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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC/SP CELSO AMORIM MORCELLI UMA CONTRIBUIÇÃO DA CONTABILIDADE MOMENTUM PARA A CONTABILIDADE GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS SÃO PAULO 2013

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP

CELSO AMORIM MORCELLI

UMA CONTRIBUIÇÃO DA CONTABILIDADE MOMENTUM PARA A

CONTABILIDADE GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO

MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ATUARIAIS

SÃO PAULO

2013

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CELSO AMORIM MORCELLI

UMA CONTRIBUIÇÃO DA CONTABILIDADE MOMENTUM PARA A

CONTABILIDADE GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO

Dissertação apresentada à banca examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Ciências Contábeis e Atuariais, sob orientação do Professor Doutor Napoleão Verardi Galegale.

SÃO PAULO

2013

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BANCA EXAMINADORA:

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AGRADECIMENTOS

Ao orientador desta dissertação, Professor Doutor Napoleão Verardi Galegale.

Aos professores Roberto Fernandes dos Santos, Neusa Maria Bastos Fernandes

dos Santos, Carlos Hideu Arima e a todo corpo docente do Programa de Estudo Pós

Graduados em Ciências Contábeis e Atuarias da Pontifícia Universidade Católica de

São Paulo.

Aos membros da banca examinadora.

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Aos meus pais in memorian:

Maria Angélica, Apparecido, Sr. Maurício

À minha esposa, Maria José,

Aos meus irmãos, Edilson, Robson, Sílvia e Vanessa.

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Nós somos o que fazemos repetida vezes.

Portanto, a excelência não é um ato, mas um hábito.

Aristóteles

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa teve como objetivo aplicar em uma empresa brasileira do segmento educacional, o SENAC de São Paulo, os índices desenvolvidos por Eric Melse, em seu artigo publicado em 2004 na revista Balance Sheet, utilizando os conceitos da contabilidade momentum, intitulado Accounting in three dimensions: a case for momentum, em que analisou os dados da empresa Robert Half International Incorporated entre 1987 e 2002. A pesquisa avaliou as informações geradas pela contabilidade momentum, como instrumento de contabilidade gerencial, por meio da aplicação do estudo de caso. Este trabalho se justifica pela possibilidade de se apresentar como uma nova ferramenta gerencial de tomada de decisão, dado o seu benefício de trazer uma forma diferente de analisar as empresas, agregando novos fatos econômico-financeiros para a análise dos gestores, colaborando assim com a tomada de decisão, seja de longo ou curto prazo. O trabalho de pesquisa foi conduzido de forma qualitativa exploratória. Os dados foram coletados por meio dos demonstrativos contábeis da empresa no demonstrativo dos últimos 10 anos, de 2002 a 2012. Concluiu-se que os índices desenvolvidos por Eric Melse sobre a Contabilidade Momentum podem contribuir para a Contabilidade Gerencial.

Palavras-chave: Momentum Accounting, Contabilidade Estratégica, Teoria Multidimensional.

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ABSTRACT

The present research aimed to apply in a Brazilian company in the educational segment, SENAC São Paulo, the indices developed by Eric Melse, in his article published in 2004 in the journal Balance Sheet using the concepts from accounting with the title momentum Accounting in three dimensions: the case for momentum, where he analyzed the data of company Robert Half International Incorporated during the period from 1987 to 2002, the research assessed the information generated by the momentum accounting as a tool of management accounting through the application of case study and justifies itself as possibility to present itself as a new tool of managerial decision-making, given its benefit to bring a different way of analyzing companies, adding new facts for the analysis of financial managers and thus collaborating with the decision-making is long or short term. The research work was conducted exploratory qualitatively. The data were collected through the company's accounting statements in the statement of the last 10 years from 2002 to 2012. The research concluded that the indices developed by Eric Melse Momentum accounting can contribute to managerial accounting. Keywords: Accounting, accounting Strategic Momentum, Multidimensional Theory.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Comparativo da Contabilidade Momentum com as leis da física .. 20

FIGURA 2 – Organograma do SENAC/SP.............................................................. 30

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Evolução do Retorno dos Ativos e do PL....................................... 47

GRÁFICO 2 – Retorno dos Ativos com Retorno do PL ........................................ 48

GRÁFICO 3 – ML sobre Receitas Correntes ......................................................... 48

GRÁFICO 4 – Composição do PL Momentum ...................................................... 49

GRÁFICO 5 - ML com PL Momentum .................................................................... 50

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Composição dos índices desenvolvidos por Melse ...................... 27

QUADRO 2 – Medições da Contabilidade Momentum de Melse ......................... 45

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Demonstrações Contábeis de 2002 a 2012 do SENAC .................... 43

TABELA 2 - Demonstração Momentum de 2002 a 2012 do SENAC .................... 44

TABELA 3 – Ativo Compensado de 2002 a 2011 do SENAC ............................... 45

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LISTA DE ABREVITURAS E SIGLAS

ROA - Return on Assets – Rentabilidade Líquida dos Ativos

ROE - Return On Equity - Retorno sobre o Patrimônio

EBTDA - Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization - Lucros

antes de juros, impostos, depreciação e amortização

SENAC - Serviço Nacional do Comércio

CAS - Centro Universitário Santo Amaro

CAP - Centro Universitário Água de São Pedro

CAJ - Centro Universitário Campos do Jordão

EDS - Editora SENAC

TCU - Tribunal de Contas da União

ML - Margem Líquida

PL - Patrimônio Líquido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12 1.1 ANTECEDENTES DO PROBLEMA .................................................................... 12 1.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA ..................................................................... 13 1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO .................................................................................. 14 1.4 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO ........................................................................ 14 1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................ 14 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 16 2.1 CONTABILIDADE GERENCIAL .......................................................................... 16 2.2 CONTABILIDADE MOMENTUM ......................................................................... 18 2.3 DIFERENÇAS ENTRE AS CONTABILIDADES FINANCEIRA, GERENCIAL E MOMENTUM ............................................................................................................. 26 2.4 ESTUDO DE CASO – ROBERT INTERNATIONAL INCORPORATED ............. 27 2.5 ESTUDO DE CASO – CIA VALE S.A. ................................................................ 28 2.6 A EMPRESA SENAC .......................................................................................... 29 3 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................... 35 3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 35 3.2 PROTOCOLO PARA ESTUDO DE CASO .......................................................... 37 3.3 VISÃO GERAL DO PROJETO DE ESTUDO DE CASO ..................................... 38 3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ............................................... 39 3.5 PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO ...................................................................................................... 39 3.6 PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA PESQUISA DOCUMENTAL ............... 40 3.7 PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA ANÁLISE E DOCUMENTAÇÃO DE DADOS ..................................................................................................................... 40 3.8 QUESTÕES DO ESTUDO DE CASO ................................................................. 41 3.9 GUIA PARA RELATÓRIO DO ESTUDO DE CASO ............................................ 41 3.10 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................... 41 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS .............................................. 44 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 51 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 52 ANEXOS .................................................................................................................. 54

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1 INTRODUÇÃO

1.1 ANTECEDENTES DO PROBLEMA

O Momentum Accounting, de Ijiri (1982), surge nos anos 80, durante o

desenvolvimento de novas formas gerenciais de contabilidade, mas é ofuscado pelo

Balanced Scorecard desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton.

Nessa publicação, Ijiri (1982) apresenta a Teoria Multidimensional, ou

Contabilidade Momentum, em que adiciona à contabilidade tradicional uma nova

dimensão, o trébito, além dos tradicionais crédito e débito.

A partir da observação dos fenômenos contabilísticos e dos novos recursos

técnicos para tratamento da informação, Ijiri (1982) coloca em dúvida as partidas

dobradas da contabilidade atual, por essa não conseguir mostrar toda a dinâmica

patrimonial.

Em 2004, Eric Melse, utilizando os conceitos da contabilidade momentum,

publicou um artigo na revista Balance Sheet, intitulado Accounting in three

dimensions: a case for momentum, com uma análise dos dados da empresa Robert

Half International Incorporated, durante o período de 1987 a 2002. Melse (2004)

inicia seu estudo com uma pergunta intrigante: que informação significativa pode-se

esperar da contabilidade momentum?

Como resposta à pergunta, em seu estudo, demonstra a tendência de

eficiência operacional dos ativos totais e o retorno para o acionista. Pela

identificação do retorno sobre os ativos totais e o retorno do acionista, aponta que há

um declínio até um ponto muito baixo, voltando a aumentar posteriormente, de forma

gradual, alcançando um nível elevado desses indicadores (retorno sobre ativos

totais e retorno para os acionistas).

O autor considera interessante o uso da Contabilidade Momentum. Adiciona

que foi possível identificar períodos em que as margens líquidas foram iguais ou as

taxas de retorno similares e a riqueza líquida crescia mais rápido. Informações

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dessa natureza colocam dinâmica em uma análise quase sempre estática das

informações geradas pela contabilidade.

Ele concluiu que os resultados indicaram uma complexa relação estrutural

entre as três dimensões: pode ser benéfico comparar indicadores com dimensões

consistentes. Em sua visão, a implementação desse tipo de contabilização pode ser

benéfica para os propósitos da Contabilidade Estratégica e da Análise de Balanço.

Em 2009, um grupo de pesquisa sob orientação da profa Dra. Aracéli Cristina

de Sousa Ferreira, da UFRJ, publicou o artigo “Análise Integrada de Indicadores em

Três Dimensões: um Caso de Momentum Aplicado a uma Empresa Brasileira”, em

que foram utilizados os mesmos conceitos para analisar a empresa Vale S/A no

período de 1996 a 2006.

A sua aplicação, naquela ocasião, não permitiu perceber a utilidade que se

sobrepunha aos instrumentos de análise usuais. Contudo, isso não significa ser

impossível atingir os propósitos para os quais foi criada.

1.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

As informações geradas pela Contabilidade Gerencial afetam diariamente a

vida de uma empresa, independentemente do seu tamanho, da natureza dos seus

produtos ou prestação de serviços ou do setor em que está inserida.

Como aponta Anthony (2000), a Contabilidade Gerencial é o processo de

produzir informação operacional e financeira para funcionários e administradores. O

processo deve ser direcionado pelas necessidades informacionais dos indivíduos

internos da empresa e orientar suas decisões operacionais e de investimentos.

Diante do exposto acima, a pergunta a ser respondida por este estudo é:

Qual a contribuição da Contabilidade Momentum para a Contabilidade Gerencial em

uma instituição educacional brasileira?

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1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO

O objetivo desta pesquisa é a avaliação das informações geradas pela

Contabilidade Momentum como instrumento de contabilidade gerencial, por meio do

estudo de caso da aplicação do método em uma instituição educacional brasileira,

baseado no artigo de Melse (2004), publicado na revista Balance Sheet, vol. 12.

1.4 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO

Este estudo justifica-se ao trazer uma forma diferente de analisar as

empresas e agregar novos fatos econômico-financeiros para a análise dos gestores,

colaborando assim com a tomada de decisão. Nesse cenário, Melse (2004 p. 36)

afirma que:

A Contabilidade Multidimensional mostra a existência uma estrutura dinâmica entre os itens do balanço patrimonial, que apontam para o fato de que as três dimensões de contabilização formam um modelo integrado de negócios dinâmicos.

1.5 METODOLOGIA DE PESQUISA

A metodologia utilizada nesta presente pesquisa foi o procedimento técnico

de estudo de caso, pela interpretação das contribuições teóricas e científicas sobre a

Contabilidade Momentum.

O trabalho de pesquisa, para atingir seus objetivos, teve uma abordagem do

problema de forma qualitativa exploratória. Os dados foram coletados da empresa

Senac São Paulo, uma empresa do ramo educacional, por meio das Prestações de

Contas de 2002 a 2012, localizadas no sítio do Tribunal de Contas da União – TCU.

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Com os dados obtidos, foram calculados os índices e expostos em gráficos,

os quais serviram como base lógica da investigação, visando a responder à

pergunta do problema.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado como se segue:

a) Primeiro capítulo – apresentação do objeto de investigação deste estudo,

antecedentes do problema, identificação do problema, objetivos do estudo e

justificativa;

b) Segundo capítulo – apresentação da fundamentação teórica: Contabilidade

Gerencial, Contabilidade Momentum e os estudos de caso da Robert Half

International Incorporated e Companhia Vale S/A;

c) Terceiro capítulo – apresentação dos procedimentos metodológicos para a

elaboração do estudo de caso, protocolo para estudo de caso, visão geral do

projeto do estudo de caso, procedimento para coleta de dados, levantamento

bibliográfico, pesquisa documental, análise e interpretação dos dados

coletados, questões do estudo de caso, guia para relatório do estudo de caso,

e a descrição do problema.

d) Quarto capítulo – apresentação da análise dos dados coletado, com o auxílio

de diversos gráficos;

e) Por fim, considerações finais, referências e anexos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONTABILIDADE GERENCIAL

No ambiente empresarial, há informações contábeis, quantitativas ou

qualitativas, que auxiliam os usuários na tomada de decisões. Nesse sentido, Parisi

e Megliorini (2011, p. 08) afirmam que: “No sentido amplo, toda contabilidade é

considerada gerencial. Toda informação contábil contribui com tomada de decisões,

não apenas dos usuários externos, mas também dos administradores”.

Contabilidade gerencial é um processo de produção de informações em um

processo diferente da contabilidade financeira. Enquanto a Contabilidade Financeira

tem o potencial de fornecer informações padronizadas, a Contabilidade Gerencial

fornece informações para situações que envolvem decisões especiais, ou não

rotineiras.

Pode ainda ser entendida como um conjunto de ações sistemáticas, cujo

objetivo é achar, medir, armazenar, examinar, organizar, explicar e transmitir

informações úteis e importantes, principalmente no auxílio aos gestores das

organizações, sejam elas públicas ou privadas.

Para os mesmos autores, a contabilidade Gerencial tem uma importante

contribuição para o processo decisório, uma vez que as decisões, na maioria das

vezes, contemplam julgamentos e recomendações por ela oferecidos.

A Contabilidade surgiu da necessidade de controle e prestação de

informações aos sócios, proprietários, acionistas e administradores, em relação à

composição e ao valor do patrimônio da entidade, sua evolução e o controle de sua

mutação.

O controle da mutação patrimonial, até a Revolução Industrial, era feito pela

chamada Contabilidade Geral ou Financeira que, em função das características

econômico-financeiras da época, atendia às necessidades dos seus diversos

usuários de maneira relativamente satisfatória.

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Com a evolução econômica e social, advinda a partir da Revolução

Industrial, e o surgimento posterior das grandes corporações, produção em escala,

mercado de capitais, empresas de auditoria, entre outros, houve um natural

distanciamento do proprietário e sua administração. As informações fornecidas pela

Contabilidade Geral já não atendiam às necessidades tão diversas surgidas com a

nova realidade empresarial.

Em função desse distanciamento, coube à Contabilidade atender aos novos

usuários provenientes dessa evolução, com maior grau de especialização e

sofisticação. Assim, a Contabilidade Geral, que até então se limitava a informar aos

gestores a composição do patrimônio e informações com vistas à decisão, passa por

um processo de divisão e especialização, dando origem à Contabilidade de Custos e

à Contabilidade Financeira (ANTHONY, 2000).

Como relata Iudícibus (2010), a Contabilidade Gerencial pode ser

caracterizada superficialmente como um enfoque especial conferido a várias

técnicas e procedimentos já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na

contabilidade de custos, na análise financeira de balanços etc., colocados sob uma

perspectiva diferente, com um grau de detalhe mais analítico ou uma forma de

apresentação e classificação diferenciada, cujo objetivo é auxiliar os gerentes das

entidades no processo decisório. Em um sentido mais profundo, está voltada única e

exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir com suas

informações, de maneira válida e efetiva, o modelo decisório do administrador.

Considera-se que o modelo decisório do administrador considera cursos de

ações futuras, informações sobre situações passadas ou presentes que serão de

valor no modelo decisório, na medida em que passado e presente sejam

estimadores daquilo que poderá acontecer no futuro.

Conforme Iudícibus (2010, p.22), a contabilidade gerencial, para ser utilizada

como instrumento no processo de tomada de decisões, precisa de integração com a

contabilidade de custos, portanto, com todos os procedimentos contábeis e

financeiros ligados a orçamento empresarial, planejamento empresarial,

fornecimento de informações contábeis e financeiras para decisão entre cursos de

ação alternativos. Isto recai, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade

gerencial (...) que requer informações contábeis (além das de outras disciplinas),

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que não são facilmente encontradas nos registros da contabilidade financeira. Na

melhor das hipóteses, requerem um esforço extra de classificação, agregação e

refinamento para poderem ser utilizadas em tais decisões.

Assim, a contabilidade gerencial utiliza em seus procedimentos a

contabilidade de custos, dados financeiros, operacionais, objetivos e metas das

empresas, sempre objetivando atender às necessidades de informações aos

usuários.

A contabilidade, para apresentar informações sob o enfoque gerencial na

gestão, deverá apresentar o uso de um sistema integrado, para facilitar o nível da

informação de forma clara e objetiva na apresentação do resultado da empresa,

visualizado como um todo e detalhado conforme necessidades específicas dos

usuários.

Como afirmam Louderback, Holmen e Dominiak (2000), a Contabilidade

Gerencial tenta, ao mesmo tempo, ser abrangente e concisa, ajustando-se

constantemente para se adaptar às mudanças tecnológicas, às necessidades dos

gestores e às novas abordagens das outras áreas funcionais dos negócios Também

é aplicável às organizações que não visam ao lucro, porque elas precisam, assim

como as demais, gerenciar o uso dos recursos de maneira otimizante, para atingir

seus objetivos.

2.2 CONTABILIDADE MOMENTUM

A Contabilidade Momentum importa da contabilidade tradicional duas

dimensões: riqueza e rendimento. Não excluindo a contabilização pelo método das

partidas dobradas, utiliza as partidas triplas, e o conceito de riqueza seria o

tradicional conceito econômico, jurídico e contábil do patrimônio líquido (PL), quando

os ativos são maiores do que os passivos.

A fonte e a manutenção da riqueza seriam os rendimentos líquidos

(resultado do exercício), obtidos pela diferença entre receitas e despesas. A terceira

dimensão, ou terceiro eixo, seria a força, representada por uma série de contas

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específicas para esse fim. Nesse escopo, a Contabilidade Momentum procura

apresentar, dentre outras informações, o índice de mudança da riqueza em um

determinado momento.

Agrupada da seguinte forma: Ativo - Passivo = Capital ou simplesmente

Riqueza = Capital, a riqueza é o estado presente de todos os itens positivos e

negativos, que pertencem à empresa no momento em que apresenta as

demonstrações financeiras. O capital, por sua vez, representa movimentos ou

modificações ocorridas no passado, incluindo as retenções de resultados anteriores.

Aqui, a riqueza representa o presente e o capital o passado.

Nesse contexto, Rocha (2000, p. 126) afirma que a riqueza é:

O estado presente em todos os itens, positivos e negativos, que pertencem à empresa no momento que apresenta as demonstrações financeiras. Já o Capital é o repositório de movimentos passados, modificações ocorridas no passado, incluindo as retenções feitas de resultados anteriores.

Ainda o mesmo autor ressalta que há mais de duas dimensões nos

fenômenos patronais e na sua dinâmica; por isso, o presente é um ponto

determinado no tempo, o passado, um período do tempo que passou, e o tratamento

de riqueza, representado pelas contas de estoques.

A proposta de Ijiri (1982) é um desafio para as atuais práticas contábeis, que

são falhas por utilizarem dados passados para estabelecer uma estratégia futura. O

método de partidas dobradas foi desenvolvido para apresentar as mudanças no

capital a partir de dados históricos, não para o futuro. A partir dessa perspectiva, Ijiri

(1982) insere uma terceira dimensão: após o passado e o presente, segue o futuro.

A igualdade passa a ter três membros: Futuro=Presente=Passado. A terceira

dimensão vai lidar com orçamentos, projetos e planos de empresa, isto é, Previsão =

Riqueza = Capital.

Nessa nova dimensão de Previsão = Futuro, o autor se baseou no conceito

de cálculo diferencial, desenvolvendo o argumento de que a relação lógica ligando

as duas dimensões do atual sistema de dupla entrada é uma riqueza (ativo - passivo

= capital). Em seguida, ele observa que a riqueza é uma medida de estoque e de

capital, ou seja, uma medida de fluxo do PL (lucros acumulados e outras mudanças

de propriedade ao longo do tempo), sugerindo uma analogia à mecânica

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newtoniana. Conforme a figura a seguir:

FIGURA 1 – Comparativo da Contabilidade Momentum com as leis da física Fonte: do autor.

Como mostra a figura anterior, foi introduzida uma estrutura de medições de

contabilidade, que se estende do quadro de dupla entrada em um quadro de entrada

tripla. O terceiro eixo adicionado aos dois eixos convencionais de "débito" e "crédito"

é nomeado 'trébito', com a substância do novo eixo, que são "ações". Portanto, o

novo quadro de entrada de tripla é, na verdade, uma extensão lógica do

convencional quadro de dupla entrada. O terceiro eixo foi criado a partir do segundo

(crédito) e, por consequência, a partir do primeiro.

A identidade contábil convencional, débito=crédito, é estendida

"horizontalmente" na mesma unidade de medição de débito = crédito = trébito e, ao

mesmo tempo, uma nova identidade de contabilidade é introduzida como ligação de

medições na vertical ao longo do relacionamento das derivadas e integrais, por meio

da taxa de variação da duração em vezes. Essa taxa é igual à quantidade de

mudança (grifo nosso).

Neste trabalho, as abordagens de Ijiri (1982) para "temporal" e as versões

de "diferencial" de contabilidade de entrada tripla foram examinadas com a

conclusão de que é muito difícil o entendimento de seu sistema proposto, ocorrendo

o mesmo, portanto, com uma possível aplicação em situações da vida real de uma

DESLOCAMENTO VELOCIDADE ACELERAÇÃO

RIQUEZA MOMENTUM FORÇA

Leis do Movimento

Leis da Força

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organização empresarial / industrial (grifo nosso)..

Dessa forma, têm sido sugeridas mais pesquisas para tornar o sistema

proposto claro e útil na apresentação de um formato ilustrativo de contabilidade,

para aplicação prática na vida real e no dia-a-dia do mundo da contabilidade.

Ijiri (1982) adverte que sua proposta lida apenas com metade dos problemas

de dupla entrada. Quando essa é interpretada como um sistema de classificação

dupla (Riqueza = Capital), a mecânica newtoniana sugere uma classificação tripla,

envolvendo riqueza de capital e de força (a taxa de variação da taxa de riqueza).

Isso funciona para as entradas do tipo "dinheiro de débito e crédito de renda" (grifo

nosso).. No entanto, dupla entrada também é muitas vezes o que o autor chama de

'causalidade' para as entradas do "inventário de débito e dinheiro de crédito" tipo,

aqui a dualidade é 'Incremento' = 'decremento’.

Todavia, a "contabilidade força" é apresentada como a terceira camada do

sistema de contabilidade, para explicar os fatores considerados responsáveis por

mudanças na taxa de lucro. Para estender a dicotomia riqueza de renda para a

tricotomia, ele introduziu o conceito de "a taxa na qual a riqueza está mudando", ou

equivalente à "taxa de renda a vencer", conceito esse representado por "impulso",

mesmo a riqueza e a renda sendo medidas em unidades monetárias por período. O

conceito de força é realmente usado no negócio, embora normalmente a diferença

entre impulso e renda não seja feita explicitamente (grifo nosso)..

Ijiri (1982) postula que as empresas podem atingir um nível de continuidade

como entidades lucrativas, dependendo das forças que podem estar em direções

opostas, abaixo do impulso; com isso, espera que a empresa continue a criar nova

riqueza conforme o nível alcançado.

Para medir a criação e a manutenção de tal dinâmica, propõe a

administração de medidas de contabilidade com três dimensões:

a) Riqueza – primeira dimensão para a administração da magnitude e

composição da riqueza. Engloba variáveis contábeis separadas, como

riqueza líquida (PL), passivos (fontes de capital) ou ativos (utilização do

capital). As contas desta dimensão estão no balanço. Tanto a Riqueza quanto

o Rendimento sofrem mudanças de acordo com um determinado ritmo,

medido como unidade monetária por período de tempo (R$ por mês, por

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exemplo). A taxa de mudança da Riqueza ou do Rendimento é o Momentum,

logo, Rendimento = Momentum x Tempo e qualquer alteração no Momentum

e repercute uma mudança nas grandezas Riqueza e Rendimento;

b) Impulso - segunda dimensão para a administração da magnitude da

mudança de riqueza (primeira dimensão). Engloba variáveis contábeis

separadas como custo (saídas) e renda (entradas). As contas desta dimensão

são em declarações-impulso, que incluem o resultado. O Impulso nada mais é

do que o conceito que explica as alterações no rendimento líquido em cada

mês. Assim, é medido em unidade monetária por período de tempo, tal qual o

Momentum. Como relata Rocha (2000, p.151), o impulso é “uma integração

temporal das forças e podemos separar os impulsos como fenômenos

Internos (repetitivos e não repetitivos) e fenômenos Externos (repetitivos e

não repetitivos)”.

c) Força - terceira dimensão para a administração da alteração da capacidade

de adquirir novas riquezas (segunda dimensão). Engloba variáveis contábeis

definidas para além da administração das forças externas e internas. Suas

contas são as demonstrações de força, incluindo também o impulso e a ação.

O mesmo autor define a “Força” como aquilo “que explica ou justifica as

mudanças no Momentum. O momentum medido em R$ mês vai ter (ou

poderá ter) uma alteração também mensal de R$ mês, a medida da Forca e

dada em R$ mês a mês” (p.136). São 3 os tipos de forças: Forças Internas –

Fatos gerados no interior da Entidade. Ex: Expansão das instalações e

campanha de novos produtos; Forças Externas – Fatos gerados sem

influência da Entidade. Ex: Concorrência de novos produtos e taxa de inflação

e Forças de Variação – Variações ocorridas na atividade da Entidade. Ex:

Variações de preços e de eficiência (grifos nossos). Dessa forma, toda

alteração no ritmo de mudança da Riqueza ou do Rendimento, o Momentum,

vai ser explicada pela Força exercida sobre eles.

A riqueza é semelhante à dos ativos e passivos e parte do balanço existente.

Sua linha de fundo mostra a riqueza líquida no final do período, classificada em

diversos tipos de ativos e passivos.

O momento tem duas colunas, uma para o impulso e outra para a renda. Na

coluna de impulso, várias receitas e despesas são expressas em termos do

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respectivo impulso avaliado no final do período. A coluna de renda é como a

declaração de renda convencional, já que mostra a realização da receita e despesa,

momentos durante o período, juntamente com o saldo inicial de capital próprio,

responsável para que a soma de todos os itens dessa coluna seja igual à riqueza

líquida no final do período.

A força tem três colunas, a primeira para a ‘força’, a segunda para o

'impulso' e a terceira para a ‘ação’. A primeira mostra o equilíbrio de diversas contas

de força, processos que afetam o impulso final de período, registrados em um

sistema de entrada única. A segunda mostra o impacto sobre a dinâmica das forças

exercidas durante o período. Quando o impulso inicial é adicionado à soma dos itens

na coluna de impulso, o total deve concordar com o equilíbrio impulso final na

declaração momentum. A terceira mostra o impacto sobre a riqueza das diversas

forças exercidas durante o período. A soma desse impacto, a riqueza começando, e

a realização do impulso início durante o período é igual à riqueza.

Desse modo, nota-se que a contabilidade da riqueza, sob o sistema de

contabilidade de entrada triplo, pode ser implementada sem a estrutura de alto nível,

como contabilidade impulso e contabilidade força. A superestrutura colocada na

contabilidade riqueza oferece uma estrutura lógica para adicionar força ao sistema

de contabilidade riqueza (IJIRI ,1988).

No entanto, o sistema de contabilidade de dupla entrada, em que a

contabilidade riqueza é realizada, pode ser estendido logicamente a um sistema de

contabilidade de entrada tripla, por meio da contabilidade força como um trampolim.

A contribuição da contabilidade impulso não é limitada apenas ao aspecto da

informação, mas estende-se também ao aspecto de controle da contabilidade.

Quando o sistema de contabilidade momento está bem estabelecido e o

sistema de dupla entrada em vigor da contabilidade riqueza é estendido a um

sistema de tripla entrada, incorporando a dimensão de ação, fazendo a avaliação de

desempenho da empresa se deslocar para longe da renda e com isso a

administração pode verificar os momentos no aumento do ganho e qual o impacto

sobre o rendimento dessas ações tem. Assim, sugerem-se planos de incentivo de

gestão com base em impulsos por parte da gestão.

Nesse cenário, Rocha (2000, p.139) aponta que:

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24

As demonstrações contábeis na teoria de IJIRI aparecem com esse caráter triangular, com a conjugação de seis conceitos, quatro dos quais são novos. No conjunto das grandezas Riqueza, Rendimento e Ação, se designa Contabilidade da Riqueza (em sistema de tripla entrada e medida em $); ao conjunto das grandezas Momentum e Impulso se designa de Contabilidade do Momentum (em sistema de dupla entrada e medida em $ por mês); ao conjunto da grandeza Força de designa de Contabilidade da Força (em sistema de entrada única e medido em $ mês por mês).

A Contabilidade Momentum preconiza que a riqueza é constituída de

estoques, ou seja, tudo o que está no ativo e no passivo é o que a empresa tem e

que representa sua posição financeira. Essas “contas de estoques” se contrapõem

às denominadas “contas de fluxos”, contas que explicam as alterações ocorridas na

riqueza (grifo nosso)..

Pela Contabilidade tradicional, as “contas de fluxos” são contas de

resultados e as “contas de estoques” são contas patrimoniais. Dessa forma, a

variação dos estoques em um período é explicada pelas contas de fluxos do referido

espaço de tempo. Logo, Δ Estoques = Fluxos, em um mesmo período de tempo

(grifo nosso)..

Os fluxos permitem explicar as variações ocorridas nas contas de estoque,

nos custos e receitas da empresa, que também podem ter oscilações, calculadas

pela medida chamada momentum, expressa pela velocidade de ganho do

rendimento, uma força que atua sobre o fluxo. Assim, o autor citado comenta que:

A contabilidade Momentum indica a taxa em que se processam as mudanças e, portanto, sempre que essa taxa se mantenha o rendimento adquirido será constante. Significa a taxa segundo a qual o rendimento vai sendo adquirido num dado período de tempo. Essas mudanças ou taxa de crescimento podem ser medidas em meses, dias ou semanas (p.133).

Tanto a Riqueza quanto o Rendimento sofrem mudanças de acordo com um

determinado ritmo, medido como unidade monetária por período de tempo (R$ por

mês, por exemplo). Essa taxa de mudança da Riqueza ou do Rendimento é o

Momentum. Logo, Rendimento = Momentum x Tempo é qualquer alteração no

Momentum que repercute em mudanças nas grandezas Riqueza e Rendimento.

Contabilidade Momentum é o núcleo do quadro de contabilidade por partida

tripla e contas impulso, que podem aparecer em três formas:

a) ação - responde como integrante dos impulsos;

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b) impulso - representado como explicações das mudanças impulso;

c) contas - força como derivativos dos impulsos.

A Contabilidade Momentum pode ter um impacto significativo na prática

contábil. Quando o foco de gestores e investidores se limitava à riqueza de uma

empresa, o que representava a riqueza era capaz de responder às suas perguntas,

principalmente sobre os motivos das mudanças ocorridas no PL.

Contas de receitas são preparadas para tais fins. Hoje em dia, os gestores e

os investidores estão totalmente dedicados às demonstrações de resultados e dos

seus pareceres, por isso, são direcionados a uma pergunta diferente: por que a

renda passou de um período para o outro? A Contabilidade Momentum cumpre essa

necessidade de informação financeira mais explicativa, por meio de contas de

impulso e suas integrais, as contas de ação.

Um sistema de contabilidade para a contabilidade de impulso pode aumentar

a sensibilidade para as causas finais, que por sua vez, podem refinar o sistema de

contabilidade para registrar e relatar essas causas. Há, portanto, uma expectativa de

que os conceitos de momentos e impulsos, que parecem altamente ambíguos,

possam ser mais sólidos e objetivamente mensuráveis, pelo desenvolvimento da

contabilidade momento ou o núcleo do quadro de sistema de contabilidade de

entrada triplo.

Desse modo, a integração da Contabilidade Momentum na estrutura das

teorias de contabilidade deve, de fato, levar ao desenvolvimento de um cálculo que

inclua aplicações e interpretações de operações no cálculo da contabilidade e nas

interpretações de operações no cálculo, dentro do contexto da contabilidade.

O valor de utilidade e o impacto da Contabilidade Momentum proposto pode

agora ser examinado por meio de dois critérios: (a) a tomada de decisão e (b)

prestação de contas.

O sistema de contabilidade tradicional incorpora registros de cada transação

discreta, porque cada uma precisa ser contabilizada separadamente e as consultas

podem ser levantadas em qualquer transação particular. No entanto, é improvável

que isso seja necessário, já que o foco de interesse deve ser sobre as forças globais

que fazem para a mudança, em vez das forças que influenciam cada transação

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tridimensional. Contudo, é provável que, em muitos casos, não seja possível atribuir

as forças responsáveis pela mudança de cada transação individual de uma forma

significativa.

Do ponto de vista da tomada de decisão, parece que não há só um terreno

fértil para considerar o sistema de escrituração de Contabilidade Momentum para

ser útil, mas também o próprio Ijiri (1982) não é muito otimista sobre essa

possibilidade, ou pelo menos, afirma ser desnecessária. Isso, no entanto, não é

surpreendente, pois todo o trabalho foi formulado em termos de concorrência,

quadro conceitual de responsabilidade.

Sob o enfoque de responsabilidade, é o sistema de contabilidade e não o

conteúdo das demonstrações financeiras que por si só é significativo. O objetivo da

contabilidade pode ser alcançado, mesmo se o contabilista nunca leia as

demonstrações financeiras, pois o sistema de contas ajuda o contador a se

comportar de maneira responsável.

2.3 DIFERENÇAS ENTRE AS CONTABILIDADES FINANCEIRA, GERENCIAL E

MOMENTUM

Boa parte das definições da Contabilidade Financeira se origina dos órgãos

reguladores, em especial do International Accounting Standard Board (IASB), em

nível mundial, Financial Accounting Standard Board (FASB), no ambiente

norteamericano, e da Comissão de Pronunciamento Contábil (CPC), no Brasil.

Para Hansen e Mowen (1997), as definições da Contabilidade Gerencial são:

identificar, coletar, mensurar, classificar e reportar informações úteis para os

gestores, no planejamento, controle e processo decisório.

Louderback, Holmen e Dominiak (2000) mencionam que tanto a

Contabilidade Gerencial quanto a Contabilidade Financeira têm em comum o fato de

tratarem eventos econômicos, a necessidade de quantificação de atividades

econômicas e as dificuldades de se obter tais informações.

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27

A Contabilidade Momentum importa da Contabilidade Financeira os mesmos

conceitos de débito e crédito, representando as duas dimensões, a riqueza e o

rendimento, propondo uma nova dimensão, o trébito, que procura apresentar, dentre

outras informações, o índice de mudança da riqueza em um determinado momento,

não encontrado na Contabilidade Financeira.

2.4 ESTUDO DE CASO ROBERT HALF INTERNATIONAL INCORPORATED.

O estudo conduzido por Melse (2004) utilizou as informações dos balanços

para verificar as relações de cálculos na análise do desempenho operacional. O

autor comparou o retorno total de ativos (ROA) e o retorno sobre o PL (ROE) com a

medição do momento de riqueza líquida (PL) e lucro depois de impostos (margem

líquida - ML). Foram utilizados os seguintes índices:

ÍNDICE COMPOSIÇÃO

Forca = Ativo Momentum Ativo do ano (n) - ativo do ano (n-1)

Impulso = Patrimônio Líquido Momentum PL do ano (n) – PL do ano (n-1)

Margem Líquida (Superávit/Receitas) *100

Composição do PL (PL (momentum) / ativo (momentum)) *100

QUADRO 1 – Composição dos índices desenvolvidos por Melse. Fonte: do autor

O estudo contemplou o período de 1987 até 2002. Segundo o autor, a

análise desse período mostra claramente a tendência da eficiência operacional dos

ativos totais e o retorno para o acionista. De 1989 até 1994, identifica-se o momento

em que o retorno sobre os ativos totais e o retorno do acionista mostra um declínio,

alcançando um patamar muito baixo. É durante 1991 e 1992 que gradualmente

voltam a aumentar e alcançam um nível elevado. Nos últimos dois anos analisados,

voltam a cair novamente, chegando a 0%.

O autor, em suas análises, fez considerações positivas sobre o uso da

Contabilidade Multidimensional e destacou a dimensão mista por período medido,

identificando pontos em que as ML foram iguais ou as taxas de retorno foram

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similares e pontos em que a riqueza líquida crescia mais rápido. Informações dessa

natureza colocam dinâmica em uma análise das informações geradas pela

contabilidade, que são quase sempre estáticas.

Por meio de dados para montagem de suas análises referente aos

indicadores retorno dos ativos com o retorno do PL e a ML com o momentum do PL,

constatou que suas análises forneceram uma visão clara da evolução da eficiência

sobre o ROA e o ROE.

Melse (2004 p. 33) justifica os benefícios da comparação dos índices da

contabilidade gerencial, ao afirmar que:

Nosso exemplo fictício sobre o retorno sobre o ativo total, retorno sobre o capital próprio, margem líquida e dinâmica de riqueza líquida indica que pode ser benéfico comparar os quocientes de contabilidade dimensionalmente consistentes. Preferência, nós não devemos comparar dados de período com dados de passado.

O autor conclui que os resultados indicam uma complexa relação estrutural

entre as três dimensões e que pode ser benéfico comparar indicadores que

apresentam dimensões consistentes. Para ele, a implementação da contabilização

de momentum pode ser benéfica aos propósitos da Contabilidade Estratégica e da

Análise de Balanço.

2.5 ESTUDO DE CASO DA COMPANHIA VALE S.A

A análise integrada utilizada por Melse (2004) foi replicada na empresa

brasileira Vale S.A, utilizando gráficos na comparação dos dados referente às

Demonstrações Financeiras Consolidadas no período de 1996 a 2006.

Os valores do Ativo e do PL de1996 foram utilizados apenas para o cálculo

dos seguintes indicadores: ROE, Momentum do Ativo e Momentum do PL, visto que

esses indicadores demonstram a variação do Ativo e PL entre dois anos

consecutivos.

Embora a expectativa de Ijiri (1982) fosse oferecer uma abordagem

inovadora que contribuísse para a utilização da informação contábil de forma

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diferenciada, a teoria não teve a repercussão esperada. Sua aplicação na empresa

VALE não permitiu perceber uma utilidade que se sobrepusesse aos instrumentos

de análise usuais, porém, isso não significa que não seja possível atingir os

propósitos para os quais foi criada.

2.6 A EMPRESA SENAC

O SENAC foi criado em 10 de janeiro de 1946, pelos Decretos-lei 8.621 e

8.622, que autorizaram a Confederação Nacional do Comércio (CNC) a instalar e

administrar escolas de aprendizagem comercial. A história da instituição é, portanto,

a da contribuição educacional do empresariado do comércio para o desenvolvimento

de mão de obra qualificada, com a finalidade de atender às necessidades do

mercado de trabalho.

Ao atuar nos setores do comércio de bens, serviços e turismo e com 67 anos

de atividades, o SENAC São Paulo oferece serviços e programas educacionais em

dezenas de áreas e em diversos níveis de ensino:

a) Básico (em cursos de curta e média duração),

b) Técnico e de graduação (cursos superiores de tecnologia e bacharelados),

c) Pós-graduação (lato e stricto sensu);

d) Extensão.

A seguir, o organograma funcional com descrição sucinta das competências

e atribuições das áreas, departamentos e seções que compõem os níveis

estratégicos e táticos da estrutura organizacional da unidade. São também

identificados os macroprocessos em que cada uma dessas subdivisões é

responsável e os principais produtos deles decorrentes:

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FIGURA 2 - Organograma do SENAC Fonte: sítio do SENAC

No topo do organograma, está o Conselho Regional do SENAC, composto

por seus Conselheiros Regionais de São Paulo e pelo Presidente. A Diretoria

Regional é composta pelo Diretor Regional e, na qualidade de órgãos de linha, a ele

subordinados, estão quatro Superintendências: Administrativa, de Desenvolvimento,

Universitária e de Operações.

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À Superintendência Administrativa, cabe a coordenação das Gerências

Funcionais, responsáveis pelos processos administrativos, educacionais, de gestão

e de sistemas informatizados: Gerência de Comunicação e Relações Institucionais;

de Finanças, de Materiais e Serviços - incluindo o Programa de Ecoeficiência, de

Pessoal - incluindo o Núcleo de Educação Corporativa (NEC), de Planejamento e

Gestão e de Sistemas. Também estão subordinados a ela a Superintendência

Administrativa, a Assessoria Jurídica, o Serviço de Engenharia e a Coordenação

Geral dos Hotéis - o Grande Hotel São Pedro – Hotel-Escola SENAC (GHP), o

Grande Hotel Campos do Jordão – Hotel - Escola SENAC (GHJ) e a Central de

Vendas dos Hotéis (CVH).

À Superintendência de Desenvolvimento, cabe a coordenação das quatro

Gerências de Desenvolvimento, responsáveis pelo desenvolvimento e pela gestão

de produtos e serviços para 10 áreas de negócios.

À Superintendência Universitária, cabe a coordenação do Centro

Universitário SENAC, constituído pela Reitoria e Diretorias do Campus Santo Amaro

e pelas Diretorias dos Campi Águas de São Pedro e Campos do Jordão. São as

seguintes as Diretorias do Campus Santo Amaro: de Graduação, de Pós-Graduação

e Extensão, Administrativa e de Relacionamento e Serviços ao aluno. Também se

subordina à Superintendência Universitária a Editora SENAC São Paulo.

À Superintendência de Operações, cabe a coordenação das três Gerências

de Operações, cuja responsabilidade é a articulação e o monitoramento da

distribuição regional de produtos e serviços pelas unidades operacionais a elas

subordinadas, conforme os agrupamentos que formam três distintas regiões do

Estado de São Paulo. Faz parte dessa estrutura uma função "ad hoc”, de

Coordenador de Núcleo ou de Comitê Institucional, também designado pelo Diretor

Regional, por Instrução ou Portaria, vinculada às Gerências, sob a coordenação

direta das Superintendências.

As Operações do SENAC estão divididas em três Gerências de Operações,

cuja função primordial é articular e monitorar a distribuição dos programas

educacionais pela rede de unidades.

Estão subordinadas à Gerência de Operações 1 as unidades operacionais

da região 1: Senac Aclimação; Senac Consolação; Senac Francisco Matarazzo;

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Senac Interlagos; Senac Itaquera; Senac Jabaquara; Senac Lapa Faustolo; Senac

Lapa Scipião; Senac Lapa Tito; Senac Penha; Senac Santana, Senac Santa Cecília;

Senac Santo Amaro; Senac Tatuapé; Senac Tiradentes; Senac Vila Prudente; Senac

24 de Maio e Senac Nove de Julho.

Estão subordinadas à Gerência de Operações 2 as unidades operacionais

da região 2: Senac Americana; Senac Bertioga; Senac Campinas; Senac

Guaratinguetá; Senac Guarulhos; Senac Itapetininga; Senac Itapira; Senac Itu;

Senac Jundiaí; Senac Limeira; Senac Mogi Guaçu; Senac Osasco; Senac

Piracicaba; Senac Rio Claro; Senac Santo André; Senac Santos; Senac São João

da Boa Vista; Senac São José dos Campos; Senac Sorocaba; Senac Taubaté.

Estão subordinadas à Gerência de Operações 3 as unidades operacionais

da região 3: Senac Araçatuba; Senac Araraquara; Senac Barretos; Senac Bauru;

Senac Bebedouro; Senac Botucatu; Senac Catanduva; Senac Franca; Senac

Jaboticabal; Senac Jaú; Senac Marília; Senac Presidente Prudente; Senac Ribeirão

Preto; Senac São Carlos; Senac São José do Rio Preto e Senac Votuporanga.

A Superintendência de Operações está subordinada à Gerência de

Atendimento Corporativo, a qual coordena e comercializa os produtos e serviços do

SENAC São Paulo para as empresas do setor público e privado, em articulação com

as Gerências de Operações, de Desenvolvimento e as unidades operacionais.

Cabe às Gerências de Desenvolvimento pesquisar e analisar as

necessidades de capacitação profissional do mercado de trabalho, desenvolver

cursos e outros tipos de serviços e produtos educacionais em atendimento a essas

demandas, articular com a rede de unidades do SENAC a implantação dessas

atividades e monitorar e avaliar permanentemente os resultados dessas ações,

ajustando o foco para os interesses da clientela. Em resumo, esses são os objetivos

e compromissos das Gerências de Desenvolvimento (GDs) do SENAC São Paulo,

criadas em janeiro de 2005.

A Gerência de Desenvolvimento 1 trata dos serviços e produtos destinados

ao atendimento de públicos com afinidades em criação, expressão e senso estético.

Atua nas seguintes áreas de negócio: Design e Arquitetura (Design;, Arquitetura e

Urbanismo), Moda (Moda e Beleza), Comunicação e Artes (Comunicação Social,

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Imagem e Fotografia, Cinema, Vídeo, Rádio, TV e Teatro, Espanhol, Inglês, Francês

e Libras). Ademais, inclui o Grupo de Cooperação Institucional (CI):

A Gerência de Desenvolvimento 2 trata do atendimento ao público que

busca ferramentas e processos administrativos e da gestão ou criação de

empreendimentos produtivos, atuando nas áreas a seguir: Administração e Negócios

(Administração Geral e Gestão de Pessoas, Comércio Exterior, Logística e Comércio

Exterior, Finanças e Contabilidade, Marketing e Vendas) e Tecnologia da Informação

(Gestão em Tecnologia da Informação e Desenvolvimento de Sistema, Aplicativos,

Redes e Infraestrutura). Ademais, inclui o Núcleo de Empreendedorismo (EMP) e o

Grupo de Planejamento (GP).

A Gerência de Desenvolvimento 3 atende ao público que presta serviços

para o setor de hospitalidade e entretenimento, atuando nas áreas a seguir:

Hotelaria e Eventos (Eventos e Hotelaria) e Desenvolvimento Social (Trabalho e

Renda, Gestão Social). Ademais, inclui o Grupo Desenvolvimento Social (GDS),

A Gerência de desenvolvimento 4 atende ao público que busca o

desenvolvimento sustentável das comunidades e o bem-estar pessoal e coletivo,

atua nas seguintes áreas de negócio: Saúde e Bem-Estar (Gestão e Serviços de

Saúde, Farmácia, Ótica; Podologia, Odontologia, Massoterapia, Estética, Práticas

Integrativas e Complementares, Enfermagem, Radiodiagnóstico, Hemoterapia,

Atividades Físicas), Educação (Educação), Meio Ambiente, Segurança e Saúde no

Trabalho (Meio Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho). Ademais, inclui o Grupo

Educação (Geduc).

O CAS, Campus Santo Amaro, é uma das principais referências do ensino

superior no País. Atualmente, atende aos alunos de graduação, pós-graduação e

extensão nas áreas de Turismo, Hotelaria, Gastronomia, Moda, Educação

Ambiental, Ciências Exatas, Tecnologia, Comunicação e Artes e Saúde.

O CAP, Campus Águas de São Pedro, integra o complexo educacional do

Grande Hotel São Pedro Hotel-Escola SENAC, um dos mais tradicionais centros de

ensino do país no setor de gastronomia, hotelaria, turismo, eventos, lazer e

educação da América Latina. Oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação,

Extensão Universitária, Cursos Livres, de Qualificação Profissional - Capacitação

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para Cozinheiro e Garçom, Programa Educação para o Trabalho e Jovem Aprendiz

e atividades de Pesquisa e Iniciação Científica.

O CAJ, Campus Campos do Jordão, iniciou suas atividades educacionais

em 1996, inaugurado em junho de 1998, o Grande Hotel Campos do Jordão – Hotel

Escola SENAC. Na sua área de atuação, sua missão é desenvolver pessoas e

organizações para atuarem em todas as áreas dos segmentos turístico, hoteleiro e

gastronômico, mediante a oferta de programas de graduação, pós-graduação,

extensão universitária, educação continuada, treinamentos in company e cursos

básicos de Garçom e Cozinheiro, além de desenvolver atividades de iniciação

científica e pesquisa acadêmica.

Criada oficialmente em 1995, a Editora SENAC São Paulo (EDS) alcançou a

marca dos cinco milhões de livros vendidos e conta com um catálogo ativo de mais

de 800 títulos. Por ano, são lançados aproximadamente 80 títulos, e como dispõe de

uma boa rede de distribuidores, pode ofertar seus produtos em praticamente todas

as cidades do Brasil.

Fazem parte desse acervo títulos nas áreas em que o SENAC atua, que

enriquecem a bibliografia de seus cursos e atendem ao mercado editorial. A

produção da EDS, porém, não se restringe a essas áreas. Temas relevantes e de

interesse geral como política, filosofia, esportes, música, literatura, urbanismo,

direitos humanos, entre outros, também são abordados por ela.

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3 METODOLOGIA DE PESQUISA

3.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa científica pode ser entendida como um processo racional e

sistematizado, em que se procura obter respostas para problemas propostos. Sobre

isso, Diehl e Tatim (2004, p. 47) dizem que:

[...] nesse contexto, a metodologia pode ser definida como o estudo e a avaliação dos diversos métodos, com o propósito de identificar possibilidades e limitações no âmbito de sua aplicação no processo de pesquisa científica.

Ainda ressaltam que a metodologia conduz as ações que melhor permitem

abordar o problema proposto para determinada pesquisa.

Yin (2010, p. 27) observa que toda metodologia de pesquisa apresenta

vantagens e desvantagens próprias que dependem de três fatores:

a) o tipo de questão da pesquisa;

b) o controle que o pesquisador possui sobre os eventos comportamentais

efetivos;

c) o foco “em fenômenos históricos, em oposição a fenômenos

contemporâneos.”

Dentre os vários procedimentos técnicos de pesquisa, o autor destaca que:

Em geral, as questões “o que” podem ser tanto exploratórias (quando qualquer dos métodos poderia ser usado) ou sobre a prevalência (quando seriam favorecidos os levantamentos ou as análises de arquivo). As questões “como” e “por que”, provavelmente favorecem o uso dos estudos de caso, os experimentos ou as pesquisas históricas (p. 27).

O estudo de caso é um método qualitativo que consiste, geralmente, em

uma forma de aprofundar uma unidade individual. Serve para responder

questionamentos sobre os quais o pesquisador não tem muito controle em relação

ao fenômeno estudado. Ademais, contribui para melhor compreensão dos

fenômenos individuais, dos processos organizacionais e políticos da sociedade e é

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uma ferramenta utilizada para entender a forma e os motivos que levaram a

determinada decisão.

A tendência do estudo de caso é tentar esclarecer decisões a serem

tomadas, por meio da investigação de um fenômeno contemporâneo, partindo do

seu contexto real, utilizando múltiplas fontes de evidências.

É preciso ter diferentes visões teóricas acerca do assunto estudado, pois

essas serão a base para orientar as discussões a respeito de determinado

fenômeno e a orientação para discussões sobre a aceitação ou não das alternativas

encontradas. Para isso, é necessária uma amostra de várias evidências.

É em uma investigação que se assume e se trata de uma situação

específica, procurando encontrar suas características e o que há de essencial nela.

Nesse sentido, este estudo pode ajudar na busca de novas teorias e questões para

servir de base a futuras investigações.

Yin (2010, p. 24), ao abordar a utilidade do estudo de caso como estratégia

de pesquisa, observa que “como método de pesquisa, o estudo de caso é usado em

muitas situações, para contribuir ao nosso conhecimento dos fenômenos individuais,

grupais, organizacionais, sociais, políticos e relacionados [...]”.

Ou seja, o estudo de caso permite uma investigação para se preservar as

características holísticas e significativas dos acontecimentos da vida real – tais como

ciclos de vida individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças

ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação de setores

econômicos.

Dessa forma, levando-se em conta o objetivo proposto para esta pesquisa,

optou-se por uma pesquisa analítica do tipo estudo de caso único, pois, como relata

o mesmo autor, “um estudo de caso é uma investigação baseada em dados obtidos,

que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto da

vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão

claramente evidentes” (p.39).

Dentre outras justificativas para adoção de um estudo de caso único,

conforme o autor, preenchendo todas as condições para se testar uma teoria, essa

poderá ser confirmada, desafiada ou ampliada. Diante disso, uma vez abordados os

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aspectos teóricos tratados neste trabalho, serão aplicados nos resultados financeiros

de 2002 a 2012 usando os índices desenvolvidos por Melse (2004) e analisando o

resultado obtido com a contabilidade gerencial.

3.2 PROTOCOLO PARA ESTUDO DE CASO

O projeto de pesquisa, se corretamente elaborado, ajudará o investigador a

evitar as situações em que as evidências não endereçam as questões inicialmente

colocadas. Visto dessa forma, o projeto de pesquisa é um trabalho bem mais

completo do que um plano de trabalho, que lida com aspectos lógicos da pesquisa,

não com seus aspectos logísticos.

São muitos os instrumentos aplicáveis para a coleta de dados a serem

utilizados no processo de produção do conhecimento científico. Sobre isso, Diehl e

Tatim (2004, p. 65) apontam que:

[...] as técnicas de coleta de dados devem ser escolhidas e aplicadas pelo pesquisador conforme o contexto da pesquisa, porém deve-se ter em mente que todas possuem qualidades e limitações, uma vez que são meios cuja eficácia depende de sua adequada utilização.

Segundo Yin (2010), para aumentar a confiabilidade da pesquisa e orientar o

investigador na realização da coleta de dados de um caso único, faz-se necessária a

elaboração e utilização de um protocolo para conduzir o estudo de caso. O protocolo

serve não só como um guia para o processo de coleta de dados, mas também para

manter o foco do pesquisador no tema do trabalho e antecipar possíveis problemas

no processo de coleta dos dados base da pesquisa.

O autor destaca que o protocolo do estudo de caso deve apresentar quatro

sessões básicas:

a) Uma visão geral do projeto de estudo de caso (objetivos e patrocínios do

projeto, questões do estudo de caso - leituras importantes sobre o tópico que

está sendo investigado);

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b) Procedimentos de campo (apresentação de credenciais, acessos aos “locais”

do estudo de caso, linguagem pertencente à proteção dos participantes,

fontes de dados, advertências e procedimentos) (grifo nosso);

c) Questões de estudo de caso - as questões específicas que o investigador

deve ter em mente na coleta de dados, a estrutura das tabelas para série

específicas de dados e as potenciais fontes de informação para responder a

cada questão;

d) Um guia para o relatório do estudo de caso (esboço, formato para os dados,

uso e apresentação de outras documentações e informações bibliográficas).

Nos tópicos a seguir, discute-se a respeito dos procedimentos adotados

como “protocolos do estudo de caso” desta pesquisa, contemplando as quatro

sessões básicas propostas por Yin (grifo nosso);.

3.3 VISÃO GERAL DO PROJETO DO ESTUDO DE CASO

Conforme Yin (2010), a visão geral deve cobrir a informação antecedente ao

projeto, as questões substantivas sendo investigadas e as leituras relevantes sobre

as questões. Quanto à informação antecedente, todo projeto tem o seu próprio

contexto e perspectiva. Assim, serão coletados alguns dados para fundamentar esta

pesquisa.

O conjunto de dados fonte, objeto desta pesquisa, foram obtidos da empresa

SENAC/SP, de um período de 10 anos. Após a coleta, foram feitos os cálculos dos

indicadores de Ativo Momentum e PL Momentum. Posteriormente, os resultados

foram confrontados com os dados da ML, com vistas a contribuir para a

Contabilidade Gerencial.

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3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Yin (2010) classifica os estudos de caso em causais ou exploratórios e

descritivos:

a) causais ou exploratórios: o investigador relaciona elementos que permitam o

diagnóstico do caso com perspectivas de generalização naturalística;

b) descritivos: permite que o investigador descreva fenômenos contemporâneos,

dentro de seu contexto real, mas é uma investigação que vai além de simples

estratégia de coleta de dados.

O procedimento para coleta de dados foi obtido das informações dos totais

de ativos, do PL e das receitas totais nos Balanços Patrimoniais e Demonstrativos

de Resultado do SENAC/SP, de 2002 a 2012, no sítio do Tribunal de Contas da

União

3.5 PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO.

O levantamento bibliográfico é mais amplo do que a pesquisa documental e

tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se

realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno. Reúne uma série de

informações que comprovem a existência ou não de uma determinada hipótese, que

é ou foi objeto de estudo de outros pesquisadores, passando a somar uma série de

informações, para elaborar o projeto de pesquisa. De forma geral, a pesquisa

bibliográfica acaba se transformando em rotina para o pesquisador que necessita de

constante atualização (OLIVEIRA, 2002).

Segundo Diehl e Tatim (2004), pesquisa bibliográfica é o levantamento das

principais informações acerca de determinada temática, utilizando-se materiais já

elaborados, como livros e artigos científicos, e a vantagem em utilizá-los é que são

uma fonte de informação rica e estável.

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Como ressalta Martins (2002), o estudo bibliográfico, além de permitir

conhecer as contribuições científicas de outros pesquisadores sobre determinado

assunto, tem como um dos objetivos a análise e interpretação de determinado

assunto à luz de uma fundamentação teórica coerente.

Por esse motivo, nesta pesquisa, são utilizados como fonte de

conhecimentos teóricos artigos de Ijiri (1982, 1988), Rocha (2000) e estudos de caso

da empresa Half International Incorporated, da empresa Vale S/A e outros

relacionados à temática deste estudo.

3.6 PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA PESQUISA DOCUMENTAL

Sob uma ótica generalista, Martins (2000, p. 28) observa que a pesquisa

documental “tem por finalidade reunir, classificar e distribuir os documentos de todo

gênero dos diferentes domínios a atividade humana.” Do ponto de vista técnico,

Diehl e Tatim (2004) destacam que esse tipo de pesquisa assemelha-se à pesquisa

bibliográfica. A diferença fundamental entre ambas é a natureza das fontes.

Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das

contribuições de diversos autores sobre determinado assunto, a documental vale-se

de materiais que ainda não receberam tratamento analítico, ou que podem ser

reelaborados de acordo com o objetivo do trabalho. Assim, na entidade pesquisada,

foram realizadas análises dos relatórios contábeis, tais como balanço patrimonial e

balancetes do período a ser estudado.

3.7 PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS

DADOS COLETADOS

Yin (2010, p. 154) afirma que “a análise de dados consiste no exame, na

categorização, na tabulação, no teste ou nas evidências recombinadas de outra

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forma, para tirar conclusões baseadas em resultados obtidos”, além da classificação

em tabelas, o teste ou, do contrário, a recombinação das evidências quantitativas e

qualitativas para tratar as proposições iniciais de um estudo.

Com vistas a analisar qualitativamente as evidências coletadas, foi feita uma

análise de indicadores utilizados pela Contabilidade Gerencial. Foram utilizados o

Superávit para cálculo do ROA e do ROE:

ROA = Superávit (n) dividido pelo Ativo (n-1).

ROE = Superávit (n) dividido pelo Patrimônio Líquido (n-1).

A ML foi calculada por meio do Superávit, dividido pelas Receitas Correntes.

A comparação entre o ROA e o ROE foi feita pela Função “Correlação” do programa

Excel da Microsoft.

Foi calculada a terceira dimensão – Força, pelo coeficiente entre o Ativo (n)

– Ativo (n-1), chamado aqui de Momentum Ativo. A segunda dimensão – Impulso, foi

calculada pelo coeficiente entre PL (n) – PL (n-1). A composição do Patrimônio

Momentum Líquido foi calculada pelo PL Momentum dividido pelo Ativo Momentum.

Os indicadores propostos por Melse (2004), Momentum Ativo e Momentum

PL não existem na Contabilidade Gerencial e, por esse motivo, as comparações

feitas com a ML poderão trazer uma contribuição para a tomada de decisões.

Margem de lucro ou Impulso é um período quociente de renda; a segunda

dimensão de contabilidade. Para ser coerente, em termos de dimensão, foi

comparada com um quociente de período de riqueza, o PL Momentum.

3.8 QUESTÕES DO ESTUDO DE CASO

Uma vez que a sistemática de “estudo de caso único” foi escolhida como

metodologia desta pesquisa científica, e partindo do pressuposto de que a questão

proposta como problema a ser investigado é o foco central de todo trabalho

científico, assume-se como questão chave do estudo de caso aquela apresentada

na introdução deste trabalho. A partir disso, foi elaborada uma relação de fontes

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prováveis de evidências, procurando-se delinear o caminho entre aquela questão

problema e estas prováveis fontes de evidências, cujo objetivo é aperfeiçoar os

procedimentos de coleta de dados (YIN, 2010).

3.9 GUIA PARA RELATÓRIO DO ESTUDO DE CASO

Yin (2010, p. 116), apesar de reconhecer que o planejamento do relatório

final de um estudo de caso não é algo muito fácil de conceber, sugere que um

esquema básico de relatório do estudo de caso seja parte do protocolo. Para tanto,

por se tratar de uma dissertação de mestrado, o relatório do estudo de caso foi

planejado obedecendo aos parâmetros indicados para publicações desse tipo.

3.11 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA.

Como apresentado na contextualização, o problema da pesquisa pode ser

apresentado por meio da seguinte questão: Qual a contribuição da Contabilidade

Momentum para a contabilidade gerencial em uma instituição educacional brasileira?

O objetivo do estudo é a aplicação dos testes de índices com a contabilidade

gerencial utilizados no artigo de Melse (2004), Accounting in three dimensions: a

case for momentum, em que o autor utiliza dados da empresa Robert Half

International Incorporated, sediada nos EUA, cuja atividade principal é prestação de

serviços.

Nesta pesquisa, o SENAC, por ser uma empresa isenta de impostos,

impediu comparações relativas ao lucro antes do imposto de renda - EBTDA

verificado no caso da Half Internation, sendo então utilizado o cálculo do ROA e

ROE líquido com o valor de superávit.

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Os valores do Ativo e do PL em 2002 foram utilizados apenas para cálculo

dos indicadores ROE, Momentum do Ativo e Momentum do PL, visto que esses

demonstram a variação do Ativo e PL entre dois anos consecutivos.

Na tabela a seguir, são apresentados os dados coletados das

Demonstrações Contábeis no período de 2002 a 2012 do SENAC/SP, incluindo os

cálculos do ROA e ROE.

Para Parisi e Megliorini (2011), embora a métrica ROA seja amplamente

utilizada pelas empresas para mensurar o desempenho de um segmento, não

escapa às críticas, e sua utilização apresenta vantagens e desvantagens. Com

relação às vantagens, o ROA do segmento de uma empresa é adequado e um meio

fácil de efetuar comparações com o de outros segmentos da mesma organização.

Com relação às desvantagens, o uso do ROA provoca um comportamento

indesejado dos gestores, induzindo-os a agir contrariamente aos objetivos de

congruência com as metas corporativas.

Para o cálculo do ROA, foram utilizados o superávit (n) dividido pelo Ativo (n-

1), e para o ROE superávit (n), foi dividido pelo PL (n-1). A ML foi calculada por meio

do Superávit dividido pelas Receitas Correntes.

TABELA 1 - Demonstrações Contábeis de 2002 a 2012 do SENAC

Ano Ativo PL Receitas

Correntes Superávit

Retorno sobre Ativos

Retorno sobre o PL

2002 589.216 570.190 341.699 72.933

2003 641.647 623.217 350.451 58.777 9.98% 10.31%

2004 724.537 699.216 403.774 78.874 12.29% 12.66%

2005 802.698 760.799 433.988 61.583 8.50% 8.81%

2006 879.519 829.435 474.488 68.636 8.55% 9.02%

2007 1.028.814 971.108 548.671 141.673 16.11% 17.08%

2008 1.223.168 1.135.206 661.705 164.098 15.95% 16.90%

2009 1.414.057 1.331.027 757.064 195.822 16.01% 17.25%

2010 1.485.203 1.376.927 838.787 45.900 3.25% 3.45%

2011 1.586.789 1.458.231 947.608 81.304 5.47% 5.90%

2012 1.825.673 1.630.041 1.092.362 171.811 10.83% 11.78%

Fonte: Dados obtidos da Prestação de Contas de 2002 a 2012 do SENAC.

A seguir, os resultados encontrados da análise.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com vistas a encontrar uma solução para a questão inicial desta pesquisa,

foram analisados o ROA e o ROE, com a medição do momentum de riqueza líquida

(PL) e a ML (ver tabela 02, a seguir).

Para calcular o ativo momentum, foi utilizado o coeficiente entre o Ativo (n) –

Ativo (n-1), e o PL momentum foi calculado pelo coeficiente entre PL (n) –

Patrimônio Líquido (n-1). A composição do Patrimônio Momentum Líquido foi

calculada utilizando-se o PL Momentum dividido pelo Ativo Momentum:

TABELA 2 - Demonstração Momentum de 2002 a 2012 do SENAC

MOMENTUM

Ano Ativo PL Margem Líquida Composição PL

2002

2003 52.431 53.027 16,77% 101,14%

2004 82.890 75.999 19,53% 91,69%

2005 78.161 61.583 14,19% 78,79%

2006 76.821 68.636 14,47% 89,35%

2007 149.295 141.673 25,82% 94,89%

2008 194.354 164.098 24,80% 84,43%

2009 190.889 195.821 25,87% 102,58%

2010 71.146 45.900 5,47% 64,52%

2011 101.586 81.304 8,58% 80,03%

2012 238.884 171.810 15,73% 71,92%

Fonte: Dados obtidos Prestação de Contas de 2002 a 2012 do SENAC

A tabela anterior demonstra os dados do Ativo Momentum e do PL

Momentum, ML e a composição do PL apresentados na fundamentação teórica.

Na tabela 3, a seguir, estão demonstrados os valores subtraídos dos

balanços para realização dos cálculos, por ser tratarem de valores compensatórios:

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TABELA 3 - Ativo Compensado de 2002 a 2011 do SENAC

ANOS ATIVO COMPENSADO

2002 205.131

2003 205.400

2004 225.844

2005 330.644

2006 475.492

2007 441.945

2008 373.699

2009 454.800

2010 480.396

2011 475.427

TOTAL 3.668.778

Fonte: Dados obtidos Prestação de Contas de 2002 a 2011 do SENAC

No quadro 2, a seguir, estão representadas as medições da Contabilidade

Momentum:

QUADRO 2 – Medições da Contabilidade Momentum Fonte: Eric Melse, Accounting in Three Dimensions: a case for momentum. Balance Sheet

A medida do período () mostra o quadro da renda agregado na riqueza (↑).

O quadro envolve duas dimensões, a riqueza e a renda, e é idêntico ao modelo de

contabilidade de dupla entrada. Nesse quadro, Ijiri (1982) introduz um novo conjunto

de contas que chamou de impulso e está no mesmo nível da renda. Embora ele

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também esteja relacionado ao período, apresenta uma posição temporal diferente,

porque explica a taxa de rendimento novo (∆) e seus valores agregados

dinamicamente em renda (→), da mesma maneira como a renda agrega em riqueza.

Se uma empresa realiza o lucro líquido a uma taxa de 10 por mês no seu

nível dinâmico de rendimentos, e não sofrendo nenhuma alteração, o rendimento

anual deve ser de 120. Ao mudar a dinâmica para poder distinguir as mudanças

para melhor ou pior, e as causas de tais alterações, a Contabilidade Momentum

propõe uma terceira dimensão das medições contábeis, chamada força. No quadro

02, encontram-se na parte inferior a força, o impulso e a ação, agregados

horizontalmente (→).

A partir desses dados, explicam-se as causas das mudanças, ou seja, as

forças que agregam ao impulso em uma única medida da mudança de período (um

mês, uma semana ou um dia). O impulso muda a dinâmica do lucro líquido e agrega

na vertical (↑). Tome-se como exemplo o lançamento de um novo produto; por meio

do resultado obtido durante um determinado período, pode-se notar a realização de

uma nova renda.

O tempo de duração da força, quando estável, pode agregá-la como um

impulso que será acrescentado na dinâmica existente. Ao agregar tais impulsos

separadamente em ação, mostra-se a diferença entre o lucro realizado por impulso

existente daquele realizado pela nova dinâmica criada durante o período atual da

contabilidade.

O objetivo aqui é medir a renda contínua no período contábil, em relação à

renda discreta após o próximo período. Pode-se aplicá-la na exploração de outras

dinâmicas do modelo de negócios das empresas.

Essa estrutura matemática de agregação de contas também pode ser usada

para a análise das demonstrações financeiras, embora não se tenha,

necessariamente, a divulgação completa em cada dimensão de contabilidade.

Pelo gráfico a seguir, observam-se os retornos do ativo e do PL durante o

período estudado e um padrão simétrico entre retornos e evolução do PL:

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GRÁFICO 1 - Comparação das evoluções do Retorno dos Ativos e do Retorno do Patrimônio Líquido. Fonte: Dados obtidos da tabela 1 - Demonstrações Contábeis de 2002 a 2012 do SENAC.

O gráfico 1 compara os retornos do ativo e do PL durante o período

estudado e mostra um padrão simétrico entre retornos e evolução do PL. Observa-

se que os retornos são maiores do que a evolução dos ativos. Houve um declínio

acentuado em 2010, causado pela contabilização da depreciação, com uma

recuperação em 2011 e 2012, porém, abaixo dos índices de 2009, período de maior

evolução.

O gráfico 2, a seguir, mostra uma correlação de 99% entre os retornos dos

ativos e PL, e o 3, da ML. A comparação dos gráficos 2 e 3 quanto aos ROA e ROE

– ML mostra um padrão simétrico no período de 2003 a 2012. A questão que se

apresenta é como ler este padrão, comparando-o a ROA e ROE:

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GRÁFICO 2 – Retorno do Ativo com o Retorno do Patrimônio Líquido Fonte: Dados obtidos da tabela 1 - Demonstrações Contábeis de 2002 a 2012 do SENAC

GRÁFICO 3 - Margem Líquida Fonte: Dados obtidos da tabela 2 - Demonstração Momentum de 2002 a 2012 do SENAC

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A primeira preocupação é a dimensão “mista” dessas relações de

contabilidade, já que se pode dividir a medição de um período por um ponto de

medição, total ativo ou patrimônio (chamado por Ijiri de riqueza ou riqueza nova).

O superávit é um período quociente de renda; a segunda dimensão de

contabilidade que, para ser coerente dimensionalmente, deve ser comparada com

um quociente do período de riqueza. Conforme o gráfico a seguir:

GRÁFICO 4 – Composição do PL Momentum Fonte: Dados obtidos da tabela 2 Demonstração Momentum de 2002 a 2012 do SENAC

O gráfico 4 mostra o comportamento do PL Momentum em relação ao Ativo

Momentum. No período de 2003 a 2009, houve uma dinâmica considerável na

composição da riqueza. Na análise do gráfico, destacam-se os dados referentes a

2003 e 2009, em que o PL Momentum é maior do que o Ativo Momentum,

demonstrando que houve mais Impulsos (PL Momentum) com menos Força (Ativo

Momentum).

O gráfico 05, a seguir, apresenta a comparação de quocientes de

contabilidade em determinados períodos:

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GRÁFICO 5 – Margem Líquida com PL Momentum Fonte: Dados obtidos da tabela 2 Demonstração Momentum de 2002 a 2012 do SENAC

O gráfico 5 apresenta a comparação de quocientes de contabilidade em

determinados períodos. Ao confrontar o ano de 2005 com 2006, e, 2007 com 2009,

observa-se que a ML é quase a mesma, apesar de o impulso da riqueza ser muito

diferente, como indicado no gráfico 4, anteriormente citado.

Pode-se notar que, até 2009, houve uma margem saudável e um forte

crescimento de riqueza líquida. Para ser capaz de distinguir os anos que têm a

mesma ML ou taxas de retorno semelhantes e momentos de riqueza líquida

diversificada, é necessário acrescentar uma nova interpretação.

O gráfico sinaliza que, embora a taxa de ML seja a mesma, a riqueza líquida

está crescendo mais rapidamente, apontando na dinâmica de gestão do balanço,

que pode ser interesse para empresas que possuem investidores. No caso da

empresa objeto deste estudo, o SENAC, isso não acontece, por ter características

público-privadas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Contabilidade Momentum fornece a capacidade de agregação para o

desenvolvimento de relatórios de demonstrações financeiras, dando ao gestor mais

uma ferramenta gerencial. Como ela enfoca as relações causais no negócio e

administra fatos econômicos com efeito no futuro, fora do domínio da contabilidade

tradicional, desloca-se do sistema de contabilidade utilizado para administrar o

impacto financeiro das sociedades sem transações financeiras, ou seja, as

transações econômicas, para ficar entre a contabilidade financeira e a gerencial.

Sua metodologia oferece oportunidades de desenvolvimento de um sistema

de informação contábil otimizado, que permite o gerenciamento de controle do nível

operacional, aumentando o aproveitamento da informação contábil e melhorando a

eficácia da administração financeira, posicionando-se além dos limites entre a

contabilidade financeira e a gerencial. Ela renova a contabilidade na teoria e prática

e esforça-se para que a administração dos fatos econômicos tenha significado

histórico e (se possível) previsibilidade de futuro, na posição financeira da empresa.

A aplicação da contabilidade em três dimensões na empresa SENAC como

ferramenta gerencial demonstra utilidade, ao mostrar o comportamento entre as

relações dos ativos com o PL, o que, nos índices da contabilidade gerencial

tradicional, não é possível visualizar. Na comparação dos quocientes, observa-se

que o comportamento do ativo tem simetria e correlação com o PL, pelo fato de o

SENAC ser uma empresa público-privada sem investidores no capital da empresa.

A análise mostra os efeitos da ML sobre a evolução dos ativos e do PL,

detectada pelos quocientes, deixando claro o forte impacto gerado pelos

lançamentos da depreciação, nos números analisados, conforme nota explicativa na

prestação de contas do exercício de 2010:

A partir de Janeiro de 2010, a Administração Regional do SENAC São Paulo, passou a registrar a Depreciação de Bens do Ativo Permanente, calculadas pelo método linear, com base nas taxas divulgadas pela Receita Federal IN SRF nº 162 de 31/12/1998.

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REFERÊNCIAS

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Balanço Patrimonial 2002:

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Balanço Patrimonial SENAC 2003:

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Balanço Patrimonial SENAC 2004:

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Balanço Patrimonial SENAC 2005:

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Balanço Patrimonial SENAC 2006:

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Balanço Patrimonial SENAC 2007:

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Balanço Patrimonial SENAC 2008:

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Balanço Patrimonial SENAC 2009:

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Balanço Patrimonial SENAC 2010:

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Balanço Patrimonial SENAC 2011:

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Balanço Patrimonial SENAC 2012: