Português - Fcc Exercício - Nivel Superior

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FICHA TÉCNICA: ANTÔNIO CARLOS ALVES

Antônio Carlos Alves � professor, Bacharel e Licenciado em portugu�s-literaturas pela UFRJ. Tamb�m � Especialista em L�ngua Portuguesa (com o curso “Estudo de Texto: leitura, produ��o textual e ensino de portugu�s”), Mestre em Po�tica e Doutor em Teoria Liter�ria, todos pela UFRJ.

Na �rea do magist�rio, leciona(ou): Academia do Concurso P�blico; Est�cio Concursos; Est�cio Gradua��o (em Letras); CPCA (Curso de Portugu�s do Professor Celso Arag�o); Companhia dos M�dulos; CTC (Centro de Treinamento para Concursos); Curso Atryo; M�todo Concursos; Curso H�lio Alonso (M�ier); IBAE; ETEC Concursos; Multiplus Cursos & Concursos, CURSO MAXX, CEPAD, Curso �cone, Manhattan Cursos Online, etc.

Livros publicados: ALVES, Ant�nio Carlos. Portugu�s NCE/UFRJ: Provas comentadas do NCE, UFRJ. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2007.

ALVES, Ant�nio Carlos. Portugu�s CESGRANRIO: Provas comentadas da Funda��o Cesgranrio. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2008.Antônio Carlos Alves

SUMÁRIO

1- PERÍODO SIMPLES (CLASSES GRAMATICAIS) ........................................................................................... 1

2 - VOZES VERBAIS............................................................................................................................................. 2

3 - PERÍODOS COMPOSTOS (REGÊNCIA ANTES DE PRONOME RELATIVO) ................................................... 3

4- PONTUAÇÃO ................................................................................................................................................... 4

5- REGÊNCIA ....................................................................................................................................................... 8

6- CRASE.............................................................................................................................................................. 8

7- COLOCAÇÃO PRONOMINAL .......................................................................................................................... 9

8- CONCORDÂNCIA VERBAL.............................................................................................................................. 9

9- QUESTÕES MISTAS ...................................................................................................................................... 12

10- ORTOGRAFIA .............................................................................................................................................. 17

11- FLEXÃO VERBAL ........................................................................................................................................ 18

12- CORRELAÇÃO DE TEMPOS VERBAIS ....................................................................................................... 18

13- REESCRITURA DE FRASES........................................................................................................................ 19

14- INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ................................................................................................................... 27

15- REDAÇÃO OFICIAL ..................................................................................................................................... 48

GABARITOS ....................................................................................................................................................... 49

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1- PERÍODO SIMPLES (CLASSES GRAMATICAIS)

01- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)Transpondo-se para a voz passiva a frase Sempre haverá quem rejeite a interferência do Estado nas questões

religiosas, mantendo-se a correta correla��o entre tempos e modos verbais, ela ficar�:

(A) Ter� havido sempre quem tem rejeitado que o Estado interferisse nas quest�es religiosas.

(B) A interfer�ncia do Estado nas quest�es religiosas sempre haver� de ser rejeitada por algu�m.

(C) Sempre haver� de ter quem rejeite que o Estado interferisse nas quest�es religiosas.

(D) A interfer�ncia do Estado nas quest�es religiosas sempre tem encontrado quem a rejeita.

(E) As quest�es religiosas sempre haver�o de rejeitar que o Estado venha a interferir nelas.

02- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)A forma destacada que apresenta o processo verbal em pot�ncia, aproximando-se, assim, do substantivo, �:

(A) Creio ser razoável perguntar...

(B) Há uma passagem...

(C) “Os historiadores quebram a cabe�a procurando a melhor maneira de formular...”

(D) “... que eram, � �poca, o n�cleo do capitalismo mundial.”

(E) “Definir a diferen�a entre partes avan�adas e atrasadas...”

03. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)A frase em que ambos os elementos sublinhados s�o complementos verbais �:

(A) (...) as leis foram feitas pelos ricos (...)

(B) Viu-se o enforcamento, em Lyon, de uma moça (...)

(C) Subtraíra dezoito toalhas de uma taberneira que não lhe pagava salário.

(D) E a lei o terá feito assim (...)

(E) (...) ela é culpada de todos os seus crimes.

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2 - VOZES VERBAIS

01- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Existe transposição de uma voz verbal para outra em:

(A) Variam os níveis de percepção de uma fotografia = São vários os níveis de percepção de uma fotografia.

(B) As fotografias são uma espécie de espelhos = As fotografias tornam-se uma espécie de espelhos.

(C) A percepção de uma imagem muda com o passar do tempo = O passar do tempo muda a percepção de uma imagem.

(D) Os olhares hão de descongelar cada imagem = Cada imagem há de ser descongelada pelos olhares.

(E) Certas fotos se assemelham a espelhos = Há espelhos aos quais certas fotos se tornam semelhantes.

02- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Transpondo-se para a voz passiva a construção Os ateus despertariam a ira de qualquer fanático, a forma verbal

obtida será:

(A) seria despertada.

(B) teria sido despertada.

(C) despertar-se-á.

(D) fora despertada.

(E) teriam despertado.

03. (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)... com que abro a minha crônica.

Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal encontrada é:

(A) é aberta .

( B) foi aberta.

( C) havia sido aberta.

( D) tinha aberto.

(E) abriu-se.

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3 - PERÍODOS COMPOSTOS (REGÊNCIA ANTES DE PRONOME RELATIVO)

01- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)No contexto do primeiro par�grafo, o segmento Todavia, existe algo que descongela essa imagem pode ser substitu�do, sem

preju�zo para a corre��o e a coer�ncia do texto, por:

(A) Tendo isso em vista, h� que se descongelar essa imagem.

(B) Ainda assim, h� mais que uma imagem descongelada.

(C) Apesar de tudo, essa imagem descongela algo.

(D) H�, n�o obstante, o que faz essa imagem descongelar.

(E) H� algo, outrossim, que essa imagem descongelar�.

02- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)O Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta.

A nova reda��o da frase acima estar� correta caso se substitua o elemento sublinhado por

(A) a que o setor privado j� vem colaborando.

(B) com as quais o setor privado j� vem cuidando.

(C) nas quais o setor privado j� vem interferindo.

(D) em cujas o setor privado j� vem demonstrando interesse.

(E) pelas quais o setor privado j� vem administrando.

03 (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Est� correto o emprego de AMBOS os elementos sublinhados na frase:

(A) A rea��o que ocorreu do an�ncio do fim dos exerc�cios caligr�ficos manifestou-se sobre a forma de um vago descontentamento.

(B) Os motivos porque muitos se recusam a aceitar o fim da caligrafia n�o s�o claros, talvez por que care�am de um fundamento mais objetivo.

(C) As reformas curriculares as quais pouca gente adere, no in�cio, podem ganhar com o tempo uma relev�ncia a que ningu�m suspeitava.

(D) O custo cognitivo do qual, segundo alguns, as crian�as pagar�o com o fim da caligrafia simplesmente n�o existe – essa � a certeza na qual se apega o neurocientista Roberto Lent.

(E) Os sentimentos nost�lgicos, de que muitos s�o tomados, levam-nos a recusar o fim da pr�tica da caligrafia, cujosbenef�cios est�o sendo por outros contestados.

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04. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:

(A) Os velórios em que acorrem os fãs de celebridades são propícios à multiplicação dos chavões.

(B) A criatividade à qual tanto se distanciam os cultores dos chavões é esbanjada pelos grandes artistas.

(C) O riso inteligente, de cujo se manifestou nos melhores momentos de Chico Anysio, continuará a surtir seus efeitos por muito tempo.

(D) Alguns bordões de seu humor, cuja força se comprova com o passar do tempo, incorporaram-se à fala cotidiana.

(E) A celebração injustificável, em cuja tentação deveríamos resistir, acaba consagrando o brilho fácil dos medíocres.

05. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Ficava difícil se apoiar em algum chavão.

O período acima passa de composto a simples caso se substitua o elemento sublinhado por

(A) para algum chavão apoiá-lo.

(B) que algum chavão o apoiasse.

(C) apoiá-lo em algum chavão.

(D) algum chavão vir a apoiá-lo.

(E) o apoio em algum chavão.

4- PONTUAÇÃO

01- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:

(A) As fotografias, por prosaicas que possam ser, representam um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado que foi pela magia da imagem e por ela instado a uma viagem imaginária.

(B) As fotografias, por prosaicas que possam ser representam um corte temporal; brecha no tempo, por onde entra nosso olhar capturado, que foi pela magia da imagem, e por ela instado a uma viagem imaginária.

(C) As fotografias por prosaicas, que possam ser, representam um corte temporal: brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado que foi, pela magia da imagem, e por ela instado a uma viagem imaginária.

(D) As fotografias por prosaicas, que possam ser representam, um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar capturado, que foi pela magia da imagem e por ela instado a uma viagem imaginária.

(E) As fotografias por prosaicas que possam ser, representam um corte temporal, brecha no tempo por onde entra nosso olhar, capturado, que foi pela magia da imagem e, por ela, instado a uma viagem imaginária.

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02- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)A pontuação está plenamente adequada no período:

(A) Muito se debate, nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas; há quem não admita interferência do Estado nas questões de fé, como há quem lembre a obrigação que ele tem de orientar as crianças em idade escolar.

(B) Muito se debate nos dias de hoje, acerca do espaço, que o ensino religioso deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas: há quem não admita interferência do Estado, nas questões de fé, como há quem lembre, a obrigação que ele tem de orientar as crianças em idade escolar.

(C) Muito se debate nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso, deve ou não ocupar dentro ou fora das escolas públicas, há quem não admita interferência do Estado nas questões de fé, como há quem lembre a obrigação: que ele tem de orientar as crianças em idade escolar.

(D) Muito se debate, nos dias de hoje, acerca do espaço que o ensino religioso deve, ou não, cupar dentro, ou fora, das escolas públicas; há quem não admita interferência, do Estado, nas questões de fé; como há quem lembre a obrigação, que ele tem de orientar as crianças em idade escolar.

(E) Muito se debate, nos dias de hoje acerca do espaço que o ensino religioso deve, ou não, ocupar dentro ou fora das escolas públicas: há quem não admita interferência do Estado, nas questões de fé, como há quem lembre, a obrigação, que ele tem de orientar as crianças, em idade escolar.

03- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)A pontuação está plenamente adequada na seguinte frase:

(A) O autor ainda que de modo respeitoso, não deixa de discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou numa entrevista recente, a respeito da cobrança segundo ele inadmissível por serviços de saúde.

(B) O autor, ainda que de modo respeitoso não deixa de discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou, numa entrevista recente a respeito da cobrança, segundo ele inadmissível, por serviços de saúde.

(C) O autor, ainda que, de modo respeitoso, não deixa de discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou numa entrevista recente a respeito da cobrança, segundo ele inadmissível, por serviços de saúde.

(D) O autor, ainda que de modo respeitoso, não deixa de discordar de dom Odilo Scherer, que se pronunciou, numa entrevista recente, a respeito da cobrança, segundo ele inadmissível, por serviços de saúde.

(E) O autor, ainda que de modo respeitoso não deixa de discordar, de dom Odilo Scherer, que se pronunciou, numa entrevista, recente, a respeito da cobrança segundo ele, inadmissível, por serviços de saúde.

04- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Está plenamente adequada a pontuação da seguinte f rase:

(A) O texto é polêmico, de vez que, busca estabelecer um equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra dominam as paixões, já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas, o estatuto do conhecimento verdadeiro.

(B) O texto é polêmico, de vez que busca estabelecer, um equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra dominam as paixões; já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas, o estatuto do conhecimento verdadeiro.

(C) O texto é polêmico, de vez que: busca estabelecer um equilíbrio de julgamento num terreno em que, via de regra, dominam as paixões já que tanto a religião, como a ciência, advogam para si mesmas o estatuto do conhecimento verdadeiro.

(D) O texto é polêmico, de vez que busca estabelecer um equilíbrio de julgamento num terreno em que, via de regra, dominam as paixões, já que tanto a religião como a ciência advogam para si mesmas o estatuto do conhecimento verdadeiro.

(E) O texto é polêmico de vez, que busca estabelecer um equilíbrio de julgamento, num terreno em que via de regra, dominam as paixões já que, tanto a religião como a ciência, advogam, para si mesmas, o estatuto do conhecimento verdadeiro.

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(FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICI�RIO-JUDICI�RIO)

Instru��o: Para responder a quest�o de n�mero 5, considere o texto a seguir.

“Gene da longevidade” pode aumentar risco de Alzheimer

Se h� centen�rios na sua fam�lia, � grande a chance de voc� tamb�m ter vida longa. Disseminada na cultura popular, essa no��o ganhou respaldo cient�fico em 2010, quando neuro-cientistas da Universidade de Boston identificaram, em uma pesquisa com 1.055 pessoas com mais de 90 anos, “genes da longevidade” − 150 variantes gen�ticas associadas � propens�o para viver mais. Agora, um estudo publicado no peri�dico Aging Cell sugere que uma delas aumenta o risco de desenvolver Alzheimer.

Ao analisarem tecidos cerebrais de 590 pessoas que morreram com mais de 90 anos, pesquisadores do Centro M�dicoda Universidade de Rush, em Chicago, observaram que uma variante, a prote�na de transfer�ncia de �steres de colesterol (CEPT,na sigla em ingl�s), est� relacionada a maior quantidade de placas amiloides, caracter�sticas da doen�a neurodegenerativa.

Os resultados contradizem um estudo divulgado pouco tempo antes no Journal of American Medical Association, quesugeriu que a CEPT estava relacionada a maior agilidade mental em pessoas com mais de 70 anos − resultado mais evidente em volunt�rios descendentes de judeus do leste europeu. Qual estudo est� “certo”? “Talvez nenhum. H� muitas outras variantes, talvez ainda desconhecidas; seria precipitado relacionar a CEPT diretamente � propens�o para desenvolver a dem�ncia”, diz o neurocientista David Bennet, um dos autores da pesquisa da Universidade de Rush.

(Adaptado de Neurocircuito. Patologia. Mente Cérebro: Psicologia, psican�lise, neuroci�ncia. S�o Paulo: Duetto, Ano IX,n. 229. p. 76)

05- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)Est� correta a seguinte afirma��o sobre a pontua��o do texto:

(A) O uso de aspas em “Gene da longevidade”, no t�tulo, explicita o receio do autor em assumir como correta uma express�o que considera pouco razo�vel.

(B) Em [...] pesquisadores do Centro M�dico da Universidade de Rush, em Chicago, observaram [...], a supress�o da primeira v�rgula n�o altera a corre��o da frase.

(C) Os par�nteses em (CEPT, na sigla em ingl�s) acolhem especifica��o que, por sua vez, � antecedida pela exposi��o de uma causa.

(D) As aspas em “certo” sugerem uma espec�fica concep��o: a de que a pesquisa � um processo de paulatina descoberta, que n�o se pauta pela oposi��o entre certo e errado.

(E) Alterando a pontua��o do trecho “Talvez nenhum. H� muitas outras variantes...”, � reda��o correta, que preserva o sentido, a seguinte: “Talvez nenhum, por que h� muitas outras variantes”.

06- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO) Pois se, por exemplo, criticamos a falta de liberdade e a injusti�a social, seria sempre em nome de valores que ainda n�o se realizaram, mas a respeito dos quais n�s, ocidentais, saber�amos, de antem�o, seu sentido.

Do ponto de vista da pontua��o, o padr�o culto escrito abonaria tamb�m, sem preju�zo do sentido original, a substitui��o proposta no seguinte segmento:

(A) "Pois se por exemplo,".

(B) "Pois se, por exemplo:".

(C) "em nome de valores, que ainda n�o se realizaram,".

(D) "saber�amos de antem�o, seu sentido.".

(E) "mas a respeito dos quais n�s ocidentais saber�amos, de antem�o, seu sentido."

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07- (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)A frase cuja pontua��o est� plenamente adequada �:

(A) O fil�sofo Martin Heidegger, considerado um dos maiores pensadores do s�culo passado declarou, em palestra pronunciada em 1942 seu descontentamento, diante do prest�gio crescente para ele inteiramente nocivo, da escrita mecanizada.

(B) O fil�sofo Martin Heidegger, considerado um dos maiores pensadores do s�culo passado, declarou, em palestra pronunciada em 1942, seu descontentamento diante do prest�gio crescente, para ele inteiramente nocivo, da escrita mecanizada.

(C) O fil�sofo Martin Heidegger, considerado um dos maiores pensadores, do s�culo passado, declarou em palestra pronunciada, em 1942, seu descontentamento: diante do prest�gio crescente para ele inteiramente nocivo, da escrita mecanizada.

(D) O fil�sofo Martin Heidegger, considerado um dos maiores pensadores do s�culo passado, declarou em palestra pronunciada em 1942, seu descontentamento – diante do prest�gio crescente – para ele inteiramente nocivo da escrita mecanizada.

(E) O fil�sofo Martin Heidegger considerado um dos maiores pensadores do s�culo passado, declarou em palestra pronunciada, em 1942 seu descontentamento, diante do prest�gio, crescente para ele, inteiramente nocivo, da escrita mecanizada.

08- (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)N�o procuremos neles a beleza que arrebata logo o olhar: muitas vezes seu aspecto – como o das criaturas humanas – � in�bil e

desajeitado.

Na frase acima, o sinal de dois-pontos pode ser substitu�do, sem preju�zo para o sentido, pela express�o:

(A) dado que

(B) por conseguinte

(C) mesmo quando

(D) muito embora

(E) � medida que

09- (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO) Atente para as seguintes frases:

I. Quem nos ensina a olhar s�o os pintores e fot�grafos, que andam em volta dos objetos � procura de novos �ngulos.

II. Felizes as pessoas que, todos os dias, sabem encontrar companhia em tudo o que as cerca.

III. Em sil�ncio, nos oferecer�o sua muda companhia.

A supress�o da(s) v�rgula(s) acarretar� mudan�a de sentido para o que est� APENAS em

(A) I.

(B) II.

(C) II e III.

(D) I e II.

(E) III.

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5- REGÊNCIA

01- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)“O que definia o s�culo XIX era a mudan�a: mudan�a em termos de e em fun��o dos objetivos das regi�es din�micas do Atl�ntico norte, que eram, � �poca, o n�cleo do capitalismo mundial.”

Estrutura que considera, como a destacada acima, corretamente as reg�ncias, encontra-se em frases que seguem, com EXCE��O desta �nica:

(A) Comprovou que e alegou de que os documentos eram originais.

(B) Segurou o menino com e pela m�o esquerda.

(C) Por conta de e para saldar as d�vidas, penhorou seu �nico im�vel.

(D) Necessitava de e exigia os documentos que haviam ficado retidos indevidamente.

(E) Os estados se unificaram em e por uma s�lida confedera��o.

02- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)A frase em que a reg�ncia est� em conformidade com o padr�o culto escrito �:

(A) Em seu fingimento, s� restou de que dissesse ao ex-s�cio que sentia saudades dele.

(B) Tudo isso considerado, � necess�rio fazer que ele sinta o peso da responsabilidade.

(C) Em aten��o por seu talento indiscut�vel, o pouparam as devidas multas.

(D) Passou os documentos a m�o do t�cnico e n�o os perdeu de vista at� ao final da reuni�o.

(E) Inconformado de que eles propalavam inj�rias a seu respeito, decidiu denunci�-los.

6- CRASE

01. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Quanto � necessidade do emprego do sinal de crase, est� plenamente correta a frase:

(A) Voltaire, a despeito de ser um aristocrata, n�o se aliava sempre � nobreza, chegando a execr�-la pelas injustas san��es que ela impunha �s classes desfavorecidas.

(B) Pouco a pouco, alguns dos ideais de justi�a social � que Voltaire aspirava tornaram-se realidade, gra�as as iniciativas pol�ticas que a democracia instigou.

(C) N�o se pode esperar que, � curto prazo, se facultem a todos os cidad�os os privil�gios que alguns sistemas judici�rios estendem � uma seleta comunidade de bem-nascidos.

(D) N�o assiste � ningu�m o direito de discriminar entre pobres e ricos, quando se cuida de levar a justi�a um pequeno ou grave delito.

(E) As pessoas ricas, � quem a justi�a pouco atinge, n�o cabe reivindicar penas rigorosas para os delitos atribu�dos �s pobres.

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7- COLOCAÇÃO PRONOMINAL

01- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)As decisões mais graves são sempre difíceis: os que devem tomar tais decisões medem essas decisões pelos mais variados critérios, avaliam essas decisões conforme algum interesse em vista.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) as devem tomar - medem-nas - avaliam-nas

(B) devem tomá-las - lhes medem - as avaliam

(C) lhes devem tomar - medem-nas - avaliam-nas

(D) devem as tomar - medem-lhes - avaliam-lhes

(E) devem tomar-lhes - as medem - as avaliam

02- (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Solidão? Muitos de nós tememos a solidão, julgamos invencível a solidão, atribuímos à solidão os mais terríveis contornos, mas nunca estamos absolutamente sós no mundo.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

(A) lhe tememos - a julgamos invencível - a atribuímos

(B) tememo-la - julgamo-la invencível - atribuímo-la

(C) tememos a ela - lhe julgamos invencível - lhe atribuímos

(D) a tememos - julgamo-la invencível - atribuímos-lhe

(E) a tememos - julgamos invencível a ela - lhe atribuímos

8- CONCORDÂNCIA VERBAL

01- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)O verbo indicado entre parênteses deverá ser flexionado no plural para preencher corretamente a lacuna da frase:

(A) Nem todos discriminam, numa foto, os predicados mágicos que a ela se ...... (atribuir) nesse texto.

(B) Os tempos que ...... (documentar) uma simples foto, aparentemente congelada, são complexos e estimulantes.

(C) A associação entre músicos e fotógrafos profissionais ...... (remeter) às especificidades de cada tipo de sintaxe.

(D) A poucos ...... (costumar) ocorrer que as fotografias podem enfeixar admiráveis atributos estéticos, como obras de arte que são.

(E) Imaginem-se os sustos que não ...... (ter) causado aos nativos de tribos remotas a visão de seus rostos fotografados!

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02- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas em:

(A) A utilidade dos dicionários, mormente quando se trata de palavras polissêmicas, manifestam-se nas argumentações ideológicas.

(B) Não se notam, entre os preconceituosos, qualquer disposição para discutir o sentido de um juízo e as consequências de sua difusão.

(C) Não convém aos injustiçados reclamar por igualdade de tratamento quando esta pode levá-los a permanecer na situação de desigualdade.

(D) Como discernimento e preconceito são duas acepções de discriminação, hão que se esclarecer o sentido pretendido.

(E) Uma das maneiras mais odiosas de refutar os argumentos de alguém surgem na utilização de preconceitos já cristalizados.

03- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)A concordância verbal está plenamente observada na frase:

(A) Provocam muitas polêmicas, entre crentes e materialistas, o posicionamento de alguns religiosos e parlamentares acerca da educação religiosa nas escolas públicas.

(B) Sempre deverão haver bons motivos, junto àqueles que são contra a obrigatoriedade do ensino religioso, para se reservar essa prática a setores da iniciativa privada.

(C) Um dos argumentos trazidos pelo autor do texto, contra os que votam a favor do ensino religioso na escola pública, consistem nos altos custos econômicos que acarretarão tal medida.

(D) O número de templos em atividade na cidade de São Paulo vêm gradativamente aumentando, em proporção maior do que ocorrem com o número de escolas públicas.

(E) Tanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação como a regulação natural do mercado sinalizam para as inconveniências que adviriam da adoção do ensino religioso nas escolas públicas.

04- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)O verbo indicado entre parênteses deve flexionar-se no plural para preencher corretamente a lacuna da seguinte frase:

(A) Nenhuma das concepções de dignidade, postuladas por diferentes crenças, ...... (alcançar) uma validade efetivamente universal.

(B) Não se ...... (atribuir) às burocracias, nesse texto, o mérito de tomar a iniciativa de atender aos interesses públicos.

(C) A terceirização e a comercialização da saúde, para dom Odilo Scherer, ...... (constituir) um profundo desrespeito aos mais pobres.

(D) Raramente se ...... (dispensar) aos mais pobres o mesmo cuidado médico das clínicas particulares.

(E) Quantas vezes já se ...... (aplicar) aos burocratas dos serviços essenciais alguma sanção por sua negligente abulia?

05- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)As normas de concordância verbal estão plenamente acatadas em:

(A) Aos ateus não se devem dispensar o mesmo tratamento de que foram vítimas os primeiros adeptos do cristianismo.

(B) Nunca faltaram aos homens de todas as épocas o recurso das crenças no sobrenatural e a empolgação pelas artes da magia.

(C) Não se deixam levar pelas crenças transcendentes quem só costuma atender as exigências do pensa mento racional.

(D) Poupem-se da ira dos fanáticos de sempre aquele tipo de pesquisador que se baseia tão somente nos fenômenos que se podem avaliar.

(E) Nunca se abrandaram nos homens e mulheres que não se valem da fé religiosa a reação hostil dos que se proclamam filhos de Deus.

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06- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:

(A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de corresponder nossos valores éticos mais

rigorosos.

(B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre o peso de suas mais graves decisões.

(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer) tomar decisões sem medir suas consequências.

(D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... (costumar) sobrevir consequências imprevistas e

injustas.

(E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade, recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor humana.

07. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

(A) A repercussão daquelas alterações curriculares em várias escolas americanas manifestaram-se, no Brasil, como tímidos protestos.

(B) Devem-se concluir da frequência e da quantidade de mensagens emitidas por celular que os jovens americanos estão escrevendo como nunca.

(C) Segundo alguns especialistas, reserva-se às crianças que deixarem de aprender a letra cursiva indesejáveis surpresas quanto ao desempenho cognitivo.

(D) Não se imagine que ocorram, com o fim dos exercícios de caligrafia, segundo Roberto Lent, quaisquer ônus ao desempenho biológico de grupos neuronais.

(E) A alternativa entre retornar à caligrafia ou esquecê-la para sempre podem parecer drásticas, mas é o que se impõe no momento de definição dos currículos escolares.

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9- QUESTÕES MISTAS

(FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICI�RIO-JUDICI�RIO)

Instru��o: Para responder a quest�o de n�mero 1, considere o texto a seguir.

Os int�rpretes do Brasil e das na��es egressas de sistemas coloniais partem, desde os meados do s�culo XX, da aceita��o t�cita ou manifesta de uma dualidade fundamental: centro versus periferia.

Creio ser razo�vel perguntar se essa oposi��o � estrutural ou hist�rica; e, em consequ�ncia, se � est�tica ou din�mica, se est� fixada para todo o sempre como um conceito ontol�gico, ou se est� sujeita ao tempo, logo � possibilidade de varia��o e mudan�a.

H� uma passagem em A era dos imp�rios de Eric Hobsbawm em que o historiador exprime a sua perplexidade em face do discurso sobre a diferen�a entre “partes avan�adas e atrasadas, desenvolvidas e n�o desenvolvidas do mundo”:

“Definir a diferen�a entre partes avan�adas e atrasadas,

desenvolvidas e n�o desenvolvidas do mundo � um

exerc�cio complexo e frustrante, pois tais classifica��es

s�o por natureza est�ticas e simples, e a realidade que

deveria se adequar a elas n�o era nenhuma das duas

coisas. O que definia o s�culo XIX era a mudan�a: mudan�a

em termos de e em fun��o dos objetivos das regi�es

din�micas do Atl�ntico norte, que eram, � �poca, o

n�cleo do capitalismo mundial. Com algumas exce��es

marginais e cada vez menos importantes, todos os pa�ses,

mesmo os at� ent�o mais isolados, estavam, ao

menos perifericamente, presos pelos tent�culos dessa

transforma��o mundial. Por outro lado, at� os mais

‘avan�ados’ dos pa�ses ‘desenvolvidos’ mudaram parcialmente

atrav�s da adapta��o da heran�a de um passado

antigo e ‘atrasado’, e continham camadas e parcelas

da sociedade resistentes � transforma��o. Os historiadores

quebram a cabe�a procurando a melhor maneira

de formular e apresentar essa mudan�a universal,

por�m diferente em cada lugar, a complexidade de seus

padr�es e intera��es e suas principais tend�ncias.”

231. Eric Hobsbawm, A era dos impérios. 1875-1914, 11. ed.S�o Paulo: Paz e Terra, 2007. p.46.

(Alfredo Bosi, “O mesmo e o diferente”. IN Ideologia e contraideologia. S�o Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 227-228)

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01- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)An�lise cuidadosa comprova a corre��o do seguinte coment�rio:

(A) a substitui��o de “essa mudan�a universal” pelo pronome conveniente poderia gerar as seguintes formula��es do segmento: “procurando a melhor maneira de a formular e apresentar” ou “procurando a melhor maneira de formul�-la e apresent�-la”.

(B) se, em vez de Creio ser razoável perguntar, houvesse a formula��o “� importante que todos

creemos ser razo�vel perguntar”, a corre��o da frase estaria preservada.

(C) em “O que definia o s�culo XIX era a mudan�a”, o pronome destacado recupera a ideia expressa no segmento imediatamente anterior.

(D) a transposi��o da frase “todos os pa�ses [...] estavam [...] presos pelos tent�culos dessa transforma��o mundial” a voz ativa gera a forma “conseguiram prender”.

(E) os segmentos da aceitação tácita e de uma dualidade fundamental s�o ambos exigidos por forma verbal.

Aten��o: As quest�es de n�meros 2 a 4 referem-se ao texto que segue.

Valores ocidentais

Quando o discurso político alcança seu nível mais

raso, os "valores ocidentais" aparecem. Normalmente,eles são utilizados para expor "aquilo pelo qual lutamos",

aquilo que pretensamente faria a diferença e asuperioridade moral de nossa forma de vida -esta queencontraria sua melhor realização no interior dassociedades democráticas liberais.

Nesse sentido, mesmo quando criticamos nossassociedades ocidentais, não seríamos capazes de sair dohorizonte normativo que define o conjunto de seusvalores.

Pois se, por exemplo, criticamos a falta de

liberdade e a injustiça social, seria sempre em nome devalores que ainda não se realizaram, mas a respeito dosquais nós, ocidentais, saberíamos, de antemão, seusentido.

Para aqueles que impostam a voz na hora defalar em nome dos valores ocidentais, não há conflitos arespeito do que liberdade, justiça e autonomia significam.

Não passa pela cabeça deles que talvezestejamos diante de palavras que não têm conteúdonormativo específico, mas são algo como significantesvazios, disputados por interpretações divergentespróprias a uma sociedade marcada por antagonismosfundamentais.

Por isso, se há algo que determina o que há de

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mais importante na tradição ocidental é exatamente aideia de que não temos clareza a respeito do que nossosvalores significam. Pois o que nos leva a criticaraspectos fundamentais de nossa sociedade não é um

déficit a propósito da realização de valores, mas umsentimento que Freud bem definiu como mal-estar, ou

seja, um sofrimento indefinido que nos lembra afragilidade de toda normatividade social extremamenteprescritiva.

Isso talvez nos explique por que os gregos, estesque teriam inventado a democracia ocidental com seusvalores, na verdade, legaram-nos apenas um valorfundamental: a suspeita de si.

Uma suspeita que se manifesta por meio daexigência de saber acolher o que nos é estranho, o que

não porta mais nossa imagem, o que não tem mais afigura de nossa humanidade.

Quem leu as tragédias de Sófocles sabe comosua questão fundamental é o que ocorre quando a polis

não sabe mais acolher o que ainda não tem lugar nointerior de nossas formas de vida.

Por outro lado, quando Ulisses, o herói deHomero, perdia-se em sua errância sem fim, suaspalavras para os habitantes de outras terras eramsempre a exigência de abrigar o estrangeiro.

Por isso, o melhor que temos a fazer diante dosque sempre pregam os valores ocidentais é lembrá-losdas palavras de Nietzche: "Muitas vezes, é necessáriosaber se perder para poder encontrar-se".

(Vladimir Safatle. Folha de S.Paulo, opinião,terça-feira,13 de dez. de 2011. p. 2)

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02. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)A afirmação correta é:

(A) (linhas 31 e 32) Se Freud tivesse se referido a mais de um sentimento, o padrão culto escrito exigiria, no plural, a forma "os mal-estar".

(B) (linha 14) a palavra ainda introduz mais um argumento a favor da conclusão desejada, como em "É necessário ainda observar a urgência dessa medida judicial".

(C) (linhas 18 e 19) Em não há conflitos a respeito do que liberdade, justiça e autonomia significam, a

substituição de há por "existe" mantém a correção da frase.

(D) (linhas 44 e 45) Em Quem leu as tragédias de Sófocles sabe como sua questão fundamental é o

que ocorre quando a polis ..., o pronome possessivo pode remeter tanto às tragédias quanto a Sófocles.

(E) (linhas 53 e 54) Em lembrá-los das palavras de Nietzche, o pronome empregado é exigido pela

regência do verbo, não havendo possibilidade de o padrão culto aceitar outra formulação, como, por exemplo " lembrar a eles".

03. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)Afirma-se com correção:

(A) (linhas 1 e 2) o emprego de mais raso evidencia que, para o autor, é da constituição do discurso político ser "raso".

(B) (linha 2) as aspas em "valores ocidentais" sinalizam tanto que a expressão constitui uma citação, quanto que foi referida com ironia no discurso político.

(C) (linha 3) ao detalhar "aquilo pelo qual lutamos", o autor esquiva-se a assumir o que é dito sobre a

diferença e a superioridade moral de nossa forma de vida.

(D) (linha 8) a expressão Nesse sentido orienta o leitor a entender o que segue como expressão de uma finalidade.

(E) (linha 8) a expressão mesmo quando equivale a "em todas as oportunidades em que".

04. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)Isso talvez nos explique por que os gregos, estes que teriam inventado a democracia ocidental com seus valores, na verdade,

legaram-nos apenas um valor fundamental: a suspeita de si.

O que se destaca na frase acima está grafado em conformidade com o padrão culto escrito, assim como o está o destacado em:

(A) Cumprimentou-o efusivamente por que tem por ele grande carinho.

(B) Vive me remedando, não sei bem o porque.

(C) Porque você fez isso eu nem imagino.

(D) Isso quer dizer exatamente o quê?

(E) Em quê eu posso ajudá-lo?

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(FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)

Atenção: A questão de número 5 refere-se ao texto que segue.

[...]

N�o sei se V. Exa. Revma. � como eu. Eu gosto de contemplar o passado, de viver a vida que foi, de pensar nos homens que antes de n�s, ou honraram a cadeira que V. Exa. Revma. ocupa, ou espreitaram, como eu, as vidas alheias. Outras vezes estendo o olhar pelo futuro adiante, e vejo o que h� de ser esta boa cidade de S. Sebasti�o, um s�culo mais tarde, quando o bonde for um ve�culo t�o desacreditado como a g�ndola, e o atual chap�u masculino uma simples reminisc�ncia hist�rica.

Podia contar-lhe em duas ou tr�s colunas o que vejo no futuro e o que revejo no passado; mas, al�m de que n�o quisera tomar o precioso tempo de V. Exa. Reverend�ssima, tenho pressa de chegar ao ponto principal desta carta, com que abro a minha cr�nica.

E vou j� a ele.

(Machado de Assis. História de quinze dias: crônicas. 1877, 1 de janeiro. IN Obra completa, v. III, Rio de Janeiro: José Aguilar, 1962. p. 352-353)

05. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)É correto afirmar:

(A) A substituição de n�o quisera tomar o precioso tempo de V. Exa. Reverend�ssima por "não quisera

tomar à V. Exa. Reverendíssima o precioso tempo" mantém a correção da frase.

(B) Substituindo o segmento destacado em vejo o que h� de ser esta boa cidade de S. Sebasti�o por "as coisas que hão de ocorrer nesta boa cidade de S. Sebastião", a correção original estará mantida.

(C) Na expressão pelo futuro adiante, a substituição do termo destacado por um seu sinônimo produziria corretamente a forma "pelo futuro a fora".

(D) O antônimo de adiante está corretamente grafado assim: "atraz".

(E) Se fosse outra a formulação de com que abro a minha cr�nica, estaria correta assim: "cujo início de minha crônica é com ela".

(FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)

Atenção: As questões de números 6 e 7 referem-se ao texto abaixo.

Adeus, caligrafia

O an�ncio do fim dos exerc�cios para aprimoramento da letra cursiva – as velhas pr�ticas de caligrafia – ocorreu recentemente em Indiana, nos Estados Unidos. Dezenas de escolas j� adotaram o curr�culo que desobriga os estudantes de ter uma“boa letra” – j� dada como anacronismo. O fim do ensino da letra cursiva nos EUA provocou no Brasil uma onda, se n�o deprotestos, ao menos de lamento e nostalgia. As lam�rias t�m um precedente ilustre: “A escrita mecanizada priva a m�o da dignidade no dom�nio da palavra escrita e degrada a palavra, tornando-a um simples meio para o tr�fego da comunica��o”, queixou-se, h� quase setenta anos, o fil�sofo Martin Heidegger. “Ademais, a escrita mecanizada tem a vantagem de ocultar a caligrafia e, portanto, o car�ter do indiv�duo”. Heidegger reclamava, numa palestra que fez em 1942, da ado��o progressiva das m�quinas de escrever.

Os jovens americanos nunca escreveram tanto como hoje. Segundo estudos realizados recentemente, o adolescente daquele pa�s manda e recebe todo m�s cerca de 3.300 mensagens de texto por celular. O fim do ensino da letra cursiva reflete esses novos h�bitos – um dia tamb�m foi preciso tirar do curr�culo a marcenaria para meninos e a costura para as meninas.

As crian�as que deixarem de aprender letra cursiva (tamb�m j� chamada de “letra de m�o”) pagar�o um certo custocognitivo, ao menos segundo alguns estudiosos. A escrita manual estimularia os processos de memoriza��o e representa��o verbal. A pr�tica do desenho de letras favoreceria a atividade

cerebral em regi�es ligadas ao processamento visual.

Mas a substitui��o da escrita manual pela digita��o n�o assusta o neurocientista Roberto Lent. “N�o h� grande diferen�aentre traduzir ideias em s�mbolos com movimentos cursivos ou por meio da percuss�o de teclas. Ambas s�o atividades motoras e envolvem grupos neuronais diferentes da mesma �rea do c�rebro”, afirmou. Para ele, as implica��es culturais da mudan�a s�o mais preocupantes do que as de fundo biol�gico. “Ser� interessante para a humanidade n�o saber mais escrever a m�o?” – indaga. O tempo dir�.

(Adaptado da Revista PIAUÍ 59, agosto/2011. p.74)

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06. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Está correta a seguinte afirmação sobre um aspecto da construção do texto:

(A) No segmento O fim da letra cursiva provocou uma onda, se não de protestos, uma alternativa válida, no contexto, para a grafia do elemento sublinhado é senão.

(B) Em A escrita mecanizada priva a mão da dignidade, o verbo em destaque está empregado com o mesmo sentido que tem na frase Ele priva da amizade de um grande escritor.

(C) Na afirmação O fim do ensino da letra cursiva reflete esses novos hábitos, há uma relação de causalidade entre os elementos sublinhados.

(D) A construção um dia também foi preciso tirar do currículo tem o mesmo sentido de um dia foi preciso tirar também do currículo.

(E) Na frase Ambas são atividade motoras, o termo sublinhado refere-se ao segmento explicitado como implicações culturais da mudança.

07. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Está correta a seguinte observação sobre um aspecto da redação do texto:

(A) a expressão em vez de ficar à espreita da ocasião tem o mesmo sentido de além de especular acerca da ocasião.

(B) na expressão entregá-la aos carrascos, o pronome sublinhado refere-se ao antecedente ocasião.

(C) na frase põe assim na balança uma vida preciosa contra dezoito toalhas, os elementos sublinhados indicam uma justa equivalência.

(D) no segmento a ponto de entregar seu criado (...) para que ele seja enforcado, o elemento sublinhado tem o valor de chegando a.

(E) na expressão ele vai roubar alhures, o termo sublinhado é objeto direto do verbo roubar.

10- ORTOGRAFIA

01. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)A frase que respeita a ortografia é:

(A) Antes de cochilar, era-lhe natural fazer um exame de consciência e reiterar a si próprio seu empenho em vencer a itemperança.

(B) O desleixo com que passou a manuzear os objetos da coleção fez o respeitado colecionador optar pela despensa do já antigo colaborador.

(C) O debate recrudesceu, mas os mais bem-intencionados foram hábeis em dirimir as provocações, às vezes pungentes, das lideranças que se confrontavam.

(D) Estava bastante ciente de que era à sua gulodice que podia creditar a desinteria que o abatera às vésperas do exótico casamento.

(E) O poder descricionário dos ditadores, responsável por tantas atrocidades em tantas partes do mundo, é analisado na obra com um rigor admirável.

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11- FLEXÃO VERBAL

01-(FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)A flexão de todas as formas verbais está plenamente adequada na frase:

(A) Os que virem a desrespeitar quem não tem fé deverão merecer o repúdio público de todos os homens de bem.

(B) Deixar de professar uma fé não constitue delito algum, ao contrário do que julgam os fanáticos de sempre.

(C) Ninguém quererá condenar um ateu que se imbui do valor da ética e da moral no convívio com seus semelhantes.

(D) Se não nos dispormos a praticar a tolerância, que razão teremos para nos vangloriarmos de nossa fé religiosa?

(E) Quem requiser respeito para a fé que professa deve dispor-se a respeitar quem não adotou uma religião.

12- CORRELAÇÃO DE TEMPOS VERBAIS

01- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas.

Mantém-se adequada correlação entre tempos e modos verbais com a substituição das formas sublinhadas no trecho acima, na ordem dada, por:

(A) Estávamos - apresentava - tratava-se - vinham

(B) Estaríamos - apresentara - tratava-se - viessem

(C) Estaremos - apresente - tratar-se-ia - venham

(D) Estávamos - apresentou - tratar-se-á - venham

(E) Estaremos - apresentara - tratava-se - viessem

02- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)Atente para as seguintes frases:

I. Seria ótimo que a Igreja Católica venha a escolher, no próximo ano, um tema tão importante como o que já elegera para a campanha da fraternidade deste ano.

II. Se todas as religiões adotassem exatamente o mesmo sentido para o termo dignidade, este alcançaria o valor universal que cada uma delas postula.

III. Quando viermos a nos entender quanto ao que fosse dignidade, esse termo poderia ser utilizado sem gerar tantas controvérsias.

Ocorre adequada correlação entre os tempos e os modos verbais no que está em

(A) I, II e III. (B) I e II, apenas.

(C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas.

(E) II, apenas.

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03- (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Façamo-nos videntes: olhemos devagar para a cor das paredes.

A frase acima permanecerá correta caso se substituam as formas sublinhadas por:

(A) Faça-se vidente - olha

(B) Faz-te vidente - olha

(C) Fazei-vos videntes - olheis

(D) Façam-se videntes - olhai

(E) Faça-te vidente - olhes

04- (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

(A) Repugna-se Voltaire que sejam aplicadas tão duras penas à pessoas cuja culpa maior consiste em

sofrerem de carências diversas.

(B) O incidente de Lyon, de cuja vítima acabou sendo uma pobre moça, revoltou Voltaire, que aliás questionou seus efeitos.

(C) Voltaire analisa tanto quanto as condições sociais as condições econômicas, para avaliar sua justa contraposição em cada caso.

(D) Quando os interesses econômicos do patrão se fazem pesar, nem sempre a aplicação de uma pena drástica chega às suas causas.

(E) A aplicação dos criminosos de leis desumanas pode redundar não na correção, mas no agravamento e na multiplicação dos crimes.

13- REESCRITURA DE FRASES

01- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA) Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

(A) Apesar de se ombrearem com outras artes plásticas, a fotografia nos faz desfrutar e viver experiências de natureza igualmente temporal.

(B) Na superfície espacial de uma fotografia, nem se imagine os tempos a que suscitarão essa imagem aparentemente congelada...

(C) Conquanto seja o registro de um determinado espaço, uma foto leva-nos a viver profundas experiências de caráter temporal.

(D) Tal como ocorrem nos espelhos da Alice, as experiências físicas de uma fotografia podem se inocular em planos temporais.

(E) Nenhuma imagem fotográfica é congelada suficientemente para abrir mão de implicâncias semânticas no plano temporal.

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02- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)É preciso reelaborar, para sanar falha estrutural, a redação da seguinte frase:

(A) O autor do texto chama a atenção para o fato de que o desejo de promover a igualdade corre o risco de obter um efeito contrário.

(B) Embora haja quem aposte no critério único de julgamento, para se promover a igualdade, visto que desconsideram o risco do contrário.

(C) Quem vê como justa a aplicação de um mesmo critério para julgar casos diferentes não crê que isso reafirme uma situação de injustiça.

(D) Muitas vezes é preciso corrigir certas distorções aplicando-se medidas que, à primeira vista, parecem em si mesmas distorcidas.

(E) Em nossa época, há desequilíbrios sociais tão graves que tornam necessários os desequilíbrios compensatórios de uma ação corretiva.

03- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: O articulista da Folha de S. Paulo

(A) propugna de que tanto o liberalismo quanto o ateísmo podem convergir, para propiciar a questão do ensino público da religião.

(B) defende a tese de que não cabe ao Estado, inclusive por razões econômicas, promover o ensino religioso nas escolas públicas.

(C) propõe que se estenda à bancada religiosa a decisão de aceitar ou rejeitar, segundo seus interesses, o ensino privado da religião.

(D) argumenta que no caso do ensino religioso, acatado pelos liberais, não se trata de ser a favor ou contra, mas arguir a real competência.

(E) insinua que o ensino público da religião já se faz a contento, por que as emissoras de comunicação intentam-no em grande escala.

04- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)(...) ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo.

Mantém-se, corretamente, o sentido da frase acima substituindo-se o segmento sublinhado por:

(A) nem impor a alguém que reze, nem impedi-la de fazer o mesmo.

(B) deixar de obrigar uma pessoa a rezar, ou lhe proibir de o fazer.

(C) seja obrigar que uma pessoa reze, ou mesmo que o deixe de o praticar.

(D) coagir alguém a que reze, ou impedi-lo de o fazer.

(E) forçar uma pessoa para que reze, ou não fazê-la de modo algum.

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05- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto.

(A) Presume-se que o autor não defenda a ideia de que deva o Estado assumir inteira responsabilidade pela prestação de quaisquer serviços públicos de alto custo.

(B) Não seria possível, para o autor, que os serviços mais onerosos aos cofres públicos compitam ao Estado resolver com seus próprios meios.

(C) Uma vez que se atendam as leis do mercado, até mesmo o Estado poderia precaver as ações na área da saúde, sem desmerecer uma sociedade democrática.

(D) Entre o que se prega nas religiões e o que implica as leis de mercado, as questões de saúde nada têm a haver com a suposta dignidade humana.

(E) Apenas nas crenças que não operam restrições a medidas de saúde, leva-se em conta o valor universal da dignidade humana, para ser bem demonstrado.

06- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)É verdade que colocar um preço em procedimentos médicos nem sempre leva ao melhor dos desfechos.

O sentido essencial e a correção da frase acima mantêm-se na seguinte construção:

(A) Nem sempre é certo que a melhor finalidade se alcança através de procedimentos médicos aos quais incorre um determinado preço.

(B) Nada garante, de fato, que estipular um pagamento por procedimentos médicos implique a melhor solução de um caso.

(C) Uma ótima conclusão não é simplesmente obtida em favor de se haver afixado um preço aos procedimentos médicos.

(D) A despeito de se estipular um preço para procedimentos médicos, não é usual que cheguem a um termo satisfatório.

(E) Pela razão de se taxar procedimentos médicos não redunda automaticamente no melhor dos benefícios.

07- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

(A) O autor é um médico já notório por cujas observações em programas de televisão, inclusive uma famosa campanha antitabagista.

(B) O autor é um médico experiente, que se vale de sua fluência verbal tanto na imprensa escrita como na televisão.

(C) Muita gente identifica o autor enquanto um médico capaz, além de saber comentar assuntos vários, mesmo sendo opinativo.

(D) Ao autor muitos já se inflamaram por conta de suas opiniões radicais com que se dissuadiram tantos fumantes.

(E) Buscando um equilíbrio diante da medicina e da comunicação, o autor investe em temas tão científicos quanto leigos.

08- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Está inadequado o emprego do elemento sublinhado na seguinte frase:

(A) Sou ateu e peço que me deem tratamento similar ao que dispenso aos homens religiosos.

(B) A intolerância religiosa baseia-se em preconceitos de que deveriam desviar-se todos os homens verdadeiramente virtuosos.

(C) A tolerância é uma virtude na qual não podem prescindir os que se dizem homens de fé.

(D) O ateu desperta a ira dos fanáticos, a despeito de nada fazer que possa injuriá-los ou desrespeitá-los.

(E) Respeito os homens de fé, a menos que deixem de fazer o mesmo com aqueles que não a têm.

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09- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Formula-se com corre��o e coer�ncia o sentido da preocupa��o de Gramsci na seguinte frase:

(A) Uma das maiores ang�stias humanas est� em terem que tomar decis�es autorit�rias e improcedentes.

(B) Saber quem arcar� com o �nus de uma escolha � a premissa para uma decis�o importante.

(C) A finalidade de toda decis�o urgente � de estabelecer quem mais deve sofrer com ela.

(D) Ningu�m deve sofrer com o peso de uma decis�o mau tomada, mormente nos casos mais graves.

(E) Sabendo-se de antem�o quem sofre ao tomar uma decis�o, evita-se muitos males.

(FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICI�RIO-JUDICI�RIO)

Instrução: Para responder às questões de números 10 a 12, considere o texto a seguir.

“Gene da longevidade” pode aumentar risco de Alzheimer

Se h� centen�rios na sua fam�lia, � grande a chance de voc� tamb�m ter vida longa. Disseminada na cultura popular, essa

no��o ganhou respaldo cient�fico em 2010, quando neuro-cientistas da Universidade de Boston identificaram, em uma pesquisa com

1.055 pessoas com mais de 90 anos, “genes da longevidade” − 150 variantes gen�ticas associadas � propens�o para viver mais.

Agora, um estudo publicado no peri�dico Aging Cell sugere que uma delas aumenta o risco de desenvolver Alzheimer.

Ao analisarem tecidos cerebrais de 590 pessoas que morreram com mais de 90 anos, pesquisadores do Centro M�dico

da Universidade de Rush, em Chicago, observaram que uma variante, a prote�na de transfer�ncia de �steres de colesterol (CEPT,

na sigla em ingl�s), est� relacionada a maior quantidade de placas amiloides, caracter�sticas da doen�a neurodegenerativa.

Os resultados contradizem um estudo divulgado pouco tempo antes no Journal of American Medical Association, que

sugeriu que a CEPT estava relacionada a maior agilidade mental em pessoas com mais de 70 anos − resultado mais evidente em

volunt�rios descendentes de judeus do leste europeu. Qual estudo est� “certo”? “Talvez nenhum. H� muitas outras variantes, talvez

ainda desconhecidas; seria precipitado relacionar a CEPT diretamente � propens�o para desenvolver a dem�ncia”, diz o neurocientista

David Bennet, um dos autores da pesquisa da Universidade de Rush.

(Adaptado de Neurocircuito. Patologia. Mente Cérebro: Psicologia, psican�lise, neuroci�ncia. S�o Paulo: Duetto, Ano XIX,n. 229. p. 76)

10- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)Assinale a alternativa correta acerca de reformula��o de fragmento do terceiro par�grafo do texto.

(A) � apropriada ao contexto a substitui��o de pouco tempo antes por “fazia pouco tempo".

(B) Viola o padr�o culto escrito da l�ngua, no que se refere � concord�ncia, a seguinte reformula��o: “David Bennet, um dos autores que participou da pesquisa da Universidade de Rush”.

(C) Preservado o sentido, � apropriada esta reformula��o da parte inicial do discurso de David Bennet: “Talvez nenhum, � medida que h� muitas outras variantes, talvez ainda desconhecidas;”.

(D) O segmento que sugeriu pode ser substitu�do por “sugerindo”, sem preju�zo para a clareza do trecho.

(E) � apropriada, do ponto de vista da flex�o verbal, a substitui��o de Os resultados contradizem por “Se os resultados contradizerem”.

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Prof. Antônio Carlos Alves 23 FCC 2012 - Exercícios nível superior

11- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)H� muitas outras variantes, talvez ainda desconhecidas; seria precipitado relacionar a CEPT diretamente � propens�o para

desenvolver a dem�ncia”, diz o neurocientista David Bennet [...].

Assinale a alternativa em que uma nova reda��o preserva o sentido, a corre��o e a clareza do fragmento reproduzido acima.

(A) Diz o neurocientista David Bennet: “− Ia ser precipitado relacionar a CEPT diretamente

com propens�o de desenvolver dem�ncia, j� que existe muitas variantes, quem sabe desconhecidas.”

(B) Diz o neurocientista David Bennet: “Seria precipitado relacionar diretamente a CEPT a propens�o em desenvolver dem�ncia. H�, talvez, muitas outras variantes, ainda desconhecidas.”

(C) Diz o neurocientista, David Bennet: “Seria precipitado, no desenvolver da dem�ncia, relacionar diretamente a CEPT � essa propens�o, posto que t�m muitas outras variantes, ainda, quem sabe, desconhecidas.”

(D) O neurocientista David Bennet, diz que seria prematuro, posto que h� outras variantes, ainda que por ventura, desconhecidas, relacionar, diretamente, a CEPT � propens�o para desenvolver a dem�ncia.

(E) Diz o neurocientista David Bennet: − Existem numerosas outras variantes, quem sabe ainda desconhecidas. Relacionar diretamente a CEPT � propens�o para desenvolver dem�ncia seria precipitado.

12. (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)H� uma passagem em A era dos imp�rios de Eric Hobsbawm em que o historiador exprime a sua perplexidade em face do discurso

sobre a diferen�a entre “partes avan�adas e atrasadas, desenvolvidas e n�o desenvolvidas do mundo”:

Considerado o fragmento acima, a altera��o que mant�m o sentido original e o respeito �s regras do padr�o culto escrito � a proposta em:

(A) coloca��o de uma v�rgula ap�s a palavra imp�rios.

(B) substitui��o de em face do discurso por “frente o discurso”.

(C) substitui��o de em face do discurso sobre a diferen�a por “face � face com o discurso a cerca da

diferen�a”.

(D) substitui��o de “partes avan�adas e atrasadas, desenvolvidas e n�o desenvolvidas do mundo” por

“partes mundiais avan�adas e atrasadas, desenvolvidas e n�o desenvolvidas”.

(E) substitui��o de em que o historiador exprime a sua perplexidade em face do discurso por “na qual o

historiador exprime a pr�pria perplexidade diante do discurso”.

13. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)O segmento do texto que est� adequadamente traduzido �:

(A) palavras que n�o t�m conte�do normativo espec�fico / voc�bulos que n�o adquiriram significado relevante no que se refere � prescri��o de normas.

(B) n�o � um d�ficit a prop�sito da realiza��o de valores / n�o se trata daquilo que falta para completar a enumera��o dos quesitos a serem observados.

(C) o que n�o porta mais nossa imagem / aquilo que n�o tem mais analogia com o que somos.

(D) quando a polis n�o sabe mais acolher o que ainda n�o tem lugar no interior de nossas formas de vida /

quando os cidad�os ignoram aqueles que habitam outra cidade que n�o seja a sua.

(E) perdia-se em sua err�ncia sem fim / agia de forma temer�ria, sem atentar para os objetivos das suas a��es.

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14. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)Está em conformidade com o padrão culto escrito a seguinte frase:

(A) Eram tantos os salvo-condutos expedidos aleatoriamente, que eles intervieram para regulamentar a sua concessão.

(B) No caso de ele propuser um abatimento no aluguel, o proprietário exigirá contrapartidas.

(C) Combinamos todos que, assim que o vermos chegar, apresentaremos os abaixo-assinados que exigirão dele uma atitude digna.

(D) O chefe tanto se incomodou com os bate-bocas na cozinha, que explodiu: − Deixem que eu fateio tudo isso sozinho!

(E) Ele é que mantem o arquivo em ordem, como se fosse um sentinela sempre alerta.

Valores ocidentais

Quando o discurso político alcança seu nível mais

raso, os "valores ocidentais" aparecem. Normalmente,eles são utilizados para expor "aquilo pelo qual lutamos",aquilo que pretensamente faria a diferença e asuperioridade moral de nossa forma de vida -esta queencontraria sua melhor realização no interior dassociedades democráticas liberais.

Nesse sentido, mesmo quando criticamos nossassociedades ocidentais, não seríamos capazes de sair dohorizonte normativo que define o conjunto de seusvalores.

Pois se, por exemplo, criticamos a falta deliberdade e a injustiça social, seria sempre em nome devalores que ainda não se realizaram, mas a respeito dosquais nós, ocidentais, saberíamos, de antemão, seusentido.

Para aqueles que impostam a voz na hora defalar em nome dos valores ocidentais, não há conflitos arespeito do que liberdade, justiça e autonomia significam.

Não passa pela cabeça deles que talvezestejamos diante de palavras que não têm conteúdonormativo específico, mas são algo como significantesvazios, disputados por interpretações divergentes

próprias a uma sociedade marcada por antagonismosfundamentais.

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Por isso, se há algo que determina o que há demais importante na tradição ocidental é exatamente aideia de que não temos clareza a respeito do que nossos

valores significam. Pois o que nos leva a criticaraspectos fundamentais de nossa sociedade não é um

déficit a propósito da realização de valores, mas umsentimento que Freud bem definiu como mal-estar, ouseja, um sofrimento indefinido que nos lembra afragilidade de toda normatividade social extremamenteprescritiva.

Isso talvez nos explique por que os gregos, estesque teriam inventado a democracia ocidental com seusvalores, na verdade, legaram-nos apenas um valorfundamental: a suspeita de si.

Uma suspeita que se manifesta por meio daexigência de saber acolher o que nos é estranho, o quenão porta mais nossa imagem, o que não tem mais afigura de nossa humanidade.

Quem leu as tragédias de Sófocles sabe comosua questão fundamental é o que ocorre quando a polis

não sabe mais acolher o que ainda não tem lugar nointerior de nossas formas de vida.

Por outro lado, quando Ulisses, o herói deHomero, perdia-se em sua errância sem fim, suaspalavras para os habitantes de outras terras eramsempre a exigência de abrigar o estrangeiro.

Por isso, o melhor que temos a fazer diante dosque sempre pregam os valores ocidentais é lembrá-losdas palavras de Nietzche: "Muitas vezes, é necessáriosaber se perder para poder encontrar-se".

(Vladimir Safatle. Folha de S.Paulo, opinião,terça-feira,13 de dez. de 2011. p. 2)

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15. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)Por isso, se há algo que determina o que há de mais importante na tradição ocidental é exatamente a ideia de que não temos clareza a respeito do que nossos valores significam.

Considerada a frase acima, em seu contexto, outra redação para o segmento destacado, que mantém a correção e o sentido originais, é:

(A) em havendo algo que determina o que há de mais importante na tradição ocidental, esse algo é

precisamente a ideia.

(B) dado que existe algo que determina o que há de mais importante na tradição ocidental será

estritamente a ideia.

(C) na dependência de haver algo determinante do que há de mais importante na tradição ocidental é bem a ideia.

(D) à medida que existir algo que determina o que há de mais importante na tradição ocidental seria, em rigor, a ideia.

(E) considerando algo a determinar o que há de mais importante na tradição ocidental, é na verdade a ideia.

16. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)A frase redigida em conformidade com o padrão culto escrito é:

(A) A desobediência às regras prescritas acabaram provocando mais lesões na coluna, o que determinou a urgência da cirurgia e a necessidade do auxílio de mais especialistas.

(B) Não sabia bem a que se devia, em todo aquele tumultuado processo, as múltiplas idas e vindas de documentos e pareceres técnicos, mas acompanhou-as pacientemente.

(C) Considerou indiscernível, dado o avançado estágio de sua doença, os últimos manuscritos do autor, o que motivou que os remetesse a colega para nova avaliação.

(D) Eram vários e bastante distintos os estudos acerca dessas produções populares, uma das quais, nas últimas semanas, vêm merecendo elogios e indicação para publicação.

(E) Na concessão de bolsas de estudos oficiais, vimos que a maioria dos estudantes realmente não dispõe do mais ínfimo recurso, e isso foi uma das coisas que mais nos impressionaram.

17. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)A contraposição dessa forma obsoleta de interpretar a nossa herança cultural, efetiva, veio através uma estudiosa brasileira com influente livro, onde se pode dizer que abriu caminho para novas contribuições do tema, relevantemente.

A falta de clareza e de correção da frase acima está devidamente reparada em:

(A) Foi estudiosa brasileira que escreveu livro influente a responsável pela contraposição efetiva dessa forma interpretativade nossa herança cultural, obsoleta, de que se pode dizer que foram abertos caminhos para novas contribuições do tema, o que é relevante.

(B) Sendo forma de interpretar a nossa herança cultural obsoleta recebeu contraposição efetivamente, vindo através de estudiosa brasileira e seu influente livro, que se pode dizer abriu caminho a novas contribuições para o tema relevante.

(C) A nossa herança cultural pela interpretação obsoleta teve efetivamente sua contraposição por meio de influente livro de uma estudiosa brasileira, com que se diz que abriu caminho para novas contribuições ao tema, sendo relevante.

(D) A efetiva contraposição a essa forma obsoleta de interpretar a nossa herança cultural veio de uma estudiosa brasileira em influente livro, do qual se pode dizer que abriu caminho a novas e relevantes contribuições para o tema.

(E) O influente livro pelas mãos de uma estudiosa brasileira realizou efetiva contraposição a essa forma de interpretar a nossa herança cultural, que, por ser obsoleta, foi efetiva, abrindo caminhos trilhados por novas e relevantes contribuições para o tema.

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18. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)A redação clara e correta é:

(A) Discutia ao mínimo motivo que ela podia dar, gerando ambiente de discórdia que deixava os filhos tensos temendo por desenrolar da briga, que causasse mais problemas do que eles tinham.

(B) Concomitantemente à indicação dos finalistas e à decisão de como seria composto o júri que presidiria à última fase da seleção, revelou-se a identidade do patrocinador que havia desejado permanecer incógnito até quase o fim do concurso.

(C) Do sucesso anteriormente conhecido, próprio de recém- lançados pela gravadora, conheceu dias menos gloriosos devido o fato de seu estilo musical ser saturado e pela invasão de produções estrangeiras também.

(D) Aquilo que se imaginava extinto não desapareceu logo, por isso fazendo a revisão dos fatos é que se viu a permanência indesejada, que mereceu tanta crítica propondo ação imediata de aniquilamento.

(E) No capítulo descrevendo a cena histórica da destituição do presidente, tem-se os acontecimentos e os resultados a curtoe longo prazo, que definiram não só a sucessão, porém o destino do país igualmente.

14- INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS(FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)

Atenção: As questões de números 1 a 3 referem-se ao texto seguinte.

Fotografias

Toda fotografia � um portal aberto para outra dimens�o: o passado. A c�mara otogr�fica � uma verdadeira m�quina do tempo, transformando o que � naquilo que j� n�o � mais, porque o que temos diante dos olhos � transmudado imediatamente em passado no momento do clique. Costumamos dizer que a fotografia congela o tempo, preservando um momento passageiro para toda a eternidade, e isso n�o deixa e ser verdade. Todavia, existe algo que descongela essa imagem: nosso olhar. Em franc�s, imagem e magia cont�m as mesmas cinco letras: image e magie. Toda imagem � magia, e nosso olhar � a varinha de cond�o que descongela o instante aprisionado nas geleiras eternas do tempo fotogr�fico.

Toda fotografia � uma esp�cie de espelho da Alice do Pa�s das Maravilhas, e cada pessoa que mergulha nesse espelho de papel sai numa dimens�o diferente e vivencia experi�ncias diversas, pois o lado de l� � como o albergue espanhol do ditado: cada um s� encontra nele o que trouxe consigo. Al�m disso, o significado de uma imagem muda com o passar do tempo, at� para o mesmo observador.

Variam, tamb�m, os n�veis de percep��o de uma fotografia. Isso ocorre, na verdade, com todas as artes: um m�sico, por exemplo, � capaz de perceber dimens�es sonoras inteiramente insuspeitas para os leigos. Da mesma forma, um fot�grafo profissional l� as imagens fotogr�ficas de modo diferente daqueles que desconhecem a sintaxe da fotografia, a “escrita da luz”. Mas � dif�cil imaginar algu�m que seja insens�vel � magia de uma foto.

(Adaptado de Pedro Vasquez, em Por trás daquela foto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010)

01- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA) O segmento do texto que ressalta a ação mesma da percepção de uma foto é:

(A) A c�mara fotogr�fica � uma verdadeira m�quina do tempo.

(B) a fotografia congela o tempo.

(C) nosso olhar � a varinha de cond�o que descongela o instante aprisionado.

(D) o significado de uma imagem muda com o passar do tempo.

(E) Mas � dif�cil imaginar algu�m que seja insens�vel � magia de uma foto.

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02-(FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)No contexto do último parágrafo, a referência aos vários níveis de percepção de uma fotografia remete

(A) à diversidade das qualidades intrínsecas de uma foto.

(B) às diferenças de qualificação do olhar dos observadores.

(C) aos graus de insensibilidade de alguns diante de uma foto.

(D) às relações que a fotografia mantém com as outras artes.

(E) aos vários tempos que cada fotografia representa em si mesma.

03- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Atente para as seguintes afirmações:

I. Ao dizer, no primeiro parágrafo, que a fotografia congela o tempo, o autor defende a ideia de que a

realidade apreendida numa foto já não pertence a tempo algum.

II. No segundo parágrafo, a menção ao ditado sobre o albergue espanhol tem por finalidade sugerir que o olhar do observador não interfere no sentido próprio e particular de uma foto.

III. Um fotógrafo profissional, conforme sugere o terceiro parágrafo, vê não apenas uma foto, mas os recursos de uma linguagem específica nela fixados.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma SOMENTE em:

(A) I e II. (B) II e III. (C) I. (D) II. (E) III.

(FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)

Atenção: As questões de números 4 a 7 referem-se ao texto seguinte.

Discriminar ou discriminar?

Os dicionários não são úteis apenas para esclarecer o sentido de um vocábulo; ajudam, com frequência, a iluminar tesescontrovertidas e mesmo a incendiar debates. Vamos ao Dicionário

Houaiss, ao verbete discriminar, e lá encontramos, entre outras, estas duas acepções: a) perceber diferenças; distinguir, discernir; b) tratar mal ou de modo injusto, desigual, um indivíduo ou grupo de indivíduos, em razão de alguma característica pessoal, cor da pele, classe social, convicções etc.

Na primeira acepção, discriminar é dar atenção às diferenças, supõe um preciso discernimento; o termo transpira o sentido positivo de quem reconhece e considera o estatuto do que é diferente. Discriminar o certo do errado é o primeiro passo no caminho da ética. Já na segunda acepção, discriminar é deixar agir o preconceito, é disseminar o juízo preconcebido. Discriminar alguém: fazê-lo objeto de nossa intolerância.

Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade. Nesse caso, deixar de discriminar (no sentido dediscernir) é permitir que uma discriminação continue (no sentido de preconceito). Estamos vivendo uma época em que a bandeira da discriminação se apresenta em seu sentido mais positivo: trata-se de aplicar políticas afirmativas para promover aqueles que vêm sofrendo discriminações históricas. Mas há, por outro lado, quem veja nessas propostas afirmativas a forma mais censurável de discriminação... É o caso das cotas especiais para vagas numa universidade ou numa empresa: é uma discriminação, cujo sentido positivo ou negativo depende da convicção de quem a avalia. As acepções são inconciliáveis, mas estão no mesmo verbete do dicionário e se mostram vivas na mesma sociedade.

(Aníbal Lucchesi, inédito)

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Prof. Antônio Carlos Alves 29 FCC 2012 - Exercícios nível superior

04- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)A afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar

(A) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras controvérsias entre os usuários.

(B) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que não é reconhecido por todos.

(C) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a esse vocábulo.

(D) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a origem de um vocábulo.

(E) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a convicções incompatíveis.

05- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Diz-se que tratar igualmente os desiguais é perpetuar a desigualdade.

Da afirmação acima é coerente deduzir esta outra:

(A) Os homens são desiguais porque foram tratados com o mesmo critério de igualdade.

(B) A igualdade só é alcançável se abolida a fixação de um mesmo critério para casos muito diferentes.

(C) Quando todos os desiguais são tratados desigualmente, a desigualdade definitiva torna-se aceitável.

(D) Uma forma de perpetuar a igualdade está em sempre tratar os iguais como se fossem desiguais.

(E) Critérios diferentes implicam desigualdades tais que os injustiçados são sempre os mesmos.

06- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) iluminar teses controvertidas (1o parágrafo) = amainar posições dubitativas.

(B) um preciso discernimento (2o parágrafo) = uma arraigada dissuasão.

(C) disseminar o juízo preconcebido (2o parágrafo) = dissuadir o julgamento predestinado.

(D) a forma mais censurável (3o parágrafo) = o modo mais repreensível.

(E) As acepções são inconciliáveis (3o parágrafo) = as versões são inatacáveis.

07- (FCC-2012-TRT 11ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Está correto o emprego da expressão sublinhada em:

(A) Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma ambiguidade.

(B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se contrapuseram por considerá-las discriminatórias.

(C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas, com as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso debate público.

(D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem vê cada palavra como a expressão de um único sentido.

(E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes.

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Prof. Antônio Carlos Alves 30 FCC 2012 - Exercícios nível superior

(FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)

Atenção: As questões de números 8 a 11 referem-se ao texto seguinte.

Economia religiosa

Concordo plenamente com Dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. A declaração do prelado vem como crítica à professora de uma escola pública de Minas Gerais que hostilizou um aluno ateu que se recusara a

rezar o pai-nosso em sua aula.

É uma boa ocasião para discutir o ensino religioso na rede pública, do qual a CNBB é entusiasta. Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. Admitamos, para efeitos de argumentação, que seja do interesse do Estado que os jovens sejam desde cedo expostos ao ensino religioso. Deve-se então perguntar se essa é uma tarefa que cabe à escola pública ou se as próprias organizações são capazes de supri-la, com seus programas de catequese, escolas dominicais etc.

A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700). Creio que aqui vale a regra econômica, segundo a qual o Estado deve ficar fora das atividades de que o setor privado já dá conta.

Outro ponto importante é o dos custos. Não me parece que faça muito sentido gastar recursos com professores de re ligião, quando faltam os de matemática, português etc.. Ao contrário do que se dá com a religião, é difícil aprender física na esquina.

Até 1997, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação acer-tadamente estabelecia que o ensino religioso nas escolas ofi-ciais não poderia representar ônus para os cofres públicos. A bancada religiosa emendou a lei para empurrar essa conta para o Estado. Não deixa de ser um caso de esmola com o chapéu alheio.

(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, 06/04/2012)

08- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)No que diz respeito ao ensino religioso na escola pública, o autor mantém-se

(A) esquivo, pois arrola tanto argumentos que defendem a obrigatoriedade como o caráter facultativo da implementação desse ensino.

(B) intransigente, uma vez que enumera uma série de razões morais para que se proíba o Estado de legislar sobre quaisquer matérias religiosas.

(C) pragmático, já que na base de sua argumentação contra o ensino religioso na escola pública estão razões de ordem jurídica e econômica.

(D) intolerante, dado que deixa de reconhecer, como ateu declarado, o direito que têm as pessoas de decidir sobre essa matéria.

(E) prudente, pois evita pronunciar-se a favor da obrigatoriedade desse ensino, lembrando que ele já vem sendo ministrado por muitas entidades.

09- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)Atente para estas afirmações:

I. Ao se declarar um cidadão ao mesmo tempo ateu e liberal, o autor enaltece essa sua dupla condição pessoal valendo-se do exemplo da própria CNBB.

II. A falta de oportunidade para se acessarem mensagens religiosas poderia ser suprida, segundo o autor, pela criação de redes de comunicação voltadas para esse fim.

III. Nos dois últimos parágrafos, o autor mostra não reconhecer nem legitimidade nem prioridade para a implementação do ensino religioso na escola pública.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em

(A) I, II e III. (B) I e II, apenas.

(C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas.

(E) III, apenas.

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Prof. Antônio Carlos Alves 31 FCC 2012 - Exercícios nível superior

10- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)Pode-se inferir, com base numa afirmação do texto, que

(A) o ensino religioso demanda profissionais altamente qualificados, que o Estado não teria como contratar.

(B) a bancada religiosa, tal como qualificada no último parágrafo, partilha do mesmo radicalismo de Dom Tarcísio Scaramussa.

(C) as instituições públicas de ensino devem complementar o que já fazem os templos, a exemplo

do que ocorre na cidade de São Paulo.

(D) o aprendizado de uma religião não requer instrução tão especializada como a que exigem as ciências exatas.

(E) os membros da bancada religiosa, sobretudo os liberais, buscam favorecer o setor privado na implementação do ensino religioso.

11- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVO)Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente um segmento em:

(A) A declara��o do prelado vem como cr�tica (1º parágrafo) = o pronunciamento do dignitário eclesiástico surge como censura

(B) Admitamos, para efeitos de argumenta��o (2º parágrafo) = Consignemos, a fim de especulação

(C) sejam desde cedo expostos ao ensino religioso (2º parágrafo) = venham prematuramente a expor-se no ensino clerical

(D) onipresentes em r�dios (3º parágrafo) = discriminadas por emissoras de rádio

(E) n�o poderia representar �nus (5º parágrafo) = implicaria que se acarretasse prejuízo

(FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)

Atenção: As questões de números 12 a 16 referem-se ao texto seguinte.

Fora com a dignidade

Acho �timo que a Igreja Cat�lica tenha escolhido a sa�de p�blica como tema de sua campanha da fraternidade deste ano. Todas as burocracias – e o SUS n�o � uma exce��o – t�m a tend�ncia de acomodar-se e, se n�o as sacudirmos de vez em quando, caem na abulia. � bom que a Igreja use seu poder de mobiliza��o para cobrar melhorias.

Tenho d�vidas, por�m, de que o foco das a��es deva ser o combate ao que dom Odilo Scherer, numa entrevista, chamou de terceiriza��o e comercializa��o da sa�de. � verdade que colocar um pre�o em procedimentos m�dicos nem sempre leva ao melhor dos desfechos, mas � igualmente claro que consultas, cirurgias e drogas t�m custos que precisam ser gerenciados. Ignorar as leis de mercado, como parece sugerir dom Odilo, provavelmente levaria o sistema ao colapso, prejudicando ainda mais os pobres.

Para o religioso, � “a dignidade do ser humano” que deve servir como crit�rio moral na tomada de decis�es relativas a vida e morte. O problema com a “dignidade” � que ela � subjetiva demais. A pluralidade de cren�as e prefer�ncias do ser humano � tamanha que o termo pode significar qualquer coisa, desde no��es banais, como n�o humilhar desnecessariamente o paciente (for�ando-o, por exemplo, a usar aqueles horr�veis aventais vazados atr�s), at� a ades�o profunda a um dogma religioso (h� confiss�es que n�o admitem transfus�es de sangue).

Numa sociedade democr�tica n�o podemos simplesmente apanhar uma dessas concep��es e elev�-la a valor uni- versal.E, se � para operar com todas as no��es poss�veis, ent�o j� n�o estamos falando de dignidade, mas, sim, de respeito � autonomia do paciente, conceito que a substitui sem perdas.

(Hélio Schwartsman. Folha de S. Paulo, março/2012)

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Prof. Antônio Carlos Alves 32 FCC 2012 - Exercícios nível superior

12- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)Ao mesmo tempo em que reconhece a importância de a Igreja Católica ter escolhido a saúde como tema da campanha da

fraternidade, o autor NÃO aprova que o foco das ações deva ser, como propõe dom Odilo Scherer,

(A) o apoio às iniciativas que valorizem sobretudo os serviços terceirizados no campo da saúde.

(B) a franca resistência às iniciativas comerciais que subordinam as questões da saúde às leis do mercado.

(C) a transferência de responsabilidades na área da saúde, de modo a privilegiar as empresas mais habilitadas.

(D) a estatização dos serviços essenciais, a fim de harmonizar o interesse público e as leis do livre mercado.

(E) a clara demarcação entre o que compete ao Estado e o que compete à iniciativa privada, na área da saúde.

13- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)Atente para as seguintes afirmações:

I. O título do texto é inteiramente irônico, pois ao longo dele o autor valoriza, exatamente, o que costuma ser definido como "a dignidade do ser humano".

II. A despeito da pluralidade de crenças religiosas, o autor acredita que a base de todas elas está no que se pode definir como respeito à autonomia do paciente.

III. O conceito de dignidade é questionado pelo autor, que não o acolhe como uma concepção bem

determinada e de valor universal.

Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afirma em

(A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.

14- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)A frase em que se afirma uma posição inteiramente contrária às convicções do autor do texto é:

(A) Em virtude de se apoiar na subjetividade humana, o conceito de dignidade não se determina de modo claro e insofismável.

(B) A variedade das reações e interdições que as crenças impõem a tratamentos de saúde indica a pluralidade dos valores subjetivos.

(C) Os mais pobres seriam os mais prejudicados, caso se levasse a efeito alguma proposta baseada na posição de dom Odilo Scherer.

(D) Ignorar todas as leis de mercado, na área da saúde, redunda na impossibilidade de funcionamento do sistema.

(E) Numa sociedade democrática, o gerenciamento de custos na área da saúde não pode levar em conta as leis do mercado.

15- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) têm a tendência de acomodar-se (1º parágrafo) = reiteram uma conciliação

(B) nem sempre leva ao melhor dos desfechos (2º parágrafo) = amiúde vai ao encontro dos seus objetivos

(C) têm custos que precisam ser gerenciados (2º parágrafo) = há os ônus que requerem ratificação

(D) adesão profunda a um dogma (3º parágrafo) = plena aceitação de um rígido preceito

(E) elevá-la a valor universal (4º parágrafo) = reconhecê-la como plenamente aceitável

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Prof. Antônio Carlos Alves 33 FCC 2012 - Exercícios nível superior

16- (FCC-2012-TRT-6ª-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIA)No contexto do 4o parágrafo, o segmento conceito que a substitui sem perdas deve ser entendido mais explicitamente como:

(A) A dignidade é substituída, sem perdas, pelo conceito de autonomia do paciente.

(B) A dignidade substitui, sem perdas, o conceito de autonomia do paciente.

(C) A autonomia do paciente deve ser substituída, sem perdas, pela dignidade dele.

(D) Substituem-se, sem perdas, tanto o conceito de dignidade como o de autonomia do paciente.

(E) A autonomia do paciente só será substituída sem perdas no caso de haver nele dignidade.

(FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)

Atenção: As questões de números 17 a 22 referem-se ao texto seguinte.

Intolerância religiosa

Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos religiosos.

A humanidade inteira segue uma religião ou crê em algum ser ou fenômeno transcendental que dê sentido à existência. Os que não sentem necessidade de teorias para explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos que parecem extraterrestres. Dono de um cérebro com capacidade de processamento de dados incomparável na escala animal, ao que tudo indica só o homem faz conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade de que a última batida do coração decrete o fim do espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo gerado por ela, nasce a tendência a acreditar que somos eternos, caso único entre os seres vivos.

Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto, mulheres e homens avessos a interferências mágicas em assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado, para eles a vida eterna não faz sentido.

Não se trata de opção ideológica: o ateu não acredita simplesmente porque não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva alguém a crer leva outro a desacreditar. Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também

são ateus quando confrontados com crenças alheias.

O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez apropriar-se indevidamente das melhores qualidades humanas e atribuir as demais às tentações do Diabo. Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo constituem reserva de mercado dos tementes a Deus, embora em nome Dele sejam cometidas as piores atrocidades.

Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.

(Drauzio Varella, Folha de S. Paulo, 21/04/2012)

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17- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)O título Intolerância religiosa refere-se fundamentalmente, tal como se depreende do desenvolvimento do texto, ao fato

de que

(A) as diferentes religiões acabam por hostilizar-se em função de diferenças pouco relevantes.

(B) as pessoas religiosas tendem, por vezes, a demonstrar pouco ou nenhum respeito por quem não creia em Deus.

(C) as convicções de um ateu soam intolerantes quando apresentadas a um homem de fé.

(D) a compaixão e a tolerância são praticadas com mais facilidade por aqueles que não têm religião.

(E) a paciência e a resignação são atributos religiosos que os ateus deveriam reconhecer melhor.

18- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)A afirmação final de que os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam

(A) é contraditória em relação ao respeito que diz ter o autor pelos que professam uma religião.

(B) é um argumento em favor das crenças que se apropriam das melhores qualidades humanas.

(C) expõe a convicção de que somente os ateus são capazes de discernir entre o bem e o mal.

(D) indica como critério de julgamento moral o valor do que é efetivamente praticado por alguém.

(E) expressa a convicção de que os homens escolhem os caminhos de acordo com seus interesses pessoais.

19- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Atente para as seguintes afirmações :

I. O medo de morrer acaba por incutir nos homens a rejeição da ciência, fazendo-os acreditar que somente os religiosos sejam imortais.

II. O fato de haver tantas religiões parecidas no mundo leva o autor a questionar a superioridade que cada uma reivindica para si.

III. O autor admite o fato de que a religião pode fortalecer intimamente uma pessoa, tendo aprendido a respeitar a quem tem fé.

Em relação ao texto está correto o que se afirma em

(A) I, II e III. (B) I e II, apenas.

(C) I e III, apenas. (D) III, apenas.

(E) II e III, apenas.

20- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)As convicções materialistas do autor levam-no a considerar o homem como um ser da natureza, não mais que i sso. É o que se comprova na seguinte passagem:

(A) Dono de um cérebro com capacidade de proces samento de dados incomparável na escala animal (...)

(B) Todos os povos que deixaram registros manifestaram a crença de que sobreviveriam à decompo sição de seus corpos.

(C) Não se trata de opção ideológica: o ateu não acre dita simplesmente porque não consegue.

(D) O ateu desperta a ira dos fanáticos, porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar suas próprias convicções.

(E) Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores (...)

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21- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Está correta a seguinte afirmação sobre um aspecto do texto:

(A) em para explicar a que viemos (2º parágrafo), o elemento sublinhado tem o sentido de o meio pelo qual.

(B) a expressão s� o homem faz conjecturas (2º parágrafo) refere-se ao pensamento típico de um ateu.

(C) em Para atender esse desejo (3º parágrafo), o elemento sublinhado refere-se ao destino dos corpos depois da morte.

(D) a expressão Perseguidos e assassinados no passado (3º parágrafo) refere-se aos primitivos mártires cristãos.

(E) a expressão mulheres e homens avessos a interfer�ncias m�gicas (3º parágrafo) refere-se a quem não crê em fenômenos transcendentes.

22- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-ADMINISTRATIVA)Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) capacidade de processamento de dados (2º parágrafo) = habilidade para investigar conceitos

(B) N�o se trata de op��o ideol�gica (4º parágrafo) = não consta haver escolha consciente

(C) discordar de sua cosmovis�o (4º parágrafo) = ir de encontro à sua visão de mundo

(D) desperta a ira dos fan�ticos (5º parágrafo) = conclama o ódio aos sectários

(E) por mais bizarras que a mim pare�am (6º parágrafo) = tanto mais agressivas eu as julgue

(FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)

Instrução: Para responder às questões de números 23 a 26, considere o texto a seguir.

“Gene da longevidade” pode aumentar risco de Alzheimer

Se h� centen�rios na sua fam�lia, � grande a chance de voc� tamb�m ter vida longa. Disseminada na cultura popular, essa

no��o ganhou respaldo cient�fico em 2010, quando neuro-cientistas da Universidade de Boston identificaram, em uma pesquisa com

1.055 pessoas com mais de 90 anos, “genes da longevidade” − 150 variantes gen�ticas associadas � propens�o para viver mais.

Agora, um estudo publicado no peri�dico Aging Cell sugere que uma delas aumenta o risco de desenvolver Alzheimer.

Ao analisarem tecidos cerebrais de 590 pessoas que morreram com mais de 90 anos, pesquisadores do Centro M�dico

da Universidade de Rush, em Chicago, observaram que uma variante, a prote�na de transfer�ncia de �steres de colesterol (CEPT,

na sigla em ingl�s), est� relacionada a maior quantidade de placas amiloides, caracter�sticas da doen�a neurodegenerativa.

Os resultados contradizem um estudo divulgado pouco tempo antes no Journal of American Medical Association, que

sugeriu que a CEPT estava relacionada a maior agilidade mental em pessoas com mais de 70 anos − resultado mais evidente em

volunt�rios descendentes de judeus do leste europeu. Qual estudo est� “certo”? “Talvez nenhum. H� muitas outras variantes, talvez

ainda desconhecidas; seria precipitado relacionar a CEPT diretamente � propens�o para desenvolver a dem�ncia”, diz o neurocientista

David Bennet, um dos autores da pesquisa da Universidade de Rush.

(Adaptado de Neurocircuito. Patologia. Mente Cérebro: Psicologia, psicanálise, neurociência. São Paulo: Duetto, Ano IX,n.

229. p. 76)

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23- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)A correta aprecia��o do primeiro par�grafo permite afirmar que o autor

(A) equipara a intui��o popular ao saber cient�fico, concebendo o segundo como pouco avan�ado em rela��o � primeira.

(B) confere credibilidade a uma observa��o corrente entre leigos, apesar de se manter isento quanto � validade de tal observa��o.

(C) aponta os resultados de uma pesquisa mais recente como plena retifica��o de estudo anterior.

(D) toma os achados de dois estudos como divergentes entre si, mas como convergentes no respaldo que conferem a uma no��o disseminada na cultura popular.

(E) recorre a dados quantitativos para concordar com o que foi postulado acerca dos “genes da longevidade”.

24- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)Considere as afirma��es a seguir.

I. As formas pronominais sua e voc� referem-se, exclusivamente, ao leitor; assim, o per�odo n�o pode ser reescrito deste modo: “Se h� centen�rios em uma fam�lia, � tamb�m grande a chance de se ter vida longa".

II. No per�odo H� muitas outras variantes, talvez ainda desconhecidas, tem-se uma contradi��o e uma impropriedade vocabular: afirma-se a exist�ncia do que � desconhecido e se usa variante em vez de

“vari�vel” (palavra mais apropriada ao contexto).

III. A op��o por citar as palavras de David Bennet e apresent�-lo como um dos envolvidos na pesquisa tem o efeito de conferir mais credibilidade ao que se afirma.

De acordo com o texto, est� correto APENAS o que se encontra em

(A) I.

(B) II.

(C) III.

(D) I e II.

(E) II e III.

25- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)Considerado o terceiro par�grafo do texto, assinale a alternativa correta.

(A) O travess�o introduz certa relativiza��o do que se afirmou anteriormente, estando, assim, em conflu�ncia com o sentido que sugeriu empresta ao relato.

(B) A reprodu��o do que teria dito David Bennet amplia o foco da quest�o que o texto desenvolve: o neurocientista se refere � dem�ncia, como fen�mero geral, e n�o a Alzheimer.

(C) A refer�ncia a decendentes de judeus do leste europeu enfatiza o car�ter pol�mico do resultado mencionado − baseado em preconceito �tnico − e fundamenta a quest�o que se formula em seguida.

(D) A pergunta ret�rica Qual estudo est� “certo”? sintetiza a inquieta��o do autor − supostamente partilhada pelo leitor −diante das contradi��es mencionadas, mas � irrelevante para a articula��o das diferentes partes do par�grafo.

(E) Em sua fala, o neurocientista David Bennet, diante da aus�ncia de dados conclusivos, descarta a possibilidade de se relacionar a CEPT � propens�o para desenvolver dem�ncia.

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26- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)O segundo par�grafo abona o seguinte coment�rio:

(A) H� um equ�voco na pontua��o: no in�cio do par�grafo, para dar conta do sentido apropriado � descri��o do procedimento, deveria haver, necessariamente, uma v�rgula depois da palavra pessoas.

(B) O segmento Ao analisarem, de valor temporal, poderia ser substitu�do por “Assim que analisaram”, sem preju�zo para o sentido e a corre��o do per�odo.

(C) O fragmento [d]a doen�a neurodegenerativa retoma, ao mesmo tempo em que caracteriza, uma palavra mencionada no par�grafo anterior.

(D) A palavra caracter�sticas, que se refere a uma variante e a placas amiloides, deve ser compreendida como uma vers�o sint�tica da express�o “estruturas caracter�sticas”.

(E) � facultativa a ocorr�ncia do sinal indicativo de crase em relacionada a maior quantidade, isto �, tal ocorr�ncia n�o implica incorre��o gramatical, nem altera��o do sentido original.

(FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICI�RIO-JUDICI�RIO)

Instru��o: Para responder �s quest�es de n�meros 27 a 30, considere o texto a seguir.

Os int�rpretes do Brasil e das na��es egressas de sistemas coloniais partem, desde os meados do s�culo XX, da aceita��o t�cita ou manifesta de uma dualidade fundamental: centro versus periferia.

Creio ser razo�vel perguntar se essa oposi��o � estrutural ou hist�rica; e, em consequ�ncia, se � est�tica ou din�mica, se est� fixada para todo o sempre como um conceito ontol�gico, ou se est� sujeita ao tempo, logo � possibilidade de varia��o e mudan�a.

H� uma passagem em A era dos imp�rios de Eric Hobsbawm em que o historiador exprime a sua perplexidade em face do discurso sobre a diferen�a entre “partes avan�adas e atrasadas, desenvolvidas e n�o desenvolvidas do mundo”:

“Definir a diferen�a entre partes avan�adas e atrasadas,

desenvolvidas e n�o desenvolvidas do mundo � um

exerc�cio complexo e frustrante, pois tais classifica��es

s�o por natureza est�ticas e simples, e a realidade que

deveria se adequar a elas n�o era nenhuma das duas

coisas. O que definia o s�culo XIX era a mudan�a: mudan�a

em termos de e em fun��o dos objetivos das regi�es

din�micas do Atl�ntico norte, que eram, � �poca, o

n�cleo do capitalismo mundial. Com algumas exce��es

marginais e cada vez menos importantes, todos os pa�ses,

mesmo os at� ent�o mais isolados, estavam, ao

menos perifericamente, presos pelos tent�culos dessa

transforma��o mundial. Por outro lado, at� os mais

‘avan�ados’ dos pa�ses ‘desenvolvidos’ mudaram parcialmente

atrav�s da adapta��o da heran�a de um passado

antigo e ‘atrasado’, e continham camadas e parcelas

da sociedade resistentes � transforma��o. Os historiadores

quebram a cabe�a procurando a melhor maneira

de formular e apresentar essa mudan�a universal,

por�m diferente em cada lugar, a complexidade de seus

padr�es e intera��es e suas principais tend�ncias.”

231. Eric Hobsbawm, A era dos impérios. 1875-1914, 11. ed.S�o Paulo: Paz e Terra, 2007. p.46.

(Alfredo Bosi, “O mesmo e o diferente”. IN Ideologia e contraideologia. S�o Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 227-228)

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Prof. Antônio Carlos Alves 38 FCC 2012 - Exercícios nível superior

27- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)Quanto � oposi��o centro versus periferia, Alfredo Bosi

(A) rejeita-a, pois a considera obsoleta por ter sido formulada em meados do s�culo XX.

(B) critica-a, pois esse estudioso repele as dualidades que lhe s�o consequentes.

(C) relativiza-a, pois acata sua validade na interpreta��o das rela��es entre pa�ses estabelecidas no s�culo passado, mas n�o no atual.

(D) problematiza-a, pois prop�e tanto a investiga��o de sua natureza, quanto do que � decorrente dos elementos constitutivos dessa natureza.

(E) promove-a, pois a julga par�metro definitivo no caso de an�lise de pa�ses colonizados, a exemplo do Brasil.

28- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)Considerado o fragmento que corresponde � cita��o do historiador � correto afirmar:

(A) Eric Hobsbawm entende como err�neas as classifica��es que n�o acolhem, sob uma �nica rubrica, a totalidade dos pa�ses, inclusive os perif�ricos.

(B) � leg�timo presumir que o coment�rio de Eric Hobsbawm, embora de valor abrangente, remete de modo direto � observa��o do s�culo XIX, como o comprova o emprego da forma verbal era, na frase inicial.

(C) a refer�ncia feita �s regiões dinâmicas do Atlântico norte constitui, na organiza��o do trecho, o argumento mais valorizado por Eric Hobsbawm para definir a diferen�a entre partes avan�adas e atrasadas do mundo.

(D) para convencer o leitor quanto � validade de seu pensamento, Eric Hobsbawm por vezes enfatiza uma ideia por meio de uma mera repeti��o: em Com algumas exceções marginais e cada vez menos importantes, os elementos grifados expressam exatamente a mesma no��o.

(E) as aspas empregadas por Eric Hobsbawm foram utilizadas exatamente com a mesma fun��o das que ocorrem no texto de Alfredo Bosi: evidenciar a concord�ncia com as palavras que est�o citadas.

29- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)Considere ainda as palavras de Eric Hobsbawm e as presun��es que seguem.

I. Os avan�ados centros norte-americanos capitalistas do s�culo XIX foram os �nicos que, por constitu�rem a for�a motriz da transforma��o mundial, conseguiram preservar intacta sua pr�pria organiza��o social.

II. Mudan�as no organismo social podem ter natureza end�gena.

III. A categoria “universal” dispensa a homogenia, nos variados planos que podem ser observados ao se avaliar um fen�meno.

O texto legitima o que se l� em

(A) I, II e III.

(B) I e III, apenas.

(C) II e III, apenas.

(D) III, apenas.

(E) II, apenas.

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Prof. Antônio Carlos Alves 39 FCC 2012 - Exercícios nível superior

30- (FCC-2012-TST-ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO)No contexto, são equivalentes os segmentos indicados na seguinte alternativa:

(A) nações egressas de sistemas coloniais / nações que conservam as estruturas dos países que as colonizaram.

(B) aceitação tácita [...] de uma dualidade / adesão não formalmente expressa a uma dualidade.

(C) estrutural ou histórica / estratificada na contemporaneidade ou tradicional.

(D) um conceito ontológico / uma concepção pragmática do real.

(E) exprime a sua perplexidade / expressa com vigor seu encantamento.

FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA-PROVA

Atenção: As questões de números 31 a 34 referem-se ao texto que segue.

Valores ocidentais

Quando o discurso político alcança seu nível maisraso, os "valores ocidentais" aparecem. Normalmente,eles são utilizados para expor "aquilo pelo qual lutamos",

aquilo que pretensamente faria a diferença e asuperioridade moral de nossa forma de vida -esta que

encontraria sua melhor realização no interior dassociedades democráticas liberais.

Nesse sentido, mesmo quando criticamos nossassociedades ocidentais, não seríamos capazes de sair dohorizonte normativo que define o conjunto de seusvalores.

Pois se, por exemplo, criticamos a falta deliberdade e a injustiça social, seria sempre em nome devalores que ainda não se realizaram, mas a respeito dosquais nós, ocidentais, saberíamos, de antemão, seusentido.

Para aqueles que impostam a voz na hora defalar em nome dos valores ocidentais, não há conflitos arespeito do que liberdade, justiça e autonomia significam.

Não passa pela cabeça deles que talvezestejamos diante de palavras que não têm conteúdonormativo específico, mas são algo como significantesvazios, disputados por interpretações divergentespróprias a uma sociedade marcada por antagonismosfundamentais.

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Prof. Antônio Carlos Alves 40 FCC 2012 - Exercícios nível superior

Por isso, se há algo que determina o que há demais importante na tradição ocidental é exatamente aideia de que não temos clareza a respeito do que nossosvalores significam. Pois o que nos leva a criticar

aspectos fundamentais de nossa sociedade não é umdéficit a propósito da realização de valores, mas um

sentimento que Freud bem definiu como mal-estar, ouseja, um sofrimento indefinido que nos lembra afragilidade de toda normatividade social extremamenteprescritiva.

Isso talvez nos explique por que os gregos, estesque teriam inventado a democracia ocidental com seusvalores, na verdade, legaram-nos apenas um valorfundamental: a suspeita de si.

Uma suspeita que se manifesta por meio da

exigência de saber acolher o que nos é estranho, o quenão porta mais nossa imagem, o que não tem mais afigura de nossa humanidade.

Quem leu as tragédias de Sófocles sabe comosua questão fundamental é o que ocorre quando a polisnão sabe mais acolher o que ainda não tem lugar nointerior de nossas formas de vida.

Por outro lado, quando Ulisses, o herói deHomero, perdia-se em sua errância sem fim, suaspalavras para os habitantes de outras terras eramsempre a exigência de abrigar o estrangeiro.

Por isso, o melhor que temos a fazer diante dosque sempre pregam os valores ocidentais é lembrá-losdas palavras de Nietzche: "Muitas vezes, é necessáriosaber se perder para poder encontrar-se".

(Vladimir Safatle. Folha de S.Paulo, opinião,terça-feira,13 de dez. de 2011. p. 2)

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Prof. Antônio Carlos Alves 41 FCC 2012 - Exercícios nível superior

31. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)O autor

(A) considera que a expressão "valores ocidentais", nas sociedades democráticas liberais, padece da indefinição inerente a uma forma de vida essencialmente caracterizada por forte oposição de ideias.

(B) junta-se aos que criticam a sociedade ocidental especialmente quanto à falta de liberdade e à injustiça social, atribuindo essas imperfeições ao próprio universo grego, falho de conceitos que garantissem a equidade de direitos.

(C) expõe que discursos políticos de pouca profundidade − os que normalmente exibem de maneira ostentatória os ideais de quem os profere, em voz impostada − tratam falaciosamente de conflitos.

(D) assinala que os valores ocidentais, fundadores das autênticas sociedades democráticas, são desrespeitados por políticos que desconhecem artistas e pensadores indispensáveis dessa mesma tradição.

(E) denuncia a incapacidade que a sociedade contemporânea revela de se fixar num horizonte normativo, pelo fato de estar baseada em equívocos conceituais que, desde os gregos, provocam mal-estar social.

32. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)Entende-se corretamente do texto:

(A) As teorias de Freud explicam que a insatisfação com o mundo em que vive é própria do ser humano, em nada dependendo do modo como se organizam as sociedades.

(B) O homem ocidental não encontra outro ponto de referência para avaliar sua forma de vida que não seja o delineado pelos valores, ainda que considerados no plano da idealidade, das democracias liberais.

(C) Suspeitar de si, ou seja, fazer mau juízo de si no que se refere à natureza dos instintos humanos, é a única herança que o povo heleno ofertou à modernidade.

(D) Os políticos manifestam alienação ao não compreenderem que o homem moderno não almeja a superioridade moral, exatamente por ser consciente de que não há forma de vida realmente democrática.

(E) A sociedade contemporânea desconhece o que sejam valores, em virtude de vivenciar com exclusividade a falta, isto é, a ausência do que lhe é necessário e desejável para a realização de um modo de vida que seria superior.

33. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)Considere as assertivas a seguir.

I. A sequência Uma suspeita que se manifesta por meio da exigência de saber acolher o que nos é estranho, o que não porta mais nossa imagem, o que não tem mais a figura de nossa humanidade acolhe estruturas que, do ponto de vista semântico, são equivalentes.

II. Em um sentimento que Freud bem definiu como mal-estar, ou seja, um sofrimento indefinido que nos lembra a fragilidade de toda normatividade social extremamente prescritiva, o segmento introduzido por ou seja faz uma indicação mais acurada acerca da palavra que se acabou de apresentar,

constituindo a ordem dos elementos conectados pela expressão uma questão de escolha, determinada pela direção que se quer dar ao encadeamento lógico das ideias.

III. No processo de argumentação, as situações trazidas ao texto pela referência a Sófocles e pela referência a Ulisses representam circunstâncias contraditórias e igualmente insatisfatórias, o que motiva a referência final a Nietzche, cujas palavras nenhuma conexão estabelecem com o que se tem tanto na primeira, quanto na segunda menção.

O texto abona

(A) I, , apenas.

(B) II, apenas.

(C) II e III, apenas.

(D) I e II, apenas.

(E) I, II e III.

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Prof. Antônio Carlos Alves 42 FCC 2012 - Exercícios nível superior

34. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)Isso talvez nos explique por que os gregos, estes que teriam inventado a democracia ocidental com seus valores, na verdade, legaram-nos apenas um valor fundamental: a suspeita de si.

Considerada a frase acima, em seu contexto, o ÚNICO comentário que o texto NÃO legitima é o seguinte:

(A) Isso remete ao que se expõe anteriormente na frase iniciada por Por isso.

(B) A forma verbal explique é exigida por estar presente no enunciado uma ideia de possibilidade, não de certeza.

(C) Na construção adotada no enunciado, o emprego da próclise pronominal − "nos legaram" − é legítimo.

(D) A forma verbal teriam inventado exprime um fato suposto.

(E) Está em conformidade com o padrão culto escrito esta redação alternativa à do segmento destacado: "o motivo dos gregos legarem-nos apenas um valor fundamental".

Atenção: As questões de números 35 e36 referem-se ao texto que segue.

[...]

Não sei se V. Exa. Revma. é como eu. Eu gosto de contemplar o passado, de viver a vida que foi, de pensar nos homens que

antes de nós, ou honraram a cadeira que V. Exa. Revma. ocupa, ou espreitaram, como eu, as vidas alheias. Outras vezes estendo o

olhar pelo futuro adiante, e vejo o que há de ser esta boa cidade de S. Sebastião, um século mais tarde, quando o bonde for um veículo

tão desacreditado como a gôndola, e o atual chapéu masculino uma simples reminiscência histórica.

Podia contar-lhe em duas ou três colunas o que vejo no futuro e o que revejo no passado; mas, além de que não quisera

tomar o precioso tempo de V. Exa. Reverendíssima, tenho pressa de chegar ao ponto principal desta carta, com que abro a minha

crônica.

E vou já a ele.

(Machado de Assis. História de quinze dias: crônicas. 1877, 1 de janeiro. IN Obra completa, v. III, Rio de

Janeiro: José Aguilar, 1962. p. 352-353)

35. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)O fragmento autoriza o seguinte comentário:

(A) O pronome de tratamento, empregado em conformidade com o padrão culto escrito, evidencia que a carta com que se inicia a crônica é endereçada ao papa.

(B) Antes da menção explícita a a minha crônica, nada há que possa sugerir a hipótese de que as palavras do missivista estivessem inscritas em veículo de circulação pública.

(C) Dado que o dicionário registra adequadamente, no verbete viver, a acepção "1. ter vida, estar com vida", o modo como esse verbo foi empregado na carta constitui um pleonasmo a ser evitado, pois esse emprego não apresenta nenhuma motivação.

(D) O emprego de mas indica uma contraposição, sem que, entretanto, implique eliminação do primeiro dos dois segmentos que ele conecta, como o uso dessa palavra poderia acarretar.

(E) Em e o atual chapéu masculino uma simples reminiscência histórica, o emprego de simples sinaliza que, numa escala hierárquica, esta reminiscência histórica está num nível bem pouco elevado.

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36. (FCC-2012-TCE-SP-AGENTE DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA)Sobre a forma verbal indicada, é INCORRETO afirmar:

(A) honraram / exprime ação completamente concluída.

(B) for / indica um fato possível, considerado altamente provável.

(C) estendo / enuncia um fato que ocorre exclusivamente no momento em que o missivista se expressa.

(D) vou / marca um fato futuro, mas bastante próximo, como o confirma o emprego de j�.

(E) podia / está empregado com valor de futuro do pretérito.

(FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)

Atenção: As questões de números 37 a 42 referem-se ao texto abaixo.

Adeus, caligrafia

O an�ncio do fim dos exerc�cios para aprimoramento da letra cursiva – as velhas pr�ticas de caligrafia – ocorreu recentemente em Indiana, nos Estados Unidos. Dezenas de escolas j� adotaram o curr�culo que desobriga os estudantes de ter uma“boa letra” – j� dada como anacronismo. O fim do ensino da letra cursiva nos EUA provocou no Brasil uma onda, se n�o deprotestos, ao menos de lamento e nostalgia. As lam�rias t�m um precedente ilustre: “A escrita mecanizada priva a m�o da dignidade no dom�nio da palavra escrita e degrada a palavra, tornando-a um simples meio para o tr�fego da comunica��o”, queixou-se, h� quase setenta anos, o fil�sofo Martin Heidegger. “Ademais, a escrita mecanizada tem a vantagem de ocultar a caligrafia e, portanto, o car�ter do indiv�duo”. Heidegger reclamava, numa palestra que fez em 1942, da ado��o progressiva das m�quinas de escrever.

Os jovens americanos nunca escreveram tanto como hoje. Segundo estudos realizados recentemente, o adolescente daquele pa�s manda e recebe todo m�s cerca de 3.300 mensagens de texto por celular. O fim do ensino da letra cursiva reflete esses novos h�bitos – um dia tamb�m foi preciso tirar do curr�culo a marcenaria para meninos e a costura para as meninas.

As crian�as que deixarem de aprender letra cursiva (tamb�m j� chamada de “letra de m�o”) pagar�o um certo custocognitivo, ao menos segundo alguns estudiosos. A escrita manual estimularia os processos de memoriza��o e representa��o verbal. A pr�tica do desenho de letras favoreceria a atividade

cerebral em regi�es ligadas ao processamento visual.

Mas a substitui��o da escrita manual pela digita��o n�o assusta o neurocientista Roberto Lent. “N�o h� grande diferen�aentre traduzir ideias em s�mbolos com movimentos cursivos ou por meio da percuss�o de teclas. Ambas s�o atividades motoras e envolvem grupos neuronais diferentes da mesma �rea do c�rebro”, afirmou. Para ele, as implica��es culturais da mudan�a s�o mais preocupantes do que as de fundo biol�gico. “Ser� interessante para a humanidade n�o saber mais escrever a m�o?” – indaga. O tempo dir�.

(Adaptado da Revista PIAUÍ 59, agosto/2011. p.74)

37. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Em relação ao progressivo abandono da escrita cursiva, as posições do filósofo Martin Heidegger e do neurocientistaRoberto Lent

(A) são convergentes, pois ambos acreditam que o fim da prática de caligrafia implicará prejuízo para certas áreas neuronais.

(B) são antagônicas, pois o neurologista não vê, com o fim da caligrafia, qualquer prejuízo para as atividades culturais, como viu o filósofo.

(C) baseiam-se em ênfases distintas: um trata do reconhecimento autoral ameaçado, ao passo que o

outro avalia as implicações biológicas.

(D) opõem-se diametralmente, já que o primeiro vê desvantagens exatamente onde o segundo reconhece tão somente efeitos positivos.

(E) aproximam-se bastante: há, em ambos, a suspeita de que a digitação trará sério retrocesso para as atividades culturais da humanidade.

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38. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)No primeiro par�grafo do texto, afirma-se que o an�ncio do fim da caligrafia, ocorrido em Indiana,

(A) gerou protestos veementes do fil�sofo Martin Heidegger, que levantou argumentos contra a escrita mecanizada.

(B) teve como efeito a exclus�o da letra cursiva em boa parte da escolas norte-americanas.

(C) gerou uma rea��o cr�tica, anacr�nica e injustific�vel por parte de quem v� como indispens�vel ter “boa letra”.

(D) repercutiu desfavoravelmente entre n�s, em uma rea��o menos cr�tico-anal�tica do que emocional.

(E) granjeou s�rios advers�rios, que passaram a alertar contra os riscos de uma degrada��o neurol�gica.

39. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Atente para as seguintes afirma��es:

I. Para Martin Heidegger, a escrita mecanizada acaba por constituir um canal impessoal de comunica��o, ocultando aspectos reveladores da identidade do sujeito.

II. O autor lembra que reformas curriculares ocorrem eventualmente, n�o sendo novidade a exclus�o de atividades que deixam de ter justificativa como pr�ticas escolares.

III. H� consenso entre especialistas de v�rias �reas quanto aos �nus que o abandono da caligrafia trar� para o desenvolvimento da nossa capacidade cognitiva.

Em rela��o ao texto, est� correto o que consta APENAS em

(A) I. (B) II. (C) III. (D) II e III. (E) I e II.

40. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) As lamúrias têm um precedente ilustre (1� par�grafo) = os lamentos t�m um nobre antecedente

(B) o currículo que desobriga os estudantes (1� par�grafo) = a grade escolar que sanciona os alunos

(C) pagarão um certo custo cognitivo (3� par�grafo) = demandar�o preju�zo da percep��o

(D) por meio da percussão de teclas (4� par�grafo) = na pr�tica r�tmica do teclado

(E) implicações culturais da mudança (4� par�grafo) = inclus�es da alterca��o cultural

41. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)A prática do desenho de letras favoreceria a atividade cerebral em regiões ligadas ao processamento visual.

Uma nova, correta e coerente reda��o para a frase acima ser�:

(A) O processamento visual faz com que a atividade cerebral de certas regi�es favore�a a pr�tica do desenho de letras.

(B) Nas regi�es relacionadas ao processamento visual, a atividade cerebral seria beneficiada pela pr�tica do desenho de letras.

(C) Quando implementado como atividade cerebral, o processamento visual favorecer� a pr�tica do desenho de letras.

(D) O desenho de letras, praticado de modo a conjugar-se ao processamento visual, seria favorecido pela atividade cerebral.

(E) A atividade cerebral aperfei�oaria, em regi�es ligadas ao processamento visual, a pr�tica do desenho de letras.

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42. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Estão presentes características típicas de um discurso narrativo em:

I. Heidegger reclamava, numa palestra que fez em 1942, da ado��o progressiva das m�quinas de escrever.

II. A escrita mecanizada priva a m�o da dignidade no dom�nio da palavra escrita.

III. A escrita manual estimularia os processos de memoriza��o e representa��o verbal.

Atende ao enunciado APENAS o que consta em

(A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.

(FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)

Atenção: As questões de números 43 a 46 referem-se ao texto abaixo.

Da solidão

H� muitas pessoas que sofrem do mal da solid�o. Basta que em redor delas se arme o sil�ncio, que n�o se manifeste aos seus olhos nenhuma presen�a humana, para que delas se apodere imensa ang�stia: como se o peso do c�u desabasse sobre a sua cabe�a, como se dos horizontes se levantasse o an�ncio do fim do mundo.

No entanto, haver� na terra verdadeira solid�o? Tudo � vivo e tudo fala, em redor de n�s, embora com vida e voz que n�o s�o humanas, mas que podemos aprender a escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a esclarecer o nosso pr�prio mist�rio.

Pintores e fot�grafos andam em volta dos objetos � procura de �ngulos, jogos de luz, eloqu�ncia de formas, para revelaremaquilo que lhes parece n�o o mais est�tico dos seus aspectos, mas o mais comunic�vel, o mais rico de sugest�es, o mais capaz de transmitir aquilo que excede os limites f�sicos desses objetos, constituindo, de certo modo, seu esp�rito e sua alma.

Fa�amo-nos tamb�m desse modo videntes: olhemos devagar para a cor das paredes, o desenho das cadeiras, a transpar�nciadas vidra�as, os d�ceis panos tecidos sem maiores pretens�es. N�o procuremos neles a beleza que arrebata logo o olhar: muitas vezes seu aspecto – como o das criaturas humanas – � in�bil e desajeitado. Amemos nessas humildes coisas a carga de experi�ncias que representam, a repercuss�o, nelas sens�vel, de tanto trabalho e hist�ria humana. Concentradas em sua ess�ncia, s� se revelam quando nossos sentidos est�o aptos para as descobrirem. Em sil�ncio, nos oferecer�o sua m�ltipla companhia, generosa e quase invis�vel.

(Adaptado de Cecília Meireles, Escolha o seu sonho)

43. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Depreende-se do texto que, para a autora, o sentimento humano da solidão mais profunda só se justificaria se

(A) fôssemos incapazes de considerar os nossos semelhantes com o mesmo olhar afetivo que dedicamos aos objetos familiares.

(B) não houvesse no mundo tanta vida à nossa volta, à espera de que o nosso olhar atento reconheça a linguagem viva dos objetos.

(C) nossa vaidade soubesse reconhecer nosso próprio valor nas coisas à nossa volta, que nos refletem e nos homenageiam.

(D) fôssemos capazes de ignorar a presença divina que se insinua até mesmo nos objetos mais baratos, símbolos de um amor maior.

(E) não encontrássemos consolo para nossa miserabilidade em cada simples fato cotidiano, tal como o fazem os mais humildes.

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44. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Atente para as seguintes afirmações:

I. Sensível à materialidade das coisas que nos cercam, a autora reconhece que elas valem pelo que são, não tendo outro significado senão o de sua simples corporeidade.

II. A lição que nos dão os pintores e fotógrafos é a de alcançar uma nova e mais atenta perspectiva do olhar, pela qual os objetos se revelam em sua expressão essencial.

III. Um olhar verdadeiramente expressivo é aquele que dá sentido às coisas que não o têm, que transfere vida aos objetos inanimados à volta.

Em relação ao texto, está correto o que consta em

(A) I, II e III.

(B) I e II, apenas.

(C) II e III, apenas.

(D) I e III, apenas.

(E) II, apenas.

45. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Há uma oposição clássica entre o que é material e o que é espiritual. Nesse texto, ao falar dessas dimensões, a autora

(A) argumenta em favor da oposição entre elas, acentuando a polaridade entre ambos os planos.

(B) considera-as autônomas, sem reconhecer qualquer relação entre elas.

(C) julga-as complementares, ao considerar que a segunda pode desdobrar-se da primeira.

(D) estabelece uma hierarquia entre elas, fazendo a primeira submeter a segunda.

(E) dissolve essa aparente oposição, uma vez que sequer é possível reconhecer os valores próprios de cada uma.

46. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) para que delas se apodere imensa angústia (1o parágrafo) = para que as coisas se tornem mais angustiosas

(B) como se dos horizontes se levantasse o anúncio do fim do mundo (1o parágrafo) = desde que a propagação dos horizontes se visse como o final dos tempos

(C) à procura de (...) eloquência de formas (3o parágrafo) = tendo em vista o laconismo dos objetos

(D) Façamo-nos também desse modo videntes (4o parágrafo) = também assim saibamos ver

(E) nossos sentidos estão aptos para as descobrirem (4o parágrafo) = nossas intuições tornam-se hábeis ao revelá-las

(FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)

Atenção: As questões de números 47 e48 referem-se ao texto abaixo, escrito em 1777.

Do roubo

Sendo de ordinário a gatunice, o furto e o roubo crimes de pobres, e como as leis foram feitas pelos ricos, não vos parece que todos os governos, que estão nas mãos dos ricos, devem começar por destruir a mendicidade, em vez de ficar à espreita da ocasião de entregá-la aos carrascos? Viu-se o enforcamento, em Lyon, cidade riquíssima, de

uma moça de dezoito anos. Subtraíra dezoito toalhas de uma taberneira, sua patroa, que não lhe pagava salário. Qual é o efeito dessa lei desumana que põe assim na balança uma vida preciosa contra dezoito toalhas? O efeito é multiplicar os roubos. Pois qual será o patrão que ousará renunciar a todos os sentimentos de honra e piedade a ponto de entregar seu criado, culpado de erro tão pequeno, para que ele seja enforcado à sua porta? Quase todos se limitam a expulsá-lo; e ele vai roubar alhures, acabando muitas vezes por transformar-se em bandido assassino. E a lei o terá feito assim; ela é culpada de todos os seus crimes.

(Voltaire. O preço da justiça. Trad. por Ivone Castilho Benedetti)

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47- (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)O autor do texto, o filósofo Voltaire (1694-1778), questiona

(A) a impropriedade de penalizar os crimes menores que não incidam sobre o conjunto da sociedade.

(B) a facilidade com que os ricos subestimam os efeitos dos delitos cometidos pelos pobres.

(C) a severidade excessiva de leis que, pesando contra os pobres, são contraproducentes e injustas do ponto de vista social.

(D) as distorções do sistema judiciário da época, que previa penas brandas para crimes graves e rigorosas para os leves.

(E) os efeitos nocivos da aplicação da pena de morte, que dissemina o ódio e o rancor entre as diferentes classes sociais.

48. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Na frase de abertura do texto, o segmento Sendo de ordin�rio a gatunice, o furto e o roubo crimes de pobres afirma, em outras

palavras, que a gatunice, o furto e o roubo

(A) constituem crimes cometidos por gente ordinária, inescrupulosa.

(B) são crimes habitualmente cometidos por pessoas sem recursos.

(C) são delitos comuns, praticados esporadicamente pelos pobres.

(D) representam práticas abomináveis, imputadas aos humildes.

(E) são práticas vis, pelas quais se penalizam injustamente os pobres.

(FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)

Atenção: As questões de números 49 a 51 referem-se ao texto abaixo.

A morte das celebridades

Quando morre uma dessas duvidosas celebridades que povoam os espa�os da m�dia, uma chusma de outras duvidosascelebridades � convidada a manifestar-se diante das c�meras. Os �culos escuros ocultam a l�grima inexistente. Esbanja-se criatividade: “� uma perda irrepar�vel”, “O Brasil est� mais pobre”, “Continuar� vivo em nossos cora��es” etc. A morte de Chico Anysio (uma celebridade por m�rito) teve uma repercuss�o singular: cada lembran�a de colega, amigo ou f�, cada imagem recuperada na TV lembrava, em pleno vel�rio, o riso aberto, que foi o sentido de sua vida e de seu trabalho. Ficava dif�cil se apoiar em algum chav�o. As in�meras personagens que ele criou iam aparecendo na tela, suas vozes eram ouvidas em seus bord�es, verdadeiras e vivas, comosempre. Todas as personalidades morrem, mas h� personagens que recusam o sil�ncio. � mentira, Terta?

(Bonifácio Mourinho, inédito)

49-(FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO) Exploram-se no texto as seguintes oposições:

I. celebração injustificável × celebração meritória.

II. frases feitas e vazias × vivos bordões.

III. profundo pesar da morte × alegria despropositada.

IV. encenação pública da dor × silêncio do luto respeitoso.

Atende ao enunciado APENAS o que consta em

(A) I e II.

(B) I e III.

(C) II e III.

(D) I e IV.

(E) II e IV.

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Prof. Antônio Carlos Alves 48 FCC 2012 - Exercícios nível superior

50. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Considerando-se o contexto, a ironia da frase Esbanja-se criatividade enfatiza o fato de que

(A) as situações mais radicais, como o confronto com a morte, despertam nos homens comuns o talento e a originalidade.

(B) a gravidade de certas situações não impede que alguns se valham da linguagem para exibir seus

achados literários.

(C) a insinceridade humana busca, sobretudo nas manifestações públicas, o exibicionismo fácil das frases feitas.

(D) a morte de Chico Anysio ensejou, mais uma vez, a oportunidade para que se manifestasse o artificialismo dos bordões.

(E) a originalidade da linguagem humana é diretamente proporcional à gravidade da situação que ela busca representar.

51. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)A singularidade da repercussão provocada pela morte de Chico Anysio está no fato de que o adeus ao humorista foimarcado

(A) pela tristeza generalizada de que foram tomados todos os que compareceram ao seu velório.

(B) pelo humor que essa ocasião, em vez de apagar, reacendeu nos que rendiam homenagem à memória do artista.

(C) por chavões que pareciam originais, por conta da sinceridade de alguns dos participantes do velório.

(D) pelo humor contundente e ácido que o artista explorou, lembrado com sarcasmo pelos seus admiradores.

(E) pela melancolia de quem se despede de um artista não tendo mais que frases feitas para lhe render a justa homenagem.

15- REDAÇÃO OFICIAL

01. (FCC-2012-BB-ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)Em uma correspondência oficial, em que se apuram o rigor e a formalidade da linguagem, deve-se atentar para o seguinte procedimento:

(A) o verbo deve conjugar-se como se a pessoa gramatical fosse você no caso de tratamentos como Vossa Senhoria ou Vossa Excelência.

(B) o tratamento por vós (e não por tu) é o indicado no caso de interlocutores de alta projeção na esfera política e institucional.

(C) o tratamento por Sua Senhoria ou Sua Excelência revela menos solenidade do que os tratamentos em Vossa.

(D) apenas excepcionalmente o tratamento em Vossa Excelência levará o verbo a flexionar-se na 3a pessoa do singular.

(E) formas abreviadas, como V. Exa., devem reservar-se a autoridades com quem se tenha contato mais amiúde.

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Prof. Antônio Carlos Alves 49 FCC 2012 - Exercícios nível superior

GABARITOS

1- PERÍODO SIMPLES (CLASSES GRAMATICAIS)01 - D02 - E 03 - C

2 - VOZES VERBAIS01 - D02 - A03 - A

3 - PERÍODOS COMPOSTOS (REGÊNCIA ANTES DE PRONOME RELATIVO)01 - D02 - E03 - E04 - D 05 - E

4- PONTUAÇÃO01 - A02 - B03 - D04 - D05 - D06 - E07 - B08 - A09 - A

5- REGÊNCIA01 - A02 - B

6- CRASE01 - A

7- COLOCAÇÃO PRONOMINAL01 - A02 - D

8- CONCORDÂNCIA VERBAL01 - A02 - C03 - E04 - C05 - B06 - C07 - D

9- QUESTÕES MISTAS01 - A 02 - D03 - C04 - D05 - B06 - C07 - D

10- ORTOGRAFIA01 - C

11-FLEXÃO VERBAL01 - C

12- CORRELAÇÃO DE TEMPOS VERBAIS01 - A02 - E03 - B04 - E

13- REESCRITURA DE FRASES01 - C02 - B03 - C04 - D05 - A06 - B07 - B08 - C09 - B10 - A11 - E12 - E13 - C14 - A15 - A16 - E17 - D 18 - B

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Prof. Antônio Carlos Alves 1 FCC 2012 - Exercícios nível superior

14- INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS01 - C02 - B03 - E04 - E05 - B06 - D07 - E08 - C09 - D10 - A11 - B12 - B13 - C14 - E15 - D16 - A17 - B

18 - D19 - D20 - A21 - E22 - C23 - B24 - C25 - A26 - C27 - D28 - B29 - C 30 - B31 - A32 - B33 - D34 - E35 - E36 - C

37 - C38 - D39 - E40 - A41 - B42 - A43 - B44 - E45 - C46 - D47 - C48 - B49 - A50 - C51 - B

15- REDAÇÃO OFICIAL01 – A