PERIÓDICO 1 mUM M BMliíÃê WBEÍ 5SIMEIIM...

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•?; ítv ^ 7-7 - 7'7 ASSIGNATURA ANNUAL Brazil 58000 PAGAMENTO ADIANTADO publica-se nos dias 1 e 15 de cada mez PERIÓDICO EVOOJCEOftlSTA. 1 mUM M BMliíÃê WBEÍ 5SIMEIIM ASSIGNATURA ANNUAL 68000 PAGAMENTO ADIANTADO Estrangeiro PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DE CADA MEZ Toda a correspondência deve ser dirigida a F. A. XAVIER PINHEIRO Rua do Regente n. 19, 2o andar. ' Anuo V11B HSauazil —- Bfiio de «Bttaaeiro —- fl&SMí 4 gosto» N. iSikf EXPEDIENTE iv ¦ 7" . f. ¦ SSo agentes desta folha: Na cidade de Formosa (Estado de Ooyaz), Sr Joaquim H. Pereira Dutra. No Pará, o Sr. José Maria da Silva Basto. Na Cachoeira (Estado da Bahia), o Sr. Francisco Xavier Vieira Gomes. Na cidade do Rio Grande do Sul, o Sr. capitão Paulino Pompilio de Araújo Pi- nheiro. Em S. Paulo, o Sr. G. da S. Batuira, rua Lavapés n. 20. Em Santos (S. Paulo), o Sr. Benèdicto José de Souza Júnior, rua da Constituição n. 117. Em Campinas, o Sr. Silvino Ribeiro rua Trese de Maio n. 47. Em Campos, o Sr. Affonso Machado de Faria, rua do Rosário n. 42 A. ATTENÇÍO Rogamos aos nossos asai- gnautes satisfazerem saaas assignaturas com a maior brevidade,afim de.poilermos resularizar nossa escripta. Os dos Estados Federados poderão énviar-nos suas oi- dens em valc-postal. As assignaturas deste periódico come- çam em qualquer dia, e terminam sempre a 31 de Dezembro./ •-'**! Avante ! t ,¦: Quem somos ?, Para onde vamos ? Vamos de jornada por estrada sem meta, por caminho sem termo, de jornada para o infinito. Viemos do passado ; temos mil es- tadios na peregrinação dolorosa por viellas desviadas, por travessas sem sahida. Perdidos naquella nossa Creta agora achámos uma Ariadne compas- siva ; não deixemos que fuj.. de nossas mãos a ponta do fio norteador. Por demais nos havemos desgar- rado da estrada larga do dever. Aproveitemos a monção, içando as vellas de nosso batei : Eolo sopra para os lados da verdade e da luz. Olhemos em torno de nós: não mais a quietude do Mar Morto, não mais as cinzas dos fructos que as margens do Asphaltite produz 1 Tudo indícios de vida, tudo se agita, tudo labora. Idéas, pensa- mentos voejara rápidos pelos ares era recontros tumultuosos dir-se-osiam movidos pelas azas incoinmensuráveis de um condor que devassasse os pá- ramos do infinito 1 Atiremo-nos ao meio do turbilhão, para que, levados por elle, mais uma vez não recuemos. E' esse o dever, spiritas ! Agitemo-nos, sim; e, si as rajadas do tufão da duvida, qne nos sopram em sentido contrario, buscam atirar por terra alguns caniçosinhos fra- cos, coitados 1 sirvamos-lhes de an- teparo,. porque duvida é morte. Mas nós somos os apóstolos da vida, e a queda de um, a fraqueza de outro, a desesperança de alguns, são outros tantos estremeções, em que se deve convulsionar a nossa consciência I A nossa consciência sim ; porque cumpre-nos a tarefa de romper a cor- tina que«occulta os verdes raios da esperançâT era que se devem banhar todas as almas. Chora-se de dor ? Mas o lenço de. nossas doutrinas não enxuga todas as lagrimas, não as secca até a ultima gotta ? Porque occultal-o egoistica- mete nas dobras do nosso manto ? Po- deria elle servir para nós, quando não o utilisamos para outrem ? Infelizes ha que não sabem o que é uma caricia, que nunca conheceram um affago ? Oh 1 cheguemo-lhes aos rostos as mãos carinhosas que nossos princípios crearam ; e, risos nos la- bios, tomemos de empréstimo, ás mães, a ternura que consola 1 Ha ainda quem, vista torva e pu- nhal em mãos, queira de outrem la- cerar as carues ? Apressemo-nos era barrar-lhe o caminho do mal : que te faz, irmão, digamos, annuviar por este modo o 'sobrolho ? Por que te queres decahir Caíra, tu que foste le- vautado Abel ? Por que te bas de voltar para a escuridão dos roxos raios do sol que põe-se, quando te é dever prescrutar os horizontes que se anro-, riam cora o sol novo ? Abandona o punhal que molesta, e toma o bai- saraõ que cura : mais vale ser agente de vida, que causador dcmorte I não é mais somente uma la- grima a estancar, uma dor a mitigar, 5 uma cariei a a fazer ; não basta a boa vontade para os indivíduos ; dila- temol-a as classes, á sociedade, á hu- manidade emtim. Liecordemo-nos' dos tantos estádios do passado, e lembremo-nos de que nesta viagem para o futuro, si todos têm um mister providencial, a nós * cabe quinhão maior de responsabili- dade como agentes conscientes. O indivíduo, a familia, a classe, o estado, a humanidade, exigem de nós, por egual, todo o esforço de nossa actividadé. Agitemo-nos, pois, com a presteza com que se desenrolla esta marcha ja agura accelerada para o progresso sem termo. Tenhamos bem presente que faltar a ouisóüos deveres que cada um desses exige de nós, o mesmo é que partir uma das coluumas em que se assenta a construcção divina. E' este o dever, spiritas 1 Atireaio-nos, pois, ao tur-bilhão em que tudo se agita, nos ares como em teria, sendo a nossa palavra de animação Avante, serapi/e avnnte Iníkilibilidade papiaS [Continuação) Os povos são talvez indeffê rentes, e deixam passar questões theòlogicas, de que-.uada entendem, e de cuja impurt^ncia não suspeitam ; 'porém, quando mesmo indifferentes aos prin- cipios, elles uão o são aos factos. Pois bem,não vosilludaes. Si decre- tardes o dogma da iufallibilidade papal, os protestantes, nossos adver- sarios, estarão na brecha com tanto maior bravura, quanto elles têm por si a historia, enquanto nós lhes teremos a oppor a negação. Que lhes diremos, quando mostrarem todo os bispos de Roma desde Lúcio I até sua Santidade Pio IX ? Ah 1 si todos ti- vessetn sido corau Pio IX, teríamos um triampho em toda a linha ; mas infelizmente assim não é. (Gritos : Silencio, silencio ; basta, basta). Não griteis, Monsenhores I Temer a historia é confessar-vos vencidos ; e,quando mesmo podesseis'fazer correr sobre ella, toda a água do Tibre, não poderies apagar uma de suas pa- ginas. Deixae-me fallar ; serei tão breve quão possível sobre este as- sumpto. O Papa Virgílio (538) comprou o Papado de Belisario, lugar-tenente do imperador Justiniano. E' verdade que, não satisfazendo o compromisso, elle deixou de pag.al-o. Será canonica esta maneira de cindir a tiara ? O se- gundo Concilio de Chalcedonia con- demuou-o fofraalmente. Em um de seus Cânones, lê-se : O bispo que, por dinheiro, obtiver seu episcopado, per- del-o-á e será degradado. O papa Eugênio III (1148) imitou Virgiüo. SA Bernardo, a brilhante estrella de sua época, fez exhortações ao papa, dizendo-lhe : Poderieis mos- trar-me alguém nesta grande cidade de Rorqa, que vos tivesse reconhecido como papa sem ter antes recebido para tal, ouro ou prata ? Meus Veneraveis Irmãos, pensaes que um papa q-vs estabelece um bai- cão ás portas do templo seja inspirado pelo Espirito Santo ? Terá elle o di- reito de ensinar á Egreja a infallibi- lidade % Couheceis muito bem a historia de Formoso para que eu possa accres- centar-lhe alguma cousa. Estevão VI fez exhumar seu corpo revestido com os hábitos pontifícios ; mandou de- cepar os dedos com que elle costu- mava a dar a benção, e depois atirai o ao Tibre, declarando-o perjuro e il- legitimo. Então o povo encarcerou Estevão : envenenaram-n'o, garro- t aram-nV. Mas vede como as cousas se arranjaram'. Romano, successor de Estevão e. depois delle João X, rehabi- lTtlTfá^m^"m!eLriolíTa,1I^: ÉWifiíosoTf^ ;~ Talvez me digaes que isto é fábula e não historia. Fábula I Ide, Srs., á bibliotheca do Vaticano, e lede Pia- tina, historiographo do papado, e os Annaes de Baronious, (a. d. 897 1588). São factos que por honra da Santa quereríamos ignorar, mas, quando se trata de definir um dogma que po- dera provoenr -m grande schisma entre nós, o atn >y que temos a nossa veneravel mãi a Egreja Catholica, apostólica romana, deve impor-nos si- lencio ? Eu continuo. O erudito Cardeal Barrou ious, fàl- laudo da corte papal, diz : (attenção, Meus Veneraveis Irmãos, a estas pa- lavras) «Que parecia a Egreja romana nestes tempos ? Que infâmia ! as poderosas cortezãs é que. governavam Roma. Eram ellas que davam, tro- cavam, mohbpolisavám os bispados ; e, é horrível contar, faziam subir ao throno de S. Pedro o< falsos papas, seus amantes. » [\. ü. 912) Pespoiider-me-eis : Estes eram fui- sos papas, e não papas verdadeiros. Seja ; mas neste caso, si dur.-míe cento e cihçoèhta annos a de Roma foi occupada por anti-papas, como pode- rieis seguir o fio da successão dos papas ? Como ponde existir a Egreja, du- rante, pelo menos, século e meio. sem cabeça, e achando-se acepha^? Noiae que a maior parte destes anti-papas acham-se na arvore genenlogioa do Papado, e são certamente áquelles qne Barouious descreve ; porquanto Génébrard; este grande adulador dos papas, ousou dizer em suas Chionicas (a. ü. 901) : « Este centenário foi iu-

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ASSIGNATURA ANNUAL

Brazil 58000

PAGAMENTO ADIANTADO

publica-se nos dias 1 e 15 decada mez

PERIÓDICO EVOOJCEOftlSTA.1

mUM M BMliíÃê WBEÍ 5SIMEIIM

ASSIGNATURA ANNUAL 68000

PAGAMENTO ADIANTADO

Estrangeiro

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Toda a correspondência deve ser dirigida a — F. A. XAVIER PINHEIRO — Rua do Regente n. 19, 2o andar. '

Anuo V11B HSauazil —- Bfiio de «Bttaaeiro —- fl&SMí 4 gosto» N. iSikf

EXPEDIENTE

iv ¦7" .f.

¦

SSo agentes desta folha:

Na cidade de Formosa (Estado de Ooyaz),• Sr Joaquim H. Pereira Dutra.

No Pará, o Sr. José Maria da Silva Basto.

Na Cachoeira (Estado da Bahia), o Sr.Francisco Xavier Vieira Gomes.

Na cidade do Rio Grande do Sul, o Sr.capitão Paulino Pompilio de Araújo Pi-nheiro.

Em S. Paulo, o Sr. G. da S. Batuira,rua Lavapés n. 20.

Em Santos (S. Paulo), o Sr. BenèdictoJosé de Souza Júnior, rua da Constituiçãon. 117.

Em Campinas, o Sr. Silvino Ribeirorua Trese de Maio n. 47.

Em Campos, o Sr. Affonso Machado deFaria, rua do Rosário n. 42 A.

ATTENÇÍO

Rogamos aos nossos asai-

gnautes satisfazerem saaas

assignaturas com a maior

brevidade,afim de.poilermos

resularizar nossa escripta.

Os dos Estados Federados

poderão énviar-nos suas oi-

dens em valc-postal.

As assignaturas deste periódico come-

çam em qualquer dia, e terminam sempre

a 31 de Dezembro./

•-'**!

Avante !t ,¦:

Quem somos ?, Para onde vamos ?

Vamos de jornada por estrada sem

meta, por caminho sem termo, de

jornada para o infinito.Viemos do passado ; temos mil es-

tadios na peregrinação dolorosa porviellas desviadas, por travessas semsahida.

Perdidos naquella nossa Creta só

agora achámos uma Ariadne compas-

siva ; não deixemos que fuj.. de

nossas mãos a ponta do fio norteador.

Por demais já nos havemos desgar-

rado da estrada larga do dever.

Aproveitemos a monção, içando as

vellas de nosso batei : Eolo sopra

para os lados da verdade e da luz.

Olhemos em torno de nós: não mais

a quietude do Mar Morto, não mais

as cinzas dos fructos que as margensdo Asphaltite produz 1

Tudo dá indícios de vida, tudo seagita, tudo labora. Idéas, pensa-mentos voejara rápidos pelos ares erarecontros tumultuosos dir-se-osiammovidos pelas azas incoinmensuráveisde um condor que devassasse os pá-ramos do infinito 1

Atiremo-nos ao meio do turbilhão,para que, levados por elle, mais umavez não recuemos. E' esse o dever,spiritas !

Agitemo-nos, sim; e, si as rajadasdo tufão da duvida, qne nos sopramem sentido contrario, buscam atirarpor terra alguns caniçosinhos — fra-cos, coitados 1 — sirvamos-lhes de an-teparo,. porque duvida é morte.

Mas nós somos os apóstolos da vida,e a queda de um, a fraqueza de outro,a desesperança de alguns, são outrostantos estremeções, em que se deveconvulsionar a nossa consciência I

A nossa consciência sim ; porquecumpre-nos a tarefa de romper a cor-tina que«occulta os verdes raios daesperançâT era que se devem banhartodas as almas.

Chora-se de dor ? Mas o lenço de.nossas doutrinas não enxuga todas aslagrimas, não as secca até a ultimagotta ? Porque occultal-o egoistica-mete nas dobras do nosso manto ? Po-deria elle servir para nós, quandonão o utilisamos para outrem ?

Infelizes ha que não sabem o que éuma caricia, que nunca conheceramum affago ? Oh 1 cheguemo-lhes aosrostos as mãos carinhosas que nossos

princípios crearam ; e, risos nos la-bios, tomemos de empréstimo, ás mães,a ternura que consola 1

Ha ainda quem, vista torva e pu-nhal em mãos, queira de outrem la-cerar as carues ? Apressemo-nos erabarrar-lhe o caminho do mal : que tefaz, irmão, digamos, annuviar poreste modo o 'sobrolho ? Por que te

queres decahir Caíra, tu que foste le-vautado Abel ? Por que te bas devoltar para a escuridão dos roxos raiosdo sol que põe-se, quando te é dever

prescrutar os horizontes que se anro-,riam cora o sol novo ? Abandona o

punhal que molesta, e toma o bai-saraõ que cura : mais vale ser agentede vida, que causador dcmorte I

Já não é mais somente uma la-

grima a estancar, uma dor a mitigar,

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uma cariei a a fazer ; não basta a boavontade para os indivíduos ; dila-temol-a as classes, á sociedade, á hu-manidade emtim.

Liecordemo-nos' dos tantos estádiosdo passado, e lembremo-nos de quenesta viagem para o futuro, si todostêm um mister providencial, a nós

*cabe quinhão maior de responsabili-dade como agentes conscientes.

O indivíduo, a familia, a classe, oestado, a humanidade, exigem de nós,por egual, todo o esforço de nossaactividadé.

Agitemo-nos, pois, com a prestezacom que se desenrolla esta marchaja agura accelerada para o progressosem termo.

Tenhamos bem presente que faltara ouisóüos deveres que cada um dessesexige de nós, o mesmo é que partiruma das coluumas em que se assentaa construcção divina.

E' este o dever, spiritas 1Atireaio-nos, pois, ao tur-bilhão

em que tudo se agita, nos ares comoem teria, sendo a nossa palavra deanimação

Avante, serapi/e avnnte

Iníkilibilidade papiaS

[Continuação)

Os povos são talvez indeffê rentes, edeixam passar questões theòlogicas,de que-.uada entendem, e de cujaimpurt^ncia não suspeitam ; 'porém,

quando mesmo indifferentes aos prin-cipios, elles uão o são aos factos.

Pois bem,não vosilludaes. Si decre-tardes o dogma da iufallibilidadepapal, os protestantes, nossos adver-sarios, estarão na brecha com tantomaior bravura, quanto elles têm porsi a historia, enquanto • nós só lhesteremos a oppor a negação. Que lhesdiremos, quando mostrarem todo osbispos de Roma desde Lúcio I até suaSantidade Pio IX ? Ah 1 si todos ti-vessetn sido corau Pio IX, teríamosum triampho em toda a linha ; masinfelizmente assim não é. (Gritos :Silencio, silencio ; basta, basta).

Não griteis, Monsenhores I Temera historia é confessar-vos vencidos ;e,quando mesmo podesseis'fazer corrersobre ella, toda a água do Tibre, nãopoderies apagar uma só de suas pa-ginas. Deixae-me fallar ; serei tãobreve quão possível sobre este as-sumpto.

O Papa Virgílio (538) comprou oPapado de Belisario, lugar-tenentedo imperador Justiniano. E' verdadeque, não satisfazendo o compromisso,

elle deixou de pag.al-o. Será canonicaesta maneira de cindir a tiara ? O se-gundo Concilio de Chalcedonia con-demuou-o fofraalmente. Em um deseus Cânones, lê-se : O bispo que, pordinheiro, obtiver seu episcopado, per-del-o-á e será degradado.

O papa Eugênio III (1148) imitouVirgiüo. SA Bernardo, a brilhanteestrella de sua época, fez exhortaçõesao papa, dizendo-lhe : Poderieis mos-trar-me alguém nesta grande cidadede Rorqa, que vos tivesse reconhecidocomo papa sem ter antes recebidopara tal, ouro ou prata ?

Meus Veneraveis Irmãos, pensaesque um papa q-vs estabelece um bai-cão ás portas do templo seja inspiradopelo Espirito Santo ? Terá elle o di-reito de ensinar á Egreja a infallibi-lidade %

Couheceis muito bem a historia deFormoso para que eu possa accres-centar-lhe alguma cousa. Estevão VIfez exhumar seu corpo revestido comos hábitos pontifícios ; mandou de-cepar os dedos com que elle costu-mava a dar a benção, e depois atirai oao Tibre, declarando-o perjuro e il-legitimo. Então o povo encarcerouEstevão : envenenaram-n'o, garro-t aram-nV. Mas vede como as cousasse arranjaram'. Romano, successor deEstevão e. depois delle João X, rehabi-lTtlTfá^m^"m!eLriolíTa,1I^: ÉWifiíosoTf^ ;~ •

Talvez me digaes que isto é fábulae não historia. Fábula I Ide, Srs., ábibliotheca do Vaticano, e lede Pia-tina, historiographo do papado, e osAnnaes de Baronious, (a. d. 897 1588).

São factos que por honra da SantaSé quereríamos ignorar, mas, quandose trata de definir um dogma que po-dera provoenr -m grande schismaentre nós, o atn >y que temos a nossaveneravel mãi a Egreja Catholica,apostólica romana, deve impor-nos si-lencio ? — Eu continuo.

O erudito Cardeal Barrou ious, fàl-laudo da corte papal, diz : (attenção,Meus Veneraveis Irmãos, a estas pa-lavras) «Que parecia a Egreja romananestes tempos ? Que infâmia ! Sò aspoderosas cortezãs é que. governavamRoma. Eram ellas que davam, tro-cavam, mohbpolisavám os bispados ;e, é horrível contar, faziam subir aothrono de S. Pedro o< falsos papas,seus amantes. » [\. ü. 912)

Pespoiider-me-eis : Estes eram fui-sos papas, e não papas verdadeiros.Seja ; mas neste caso, si dur.-míe centoe cihçoèhta annos a Sé de Roma foioccupada por anti-papas, como pode-rieis seguir o fio da successão dospapas ?

Como ponde existir a Egreja, du-rante, pelo menos, século e meio. semcabeça, e achando-se acepha^? Noiaeque a maior parte destes anti-papasacham-se na arvore genenlogioa doPapado, e são certamente áquellesqne Barouious descreve ; porquantoGénébrard; este grande adulador dospapas, ousou dizer em suas Chionicas(a. ü. 901) : « Este centenário foi iu-

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A RsHVORMÀttOH 3'§t}0 — Agosto c «>

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feliz, porque durante pe to de 150annos os papas deeahiram das vir-tudes de seus predecessorés e torna-rWm-se antes apóstatas do qne após-tolos. »

Cómpreliendo bem porque.o illustreBaroriious envergonhava-se de contaros actos deste bispos de Roma. Fal-laudo de João 11 (931) filho naturalSergiò 111 e de Maruzia, elle escreveuisto nos Anuaes : « A Santa Egreja —isto é, a Romana - pisada por ummonstro. E João Xlí, (956; eleito papaaos 18 annos por intrigas de cortezã,nada melhor foi que seu predeces-sor. »

Lastimo, meus Veneraveis Irmãos,ser forcado a revolver um lodo tal.Galo-me sobre Alexandre VI, pae deLucrecia Borgin e seu amante: deixode lado João XIII (1316,, que negoua immortalidade da alma e que foideposto pelo Concilio ecumênico deConstauça.

(Continua)

lilfiMI»

Tem ultimamente esta sociedadese occu^ado com a questão dos espi-ritos-meiades-eternas, discutida no

primeiro livro de Sr. Allan-Kardec.Atai propósito, veio naturalmente ábaila a hypòthese da simplicidade onnão da substancia espiritual, e pois a

questão da existência de moléculasde tal natureza. Interessante temsido a discussão, pois que varias eencontradas têm sido as opiniões.

É$k)tpO questão correlata tem tambema Federação se occupa d o com a t pi -

nião de ;im visitante; qoe aiürnia adisuncç.ui .-eximidos espiritos, e por-tanto a. encarnação sempre no mesmosexo. Comprehemle-se bem, que esterespeitável modo de ver tem-se acuadoem unidade. Menos interessante, eu-tretanto, não tem por isso sido a dis-cussão, que, si espaço houvera, paranossas columnas transportaríamos.

podemos observar, que. muitas fa-mílias e cidadãos, da mais alta. rodaFr burguense, não deixaram de com-parecer.

As oito horas, aberta a sessão odepois de, ter-se obtido a manifestaçãopsyc.hograi hi ta de um espirito, cujahieuudade foi reconhecida pelo ao-ditoriu, o m-suio Sr. César Leal, pe-unido a palavra, pruiiuuciou novo eeloqüente discurso, tocando então emiodos os polllOS mais importantes dagrande sciencia, que está causandohoje revolução moral e scientiticã em

i ¦ iiodo o mu uno ctviii.sauo

O orador sentia-se inspirado e foiouvido, durante uma hora, com amais profunda attenção.

Pelo (pie nos consta,, os nossos con-frades deixaram agradável impressãono espirito dos habitantes de iNYvaFnburgo e bem corresponderam áespeclutiva dos espiritas , dessa ei-dade, a quem enviamos d'aqui asnossas conunm tu bicões.

E' debaixo deste nome que tem ul-timamente a imprensa desta Capitaltratado dos phecomenos para ellaainda maravilhosos, produzidos peloSr. P. Vallo.

Chegado ha pouco de Buenos Ayre,onde egualmente fez maravilhas, foiseu primeiro cuidado firmar se naopinião de chefe do Estado, em cujopalácio proporcionou a uma selectacompanhia occasião de admirar oschamados piiei lomenos de transmissão

¦ '--oO-O-OC1"

Coaaferesicíui «essa rlíova-Fí'!-

3i3aa'£jo

A convite de diversos irmãos nossosfoi, desta capital á Nova Friburgo,uma com missa > composta dos nossosamigos lama e Cirne, Felisbiuo eCezar Leal, realisar alli uma confe-rencia publica, sobre a sciencia .-pi-rita.

Com effeito, as 12 horas do diamarcado, em o vasto salão do hotelFriburguense, achando-se reuni.ias

para, ínàis de duzentos pessoas, (,c-cupou a tribuna o nosso confrade Sr.Cezar Leal, que durante mais deuma hora, prendeu a attenção do au-ditorio. provando com os mais sólidose irrespondíveis argumentos, n exis-tencia do Creador Eterno e dos espi-ritos.

Ao terminar o seu discurso foi ap-plaudido por iodos os cavalheiros

presentes.Tendo-se marcado, para a noite

desse mesmo dia, uma sessão publica,ainda para tratar do mesmo assump-to, as 7 horas da tarde ja nao havia,lo°*ar nos dons grandes salões dolotei; para conter os concorrentes.

Impossível ó calcular o numero dos

que se acharam presentes, apenas

do pensamento.Assim é que ponde designar um

livro previamente escolhido, «em suasciencia. pelo amphyinão. neste livroa piurina, nesta pagina a linha, imstalinha a pa.lavra, designada para queelle a determinasse.

A experiência constou de muitomais provas, fazi ndo-.-e notar sobre-indo aquella que consistiu em, pôrdeterminação de uma senhora, tomarde cima da mesa um ramilhete e irentregal-o.s a determinada pessoa queem e.ma roda, affastada se achava.

0 agente de taes phenomenos exigeapenas que qualquer pessoa, pen-sando activãmente no que elle tema fazer, ponha a mão em contactoCom elle, seguindo-o por toda a par-te. Então vagarosamente, hesitantemesmo, o experimenta dor vae sucees-si vãmente e teeutaudo quanto sug-geriu a. phantasia des presentes.

A denominação Cumberlandismo,empregada para nomear estes prodi-giosos phenomenos, vem do celebreCumberland, cujos factos idênticosnoticiámos era tempo por esta folha.

0 numero -los indivíduos dotadosdesta, faculdade tem ultimamente seincrementado, e este facto tornou-sesobretudo notável em Buenos AyreVjconforme refere o nosso collega Con-stancià, depois que o Si'. Vallo deu láprovas de sua desenvolvida facul-dade.

Aqui no Rio de Janeiro já ubseibv autos complica di,-si mos pheno menosdo mesmo gênero, produzidos [nu- umjovem engenheiro, membro de limaillustre familia brazileira, cujo nomenão estamos autorizados a declarar.

Todos estes factos vem demonstrar

que estamos nhim período de ag ta-ção, em que aquilto que até agoranão merecia a attenção dos compe.rlentes, ou para elles era lettra morta;,-er Olbes-á desvendado com a èxumbè!rancia de provas, que o mais exigem-te inquérito possa pura requerer.

O contacto, que tem sido a explica}ção que do phenomeno apreseutam

os que superficialmente o observam,está evidentemente fora de questão,desde que a transmissão do pou-samento mais não é do que ninadasvariantes da suggestão que, como sesabe, dispen a absolutamente qual-quer contacto.

Eliminado pois. este elemento, sóicm-i a transmissão directa do pensa-mem o e portanto a prova de que emcoinmii nicação se acham agentes im-materiaes, ou pelo menos lluidicos.

Precisar-se-á de mais para que ahypòthese neantista, mi do velhomàterialismo, fique de vez derro-cada '!

Recebeu desta sociedade o directordo Reformador officio em que lhecominnuicava ficar sendo seu sóciobenemérito, por enviar-lhe regular-mente esse periódico- Portal gentLleza ([iie foi eppnrtunainente cóirimu-picada á Federação Spirita Brain-leira, manda ella á União os pro-testos do seu mais vivo reconheci-mento.

/fiPdsaciiiSi-aafsa ?

Com a respeitável assignatura dofe'r. F. J. Theohald vém exh.irados emum nosso collega da imprensa spi-rita os dous seguintes factos, que;pelo interesse (pie oíferecein, paraaqui transcrevemos :

« lia algumas semanas passadas,emquanto d e achava extremamentepccupádo e sem pensar de ihodo ai-guin em assumpto referentes a Spi-ritismo. fui de improviso despertadopela presença de meu amigo B. 1 Per-cebi que elle desejava dar-me umamensagem para sua mulher, que émédium psychographico, e tomandodo lápis recebi uma communicacão, aqual enviei pelo correio á Sra. B., re-sideute no condado de Midland, naInglaterra.

Voltando o correio, ella me escre-veu em resposta á minha dizendo que,ao mesmo tempo que eu sentia a pre-sençá do seu marido em minha casa,tinha ella sido obrigada a tomar doia'pis recebendo a seguihTè comiuuni-cação do espirito de seu irmão :

« Vim dizer-te que T. B. agoramesmo foi a F. J dar uma meu-sageni para ti. »

Em outra occasião teve. logar umaespantosa coincidência.

Um amigo, um velho indiano queera muitas vezes meu visitiho pro-ximo, conversava comraigu especial-mente sobre vários assumptos queme interessavfiiu muximé quando ellerelatava as aventuras oceorridas du-ráivte a sua longa estada oa Índia,onde exercera lim emprego uo go-vemo, d" muna responsabilidade.

Pelo Natal, elle mudou-se, ¦ to-mando casa em outro subúrbio, pro-inei.teu vir ver-me uma vez por me/,porém em d tias ou i.res cartas que meescreveu Intimava se uão.ie.r podidofazei oeoi C ei eqlleiícia orado omipo,ora dtPseu estado eufrfrmo.

Uma tarde estava eu tocando piano,quando fori.euien é fui impressionadopèlu sua presença, o que forçou-me aVoltai' sobro o banco, olhar po ra aporta e dizer em voz alta '. si eu nãote soubesse vivo, acreditaria que o

teu espirito ahi estivesse, e, aindaque assim fosse, desejaria que me ex-plieusses como impressionaste-rae tãofortemente.

Por felicidade minha nem o Dr.Forbes Wiuslow, nem o Sr. AnnieBezant estavam presentes1, porque -;eelles me vissem voltar do repente ecom tanta seriedade me dirigir a'< ninguém » ficariam convencidos deque eu era, um perigoso lunático.

Dois dias depois deste aconteci-mento informaram me que o meuvelho amigo tinha morrido repeti-tina mente.

Acredito ser no dia de seu é ti torroque teve lugar esse extraordinárioacontecimento. »

BJím 4.*;».»<» d» íel.cnailáia¦L

Do Qolden Gale transcrevemos oseguinte facto interessa íte :

Um caso de telepaihía de í-se como filho do Bispo Lee do Gana lá.

O B spo rolou as escadas de, suares.dencia. maLratouse muito coma queda da qual se foi tratar noIlyde-Piirk' próximo a Chicago. Nfpmomento em que. se dava o accidente,seu filho achava-se dormindo emDèuvér. Saltou da cama gritandoque seu pie havia cabido. Sua mu-lher disse-lhe : que elle estava so-nhando, mas tal impressão lhe causouo facto que elle telegraphou para aresidência do Bispo e teve como res-posta que o sonho ou o que quer quefosse, nada mais era que a realidadedo que se havia passado.

SJbbi aaovo caso aaaiiavicaalSoso

lê-se nu Light de Londres de 19 de1890: '

Lourdes bem cedo viverá de suafama. Aquelles qne procuram mila-gres. diz o correspondente de Parispara o Daily Tdegraph ; devem vol-tar suas vistas para um jovem,chama-do Boulassiers, na Ilha de Oleron,próximo a La Roetiellê; onde essejovem de 18 annos de idade, que emcriança foi sempre muitíssimo doente"e sujeito a allucmações tornou-<e re-pentinamente dotado do miraculosopoder de curar todas as espécies daenfermidades physicas.

Não usa de nenhum talisman, hyp-notisrao ou medicamentos ; simples-mente colloca seu pé de encontro aodo paciente, faz alguns movimentoscom a mão .sobre a parte enferma e a

.cura é indicai. Sua popularidadecresce pelo facto delle nada receberpelos serviços que presta, e os amigbOsem cuja companhia vive nroviden-ciam para suo bihsísteucia.

Depois de effrictunr o-; mvsteriososmovimentos com as mãos,elle sim-plesmeuie diz : « Vcmn, e taes eu-rado. i, Muitas vezes uma Consultan.io é soííi, iei.te para. a cum d.i, en-fermid ide. porá a a terc ura é curta.

Os paralyticos o s mudo.-, os sur-do- e os cegos correm duir; n-euir ácasa do mystern so p-rsonao-om,. espèrrançado; de hIIivío ,ls sua.- aflições.

Algmsdos isinhos decl ram queo homem é feiticeiro, e outros que

Page 3: PERIÓDICO 1 mUM M BMliíÃê WBEÍ 5SIMEIIM …memoria.bn.br/pdf/830127/per830127_1890_00186.pdf · ramos do infinito 1 Atiremo-nos ao meio do turbilhão, para que, levados por elle,

f VRJBFORIIABOR — ÃHftto .i^osto

elle é inspirado ; porém, nenhum

duvida dá verdade de sen poder. Elle

só o exercita durante algumas horas

do dia, mas, antes do começo de seus

trabalhos, o.s doentes e.staci mara nas

ruas em filas estendidas em frente a

sua casa, a esperaque lhes"toque ivez. Os que não podem andar são

carregados era seusf)eitos pelos seus

amigos.

Cí a* ca p o S" e a«s e v e í*íh aa ç a

(Continuação)

ÉTratava-se de um espirito .que na

terra havia dado alias provas de seudesenvolvimentoin.tel.Ieciua 1; medico.membro notável da Academia, viu-seenvolvido em taés peripécias d mes-tica.s, que as trage lias que se lhes se

guiram foram causa d,j que por duasvezes anoitecesse-lhe a razão. Pin-il-mtmte, uos últimos tempos de soaexistência, aquelle que pudera ter co-mido em pratos d'ouro, viu-se obri-

gadu, etu decadência jobiani, a es:, erarda caridade auxílios com que subsis-tisse.

0 caso bem merecia ser estudado.A chave delle nos foi dada desde logona commtiuicação inicial, que por suaimportância instructiva, para aquitranscrevemos.

« E' a lei moral que'prima e regetodas as outras: ella pôde preceilel-asmas não pôde ser precedida pornenhuma outra sem graves pertur-bações.

« E', pois, á sua observância que de-veis dedicar-vdsf em primeiro logar.Si p conhecimento das cousas entrano espirito illuininado já pela luzmoral, tudo rica ás clara-- ; porém, sio progresso intellectual preceder de-mais o progresso moral, traz pelochoque das idéas uma confusão t;u

que, tudo se desmoronando, naufragaa razão, e o espirito fica em trevas.

« E' o caso que submetle-se hoje ávossa observação. **

Luiz.

Logo depois manifesta-se o espirito

«fi*Dr. A. Bezerra de Menezes

A CASA É-iíi A!§S©a&EBSfASM

ROMANCE nn COSTUMES SEnTANE.TOS

(Continuação)

Terminada a ceja pela clássica oraçãoquo aquelles bons corações fazem aoCreador, cm reconhecimento de lhes liaver concedido o pão do dia; espichámo-nósnas rede? è ò Sr, Patrício continuou suainteressante historia.

— Divulgada a morto do Tenente-coro-nel. a (a mi lia Mourão dividiu-se ein douscampos.

Os Mou-õ'*s propriame-it» ditos, ramo aque pertencia o assassinado, tomaram partido por elle.

Os Macieis, ramo a que pertencia, o a?sassine, tomai*am-n'o por esto.

A justiça viu-se noacia entre os douscampus, que còiistituintn a população dologar; exigindo um o castigo do crime, eallegandõ o outro qüe o crime fora comei-tido era <h'saifronta da honra

lista allegação era mais pyrnpatlíicá doque o reclamo* que cheirava a vingança.

Ha de ver n íilha perdida e ainda emcima ir a força ! — era a voz geral.

evocado pelo seguinte modo :« Ora, ora ; que procuraes reunidos

aqui ? a pedra philosophal ou o moto-continuo ? Si vos posso servir paraalguma cousa. não facaes ceremonin :estou ao vosso dispor ; fallae sem re-buço.

Evocador.—Estaes sa tisfeito com asvossas condições actuaes, ou tendessaudade da, vossa existência terrena jcomo medico ? Tendes o mesmo modode sentir de outrAra. ou observa-;tesahi qualquer cousa que o mo liticas-e'!

Espirito. Deíxae de parafusar nestascousas, meus amigos: a vida aqui emelhor, porem o que tendes com isso ?Aproveita", ahi e depois vereis o queella è desse lado. Sus nm tanto eu-riosos. Safa... que de perguntas aomesmo tempo 1... -

Evoc. — Bem : vamos, pois, porpartes. Estaes contente com as vossascònilicções actuaes i

PAp.—Contente não é a-palavra,não; saudades de minha existênciaterrena também não tenho; e bemcoínpreliehdeis que não devo ternenhuma. Ch.-. mães-me hoinmn dfisciencia ! Oxalá melhor fora que nãoo tivesse sido 1 Mas porque falia r.-.obro esta-* cousas. e não escolherputro ponto de conversa mais agra-

t davel'{ Meu estado interessa-vos tantoassim ?

Evoc; — Palia;* em sciencia é, pois,cousa que vos contrarie? VI. podereiassim pérguntár-vos, como desejava;si já vos convencestès de que era falsaa base de vossas antig*ás doutrinasmaterialistas ? •*

Esp.—Materialista ! Acreditaèsqneo fo.-se? Quem o é realmente? Sábeissi não procurei o que também pro-curae-; ? Porém nada me satisfez ; eainda agora procuro sempre, rnas.sóencontro problemas e thais pioblpmasirisqluveís por mim.

Evoc.— E' porque usaes sempredos mesmos methodos ; .sois sinceroquando quereis descobrir a resoluçãode certos problema.- ?

Esp. -rSim. Procuro com o desejode encontrar a verdade.

Evoc. — Oiço nm de nossos irmãosdizer que couhecieis a doutrina spi-rita 1

Esp. — Sim, é verda da ; afirmo-o.

!3È5sisiM,í^;!E!a'--33í-ffasiía-.cffsiacxrtóiss^

Con èeéndo que nada conseguiam, osMouroes formaram o plano de se vingarpor suas próprias mãos, e o filho do finadoAi o incumbido de executar sua sen-teiiça. .

Quando os Macieis souberam daquellaresolução, nriand iram embaixadores noscabccUhis íV/ondo-lhes sentir—que ellesarrastavam a f.unilAã luta 1'•afcrieida-, poisque :i. victima não estava, só e tinha por sid direito- visto que empregara todos osmeios ile obter reparação da maior offensaque pode ser feita a um pai.

A respesta foi ti má formal declaração deguerra.

O filho do Tenente-coronel fraco e eo-vardt; como são os Homens dr sua qualf-dade, nvni<ut tocaia ao Maciele desfechou-lli" um tiro que o lançou po:* terra.

Dado o caso, alvoroçaram-se o.s Macieise resolvein , por siía parte, uo* cabo doassassino; ô que loi leito immediíitament.e,iiiiló o filho dp morto procural-o e matal-opeito a peito, como homem t-rios o.

Andou então a morte de cá para lá o delá para cá, sem mais descanço.

Os Mourões acabaram com o assassino domoço. Os Macieis acabaram com o assa--sino diiqiielle. li, assim, foi cada grupodizimando o outro encaruiçadaaiente.

Por ultimo, não se limitaram mai a *vs-s-issinatos singulares; anmáram-s'é departea parte o d 'ram se batalhas cainpacs.

Onde sé encontravam, Macieis e M.oti-rOes, um bu outro, ou ambos, ficavam cs-tendido.-, por terra.

Neste ponto, * a propósito da res- j noute, sonhei que percorrendo o

posta, en. rou i evocador em largas | oceano encontrei um navio pintadoconsiderações tendentes a dirigir o I de tf) on(k encontrei, e seguindoespirito a uma orientação acorde com , _.,_ j_. „„ps nossos 'princípios.

Sob estas" nI ms toes, meuamigo, nada posso responder agora ;são pontos tão incertos para meu es-biríto, tão acima do que posso con-Ceber que mula sei vos dizer sobreelles com conhecimento claro; porémpròmetto-vos procurar prescrutar tudoquanto se um apresentar á observação,para chegar á verdade que me quereis {mostrar, .si realmente 6 a verdade. 1

Retirando-se o espirito, deram-nosno íiin do trabalho a seguinte in-

por um corredor abri a porta do ca-raároté onde estavas. Vi um indivíduoextranhp que me (dliava. A prin-cipio senti-me amedrontada, mas,vencendo o receio subi ao beliché ebeijei-te.

'l.a

strucção :« A luz vem tle cima, não o es-

queçaes ; ella nunca é recusada

ílD8,e'»«g»fiB'£:ÍÍ6.:<»aaa»

aquelle qmpura. »

O doutor Antônio Leopoldino de

Ar.mijo Chaves, juiz de direito da. , . . , .,.,;,,, ,,, commárca de Quiv.eram.bim, ua pro-

vincia do Ceará, e homem da maior

(Continua) respeitabilidade, tendo vindo em cor-

reição á freguezia do Riacho do San-

gue, isto em 1810, mais ou menos,

referiu era casa da familia do autor

desta linhas e em sua presença o se-

guinte friCto, que a muitos fez perder

'iDc*->;|írí*?íidiniaeBato «üi» e^pài^irt

O faeio que vae segúir-se transcre-eraos do nosso coliega Cfolden Gatc, noites de sorano :

Foi em S. João do Príncipe, onde o

doutor Chaves tinha a familia e fa-que a seu turno o transcreveu :

Uma. historia um tanto românticafoi a que se deu com S. R. W. deBridgport, Connécticnt, que voltavada Inglaterra em um navio a vapor.Lima noute elle sonhou que sua mu-lher, que estava em Bridgport, abriua porta do camarote, em que elledormia, olhou-o com hesitação e de-

pois beijou.

QiVahdo elle acordou de manhã, oseu companheiro que occtipava o be-licite superior, olhando-o .disse-lhe :Sois um galante companheiro a. quemA

uma mulher th; noute vem beijar.Instando por uma explicação,

aquelle descreveu o que se havia

passado.'

Cheg'ando á casa sua mulher per-Ig.UfttOU lhe :

Rece.bçstes minha visita uma noute

destas? Eu t'a fiz. Deitei-me impressionada pela tempestade daquella

Padre-Nosso, ¦> necessidade de vingarem amorte dos seus.

Não havia portanto meio de apagar-seaquelle odio, que ainda hoje dura e quedurará sempre ; porque ücam sempre mu-llmres, que o levam ao ponto de se p-osti-tuirein para terem Íilhos que lhes sirvamde instriunento.

— \.s autoridades não viam isto? per-

Foi unia guerra de extermínio quc*sócessou quando se á"abaram os homen*?.

As mulheres, porém, mais ferozes queelles, ensinavam aos íilho-s, em vez do

.íjuntei indignado por omto canibalismo-—liem que viam; mas o que fazer con-

tra dnus exércitos que se batiam e que nãoóirendia.n sináo um ao outro?

Um distineto brazileiro, quando presi-dente da provincia, chegou a pôr a prêmioa cabeça dos mais notáveis; porém ellesi ram também chefes políticos, e seus par-tido--cobri ram-es com u bandeira damisc- l era um tigre, como vai ver

ze ridas.Próximo de sua residência morava

uma gente pobre porém honrada, e

sobretudo muito religiosa que não se

deitava sem rosar o Terço, e não se

levantava som cantar o officio de

Nossa Senhora.A boa gente constava do casal e

dos filhos, entre os quaes duas ou tres

moças, que oecupavam um quarto,dando para longo corredor, que com-

m única va a sala de visitas cora a de

jantar,Das mocas, uma tinha gosto pela

creação do terreiro, e por isso, logo

ao romper do dia, sahia a cuidar

delia.•Era ei ia jovial, e por isto causava

reparo apresentar-se distrahida e in-

nifferènte, um dia, e desde que reco-

Basta pensar que precisaria pllá punirtodos os Mourões a Macieis, homens e mu-lhe cs. grandes e pequenos.

Mas, deixemos estas moralidades quenada aproveitam, e digamos agora como seenvolvAi na lula o moço dc* Pernambuco.

liii senti palpit-ir-me precipitadamenteo coração, sabendo que ia ouvir a historiado desastroso fim de meu querido irmão.

Conheceu aquelle nióçó? pergunteipara disfarçar minha emoção.

Vi-o depois de. morto, quando foramenterrar o cadavet».

Que moço bonito !Claro como leite, cabellos louros, fronte

alta, e mãos nequeninas e bem feitas comoais de orna moça dn bailes.

Admira como tinha tanta bravura, pois

ncordia, ou da protècçab;--Que horror! exclamei, sem me. lem-

b ar ile que trouxera-me alli o mesmofuror [iie assanhara aquelles corações.

i',' um horror, respondeu-me o Sr. Pa-tricio; mas, Sr. Leopoldo, a verdade é queo principio da guerra foi uma questão dehonra.

Depois de perdida a cabeça, não é maiso homem que resolve, é o* demônio queobra por elle

Kste judicinso conceito fez me cahir emmim. e tine* esta conseqüência: quem nãoijtiizei* ser instrumento do demônio devefaz t por não perder a cabeça.

Ku não condemno estes homens, dissepara desculpar a mim mesmo, á autori-dadesé que condemno com todas as forçasde inha alma.

.— ^üo tem razão Vm., porque si as au--toridades se mettessem na questão, eracomo si se envolvessem n'um cipoal semsabida.

Por aquelles ligeiros traços, certifiquei-nn* de que era mesmo de meu caro irmãoque ia ouvir a historia, e duas lagrimasme queimaram as faces.

li como sabe o Sr. a historia dessedesgraçado moço;?

Contou-me p-a ná santa Justa, o ca-m arada delle, que é filho aqui da terra; masque o estimou tanto, que ainda hoje chora'qnando lhe tocam naquelle lamentáveldesastre.

Mora longe daqui esse camarada ?-Mora cm ihranhas onde exerce o oíFicio

de peão.Como se chama esse homem que tanto

me. interessa .C'conhecido pelo Jucá colam na, por

que é alto como uma eolumim.Aaturalmente mora mesmo na villa?

Sim, Sr. Elle tem al.i a mai, que é apessoa a quem mais ama neste mundo.

E' um rapaz geralmente estimado.(Contiuúaj

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•5 '

lheu-se de seu trabalho costumeiro.Assegurando que nenhuma mo-

lestia sentia, tranquillisou pais eirmãos, até que, chegada a noite e ahora, do Terço, notaram todos suafalta na sala do oratório.

• Foi uma irmã chamal-a ao quartoonde se achava e voltou estupefacta,por ouvir-lhe palavras heréticas con-tra a religião.

Surprehendidos os pais, principal-mente por não ter accudido a seu cha-mado, ella que era dócil e obediente,mandaram novamente dizer-lhe quesó se esperava por ella.

A resposta foi —que podiam espe-rar quanto quizessem que ella nãoestava mais disposta a concorrer pararidículas praticas.

Indignado com tal resposta, o paifoi ao quarto e sem dizer palavratomou lhe bruscaments o braço etrouxe-a quasi de rastos para o ora-torio.

Emquanto vinham pelo corredor,a moça pouca resistência oppunha,mas quando chegaram á sala ondeestava o oratório, deu um grito defazer todos tremerem e, deprendendo-se das mãos do pai, pareceu quevoava até o seu reducto, o quarto,que era o ponto mais distante da sala.

Sem saber o que pensar de tudoaquillo, quelhe transtornava a mente.o pai voltou a arrastal-a ; porém mãoteve forças para contel-a, desde quechegaram diante do oratario.

Então irrompeu a loucura, que nãoera furiosa, porém anti-reiigiosa.i

A moça escarnecia de tudo o quemais acatara na vida : de Deus, deJesus-Christo, de Nossa Senhora ; efazia-o em tom e linguagem que nãoeram os seus.

A pobre gente cahiu em desolação,e convencida de que aquillo eramartes do demônio, que a moça estavaendemoniada, recorreu ao capellãode Cococy, que era o padre mais pro-ximo.

Inútil é dizer que de todas aspartes acudia o povo, para ver ofacto assombroso.

O doutor Chaves foi um desses.Muito antes de chegar o capellão,

já a moça o apostrophava, causandogeral espanto ; porque tinha-se man-dado muito em segredo chamar opadre.

Chegado este, em quem todos pu-nham a esperança, foi recebido a gar-galhadas, revelando apossetsa os maisÍntimos mysterios da vida pouco edi-ficante do sacerdote.

Perdida esta esperança, recorreu-seao padre Fructuoso, que vigariava afreguezia, e tanto que foi elle se apro-ximando, começou a endiabrada a

, perder o ar faceto tornando-se seria,até pareceu triste.

O vigário domiuou-a ao ponto delhe obter obediência para tudo, menos

, para fazel-a resar, por dizer que erapagãó.

Curioso daquelle facto, que leranas Escriptura3 mas que nunca en-

eontrara, Fructuoso fez múltiplas evarias experiências.

Fez a moça ler e escrever, cousaque ella não sabia.

Fel-a discorrer sobre assumptos,que ella completamente ignorava.

Chegou a obter que traduzissepi 1 rases latinas do Breviario.

Um facto sobretudo, aturdiu atodos : o espirito que estava no corpotia moça e que disso não fazia maismysterio, hia para a parte que lheera indicada e logo essa parte umdedo da mão, por exemplo, ficavahorrosamente inchado, parecendo darfumaça.

Enquanto o vigário sabia a des-cançar, porque a lucta durou diase ficava o capellão, era de ver atransformação que fazia a moça, tor-nando-se galhofeira e cruelmente sa-tyrica com o padre.

Desde, porém, que Fructuoso partiapara a casa da infeliz, esta voltava aseriedade, dizendo : ahi vem quempode.

Vendo que uão conseguia resultadocom exorcismos, o vigário convidou opovo a uma procissão de prece, condu"-zindo para a egreja matiiz a possessa.

Foi medonha a luta para arraucal-ade casa e mesmo para coutel-a du-rante o trajecto ; mas ao entrar naporta principal da matriz, a infelizque viu ha segura por duus homenspossantes, despreudeu-se delles, deuum urro medonho, com um salto quasiimpossível e cahiu exaugue em terra.

Quando voltou a si estava livre dodemônio.

Esta historia que ouvi no Riachodo Sangue, do doutor Araújo Chaves,me foi confirmada pelo padre Fruc-tuoso, na capital da provincia ondeme achava quando elle ahi veio comodeputado provincial.

Devo declarar que era eu bem me-nino quando a ouvi no Riacho doSangue, e que foi alguns anuos de-pois que tive a ratificação pelo Fruc-tuoso, na capital.

Naquelle tempo, e principalmenteentre gente ignorante, vigorava aidéa de que era o demônio que faziaaquellas artes ; por isso, tanto o dou-tor Araújo Chaves, como o padreFructuoso, contavam aquelle factocomo prova de poder o inimigo entrarno couro (écomodisem) de um.serhumano.

Hoje. não é presiso dizel-o, taesfaetos attestam simplesmte a acçãode um espirito humano desincamado.

Aquella moça era um médium in-consciente, e por isso a obsessão tomouo cunho da incorporação.

A. B.

O AlnguetisBiio Animal

por J. Jksupret pilho.

TRADUZIDO E OFFERKC1DO AO REFORMADOR

por Florimundo Torres Galindo{Continua ção)

Apenas adormecido o paciente, de-vemos bem abster-nos de o atorrnen-' tar com questões ociosas ou futeis,

porquanto, sendo para elle completa-mente novo este estado, elle estácomo que mergulhado n'iiraa espéciede so.nno, e só poderia responder-vosde um modo imperfeito. Não deve-selazer-lhe sinão algumas perguntas ouesperar que elle falle por si mesmo.Devemos, principalmente, não esque-eer-nòs de que é mister obrar commuita prudência e proceder gradual-mente.

Náo ha nada de novo debaixo dosol : este processo ó conhecido desdetempos immemoriaes ; os sacerdotesegypcios serviam-se delle para ador-mecer e mirar os doentes.

Para bem rnagnetisar é necessário,que o magnetisador seja são de corpoe de espirito ; seja superior ao magne-tisado, quer pela edade, quer porsuas qualidades intellectuaes ou mo-ràes,ou bem por sua sciencia. Convém,u'uma palavra, que elle tenha umcerto ascendente sobre o paciente.

0 magnetisudor deve estar pene-trado da santidade do maudato quecumpre, ter intenções puras, e exeiverseu poder somente com um fim huma-nitario.

Infelizmente em nossos dias o mag-tietismo só é couhecido do publicopelas exibições iheatraes de algunsrefinados artistas, que exploram amais nobre das sciencias em proveitode sua bolsa.

Divertem-se tambem algumas vezesno seio de cenas familias em produzirpor meio de passes o somno magnético;pretendidos amadores, que ignoramaté as primeiras noções do magne-tisino animal, adormecem assim, semellas o saberem, as pessoas nervosas, euão sabem mais como as despertarão

E' por isso que eu direi a todo omundo : não vos deixeis adormecer pelaprimeira pessoa que apparecer, pois omagnetismo é uma força terrível, coma qual uão devemos brincar.

Para despertar o magnetisado, ébastante fazer alguns passes trans-versaes á altura da cabeça, e soprar-lhe sobre os olhos pronunciando aspalavras: despertai, eu o'quero. De-pois desembaraçai o vosso pacientepor meio de alguns passes braudos,a tira de acalmar a agitação nervosa.

CAPITULO IV

DO SOMNA.NBULISMO.

O somnambulismo, que muitasvezes confundem com o magnetismo,é 0 estado no qual o magnetisador põeo paciente, para fazer com que esteexecute,dormindo,certos actosda vida.

Ha duas espécies de somnambulis-mo : o somnambulismo natural e o som-nambulismo magnético.

O primeiroe um estado pathologicoque entra na categoria das moléstiasnervosas ; o segundo, pelo contrario,é um estado particular, produzidoso-bre, o organismo pela emissão de umfluido especial chum-ádu fluido magne-tico. Em todo o tempo tem-se visto pes-soas fallarem, andarem, trabalharemestando adormecidas . Neste estadoanormal o somnambulo deixa o leito,veste-se, passeia mesmo em cima dostelhados, atravessa sem nenhuma he-sitação os sítios mais perigosos, torna-se a deitar e perde, ao despertar, todaa lembramça de suas pengrinaçõesno et urnas.

Segundo o Dr. Gall, o somnambu-lismo distingue, se do sonho em que,no sonho só ha sentimento e idéasinteriores, ao passo que no somnam-bulismo um ou muitos sentidos tor-nam-se ainda susceptíveis de receberimpressões do exterior, e um on muitosinstrumentos dos movimentos volun-tarios são ainda postos em actividade.

Ninguém ignora, com effeito, quepode-se, não somente ouvir, mais aindavêr, durante o somno.

Em nossos dias ha somnambulos,qne vêm da maneira mais lúcida,mesmo com os olhos fechados. A este

respeito citaremos o facto seguinte :Existia em Lyão, ha alguns annos,

um senhor X. que em matéria demagnetismo era de uma credulida.demaior que a de S. Thomé. Um dia,disse-me elle, emquanto conversava-mos em minha casa sobre magnetis-mo e spiritismo, o Dr. W. dirig-iu-meum desafio : escrevei, me disse ellea phrase, que quizerdes, ponde-a emum pedaço de papel dentrp desta cai-xinha que está em cima da chaminé,fechai a hermeticatnente, e sellae-àcom lacre, eu encarrego-me depois demandar adivinhar o que foi escripto

Levado pela curiosidade eu tomeiuma penna e escrevi uma s i phrasen'uma folha de papel, que depois d'o-brei e depositei na caixa, depois deter tido o cuidado de seliar a aberturadesta com bom lacre e meu sinete .No dia seguinte o doutor mandou-me a caixa intacta e o seguinte bilhe-'tinho :

«Consultei minha somnambula- eiso que leu ella na caixa : a A fé trans-porta as montanhas . »

Eii fiquei estupefacto, porque tinhasido com effeito isto o que eu tinhaescripto.Certamente ha ahi um phenomeno

que fazem mal em desprezar.A experiência egmdmente nrova-nos que ha somnambulos, que pre-dizem os acontecimento* futuros, quevêm atravez dos corpos opacos, quepintam as doenças não só nelles, mastambem nas pessoas com que põe-se-os em relaçãoComo faetos históricos curiosos an-nunciados por somtiambolos, cita-remos os seguintes ?« Uma joven hysterica, achando-se

sob a influencia de um tratamento mag-netico, predisse.corn um anno de ante-cedencia, a queda de Carlos X,eo acon-tecimento realisou-se um anno depois.« Oito dias antes da revolução defevereiro, uma mulher muito peri-gosamente doente, collocada no somnomagmetico pelo barão Du Potet, ex-clamou: «Vejo sangue ! Luiz Philippeserá destronado 1 haverá combates nasruas I Eu vejo muito sangue ! Emoito dias suecederá isto ! » E cometteito isto suecedeu.« Tres semanas antes do attentadocontra a vida de Napoleão III naOpera, um dos pacientes magnéticos

do barão Du Potet, não só anuun-ciou-o a este, mas tambem descreveu-lhe as machinas (bombas de mão) inedeviam servir para o assassinato pro-jectado (Chaine magnetique de 15 deMarço de 1880).»

Por mais que o neguem, o som-nambulismo existe. As coleras, osódios desencadeados contra elle, nãochegarão jamais a fazel-o cahir noolvido. Os negadores de partido to-mado, nisso perderão os seus gastos.Outr'ora Gralileu não foi obrigadoa fazer retractação. porque diziaDquea terra gyra ? Ella não continuousempre a gyrar apezar dos ana-

'themas, e não está hoje rehabilitadaa memória do grande astrônomo cí

] O mesmo suecederá com o magne-tistno, que chega afinal ao momentode sua revelação suprema!

A corporação medica, vendo-se can-cada em seus interesses materiaes,faz-lhe uma guerra tão desleal quan-to encarniçada. Porém pouco importa,a verdade acabará triumphando, e ospróprios médicos serão obrigados aestudal-o no dia eín que deixarem deser médicos para tornarem a vir aser homens. Somente então, a medi-cina tem ficado estacionaria desdeHyppocrate, terá dado um passo im-metiso no domínio dasciencia medica,e terá posto em pratica a bella divisado barão Dn ?Potet: « A verdade pornão importa que bocea, o bem por nãoimporta que mão.-»

[Continua)Typographia do Reformado!* ~