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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

    CENTRO DE EDUCAÇÃO

    DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO, POLÍTICA E SOCIEDADE.

    ENZO DA SILVA ZANOTTI

    FABRÍCIO HENTRINGER ROCHA

    MARIA JESSIKA DE OLIVEIRA DELPUPO

    NILCEMAR ALVES CABRAL JUNIOR

    ROGGER RAMOS MENDONÇA

    PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DA CARTOGRAFIA ESCOLAR E SUAS

    CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ESTUDANTES NO

    COTIDIANO ESCOLAR 

    Vitória, 2015

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    ENZO DA SILVA ZANOTTI

    FABRÍCIO HENTRINGER ROCHA

    MARIA JESSIKA DE OLIVEIRA DELPUPO

    NILCEMAR ALVES CABRAL JUNIOR

    ROGGER RAMOS MENDONÇA

    PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DA CARTOGRAFIA ESCOLAR E SUAS

    CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ESTUDANTES NO

    COTIDIANO ESCOLAR 

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado aoDepartamento de Educação, Política e Sociedade,do Centro de Educação da Universidade Federaldo Espirito Santo, como requisito parcial para aobtenção do grau de Licenciado emGeografia.Orientado: Prof. Dr. Soler Gonzalez 

    Vitória, 2015

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    ENZO DA SILVA ZANOTTI

    FABRÍCIO HENTRINGER ROCHAMARIA JESSIKA DE OLIVEIRA DELPUPO

    NILCEMAR ALVES CABRAL JUNIOR

    ROGGER RAMOS MENDONÇA

    PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO DE CARTOGRAFIA ESCOLAR E SUAS

    CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ESTUDANTES NO

    COTIDIANO ESCOLAR 

     Aprovado em -------------/-------------/-------------

    COMISSÃO EXAMINADORA

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    AGRADECIMENTOS 

     A Universidade Federal do Espirito Santo  –  UFES, direção е administração que

    oportunizaram а janela que hoje vislumbramos para um horizonte superior;

     Ao nosso orientador, Prof. Dr. Soler Gonzalez, pelo emprenho dedicado à

    elaboração deste trabalho;

     Ao Professor de Geografia Iafet Bricalli e toda turma do 3° Ano A do Ensino de

    Jovens e adultos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante

    Barroso pela oportunidade е apoio; 

     A todos os professores por nos proporcionar о conhecimento não apenas racional,

    mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de formação

    profissional, por tanto que se dedicaram а nos. 

     A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação, о nosso muito

    obrigado.

    Se não écap azes d e co nvi ver com as d ifer enças e d ivergênci as... Tente ao menos ser

    feliz!  

    Milton Santos Passos

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    SUMÁRIO 

    1 - Apresentação.......................................................................................................06 

    2  – Caracterização do Campo Problemático da Pesquisa: O bairro Goiabeiras,

    os manguezais da Baía de Vitória e a Escola Estadual de Ensino Fundamental

    e Médio “Almirante Barroso”..................................................................................08

    2.1 – Formação do bairro de Goiabeiras: comunidades tradicionais e ocupação

    dos manguezais da Baía de Vitória........................................................................08 

    2.2 – Os espaços tempo s do cotidiano escolar da Escola Estadual de Ensino

    Fundamental e Médio “Almirante Barro.................................................................17  

    3- A Cartografia Escolar no Cotidiano da Escola Almirante Barroso.................22 

    4 - Práticas Pedagógicas: Aproximação com o tema e os Sujeitos da

    Pesquisa....................................................................................................................27

    4.1 Alfabetização cartográfica com uma turma de EJA........................................27 

    4.2 - Elaboração dos croquis...................................................................................33 

    5 - Considerações Finais.........................................................................................44 

    6 - REFERÊNCIAS.....................................................................................................46 

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    RESUMO 

    Este trabalho tem como objetivos problematizar o ensino da cartografia e daGeografia no cotidiano escolar e suas contribuições na formação de estudantes eprofessores/as, assim como os saberes geográficos, cartográficos esocioambientais, com práticas pedagógicas com uma turma da Educação de Jovense Adultos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante Barroso. Apostamos em tais práticas pedagógicas em suas dimensões éticas e políticas decriação de espaços de convivência, aprendizagem, ensino, formação e comopráticas pedagógicas coletivas e participativas que potencializam redes deconversações e de negociações de saberes e fazeres. Podemos fazer o mapa donosso jeito? Sem aquele monte de linhas e números? Mapa é GPS ou GPS é

    mapa? Esses questionamentos que emergiram nas aulas de Geografia decorrentesdas atividades de Estágio Supervisionado despertaram nosso desejo em estudar,realizar e acompanhar práticas pedagógicas na escola, relacionando saberescartográficos com o contexto geográfico e socioambiental da comunidade escolar,suscitando entre os estudantes e sujeitos da pesquisa, diferentes saberes e modosde cartografar, perceber e viver o espaço.

    Palavras-Chaves: Ensino de Geografia, Cartografia Escolar. Formação deprofessores. Cotidianos escolares.

    ABSTRACT 

    This work aims problematize the cartography and geography teaching, at scholardaily, their contribution to professors and student’s backgrounds as geographical andcartographic knowledge, applying pedagogical practices to young and adultsstudents from Almirante Barroso State School. We bet in such practices and in theirethical and political dimensions of coexistence, learning, teaching, backgroundconstruction atmosphere and like pedagogical and participative practices that couldleverage an interaction and negotiation network of knowledge and collectiveconstruction. No all those lines and numbers? Is map a kind of GPS or GPS a kind ofmap? Those questions emerge from geography class during the supervised trainingthat rouse our whish of study, perform and follow pedagogical practices in the school,connecting cartographic to geographic and socio-environmental scholarcommunity’s, rising between the students and researchers subjects, different kind ofknowledge and ways of cartography, realize and live the space around.

    Keywords: School cartography teaching. Scholarship cartography. Professorsbackgrounds. Scholar ship daily.

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    1 – APRESENTAÇÃO 

    Buscando refletir a respeito do cotidiano e o ensino da cartografiageográfica escolar através da prática, e suas contribuições na vida do

    professor e estudante o grupo se debruçou em pesquisar sobre como os

    elementos cartográficos estão sendo trabalhados em sala de aula.Definimos como

    local da pesquisa a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (E.E.E.F.M.)

     Almirante Barroso,no bairro de Goiabeiras, Vitória  –  Espírito Santo, pois nela

    também realizamos a disciplina de estágio supervisionado II, e desta forma

    aproveitamos a aproximação com o professor de Geografia e a turma.Vale ressaltarque trabalhamos a elaboração deste trabalho paralelamente, salvo alguns

    imprevistos, à disciplina de estágio.

    Combinamos com o professor uma aula inicial para que pudéssemos

    conhecer a turma e absorver quais eram os saberes dos estudantes com relação à

    cartografia e o que ela representa no cotidiano escolar e como a implicação dessa

    relação, reflete nas atitudes políticas e éticas da pesquisa.Fizemos perguntas e

    projetamos no quadro diversos mapas, elaborados com objetivos diversos, para

    despertar nos estudantes questionamentos,curiosidades e possibilidades de se

    imaginar o espaço além do que lhes é ensinado através dos mapas convencionais.

     A proposta do grupo em trabalhara temática da cartografia escolar dialogando

    com as possibilidades e as contribuições adquiridas durante os encontros com a

    turma sobre suas vivências e saberes, demonstrou em seus relatos, noções

    engessadas quanto ao conceito de mapas. A partir dessa observação, buscamos

    demonstrar outras formas de cartografar o espaço, numa visão livre e pessoal aos

    padrões eurocêntricos através da prática pedagógica.

    Pensando possibilidades de vivenciar o ensino da cartografia no cotidiano

    escolar e suas contribuições na formação de estudantes e professores,

    tratamos o tema como obra política capaz de atuar como verossimilhança de

    verdade sobre a realidade espacial, e como os saberes dos alunos pode

    influenciar na compreensão e aprendizagem da cartografia .Salienta-se que

    estes saberes se encontram fortemente associados aos elementos da paisagem

    pertencentes ao contexto do espaço geográfico do bairro de Goiabeiras e da

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    comunidade escolar. Tratando desses elementos da paisagem, pode-se apontar a

    Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) junto ao curso de licenciatura em

    Geografia como articuladoras junto às experiências de estágio na instituição

    parceira Almirante Barroso, como partida para realização do processo formação-

    ensino-pesquisa, evolução esta fundamental para o desenvolvimento do presente

    trabalho.

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    2. Caracterização do Campo Problemático da Pesquisa: o bairro

    Goiabeiras, os manguezais da Baia de Vitória e a Escola Estadual de Ensino

    Fundamental e Médio Almirante Barroso. 

    Neste capitulo pretende-se apresentar o campo problemático da pesquisa e o

    processo de formação do Bairro Goiabeiras, localizado na parte continental da

    capital do Estado, Vitória, trazendo para o texto, a partir de uma pesquisa

    bibliográfica sobre a região estudada, alguns aspectos geográficos, socioambientais

    e o contexto histórico e cultural desta região, marcada pela presença de

    comunidades tradicionais que vivem e sobrevivem dos manguezais da Baía deVitória, dentre elas as paneleiras de Goiabeiras, os pescadores tradicionais e os

    catadores de caranguejos, e como essas singularidades socioambientais, históricas,

    culturais e geográficas, atravessam o ensino de Geografia no cotidiano da escola

     Almirante Barroso.

    2.1  –  Formação do bairro de Goiabeiras: comunidades tradicionais e

    ocupação dos manguezais da Baía de Vitória. 

    Reduto da maior expressão cultural capixaba, o bairro de Goiabeiras já

    chamava a atenção por parte de estudiosos antes mesmo dos primórdios de sua

    formação, como foi testemunhado pelo naturalista Saint-Hilaire em 1815, segundo

    informações disponíveis em: , acesso em

    27/04/2015 no qual aquele, fazia referência às panelas de barro como “caldeira de

    terracota, de orla muito baixa e funda muito rasa”, utilizada para torrar farinha e

    fabricadas “num lugar chamado Goiabeiras, próximo da capital do Espírito Santo”. 

    Tendo em vista este saber envolvido na fabricação artesanal da panela de

    barro como aspecto cultural capixaba, no qual ainda se mantém a continuidade das

    práticas de confecção desta, que vem passando de geração em geração, este saber

    foi o primeiro bem cultual registrado, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

    Nacional - IPHAN, como Patrimônio Imaterial no Livro de Registro dos Saberes, em

    2002, disponível em: Acesso em 27/04/2015. Desta

    forma, já se imaginaria os elementos que viriam a aparecer durante a formação do

    bairro de Goiabeiras.

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    O início do processo histórico de formação do bairro de Goiabeiras seencontrava sob conflito de interesses entre os municípios da Serra, no qual

    pertencia, e Vitória, que o pleiteava. Até que em 1942 ocorreu a desintegração e a

    região passou a ser administrada por Vitória. Isto posto, além do fato da distância

    entre o bairro de Goiabeiras em relação ao centro da cidade, de acordo com Mingo

    Jr & Protti (2000, p.7) a disputa supracitada “de alguma forma, contribuía para o

    atraso da região, já que nem Serra e nem Vitória faziam alguma coisa pela região.” 

    Como muitos outros casos de bairros, municípios e regiões do Espírito Santo

    e Brasil, Goiabeiras teve sua ocupação de maneira rápida e desorganizada, como

    tentativa de suprir as necessidades das populações de baixa renda. Assim, de

    acordo com informações do sítio da Prefeitura Municipal de Vitória (PMV),

    disponíveis em: ,  Acesso em 27/04/2015, à

    ocupação da área foi intensificada a partir da década de 1960, com o crescimento

    desordenado da cidade, junto à incorporação de terras rurais para construção de

    conjuntos habitacionais pela Cooperativa Habitacional Brasileira (COHAB),

    atendendo à população de baixa renda.

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    De acordo com os dados da PMV, devido às dificuldades que se encontravam

    os proprietários dos imóveis, para manter os compromissos assumidos na compra

    de suas casas nos conjuntos habitacionais, muitos foram os que acabaram por sefixarem em barracos e palafitas sobre o mangue.

     A partir desta forma de ocupação, percebeu-se a prática de despejar lixo nas

    áreas deste ecossistema surgindo verdadeiros lixões e juntamente com a ausência

    de políticas públicas eficazes, contribuíram ainda mais, para o aparecimento de

    moradias irregulares a partir da década de 1970.

    Fonte: Disponível em: , acesso em: 07 mai. 2015. 

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     A demanda por espaços para construção de casas na região de Goiabeiras,

    fez com que houvesse o surgimento de loteamento e invasões sobre os

    manguezais, aterrando estes de forma indiscriminada. De acordo com Luiz Amadeu

    Coutinho (2004, p.25) na sua obra intitulada Mapa de vulnerabilidade à ação

    antrópica em mangue seco e proximidades, Vitória, ES. “Essa situação fez com

    que a Prefeitura Municipal de Vitória (PMV) construísse aterros oficiais que surgiram

    como uma necessidade de ganhar espaço e de ordenar as novas áreas de

    ocupação”.

    Desta forma, percebe-se como o crescimento desordenado da região foi

    responsável pela sobreposição de aterros em áreas de mangue, impossibilitando

    qualquer recuperação deste último tendo em vista o soterramento dos canais e daantiga vegetação que ali se encontravam. De acordo com André Alves (2004, p.

    83),no livro Argonautas do Mangue (2004), entre 1970 a 1995, aproximadamente

    760 hectares de manguezais foram aterrados em Vitória, ou seja, quase a metade

    da área que existe atualmente, de 1.800 hectares.

     Ainda sobre a ocupação dos manguezais na região de Goiabeiras, por volta

    da década de 1970, período em que não havia tantas preocupações ambientais, e

    assimiladas ao aumento da pobreza, eram nos lixões que muitas pessoas semantinham, e até mesmo se alimentavam, então, de acordo com Mingo Jr & Protti

    (2000, p.36) em seu livro Goiabeiras (2000),“era no lixo das cidades que as

    pessoas iam buscar a sobrevivência”, e porventura, muitos bairros iam surgindo

    através de aterramentos de depósitos de lixo sobrepondo os manguezais

    (COUTINHO, M., 2003 apud COUTINHO, L., 2004, p.27).

     A vida [...] não era nada fácil: morava-se sobre a lama, em um local sujeito ainfluência da maré, aos mosquitos, à falta de água encanada, de rede de

    esgoto, enfim, sem condições mínimas de sobrevivência. A ocupação daárea [...] refletia a situação socialmente marginalizada dos ocupantes(ALVES, 2004, p.98) 

     A busca pela cidadania, neste projeto de cidade, está em ocupar os

    manguezais e viver dos restos consumidos pelos que podem consumir. Esta

    situação supracitada foi comum até o início da década de 1980, até que, muitos dos

    que habitavam próximos a essas áreas degradantes, iniciaram uma luta pelo fim do

    lixão e a imediata urbanização da região. Desta forma, as condições sociais e de

    infraestrutura do bairro de Goiabeiras começaram a melhorar, afinal, os pedidos dapopulação local foram atendidos pelo prefeito da época, Wander Bassini, assim

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    como houve a continuidade desses processos nas administrações dos prefeitos

    seguintes (MINGO JR & PROTTI, 2000).

    Fonte: Disponível em . Acesso em: 07 mai. 2015. 

    O perfil socioeconômico caracterizado pela baixa renda entre os moradores

    da região e as atividades realizadas pelas paneleiras de barro caracterizadas pelo

    manuseio artesanal das trabalhadoras autônomas sofreram mudanças positivas a

    partir do dia 25 de março de 1987, quando houve a criação da Associação das

    Paneleiras de Goiabeiras com o objetivo de assegurar a continuidade de produção

    daquelas.

    Segundo Celso Perota em seu livro As Paneleiras de Goiabeiras (1997): 

    [...] essa organização e a mobilização das paneleiras fortaleceram aindamais a identidade cultural que, associada a uma nova identidade política,pode representar a garantia da preservação da mais significativa tradição dacultura popular do Espírito Santo (PEROTA, 1997, p.37). 

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    Localizada na Rua Joana Rosalém Miozzi, no bairro de Goiabeiras, a Escola

    Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante Barroso, apesar de inserida

    num bairro cuja história é marcada por processos de ocupações de moradias

    irregulares, como anteriormente relatado, se encontra próxima a localidades de

    fundamental importância para o processo de formação dos professores e estudantes

    que a mesma compõe.

    Entre essas localidades adjacentes a escola, pode-se destacar o próprio

    Galpão das Paneleiras, no qual, ali são realizadas as elaborações das panelas debarro feitas à mão com auxílio de materiais rudimentares. Sendo assim, é evidente a

    relevância desse elemento da paisagem contíguo à escola Almirante Barroso como

    possibilidade de um intercâmbio a respeito de um saber cultural, como possibilidade

    de proposta de práticas pedagógicas no ensino e suas contribuições na formação de

    professores e estudantes no cotidiano escolar.

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    Outro elemento da paisagem importante próximo à região é a Estação

    Ecológica Ilha do Lameirão, localizada na margem oposta ao Rio Santa Maria da

    Vitória. De acordo com o sítio eletrônico da Prefeitura de Vitória, disponível em

    .  Acesso em 27/06/2015, “Vitória possui um dos

    maiores e mais belos manguezais urbanos do mundo”, e como “elemento de ligação

    entre o mar, a terra e os rios, as áreas de manguezal são pontos de desova de

    inúmeras espécies marinhas, sendo considerados berçários do mar”. 

    Sendo assim, além de contribuir como uma amenidade natural-físico-biológica

    no entorno do Bairro de Goiabeiras, junto a EEEFM Almirante Barroso, a Estação

    Ecológica Ilha do Lameirão tem como finalidade ser um laboratório/observatório vivo

    a céu aberto disposto a visitas por parte da população e comunidade escolar.

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    Não mais importante, mas com um grande leque de possibilidades, seencontra a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) com aproximadamente

    um quilômetro de distância da escola em questão. Na UFES é abrangente o número

    de atividades que podem ser realizadas, tanto em locais fechados como laboratórios

    (de diversos cursos e disciplinas), teatro, cinema, observatório astronômico,

    biblioteca, entre outros... como atividades de campo em locais abertos, destacando-

    se por exemplo uma visita e observação a lagoa, a Baia de Vitória, assim como uma

    ida ao mangue, e diversas.Vale destacar que a proximidade da Escola Almirante Barroso junto à

    universidade pode, por sua vez, ocasionar uma motivação nos discentes da escola,

    como meta de alcance para a formação superior dos alunos. É importante deixar

    aqui registrado, também, a relação do curso de licenciatura em Geografia através do

    Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e dos Estágios

    Supervisionados obrigatórios do curso, como parcerias à escola na busca de novas

    práticas de ensino, objetivando desta forma, um melhor condicionamento do

    processo ensino-aprendizado entre docentes-discentes.

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    São notórios os elementos da paisagem e a importância dessas localidades,

    nas proximidades da Escola Almirante Barroso, como incentivo e estímulo aos

    alunos e professores na busca de novos saberes e práticas alternativas

    educacionais para o ensino da geografia, junto ainda, com as atividades de estágio

    supervisionado que ocorrem nesta escola, como processo de realização e

    concretização do tripé formação-ensino-pesquisa, que se pretendeu fazer uma

    intervenção na escola que foi crucial para o desenvolvimento deste trabalho.

    Vislumbrando práticas com a temática da cartografia escolar, e em conversa

    com a turma do 3º ano de Estudantes Jovens e Adultos (EJA), a respeito de

    mapeamento, localização, e dos saberes cartográficos, percebeu-se um campo de

    pesquisa potente para problematizarmos essa temática, principalmente em relação

    aos saberes dos estudantes quanto ao GPS, mapas e suas relações com o mundo

    globalizado e tecnológico atual, constituindo o interesse e o desejo do grupo em

    problematizar essas noções no âmbito do ensino de Geografia e da formação de

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    professores/as a partir de práticas pedagógicas com o cotidiano escolar e com as

    singularidades da região pesquisada.

     As singularidades do campo da pesquisa, marcada pela presença de áreas de

    preservação ambiental, universidade e comunidades tradicionais locais, atravessam

    as práticas pedagógicas no cotidiano escolar da escola pesquisada, disseminando

    outros modos de pensar e praticar o ensino da Geografia? São questões que nos

    acompanham no exercício de praticar e problematizar o cotidiano escolar e o ensino

    de Geografia e de cartografia escolar.

    2.2 – A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante Barroso. 

    Fonte: Disponível em: , acesso em 27/04/2015 

    Tendo em vista os saberes e fazeres dos estudantes e sujeitos da pesquisa a

    respeito da cartografia, dos elementos da paisagem do bairro de Goiabeiras e das

    comunidades tradicionais locais, realizamos práticas pedagógicas no ensino da

    cartografia no cotidiano escolar, e suas contribuições na formação de estudantes e

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    professores, e, problematizamos os saberes geográficos, cartográficos e

    socioambientais dos estudantes.

    Pensando nos objetivos do trabalho, foram planejadas e realizadas oficinaspedagógicas comum a turma de EJA na escola Almirante Barroso, para que assim

    potencialize o desenvolvimento do aprendizado do estudante adulto. As oficinas

    pedagógicas são pensadas aqui como práticas de ensino e de formação,

    considerando a educação como ato político (FREIRE, 1996) e pensando as oficinas

    pedagógicas como uma prática coletiva movimentada e articulada por redes de

    conversações (FERRAÇO & GOMES, 2013) e de negociações de conflitos, saberes,

    fazeres e poderes.O analfabetismo brasileiro foi gerado no processo histórico de constituição do

    nosso modelo econômico e por falta de compromisso do estado Brasileiro, sendo

    que até a década de 1960 os movimentos populares (ex: Literatura de Cordel) foram

    os atores que tiveram maior “cuidado” com a educação dos adultos.A partir de 1960

    surgem novos movimentos para a Educação de Adultos, cuja principal referência é

    Paulo Freire, que entende o educando adulto como produtor de cultura e que pode e

    deve avaliar essa cultura e ampliá-la criticamente. É na Lei de Diretrizes e Bases daEducação Nacional (LDB 9394/96) que a Educação de Jovens e Adultos irá se

    constituir como modalidade de Educação Básica sendo concebida como forma

    diferenciada do ensino regular e assumindo concepções e práticas construídas a

    partir da década de 1950 que viam o jovem e o adulto como sujeitos da própria

    aprendizagem (FREIRE, 1988).

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     A EEEFM Almirante Barroso possui 20 salas no térreo e mais 22 no segundo

    piso, estas, apesar de simples, possuem um total de mesas superior ao número de

    alunos por sala.Ressaltamos aqui alguns espaçostempos curriculares e do cotidiano

    escolar da escola pesquisada, e suas aproximações com os manguezais da Baia de

    Vitória e as comunidades tradicionais locais.

    Esses espaçostempos que compõem o cotidiano escolar, aproximandosaberes tradicionais, manguezais, estudantes e professores/as, envolvem práticas

    pedagógicas socioambientais, de modo participativo e coletivo. Dentre as atividades

    pedagógicas, destacamos aqui o Projeto Remanguezar 1 , que teve sua primeira

    etapa realizada numa área de manguezais do Bairro Maria Ortiz, e que contou com

    a participação de 35 alunos da escola, nos quais foram divididos em grupos para a

    1

    Ver REIS, Débora Marchini. Ocupação urbana em áreas de preservação permanente: o caso do manguezal daárea continental de Vitória/ES.2013. 165f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade

    Federal do Espírito Santo, Vitória, 2013.

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    retirada de resíduos sólidos dos manguezais e a preparação de mudas de

    manguezais para o replantio em áreas degradadas.

    De acordo com Reis (2013) “hoje se pode observar que as mudas cresceram

    e o manguezal se encontra em processo de recuperação. As ações do projeto

    trouxeram bastantes benefícios para o ecossistema e para a comunidade”  (REIS

    2013, p.156).

    Fonte: Arquivo pessoal de Andrea Rocha (2012). 

    Segundo o professor parceiro de geografia do período noturno, Iafet Bricalli

    (2015)2, quando têm aulas mais dinâmicas, com práticas diferentes, os alunos se

    envolvem mais (informação verbal). Assim, percebe-se que a interação dos

    estudantes ocorre de maneira mais efetiva quando as práticas pedagógicas os

    motivam a realizarem atividades que fogem aos padrões de aulas expositivas,consideradas “aulas normais”, desencadeando outros modos de pensar e praticar o

    ensino de Geografia e, em nosso caso, apostando nas práticas com oficinas

    pedagógicas, como redes de conversações e aprendizagens.

     As inovações e invenções cotidianas em sala de aula e nos espaçostempos

    do cotidiano escolar dos estudantes e professores/as, ampliam as possibilidades

    para se pensar e praticar outras metodologias de ensino e de práticas pedagógicas,

    de forma que o “fazer para”, seja substituído pelo “fazer com”, na relação, nos

    2BRICALLI, I. Entrevista concedida pelo professor de Geografia da Escola Estadual de Ensino Fundamental eMédio Almirante Barroso.Vitoria, 2015.

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    conflitos e nas negociações de saberes com os estudantes, considerando a

    complexidade da vida cotidiana e do espaço escolar.

    O que potencializa a aprendizagem na escola e no ensino de Geografia? São

    os equipamentos da escola e os recursos tecnológicos disponíveis? É o potencial

    ético e político das relações cotidianas, que apostam na escola como um espaço de

    convivência e de aceitação do outro? A disponibilidade de recursos na escola, como

    os aparelhos de projeção visual, faz com que a aula seja mais interessante por parte

    dos estudantes. Iafet Bricalli (2015) acrescenta que quando se traz imagens a

    respeito de determinado tema que está sendo aplicado a participação dos alunos

    ocorre mais e os questionamentos também (informação verbal).

    O uso do aparelho de projeção visual foi crucial para o desenvolvimento daspráticas pedagógicas, pensadas em oficinas que desencadeiam saberes, fazeres,

    participação e redes de conversações, assim como a participação do grupo através

    da metodologia de “fazer com” os estudantes a respeito do tema cartografia escolar,

    que teve como resultado a elaboração de croquis do entrono da escola, como será

    exposto adiante.

    Nosso objetivo está em problematizar as contribuições do ensino de

    cartografia na formação de professores/as e estudantes, assim como os saberescartográficos produzidos entre os estudantes a partir de oficinas pedagógicas,

    entendidas aqui como espaçostempos coletivos e participativos, que potencializam

    as dimensões éticas e políticas do educar e do ensinar, em redes de conversações e

    saberes sobre o espaço geográfico em que a escola está inserida.

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    3 - A Cartografia Escolar no Cotidiano da Escola Almirante Barroso 

    Não sou daqui nem sou de lá eu sou de qualquer lugar

    Meu passaporte é espacial sou cidadão da terra A minha vida é toda verdade e eu não tenho mais idade

    O meu passado é o meu futuro

    E o meu tempo é o infinito

     A minha língua é o pensamento só falo com o olhar

    Minha fronteira é o coração de todos meus irmãos

     A minha vida é todaverdade e eu nãotenho mais idade

    O meu passado é o meu futuro

    E o meu tempo é o infinito (Cidadão da Terra. Compositor: Sérgio Dias/ Lininha. Mutantes. Tudo foi feito pelo Sol, 1974.) 

    “Mapas são os que são mostrados em sala de aula”. 

    Praticar a pesquisa com os cotidianos escolares implica uma atitude política e

    ética de pesquisa e de investigação, na qual nós pesquisadores somos também

    atravessados e constituímos o nosso objeto de pesquisa. Os espaçostempos das

    pesquisas com os cotidianos consistem em compreender “o conhecimento tecido em

    cada ação cotidiana” (ALVES, 2003, apud FERRAÇO e GOMES, 2013, p.465).

    Nesse sentido de nos aproximamos e praticamos o campo da pesquisa, seus

    movimentos, tensões, conflitos e produção de conhecimentos pois somos também

    sujeitos e objetos de nossas pesquisas, conforme preconiza Ferraço (2003, p.465),

    “Somos, no final de tudo, pesquisadores de nós mesmos, somos nosso

    próprio tema de investigação.” 

    No sentido de percorrer nossos objetivos, realizamos atividades e práticas

    pedagógicas na escola pesquisada, envolvendo uma turma da modalidade de

    Educação de Jovens e Adultos (EJA). Quais as cartografias que são praticadas,

    percebidas e vivenciadas pelos estudantes e sujeitos da pesquisa? As

    singularidades socioambientais, culturais e geográficas da região na qual a escola

    está inserida, atravessam as percepções cartográficas dos estudantes e sujeitos da

    pesquisa?

     Algumas reflexões sobre mapas e cartografia serão discutidas neste capítulo,

    possibilitando o encontro, as tensões e os diálogos possíveis entre diferentes formas

    de pensar e praticar a cartografia escolar, apresentando também as contribuições

    políticas e pedagógicas destas formas de cartografar o espaço, sejam essas formas

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    consideradas maiores, oficiais, técnicas, ou, menores, estéticas, subjetivas,

    inventivas e cotidianas.

    Para Massey o espaço “não é, de forma alguma, uma superfície”, mas sim “a

    esfera de coexistência de uma multiplicidade de trajetórias”, uma simultaneidade de

    estórias-até-agora.”, que “envolve contato e alguma forma de negociação social” .

    (MASSEY 2008, apud, OLIVEIRA Jr., 2011, p. 3-4). Tendo como eixo as palavras

    de Massey (2008) os “mapas atuais do tipo ocidental dão a impressão de que o

    espaço é uma superfície” e assumindo com esta autora necessidade de combater tal

    imaginário espacial, toma-se neste trabalho os mapas como “obras políticas, como

    gesto na cultura” (OLIVEIRA Jr., 2011, p.1).

    Osmar (1997 apud OLIVEIRA Jr., 2011, p.1), toma Gesto como “sendo a

    escolha de uma forma cultural” - filme, mapa, romance, artigo, obra de arte, música,

    fotografia - “para apreender a realidade e apreender transformando a realidade

    apreendida” (Oliveira Jr ., 2011, p.1) em “uma obra que funcione como a realidade

    pretendida” (OSMAR, 1997, apud OLIVEIRA JR, 2011, p.1), “realidade entendida

    como resultado do cruzamento de múltiplas imagens” (VANTTINO 1992, apud

    OLIVEIRA Jr., 2011, p.1), “como ficção que tem efeito de verdade” (PALLEJERO,

    2009, apud OLIVEIRA Jr., 2011, p.1).Para problematizarmos os saberes dos nossos estudantes e sujeitos da

    pesquisa quanto aos mapas e suas formas de utilização na vida moderna e

    cotidiana, questionamos suas experiências cotidianas com mapas. Questionamos

    também: há intencionalidades nos mapas? Quais objetivos dos mapas e da

    linguagem gráfica utilizada? Apresentamos diferentes mapas temáticos, provocando

    a curiosidade quanto os diferentes métodos usados na confecção dos mapas e a

    validade das informações contidas nos diferentes mapas mostrados.Nesse momento os estudantes perceberam que existem diferentes tipos de

    mapas e de formas de mapear, uns mais “retos e sóbrios”, como os mapas políticos,

    outros com linguagem mais artística ou pouco convencional.

    Tendo como eixo as palavras de Massey (2008) os “mapas atuais do tipo

    ocidental dão a impressão de que o espaço é uma superfície”  e assumindo com esta

    autora a necessidade de combater está imaginação espacial, tomam-se os mapas

    como “obras políticas, como gesto na cultura” (OLIVEIRA JR., 2011, p.1).

    Os estudantes que participaram das praticas pedagógicas propostas pelo

    grupo, não deixaram de registrar “suas visões” conhecimentos, por exemplo, de que

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    mapas seriam apenas imagens estáticas no plano, “simples como um quadro na

    parede” e com muitas técnicas empregadas na confecção sempre tendo a sensação

    de uma superfície lisa, nos dados e objetivos propostos.Houve espanto e duvidas quando os estudantes foram apresentados aos

    diferentes tipos de mapas, logo após a apresentação tiveram a oportunidade de

    perceberem que os mapas não são apenas políticos, e que vai além, dentro dos

    objetivos a que se propõe o idealizador, o seu criador. O mapa será turístico, mental,

    e ao que mais for necessário para visualizar o cotidiano de suas necessidades.

    O imaginário cartográfico que os estudantes parceiros neste trabalho

    apresentaram, se referem à forma única de imaginar o espaço, com fronteiras únicas(político/administrativo) e uma estética única, a do Estado do tipo Ocidental, que

    expressa de forma clara o exercício de poder do Estado sobre o território, ou seja,

    não só produzem verdades imagéticas que se tornam verdades espaciais, mais

    também conduzem ações de interação sócioterritoriais.

    O artifício (perverso) da palavra  –  e da idéia de  –  representação é tornaraquilo que é um gesto cultural (humano, político) na manifestação darealidade por si mesma. É desta forma que vemos o mapa como sendo oespaço, como se ele, o espaço, se manifestasse diante de nós em forma de

    mapa porque o mapa seria a tradução fiel do espaço para o entendimentohumano. Com este artifício  –  o de tornar realidade a representação  – desaparecem as mãos humanas, as vontades humanas que criaram aquelaobra num certo contexto cultural. Desaparece, portanto, a política,assumindo esta última, para economia de palavras, como a esfera dasnegociações atuais que gestam devires para os territórios, para o espaço.(OLIVEIRA JR., 2011, p.2).

     Apresentamos trechos dos filmes  – Cidade dos Homens (2007), episódio “A

    Coroa do imperador”, e “Correios”, onde através da linguagem do cinema são

    apresentadas realidades cotidianas de moradores e familiares, com suasproblemáticas no convívio do bairro em que vivem, onde em muitas situações são

    necessárias o uso de conceitos de localização e coleta de dados, que geralmente

    passam despercebidos ao olhar do estudante quanto ao uso da cartografia, e que

    seus conceitos estão inseridos de alguma forma em seu dia a dia.

    O audiovisual teve a intenção de provocar os estudantes a pensarem sobre

    como seria um mapa caso eles mesmos o criassem, abordando temas diversos,

    respeitando as peculiaridades da turma, seus saberes geográficos, cartográficos e

    socioambientais e aproveitando para fazê-lo pensar no trajeto percorrido até a

    escola e a paisagem que passa por ele.

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     A paisagem dentro do trajeto casa ou trabalho/escola relatada pelos

    estudantes conteve o registro de diferentes visões de um “mesmo lugar”, detalhes

    despercebidos por alguns e que não passam despercebidos a outros, o resultado foi

    à diversidade de olhares e detalhes.

     A constatação dos estudantes do ensino médio, de que só teria uma forma de

    falar do espaço, mostra a interferência do Estado na conceituação e representação

    do espaço, cito Girardi (2012) amparada em Deleuze & Guattari (1995) sobre o

    “Mapa Maior x Mapa Menor”, quando identifica a origem do mapa “maior” (constante,

    padrão, única verdade possível) como herança de ver o mundo de forma

    eurocêntrica, reiterada pelo estado, pela escola e atualmente por muitas das novas

    Tecnologias da Comunicação (que não são acessíveis a todos por questões derecursos financeiros e/ou informacional) e como alternativos a este modelo padrão

    os mapas “menores”. 

    [...] maior como uma constante, de expressão ou de conteúdo, como ummetro padrão em relação ao qual ela é avaliada. [...] o majoritário comosistema homogêneo e constante, as minorias como subsistemas e ominoritário como devir potencial e criado, criativo” (DELEUZE&GUATTARI1995).A distinção de maior e menor dos autores não se refereàs quantidades, às dimensões mensuráveis, mas àquilo que é a constância(o maior) e a variação (o menor). O menor é subsistema do maior na

    medida em que não disputa hegemonia com este; o maior é sempre já dadoe o menor é sempre devir. (GIRARDI, 2012, p. 41) 

    Segundo Girardi (2012), a imagem de mapa, do Brasil e do Mundo,

    elaborados pelo Estado e citada constantemente por escolares e não escolares, são

    maiores justamente porque em nossa cultura ocidental e escolar, converteram-se na

    medida padrão para todos os outros mapas, transformaram-se na ideia de mapa.

    Os mapas escolares fazem parte de uma política de educação visual que reafirma o

    poder político e administrativo do Estado como força e, com isso, molda certo tipo de

    imaginação espacial.

    [...] da ficção que o Estado cria, dos discursos de verdade que circulamentre nós. Eles, os mapas, estão a nos educar o pensamento por meio daeducação dos olhos para esta ficção, uma educação que nos leva amemorizar as fronteiras políticas como a única maneira de nosmovimentarmos – encontrarmos os lugares, referenciá-los, relacioná-los unsaos outros  – nas obras cartográficas. Uma evidente política de criação deuma memória pública. Podemos dizer que este é um gesto cultural, nadainocente, de apagamento de outras maneiras de imaginar o espaço, derelacionar lugares, de estabelecer conexões e ações territoriais que nãoaquele ancorado nas marcas territoriais implementadas e reguladas pelo

    Estado.(OLIVEIRA JR., 2011, p. 6).

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    Os valores tributados aos mapas acompanham o desenvolvimento

    “técnocientifico-informacional” (SANTOS, 2006) advindos com o capitalismo, quando

    falamos de um mapa do Google e um croqui feito a mão, por mais que tragam asmesma informações, que façam chegar ao “mesmo lugar”, o aporte tecnológico

    também será um artifício de valoração dos mapas.

     Ampliando os entendimentos sobre mapas alternativos e relacionando com as

    colocações trazidas pelos estudantes, principalmente sobre o uso que faziam em

    seu cotidiano do GPS, apresentamos breve histórico da cartografia (GIRARDI,

    2014), desde mapas pré-históricos até o desenvolvimento do GPS e de conteúdos

    da alfabetização cartográfica,abordando as noções de visões oblíqua e visãovertical; imagem tridimensional e imagem bidimensional, proporção e escala;

    lateralidade, referências e orientação espacial (SIMIELLI, 1996). Posteriormente,

    propomos aos mesmos a elaboração de um croqui da quadra da escola, com o

    intuito de que estes entendessem que mesmo uma imagem digital implica em

    trabalho de campo e que todos podem ler e fazer mapas. Objetivando nesta pratica

    pedagógica problematizar o ensino da cartografia e da Geografia no cotidiano

    escolar e suas contribuições na formação de estudantes e professores/as, assimcomo os saberes geográficos, cartográficos e socioambientais com o intuito de

    contribuir para o processo de “Alfabetização Cartográfica” que possibilite aporte

    teórico e crítico para que todas e todos se tornem “aluno leitor crítico” e  “aluno

    mapeador consciente” (SIMIELLI, 1996, p.7). 

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    4 – Práticas Pedagógicas: Aproximação com o tema e os Sujeitos da Pesquisa. 

    “A escola, diz-se, deve reconciliar-nos efetivamente com a vida, e preocupar-se bastante com ela para que os assuntos que um dia nos interessarão não nos sejam totalmente estranhos, nem

    impossíveis de compreender”  (Max Stirner, 2011, p.67) 

     As práticas pedagógicas foram realizadas em quatro momentos, sendo o

    primeiro a coleta de dados quanto ao conhecimento dos estudantes sobre

    cartografia, no segundo momento trabalhamos as linguagens cartográficas e a

    produção de subjetividades geográficas, por fim, no terceiro e quarto momento foram

    trabalhados a elaboração dos croquis.

    4.1 – Alfabetização cartográfica com uma turma de EJA.

    Este trabalho foi realizado em parceria com o professor de geografia e a

    turma da Educação de Jovens e Adultos EJA 3A da escola E.E.E.F.M. Almirante

    Barroso. Nossa primeira visita à escola ocorreu em 06 de abril de 2015 às 18h35min.

     A proposta da Prática Pedagógica foi construir junto, universidade, docente e

    discente, para trabalharmos o tema Cartografia Escolar no cotidiano do professor e

    estudante, foi necessário observarmos as práticas no cotidiano do professor eestudante, e como eles interpretam o espaço vivido, assim nos orientando quanto ao

    que é proposto pela escola ao estudante do ensino médio, referente aos conteúdos

    da cartografia geográfica.

     A primeira Pratica Pedagógica se desdobrou em uma sequência de dois

    momentos: no primeiro momento, iniciamos nossa pratica questionando ao

    estudante sobre o que seria um mapa, qual a sua utilidade, e como compreender o

    que está escrito, com símbolos, letras, coordenadas; assim junto com o professor e

    estudante poderíamos conhecer suas experiências e como o tema está sendo

    trabalhado em sala de aula.

    Elaboramos um roteiro com discussões de autores que pesquisam sobre a

    cartografia para discutir e trabalhar os significados de mapa e cartografia escolar.

    Com base no autor Oliveira Jr (2011) os mapas educam nosso pensamento criando

    uma forma de memorizar limites, fronteiras, áreas territoriais para nos

    movimentarmos, gerando também uma forma única de visualização e interpretação

    do espaço, nos limitando de pensamentos variados, múltiplos de como se interagir

    com o meio.

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    Podemos dizer que para chegar a um lugar utilizando um mapa requer uma

    série de conhecimentos que são adquiridos num processo de alfabetização

    cartográfica, e que o mesmo não pode ser estático, pois se renova a cada instante

    assim como o território se transforma, descreve:

    O conceito “mapa” é usado para dizer de referências (não necessariamentefixas) com as quais as pessoas lidam com o mundo,ou seja, como elas seterritorializam; mas este mundo e estas pessoas mudam o tempo todo,exigindo que este mapa seja refeito o tempo todo. Portanto, o mapa nuncaestá pronto, mas constantemente sendo refeito, ora de modo mais lento, orade modo mais brusco. O que impulsiona mudanças no mapa são fluxos deintensidades que promovem a desterritorialização, já que, se o território não

    é mais o mesmo, o mapa também não pode ser . (GIRARDI, 2012, p. 2) 

     Após trabalharmos as idéias dos autores apresentamos uma sequência de

    mapas distintos para reflexão do aluno e com o objetivo de aguçar a curiosidade de

    como são feitos e quais os métodos utilizados em cada mapa. Pois em essência

    cada mapa tem em seu plano de fundo, formas de descrever os fenômenos naturais

    e da humanidade, são sequências de informações apresentadas por sinais, de

    acordo com os princípios da cartografia. Abaixo,exemplos de mapas que utilizamos

    nas práticas em sala de aula.

    http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/fundamental/geografia/ult1694u296.jhtmhttp://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/fundamental/geografia/ult1694u296.jhtmhttp://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/fundamental/geografia/ult1694u296.jhtm

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     Após apresentarmos uma variedade de mapas e como são bem distintos nas

    suas elaborações, alguns alunos se manifestaram

     _ “Professor, podemos fazer o mapa do nosso jeito? Sem aquele monte de 

    linhas e números? 

     _ “Todos são mapas? Parecem mais desenhos!”  

     _ “São muito grandes para andar com eles, prefiro meu celular que tem GPS!”  

     _ “Mapa é GPS ou GPS é mapa?”

    Esses questionamentos foram muito interessantes para nossa prática, pois

    demonstram que o mapa oficial do Estado era a única referência de mapa que os

    alunos tinham, possivelmente sendo algo estático, sem vida, fator que não gerava

    curiosidade e até certo distanciamento na elaboração e aprendizado sobre o tema.

    assim começava nossa busca para desconstruir essas formas de pensar.

    Na sequência apresentamos dois audiovisuais, Cidade dos Homens,episódios “A Coroa do imperador” e “Correios”, que relatam o cotidiano de dois

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    adolescentes que vivem na favela e utilizam toda a artimanha que aprende no seu

    cotidiano para vencer os desafios sociais que são impostos aos estudantes de

    periferias e bairros mais humildes.

    No episódio “A coroa do imperador”, os personagens Laranjinha e Acerola,

    estão aprendendo na escola sobre a fuga da Corte Portuguesa para o Brasil e vai

    haver uma excursão da turma para Petrópolis. Na véspera da excursão, o morro em

    que moram é invadido por uma facção inimiga, e em meio à confusão, os dois

    finalmente entendem o que levou Napoleão a atacar a Inglaterra e porque Dom João

    VI teve que fugir para o Brasil.

    No episódio “Correios”, são apresentadas  as confusões na favela devido adificuldade dos correios em entregar as correspondências nos endereços corretos, e

    Laranjinha e Acerola são escalados pelo tráfico para trabalhar como carteiros. Para

    se livrarem deste problema, os dois resolvem fazer um mapa da favela para que os

    carteiros profissionais possam fazer o trabalho. Com isso, eles descobrem que esta

    atividade pode até ser muito rentável, mas um mapa identificando ruas e vielas não

    é exatamente a melhor notícia para os traficantes.

    Mapas “menores”, subalternos, subversivos da ordem dominante! Mapas dos

    cotidianos e das relações comunitárias cotidianas! Esses mapas atravessam os

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    cotidianos escolares e o ensino de Geografia? O ensino de Geografia e a da

    cartografia escolar atravessam as práticas comunitárias e cotidianas?

    Utilizamos o audiovisual para dar ênfase na alfabetização cartográfica no

    cotidiano. Podemos dizer que a “expertise” gerada pelo cotidiano da favela em que

    residem e da escola que frequentam auxiliaram Acerola e Laranjinha no uso e na

    inventividade de modos de perceber e de cartografia a vida cotidiana.

    Conversando numa roda de diálogos com os estudantes e sujeitos da

    pesquisa, perguntamos o que eles compreenderam com o que foi discutido e qual foi

    a visão que tiveram após a leitura dos mapas associado aos vídeos.

    - “Não vale a pena andar com esse papel para saber chegar em algum lugar é velho

    isso”. 

    - “Isso é coisa de museu, se eu quero saber como chegar em algum lugar, meu GPS

    me fala”. 

    Nessa ocasião, os estudantes mostraram interesse nas imagens mapeadas

    através de um SIG, relacionadas ao Sensoriamento Remoto, mostrando através

    desses primeiros relatos a nossa necessidade de estabelecermos, com as práticas

    pedagógicas, aproximações entre a cartografia e o Geoprocessamento.

    Percebemos que quando mostramos diversos tipos de mapas, como Mapas

    Mentais, Turísticos e Culturais, a necessidade de uma cartografia mais ampla nas

    series iniciais do ensino fundamental, onde os estudantes tenham condições de

    interligar conceitos de representação espacial ao ensino de mapas.

     Apresentamos um breve histórico da cartografia e sobre o GPS - Global

    Positioning System (Sistema de Posicionamento Global), utilizando como recurso o

    aparelho Data Show. Nesse momento foi possível saber que os estudantes

    conhecem e usam o GPS em seus aparelhos celulares para se deslocarem pela

    cidade. Posteriormente trabalhou-se os conteúdos da educação cartográfica,

    abordando as noções de: visões oblíqua, visão vertical, proporção, escala,

    lateralidade, referências e orientação espacial.

    - “A aula assim... passa rápido, só o professor escrevendo no quadro que demora”  

     A fala do estudante problematiza a temática das diferentes linguagens no

    ensino da geografia e a necessidade da escola se apropriar das diversas fontes

    informativas presentes no cotidiano extra-escolar, com o objetivo de promover a

    motivação ou sensibilização dos estudantes aos conteúdos curriculares.

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    Segundo Girardi e Oliveira Jr. (2011) “termos diferentes linguagens aponta

    para a necessidade da versatilização e diversificação dos materiais utilizados no

    ambiente escolar”.

    Os mapas turísticos foram os que mais despertaram atenções e

    questionamentos, como o mapa turístico de Vila Velha:

    - “Mas é bonito assim”? E a periferia?”  

     A fala acima articulada com as discussões trazidas pelos autores, já citados,

    aponta para a dualidade política promovida pela linguagem cartográfica no processo

    de aprendizado sobre o mundo. A linguagem cartográfica tomada como

    instrumento/recurso/ferramenta didática que objetiva comunicar uma realidade

    utilizando de obras,em uma ou diversas linguagens, que de forma criativa busca a

    motivação do estudante para o aprendizado de conhecimentos/conteúdos

    geográficos, tem sua potência política nos pensamentos que podem produzir nos

    estudantes a respeito do mundo, dentro do movimento ensinado/aprendido.

     Ainda dialogando com os autores supracitados,se tomarmos a linguagem

    cartográfica no ensino da geografia, não exclusivamente como instrumento

    comunicativo mais também, como viabilizadora de novas produções de mundo e omundo como produtor de linguagens, temos em cheque o conteúdo do processo

    comunicativo. A escola é um dos múltiplos espaços de produção cultural de obras,

    subjetividade se geografias, compreendendo assim que o processo

    pedagógico/educativo está disperso na cultura. Arrastando os processos educativos

    da questão da didática e das práticas de ensino, para as abordagens curriculares e

    para os percursos educativos escolares e não escolares, onde a potência política

    está centrada em compreender que a própria linguagem, assim como, oconhecimento/conteúdo geográfico que os estudantes entram em contato pode

    deslocar ou estagnar o pensamento acerca do mundo.

    Nesta segunda atividade observamos como as novas Tecnologias da

    Informação e Comunicação  –  TIC’s - (aparelhos, aplicativos e instrumentos

    midiáticos) trazem elementos que produzem percepções sobre o espaço geográfico

    e se colocam como linguagens outras para falar do mundo, onde forma e conteúdo

    não se dissociam dentro do processo pedagógico educativo.

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    4.2 – Elaboração dos croquis 

    Em outra prática pedagógica problematizamos e abordamos as novastecnologias como celulares, computadores, smartphones, tablets, aplicativos e

    instrumentos midiáticos, que possibilitam usos de recursos que auxiliam nas

    elaborações de mapas digitais, noções de orientação, linguagens cartográficas e

    percepções sobre o espaço geográfico, configurando em outras linguagens para

    falar do mundo, onde forma e conteúdo não se dissociam dentro do processo

    pedagógico educativo.

     Após trabalharmos as percepções cartográficas e a apresentação do históricodo GPS, propomos uma atividade na qual os estudantes foram provocados a

    elaborar um croqui “livre”  da região onde está localizada a escola, sendo a

    expressão “livre”, neste caso, a oportunidade dos estudantes cartografarem suas

    percepções, sentidos, formas e saberes em relação ao cotidiano que praticam e

    habitam e aos aspectos e singularidades socioambientais, culturais e geográficas da

    região que compõem o campo problemático da pesquisa, ou seja, o bairro

    Goiabeiras e os manguezais. Cartografias de si e de seus mundos, cartografias

    “menores” que apresentam outras políticas de espacialidades a partir dos sujeitos da

    pesquisa.

    Como base metodológica da nossa prática pedagógicas voltada para as

    percepções e elaborações dos croquis, Utilizamos o livro Primeiros Mapas: como

    entender e construir , (SIMIELLI, 2011), na qual são apresentadas numa linguagem

    didática, algumas orientações e formas possíveis para a elaboração de croquis,

    apostando em relações coletivas com redes de conversações que desencadeiam

    processos cartográficos com os estudantes e a partir do espaço geográfico na qual

    a escola e o campo problemático da pesquisa se situam.

    Nesse contexto, dialogamos com Mafalda Nesi Francischett (2006) ao pontuar

    que as experiências cotidianas contribuem com a aprendizagem dos conteúdos

    relacionados à cartografia escolar e ao ensino de Geografia.

    Quase na totalidade, os materiais didáticos específicos dos conteúdoscartográficos trazem experiências voltadas para a vivência de seu(s)autor(es). Assim, o professor fica à mercê de trabalhá-los tais como a

    bibliografia apresenta, sem adaptá-las ao seu contexto. (FRACISCHETT,2006, p.2) 

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    Dessa forma dialogamos com Simielli (2011) no sentido de problematizarmos

    e desmitificarmos a elaboração de mapas e croquis, concebendo a como uma

    prática de leitura de mundo e de si que possibilita o contexto geográfico vivido,percebido e praticado pelos estudantes. Abaixo apresentamos imagens que

    utilizamos como referência para a prática pedagógica de confecção de croquis com

    os estudantes.

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     A partir da análise das imagens e com o auxílio de uma imagem do quarteirão

    da escola, os estudantes perceberam que a cartografia não era um “bicho de sete

    cabeças”  e que usando a criatividade, a inventividade e com as redes de

    conversações tecidas nas práticas pedagógicas, poderiam construir seus próprios

    mapas, suas “cartografias menores” (GIRARDI, 2012), cotidianas, inventivas e

    praticadas.

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    Na elaboração do croqui com os estudantes e sujeitos da pesquisa, optamos

    em organizar a turma em grupos, disponibilizando folhas em formato A3 e lápis de

    cor. Projetamos a imagem do quarteirão da escola no quadro da sala de aula e os

    estudantes, em grupos, iniciaram a elaboração dos croquis seus croquis.

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     Alguns tiveram a iniciativa de utilizar outros recursos disponíveis, como

    réguas para traçar as linhas, outros, desenharam à mão livre, e outros utilizaram

    somente grafite na elaboração da atividade, mas o que fica destacado é que a

    dinâmica proposta foi desempenhada entre os grupos.

    Durante a execução da prática pedagógica de elaboração do croqui do

    quarteirão da escola surgiram algumas dúvidas e curiosidades por parte dos

    estudantes, o que nos levou a problematizar que a atividade proposta havia sido

    incorporada pela turma. Mesmo alguns grupos demonstrando certa insegurança na

    atividade de produção do croqui, este fato reverbera a necessidade e nosso

    compromisso enquanto educadores e educadoras em trabalhar esses saberes

    cartográficos nas aulas de Geografia.Saberes fundamentais ao processo de formação cidadã, de autonomia e de

    leituras de mundos. Saberes e práticas cartográficas que potencializam a interação,

    a conversa, a negociação de saberes, a inventividade, criação de espaços de

    convivências e de aprendizagens coletivas.

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     Ao final da prática tivemos como resultado os croquis abaixo, onde alguns

    grupos se destacaram pela riqueza de detalhes, apresentando lugares que não

    constavam na imagem projetada e utilizada como referência, dentre eles a faculdade

    próxima a escola, o galinheiro do vizinho, os manguezais, o comércio, avenidas,

    bazar, praças, bancos, igrejas e outras rugosidades do espaço, que desestabilizam

    as visões estáticas dos mapas. Lugares que indicam diferentes políticas de

    espacialidades a partir das experiências cotidianas dos sujeitos que elaboraram os

    croquis.

    São políticas de espacialidades e de leituras de mundo que indicam outros

    modos de perceber e praticar aquilo que está representado de maneira fixa, assim

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    como suas formas de praticar e habitar o espaço geográfico vivido, aproximando-se

    do que Mafalda Nesi Francischett (2006) relata, ao afirmar que:

    O conhecimento dos lugares dá-se mediante o entendimento de suas

    representações e do significado nelas contido. Ou seja, as representaçõesoriginam-se a partir da necessidade de orientação, de localização, dacomunicação e do interesse do homem. (Francischett, 2006, p. 1) 

    O objetivo desta atividade era que os alunos entendessem que para se

    chegar as imagens inseridas na base do GPS é preciso ir a campo, fazer

    levantamentos, conhecer o lugar de fato, e assim construir um banco de dados que

    dê suporte para a navegação e consequentemente a localização, e que os

    elementos que constroem o imaginário cartográfico estão presentes no cotidiano

    escolar e nos modos como eles pensam e praticam seus espaços de vida na vida

    cotidiana.

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    Naquilo que é visto como o “mesmo” há também umconcentrado de

    diferenciação, de produção de subjetividades e de escolhas, de quem pratica o ato

    de cartografar e de lere interagir com o espaço, o tempo, as formas e os fluxos do

    mundo. Fica como desafio para nós, educadores e educadoras, trabalharmos estes

    múltiplos conhecimentos, tanto na formação de professores/as, como no ensino da

    cartografia e da Geografia escolar, ressaltando que, durante todo o trabalho de

    elaboração das práticas pedagógicas, a partir das atividades como redes de

    conversação e de produção de subjetividades e de formação, nos atentamos aos

    conhecimentos tecidos nas relações entre os estudantes, os manguezais e o bairro,

    apostando mais na liberdade de criação e de invenção de si e de mundo, do que na

    reprodução e adaptação a uma realidade pré-existente e independente de nossas

    experiências e saberes.

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    5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS: 

    Iniciamos esse diálogo com a seguinte pergunta: O que é mapa? Objetivamos

    problematizar o ensino da cartografia e da geografia nos cotidianos escolares,

    potencializando com o professor de geografia e os estudantes da turma do 3° Ano

    EJA, da Escola Almirante Barroso, práticas pedagógicas que desmitificassem o

    entendimento padronizado e enraizado em práticas de ensino de cartografia

    convencionais.

    Dialogamos com as pesquisas com os cotidianos escolares, com oficinas

    pensadas como redes de conversações e aprendizagens a partir de práticas

    cartográficas alternativas no ensino de geografia, e suas contribuições na formação

    de professores/as, ampliando as concepções tradicionais encontradas e veiculadas

    em materiais didáticos escolares. O desejo do trabalho com as práticas pedagógicas

    realizadas em formas de oficinas, pensadas como espaçostempode aprendizagem,

    que desestabilizam, conforme constatamos nas pesquisas de campo e com as

    oficinas, um único modo de pensar, praticar e cartografar o espaço.

    Constatamos que o trabalho com as oficinas potencializam a criatividade e a

    produção de subjetividade dos sujeitos envolvidos e também diferentes usos,

    saberes, fazeres e formas de cartografar um mesmo lugar proposto, indicando assim

    que aquilo que aparentemente é visto como “o mesmo”, se apresentou como uma

    multiplicidade de modos de perceber e cartografar o espaço. Através da aplicação

    da metologia proposta, onde os estudantes foram os protagonistas da produção

    cartográfica, percebemos que esta proposta causou estranheza e medo na hora de

    elaborar o mapa. Atribuímos isto a ficção no olhar que a “cartografia maior” promove

    no imaginário espacial e cartográfico. Para “quebrar” esta forma de pensar

    apresentamos cartografias alternativas e frisamos que não existiam padrõesa serem

    seguidos, e que os estudantes deveriam confeccionar o mapa com as suas visões e

    percepções do lugar.

    Durante a elaboração dos croquis os estudantes solicitaram que a imagem do

    quarteirão da escola ficasse projetada ao longo da oficina. O reflexo dessa projeção

    ou base cartográfica fica evidente nas formas obtidas nos croquis produzidos pelos

    estudantes. Em contra partida à imagem projetada, ficou evidente nos referidoscroquis os acúmulos cotidianos de cada estudante, suas visões e percepções do

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    lugar vivido. Essa pesquisa visa contribuir a problematização do ensino da

    cartografia geográfica, mostrado que é possível quebrar os paradigmas da

    cartografia maior, promovendo assim práticas onde a “cartografia menor” e os

    saberes cotidianos estejam em evidência.

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