PARECER.CONJUR.MTE.456.2013.46000.003269.2013.71
-
Upload
douglas-fabiano-de-melo -
Category
Documents
-
view
13 -
download
0
description
Transcript of PARECER.CONJUR.MTE.456.2013.46000.003269.2013.71
-
ADVOCACIA-GERAL DA UNIO CONSULTORIA-GERAL DA UNIO
CONSULTORIA JURDICA JUNTO AO MINISTRIO DO TRABALHO E EMPREGO
PARECER N 4 S (o /2013/CONJUR~'m-E1CGU/AGU PROCESSO N 46000.003269/2013-71 INTI:RESSADO: Federao Nacional dos Jornalistas ASSUNTO: Consulta CIRP. Pargr~fo nico do art. lI, do Decreto n 83.284, de 1979.
Manifestao do sindicato quando do registro de jornalista junto ao MTE.
Constitucional e Trabalhi$ta. Consulta oriunda da Coordenao de Identificao e Registro Profissional - CIRP/SPPE. Manifestao do sindicato quando do registro de jornalista junto ao MTE. Inteligncia do pargrafo nico do art. 11 do Decreto n 83.284, de 1979.
Senhora Consultora Jurdica,
1- BREVE RELATRIO
A Coordenao de Identificao e Registro Profissional - CIRP/SPPE, atravs da NOTA INFORMATIVA N 1343/2013/CIRP/CGSAP/DES/SPPE/MTE, solicita a esta Consultoria Jurdica manifestao sobre a necessidade de consulta ao sindicato quando da realizao de registro de jornalista nesta Pasta, nos termos da previso contida no pargrafo nico do art. 11 do Decreto n 83.284, de 1979.
2. A citada Nota faz meno ao Ofcio n 28/2013, da Federao Nacional dos Jornalistas, que reitera a necessidade de o MTE ouvir os sindicatos quan-to ao correto enquadramento dos jornalistas, de acordo com suas funes, nos termos do pargrafo nico do art. 11 do Decreto n 83.284, de 1979 (fls. 01/02). 3. Destaca a CIRP que a emisso de registro profissional de jornalista pelas Superintendncias Regionais do Trabalho e Emprego se d de acordo com as recomendaes estabelecidas no art. 4 do Decreto n 83.284, de 1979, e ainda com base em deciso proferida pelo Supremo Tribunal Federal que, no julgamento do RE 511961, declarou a no recepo do art. 4, inc. V, do Decreto-Lei n 972 pela Constituio, acarretando a suspenso da exigncia de diploma para o exerccio da profisso de jornalista. 4. Aduz que o pargrafo nico do art. 11 do Decreto n 83.284, de 1979, dispe que os sindicatos sero ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional, mas no faz referncia expressa ao nome da instituio que tem o dever de realizar tal consulta, alm de no mencionar que a emisso do registro profissional de Jornalista deve estar condicionada a apresentao de documento emitido por Sindicato, conforme pleito da FENAJ.
5. Informa que, por tais motivos, as SRTE's no exigem dos interessados no registro o documento emitido pelo sindicato que informe o exato enquadramento do profissional, apenas exigem os documentos constantes do art. 4 do Decreto n 83.284, de 1979, respeitada a deciso do STF.
-=E-sp"":"la-n-a"":"d a--:-do-s"":M":'":'j""":nj""":st"":""":"ri o-s-, '::'s l:"'"o-co""":F=-, -=S""":al:"'"a -=S~19=----::'C:=:E p::-; "=:'7"::"0.-:::"0:=:Sg::--"::"gO::":0:""'-"":S::-r-as-;:n":""ia"":-D:":F,...------------- O" T .. , . 11';' \ -=l-=l17 1';411 .. 11';1 \ -=l-=l17 I';n74_ ~"Y' 11';1 \ -=l-=l17 I';?o;4 _ "'nrl .. r .. rn .. 1 .. trAnirn rnni"rn'lmt" nn\l hr 'lI'
-
Processo n 46000.003269/20 Continuao do PARECER N /2013/CONJUR-MTE/CGU/AGU
6. Assim questiona a CIPR se cabe ao MTE realizar obrigatoriamente a consulta exigida no pargrafo nico do art. 11, do Decreto n 83.284, de 1979.
7. o breve relatrio.
11 - DA ANLISE DA CONSULTA
8. O Decreto-Lei n 972, de 17 de outubro de 1969, que dispe sobre o exerccio da profisso de jornalista, prev em seu art. 41, que o exerccio da profisso de jornalista requer prvio registro no rgo regional do Ministrio do Trabalho e Emprego.
9. Referido dispositivo enumera ainda os documentos que devero ser apresentados quando da solicitao do registro, dentre eles o diploma de curso superior de jornalismo, conforme previso do inc. V, do art. 4. 10. No entanto, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinrio n 511.961 - SP, declarou que referido dispositivo, que trazia a necessidade de apresentao do diploma em curso superior em jornalismo para a obteno do registro, no fora recepcionado pela Constituio Federal 2
11. Posteriormente, a Secretaria-Geral do Contencioso, rgo da Advocacia-Geral da Unio cuja atribuio preponderante auxiliar a atuao do Advogado-Geral da Unio junto ao Supremo Tribunal Federal, entendeu que a manuteno do procedimento de registro de jornalista no rgo regional do MTE est em consonncia com o que restou assentado pelo Pleno do STF no RE 511.961/SP3
12. Assim, nos termos manifestados pela SGCT, permanece a necessidade de registro junto ao MTE para o exerccio da profisso de jornalista, dispensando-se, no entanto, a necessidade de apresentao de diploma de concluso do curso superior".
Art. 4g o exerccio da profisso de jornalsta requer prvio registro no rgo regional competente do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social que se far mediante a apresentao de:
I - prova de nacionalidade brasileira; /I - folha corrida; /lI - carteira profissional, ~: - ~--'t.D:~}t-;\-; .J"'.: .'j _-~ :~,,_,.C~,"l(r (;'~ .,.(..:,'":,-/:I.--:"/,.C-, (rf/{. ... ,,:.! DI,! .rp((r--/7L,_i::.... t:.>';,I~'~'_,:C n;~ / .. ,.r/~t\-lp:-!{., Cid C[.'_.~a,-~~L f_'
::..: l:.i.:r,i 1),/ p,~~ /t;-~~I, ,.' 'T ::"{ o':: p.-:r(-_ crc!;' ..... , ... :..'. ,'ali....;. ':}d,-d a.,:: f,;."l;,:_'.'," !-~,'3(!(;/1,.-J:,'~s '.7" ... : I',"';":; "u" :;'C -i.ruo.-.' 6 Q 19 O regulamento dispor ainda sobre o registro especial de: .'--
a) colaborador, assim entendido aquele que, mediante remunerao e sem relao de emprego, produz trabalho de natureza tcnica, cientfica ou cultural, relacionado com a sua especializao, para ser divulgado com o nome e qualificao do autor,
b) funcionrio pblico titular de cargo cujas atribuies legais coincidam com as do artigo 29, c) provisionados na forma do art. 12, aos quais ser assegurado o direito de transformar seu registro em
profissional, desde que comprovem o exerccio de atividade jornalstica nos dois ltimos anos anteriores data do Regulamento.
2g O registro de que tratam as alneas "a" e "b" do pargrafo anterior no implica o reconhecimento de quaisquer direitos que decorram da condio de empregado, nem, no caso da alnea "U', os resultantes do exerccio privado e autnomo da profisso.
2 "Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sesso Plenria, na conformidade da Ata do julgamento e das notas taquigrficas, por maioria de votos, conhecer e dar provimento aos recursos extraordinrios, declarando a no-recepco do artigo 4g inciso 11, do Decreto-Lei n 972/1969, nos termos do voto do relator".
3 NOTA AGU/SGCT/MAS/N 524/2011
4 Nesse ponto, cabe registrar que esta Consultoria jurdica, em manifestao datada de fevereiro de 2010, conclui, atravs do PARECER/CONjUR/MTE/ N 24/2010, pela ilegitimidade da manuteno de registro de jornalista no mbito do MTE, por entender que a deciso proferida pelo STF no julgamento do RE n 511.961!SP impe a este rgo que se abstenha de exercer qualquer ingerncia sobre a profisso de jornalista, notadamente no que tange imposio de qualificao para o exerccio do mister. Registre-se, por fim, que referido tema no se encontra pacificado no mbito do Poder judicirio, coexistindo decises que entendem pela manuteno do registro, e outras que entendem pelo descabimento deste.
-
Processo n 46000.003269/2 Continuao do PARECER N 12013/CONJUR-MTE/CGU/AGU
13. Feitas tais consideraes iniciais, passa-se anlise da demanda, na qual a CIRP questiona acerca da obrigatoriedade de o MTE realizar a consulta exigida no pargrafo nico do art. 11 do Decreto n 83.284, de 1979.
14. Referido Decreto regulamenta o Decreto-Lei n 972, de 1969, dispondo sobre o exerccio da profisso de jornalista, elencando tambm normas voltadas ao registro de tais profissionais no mbito desta Pasta.
15. O art. 11 do citado Decreto prev que as funes desempenhadas pelos jornalistas, como empregados, sero classificadas observando as atividades ali descritas, nos seguintes termos:
Art. 1l. As funes desempenhadas pelos jornalistas, como empregados, sero assim classificadas:
I - Redator: aquele que, alm das incumbncias de redao comum, tem o encargo de redigir editoriais, crnicas ou comentrios;
11 - Noticiarista: aquele que tem o encargo de redigir matrias de carter informativo, desprovidas de apreciaes ou comentrios, preparando-as ou redigindo-as para divulgao;
111 - Reprter: aquele que cumpre a determinao de colher notcias ou informaes, preparando ou redigindo matria para divulgao;
IV - Reprter de Setor: aquele que tem o encargo de colher notcias ou informaes sobre assuntos predeterminados, preparando-as ou redigindo-as para divulgao;
V - Rdio Reprter: aquele a quem cabe a difuso oral de acontecimento ou entrevista pelo rdio ou pela televiso, no instante ou no local em que ocorram, assim como o comentrio ou crnica, pelos mesmos veculos;
VI - Arquivista-Pesquisador: aquele que tem a incumbncia de organizar e conservar cultural e tecnicamente o arquivo redatorial, procedendo pesquisa dos respectivos dados para a elaborao de notcias;
VII - Revisor: aquele que tem o encargo de rever as provas tipogrficas de matria jornalstica;
VIII - Ilustrador: aquele que tem a seu cargo criar ou executar desenhos artsticos ou tcnicos de carter jornalstico;
IX - Reprter Fotogrfico: aquele a quem cabe registrar fotograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornaltisco;
X Reprter Cinematogrfico: aquele a quem cabe registrar cinematograficamente quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornalstico;
XI - Diagramador: aquele a quem compete planejar e executar a distribuio grfica de matrias, fotografias ou lustrae~ de carter jornalstico, para fins de publicao.
Pargrafo nico. Os Sindicatos sero ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional.
16. O mesmo dispositivo estabelece, em seu pargrafo, que os sindicatos sero ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional. Assim, persistindo o entendimento de que permanece vlida a exigncia de registro no rgo regional do MTE para o exerccio da profisso de jornalista, entende-se que o rgo responsvel pelo citado registro tambm o responsvel pela realizao dos procedimentos definidos no art. 11 do Decreto n 83.284, de 1979.
17. De fato, a Administrao Pblica est adstrita observncia do princpio da legalidade (art. 37, caput, da Constituio). Assim, de acordo com o entendimento anteriormente exposto, enquanto em vigor os dispositivos legais concernentes ao registro profissional realizado pelo Ministrio do Trabalho e Emprego - MTE, exceo do art. 4, V, do Decreto-Lei n 972, de 1969, no cabe Administrao negar o registro profissional a quem o pretenda, observados os demais requisitos legais, inclusive o pargrafo nico do art. 11 do Decreto n 83.284, de 1979.
-
Processo nQ 46000.003269/2013-761 Continuao do PARECER NQ li G /2013/CONJUR-MTE/CGU/AGU
111 - CONCLUSO
18. Em face dos argumentos expostos, e tendo em vista o entendimento fixado pela Secretaria-Geral do Contencioso, da AdvoC8cia-Geral da Unio - SGCT/AGU, na NOTA AGU/SGCT/MAS/N 524/2011, conclui-se pela obrigatoriedade de o MTE realizar, quando do registro de jornalistas, a consulta exigida no pargrafo nico do art. 11 do Decreto n 83.284, de 1979.
19. So estas as consideraes a serem encaminhadas CIRP/SPPE, em resposta consulta formulada.
considerao superior. Braslia, 05 de agosto de 2013.
rf'kcl.-'N\ r(Lollv'. P:r-~t~ JLi1ia~a Moreira Batista
Advogada da Unio Chefe de Diviso de Anlise de Consultas Trabalhistas
De acordo. considerao da Se
-
Processo n 46000.003269/2013-71 Continuao do PARECER N U b'2013/CONJUR-MTE/CGU/AGU
DESPACHO N~9/2013/CONJUR-MTE/CGU/AGU 1. Aprovo o PARECER NL{~2013/CONJUR-MTE/CGU/AGU. 2. Encaminhe-se CIRP/SPPE.
Braslia,6 de AGO sto de 2013. ------;----