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Antonio Carlos Peralta

UM MODELO DO PROCESSO DE PROJETO DE EDIFICAES, BASEADO NA ENGENHARIA SIMULTNEA, EM EMPRESAS CONSTRUTORAS INCORPORADORAS DE PEQUENO PORTE.

Dissertao apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia de Produo Orientador: Prof. Dlvio Ferrari Tubino, Dr.

Florianpolis

2002

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143 Anexo 10 - DSM Projeto Executivo ALAP Colapso Incio das Atividades mais Tarde.

FICHA CATALOGRFICA Peralta, Antonio Carlos P246m Um Modelo do Processo de Projeto de Edificaes, baseado na Engenharia simultnea, em Empresas construtoras incorporadoras de pequeno porte. / Antonio Carlos Peralta. Florianpolis : [s.n.], 2002. 133f. : figs., tabs. Orientador : Prof Dr. Dlvio Ferrari Tubino. Dissertao (mestrado) Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo, Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. 1. Projeto Edificaes Gerenciamento. 2. Engenharia simultnea. 3. Construo Enxuta. 4. Matriz de estrutura de dependncia. I. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo. II. Ttulo. CDD 21.ed. 690.068 CIP-NBR 12899

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142 Anexo 9 - DSM Projeto Executivo AEAP Colapso Incio das Atividades mais Cedo.

ANTONIO CARLOS PERALTA

UM MODELO DO PROCESSO DE PROJETO DE EDIFICAES, BASEADO NA ENGENHARIA SIMULTNEA, EM EMPRESAS CONSTRUTORAS INCORPORADORAS DE PEQUENO PORTEEsta dissertao foi julgada e aprovada para a obteno do ttulo de Mestre em Engenharia de Produo no Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo da Universidade Federal de Santa Catarina Florianpolis, 09 de Abril de 2002. _____________________________ Prof. Ricardo Miranda Barcia, Ph.D. Coordenador do Curso

BANCA EXAMINADORA:

____________________________ Prof. Dlvio Ferrari Tubino, Dr.Universidade Federal de Santa Catarina

Orientador

_________________________ Prof. Osmar Possamai, Dr.Universidade Federal de Santa Catarina

___________________________ Prof. Eduardo Jorge Castells, Dr.Universidade Federal de Santa Catarina

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DEDICATRIA

141 Anexo 8 - DSM Projeto Executivo ALAP Incio das Atividades mais tarde

A minha esposa Patrcia, e aos meus filhos rica e Arthur.

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140 Anexo 7 - DSM Projeto Executivo AEAP Incio das Atividades mais cedo

AGRADECIMENTOSA realizao deste estudo no seria possvel sem a colaborao de um grande nmero de pessoas, as quais gostaria de expressar meus agradecimentos. A Deus, que me deu o dom da vida e que me proporcionou coragem e determinao para enfrentar mais este desafio. Ao Professor Orientador, Dr. Dlvio Ferrari Tubino, pela orientao e esforo para o desenvolvimento deste trabalho. Ao meu pai Antonio, minha me Mariana e as minhas irms Rosane, Regina e Rosely que desde a infncia me ajudam na minha caminhada. Ao professor Victor Juliano De Negri pelas constantes demonstraes de amizade. Ao professor Andr Ogliari e aos colegas de mestrado pelo apoio recebido. Aos amigos do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maring. Aos professores do Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo da Universidade Federal de Santa Catarina, pelos seus ensinamentos e estmulos recebidos. A todos que de alguma forma contriburam para a realizao deste trabalho.

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RESUMOPERALTA, Antonio Carlos. Um modelo do processo de projeto de edificaes, baseado na engenharia simultnea, em empresas construtoras incorporadoras de pequeno porte. 2002. 139p. Dissertao (Mestrado em Engenharia de Produo) - Programa de Ps-graduao em Engenharia de Produo, UFSC, Florianpolis.

139 Anexo 6 - DSM Projeto Executivo Lista de Atividades e Relao de Dependncias Entrada de Dados

Com o advento do conceito de Construo Enxuta (Lean Construction), a Engenharia Simultnea tem sido objeto de estudos que consideram sua aplicabilidade na Construo Civil, com o propsito de promover mudanas no processo de desenvolvimento de projetos de edificaes contribuindo para ganhos de qualidade e diminuio de custos e prazos de entrega.

Neste contexto, este estudo apresenta um modelo para o desenvolvimento de Projetos de Edificaes baseado nos princpios da Engenharia Simultnea, utilizando a Design Structure Matrix como ferramenta de gerenciamento de projeto para a indstria da Construo Civil em empresas construtoras incorporadoras de pequeno porte.

Palavras-chave: Dependncia.

Projeto,

Engenharia

Simultnea,

Matriz

da

Estrutura

de

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138 Anexo 5 - DSM Projeto Concepo ALAP Colapso Incio das Atividades mais Tarde.

ABSTRACTPERALTA, Antonio Carlos. Um modelo do processo de projeto de edificaes, baseado na engenharia simultnea, em empresas construtoras incorporadoras de pequeno porte. 2002. 139p. Dissertao (Mestrado em Engenharia de Produo) - Programa de Ps-graduao em Engenharia de Produo, UFSC, Florianpolis.

With the advent of the concept of Lean Construction, Concurrent Engineering has been the object of studies regarding its applicability in Civil Construction, with the purpose of promoting change in project development process in order to eliminate value losses which stem mainly from flaws in considering the users needs and interaction in the works project.

In this context, this study presents a model for the development of Buildings Projects based on the principles of the Concurrent Engineering using to Design Structure Matrix as instrument of project management for small sized building companies.

Key-words: Design, Concurrent Engineering, Design Structure Matrix.

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SUMRIORESUMO....................................................................................................................6 ABSTRACT ................................................................................................................7 LISTA DE FIGURAS ................................................................................................11 LISTA DE TABELAS ................................................................................................13 LISTA DE QUADROS ..............................................................................................14 LISTA DE SIGLAS. .................................................................................................15

137

Anexo 4 - DSM Projeto Concepo AEAP Colapso Incio das Atividades mais Cedo.

1. INTRODUO .....................................................................................................16 1.1 Origem do Trabalho ...........................................................................................16 1.2 Importncia do Trabalho - Justificativa ...............................................................18 1.3 Objetivos ............................................................................................................20 1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................20 1.3.2 Objetivos Especficos ......................................................................................20 1.4 Limitaes do Trabalho ......................................................................................21 1.5 Estrutura do Trabalho.........................................................................................21

2. REVISO BIBLIOGRFICA .................................................................................23 2.1 Definies de Projeto .........................................................................................23 2.2 O Papel do Projeto A Importncia do Projeto..................................................26 2.3 O Novo Paradigma da Produo........................................................................31 2.3.1 O Projeto como Converso .............................................................................31 2.3.2 O Projeto como Fluxo......................................................................................33 2.3.3 O Projeto como Gerador de Valor ...................................................................35 2.3.4 O Projeto nas trs abordagens: Converso, Fluxo e Gerador de Valor ..........36 2.4 A Engenharia Simultnea...................................................................................38

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136 Anexo 3 DSM Projeto Concepo ALAP Incio das Atividades mais Tarde.

2.4.1 A Utilizao do CAD na Engenharia Simultnea.............................................42 2.4.2 O Projeto para a Produo..............................................................................46 2.4.3 O Conceito de Construtibilidade......................................................................47 2.4.4 O Conceito de Racionalizao ........................................................................48 2.5 Planejamento do Processo de Projeto ...............................................................49 2.5.1 Os Agentes do Processo de Projeto ...............................................................50 2.5.2 Gerenciamento, Coordenao e Compatibilizao .........................................52 2.6 As Etapas do Processo de Projeto.....................................................................54 2.6.1 Project Management Institute..........................................................................54 2.6.2 Programa de Gesto da Qualidade no Desenvolvimento do Projeto ..............56 2.6.3 Associao Brasileira de Escritrios de Arquitetura ........................................57 2.6.4 Consideraes sobre os modelos do processo de projeto ..............................59 2.7 Estrutura do Desdobramento do Trabalho - EDT ...............................................60 2.7.1 Elaborao da EDT .........................................................................................62 2.8 Design Structure Matrix ......................................................................................65 2.8.1 Caractersticas Gerais dos Modelos de DSM..................................................69 2.9 Consideraes ..................................................................................................72

3. METODOLOGIA...................................................................................................76 3.1 Metodologia Escolhida .......................................................................................76 3.2 Caracterizao Geral das Empresas Envolvidas ...............................................79 3.3 Descrio dos Instrumentos e Procedimentos ...................................................80 3.4 Consideraes ..................................................................................................82

4. APRESENTAO E ANLISE DOS DADOS ......................................................84 4.1 Introduo ..........................................................................................................84 4.2 Estrutura do Desdobramento do Trabalho das Fases de Projeto.......................85

10 4.2.1 Planejamento Estratgico................................................................................87 4.2.2 Planejamento e Concepo do Empreendimento ...........................................89 4.2.3 Estudo Preliminar ............................................................................................89 4.2.4 Anteprojeto ......................................................................................................90 4.2.5 Projeto Legal de Prefeitura..............................................................................91 4.2.6 Projeto Executivo ............................................................................................92 4.2.7 Acompanhamento da Obra .............................................................................93 4.2.8 Acompanhamento de Uso ...............................................................................94 4.3 O Processo de Projeto nas Empresas Pesquisadas ..........................................94 4.4 Aplicao da DSM no Processo de Projeto......................................................103 4.4.1 DSM Projeto Informacional............................................................................104 4.5 Proposio para o Plano do Processo de Projeto de Edificaes....................114 4.6 Consideraes ................................................................................................120

135

Anexo 2 - DSM Projeto Concepo AEAP Incio das Atividades mais cedo.

5. CONCLUSO.....................................................................................................122 5.1 Concluses.......................................................................................................122 5.2 Sugestes para Trabalhos Futuros ..................................................................125

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................126 ANEXOS ................................................................................................................134

11

134 Anexo 1 - DSM Projeto Concepo Lista de Atividades e Relao de Dependncias Entrada de Dados

LISTA DE FIGURASFigura 2.1: O avano do empreendimento em relao chance de reduzir o custo de falhas do edifcio .....................................................................28 Figura 2.2: Grfico que relaciona o tempo de desenvolvimento de um empreendimento e o custo mensal das atividades, com idia de um maior investimento na fase de projeto...................................29 Figura 2.3: O projeto como converso .....................................................................32 Figura 2.4: O projeto como fluxo ..............................................................................33 Figura 2.5: O projeto como gerador de valor............................................................36 Figura 2.6: Diversidade dos softwares mais usados no desenvolvimento de projetos de engenharia e arquitetura .....................................................43 Figura 2.7: Estgios de evoluo dos sistemas CAD...............................................44 Figura 2.8: Estruturao da equipe multidisciplinar de projeto .................................51 Figura 2.9: Ciclo de vida de um projeto de construo ............................................55 Figura 2.10: Convenes e representaes utilizadas nas matrizes DSM...............68 Figura 2.11: Programa de integrao de processos de projeto e execuo de obras...................................................................................................71 Figura 2.12: Efeito da reordenao no processo de construo ..............................73 Figura 4.1: Fases do plano do processo de projeto adotado pelas empresas .........98 Figura 4.2: Plano do processo de projeto adotado pelas empresas fase Projeto Informacional.............................................................................99 Figura 4.3: Plano do processo de projeto adotado pelas empresas fase de concepo do projeto........................................................................100 Figura 4.4: Plano do processo de projeto adotado pelas empresas fase de

12 projeto executivo .................................................................................101 Figura 4.5: Tipos de dependncias na aplicao da DSM .....................................105 Figura 4.6: Plano do processo de projeto de edificaes proposto ........................114 Figura 4.7: Plano do processo de projeto Projeto Informacional .........................115 Figura 4.8: Plano do processo de projeto Projeto Concepo ............................116 Figura 4.9: Plano do processo de projeto Fase projeto executivo.......................117 Figura 4.10: Comparao do Ciclo de Vida das fase do Plano de Processo de Projeto de Edificaes ......................................................................118

133 TOMMELEIN, I. Discrete-event Simulation of Lean Construction Processes. Proceedings of the Fifth Conference of the International Group of Lean Construction (IGLC-5), 16-17 July 1997, Gold Coast, Queensland, Austrlia, pp. 121-135.

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132 em Engenharia Civil e Urbana, Escola Politcnica, 1993. Universidade de So Paulo,

13

LISTA DE TABELASTabela 4.1: Fases do processo de projeto de edificaes .......................................87

PMBOK. A Guide to the Project Management Body of Knowledge. Project Management Institute. Chapter 2 80p. 1996. Disponvel em . Acesso em 25 jul. 2001.

Tabela 4.2: Atividades da fase planejamento estratgico ........................................88 Tabela 4.3: Atividades fase planejamento e concepo do empreendimento..........89 Tabela 4.4: Atividades da fase estudo preliminar.....................................................90 Tabela 4.5: Atividades da fase anteprojeto ..............................................................91

POMERANZ, L. Elaborao e Anlise de Projetos. So Paulo: Hucitec, 1988

SLACK, N., CHAMBERS, S., HARLAND, C., HARRISON, A., JOJNSTON, R. Administrao da Produo. Traduo Brando, A. B. ...[et al.] 1.ed So Paulo Editora Atlas S.A., 1997.

Tabela 4.6: Atividades da fase projeto legal de prefeitura........................................91 Tabela 4.7: Atividades da fase projeto executivo .....................................................92 Tabela 4.8: Atividades da fase acompanhamento da obra ......................................93 Tabela 4.9: Atividades da fase acompanhamento de uso........................................94 Tabela 4.10: DSM - Projeto Informacional Lista das atividades e Relao de dependncias Entrada de dados ...................................................109 Tabela 4.11: DSM - Projeto Informacional AEAP Incio das atividades mais cedo .........................................................................................110 Tabela 4.12: DSM - Projeto Informacional ALAP Incio das atividades mais tarde .........................................................................................111 Tabela 4.13: DSM - Projeto Informacional AEAP Colapso Incio das atividades mais cedo ........................................................................112 Tabela 4.14: DSM Projeto Informacional ALAP Colapso Incio das atividades mais tarde ........................................................................113

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SOUZA, A.L.R., BARROS, M.M.B., MELHADO, S.B. Projeto e Inovao Tecnolgica na Construo de Edifcios: Implantao no Processo Tradicional e em Processos Inovadores. So Paulo, 1995. Boletim tcnico da Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, Departamento de Engenharia de Construo Civil, BT/PCC/145.

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THIOLLENT, M. Metodologia da Pesquisa-Ao. 6 ed. So Paulo: Cortez, 1994.

14

131 MELHADO, S.B. O que qualidade de projeto? Uma discusso acerca das mudanas conceituais necessrias para a melhoria da qualidade na construo de edificaes. In: Workshop Qualidade de Projeto / RS, Porto Alegre, 1995. Anais. Porto Alegre. Departamento de Engenharia Civil, Escola Politcnica, PUC RS, 1995.

LISTA DE QUADROSQuadro 2.1: Comparao entre o modelo de converso, fluxo e gerao de valor, adaptado de Koskela e Huovila.................................................37 Quadro 2.2: Forma de apresentao da EDT como tabela ......................................61 Quadro 2.3: Nveis de desdobramento do trabalho..................................................62 Quadro 2.4: Tipos de dados que podem ser representados na DSM ......................67

MELHADO, S.B., VIOLANI, M.A.F. A qualidade na construo civil e o projeto de edifcios. So Paulo, 1992. Srie Texto Tcnico da Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, Departamento de Engenharia de Construo Civil, TT/PCC/02.

MOURA, D.C. Mudana na estrutura Organizacional do Processo de Projeto para Alavancagem em Construo de Edificaes: um Estudo Multi-Caso em Pequenas Empresas. Florianpolis, 1998. 59p. Dissertao (Mestrado em Engenharia de Produo) Programa de Ps-graduao em Engenharia de Produo, UFSC, 1998.

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PICCHI, F.A. Sistemas da Qualidade: Uso em Empresas de Construo. So Paulo, 1993. 462p. Tese (Doutorado em Engenharia) Programa de Ps-graduao

130 Balkema, Rotterdam, 1997, p.143-160.

15

LISTA DE SIGLASADM Arrow Diagramming Method AEAP As-Early-As-Possible a tarefa comea o mais cedo possvel ALAP As-Late-As-Possible a tarefa comea o mais tarde possvel AON Activity-On-Node, Mtodo do Diagrama de Precedncia AOA Activity-On-Arrow, Mtodo de Diagrama de Setas; AsBEA Associao Brasileira de Escritrios de Arquitetura

HUOVILA, P., KOSKELA, L., LAUTANALA, M., TANHUANP, V.P. Use of the Design Structure Matrix in Construction. Proceedings Third International Workshop on Lean Construction, Albuquerque, 1995.

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CAD Computer Aided Design Projeto Assistido por Computador CPM Critical Path Method, Mtodo do Caminho Crtico; CTE Centro de Tecnologia de Edificaes

KRUGLIANSKAS, I. Engenharia Simultnea: organizao e implantao em empresas brasileiras. Revista Administrao, So Paulo, v.28, n.4, p.104-110, out/dez 1993.

DSM Design Structure Matrix EDT Estrutura do Desdobramento do Trabalho ES Engenharia Simultnea

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GERT Graphical Evaluation and Review Technique JIT Just in Time MED Matriz da Estrutura de Dependncia MEP Dependency Structure Matrix MIT Massachusets Intitute Technology PDM Precedence Diagramming Methode

LAWSON, B. How Designers Think. The design process demystified. The Architectural Press, London, 1980.

LEUSIN, S. O gerenciamento de Projetos de Edifcios: fator de eficincia para a construo leve no Brasil. In: Encontro Nacional de Engenharia de Produo (ENEGEP), 1995. Disponvel em . Acesso em 16 jul. 2001.

PERT Program Evaluation and Review Technique PMI Project Management Intitute QFD Quality Function Deployment Desdobramento da Funo Qualidade TQM Total Quality Management

MELHADO, S.B. Qualidade do projeto na construo de edifcios: aplicao ao caso das empresas de incorporao e construo. So Paulo, 1994. 294p. Tese (Doutorado em Engenharia) Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil e Urbana, Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, 1994.

WBS Work Breakdown Structure

129 Ps-Graduao em Engenharia Civil NORIE/UFRGS, 1993. 2V. P. 53-95.

CAPTULO 1

INTRODUOFRANCO, L.S. Aplicao de diretrizes de racionalizao construtiva para evoluo tecnolgica dos processos construtivos em alvenaria estrutural no armada. So Paulo, 1992. Tese (Doutorado em Engenharia) Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, 1992.

1.1 Origem do Trabalho

A construo civil brasileira uma das mais importantes indstrias da economia nacional e apesar de sua relevncia considerada como um setor atrasado em relao a outros setores industriais. Este atraso se explica por suas caractersticas peculiares de organizao e diviso do trabalho, processos de produo e caractersticas dos produtos que gera (CTE, 1997). Outros aspectos que permitem a constatao deste atraso so descritos por Formoso et al. (1993) como sendo o lento desenvolvimento tecnolgico, a baixa eficincia produtiva, o baixo nvel de qualidade do produto final, entre outros. Uma das conseqncias deste atraso na construo o alto ndice de desperdcio, que resulta em custos adicionais no desejados, considerados como perdas, advindos de falhas do processo de projeto em decorrncia de problemas na qualidade do mesmo (CORNICK; CAVALERA, 1991). GRIFFITH, A. An Investigation into factors influencing buildability and levels of productivity for application to selecting alternative design solutions: a preliminary A distribuio das causas de falhas da construo em diversos pases muito semelhante (CAVALERA, 1991). No Brasil, algumas pesquisas informam que o desperdcio na construo civil no Brasil est em torno de 35% a 40% do custo da obra. Dentre os vrios fatores que contribuem para esse problema, 70% se referem falta de projetos adequados, ocasionando erros e falhas, servios desmanchados e refeitos, que geram entulho, desperdcios de mo-de-obra, materiais e tempo (CAMBIAGHI, 1992). Para Picchi (1993) o projeto tem grande influncia sobre os custos do edifcio, atravs da grande possibilidade de alternativas, existentes nesta fase, onde poucas despesas foram realizadas: a medida que o empreendimento evolui, as possibilidades de influncia no custo final do empreendimento diminuem sensivelmente. HAMMARLUND, Y, JOSEPHSON, P. E. Cada Erro tem seu preo. Tchne, So Paulo, n. 1, p. 32-34, nov-dez, 1992. report. In: Proceeding of CIB W65 International Symposium in Organization and Management of Construction, London, 1987. Anais, London, Spon, 1987-1988. CIB, v.2, p.646-657. GRAY, C., HUGES, W., BENNETT, J. The successful management of design. 100p. Centre for estrategic studies in construction, University of Reading, 1994. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. So Paulo: Atlas, 1991. FRANCO, L.S., AGOPYAN, V. Implementao da Racionalizao Construtiva na fase de projeto. So Paulo, 1993. Boletim tcnico da Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, Departamento de Engenharia de Construo Civil, BT/PCC/94.

HARTLEY, J.R. Engenharia Simultnea um mtodo para reduzir prazos, melhorar a qualidade e reduzir custos. Traduo de Francisco Jos Soares Horbe. Porto Alegre: Artes Mdicas, 1998.

A qualidade de projeto considerada, assim, um dos componentes mais importantes da qualidade do empreendimento, pois atravs desta so definidas as

HUOVILA, P., KOSKELA, L., LAUTANALA, M. Fast or Concurrent: The Art of Getting Construction Improved. In: Lean Construction, Ed. por Alarcn, L.

128 Building. Editado por Artur Bezelga and Peter Brandon. E & FN Spon, Chapman & Hall. Londres, 1991, p. 484-494.

17 caractersticas do produto que vo determinar o grau de satisfao das expectativas dos clientes (PICCHI; SOUZA, 1993, 1997). A soluo de projeto tem um forte impacto com relao eficincia no processo de produo da obra, pois define elementos que determinam a maior ou menor facilidade de construir, afetando assim os custos do empreendimento (SOUZA; MELHADO, 1997, 1994).

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No setor da construo de edifcios, vrias mudanas ocorreram nos ltimos anos, exigindo das empresas procedimentos de gesto rigorosamente associados qualidade e produtividade. Estas mudanas envolvem essencialmente o advento da globalizao, aumento da competitividade, maior exigncia dos clientes/usurios, desenvolvimentos tecnolgicos, inovaes por parte da indstria de materiais e componentes, mudana da cultura no setor, etc.

CORNICK, T. Quality Management for Building Design. Butterworth Architecture Management Gides, 1991.

CTE (Centro de Tecnologia de Edificaes). Programa de Gesto da Qualidade no Desenvolvimento do Projeto da Construo Civil. So Paulo. CTE/SINDUSCON, 1997, 9 mdulos.

Na maioria das prticas de desenvolvimento de projetos na construo de edifcios ocorre a falta de sistematizao e racionalizao decorrentes de problemas amplamente conhecidos e comuns: falta de um projeto voltado produo, normas e critrios desajustados da realidade, ausncia de critrios de coordenao, entre outros. Como conseqncia, a desorganizao da atividade de projeto constitui uma forma de bloqueio inovao tecnolgica e racionalizao progressiva do processo de produo como um todo.

DAVIS, M.M., AQUILANO, N.J., CHASE, R.B. Fundamentos da administrao da produo. Traduo Eduardo DAgord Schaan...[et al.] 3.ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2001.

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A aplicao dos conceitos e metodologias da gesto da produo tem mostrado caminhos novos e promissores quanto a sua aplicao no setor da construo civil. Vrios trabalhos acadmicos e iniciativas de empresas comprovam que uma nova maneira de pensar a construo vem revolucionando o setor, com resultados bastante otimistas para o alcance de maior competitividade, que levam ao despertar para a cultura da qualidade, produtividade e maior preocupao com o cliente.

FERREIRA, A.B.H. Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa 1.ed - Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1988.

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Dentro deste contexto e buscando a aplicao especfica e inovadora surge a seguinte questo de pesquisa que nortear este trabalho: possvel a reduo de custos, prazos e a melhoria da qualidade com a aplicao dos princpios da Engenharia Simultnea no processo de desenvolvimento de projetos de edificaes em empresas construtoras e incorporadoras de pequeno porte?

18 A partir do levantamento desta questo, pode-se listar as suposies que serviro de base para o encaminhamento da pesquisa como:

127 BARROS, M.M.S.B., DORNELES, V.P. Racionalizao de Mtodos e Processos Construtivos: ao no plano da obra. So Paulo, 1991. Seminrio de apresentao do Programa de Ps-graduao em Engenharia, Departamento de Engenharia de Construo Civil, Escola Politcnica, Universidade de So Paulo..

! Suposio Bsica: a aplicao dos princpios da Engenharia Simultnea e de metodologias e ferramentas de gesto de projetos tornam possvel a reduo de custos, prazos e melhoria da qualidade no processo de desenvolvimento de projetos de edificaes.

BARROS, M.M.S.B., MELHADO, S.B. Qualidade do projeto na construo de edifcios. So Paulo, 1997. Apostila do curso Qualidade e produtividade na construo Civil. Programa de Ps-Graduao em Engenharia, Departamento de Construo Civil, Escola Politcnica, Universidade de So Paulo.

! Suposies Secundrias: ! A maioria das empresas construtoras e incorporadoras desconhecem metodologias e ferramentas de gesto de projetos;

BRASILIANO, A.E. Gesto do desenvolvimento de projetos das edificaes pblicas, um modelo segundo os princpios da engenharia simultnea. 2000. 245p. Dissertao (Mestrado em Engenharia Civil) Programa de Ps-graduao em Engenharia Civil, Universidade Federal do Esprito Santo, 2000.

! A nfase do trabalho no desenvolvimento do projeto nessas empresas baseada nas atividades e no no processo do projeto.

BROWNING, T.R. Use of Dependency Structure Matrices for Product

1.2 Importncia do Trabalho - Justificativa

Development Cycle Time Reduction. Proceedings of the Fifth ISPE International Conference on Concurrent Engineering: Research and Applications, Tokyo, Japan. July 15-17, 1998.

O processo de projeto pode ser considerado como um dos gargalos na construo civil. durante esta fase que as principais decises so tomadas em relao forma, tamanho, tipo de construo, bem como custos e tempos de construo. Alm disso, Souza (1997) destaca que as solues de projeto tm amplas repercusses em todo o processo de construo e na qualidade do produto final a ser entregue ao cliente. CAMBIAGHI, H. Projeto e obra no difcil caminho da qualidade. In: Obra, Planejamento & Construo, n. 37, jun. 1992. P. 10-12. Assim sendo, a qualidade do projeto, alm de influenciar a eficincia da obra, fator determinante na deciso de compra do cliente, e portanto, a concepo e desenvolvimento do produto devem ser baseados na identificao das necessidades dos clientes em termos de desempenho e custo. CAVALERA, J. Human and psycological aspects of the implementation of O fator custo importante. A diminuio das margens de lucro imposta pelo mercado e a dificuldade em aumentar o preo dos imveis impem s empresas a quality control in construction. Management, Quality and Economics in CASAROTTO, N.F., FVERO, J.S., CASTRO, J.E.E. Gerncia de Projetos / Engenharia Simultnea. So Paulo: Editora Atlas, 1999. CALMON, J., BRASILIANO, A.E. Diagnstico do processo de projeto de edificaes pblicas luz da engenharia simultnea. Engenharia, Cincia e Tecnologia, Vitria, ano 3, n. 14, p.25-29, jan/abr 2000.

19 diminuio dos custos de produo. E neste ponto, as decises de projeto

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

repercutem sobre a produtividade (associada definio dos tipos e nmero de operaes, condies de transporte e circulao no canteiro de obras, habilidade requerida da mo-de-obra, etc.), sobre os custos de execuo e sobre os custos ao longo da vida til do edifcio. Para Souza (1997), na fase de projeto o empreendedor tem elevada capacidade de intervir sobre os custos totais do empreendimento. Qualquer ao que se pretenda desenvolver para reduzir os custos unitrios de produo em que a empresa trabalha, dever estar fundamentada em aes de desenvolvimento do projeto com este objetivo.

ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). NBR 5670. Seleo e contratao de servios e obras de engenharia e arquitetura de natureza privada. Rio de Janeiro, 1977, 19p.

ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas). NBR 13.531. Elaborao de Projetos de Edificaes: Atividades tcnicas. Rio de Janeiro, 1995, 10p.

ASBEA (Associao Brasileira de Escritrios de Arquitetura). Manual de Contratao de Servios de Arquitetura e Urbanismo. Ed. PINI, So Paulo, 1992, 107p.

A reestruturao dos meios de produo de edifcios, o aparecimento de novas tecnologias e materiais, permite cada vez mais a viso da construo civil como um processo de montagem. Hoje j tecnologicamente possvel executar obras neste nvel, as chamadas construes secas, sem falar nos diversos conceitos de gesto da produo em efetiva disseminao, como o conceito de construo enxuta ou lean construction, que agrega conhecimentos de vrias teorias e tcnicas gerenciais: just in time, TQM, benchmarking, reengenharia, manuteno produtiva total e engenharia simultnea.

AUSTIN, S., BALDWIN, A, LI, B., WASKETT, P. Analytical Design Planning Technique (AdePT): Programming the Building Design Process. Revista Structures and Building, Novembro, 1998. Disponvel em: . Acesso em 15 jul. 2001.

A preocupao com a qualidade mostra que as novas tendncias do setor AUSTIN, S., BALDWIN, A., HUOVILA, P., KOSKELA, L. Application of Design Structure Matrix to the Building Design Process. ICED 97, Tampere, 19-21 August, 1997. Disponvel em: . Acesso em 15 jul. 2001. apresentam potencial para a prtica da gesto da qualidade baseada nas prticas adotadas pela indstria de manufatura. A utilizao dos princpios desta prtica e a adoo de aes visando a gesto da qualidade eliminam retrabalhos e melhoram a eficcia do processo no seu sentido mais amplo, de forma que os requisitos da competio e melhoramento contnuo da qualidade dos produtos se tornam AUSTIN, S., BALDWIN, A., HAMMOND, J., WASKETT, P. Application of the Analytical Planning Technique in the Project Process. CEC 1999. Dept of Civil and Building Engineering, Loughborough University, UK. Disponvel em: claro que ressalvas devem ser feitas. As peculiaridades da construo civil so muitas, e geralmente aparecem como inibidoras de progressos tecnolgicos. preciso saber analisar e adaptar essas metodologias e ferramentas, o que abre um BARROS, M.M.S.B. Metodologia para implantao de Tecnologia Construtiva Racionalizada na Produo de Edifcios. So Paulo, 1996. 422p. Tese (Doutorado em Engenharia) - Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, 1996. O modelo do processo de projeto consiste de um plano geral para o seu enorme campo de possibilidades para pesquisa. . Acesso em 15 jul. 2001 realidade.

20 desenvolvimento, no qual so definidas as principais atividades que devem ser desenvolvidas, suas relaes de precedncia, os papis e responsabilidades dos intervenientes do processo, o fluxo principal de informaes e instrumentos de retroalimentao dentro do processo e tambm para futuros empreendimentos.

125

5.2 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS

O desenvolvimento deste trabalho permite que sejam propostas sugestes de temas para novos estudos relativos gesto da qualidade no processo de projeto. Alm destes, outros temas podem ser propostos, como:

No se admite minimizar a importncia de uma boa metodologia. Alm de melhorar o desempenho durante a execuo do projeto criar condies para aumentar a confiana dos clientes e, assim aperfeioar o relacionamento com eles.

! Desenvolver estudos relacionados com os modelos existentes discutindo a relao da simultaneidade entre as atividades desenvolvidas e as equipes alocadas. A simultaneidade de atividades pode fazer com que uma mesma equipe ou profissional tenha de realizar a mesma atividade ao mesmo tempo. Deste modo, analisar a DSM para as atividades e observar como fica a DSM das equipes e ento propor alteraes e reestruturaes das atividades do modelo.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral:! Desenvolver um banco de dados de informaes de projetos anteriormente Elaborar um modelo baseado nos princpios da engenharia simultnea do processo de projeto de edificaes em empresas construtoras incorporadoras de pequeno porte. desenvolvidos objetivando a retroalimentao de informaes em projetos futuros que caracterizem os empreendimentos da empresa com o intuito de diminuir o grau de incerteza das etapas iniciais do processo de projeto.

1.3.2 Objetivos Especficos:

! Desenvolver estudos com a aplicao da EDT baseado nos custos das atividades do processo de projeto e, estas, decompostas em custos de projeto, de materiais e de construo. Esta orientao torna mais fcil a aplicao de tcnicas de projeto para custo (Design to Cost), Anlise Valor, Desdobramento da funo qualidade (QFD Quality Function Deployment).

Para poder atingir o objetivo geral, o trabalho apresenta uma srie de objetivos especficos que podem ser listados como:

! Determinar os principais elementos constituintes do processo de projeto de edificaes;

! Estabelecer a integrao dos intervenientes do processo reduzindo a falta de viso sistmica do processo de projeto de edificaes;

! Identificar ferramentas e diretrizes para a modelagem do processo de projeto, que permitam representar os subprocessos envolvidos;

124 de gerenciamento de projetos o plano de projeto de edificaes pde ser melhorado de uma maneira sistmica comparada ao que adotado amplamente no momento.

21 ! Definir o contedo bsico do modelo do processo de projeto, incluindo a definio das principais atividades a serem desenvolvidas.

A aplicao da ferramenta DSM@MIT possibilitou a descrio do modelo e sua representao grfica. O modelo do Plano do Processo de Projeto e a aplicao da DSM permitiram estabelecer o fluxo principal de informaes do processo, e foi possvel refin-las e incorporar s mesmas novos elementos. Cabe ressaltar que as atividades foram reordenadas obedecendo critrios das particularidades das atividades do processo. A aplicabilidade de todos os procedimentos apresentados neste trabalho podero sofrer pequenas alteraes em diferentes projetos devido a natureza do empreendimento, as influncias culturais e regionais, a formao e experincia dos elementos da equipe multidisciplinar, entre outras.

1.4 Limitaes do Trabalho

A principal delimitao deste trabalho que os elementos bsicos e diretrizes para o desenvolvimento do modelo do processo de projeto enfatizam o processo conforme ocorre nas empresas construtoras incorporadoras entrevistadas. Ainda, os modelos dos estudos so direcionados ao desenvolvimento de projetos e empreendimentos usuais, sendo edifcios residenciais e/ou comerciais.

1.5 Estrutura do TrabalhoCom relao incorporao dos princpios da ES e da nova filosofia de produo no processo de projeto, cabe ressaltar a necessidade do equilbrio entre as melhorias de fluxos e converses das fases com a diminuio das atividades de fluxo atravs da definio do fluxo de informaes entre os intervenientes, da diminuio de perodos de espera por informaes no processo e do estabelecimento dos principais clientes internos das informaes produzidas. O Captulo 2 apresenta a fundamentao terica utilizada neste trabalho, Projetos que tragam em seu contedo racionalidade e economia construo so o principal objetivo a ser alcanado pelas empresas. Por isso torna-se necessrio a realizao de um projeto simultneo, que envolva a troca de informaes entre os participantes do processo de projeto: empreendedores, projetistas, construtores, fornecedores de materiais e servios. descrevendo os principais conceitos acerca dos temas de definio de projeto, Engenharia Simultnea, os Princpios da Nova Filosofia da Produo, Construtibilidade, Racionalizao e da Design Structure Matrix. Alm disto, so apresentados a descrio de alguns modelos de processo de projeto identificados na bibliografia. A partir destes modelos e sistemas foram estabelecidas diretrizes para o desenvolvimento do modelo do processo. Finalmente, a utilizao de modelos desenvolvidos depende de uma mudana de postura na forma de trabalho dos envolvidos no desenvolvimento de projetos garantindo uma maior integrao entre os agentes e as interfaces do projeto O Captulo 3 descreve a metodologia de pesquisa deste trabalho, sendo descritos os passos realizados durante a execuo dessa pesquisa. O trabalho desenvolvido ao longo de cinco captulos. O captulo 1 composto por esta introduo, contendo a origem do trabalho, sua justificativa, seus objetivos e limitaes e a estrutura adotada.

O Captulo 4 apresenta e analisa os dados coletados junto s empresas pesquisadas, sob a tica das suposies iniciais de pesquisa, apresentadas no terceiro captulo deste trabalho, e das suposies feitas por cada autor adotado no

22 estudo, descritas ao longo do segundo captulo.

123 troca de informaes entre os intervenientes favorecem a formao de grupos multidisciplinares fomentando a comunicao entre os envolvidos no processo do projeto. A engenharia simultnea busca, desta forma, promover a melhoria do processo de projeto atravs da anlise de seus aspectos de converso, fluxo e gerao de valor, conforme a nova filosofia da produo.

Finalmente, o Captulo 5 apresenta as concluses deste trabalho e sugestes para futuras pesquisas.

O modelo apresentado foi resultado de um trabalho participativo adaptado a cultura das empresas, que envolveu os principais intervenientes do processo de projeto. A utilizao da metodologia da pesquisa ao possibilitou a incorporao do ponto de vista destes intervenientes sobre o processo, permitindo assim o estabelecimento de uma viso multidisciplinar de projeto.

O modelo do processo pode variar muito pouco em funo da estrutura organizacional da empresa, porm influenciado pela complexidade dos empreendimentos conduzidos. Assim, o modelo do processo pode ser semelhante mesmo entre empresas de diferentes portes, pois as atividades (caractersticas do empreendimento) necessrias ao desenvolvimento dos projetos so basicamente as mesmas, independentemente do porte da empresa e do nmero de envolvidos no processo.

Os entrevistados apresentaram um conhecimento do processo restrito a sua rea de atuao especfica, fato que demonstra a falta de viso sistmica e multidisciplinar dos intervenientes do processo de projeto. Nas empresas construtoras, o processo centralizado na figura do dono, caracterstica comum no caso de pequenas empresas, evidenciando a necessidade de modificao da organizao das empresas com a implantao do conceito de equipe multidisciplinar e a gesto de seus empreendimentos por projetos. O desafio para quem no quer apenas mais uma construtora, ou empreendimento, no mercado gerenciar atividades nunca gerenciadas anteriormente. A falta de viso sistmica e de um planejamento estratgico voltado produo, podem ocasionar retrabalho ao longo do projeto e de sua execuo, e at mesmo inviabilizar um empreendimento.

Pelo uso da modelagem de processo, com a utilizao da DSM como ferramenta

CAPTULO 5

CONCLUSO

CAPTULO 2

REVISO BIBLIOGRFICA

5.1 Concluses

2.1 Definies de Projeto

Atravs desta pesquisa desenvolveu-se um modelo do processo de projeto de edificaes estabelecendo sua viabilidade como a base de uma ferramenta de gerenciamento de projeto para a indstria da construo civil.

O termo projeto tem sido utilizado em um grande nmero de contextos e em cada um destes o processo de projeto tem sua conotao prpria, havendo, porm, o objetivo comum de criao de objetos ou lugares que tenham um propsito prtico e que sejam observveis e utilizveis. Assim sendo, o ato de projetar pode ser descrito como a produo de uma soluo (nfase no produto) e, tambm, como a resoluo de problemas (nfase no processo) (LAWSON, 1980). Diversos autores descrevem o termo projeto de diferentes formas em funo dos vrios contextos e tipos de projeto existentes. Quando se trata de projeto de edificaes, os conceitos reportados na bibliografia tambm diferem em decorrncia da forma de anlise adotada por cada autor.

Este modelo leva em considerao os princpios de anlise e melhoria do processo conforme o referencial terico da nova filosofia da produo (lean construction). A idia central da nova filosofia da produo entender quais so as expectativas dos clientes, o que valor para ele, como gerado e transmitido ao longo do processo de produo. Agregar valor agregar satisfao para o cliente. Para conseguir oferecer ao cliente um produto de baixo custo, qualidade e produtividade, no prazo previsto e, dentro de certos limites, flexvel, a lean construction procura reduzir os tempos de produo e a variabilidade dos processos, simplificar ou minimizar as ligaes entre eles, aumentar sua transparncia e cultivar poucas e constantes parcerias.

Gray et al. (1994) definem o projeto como uma forma de expresso pessoal e tambm uma forma de arte. Os autores consideram que o projeto uma resposta aos requisitos do cliente, que requer criatividade e originalidade para seu desenvolvimento. Assim, definem o projeto como uma soluo criativa e eficiente para um problema.

O modelo propicia que a qualidade seja introduzida desde o incio de desenvolvimento da edificao, alm de incorporar o princpio da gerao de valor. O conceito de gerao de valor utilizado no como um meio de reduo de custos mas para avaliar a eficincia do projeto inteiro, incluindo custos correntes e controle do ciclo de vida.

Para Ferreira (1988), Projeto consiste de um plano para a realizao de uma inteno. Representao grfica e escrita com relao de materiais de uma obra que se vai realizar. Projeto padronizado que deve ser seguido em diversas obras da mesma natureza.

A identificao e melhoria dos processos de projeto e execuo podem eliminar o tempo desperdiado e o esforo da equipe se forem controlados e integrados. Com a aplicao dos princpios da engenharia simultnea possvel a realizao das vrias fases de um projeto interativamente, envolvendo profissionais de diferentes especialidades desde o incio at o fim do projeto com o objetivo de reduo do tempo total e melhoria da qualidade do desenvolvimento. O compartilhamento e Valeriano (1998) define projeto como um conjunto de aes executadas, de Dinsmore (1992) define Projeto como um empreendimento com comeo e fim definidos, dirigido por pessoas, para cumprir metas estabelecidas dentro de parmetros de custo, tempo e qualidade.

24 forma coordenada, por uma organizao transitria, qual so alocados insumos, sob a forma de recursos (humanos, financeiros, materiais, etc.) e servios (gerenciamento, compras, transporte, etc.) para em um dado prazo alcanar um objetivo determinado. ! A tcnica reconhece a natureza interativa dos projetos; benefcios da metodologia, tais como:

121

! Identifica, e com preciso, a ordenao das atividades e as precedncias Para Valeriano (1998), projeto de engenharia consiste na elaborao e consolidao de informaes destinadas execuo de uma obra ou fabricao de um produto ou ainda ao fornecimento de um servio ou execuo de um processo. visando a programao para o gerenciamento de uma equipe multidisciplinar e coordenao das atividades que se exigem empreender em um ambiente de engenharia simultnea. Permite a ordenao da informao chave e determina as exigncias de fluxo a ser identificado;

A Associao Brasileira de Escritrio de Arquitetura (ASBEA, 1992) define que a palavra projeto significa, genericamente, intento, desgnio, empreendimento e, em sua acepo tcnica, um conjunto de aes caracterizadas e quantificadas, necessrias a concretizao de um objetivo.

! Pode ajudar a identificar o projeto efetivo e estratgias de obteno do produto;

! A integrao do processo de projeto permite que os participantes se ocupem de uma maneira oportuna, objetiva e direcionada.

Na NBR 5670 (ABNT, 1977), a palavra projeto significa:Definio qualitativa e quantitativa dos atributos tcnicos, econmicos e financeiros de um servio ou obra de engenharia e arquitetura, com base em dados, elementos, informaes, estudos, discriminaes tcnicas, clculos, desenhos, normas, projees e disposies especiais.

A antecipao das atividades de detalhamento do projeto durante as fases iniciais do modelo na busca das informaes sobre o produto identificou as atividades que exigem coordenao intensa e destacou o desperdcio no processo de projeto. Isto habilitou a otimizao de atividades no processo e a introduo oportuna de interaes ajudando a eliminar este desperdcio.

A NBR 13.531 (ABNT, 1995) define a elaborao de projeto de edificao como:Determinao e representao prvias dos atributos funcionais, formais e tcnicos de elementos de edificao a construir, a pr-fabricar, a montar, a ampliar, (...), abrangendo os ambientes exteriores e interiores e projetos de elementos da edificao e das instalaes prediais.

A chave para esta aproximao que os participantes podem ser apresentados s atividades mais cedo, permitindo a coordenao do projeto com outras atividades, ou to tarde quanto possvel, tal que o projeto no seja prejudicado por atividades anteriores ainda no disponibilizadas. Este conceito pode ser aplicado no processo de projeto onde a demora ou a antecipao nas decises mantm a flexibilidade no projeto.

Para Leusin (1995), projeto um conjunto de atividades no repetitivas, multidisciplinares, visando alcanar um objetivo final, com uso de recursos materiais e humanos, respeitando as condies de tempo, custo e qualidade.

Pomeranz (1988) define Projeto como um conjunto sistemtico de informaes que serve de base para a tomada de decises relativas alocao de um certo montante de recursos.

Encerrando-se este captulo, pode-se passar ao captulo final da dissertao aonde se ir descrever as concluses decorrentes da elaborao do mesmo e as recomendaes para trabalhos futuros.

120 reduo do tempo leva a um acrscimo de custo e sempre se volta a uma questo: Qual dos dois mais importante: o custo ou o cronograma?

25 O termo projeto no possui um significado nico, e geralmente relacionado com o conjunto de planos, especificaes e desenhos de engenharia. Esse conjunto denominado de projeto de engenharia. o que na linguagem inglesa chama-se design (CASAROTTO et al, 1999).

Todos da equipe multidisciplinar devem estar comprometidos no sucesso do empreendimento. O planejamento s funciona se estiver baseado em uma estimativa realista geral obtida atravs de dados de desempenho de outros projetos (modelos) mais recentes.

De acordo com os autores citados, pode-se depreender que um projeto simplesmente um empreendimento organizado para alcanar um objetivo especfico. Tecnicamente um projeto definido como uma srie de atividades ou de tarefas relacionadas que so, geralmente, direcionadas para uma sada principal e que necessitam um perodo de tempo significativo para a sua realizao.

4.6 Consideraes

O foco deste captulo foi desenvolver uma metodologia do processo de projeto, detalhar e estabelecer sua viabilidade como a base de uma ferramenta de gerenciamento de projeto para a indstria da construo civil.

Embora os projetos sejam freqentemente associados a um produto nico, do tipo sob encomenda (one-of-a-kind), muitos deles podem ser repetidos ou transferidos para outros cenrios ou produtos. O resultado ser outra sada do projeto. Um construtor ou uma empresa que faz produtos de baixo volume como edificaes, locomotivas ou geradores, pode considerar efetivamente tais produtos como projetos individuais.

Outro objetivo deste captulo foi a utilizao da DSM como ferramenta de gerenciamento de projetos de edificaes. Essa ferramenta permitiu analisar a relao de precedncias e interdependncias das atividades do modelo e, aps a anlise dos resultados, agrupar e ordenar as atividades de maneira conveniente, facilitando o fluxo de informaes e liberando as atividades em processo. A anlise da DSM resultou na programao e no plano de controle do projeto.

Para Davis (2001) um projeto inicia como um escopo do projeto. A definio do escopo pode ser uma descrio escrita dos objetivos a serem alcanados, com uma breve declarao do trabalho a ser realizado e com uma programao proposta especificando datas de incio e concluso das etapas. Alm disso, pode conter indicadores de desempenho em termos de oramento e passos concludos e os relatrios escritos a serem fornecidos.

A DSM uma ferramenta de gerenciamento de projeto que permite a representao de um projeto com tarefas com dependncias do tipo retroalimentao (feedback) e cclicas. apropriada para gerenciar equipes em um ambiente de engenharia simultnea (HUOVILA et al., 1995). A DSM um mtodo para analisar e melhorar o processo de projeto, usado eficientemente em projetos de desenvolvimento de produtos.

Geralmente na construo civil o termo projeto usado para referir-se ao projeto do produto, ou seja, os projetos arquitetnico, estrutural, de instalaes, etc. As atividades de projeto tambm envolvem a elaborao de projetos para produo, uma etapa negligenciada do ciclo de produo de edificaes.

Utilizando-se o modelo do processo, a anlise de DSM e a produo da programao de projeto, o planejamento do projeto do edifcio foi melhor sistematizado quando comparado com a forma convencional adotada amplamente no momento. A aplicao do software DSM@MIT forneceu uma indicao dos... conjunto de elementos de projeto elaborados de forma simultnea ao

Melhado (1994) define projeto para produo como:

26detalhamento do projeto executivo, para utilizao no mbito das atividades de produo da obra, contendo as definies de: disposio e seqncia das atividades de obra e frentes de servio; uso de equipamentos; arranjo e evoluo do canteiro; dentre outros itens vinculados s caractersticas e recursos prprios da empresa construtora.

119 programada para assegurar que o projeto seja desenvolvido eficazmente e para o Plano do Processo do Projeto proporcionar um ponto de partida para a integrao e controle das atividades do projeto. Programando o processo de projeto com a DSM foi identificada a sucesso tima de tarefas satisfazendo o desenvolvimento de uma soluo de projeto. Isto significa que o programa produzir, na fase final da implementao da tcnica, um timo processo de projeto.

Esta definio traz implcita idia de simultaneidade entre projeto do produto e projeto da produo, mostrando que so inter-relacionados entre si, j que pequenas mudanas no projeto do produto podem acarretar transformaes profundas no processo de produo e limitar as solues tcnicas dos projetistas do produto. A busca conjunta das necessidades relativas ao produto (edifcio) e produo (o processo de execuo) podem resultar em melhoria da qualidade e competitividade.

Na aplicao do Plano do Processo de Projeto de Edificaes proposto foi utilizada a DSM como uma ferramenta que permite a representao das dependncias das atividades de projeto e como uma ferramenta apropriada para gerenciar equipes em um ambiente de Engenharia Simultnea.

As ferramentas para a modelagem do processo cumpriram importante papel na

2.2 O Papel do Projeto A Importncia do Projeto

modelagem do Plano do Processo de Projeto de Edificaes, com estas ferramentas foi possvel refinar e incorporar novos elementos ao Plano do Processo de Projeto. Para a reduo do ciclo de vida das fases do processo necessrio aplicar os princpios da ES desde as fases iniciais do Processo de Projeto, o uso de equipe multidisciplinar, o conceito de construtibilidade e racionalizao, e a aplicao dos princpios da Produo Enxuta (KOSKELA, 1992).

O projeto vem sofrendo uma evoluo conceitual significativa, que no s amplia o seu escopo como reposiciona o seu papel no contexto do processo construtivo de edificaes.

Nesse sentido, vrios estudos e pesquisas tm sido realizados com intuito de modificar o contedo da atividade de projeto, introduzindo uma filosofia baseada em princpios fundamentados na produo e na nova filosofia da produo.

A ES exige sobreposio de atividades que tradicionalmente so realizadas em seqncia. O melhor exemplo desta tcnica de equilbrio o incio de uma obra de uma edificao antes dos projetos estarem terminados. Com a ES o agrupamento que se usa a favor da tcnica que no h necessidade de se saber onde as tomadas de energia eltrica esto antes de se iniciar as fundaes do edifcio. Tem como aspecto positivo o fato de que com a ES pode-se diminuir o tempo de desenvolvimento do projeto e de construo. O aspecto negativo que todos os participantes precisam entender e aceitar os riscos de que, se as suposies iniciais do projeto vierem a se mostrar errneas, parte do produto ter de ser refeito, demolido e reconstrudo. Nos piores casos, os erros cometidos no ambiente de ES no s podem retardar o projeto a ponto de no haver mais vantagem no cronograma, mas tambm fazer com que os custos se elevem. A deciso de se usar o controle rpido (a reduo do tempo) sempre uma deciso arriscada pois a

Segundo Leusin (1995)

mudanas na metodologia de concepo do edifcio

podem induzir fortes ganhos de produtividade, passando o projeto a incorporar o processo de trabalho enquanto conhecimento tcnico, o que exige uma estrutura organizacional.

A preocupao com o projeto tornou-se maior por ser a elaborao do projeto considerada uma das principais fontes de melhoria de desempenho do produto edificao, de diminuio de custos de produo, de diminuio de ocorrncia de falhas tanto no produto quanto no processo e de otimizao das atividades de

118 passagem de tubulao do projeto eltrico e do projeto hidrulico. execuo.

27

Na comparao entre o Plano do Processo de Projeto adotado pelas empresas e o Plano do Processo de Projeto de Edificaes Proposto, conforme ilustrado na Figura 4.10, a fase Planejamento Estratgico teve seu prazo alterado de 46 dias para 56 dias, a fase Planejamento e Concepo do Empreendimento o prazo foi alterado de 45 dias para 46 dias, na fase Estudo Preliminar a alterao no prazo foi de 70 para 50 dias, na fase Anteprojeto o prazo foi reduzido de 50 dias para 39, na fase Projeto Legal de Prefeitura no foi alterado o prazo permanecendo em 66 dias e fase Projeto Executivo resultou em uma alterao no prazo de 144 dias para 44 dias.

Com este enfoque, Franco (1992) considera o projeto como a fase onde as decises tomadas trazem maior repercusso nos custos, velocidade e qualidade dos empreendimentos, alm de ser origem da maioria dos problemas patolgicos dos edifcios.

Barros & Dornelles (1991) tambm ressaltam a importncia da tomada de decises ainda na fase de projeto. O projeto de qualquer subsistema do edifcio permite a definio adequada da produo ainda na fase de concepo do produto, facilitando e conduzindo a tomada de decises subjetivas durante a etapa de execuo por pessoas no qualificadas e no capacitadas para isso.

Os avanos concernentes ao desenvolvimento do projeto foram motivados por diversos fatores ambientais de mercado, na busca de uma maior excelncia em custos, que pudessem tornar as empresas mais atrativas aos clientes, que por sua vez esto mais exigentes.C iclo d e vid a d a s F a se s d e P ro jeto

A indstria de produtos seriados percebeu mais cedo o papel fundamental do projeto e a influncia deste na composio dos custos de seus produtos. Foi atravs destas experincias com aplicaes inovadoras do projeto integrado produo que comearam a ser implementadas as primeiras modificaes na estrutura doP la ne j. E s tra t g ico P la ne j. e E s tud o A n te proje to P rojeto L eg a l d e C o nc ep o P relim ina r P refe itu ra F a s es d o P ro c e ss o d e P ro jeto d a E d ific a o P rojeto E xec utivo

processo de projeto, vinculando o projeto do edifcio sua execuo, bem como mudanas na postura conservadora das empresas de construo civil.

P la no d o P ro ce ss o d e P ro je to a d o ta d o pe las em pres as

P la no d o P ro ce ss o d e P ro je to d a E d ifica o P ro p o sto

Figura 4.10 Comparao do Ciclo de Vida das fases do Plano de Processo de Projeto de Edificaes.

Para Hammarlund & Josephson (1992) decises para a reduo de custos e de falhas na construo do edifcio devem ser tomadas nas fases iniciais do empreendimento, conforme Figura 2.1.

Na fase Projeto Executivo houve uma reduo significativa do prazo de execuo das atividades. Com a utilizao da DSM para a implementao do Plano do Processo de Projeto da Edificao a interao das atividades do processo foi

Na observao da Figura 2.1, percebe-se a importncia das fases iniciais do empreendimento, estudo de viabilidade, concepo do projeto e concluso do projeto, em que, apesar do baixo investimento inicial de recursos h boa possibilidade de melhoria do processo e reduo da incidncia de falhas e

28 consequentemente reduo de custos.

117

100% POSSIBILIDADE DE INTERFERNCIA CUSTO ACUMULADO DE PRODUO

C U S T O

ESTUDO DE VIABILIDADE

CONCEPO DO PROJETO Deciso do Cliente para estudar viabilidade

PROJETO Deciso do Cliente para construir

CONSTRUO

TEMPO

Figura 2.1

O avano do empreendimento em relao chance de reduzir o custo de falhas do edifcio.Fonte: Hammarlund & Josephson (1992).

Barros (1996) esclarece que muitas vezes o empreendedor entende o projeto de um edifcio como um nus, encarado como uma despesa a ser minimizada o quanto for possvel, j que no se tem inicialmente os recursos financeiros necessrios e suficientes para executar o empreendimento, antes de aprovar o projeto junto aos rgos competentes. Figura 4.9 Segundo Melhado & Violani (1992): Observando a Figura 4.9 pode-se ver que as atividades que esto com seu fluxoPara obter-se sucesso em um empreendimento, o projeto no pode ser resumido caracterizao geomtrica no papel da obra a ser construda. O projeto deve conceber, alm do produto, o seu processo de produo; (...) deve assumir o encargo fundamental de agregar eficincia e qualidade ao produto.

Plano do Processo de Projeto Fase Projeto Executivo.

em vermelho indicam o caminho de precedncia crtico, depreendendo-se que estas atividades indicam o gargalo do processo conforme relatado pelos entrevistados quando questionados sobre como so identificadas as fases crticas do processo de projeto no item 4.3. Pode-se identificar que os fluxos das atividades desta fase so simultneos ou paralelos, devido s dependncias de informaes e dados entre as tarefas desenvolvidas. O projeto eltrico e o projeto hidrulico necessitam das formas do projeto inicial, que por sua vez necessita das furaes dos pontos de

Os autores citados (MELHADO & VIOLANI, 1992) acreditam que neste sentido o investimento em prazo e custo de projeto devem assumir um papel diferenciado do atual, ou seja, seria necessrio um maior investimento inicial para permitir o maior

116 simultaneidade contribuiu para uma reduo no prazo de execuo das atividades de 50 dias para 39 dias. Na fase Projeto Legal de Prefeitura o prazo permaneceu em 66 dias, devido ao fato de que estas atividades dependem da aprovao de seus produtos junto aos rgos pblicos.

29 desenvolvimento do projeto, ainda que nesta fase houvesse acrscimo no custo inicial do empreendimento e, eventualmente, um tempo maior dedicado sua elaborao. A idia dos autores exemplificada na Figura 2.2.

C U S T O M E N S A L D O

E M P R E E N D I M E N T O

PRTICA CORRENTE

MAIOR INVESTIMENTO NO PROJETO

TEMPO PROJETO

Figura 2.2

Grfico

que

relaciona

o

tempo

de

desenvolvimento

de

um

empreendimento e o custo mensal das atividades, com idia de um maior investimento na fase de projeto.Fonte: Barros & Melhado (1997).

Observando o grfico proposto pelos autores (BARROS & MELHADO, 1997), Figura 4.8 Plano do Processo de Projeto Projeto Concepo. atribudo um tempo maior para as etapas e um acrscimo ao montante de recursos destinados s fases de projeto, o que pode ser questionado pelos empreendedores O Plano do Processo de Projeto da Edificao para as atividades da fase Projeto Executivo, mostrado na Figura 4.9, indica que com a aplicao da DSM, baseandose no fluxo e nas precedncias das atividades foi possvel uma reduo no ciclo de vida das atividades de 144 dias para 44 dias. da construo civil, visto que no Brasil no existe a cultura de investimento nas fases iniciais de projeto. Entretanto, sabe-se que em pases desenvolvidos o tempo destinado s fases de projeto chega a ser da mesma ordem de grandeza do tempo dedicado posteriormente obra, procurando-se, com isto evitar as deficincias e os desperdcios comuns na fase de execuo e obter um melhor desempenho do produto final.

30 Verifica-se entretanto, segundo Melhado & Violani (1992):... uma freqente dissociao entre a atividade de projeto e a de construo, sendo que o projeto geralmente entendido como instrumento, comprimindose o seu prazo e o seu custo, merecendo um mnimo de aprofundamento e assumindo um contedo quase meramente legal, ao ponto de torn-lo simplesmente indicativo e postergando-se grande parte das decises para a etapa da obra.

115 resultando no Plano do Processo de Projeto Projeto Informacional apresentado na Figura 4.7. Esta nova organizao altera as duraes do ciclo de vida das fases do processo de projeto. Com a aplicao da DSM foi possvel identificar o caminho de precedncia crtico identificado em vermelho na Figura 4.7.

Nesse sentido, necessria a implementao da etapa de projeto com investimentos de prazos e de recursos de modo a incorporar neste momento todas questes inerentes fase de construo, minimizando improvisaes em obra e assim parte da incerteza na execuo da obra.

Neste contexto, para Melhado (1995) o projeto deve ser encarado como informao de natureza tecnolgica (indicaes de detalhes construtivos, locao de equipamentos, neste caso o produto projeto evidenciado) ou de cunho gerencial (servindo como suporte ao planejamento e programao da obra, aparecendo o seu carter processual).

Assim, a partir destas constataes, a Construo Civil passou a conhecer a filosofia de desenvolvimento de projetos utilizada nos segmentos automobilstico, eletro-eletrnico, entre outros, denominada Concurrent Engineering, ou Engenharia Simultnea (ES), que, segundo Koskela (1992), se insere dentro da nova filosofia da produo, a Lean Production, ou produo enxuta, que congrega vrias ferramentas e tcnicas gerenciais (Just in Time, Total Quality Control, Benchmarking, Total Productive Maintenance, etc.).

A incorporao ao projeto das etapas de execuo a idia bsica da filosofia da Engenharia Simultnea, e vem ganhando espao dentro do setor da construo. Figura 4.7 Plano do Processo de Projeto Projeto Informacional.

O Plano do Processo de Projeto de Edificaes das fases Anteprojeto e Projeto Legal de Prefeitura apresentado na Figura 4.8. As atividades da fase Anteprojeto foram agrupadas em 3 blocos de atividades simultneas e paralelas, esta

114

31

2.3 O Novo Paradigma da Produo 4.5 Proposio para o Plano do Processo de Projeto de EdificaesOs conceitos da Nova Filosofia da Produo, tambm chamada de Produo Enxuta, tem sua origem na sntese e na generalizao de filosofias de abordagem O fluxo das atividades do Processo de Projeto foi reorganizado pela aplicao da DSM@MIT, gerando uma sucesso de atividades e redefinindo as precedncias e interdependncias entre as atividades, com isto foi possvel a construo e proposio do Plano do Processo de Projeto. Na parte final da aplicao da DSM@MIT, a sucesso de atividades e suas dependncias foram transferidas para um programa de gerenciamento de projeto, o MsProject-2000, para a criao do grfico de Gantt, identificando o Plano de Processo do Projeto de Edificaes proposto, conforme apresentado na Figura 4.6. parcial como o Just in Time (JIT) e o Total Quality Management (TQM). Estas filosofias apresentam um embasamento comum, entretanto possuem abordagens diferentes. O JIT enfatiza a eliminao de perodos de espera enquanto o TQM enfatiza a eliminao de erros e do retrabalho relacionado a estes, sendo que ambos aplicam estas diferentes nfases a um fluxo de trabalho, materiais ou informaes (KOSKELA & HUOVILA, 1997). A produo enxuta focaliza a melhoria da produtividade e a reduo de custos atravs da diminuio de perdas, sendo estas de materiais, mo-de-obra, capital e equipamentos.

Koskela (1992) descreve que a filosofia de produo convencional baseia-se no modelo de converso, segundo o qual os insumos (input) so transformados em um produto (output) atravs de um processo de converso. Segundo este modelo, cada processo pode ser dividido em subprocessos, que tambm so considerados converses. Este modelo desconsidera os fluxos fsicos entre as converses, que so as atividades de movimento, armazenamento e inspeo. Apesar de no Figura 4.6 Plano do Processo de Projeto de Edificaes proposto. agregarem valor ao produto final sob o ponto de vista do cliente, a considerao destas atividades de fluxo so importantes sob o ponto de vista da produo, pois consomem tempo e custo. No Plano do Processo de Projeto da Edificao proposto, Figura 4.6, as fases do processo so realizadas em um ciclo de vida de 238 dias, demonstrando uma reduo do ciclo de vida do projeto em relao ao Plano do Processo de Projeto adotado pelas empresas (Figura 4.1) que tem um ciclo de vida de 405 dias. Observando a Figura 4.6, em certos perodos ocorre a simultaneidade na execuo das fases do processo. O modelo preconizado pela Nova Filosofia da Produo baseia-se em um conjunto de atividades de converso e de fluxo. O processamento representa o aspecto da produo, enquanto a inspeo, o movimento e o armazenamento representam seu aspecto de fluxo (KOSKELA, 1992).

Com a reorganizao das atividades pela aplicao da DSM@MIT, o fluxo das atividades das fases Planejamento Estratgico, Planejamento e Concepo do Empreendimento, e Estudo Preliminar foi otimizado pelo agrupamento das atividades em blocos com base na relao de dependncias entre as atividades,

2.3.1 O Projeto como Converso

O processo do projeto tem sido analisado e gerenciado como um conjunto de converses, e esta abordagem de anlise tem nfase de que projetar um processo

32 de converter as informaes que caracterizam os requisitos de um produto em conhecimento sobre o produto. Neste sentido, projetar a atividade de transformar necessidades e requisitos dos clientes (internos e externos) em projetos que atendam estes requisitos, conforme a Figura 2.3. O papel dos intervenientes do processo focado na tomada de decises e resoluo de problemas que atendam os requisitos.

113 Tabela 4.14 DSM Projeto Informacional ALAP Colapso Incio das Atividades mais Tarde.

Huovila et al. (1997a) apontam que o principal problema com a relao do processo de projeto como converso a existncia de atividades ao longo deste que no agregam valor ao produto, e que estas atividades no so explicitadas no modelo.

Figura 2.3

O projeto como converso.Fonte: Koskela & Huovila (1997).

Os mesmos autores destacam que outra deficincia do modelo de converso que os clientes em especficos de cada etapa do processo no so explicitamente identificados quando se tm requisitos diferenciados. Estas omisses contribuem para a manuteno do processo, apresentando problemas no processo como: a) a existncia de muitos requisitos que no so definidos no incio do processo; b) os erros de projetos so detectados em fases avanadas, ocasionando retrabalho; c) a existncia de poucas interaes entre os projetistas; d) esperas para aprovaes, instrues ou informaes tomam a maior parte do tempo dos projetistas; e) as atividades do processo so desenvolvidas de forma seqencial, ocasionando longos perodos de espera no desenvolvimento de atividades subseqentes; f) longa durao, alto custo e baixa qualidade dos projetos em geral.

33

112

2.3.2 O Projeto como Fluxo

Tabela 4.13 DSM Projeto Informacional AEAP Colapso Incio das Atividades mais Cedo.

Para Tzortzopoulus (1999) o principal insumo do processo de projeto a informao. O processo de projeto pode ser analisado atravs de suas atividades, e estas atividades podem ser subdivididas em dois grupos: atividades geradoras de informao e atividades de processamento de informao. Estes grupos podem ser caracterizados como atividades de converso do processo de projeto. Alm de sofrer converso, as informaes podem ainda estar em movimento, espera ou inspeo, conforme Figura 2.4.

Necessidades e requisitos

Transfer. esperaProjeto Reprojeto

Projeto de um produto

Relacionados a um produto

Inspeo

Transfer.

Figura 2.4

O projeto como fluxo.Fonte: Koskela & Huovila (1997).

Para Koskela (1992) as atividades da Indstria da Construo Civil deveriam ser vistas como uma composio de processos de fluxos. Nesta viso, o projeto de construo deveria estar baseado em fluxos e na eliminao de desperdcios associados ao projeto e construo. Os problemas de fluxos mais agudos so caracterizados pelo processo tradicional de produo e conceitos de organizao, ou as peculiaridades da construo. Assim, estes assuntos necessitam de uma abordagem com nfase em controle e melhoria continua.

O processo de projeto um refinamento de especificaes onde so transformadas as necessidades e desejos em exigncias, ento, em um nmero variado de passos para o detalhamento do projeto. Simultaneamente, este um processo de descoberta e de resoluo de problemas.

Para Koskela (1992) os processos de fluxo podem ser caracterizados por tempo, custo e valor. Valor se refere realizao de exigncias do cliente e consiste na

34 obteno de dois componentes: desempenho de produto e zero de defeitos (conforme a especificao). Valor tem que ser avaliado da perspectiva do prximo cliente e o cliente final. Custo e durao dependem da eficincia de adicionar valor s atividades e no a quantidade de adicionar s atividades.

111 Tabela 4.12 DSM Projeto Informacional ALAP Incio das Atividades mais Tarde.

Com a anlise dos fluxos do processo busca-se analisar e medir os fluxos de informao atravs de suas perdas internas (atividades que no agregam valor), tempo de durao e valor do produto final para o cliente (KOSKELA & HUOVILA, 1997). Neste sentido, o tempo necessrio para a transferncia de informaes, a espera para a execuo das atividades subseqentes do processo, inspees e outra atividades que no agregam valor ao produto, devem ser consideradas como perdas que devem ser eliminadas sempre que possvel (KOSKELA, 1992). Entretanto, deve-se considerar que nos processos de produo existem fluxos que no podem ser eliminados.

O retrabalho considerado como parte da converso, em funo de erros, omisses e incerteza, e tambm considerado perda (HUOVILA et al., 1997a). A parte do processo de projeto que contempla o retrabalho de anlise, sntese e avaliao no considerado como perda. Segundo os mesmos autores, o retrabalho ocorre em funo da falta de informaes, de mudanas de escopo do projeto, e tambm pelo alto grau de incerteza associado (HUOVILA et al., 1997a). A melhoria do projeto, conforme a anlise de seus fluxos, baseada na eliminao deste retrabalho.

A reduo de perdas e de incertezas nas fases iniciais do processo pode ser atingida pela definio ordenada do escopo do projeto e da viso sistmica de todo o ciclo de vida til da edificao. A da incidncia de modificaes de projeto em fases avanadas, segundo Koskela (1992) deve ser minimizada evitando-se perdas, e buscar a reduo de erros atravs da gesto da qualidade.

A reduo do tempo e de esforos necessrios para a transferncia de informaes no processo do projeto pode ser obtida atravs da aproximao dos intervenientes do processo, por meio de troca de informaes de modo informal, a

35

110 Tabela 4.11 DSM Projeto Informacional AEAP Incio das Atividades mais cedo.

fim de evitar perdas devido a longos perodos de esperas. As trocas de informaes entre as atividades do processo podem ser realizadas antes mesmo que o produto de cada subprocesso esteja concludo, evitando-se longos tempos de espera. Para Koskela & Huovila (1997) a decomposio das atividades de projeto minimizam o processo atravs da determinao clara das necessidades dos clientes internos e da troca de informaes intensa entre os intervenientes ao longo do processo.

2.3.3 O projeto como gerador de valor

A anlise do projeto como gerador de valor tem suas origens nos processos de gesto da qualidade atravs da obteno da conformidade do produto em relao satisfao das necessidades do(s) cliente(s). Em projeto, a satisfao das necessidades dos clientes desenvolvida atravs de um ciclo, no qual so identificadas e convertidas em produto (projeto) que entregue ao cliente, em diversas etapas (KOSKELA & HUOVILA, 1997). A Figura 2.5 representa o projeto como gerador de valor. O valor para o cliente determinado por: a) com bem as exigncias implcitas e explcitas foram convertidas em uma soluo de projeto; b) o nvel de otimizao alcanado; c) o impacto de erros de projeto que so descobertos durante o desenvolvimento das atividades subseqentes (KOSKELA, 1992).

Koskela & Huovila (1997) afirmam que a carncia de informaes pode interferir na gerao de valor ao cliente. Alguns problemas podem ocorrer no processo como por exemplo: a) em situaes em que o cliente no explicita de forma clara ao projetista seus desejos e necessidades com relao ao projeto; b) o contratante do projeto possui poucas informaes ou so desenvolvidas poucas anlises de mercado, o que pode gerar projetos ineficientes e de difcil insero no mercado; c) a existncia de necessidades diferenciadas de um grupo de clientes com relao a um mesmo projeto dificulta a definio de um grupo de requisitos que atenda a todos; d) o nmero de requisitos de um cliente pode ser grande e variado; e) ao longo da vida til do produto podem existir diversos tipos de clientes, que devem ser considerados.

36

109Necessidades e Requisitos Projetista Valor atravs do Processo Figura 2.5 O projeto como gerador de valor.Fonte: Koskela & Huovila (1997).

Cliente

Tabela 4.10 DSM Projeto Informacional Lista de Atividades e Relao de Dependncias Entrada de Dados

A considerao adequada das necessidades e satisfao dos clientes ao longo das diversas fases do projeto pode ser alcanada atravs de processos de controle, por meio de estratgias para evitar e diminuir problemas, como, por exemplo, o conceito de projeto adotado por um projetista no repassado aos demais nas prximas etapas do processo, podendo ser corrompido por decises posteriores (HUOVILA et al. 1997b) e assim prejudicando a qualidade do produto. Koskela & Huovila (1997) sugerem a seguinte estratgia: a) rigorosa anlise dos requisitos e necessidades junto ao(s) cliente(s); b) sistematizao dos requisitos dos clientes internos e externos com uso de ferramentas gerenciais, como, por exemplo, listas de verificao; c) organizao de um maior nmero de interaes entre os intervenientes, principalmente em pontos importantes do processo, objetivando a anlise de todo o clico de vida da edificao.

2.3.4 O projeto nas trs abordagens, converso, fluxo e gerador de valor:

Para Tzortzopoulus (1999):

A abordagem do processo de projeto como converso, fluxo e gerador de valor, esto presentes no desenvolvimento do projeto com aspectos diferentes. Cada atividade uma converso, e possui a ela uma parte do fluxo total do projeto, agregando parte do valor necessrio ao produto. Cada atividade ainda impacta sobre o tempo total despendido no projeto e a qualidade do produto.

108 ltimo nvel. Este caminho diferente de um caminho crtico porque determinado sem considerar aspectos de tempo. Caminho Crtico definido como uma seqncia de tarefas que devem terminar na data ou adiantada em relao agenda, para que o projeto seja concludo dentro do prazo. Porm, este caminho de dependncia crtico prov melhorias de processo nas atividades iniciais do projeto quando dados detalhados para duraes no esto disponveis.

37 Huovila et al. (1997a) coloca que os aspectos de fluxo e gerao de valor no tm sido usualmente modelados, gerenciados e controlados. Uma comparao entre as trs abordagens apresentada por Koskela & Huovila (1997), mostrando exemplos de ferramentas que podem ser empregadas na modelagem do problema, conforma descrito no Quadro 2.1.

Quadro 2.1 Comparao entre o modelo de converso, fluxo e gerao de valor, Com a DSM foi possvel avaliar o impacto que cada atividade produz em cada pacote de trabalho, a necessidade de ordenao entre elas e tambm o aperfeioamento na ordem das fases com a identificao das atividades seqenciais, paralelas ou simultneas. adaptado de Koskela & Huovila (1997). Projeto como Gerador de Valor ConceitualiFluxo de informaes, Processo onde o valor zao composto por cliente criado converso, inspeo, atravs da satisfao movimento e espera de suas necessidades Princpios Decomposio Eliminao de perdas Diminuio da hierrquica; controle e (atividades diferena entre o valor melhoria das desnecessrias), atingido e o melhor atividades Reduo de tempo valor possvel decompostas Contribuio Controlar as Controlar a Controlar para que os Prtica atividades a serem minimizao das requisitos dos clientes desenvolvidas atividades sejam atingidos da essencialmente melhor maneira desnecessrias possvel Exemplo de Fluxogramas Matriz de estrutura de Desdobramento da Ferramenta projeto (Design funo qualidade de Structure Matrix) (QFD) modelagem A partir dos conceitos da Nova Filosofia da Produo, surgiram diversos conceitos relacionados, entre eles encontram-se a Manuteno Produtiva Total, a Melhoria Contnua, o Benchmarking, a competio baseada no tempo, a Reengenharia, a Engenharia Simultnea, entre outros. Projeto como Converso Converso de requisitos no projeto de um produto Projeto como Fluxo

Usando os resultados de anlises da estruturao e da modelagem da DSM, constri-se o grfico de Gantt que apresentado no mdulo de planificao da ferramenta DSM@MIT para se controlar o processo do projeto.

Para Koskela (1992), a Engenharia Simultnea, apesar de no possuir origem direta a partir do JIT ou TQM, baseada em idias similares e adapta os conceitos, princpios e ferramentas da Nova Filosofia ao processo de desenvolvimento de Projeto.

38 Os onze princpios da Produo Enxuta apresentados por Koskela (1992) esto baseados na explicitao, no controle e na melhoria das atividades de fluxo da produo, e so aplicveis tanto ao fluxo total do processo como a seus subprocessos.

107 so freqentemente multidisciplinares e conseqentemente requerida uma coordenao de trabalho pelas disciplinas.

Na planilha ALAP, ilustrada na Tabela 4.12, as atividades foram reorganizadas baseando-se na regra As-Late-As-Possible, ou seja, a tarefa deve comear o mais tarde possvel. As 37 atividades foram associadas em 13 indicadores de nveis, e a reordenao resultou no adiamento de atividades consideradas iniciais como a Busca por Oportunidade de Negcios para o final da fase (nvel 13), indicando que possvel adiar a concluso das atividades iniciais do processo sem prejuzo no desenvolvimento do processo.

O processo de projeto apresentado por Koskela (1992) aplicvel tanto na produo fsica de componentes de construo quanto na produo de informaes. Com a aplicao de alguns princpios, alguns problemas nos fluxos do processo podem ser identificados, como: a complexidade, a falta de transparncia, ou controle segmentado de processos.

Os princpios para a anlise e melhoria dos processos apresentados por Koskela (1992) so: a) reduo de atividades que no agregam valor ao produto (consideradas perdas); b) aumento do valor do produto atravs da considerao sistemtica dos requisitos dos clientes; c) reduo da variabilidade; d) reduo do tempo de ciclo; e) simplificao atravs da reduo do nmero de partes e passos; f) aumento da flexibilidade do produto; g) aumento da transparncia do processo; h) foco no controle ao longo de todo o processo; i) melhoria continua; j) equilbrio entre as melhorias nos fluxos e nas converses; k) Benchmarking; A aplicao de grande parte destes princpios ao processo de projeto de edificaes pode ser realizada atravs da engenharia simultnea, que considerada por Koskela & Huovila (1997) uma metodologia baseada na Nova Filosofia da Produo.

Por sua vez, as planilhas AEAP Colapso (Tabela 4.13) e ALAP Colapso (Tabela 4.14) mostram as vises de reduzidas da DSM em AEAP e ALAP, respectivamente, onde os blocos contendo atividades so colapsados em atividades tipo bloco.

Nas vises de Colapso, o fluxo de informao de uma atividade simples para uma atividade tipo bloco marcado como 2 (atividades simultnea) quando existe pelo menos um fluxo do tipo 2 entre uma atividade simples e uma atividade pertencente ao bloco. Por sua vez, qualquer fluxo de informao de uma atividade tipo bloco para qualquer outra atividade simples, ou atividade tipo bloco, considerada como o fluxo do tipo 2, uma vez que muito provvel que as informaes das atividades dentro do bloco sejam transferidas para as atividades posteriores antes mesmo de estarem concludas.

2.4 A Engenharia SimultneaObserva-se que a aplicao da DSM@MIT reorganizou as atividades e permitiu identificar as dependncias e interaes entre estas. Adicionalmente, computada a A Engenharia Simultnea (ES) teve sua motivao na tentativa das Indstrias Automobilstica e Eletro-eletrnica norte americanas de competir com seus concorrentes, principalmente os