PROPEDÊUTICA BÁSICA DO CASAL INFÉRTIL

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PROPEDÊUTICA BÁSICA DO CASAL INFÉRTIL Profa. Márcia Mendonça Carneiro Departamento de Ginecologia e Obstetrícia – FM-UFMG Ambulatório de Dor Pélvica Crônica e Endometriose – HC- UFMG G

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PROPEDÊUTICA BÁSICA DO CASAL INFÉRTIL

Profa. Márcia Mendonça CarneiroDepartamento de Ginecologia e Obstetrícia – FM-UFMG

Ambulatório de Dor Pélvica Crônica e Endometriose – HC- UFMGG

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INFERTILIDADE

Incapacidade de conceber apesar de atividade sexual regular, sem uso de qualquer método contraceptivo, por um período mínimo de um ano.- Infertilidade primária- Infertilidade secundária

Fecundidade mensal de um casal normal é 20%

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Infertilidade - etiologia

Speroff, 2005

TubaMasculinoOvulatórioESCAOutros

35%15%

35%

10%5%

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Causas de infertilidade

05

101520253035404550

Endomet .

F Tubar .

F masc.

ESCA

OUTR O

SGRUPO 1GRUPO 2

Carneiro, 1998

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Objetivos da avaliação

Encurtar o tempo necessário p/ obtenção de gravidez

Identificar a(s) causa(s) de infertilidade (se possível)

Avaliar riscos e prognóstico Suporte emocional Interromper propedêutica e tratamento quando

necessário

ASRM, 2012

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TESTE

SENSIBILIDADE ESPECFICIDADE

VP POSITIVO VP NEGATIVO

CUSTOS RISCOS

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Investigação básica do casal infértil Avaliação do desenvolvimento folicular e ovulação (US

e dosagem progesterona) Avaliação da cavidade uterina

- US- HSG e histerossonografia- Histeroscopia

Avaliação da permeabilidade tubárea- HSG- VLP- Histerossonografia

Análise seminal

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Propedêutica do casal infértil – HistóriaQuestões relevantes

Mulher Idade Alteração peso Tabagismo Bebidas alcoólicas DIP Cirurgias abdominais

Homem HF infertilidade masculina Infecção genital Cirurgia aparelho

reprodutor

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Exame Físico - mulher

Estatura IMC Características sexuais secundárias Acne Hirsutismo e outros sinais de hiperandrogenismo Galactorréia Septos vaginais Miomas Massas anexiais e vaginais Infecções cervicais

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Processo ovulatório normal depende do funcionamento adequado do eixo hipotálamo-

hipófise-ovário.

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Desenvolvimento folicular

FSH

FSH

recrutamento seleção

E2FSH e fatores crescimento

crescimento e diferenciação

ovulação corpo lúteo

LH, citocinas, PGs

atresia

LH

LH

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Avaliação do desenvolvimento folicular e ovulação

Predição de ovulação Direto: US (crescimento folicular) Indireto: LH, muco cervicalConfirmação Direto: US (corpo lúteo) Indireto:- progesterona

- temperatura basal

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Avaliação ovulaçãoNão existe método ideal para avaliação

Ciclos regulares ovulação Dosagem da progesterona sérica-fase lútea

(retrospectivo) Uso da temperatura basal para confirmar a ovulação

não é um método confiável e, portanto,não é recomendado

Dosagem de prolactina: apenas para mulheres sintomáticas

Nível B

Nível B

Nível B

Nível C

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Rastreamento de ovulação

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Avaliação da reserva ovariana

Dosagem de FSH basal e estradiol (3º dia do ciclo)

Teste do clomifeno Inibina B Contagem de folículos antrais AMH (hormônio anti-mulleriano)

Sensibilidade e Especificidade limitadas em predizer a fertilidade.

Nível C

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AvaliaçãoTireoideana

Mulheres com problemas de infertilidade têm o mesmo risco que a população geral da mesma idade de ter doença tireoidiana

Dosagem rotineira de TSH não deve ser oferecida

Nível C

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Recomendações RCOG (2013)

Ciclos menstruais regulares (26-36 dias) indicam ovulação;

Confirmação de ovulação: dosagem progesterona no 21o dia (ciclo 28 dias); mulheres com ciclos irregulares dosagem + tardia (repetir semanalmente até próxima menstruação);

Uso da curva de temperatura basal não prediz ovulação adequadamente → NÃO DEVE SER USADO

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Pesquisa ciclo menstrual (sinais indiretos ovulação)

•FSH (3o dia)•TSH (sintomáticas)•PRL (anovulação, galactorréia)•Progesterona

Rastreamento ovulação(USTV)

negativo

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Avaliação da cavidade uterina - US

Útero e cavidade uterina- dimensões- anomalias/tumores

Endométrio- espessura- aspecto

Ovários- morfologia- volume- posição/motilidade

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Avaliação da cavidade uterina USTV deve ser usado na avaliação

inicial HSG auxilia na avaliação de

alterações müllerianas e outras alterações intracavitárias

Histeroscopia reservada para confirmação diagnóstica e tratamento.

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FALHA DE ENCHIMENTO: MIOMA

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Útero Septado x Útero Bicorno

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Sinéquias (Asherman)

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Avaliação da cavidade uterina Histerossonografia

Permite avaliar:- conformação uterina- homogeneidade e regularidade contorno endometrial: tumores (pólipos e miomas) e sinéquias- permeabilidade tubárea?

Não permite diagnóstico definitivo das alterações detectadas

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Avaliação da cavidade uterina Histerossonografia

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Avaliação da cavidade uterinaHisteroscopia

Permite:- visualização direta da cavidade uterina- diferencia pólipo de mioma- diagnóstico de sinéquias- diagnóstico de malformações uterinas- biópsia endométrio

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PÓLIPO SEPTO

Histeroscopia

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Pesquisa cavidade uterina

•USTV•HSG

Histerosocopia•Diagnóstica

•Cirúrgica

alterada

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Avaliação da permeabilidade tubáreaHisterossalpingografia

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HSG NORMAL

Cotté positivo

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HIDROSSSALPINGE

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Meta-análise HSG 1974-1994: 45 estudos, 20 incluídos Permeabilidade tubárea em 3:

- sensibilidade: 65%- especificidade: 83%

HSG não é método confiável p/ avaliar aderências peritubáreas.

Avaliação da permeabilidade tubáreaHisterossalpingografia

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Valor da HSG: comparação com VLP

Avaliação retrospectiva de 756 mulheres inférteis HSG normal: 3,4% falso negativo, VP+ 70% e VP-

97% HSG suspeita: 53,9% c/ alterações

moderadas/severas HSG anormal: 93,5% c/ alterações sendo 81,7%

moderadas/severas

Opsahl et al., 1993

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hidrosssalpinge

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Videolaparoscopia

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Avaliação da permeabilidade tubárea Histerossonografia

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A histerossono pode susbstituir a HSG?

100 pctes submetidas a Histerossono e HSG e VLP usada como referência: não há argumentos para rejeitar qualquer um dos métodos (Dijkman, 2000).

ESHRE Capri Workshop Group (2000): HSG deve ser teste inicial para avaliar cavidade uterina e tubas uterinas. Estudos adicionais realizados conforme história e exame físico.

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Pesquisa fator tubáreo

HSG

VLP (cromotubagem)

alterada

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Abordagem do Fator masculino

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Abordagem do Fator masculino 75% dos homens inférteis: causas tratáveis por TRA Antes de qualquer tratamento mais invasivo: avaliação

urológica 1% homens com infertilidade podem apresentar

doenças graves (TU testículo) Não há teste único que indique fertilidade ou avalie

função esptz

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Fator Masculino – OMS 2010

Parâmetro Valor normalVolume 2 mlpH 7.2-7.8Concentração 20 milhões/mlNo. total esptz 40 milhões/mlMotilidade 50% c/ morf. normalMorfologia > 30% normais

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Teste pós-coito Uso do TPC (presença de

espermatozóides móveis no muco cervical pós-coito) é controverso.

Dificuldades TPC: não melhora taxas de gravidez; uso TRA p/ problemas de interação esptz-muco cervical

TPC não deve ser realizado pois não tem melhora chance de gravidez (RCOG, 2004).

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Avaliação do fator masculino

História Clínica Exame Físico Análise Seminal

Sêmen

1 amostra normal 2 amostras discordantes 2 amostras alteradas* 3a amostra avaliação da andrologia

* oligo ou astenozoospermia avaliação pela andrologia azoospermia dosar FSH, LH, Testosterona

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OBRIGADA.