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A nova escola da Luz Ano 14 - N o 55 janeiro 2014 R$ 15,00 Edifício de escola pública de São Paulo traz aplicações práticas da construção sustentável, entre eles a utilização de componentes pré-moldados de concreto

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Revista brasileira sobre construção utilizando componentes pré-fabricados de concreto. Na capa, o novo prédio da E.E. Prudente de Moraes, em São Paulo. Brazilian magazine about construction and building with precast concrete parts. Cover history: the new building for the Prudente de Moraes Scholl, in São Paulo, Brazil.

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A nova escola da Luz

Ano 14 - No 55 janeiro 2014 R$ 15,00

Edifício de escola pública de São Paulo traz aplicações práticas da construção sustentável, entre eles a utilização de componentes

pré-moldados de concreto

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14 entrevista

O consultor Idário Fernandes analisa o mercado e a situação técnico-

econômica dos fabricantes de blocos e pisos

16 pré-moldados

Grupo JW constrói condomínio em Cotia-SP com pré-moldados, blocos

e pisos intertravados de concreto

20 arquitetura

Uma escola da FDE erguida com desenho preciso em área histórica de

São Paulo, com pré-moldados de concreto

26 pré-moldados

Prefeitura de São Paulo prevê a implantação de 20 novos CEUs, com

pré-moldados

35 mesa-redonda

O 18o Fórum InterCement discutiu a situação do mercado e técnica dos

pisos industriais no Brasil

nesta edição

revista prismasoluções construtivas compré-moldados de concretowww.revistaprisma.com.brpublicação bimestraljaneiro 2015

SEÇÕES

7 agenda

8 curtas

12 produtos

32 profissional top

42 destaque

55

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Pr isma é uma publ icação b imestra l da Ed i tora Mandar im

www.mandar im.com.br

DIRETORES

Marcos de Sousa e S i lvér io Rocha

EDITOR RESPONSÁVELSi lvér io Rocha – MTb 15.836-SP

EQUIPE TÉCNICA

Abdo Hal lack, C láudio Ol ive i ra , Germán Madr id Mesa

(Co lômbia) , Hugo da Costa Rodr igues, Kát ia Zanzot t i ,

Marc io Santos Far ia , Paulo Sérg io Gross i ,

Rodr igo P iernas Andol fa to e Ronaldo V izzon i

COLABORADORES

Texto: Marcos de Sousa e Regina Rocha

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PROJETO GRÁFICO

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DIAGRAMAÇÃO/ARTE

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APOIO INSTITUCIONAL

ABCP

ABTC

BlocoBras i l

ISSN: 1677-2482

A educação é uma das áreas fundamentais para qual-quer país que pretenda alcançar o desenvolvimento ple-no de seus cidadãos, dizem os especialistas. Nesse senti-do, a criação de novos espaços dedicados à educação, à cultura e ao lazer da população, especialmente daqueles que mais precisam, é sempre notícia alvissareira. As-sim, é digno de nota o projeto em desenvolvimento na Prefeitura de São Paulo de implantar 20 novos Centros Educacionais Unificados (CEUs) na capital paulista até 2016. E todos serão construídos com pré-fabricados de concreto, seguindo o sistema construtivo majoritaria-mente empregado no projeto e construção dos 45 CEUs já existentes em São Paulo.

Nessa mesma área, publicamos nesta edição um belo projeto da Fundação para o Desenvolvimento da Edu-cação (FDE), do governo do Estado de São Paulo, de uma escola no bairro da Luz, um dos mais antigos da capital paulista, concebido e construído com pré-mol-dados e blocos de concreto, numa simbiose que se re-vela acertada e oferece bons resultados, arquitetônicos e construtivos.

Da mesma forma, um condomínio de galpões, em Cotia-SP, destinados a empresas de logística ou ligadas ao varejo e à fabricação de produtos de forma “limpa” , inteiramente construído com pré-moldados estruturais, blocos de concreto na vedação e pisos intertravados de concreto em suas vias internas, solução adotada ampla-mente por empresas de todos os portes desse setor.

O avanço dos pré-moldados, blocos e pisos intertra-vados de concreto reflete a qualidade atual dos produ-tos fabricados por indústrias que possuem os respecti-vos selos de qualidade setoriais (Selo de Qualidade da ABCP e Selo de Excelência da Abcic) e que integram um time cada vez mais amplo, em todo o Brasil. Neste ano, em que a dif ícil situação da economia brasileira aponta para um mercado com pequeno crescimento, mas no qual as oportunidades continuarão a existir nas diversas áreas atendidas pelos fabricantes de pré-moldados de concreto, deverá haver também uma espécie de “seleção natural” . Assim, os fabricantes que oferecem qualidade deverão permanecer, enquanto muitos empresários que não são do ramo, especialmente nos segmentos de blo-cos e pisos de concreto, poderão ser expelidos pelo mer-cado contratante, que deverá ser cada vez mais seletivo em relação aos seus fornecedores.

Boa leitura!

EXPEDIENTE editorial

Na próxima edição

Prédio comercial com alvenaria estrutural

Catarina Outlet, São Roque-SP

Avaliação de ciclo de vida

As edificações e as patologias

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agenda

RECEBA MAIS INFORMAÇÕES pelo boletim PrismaNet. Cadastre-se no site www.portalprisma.com.br

INSCRIÇÕES PARA O WHEELWRIGHT PRIZE 2015a partir de 5 de janeiro, pela internet

Promovido anualmente pela Harvard Graduate School of Design, o Wheelwright Prize abre suas inscrições para

edição de 2015 a partir do dia 5 de janeiro. Voltada para jovens arquitetos, distribuirá US$ 100 mil em prêmios.

As inscrições terminam no dia 30 de janeiro. Para mais informações, acesse: www.wheelwrightprize.org

WORKSHOP “AA MARATHON RUNWAY SAMBADROME”10 a 18 de janeiro, no Rio de Janeiro

Entre os dias 10 a 18 de janeiro, o workshop “AA Marathon Runway Sambadrome” explorará diversos tipos de

intervenções, internas e externas, a serem aplicadas no sambódromo Marquês de Sapucaí, projeto desenvolvido

por Oscar Niemeyer durante a década de 1980. Durante as aulas, que acontecem no Centro Carioca de Design,

serão apresentadas técnicas avançadas de design computacional e fabricação digital, abrangendo a construção de

modelos físicos a partir de cortes a laser e prototipagem rápida. De acordo com a organização, não é necessário

ter experiência prévia em design ou fabricação digital para participar do curso. Os interessados devem efetuar as

inscrições até 6 de janeiro, ao custo de 695 libras esterlinas. Para mais informações, acesse: www.aaschool.ac.uk

FEIRA DOMOTEX 17 a 20 de janeiro, em Hannover, Alemanha

Feira de pisos, azulejos e revestimentos. Local: Deutsche Messe AG Hannover, Hannover, Alemanha

Saiba mais: www.domotex.de

FEIRA BAU19 a 24 de janeiro, em Munique, Alemanha

Feira de construção, ar-condicionado e arquitetura. Local: New Munich Trade Fair, Munique, Alemanha

Saiba mais: www.bau-muenchen.com

IMM COLOGNE 19 a 25 de janeiro, em Colônia, Alemanha

Feira de design e decoração, que será realizada em Koeln Messe Koelnmesse, Colônia, Alemanha.

Saiba mais: www.imm-cologne.com

WORLD OF CONCRETE 2 a 6 de fevereiro de 2015, em Las Vegas, EUA

O WOC é o evento internacional anual da indústria dedicada ao concreto e à construção com alvenaria de blocos

de concreto, apresentando fornecedores líderes da indústria. Apresentarão também ferramentas inovadoras,

máquinas e equipamentos de construção, cursos de formação de segurança e treinamento, tecnologias e

oportunidades de networking ilimitadas para novas maneiras de sustentar e fazer crescer o seu negócio.

Mais informações: www.worldofconcrete.com

EXPO REVESTIR3 a 6 de março, em São Paulo

A 13a edição da Fashion Week da Arquitetura e Construção acontece no início de março de 2015, no

Transamérica Expo Center, em São Paulo. Entre as novidades, empresas nacionais e internacionais apresentarão

os produtos que ditarão moda em 2015 em soluções de acabamentos como cerâmicas, louças sanitárias, metais

para cozinhas e banheiros, rochas ornamentais, laminados, madeiras, mosaicos, cimentícios, vítreos, entre

outros. Lançamentos importantes que, por sinal, norteiam os projetos de arquitetos e designers de interiores e

diversificam as opções para revendedores, construtores e compradores internacionais. “A feira pretende superar

o sucesso de 2014, na qual ultrapassou a marca dos 51 mil visitantes altamente qualificados, que conferiram

pessoalmente os lançamentos dos 233 expositores presentes”, afirma Antonio Carlos Kieling, presidente da

Expo Revestir, do Fórum Internacional de Arquitetura e Construção e superintendente da Anfacer.

BRASCON 20154 e 5 de março, em São Paulo

O II Congresso Técnico-Comercial de Concretagem, Pré-moldados e Agregados (BrasCon) traz sessões técnicas e

comerciais e palestras conduzidas por especialistas no setor de concreto, com objetivo de apresentar produtos e

discutir as novas tecnologias e oportunidades da indústria. O público-alvo do evento são CEOs, diretores, gerentes,

técnicos, consultores, empresários, construtores, fornecedores e investidores, além das organizações não

governamentais. Informações e inscrições: www.gmiforum.com/bemvindo-ao-brascon-2015

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curtas

SINPROCIM COMPLETA 80 ANOS E LANÇA LIVRO COMEMORATIVOO Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo (Sinprocim) completou 80

anos de atuação em 2014 e, para celebrar a data, lançou o livro - “Uma História Concreta de Lutas

e Conquistas”. A obra reúne fatos que marcaram a trajetória da entidade, bem como da indústria de

produtos de cimento e da própria construção civil brasileira. “A experiência adquirida em décadas

de história é fundamental para que possamos seguir no caminho certo, no fortalecimento da cadeia

produtiva da construção do Brasil. Espero que este livro possa contribuir para a tomada de decisões

corretas”, destaca José Carlos de Oliveira Lima, presidente dos Conselhos Deliberativos do Sinaprocim/

Sinprocim. O livro foi editado pela BB Editora, distribuído a autoridades, associados, lideranças e

empresários da cadeia produtiva da indústria da construção e jornalistas. Para contar a história do

Sinprocim, o livro faz uma viagem no tempo e remonta aos primórdios, passa pelo desenvolvimento da

construção no Brasil até chegar aos dias de hoje. São seis capítulos: Produtos de cimento no Brasil e

no Mundo; A trajetória de uma entidade; Depoimentos; ConstruBusiness, Galeria dos Presidentes e A

Indústria e a Sustentabilidade. O livro conta também a história da produção de cimento no Brasil. Desde

os primórdios, em 1892, na Paraíba, que não vingou devido à distância dos grandes centros. A segunda

é de 1897 sobre a Usina Rodovalho, em São Paulo, considerada a pedra fundamental da indústria de

produtos de cimento no Brasil. A usina funcionou até 1904 quando foi arrematada e em 1918 passou

para as mãos da Votorantim. Mas a primeira fábrica de cimento só saiu do papel vinte anos depois

com a inauguração em 1923 da Companhia Brasileira de

Cimento Portland, em Perus, São Paulo. Até então, o consumo

de cimento no País dependia exclusivamente do produto

importado. Diante da produção crescente, os empresários do

setor decidiram se reunir, criando o Sinprocim – Sindicato da

Indústria de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo,

em 1934, originalmente com outra denominação: Sindicato

dos Fabricantes de Ladrilhos e Mosaicos de São Paulo. Em

1937, filiou-se à Federação das Indústrias do Estado de São

Paulo (Fiesp), ajudando a construir as bases que hoje dão

sustentação à federação. Hoje, o Sinprocim representa mais de

oito mil indústrias de produtos de cimento em todo o País, com

faturamento de R$ 9,4 bilhões e gerando 126 mil empregos.

ENIC 2015: INSCRIÇÕES ABERTASJá está no ar o site do 87o Encontro Nacional

da Indústria da Construção (Enic), que será

realizado de 23 a 25 de setembro de 2015, em

Salvador. Promovido pela CBIC e realizado pelo

Sinduscon-BA e Ademi-BA, o evento terá como

tema central “Brasil mais eficiente, País mais

justo”. A expectativa é de que participem do

encontro cerca de 1.800 pessoas com o objetivo

de apresentar soluções e novos entendimentos

para um setor em constante evolução. Durante a

reunião do Conselho de Administração da CBIC,

o vice-presidente Vicente Matos, destacou a

importância do apoio das Comissões Técnicas

para a definição dos temas para o encontro.

Mais informações: http://www.enic.org.br/.

SECONCI-SP: BALANÇO POSITIVOO ano de 2014 foi de conquistas para o

Seconci-SP (Serviço Social da Construção). Com

10.300 colaboradores e 81 unidades de saúde

sob sua administração, próprias ou da rede

pública de saúde, espalhadas pelo Estado de São

Paulo, a entidade atingiu a marca de 8 milhões

de atendimentos em 2014. Em comparação com

2013, estes números representam aumento

de 20% em atendimentos e de 11,5% em

colaboradores. Em suas 11 unidades próprias

na capital e no interior paulista, o Seconci-SP

deverá fechar o ano com cerca de 2 milhões

de atendimentos feitos a trabalhadores da

construção civil e seus familiares, 11% a mais

em relação a 2013. Esses números incluem:

atendimentos médicos e odontológicos;

procedimentos ambulatoriais e odontológicos;

exames laboratoriais, de imagem e de métodos

gráficos; e atendimentos de equipes de apoio

(fonoaudiologia, nutrição, serviço social,

enfermagem e fisioterapia). Com cerca de 5 mil

empresas contribuintes, o Seconci-SP investiu

ao longo de 2014 cerca de R$ 1,250 milhão

na inauguração de uma nova unidade em

Piracicaba (SP), na aquisição de equipamentos

que aumentaram a capacidade de atendimentos,

na ampliação de postos de trabalho, entre

outras melhorias. “Para 2015 vamos investir

R$ 3,5 milhões em novos equipamentos e

melhorias, que incluem inauguração de duas

novas unidades no interior e aquisição de mais

uma Unidade Móvel Odontológica.

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MANUAL DE DESEMPENHO - ALVENARIA DE BLOCOS DE CONCRETO DISPONíVEL PARA DOWNLOAD

O Manual de Desempenho – Alvenaria de Blocos de Concreto, Guia

para atendimento à Norma ABNT 15575

já está disponível para download no

site da BlocoBrasil. O procedimento

para baixar a íntegra do Manual de

Desempenho é muito simples - basta

acessar o site da BlocoBrasil e seguir

os passos abaixo:

1) www.blocobrasil.com.br

2) página principal (home) em

“Manual de Desempenho”

3) preencha com seus dados e

receba o link direto no seu e-mail.

Para mais informações, ligue para

a BlocoBrasil: tel. (11) 3768-6917

ou envie e-mail para [email protected].

INDúSTRIA DE BLOCOS PREVê ESTABILIDADE DOS NEGóCIOS EM 2015

Pesquisa semestral da Associação Brasileira da Indústria de Blocos de

Concreto (BlocoBrasil), realizada neste mês de novembro, mostrou que

a maioria dos fabricantes (66,66%) está pessimista com o desempenho

da economia no primeiro semestre de 2015. A necessidade de um ajuste

fiscal e de redução de gastos para ajustar as contas públicas neste ano

não trazem perspectivas animadoras para o desempenho da economia

e da construção civil brasileira. Coerentes com essa conjuntura, 50%

dos fabricantes que responderam à pesquisa nacional esperam manter

o nível atual dos seus negócios, estimativa melhor do que a dos 14,5%

de empresários que preveem redução das atividades em até 30%,

no primeiro semestre de 2015. Já para 22,91% dos fabricantes, a

expectativa é positiva, prevendo crescimento das atividades entre 10% e

20% nesse período do ano que vem. O mercado imobiliário, seguido pelo

programa Minha Casa, Minha Vida, com 47,91% e 33,33% das respostas,

respectivamente, são os dois segmentos responsáveis pela manutenção

ou crescimento das atividades do setor, segundo os fabricantes associados

à BlocoBrasil. A contratação de mais funcionários (22,92%), a adoção

de medidas para aumento da produtividade (16,32%), entre elas o

treinamento/automatização e a aquisição de máquinas paletizadoras, e a

compra de novos equipamentos (10,41%) são as medidas previstas para

aqueles que estimam crescimento dos negócios. A redução do número de

funcionários é a ação a ser tomada pelos empresários que acreditam na

redução das atividades. O segmento hoje mais significativo do setor - que

congrega fabricantes de blocos e pisos intertravados de concreto - é o

de blocos estruturais, responsável por 74,35% do faturamento setorial.

O segmento de pisos intertravados representa 29,16% do total. Segundo

Ramon Barral, presidente da BlocoBrasil, a pesquisa semestral das

expectativas para o primeiro semestre de 2015 traça um retrato preciso

do que é o setor atualmente.

SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESíDUOS ON-LINE Já ESTá EM VIGOR NO ESTADO DE SP

Já está disponível para acesso o site do Módulo Construção Civil do

Sistema Estadual de Gerenciamento On-line de Resíduos Sólidos (Sigor),

instituído pela Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo em parceria

com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e o

Sindicato da Indústria da Construção (SindusCon-SP). A ferramenta, que

objetiva agilizar e desburocratizar os procedimentos de gerenciamento

das informações relativas aos fluxos de resíduos sólidos desde a

geração até a destinação final, passando pelo transporte e destinações

intermediárias, foi lançada em 12 de dezembro último, na Secretaria

Estadual do Meio Ambiente. O SindusCon-SP também disponibilizou

a apresentação do projeto, que reúne informações sobre os materiais

contemplados, os usuários do programa e os dados para elaboração dos

Planos de Gerenciamento de Resíduos (PGR) por parte dos geradores e

a emissão dos documentos que acompanham os resíduos transportados

chamados de Controle de Transporte de Resíduos (CTR). A previsão é de

que, em 2015, o Sigor seja implantado nas cidades de Santos, onde já

opera um sistema piloto, Campinas, Sorocaba, São José do Rio Preto,

Presidente Prudente, Bauru, São José dos Campos, Ribeirão Preto e Santo

André. O sistema envolve, além dos órgãos estaduais, os municípios,

os geradores, os transportadores e as áreas de destino de resíduos.

Para acessar o Sigor: www.cetesb.sp.gov.br/residuos-solidos/sistema-de-

gerenciamento-online-de-residuos---sigor/33-inicio

Mercado imobiliário segue como principal cliente do setor

RETIFICAÇãO PROFISSIONAL TOPLúcio Silva é presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos de

Cimento do Estado de Minas Gerais (Siprocimg) e diretor-adjunto do

Sistema Fiemg; é empresário e sócio das empresas Bloco Sigma e Pavi

Sigma, diferentemente do que foi publicado na seção Profissional Top na

edição 54 da Revista Prisma.

curtas

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produtos

LINHA TRANSPALETE CSM TP - A CSM, uma

das maiores e mais importantes empresas no

desenvolvimento de máquinas para construção, fôrmas,

sistemas construtivos e engenharia de movimentação

do País, acaba de lançar uma linha de transpaletes,

ideal para a movimentação de cargas paletizadas. A

linha CSM TP tem versões com capacidades de carga

de duas toneladas e de três toneladas, ambas pensadas

para facilitar a movimentação horizontal, a seleção

e a distribuição de estoques em fábricas, galpões,

centros de distribuição e outros ambientes logísticos.

Os transpaletes de duas toneladas podem variar quanto

à largura dos garfos, com modelos de 550 mm e

685 mm, e rodas de nylon, simples e dupla; a largura

dos garfos do transpalete de três toneladas é de

685 mm e as rodas duplas são de nylon. Informações:

www.csm.ind.br

PÁ-CARREGADEIRA BMC-HYUNDAI - A BMC-Hyundai distribui

os modelos de pás-carregadeiras Simple Tech SL733 e SL763

para todo o Brasil. A popularidade das máquinas se deve à sua

alta qualidade e funcionalidade, aliadas ao baixo custo. O modelo

SL733 pertence à categoria de 12 toneladas, com potência de

123 HP e capacidade de caçamba 1,7 m3; enquanto o modelo

SL763 faz parte da categoria de 18 toneladas, com potência

de 217 HP e capacidade de caçamba de 3 m3. Usadas para

mobilidade de materiais ou para substituição de tratores de

esteiras, as pás-carregadeiras Shandong se destacam por sua

qualidade e acabamento, além de conter cabine fechada com

ar-condicionado e ampla visibilidade, baixo nível de ruído, rádio

e entrada USB, assento regulável e ajustável ao peso, tudo para

proporcionar maior conforto ao operador e, assim, ganho de

produção. A central de monitoramento do painel de controle possui

indicadores analógicos das funções do motor e da transmissão

e, ainda, sistema de iluminação para trabalho e deslocamentos.

CIMENTCOLA WEBER PARA COZINHAS E BANHEIROS - A Weber, fabricante dos produtos quartzolit, lança o cimentcola cozinhas

e banheiros quartzolit, específico para áreas internas de cozinhas, banheiros e lavanderias. A novidade é uma argamassa colante

cinza, fácil de misturar e aplicar, com propriedades que tornam o produto ainda mais resistente quando comparado com argamassas

colantes convencionais para uso interno. Indicado para revestimento de cerâmicas com dimensão de até 80 x 80 cm, o produto tem

aditivos especiais para garantir o desempenho em áreas úmidas. O cimentcola cozinhas e banheiros quartzolit está disponível em

embalagens de 20Kg em São Paulo e no Rio Grande do Sul e, nos próximos meses, nos demais Estados brasileiros. O atendimento ao

cliente é feito pelo telefone 0800 709 6979, de 2a a 6a feira, das 8h às 18h. Mais informações: www.weber.com.br.

O motor a diesel é dotado de seis cilindros com injeção mecânica

e o capuz é basculante, para facilitar a inspeção e manutenção

periódicas. Informações: www.brasilmaquinas.com.

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CIMENTÍCIO COM SOTAQUE - A grande novidade do

setor de cimentícios é a parceria da baiana Tecnogrés

Revestimentos Cerâmicos com a portuguesa A Cimenteira do

Louro, reconhecida mundialmente pela sua especialização em

cimentícios. Inspirados tanto na geometria quando nas pedras,

as peças da A Cimenteira do Louro fogem do lugar comum.

Comercializadas no Brasil com exclusividade pela Tecnogres,

prometem brilhar na Coleção 2015. Como o sofisticado Vértice,

com discreto efeito 3D, para quem quer destacar um painel

interno ou uma fachada mais modernista. O acabamento suave

ao toque traz ainda mais elegância. A criatividade fica por conta

do especificador, que pode criar formas de colocação das peças,

formando a sua própria composição. O formato 20 x 20 cm

facilita a colocação e dá asas à imaginação. As cores são

clássicas - marrom, branco, cinza e preto - e podem ser outro

componente na personalização. Os produtos da A Cimenteira

do Louro são produzidos com cimento, areia, brita e água, são

100% recicláveis, sendo todos os seus resíduos de produção

reutilizáveis e não necessitam de queima para sua fabricação.

TORNEIRA ELETRÔNICA LUMEN - A Hydra apresenta a Lumen,

primeira torneira eletrônica do mercado brasileiro com sistema gradual

de controle de temperatura. Com a Lumen fica muito mais fácil

controlar a direção da água, pois o arejador é totalmente articulado,

girando 360 graus. A torneira conta com dois sistemas de identificação

de temperatura: um visualizado na etiqueta do botão de controle e o

outro, que é a grande inovação, por meio de Leds que emitem luzes

sobre a água, que, de acordo com a temperatura escolhida, muda

de cor. Ela economiza até 91% de energia e é de fácil instalação.

Compatível com disjuntor DR, tem versões 220V e 127V. Informações:

http://www.hydra.eco.br/produtos/torneiras-eletricas/lumen-eletronica.

ADITIVOS BASF PARA CONCRETO - Ter o parceiro certo de

aditivos é fundamental para o sucesso de qualquer produtor de

concreto. A marca Master Builders Solutions da Basf lidera a

indústria da construção com uma marca inovadora detentora de

produtos avançados para o mercado de concreto. A Basf oferece

ampla linha de plastificantes de alta qualidade para aumentar

a produtividade, o desempenho e a eficiência do concreto, bem

como aditivos complementares para melhorar as propriedades

de resistência, durabilidade, design e de sustentabilidade do

concreto. Os aditivos especialmente formulados possuem

propriedades redutoras de água que permitem a produção

de concreto durável de alta resistência com maior tempo de

trabalhabilidade. Essas propriedades podem ser encontradas

nas famílias de produtos MasterGlenium, MasterPolyheed e

MasterRheobuild. E, segundo o gerente de Marketing da Basf,

Marcos Correia, a linha Master Premium X-Seed da empresa

fornece soluções que permitem eliminar a necessidade de

cura a vapor, oferecendo resistências iniciais muito altas,

entre quatro e seis horas, dependendo das dosagens.

Informações: www.basf. Com BR.

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14 p r i smap r i smap r i smap r i smap r i sma14 p r i smap r i smap r i smap r i smap r i sma

entrevista

Idário Fernandes

O consultor Idário Fernandes é engenheiro civil e técnico em edificações, com mais de 30 anos de

experiência na produção e controle de qualidade de artefatos de cimento. Ao longo de sua carreira,

o especialista proferiu mais de 250 cursos e palestras no Brasil e no Mercosul sobre cimento e

concreto, prestou mais de 200 consultorias em fábricas de artefatos e escreveu o livro Blocos e

Pavers - Produção e Controle de Qualidade, hoje na quinta edição, com mais de 10 mil exemplares

vendidos em 16 países. Idário dirige a Doutor Bloco (www.doutorbloco.com.br), empresa que presta

serviços de consultoria em tecnologia de concreto. Nesta entrevista, ele discute a situação do

setor de fabricação de blocos de concreto para alvenaria e pavimentação e oferece algumas dicas

importantes para quem fabrica, constrói ou projeta obras com esses materiais.

Doutor em blocos De concreto

Como anda o mercado de fabricação de blocos e pavers? Ainda há muitas indústrias novas em implantação pelo país?

Sim, apesar de estarmos em um momento de relativa estag-nação. Muitas fábricas estão iniciando a produção agora ou vão fazê-lo nos próximos meses, quando terminarem a instalação de seus equipamentos. Isto ocorre porque muitos empresários vis-lumbraram ótimas oportunidades de negócios neste setor há dois anos, quando tivemos uma explosão de consumo. Naque-le período chegamos a ter blocos vendidos pelo dobro do pre-ço de mercado de hoje. O caminhão do cliente ficava de plantão no pátio da fábrica esperando o produto sair da câmara de cura. E como os grandes projetos de indústrias demoram a entrar em operação, diversas empresas estão concretizando agora os pla-nos feitos no período das “vacas gordas”, em 2011. Uma fábrica leva de um a dois anos para ficar pronta a partir da decisão de entrar no negócio. Depois vem a escolha do terreno, definição do equipamento, projeto da planta, liberação de financiamento, importação, transporte, desembaraço alfandegário, instalação e treinamento da equipe, entre outras etapas.

É possível falar em uma evolução do setor de fabricação de blocos de concreto no Brasil? O que melhorou nos últimos anos?

Tenho certeza de que nos últimos anos houve significativa

evolução na qualidade dos produtos, com a entrada no mercado de muitos equipamentos de grande capacidade e alto grau de au-tomação, principalmente aqueles importados. Avalio que nos úl-timos cinco anos, mesmo com o período dif ícil que estamos atra-vessando, o mercado cresceu e evoluiu tecnologicamente mais do que nos dez anos anteriores. Outro fator a considerar é que, com o mercado enxuto e muita gente competente chegando, os que estavam acomodados, solidamente estabelecidos, tiveram que se aprimorar ainda mais. Haverá, portanto, um saneamento do setor, com o provável desaparecimento dos aventureiros, prin-cipalmente dos fabricantes de equipamentos ineficientes, e das fábricas de blocos sem qualidade, produtos informais que não cumprem as exigências de norma.

Alguns arquitetos e engenheiros que visitam o país comentam a pequena diversidade de produtos oferecidos no Brasil, tanto em peças para pisos, como de blocos para alvenaria. Mesmo aqui na América do Sul, há países onde é possível encontrar pisos com acabamentos mais finos e blocos com texturas diferenciadas. As fábricas locais não estão preparadas para produzir esse tipo de material ou não há demanda no mercado?

De fato, ainda precisamos crescer nesta direção, e precisamos ser mais ousados. Há, é claro, exceções e temos algumas empre-

REPORTAGEM: Marcos de Sousa FOTO: Divulgação

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capa e modelos inéditos no país. Também por lá, o grupo Silva-na inaugurou recentemente uma planta moderníssima e de alta tecnologia. No Rio Grande do Sul, a Groove está fazendo a ter-raplenagem para instalação de sua terceira máquina moderna e de grande porte, isso em menos de três anos. O caminho é este, mas o empresário precisa ter coragem e, sobretudo, muita visão e estudo de mercado.

Para obter qualidade, qual é o maior problema: os equipamentos, os materiais ou o treinamento da mão de obra?

O maior responsável pela falta de qualidade dos blocos de concreto e pavers no Brasil é a ausência de comprometimento do comprador com a qualidade do produto, em outras palavras, o conceito do “me engana que eu gosto”. Longe dos grandes cen-tros, muitos compradores sabem que existe a norma, e que esse documento especifica o nível mínimo da qualidade exigível do produto; mas preferem pagar mais barato por um produto que, apesar de boa aparência, não atende, nem de longe, às exigências. Para quem tem visão curta, atender às normas significa aumentar o custo, e então se compra um produto fora das especificações com a impressão de ser um bom negócio. Mas, em pouco tempo o mau desempenho do produto acaba por prejudicar não ape-nas quem o comprou, mas, principalmente, a imagem do sistema construtivo, sobretudo no caso dos blocos para pavimentação.

Existem também limitações dos materiais usados na fabricação (cimento, areia, brita, pigmentos, aditivos)?

Existem particularidades regionais. No Sudeste, notadamente em São Paulo, Minas e Espírito Santo, temos oferta de materiais excelentes, com destaque para o Espírito Santo, que tem uma das melhores areias do país. Em outras regiões, nem tanto. No Nor-te temos pouca oferta de cimento ARI (alta resistência inicial), o mais indicado para artefatos de concreto, porque possibilita a desforma antecipada. Na região Oeste do estado de São Paulo e em Mato Grosso do Sul há muita areia boa, mas o pó de pedra é de basalto, que não é bom para artefatos. No Sul, temos maior dificuldade para adquirir areias de boa qualidade.

Haverá um saneamento Do setor, com o provável Desaparecimento Dos aventureiros, principalmente Dos fabricantes De equipamentos ineficientes, e Das fábricas De blocos sem qualiDaDe

sas que se arriscam a oferecer produtos novos, mas ainda de for-ma muito acanhada. Apenas para comparação, no México, as ha-bitações do tipo “minha casa minha vida”, são construídas com alvenaria de blocos split (com superf ície que imita a pedra) na fachada. Em outubro estive no Peru e na Argentina, em eventos que reuniram especialistas do setor, que representavam boa parte do mundo. Na maioria dos trabalhos apresentados, discutiu-se muito o bloco split, os blocos intertravados mesclados, e diversos outros tipos de materiais que não utilizamos no Brasil. Ainda te-mos medo de ousar e, salvo exceções, continuamos com os mes-mos modelos de 30 anos atrás. Em janeiro, estive na África do Sul para obervar o “pós-Copa” deles e me encantei com as com-binações harmônicas de pavers, pisos tipo fulget, meios-fios co-loridos, cerâmica e principalmente soluções para portadores de necessidades especiais. Por outro lado, nunca haverá demanda se não houver oferta. Primeiro, temos que apresentar o produto ao mercado, para ser conhecido, experimentado e comentado, e daí, se o produto for adequado, a demanda aparecerá naturalmente.

Onde estão os maiores desafios para a melhoria constante: nos equipamentos, na formação da mão de obra ou na capacidade de renovação dos próprios empresários?

Creio que o maior desafio é mesmo a capacitação profissional, tanto para a produção como para aplicação dos produtos. Temos muitos casos de excelentes produtos que foram mal aplicados e geraram uma imagem ruim para o sistema. Em segundo lugar, vem a necessidade de informação. Infelizmente, temos uma gran-de quantidade de equipamentos novos, muito atrativos, baratos, mas ineficientes, sendo ofertados no mercado. Ironicamente, es-tas empresas ostentam excelente imagem na internet, fazendo com que pequenos investidores adquiram esses equipamentos e “queimem” suas parcas economias. Ao final, não conseguem ob-ter lucro e, para não perder o pouco que tinham, se veem obri-gados a colocar um produto sem qualidade no mercado. E isto prejudica toda a cadeia do segmento. Os empresários também terão de fazer sua parte nesta renovação. Numa interpretação do velho ditado “Quem não tem competência não se estabelece” eu diria, neste novo cenário: “Quem não tiver competência não per-manecerá estabelecido”.

Você poderia citar um exemplo de fabricante, que tenha feito uma evolução importante na qualidade dos produtos?

Sim, há diversos. No Nordeste, a Prenorte trocou equipamen-tos de 30 anos por máquinas novas, duplicou sua produção e ago-ra atende a todas as exigências de norma. Resultado: o negócio está prosperando. A Concrepoxi, que investiu em equipamento moderno, oferece um produto de padrão internacional, dupla

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pré-moldados

REPORTAGEM: Silvério RochaIMAGENS: Patrícia Belfort

Empreendimento em

Cotia-SP ergue, com

blocos e pré-moldados

estruturais de concreto,

galpões com metragens

diferenciadas para

atender a empresas

de logística

Logística em bLocosA forte declividade, a existência de

rochas e o lençol freático quase afloran-do em diversos pontos no terreno de 155 mil m2 eram desafios a serem supe-rados pelo projeto e pela execução do condomínio logístico da JW Empreendi-mentos. “Havia uma grande dificuldade para o desenvolvimento do projeto es-trutural e de fundações, pois precisáva-mos lidar com esses diversos problemas e buscar as melhores soluções para cada

área do terreno” , explica o engenheiro Ricardo Simões, autor dos projetos de fundações e estrutural do condomínio.

Assim, o projeto previu o emprego de fundação direta com estacas de héli-ce contínua nos locais em que havia ro-chas aflorando e, nas áreas situadas nas partes mais baixas do terreno, o uso de tubulões e hélice contínua, com estacas de 15 a 22 m de profundidade. E, devi-do ao desnível de 14,5 m entre os gal-

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o projeto estruturaL dos gaLpões utiLizou os pré-moLdados de concreto, com vedação com bLocosde concreto

Logística em bLocospões, foram construídos diversos muros de arrimo para a contenção do terreno. “Precisamos canalizar o lençol freático em diversos pontos, como solução para evitar o afloramento da água” , conta Si-mões. Já o projeto estrutural dos galpões – no total, são 11 galpões com áreas va-riáveis entre 2.800 m2 e 7.500 m2, todos com mezaninos, que possuem áreas en-tre 310 m2 e 720 m2 – utilizou os pré-moldados de concreto, com blocos de

concreto na vedação. Além dos galpões, que somam 46 mil m2 de área cons-truída, há um prédio de estacionamento, com 20 mil m2 e construído com concre-to moldado in loco.

MElhOR SOluçãO TécNIcAA construção foi realizada pela Efe-

so Construtora, de Cotia-SP, que se res-ponsabilizou por todas as etapas da obra, incluindo a contratação dos fornecedo-res. A obra teve o início de seus traba-lhos em maio de 2013, com previsão de conclusão em dois anos e meio. “Nossa maior dificuldade foi superar os proble-mas com as fundações e a existência de rochas muito grandes na superf ície do terreno, que também tem grande decli-vidade e irregularidade” , revela o enge-nheiro Joaquim Gomes da Silva Filho, sócio-diretor da Efeso. “Somente para superar essas irregularidades e desníveis do terreno, foi necessário movimentar 756 mil m3 de terra” , diz ele.

O projeto inicial dos galpões previa a estrutura geral em pré-moldados de concreto e os mezaninos moldados in loco, com vigas metálicas. De acordo com o engenheiro da Efeso, a estrutura

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pré-fabricada de concreto foi considera-da a melhor opção técnico-econômica. “Esta solução foi muito melhor do ponto de vista técnico” , avalia o engenheiro Si-mões. Com ele concorda, claro, o enge-nheiro Gabriel Scarelli, da Leonardi Pré-Moldados, empresa que desenvolveu o projeto estrutural específico e forneceu/montou as peças da estrutura.

Segundo o engenheiro Scarelli, os gal-pões têm vãos de até 24 m e pé-direito de 12 m, com os mezaninos posicionados na parte frontal de cada edificação; os galpões contam ainda com iluminação por lanternins, posicionados no centro da cobertura, feita em telhas de alumínio, e ventilação por lanternins, nas laterais das coberturas dos galpões. Devido ao atraso inicial da obra decorrente da ne-cessidade de solucionar as dificuldades das fundações, a Leonardi desenvolveu uma estratégia de logística que incluiu a produção de um grande volume de pe-ças inicialmente, que eram estocadas na própria fábrica, em Atibaia-SP.

Antes do início da montagem das es-truturas dos galpões, foi feita a pavimen-tação das ruas, com pisos intertravados de concreto. Os pisos, com desenho do tipo espinha de peixe, são nas tonalida-

arquitetura

a opçãopor utiLizar ospré-moLdadosde concreto para a estrutura dos gaLpõesfoi a meLhor soLuçãotécnica

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FICHA TÉCNICA

Nome da obra: JW Empreendimentos

localização: Rodovia Raposo Tavares (SP 270) KM 36,7 cotia-SP

Área do terreno: 155 mil m2

Área construída: 46 mil m2, galpões; 20 mil m2, prédio estacionamento

Arquitetura: arq. Johnny Watanabe

Fundações e Estrutura: eng. Ricardo Simões

construção: Efeso construtora

Empreendimento: JW Empreendimentos

Fornecedores: Pré-moldados (leonardi); Blocos de concreto de vedação (Quitaúna Fábrica de blocos), pisos intertravados de concreto (Piúca), concreto (Potência concreto)

des cinza e amarelo, esta nas partes cen-trais das vias. No total, foram pavimen-tados 9,6 mil m2 de ruas internas com pavers. De acordo com o engenheiro da fabricante de pré-moldados, após a pavi-mentação das vias do condomínio, as pe-ças estruturais foram levadas e estocadas no canteiro da obra. A construção da es-trutura exigiu da Leonardi a disponibili-zação de uma carreta e de um guindaste com capacidade para 30 toneladas para transporte interno e içamento das peças.

A equipe da fabricante de pré-mol-dados foi constituída por cinco profis-sionais, mais o responsável técnico. “As vigas de cobertura mais compridas, de 24 m cada, foram montadas com duas equipes, que conseguiam erguer qua-tro vigas por dia” , diz Scarelli. A mon-tagem teve início em 15 de setembro de 2013 e foi concluída às vésperas do Na-

tal de 2014, em 23 de dezembro de 2014.Na vedação, foram empregados os

blocos de concreto da Quitaúna, de San-tana do Parnaíba-SP, detentora do Selo de Qualidade da ABCP e qualificada pelo PSQ de Blocos vazados de concre-to, do PBQP-H e há 25 anos no merca-do, segundo seu proprietário, Clineu Al-ves Guimarães. A decisão pela Quitaúna como fornecedora dos blocos para a obra foi decorrência da “confiança na qualidade dos produtos da empresa, da qual sou cliente há quase 20 anos” , se-gundo o engenheiro Joaquim Gomes, da Efeso Construtora. A somatória do know-how da construtora com a con-fiança nos seus principais fornecedores, segundo Gomes, permitiu à Efeso entre-gar a obra em 1,5 ano, ante os 2,5 anos previstos inicialmente.

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arquitetura

REPORTAGEM: Marcos de SousaIMAGENS: Lauro Rocha/divulgação

Instituição de ensino

tradicional do bairro da

Luz, em São Paulo, a

E.E. Prudente de Moraes

acaba de ganhar uma

nova casa, construída

em tempo recorde

com componentes

pré-fabricados de

concreto. O projeto é das

arquitetas Keila Costa e

Helena Ayoub Silva

Uma escola em qUatro tempos

Com 122 anos de atividades, a Esco-la Estadual Prudente de Moraes, em São Paulo, já ocupou três edif ícios: o primei-ro em sua fundação, em 1893, o segundo projetado especialmente pelo arquiteto Ramos de Azevedo e depois transfor-mado em quartel militar, e o terceiro construído nos anos 1950, já em acordo com a estética da arquitetura modernis-ta. Agora, entre 2009 e 2014, a Funda-

ção para o Desenvolvimento da Educa-ção (FDE) projetou e construiu um novo prédio para a tradicional escola, inteira-mente concebido com elementos pré-fa-bricados.

A pressão do prazo de construção vinha, de um lado, do interesse mani-festo da vizinha Pinacoteca do Estado em incorporar o elegante prédio da es-cola às suas instalações. Havia também

Prédio ocupa terreno de antiga garagem da Prefeitura de São Paulo, do qual foram mantidos parte dos muros e o pórtico com o brasão municipal.

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a necessidade de obras na edificação, que se encontrava em más condições de conservação e pedia um restauro urgente. Oficialmente, a FDE informa que a mudança de prédio foi necessá-ria para “ampliar as salas de atividades, com mais equipamentos pedagógicos e melhor infraestrutura, além da possibi-lidade de ampliação do atendimento à comunidade” .

A nova unidade teve projeto preli-minar da arquiteta Keila Costa (http://maisk.arq.br/eebairro-luz), que pos-teriormente foi convidada pela colega Helena Ayoub Silva para trabalhar no

desenvolvimento do projeto executivo. O prédio conta com 4.945 m2 de área, cerca de 2.500 m2 a mais do que o pré-dio anterior, ampliando, segundo a FDE, a capacidade de atendimento da escola em mais de 60%, com um total de 1.600 vagas.

As instalações recém-construídas também propiciaram a ampliação da sala de informática, além de laborató-rios, brinquedoteca, sala de leitura, sala de recurso para atendimento comple-mentar e especializado a alunos defi-cientes e sala de reforço escolar, além de duas quadras, uma delas coberta.

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arquitetura

Construção com estrutura pré-moldada de concreto avançou rapidamente, logo após a demolição da antiga (e primeira) garagem

da prefeitura. O uso de pré-moldados e de alvenaria racionalizada com blocos de concreto permitiu a ocupação das 27 salas de aula já no

segundo semestre de 2014. Agora, a obra está recebendo os ajustes na “pele” de painéis de alumínio, que funcionará como brise-soleil

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edifício foi implantado no sentido norte-sUl do terreno, qUe fora negociado com a prefeitUra da cidade. parte da área foi ocUpada por edificação militar, exigindo, no momento da obra, o deslocamento do bloco escolar.

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B 0 10

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Quadra coberta e mezanino para jogos de salão: implantadas no segundo pavimento, essas instalações receberam tratamento acústico para evitar que os ruídos atrapalhem as atividades nas salas de aula. Rampas, corrimãos e sinalização podotátil permitem que a escola seja utilizada por crianças com limitações de mobilidade ou deficiência visual

O novo prédio é um bloco robus-to, com três pavimentos, que abrigam 27 salas de aulas e uma série de equi-pamentos complementares. Segundo a arquiteta Helena Ayoub Silva, uma das autoras do projeto, o edif ício foi implan-tado no sentido longitudinal do lote, de forma a liberar uma área interna para a praça de acesso dos alunos e a pequena quadra descoberta, localizada sob a vo-lumetria de uma construção existente. A obra envolveu a demolição de uma antiga garagem da Prefeitura de São Paulo, da qual foram mantidos parte dos muros e o pórtico de entrada, como re-ferência histórica.

Os resíduos da demolição, no en-tanto, foram reaproveitados na cons-trução do contrapiso do prédio novo. Todo o projeto foi desenvolvido em sintonia com conceitos de sustentabi-

lidade do Processo Aqua, de forma a permitir a certificação ambiental, ao final da construção. Aquecimento so-lar, sistemas de reutilização de água das chuvas e estratégias para reduzir o ca-lor interno compõem também a “cesta de soluções verdes” adotadas no pro-jeto. Quanto aos materiais, a FDE es-pecificou apenas itens produzidos em um raio máximo de 300 km, de forma a reduzir o impacto de transporte e es-timular a economia local. São assim, também, os componentes pré-fabrica-dos da estrutura e os blocos de concre-to utilizados em toda a vedação.

O edif ício se desenvolve em três pa-vimentos mais térreo, com pilares, vi-gas e lajes pré-fabricadas segundo os padrões do catálogo de componen-tes da FDE. A estrutura pré-fabricada já vem sendo adotada desde 2004 nas

arquitetura

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FICHA TÉCNICA

Escola Estadual Prudente de Moraes

Localização: Bairro da Luz, em São Paulo

Projeto de arquitetura:Keila Costa

Projeto executivo: Helena Ayoub Silva Arquitetos Associados e Keila Costa

Equipe da FDE: Nancy Suzuki, Débora Arcieri, Mirela Geiger de Mello e Avany de Francisco Ferreira

Projeto de estrutura: CTC Projetos e Consultoria

Hidráulica e elétrica: Sandretec Engenharia

Acústica e iluminação: Livre Arquitetura Administração e Comunicação

Estudo para aproveitamento da água de chuva: Sustentech Desenvolvimento Sustentável

Assessoria para certificação Aqua: Inovatech Engenharia

Terreno: 4.217 m2

Área construída: 4.945 m2

Área de demolição: 2.285 m2

Ano do projeto: 2012

Construção: 2013/2014

obras da instituição governamental “com o objetivo de melhorar a eficiên-cia das intervenções, especialmente no que se refere a prazos e qualidade cons-trutiva, já que o sistema garante pro-dução racionalizada sem impedir as diferentes soluções arquitetônicas ne-cessárias a cada terreno” .

A FDE avalia também que a produ-ção das peças em fábrica garante maior controle tecnológico, com melhor re-sistência e plasticidade das peças de-vido às características do concreto, e melhor acabamento em função das fôrmas utilizadas. Estatísticas da enti-dade mostram que a aplicação da cons-trução pré-fabricada tem reduzido os problemas de manutenção ao longo do tempo.

Na visão de Helena Ayoub, que tra-balha em projetos escolares desde os

anos 1980, a adoção da estrutura pré-fabricada melhorou muito a qualidade das construções. “Antes tínhamos pro-blemas básicos, como desalinhamentos na alvenaria, ou mesmo paredes fora de prumo. A estrutura industrializada, por ser feita em fábrica, com todos os con-troles tecnológicos, criou um padrão” , avalia a arquiteta.

Com as técnicas empregadas, o edi-f ício foi construído em pouco mais de um ano, quase como uma aparição na paisagem. Assim, em agosto de 2014, as salas de aula começaram a ser ocupadas pelos alunos sem que o principal aca-bamento da fachada estivesse finaliza-do: são painéis de alumínio perfurado, também pré-fabricados, que funcionam como brises-soleil e envoltória da edifi-cação.

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pré-moldados

REPORTAGEM: Marcos de SousaIMAGENS: Divulgação

Plano municipal prevê

a implantação de

20 novos centros

educacionais até 2016.

Todos serão construídos

com pré-fabricados de

concreto

São Paulo PrePara SeuS novoS CeuSCaso de sucesso na gestão municipal

de São Paulo, os CEUs (Centros Educa-cionais Unificados) tonaram-se objetos de desejo de quem vive nos bairros mais pobres e distantes do centro da capital paulista. Mais do que uma simples es-cola, esses equipamentos reúnem, além das salas de aula, espaços para lazer, es-porte e cultura abertos à comunidade: as unidades são equipadas com quadra po-liesportiva, teatro, playground, piscinas, biblioteca, telecentro e espaços para ofi-cinas, ateliês e reuniões. São uma marca

forte da presença do poder público nas áreas mais carentes de São Paulo. Hoje a capital conta com 45 CEUs, mas a de-manda por essas instalações continua crescente, em todas as regiões da cidade.

O desafio de responder à essa solici-tação intensa foi acolhido pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano da prefei-tura paulistana, como revelou o próprio secretário, Fernando de Mello Franco, em entrevista à Prisma (ver edição 54). O primeiro problema, porém, era en-contrar terrenos, cada vez mais raros

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São Paulo PrePara SeuS novoS CeuSna capital paulista. Após um estudo dos bairros, a equipe da secretaria localizou uma série de equipamentos já existentes, todos com certa ociosidade na ocupação das áreas.

Nasceu daí o conceito de Território CEU, nova proposta da gestão munici-pal, que pretende aproveitar os equipa-mentos de educação e esporte existentes na cidade para constituir mais centros educacionais. “Notamos que a prefeitu-ra tem um ‘banco de terrenos’ e passa-mos a estudá-los, buscar suas vocações

e propor novos usos” , explica o arquite-to Eduardo Dalcanale Martini, da equipe que elaborou o conceito dos Terrritórios CEU. Ele lembra que em vários bairros há uma série de equipamentos – esco-las, centros esportivos, com campos de futebol, quadras, piscinas – e essas ins-talações estão bem próximas, mas sepa-radas, sem qualquer integração de ativi-dades. O objetivo é criar condições para o compartilhamento desses espaços pelo público escolar e também pelas comuni-dades vizinhas.

À esq., vista aérea (foto ilustrada) do futuro CEU São Pedro, no bairro de São Miguel Paulista.

Acima, presente e futuro do Parque Novo Mundo: nova unidade será aberta para o bairro Vila Maria

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pré-moldados

AbERTuRA PARA A cIDADEO plano envolve a construção de 20

centros integrados, dos quais 18 já têm estudos objetivos, todos desenhados na perspectiva de abrir as novas instala-ções para os bairros, a partir de praças que serão localizadas em pontos estraté-gicos dos terrenos. “Os CEUs até agora construídos, nas duas gestões anteriores, eram espaços murados, fechados, sem contato com a rua. A nova proposta é coerente com a valorização dos espaços urbanos proposta pelo recente Plano Di-retor Estratégico” , lembra Martini.

Os Territórios CEU, segundo a en-trevista com o secretário, são caracteri-zados pela implantação de novos edif í-

oS CeuS eram eSPaçoS muradoS, Sem Contato Com a rua. a nova ProPoSta é Coerente Coma valorizaçãodoS eSPaçoS urbanoS ProPoSta Pelo reCentePlano diretor eStratégiCo

cios em centros esportivos existentes, de forma a reutilizá-los, revitalizá-los, e in-corporar esta estrutura aos equipamen-tos existentes no entorno num raio de 600 m, através de vias sinalizadas, aces-síveis e iluminadas. “Ainda não sabemos quanto o projeto envolverá de interven-ções fora dos edif ícios, mas essas obras deverão ser desenvolvidas pelas Subpre-feituras, com verbas e projetos próprios”, adverte Eduardo Martini.

ARRANjOS cONSTRuTIvOS E PRé-fAbRIcADOS

Os programas de necessidades foram organizados em cinco núcleos principais - Educação, Cultura, Esporte, Assistên-

CEU Novo Mundo, na região de Vila Maria (foto ilustrada)

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cia Social e Salas Multiuso – compondo três tipologias de construção possíveis de serem adequadas aos vários terrenos, mas todas pensadas para sistemas cons-trutivos pré-fabricados de concreto, de forma a garantir a necessária durabilida-de, lembra Martini.

Outras quatro tipologias nasceram no decorrer dos trabalhos, como resul-tado da composição entre as três prin-cipais, mas todas têm áreas estimadas entre 10 mil e 11.500 metros quadrados, segundo os estudos preliminares de im-plantação desenvolvidos por escritórios de arquitetura contratados pela prefei-tura paulistana.

As primeiras licitações para as obras

devem ser abertas no início de 2015 e, enquanto isso, a prefeitura está realizan-do reuniões para apresentar os primeiros oito projetos à população. Por enquanto, serão contemplados os bairros Fregue-sia do Ó, Vila Carrão, Penha, Parque do Carmo, Vila Alpina, São Miguel Paulis-ta, Parque Novo Mundo, Sapopemba, Vila Imperador, Grajaú, Campo Limpo, Pirituba, Jaçanã, Cidade Tiradentes, Tai-pas, Vila Matilde e Água Branca, além do CEU Heliópolis, que terá suas insta-lações, adaptadas ao conceito de Territó-rio CEU.

Informações no site:www.smdu.prefeitura.sp.gov.br

Educação Cultura Esporte Salas multiuso Assistência social

ParaleloEducação e cultura 9.000 m2

Esportivo 2.500 m2

Total: 11.500 m2

LinearEducação e cultura 9.000 m2

Esportivo 2.500 m2

Total: 11.500 m2

VerticalEducação e cultura 7.500 m2

Esportivo 2.500 m2

Total: 10.000 m2

Acima: maquetes das composições Paralelo e Vertical e diagramas das três tipologias básicas

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profissional top

O engenheiro Hideo Utida tem uma trajetória profissional que, desde o início,

o impulsionou para a atuação na construção civil. Após o curso fundamental,

prestou vestibulinho no curso de Técnico em Edificações e estagiou no

laboratório de materiais Falcão Bauer, empresa na qual trabalhou por cinco

anos. “Desde ali, tinha certeza que faria o curso de engenharia civil”, diz ele,

que se graduou na Faculdade São Paulo (Fesp), em 1992, e fez pós-graduação

em Estratégia de Marketing e Vendas no Instituto Mauá de Tecnologia (2009),

além de um mestrado profissional, não concluído, no IPT (1997).

Na Falcão Bauer, começou em 1980 como estagiário em Técnico de

Edificações e, posteriormente, atuou como Tecnologista. “Tive como

chefe direto o eng. Sunji Takashima, que me inspirou e serviu de referência

profissional, com conhecimentos básicos em dosagens e ensaios de concreto

e argamassa”, lembra. Em seguida, transferiu-se para as empresas prestadoras

de serviço de concretagem, como a italiana Concrebras, a francesa Lafarge

Concreto, na qual atuou na área técnica como supervisor de tecnologia,

gerente de produção e engenheiro de qualidade. Na Cimento Tupi, trabalhou

como gerente técnico nas centrais de concreto até 2003. “Após esse período,

fui para a área de produtos químicos para a construção civil, pela empresa

nacional Rheoset, como gerente comercial. Atualmente trabalho para a Grace

Brasil, empresa norte-americana e líder mundial em aditivos para concreto e

argamassa, com representação em São Paulo.”

A indústria química evoluiu muito no Brasil nos últimos 15 anos. Cada vez

mais, torna-se necessário o seu emprego para a produção de concreto.

Os aditivos químicos estão presentes desde a fabricação do cimento até à

cura do concreto na obra. Sob o aspecto do meio ambiente, eles têm grande

relevância. Chamados de auxiliar de moagem, na fabricação do cimento

podem potencializar em até 15% a produção, com ganhos nas resistências

mecânicas. Se considerarmos que, em 2014, a indústria de cimento produziu

70,4 milhões de tonelada e se pensarmos que todas utilizaram um auxiliar de

moagem, significa dizer que 15% de CO2 foram reduzidos, pois para cada

1.000 kg de clínquer produzidos, são liberados 1.000 kg de CO2 para o meio

ambiente. No concreto, os aditivos classificados como redutores de água

potencializam as resistências, pois, para a mesma trabalhabilidade, utiliza-se

em média 15% de água a menos. Segundo o professor Kumar Mehta, da

Universidade de Berkeley, a indústria do concreto utiliza anualmente 1 trilhão

de litros de água como “água de amassamento” e de 2 a 3 trilhões de água

para limpeza de equipamentos, volume que poderia ser reduzido pela metade

com a utilização de aditivos químicos e programas de conscientização. O seu

emprego no concreto reduz os custos do projeto, viabiliza a sua execução e

pode reduzir o impacto do desperdício dos materiais. Por isso, chamaria esses

aditivos de “produtos verdes”.

PARA FALAR com Hideo Utida, envie um e-mail para [email protected] ou ligue para (11) 98258-4422

O divulgador dos “aditivos verdes”

Hideo Utidaé engenheiro civil e representante comercial técnico da Grace Brasil

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O estágio atual de desenvolvimento tecnológico, as perspectivas dos mercados

e as questões que exigem melhor abordagem foram alguns dos temas abordados

no 18º Fórum InterCement, que aconteceu em São Paulo, em 18 de novembro.

O fórum foi mediado pelo jornalista Hermano Henning e contou com a participação

dos engenheiros Dener Althemann (Concrepav), Cesar Bertola (Concrebon),

Cesar Augusto (Sanca Engenharia), Cleiton Anderson Coelho (Concremax),

Hideo Utida (Grace), Murilo Vitello (Fernandes Engenharia), Alexandre de Moraes

(Construquímica), Victor Cerri (Monobeton), Silvair Vital (Concrelongo), Silvio Obata

(Concrebase), Alfredo Motti (Novamix), Eduardo Massao Muto (Alphapiso), George

Beato (InterCement) e Marco Antonio Carnio (Technepave).

Pisos industriais de concreto oferecem tecnologia avançada

Participantesdo 18o Fórum InterCement,que discutiu pisos industriais

mesa-redonda

SITUAÇÃO DO MERCADO

Dener Althemann (Concrepav) –

Vivemos um cenário bastante difícil,

com a crise econômica.

Cesar Bertola (Concrebon) – Real-

mente, a situação está um pouco di-

fícil; não dá para ignorar a realidade

econômica. Nesta conjuntura, pre-

cisamos melhorar a qualidade para

conquistar mercados.

Silvair Vital (Concrelongo) – O se-

tor de piso de concreto atravessa di-

ficuldades atualmente, assim como

a construção civil, em 2014. Com

o mercado de pisos industriais em

queda, a concreteira busca cada vez

mais reduzir custos e, para isso, ten-

de a comprar matéria-prima ao me-

nor preço. E agilidade na execução

do piso é importante, mas muitas

vezes temos problemas relaciona-

dos ao clima, que é diverso em cada

região. Locais de temperaturas al-

tas, com especificação de placas

de piso grandes, dependem de um

concreto com regularidade, o que

nem sempre se consegue obter até

mesmo pela dificuldade com a mão

de obra, com os motoristas do ca-

minhão- betoneira, que às vezes de-

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36

mesa-redonda

para o horário adequado. Em 2015,

deve cair um pouco a demanda.

PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO

Alexandre de Moraes (Constru-

química) – Não é possível fazer uma

obra sem planejamento. Uma boa

obra começa com um bom proje-

to, com todas as suas característi-

cas de planicidade, traço etc. des-

critas. E depende também da região,

do clima, do solo; preciso saber se

o piso estará coberto, entre outras

informações, tudo influi na definição

do projeto e no andamento da obra.

Quando chega à execução, muitas

vezes falta adaptação à realidade,

por exemplo, o aplicador precisa do

concreto entregue de manhã, se-

não o pessoal fica ocioso, e muitas

vezes o concreto é contratado um

dia antes. Então, tudo depende do

planejamento. Atualmente, os pisos

bons acabam indo para as indús-

trias, como a automobilística, por

exemplo, que, por sua própria área

de atuação, conseguem planejar.

O pro blema é quando o cliente não é

da área industrial. Este ano, as obras

de engenharia diminuíram.

Cesar Bertola – Realmente, a pro-

dução de piso industrial precisa de

planejamento para ser bem-feita.

guir, pela concreteira, a especifica-

ção do projeto, que também precisa

ser bem-executado pelo responsá-

vel pela aplicação.

Victor Cerri (Monobeton) –

Nomea mos as obras de acordo

com as metragens. Percebemos

que, hoje, as empresas grandes es-

tão tomando o lugar das médias e,

estas, o das pequenas, que estão

paradas. Nossa empresa hoje está

com dificuldades para obter grandes

obras. Obra grande é um elefante

branco, por isso nos voltamos para

obras prediais, para tentar manter o

cliente. O setor de piso industrial de

concreto caiu bastante. Atualmen-

te, aumentamos nossa atividade de

consultoria para as patologias su-

perficiais e, também, nos dedicamos

mais ao projeto.

Silvio Obata (Concrebase) – Este

ano tivemos uma queda no segun-

do semestre. Estamos na região de

Campinas, que tem vários municí-

pios com grandes áreas de logísti-

ca e industriais, como Indaiatuba e

Porto Feliz, por exemplo. Procura-

mos manter um planejamento de lo-

gística, com meta de produção diária

de metros quadrados a serem entre-

gues. É um diferencial. Para atender

ao cliente, programamos caminhões

Alfredo Motti George BeatoSilvair Vital

cidem, por iniciativa própria, adicio-

nar mais água ao concreto. Assim,

é difícil obter regularidade em todos

os caminhões de concreto entre-

gues. O aditivo é um fator conside-

rável também nessa equação – um

pouco a mais ou a menos faz dife-

rença. Pode-se fazer e aprovar uma

placa-protótipo, mas, na hora de

executar, as demais placas podem

não apresentar o mesmo resultado.

Se não houver uma boa execução,

não vai ficar bom. Muitas empresas

de piso não têm conhecimento, mas

elas compram e precisamos vender

o concreto.

Cesar Augusto (Sanca Engenha-

ria) – De 2009 a 2013, o mercado

estava aquecido, caindo após esse

período. Nessa época das “vacas

gordas”, construía-se muitas vezes

sem projeto, sem especificação. E

o piso industrial é o coração do ne-

gócio. A empilhadeira precisa de

piso com regularidade e resistência

de pelo menos 5 ton/m² geral e de

4 ton/m² pontual para trafegar bem.

Há muitas empresas sérias, que

contratam ensaios etc. para entre-

gar um produto que possa ser usa-

do de forma regular e com qualida-

de. A grande responsabilidade é da

aplicação do concreto, que deve se-

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37

Alfredo Motti (Novamix) – Hoje

existe uma diversidade muito grande

de profissionais. Nessa cadeia pro-

dutiva, em muitas obras, falta coor-

denação, falta um maestro que ar-

ticule os diversos envolvidos com a

obra, especialmente num segmento,

o de pisos industriais, que lida com

áreas de trabalho muito grandes. O

investidor gasta muito com paisagis-

mo e outras áreas, com a estética do

empreendimento, e esquece-se do

piso. Ele não se pergunta: será que

tudo foi pensado previamente, será

que há contaminação do subsolo,

por exemplo. O cliente, em geral,

está muito mais preocupado com a

data da inauguração.

Eduardo Massao (Alphapiso) – O

cliente final da aplicadora de piso é

a construtora, que a contrata. Vem

com a necessidade de reconheci-

mento do projeto que utilizará e que

prescreve o traço e a forma de apli-

cação do concreto. A estrutura da

concreteira tem de estar bem-ali-

nhada, pois existem trabalhos em

que precisam ser feitos mais de

2 mil m2 de piso por dia. Em 2014,

houve uma queda de cerca de 20%

em relação a 2013 e, ainda assim,

as concreteiras não têm estrutura

para atender à demanda. Isto exige

um produto muito bem-alinhado, na

logística e em outros itens importan-

tes. E não são todas as centrais que

permitem isso e os aplicadores so-

frem com esse problema. É preciso

planejamento, projeto compatível,

tempo, ensaio de traço em laborató-

rio. Quando há problema, o primeiro

a ser questionado é o executor, que

precisa saber o que está entregan-

do. E pisos diferentes exigem tipos

diversos de traços e de estudos.

PROJETOS

Hermano – Em relação aos outros

países, como está o setor de pisos

industriais brasileiro?

Marco Antonio Carnio (Techne-

pave) – Acredito que evoluímos mui-

to em relação ao que existia há duas

décadas. Antes, havia uma única

forma de fazer o projeto. Mas ainda

há problemas, como, por exemplo,

se perguntarmos quantos olham o

piso e o tratam como uma questão

de engenharia?

Cleiton – A maioria vem com pro-

jeto especificando resistência e aca-

bamento. Será que a culpa pelos

problemas é da engenharia ou, en-

tão, por que muitas vezes se peca

pelo excesso, isto devido à falta de

conhecimento técnico?

George Beato – Hoje o Brasil tem

know-how para fazer um bom piso.

Temos bom cimento, boas concre-

teiras, aditivos e bons projetistas.

Desenvolvemos toda uma tecno-

logia, com softwares modernos

para projetar e definir traços, por

exemplo.

Cesar Augusto – O piso é a últi-

ma etapa da obra. Mas o cliente exi-

ge muito da engenharia, pois tudo

começa no projeto. É preciso pas-

sar para o projetista o que a gente

quer, se é viável e ele verifica; analisa

a capacidade do solo, se necessita

de reforço para alcançar a resistên-

cia desejada; se precisa de trata-

mento para retirar eventuais conta-

minações. Fazemos o levantamento

desses dados e o projetista verifica

as condições do projeto. Fazemos

também o estudo de viabilidade e os

pré-re quisitos de execução.

Marco Carnio – O foco principal é

o projeto, que necessita de todas as

informações para ser bem desenvol-

vido. O piso é um elemento estrutu-

ral cujo apoio é o terreno. Os pisos

industriais em geral têm área muito

grande, que exige capacidade de

resistência, do solo e da estrutura.

Tenho de desenvolver uma solução

com capacidade de resistir aos es-

Marco CarnioCesar Augusto Murilo Vitello

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mente nesta situação do mercado.

Onde podemos ganhar: no avanço

tecnológico, que minimiza a questão

da mão de obra. Mas há uma grande

parte do mercado que trabalha sem

projeto. Acredito, porém, que esta-

mos caminhando para uma situação

melhor. Hoje podemos oferecer uma

boa solução para o pequeno contra-

tante, de uma obra de 500 m², por

exemplo, mesmo sem projeto.

Alfredo – Nossa realidade não é

de grandes obras, coordenadas,

mas sim das pequenas obras, de

500 a 700 m². Tenho visto obras de

40 mil m², mal executadas, com pro-

blemas. Isto porque não há coorde-

nação. Falta a presença ativa do en-

genheiro, uma hora, porque ele saiu

para almoçar, ou por outro motivo

qualquer. O concreto acaba sendo

mesa-redonda

forços, com bom acabamento, boa

aparência. E o piso tem de ter ca-

pacidade de desempenhar o serviço

geral, com flexibilidade.

Alexandre de Moraes – Ainda não

há consciência de muitos contra-

tantes sobre a importância do pro-

jeto de pisos. Acho difícil obra aci-

ma de 10 mil m² sem projeto, sem

bom construtor. E a tecnologia, o

know-how, vai de São Paulo para a

Bahia, por exemplo, com as grandes

indústrias. É uma cadeia que aca-

ba transferindo tecnologia, mas, em

época de baixa na demanda, surge

o problema do preço. O cliente gran-

de não abre mão da qualidade, mas

não quer pagar o valor agregado por

essa qualidade.

Marco – O único caminho é a ino-

vação, o aperfeiçoamento, especial-

aplicado sem a vibração necessária

e isto em obras em que se execu-

tam 2 mil m² de piso por dia. O futuro

será de pequenas e médias obras.

MATERIAL HUMANO

Alexandre de Moraes – As em-

presas boas estão preservando o

material humano, os seus profissio-

nais. Isto porque há setores da eco-

nomia que continuam e continuarão

a crescer, como o de cervejaria e de

logística, por exemplo. Esta cresce

porque todos sabem que se gastam

muitos reais para mandar uma car-

reta de São Paulo à Bahia. Então, o

Brasil precisa de logística. E não há

no mundo piso industrial como aqui

no Brasil. No exterior, a visão é muito

prática – o contratante questiona se

uma fissura compromete o piso. Se

Cesar BertolaSilvio ObataCleiton Anderson

Hideo Utida Victor Cerri

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não comprometer, prefere deixar a

fissura. Isto não acontece aqui.

Silvair – Dependemos, muitas ve-

zes, do nosso material humano.

Posso estar fazendo um trabalho

muito bom e, de repente, meu mo-

torista chega na obra e comete uma

besteira. Paga-se bem em nosso se-

tor, mas mesmo assim falta compro-

metimento de alguns funcionários. O

problema da mão de obra no Bra-

sil é sério. É preciso ensinar o moto-

rista do caminhão-betoneira sobre a

importância da quantidade certa de

água e que ele não pode simples-

mente resolver adicionar mais água.

Dener Althemann – Infelizmente,

muitos profissionais não estão bem

preparados. É preciso treinar e quali-

ficar mais os funcionários para obter

resultados.

Silvair – Em 2010, todas as empre-

sas investiram mais do que era ne-

cessário. Hoje, as concreteiras têm

sobra de equipamentos mas não

têm o fator principal, que é a mão

de obra.

Cleiton – E isso não acontece só

com o concreto para o piso, mas

com o setor de concreto como um

todo.

Murilo Vitello (Fernandes Enge-

nharia) – Temos problemas com a

mão de obra e é cada vez mais di-

fícil conseguir bons funcionários, isto

apesar de praticarmos um nível de

salários muito bom.

Eduardo Massao – A mão de obra

precisa de treinamento, porque na

hora da execução é necessário o

comprometimento. Isto apesar de

sabermos que aquele funcionário

que qualificamos acabará no mer-

cado.

Hermano – Mas e o treinamento

propiciado por entidades como o

Senai, por exemplo?

Eduardo Massao – O treinamen-

to por entidades como o Senai exis-

te, mas as próprias empresas é que

precisam treinar mais e melhor seus

funcionários.

Marco Carnio – O problema da

mão de obra é real, mas é preci-

so lembrar que há outras questões

que interferem na qualidade de uma

obra. Ela depende do contratante,

da supervisão do engenheiro etc.

Quando há acompanhamento num

nível superior, o resultado é melhor.

Então, não é só a questão da forma-

ção do operário.

Dener – O tecnologista tem dificul-

dade e precisa de treinamento para

a mão de obra, para melhorar a qua-

lidade das obras.

Alexandre – O mestre-de-obra

consegue tocar a obra e conversar

com os funcionários, algo que o en-

genheiro muitas vezes não conse-

gue. Há obra que, se não souber

trabalhar, não funciona, não tem pro-

dutividade.

Cesar Bertola – O planejamento

é fundamental, juntamente com o

de desenvolvimento do projeto com

base na realidade da obra. O mestre

e os operários têm papel importante,

mas treinamento é fundamental.

Alexandre – O treinamento é im-

portante, mas muitas vezes o ope-

rário acha que o colega dele não faz

nada e ganha o mesmo que ele, que

se esforça.

Silvair – É difícil ter mais engenhei-

ros para cada obra. O que não pode

faltar é a comunicação e a conscien-

tização. O concreto viajar a noite in-

teira não dá. Se houver planejamen-

to e comunicação, funciona.

TECNOLOGIA DE MATERIAIS

Hideo Utida (Grace) – As empresas

de concreto são altamente prepara-

das. Têm equipamentos e tecnolo-

gia, com um sistema completo, tudo

para executar e entregar essa impor-

tante – e um dos seus custos mais

elevados – etapa da obra que é o

Eduardo MassaoDener Altheman Alexandre de Moraes

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mesa-redonda

piso industrial. O piso precisa ser en-

tregue bem-acabado e aí entram al-

gumas questões importantes, como

a diversidade de materiais, que pre-

cisa ser bem-analisada, pois é item

de qualidade. Quem produz/fabrica

os materiais e quem aplica precisa

se adaptar ao local. Nesse ponto, o

aditivo traz soluções para o acaba-

mento, trabalhabilidade, resistência

etc. Outro ponto importante a ser ve-

rificado é o tipo de cimento que será

empregado na execução do piso,

pois há pelo menos cinco tipos de

cimento disponíveis no Brasil, e exis-

tem diversos tipos de aditivos para

dar estabilidade ao concreto, incor-

porando tecnologia à empresa que

executa a obra e melhorando a sua

qualidade.

George Beato (InterCement) – Na

área de concreto, é preciso utilizar

o tipo de cimento mais adequado,

com características de regularidade,

para evitar falhas. Para isso, as em-

presas produtoras de cimento pre-

cisam estar bem-preparadas para

atender a essas exigências.

Alexandre – O setor de piso é inte-

ressante. Ele costuma apresentar di-

versas patologias, que em geral são

empurradas de um fornecedor ou

executor para outro. Se o cliente for

verificar de quem de fato é a respon-

sabilidade pelo problema, vai gastar

tanto tempo e dinheiro que não com-

pensa. Precisamos mudar o para-

digma da cadeia produtiva do piso e

não deixar que problemas ocorram.

Hideo – Concreto é tecnologia.

Mas, quando há uma especificação

e surgem problemas, pode-se dis-

cutir e chegar a um resultado. Co-

municação é fundamental. Acredite

na concreteira, no tecnologista, nos

projetistas, porque eles conhecem o

assunto.

Silvair – Se quisermos fazer testes,

desenvolvermos novas técnicas, pro-

dutos ou processos, temos que dis-

cutir, buscar o denominador comum.

Marco – O fato de ter algum pro-

blema não significa que tudo está

perdido. Tem de ter um plano para

resolver. O controle tecnológico, a

análise crítica da informação, para

ter um diagnóstico preciso do pro-

blema. O que não pode é fugir do

problema, ou ignorá-lo.

Alexandre – A interação entre to-

dos os envolvidos (fornecedor de

cimento, de aditivos, fibras, proje-

tistas, aplicadores e contratantes) é

fundamental.

Marco – Temos que reforçar o con-

trole tecnológico desde a placa-tes-

te; isto minimiza eventuais problemas

ao longo do processo e patologias

no futuro. O mercado está complica-

do e este é o momento importante

para fazer reflexão e encontrar alter-

nativas.

George Beato – Acho importante

a discussão, como esta, trazendo

toda a cadeia produtiva. Com certe-

za, os profissionais saem com uma

perspectiva; mesmo com o cenário

adverso, precisamos sempre nos

atualizar.

Marco – Estaremos fechando uma

norma para pisos com fibras, com

a montagem de uma Comissão da

ABNT, no início de 2015. É importan-

te a participação de todos, cada um

contribuindo com seus conhecimen-

tos e fazendo suas considerações.

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Texto: Marcos de Sousa

Foto: Rafael Ramirez - Fotolia

São Francisco, a charmosa cidade da Califórnia, ficou

famosa por suas ladeiras. Um pequeno trecho de uma

delas, a Lombard Street, é – dizem os turistas – a rua mais

fotografada do mundo. Ela se tornou conhecida a partir de

1922, quando o proprietário da área, Carl Henry, sugeriu a

construção de de uma série de curvas fechadas para vencer

o difícil declive, com 27 graus de inclinação.

A solução permitiu o tráfego de automóveis, embora em

baixíssima velocidade (8 km/h), e transformou a área em um

concorridíssimo ponto turístico da cidade. São oito curvas,

Pavers nas curvas de São Francisco

cercadas por jardins floridos e imóveis de alto luxo, que já

ambientaram várias cenas do cinema americano.

Justamente em função da rara declividade, esse trecho de

180 metros foi inteiramente pavimentado com blocos de

concreto intertravados, de cor vermelha. A paginação do

piso foi desenhada especialmente para suportar os veículos

que passam ladeira abaixo e facilitar o trânsito dos turistas.

Ao longo do tempo, os blocos de concreto têm resistido

bem ao tráfego diário e aos desaforos de alguns carrinhos

mais afoitos, como o Herbie, de “Se meu fusca falasse”.

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