. 2. ed. Belo Horizonte.

1998.

GRECO, P. J. Iniciação Esportiva Universal. Metodologia da iniciação esportiva na escola e no clube. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1998.

MESQUITA, Isabel; Modelos de Ensino dos Jogos Desportivos. In: Go Tani; Jorge

Olímpio Bento; Ricardo Demétrio de Souza Petersen. (Org.). Pedagogia do desporto. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, v. 1, p. 269-283.

GOTSCH, W. Minivoleibol. Argentina: Editorial Stadium, 1983.

MACEDO, N. D. de. Iniciação à pesquisa bibliográfica: guia do estudante para a

fundamentação do trabalho de pesquisa. - 2. ed. Revista – São Paulo: Edições Loyola, 1994.

MESQUITA, Isabel; Ensinar Bem para Aprender Melhor o Jogo de Voleibol. In: Go

Tani; Jorge Olímpio Bento; Ricardo Demétrio de Souza Petersen. (Org.). Pedagogia do desporto. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, v. 1, p. 326-344.

MÜLLER, Antonio José. Voleibol: desenvolvimento de jogadores. Florianópolis: Visual Books, 2009.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares Estaduais. Educação Física. Curitiba: SEED,

2009.

PROGRAMA Viva Vôlei. II Curso de capacitação de recursos humanos para o mini-voleibol. CBV. 2000. http://www.cbv.com.br/v1/vivavolei/desc_programa.asp

acesso em 06/10/2014.

ANEXO 1 – MODELO DE ATIVIDADES DE AULAS NA ESTRUTURA 1 X 1

Mesquita, Izabel ; Afonso, José; Coutinho, Patrícia e Araújo, Rui (2013). Modelo de abordagem progressiva do jogo

de voleibol: concepção, metodologia, estratégias pedagógicas e avaliação. .In. Tavares, F.. Jogos Desportivos

Coletivos: Ensinar a jogar. Editora Fadeup, Porto.

ANEXO 2 – MODELO DE ATIVIDADES DE AULAS NA ESTRUTURA 2 X 2

Mesquita, Izabel ; Afonso, José; Coutinho, Patrícia e Araújo, Rui (2013). Modelo de abordagem progressiva do jogo

de voleibol: concepção, metodologia, estratégias pedagógicas e avaliação. .In. Tavares, F.. Jogos Desportivos

Coletivos: Ensinar a jogar. Editora Fadeup, Porto.

ANEXO 3 – MODELO DE ATIVIDADES DE AULAS NA ESTRUTURA 3 X 3

Mesquita, Izabel ; Afonso, José; Coutinho, Patrícia e Araújo, Rui (2013). Modelo de abordagem progressiva

do jogo de voleibol: concepção, metodologia, estratégias pedagógicas e avaliação. .In. Tavares, F.. Jogos

Desportivos Coletivos: Ensinar a jogar. Editora Fadeup, Porto.

ANEXO 4 – MODELO DE ATIVIDADES DE AULAS NA ESTRUTURA 4 X 4

Mesquita, Izabel ; Afonso, José; Coutinho, Patrícia e Araújo, Rui (2013). Modelo de abordagem progressiva do jogo de voleibol: concepção, metodologia, estratégias pedagógicas e avaliação. .In. Tavares, F.. Jogos Desportivos Coletivos: Ensinar a jogar. Editora Fadeup, Porto.