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a-Presos políticos Após o AI-5 as prisões se multiplicaram no Brasil. Nos primeiros anos da década de 70 havia mais de 200 presos políticos cumprindo pena no país. Na Bahia os órgãos de repressão também não pouparam militantes das organizações clandestinas existentes. Nesse período, pós AI5 e até a conquista da anistia, passaram mais de duas dezenas de presos nas celas da Penitenciária Lemos de Brito. No governo de Geisel, tido como o de início da “abertura lenta e gradual”, a ofensiva da ditadura não foi menor. Em dezembro de 1976 foram assassinados em São Paulo os dirigentes do PCdoB Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond, este último após ser preso, e efetuadas as prisões de Haroldo Lima e de Aldo Arantes. Este episódio ficou conhecido como o Massacre da Lapa.Nesse período a Operação Radar que atingiu o PCB em todo o país, assassinou Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho entre outros 20 dirigentes. “A Operação Radar chegou à Bahia no dia 4 de julho de 1975. Aproximadamente oitenta militantes, dirigentes e simpatizantes do PCB foram presos, entre os quais: Sérgio Santana, então vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro

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Após o AI-5 as prisões se multiplicaram no Brasil. Nos primeiros anos da década de 70 havia mais de 200 presos políticos cumprindo pena no país. Na Bahia os órgãos de repressão também não pouparam militantes das organizações clandestinas existentes. Nesse período, pós AI5 e até a conquista da anistia, passaram mais de duas dezenas de presos nas celas da Penitenciária Lemos de Brito.No governo de Geisel, tido como o de início da “abertura lenta e gradual”, a ofensiva da ditadura não foi menor. Em dezembro de 1976 foram assassinados em São Paulo os dirigentes do PCdoB Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Batista Drummond, este último após ser preso, e efetuadas as prisões de Haroldo Lima e de Aldo Arantes. Este episódio ficou conhecido como o Massacre da Lapa.Nesse período a Operação Radar que atingiu o PCB em todo o país, assassinou Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho entre outros 20 dirigentes. “A Operação Radar chegou à Bahia no dia 4 de julho de 1975. Aproximadamente oitenta militantes, dirigentes e simpatizantes do PCB foram presos, entre os quais: Sérgio Santana, então vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB); seu irmão Marcelo Santana, da Ala Jovem do mdb; Heitor Casaes e Silva, funcionário da FAO; Luís Contreiras de Almeida, engenheiro, vice-presidente do Clube de Engenharia da Bahia e veteranno dirigente do PCB; Sebastião Amaral do Couto, operário; Marco Antônio Rocha Medeiros, diretor do Clube de Engenharia da Bahia; José Ivan Dantas Pugliesi e Carlos Augusto Marighella, operários; Roberto Argolo, professor de física da Universidade Federal da Bahia; Albérico Bouzon, economista; Winston Carvalho, assessor do Departamento de Estradas e Rodagem da Bahia (Derba); Ieda Santana, também assessora do Derba; Maria Lúcia de Carvalho, economista; e Paulino Vieira, relojoeiro de profissão e tradicional dirigente do PCB.”( As asas invisíveis do Padre Renzo – Emiliano José)

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Anterior à luta da Anistia e por conta ainda da desmobilização resultante da repressão política estes presos eram visitados exclusivamente por familiares existindo uma grande distancia entre eles e a sociedade em geral. Quando a mobilização por anistia passou a crescer foram incluídas visitas regulares de pessoas integrantes do movimento na programação dos sábados. A rotina de visita aos presos se constituía em tarefa nobre do CBA que passou a incorporar as suas reivindicações como integrantes do seu programa de luta.Estiveram presos nas dependências, na ala dos presos políticos, da Penitenciária Lemos de Brito, cumprindo pena ou não: