Plano de Negócios - Porto...

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Cais do Porto Centro A polo de Integração e Suporte a Empreendimentos de Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC do Porto Digital Ambiente de Estruturação e Desenvolvimento de Empreendimentos de TIC do Porto Digital Plano de Negócios Autoria: Assessoria para Novos Empreendimentos - NGPD Recife, Julho de 2002

Transcript of Plano de Negócios - Porto...

Cais do Porto

Centro Apolo de Integração e Suporte a Empreendimentos de

Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC do Porto Digital

Ambiente de Estruturação e Desenvolvimento de Empreendimentos de TIC do Porto Digital

Plano de Negócios

Autoria: Assessoria para Novos Empreendimentos - NG PD

Recife, Julho de 2002

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Índice

1. SUMÁRIO EXECUTIVO ...............................................................................................3

1.1 SÍNTESE SOBRE O SISTEMA LOCAL DE INOVAÇÃO .......................................................3 1.2 CAIS DO PORTO – A INCUBADORA DO PORTO DIGITAL ................................................8 1.3 PÚBLICO ALVO.........................................................................................................9 1.4 PRODUTOS E SERVIÇOS ...........................................................................................9 1.5 ESTRATÉGIAS DE MARKETING .................................................................................11 1.6 PROCESSOS EMPRESARIAIS ...................................................................................12 1.7 DEMONSTRATIVO DA PROJEÇÃO DAS RECEITAS E DESPESAS ....................................13 1.8 INSTALAÇÕES FÍSICAS ............................................................................................14

2. O SISTEMA LOCAL DE INOVAÇÃO - SLI DO PORTO DIGITAL . ...........................17

3. OBJETIVOS DA INCUBADORA CAIS DO PORTO.............. ....................................29

4. OS PARCEIROS ........................................................................................................30

5. ANÁLISE ESTRATÉGICA DO EMPREENDIMENTO.............. ..................................32

5.1 ANÁLISE DO COMPONENTE INSTITUCIONAL...............................................................32 5.2 ANÁLISE DO COMPONENTE ORGANIZACIONAL...........................................................32 5.3 ANÁLISE DO COMPONENTE TERRITORIALIZAÇÃO.......................................................35

6. PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS EMPRESARIAIS........ ............................42

6.1 PRODUTOS E SERVIÇOS .........................................................................................42 6.2 PROCESSOS EMPRESARIAIS DE ESTRUTURAÇÃO E SUPORTE AOS NEGÓCIOS .............43

7. ANÁLISE DE MERCADO ................................. .........................................................47

8. DESENVOLVIMENTO DO MARKETING....................... ............................................50

9. ASPECTOS FINANCEIROS ............................... .......................................................51

9.1 ITENS DE DESPESAS DA INCUBADORA ......................................................................51 9.2 ÁREAS FÍSICAS DA INCUBADORA..............................................................................52 9.3 MEMÓRIA DE CÁLCULO E REMUNERAÇÃO MÉDIA DAS ASSESSORIAS ..........................53 9.4 TARIFAS PARA OS MÓDULOS E SERVIÇOS ................................................................54 9.5 VALORES PARA AS SALAS E EQUIPAMENTOS ............................................................55 9.6 VALORES POTENCIAIS DE RECEITAS MENSAIS DOS MÓDULOS DA INCUBADORA...........55 9.7 RECEITAS POTENCIAIS MÉDIAS DOS MÓDULOS ........................................................56 9.8 PROJEÇÕES DAS RECEITAS E DESPESAS .................................................................57 9.9 DEMONSTRATIVO DA PROJEÇÃO DAS RECEITAS E DESPESAS ....................................58

10. CAPITAL HUMANO ..................................... ..........................................................59

10.1 ORGANOGRAMA .....................................................................................................59 10.2 COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS ..............................................................................60 10.3 RESPONSABILIDADES FUNCIONAIS...........................................................................61

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1. Sumário Executivo 1.1 Síntese sobre o Sistema Local de Inovação Em Pernambuco, a indústria de tecnologias da informação e comunicação (TICs) possui maturidade e estrutura de um sistema local de inovação, que é um importante diferencial competitivo para os negócios de TICs desenvolvidos no Estado e na Região. O Porto Digital, iniciativa criada para ampliar a visibilidade e escala deste diferencial, é o ambiente de promoção da estruturação, evolução e interação de todas as componentes do sistema local de inovação de TICs de Pernambuco. O desenvolvimento do Porto Digital se estrutura a partir da visão de que o processo de inovação depende essencialmente do ambiente no qual as empresas estão inseridas e da qualidade das conexões neste ambiente. De fato, três elementos são fundamentais para a formação de uma capacidade inovadora nas empresas (Porter, M.E. and Stern, S., 1999): • fatores genéricos: base de ciência, tecnologia e educacional, legislação, políticas

públicas, instrumentos de implementação das políticas, investimento, etc.; • fatores específicos do setor empresarial: insumos, competição local, demanda

qualificada, setores empresariais relacionados, etc. • instrumentos de conexão: capazes de articular a utilização das competências e

habilidades dos fatores genéricos pelas empresas. O termo sistema de inovação1 (Lundval, B.-A., 1992, Nelson, R. R., 1993, and Edquist, C., 1997) tem sido utilizado para se referir, genericamente, a estes elementos, ou seja, ao conjunto de instituições2, organizações e empresas que interagem em um ambiente de negócios para produzir inovação no setor empresarial. Para construir uma estratégia de ação mais adequada para expressar a complexidade dos processos de inovação, no Porto Digital a componente territorial foi adicionada às componentes institucional e organizacional dos sistemas de inovação. Estudos recentes colocam os fatores territoriais como determinantes nos processos de inovação (Pyke, F. and Senkenberger, W., 1992, Paquet, G., 1994; Truffer, B. and Dürrenberger, G., 1997; Breschi, S., and Malerba, F., 1997; Paquet, G., 2001). Para setores que dependem de habilidades ou informações especializadas ou de inovações radicais aceleradas, proximidade física entre empresas facilita as interações freqüentes, formais e informais que geram confiança, cooperação e fluxo de conhecimento (tácito e explícito) necessário ao processo de inovação.

1 Este termo possui muitas definições, nem sempre complementares. Em (Edquist, C. 1997), é apresentado um estudo comparativo extensivo entre os diversos enfoques de sistemas de inovação. 2 Neste contexto, instituições são formalmente definidas como “o conjunto persistente e conectado de regras, formais e informais, que estabelecem o papel comportamental, restringe atividades e modela expectativas, ... permitindo que atores coordenem suas ações sob condições de incerteza.” (Storper, M., 1998). Complementarmente, organizações se referem às “estruturas formais criadas conscientemente para cumprir um propósito específico; os atores.” incluindo as empresas (Edquist, C., and Johnson, B. 1997).

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A Figura 1, apresenta o modelo de relações entre os três componentes ortogonais dos processos de inovação discutidos acima: instituições, organizações e territorialização.

Instituições

Organizações

Territorialização

Sistemas Nacionais de

Inovação

Políticas de Desenvolvimento

Local

Pólos Empresariais

Parques Tecnológicos

Clusters

Tecnópolis

Aglomerados Empresariais

Figura 1: Os Componentes do Processo de Inovação

Sistemas Locais de Inovação

No modelo da Figura 1, cada encontro dos eixos representa um paradigma de desenvolvimento. O encontro das três dimensões do modelo caracteriza o enfoque dado pelo Porto Digital ao conceito de sistema local de inovação (SLI), ou seja, instituições e organizações (incluindo empresas), estabelecidas com o objetivo de promover, dar suporte e realizar inovação no setor produtivo para gerar desenvolvimento econômico e empregos, sobre um território definido e localizado. No modelo, um sistema local de inovação é mais bem estruturado e maduro quanto maior for a evolução e maturidade de cada componente. Assim, a estruturação do SLI do Porto Digital fornece uma ferramenta de planejamento e ação estratégica para consolidar e evoluir instituições, organizações, empresas e o próprio território. O território de localização do Porto Digital é um sítio histórico de classe mundial. Neste território, estão combinados um ambiente urbano atraente com o acesso a equipamentos de cultura, lazer, gastronomia, turismo e esportes. Além disso, outros fatores foram também importantes para a escolha do lugar: • disponibilidade de espaço ocioso e a custo relativamente baixo para localização de

empresas e organizações; • localização central na malha urbana, permitindo acesso rápido a partir de vários

pontos da região metropolitana do Recife, em particular ao aeroporto internacional; • disponibilidade de áreas também ociosas para expansão quando se esgotar a

capacidade do núcleo.

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Para realizar a ocupação sustentável do núcleo territorial do SLI, foi concebido um Plano de Desenvolvimento Urbano (PDU) (Gonçalvez, P. M. and Reynaldo, A. 2001). Este planejamento urbano precisa ser complementado com um plano de negócios para os investimentos imobiliários com dois objetivos centrais. Primeiro, estruturar e atrair investimentos para construir equipamentos de suporte às organizações e empresas do Porto Digital, com as características inovadoras necessárias. Segundo, gerar receita para a sustentação do processo de gestão do SLI do Porto Digital em longo prazo. A inserção da componente territorial nos sistemas de inovação não é original do Porto Digital. Porém, a combinação desta componente com o planejamento urbano e a localização das organizações do SLI em um sítio histórico encontra-se na vanguarda das estratégias de desenvolvimento urbano sustentável. Um dos poucos paralelos encontrado no mundo, em escala e importância estratégica, é o projeto 22@, que está sendo implantado em Barcelona, Espanha (Reynaldo, M. 2002a). Para dar suporte à implantação do SLI do Porto Digital, o Governo do Estado através da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, investiu R$ 33 milhões em três áreas: • Investimento e Fomento: através da implementação de fundos de financiamento para

as empresas. • Infra-estrutura: através do investimento na reurbanização do território do Porto Digital,

na construção de infra-estrutura adequada para instalação das âncoras do SLI. • Gestão: criação, estruturação e operação do Núcleo de Gestão do Porto Digital, uma

Organização Social que tem como objetivo fazer a estruturação e gestão sustentável de um ambiente de negócios capaz de criar e consolidar empreendimentos de classe mundial em tecnologia da informação e comunicação através da interação e cooperação entre universidades, empresas, organizações não governamentais e governamentais no Estado de Pernambuco.

Do investimento total, R$ 14 milhões estão sendo executados pelo NGPD. Os recursos restantes estão sendo executados diretamente por órgãos do Governo, na seguinte distribuição: • Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE): gestão de

um Fundo de Capital Humano, com aporte inicial de R$ 5 milhões. • Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD-DIPER): gestão de um Fundo de

Capital de Risco, com aporte inicial de R$ 5 milhões. • Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTMA): R$ 3 milhões para

reurbanização de uma área degradada no Bairro do Recife. • Núcleo Softex do Recife: R$ 6 milhões para construção de um centro de negócios para

as empresas do Porto Digital. Em junho de 2000, o Governo de Pernambuco lançou, em uma reunião do Pacto 21 (fórum constituído por intelectuais, acadêmicos, empresários e políticos) o projeto de criação de um ambiente de negócios em tecnologia da informação e comunicação para o Estado, a ser localizado no Bairro do Recife, local de nascimento da cidade. A meta era dotar a já consolidada economia digital de Pernambuco de maior visibilidade, escala e competitividade nos mercados regional, nacional e internacional.

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Para o desenvolvimento do programa foi destinado, inicialmente, um aporte de R$ 33 milhões referentes a parte do saldo da privatização da Companhia Elétrica de Pernambuco (CELPE). Em 12 de dezembro de 2000 foi fundado o Núcleo de Gestão do Porto Digital, associação civil de direito privado sem fins lucrativos, para fazer a implantação e operação do projeto. Em 20 de abril de 2001, o Núcleo de Gestão do Porto Digital (NGPD) foi qualificado como uma das primeiras Organizações Sociais (OSs) pernambucanas. OSs fazem parte do novo modelo de gestão pública do Governo de Pernambuco. São sociedades civis sem fins lucrativos que preenchem os requisitos legais e podem se qualificar à prestação de serviços públicos não-exclusivos do Estado. Em 2001, entre empresas privadas e instituições, 26 órgãos se instalaram no Bairro do Recife, dos quais, 4 internacionais. Atualmente, 34 empresas estão instaladas no local. O projeto de instalação de 25 quilômetros de dutos de fibra ótica está em sua fase final, com contratos de administração da rede firmados com as operadoras Telemar, Vésper, Eletronet e Embratel. A iniciativa privada investiu ao todo, R$ 3 milhões no projeto, incluindo empresas de telecomunicações e software, a exemplo da Oracle, líder mundial no segmento de banco de dados. A Rede de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica (Incubanet), a qual é coordenada pelo Núcleo de Gestão do Porto Digital, lançou quatro editais do Programa de Geração de Empreende e já conta com 17 empresas em fase de incubação e 25 em processo de estruturação em Pernambuco. Ao longo de todo o ano, a Incubanet recebeu 57 projetos de novos negócios. Para impulsionar os projetos de incentivos a novos empreendimentos no Estado, o Sebrae alocou R$ 225 mil para as incubadoras participantes da Incubanet. O Fundo de Capital Humano, um dos pilares do Porto Digital, aprovou 9 projetos e liberou cerca de R$ 3 milhões para as empresas capacitarem seus funcionários, alcançando ¼ de toda a mão-de-obra do Estado. As obras físicas do Porto Digital também avançaram. Foram concluídas as reformas da Sede do NGPD e parte do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, CESAR, onde já funcionam 60 postos de trabalho. A futura sede da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, SECTMA, um edifício destaque do início do século passado, está passando por uma restauração minuciosa, respeitando a arquitetura original de sua fachada com inauguração prevista para o final de 2002. O prédio da Incubadora do Porto Digital, o CAIS do PORTO, um sobrado considerado imóvel de destaque pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, IPHAN, também será inaugurado no segundo semestre de 2002, assim como o ITBC, prédio inteligente para onde serão transferidas 34 empresas de software. Uma das maiores conquistas do Porto Digital foi a aprovação da lei municipal de apoio às empresas que se instalarem no Bairro do Recife. Por esse documento, empresas de tecnologia da informação, comunicação e serviços associados que participam do PD receberão apoio financeiro correspondente ao seu desempenho.

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Com a transferência de empresas e instituições de tecnologia e serviços relacionados para o Bairro do Recife, foram criados 313 novos postos de trabalho. O Porto Digital também é responsável pela criação de 10 frentes de trabalho de construção civil no Bairro do Recife. Em 2001, essas obras empregaram mais de 200 trabalhadores. A presença física do Porto Digital se dá nos 100 hectares (um quilômetro quadrado) da Ilha do Recife. O Núcleo de Gestão do Porto Digital está sediado num edifício de arquitetura colonial erguido no século 18, pertencente ao perímetro tombado da Ilha do Recife, localizado à Rua Domingos José Martins, 227, Bairro do Recife. O prédio conta com uma rede wireless, que permite a conexão de computadores e utilização de serviços de telefonia sem fio dentro de todas as instalações. Todo o prédio possui, ainda, infra-estrutura de cabeamento estruturado de alta velocidade. Os sistemas de telefonia e transmissão de dados são concentrados numa mesma estrutura. Em termos de equipamentos, o prédio do Núcleo de Gestão conta com uma sala de telecomunicações de última geração, e conta com 20 estações de trabalho interconectadas. A instituição também possui 2 servidores de apoio à rede. Além da infra-estrutura do NGPD, as organizações âncoras do projeto estão sendo transferidas / reformadas para o Bairro do Recife: • Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco - CIn/UFPE • Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR) • Incubadora do Porto Digital - Cais do Porto – Centr o Apolo de Integração e

Suporte ao Desenvolvimento de Empreendimentos de TI C do Sistema Local de Inovação do Porto Digital

• Information Technology Business Centre (ITBC) • Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente Estas organizações irão ocupar edifícios que possuem áreas de 12.830 m2, 2.000m2, 2.000 m2, 5.000 m2 e 1.740 m2, respectivamente. Esses imóveis possuem grande valor histórico-arquitetônico, e passam por reformas estruturais comandadas pelas gerências de Engenharia e Arquitetura da instituição. O CESAR possui uma conexão sem fio (via rádio) que possibilita a comunicação direta com o campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A infra-estrutura de telecomunicações com conta com 25 quilômetros de dutos subterrâneos para passagem de fibra ótica. Essa rede foi construída e será operada por um consórcio entre o Porto Digital e operadores de telefonia. Além de negócios, empreendedorismo, inovação e tecnologia, o Porto Digital possui uma vertente de inclusão social. As ações de cidadania e inclusão social do Porto Digital têm o objetivo de dar condições para que os setores excluídos da sociedade desfrutem dos benefícios do PD, como o acesso a novas fontes de emprego e renda. O Instituto Porto Digital para Inclusão Social, organização sem fins lucrativos e qualificada como uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), tem por objetivo a promoção da qualidade de vida e o bem-estar social através da utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC). Para isso, a instituição promove a

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alfabetização digital e a formação de capital humano em TIC em comunidades de baixa renda. Em cooperação com várias instituições, entre elas a Prefeitura do Recife, o Porto Digital está investindo na reurbanização da Comunidade do Pilar, no setor norte do Bairro do Recife. Esse projeto irá beneficiar mais de 300 famílias com a construção e melhoria de habitações e infra-estrutura. Em parceria com o Comitê para Democratização da Informática (CDI), o Instituto Porto Digital implantou a Escola de Informática e Cidadania do Pilar (EIC). Na escola, jovens carentes aprendem informática com instrutores da própria comunidade e, dessa forma, são inseridos na sociedade da informação. Por ano, a EIC tem capacidade de receber mais de 500 alunos. O instituto também conta com uma biblioteca com um acervo diversificado de mais de 3 mil livros, fruto de doações. A biblioteca atende à Comunidade do Pilar - localizada no Bairro do Recife - e áreas circunvizinhas. O local também funciona como infocentro, um espaço com computadores de última geração ligados à Internet para uso gratuito da população. 1.2 Cais do Porto – A Incubadora do Porto Digital O Cais do Porto, Centro Apolo de Integração e Suporte a Empreendimentos de TIC, a Incubadora de Empresas de Tecnologias de Informação e Comunicação da Organização Social Núcleo de Gestão do Porto Digital, está sendo criado como um Micro-sistema Local de Inovação que tem como objetivo global o desenvolvimento de estratégias de negócios para a estruturação, suporte e crescimento de empreendimentos inovadores de Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC do Estado de Pernambuco, através da integração dos componentes do Sistema Local de Inovação do Porto Digital. O Cais atuará com os empreendimentos em qualquer um dos seus cinco estágios de crescimento (Churchill, C and Lewis, V. Havard Business Review, May-Jun, 1983), desenvolvendo atividades de Incubação (pré-incubação, incubação e pós-incubação) nos três primeiros estágios e de suporte à ocupação Transitória (Hotel) nas dois últimos:

Estágios Características Principais Criação Podem não ser Empresas constituídas; Ainda não têm clientes; ou

Têm um único cliente para um projeto único; Estruturação Já são Empresas; Têm clientes regulares; Crescimento Têm estruturas autônomas; Têm clientes regulares; Estão prontas para

receberem investimentos; Decolagem Crescimento com primeiro investimento já realizado e projeto de

instalação no ambiente do Porto Digital; Maturidade Decolagem com gestão de investimentos; Terá como missão a estruturação e o suporte ao desenvolvimento, de forma sustentável, de empreendimentos inovadores de tecnologias da informação e comunicação – TIC, através da interação e cooperação entre universidades, empresas, empreendedores,

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organizações não governamentais e governamentais no Sistema Local de Inovação do Porto Digital e suas relações externas. Assim, a partir 2003, o Cais do Porto será o ambiente de referência e excelência na estruturação e suporte ao desenvolvimento de empreendimentos em tecnologias da informação e comunicação do Nordeste. Para isso, nos próximos 03 (três) anos, o Cais do Porto tem como metas fundamentais:

• O suporte a criação e funcionamento de 03 (três) Núcleos Geradores de Empreendimentos de TIC em Instituições de Ensino Técnico e Superior (IETS) em Pernambuco;

• A estruturação de 60 (sessenta) novos empreendimentos de TIC no SLI do Porto Digital;

• Capacitação e suporte a 30 (trinta) empreendimentos de TIC em processos de qualidade e internacionalização de seus produtos e serviços; e

• Capacitação de 460 (quatrocentos e sessenta) empreendedores do SLI do Porto Digital.

1.3 Público Alvo Como público alvo, o Cais do Porto considerará, inicialmente no estado de Pernambuco, as IETS – Instituições de Ensino Técnico e Superior, particularmente aquelas que desenvolvem, em seus currículos, ensino de tecnologias de informação e comunicação; Empreendedores de TIC, especificamente alunos e professores / pesquisadores das IETS referenciadas anteriormente e técnicos recém formados com idéias de implementação de negócios inovadores de TIC; Empreendimentos de TIC já estabelecidos no mercado que pretendem implementar seus negócios através de inovações tecnológicas, aperfeiçoamento de seus processos, internacionalização de seus produtos / serviços, e/ou aporte de capital. A medida em que seus processos forem sendo implementados, ampliará suas fronteiras para os demais estados do Nordeste e do Brasil. 1.4 Produtos e Serviços

• Assessoria Organizacional aos IETS de TIC– Através de um sistemático trabalho junto às Instituições de Ensino Técnico e Superior - IETS do Estado de Pernambuco, o Cais do Porto assessorará estas organizações na estruturação e operação de seus Núcleos Geradores de Empreendimentos de TIC. Com isso estará contribuído para o nascimento de empreendimentos de TIC com perspectivas mercadológicas concretas, assim como estimulando o desenvolvimento da relação professores/ pesquisadores e empresas para a criação e/ou crescimento de novos produtos e serviços de TIC para o mercado nacional e internacional;

• Diagnóstico Empresarial – Através de equipe multidisciplinar qualificada de

consultores e parceiros, o Cais do Porto desenvolverá análises diagnósticas sobre idéias de estruturação de novos empreendimentos (oriundas de spin-off de IETS de TIC, spin-off de departamentos de empresas, de demandas espontâneas, ou sobre

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as idéias oriundas da INCUBANET), ou sobre o processo de crescimento / desenvolvimento de empreendimentos de TIC já estabelecidos, identificando oportunidades de negócios e problemas importantes, gerando indicações de alternativas para a estruturações e suporte ao seus desenvolvimentos, dentro das instalações do Cais do Porto;

• Assessoria Técnica - Será desenvolvida, pela equipe técnica do Cais do Porto e

equipe de parceiros, assessoria técnica aos seus empreendedores clientes, compreendendo, entre outros, o suporte para o desenvolvimento e manutenção de planos de negócio e de qualidade, para a transferência de conhecimentos sobre tecnologias de Informação e comunicação, e para a implementação de procedimentos de garantia e controle de qualidade de desenvolvimento de software, tais como Ensaios e Inspeção de Software, Requisitos para Certificação, Elaboração de Laudos e Pareceres Técnicos;

• Assessoria de Marketing – O Cais do Porto disponibilizará para seus clientes o

serviço de assessoria de marketing contemplando o apoio para o desenvolvimento de planos, as investigações necessárias para o conhecimento dos possíveis clientes e competidores, tendências de crescimento e tamanho atual dos mercados, para determinar como os empreendimentos são conhecidos ou como podem ser conhecidos, o desenvolvimento de pesquisas de mercado que permitam conhecer todo o potencial dos produtos e serviços dos empreendimentos, dentre outros;

• Assessoria Empresarial - Através de sua equipe técnica e de parceiros, o Cais do

Porto oferecerá aos seus empreendimentos clientes o serviço de assessoria empresarial no acompanhamento do desenvolvimento dos seus planos de negócio e qualidade, contemplando o apoio ao acesso a fontes de financiamento e à estruturação e desenvolvimento dos processos e instrumentos organizacionais necessários e adequados às suas respectivas fases de crescimentos tais como planejamento e execução orçamentária e financeira, administração de materiais e patrimônio, administração de capital humano, administração tributária e de custos, acesso a fundos e financiamentos, etc;

• Capacitação – O Cais do Porto desenvolverá, sistematicamente, um amplo

programa de capacitação em empreendedorismo para os seus clientes e para profissionais com interesse no tema em geral. Utilizando-se de seus espaços físicos especificamente destinados para Atualização e Suporte, oferecerá cursos como: Conceitos básicos de empreendedorismo, Elaboração e Acompanhamento de Planos de Negócio e Qualidade, Requisitos para Certificação de Desenvolvimento de Software, Requisitos para Internacionalização de Produtos e Serviços de TIC, Tecnologias Emergentes, Línguas Inglesa e Espanhola, etc;

• Eventos de Empreendedorismo – Serão programados e executados,

sistematicamente, nas instalações do Cais do Porto, ou em outras instalações do ambiente do Sistema Local de Inovação do Porto Digital, eventos como seminários, workshops e palestras sobre temas de interesse direto para o desenvolvimento do empreendedorismo de TIC do Estado, assim como programadas e executadas visitas técnicas a outros sistemas de inovação nacionais e internacionais para troca de experiências e divulgação dos produtos e serviços dos Empreendimentos clientes do Cais do Porto;

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• Infra-Estrutura Física – Serão oferecidos aos empreendedores instalações físicas

climatizadas individuais (módulos), áreas para desenvolvimento coletivo de atividades, salas de reunião, auditório, salas para aulas e palestras, área para show-room, área de convivência, copa, equipamentos diversos, mobiliário, serviços de recepção, de telecom (telefonia e rede), de limpeza e segurança;

1.5 Estratégias de Marketing Por ser parte do Núcleo de Gestão do Porto Digital, o Cais do Porto possui uma vantagem competitiva inicial grande quanto à divulgação de seus produtos e serviços, na medida em que se beneficia de todo o trabalho do Marketing Institucional do Sistema Local de Inovação do Porto Digital desenvolvido pelo próprio Núcleo. Os resultados já conseguidos com a implementação do Porto Digital, sua visibilidade e o conhecimento da sua marca facilitarão, consideravelmente, as ações de Marketing do Cais do Porto no Sistema Local de Inovação do Porto Digital. Para isso, é de fundamental importância que a condução dos processos de Marketing esteja centrada na estreita relação com as Gerências do Núcleo de Gestão. Neste sentido, os meios de comunicação utilizados pelo Núcleo de Gestão do Porto Digital, também serão os meios de comunicação do Cais do Porto. Isso é válido também para infra-estrutura, processos e parceiros. Assim, o Cais do Porto, desde o seu nascedouro, conta com toda uma infra-estrutura de Marketing madura e bem articulada.

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1.6 Processos Empresariais Abaixo, encontra-se representada a arquitetura de processos empresariais do Cais do Porto e seus componentes:

Na figura acima, os processos apresentados em amarelo serão responsáveis pelo desenvolvimento das atividades meio do Cais do Porto. E, em vermelho, o processo que será responsável pelas atividades fins da Organização, cujos clientes alvos estão representados em azul. Este conjunto de processos será desenvolvido em completa sintonia com os processos organizacionais do Núcleo de Gestão do Porto Digital.

Sistema Local de Inovação do Porto Digital

GESTÃO

CA

PIT

AL H

UM

AN

O

NO

RM

AS

E IN

ST

RU

ME

NT

OS

IETS – Instituições de Ensino Técnico e Superior

ESTRUTURAÇÃO E SUPORTE

Empreendedores de TIC

Empreendimentos de TIC

INFRA-ESTRUTURA

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1.7 Demonstrativo da Projeção das Receitas e Despes as

Projeções Financeiras

(50.000)

(40.000)

(30.000)

(20.000)

(10.000)

-

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Meses

Val

ores

(R

$) Receita Mensal Total

Despesa Mensal Total

Saldo Acumulado

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1.8 Instalações Físicas

Visão do Prédio do Cais do Porto antes da sua Refor ma

Plantas do Prédio considerando sua Recuperação e Re forma

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Distribuição e Metragem das Áreas da Incubadora

Área Útil Qtde. Total

Módulos Empresariais 20 3 60 22 4 88 23 5 115 25 4 100 26 4 104 27 2 54 28 1 28 31 1 31 160 1 160

Total 25 740

Ilha de Trabalho Ilhas Individuais 3,5 24 81

Total 81

Auditórios e Salas Auditório 54 1 54

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Seminário 1 53 1 53 Seminário 2 26 1 26 Seminário 3 28 1 28 Reunião 1 14 1 14 Reunião 2 12 1 12 Reunião 3 12 1 12 Reunião 4 45 1 45 Assessoria 1 11 1 11 Assessoria 2 11 1 11 Exposição 25 1 25 Treinamento 59 1 59

Total 12 349

Circulação e Banheiros Térreo 315 1 315 Primeiro Pavimento 221 1 221 Mezanino 78 1 78 Terceiro Pavimento 72 1 72

Total 685

Outros Usos Datacenter 68 1 68 Ar Condicionados 57 1 57 Telecom 28 1 28 Depósito 11 1 11 Subestação 13 1 13 Gerador 8 1 8 Lixo 2 1 2

Total 187

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2. O Sistema Local de Inovação - SLI do Porto Digit al

A industrialização brasileira caracterizou-se pela substituição de importações, política cuja tônica recaiu na importação de tecnologias embutidas nas plantas industriais, nos equipamentos e nos sistemas de controle de produção. Ocorreu também a importação de tecnologia não embutida, por meio dos contratos de transferência de tecnologia, que visavam a disciplinar o acesso a tecnologias, principalmente se havia alguma possibilidade para o seu desenvolvimento no Brasil. Esta estratégia era coerente com o modelo geral, pois a utilização do poder de compra das empresas estatais de certa forma estimulou a geração de capacidade de oferta interna de tecnologia. Esse modelo prescindiu, em grande medida, da capacidade interna de geração do conhecimento. O pequeno esforço empreendido pelas empresas no sentido de absorver, dominar e aperfeiçoar as tecnologias importadas refletiu-se no fato de que o setor produtivo demandou pouco envolvimento das universidades e institutos de pesquisa na produção de novas tecnologias. Esse distanciamento perdura até hoje, embora progressivamente se acumulem casos de êxito na relação universidade – centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) – empresas. Rompê-lo constitui, sem dúvida, um dos grandes desafios da atualidade, especialmente se levarmos em conta que, ao mesmo tempo, é necessário promover a consolidação da pesquisa básica. Trata-se de tarefa complexa, que exige a reorientação das próprias prioridades e estratégias historicamente adaptadas pela política científica e tecnológica – voltada, fundamentalmente, até muito pouco tempo, para o meio acadêmico -, para incluir as empresas, públicas e/ou privadas, como agentes e beneficiários das ações do setor público na área de ciência tecnologia e inovação (CT&I). Requer também a reorientação da política econômica, em particular o reforço das políticas setoriais – industrial, agropecuária, de comércio exterior e tecnológica – e dos mecanismos de planejamento das ações do setor público e de coordenação interinstitucional em todos os níveis do governo e entre este e a sociedade. Cabe observar que, em áreas críticas para o desenvolvimento científico-tecnológico – como nos campos da biologia, química fina, novos materiais, micro-eletrônica, mecânica de precisão -, as tecnologias ainda não estão disponíveis para transferência, havendo de se estimular a capacidade de desenvolvimento endógeno, mediante, inclusive, a estratégia de parcerias com centros de excelência no exterior, com o objetivo de alcançar o desenvolvimento conjunto de tecnologias selecionadas. Outro ponto a ressaltar é a importância ainda limitada dada às atividades de P&D, como fator crítico para a competitividade empresarial. Na maioria dos casos, as estratégias empresariais de ampliação da competitividade se restringem às melhorias incrementais do produto e do processo produtivo. As empresas brasileiras apresentam elevado grau de heterogeneidade em relação ao seu desempenho inovador, embora se registre avanço importante neste campo. Para o conjunto das empresas industriais paulistas, a taxa de inovação3 de 25% - ou seja, a indicação de que um quarto de todas as empresas industriais paulistas introduziram alguma inovação de produto ou processo – não se distancia das taxas dos países que apresentam estrutura produtiva com nível de desenvolvimento e complexidade tecnológica semelhantes ao do estado de São Paulo, como Espanha (29,5%) e Austrália (26%). Entretanto, quando a referida taxa é confrontada com a de países de

3 A taxa de inovação mede a participação de empresas que realizam inovação no total das empresas.

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industrialização madura e mais avançada, como França (41%) e Alemanha (53%), evidencia-se uma distância substancial entre os níveis de desempenho inovador das empresas industrias. Apesar das TICs terem provocado grandes mudanças e evoluções em diversas regiões do mundo, a classificação dos mercados regionais continua inalterada desde 1999. Os EUA continuam na liderança com US$874 bilhões de gastos em 2001. Embora essa posição não esteja ameaçada, a participação das regiões no mercado está se alterando. A América do Norte perdeu 1% do mercado mundial nos últimos três anos, enquanto Ásia e Europa Oriental tiveram crescimento. Na América Latina o Brasil é líder. No mundo ocupa o nono lugar, com 2,1% do mercado. Em 2002 os dispêndios do setor somaram US$50 bilhões. Acima do Brasil estão os seguintes países: Estados Unidos, com 33,6% do mercado mundial, seguidos de Japão (17,1%), Alemanha (6,4%), Reino Unido (5,7%), França (5,0%), China (2,8%), Itália (2,7%) e Canadá (2,5%). A participação das TICs no PIB brasileiro dobrou no período 1997-2001, aumentando de 4,2% para 8,3%. Na área de telecomunicações, a privatização, seguida do processo de desregulamentação, gerou altas taxas de crescimento no setor e continua a atraindo novos playiers para o mercado. O país inteiro foi atravessado com mais de 60.000 km de fibra ótica. A maior parte das tecnologias nessa área está presente no país, incluindo a disponibilidade de acesso â Internet usando banda larga. O número de pontos de acesso de telefonia no país se expandiu em todas as faixas: fixa, pública e móvel, como mostra a Tabela que se segue. Tais resultados podem ser creditados, em parte, à existência de políticas governamentais como a Lei Geral das Telecomunicações, que privatizou o setor, e a Política Nacional de Informática, que estimulou a construção de ambientes propícios á inserção do país como player mundial no setor de TICs. Esta última, compatível com as regras internacionais da OMC, estimula a inovação e o relacionamento entre universidades e empresas. Os benefícios dessa legislação, em operação a partir de 1993, em conjunto com políticas ativas do BNDES, atraíram para o país cerca de 100 novas empresas, em sua maioria grandes nomes internacionais, que hoje manufaturam bens de informática em diversas regiões do país.

Evolução do número de terminais telefônicos no Bras il (em milhões)

1994 1998 2001 Fixo 13,3 20,2 45,1 Público 0,3 0,5 1,3 Móvel 0,8 5,6 27,1

A Lei de Informática além de ter gerado empregos especializados na manufatura e na prestação de serviços, contribuiu decisivamente para o crescimento da infra-estrutura de comunicações e informatização no país, gerando em imposto federal o que muitos setores geram como contribuição total para o produto nacional bruto. O saldo entre impostos federais pagos e renunciados pelas empresas com incentivos no setor, no período 1993-1999, foi positivo em R$3,2 bilhões. Adicionalmente, como resultado da legislação, que exige como contrapartida investimentos de 5% do faturamento das empresas em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no país, no mesmo período , de 1993 a 1999, o montante desses investimentos em P&D atingiu R$2,6 bilhões, proveniente das empresas

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que operam nas regiões brasileiras, exceto na Zona Franca de Manaus4. No processo de privatização do setor de telecomunicações, a legislação viabilizou, economicamente, a atração para o país da fabricação local de bens e continua atraindo um conjunto significativo de fornecedores dentro da cadeia produtiva do setor, inclusive com a instalação de novos pólos. Como telecomunicações e computação são, hoje, as mais importantes infra-estruturas de modernização dos setores produtivos, a conseqüência da ausência dessa produção em massa no país seria uma drástica redução na oferta de serviços e empregos gerados, não somente no setor, mas também o resultante de uma alteração no quadro de crescimento dos demais setores. Apesar do cenário mostrado anteriormente demonstrar uma boa participação do Brasil no mercado mundial de TIC (9a colocação), quando se mergulha nos números da balança comercial do setor, eles se mostram assustadores. Em 2001, o déficit esteve superior a US$6 bilhões. A evolução desses números é apresentada na Tabela que se segue. Tais valores, até o final da década podem chegar a US$54 bilhões, o que colocaria o país em uma situação extremamente vulnerável sob este aspecto.

BALANÇA COMERCIAL DO SETOR

1997 1998 1999 2000 2002 Importações 8.036,5 7.559,3 7.517,9 9.774,7 9.071,

3 Software 500,2 726,2 956,3 1.023,1 1.335,

4 Informática 1.489,1 1.528,7 1.447,0 1.853,0 1.715,

7 Eletrônica de consumo

1.048,4 622,7 370,4 411,4 342,7

Telecomunicações 2.664,2 2.578,7 2.540,3 3.160,0 3.468,9

Componentes 2.334,6 2.103,0 2.203,9 3.327,2 2.208,6

Exportações 1.184,9 1.189,5 1.450,6 2.504,8 2.663,8

Software 27,4 36,4 46,9 52,3 102,5 Informática 267,9 247,3 336,8 374,7 293,0 Eletrônica de consumo

411,5 371,0 353,5 433,7 384,8

Telecomunicações 288,1 329,1 484,2 1.310,3 1.547,9

Componentes 190,0 205,7 229,2 333,8 305,6 Saldo -6.851,6 -6.369,8 -6.067,3 -7.269,9 -

6.437,5

Para atacar essa situação, o Governo está discutindo mecanismos para atração de investimentos no segmento de componentes e estímulos para ampliação da produção de computadores. Para este último caso, pretende-se atuar em três frentes: combate ao

4 MCT/SEPIN – Relatório de Gestão 2000.

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contrabando5, redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para insumos e componentes e concessão de crédito tributário capaz de incentivar a produção nacional de bens de informática. A Política de desenvolvimento de bens finais (de hardware) está apoiada em legislação específica, nova Lei de Informática, Lei No.10.176-01, de 11 de janeiro de 2001, que prioriza a pesquisa e desenvolvimento (P&D), contribui para a descentralização regional do conhecimento, para a modernização da infra-estrutura e para o desenvolvimento de produtos no país, em parceria com o setor privado, visando consolidar a geração de produtos nacionais para os mercados de países em desenvolvimento, tendo como objetivo os mercados da América Latina, China, países africanos e asiáticos, dentro do fortalecimento das relações sul-sul. Por outro lado, ao longo da existência da Política Nacional de Informática, tenta se construir um cenário propício à consolidação do país como produtor mundial de software – setor dotado de forte dinamismo inovador e que se constitui em elemento central no novo paradigma tecno-econômico, sendo instrumento central na redução dos riscos e dos custos nos processos de produção de bens e serviços. Após crescimento médio anual de 19% na década de 1990, o mercado interno brasileiro de software em 2001 atingiu US$1,86 bilhões, cerca de 1% do mercado mundial. Em conjunto com o segmento de serviços o valor alcançou US$7,23 bilhões. Nesse mercado, o Brasil possuía, em 2001, cerca de 320 mil profissionais em organizações que desenvolvem serviços e produtos de software (empresas de informática ou não), dos quais 59 mil envolvidos com atividades de pesquisa e desenvolvimento. Parte desses resultados se deve ao Programa SOFTEX, criado em 1993 pelo governo brasileiro através do CNPq. O Programa deu os primeiros passos para acelerar o desenvolvimento de uma indústria de software nacional voltada para o mercado mundial. O Programa alcançou bons resultados em determinadas áreas de atuação, sensibilizando diversas cidades brasileiras (entre elas, Recife) para se tornarem pólos de desenvolvimento de software, tendo como valores a criatividade, a inovação e a qualidade. Hoje são quase 1.000 empresas associadas ao Programa. Entre os fatores de produção, para o setor de TIC, são particularmente importantes os fatores especializados que incluem uma moderna infra-estrutura de comunicação de dados digital, capital humano altamente educado, como engenheiros e cientistas, e institutos universitários, de pesquisa e desenvolvimento, necessários em atividades complexas e protegidas pelo direito de propriedade intelectual. Isso faz deles parte integrante da inovação. Tais fatores especializados especificados acima colocam o Estado de Pernambuco em condições competitivas favoráveis. A sua base de Ciência e Tecnologia o distingue dos demais estados Nordestinos. Em particular, no setor de TIC onde, de mais de uma forma foram criadas, nos últimos 15 anos, as precondições para dar um novo salto qualitativo e quantitativo no ambiente de negócios de TIC de Pernambuco. Ao todo, o Estado de Pernambuco possui 981 instituições de ensino médio com 353.634 alunos matriculados em 2000, e 39 escolas de nível superior com 75.157 alunos matriculados em 1999.

5 Calcula-se que dos 3,3 milhões de computadores vendidos no mercado brasileiro anualmente, apenas 1,2 milhão

são comercializados legalmente.

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A principal infra-estrutura para o desenvolvimento do setor de TIC é o de telecomunicações. O Estado de Pernambuco nos últimos dois anos deu passos importantes com a implementação de sua infovia, a Rede PE-Digital. São mais de 1.100 links de acesso dedicado conectados por um backbone de velocidade mínima de 8 Mbps e com previsão de atingir 155 Mbps, conectando as organizações públicas, escolas, hospitais etc. Nessa infra-estrutura foram investidos cerca de R$34 milhões de recursos públicos. Em particular, no Bairro do Recife, está sendo implantada uma rede de fibra ótica dedicada a oferecer conectividade de alta velocidade as entidades e empresas de TICs ali localizadas. O segundo determinante amplo da vantagem competitiva nacional numa indústria é a demanda interna do produto ou serviço dessa indústria. Três atributos gerais da demanda interna são significativos: a composição (ou natureza das necessidades do comprador), o tamanho e padrão de crescimento, e os mecanismos pelos quais a preferência interna é transmitida aos mercados estrangeiros. No Brasil, em 2001, o valor dos dispêndios foram de mais de US$50 bilhões. O país deve alcançar a marca de 165 milhões computadores em uso até o final deste ano, mais de 7,5 milhões de pessoas já acessam a Internet a partir de suas residências6 e o volume do e-commerce deve triplicar7. As oportunidades surgidas com esta indústria estão revolucionando a economia de países como Israel, Irlanda, Índia, entre outros. No Brasil, tais oportunidades podem ser ainda maiores, pois as condições de atendimento à demanda são agravadas pela forte pressão do mercado interno aliada à necessidade de substituição de importação e geração de novas receitas com exportação. Tal cenário torna-se uma excelente oportunidade para investimento na cadeia produtiva do setor e dá bem a medida da oportunidade de transformação econômica para o Estado de Pernambuco, caso se saiba aproveitar, de forma inteligente, as condições de produção já estabelecidas em Recife e mencionadas anteriormente. O terceiro determinante amplo da vantagem competitiva nacional numa indústria é a presença, na região, de indústrias correlatas. As indústrias correlatas são aquelas nas quais as empresas, ao competir, podem coordenar ou partilhar atividades na cadeia de valores, ou aquelas que envolvem produtos complementares. A participação mútua em atividades pode ocorrer no desenvolvimento de tecnologia, manufatura, distribuição, comercialização ou assistência. A base econômica de Pernambuco apresenta uma diversidade que a torna distinta da maioria dos Estados Nordestinos, a exceção da Bahia, Por exemplo, para compor 87% do PIB Estadual é necessário reunir 13 setores industriais. No Ceará, que possui um PIB comparável ao de Pernambuco, somente 3 setores completam este percentual. Além dessa diversidade quantitativa, entre os 5 setores com maior PIB encontram-se indústrias modernas como a química e a eletroeletrônica. Em TI são mais de 500 empresas em operação, em sua grande maioria instaladas na cidade do Recife, com faturamento crescendo a taxa média anual de 8 a 10% ao ano e representando 33% do faturamento do setor no Nordeste, percentual acima do registrado pelo setor de hotelaria. O quarto determinante amplo da vantagem competitiva nacional numa indústria é o contexto no qual as firmas são criadas, organizadas e dirigidas, bem como a natureza da rivalidade interna. O padrão de rivalidade interna também tem o papel profundo a

6 IBOPE/e-Rating, 2002 7 Fundação Getúlio Vargas, 2002

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desempenhar no processo de inovação e nas perspectivas finais do sucesso internacional. Nas empresas de TIC, um dos principais aspectos que as caracterizam está ligado a forte componente educacional que permeia os seus fundadores. São, em sua maioria, empreendedores com perfil tecnológico e, portanto, carentes de praticas para os desafios comercias. Em Pernambuco, a origem das empresas de TIC possui a característica acima mencionada. Entretanto, nos últimos anos, a exemplo do que vem acontecendo mundialmente, este quadro vem se transformando acentuadamente devido à orientação das empresas para competição global, em função de outros determinantes, como a pressão da saturação do mercado, ou a rivalidade local e a influência da demanda internacional. Hoje, as empresas de Pernambuco, isoladas ou em parceria, já têm seus negócios estendidos por todo o país e avançam rapidamente para o mercado internacional. A concentração geográfica de rivais numa mesma cidade (ou num mesmo bairro, como no Porto Digital) reflete e amplia as vantagens deste determinante. Em Pernambuco, a indústria de TICs possui maturidade e estrutura de um sistema local de inovação, o que a distingue de forma positiva de outros pólos tecnológicos, mesmo em regiões mais desenvolvidas do país. Este sistema local de inovação é um importante diferencial competitivo para os negócios de TICs desenvolvidos no Estado. O Porto Digital foi criado para ampliar a escala deste diferencial. De fato, o Porto Digital é o ambiente de promoção da estruturação, evolução e interação de todas as componentes do sistema local de inovação de TICs de Pernambuco, a partir do Bairro do Recife, em Recife. A denominação “SLI do Porto Digital” será utilizada para se referir a este ambiente em toda a sua complexidade e diversidade. O setor de Tecnologia da Informação em Pernambuco já desponta como uma atividade de expressão entre as que hoje compõem a economia estadual. Esse fato pode ser atestado por recente pesquisa realizada pelo CONDEPE que foi financiada pela SOFTEXRECIFE com intuito de aprofundar o conhecimento sobre essa importante atividade econômica. A pesquisa referida, importante ressaltar, excluiu as empresas estatais significando dizer que, seus resultados retratam muito bem as iniciativas privadas nessa área da economia. A segmentação original divide as empresas do setor nas seguintes áreas de atuação.

• Revenda de hardware e Software • Desenvolvimento de Sistema sob Encomenda • Produção de Pacote de Software • Consultoria em Tecnologia de Software • Manutenção de Hardware e Software • Treinamento • Representação de Hardware e Software • Provedor de Internet • Distribuição de Hardware e Software

Segundo a pesquisa realizada, esse setor era formado, em 2001, por 528 empresas sendo que dessas 52 dedicam-se ao desenvolvimento de sistemas, 39 são consultorias, 78 prestam serviços de manutenção enquanto que 68 tem como atividade a revenda de hardware e software. Essas empresas, segundo a pesquisa citada, faturaram em 2001 R$ 172,2 milhões. A importância desses números fica patente quando se sabe, através da

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pesquisa mencionada, que esse faturamento era de apenas R$ 8.583.732,00 em 1998. O faturamento das empresas do setor vem no seu conjunto evoluindo a taxas superiores a 18% a.a entre 1998 e 2001. O faturamento médio, embora num ritmo menor, também evoluiu positivamente no período em análise. Para o ano de 2002 as estimativas das empresas são sobremodo otimistas. Estimam elas, no seu conjunto, que esse faturamento deverá atingir R$ 223,6 milhões o que significa um crescimento de 30% sobre o ano anterior. Constatou-se, também, na pesquisa mencionada, que o setor de Tecnologia da Informação em Pernambuco é composto em sua grande maioria por pequenas empresas que localizam-se, sobretudo na Região Metropolitana do Recife. Essas empresas faturaram, em média, no ano de 2001, R$ 440.545,61 o que bem denota o seu tamanho. Os salários pagos pelo setor de certo modo comprovam a sua dinâmica como pode ser inferido a partir das informações obtidas da pesquisa realizada pelo CONDEPE. A remuneração de até cinco salários mínimos concentra 51.1% dos empregados. Todavia, na faixa entre 5,1 e 12 salários mínimos abrigam 34,7% de todo pessoal empregado no setor, enquanto que 14,2 % dos empregados no setor de tecnologia da informação em Pernambuco ganhavam mais de 12,1 salários mínimos. No que respeita à qualificação profissional os resultados da pesquisa realizada são ainda mais expressivos posto que atestam a qualidade das empresas localizadas em Pernambuco. Dos 3.015 profissionais empregados pelo setor, excetuando-se aqueles empregados na área de telecomunicações e no setor governamental, 34,2% possui curso superior sendo que ao nível nacional essa média se situa em 13%. A qualificação da mão-de-obra empregada no setor é também revelada pela quantidade de pessoas com títulos de mestrado e doutorado, respectivamente quatro vezes mais (3,4% contra 0,85%) e sete vezes mais (0,7% contra apenas 0,1%) que a média nacional. No que pese já possuir uma posição que lhe confere visibilidade as empresas do setor de Tecnologia da Informação em Pernambuco ainda não apresenta, nas suas relações comerciais, uma inserção internacional mais expressiva. A pesquisa do CONDEPE constatou que o setor dirige 54,7% das suas vendas para o próprio Nordeste, 14,3% para a Região Sudeste, 7,8% para o sul, 8,6% para o norte, 9,6% para o Centro-Oeste e apenas 5% para o exterior. Vale notar que o setor de Tecnologia da Informação, em Pernambuco, possui um forte apoio do Centro de Informática pela Universidade Federal de Pernambuco reputado entre os cinco melhores cursos do Brasil. Esse centro tem se constituído num elemento irradiador não só de tecnologia da informação, sua função primordial, mas, sobretudo tem estimulado o empreendedorismo entre os alunos. Desse modo o Centro de Informática constitui elemento dinâmico no cenário dos negócios vinculados à tecnologia de informação no Estado. Assim, o objetivo geral do Porto Digital é promover o desenvolvimento competitivo da indústria de tecnologia da informação e comunicação pernambucana e a formação de capital humano neste setor. Para tal se pretende apoiar o desenvolvimento de cadeias produtivas de TICs, promover a inovação e o intercâmbio tecnológico entre setores produtivos e científicos, impulsionar a formação de recursos humanos nas áreas de

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gestão de TIC e facilitar sua inserção no setor produtivo e apoiar a ampliação da infra-estrutura e serviços para as empresas TICs. Conforme a experiência internacional, a implementação de Pólos de Alta Tecnologia segue um modelo estratégico incremental cujo desenvolvimento pleno se verifica em períodos de uma ou duas décadas, com a gradual e efetiva mobilização das forças de mercado. De acordo com esta experiência, os investimentos em infra-estrutura, assim como a implantação dos Pólos se realizam por etapas. Pelo anterior e devido ao tamanho do Porto Digital Pernambuco está realizando uma ampliação e consolidação da infra-estrutura tecnológica em 8 estratégias, cada uma com metas próprias de médio prazo que estão associadas a projetos executados diretamente pelo Porto Digital ou por outras instituições relacionadas com o mesmo. As 8 estratégias se definem em:

• Atração e geração de empresas. Apoiar a geração, desenvolvimento e instalação de novos empreendimentos de TIC no Porto Digital através: (i) do estímulo ao empreendedorismo e à incubação de empresas de base tecnológica; (ii) da atração e instalação de empresas locais, nacionais e estrangeiras em condomínios empresariais com infra-estrutura adequada no Bairro do Recife.

• Capital humano, tecnologia e inovação. Estimular o aumento da

competitividade das empresas do Porto Digital através do suporte, fomento e articulação de projetos cooperativos de: (i) formação de capital humano para aumentar a qualificação dos profissionais atuantes nas empresas e os recém egressos do sistema educacional; (ii) geração e transferência de tecnologia entre empresas e entre a universidade e as empresas; (iii) inovação tecnológica e organizacional, de produtos e processos, e de utilização de ferramentas de qualidade nas empresas.

• Desenvolvimento de negócios. Desenvolver ações para inserção das

empresas e organizações do Porto Digital em mercados nacionais e internacionais, visando à realização de negócios e ao estabelecimento de parcerias com instituições da vanguarda tecnológica mundial.

• Capital e investimento. Estimular o desenvolvimento de mecanismo de

aproximação entre investidores e empresas TIC do Porto Digital. Auxiliar as empresas no acesso aos fundos disponíveis (FCH e FCR). Além de promover iniciativas de acesso a investimentos alternativos e contribuir com projetos na captação de novos recursos.

• Infra-estrutura. Dotar as organizações do Porto Digital de infra-estrutura

adequada à sua instalação no Bairro do Recife através de: (i) articulação para a melhoria dos serviços urbanos e para o provimento de serviços de comunicação adequados às empresas de TIC; (ii) adequação de edifícios históricos para implantação das organizações âncoras do ecossistema local de inovação do Porto Digital. A existência dessa infra-estrutura é indispensável à consolidação da estratégia de cooperação e integração entre as organizações do Porto Digital

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• Inclusão social. Fornecer ferramentas para que cidadãos de comunidades excluídas possam ter aceso aos benefícios da sociedade da informação, promovendo o desenvolvimento com inclusão social, através de atividades de: (i) capacitação em tecnologia da informação e comunicação para geração de emprego e renda; (ii) acesso à informação em telecentros conectados à Internet; (iii) alfabetização digital.

• Marketing. Fortalecer a reputação e consolidar as marcas do Porto Digital,

fazendo uso dos mais diferentes recursos de marketing, comunicação e relações institucionais, visando destacar a excelência do ecossistema de tecnologias de informação e comunicação de Pernambuco no país e no exterior.

• Gestão. Realizar a monitoração, avaliação, planejamento e execução

permanente de ações de coordenação, mediação e fomento do sistema local de inovação.

O conjunto das atividades em desenvolvimento pelo Porto Digital permitirá o logro dos seus objetivos através da criação de externalidades do conhecimento e de sinergias produtivas entre empresas TIC e as instituições científicas e universitárias. Da mesma forma, a infra-estrutura tecnológica, a rede de serviços e de sub-contratação especializados, os institutos tecnológicos de formação de recursos humanos, representarão um fator decisivo para a atração de empresas nacionais e internacionais para Pernambuco. Com estas perspectivas se assegura um ambiente propicio para as atividades de investigação e desenvolvimento, produção e comercialização de TIC. As atividades do Porto Digital serão desenvolvidas através de Organizações Âncoras. O conceito de organização âncora em um SLI pode ser definido como sendo aquela organização8 que lidera um ou vários aspectos do SLI relacionados à componente institucional. Essa liderança pode ser dar através de um ou mais dos seguintes elementos: • Concepção da visão e da idéia: aquelas organizações que participaram ativamente na

criação do conceito Porto Digital, mesmo que este conceito original tenha sofrido evoluções desde sua concepção.

• Recursos investidos: a capacidade e disposição de investimento no fomento ao SLI é um componente de liderança.

• Definição e execução de políticas setoriais. • Liderança técnica ou conceitual: excelência na produção de alguns dos 5 ativos de

classe mundial. As âncoras do SLI do Porto Digital estão apresentadas na Figura II-15.

8 Admite-se que podem existir várias âncoras relacionadas ao um mesmo componente institucional.

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Segmento Organizacional Papel Institucional Âncora Capital Humano e P&D Conhecimento � Centro de Informática-UFPE

� I3 Competências � Incubadora do Porto Digital Conexões � Softex Recife

� ITPO

Suporte aos Negócios

Transferência de Tecnologia

� CESAR

Governos Confiança Legislação Específica Capital

� SECTMA/PE

Gestão do SLI Confiança � Núcleo de Gestão do Porto Digital (Seção 7)

Figura II-15: As Âncoras do SLI do Porto Digital

CIn/UFPE Inovação, excelência e criatividade aliados com a competência e experiência de um conceituado corpo docente fazem do Centro de Informática da UFPE (CIn/UFPE) um dos melhores centros acadêmicos de informática da América Latina. Sua história de sucesso já possui 28 anos formando profissionais e pesquisadores para toda a região. O CIn/UFPE conta com cerca de 50 doutores, 500 alunos de graduação, 200 alunos de pós-graduação e forma 50 alunos de especialização por ano. Além disso, nos últimos cinco anos, mais de 20 empresas de software, informação e serviços foram criadas por seus ex-alunos. O Centro oferece dois cursos de graduação: Bacharelado em Ciência da Computação e Engenharia da Computação. A Pós-graduação está classificada com conceito 5 na análise da CAPES. Na última avaliação, a CAPES reconheceu a pós-graduação como centro de excelência e referência nas suas áreas de atuação. I3 O Instituto para Inovação em Informática – I3 combina a excelência do CIn/UFPE na formação de capital humano, pesquisa e desenvolvimento, com a promoção da inovação no setor produtivo. O I3 cuida da interdisciplinaridade em informática e entre a mesma e outras disciplinas, por excelência, pois, por construção, é livre das amarras clássicas da formação acadêmica e trata de informática baseando-a em problemas e não áreas ou temas. Além do mais, a agenda do instituto é baseada nas demandas e entendimento do mercado, presente e futuro, subvertendo a ordem acadêmica de pesquisa básica, ou isolada das demandas sociais.

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Incubadora do Porto Digital – Cais do Porto A Incubadora do Porto Digital está sendo estruturada como um micro-sistema local de inovação, realizando atividades de capacitação, treinamento, estruturação de empresas, incubação e pós-incubação. Em um espaço multifuncional, que fornece suporte adequado a todas as suas atividades, a Incubadora tem capacidade de formar mais de 100 empreendedores por ano e incubar 25 novas empresas concomitantemente. ITBC/Softex Recife O SOFTEX Recife é uma entidade que articula as principais empresas do setor de tecnologia da informação e comunicação de Pernambuco. Empresas com liderança no mercado fazem do SOFTEX Recife um dos mais ativos agentes do Programa para Promoção da Excelência do Software Brasileiro – SOFTEX. No Porto Digital, o SOFTEX Recife está localizado no Information Technology Business Centre (ITBC), um edifício empresarial inteligente, com espaço preparado para abrigar em torno de 30 empresas. ITPO Recife O Escritório de Promoção de Investimentos e Tecnologia do Recife (Investment and Technology Prommotion Office) faz parte da rede de promoção de negócios da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO). O ITPO Recife é o único escritório nas Américas que se une a uma rede de outros 14 escritórios em países da Europa e Ásia. O objetivo do ITPO Recife é promover a indústria nacional, atrair investimentos e facilitar parcerias tecnológicas. No SLI do Porto Digital, o ITPO Recife atua no estabelecimento de conexões internacionais para as empresas de TICs e promove capacitação para internacionalização dos negócios locais. CESAR O CESAR é o centro de transferência de tecnologia e de conhecimento que desenvolve soluções tecnológicas e estrutura unidades de negócios. A organização foi berço de dezenas de empresas, entre as quais a Informa Software™, o Radix™ e a Vanguard™. O CESAR gerencia e executa projetos cooperados com as empresas, sejam do setor público ou privado, nos mais diferentes segmentos de mercado. Em 2001 suas receitas foram da ordem de R$ 12 milhões. O modelo de negócios do CESAR prevê a identificação de demandas no mercado, o desenvolvimento de soluções para tais demandas, e, sempre que possível, a criação de empresas que possam disseminar tais soluções no próprio mercado. Sempre que

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necessário, o CESAR promove a captação de investimentos junto a empresas de capital de risco, para viabilizar a criação de tais empresas. O desenvolvimento de soluções considera as competências do CESAR e de todo o Sistema Local de Inovação do Porto Digital, o que envolve o CIn-UFPE, empresas parceiras, incubadas em outras incubadoras e, naturalmente, as unidades de negócios do próprio CESAR. SECTMA A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTMA) é o órgão do Governo do Estado de Pernambuco responsável pela definição e desenvolvimento da Política Estadual de Ciência e Tecnologia (SECTMA, 2001). O Porto Digital é uma das ações definidas nessa política e a SECTMA foi o primeiro e principal investidor público no SLI do Porto Digital. Seu papel articulador e fomentador das ações de C&T no Estado fazem da SECTMA uma importante âncora do SLI. Portanto, a composição do Porto representa um importante marco institucional para uma cooperação efetiva entre suas âncoras e instituições públicas e privadas, assim como para a coordenação das atividades do Porto com as estratégias e os instrumentos nacionais e estaduais de desenvolvimento de empresas TIC. Como se pode observar os negócios vinculados à Tecnologia da Informação vêm recebendo um inestimável apoio por parte dos poderes públicos no Estado por se acreditar que Pernambuco tem um diferencial competitivo nessa área.

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3. Objetivos da Incubadora Cais do Porto O Cais do Porto, Centro Apolo de Integração e Suporte a Empreendimentos de TIC, parte da Organização Social Núcleo de Gestão do Porto Digital, está sendo criado como um Micro-sistema Local de Inovação que tem como objetivo global o desenvolvimento de estratégias de negócios para a estruturação, suporte e crescimento de empreendimentos inovadores de Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC do Estado de Pernambuco, através da integração dos componentes do Sistema Local de Inovação do Porto Digital. E como objetivos específicos: • Disseminar o Empreendedorismo de TIC no Estado; • Criar mercados para o desenvolvimento de pesquisas tecnológicas; • Possibilitar uma maior aproximação entre o meio acadêmico e o empresarial através

do estímulo ao surgimento de spin-offs acadêmicos e/ou através dos processos de transferência de tecnologia;

• Estimular o conhecimento da C&T no Estado, com o objetivo de desenvolver e/ou aperfeiçoar produtos e processos;

• Estimular o surgimento de novos empreendimentos inovadores de tecnologias de informação e comunicação em Pernambuco e apoiar as entradas, operações e ampliações no mercado consumidor, nacional e internacional, de seus produtos e serviços;

• Apoiar e incentivar o desenvolvimento de novos produtos (bens materiais e serviços) e processos (organizacionais e de tecnologia) de alto valor agregado e relevantes para o desenvolvimento sustentável do Estado;

• Contribuir para a diminuição da taxa de mortalidade das empresas emergentes de TIC do SLI do Porto Digital;

• Gerar empregos e aumentar a arrecadação contribuindo para o desenvolvimento econômico do Estado e com a melhoria da qualidade de vida região;

• Proporcionar capacitação e assessoria técnica e empresarial aos empreendedores; • Apoiar os Empreendimentos no acesso ao capital adequado ao seu desenvolvimento; • Implementar e coordenar o NETWORKING de Empreendedorismo de TIC do SLI do

Porto Digital; • Fornecer infra-estrutura física e tecnológica adequada para a estruturação e

crescimento dos Empreendimentos; Para atingir seus objetivos, o Cais do Porto se utilizará de equipe técnica composta por membros com competência reconhecida no ambiente do SLI do Porto Digital e da experiência de parceiros estratégicos, desenvolvendo suas atividades em um espaço físico multifuncional adequadamente preparado para tal e inteiramente integradas às diretrizes de funcionamento do Núcleo de Gestão do Porto Digital.

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4. Os Parceiros Estimuladas pelo dinamismo do mercado, as organizações atualmente, ao contrário da era industrial, buscam desenvolver seus produtos e serviços apoiadas em relações de parcerias com diversas instituições, sejam tecnológicas, financeiras, de formação de capital humano, etc, internalizando e disseminando os conhecimentos gerados na relação. Neste sentido, o Cais do Porto desenvolverá suas atividades, prioritariamente, através de uma estreita relação com seus parceiros, aliando características, experiências e conhecimentos técnicos, administrativos e mercadológicos reconhecidos, para o atingimento do êxito do empreendimento. São eles:

ORGANIZAÇÃO PARCEIRA OBJETOS DE PARCERIA Recife BEAT – Centro SOFTEX GENESIS • Prospecção de Empreendimentos;

• Análise e Seleção de Empreendimentos;

• Capacitação; • Assessoria Técnica e Empresarial; • Divulgação Institucional;

CIn/UFPE – Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco

• Assessoria Técnica; • Capacitação; • Transferência de Tecnologia; • Divulgação Institucional;

CESAR – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife

• Prospecção de Empreendimentos; • Prospecção de Investidores; • Análise e Seleção de

Empreendimentos; • Assessoria Técnica e Empresarial; • Capacitação; • Transferência de Tecnologia; • Divulgação Institucional;

Núcleo SOFTEX Recife • Prospecção de Empreendimentos; • Prospecção de Investidores; • Assessoria Técnica e Empresarial; • Capacitação; • Divulgação Institucional;

FACEPE – Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco

• Análise de Viabilidade de Projetos; • Fomento de Capital;

AD-DIPER – Agência de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco

• Análise de Viabilidade de Projetos; • Fomento de Capital;

CEQS – Centro de Excelência em Qualidade de Software

• Capacitação; • Assessoria Técnica; • Divulgação Institucional;

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ITPO-Recife • Capacitação; • Análise e Seleção de

Empreendimentos; • Divulgação Institucional; • NETWORKING Internacional;

INCUBANET – Rede de Incubadoras de Base Tecnológica do Estado de Pernambuco

• Prospecção de Empreendimentos; • Análise e Seleção de

Empreendimentos; • Seminários e Congressos; • Capacitação; • Divulgação Institucional; • NETWORKING com os seus

componentes; SEBRAE-PE • Capacitação;

• Assessoria Técnica e Empresarial; • Divulgação Institucional; • NETWORKING com os seus

componentes; ANPROTEC • Seminários e Congressos;

• Capacitação; • Divulgação Institucional; • NETWORKING com os seus

componentes;

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5. Análise Estratégica do Empreendimento Considerando que o Cais do Porto está sendo criado como um Micro-sistema Local de Inovação dentro do SLI do Porto Digital, devidamente conceituado anteriormente, esta parte do documento, apresenta sua análise estratégica, sob a ótica dos três eixos representativos dos componentes do processo de inovação: Institucional, Organizacional e de Territorialização. 5.1 Análise do Componente Institucional Para a análise institucional, será levado em consideração o modelo de Classe Mundial (Porter, M.E., 1999). Sob o ponto de vista do eixo Institucional, com os seus respectivos ativos de Conhecimento, Competência, Conexões, Capital e Confiança, o Cais do Porto terá um papel de grande importância na criação e suporte e ao desenvolvimento dos empreendimentos. Essa análise institucional, leva em consideração o modelo de Classe Mundial (Porter, M.E., 1999) estendido com os ativos Capital e Confiança. Assim vejamos: Estará, constantemente, promovendo as condições adequadas para que os empreendimentos desenvolvam conhecimento tal, que consigam atingir o domínio de conceitos e tecnologias de ponta, como também promovendo o apoio para que eles transformem esses conhecimentos em produtos e serviços inovadores; e, finalmente, dando o suporte necessário para que consigam implementar esses produtos e serviços no mercado consumidor nacional e internacional. Além das promoções acima referenciadas, o Cais do Porto desenvolverá ações no sentido de disponibilizar para os empreendimentos acesso ao capital adequado aos seus diferentes estágios de existência e crescimento, ativo este, indispensável aos seus desenvolvimentos. Finalmente, o Cais do Porto desenvolverá a articulação, mediação e coordenação de suas atividades de forma a suportar os processos interativos de fluxos de conhecimento e aprendizagem de seu ambiente institucional. Neste sentido, será o elemento provedor da confiança entre o capital humano, empreendimentos, organizações envolvidas e mercado. 5.2 Análise do Componente Organizacional O Cais do Porto terá como missão a estruturação e o suporte ao desenvolvimento, de forma sustentável, de empreendimentos inovadores de tecnologias da informação e comunicação – TIC, através da interação e cooperação entre universidades, empresas, empreendedores, organizações não governamentais e governamentais no Sistema Local de Inovação do Porto Digital e suas relações externas. Implementará sua missão:

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• Estimulando o surgimento de empreendimentos de TIC, a partir do apoio a estruturação e operação de núcleos geradores de empreendimentos de TIC nas Instituições de Ensino Técnico e Superior (IETS) do Estado, a partir também de idéias conjuntas de professores / pesquisadores e alunos das referidas IETS de Pernambuco, assim como diretamente com os empreendedores, estimulando o surgimento de idéias conversíveis em negócios de TIC para os demais ambientes do ecossistema econômico do Estado;

• Estruturando empreendimentos de TIC e apoiando seus desenvolvimentos, através de

diagnósticos empresariais, de assessorias técnicas e empresariais, de capacitações em empreendedorismo, de transferência de tecnologia, de apoio à inserção de processos de qualidade no desenvolvimento de seus produtos e serviços, através do suporte para o acesso ao capital adequado com seus estágios de desenvolvimentos e, através do suporte aos empreendimentos para atingirem os requisitos para a internacionalização de seus negócios;

• Promovendo sistematicamente a realização de eventos ligados a empreendedorismo

no Sistema Local de Inovação de TIC do Porto Digital; • Participando da INCUBANET – Rede de Incubadoras de Empresas de Base

Tecnológica do Estado de Pernambuco, da Rede Nordeste de Incubadoras e da ANPROTEC – Associação Nacional de Incubadoras e Parques Tecnológicos;

• Articulando constantemente com os mercados produtores / consumidores alvos dos

empreendimentos atendidos pelo Cais do Porto, assim como com todos os empreendimentos envolvidos com o SLI – Sistema Local de Inovação do Porto Digital e suas relações externas, com vistas a alimentação do NETWORKING de seus componentes;

E mais internamente: • Articulando, mediando e coordenando seus parceiros no desenvolvimento de suas

atividades; • Promovendo, através de seus parceiros, a produção de conteúdo para o seu programa

de desenvolvimento de conhecimentos à distância; • Mantendo os seus ambientes físicos, instrumentos e equipamentos adequados para a

estruturação e suporte ao desenvolvimento de empreendimentos de TIC do Estado; • Mantendo o quadro de colaboradores sempre atualizado quanto a normas,

instrumentos, práticas e processos de empreendedorismo; • Gerindo seus processos em consonância com o Núcleo de Gestão do Porto Digital; Estará apoiado nas seguintes estratégias de gestão, parcerias, participação, capital humano, tecnologias, infra-estrutura, e marketing: • Gestão : Desenvolverá os processos de coordenação, articulação e mediação do Cais

do Porto em perfeita sintonia com as estratégias e os processos de gestão do Núcleo de Gestão do Porto Digital;

• Parcerias : Implementará, constantemente, a relação de parceria com empresas e instituições financeiras e não-financeiras, públicas e privadas, nacionais e

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internacionais, para o desenvolvimento do Cais do Porto e de seus empreendimentos clientes. Na prestação dos serviços, quando aplicável, o Cais do Porto desenvolverá o papel de agente de marketing de seus parceiros, recebendo por isso, participações nos faturamentos dos referidos serviços;

• Participação : Sempre que técnico e economicamente viável ao seu modelo de negócios, o Cais do Porto participará, através de royalties, dos seus empreendimentos clientes.

• Capital Humano : Desenvolverá suas atividades através de equipe enxuta, centrada na articulação constante de seus componentes com os parceiros e demais integrantes do SLI do Porto Digital e seus relacionamentos externos;

• Marketing : Acompanhará e participará ativamente do movimento de Empreendedorismo de TIC nacional e internacional, divulgando, constantemente, os conceitos, produtos e serviços desenvolvidos pelo Cais do Porto e seus empreendimentos clientes;

• Tecnologias : Promoverá sistematicamente a interação entre organizações de P&D e os empreendimentos atendidos pelo Cais do Porto para transferência de tecnologia entre elas;

• Infra-estrutura : Proporcionará espaço físico e tecnologia adequados às atividades de capacitação de empreendedores, estruturação de novos empreendimentos de TIC, assim como o suporte ao desenvolvimento de empreendimentos já existentes;

Considerará e potencializará as seguintes oportunidades: • A Política Estadual de Ciência e Tecnologia formulada e publicada pela Secretaria

Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente que leva em conta que é fundamental consolidar a posição diferenciada de Pernambuco como pólo regional de produção e difusão de conhecimentos relevantes para o desenvolvimento e bem-estar da população;

• A implementação do Sistema Local de Inovação - SLI do Porto Digital, seus componentes institucionais e organizacionais a partir do ambiente do Bairro do Recife, assim como todos os resultados de coordenação, mediação e fomento do Núcleo de Gestão do Porto Digital;

• A sensibilidade dos Governos de Pernambuco e de Recife ao desenvolvimento da Economia Digital do Estado e do Município, comprovada pelo volume de recursos financeiros já investidos no Porto Digital;

• O crescimento do tema Empreendedorismo nas Instituições de Ensino Técnico e Superior – IETS de TIC no Estado;

• O Nível do Capital Humano e dos produtos e serviços desenvolvidos pelas organizações componentes do SLI do Porto Digital, reconhecidos pelos vários segmentos organizacionais dentro e fora do País;

• As experiências exitosas, nos últimos anos, da Incubadora de Base Tecnológica - INCUBATEP do ITEP e do CESAR nos processos de criação, desenvolvimento e graduação de empresas de TIC no Estado, as experiências mercadológicas do Núcleo SOFTEX Recife e de suas organizações associadas, assim como as experiências de concepção e estruturação de novos empreendimentos da INCUBANET – Rede de Incubadoras de Base Tecnológica do Estado e a importância da parceria com o SEBRAE-PE nessas experiências;

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• As parcerias com o CEQS e com o ITPO-Recife para o suporte aos processos de qualidade e suporte a internacionalização de produtos e serviços de empreendimentos de TIC;

E estará atento aos seguintes condicionantes e possíveis ameaças: • Continuidade do nível de investimento dos Governos do Estado e da Capital para

implementação da Economia Digital do Estado; • Os resultados institucionais do Núcleo de Gestão do Porto Digital e dos principais

parceiros do Cais do Porto: o Recife BEAT, o CESAR e o Núcleo SOFTEX Recife; • Permanente articulação com as organizações parceiras para a consecução dos

objetivos do Cais do Porto; • O crescimento do número de incubadoras e da oferta de módulos para incubação no

Estado; • Manutenção de equipe de colaboradores do Cais do Porto atualizada e aderente aos

requisitos do SLI do Porto Digital; • Remuneração de produtos e serviços do Cais do Porto compatível com seus custos de

desenvolvimento e operação; Neste sentido, a partir 2003, através das ações, estratégias, oportunidades e condicionantes descritos, o Cais do Porto será o ambiente de referência e excelência na estruturação e suporte ao desenvolvimento de empreendimentos em tecnologias da informação e comunicação do Nordeste. Para isso, nos próximos 03 (três) anos, o Cais do Porto tem como metas fundamentais:

• O suporte a criação e funcionamento de 03 (três) Núcleos Geradores de Empreendimentos de TIC em Instituições de Ensino Técnico e Superior (IETS) em Pernambuco;

• A estruturação de 60 (sessenta) novos empreendimentos de TIC no SLI do Porto Digital;

• Capacitação e suporte a 30 (trinta) empreendimentos de TIC em processos de qualidade e internacionalização de seus produtos e serviços; e

• Capacitação de 460 (quatrocentos e sessenta) empreendedores do SLI do Porto Digital.

Acompanhará o atingimento dessas metas através de um sistemático controle de indicadores de desempenho da equipe gestora, de desempenho da equipe técnica, de desempenho da equipe de secretaria, de avaliação da infra-estrutura e de desempenho institucional detalhados em 6.2 Processos Empresariais de Estruturação e Suporte aos Negócios. 5.3 Análise do Componente Territorialização A análise de territorialidade do Cais do Porto, considera dois aspectos de ocupação. O primeiro, diz respeito a localização física do imóvel no âmbito do Plano de

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Desenvolvimento do Porto Digital no Bairro do Recife, e o segundo, a sua ocupação e distribuição nas áreas internas nos prédios. O Plano de Desenvolvimento do Porto Digital está elaborado com o intuito de definir diretrizes gerais para a implantação dos distintos equipamentos que compõem a intervenção física e simbólica proposta pelo projeto para o Bairro do Recife. O produto consiste em um zoneamento que define zonas preferenciais de implantação das diversas funções associadas ao ecossistema de negócios proposto para a ilha. O partido adotado é o de potencializar elementos do Bairro de significância estratégica para a configuração e implementação de uma plataforma de negócios nas áreas das tecnologias de informação e comunicação com novos elementos particulares da nova economia. Para tal fim, realizou-se um extensivo levantamento da dinâmica do lugar, assim como uma constante pesquisa relativa às tendências internacionais de intervenções do caráter. Ao serem definidas zonas preferenciais de ocupação, não se está definindo, com isso, um cenário fechado para o futuro, e sim uma tendência que guia as tomadas de decisões de localização estratégica das intervenções arquitetônicas e urbanísticas. O lugar escolhido para a ubicação do Cais do Porto é o sobrado colonial do século XIX, de número 181 da Rua do Apolo e sua expansão com os sobrados, também do século XIX, 175 da Rua do Apolo e 212 do Cais do Apolo. Para justificarmos tal escolha, destacamos algumas das diretrizes gerais do Plano de Desenvolvimento: • Segundo o Plano, a quadra onde se localizam os edifícios foi definida como destinada

à condomínio de empresas de TIC, justificando a escolha da mesma para a implantação do Cais do Porto.

• Além disso, a quadra situa-se em um dos dois eixos principais de integração urbana proposto pelo Porto Digital, o eixo: APOLO - BRUM.

• No Plano são destacados na figura abaixo, a nível de levantamento anteriormente realizado, 14 conjuntos arquitetônicos de risco (em relação a desgaste físico e inadequação de usos). Os sobrados foram assim identificados e enquadrados na proposta do Plano que define, para estes conjuntos uma intervenção preferencial e estratégica para a revitalização do Bairro do Recife.

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• Pelo Plano também foi definido que, para o projeto do Porto Digital e para a

revitalização do Bairro do Recife, é de suma importância que as distintas edificações escolhidas para serem revitalizadas pelo Porto pertençam a vazios ociosos de distintas tipologias arquitetônicas (figura abaixo), com a finalidade de destacar a representatividade arquitetônica do evoluir físico e simbólico do lugar. Os sobrados coloniais do século XIX, sem influência eclética, são alguns dos exemplares arquitetônicos da ilha.

• Pelo fato de ser uma âncora, se definiu que deveria ser inerente ao imóvel uma

simbologia precedente à intervenção. O Sobrado 181, realçado na figura abaixo, escolhido para o Cais do Porto é considerado Imóvel de Destaque pela Lei Federal nº263/98.

• A infra-estrutura do entorno físico também foi levada em conta no momento da escolha

das edificações. Neste caso, a Travessa do Bom Jesus, adjacente ao lote de intervenção, foi alvo de aplicação de investimentos executados entre 1993 e 2000

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(legenda amarela da figura abaixo). Esta requalificação torna-se atrativo físico para a intervenção arquitetônica.

Diante da explanação técnica ora apresentada, a escolha dos imóveis da Rua do Apolo 181, assim como os sobrados 175 da Rua do Apolo e 212 do Cais do Apolo foi tecnicamente assertiva e compatível com que o plano de desenvolvimento do Porto Digital propõem. Os Imóveis referenciados estarão disponíveis para sua utilização pelo Cais do Porto, já completamente reformado, mobiliado, e com a infra-estrutura operacional e de apoio prontas, a partir de novembro/2002. Sobre o aspecto de uso de área interna, o Cais do Porto teve seu projeto arquitetônico concebido para atender as seguintes funcionalidades:

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As áreas de Auditórios e Salas, Módulos Empresariais e Ilhas de Trabalho são as áreas projetadas para o desenvolvimento das atividades fins do Cais do Porto, enquanto Gestão e Apoio são as áreas projetadas para o desenvolvimento das suas atividades meios. A área projetada como Auditórios e Salas será utilizada para o desenvolvimento de atividades funcionais de vídeo conferências, capacitações (local e a distância), treinamentos, exposições e suportes técnico e empresarial para empreendedores. A área de Ilhas de Trabalho será utilizada para a construção e implementação dos Planos de Negócios e de Qualidade dos novos empreendimentos, e a área projetada como Módulos Empresariais será utilizada pelas organizações que já têm atuação reconhecida, mas que, com os serviços do Cais do Porto, elevarão seu nível de participação (geográfico, de faturamento, de produtos e serviços, de qualidade, etc) no mercado nacional e/ou internacional. A área projetada como Gestão será utilizada pela Gestão do Núcleo de Gestão do Porto Digital e pela sua Equipe Técnica responsável pela gestão do Cais do Porto para o

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desenvolvimento de suas atividades, e a área projetada como Apoio (banheiros, copa, convivência, telecom, etc) será a de suporte para todo o funcionamento do prédio. A seguir, encontram-se apresentados os quantitativos e respectivos tamanhos, em metros quadrados, das áreas relacionadas acima:

Área Útil Qtde. Total

Módulos Empresariais 20 3 60 22 4 88 23 5 115 25 4 100 26 4 104 27 2 54 28 1 28 31 1 31 160 1 160

Total 25 740

Ilha de Trabalho Ilhas Individuais 3,5 24 81

Total 81

Auditórios e Salas Auditório 54 1 54 Seminário 1 53 1 53 Seminário 2 26 1 26 Seminário 3 28 1 28 Reunião 1 14 1 14 Reunião 2 12 1 12 Reunião 3 12 1 12 Reunião 4 45 1 45 Assessoria 1 11 1 11 Assessoria 2 11 1 11 Exposição 25 1 25 Treinamento 59 1 59

Total 12 349

Circulação e Banheiros Térreo 315 1 315 Primeiro Pavimento 221 1 221 Mezanino 78 1 78 Terceiro Pavimento 72 1 72

Total 685

Outros Usos Datacenter 68 1 68 Ar Condicionados 57 1 57 Telecom 28 1 28 Depósito 11 1 11 Subestação 13 1 13

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Gerador 8 1 8 Lixo 2 1 2

Total 187

Totais Gerais e Índices m Área Construída Total (1) 2042 Área Atividade Fim (2) 1170 Área Comum (3) 685 Área de Outros Usos (4) 187 Razão (2)/(1) 57% Razão (3)/(1) 34% Razão (4)/(1) 9%

As instalações estarão climatizadas, com segurança eletrônica e com infra-estrutura de iluminação, rede elétrica estabilizada e de TELECOM (pontos de telefonia, de comunicação e de rede de computadores). Como visto, é uma área multifuncional adequada para a estruturação e suporte ao desenvolvimento de empreendimentos de TIC, de fácil acesso, segura e localizada em uma área nobre no ambiente do SLI do Porto Digital. Em síntese, o Cais do Porto está nascendo com uma herança de alto valor agregado, pois assim como descrito, será uma das âncoras do Sistema Local de Inovação - SLI do Porto Digital, portanto, uma organização exitosa por constituição. Seus diferenciais competitivos estão na sua organização e funcionamento, nos seus produtos e serviços e na sua localização e estruturação física.

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6. Produtos, Serviços e Processos Empresariais Nas próximas páginas desse texto encontram-se listados os produtos e serviços que serão oferecidos pelo Cais do Porto aos seus clientes, assim como os macroprocessos e respectivos processos empresariais pelos quais serão desenvolvidos. Não se trata de uma lista completa, nem poderia ser. Considerando o dinamismo do ambiente de TIC e, conseqüentemente, as oportunidades de melhorias nos seus empreendimentos componentes, esta relação é um conjunto de partida para o funcionamento do Cais do Porto. A medida em que forem sendo implementados, com certeza surgirão novos produtos e serviços, que passaram a fazer parte dessa lista. 6.1 Produtos e Serviços Assessoria Organizacional aos IETS de TIC– Através de um sistemático trabalho junto às Instituições de Ensino Técnico e Superior - IETS do Estado de Pernambuco, o Cais do Porto assessorará estas organizações na estruturação e operação de seus Núcleos Geradores de Empreendimentos de TIC. Com isso estará contribuído para o nascimento de empreendimentos de TIC com perspectivas mercadológicas concretas, assim como estimulando o desenvolvimento da relação professores/ pesquisadores e empresas para a criação e/ou crescimento de novos produtos e serviços de TIC para o mercado nacional e internacional; Diagnóstico Empresarial – Através de equipe multidisciplinar qualificada de consultores e parceiros, o Cais do Porto desenvolverá análises diagnósticas sobre idéias de estruturação de novos empreendimentos (oriundas de spin-off de IETS de TIC, spin-off de departamentos de empresas, de demandas espontâneas, ou sobre as idéias oriundas da INCUBANET), ou sobre o processo de crescimento / desenvolvimento de empreendimentos de TIC já estabelecidos, identificando oportunidades de negócios e problemas importantes, gerando indicações de alternativas para a estruturações e suporte ao seus desenvolvimentos, dentro das instalações do Cais do Porto; Assessoria Técnica - Será desenvolvida, pela equipe técnica do Cais do Porto e equipe de parceiros, assessoria técnica aos seus empreendedores clientes, compreendendo, entre outros, o suporte para o desenvolvimento e manutenção de planos de negócio e de qualidade, para a transferência de conhecimentos sobre tecnologias de Informação e comunicação, e para a implementação de procedimentos de garantia e controle de qualidade de desenvolvimento de software, tais como Ensaios e Inspeção de Software, Requisitos para Certificação, Elaboração de Laudos e Pareceres Técnicos; Assessoria de Marketing – O Cais do Porto disponibilizará para seus clientes o serviço de assessoria de marketing contemplando o apoio para o desenvolvimento de planos, as investigações necessárias para o conhecimento dos possíveis clientes e competidores, tendências de crescimento e tamanho atual dos mercados, para determinar como os empreendimentos são conhecidos ou como podem ser conhecidos, o desenvolvimento de pesquisas de mercado que permitam conhecer todo o potencial dos produtos e serviços dos empreendimentos, dentre outros;

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Assessoria Empresarial - Através de sua equipe técnica e de parceiros, o Cais do Porto oferecerá aos seus empreendimentos clientes o serviço de assessoria empresarial no acompanhamento do desenvolvimento dos seus planos de negócio e qualidade, contemplando o apoio ao acesso a fontes de financiamento e à estruturação e desenvolvimento dos processos e instrumentos organizacionais necessários e adequados às suas respectivas fases de crescimentos tais como planejamento e execução orçamentária e financeira, administração de materiais e patrimônio, administração de capital humano, administração tributária e de custos, acesso a fundos e financiamentos, etc; Capacitação – O Cais do Porto desenvolverá, sistematicamente, um amplo programa de capacitação em empreendedorismo para os seus clientes e para profissionais com interesse no tema em geral. Utilizando-se de seus espaços físicos especificamente destinados para Atualização e Suporte, oferecerá cursos como: Conceitos básicos de empreendedorismo, Elaboração e Acompanhamento de Planos de Negócio e Qualidade, Requisitos para Certificação de Desenvolvimento de Software, Requisitos para Internacionalização de Produtos e Serviços de TIC, Tecnologias Emergentes, Línguas Inglesa e Espanhola, etc; Eventos de Empreendedorismo – Serão programados e executados, sistematicamente, nas instalações do Cais do Porto, ou em outras instalações do ambiente do Sistema Local de Inovação do Porto Digital, eventos como seminários, workshops e palestras sobre temas de interesse direto para o desenvolvimento do empreendedorismo de TIC do Estado, assim como programadas e executadas visitas técnicas a outros sistemas de inovação nacionais e internacionais para troca de experiências e divulgação dos produtos e serviços dos Empreendimentos clientes do Cais do Porto; Infra-Estrutura Física – Serão oferecidos aos empreendedores instalações físicas climatizadas individuais (módulos), áreas para desenvolvimento coletivo de atividades, salas de reunião, auditório, salas para aulas e palestras, área para show-room, área de convivência, copa, equipamentos diversos, mobiliário, serviços de recepção, de telecom (telefonia e rede), de limpeza e segurança; A composição dos custos dos produtos e serviços acima referenciados, assim como suas unidades de faturamento, encontram-se especificados no item 9. Aspectos Financeiros deste Plano. 6.2 Processos Empresariais de Estruturação e Suport e aos Negócios Para o desenvolvimento dos produtos e serviços acima referenciados, as ações do Cais do Porto serão desenvolvidas pela Equipe Técnica do Núcleo de Gestão do Porto Digital, que terá técnicos responsáveis especificamente pelas atividades do Cais do Porto, em conjunto com seus parceiros, lastreada por uma arquitetura de processos e monitoradas por indicadores anteriormente mencionados. O Cais do Porto monitorará, de forma sistemática, o desempenho de suas atividades perante os objetivos e metas traçados, através de reuniões periódicas de controle, avaliação e acompanhamento, implementadas através do ciclo PDCA, amplamente conhecido e praticado no meio de gestão empresariais.

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Através da análise de indicadores, será possível avaliar os sucessos e as necessidades de melhoria dos seus processos. Para tal, serão considerados os indicadores de desempenho da equipe gestora, de desempenho da equipe técnica, de desempenho da equipe de secretaria, de avaliação da infra-estrutura, e de desempenho institucional descritos a seguir:

• Indicador quantitativo de suporte a estruturação e operação de Núcleos Geradores de Empreendimentos de TIC em Instituições de Ensino Técnico e Superior (IETS);

• A capacidade de conquista de apoio para o Cais do Porto e seus

empreendimentos clientes, cujo resultado subjetivamente demonstrará as habilidades gestoras no trato com empreendedores, investidores, apoiadores e outros, bem como na eficiência e eficácia na promoção do Cais do Porto e seus empreendimentos clientes nos diversos ambientes empresariais, que poderão ser medidos através do volume de recursos obtidos e do número de apoios institucionais e de parcerias conquistadas;

• A análise da satisfação dos empreendimentos clientes, que refletirá o desempenho

da equipe técnica na busca constante de resultados positivos para o sucesso dos empreendimentos;

• Indicador quantitativo de estruturação e entrada de empreendimentos no Sistema

Local de Inovação do Porto Digital;

• indicador que analisará custos e benefícios dos processos desenvolvidos pelo Cais do Porto, demonstrando o volume de recursos aplicados versus número de empreendimentos gerados;

• indicador analisando o custo da geração de posto de trabalho, demonstrando o

volume de recursos investidos pelos empreendimentos clientes para gerar cada posto de trabalho;

• Indicador de capacitação e da promoção da transferência de tecnologia e sinergia

entre os empreendimentos clientes, que registrará número e qualificação de eventos, capacitações, work-shops, registros de direitos autorais e/ou de patentes, dentre outros;

• Indicador que demonstrará a ocupação dos espaços físicos do Cais do Porto e de utilização de seus equipamentos e serviços;

• Avaliação da composição dos recursos utilizados pelo Cais do Porto, analisando o grau de dependência entre recursos próprios e de terceiros, e mais a análise de geração de receitas próprias, visando a auto-sustentação;

• Indicador de análise sobre os faturamentos dos empreendimentos clientes como fonte geradoras de riquezas, tanto no aspecto empresarial (lucratividade, rentabilidade) como na geração de tributos (municipais, estaduais e federais);

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Esta lista de indicadores não pretende relacionar, por completo, os indicadores necessários para o acompanhamento do funcionamento do Cais do Porto. Como se nota, o seu modelo de gestão está sendo concebido centrado na qualidade de seus processos organizacionais. Certamente, ao longo de sua implementação, passará a contar com novos indicadores, que naturalmente serão incorporados a esta lista. No que diz respeito aos seus processos, deve-se considerar que, da mesma forma que um construtor não inicia as escavações de um complexo residencial sem a planta de um arquiteto, não faz sentido o Cais do Porto desenvolver suas atividades sem se apoiar em uma arquitetura de base. A arquitetura de processos visa a fornecer um arcabouço relativamente estável para as suas atividades. Abaixo, encontra-se representada a arquitetura de processos e seus componentes:

Na figura acima, os processos apresentados em amarelo serão responsáveis pelo desenvolvimento das atividades meio do Cais do Porto. E, em vermelho, o processo que será responsável pelas atividades fins da Organização, cujos clientes alvos estão representados em azul. Este conjunto de processos será desenvolvido em completa sintonia com os processos organizacionais do Núcleo de Gestão do Porto Digital. A seguir, para maior compreensão, encontram-se relacionados os processos com seus respectivos objetivos

Sistema Local de Inovação do Porto Digital

GESTÃO

CA

PIT

AL H

UM

AN

O

NO

RM

AS

E IN

ST

RU

ME

NT

OS

IETS – Instituições de Ensino Técnico e Superior

ESTRUTURAÇÃO E SUPORTE

Empreendedores de TIC

Empreendimentos de TIC

INFRA-ESTRUTURA

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PROCESSOS OBJETIVOS

GESTÃO

• Apoiar o desenvolvimento das atividades executivas do Núcleo de Gestão do Porto Digital, implementando e acompanhando suas sugestões, deliberações e recomendações;

• Gerenciar os processos empresariais do Cais do Porto, desenvolvidos através da Equipe Técnica e por Terceiros, disseminando informações sobre a sua organização e funcionamento;

• Desenvolver o marketing institucional do Cais do Porto, completamente integrado com o marketing institucional do Núcleo de Gestão do Porto Digital;

• Promover a integração do Cais do Porto com o Sistema Local de Inovação do Porto Digital e suas relações;

INFRA-ESTRUTURA

• Acompanhar os processos jurídicos, contábeis, financeiros e administrativos do Cais do Porto, assim como as suas áreas físicas, equipamentos e instrumentos, em conjunto com as gerências do Núcleo de Gestão do Porto Digital;

NORMAS E INTRUMENTOS

• Acompanhar e contribuir com a administração do acervo técnico e operacional (físico e digital) do Núcleo de Gestão do Porto Digital de interesse do Cais do Porto;

• Selecionar e operar as aplicações de TIC para a gestão do Cais do Porto;

CAPITAL HUMANO

• Administrar, em conjunto com as Gerencias do Núcleo de Gestão do Porto Digital, os recursos humanos do Cais do Porto e de seus prestadores de serviços, assim como os requisitos, insumos e procedimentos de capacitação;

ESTRUTURAÇÃO E SUPORTE

• Apoiar as IETSs na estruturação e funcionamento de seus Núcleos Geradores de Empreendimentos de TIC;

• Desenvolver Diagnósticos Empresarias e conseqüentes indicações de alternativas para estruturação e crescimento;

• Promover assessorias Técnica, de Marketing e Empresarial para os empreendedores e empreendimentos de TIC do SLI do Porto Digital;

• Desenvolver capacitações em TIC; • Promover eventos de Empreendedorismo; • Promover o Marketing Institucional do Cais do Porto,

em conjunto com as gerências do Núcleo de Gestão do Porto Digital

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7. Análise de Mercado Em um cenário de um ambiente empresarial cada vez mais competitivo, informações precisas sobre público alvo, tamanho e comportamento de mercado e organizações concorrentes podem significar o sucesso ou fracasso de uma organização. Esta parte do plano aborda um conjunto de informações acerca do mercado onde o Cais do Porto dirigirá seus esforços para o atendimento de seus clientes, através da oferta de seus produtos e serviços, para ser reconhecido como o ambiente de referência e excelência na estruturação e suporte ao desenvolvimento de empreendimentos em tecnologias da informação e comunicação do Nordeste. Como público alvo, o Cais do Porto considerará, inicialmente no estado de Pernambuco, as IETS – Instituições de Ensino Técnico e Superior, particularmente aquelas que desenvolvem, em seus currículos, ensino de tecnologias de informação e comunicação; Empreendedores de TIC, especificamente alunos e professores / pesquisadores das IETS referenciadas anteriormente e técnicos recém formados com idéias de implementação de negócios inovadores de TIC; Empreendimentos de TIC já estabelecidos no mercado que pretendem implementar seus negócios através de inovações tecnológicas, aperfeiçoamento de seus processos, internacionalização de seus produtos / serviços, e/ou aporte de capital. A medida em que seus processos forem sendo implementados, ampliará suas fronteiras para os demais estados do Nordeste. Pernambuco construiu ao longo das últimas três décadas, de forma mais ou menos estruturada, um conjunto de condições locais que compõem os atributos de sua vantagem competitiva no setor de TICs. Essas condições, por serem difíceis e custosas de replicar, apresentam-se como diferenciais importantes para as empresas instaladas no Estado. Entre os fatores de produção, para o setor de TIC, são particularmente importantes os fatores especializados que incluem uma moderna infra-estrutura de comunicação de dados digital, capital humano altamente educado, como engenheiros e cientistas, e institutos universitários, de pesquisa e desenvolvimento, necessários em atividades complexas e protegidas pelo direito de propriedade intelectual. Isso faz deles parte integrante da inovação. Tais fatores colocam o Estado de Pernambuco em condições competitivas favoráveis. A sua base de Ciência e Tecnologia o distingue dos demais estados Nordestinos. O número de pesquisadores com nível de doutorado atuando em Ciência e Tecnologia no Estado de Pernambuco é maior que a soma dos doutores da Bahia e Ceará juntos. Em particular, no setor de TIC onde, de mais de uma forma foram criadas, nos últimos 15 anos, as pré-condições para dar um novo salto qualitativo e quantitativo no ambiente de negócios de TIC de Pernambuco. Ao todo, o Estado de Pernambuco possui 981 instituições de ensino médio com 353.634 alunos matriculados em 2000, e 39 escolas de nível superior com 75.157 alunos matriculados em 1999. Atualmente existem 12 (doze) IETSs que desenvolvem em seus currículos, o ensino de tecnologias de informação e comunicação. Como não bastasse o número expressivo, a maior parte dessas IETSs têm adotado a formação de empreendedores como lema, utilizando-se de cadeiras específicas de empreendedorismo. No entanto, apenas três delas dispõem de núcleo gerador de empreendimentos de TIC.

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Um outro dado de grande importância é a pujança das IETSs. Essas organizações dispõem de um quadro considerável de profissionais de alto nível de formação desenvolvendo atividades de pesquisa, ensino e orientações de alunos no desenvolvimento de suas teses, dentre outras, ao mesmo tempo em que participam de eventos nacionais e internacionais, publicando relevante número de artigos nos meios científicos e de inovação. Considerando os dados quantitativos e qualitativos apresentados acima, a conseqüência é imediata: O estado de Pernambuco tem se destacado nacionalmente e internacionalmente como um centro de excelência de formação de capital humano em TIC. E mais, um celeiro rico também para o estímulo ao surgimento de novos negócios em núcleos geradores de empreendimentos, produtos a serem desenvolvidos pelo Cais do Porto. Dando seqüência a análise do mercado, recentemente, o CODEPE, órgão responsável por informações para o planejamento do Estado, divulgou os dados de uma pesquisa, realizada em 2001, sobre o segmento dos empreendimentos de TIC. A pesquisa apresenta mais de 500 empresas de TIC operando, a maioria delas localizadas em Recife. Dessas 500 empresas, cerca de 150 são de Software. Estas empresas movimentam cerca de 250 (duzentos e cinqüenta) milhões de Reais por ano. E, mais importante, este faturamento vem crescendo a uma taxa média anual de 8% (oito) a 10% (dez). Com relação ao perfil dessas organizações, na sua maioria são pequenas e médias empresas, com produtos e serviços absorvidos pelo mercado local. Demandam, naturalmente, serviços de capacitação e transferência de conhecimentos para melhoria tecnológica e de qualidade de seus produtos e serviços, assim como de preparação para ampliação de suas fronteiras de atuação. É um mercado expressivo para os produtos e serviços do Cais do Porto. Como visto, o mercado apresenta-se com elementos favoráveis que justificam inteiramente a estruturação, funcionamento e os produtos do Cais do Porto. No que diz respeito a concorrência, pode-se entender as Incubadoras de Base Tecnológica do Estado como as principais concorrentes do Cais do Porto. Atualmente, a INCUBATEP do ITEP, a MATER da FIR e o NECTAR da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco são as suas principais concorrentes. Embora o Recife BEAT, o CESAR e o SOFTEX desenvolvam procedimentos similares de promoção da criação e desenvolvimento de empreendimentos de TIC, o BEAT através de pré-incubação, o CESAR, através de unidades de negócio, e o SOFTEX, através de processos de apoio aos seus empreendimentos associado, estão completamente engajados no movimento de implantação e operação do Sistema Local de Inovação do Porto Digital, tornando-se, não concorrentes, mas parceiros importantes no desenvolvimento dos processos do Cais do Porto. A INCUBATEP, do ITEP, com mais de 10 (dez) anos de funcionamento, oferece mais de 70 (setenta) módulos de incubação, com uma estrutura e funcionamento estabelecidos e

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concretizados com exemplos de sucesso no desenvolvimento de empreendimentos no Estado. A MATER, da FIR está em processo de implantação. Conta com todo o apoio da FIR para a estruturação e desenvolvimento de empreendimentos de TIC a partir de idéias de seus alunos. Irá disponibilizar 10 (dez) módulos de incubação mais infra-estrutura para uso de seus incubados. O NECTAR, da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco também está em processo de implantação. Assim como a MATER, o NECTAR conta com o apoio da UFPE para a estruturação e desenvolvimento de empreendimentos, não só de base tecnológica, mas também tradicionais e culturais. Irá disponibilizar 20 (vinte) módulos para incubação mais infra-estrutura para uso comum.

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8. Desenvolvimento do Marketing Considerando os aspectos estratégicos descritos em 5.2 Análise do Componentes Organizacional , em especial as Oportunidades, Condicionantes e Ameaças, o Cais do Porto desenvolverá seu Plano de Marketing centrado na potencialização das oportunidades apresentadas e no desenvolvimento de ações para minimizar os aspectos negativos dos condicionantes e ameaças Por ser parte do Núcleo de Gestão do Porto Digital, o Cais do Porto possui uma vantagem competitiva inicial grande quanto à divulgação de seus produtos e serviços, na medida em que se beneficia de todo o trabalho do Marketing Institucional do Sistema Local de Inovação do Porto Digital desenvolvido pelo próprio Núcleo. Os resultados já conseguidos com a implementação do Porto Digital, sua visibilidade e o conhecimento da sua marca facilitarão, consideravelmente, as ações de Marketing do Cais do Porto no Sistema Local de Inovação do Porto Digital. Para isso, é de fundamental importância que a condução dos processos de Marketing esteja centrada na estreita relação com as Gerências do Núcleo de Gestão. Neste sentido, os meios de comunicação utilizados pelo Núcleo de Gestão do Porto Digital, também serão os meios de comunicação do Cais do Porto. Isso é válido também para infra-estrutura, processos e parceiros. Assim, o Cais do Porto, desde o seu nascedouro, conta com toda uma infra-estrutura de Marketing madura e bem articulada. Assim, já é possível contar com uma assessoria de comunicação bem atuante; canais abertos de distribuição para a promoção dos produtos, serviços e informações sobre a estrutura, funcionamento e resultados do Cais do Porto; e, com uma empresa especializada em assessoria de Marketing para auxiliar no planejamento e operação dos trabalhos do Cais do Porto em sinergia com o Núcleo de Gestão do Porto Digital. A estratégia de divulgação do Cais do Porto, portanto, estará centrada na utilização massiva de todo o potencial da estratégia e processos de comunicação do Núcleo de Gestão do Porto Digital, associados as idéias que o marca “CAIS” trazem como lugar seguro, de chegada e saída para outros lugares, lugar de abastecimento, lugar de encontros, dentre outros. Utilizando-se de folders, de pastas, de apresentação digital, de banners em sites de parceiros e do Portal do Porto Digital como meios de comunicação de seus produtos e serviços, o Cais do Porto promoverá, sistematicamente, dentro e fora do Estado (nacional e internacionalmente):

a) Visitas às IETS –Instituições de Ensino Técnico e Superior de TIC; b) Visitas a Empreendimentos de TIC ou associados; c) Visitas a incubadoras de base tecnológica e parques tecnológicos d) Promoção de eventos de Empreendedorismo; e) Promoção de Workshops; f) Promoção de Cafés da Manhã para lançamentos de produtos e serviços de

empreendimentos clientes do Cais, chegadas e saídas de empreendimentos de TIC nas instalações do Cais do Porto e no SLI do Porto Digital, etc;

g) Participação de sua equipe técnica em eventos, nacionais e internacionais, ligados a temas de empreendedorismo;

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9. Aspectos Financeiros Nesta parte do Plano encontram-se descritos os aspectos financeiros da organização e funcionamento do Cais do Porto. Encontram-se descritas abaixo:

1) planilha demonstrando os itens de despesas da Incubadora; 2) planilha com as áreas físicas da Incubadora com suas respectivas metragens; 3) memória de cálculo para o metro quadrado do condomínio da Incubadora e

remuneração média das assessorias por empresa atendida; 4) tarifas a serem cobradas pelos usos dos módulos com e sem serviços agregados

por fase de crescimento das empresas; 5) valores a serem cobrados pelo uso das salas e equipamentos da Incubadora; 6) valores potenciais de receitas mensais dos módulos a serem ocupadas pelas

empresas nas suas diversas fases de crescimento, com e sem assessorias; 7) receitas potenciais médias dos módulos, salas e equipamentos da Incubadora; 8) planilha com a projeção para dois anos das receitas e despesas da Incubadora 9) gráfico demonstrativo do comportamento das curvas de receitas, despesas e

saldos. 9.1 Itens de Despesas da Incubadora

Item de Despesa Qtde. Custo Unitário

Custo Total

Assessorias Diretas Pessoal

Gerente de Negócios 1 6.000 6.000 Assessor de Comunicação 1 3.000 3.300 Office Boy 1 300 300

Total 9.300

Condomínio Pessoal

Recepção 2 1.200 2.400 Segurança 4 1.000 4.000 Limpeza 4 375 1.500

Serviços Públicos Água 1 1.500 1.500 Energia Elétrica 1 14.000 14.000

Manutenção Prédio 1 1.250 1.250 Ar Condicionado 1 1.060 1.060 Elevador 1 350 350 Instalações 1 1.667 1.667

Total 27.727

Despesas Administrativas Internet 1 900 900

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Telefone 1 3.500 3.500 Materiais 1 3.000 3.000 Assinaturas/Associações diversas 1 300 300 Assessorias 1 3.750 3.750 Publicidade 1 2.000 2.000 Impostos e Taxas 1 700 700

Total 14.150

Despesas Financeiras Despesas Bancárias 1 220 220

Total 220

Total Mensal Despesas 51.397 9.2 Áreas Físicas da Incubadora

Área Útil Qtde. Total Área Total

Qtde. Total

Módulos Empresariais 20 3 60 30 3 90 22 4 88 33 4 132 23 5 115 35 5 173 25 4 100 38 5 188 26 4 104 39 4 156 27 2 54 41 1 41 28 1 28 42 1 42 31 1 31 47 1 47 160 1 160 241 1 241

Total 25 740 25 1108

Ilha de Trabalho Ilhas Individuais 3 24 81 5 24 121

Total 81 121

Auditórios e Salas Auditório 54 1 54 81 1 81 Seminário 1 53 1 53 80 1 80 Seminário 2 26 1 26 39 1 39 Seminário 3 28 1 28 41 1 41 Reunião 1 14 1 14 21 1 21 Reunião 2 12 1 12 18 1 18 Reunião 3 12 1 12 18 1 18 Reunião 4 45 1 45 67 1 67 Assessoria 1 11 1 11 16 1 16 Assessoria 2 11 1 11 17 1 17 Exposição 25 1 25 38 1 38 Treinamento 59 1 59 88 1 88

Total 12 349 12 523

53

Circulação e Banheiros Térreo 315 1 315 Primeiro Pavimento 221 1 221 Mezanino 78 1 78 Terceiro Pavimento 72 1 72

Total 685

Outros Usos Datacenter 68 1 68 103 1 103 Ar Condicionados 57 1 57 86 1 86 Telecom 28 1 28 42 1 42 Depósito 11 1 11 16 1 16 Subestação 13 1 13 20 1 20 Gerador 8 1 8 12 1 12 Lixo 2 1 2 3 1 3

Total 187 281 Totais Gerais e Índices Área Construída Total (1) 2042 Área Atividade Fim (2) 1170 1752 Área Comum (3) 685 Área de Outros Usos (4) 187 281 Razão (2)/(1) 57% Razão (3)/(1) 34% Razão (4)/(1) 9%

9.3 Memória de Cálculo e Remuneração Média das Asse ssorias

Custo Total m2 Total Custo/m2

Condomínio 27.727 2.042 14

Salário Empresas Atendidas

Valor por Empresa

Assessoria Negócios 6.000 15 400 Assessoria Comunicação 3.000 15 200 Office boy 300 5 60

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9.4 Tarifas para os Módulos e Serviços

Serviços Unidade Tarifas Criação Consolidação Crescimento Decolagem Maturidade 0,6 0,8 1,0 1,7 2,5

Módulos Empresariais

Aluguel m2/mês 6,60 8,80 11,00 18,70 27,50 Condomínio m2/mês 2,10 2,80 3,50 5,95 8,75 Internet fixo/mês 5,40 7,20 9,00 15,30 22,50 Telefone instalação/mês 2,16 2,88 3,60 6,12 9,00 - - - - Módulos Mobiliados - - - - Aluguel m2/mês 14,26 19,01 23,76 40,39 59,40 Condomínio m2/mês 2,10 2,80 3,50 5,95 8,75 - - - -

Ilha de Trabalho - - - - Aluguel posição/mês 42,77 57,02 71,28 121,18 178,20 Condomínio posição/mês 2,10 2,80 3,50 5,95 8,75 Computador fixo/mês 150,00 200,00 250,00 425,00 625,00 Internet fixo/mês 5,40 7,20 9,00 15,30 22,50 Telefone instalação/mês 2,16 2,88 3,60 6,12 9,00 - - - -

Assessoria Empresarial - - - -

Diagnóstico fixo 1.080,00 1.440,00 1.800,00 Acompanhamento fixo/mês 240,00 320,00 400,00 - -

Assessorias Específicas - -

Imprensa fixo/mês 120,00 160,00 200,00 Contabilidade fixo/mês 54,00 72,00 90,00 Marketing fixo/hora 32,40 43,20 54,00 Internacionalização fixo/hora 32,40 43,20 54,00 Tecnológica fixo/hora 32,40 43,20 54,00 Jurídica fixo/hora 21,60 28,80 36,00

Serviços e preços definidos sob demanda e estabelecidos em

contratos próprios.

- - - - Serviços

Profissionais - - - - Informática fixo/hora 21,60 28,80 36,00 61,20 90,00 Secretária fixo/hora 5,40 7,20 9,00 15,30 22,50 Secretária Bilíngüe fixo/hora 10,80 14,40 18,00 30,60 45,00 Office-boy fixo/mês 36,00 48,00 60,00 102,00 150,00 - - - -

Serviços Gerais - - - -

Limpeza 3xsemana/m2/mês 0,13 0,18 0,22 0,37 0,55

Manutenção fixo/hora 3,00 4,00 5,00 8,50 12,50

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9.5 Valores para as Salas e Equipamentos

Hora Meio Dia Dia Todo Salas

Auditório 16,80 50,40 84,00 Seminário 1 25,20 75,60 126,00 Seminário 2 8,40 25,20 42,00 Seminário 3 8,40 25,20 42,00 Reunião 1 7,20 21,60 36,00 Reunião 2 4,80 14,40 24,00 Reunião 3 4,80 14,40 24,00 Reunião 4 16,80 50,40 84,00 Assessoria 1 7,20 21,60 36,00 Assessoria 2 7,20 21,60 36,00 Exposição 12,00 36,00 60,00 Treinamento (por pessoa) 7,50 22,50 37,50

Equipamentos Canhão 30,00 90,00 150,00 Vídeo 19,00 57,00 95,00 Televisão 18,00 54,00 90,00 Vídeo-conferência 220,00 660,00 1.100,00 Computador 30,00 90,00 150,00 Lap-top 40,00 120,00 200,00 Tela Projeção 6,00 18,00 30,00 DVD 24,00 72,00 120,00 Som 30,00 90,00 150,00 Microfone sem fio 8,00 24,00 40,00 Microfone de lapela 14,00 42,00 70,00 Microfone fixo 5,00 15,00 25,00

9.6 Valores Potenciais de Receitas Mensais dos Módu los da Incubadora

Área Criação Consolidação Crescimento Decolagem Maturida deMódulos Empresariais 20 181,56 242,08 302,60 514,42 756,50

22 198,96 265,28 331,60 563,72 829,00 23 207,66 276,88 346,10 588,37 865,25 25 225,06 300,08 375,10 637,67 937,75 26 233,76 311,68 389,60 662,32 974,00 27 242,46 323,28 404,10 686,97 1.010,25 28 251,16 334,88 418,60 711,62 1.046,50 31 277,26 369,68 462,10 785,57 1.155,25

160 1.403,74 1.871,65 2.339,56 3.977,25 5.848,90

Ilha de Trabalho 202,43 269,90 337,38 573,55 843,45

Módulos Empresariais 20 421,56 562,08 702,60 Com Assessoria 22 438,96 585,28 731,60

23 447,66 596,88 746,10 25 465,06 620,08 775,10 26 473,76 631,68 789,60 27 482,46 643,28 804,10 28 491,16 654,88 818,60 31 517,26 689,68 862,10

160 1.643,74 2.191,65 2.739,56

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9.7 Receitas Potenciais Médias dos Módulos

Potencial Total Médio m2 Qtde. Criação Consolidação Cres cimento Decolagem MaturidadeMódulos Empresariais 26 4 1.324,64 1.948,00

27 2 1.373,94 28 1 711,62 31 1 1.155,25 160 1 5.848,90

Módulos c/ Assessoria 20 3 484,16 302,60 22 4 530,56 663,20 23 5 830,64 692,20 25 4 900,24 750,20

Ilhas de Trabalho 4.858,27 25 4858,272 2745,6 2408,2 3410,2 8952,15

Potencial Total Médio

AuditórioSeminário 1Seminário 2Seminário 3Reunião 1Reunião 2Reunião 3Reunião 4Assessoria 1Assessoria 2ExposiçãoTreinamento (por pessoa)TotalTotal Proporcional

Potencial Total Médio

CanhãoVídeoTelevisãoVídeo-conferênciaComputadorLap-topTela ProjeçãoDVDSomMicrofone sem fioMicrofone de lapelaMicrofone fixoTotalTotal Proporcional

58.608,00 17.582,40 32.234,40 1.465,20

29.304,00 43.956,00

3.960,00 1.056,00

660,00 1.848,00

792,00 1.386,00

495,00

2.508,00 2.376,00

29.040,00 3.960,00 5.280,00

792,00 3.168,00

924,00 330,00

1.881,00 1.782,00

21.780,00 2.970,00 3.960,00

594,00 2.376,00 2.970,00

396,00 1.584,00 1.980,00

528,00

1.188,00 14.520,00 1.980,00 2.640,00

1.980,00 2.970,00 3.960,00 1.254,00

Empresas CAIS Empresas Porto Digital Outras Empresas50% 75% 100%

8.335,80 12.503,70 16.671,60 416,79 7.502,22 5.835,06

950,40 950,40

1.584,00 990,00

1.188,00 742,50

2.217,60 3.326,40 1.108,80 1.108,80

950,40 633,60 633,60

2.217,60

792,00 495,00

1.663,20 2.494,80

831,60 831,60 712,80 475,20 475,20

1.663,20

Outras Empresas

1.108,80 1.663,20

554,40

100%75%50%Empresas CAIS Empresas Porto Digital

712,80 712,80

554,40 475,20 316,80 316,80

Total

1.108,80 475,20 475,20

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9.8 Projeções das Receitas e Despesas

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Projeção 5% 5% 10% 10% 20% 20% 30% 30% 30% 40% 40% 40%

Módulos Empresariais 1.119 1.119 2.237 2.237 4.475 4.475 6.712 6.712 6.712 8.950 8.950 8.950

Projeção 0% 5% 20% 30% 30% 40% 40% 50% 60% 60% 70% 70%

Salas - 688 2.751 4.126 4.126 5.502 5.502 6.877 8.252 8.252 9.628 9.628

Projeção 0% 5% 10% 10% 10% 15% 15% 20% 20% 25% 25% 25%

Equipamentos - 2.564 5.128 5.128 5.128 7.692 7.692 10.256 10.256 12.821 12.821 12.821

Receita Mensal Total 1.119 4.371 10.116 11.492 13.729 17.669 19.906 23.846 25.221 30.023 31.398 31.398

Projeção 30% 30% 30% 30% 40% 40% 40% 40% 40% 50% 50% 50%

Despesa Mensal Total 15.419 15.419 15.419 15.419 20.559 20.559 20.559 20.559 20.559 25.698 25.698 25.698

Receita Acumulada 1.119 5.489 15.606 27.098 40.827 58.496 78.402 102.248 127.469 157.492 188.890 220.288

Despesa Acumulada 15.419 30.838 46.257 61.676 82.235 102.793 123.352 143.911 164.469 190.168 215.866 241.564

Saldo Acumulado (14.300) (25.349) (30.651) (34.578) (41.408) (44.298) (44.950) (41.663) (37.000) (32.676) (26.976) (21.277)

Mês 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Projeção 50% 50% 50% 60% 60% 60% 60% 70% 70% 70% 70% 70%

Módulos Empresariais 11.187 11.187 11.187 13.425 13.425 13.425 13.425 15.662 15.662 15.662 15.662 15.662

Projeção 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70%

Salas 9.628 9.628 9.628 9.628 9.628 9.628 9.628 9.628 9.628 9.628 9.628 9.628

Projeção 30% 30% 30% 30% 30% 30% 30% 30% 40% 40% 40% 40%

Equipamentos 15.385 15.385 15.385 15.385 15.385 15.385 15.385 15.385 20.513 20.513 20.513 20.513

Receita Mensal Total 36.200 36.200 36.200 38.437 38.437 38.437 38.437 40.675 45.803 45.803 45.803 45.803

Projeção 70% 70% 70% 70% 70% 70% 70% 80% 80% 80% 80% 80%

Despesa Mensal Total 35.922 35.922 35.922 35.922 35.922 35.922 35.922 41.053 41.053 41.053 41.053 41.053

Receita Acumulada 256.487 292.687 328.887 367.324 405.761 444.198 482.635 523.310 569.112 614.915 660.718 706.521

Despesa Acumulada 277.110 313.032 348.953 384.875 420.797 456.718 492.640 533.693 574.747 615.800 656.853 697.907 (20.623) (20.345) (20.067) (17.551) (15.036) (12.520) (10.005) (10.384) (5.634) (885) 3.865 8.614

58

9.9 Demonstrativo da Projeção das Receitas e Despes as

Projeções Financeiras

(50.000)

(40.000)

(30.000)

(20.000)

(10.000)

-

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Meses

Val

ores

(R

$) Receita Mensal Total

Despesa Mensal Total

Saldo Acumulado

59

10. Capital Humano Nesta parte do Plano encontram-se o Organograma, Competências e Responsabilidades Funcionais do Capital Humano do Cais do Porto. É uma estrutura flexível, que contará com um quadro enxuto de pessoal com alto nível de responsabilidade e competência, que contará com o apoio de toda a equipe do Núcleo de Gestão do Porto Digital para o desenvolvimento das atividades ligadas aos processos do Cais do Porto. Mediação, articulação e coordenação serão suas habilidades primordiais. 10.1 Organograma

Núcleo de Gestão do Porto

Digital

Gerência de

Economia do Porto Digital

Infra-Estrutura Física

Plano de Negócios

Processos de Estruturação e Suporte aos Negócios

Sistema Local de Inovação

Gerência do Cais do Porto

e Assessoria de Comunicação

Demais Gerências do Núcleo de Gestão do Porto Digital

60

10.2 Competências Profissionais

Elementos da Estrutura

Representação e Competências Funcionais

Número de Técnicos

Gerência

Experiência em Planejamento e Gestão Empresarial, RH, Marketing, Negócios e Investimentos, com habilidades de Coordenação, Articulação e Mediação, NETWORKING, alianças estratégicas e com conhecimento sobre o objeto e ambiente onde desenvolverá suas competências.

01

Assessoria de comunicação

Experiência em atividades de agendamento, redação, comunicação, arquivamento e atendimento a clientes, com habilidades de relacionamento interpessoal e com a mídia, iniciativa e organização para: - Criação e manutenção de textos institucionais; - Envio de releases informativos à imprensa; - Ponte entre os meios de comunicação e a Incubadora; - Informativos internos e externos; - Suporte à promoção de eventos; - Desenvolvimento de websites; - Clipagem de notícias de interesse; - Preparação e revisão de documentos; - Comunicação interna;

01

Equipe Técnica do Núcleo de Gestão do

Porto Digital

Experiência em avaliação de empreendimentos, capacitação de empreendedores, suporte a negócios, processos de mudanças, projetos, realização de eventos, em tecnologias da informação e comunicação, administração, finanças e marketing, com conhecimentos sobre o negócio e ambiente de desenvolvimento das atividades do Porto Digital e com habilidades de articulação, relacionamento interpessoal, didática, liderança e NETWORKING;

--

61

10.3 Responsabilidades Funcionais Gerência e Assessoria

de Comunicação Responsabilidades

• Fornecer informações e encaminhar documentos legais, administrativos, orçamentários e financeiros úteis à administração do Cais do Porto para apreciação do Núcleo de Gestão do Porto Digital;

• Participar das reuniões do Núcleo de Gestão, dando apoio técnico e executivo aos seus membros;

• Apoiar o Núcleo de Gestão do Porto Digital na articulação com os componentes do Sistema Local de Inovação e seus relacionamentos;

• Acompanhar o Núcleo de Gestão do Proto Digital na representação judicial e extrajudicial do Cais do Porto;

• Participar do planejamento e implementação das estratégias do Núcleo de Gestão do Porto Digital;

• Internalizar, cumprir e fazer cumprir padrões, procedimentos e deliberações do Núcleo de Gestão do Porto Digital;

• Desenvolver e implementar o Plano de Marketing do Cais do Porto integrado com a implementação do marketing institucional do Porto Digital;

• Participar das reuniões da INCUBANET, providenciando a implementação no Cais do Porto das suas deliberações;

• Apoiar os empreendedores no acesso às organizações de Capital e seus recursos de financiamento;

• Implantar, acompanhar e atualizar o Plano de Negócio do Cais do Porto;

• Articular, mediar e coordenar a implementação das ações de suporte a implementação de Núcleos Geradores de Empreendimentos de TIC das IETS;

• Articular, mediar e coordenar a implementação das ações de estruturação e de suporte ao desenvolvimento de empreendimentos clientes do Cais do Porto;

• Construir e manter, junto a equipe do Núcleo de Gestão do Porto, normas administrativas e operacionais, necessárias às atividades do Cais do Porto;

• Avaliar e selecionar propostas de projetos para Estruturação e Suporte ao Desenvolvimento de Empreendimentos de TIC;

• Prestar suporte aos empreendimentos residentes do Cais do Porto na execução dos seus processos empresariais;

• Promover a Integração das organizações residentes no Cais do Porto com os componentes do Sistema Local de Inovação do Porto Digital;

62

• Promover a integração das Equipes das Empresas residentes no Cais do Porto com os demais integrantes da Equipe do Núcleo de Gestão do Porto Digital;

• Prospectar demandas de capacitação e eventos de Empreendedorismo no Sistema Local de Inovação do Porto Digital;

• Desenvolver e acompanhar o planejamento de capacitação e eventos de empreendedorismo do Cais do Porto;

• Promover capacitações e suportes para demandas espontâneas de empreendimentos de TIC;

• Realizar gestões junto aos órgãos públicos e privados para viabilização de recursos de financiamento e de recursos tecnológicos necessários à efetivação dos projetos e processos do Cais do Porto e organizações residentes;

• Acompanhar o desenvolvimento dos Planos de Negócios e de Qualidade dos empreendimentos clientes;

• Selecionar e acompanhar consultores e parceiros para compor e/ou complementar os trabalhos do Cais do Porto;

• Planejar, articular, mediar e coordenar as ações de parceiros, consultores e prestadoras de Serviços;

• Divulgar as atividades da Incubadora junto a seus diversos públicos (internos e externos), através dos veículos de comunicação;

• Divulgar as atividades da Incubadora e seus públicos-alvo, através de uma publicação dirigida

• Criar e manter uma imagem positiva da Incubadora junto à opinião pública, fortalecendo, assim, sua representatividade

• Tornar a empresa uma fonte de informação procurada e respeitada por jornalistas