PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA FACILITADOR · Curso de Capacitação em processos Educacionais na...

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1 MIRIAM ELENIT LIMA DE FACHIN PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA FACILITADOR SÃO PAULO 2012

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MIRIAM ELENIT LIMA DE FACHIN

PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA FACILITADOR

SÃO PAULO

2012

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MIRIAM ELENIT LIMA DE FACHIN

PROCESSO DE FORMAÇÃO PARA FACILITADOR

Orientadora: Prof Drª Cibele Moura Sales

SÃO PAULO

2012

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Instituto Sírio Libanês de

Ensino e Pesquisa para certificação como

especialista em Processos Educacionais

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Ficha Catalográfica

Biblioteca Dr. Fadlo Haidar

Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa

Miriam Elenit Lima de Fachín

Curso de Capacitação em processos Educacionais na Saúde: hospitais de excelência a

serviço do SUS 2012 / Ministério da Saúde; Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. –

Manaus, 2012. xxp.

Descritores: 1. Educação em saúde 2. Metodologias ativas 3. Aprendizagem 4. Gestão em

saúde 5. Atenção à saúde. 6. Capacitação profissional para facilitador 7. Competência do

facilitador.

Cod XX

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pelo dom da vida, pela força espiritual para realização deste

trabalho;

Ao meu esposo Augusto, pela paciência, compreensão e exemplo de ser humano

perseverante;

A meus filhos Gabriel, Nirvana e Danny, obrigada pelo apoio e por todos os

momentos que dividiram comigo;

Ao Ministério da Saúde, através da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas –

SUSAM, pela oportunidade.

Ao Hospital Sírio Libanês por intermédio do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e

Pesquisa e à Fundação Dom Cabral, pelo compromisso e operacionalização prestados no

decorrer deste processo.

À Prof. Drª. Cibele de Moura Sales, obrigada pela competência extraordinária

mostrada como facilitadora e orientadora nesta trajetória. Sua compreensão, seriedade e,

acima de tudo, à tolerância e estimulo para a participação no curso e construção deste

trabalho;

Ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS e Conselho Nacional de

Secretarias Municipais de Saúde – CONASEMS pela iniciativa.

Ao Diretor do Hospital Pronto Socorro da Criança – Zona Leste através da Diretor

Dra. Uildeia Galvão, pela compreensão e liberação para participar das aulas, apesar das

dificuldades de recursos humanos no hospital.

Agradeço a todos os que me apoiaram neste processo: colegas do curso, enfermeiras do

HPSC–Zona Leste que não mediram esforços para me auxiliar nesta jornada especialmente

a Enf. Marivone Serrão e Francisca Branco;

Meu agradecimento especial para a Dra Sonia Rego – Diretora Clinica do HPSC-ZL

pelo incentivo e amizade.

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SUMÁRIO

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Introdução............................................................................................... 6

2 Situação problema a mensagem estava lá............................................ 7

2.1 Síntese reflexiva de Aprendizagem....................................................... 9

3 Narrativa: vivencia educacional............................................................. 10

3.1 Síntese reflexiva de Aprendizagem........................................................ 13

4 Situação problema “Tanto esforço”........................................................ 14

4.1 Síntese reflexiva de Aprendizagem........................................................ 20

5 Considerações Finais............................................................................. 22

Referencias Bibliográficas...................................................................... 23

Anexos

Anexo A Memorial da Trajetória Profissional........................................................ 25

Anexo B Registro de Expectativas elaborado no inicio do curso......................... 28

Anexo C Questionário do perfil de ingresso segundo as áreas de competência 29

INTRODUCÃO

Por meio deste trabalho, busca-se descrever o processo de formação do profissional

facilitador, o qual é direcionado ao exercício da atividade em equipe considerada atualmente

uma poderosa fonte de construção de idéias e soluções de problemas. Dentro de tal

contexto, o foco criativo depende de um planejamento meticuloso, voltado à condução

equilibrada do processo criativo que tem por escopo estimular a capacidade do aprendizado,

mantendo sempre a liberdade de imaginação, sem, no entanto, perder o foco do problema, a

postura ética e a colaboração. Há, entretanto, inúmeros fatores que podem tornar o grupo

improdutivo e sem criatividade, tendo como desafio maior a ausência de um facilitador

experiente, devidamente compromissado com as necessidades da sociedade.

O facilitador, portanto, é a pessoa que regula o ritmo do grupo, oferecendo uma

variedade de possibilidades para resolução dos problemas; mantém a equipe focada,

assegurando a participação de todos de forma construtiva. Trata-se de um especialista que

não tem por foco principal fornecer as respostas aos problemas, mas gerenciar a dinâmica

do grupo, assumindo diversos papéis conforme a necessidade. Ainda, adapta as novas

tecnologias de trabalho em equipe, buscando facilitar à aprendizagem, assim como, a

produção compartilhada de idéias e soluções.

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Neste contexto, o Curso de Capacitação em Processos Educacionais na Saúde, visa

capacitar profissionais de nove regiões metropolitanas do país, devendo atuar como

facilitadores nos cursos de especialização em gestão da clinica nas regiões de saúde,

regulação em saúde no sistema único de saúde e educação na saúde para preceptores do

SUS. Para alcançar este objetivo utiliza como estratégias de ensino-aprendizagem as

metodologias ativas, a avaliação formativa e de educação à distância, além da incorporação

de recursos tecnológicos para a promoção da aprendizagem do discente, procura integrar a

teoria e a prática através da analise criteriosa das situações problemas utilizados no

processo de capacitação.

Posto isso, cabe afirmar, com base nas discussões e analise das situações

problemas trabalhados nos diferentes encontros deste treinamento, que o presente trabalho

apresenta um consolidado geral do movimento do processo ensino aprendizagem utilizada

para a construção do conhecimento dos participantes no papel de facilitadores. Da mesma

forma, descreve a relevância de cada realidade educativa vivenciada, a articulação entre a

abordagem construtivista e a metodologia científica indispensável para desenvolver um

olhar crítico-reflexivo, a capacidade para expressar suas percepções com liberdade assim

como o trabalho em equipe e a construção de relações solidárias e respeitosas.

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PARTE I

2 SITUAÇÃO PROBLEMA: A MENSAGEM ESTAVA LÁ

Iniciamos as atividades com o acolhimento da facilitadora do curso do Sírio Libanês

em Manaus Dra Cibele e representante do ISAE, após o Dr. Padilha, através de vídeo

conferencia deu às boas vindas aos participantes, explica e orienta as diretrizes e a

dinâmica do curso. Logo realizamos as devidas apresentações entre integrantes do grupo

observando-se a constituição por uma equipe multidisciplinar, pois isto permitirá que cada

um em sua especificidade seja um incentivador na busca pelo conhecimento e na troca

de saberes de forma a integrar, harmonizar e complementar os conhecimentos e

habilidades dos integrantes da equipe.

Seguidamente foram realizados os pactos para o desenvolvimento do trabalho e

avaliação das orientações recebidas chegando a indicar que foi esclarecedor, um trabalho

desafiador, organizado, que precisa de dedicação e compromisso para alcançar os objetivos

propostos. Logo recebemos uma situação problema para analise, discussão e identificação

do problema sobre “A mensagem estava lá...”, na qual Pedro Luiz havia sido informado via

e-mail que fora selecionado para participar do curso do sírio Libanês. Tal notícia traz ao

âmago de Pedro, várias dúvidas e incertezas acerca do atual trabalho e seu potencial em

desempenhar as novas atividades propostas pelo referido curso, conforme pode ser visto

em vários trechos do texto. Pedro, ainda, se vê pressionado por comentários que elogiam

seu compromisso a frente de todos os momentos importantes para o SUS e sua influencia

na formação profissional da residente Laís e demais colegas.

Durante a analise e discussão alguns pontos foram sendo enfatizados tais como a

reflexão do grupo sobre o papel de facilitador, as ansiedades, perspectivas e funções, assim

como suas responsabilidades, expectativas, entraves, apoio do processo de construção da

aprendizagem e estratégias de sensibilização para adesão e co-responsabilidade do

especializando, chegando as seguintes perguntas para pesquisa a fim de entender melhor

os questionamentos. 1. Em que momento o facilitador pode contribuir com sua vivencia ou

sua postura deve ser sempre imparcial? 2. Que competências o facilitador deverá

desenvolver para o exercício de seu papel? 3. Quais as estratégias que poderão ser

utilizadas para sensibilização da adesão e co-responsabilização do especializando no

processo aprendizagem e aplicabilidade? 4. Como trabalhar os pressupostos das

metodologias ativas?

Com base na revisão da literatura o facilitador é a pessoa que regula o ritmo do

grupo, oferece uma variedade de possíveis modos para abordar os problemas, mantém a

equipe focada e assegura que todos os participantes interajam de forma construtiva. É um

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especialista em metodologias, didática e condução de grupo, não em fornecer respostas aos

problemas estudados, mas no gerenciamento da dinâmica do grupo que está realizando o

trabalho.

Segundo Loureiro e Ribeiro (1998), facilitador é a pessoa que foi designada para ser

o responsável pelo processo do grupo, tem como função primordial conduzir e tornar o

processo fácil; jamais deve confundir com instrução, aconselhamento, consultoria, ou outra

função. Ele é neutro em relação à solução para o problema criada pelo grupo, objetivo em

relação às alternativas e possibilidades para esta solução, comprometido eticamente com a

colaboração e a decisão democrática da solução do problema.

Estes autores também referem que o facilitador é negociador para o processo, ou

seja, preocupado em tornar os participantes conscientes de suas próprias opiniões, através

da reflexão, resumo e clareza e em casos de conflito é mais um mediador. Seu papel deve

ser baseado no claro entendimento das suas responsabilidades de:

Encorajar a participação integral do grupo;

Favorecer a escuta ativa;

Clarear objetivos e agendas;

Equilibrar necessidades individuais com as tarefas do grupo;

Encorajar a liderança compartilhada;

Compartilhar o papel de facilitador.

Entretanto para Marise Jalowitzki (2007), facilitador ou coordenador de grupos é o

profissional que auxilia o grupo a clarificar, estabelecer e alcançar seus objetivos,

expectativas e motivações assim como identificar a razão que levou a participar do

programa ou atividade.

Para Souza (2005), o facilitador tem a tarefa de compreender os sentimentos do

grupo com o qual trabalha, aceita-los e construí a partir deles, ajuda o grupo a desenvolver e

propiciar que os distintos atores tenham possibilidade de trazer respostas ainda não

acabadas constrói um ambiente de dúvida, ou de aparente falta de resposta. É importante

que saiba fazer as perguntas certas e tem que descobrir quais são realmente as perguntas

importantes.

Segundo a Sociedade Internacional de Facilitadores, (2011) as Competências do

Facilitador são: ser pesquisador, organizado, saber planejar, disciplinado e pontual, ter

capacidade de improvisar, ter boas noções do tempo, capacidade de síntese, ter carisma,

inteligência emocional, boa comunicação, assertivo, domínio temático: conhecimento e

experiência na sua área, boa fala, saber projetar sua liderança, ter domínio de jogos lúdicos,

manejar adequadamente os espaços,, ser pro - ativo, criativo, recursivo, ser conciliador e

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manejar os conflitos adequadamente, saber conduzir as energias de um grupo em

resultados de ação.

Para Stammberger (2007), é competência do facilitador: permanecer neutro, escutar

ativamente, perguntar, parafrasear, sintetizar, estabelecer normas, realimentar, confrontar,

re-coletar e retomar a discussão. Assim como na aprendizagem ativa é um líder, tem por

objetivo lograr que o estudante assuma uma posição de responsabilidade pela sua própria

aprendizagem.

Neste contexto para responder os questionamentos acima referidos o grupo após

revisão da literatura elaborou a síntese coletiva onde define que o facilitador deve ser um

motivador e despertar a autonomia e responsabilização pela aprendizagem dos

participantes, para a mudança de atitude buscando a transformação da realidade; assim

como ser um ouvinte qualificado; definir os pontos chaves; estabelecer a teorização;

provocar confronto com a realidade para levantamento de hipóteses de solução e manter

postura ética e humildade. Dentre os pressupostos, a problematização parte da realidade do

grupo e dela busca a teoria; o discente é capaz de auto-gerenciar e auto-governar o seu

processo de formação para uma mudança possível sendo um processo inacabado.

Outra atividade de grande importância trabalhada na formação de facilitador foi à

definição dos elementos que compõem um projeto aplicativo utilizando sua experiência e

conhecimento prévio acerca do significado de cada um deles, sendo as seguintes palavras:

problema, referencial teórico, contexto, intervenção, referencial empírico, benchmorking,

viabilidade e sponsors. Esta oficina de trabalho teve por finalidade esclarecimento e

entrelaçamento dos conceitos entre todos os participantes.

2.1 Síntese Reflexiva de Aprendizagem

Ao finalizar o primeiro encontro do curso de capacitação em Processos Educacionais

na Saúde, destacou-se a nova visão de instrutor (facilitador) que exige mais interatividade

entre os participantes, amplo conhecimento teórico e foco prático sob o assunto e

metodologia ativa, didática e condução de grupos. Assim como conhecimento sobre a

construção de projeto aplicativo

As metodologias ativas são processos interativos de conhecimento, análise, estudos,

pesquisas e decisões individuais ou coletivas, com a finalidade de encontrar soluções do

problema em estudo. Pois é o processo de ensino em que a aprendizagem depende do

próprio aluno. Esta metodologia contribuiu para a aquisição e ampliação de meu

conhecimento sobre o papel de facilitador e a responsabilidade no processo ensino

aprendizagem e na construção de saberes.

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Também este processo estimula a auto aprendizagem e incentiva a educação

continuada porque desperta a curiosidade e, ao mesmo tempo nos oferece meios para

desenvolver a capacidade de análise e síntese em situações problemas, enfatizando as

condições regionais e propor intervenções em consonância com o perfil psico-social e

cultural de nossa realidade. Portanto observa-se que a educação moderna oferece grandes

desafios ao instigá-nos para olhares diferenciados, especialmente quando o assunto

destaca metodologias inovadoras, pois incentiva a formação de profissionais críticos e

reflexivos voltados a novas realidades, suscitando mudanças no interagir de uns com os

outros ao participar ativamente no processo de ensino aprendizagem.

Outro aspecto importante inerente ao perfil deste novo profissional é a estratégia de

transmissão de conteúdo utilizada. O facilitador, não é necessariamente o provedor central

dos conhecimentos, e sim um intermediário entre o conteúdo e o discente, por meio de suas

habilidades e ferramentas, transmite, facilita e constrói o conhecimento junto com o

discente, enxerga-los como pessoas diferentes, com múltiplas experiências e culturas que

precisam ser levadas em consideração; rompendo o paradigma da educação, que entendia

o discente desprovido de qualquer conhecimento ou experiência.

Compreendi que sempre é possível recomeçar e que o melhor facilitador é aquele

que menos aparece que sempre esta investindo na sua atualização para melhorar seu

desempenho a fim de garantir aprendizagem e eficiência operacional entre todos os

participantes. Consequentemente é a pessoa capaz de contribuir com a mudança e melhoria

da qualidade do comportamento de outra pessoa.

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3 NARRATIVA: VIVENCIA EDUCACIONAL

Outro aspecto estudado na formação do facilitador foi à importância da avaliação.

Após leitura das narrativas apresentadas por cada participante, todas apresentavam um

problema, entretanto foi escolhido a vivencia educacional que descrevia lembranças de

sentimentos e emoções negativas durante sua avaliação final ao participar num curso, pois

ela considerava muito rígida e falta de ética ao expor-lho no grupo por uma falta no

treinamento.

Ao analisar a narrativa, vários problemas foram questionados pelos participantes, por

exemplo, se a freqüência tinha tanto impacto na formação do discente ou se era importante

despertar o interesse e a motivação no treinamento, se foram explicadas as normas ou

regras do curso e os critérios de avaliação. Assim como qual deveria ser o critério de

avaliação dentro das metodologias ativas de ensino aprendizagem. Seguidamente

elaboramos as hipóteses que poderia haver levado a discente a estes sentimentos: 1.

Ausência de comunicação no processo avaliativo entre facilitador e aluno gerou uma

expectativa equivocada sobre a flexibilidade; 2. Experiência pregressa de flexibilização da

regra causa expectativa equivocada da garantia de certificação. 3. A postura do facilitador

provocou impacto negativo no aluno.

Também foi estabelecida a questão de aprendizagem para melhor resposta sobre o

processo avaliativo: Como desenvolver um processo avaliativo, considerando as

metodologias ativas de aprendizagem, visando à qualidade de formação do aluno?

Segundo o caderno de instruções do curso p. 28, a avaliação é considerada uma

atividade permanente critico e reflexiva tanto para o planejamento de programas como para

o acompanhamento do processo ensino-aprendizagem em ações educacionais. Permite

visualizar avanços e detectar dificuldades, subsidiando ações para a continua qualificação

do processo, produtos e resultados. Consequentemente é parte integrante do processo de

formação de uma pessoa, uma vez que possibilita diagnosticar questões relevantes, aferir

os resultados alcançados considerando os objetivos propostos e identificar mudanças de

percurso eventualmente necessárias, ou seja, assume um sentido orientador.

Neste sentido a avaliação não pode ser compreendida como um instrumento de

seleção, exclusão, perseguição, ou seja, que tenha a finalidade de reter o aluno, aquele que

não conseguiu acompanhar as aulas do professor (não aprendeu) e sim para o professor

refletir sobre sua prática pedagógica. Pode-se afirmar que no caso descrito nesta narrativa,

a avaliação tem assumido uma função seletiva, uma função de exclusão, fixando sentimento

de culpa na discente.

As metodologias ativas de ensino inserem novos papeis para o professor e discente:

observação da realidade (construção do problema) identificação dos pontos chaves,

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teorização das hipóteses de solução e aplicação a realidade. Nesta aprendizagem o

processo avaliativo esta centrado no processo formativo do aluno, é continuo e envolve

auto-avaliação, observação participante, trabalhos individuais e grupais, construção de

portfólio, alem do trabalho de conclusão do curso

Consequentemente é um percurso estruturado a partir de uma triangulação entre o

olhar do aluno sobre o seu próprio processo de aprendizagem e a dinâmica de ensino

implementada (auto-avaliação e portifólio), o olhar dos pares (heteroavaliação feita pelos

colegas) e o olhar do professor por meio de comentários oral e pareceres escritos

(BATISTA, et al 2005). O ato de aprender deve ser, portanto, um processo reconstrutivo,

que permita o estabelecimento de diferentes tipos de relações entre fatos e objetos,

desencadeando mudanças e contribuindo para a sua utilização em diferentes situações

(DEMO, 2004).

Assim o grupo chega à síntese que para desenvolver um processo de avaliação

considerando as metodologias ativas de aprendizagem que visem à qualidade de formação

do aluno deve ser permanente, continua e critico reflexiva; centrado no processo formativo

do aluno, com um percurso avaliativo estruturado que vise desenvolver o perfil de

competência a partir: do olhar do aluno; acrescido dos diversos olhares (pares e

facilitadores); registrando seu desenvolvimento através da síntese reflexiva e utilizando

qualidade na aplicação dos instrumentos. A avaliação torna-se parte constituinte na

construção do próprio conhecimento e requer habilidades e posturas diferenciadas de

professores e discentes.

Deve servir para encorajar, ser melhor, conscientizar-se da necessidade de

aprendizagem e mudança. Após estas conclusões é necessária a definição de pontos

críticos para complementar o estudo tais como: 1.Ponderação do uso de julgamento e

critérios pessoais na avaliação; 2. compreensão de avaliação normativa, formativa e

somativa; 3. em qual tipo de avaliação o foco é maior de desempenho?; 4. como o

facilitador reconhece a evolução do especializando?; 5.diferencia de critério subjetivo e

pessoal;

Além da pesquisa sob avaliação, foi trabalhado o perfil de competência do facilitador

indicadas no caderno do curso, desenvolvendo esta atividade em três momentos: 1°

momento individualmente se identificou 03 capacidades de domínio e 03 necessidades de

acompanhamento, em 2º momento foram socializadas todas as competências e no 3º

momento pontuamos as capacidades relevantes e necessidades que precisam

acompanhamento sendo a avaliação uma das competências que precisa ter mais

acompanhamento.

Outra atividade relevante neste encontro foi à viagem com o filme “ser e ter”

conteúdo valiosíssimo sobre aplicação de metodologias ativas de ensino aprendizagem com

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crianças, alem reforça a postura mediadora critica e reflexiva do facilitador. Seguindo o

desenvolvimento das oficinas de trabalho para facilitador foi preciso revisar o conhecimento

teórico e pratico sobre como fazer e receber critica, a fim de formar profissionais mais

críticos, reflexivos, capazes de trabalhar em equipo e de aprender juntos.

Incrementando o treinamento para o desenvolvimento da capacidade de facilitador

no ultimo dia deste encontro foi entregue a situação problema “Tanto esforço” para

avaliação prática, utilizando-se para controle do inicio e conclusão da participação do

discente a palavra congela e descongela. Começaram esta experiência as colegas:

Fernanda, Ana, Aguinaldo e Edilene; realizado a analise e discussão em grupo do problema

elabora-se a síntese provisória onde se identifica que não há compreensão da equipe e da

mãe com relação ao propósito da internação hospitalar; não observam a diferença entre

internação e atenção domiciliar; que a relação de vinculo é insuficiente entre a equipe de

saúde e a família assim como a equipe é pouco flexível para a elaboração e adaptação das

condutas terapêuticas em conjunto com a família.

Logo foi determinada a questão norteadora para pesquisa e elaboração da síntese

individual para o próximo encontro: Como elaborar um plano terapêutico, visando

favorecer a autonomia e co-responsabilidade do individuo no seu processo saúde

doença?

Durante a avaliação formativa desta experiência a maioria coincide em referir que é

um desafio para se olhar pessoalmente, é emocionante pensar em tudo, controlar tudo e ter

feeling. Sendo necessário prestar atenção de não dar reforço, de não colocar nossa palavra

e questionar sempre a partir do elemento da pessoa, tentar fazer o confronto quando

percebe que o grupo não entendeu.

3.1 Síntese Reflexiva de Aprendizagem

Foi sem duvida uma etapa mais, que valeu a pena ser percorrida, apesar do

esgotamento físico e mental foi um novo aprendizado um despertar interior como pessoa e

profissional envolvido na área da docência e gestão. Relembrei experiências vivenciadas ao

longo da vida que servem para o aprendizado, entre tanto nunca foram descritas, sempre

estiveram presentes, mas foi através deste processo que descobri que os tinha e graças ao

uso da narrativa que vem sendo usada como instrumento educativo na construção do

conhecimento neste curso.

Assim mesmo através das narrativas de vivencia problematizados pelos participantes

foi possível identificar o tema para estudo, ficando centrado na avaliação punitiva que

magoa e deixa impressões e sentimentos ruins no avaliado, marcando com sentimentos de

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revolta a vida do ser humano, muitas vezes pela ineficácia da comunicação entre professor

e avaliado.

A metodologia construtivista incentiva a pratica de uma educação libertadora e de um

profissional ativo e apto a aprender, e um discente capaz de autogerenciar-se e

autogovernar seu processo de formação. Neste contexto o facilitador nos leva ao contato

com as informações e á produção do conhecimento, pois é um instrumento significativo para

exercitar a autonomia e reconstruir o conhecimento não somente do ponto de vista

tecnológico mas também da humanização na educação.

No que se refere à avaliação o facilitador pode registrar o desenvolvimento do

discente quanto à autonomia, criatividade, capacidade de organização, a sua participação e

as condições de elaboração, bem como o seu relacionamento com o grupo e sua

comunicação. Por tanto avaliação formativa é uma avaliação que contribui para melhorar a

aprendizagem, pois informa o caminhar do discente e permite analisar situações,

reconhecer e corrigir erros nas tarefas desenvolvidas.

Entretanto a avaliação somativa é normalmente uma avaliação mais pontual, trata

sempre de determinar o grau de domínio dos objetivos previamente estabelecidos, verifica,

portanto os resultados obtidos num trabalho de formação educativa.

A pratica de congela e descongela para facilitador foi uma experiência

enriquecedora, deu para perceber que se precisa de conhecimento, segurança, atenção,

controle emocional e domínio de grupo. Sendo necessário manter atenção em tudo para

identificar o problema, intervir assertivamente e criar um ambiente em que cada um se sinta

livre para falar e expressar-se.

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4 SITUAÇÃO PROBLEMA “TANTO ESFORÇO”

Inicia-se este encontro com a analise da situação problema “Tanto esforço”

participam no exercício de facilitador: Acácia, Miriam e Aline. Apos a participação de cada

discente foram feitas às avaliações pelo grupo e facilitadora Dra. Cibele orientando a

necessidade de aprender com o processo.

Trabalhando o questionamento sobre como elaborar um plano terapêutico, visando

favorecer a autonomia e co-responsabilidade do individuo no seu processo saúde doença?

O plano terapêutico é um conjunto de alternativas terapêuticas, definidas a partir da

avaliação de cada caso, com enfoque multiprofissional e interdisciplinar, que visa obter

maior adesão do paciente e de seus responsáveis ao tratamento. É um recurso de clinica

ampliada e da humanização em saúde (CHIAVERINI, 2011)

Segundo Carvalho e Ceccim (2006) um projeto terapêutico antecede até mesmo o

momento do processo saúde-doença, parte, antes, da pessoa e sua história individual; dos

conceitos de saúde presentes nos serviços, na cultura local e na consciência dos

trabalhadores implicados na assistência; da acessibilidade aos recursos tecnológicos,

culturais e sociais e do desejo de cura.

Da ênfase no acolhimento e inclusividade das pessoas à rede de cuidados do SUS

sem qualquer tipo de segregação ou restrição de acesso; a superação do biologicismo e da

abordagem centrada nas doenças para uma abordagem integral que reconheça histórias e

sensações na vivência dos adoecimentos; a valorização da autonomia das pessoas e a

autodeterminação no andar da vida; o estabelecimento de práticas cuidadoras e não a

intervenção terapêutica centrada nos procedimentos e medicamentos; o estímulo à

convivência entre a população e os profissionais de saúde; a participação dos trabalhadores

junto às instâncias de participação popular; a atuação permanente em equipes

multiprofissionais e interdisciplinar; e a crítica à medicalização e à mercantilização da saúde.

Consequentemente o projeto terapêutico é, a representação de um plano de ação

singularizado com uma ampla relação de intervenções para dar conta das necessidades dos

usuários. Abre o diálogo entre a equipe de referência e o profissional especialista, que vai

executar parte deste plano, e o próprio usuário. Amplia a possibilidade de composição

interdisciplinar sem diluir a responsabilidade da equipe de referência sobre os casos e sem

percursos intermináveis de encaminhamentos.

Segundo Mangia et al (2006), é uma ferramenta central para o desenvolvimento da

atenção que busca superar o modelo asilar. Portanto deve ser elaborado e executado com a

participação de toda a equipe, dos usuários, ser flexível e ter metas claras estabelecidas.

Deve ter como objetivo o aumento do conhecimento do paciente sobre seus problemas, a

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sua autonomia afetiva, material e social e o seu relacionamento social e político

(SARACTENO et al, 2001).

Neste contexto o desenvolvimento de projetos terapêuticos deve superar o

paradigma do modelo biomédico e contemplar a complexidade e multicausalidade dos

problemas, e as estratégias de cuidado devem ser compreendidas como processo continuo

e integrado de ações orientadas a responder as necessidades de cada pessoa, de suas

relações familiares, sociais, de vizinhança e de sua subjetividade (MANGIA, et. al, 2006). È

uma ação que não se limita ao espaço físico da instituição, podendo acontecer no âmbito do

próprio serviço, nos espaços de vida, de circulação, e de sociabilidade da pessoa.

Mângia (2002) propõe como eixos orientadores a serem considerados no

desenvolvimento de projetos terapêuticos:

Ação centrada na pessoa;

A relação de parceria terapeuta-cliente;

O deslocamento do lócus da ação da instituição para o território e para as

situações da vida real;

Ênfase no sujeito em seu contexto;

A construção compartilhada do projeto terapêutico com metas dotadas de

sentido para a continuidade da vida do usuário;

O estabelecimento de um contrato de trabalho com percursos a serem

desenvolvidos em um tempo predeterminado;

A utilização de avaliações periódicas conjuntas para redirecionamento do

projeto.

Analisando os eixos recomendados para o desenvolvimento de um projeto

terapêutico, é importante refletir na articulação da teoria com a pratica. No tema em estudo

percebemos a falta de articulação entre a família, a equipe de saúde, a rede de serviços e a

participação mais efetiva dos profissionais na visita ao paciente. Embora a família em alguns

casos atropela as ações, muitas vezes é preciso levar em consideração, pois o acolhimento

deve ser praticado durante todo o processo de atendimento, favorecendo a construção de

vínculos, isto é, a responsabilização dos profissionais e a organização do serviço centra-se

no usuário e suas necessidades.

Portanto o projeto terapêutico deve priorizar as necessidades dos usuários, visando

à construção progressiva de sua autonomia nas atividades da vida cotidiana, de

apropriação, de responsabilização e ampliação na inserção social (LEI N°11.791, 2002).

Os profissionais ao oferecer apoio ao grupo familiar/cuidador, sob pretexto de auxiliá-

lo para sair de sua crise, muitas vezes substitui o papel dos membros da família, subtrai a

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competência própria da família, desconsidera os recursos e a necessidade deles de

construir sua história e sentir-se suficientemente capaz para resolver seus problemas.

Assim, o tema em estudo suscita interesse,faz refletir sobre o vinculo que os

profissionais criaram com a família, manifestam o desejo de punir a mãe, a quem eles

consideram uma má cuidadora. O trabalho com a família nos remete a reflexões que podem

apontar possibilidades e desafios, sendo importante registrar as reações do profissional, ao

se deparar com o grupo familiar e seus problemas e o considerar ao realizar as avaliações

do grupo de trabalho.

Ressalta-se que as novas praticas de assistência a saúde são resultantes de uma

reorientação na forma de conceber o processo saúde doença, centrando-se prioritariamente

na saúde do individuo e em seu contexto familiar. Nesta perspectiva, a família constitui-se

em uma unidade de cuidados de saúde porem se torna difícil concordar que ela é sempre

eficiente no desempenho desse papel, devido a diversos fatores intrínsecos nessa relação,

seja pela cultura, sua maneira como se apropria dos conhecimentos de saúde e os coloca

em pratica, sua relação e o comprometimento que estabelece com seus membros e mais

globalmente a forma como esta incluído na sociedade, seu acesso ao trabalho, à renda, à

educação e serviços de saúde.

Para Andrade (2005), o plano terapêutico é um modelo de assistência ao cliente, na

qual uma pessoa participa das atividades diárias, descobrindo as dificuldades que enfrenta e

ajudando-o a encontrar soluções e tem funções de resgatar a capacidade criativa, atuar

como um agente re-socializador, ajudando o paciente a compreender as intervenções, evitar

a exaustão familiar gerada pelo convívio, ajudar na manutenção de sua atividade física e

auxiliar o paciente na aproximação de suas necessidades e na realização de atividades

possíveis, respeitando sua condição.

Portanto para construir um projeto terapêutico visando favorecer a autonomia e co-

responsabilidade do individuo deve-se refletir sobre os paradigmas que orientam a saúde

atualmente, assim, como acompanhar como são conduzidas as ações dos profissionais de

saúde, bem como o modelo adotado por eles no atendimento.

Recomenda-se uma assistência integral, qualificada, em um ambiente acolhedor que

elas ocupem a posição de protagonistas na condução de suas vidas e na definição de

suas necessidades.

Finalmente o grupo define a nova síntese considerando para a elaboração de um

plano terapêutico, que favoreça a autonomia e co-responsabilidade do individuo no seu

processo saúde doença a necessidade do conhecimento da cultura e saberes dos atores

(usuário/família/comunidade/equipe); a existência de produção compartilhada da

problematização no diagnóstico situacional e a pactuação das condutas e metas com

divisão das responsabilidades.

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Também foi trabalhada a situação problema: Só agora? Após leitura e análise

individualmente e logo em grupo construímos a síntese provisória. Segundo o grupo é um

modelo de gestão inadequado; focado em resultados quantificados; não favorece a gestão

participativa; utiliza uma conduta inadequada para agilização dos procedimentos refletindo

postura anti-ética; evidencia desequilíbrio entre oferta e demanda de serviços, com

conseqüente uso inadequado dos protocolos do sistema de regulação.

Ao definir a pergunta para pesquisa ficou descrita: como desenvolver a gestão

participativa para fortalecer os processos de trabalho visando à melhoria do acesso e

qualidade dos serviços de saúde? Concluído esta fase realizamos a avaliação formativa

onde foi reforçado a capacidade do facilitador para problematizar, explorar ao máximo o

problema até perceber que o grupo não tenha dúvida, ser assertivo pois favorece o

processo, forçar o grupo a construir o percurso e a questão de aprendizagem e olhar os 3

momentos: escuta, auxiliar na exploração do problema em estudo e construir a síntese.

Como é característica a utilização de metodologias ativas na formação de

profissionais pelos instrutores do sírio libanês, neste modulo não foi diferente, nossa

facilitadora Dra. Cibele preparou o ambiente para dois grupos de trabalho, providenciou

recurso audiovisual de multimídia para trabalhar o tema TBL, logo fez entrega de um texto

TBL - – team-based learning: Hospital de Cuidados a Saúde de Polis – Contexto e um teste;

e em grupo de 5 discentes, fixemos leitura individual do tema em estudo e respondemos

também o teste individualmente. Seguidamente discutimos as respostas individuais de cada

questão e buscamos chegar a um consenso na equipe e unificar os resultados para a

socialização com as demais equipes das regiões participantes deste curso, através de

videoconferência desde o Instituto Sírio Libanês de ensino e pesquisa,

Uma vez em contato com a equipe de especialistas do Sírio Libanês e os

participantes das demais regiões do curso de capacitação em processos educacionais na

saúde através da videoconferência, foram analisadas as respostas do teste assim como

argumentado e fundamentado pela especialista a escolha de cada resposta. Houve

participação ativa dos grupos em relação a identificação da melhor alternativa de resposta,

sendo esclarecido que não existe nenhuma resposta correta e errada a idéia é favorecer o

aprendizado em equipe, ampliar a troca de conhecimento entre os participantes assim como

a análise critica para tomada de decisão e resolução de problemas.

Também foi reforçada pela especialista do Sírio Libanês, a necessidade de reflexão

sobre os erros encontrados no texto em análise a fim de aprofundar ainda mais as

informações sendo identificado que: o curso era modular e não integral, o horário era

inadequado, as aulas eram 80% teóricas por tanto não era metodologia ativa, vocabulário do

professor inadequado a realidade,relação aluno professoral, desconsideração do saber do

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outro evidenciando desrespeito ao conhecimento, avaliação punitiva que não permite ver o

erro, carga horária não remunerada

Depois desta atividade a Dra. Cibele, solicitou o relatório da experiência. Posso

descrever que é uma metodologia nova, interessante, sempre encontrei o trabalho em grupo

difícil, pois chegar a um consenso em equipe implica maturidade pessoal e

responsabilidade, já que cada um gostaria que prevalecesse sua resposta. Entretanto a

aprendizagem baseada no TBL permite desenvolver novas habilidades e capacidades, tais

como domínio pessoal, visão compartilhada, dialogo para facilitar o engajamento da equipe,

e um pensamento sistêmico que nos leva a percepção e reconhecimento de nossa

potencialidade e fragilidade individual de modo a melhorar nossas crenças, opiniões e

contribuição com a equipe e na resolução do problema.

Outro sim é uma metodologia problematizadora que favorece a integração de

diversos profissionais permitindo convergir idéias e ampliar a produção da equipe.

Seguidamente fizemos leitura sobre TBL descrito no livro do curso de capacitação

identificando perguntas para trabalhar a distância através da plataforma, as principais

questões foram: 1. O que é, e como aplicar a taxonomia de bloom no processo de ensino

aprendizagem? 2. Como elaborar a atividade disparadora do TBL? 3. Como desenvolver as

tarefas do TBL no 1° e 3° momento e que instrumentos são entregues ao facilitador para

trabalhar TBL? 4. Como é a atuação do especialista no TBL? 5. Como deve ser construído o

consenso no TBL? Qual a diferencia entre plenária e TBL? Em qual momento do TBL

acontece o jogo dos erros e qual a sua importância no processo?

Como é usual concluímos esta atividade realizando a avaliação formativa de nosso

caminhar até agora. Nossa facilitadora fez sugestões sobre o tom de voz, da fala que tem

que ser mais firme e solicito descrever no portfolio com mais aprofundamento o movimento

do processo ensino aprendizagem.

Novamente incentivando nossa capacidade de interpretação e reflexão assistirmos o

filme “La língua de las mariposas” diretor do filme José Luis Cuerda, relata a vida de moncho

na escola e sua relação com o professor, a importância do acolhimento, respeito com o ser

humano, conquista da liberdade através do conhecimento, a necessidade de escutar as

pessoas, a importância da música para manter um espírito alegre, feliz e refere que a

música tem o rosto de uma mulher. Diz também que o maestro é a luz apesar de ganhar

pouco, ensina diversas metodologias de ensino para a aprendizagem do aluno, faz menção

de que o ódio e a crueldade são o inferno na vida do ser humano e se permitirmos que pelo

menos uma criança seja livre, teremos uma geração diferente para isso precisa-se romper

paradigmas.

No contexto deste curso vem se articulando diversas atividades nas oficinas de

trabalho, para o processo de ensino aprendizagem dos discentes, sendo o PBL outra

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metodologia relevante que destaca o uso de um contexto clínico para o aprendizado,

promove o desenvolvimento da habilidade de trabalhar em grupo, e estimula o estudo

individual, de acordo com o interesse e o ritmo discente. Neste primeiro momento

individualmente utilizando nosso conhecimento prévio descrevemos as etapas que

constituem esta metodologia;

Em um segundo momento cada um apresentou sua construção ao grupo segundo

sua percepção, realizando-se analise, debate e busca do conhecimento cientifico através da

leitura sobre o tema no caderno do curso para construir a síntese coletiva. Em um terceiro

momento socializamos com o outro grupo a síntese coletiva de como o grupo concebeu o

desenvolvimento das etapas educacionais do processo de ensino aprendizagem deesta

espiral construtivista e, por conseqüência, apresentamos a síntese agregando os novos

saberes: Aproximação com a situação problema; identificação do problema com debate e

formular explicações; construção da síntese provisória a partir do resgate do conhecimento

empírico do grupo; formulação da pergunta de aprendizado; síntese individual através da

pesquisa; novo debate com construção da nova síntese a partir do conhecimento cientifico;

identificação de pontos críticos e novas questões se houver e avaliação do processo de

construção do PBL.

Este método é um processo de busca de aprendizagem constante baseada em

problemas, estimula a auto aprendizagem do discente inicialmente através da busca do

conhecimento prévio sobre o assunto apresentado e posteriormente independentemente

através da pesquisa busca complementar as informações e elaborar sua síntese (estudo

auto-dirigido) para uma próxima sessão apresentar ao grupo onde serão discutidas e

integradas para a construção de uma nova síntese.

Ao realizar a avaliação destacamos o avanço do grupo em relação aos temas de

aprendizagem trabalhados, conseguimos entender a diferença do processo entre TBL e

PBL.

4.1 Síntese Reflexiva de Aprendizagem

Na continuidade dos trabalhos desenvolvidos durante os três dias deste terceiro

encontro do curso para facilitador, percebi que existe grandes desafios a serem

enfrentados, pois as metodologias ativas utilizadas no ensino aprendizagem buscam formar

um profissional critico reflexivo com capacidade de agir assertivamente nas suas

intervenções e condução do aluno, porém, para chegar a esses objetivos é preciso buscar a

sustentação necessária continuamente através da construção do conhecimento individual e

coletivo.

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Esta vivencia vem fazendo-me crescer, pois me incentiva e estimula à auto

aprendizagem, a valorizar o conhecimento prévio o trabalho cooperativo em pequenos

grupos, a reconhecer a necessidade de aprendizagem e utilização de novos recursos para

aprender a aprender. Exige uma postura ativa, responsável, ética e colaborativa para a

construção de sínteses e solução de problemas, assim como desenvolver a habilidade de

auto avaliação e capacidade reflexiva, que pouco foi explorado durante minha prática

pedagógica e na área de gestão em saúde.

Para mi este curso é um elemento motivador valioso que me incentiva a mudança de

pensamento sobre praticas pedagógicas, para um ensino libertador, um profissional ativo,

indagador, reflexivo, apto para aprender respeitando as diferenças culturais e cognitivas.

Outro aspecto importante trabalhado foi a avaliação, uma ferramenta que permite o

acompanhamento do processo de ensino aprendizagem das ações educativas dos

participantes permitindo ao facilitador visualizar os avanços e dificuldades e tem a

oportunidade para construir caminhos e mecanismos que possam mediar o conhecimento e

ao mesmo tempo mostrar os resultados apreendidos através dos registros no portfolio, da

aprendizagem auto-dirigida (síntese individual) e reflexões sobre o caminhar do aluno no

curso.

As metodologias ativas também facilitaram o compartilhamento do conteúdo de

maneira efetiva e participativa. Contribuiu com a interação entre os componentes do grupo e

para operacionalizar a aprendizagem centrada no discente, garantiu espaço para o exercício

da pesquisa, da intuição, da emoção e da responsabilização, além da capacidade crítica

para confrontar, questionar, conhecer, atuar e participar na construção coletiva do

conhecimento.

O TBL é uma metodologia ativa nova para mi, entretanto dinâmica, inovadora,

incentiva o pensamento critico reflexivo, pois trabalha com a problematização em pequenos

grupos e resgata o conhecimento vivenciado, estimula o auto-gerenciamento, auto-

conhecimento, a responsabilidade e a inter-relação durante nossa formação, assim como a

construção do conhecimento no coletivo. O interessante desta estratégia de ensino

aprendizagem é o papel do especialista ao realizar a avaliação do teste, onde sugere a

melhor resposta justificando com o conhecimento científico o que soma a nosso

conhecimento intuitivo.

Posso afirmar que ao finalizar os trabalhos neste encontro os participantes entraram

em contato com o conjunto de temas abordados, tendo em vista que inicialmente os debates

partiram de suas vivências e experiências prévias sobre os temas logo individualmente

buscaram aprofundar seu conhecimento através da pesquisaram. Por tanto todos tiveram

oportunidade de exercitar suas habilidades de comunicação e interação com os demais

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integrantes do grupo, explicitando a síntese pesquisada anteriormente e durante a

construção da nova síntese coletiva.

Isto leva a refletir que o conhecimento não deve ser algo individual, a busca por

novos conteúdos devem se constituir em um movimento dinâmico e participativo, onde todos

possam manifestar seus conhecimentos sobre o tema.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de metodologias ativas na capacitação de profissionais para atuação como

facilitadores possibilita a troca de conhecimento entre os participantes significativamente.

Assim mesmo a aprendizagem, não fica restrita ao conhecimento prévio do discente,

permitem a busca de novas respostas utilizando os procedimentos investigativos e do

conhecimento disponível nas mais diferentes fontes.

A aprendizagem baseada em problemas capacita o discente para buscar respostas

dos questionamentos que o inquietam uma vez que os problemas não têm respostas

prontas ou únicas.

O curso nos propiciou o contato com diversas ferramentas educativas para estimular a

aprendizagem tais como a educação a distância, aprendizagem baseada em problemas ou

PBL, problematização através de narrativas reflexivas, aprendizagem baseada no TBL,

oficinas de trabalho sobre avaliação, viagem mediante filmes etc.;

Estimulou o pensamento critico e reflexivo assim como o desenvolvimento de

pesquisa;

Incentivou o registro da movimentação do discente no processo de ensino

aprendizagem através do portfolio, e construção do TCC baseada na compilação das

atividades exercitadas.

Este curso é fonte transmissora de conhecimento e mudança, prepara o profissional

criteriosamente para assumir o papel de facilitador, solucionar com pertinência e sucesso os

problemas desta prática profissional nos diferentes contextos.

E finalizando, o curso respondeu às expectativas do início com a aquisição de novos

conhecimentos para melhorar mais minha formação acadêmica com conceitos atualizados e

com a aprendizagem de novos processos metodológicos. Consequentemente esta

capacitação favorecerá a multiplicação do conhecimento.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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BATISTA, N; BATISTA, S.H.; GOLDENBERG, P.; SEIFFERT, O. SONZOGNO, M.C.. O

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39(2):231-7, 2005

BRASIL. LEI N° 11791. Normas para funcionamento dos serviços de Residência

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Consultoria Legislativa, 22 de Maio de 2002

CARVALHO, Yara Maria; CECCIM, Ricardo Burg. Formação e Educação em Saúde:

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ANEXO A – MEMORIAL DA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL

A minha trajetória no campo da enfermagem iniciou-se aproximadamente há 27 anos

(1985), primeiramente como enfermeira assistencial num hospital militar em Peru, logo me

especialize no atendimento de pacientes críticos, especificamente enfermagem em unidades

de terapia intensiva, mas desde jovem foi incentivada pela minha mãe para ser professora,

pois ela tinha grande admiração por este profissional.

Em 1990, começo a minha caminhada no campo da docência, fique como professora

de pratica na Faculdade de Enfermagem da Universidade Nacional de la Amazônia Peruana

- UNAP, após seis meses me afaste desta atividade. Pois necessitava me preparar para o

concurso nesta área, entretanto às experiências vivenciadas foram fascinantes, decisivas e

marcantes para minha formação na docência, percebi que educar é um desafio e que tinha

muito que aprender.

Meu ingresso como docente na categoria de professor Auxiliar na UNAP em 1991,

penso que foi decisivo, me permitiu compreender a responsabilidade do professor na

formação de um ser humano e a considerar o acolhimento como uma necessidade básica

que possibilita o desenvolvimento da capacidade criativa da pessoa, e afirmar a

possibilidade de que podemos quando queremos. Nesta categoria fiquei durante quatro (04)

anos, após inicie a experiência como professor associado, durante este tempo teve

participação ativa na formação de vários profissionais de enfermagem, e neste período

participei da construção do livro “Manual de Técnicas em Enfermagem Fundamental”.

Acredito que a formação do educador se torna imperiosa quando a aquisição de

conhecimentos é colocada a serviço da população para atuação na educação e, em

especial nas instituições de ensino e não somente a serviço das metas de realização

profissional.

As contínuas responsabilidades administrativas delegadas na função de enfermeira

me levaram a buscar conhecimento nesta área, concluindo em março de 1994 o curso de

pós-graduação em “Administração em Enfermagem”, foi significativo, me ofereceu subsídios

para ampliação de conhecimentos neste campo. Entretanto paralelo com as atividades de

enfermagem continue envolvida com as questões didáticas.

Com a intenção de dar continuidade a minha formação docente e conhecer outras

metodologias didáticas para o processo de ensino aprendizagem, postule ao curso de Pós-

Graduação da UFAM em Manaus, Brasil em outubro de 1995, conseguindo ser selecionada,

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iniciando em Fevereiro de 1996 o mestrado acadêmico em “Ciência de Alimentos” da

Universidade do Amazonas, convenio UFAM/INPA, concluindo em março de 1999. Grande

foi minha surpresa que o curso teve mais caráter de pesquisa, entretanto foi um período de

aprendizagem intensa na área de nutrição e saúde pública, a excelência e

comprometimento do corpo docente do curso refletem na qualidade da pesquisa realizada

cujo tema foi “Perfil Nutricional de Portadores de Malária” orientado pelo Professor Doutor

Fernando Helio Alencar. Fruto desta pesquisa foi publicado em co-autoria com meu

orientador um artigo sobre o tema na revista Acta Amazônica.

Novamente retomei a docência como professora substituta da Faculdade de

Enfermagem de Manaus-Brasil em Junho de 1996 até Maio de 2000, experiência gratificante

que contribuiu decisivamente para que eu pudesse enveredar novamente por esse caminho

um pouco conhecido e desconhecido, ao mesmo tempo fascinante e assustador, pois me

encontrava em uma realidade diferente ao meu país. Paralela a esta atividade docente,

inicie o trabalho como enfermeira assistencial em 1998 no HPS. Dr. João Lúcio Pereira

Machado, busquei sempre articular as duas atividades, pois acredito que um professor na

área de saúde deve ter domínio teórico - pratico para realizar o ensino. Em 2004 conclui o

curso de especialização em “Terapia Intensiva” desde acadêmica tive afinidade por este

curso é um tanto complexo e intenso, mas reconfortante prepara o enfermeiro para atender

pacientes com alterações hemodinâmicas importantes, as quais requerem conhecimento

específico e grande habilidade para tomar decisões e implementá-las em tempo hábil.

Continue na assistência e docência mais agora na Universidade do Estado do

Amazonas desde 2001 até a presente data. Desde 2006 foi convidada na área da

assistência para o cargo de Gerente de Enfermagem do HPSC-ZL. Esta responsabilidade foi

de fundamental importância para a minha carreira acadêmica e profissional, me permitiu

participar de varias capacitações, treinamentos alem de envolver-me com um grande

número de pessoas e compartilhar saberes, duvidas e problemas e buscar soluções juntos.

Em Maio de 2011 ate Março de 2012, por indicação da Diretora Executiva da Susam

Dra. Sandra Braga Lima, tive a oportunidade de participar do Curso de Especialização em

Gestão da Clinica nas Redes Metropolitanas de Atenção a Saúde ministrada por intermédio

do Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa – IEP/HSL. Esta experiência foi maravilhosa,

a metodologia construtivista utilizada nos treinamentos fez com que eu vislumbrasse que a

aprendizagem baseada em problemas favorece a motivação e o estímulo para um olhar

critico do mundo buscando sua transformação. Posso destacar também que neste

processo de construção do conhecimento a gente aprende fazendo, assume-se um papel

ativo na aprendizagem; desenvolvendo competências metacognitivas relacionadas à

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tomada de consciência sobre as atividades que se realiza e a responsabilidade diante do

processo de aprendizagem.

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ANEXO B - REGISTRO DE EXPECTATIVAS ELABORADO NO INICIO DO CURSO

O curso de especialização em Gestão da Clinica nas Redes Metropolitanas de

Atenção a Saúde com ênfase em paciente critico realizado no Instituto Sírio Libanês de

Ensino e Pesquisa, foi uma experiência educativa significativa que contribuiu no meu

desenvolvimento pessoal e profissional para a melhoria de minha atuação na docência e na

gestão da atenção em saúde.

No curso realizado, a abordagem pedagógica construtivista, utilizada no processo de

ensino-aprendizagem foi uma metodologia baseada no trabalho direto do fenômeno,

permitindo minha participação ativa no processo. Isto é, incentivou o trabalho em grupo,

além da motivação social, integrando a teoria com a prática e valorizando o conhecimento

prévio dos participantes, consequentemente deu-se ênfase a postura colaborativa

considerada, mais de acordo com as necessidades atuais do mercado de trabalho. Nesta

experiência enriquecedora, teve a oportunidade de entrar em contato com inúmeras outras

visões e fontes desconhecidas sobre a gestão do SUS.

O convite para participar como facilitador no curso promovido pelo Sírio libanês é

uma honra, visto o enorme conceito e prestígio desta Instituição de excelência e referencia

para os diferentes profissionais da área de saúde. Considero que com minha participação

ficara enriquecida ainda mais minha formação acadêmica com conceitos atualizados e com

a aprendizagem de novos processos metodológicos, gerando frutos futuros nos demais

profissionais da região. Minha participação favorecerá a multiplicação do conhecimento e o

desenvolvimento da aplicação de ferramentas construtivistas que guiem aos discentes na

construção de novos modelos de atenção e resolução dos problemas dentro do SUS.

Uma vez que se qualificar os profissionais na gestão do cuidado no contexto atual,

os serviços oferecidos à população deverão sofrer mudanças para melhor, permitindo

superar a fragmentação da atenção e da gestão, e aperfeiçoar a complexa inter-relação

entre acesso, qualidade do atendimento, efetividade e a organização da Rede de Atenção a

Saúde no âmbito do SUS.

Minha preferência é pelo curso de "Gestão da Clinica nas Regiões de Saúde".

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ANEXO C – QUESTIONÁRIO SOBRE PERFIL DO INGRESSO

HOSPITAIS DE EXCELÊNCIA A SERVIÇO DO SUS - GESTÃO DA CLINICA NO SUS – PROCESSO EDUCACIONAIS NA SAÚDE

Questionário sobre perfil do ingresso

Registro do perfil do participante do momento do ingresso no Curso de Capacitação em Processos Educacionais na Saúde com ênfase em facilitação de metodologias ativas de ensino-aprendizagem na Gestão da Clinica no Sistema Único de Saúde. Sexo: ( ) masculino ( X ) feminino

Idade: ( ) até 25 anos ( )26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos ( ) 46 a 55 anos ( X ) 56 a 65 anos ( ) acima de 65 anos

1. Curso de graduação e ano de conclusão: Enfermagem - UNAP – 1976-1982.

2. Pós-graduação:

2.1. Pós-Graduação Lato Sensu (especialização): ( ) Não ( X ) Sim Especificar: Enfermagem Intensiva de Alta Complexidade, Universidade Gama Filho, 2004 – 2005.

2.2. Residência: ( ) Não ( ) Sim Especificar: 2.3. Mestrado: ( ) Não ( X ) Sim Especificar: Nutrição em Saúde Pública, Universidade Federal do

Amazonas/Instituto Nacional de |Pesquisas da Amazônia, 1996-1999.

2.4. Doutorado : ( ) Não ( ) Sim Especificar:

3. Experiência em pesquisa: ( ) Não ( X ) Sim

4. Experiência em Educação:

4.1. Em docência tradicional: ( ) Não ( X ) Sim 4.2. Com metodologias ativas: ( ) Não ( ) Sim 4.3. Em educação a distancia: ( ) Não ( ) Sim 4.4. outro – Especificar:

5. Experiência em gestão na área da saúde:

5.1.Gestor: ( ) Não ( ) Sim 5.2.Diretor: ( ) Não ( ) Sim

5.3.Gerente: ( ) Não ( X ) Sim 5.4. Outro – Especificar:

6. Experiência em atenção a saúde:

6.1.Cuidado individual: ( ) Não ( ) Sim 6.2. Cuidado Coletivo: ( ) Não ( ) Sim

6.3. Atenção Primária ou ESF: ( ) Não ( ) Sim 6.4. NASF: ( ) Não ( ) Sim 6.5. Atenção Especializada: ( ) Não ( ) Sim 6.6. Urgência e Emergência: : ( ) Não ( X ) Sim

6.7. Hospitalar: ( ) Não ( ) Sim 6.8. Outro especificar:

7. Experiência em Apoio Técnico a Atenção a Saúde:

7.1. Apoio Diagnóstico e Terapêutico: ( ) Não ( ) Sim 7.2. Assistência Farmacêutica: ( ) Não ( ) Sim

7.3.Vigilância: ( ) Não ( X ) Sim 7.4. Informação: ( ) Não ( ) Sim

7.5. Saúde Coletiva: ( ) Não ( ) Sim 7.6. Regulação: ( ) Não ( ) Sim

7.7. Grupos/Equipes Técnicas: ( ) Não ( ) Sim 7.8. Outro Especificar: ( ) Não ( ) Sim 8; Comentários/Observações: