Pró-Reitoria de Graduação Trabalho de Conclusão de Curso O ... · Dedico este trabalho de...
Transcript of Pró-Reitoria de Graduação Trabalho de Conclusão de Curso O ... · Dedico este trabalho de...
Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Nutrição
Trabalho de Conclusão de Curso
O USO DO OVO DE GALINHA COMO ALIMENTO AO LONGO DOS ANOS, VILÃO OU FUNCIONAL?
Autora: Karen Ferretti Benetti
Orientadora: Profa. MSc. Maria Fernanda Castioni Gomes
Brasília - DF
2012
KAREN FERRETTI BENETTI
O USO DO OVO DE GALINHA COMO ALIMENTO AO LONGO DOS ANOS, VILÃO OU FUNCIONAL?
Monografia apresentada ao curso de graduação em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título em Bacharel em Nutrição. Orientadora: Profa. MSc. Maria Fernanda Castioni Gomes
Brasília 2012
Monografia de autoria de Karen Ferretti Benetti, intitulada “O USO DO OVO COMO ALIMENTO AO LONGO DOS ANOS, VILÃO OU FUNCIONAL?”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, em 29/11/2012, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
Professora MSc. Maria Fernanda Castioni Gomes Orientador
Professora MSc. Fernanda Damas de Matos Banca oral e escrita
Brasília 2012
Dedico este trabalho de conclusão de curso, a minha família maravilhosa. Aos meus pais, os quais eu amo muito, pelo exemplo de vida e família. Ao meu irmão por tudo que me ajudou até hoje. Ao meu namorado, pelo carinho, compreensão e companheirismo.
AGRADECIMENTO
Neste momento especial onde termino esta etapa, só tenho a agradecer a Deus e as pessoas que construíram a minha base me dando a oportunidade de desfrutar deste dia. Agradeço a força, o apoio, à compreensão, orientação e dedicação a minha pessoa: Aos meus pais, Carlos e Maribel, por todo amor, dedicação, educação, confiança, e paciência nesta etapa crucial da minha vida, minha eterna gratidão. Ao meu irmão Vitor, mostrando que ser irmão significa, além da convivência, é também estarmos unidos pelos eternos laços de amor. Ao meu namorado, Wagner, pelo amor, carinho, companheirismo, compreensão e por ser um verdadeiro amigo em todos os momentos que passamos juntos. A minha orientadora Profa. Msc. Maria Fernanda, que me acompanhou nesta trajetória e esteve sempre disponível e disposta em ajudar. A todos os meus professores que compartilharam seus conhecimentos e vivências sendo estas orientações de grande incentivo e força para continuar, onde tenho todos como exemplo. Enfim, a todos aqueles que direta e indiretamente contribuíram na concretização deste trabalho, dedico com carinho meus sinceros e profundos agradecimentos.
“O segredo de qualquer conquista é a coisa mais simples do mundo: saber o que fazer com ela.” (Autor desconhecido)
RESUMO
Referência: BENETTI, Karen Ferretti. O uso do ovo como alimento ao longo dos anos, vilão ou funcional? 2012. 25 folhas. Nutrição – Universidade Católica de Brasília, Taguatinga, 2012.
O alto consumo de alimentos ricos em colesterol vem sendo relacionado como causador de doenças cardiovasculares. O ovo é um alimento completo, rico em nutrientes e muito acessível, mas vem tendo seu consumo diminuído pela grande quantidade de colesterol presente na gema. No começo, o ovo era considerado um vilão por aumentar os níveis de colesterol, e não poderia ser classificado como um alimento funcional devido aos seus efeitos nos níveis desse lipídeo sérico, mas com o tempo esse conceito foi mudando e verificaram que a ingestão de 1 ou 2 ovos por dia não apresenta risco para doenças cardiovasculares em indivíduos saudáveis. Além disso, o ovo esta entre os mais comuns alimentos alergênicos e geralmente a intolerância por esse alimento começa na infância, entre os 2 a 4 anos de idade. Esta revisão de artigo científico apresentou como objetivo analisar os efeitos benéficos e maléficos causados pelo ovo na saúde humana ao longo das décadas.
PALAVRAS-CHAVE : Ovo. Colesterol. Doenças cardiovasculares.
ABSTRACT
The high consumption of foods rich in cholesterol has been linked as a cause of heart disease. The egg is a whole food, nutrient-rich and very accessible, but consumption has been reduced by the large amount of cholesterol present in the yolk. At first, the egg was considered a villain by increasing cholesterol levels, and could not be classified as a functional food due to their effects on serum cholesterol levels, but over time this concept has changed and saw that intake of 1 or 2 eggs a day no risk for heart disease in healthy individuals. Moreover, the egg is among the most common food allergen and generally tolerance for chocolate begins in childhood from 2 to 4 years of age. This revision of a scientific paper aims to analyze the beneficial and deleterious effects caused by egg on human health over the decades.
Keywords: Egg. Cholesterol. Heart disease.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 9
2.1. ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DO OVO .................................... 10
2.1.1. Proteínas da clara .................................................................................................... 11
2.1.2. Proteínas da gema do ovo........................................................................................ 12
2.1.3. Lipídeos ................................................................................................................... 12
2.1.4. Carboidratos ............................................................................................................ 12
2.1.5. Micronutrientes ...................................................................................................... 13
2.2. O OVO COMO ALIMENTO ALERGÊNICO ......................................................... 13
2.3. O CONSUMO DE OVO AO LONGO DA HISTÓRIA ........................................... 14
2.3.1. Estudos relativos ao consumo de ovos na década de 60 e 70. ................................ 15
2.3.2. Década de 80 ........................................................................................................... 16
2.3.3. Década de 90 ........................................................................................................... 16
2.3.4. O ovo como alimento funcional no Século 21 ........................................................ 17
2.4. CONTROVÉRSIAS AO LONGO DO TEMPO ....................................................... 19
3.0. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 20 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 20
1. INTRODUÇÃO
Por anos os ovos têm sido descritos como uma fonte importantíssima de nutrientes.
Esta reputação é devido ao seu perfil nutricional denso em nutrientes com alta qualidade
proteica e quantidade apreciável de vitaminas e minerais, porém ao longo do tempo seu status
nutricional tem sido questionável com a descoberta de que esse alimento é uma rica fonte de
colesterol dietético (AGUIAR; HUBSCHER; ZAFFARI, 2009).
As associações entre as concentrações séricas elevadas de colesterol e o risco de
doença coronariana ocasionaram a restrição de alimentos ricos nesse lipídeo, como por
exemplo, os ovos, que além de ser uma fonte barata de proteína de alto valor biológico,
também tem ácidos graxos, ômega-3 e lecitina, substâncias associadas ao risco reduzido de
hiperlipidemia e doença coronariana (ESCOTT-STRUMP; MAHAN, 2005).
As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no Brasil. São diversos os
estudos, a maioria benéficos, que comprovam a relação entre o consumo do ovo e as
enfermidades cardiovasculares, mas ainda são insuficientes para avaliar. Alguns estudos
mostram que quando ingerido um ovo por dia, não há aumento do LDL-c e triglicerídeos.
Outros estudos mostram que o excesso de colesterol não está relacionado com a ingestão de
ovos e sim com a obesidade e a baixa ingestão de fibras (NOVELLO et al., 2006).
Muitas pesquisas mostram que o consumo de ovo aumenta a quantidade de LDL-c,
mas aumenta também a quantidade de HDL-c que é um fator benéfico onde previne a
aterosclerose (MCNAMARA, 2002; NOVELLO et al., 2006).
O objetivo deste artigo de revisão foi realizar uma busca na base de dados Medline
(1960 a 2012), utilizando artigos científicos, tabelas de composição química de alimentos,
sites e livros nacionais e internacionais sobre a evolução dos conceitos em relação ao
consumo de ovo e seu efeito no colesterol sérico, no risco de doenças cardiovasculares e sobre
suas propriedades nutricionais.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os ovos são servidos de alimento para os homens desde tempos muito antigos. Neles
são encontrados vários nutrientes concentrados e de fácil absorção (BELITZ; GROSCH,
1997). Contudo, a preocupação com os possíveis riscos de gordura saturada e colesterol levou
à redução do consumo per capita de ovos. Mas nas útimas décadas deu-se uma ênfase especial
sobre o enriquecimento de ovos de galinha com nutrientes funcionais, seus efeitos na saúde
dos seres humanos e o papel dos ovos como uma forma alternativa de fornecer nutrienes que
se acredita estar em falta na dieta humana atual (CHERIAN, 2008).
2.1. ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL DO OVO
O ovo de galinha é o mais usado na alimentação humana, pesa cerca de 50g, destes
35g correspondem à clara, com 4 g de proteína e vitamina B12; e 15g correspondem à gema
com 6g de gordura, 2g de proteína e vitaminas A, D, E, K e complexo B, além de cálcio, ferro
e enxofre (ORNELLAS, 2007).
A tabela 1 apresenta a composição nutritiva de um ovo inteiro, cru e fresco e seus
componentes internos.
Tabela 1: Conteúdo nutritivo de um ovo inteiro, albúmen e gema.
Composição nutritiva Ovo inteiro Albúmen Gema
Calorias (Kcal) 74 17 55 Proteínas (g) 6,3 3,6 2,7 Carboidratos (g) 0,4 0,24 0,61 Gorduras totais (g) 5 0,06 4,51 Gorduras poliinsaturadas (g) 0,7 0 0,72 Gorduras monoinsaturadas (g) 1,9 0 2 Gorduras saturadas (g) 1,5 0 1,6 Gordura Trans (g) 0,05 0 0,05 Colesterol (mg) 212 0 210 Colina (mg) 125 0 125 Luteína e Zeaxantina (µg) 166 0 186 Vitamina A (UI) 244 0 245 Vitamina D (UI) 18 0 18 Vitamina E (µg) 0,5 0 0,44 Vitamina B6 (µg) 0,07 0 0,06 Vitamina B12 (µg) 0,64 0,03 0,33 Ácido Fólico (µg) 24 1 25 Tiamina (mg) 0,035 0 0,03 Riboflavina (mg) 0,24 0,15 0,09 Cálcio (mg) 27 2 22 Sódio (mg) 70 55 8 Potássio (mg) 67 54 19 Fósforo (mg) 96 5 66 Magnésio (mg) 6 4 1 Ferro (mg) 0,9 0,03 0,46 Zinco (mg) 0,6 0,01 0,39 FONTE: USDA (2005).
O ovo, por ser considerado uma proteína de alto valor biológico, é um alimento
completo, e corresponde a aproximadamente 20% das recomendações diárias (RDA) de
proteína. As proteínas do ovo integral são de alto valor nutritivo por conter todos os
aminoácidos essenciais em quantidades superiores ás requerido para o crescimento e demais
funções vitais. As proteínas tanto da clara quanto da gema são muito utilizadas na indústria de
alimentos pelas suas excelentes propriedades funcionais (APPLEGATE, 2000; SGARBIERI,
1996).
Os principais componentes são: água (75%), proteínas (12%), lipídeos (12%), além
dos carboidratos, minerais e vitaminas. Um ovo grande contém aproximadamente 74 kcal, 6 g
de proteínas, 4,5 g de gorduras totais e 212 mg de colesterol (MAZZUCO, 2003).
O ovo não deve ser consumido cru, devido à existência de proteínas com propriedades
antinutricionais, enquanto não desnaturadas. Com o tratamento térmico essas proteínas se
/desnaturam e perdem suas propriedades antinutricionais (SGARBIERI, 1996).
2.1.1. Proteínas da clara
A clara é composta, basicamente, por água, proteínas e alguns minerais. Pode ser
considerado um sistema proteico composto de fibras de ovomucina, e de uma solução coloidal
de várias proteínas globulares, que são ativadas com enzimas, inibidores ou anticorpos
(BELITZ; GROSCH, 1997; SGARBIERI, 1996).
A ovalbumina é a proteína predominante na clara de ovo, classificada como uma
fosfoglicoproteína por possuir carboidratos e fosfatos ligados a peptídeos e representa 54%
das proteínas totais. Outra proteína da clara é a ovotransferrina que é capaz de ligar-se a dois
moles de Fe/moles de proteína. A forte tendência da ligação do ferro com a ovotransferrina
confere uma propriedade bacteriostática Além disso, a clara possui a ovomucóide que é uma
glicoproteína e que representa 11% da clara (BELITZ; GROSCH, 1997; SGARBIERI, 1996).
Da mesma forma que a ovomucóide, a ovoinibidor é outra proteína presente na clara e
que representa apenas 1,5% das proteínas da clara, porém, possui papel importante na inibição
das proteases de fungos e de bactérias, e é rica em arginina (BELITZ; GROSCH, 1997;
SGARBIERI, 1996).
2.1.2. Proteínas da gema do ovo
A gema possui proteínas complexas como glicoproteínas, fosfoglicoproteínas,
lipoproteínas e fosfoglicolipoproteínas e constituem papel importante do valor biológico desse
alimento. As principais proteínas são as lipovitelinas e a fosfovitina (SGARBIERI, 1996;
SARTORI et al., 2009).
As lipovitelinas são divididas em dois componentes α e β que é formada de dois
polipeptídeos contendo arginina e lisina nas extremidades e a fosfovitina atua como
carreadora do ferro se ligando a ele, fazendo com que este não esteja disponível para absorção
(SGARBIERI, 1996).
2.1.3. Lipídeos
Os lipídeos são um dos principais componentes do ovo. Na gema, quase todos os
lipídeos estão presentes como complexos de lipoproteínas e seus principais componentes são
os triacilgliceróis e os fosfolipídios. Os fosfolipídios do ovo possuem uma natureza anfipática,
e são amplamente utilizados como emulsionantes no cozimento, em medicamentos, na
alimentação animal e na indústria de cosméticos. Possuem também várias vitaminas
lipossolúveis, fazendo do ovo um alimento multifuncional e multinutricional. O colesterol é o
principal esterol encontrado na gema e encontra-se sob forma livre na gema; esse alimento
por conter em sua gema cerca de 212 mg de colesterol, foi considerado um vilão da dieta, e
sua, recomendação foi limitada durante muito tempo (CHERIAN, 2008; AGUIAR;
HÜBSCHER; ZAFFARI, 2009).
2.1.4. Carboidratos
Na clara, uma parte dos carboidratos encontra-se fixados a proteínas e outras partes
encontram-se livres, estes são constituídos de 98% glicose e não há nenhum polissacarídeo e
oligossacarídeo livre. Contém também manose, galactose, ribose, entre outros. Já na gema
encontram-se cerca de 1% de carboidratos e os mesmos monossacarídeos existentes na clara
(BELITZ; GROSCH, 1997).
2.1.5. Micronutrientes
Os micronutrientes dos ovos incluem as vitaminas lipossolúveis e vitaminas
hidrossolúveis, minerais e pigmento. As vitaminas lipossolúveis são encontradas na gema e as
vitaminas hidrossolúveis na gema e na clara. Além disso, existem os nutrientes e os
pigmentos que são encontrados em baixas quantidades, junto com os açúcares livres e
conjugados. O ovo é fonte de colina, biotina e carotenoides luteína e zeaxantina, que lhe
conferem propriedade antioxidante que se acumulam na região macular da retina e têm função
protetora. Além disso, é considerado excelente fonte de vitamina D, K, fósforo, selênio,
vitamina B12 e folato (APPLEGATE, 2000; AGUIAR; ZAFFARI; HÜBSCHER, 2009;
CHERIAN, 2008).
Como já citado o ovo é rico em colina, um composto essencial no desenvolvimento
cerebral e envolvido com a memória durante o período fetal e na infância (APPLEGATE,
2000).
A gema de ovo também é uma excelente fonte de Vitamina A, que tem um papel
importantíssimo na proteção dos tecidos epiteliais, reforça a imunidade ás infecções
respiratória, fortalece os cabelos e os ossos e auxilia na eliminação de manchas no fígado,
além de ser eficaz no tratamento do hipotireoidismo. As pessoas que tomam remédio para
reduzir o colesterol e pilulas anti-concepcional nessecitam de Vitamina A (TILLMAN, 2009).
2.2. O OVO COMO ALIMENTO ALERGÊNICO
A alergia alimentar pode ser definida como uma reação adversa a um antígeno
alimentar mediada por mecanismos fundamentalmente imunológicos. É um problema
nutricional que apresentou um crescimento nas últimas décadas, provavelmente devido à
maior exposição da população a um número maior de alérgenos alimentares disponíveis. Ele
vem se tornando um problema de saúde em todo o mundo e está associado a um impacto
negativo significativo na qualidade de vida. Os alimentos mais citados como causadores de
alergias alimentares são: leite, ovos, amendoim, castanhas, camarão, peixe e soja, e os
principais alérgenos alimentares identificados são de natureza proteica (CONSTANT;
MOURA; PEREIRA, 2008).
O ovo está entre os mais comuns dos alimentos alergênicos para crianças menores de 2
anos (SICHERER et al., 2010) e a intolerância ao ovo geralmente se desenvolve dos 2 aos 4
anos. A clara que é formada principalmente de proteína é a principal fonte de alérgenos
(BELL-ANDERSON, 2011).
Entre os principais alérgenos da clara do ovo já identificados, salienta-se a
ovoalbumina, o ovomucóide e a conalbumina, que constituem 54%, 11% e 12% da proteína
total da clara, respectivamente. A alergia a esse alimento pode ser classificada como imediata
ou tardia. As imediatas são mediadas por IgE e as mais comuns são anafilaxia, hipotensão,
urticária, choque ou broncoespasmo (CONSTANT; MOURA; PEREIRA, 2008).
As crianças que já possuem o diagnóstico de alergia a esse alimento são conhecidas
por ser um grupo de risco em potencial para o desenvolvimento de outros tipos de alergia e se
forem expostos acidentalmente ao alimento contendo ovo estão em risco de ter reações leves a
graves (BURKS et al., 2012).
Um estudo realizado com 55 crianças e adolescentes, de 5 a 18 anos, com o objetivo
de reduzir ou eliminar as respostas alérgicas dos pacientes a proteína do ovo, mostraram que
quando acrescentada diariamente pequenas quantidades do alimento alergênico em sua dieta,
as reações alérgicas diminuíam. Das 55 crianças e adolescente, apenas 11, cerca de 27%,
passaram no teste e eliminaram a alergia (BURKS et al., 2012).
Em adultos a alergia a proteína do ovo é menos frequente, mas se ocorrer é induzida por
via inalatória a antígenos aviários (MOREIRA; TAKETOMI, 2005). Em 1985, um estudo
relatou um caso de uma paciente idosa, com renite alérgica e asma induzida pela
sensibilização respiratória aos alérgenos de papagaio. Experiências mostraram uma
reatividade cruzada de anticorpos IgE entre alérgenos presentes no soro do papagaio e a gema
do ovo de galinha (BERRENS; DE MATT-BLEEKER; VAN DIJK, 1985; MOREIRA;
TAKETOMI, 2005). Isto pode ser considerado um paradigma de alergia alimentar de classe II
e é observado principalmente em mulheres. A α−livetina, entre outros alérgenos da gema do
ovo, é o principal alérgeno responsável por esse modelo de reatividade cruzada (MOREIRA;
TAKETOMI, 2005).
2.3. O CONSUMO DE OVO AO LONGO DA HISTÓRIA
Através dos tempos, inúmeras lendas foram criadas pela importância do ovo na
alimentação e pela simbologia na preservação das espécies. Os ovos das aves são a forma
refinada dos primeiros ovos de répteis primitivos. Não se sabe quando as galinhas foram
domesticadas, mas foram valorizadas mais pela sua produção de ovos do que por sua carne
(BOTELHO et al, 2008).
Em trabalho prévio, baseado em pesquisas metropolitanas de orçamento familiar
realizadas nas décadas de 60 e 80 e em um inquérito nacional sobre consumo alimentar
realizado na década de 70, foram reunidos elementos que permitiram caracterizar a evolução
de padrões de alimentação da população urbana do Brasil em um período de quase trinta anos.
Importantes mudanças com reflexos evidentes para o perfil nutricional da população puderam
ser detectadas, incluindo-se o aumento no consumo de produtos de origem animal
principalmente leite e derivados, mas também carnes e ovos (MONTEIRO et al, 2000).
No Brasil, segundo dados da União Brasileira de Avicultura (UBA), a média per
capita de consumo anual é de 141 unidades; o campeão mundial em consumo de ovos/ano é o
México, com média de 360 unidades, seguido pelo Japão (347) e pela China (310) (AGUIAR;
HÜBSCHER; ZAFFARI, 2009).
2.3.1. Estudos relativos ao consumo de ovos na década de 60 e 70
Estudos realizados nessa época são bastante controversos, estudos como o de Hegsted
et al em 1965 e de McGill em 1979 apresentam um aumento na frequência da doença
coronária e nas manifestações da aterosclerose quando a gema do ovo foi acrescentada a sua
dieta. Experimentos feitos com a eliminação da gema do ovo em uma dieta com baixo teor de
gordura e com baixa ingestão de colesterol reduziu os níveis de colesterol no soro, mas
quando acrescentado uma gema de ovo, os níveis do colesterol aumentavam e junto
aumentava também a taxa de mortalidade por aterosclerose e doença coronária (MCGILL,
1979).
Em 1977, foi realizado um estudo em que foi analisado a influência dos ovos inteiros
frescos no nível do colesterol de homens e mulheres. O nível de colesterol sérico e os níveis
totais de lipídeos séricos aumentaram em alguns e diminuíram em outros, mas em alguns
mudou mais do que 100mg/ml. Pôde-se concluir que em alguns indivíduos uma mudança na
dieta, altera o nível de colesterol sérico (KUMMEROW et al., 1977).
Em um estudo feito por Poter et al. (1977), voluntários foram expostos a uma
experiência durante 3 meses, todos apresentavam níveis normais de lipídeos séricos e nenhum
histórico de doença cardíaca. Os resultados do estudo mostraram que um ovo/dia, não
mostrou diferença no colesterol dietético e no colesterol sérico. O aumento das triglicérides
foi em relação à diferença entre os indivíduos e não em relação à dieta.
Dois anos após esse estudo, Flynn et al. (1979) realizou o mesmo estudo com uma
quantidade maior de ovo/dia e não houve nenhuma associação de aumento significativo nos
níveis de colesterol sérico, colesterol dietético ou triglicérides. Com estes resultados concluiu-
se que tirar o ovo da dieta seria uma forma inútil de manter o colesterol saudável.
Outro estudo realizado, em que alguns indivíduos adicionaram 4 a 6 ovos por semana,
durante 4 semana, e outros adicionaram 3 ovos por dia durante 18 semanas, indicaram que
altos níveis de colesterol fornecidos por uma dose diária de ovos, aumentou a atividade HDL,
e os níveis de LDL mantiveram-se constantes (MAHLEY et al., 1978).
2.3.2. Década de 80
Já na década de 80, Dawber et al. (1982) fizeram uma revisão do estudo de
Framinghan, em que foi analisado o consumo médio de 5 ovos por semana em 912
indivíduos. A pesquisa demonstrou a não associação entre ingestão de ovos e incidência de
doença arterial coronariana (DAC), infarto do miocárdio (IM), angina pectoris e mortes por
outras causas.
Em outro estudo realizado também por Dawber et al. em 1982 com o propósito de
avaliar o efeito do consumo de ovo no colesterol dietético e na incidência de doença
coronária, teve pouco ou nenhum efeito no nível do colesterol sanguíneo com a restrição de
ovos na dieta. De acordo com ele, para atingir a redução do colesterol no sangue o paciente
precisa aprender a composição dos alimentos que habitualmente ele ingere e cuidadosamente
limitar o consumo de alimentos ricos em gordura saturada e colesterol e para prevenir o
aparecimento de aterosclerose o paciente deve analisar a sua ingestão alimentar.
No estudo realizado por Buzzard et al. (1982), que analisou o consumo de um ovo
sozinho e um depois um ovo mais o ácido ascórbico mostrou uma aumento significativo no
colesterol total. Com o resultado desta alteração do colesterol total, pode-se concluir que
indivíduos com mais HDL-c teve pouco ou nenhum aumento no colesterol total, enquanto que
grandes níveis de colesterol total apresentaram menores níveis de HDL-c.
2.3.3. Década de 90
Uma pesquisa realizada por Ginsberg et al.(1994), verificou os efeitos de uma dieta
contendo 30% de gordura, adicionado de nenhum a 4 ovos por dia por 8 semanas, não teve
alteração do colesterol dietético em relação ao perfil das lipoproteínas pós-prandiais.
Outro estudo realizado por Schnohr et al.(1994), analisou que o efeito do consumo de
2 ovos cozidos na dieta habitual, aumentou em 10% os níveis séricos de HDL-c e 4% do
colesterol total, mas a razão colesterol total e HDL-c não alterou significativamente como os
níveis de triglicerídeos e LDL-c.
Entre 1994 e 1996, vários estudos foram realizados com o intuito de analisar o efeito
do colesterol dietético com a adição de 1 ou 2 ovos por dia, em que McNamara (1997)
concluiu que não houve um efeito significativo sobre os níveis de colesterol sanguíneo.
2.3.4. O ovo como alimento funcional no Século 21
Em fevereiro de 2000 cientistas reuniram-se em uma conferência na Flórida para
discutir as mais recentes pesquisas sobre o ovo como alimento potencialmente funcional; e
afirmaram que os ovos tem um efeito mínimo sobre os níveis de colesterol no sangue e
apresenta pesquisas que demonstram sua contribuição desse alimento para a dieta americana
(APPEGLATE, 2000).
Uma revisão realizada em 2000 que considerou as mudanças ocorridas nas diretrizes
quanto à nutrição na American Heart Association relatou a gordura saturada como a principal
determinante para os níveis elevados de colesterol e de lipoproteína de baixa densidade
(LDL), ao passo que a dieta rica em colesterol e os alimentos relativamente baixos em ácido
graxo saturado (como a gema de ovo) têm pouco efeito nos níveis de LDL-colesterol (LDL-c)
(KRAUSS et al., 2000).
O consumo de ovos, por exemplo, foi restrito para prevenir riscos de doença
cardiovascular. Evidências científicas posteriores indicaram, porém, uma associação fraca
entre a restrição de ovos e a redução dos riscos de doença cardiovascular e derrame (SOUSA,
2012).
O estudo feito por Järvinen (2001) analisou a relação entre o consumo de ovo na
incidência de câncer colorretal. O consumo de ovos não foi significativamente relacionado
com o risco de câncer colorretal quando os ovos foram separadamente preparados por
diferentes métodos de cozimento. O risco relativo para câncer coloretal, do mais alto para o
menor foi respectivamente, consumo de ovo frito para o consumo de ovo cozido.
As conclusões dos estudos sobre a relação do consumo de ovo e câncer colorretal tem
sido mistos, mas cerca da metade dos estudos visados, relataram elevação no risco de câncer
do intestino grosso associado com o consumo de ovos (ARMSTRONG; DOLL, 1975;
BOYAR; ROSE; WYNDER, 1986).
Ainda sobre o estudo de Järvinen (2001), os resultados sugerem que a elevada ingestão
de colesterol pode ser um fator de risco para câncer colorretal, enquanto que nenhuma relação
significativa foi observada entre a incidência de câncer colorretal e da ingestão de gorduras
totais, ácidos graxos ou proteína total da dieta.
Uma pesquisa realizado por Pearce, Clifton e Noakes (2011), de um total de 82
participantes, apenas 65 concluiu o estudo. Foram divididos em 2 grupos, grupo I e grupo II.
O primeiro grupo foi exposto há uma dieta hipoenergética, hiperprotéica e rica em colesterol
(HPHchol) e o segundo grupo foi uma dieta hiperprotéica e com baixo teor de colesterol
(HPLchol). As principais conclusões apresentadas no estudo foram que uma dieta rica em
colesterol (HPHchol) afetou o perfil lipídico do sangue ou fatores de risco cardiovascular em
indivíduos com diabetes tipo 2, e houve melhora no HDL-c de forma mais eficaz do que uma
dieta contendo um consumo e uma demanda de fontes proteicas pobre em colesterol.
Uma das conclusões foi a acentuada melhoria em HDL-c em comparação ao grupo
HPHchol com o grupo HPLchol. Mesmo não tendo evidências de que um aumento dos níveis
de HDL-c por meio da dieta reduz o risco de doença cardiovascular (DCV), o aumento de 1%
no HDL-c foi associado a uma diminuição de 3% no risco DCV (BODEN, 2000). Além de
tudo as dietas produziram uma redução de peso de 62% durante a pesquisa (EPSTEIN;
KOESKE; WING, 1987). Estes resultados, mostraram que em uma dieta hiperprotéica e
hipocalórica, dois ovos por dia não afetou o perfil lipídico em pessoas com diabetes tipo 2 e
melhorou o HDL-c e é mais eficaz que uma dieta contendo isoenergéticos fonte de animais
(CLIFTON; NOAKES; PEARCE, 2011).
Em uma meta-análise realizada por Weggemanns, Zock e Katan (2001), com o
objetivo de analisar o efeito na proporção total do colesterol dietético em relação ao HDL
colesterol. Uma das recomendações foi diminuir o consumo de ovos na prevenção da doença
coronariana e da doença cardíaca (ASSMANN et al., 1999), pois os ovos são uma das
principais fontes de colesterol alimentar (VORSTER et al., 1995). O colesterol dietético total
aumenta as concentrações do LDL-colesterol (CLARKE et al.,1997; HEGSTED et al., 1993)
que é um dos fatores para doença do coração, vários estudos não encontraram nenhuma
relação entre o consumo de ovos e o risco de doença coronariana e doenças cardíacas. Em
conclusão, o colesterol da dieta aumenta o HDL colesterol e assim, afeta negativamente o
perfil do colesterol total (KATAN; WEGGEMANS; ZOCK, 2001).
Cada vez mais os prejuízos da ingestão de colesterol, e especificamente, a partir de
gemas de ovos, são considerados insignificantes. Spence, Jekins e Davignon (2012) afirmam
que estudos realizados para avaliar a área de placa total, para determinar se a aterosclerose
estava relacionada com a ingestão de ovos e o efeito do tabagismo, mostraram que a área de
placa total aumentou linearmente com a idade após os 40 anos, mas aumentou
exponencialmente com o efeito do tabagismo e a gema de ovo. De acordo com os resultados,
o consumo regular de gema de ovo deve ser evitado por pessoas com risco de doença
cardiovascular. E ainda, em alguns indivíduos, experiências demostraram que uma dieta com
200mg/dia de colesterol reduziu o LDL.
Ainda segundo Spence, Jekins e Davignon (2012), pacientes que se tornaram diabéticos
durante o acompanhamento, o consumo diário de um ovo duplicou a mortalidade por doença
cardíaca coronária (CHD). Em outros estudos, mostraram que pacientes que também se
tornaram diabéticos durante o acompanhamento, a ingestão de ovos foi associado com o
dobro de risco cardiovascular.
2.4. CONTROVÉRSIAS AO LONGO DO TEMPO
A recomendação de, no máximo, 300 mg/dia de colesterol dietético para prevenir níveis
altos de colesterol sérico e doença arterial coronariana é empregada muitas vezes para
justificar a ingestão restrita a 3 ou 4 ovos por semana. Um ovo contém aproximadamente 200
mg de colesterol, mas é excelente fonte de aminoácidos, vitaminas e carotenoides (VORSTER
et al., 1995).
Antigamente, falava-se que o ovo não poderia ser um alimento funcional devido seus
efeitos adversos sobre os níveis séricos do colesterol. A restrição de ovos foi um meio de
prevenir risco de doença cardiovascular. Novas evidências científicas mostraram uma fraca
ligação entre a restrição de ovos e a redução de riscos de doença cardiovascular e derrame.
(HASLER, 2000; SOUSA et al., 2012).
No entanto, esse conceito mudou, sabe-se que agora, que ao consumir um ou mais
ovos por dia, existe pouca ou nenhuma ligação entre o nível de colesterol sanguíneo. Em uma
meta-analise realizada durante 30 anos, demonstrou que o consumo de um ovo por dia não
teve nenhum impacto substancial sobre o risco de doença coronária e acidente vascular
cerebral. Demonstrou também que as pessoas que ingeriam mais de quatro ovos por semana
tiveram um número significativamente menor em relação à média do colesterol sérico do que
aqueles que ingeriam um ovo ou menos por semana. Por causa do seu papel benéfico, o ovo
vai continuar a ser um alimento saudável e continuará desempenhado um papel importante na
mudança funcional de alimentos (HASLER, 2000).
Nesse contexto atualmente acredita-se que os principais fatores de risco estudados
extensivamente em Framinghan são o fumo, a hipertensão arterial, as dislipidemias, o diabetes
mellito, a obesidade e a inatividade física (GRUNDY et al., 1998).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo de anos estudos sobre os determinantes do aumento do risco e
desenvolvimento de doenças cardiovasculares investigou possíveis responsáveis pelo aumento
da incidência mundial e o aumento da morbimortalidade por essa causa. Após esses inúmeros
estudos é possível considerar que o consumo de gordura saturada como a principal
determinante para os níveis elevados de colesterol e de lipoproteína de baixa densidade
(LDL), ao passo que a dieta rica em colesterol e os alimentos relativamente baixos em ácido
graxo saturado (como, por exemplo, gema de ovo) têm pouco efeito nos níveis de LDL-
colesterol. Estudos epidemiológicos feitos durante 30 anos mostraram que o colesterol
dietético pode elevar o LDL-c sérico, sendo altamente variável entre indivíduos, mas não teve
impacto clínico significativo no risco de DCV. É nesse contexto que o papel do profissional
nutricionista é de extrema importância, uma vez que a condução da dieta pode melhorar como
um todo o processo nutricional além de proporcionar elementos que de alguma forma
reduzam os riscos cardiovasculares sem a necessidade de grandes restrições dietéticas, como
no caso do consumo de ovos pela população mundial.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, M. dos S.; ZAFFARI, S.; HUBSCHER, G.H. O ovo e sua contribuição na saúde humana. Revista Saúde e Ambiente / Health and Environment Journal, v. 10, n. 1, jun. 2009. APPLEGATE, E. Introduction: nutritional and functional roles of e ggs in the diet. Journal of the American College of Nutrition, v. 19, n. 5, p. 495–498, fev. 2000. ARMSTRONG,B.; DOLL,R. Environmental factors and cancer incidence and mortality in different countries, with special reference to dietary practices. International Journal of Cancer, v. 15, p. 617–631, abr. 1975. ARVINEN, R.; KENEKT, P.; HAKULINEN, T.; RISSANEN, H.; HELIOVAARA, M. Dietary fat, cholesterol and colorectal cancer in a prospective study. British Journal of Cancer. v. 85, n. 3, p. 357–361, ago. 2001. ASSMANN, G.; CULLEN, P.; JOSSA, F.; LEWIS, B.; MANCINI, M. Coronary heart disease: reducing the risk. A worldwide view. International Task Force for the Prevention of Coronary Heart Disease. Münster, Germany, v.100, p. 1930–8, 1999. BELITZ, H.D.; GROSCH, W. Química de los alimentos. 2. ed Zaragoza: ACRIBIA, 1997. p 587- 602.
BELL-ANDERSON, K. Grupo de alimentos: ovos. In: MANN,J.; TRUSWELL, A.S. Nutrição humana. Rio de Janeiro – RJ: Guanabara Koogan LTDA, 2011. p 408. BODEN, W.E. High-density lipoprotein cholesterol as an independent risk factor in cardiovascular disease: assessing the data from Framingham to the Veterans Affairs High-Density Lipoprotein Intervention Trial. American Journal of Cardiology, v. 86, n. 12, p. 19–22, dez. 2000. BURKS, A.W. et al. Oral Immunotherapy Shows Promise as Treatment for Egg Allergy, jul. 2012. Disponível em: <http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1200435> Acesso em: 11 out. 2012.
BOTELHO, R. B. A.; ARAÚJO, H.M.C.; ZANDONADI, R.P.; RAMOS, K.L. Transformação dos alimentos: ovos. In: ARAÚJO, Wilma M. C. (Coord) Alquimia dos alimentos. 2. ed. Brasília, DF: Editora Senac, 2008. p. 267 – 290. BUZZARD, I.M.; MCROBERTS, M.R.; DRISCOLL, D.L.; BOWERING, J. Effect of dietary eggs and ascorbic acid on plasma lipid and lipoprotein cholesterol levels in healthy young men. American Journal of Clinical Nutrition, v. 36, p. 94–105, 1982. CHERIAN, G. Eggs and health: nutrient sources and supplement carriers. In: WATSON, R.R. Complementary and alternative therapies and the aging population an evidence – based approach. Corvallis, USA. p. 333- 343, 2008. CHUNG, H.U.; RASMUSSEN, H.M.; JOHNSON E.J. Lutein bioavailability is higher from lutein-enriched eggs than from supplements and spinach in men. Boston, USA. v. 134, n. 8, p.1887-93. Ago, 2004. Disponível em: <http://jn.nutrition.org/content/134/8/1887.long> Acesso em: 01 nov. 2012. CLARKE, R.; FROST, C.; COLLINS, R.; APPLEBY, P.; PETO, R. Dietary lipids and blood cholesterol: quantitative meta-analysis of metabolic ward studies. BMJ v. 314, p. 112–7, jan. 1997. DAWBER, T.R.; NIKCERSON, R.J.; BRAND, F.N.; POOL, J. Eggs, serum cholesterol, and coronary heart disease. American Journal of Clinical Nutrition, vol. 36, n. 4, p. 617-625, out. 1982. Disponível em: <ajcn.nutrition.org> Acesso em: 3 nov. 2012. MAAT-BLEEKER, F. de ; VAN DIJK, A.; BERRENS, L. Allergy to egg yolk possibly induced by sensitization to bird serum antigens. Annals of Allergy, v. 54, p. 245-8, mar. 1985. ESCOTT-STRUMP, S.; MAHAN, L. K. (Coord.). Krause: alimentos, nutrição & dietoterapia. 11. ed. São Paulo, SP: Rocca, 2005. FLYNN, D. M.A.; NOLPH, G.B.; FLYNN T.C.; KAHRS, R.; KRAUSE, G. Effect of dietary egg on human serum cholesterol and trigkycerides. Journal of the American College of Nutrition . v. 32, p. 1051-1057, maio 1979. GINSBERG, H.N.; KARMALLY, W.; SIDDIQUI, M.; HOLLERAN, S.; TALL, A.R.; RUMSSEY, S.C.; DECKELBAUM, R.J.; BLANER, W.S.; RAMAKRISHNAN, R. A dose-response study of the effects of dietary cholesterol on fasting and postprandial lipid and
lipoprotein metabolism in healthy young men. Arterioscler Thrombosis, v. 14, n. 4, p. 576-586, abr. 1994. HASLER, C.M. The changing face of functional foods. Journal of the American College of Nutrition , v. 19, n. 5, p. 499–506, 2000. HEGSTED, D.M.; AUSMAN, L.M.; JOHNSON, J.A.; DALLAL, G.E. Dietary fat and serum lipids: an evaluation of the experimental data. American Journal of Clinical Nutrition, v. 57, n. 6, p. 875–83, jun. 1993. HEGSTED, D.M.; MCGANDY, R.B. MYERS, M.L.; STARE, F.J. Quantitative effects of dietary fat on serum cholesterol in man. American Journal of Clinical Nutrition, Boston, Massachusetts. v. 17, p. 281 -294, nov. 1965. HERRON, K.L.; FERNANDEZ, M.L. Are the current dietary guidelines regarding egg consumption appropriate?. V. 134, n. 1, p. 187-190, jan. 2004. Disponível em: <http://jn.nutrition.org/> Acesso em: 19 out. 2012. HU, F.B.; STAMPFER, M.J.; RIMM, E.B.; MANSON, J.E.; ASCHERIO, A.; COLDITZ, G.A.; ROSNER, B.A.; SPIEGELMAN, D.; SPEIZER, F.E.; SACKS, F.M.; HENNEKENS, C.H.; WILLET, W.C. A prospective study of egg consumption and risk of cardiovascular disease in men and women. Journal of the American Medical Association, v. 281, n. 15, p. 1387-1394, abr. 1999. JARVINEN, R.; KNEKT, P.; HAKULINEN, T.; RISSANEN, H.; HELIOVAARA, M. Dietary fat, cholesterol and colorectal cancer in a prospective study. British Journal of Cancer, v. 85, n. 3, p. 357–361, ago. 2001. KRAUSS et al. AHA dietary guidelines: revision 2000 – a statement for healthcare professionals from the Nutrition Committee of the American Heart Association. v. 31, p. 2751-2766, 2000. KUMMEROW, F.A.; KIM, Y.; HUUL; POLLARD, J.; ILINOV, P.; DOROSSIEV, D.L.; VALEK, J. The influence of egg consumption on the serum cholesterol level in human subjects, v. 30, n. 5, p. 664-73, mar.1977. Disponível em: <http://ajcn.nutrition.org/> Acesso em: 4 set 2012. MADRID, A.V.; CENZANO, J.; VICENTE, J.M. Manual de Indústria dos Alimentos. São Paulo: Varela. p. 489-495. 1996. MAHLEY, R.W.; BERSOT, T.P.; INNERARITY, T.L.; LIPSON, A.; MARGOLIS, S. Alterations in human high-density lipoproteins, with or with out increased plasma-cholesterol, induced by diets high in cholesterol, v. 2, n. 8094, p. 807-9, out. 1978. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/81362> Acesso em: 19 out. 2012. MCGILL, H.C. The relationship of dietary cholesterol to serum cholesterol concentration and to atherosclerosis in man. Journal of the American College of Nutrition, v. 32, p.2664-2702, 1979.
MCNAMARA, D.J. Cholesterol intake and plasma cholesterol: an update. Journal of the American College of Nutrition, v. 16, n. 6, p. 530-534, dez. 1997. MCNAMARA, DJ. Dietary cholesterol and atherosclerosis, v. 1529, n. 1-3, p. 310-20, dez. 2000. Disponível em: <www.elsevier.com/locate/bba> Acesso em: 10 out. 2012. MCNAMARA, D.J. Eggs and heart disease risk: perpetuating the misperception. American Journal of Clinical Nutrition. v. 75, n. 2, p. 333-5, fev. 2002. MULLER, H.G.; TOBIN, G. Nutrición y Ciéncia de los alimentos. Zaragoza: Acribia. p.221-226, 1996. NOVELLO, D.; FRANCESCHINI,P.;QUINTILIANO, D.A.; OST, P.R. Ovo: conceitos, análise e controvérsias na saúde humana, 2006. Disponível em: <http://alanrevista.org/ediciones/2006-4/pdf/ovo.pdf> Acesso em: 1 nov. 2012. ORNELLAS, L. H. Técnica dietética: seleção e preparo de alimentos. 8. ed., rev. e ampl. São Paulo, SP: Atheneu, 2007. P 79 – 86. PEARCE, K.L.; CLIFTON, P.M.; NOAKES, M.; Egg consumption as part of an energy-restricted high-protein diet improves blood lipid and blood glucose profiles in individuals with type 2 diabets. v. 105, n. 4, p. 584-92, fev. 2011. Disponível em: <http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=8002991> Acesso em: 4 set. 2012. PEREIRA ACS, MOURA SM, CONSTANT PBL. Alergia Alimentar: sistema imunológico e principais alimentos envolvidos. Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 189-200, jul./dez. 2008. PORTER, M.W.; YAMANAKA, W.; CARLSON, S.D.; FLYNN, M.A. Effect of dietary egg on sérum cholesterol and triglyceride of human males. American Journal of Clinical Nutrition. v. 30, p. 490-495, abr. 1977. ROSE, D.P.; BOYAR, A.P.; WYNDER, E.L. International comparisons of mortality rates for cancer of the breast, ovary, prostate, and colon, and per capita food consumption. Cancer. v. 58, p. 2363–2371, USA,1986. SARTORI, E.V.; CANNIATTI-BRAZACA, S.G.; CRUZ, S.H. da; GRAZIOLA, S.A. Concentração de proteínas em gemas de ovos de poedeiras (Gallus gallus) nos diferentes ciclos de postura e sua interferência na disponibilidade do ferro. Ciência e Tecnologia de Alimentos. v. 29. n.3 Campinas, SP. Jul/Set 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612009000300004> Acesso em: 03 dez 2012. SCHNOHR, P.; THOMSEN, O.; HANSEN, P.R.; BOBERG-ANS, G.; LAWAETZ, H.; WEEKE, T.; Egg consumption and high-density-lipoprotein cholesterol. Journal International Medical, v. 235, n.3, p. 249-251, 1994. SICHERER, S.H.; WOOD, R.A.; STABLEIN, D.; BURKS, A.W.; LIU, A.H.; JONES, S.M.; FLEISCHER, D.M.; LEUNG, D.Y.; GRISHIN, A.; MAYER, L.; SHREFFLER, W.;
LINDBLAD, R.; SAMPSON, H.A. Immunologic features of infants with milk or egg allergy enrolled in an observational study (Consortium of Food Allergy Research) of food allergy. Journal of Allergy and Clinical Immunology. v. 125, n. 5, p. 1077–83, maio 2010. SGARBIERI, V.C. Proteínas em alimentos proteícos: Propriedades,degradações, modificações. São Paulo: Varela, 1996. p 158 – 172. SOUSA, A.A.; AZEVEDO, E.; LIMA, E.E.; SILVA, A.P.F. Alimentos orgânicos e saúde humana: estudo sobre as controvérsias. Rev Panam Salud Publica, v. 31, n. 6, p. 513–7, 2012. SPENCE, J.D.; JEKINS, D.J.A.; DAVIGNON,J. Egg yolk consumption and carotid plaque, Atherosclerosis. Montréal, Canada. Fev.2012. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.atherosclerosis.2012.07.032> Acesso em: 10 set. 2012. TAKETOMI, E.A.; MOREIRA, P.F. de S. Além da a -livetina (soroalbumina de galinha; Gal d 5), existem outros alérgenos de reatividade cruzada envolvidos na síndrome ave-ovo?. Rev. bras. alerg. Imunopatol, v. 28, n. 3, 2005. VOSTER, H.H.; BEYNEN, A.C.; BERGER, G.M.; VENTER, C.S. Dietary cholesterol – the role of eggs in the prudent diet. South African Medical Journal. v. 85, n. 4, p.253-256, abr.1995. WEGGEMANS, R.M.; ZOCK, P.L.; KATAN, M.B. Dietary cholesterol from eggs increases the ratio of total cholesterol to high-density lipoprotein cholesterol in humans: a meta-analysis. v. 73, n. 5, p. 885-91, maio 2001.Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11333841> Acesso em: 4 set. 2012 WING, R.R.; KOESKE, R.; EPSTEIN, L.H., et al. Long-term effects of modest weight loss in type II diabetic patients. Archives of Internal Medicine. v. 147, n. 10, p. 1749–1753, out 1987.