Perry Rhodan - 538 - Os Criadores de Pânico - H.G. Francis

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1 PR PR PR PR - 538 Os Criadores d 538 Os Criadores d 538 Os Criadores d 538 Os Criadores de P P P Pânico nico nico nico Na Terra e nos outros mundos da humanidade registra-se o ínicio de junho do ano 3442. Apesar de seu relativo pequeno número, Perry Rhodan e os terranos galáticos, não atingidos pela imbecilização, na luta contra o caos e o poder do “Enxame”, executaram algo grande. E o sucesso , que os homens da Intersolar e da Good Hope II puderam contabilizar nos últimos tempos, era provavelmente a ação Trantus-Tona, nos quais eles foram bem sucedidos em expulsar uma frota de conquistadores amarelos e salvar um planeta com 500 milhões de habitantes de uma destruição certa. Entretanto, também, a própria Terra estava marcada por um progresso significativo. Lá, a maioria dos homens tinha ganhado de volta sua inteligência anterior e a empregava utilmente.

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PRPRPRPR ---- 538 Os Criadores d 538 Os Criadores d 538 Os Criadores d 538 Os Criadores deeee P P P Pââââniconiconiconico

Na Terra e nos outros mundos da humanidade registra-se o ínicio de junho do ano 3442.

Apesar de seu relativo pequeno número, Perry Rhodan e os terranos galáticos, não atingidos pela imbecilização, na luta contra o caos e o poder do “Enxame”, executaram algo grande.

E o sucesso , que os homens da Intersolar e da Good Hope II puderam contabilizar nos últimos tempos, era provavelmente a ação Trantus-Tona, nos quais eles foram bem sucedidos em expulsar uma frota de conquistadores amarelos e salvar um planeta com 500 milhões de habitantes de uma destruição certa.

Entretanto, também, a própria Terra estava marcada por um progresso significativo. Lá, a maioria dos homens tinha ganhado de volta sua inteligência anterior e a empregava utilmente.

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Isso valia especialmente para os homens e mulheres da Marco Polo. Eles voltaram a bordo da nave e obtiveram, quando penetraram no “Enxame”, sua inteligência de volta.

Com a Marco Polo e seus barcos espaciais, com toda a tripulação e toda a capacidade de batalha, Perry Rhodan dispunha agora de um poder de combate notável, que seria bem sucedido em levar o pânico para os soberanos do “Enxame”.

E é exatamente essa a intenção de Perry Rhodan, porque ele e seus homens atuam como OS CRIADORES DO PÂNICO.

Personagens Principais:Personagens Principais:Personagens Principais:Personagens Principais:

Perry Rhodan Perry Rhodan Perry Rhodan Perry Rhodan –––– O Administrador-Geral comanda uma nave fantasma.

Atlan Atlan Atlan Atlan - O Lorde-Almirante atua como chefe de cruzador.

Dr. JacobiDr. JacobiDr. JacobiDr. Jacobi – O virologista da Marco Polo.

Major Kainoro MatatsiMajor Kainoro MatatsiMajor Kainoro MatatsiMajor Kainoro Matatsi – Comandante de uma nave perseguida pelo azar.

Toronar Kasom Toronar Kasom Toronar Kasom Toronar Kasom –––– Piloto de um jato espacial e da CMP-49.

Sandal TolkSandal TolkSandal TolkSandal Tolk – O guerreiro de Exota-Alfa recebe uma nova oportunidade para praticar a revanche.

1.1.1.1.

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- Mais três minutos, senhor. - disse o astrofísico.

Perry Rhodan interrompeu o contato. Ele olhou os três emocionautas, que estavam com os capacetes SERT na cabeça. A Marco Polo estava pronta para a partida.

- Rastreamento – informou um dos Oficiais - Senhor, a central de rastreamento noticiou 38 naves espaciais entre vários Manips.

- Qual a distância?

- 7,6 milhões de quilômetros.

Rhodan anuiu. Ele pareceu não estar preocupado.

A Marco Polo se movimentava com a metade da velocidade da luz no espaço. Isso significava estagnação.

Os astrônomos, astrofísicos e astronautas da nave trabalhavam febrilmente para registrar cartograficamente o sistema solar e estelar do “Enxame”. Eles esforçavam-se para obter um possível quadro exato do interior do “Enxame“, com a ajuda de registros fotográficos, rastreamento rápido assim como também, o rastreador ultra-luz de energia e massa.

As informações chegavam sem parar. Elas foram entregues no sistema positronico especial astronômico. Um exército de matemáticos precisaria de séculos para dar conta de um problema abrangente e preciso como este.

A Marco Polo se encontrava no “Enxame”. Com a ajuda do super mutante Ribald Corello e do sextagônio, ela foi bem sucedida em abrir o campo energético, que envolvia o “Enxame”. Dessa maneira Rhodan recebeu informações cruciais.

Eles sabiam que a Marco Polo podia, com a ajuda de seu reator dimesexta, romper o campo protetor. Com uma manobra arriscada, a nave invadiu o “Enxame” e teve sua velocidade ajustada. Então ela voava agora com metade da velocidade da luz e ficou parada em relação às outras estrelas do “Enxame”.

Para reduzir a probabilidade de um rastreamento, Rhodan dispensou a sintonização dos campos defensivos. A própria radiação energética era muito reduzida. Contudo, eles foram descobertos já pela segunda vez desde sua entrada. O inimigo, então, atacou.

Os segundos passavam.

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Nitidamente os Manips eram identificados pelos campos de observação e de rastreamento. Essas naves espaciais parecidas com arraias voavam na retaguarda da esquadra atacante.

Rhodan esperou. Ele parecia não perceber a agitação que se formou ao seu redor. Ele olhou para o monitor, onde ele podia ver Toronar Kasom. O ertrusiano estava sentado com uma postura tensa no centro de artilharia. Um sinal de luz deixou claro que o oficial podia revelar todo o poder de resistência da Marco Polo de uma vez.

Em seguida veio, finalmente, o comando do Administrador Geral para os emocionautas. A nave prosseguiu seu trajeto. Ela acelerou o máximo e esquivou-se dos Manips, antes que eles pudessem acionar sua temida arma, a radiação de imbecilização.

- Obrigado, senhor - o astrofísico disse - Nós temos todas as informações que precisamos.

Toronar Kasom veio do centro de artilharia. Ele ria imperceptivelmente.

- Essa foi por pouco mais uma vez - ele disse para Rhodan - Os astrônomos deveriam talvez trabalhar um pouco mais rápido.

- Eles precisam de pelo menos quinze minutos - respondeu Rhodan - Não há nada a fazer sobre esse tempo.

- Felizmente os Manips sempre precisam de sessenta ou setenta minutos.

- Como uma pequena reserva de contingência, nós ainda temos sempre um Toronar Kasom - respondeu Rhodan sorrindo - Isso deve propriamente bastar.

- A reserva de contingência precisa de um curto intervalo, senhor.

Ele riu também ao deixar o principal comando central da Marco Polo.

************

Dez minutos depois, o ertrusiano entrou em um hangar da protuberância circular do reator da super nave. Lá, ele, ao chocar-se com um terrano – japonês, deu um grito estridente, quando este pulou em sua direção.

Toronar Kasom abraçou o major e o segurou firme.

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- Escotilhas fechadas! - gritou Kainoro Matatsi - Feche as escotilhas. Eles não devem deixar o hangar.

O ertrusiano pegou o terrano, estendendo os braços, deixando-o em suspenso no ar. Com a fisionomia preocupada, ele percorreu com a vista o comandante do CMP – 18.

- O senhor não está bem? - ele perguntou.

- Eu estou excelente - respondeu Matatsi enquanto tentava se libertar do punho de aço – Contudo, ficará ruim para o senhor em breve, se não fechar imediatamente a eclusa.

- Apenas sem ameaça - disse zombando Toronar Kasom.

O japonês terrano gemeu.

- O senhor não compreende? - ele perguntou - se nós não cuidarmos disso, uma catástrofe se abaterá sobre a Marco Polo.

O ertrusiano balançou a cabeça negativamente.

- Até agora, o senhor me pareceu uma pessoa razoável e correta - ele disse ao colocar o major no chão - mas agora me parece, todavia, haver algo errado com o senhor.

Kainoro Matatsi deu um salto para o lado.

Ele aterrissou no chão e, com os braços estendidos, apanhou duas caixas paradas. Então ele se lembrou que a eclusa ainda estava aberta. Ele pulou bem alto e apertou o botão da parede. As escotilhas subiram devagar.

Nesse momento, um coelho branco pulou de uma caixa em direção à eclusa. Matatsi soltou um grito. Ele tentou apanhar o animal, mas este escapuliu através da fenda que estava se fechando. Ele praguejou e apertou novamente o botão. Impacientemente, ele esperou até que as escotilhas estivessem tão separadas que ele pudesse deixar o hangar.

Toronar Kasom o observava espantado.

O major parou no corredor diante da eclusa e olhou confuso ao redor.

- O coelho desapareceu - ele disse - agora aconteceu.

Ele voltou até o ertrusiano.

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- O senhor, então, não entende? Aquilo era também um animal portador.

- Eu estou em uma casa de loucos? - perguntou Toronar Kasom - Ou eu me encontro realmente ainda a bordo da super nave Marco Polo?

Kainoro Matatsi o fitou sem entender. Kasom, do corredor, apontou para fora.

- Lá está ele - gritou.

O major correu do corredor para fora. Ele viu o coelho, que tinha saído da caixa. Imediatamente, ele se lançou em cima do animal que, contudo, escapou outra vez. Ele se levantou novamente e correu atrás do animal. Ele tentou outra vez apanhar o coelho ao saltar, entretanto ele caiu pateticamente de barriga no chão.

O coelho correu mais um ou dois metros, olhou, então, ao seu redor e sentou tranquilamente como se nada tive acontecido.

Toronar Kasom começou a rir.

Kainoro Matatzi ficou furioso. Ele xingou o animal.

O suor descia sobre sua face. A risada do ertrusiano só aumentou seu fervor. Mais uma vez, ele saltou em direção ao pequeno fugitivo, mas não o apanhou.

Finalmente, o coelho passou esquivando-se por Toronar Kasom. O ertrusiano inclinou-se tão rapidamente quanto um pensamento. Ao erguer-se de volta, ele levantou o animal.

- Podemos agora conversar, racionalmente, novamente? - perguntou.

O major Kainoro Matatsi limpou o suor do seu rosto. Ele tentou falar algo, mas estava tão exausto que nenhuma palavra saia dos seus lábios.

Kasom o conduziu para o hangar e fechou as escotilhas da eclusa. Ele viu que alguns membros da tripulação estavam na eclusa da CMP-18.

Sorrindo, eles entraram na nave. O major Kainoro Matatsi pegou o coelho. O adaptado deu o animal para ele.

- Então?

O terrano – japonês balançou a cabeça.

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- Eu também não sei como isso pôde acontecer - ele disse - Alguém trouxe uma coelha prenha para a Marco Polo. Só pode ter sido um dos parcialmente imbecilizados , ao regressar da Terra para a nave. O controle externo foi forte, mas aparentemente não foi suficiente.

- Isso quer dizer que há outros coelhos a bordo da CMP-18? - perguntou Kasom.

- Infelizmente sim - respondeu o major - Como eu já mencionei, tratava-se de uma fêmea prenha. Ela pariu oito machos. Antes que nós percebêssemos, já havia passado muito tempo. No meio dos oito machos havia sete fêmeas, que...

- Também esperavam a felicidade da maternidade - continuou Kasom com uma entonação sarcástica – o senhor queria dizer isso.

Matatsi acenou que sim. Ele tinha uma expressão totalmente desesperada.

- Isso aconteceu no meio de março - respondeu ele - Agora nós estamos no dia 4 de junho de 3442, no tempo terrano.

Ele gemeu e levantou o coelho para mostrá-la para Kasom.

- Você sabe realmente a rapidez com que esses animais se multiplicam?

- Eu não tenho a menor idéia - Kasom admitiu.

- Eles são tão rápidos que, provavelmente, até os conquistadores amarelos morreriam de inveja - o major respondeu.

Ele apontou para o cruzador CMP-18.

- A nave só tem 100 metros de diâmetro, mas isso já é muito. O senhor não acredita o quão fácil uma grande quantidade de coelhos podem se esconder lá. Nós vasculhamos todos os cantos e ainda achamos sempre algum.

- O senhor deveria ter comunicado sobre isso antes - Toronar Kasom declarou.

Kainoro Matatsi torceu a cara.

- Eu descobri o incidente somente há uma hora. É um enigma para mim como esses pequenos animais puderam sobreviver tanto tempo escondidos. Eles se alimentaram com os estoques da cozinha e só saíram para fora quando não acharam mais nada comestível.

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- Bem, isso é problema seu - Kasom disse - O chefe da cozinha ficará feliz.

Matatsi arregalou os olhos assustado.

- Eu não vou deixar que nem um único animal chegue perto da panela. O senhor poderia abater um coelho?”

- Isso, eu não pretendo fazer - o ertrusiano respondeu - Dificilmente podemos nos permitir sentimentalismos. Você tem razão. Os animais provavelmente fariam mal na panela. O senhor deveria entrar em contato com o dr.Serenti. Ele, provavelmente, aceitaria os animais imediatamente.

- Um médico poderia usar animais?

- Ele faz experimentos com o vírus regulador - Kasom esclareceu - nesse caso, esses visitantes não convidados podem ser de grande ajuda.

- Eu pensei que nós podíamos abandoná-los em qualquer planeta e, então, deixá-los por sua conta própria - Matatsi disse apreensivo. Ele se coçou atrás da orelha - Mas isso também não parece ser uma boa solução.

- Isso seria até mesmo muito ruim. Os coelhos ou iriam se multiplicar freneticamente rápido e dominariam o planeta inteiro ou iriam morrer muito rápido. Isso tudo depende de que tipo de condição de vida, eles encontrariam. Em todo caso você deveria fazer um comunicado e estabelecer contato com o dr.Serenti.

************

O clínico geral, médico chefe da Marco Polo era o professor dr. Khomo Serenti, um homem esguio e muito calmo. Quando Toronar Kasom e o major Kainoro Matatsi entraram na sala do médico chefe, ele torceu sua cara escura. Ele olhou perplexo para o coelho nos braços do comandante da CMP.

- Nós achamos que ele poderia ser bem útil para o senhor, se... - O major Kainoro começou a falar, interrompeu seu discurso e então olhou inseguro para Toronar Kasom.

O adaptado riu.

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- O senhor achou - ele disse com uma voz baixa maliciosa - o pensamento me pareceu ainda defeituoso de modo que não pode-se falar, nós dois tínhamos...”

- O assunto, por favor - disse dr. Serenti enérgico - o que eu posso fazer pelos senhores?

- Nós sabemos que o senhor desenvolve pesquisas sobre o vírus regulador - o ertrusiano esclareceu - Pois bem, a tripulação da CMP-18 compõe-se de 54 homens, seis mulheres e um número não conhecido de coelhos. Nós imaginamos que o senhor poderia utilizar melhor nos seus experimentos a parte animal da tripulação do que o major Matatsi poderia.

Khomo Serenti não fez nenhuma outra pergunta. Ele já tinha compreendido.

- O dr. Jacobi ficará contente com os animais. Os senhores o acham no departamento de virologia.

- Obrigado - Matatsi disse ao apressar-se para lá. Ele estava contente de poder se retirar, pois ele tinha a sensação dos coelhos não estarem no seu lugar.

- Kasom? - ele perguntou - O senhor também não acha que os médicos já acharam há muito tempo outras formas de testar os vírus do que propriamente nos coelhos?

Eles caminharam por um corredor estreito até uma porta blindada que indicava risco de morte com uma caveira estilizada sobre dois ossos lisos cruzados. Kasom apertou um botão. Um monitor se iluminou perto da porta. O rosto do dr. Jacobi apareceu na tela. Aborrecido com a interferência, ele perguntou:

- Os senhores sabem, o que estão fazendo?

Kainoro Matatsi levantou o coelho para que o médico pudesse vê-lo. Toronar Kasom riu ruidosamente ao ver o rosto perplexo de Jacobi. A porta blindada se abriu.

Os dois homens entraram na ante-sala. O virologista veio ao encontro deles através de uma porta de vidro. Ele a abriu tão apressadamente que ela chocou-se contra o ombro do ertrusiano e soou como um alarme.

- Não falem nada - disse o dr. Jacobi antes que os dois oficiais pudessem falar alguma coisa - Eu já entendi. Os senhores acham mesmo que a medicina parou no ano de 1980? Nós temos nesse meio

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tempo biomassa sintética, que para testes e pesquisas virológicas é duas vezes melhor que qualquer coelho.

Ele acenou para eles e convidou-os para eles entrarem no laboratório.

Ele guiou-os até o monitor de um metro de altura onde eles viram um ser vivo que eles nunca antes tinham visto.

-Isto é o virus regulador - o dr. Jacobi esclareceu - Nós o isolamos e o fotografamos com um microscópio eletrônico.

O rosto do cientista refletia uma extrema serenidade. Apenas em um olho brilhou uma luz, que revelava o quão orgulhoso ele estava sobre o seu trabalho. O dr. Jacobi era substancialmente menor que Toronar Kasom. Até mesmo Kainoro Matatsi o superava em alguns centímetros. O dr. Jacobi tinha um rosto fino e acentuado com olhos fundos, um nariz arredondado e uma boca com cicatrizes. Os cortes em forma de foices ele ganhou em um acidente. Sua barba não era totalmente controlada nem com as melhores pomadas. As bochechas do virologista brilhavam preto azulado, pois a barba crescia sempre rápida demais. De dentro das dobras das pálpebras dos dois olhos até nas têmporas corria um risco fino e verde, que também derivava do acidente no qual o seus óculos de proteção cortou sua pele profundamente e a manchou em todos lados.

O olhar de Toronar Kasom mirava o monitor.

O vírus regulador impedia a reprodução dos conquistadores amarelos e causava a proliferação incontrolável de células. Ele se parecia com uma bolha, uma bola incrustada, que nadava em uma gosma. Entre as bolhas parecia haver inúmeros olhos que encaravam os três homens.

- Isso não é visão particularmente boa - disse Matatsi arrepiado.

- Os senhores não precisam ter medo do vírus - respondeu sorrindo o cientista - Ele é extremamente inofensivo para nós, pessoas.

- O senhor tem certeza sobre isso?

- Sobre isso não há a menor dúvida. Já houve vários membros da tripulação em contato com o plasma infectado de Casulo.

Ele balançou sua cabeça ao enfatizar sua constatação.

- Teoricamente, os vírus isolados poderiam ter efeito patogênico humano, mas eu acho que nesse caso de jeito nenhum.

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Um dos assistentes chegou no dr. Jacobi. Ele estava visivelmente agitado.

- O senhor poderia, por favor, vir para observar a cultura?

O virologista o olhou surpreso e foi, então, com ele. Toronar Kasom e Kainoro Matatsi se entreolharam e seguiram o médico.

O dr. Jacobi parou na frente de uma série de tubos de ensaio. Nos tubos havia sido desenvolvida uma cultura de vírus sobre uma biomassa viva, que era comparável ao tecido celular humano.

- Eu não entendo isso – disse o dr. Jacobi preocupado.

Toronar Kasom viu que a biomassa tinha ficado preta. Bolhas amarelas saiam dela. O assistente pegou um outro tubo de ensaio de uma estante e deu ao virologista.

- Este está perfeito - ele disse - Ele foi infectado com uma massa plasmática impura.

- Então, doutor? - perguntou Matatsi - O senhor precisa agora dos meus coelhos?

- Os senhores não têm nenhum motivo para se alegrarem - respondeu o médico com uma inconfundível amargura na voz - Se isto aqui não for um caso isolado, mas se mostrar como típico, então nós estamos diante de uma situação extremamente perigosa. Entregue-me o animal e tragam os outros para cá também.

- Posso convidar o senhor para a caçada? - perguntou Matatsi gentilmente ao ertrusiano.

- Infelizmente eu tenho para oferecer ao senhor um pequeno jogo.

O dr. Jacobi olhou para ele remissivo. O Virologista não estava de modo algum com animo para brincadeiras.

************

Os alarmes da Marco Polo soaram.

Toronar Kasom, que se encontrava a caminho do centro de artilharia, começou a correr. Dentro de poucos segundos, ele alcançou o comando central. Perry Rhodan e Atlan estavam na frente de um

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grande monitor, que lhes possibilitava fazer um rápido rastreamento no espaço. De todos os lados chegavam informações desse rastreamento.

A Marco Polo tinha terminado uma etapa linear de seu vôo para o sol Praspa, mas foi imediatamente rastreada após deixar a zona de libração. Agora também os cientistas precisariam novamente de quinze minutos para receber todas as informações importantes de rastreamento.

Kasom viu que os impulsos de freqüência própria de numerosas naves estranhas foram captados e registrados. Por sua vez, as naves de diferentes tamanhos e formas atacavam. Os manips, naves de forma de arraia, estavam também presentes. Elas estavam mais perigosas, pois podiam usar a radiação de imbecilização.

Luzes piscavam no painel de controle, mostrando que todos os barcos espaciais estavam prontos para combate. Eles incluíam não só os cinquenta cruzadores da classe planetas e as cinquenta corvetas, mas também os quinhentos caças ligthning de dois lugares. Imediatamente depois disso, apagou-se uma luz. O major Kainoro informou a interrupção do mais importante aparelho de propulsão, a fim de que esse cruzador seja eliminado. Mas isso não muda o fato de que a mais moderna super nave da humanidade se encontrava em prontidão para batalha imediatamente após o alarme do rastreamento.

Atlan, o chefe atual dos barcos espaciais, deu a ordem de descarregamento operacional para todas as naves espaciais. Imediatamente depois, ele começou uma ação apoiada pelo centro positrônico. As escotilhas das eclusas se abriram. Os compartimentos da nave transportadora se afastaram depois para todos os lados. Segundos depois, as fileiras de inimigos apareceram.

Kasom viu que o centro de artilharia estava completamente ocupado. Ele continuava no seu intervalo, mas, contudo, ele tinha que manter-se pronto para poder substituir alguém em caso de urgência. Esse regulamento o possibilitava de acompanhar o inicio da batalha pelo controle principal central.

Rhodan observou o ertrusiano e foi até ele. Seu rosto estava sério, mas relaxado. Whisper se encontrava em seu ombro como uma camada muito fina transparente de tecido.

- O senhor estava com o dr. Jacobi?

- Isso mesmo – respondeu Kasom – ele me informou que tinha se enganado. Nós já tinhamos terminado quando o alarme de rastreamento tocou. O virologista parecia estar muito preocupado -

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Kasom esclareceu - ele tem medo que o vírus regulador possa ser altamente contagioso para os seres humanos na sua forma isolada e provocar uma doença fatal.

Rhodan parecia apavorar-se. Suas palpebras se ergueram um pouco. Atlan voltou-se para ele e o ertrusiano. Rhodan andou imediatamente até ele.

Até agora a Marco Polo ainda não tinha feito nenhum disparo. A batalha propriamente dita acontecia bem longe deles.

- Os barcos espaciais se defendem facilmente do ataque – constatou Atlan – eles irão acabar facilmente com os cerca de mil agressores. Parece que os canhões de conversão não terão séria resistência.

Perry Rhodan observava a agitação da batalha. O grande monitor transmitia uma boa parte da batalha. Algumas naves dos conquistadores amarelos tinham rompido o circulo de defesa da Marco Polo. Elas se aproximavam da super nave com uma velocidade frenética. Instantaneamente a nave terrana se cercou com os seus vários campos defensivos.

- Quando tempo falta? - perguntou Rhodan.

Kasom verificou os minutos no monitor, onde os números mostrados indicavam quanto tempo os cientistas ainda precisariam.

- Sete minutos - disse ele.

Atlan foi até o controle positrônico quando uma luz do controle se iluminou. Ele voltou com uma folha escrita. Ele leu rapidamente a analise.

- A partir da opinião dos nossos psicólogos, nunca antes houve uma batalha desse tipo no “Enxame” - ele relatou - Nós não sofremos até agora nenhum prejuízo. Algumas nave espaciais nos comunicaram apenas simples danos. O inimigo parece estar totalmente surpreso e confuso.

Agora brilharam as defesas de energia da Marco Polo. A central de artilharia atirou com força concentrada quando uma nave estranha chegou perto até 70 mil quilômetros. Várias nuvens brilhantes de gases penetrantes surgiram quando os invasores foram encontrados e exterminados. Após isso não havia mais nenhum inimigo imediatamente perto da super nave.

- Os astrônomos e astrofísicos não ficaram exatamente felizes com o incidente, que a batalha traz - disse Kasom.

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Rhodan riu.

- Pediram-me para renunciar as operações de batalha sempre que seja possível para que o trabalho científico não seja afetado - ele respondeu – se alguns desses senhores tivessem se imposto após a apresentação, então nós teríamos que deixar o inimigo aproximar-se mais alguns quilômetros para que as fotografias não fossem adulteradas.

- O inimigo retirou-se – anunciou um dos oficiais.

No monitor era visível que os barcos espaciais se distanciavam cada vez mais da Marco Polo.

Contudo, então, começou a segunda ação de invasão. O inimigo tentou romper o cinturão de defesa da Marco Polo com toda a sua força. As naves espaciais mobilizaram todas as suas armas disponíveis para impedir a penetração. O relatório do computador positrônico mostrou que eles foram bem sucedidos.

- Mais dois minutos - Toronar Kasom disse.

Os segundos transcorreram devagar, sem fim. Alguns invasores tentavam sempre novamente romper a linha, mas todos os esforços fracassaram.

- Mais trinta segundos.

Rhodan apontava para o monitor. Uma nave gigante, de forma cilíndrica, disparou diretamente sobre ela. Vários caças a perseguiram e a atacaram com canhões energéticos, mas ela seguiu firmemente seu caminho.

- Dez segundos - disse Kasom.

Rhodan curvou-se sobre um microfone.

- A ação terminou - ele esclareceu - Nós retornaremos.

A Marco Polo deixou sua posição de espera. Ela começou a se mover e ficava a cada segundo mais rápida. Os emocionautas imprimiam a completa força de aceleração de 720 quilômetros por segundo ao quadrado.

A nave de forma cilíndrica ficou rapidamente para trás. Ela começou a atirar com a sua energia radiante, mas não alcançou nenhum resultado. O raio de energia não podia penetrar nos campos verdes super energéticos nem nos campos paratron.

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Toronar Kasom observava com a ajuda dos campos de rastreamento que as naves auxiliares da Marco Polo também se retiravam do setor espacial. Pouco depois, a nave espacial gigante passou para o vôo linear. Ela deslizou pela zona de libração e esquivou-se, com isso, dos seus inimigos.

- Agora, resta esperar se os outros também têm algo como um sensor de semi-espaço – disse Toronar Kasom – nós saberemos, em breve, se nós podemos nos defender por mais tempo no “Enxame”.

2.2.2.2.

PROJETO TRADUÇÕESPROJETO TRADUÇÕESPROJETO TRADUÇÕESPROJETO TRADUÇÕES

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