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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA
PROPOSIÇÃO DE MODELO PARA CÁLCULO
DO ÍNDICE DE CARÊNCIA EM
SANEAMENTO BÁSICO – ICSB DE UMA
REGIÃO
ALISSON RODRIGUES CASTRO
GOIÂNIA
2016
Alisson Rodrigues Castro
PROPOSIÇÃO DE MODELO PARA
CÁLCULO DO ÍNDICE DE CARÊNCIA EM
SANEAMENTO BÁSICO – ICSB DE UMA
REGIÃO
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em
Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade
Federal de Goiás para aprovação na disciplina Trabalho
de Conclusão de Curso 2.
Orientador: Dr. Humberto Carlos Ruggeri Júnior
GOIÂNIA
2016
“Ampliar o acesso ao saneamento é fundamental
para melhorar a qualidade de vida e reduzir a pobreza,
objetivos essenciais do desenvolvimento sustentável.”
(Indicadores de Desenvolvimento Sustentável, 2012).
A. R. CASTRO
RESUMO
Este trabalho tem por intuito apresentar um estudo sobre os diferentes indicadores de saúde e
saneamento, utilizados para diagnosticar a situação do saneamento básico de uma região. A
partir da matriz FPEEEA – Força-Motriz, Pressão, Estado, Exposição, Efeito e Ação e do
embasamento em: artigos publicados; revistas científicas; dissertações de mestrado; e teses de
doutorado, o estudo culmina na sugestão de um conjunto de indicadores para se determinar o
Índice de Saneamento Básico – ICSB (Parcial e Global) de uma região. Para atestar a
legitimidade do índice obtido, foi realizado o Teste de Correlação Linear utilizando o
Coeficiente de Correlação de Postos de Spearman, no qual os ICSB Global obtidos foram
correlacionados com as Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado –
DRSAI. Como não foram encontrados dados suficientes em nível municipal para a realização
dos testes, foram considerados dados estaduais retirados dos folders da “Vigilância em Saúde
Ambiental – Dados e Indicadores selecionados”, juntamente com dados estaduais de DRSAI
retirados do banco de Dados Agregados do Sistema IBGE de Recuperação Automática –
SIDRA, ambos os dados pertencentes ao período compreendido entre os anos de 2009 a 2013.
Os resultados obtidos para os ICSB – tanto Global quanto Parcial – foram os esperados, visto
que as Unidades Federativas que apresentaram os piores valores nos indicadores foram
aqueles que obtiveram maior carência em saneamento. Entretanto, no Teste de Correlação
Linear não se verificou a linearidade esperada, pois a única correlação linear forte obtida foi
negativa. Acredita-se que tal fato se deve porque o ESPAÇO AMOSTRAL analisado não foi
bastante significativo (dados de apenas 5 anos). Há também a hipótese de que os indicadores a
serem utilizados devam ser municipais e não estaduais.
Palavras-chave: Saneamento; Saúde; Matriz FPEEEA; Indicadores de saneamento.
A. R. CASTRO
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Matriz FPEEEA. ....................................................................................................... 27
Figura 2. XLSTAT – Configurações do software para realização da Correlação Linear. ....... 36
Figura 3. ICSB Parcial da Categoria Estado............................................................................. 40
Figura 4. ICSB Parcial da Categoria Exposição. ...................................................................... 40
Figura 5. ICSB Parcial da Categoria Efeito. ............................................................................. 41
Figura 6. Media dos ICSB Parcial por Categoria. .................................................................... 41
Figura 7. Comportamento dos ICSB Global de 2009 a 2013. .................................................. 42
Figura 8. Media comportamento dos ICSB Global de 2009 a 2013. ....................................... 43
A. R. CASTRO
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Indicadores utilizados no estudo do Espírito Santo e seus padrões. ......................... 23
Tabela 2. Modelo FPEEEA: Indicadores de Força Motriz. ...................................................... 28
Tabela 3. Modelo FPEEEA: Indicadores de Pressão. .............................................................. 28
Tabela 4. Modelo FPEEEA: Indicadores de Estado. ................................................................ 28
Tabela 5. Modelo FPEEEA: Indicadores de Exposição. .......................................................... 29
Tabela 6. Modelo FPEEEA: Indicadores de Efeito. ................................................................. 29
Tabela 7. Modelo FPEEEA: Indicadores de Ação. .................................................................. 29
Tabela 8. Fontes dos dados secundários dos indicadores da Matriz FPEEEA. ........................ 30
Tabela 9. Indicadores percentuais da região Centro Oeste utilizados para cálculo do ICSB. .. 31
Tabela 10. Exemplificação do uso da Equação (5.1). .............................................................. 33
Tabela 11. ICSB Parcial obtido pela Equação (5.1). ................................................................ 33
Tabela 12. Peso de cada categoria para calculo do ICSB Global. ............................................ 33
Tabela 13. Dados de DRSAI utilizados no Teste de Correlação Linear. ................................. 35
Tabela 14. Guia para análise dos resultados da correlação linear. ........................................... 36
Tabela 15. ICSB Parcial obtido para cada Unidade Federativa. .............................................. 37
Tabela 16. ICSB Global obtido para cada Unidade Federativa. ............................................... 37
Tabela 17. ICSB e DRSAI utilizados no Teste de Correlação de Linear. ................................ 38
Tabela 18. Estatísticas descritivas. ........................................................................................... 38
Tabela 19. Matriz de Correlação (Spearman). .......................................................................... 39
Tabela 20. p-Valores................................................................................................................. 39
Tabela 21. Coeficientes de determinação (Spearman). ............................................................ 39
A. R. CASTRO
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS
DDA – Doença Diarreica Aguda;
DRSAI – Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado;
Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz;
FPEEEA – Força-Motriz, Pressão, Estado, Exposição, Efeito e Ação;
ICSB – Índice de Saneamento Básico;
FUNASA – Fundação Nacional da Saúde;
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano
IJSN – Instituto de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Jones dos Santos Neves;
IMB – Instituto Mauro Borges,
LDNSB – Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico;
ODM – Objetivo de Desenvolvimento do Milênio,
OMS – Organização Mundial da Saúde;
PIB – Produto Interno Bruto;
PNUMA – Programa das Nações Unidas e Meio Ambiente;
SEGPLAN – Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento;
SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática;
SUS – Sistema Único De Saúde;
UNCSD – Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável;
A. R. CASTRO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10
2. OBJETIVOS...................................................................................................................... 13
2.1. GERAL ...................................................................................................................... 13
2.2. ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 13
3. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 14
4. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................... 16
4.1. CONCEITOS ............................................................................................................. 16
4.2. LEGISLAÇÃO .......................................................................................................... 17
4.3. SANEAMENTO E SAÚDE ...................................................................................... 18
4.4. FORÇA MOTRIZ, PRESSÃO, ESTADO, EXPOSIÇÃO, EFEITOS, AÇÕES
(FPEEEA) ............................................................................................................................. 20
4.5. INDICADORES ........................................................................................................ 22
4.6. ÍNDICE DE CARÊNCIA EM SANEAMENTO BÁSICO (ICSB) .......................... 23
4.7. DOENÇAS RELACIONADAS AO SANEAMENTO AMBIENTAL
INADEQUADO (DRSAI) .................................................................................................... 24
4.8. MODELO ESTATÍSTICO: CORRELAÇÃO LINEAR ........................................... 25
5. METODOLOGIA ............................................................................................................. 27
5.1. CONSTRUÇÃO E SELEÇÃO DOS INDICADORES DA MATRIZ FPEEEA ...... 27
5.2. CÁLCULO DOS INDICADORES DE CARÊNCIA EM SANEMAENTO BÁSICO
32
5.3. OBTENÇÃO DOS VALORES DE DOENÇAS RELATIVAS AO SANEAMENTO
AMBIENTAL INADEQUADO ........................................................................................... 34
5.4. APLICAÇÃO DO TESTE DE CORRELAÇÃO LINEAR ....................................... 35
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................... 37
7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................................... 46
A. R. CASTRO
1. INTRODUÇÃO
O saneamento contempla cinco grandes aspectos: abastecimento de água; coleta e tratamento
de esgotos; controle de vetores de doenças; disposição ambientalmente adequada de resíduos
sólidos urbanos; e drenagem. Em regiões urbanas, as atividades destinadas à promoção do
saneamento ambiental devem incluir a proteção à qualidade do ar e das águas, repercutindo
favoravelmente sobre a saúde humana (BRUSCHI et al., 2002).
A ausência desses serviços tem resultado em precárias condições de saúde de uma parcela
significativa da população brasileira, como a incidência de doenças, principalmente a
veiculação hídrica, tais como diarreias, hepatite, cólera, amebíase, febre tifoide e
esquistossomose, entre outras (PHILIPPI JR, 2005).
Os órgãos responsáveis pela gestão e controle da saúde pública devem objetivar a busca de
soluções para problemas que levam ao agravo da saúde e da qualidade de vida da população,
considerando para tanto os sistemas sociocultural, ambiental e econômico. Assim, a prática da
saúde pública necessita do conhecimento científico de diversos campos, como engenharia,
medicina, biologia, sociologia, direito, entre outros (PHILIPPI JR, 2005).
O aprimoramento do saneamento básico de um município impacta diretamente na saúde
ambiental da população local. Para conciliar ambas as áreas, saúde e saneamento, devemos
nos atentar ao ramo da epidemiologia, que surgiu para evidenciar a relação entre ambiente e
agravos à saúde oferecendo a possibilidade de cálculo dos riscos pela exposição a
determinados poluentes ambientais, bem como para a implantação de programas de
intervenção e mitigação de riscos, tais como sistemas de vigilância e monitoramento
ambiental (TEXTOS DE EPIDEMIOLOGIA PARA VIGILÂNCIA AMBIENTAL EM
SAÚDE, 2002).
Sabe-se que parte das doenças mundiais é evitável melhorando a gestão dos recursos hídricos,
abastecimento de água potável, saneamento e higiene. A importância global destas
intervenções foi reconhecida no Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), ou seja,
reduzir pela metade a proporção de pessoas sem acesso à água potável e saneamento básico
entre 1990 e 2015. (SOUZA, 2014).
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 11
A. R. CASTRO Introdução
Segundo HELLER, et al., (1997), “a falta de saneamento encontra-se estreitamente ligada à
propagação de morbidades”, podendo ser transmitidas pela ineficácia ou ausência “de
sistemas de distribuição e tratamento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem
urbana, destino de lixo adequado e controle da poluição ambiental”.
Em se tratando de saúde ambiental, o Ministério da Saúde relata em seu Guia de Vigilância
Epidemiológica (2009) que a causa da alta taxa de incidência de algumas doenças no país são
ocasionadas devido à precariedade do saneamento básico. Exemplos dessas doenças são:
febre tifoide, diarreia, cólera, hepatites, leptospirose, dengue, esquistossomose, malária e
leishmaniose. Essa precariedade pode ser confirmada por meio de algumas citações do
próprio guia, como: “a ocorrência da febre tifoide está diretamente relacionada às condições
existentes de saneamento básico e aos hábitos individuais” e “o principal instrumento para o
controle da cólera é prover as populações, sob o risco, de adequada infraestrutura de
saneamento”.
Buscando avaliar as condições da saúde e do saneamento básico, diversos pesquisadores se
utilizam de indicadores de saneamento e de saúde, os quais também podem ser operados na
tentativa de quantificar um índice de saneamento ou mesmo índices de saúde ambiental de
determinada área de estudo. VIANA, HACON e MOURÃO (2008) afirmam que a construção
de indicadores integrados de saúde e ambiente seja uma necessidade para as políticas
públicas, baseado no fato de que esses indicadores desempenham um papel importante na
identificação de problemas e tendências socioambientais. Os indicadores são normalmente
utilizados como pré-tratamento aos dados originais e os índices correspondem a um nível
superior de agregação (CHAVES et al., 2013).
Na pesquisa por trabalhos científicos relativos à temática abordada, alguns pesquisadores são
recorrentes dentro da literatura, como: Silvano Silvério da Costa; Mara Lúcia Carneiro
Oliveira; Patrícia Campos Borja; Luiz Roberto Santos Moraes; e Léo Heller. Somado a isso,
temos o fato de que alguns dos pesquisadores encontrados durante o levantamento
bibliográfico também são nomes de referência dentro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
tais como: Christovam Barcellos; Carlos Machado de Freitas; João Carlos Teixeira Brandão;
Josino Costa Moreira; Frederico Peres. Com base então nos estudos publicados por esses e
outros pesquisadores e em conjuntos com os materiais publicados pelos: Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE); Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde; Fundação
Nacional da Saúde (FUNASA); Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 12
A. R. CASTRO Introdução
Ambiental; Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Secretaria de Estado de Gestão e
Planejamento (SEGPLAN); e Instituto Mauro Borges (IMB), foi proposta a seleção de
indicadores baseados na matriz FPEEEA – Força-Motriz, Pressão, Estado, Exposição, Efeito e
Ação e nas Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado – DRSAI para que
pudesse ser gerado um Índice de Carência em Saneamento Básico – ICSB as regiões de
estudo.
A. R. CASTRO
2. OBJETIVOS
2.1. GERAL
Propor um conjunto de indicadores que permitam a criação de um Índice de Carência em
Saneamento Básico – ICSB possibilitando a exposição mais fundamentada do cenário do
saneamento básico e da saúde ambiental para qualquer1 região
2.
2.2. ESPECÍFICOS
Levantar indicadores utilizados em estudos que relacionam saneamento e saúde;
A partir dos indicadores que são recorrentes em grande parte dos estudos
analisados, utilizar a matriz FPEEEA para definir o conjunto final de
indicadores;
Possibilitar a criação de um Índice de Carência em Saneamento Básico – ICSB
para a(s) região(ões) a partir dos indicadores selecionados;
Verificar se há Correlação Linear entre os indicadores propostos e as Doenças
Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado – DRSAI.
1 Desde que a região de estudo escolhida disponha de dados que alimentem os indicadores.
2 Município, Microrregião, Mesorregião, Estados.
A. R. CASTRO
3. JUSTIFICATIVA
Sabe-se que parte das doenças mundiais é evitável melhorando a gestão dos recursos hídricos,
abastecimento de água potável, saneamento e higiene. A importância global destas
intervenções foi reconhecida no Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), ou seja,
reduzir pela metade a proporção de pessoas sem acesso à água potável e saneamento básico
entre 1990 e 2015. (SOUZA, 2014).
Segundo HELLER, et al., (1997), “a falta de saneamento encontra-se estreitamente ligada à
propagação de morbidades”, podendo ser transmitidas pela ineficácia ou ausência “de
sistemas de distribuição e tratamento de água, coleta e tratamento de esgotos, drenagem
urbana, destino de lixo adequado e controle da poluição ambiental”.
Em se tratando de saúde ambiental, o Ministério da Saúde relata em seu Guia de Vigilância
Epidemiológica (2009) que a causa da alta taxa de incidência de algumas doenças no país são
ocasionadas devido à precariedade do saneamento básico. Exemplos dessas doenças são:
febre tifoide, diarreia, cólera, hepatites, leptospirose, dengue, esquistossomose, malária e
leishmaniose. Essa precariedade pode ser confirmada por meio de algumas citações do
próprio guia, como: “a ocorrência da febre tifoide está diretamente relacionada às condições
existentes de saneamento básico e aos hábitos individuais” e “o principal instrumento para o
controle da cólera é prover as populações, sob o risco, de adequada infraestrutura de
saneamento”.
CALIJURI et al., (2009) afirmam que “a infraestrutura sanitária deficiente desempenha uma
nítida interface com a situação de saúde e com as condições de vida das populações” e ainda
que “as doenças infecciosas continuam sendo uma importante causa de morbidade e
mortalidade”. E deve ser evidenciado ainda que “indicadores representam ferramentas de
alerta para situações de risco, assim como instrumentos auxiliares para monitoramento e
definição de estratégias para prevenção de riscos.” (VIANA, HACON e MOURÃO, 2008).
Outro fator preponderante para novos estudos e pesquisas na área do saneamento é a
“Confiabilidade de indicadores”, visto que nem sempre eles são analisados ou mesmo
utilizados como deveriam. É fundamental que este processo seja sistemático, pois, se feita de
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 15
A. R. CASTRO Justificativa
outra maneira mais pontual, circunstancial ou isolada poderia conduzir a decisões
equivocadas. (SCHNEIDER et al., 2010).
Têm-se ainda os ganhos na área da saúde pública, que podem ser atestados através da redução
de internações e mortalidades causadas por: doenças infectocontagiosas; doença diarreica
aguda (DDA) em menores de 5 anos; doenças relacionadas ao saneamento ambiental
inadequado (DRSAI); ou mesmo pelo aumento da expectativa de vida da população.
Por último e de grande relevância, não existe um índice governamental que quantifique o
saneamento municipal em um único número, apenas indicadores específicos para cada
vertente do saneamento. Dada esta necessidade foi proposta a criação de um Índice de
Carência em Saneamento Básico – ICSB a partir dos indicadores já utilizados pelo governo
federal.
A. R. CASTRO
4.REVISÃO DA LITERATURA
4.1. CONCEITOS
O conceito de Saneamento Ambiental possui uma abrangência que historicamente foi
construída com o objetivo de alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental,
compreendendo o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo de resíduos
sólidos urbanos, o manejo de águas pluviais urbanas, o controle de vetores, a disciplina na
ocupação e uso do solo, a fim de promover a melhoria das condições de vida urbana e rural.
Dentro desse conceito mais amplo, um recorte cada vez mais utilizado para uma parte do
Saneamento Ambiental é a classificação de Saneamento Básico, que envolve os sistemas e
serviços para o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, a limpeza pública ou manejo
dos resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais (BERNARDES, SCÁRDUA e
CAMAPANA, 2006).
Apesar do uso rotineiro e com amplo sentido, não existe um conceito unificado de saúde,
sendo que o seu uso é sempre acompanhado de uma série de imprecisões que acabam por
criar dificuldades de ordem conceitual, metodológica ou operacional. Portanto:
“As definições disponíveis estão situadas em uma grande diversidade, e vão desde
as mais abrangentes e operacionalmente intangíveis (o estado de completo bem estar
físico, mental e social), até aquelas conceitualmente limitadas, enquanto
operacionalmente úteis (a ausência de doenças). Outro aspecto a destacar é o fato de
que os níveis de saúde de uma população são determinados por múltiplos fatores, o
que significa dizer que as condições de saúde prevalentes em uma população em um
dado momento de tempo resultam de uma complexa interação de fatores de diversas
categorias atuando sobre a população.” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).
O sítio eletrônico Saúde & Cidadania define epidemiologia como sendo “o estudo da
frequência, da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde
em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos problemas de saúde”.
Uma maneira de quantificar a epidemiologia para que ela possa contribuir nos estudos
relativos à saúde é transformando-a em indicadores. Indicadores são valores utilizados para
medir e descrever um evento ou fenômeno de forma simplificada. Podem ser derivados de
dados primários, secundários ou outros indicadores e se classificam como analíticos
(constituídos de uma única variável) ou sintéticos (constituídos por uma composição de
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 17
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
variáveis). Para a sua construção, é necessário: nomear o indicador; definir seu objetivo;
estabelecer sua periodicidade de cálculo; indicar o responsável pela geração e divulgação;
definir sua fórmula de cálculo; e indicar seu intervalo de validade (FUNASA, 2012).
4.2. LEGISLAÇÃO
A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 21, ser competência da União:
“Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de
desenvolvimento econômico e social” e “instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos” (PLANSAB, 2013).
A Lei nº 11.445/2007, ou Lei de Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico (LDNSB),
estabelece, por sua vez, no artigo 52, que a União deverá elaborar, sob a coordenação do
Ministério das Cidades, o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), instrumento de
implementação da Política Federal de Saneamento Básico, contendo:
a) os objetivos e metas nacionais e regionalizadas, de curto, médio e longo prazos,
para a universalização dos serviços de saneamento básico e o alcance de níveis
crescentes de saneamento básico no território nacional, observando a
compatibilidade com os demais planos e políticas públicas da União;
b) as diretrizes e orientações para o equacionamento dos condicionantes de natureza
político-institucional, legal e jurídica, econômico-financeira, administrativa, cultural
e tecnológica com impacto na consecução das metas e objetivos estabelecidos;
c) a proposição de programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos
e as metas da Política Federal de Saneamento Básico, com identificação das
respectivas fontes de financiamento;
d) as diretrizes para o planejamento das ações de saneamento básico em áreas de
especial interesse turístico;
e) os procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações
executadas. A mesma Lei estabelece que os planos devam ser elaborados com
horizonte de 20 anos, avaliados anualmente e revisados a cada quatro anos,
preferencialmente em períodos coincidentes com os de vigência dos planos
plurianuais.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 18
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
4.3. SANEAMENTO E SAÚDE
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como saneamento: o controle de todos os
fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre seu
bem estar físico mental e social. A própria OMS ainda define saúde como o estado de
completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença. Através dessas
e outras definições concluímos que o saneamento constitui um conjunto de ações sobre o
meio ambiente físico, portanto de controle ambiental, cujo objetivo é proteger a saúde do
homem (BRUSCHI et al., 1995).
A Lei Orgânica da Saúde ou Lei nº 8.080/90 da Constituição Federal determina ser atribuição
do Sistema Único de Saúde (SUS) participar da formulação da politica e da execução das
ações de saneamento e colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente. A
Constituição estabelece ainda, ser competência de a União instituir diretrizes para o setor, na
perspectiva do desenvolvimento urbano e do município, organizar e prestar os serviços
públicos de interesse local.
A estreita relação entre enfermidades e saneamento pode ser verificada em diversos relatos
publicados em periódicos ou livros correlatos, como, apresentado por BRUSCHI et al. (2002),
enunciando que a proliferação de doenças e epidemias decorre diretamente da precariedade
dos serviços de saneamento, quadro agravado pela carência de controle de vetores. Condições
insuficientes de saneamento básico geram índices significativos de morbidade e mortalidade
causadas por doenças infecciosas e parasitárias.
O risco à saúde pública está ligado a fatores possíveis e indesejáveis de ocorrerem em áreas
urbanas e rurais, e que podem ser minimizados ou eliminados com o uso apropriado de
serviços de saneamento. A utilização de água potável é vista como o fornecimento de alimento
seguro à população. O sistema de esgoto promove a interrupção da “cadeia de contaminação
humana”. A melhoria da gestão dos resíduos sólidos reduz o impacto ambiental e elimina ou
dificulta a proliferação de vetores (FUNASA, 2011).
Segundo o Guia de Vigilância Epidemiológica (2009), do Ministério da Saúde, para
identificação da área de transmissão de uma doença epidemiológica, deve-se: levantar a
história do paciente, com ênfase em deslocamentos para áreas atingidas pela cólera, locais de
alimentação, condições de saneamento no trabalho e ambiente domiciliar.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 19
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
O guia enfatiza que as hepatites virais A e E são transmitidas pela via fecal-oral e estão
relacionadas às condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos
alimentos. Se tratando de hepatites, as medidas de saneamento básico são fundamentais,
evitando a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios para não comprometer o
lençol d’água.
Ainda de acordo com o guia, a leptospirose torna-se uma doença epidêmica em períodos
chuvosos, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, às
condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados. Vemos aqui
problemas relacionados à drenagem de água pluviais e geração de vetores.
COSTA et al., (2005) estimam que a diarreia é responsável por 4,3% dos anos de vida
perdidos ou com incapacitação (DALY3) no mundo e que 88% desta carga de doença são
atribuídas ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e higiene inadequada. A maior
concentração dessa carga recai em crianças dos países em desenvolvimento com condições
impróprias de saneamento. (CALIJURI et al., 2009).
Segundo o Guia para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento (2006), não existe
cidade se não existir água disponível regularmente, capaz de atender às necessidades básicas
do ser humano, para o controle e prevenção de doenças, para a garantia do conforto e para o
desenvolvimento socioeconômico. Ao se modernizar, a cidade não consegue fugir dessa
dependência, pelo contrário, a necessidade por água aumenta em função da complexidade do
aparato produtivo.
Mas não basta ter água em abundância, é preciso ter tecnologias para a realização de um
tratamento adequado e uma estrutura para o crescimento urbano da cidade. Na Amazônia a
poluição da água pelo mercúrio dos garimpos; a contaminação microbiana da água por falta
de infraestrutura de saneamento em zonas urbanas; o crescimento urbano desordenado; e das
condições socioeconômicas da população local, tem-se verificado efeitos, muitas vezes
negativos, na saúde pública que demonstram o caminho de insustentabilidade de práticas e de
atividades desenvolvidas na região (CHAVES et al., 2013).
3 Do inglês “Disability-Adjusted Life Year”. Em português equivale a: “esperança de vida corrigida pela
incapacidade”.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 20
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
A cadeia de influências ambientais que culminam no desenvolvimento de doença no homem,
vem sendo embasada na análise das condições de saúde ambiental de uma população, que
atualmente é mensurada por sistemas de indicadores. Um dos modelos utilizados é o
FPEEEA, proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004), o qual se tem
universalizado como capaz de demonstrar os fatores macropolíticos (chamados fatores de
base), tais como os econômicos e sociais, até aos fatores estruturais (chamados fatores de
suscetibilidade), como saneamento, que em cadeia são capazes de influenciar a saúde
ambiental (CHAVES et al., 2013).
4.4. FORÇA MOTRIZ, PRESSÃO, ESTADO, EXPOSIÇÃO, EFEITOS, AÇÕES
(FPEEEA)
A partir da Agenda 21, foi criado o modelo Pressão-Estado-Resposta (PER), que se baseia
num conceito de causalidade: as atividades humanas exercem pressões sobre o ambiente,
modificando sua qualidade e a quantidade de recursos naturais; a sociedade, por sua vez,
responde a estas mudanças por intermédio de políticas ambientais, econômicas e setoriais.
Devido ao avanço da degradação ambiental houve a necessidade de incorporar no modelo um
elemento que o caracterizasse. Desta forma, o Programa das Nações Unidas e Meio Ambiente
– PNUMA acrescenta no modelo a componente “Impacto”.
O então modelo Pressão-Estado-Impacto-Resposta (PEIR) foi utilizado, pelo PNUMA, no
programa Geo Cidades. A matriz PEIR define e relaciona o conjunto de fatores que
determinam as características atuais do meio ambiente em qualquer nível de agregação
territorial (local, regional, nacional, global), buscando estabelecer uma vinculação lógica entre
os seus componentes. Define os padrões de relacionamento entre as ações antrópicas urbanas
e o meio ambiente (KLIGERMAN et al., 2007).
Buscando uma forma mais abrangente de caracterizar quais fatores geram tais impactos, a
Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável – UNCSD substituiu o
elemento “Pressão” pela “Força Motriz”. Então, a OMS, pensando nos fatores de risco e nos
efeitos à saúde humana, substituiu o elemento “Impacto” pelos elementos “Exposição” e
“Efeito”, além da substituição do elemento “Resposta” por “Ação”, refletindo sobre as
intervenções que devem ser realizadas a fim de se minimizar os perigos à saúde.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 21
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
A OMS propôs um modelo conceitual denominado FPEEEA: Força Motriz – Pressão –
Estado – Exposição – Efeitos – Ações, que retrata um sistema de indicadores de saúde
ambiental, para descrever e analisar a ligação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento e
tem sido usado na análise da situação global, como subsídio à tomada de decisão
(KLIGERMAN et al., 2007).
O modelo FPEEEA, segundo CHAVES et al., (2013) tem sido utilizado em experiências
internacionais que avaliam a natureza do risco ambiental na saúde humana. No Brasil, a
contaminação por amianto, a qualidade da água de abastecimento público e a qualidade do ar
foram destacados como fatores de risco para a saúde pública, no Simpósio Internacional sobre
a Construção de Indicadores para a Gestão Integrada em Saúde Ambiental, e como
experiências de aplicação da metodologia FPEEEA, coordenadas pelo Ministério da Saúde.
Neste mesmo evento, o governo de Cuba apresentou ainda um estudo sobre habitação
saudável e o Canadá sobre radiação ultravioleta, ambos também embasados na metodologia
de FPEEEA, proposta pela Organização Mundial da Saúde (CHAVES et al., 2013).
O indicador de Força Motriz determina a estrutura e dinâmica do modelo de desenvolvimento
socioeconômico local; o indicador de Pressão determina as pressões sobre o ambiente; o
indicador de Estado reflete a condição ou estado do meio ambiente; o indicador de Exposição
baseia-se nas condições consideradas de risco para a população alvo; os indicadores de
Efeitos à Saúde determinam o grau do problema de saúde (VIANA, HACON e MOURÃO,
2008).
Este modelo identifica quais Forças Motrizes geram Pressões que perturbam o ambiente e a
saúde humana, provocadas por diversas formas de evidenciação aos riscos, ocasionados por
fatores adversos, impactando de alguma forma na saúde. O modelo FPEEEA, como ficou
conhecido, permitem que sejam integradas as análises dos efeitos dos riscos ambientais ao
desenvolvimento e implantação dos processos decisórios, políticas públicas e práticas de
gerenciamento de riscos.
O modelo mostra que, para a construção dos indicadores, é primordial a definição do
problema ou da questão a ser abordada, a partir do uso destes indicadores e do interesse do
pesquisador. Podem-se citar alguns aspectos que devem ser considerados: o risco específico, o
local onde ocorre a exposição, o resultado específico à saúde, a ação específica ou a força
condutora adjacente relacionada, principalmente ao trabalhador (como, por exemplo, as
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 22
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
condições precárias de vida ou o comprometimento imunológico) (KLIGERMAN et al.,
2007).
4.5. INDICADORES
Os indicadores devem ser os mais específicos possíveis à questão tratada; sensíveis a
mudanças específicas nas condições de interesse; cientificamente confiáveis; imparciais e
representativos das condições de interesse, além de propiciar o máximo de benefício e
utilidade (KLIGERMAN et al., 2007).
WILL & BRIGG (19954 apud BORJA & MORAES 2000) acreditam que os indicadores
sejam um meio de prover as políticas com informações, de demonstrar seu desempenho ao
longo do tempo e de realizar previsões, podendo ser utilizados para a promoção de políticas
específicas e monitorização de variações espaciais e temporais das ações públicas. BORJA &
MORAES, (2000), acreditam que os indicadores permitem adquirir novos conhecimentos
e/ou transmitir os conhecimentos existentes, não só aos investigadores, mas também aos
responsáveis pela tomada de decisões e ao público em geral.
Além disso, os indicadores podem ser utilizados para descrever os prováveis resultados das
políticas em curso, ou da sua ausência, ou ainda identificar a adaptação e definição de novas
políticas. Assim, os objetivos de um sistema de indicadores devem não apenas contemplar o
interesse do Poder Público em avaliar a eficiência e eficácia das políticas adotadas, mas
também ser um instrumento de cidadania, na medida em que informem aos cidadãos o estado
do meio ambiente e da qualidade de vida (BORJA & MORAES, 2000).
KLIGERMAN et al., (2007) declaram que alguns critérios devem ser considerados na seleção
de indicadores (também aplicáveis aos indicadores de saúde ambiental), como existência de
dados base; possibilidade de intercalibração; número total de indicadores selecionados; e
possibilidade de comparação com critérios legais ou outros padrões/metas existentes.
4 WILL, John, BRIGGS, David. Developing Indicators for Environment and Health. World Health
Statistics Quarterly. Geneve, v. 48, n.2, p.155-163, 1995
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 23
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
4.6.ÍNDICE DE CARÊNCIA EM SANEAMENTO BÁSICO (ICSB)
Para cada indicador da Matriz FPEEEA deverá ser determinado primeiramente o valor de seu
Índice de Carência em Saneamento Básico – ICSB. O ICSB foi criado em 2004 pelo Instituto
de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Jones dos Santos Neves – IJSN, para que o
governo do estado do Espírito Santo pudesse verificar o acesso da população aos serviços de
saneamento básico. O índice consiste em determinar – por meio de indicadores que estão
agrupados em categorias – o índice de carência em saneamento de cada município.
Para o estudo desenvolvido pelo IJSN os indicadores utilizados foram os microdados da
amostra do Censo 2000, os quais eram julgados em “adequados/inadequados”. Os indicadores
adotados pelo estudo em questão levavam em consideração apenas as vertentes:
abastecimento de água, esgotamento sanitário e lixo. A Tabela 1 apresenta os indicadores em
questão.
Tabela 1. Indicadores utilizados no estudo do Espírito Santo e seus padrões.
Atributos Variáveis Área urbana Área rural
Abastecimento de
água
Rede geral - canalização em pelo menos um cômodo Adequado Adequado
Rede geral - canalização só na propriedade ou terreno Inadequado Inadequado
Poço ou nascente – canalização em pelo menos um cômodo Inadequado Adequado
Poço ou nascente – canalização só na propriedade ou terreno Inadequado Inadequado
Poço ou nascente – não canalizada Inadequado Inadequado
Outra forma - canalização em pelo menos um cômodo Inadequado Inadequado
Outra forma - canalização só na propriedade ou terreno Inadequado Inadequado
Outra forma - não canalizada Inadequado Inadequado
Esgotamento
sanitário
Rede geral de esgoto ou pluvial Adequado Adequado
Fossa séptica Inadequado Adequado
Fossa rudimentar Inadequado Inadequado
Vala Inadequado Inadequado
Rio, lago ou mar Inadequado Inadequado
Outro escoadouro Inadequado Inadequado
Sem banheiro ou sanitário Inadequado Inadequado
Lixo
Coletado por serviço de limpeza Adequado Adequado
Caçamba do serviço de limpeza Adequado Adequado
Queimado (na propriedade) Inadequado Inadequado
Enterrado (na propriedade) Inadequado Adequado
Jogado em terreno baldio ou logradouro Inadequado Inadequado
Jogado em rio, lago ou mar Inadequado Inadequado
Outro destino Inadequado Inadequado
Coletado por serviço de limpeza Adequado Adequado
Fonte: Microdados da Amostra CENSO 2000 do IBGE. Modificado por IJSN, 2004.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 24
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
Nesse modelo eram calculados os Índices de Carência – IC para as três vertentes citadas,
sendo essas subdivididas ainda em “urbano” e “rural”: Icágua urbano; Icágua rural; Icesgoto
urbano; Icesgoto rural; Iclixo urbano; e Iclixo rural. O índice era obtido através da equação:
𝐼𝐶 =𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑂𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜−100
0−100 (4.1)
Segundo o próprio estudo, “100” corresponde ao pior valor observado (100% de carência
absoluta) e “0” corresponde ao melhor valor (0% de carência). Para a obtenção do índice final
que a soma das medias ponderadas de cada um dos índices parciais são atribuídos pesos para
cada categoria, sendo eles 3 (Icágua), 2 (Icesgoto) e 1 (Iclixo).
4.7.DOENÇAS RELACIONADAS AO SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO
(DRSAI)
A intrínseca relação entre saneamento e saúde tem sido discutida e reiterada por diversos
estudos, e é evidente o benefício que as políticas de saneamento exercem sobre as condições
de saúde da população, especialmente no que diz respeito às doenças infecto parasitárias. O
conjunto de tais doenças foi definido no inicio dos anos 2000 pela FUNASA como sendo
Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado – DRSAI (FONSECA e
VASCONCELOS, 2011).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE define ainda as DRSAI como sendo
“doenças que podem estar associadas ao abastecimento de água deficiente, ao esgotamento
sanitário inadequado, a contaminação por resíduos sólidos ou as condições precárias de
moradia”, incluindo também a higiene inadequada.
O indicador DRSAI permite conhecer, monitorar e avaliar a situação de saúde relacionada às
condições de saneamento ambiental, subsidiando ações que podem, inclusive, reduzir os
gastos com saúde. A sua desagregação em categorias de doenças, segundo as suas formas de
transmissão, permite identificar melhor os problemas e definir as principais estratégias para o
controle epidemiológico, direcionando as políticas públicas (Indicadores de Desenvolvimento
Sustentável, 2012).
As doenças consideradas no estudo de FONSECA & VASCONCELOS (2011) como DRSAI
são: Diarreia, Febres entéricas, Hepatite A, Dengue, Febre Amarela, Leishmanioses, Filariose
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 25
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
linfática, Malária, Doença de Chagas, Esquistossomose, Leptospirose, Doenças dos olhos,
Tracoma, Conjuntivites, Doenças da pele, Micoses superficiais, Helmintíases, Teníases.
4.8. MODELO ESTATÍSTICO: CORRELAÇÃO LINEAR
Dentre os procedimentos estatísticos existentes, temos a chamada Correlação Linear, onde são
estudadas duas variáveis medidas em um único indivíduo simultaneamente. O procedimento
de correlação mais conhecido é o de Pearson, mas que nem sempre vem a ser o mais
adequado, especialmente quando uma ou ambas as variáveis são medidas em escala ordinal
(PONTES, 2010).
Para estes casos, o Coeficiente de Correlação de Postos de Spearman é mais indicado por
levar em consideração a ordem dos dados e não somente seu valor intrínseco. Este coeficiente
não é sensível a assimetrias na distribuição, nem à presença de outliers5, o que o torna um
bom substituto para a verificação do inter-relacionamento das variáveis consideradas.
O coeficiente de Coeficiente de Correlação de Postos de Spearman é dado por:
ρ = 1 −6∗∑ 𝑑𝑖
2𝑛𝑖=1
𝑛³−𝑛 (4.2)
Onde n é o número de pares (𝑥𝑖, 𝑦𝑖); e 𝑑𝑖 (postos de 𝑥𝑖dentre os valores de x) - (postos de 𝑦𝑖
dentre os valores de y);
Quando todos os valores de 𝑑𝑖 são nulos, ou seja, quando os postos das variáveis X e Y são
iguais para cada um dos indivíduos, o Coeficiente de Correlação de Postos de Spearman será
igual ao seu valor máximo (ρ =1), enquanto seu valor mínimo (ρ = -1) é obtido quando a
soma dos quadrados das diferenças é máxima e igual a ((𝑛³ − 𝑛) 3⁄ ). Logo, o coeficiente ρ
de Spearman varia entre -1 e 1. Portanto, quanto mais próximo estiver destes extremos, maior
será a associação entre as variáveis.
A correlação negativa ocorre quando há uma inversão dos valores dos postos da variável Y em
relação à variável X. A correlação positiva ocorre se os postos das duas variáveis seguem
aproximadamente o mesmo padrão. A obtenção de coeficientes de correlação de postos com
5 Observações que apresentam um grande afastamento das restantes ou são inconsistentes com elas; também
designadas por observações “anormais”, contaminantes, estranhas, extremas ou aberrantes.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 26
A. R. CASTRO Revisão da Literatura
valores próximos de zero sugerem a não existência de correlação linear entre as duas variáveis
(PONTES, 2010).
A. R. CASTRO
5. METODOLOGIA
5.1. CONSTRUÇÃO E SELEÇÃO DOS INDICADORES DA MATRIZ FPEEEA
Para determinação do Índice de Carência em Saneamento Básico (ICSB) primeiramente
foram definidos indicadores através do modelo FPEEEA (Força-Motriz, Pressão, Estado,
Exposição, Efeito e Ação). O modelo FPEEEA proposto neste estudo é apresentado na Figura
1.
Figura 1. Matriz FPEEEA.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Para cada vertente do modelo FPEEEA foram então definidos indicadores, os quais também
foram empregados por SOUZA (2014); CALIJURI et al. (2009); BORJA e MORAES (2000);
e COSTA et al. (2005). Ambos os autores, para a seleção de seus indicadores, se basearam no
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 28
A. R. CASTRO Metodologia
folder de “Vigilância em Saúde Ambiental: Dados e Indicadores Selecionados”, publicado
pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.
A seguir, nas Tabela 2, Tabela 3, Tabela 4, Tabela 5, Tabela 6 e Tabela 7 são apresentados os
indicadores referentes a cada vertente do modelo FPEEEA.
Tabela 2. Modelo FPEEEA: Indicadores de Força Motriz.
FORÇA MOTRIZ
FM. 1 Taxa de crescimento geométrico (19) Percentual de incremento médio da população residente em
determinado espaço geográfico, no período considerado, 2010 a 2014.
FM. 2
Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (19) Mede o nível de Desenvolvimento Humano dos
municípios utilizando como critérios indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula),
longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita).
FM. 3
População economicamente ativa ocupada (5) Percentual da população economicamente ativa ocupada.
Define-se como população economicamente ativa ocupada o contingente de pessoas de 10 anos e mais
de idade que está trabalhando na semana de referência ou que não exerceram trabalho remunerado na
semana de referência por motivo de greve, férias, licença, etc.
FM. 4 Produto Interno Bruto (PIB) per capita (19) Valor do Produto Interno Bruto (PIB) anual em reais (R$), a
preços de mercado per capita.
FM. 5 Índice de Gini - Renda (19) Mede o grau de desigualdade na distribuição da renda. Pode variar entre 0
(baixa desigualdade) e 1 (alta desigualdade).
FM. 6 Grau de Urbanização (5) Percentual de pessoas que vivem em domicílios urbanos.
Fonte: Vigilância em Saúde Ambiental: Dados e Indicadores Selecionados, 2014. Adaptado pelo autor.
Tabela 3. Modelo FPEEEA: Indicadores de Pressão.
PRESSÃO
P.1 Frota de veículos por habitante (7) Razão entre a frota total de veículos automotores e o número de
habitantes.
P.2 Terras em uso agrícola, pecuária e reflorestamento (8) Percentual de áreas com lavouras permanentes e
lavouras temporárias em utilização, todas pertencentes a estabelecimentos agrícolas.
P.3 Consumo de energia elétrica (19) Consumo residencial per capita de eletricidade, expresso em MWh.
P.4 Consumo médio per capita de água em L/hab.dia (6)
P.5 Índice de coleta de esgoto (6)
P.6 Destinação dos resíduos sólidos urbanos (6)
Fonte: Vigilância em Saúde Ambiental: Dados e Indicadores Selecionados, 2014. Adaptado pelo autor.
Tabela 4. Modelo FPEEEA: Indicadores de Estado.
ESTADO
S.1 Esgotamento sanitário (5) Percentual de domicílios sem serviço de rede coletora e fossa séptica de
esgotamento sanitário.
S.2 Tratamento de esgoto (9) Percentual de municípios sem tratamento de esgoto sanitário.
S.3 Coleta de Lixo (5) Percentual de domicílios sem coleta regular direta ou indireta de lixo.
S.4 Inundações (11) Percentual de municípios que sofreram inundações.
S.5 SAA sem tratamento de água (12) Percentual de sistemas de abastecimento de água sem tratamento.
S.6 Coliformes totais – Qualidade da Água (12) Percentual das amostras realizadas pela Vigilância em Saúde
com ausência de coliformes totais, conforme a Portaria MS nº 2914/2011.
S.7 Áreas contaminadas ou potencialmente contaminadas com população exposta (13) Números de áreas
contaminadas ou suspeitas de contaminação identificadas pela Vigilância em Saúde Ambiental.
Fonte: Vigilância em Saúde Ambiental: Dados e Indicadores Selecionados, 2014. Adaptado pelo autor.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 29
A. R. CASTRO Metodologia
Tabela 5. Modelo FPEEEA: Indicadores de Exposição.
EXPOSIÇÃO
Ex.1
População abastecida por SAA e SAC sem tratamento (12) Percentual da população abastecida por forma
de abastecimento de água de Sistema de Abastecimento de Água e Solução Alternativa Coletiva sem
tratamento.
Ex.2 População sem instalação adequada de esgoto (5) Percentual de pessoas que vivem em domicílios
particulares permanentes sem instalações de esgoto.
Ex.3 População sem coleta de lixo (5) Percentual de pessoas que vivem em domicílios sem coleta de lixo.
Ex.4 Residentes em aglomerados subnormais (1) Percentual de pessoas que vivem em domicílios localizados
em aglomerados subnormais (favelas e similares).
Fonte: Vigilância em Saúde Ambiental: Dados e Indicadores Selecionados, 2014. Adaptado pelo autor.
Tabela 6. Modelo FPEEEA: Indicadores de Efeito.
EFEITO
Ef.1
Internações por Doença Diarreica Aguda (DDA) em menores de 5 anos (14) Taxa de internação
hospitalar, no SUS, por Doença Diarreica Aguda (DDA) em crianças menores de 5 anos em relação a
população residente de menores de 5 anos, por 1.000 crianças. Dados de internação atualizados em:
12/02/2014.
Ef.2 Internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) (15) por 100 mil
habitantes. Dados de internação atualizados em: 12/02/2014.
Ef.3
Mortalidade proporcional por Doença Diarreica Aguda (DDA) em menores de 5 anos (16) Percentual de
óbitos por Doença Diarreica Aguda (DDA) em relação ao total de óbitos de menores de cinco anos de
idade, na população residente. Dados de óbito atualizados em: 24/01/2014.
Ef.4
Mortalidade proporcional por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) (16)
Percentual de óbitos por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) em relação
ao total de óbitos por doenças infecciosas e parasitárias. Dados de óbito atualizados em: 24/01/2014.
Fonte: Vigilância em Saúde Ambiental: Dados e Indicadores Selecionados, 2014. Adaptado pelo autor.
Tabela 7. Modelo FPEEEA: Indicadores de Ação.
AÇÃO
A.1
Cumprimento do plano de amostragem do Vigiagua - coliformes totais (18) Percentual de cumprimento
pela Vigilância em Saúde do número de amostras realizadas de coliformes totais de acordo com a diretriz
nacional do plano de amostragem do Vigiagua.
A.2
Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada aos Acidentes com Produtos Perigosos – VIGIAPP (18)
Unidade da Federação que desenvolve atividades de Vigilância em Saúde Ambiental relacionada aos
Acidentes com Produtos Perigosos.
A.3
Vigilância em Saúde Ambiental relacionada aos riscos decorrentes de desastres – VIGIDESASTRES (18)
Unidade da Federação que desenvolve atividades de Vigilância em Saúde Ambiental relacionada aos
riscos decorrentes de desastres.
A.4
Número de unidades notificadoras de agravos relacionados ao trabalho na Atenção Primária à Saúde e na
Rede de Atenção Especializada (serviços especializados e Urgência e Emergência) (18) Número absoluto
de unidades de saúde que notificaram agravos relacionados ao Trabalho (portaria nº 777/GM de 28 de
abril de 2004).
Fonte: Vigilância em Saúde Ambiental: Dados e Indicadores Selecionados, 2014. Adaptado pelo autor.
Cada indicador possui um número de identificação entre parênteses o qual pode ser
relacionado com a Tabela 8, que remete à fonte para dados secundários do indicador em
questão.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 30
A. R. CASTRO Metodologia
Tabela 8. Fontes dos dados secundários dos indicadores da Matriz FPEEEA.
Ref. Fonte
(1) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Departamento de População e Indicadores Sociais
(2) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sistema de Contas Regionais - SCR
(3) IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. IPEADATA
(4) PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Atlas do Desenvolvimento Humano
(5) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios –
PNAD
(6) MC - Ministério das Cidades. Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento - SNIS.
(7) Denatran - Departamento Nacional de Trânsito. Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de
Trânsito - Renaest
(8) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário
(9) IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB
(10) MME - Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional
(11) MIN - Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Defesa Civil - SEDEC
(12) MS - Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental - SISAGUA
(13) MS - Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental - SISSOLO
(14) MS - Ministério da Saúde. Pacto da Atenção Básica. Datasus
(15) MS - Ministério da Saúde. Sistema de Informações Hospitalares - SIH. Datasus
(16) MS - Ministério da Saúde. Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Datasus
(17) MS - Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. Datasus
(18) MS - Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental - CGVAM. Áreas
Técnicas
(19) IMB - Instituto Mauro Borges - SEGPLAN - Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento
Fonte: Vigilância em Saúde Ambiental: Dados e Indicadores Selecionados, 2014. Adaptado pelo autor.
Devido à ausência de dados secundários a nível municipal foram utilizados dados secundários
estaduais para alimentar os indicadores da Matriz FPEEEA retirados dos folders de
“Vigilância em Saúde Ambiental – Dados e Indicadores selecionados”, dos anos de 2009 a
2013. Foram escolhidas então as Unidades Federativas – UF, da região do Centro Oeste
brasileiro – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal para realização do
estudo.
Para suprir os indicadores necessários no cálculo dos Índices de Carência em Saneamento
Básico – ICSB, tanto Parciais quanto Globais, foram utilizados os dados apresentados na
Tabela 9.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 31
A. R. CASTRO Metodologia
Tabela 9. Indicadores percentuais da região Centro Oeste utilizados para cálculo do ICSB.
IND
2009 2010 2011 2012 2013
UNIDADE FEDERATIVA UNIDADE FEDERATIVA UNIDADE FEDERATIVA UNIDADE FEDERATIVA UNIDADE FEDERATIVA
MS MT GO DF MS MT GO DF MS MT GO DF MS MT GO DF MS MT GO DF
S6.1 75,97 46,57 63,83 3,23 75,89 70,17 58,38 1,88 75,89 70,71 58,38 1,88 60,08 64,05 36,23 3,70 60,08 64,05 36,23 3,70
S.2 88,34 94,27 92,23 0,00 1,28 2,84 3,66 100,00 1,28 2,84 3,66 100,00 1,28 2,84 3,66 100,00 1,28 2,84 3,66 100,00
S.3 10,69 20,48 9,79 1,75 9,92 19,51 9,15 1,17 9,92 19,51 9,15 1,17 10,08 14,87 6,94 1,56 10,08 14,87 6,94 1,56
S.4 3,90 3,90 0,00 0,00 1,40 0,00 0,00 0,00 1,28 3,55 0,41 0,00 34,62 4,96 7,32 0,00 0,00 9,93 2,03 0,00
S.5 0,00 25,16 8,78 0,00 0,00 27,70 9,52 2,08 0,00 27,95 8,90 0,00 0,00 23,77 7,06 1,52 0,45 18,29 6,43 1,49
S.6 94,79 88,03 92,70 96,23 89,99 85,33 94,47 93,57 91,19 90,26 93,24 96,76 93,90 87,65 93,34 96,99 94,04 91,72 93,10 100,00
Ex7.1 0,21 3,74 1,96 0,50 0,20 3,56 2,04 0,00 0,28 3,29 2,05 0,00 0,39 3,79 1,80 0,29 0,30 2,01 1,67 0,28
Ex.2 0,49 2,53 0,89 0,12 76,61 71,35 59,80 1,94 76,61 71,35 59,80 1,94 60,54 64,57 37,61 4,01 60,54 64,57 37,61 4,01
Ex.3 11,13 20,24 9,23 1,83 9,77 18,28 8,60 1,19 9,77 18,28 8,60 1,19 10,19 14,34 6,67 2,03 10,19 14,34 6,67 2,03
Ex.4 0,17 0,30 0,47 1,38 0,17 0,30 0,47 1,38 0,82 7,12 0,47 5,22 0,82 7,12 0,47 5,22 0,82 7,12 0,47 5,22
Ef8.1 13,45 14,49 15,63 10,19 5,21 5,17 4,56 3,36 14,44 18,31 19,14 5,85 8,32 11,06 10,26 4,24 8,15 10,86 9,49 4,82
Ef.2 186,21 259,22 301,78 51,97 297,64 468,40 325,31 74,69 442,87 476,92 533,53 111,86 216,55 274,58 286,36 81,00 157,76 282,15 199,22 67,09
Ef.3 4,40 3,05 1,73 1,01 8,30 3,45 0,68 0,34 6,28 3,38 0,74 0,48 3,00 3,03 0,88 0,36 5,15 2,58 0,78 1,30
Ef.4 0,68 0,63 2,57 2,16 1,39 1,52 2,86 2,10 1,75 1,51 2,97 2,39 1,03 0,94 2,62 2,02 1,19 0,97 2,51 2,27
Fonte: Vigilância em Saúde Ambiental – Dados e Indicadores selecionados, 2009 a 2013. Adaptado pelo autor.
6 Categoria: ESTADO (S).
7 Categoria: EXPOSIÇÃO (Ex).
8Categoria: EFEITO (Ef).
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 32
A. R. CASTRO Metodologia
5.2. CÁLCULO DOS INDICADORES DE CARÊNCIA EM SANEMAENTO BÁSICO
O ICSB do estudo realizado no estado do Espírito Santo foi obtido em categorias, variando
com o modo de agrupamento dos indicadores, por exemplo, um “ICSB água” ou “ICSB
esgoto”, que apresentariam, respectivamente, índice de carência em aspectos/infraestruturas
relativos à água ou a esgoto do objeto de estudo. A partir destes foi então determinado o ICSB
“geral” que representa todo o objeto de estudo (no caso, o município).
Para que seja quantificado o Índice de Carência em Saneamento Básico Parcial de cada
categoria (de agora em diante denominado de ICSB Parcial) foi utilizada a equação (5.1), a
mesma utilizada no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
𝐼𝐶𝑆𝐵𝑃𝑎𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 =𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑂𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑑𝑜 − 𝑃𝑖𝑜𝑟 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟
𝑀𝑒𝑙ℎ𝑜𝑟 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 − 𝑃𝑖𝑜𝑟 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟
(5.1)
E em seguida foi calculado o Índice de Carência em Saneamento Básico “geral” (de agora em
diante denominado de ICSB Global) para cada município, por meio da equação:
𝐼𝐶𝑆𝐵𝐺𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 = ∑(𝐼𝐶𝑆𝐵𝑃𝑎𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑛 ∗ 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎𝑛)
𝑃𝑒𝑠𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝐶𝑎𝑡𝑒𝑔𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 (5.2)
Os pesos para cada categoria são adotados segundo critérios e necessidades de ajustes de cada
autor, como é citado pelo Ministério da Saúde no livro Avaliação de Impacto na Saúde das
Ações de Saneamento: Marco Conceitual e Estratégia Metodológica, (2004) “Adotar pesos
por cada indicador para compor o índice, considerando as condições em que as situações
extremas se reflitam no índice”.
Através da equação (5.1), para o primeiro indicador (S.1), foi inserido em “Valor Observado”
o valor percentual de cada município em análise referente a este mesmo indicador. Em
seguida, em “Menor Valor”, foi inserido o menor valor dentre todos os percentuais dos
municípios em análise referente a este mesmo indicador (S.1). Por consequência, o campo
“Maior Valor” foi preenchido com o maior valor dentre eles.
Para exemplificar, a Tabela 10 apresenta valores percentuais hipotéticos para os indicadores
S.1, S.2 e S.3, de 4 municípios (também hipotéticos), bem como os respectivos Menor Valor
(em azul) e Maior Valor (em vermelho) de cada indicador.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 33
A. R. CASTRO Metodologia
Tabela 10. Exemplificação do uso da Equação (5.1).
INDICADOR MUNICIPIOS E VALORES OBSERVADOS
MENOR MAIOR A B C D
S.1 75,97 46,57 63,83 3,23 3,23 75,97
S.2 88,34 94,27 92,23 0 0 94,27
S.3 10,69 20,48 9,79 1,75 1,75 20,48
Fonte: Elaborada pelo autor.
Feito isso, a equação (5.1) produziu o ICSB Parcial para cada indicador referente a cada
município, sendo que sempre haverá um município com ICSB Parcial igual a 1 e outro com
ICSB Parcial igual a zero. Ainda utilizando os dados do exemplo da Tabela 10, a Tabela 11
apresenta os respectivos valores de ICSB Parcial.
Tabela 11. ICSB Parcial obtido pela Equação (5.1).
INDICADOR ICSB Parcial
A B C D
S.1 1,00 0,60 0,83 0,00
S.2 0,94 1,00 0,98 0,00
S.3 0,48 1,00 0,43 0,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Para que se possa ter uma análise mais fidedigna possível, é importante que os dados
utilizados em um mesmo indicador sejam referentes há um mesmo ano. Tomando ainda como
exemplo o indicador S.1, todos os dados referentes a ele foram, por exemplo, do ano de 2013.
Já para o S.2, os dados poderiam ter sido de 2014, desde que para todos os municípios,
fossem utilizados dados de mesmo ano. O ideal seria que todos os indicadores utilizassem o
mesmo ano de referência para a análise, mas como a coleta de alguns desses indicadores não é
realizada anualmente, prezou-se pelos dados mais recentes.
Este procedimento foi realizado para todos os indicadores das categorias Estado, Exposição e
Efeito.
Uma vez encontrados os valores de ICSB Parcial para cada indicador, a equação (5.2)
forneceu o ICSB Global para cada município, onde a Tabela 12 define os pesos adotados para
cada categoria, com o intuito de evidenciar a importância a cada categoria da nossa Matriz.
Tabela 12. Peso de cada categoria para calculo do ICSB Global.
Categoria Estado Exposição Efeito
Peso 3 2 1
Fonte: Elaborada pelo autor.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 34
A. R. CASTRO Metodologia
Foi adotado então menor peso para a categoria Efeito – que tem como seus indicadores as
Internações e Mortalidades por: Doença Diarreica Aguda (DDA) e Doenças Relacionadas ao
Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) – partindo-se do pressuposto que tais doenças
não necessariamente são adquiridas nas próprias residências por questões de saneamento
ineficaz, mas também por falta de higiene do individuo (como não lavar as mãos ou mesmo a
ausência de cuidados no preparo de alimentos).
Para a categoria Estado – que apresenta indicadores sobre presença ou não das 4 principais
vertentes do saneamento (abastecimento de água, coleta de esgoto, coleta de resíduos sólidos
e drenagem de água pluviais) – se partiu do pressuposto de que esses percentuais sendo
elevados remetem diretamente à baixa qualidade na saúde, por isso, recebeu maior peso
dentre as três categorias. Acreditando-se que a categoria Exposição representa condições entre
os extremos das duas categorias anteriores, achou-se válido atribuir-lhe peso mediano.
O procedimento para obtenção do ICSB Global foi repetido para todos os municípios
analisados.
5.3. OBTENÇÃO DOS VALORES DE DOENÇAS RELATIVAS AO SANEAMENTO
AMBIENTAL INADEQUADO
O banco de Dados Agregados do Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA
apresenta diversos indicadores nacionais, dentre eles, temos “Internações hospitalares por
doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, total e segundo as categorias de
doenças”. Nesse banco de dados, obtemos as informações classificadas por categorias de
doenças (de transmissão feco-oral; transmitidas por insetos vetores; transmitidas através do
contato com a água; relacionadas com a higiene; e geo-helmintos e teníases) ou com um valor
total relativo a todas elas. Para este estudo em especifico foi utilizado o valor total, que no
caso, é denominado por Doenças Relativas ao Saneamento Ambiental Inadequado – DRSAI.
Devido à utilização de dados secundários estaduais para alimentar os indicadores da Matriz
FPEEEA e gerar os ICSB, também foram utilizados dados secundários estaduais para os
valores de DRSAI, os quais pertencem ao mesmo período de análise, ou seja, entre os anos de
2009 e 2013.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 35
A. R. CASTRO Metodologia
Então, através do sítio9 eletrônico, foi montada a Tabela 13 selecionando dados de:
Categoria de doenças: TOTAL;
Ano: 2009 a 2013;
Unidade territorial: BRASIL, GRANDE REGIÃO E UF (33).
Tabela 13. Dados de DRSAI utilizados no Teste de Correlação Linear.
UF 2009 2010 2011 2012 2013
Mato Grosso do Sul (MS) 270,7 454,6 211,9 186,8 258,1
Mato Grosso (MT) 442 505,2 276,8 336,6 227,1
Goiás (GO) 304,1 516,4 281,4 228,1 284,6
Distrito Federal (DF) 33,2 131 95,3 92,7 99,3
Fonte: SIDRA, 2016. Adaptado pelo autor.
5.4.APLICAÇÃO DO TESTE DE CORRELAÇÃO LINEAR
Uma vez obtidos os valores de ICSB Parcial para cada indicador e calculado o ICSB Global
de cada município foi realizado o Teste de Correlação Linear entre DRSAI e ICSB Global.
Para a realização da correlação linear é recomendada a utilização de um algum software
específico10
da área de estatística ou mesmo algum software editor de planilhas11
, que além de
realizarem os cálculos da equação, possibilitam a apresentação de resultados gráficos, os
quais viabilizam a conclusão sobre a existência (ou não) de uma relação entre os dados em
análise.
Para este estudo foi adotado o software XLSTAT 2015, o qual foi utilizado como uma
extensão de outro software, o Excel da Microsoft. As configurações utilizadas se encontram
na Figura 2.
9 http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=p&o=8&i=P&c=898
10 Tais como: R; XLSTAT;
11 Tais como: Excel (Microsoft Office); Calc (LibreOffice); Folhas de cálculo (Google Docs);
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 36
A. R. CASTRO Metodologia
Figura 2. XLSTAT – Configurações do software para realização da Correlação Linear.
Fonte: XLSTAT, 2015. Adaptado pelo autor.
Para interpretação dos resultados, os valores próximos a “-1” indicam correlação linear
negativa; os próximos de “zero”, indicam correlação linear nula; e os próximos de “1”,
correlação linear positiva. A partir disso, será adotada a Tabela 14 para definir a intensidade
da correlação linear positiva, a qual vem a ser o objetivo deste estudo.
Tabela 14. Guia para análise dos resultados da correlação linear.
Intervalo Interpretação
<0 Nenhuma Concordância
0-0,019 Concordância pobre
0,20-0,39 Concordância leve
0,40-0,59 Concordância moderada
0,60-0,79 Concordância substancial
0,80-1,00 Concordância quase perfeita
Fonte: GUIMARÃES, 2016. Adaptado pelo autor.
A. R. CASTRO Resultados e Discussões
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES
São apresentados na Tabela 15 os valores obtidos para os ICSB Parcial de cada uma das
Unidades Federativas do Centro Oeste, separados por ano e categoria (de acordo com a Matriz
FPEEEA), enquanto que na Tabela 16 são apresentados os valores de ICSB Global – também
categorizados por UF e ano.
Tabela 15. ICSB Parcial obtido para cada Unidade Federativa.
ANO UNIDADES FEDERATIVAS
CATEGORIA MS MT GO DF
2009
0,60 0,93 0,50 0,00 ESTADO
0,16 0,78 0,37 0,27 EXPOSIÇÃO
0,54 0,56 0,80 0,20 EFEITO
2010
0,49 0,66 0,26 0,20 ESTADO
0,39 0,76 0,51 0,25 EXPOSIÇÃO
0,64 0,61 0,58 0,12 EFEITO
2011
0,45 0,82 0,37 0,17 ESTADO
0,41 0,98 0,46 0,18 EXPOSIÇÃO
0,65 0,58 0,76 0,15 EFEITO
2012
0,48 0,69 0,31 0,18 ESTADO
0,42 1,00 0,34 0,18 EXPOSIÇÃO
0,58 0,74 0,77 0,16 EFEITO
2013
0,38 0,84 0,39 0,18 ESTADO
0,42 1,00 0,43 0,18 EXPOSIÇÃO
0,53 0,60 0,60 0,24 EFEITO
MÉDIA
0,48 0,79 0,37 0,14 ESTADO
0,36 0,90 0,42 0,21 EXPOSIÇÃO
0,59 0,62 0,70 0,17 EFEITO
Fonte: Elaborada pelo autor.
Tabela 16. ICSB Global obtido para cada Unidade Federativa.
ANO UNIDADES FEDERATIVAS
MS MT GO DF
2009 0,44 0,82 0,51 0,12
2010 0,48 0,68 0,40 0,20
2011 0,47 0,84 0,46 0,17
2012 0,48 0,80 0,40 0,17
2013 0,42 0,85 0,44 0,19
MÉDIA 0,46 0,80 0,44 0,17
Fonte: Elaborada pelo autor.
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 38
A. R. CASTRO Resultados e Discussões
São apresentados na Tabela 17, os valores de DRSAI utilizados no teste com os respectivos
valores de ICSB Global encontrados para cada Unidade Federativa em seu ano
correspondente.
Tabela 17. ICSB e DRSAI utilizados no Teste de Correlação de Linear.
DRSAI
MS
ANO DRSAI MS ICSB Global MS
DRSAI
GO
ANO DRSAI GO ICSB Global GO
2009 270,70 0,44
2009 166,30 0,51
2010 454,60 0,48
2010 153,80 0,40
2011 211,90 0,47
2011 135,70 0,46
2012 186,80 0,48
2012 44,10 0,40
2013 258,10 0,42
2013 183,70 0,44
DRSAI
MT
ANO DRSAI MT ICSB Global MT
DRSAI
DF
ANO DRSAI DF ICSB Global DF
2009 442,00 0,82
2009 237,40 0,12
2010 505,20 0,68
2010 237,80 0,20
2011 276,80 0,84
2011 162,90 0,17
2012 336,60 0,80
2012 159,40 0,17
2013 227,10 0,85
2013 174,30 0,19
Fonte: SIDRA, 2016 e Dados gerados pelo autor.
Então realizado o Teste de Correlação Linear a partir dos valores apresentados na Tabela 17
foram obtidos como resultados de saída as Tabela 18, Tabela 19, Tabela 20 e Tabela 21.
Tabela 18. Estatísticas descritivas.
Variável Obs. Obs. com dados
faltantes
Obs. sem dados
faltantes Mín. Máx. Média
Desvio
padrão
DRSAI MS 5 0 5 186,800 454,600 276,420 105,251
ICSB Global MS 5 0 5 0,418 0,484 0,459 0,027
DRSAI MT 5 0 5 227,100 505,200 357,540 115,010
ICSB Global MT 5 0 5 0,684 0,852 0,798 0,067
DRSAI GO 5 0 5 44,100 183,700 136,720 54,666
ICSB Global GO 5 0 5 0,397 0,508 0,441 0,047
DRSAI DF 5 0 5 159,400 237,800 194,360 39,855
ICSB Global DF 5 0 5 0,123 0,201 0,171 0,030
Fonte: XLSTAT, 2016.
Os valores em negrito na Matriz de Correlação (Spearman) são diferentes de zero com um
nível de significância alfa=0,05 (configuração realizada no software antes de se iniciarem os
testes – ver Figura 2).
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 39
A. R. CASTRO Resultados e Discussões
Tabela 19. Matriz de Correlação (Spearman).
Variáveis DRSAI MS ICSB Global MS
Variáveis DRSAI GO ICSB Global GO
DRSAI MS 1 0,100
DRSAI GO 1 0,300
ICSB Global MS 0,100 1
ICSB Global GO 0,300 1
Variáveis DRSAI MT ICSB Global MT
Variáveis DRSAI DF ICSB Global DF
DRSAI MT 1 -0,900
DRSAI DF 1 0,300
ICSB Global MT -0,900 1
ICSB Global DF 0,300 1
Fonte: XLSTAT, 2016.
Os valores em negrito para os “p-Valores” são diferentes de zero com um nível de
significância alfa=0,05 (configuração realizada no software antes de se iniciarem os testes –
ver Figura 2).
Tabela 20. p-Valores.
Variáveis DRSAI MS ICSB Global MS
DRSAI MS 0 0,950
ICSB Global MS 0,950 0
DRSAI MT 0 0,083
ICSB Global MT 0,083 0
DRSAI GO 0 0,683
ICSB Global GO 0,683 0
DRSAI DF 0 0,683
ICSB Global DF 0,683 0
Fonte: XLSTAT, 2016.
Tabela 21. Coeficientes de determinação (Spearman).
Variáveis DRSAI MS ICSB Global MS
DRSAI MS 1 0,010
ICSB Global MS 0,010 1
DRSAI MT 1 0,810
ICSB Global MT 0,810 1
DRSAI GO 1 0,090
ICSB Global GO 0,090 1
DRSAI DF 1 0,090
ICSB Global DF 0,090 1
Fonte: XLSTAT, 2016.
De acordo com os resultados obtidos na etapa dos Índices de Carência em Saneamento Básico
– ICSB Parcial (Tabela 15) cada categoria pode ser analisada separadamente através das
Figura 3, Figura 4 e Figura 5. De acordo com os elevados valores de indicadores apresentados
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 40
A. R. CASTRO Resultados e Discussões
pelo estado do Mato Grosso, os piores ICSB Parciais encontrados para as categorias: Estado e
Exposição pertencem a ele.
Na categoria Efeito, os piores valores encontrados são os do estado de Goiás, seguidos não
muito distantes por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A Figura 6, das medias dos ICSB
Parciais para cada Unidade Federativa deixa evidente tal análise. Por conseguinte, os
melhores valores de ICSB Parciais pertencem ao Distrito Federal.
Figura 3. ICSB Parcial da Categoria Estado
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 4. ICSB Parcial da Categoria Exposição.
Fonte: Elaborado pelo autor.
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
2009 2010 2011 2012 2013
ICSB
Par
cial
CATEGORIA: ESTADO
MS
MT
GO
DF
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
2009 2010 2011 2012 2013
ICSB
Par
cial
CATEGORIA: EXPOSIÇÃO
MS
MT
GO
DF
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 41
A. R. CASTRO Resultados e Discussões
Figura 5. ICSB Parcial da Categoria Efeito.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 6. Media dos ICSB Parcial por Categoria.
Fonte: Elaborado pelo autor.
De acordo com os resultados obtidos na etapa dos Índices de Carência em Saneamento Básico
– ICSB Global, o objetivo foi claramente atingido, pois os estados que apresentavam piores
valores nos indicadores selecionados pela Matriz FPEEEA foram os que obtiveram maior
ICSB Global, ou seja, maior índice de carência. A Figura 7 construída a partir da Tabela 16
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
2009 2010 2011 2012 2013
ICSB
Par
cial
CATEGORIA: EFEITO
MS
MT
GO
DF
0,48
0,36
0,59
0,79
0,90
0,62
0,370,42
0,70
0,14
0,210,17
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
ESTADO EXPOSIÇÃO EFEITO
ICSB
Par
cial
MÉDIAS POR CATEGORIA
MS
MT
GO
DF
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 42
A. R. CASTRO Resultados e Discussões
apresenta o comportamento dos ICSB Global entre os anos de 2009 a 2013 das unidades
federativas analisadas.
Figura 7. Comportamento dos ICSB Global de 2009 a 2013.
Fonte: Elaborado pelo autor.
A partir disso, notamos que o Distrito Federal apesar de apresentar seu melhor ICSB Global
em 2009, ainda possui as melhores condições de saneamento da Região Centro Oeste do país
e o estado do Mato Grosso apresenta as piores condições. Goiás em 2009 possuía o segundo
pior índice de saneamento (dentre os 4 analisados). Entretanto, a partir do ano de 2010 em
diante, Goiás juntamente com o estado do Mato Grosso do Sul passam a ter condições de
saneamento – quando se analisa o contexto do saneamento como um todo – equivalentes.
Realizada então uma média a partir dos dados da Tabela 16 (destacados em cinza), chegou-se
aos resultados apresentados na Figura 8, onde se verifica o que foi dito anteriormente, de que
o Distrito Federal apresenta a menor carência em saneamento básico do Centro Oeste (0,17),
enquanto que o Mato Grosso, as piores (0,80). Mato Grosso do Sul e Goiás apresentam uma
média muito próxima, sendo o primeiro estado de 0,46 e o segundo de 0,44, ou seja, Mato
Grosso do Sul obteve uma queda em seu índice de saneamento quando comparado com o
estado de Goiás – dentro do nosso período de análise de dados.
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
2009 2010 2011 2012 2013
ICSB
Glo
bal
Comportamento do ICSB Global entre 2009 e 2013
MS
MT
GO
DF
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 43
A. R. CASTRO Resultados e Discussões
Figura 8. Media comportamento dos ICSB Global de 2009 a 2013.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Todavia, os resultados obtidos nos Testes de Correlação de Spearman não foram os esperados,
visto que apenas uma UF apresentou, segundo a “Tabela 14. Guia para análise dos resultados
da correlação linear.” uma correlação linear forte (-0,9), entretanto, uma correlação linear
negativa. Foram obtidos ainda dois resultados de 0,3 (concordância leve) e um de 0,1
(concordância pobre).
Entretanto, vale ressaltar que os dados utilizados para o teste (dados estaduais) não foram os
dados propostos para o estudo (dados municipais). É sabido que as características de um
determinado espaço amostral (conjunto) não reflete a realidade de todos os seus elementos, ou
seja, que a qualidade do saneamento básico de um estado não reflete a realidade da qualidade
do saneamento de todos os seus municípios.
Foram realizados também testes de Correlação Linear variando-se os pesos para cálculo do
ICSB Global. Foram usadas, além dos pesos da Tabela 12, as seguintes combinações para
(Estado, Exposição e Efeito), respectivamente: (1, 2 e 3); (2, 3 e 1); (1, 3 e 2); e (1, 1 e 1).
Para todos os casos de novas distribuições de peso, no geral os valores de Correlação Linear
foram bem abaixo daqueles expostos no tópico anterior.
0,46
0,80
0,44
0,17
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
Média dos anos de 2009 a 2013
ICSB
Glo
bal
Média do comportamento do ICSB Global entre 2009 e 2013
MS
MT
GO
DF
Proposição de Modelo para Cálculo do Índice de Carência em... 44
A. R. CASTRO Resultados e Discussões
Entretanto, a variação de pesos influencia diretamente nos valores calculados do ICSB Global
ao ponto de o estado de Goiás apresentar um índice de carência superior ao do estado do Mato
Grosso do Sul, quando da utilização de quaisquer das outras combinações de pesos citadas.
Tal fato se dá porque Goiás possui os piores indicadores da categoria Efeito, a qual foi
atribuída Peso 1 (3, 2 e 1 – Tabela 12) nos testes propostos pelo experimento. Portanto,
quando se eleva o peso de tal categoria ou este é equiparado com as demais, Goiás sempre
apresentará maior carência do que Mato Grosso do Sul, ainda que esta diferença seja mínima.
Contudo, um fato curioso se apresentou diante de tais mudanças. Quando as demais
combinações de pesos foram utilizadas, os valores de ICSB Global obtidos foram
numericamente inferiores, o que implicaria declarar que as Unidades Federativas apresentam
uma menor carência. Logo se acredita que a utilização de pesos seja realmente necessária e
que os valores iniciais (3, 2 e 1) adotados para o teste condizem com o que seria o “pior
cenário possível”, o qual se pressupõe ser o mais apropriado para este tipo de estudo.
Existe ainda a possibilidade de que com uma maior quantidade de dados, tanto de municípios
(nesse caso, unidades federativas) quanto de uma maior série histórica de DRSAI, os
indicadores tenham uma maior “sensibilidade” à correlação, visto que a Correlação Linear
busca uma tendência nos dados analisados. Para que haja uma tendência, necessita-se de um
maior espaço amostral, para que se tenha uma maior precisão no momento de distinguir sua
tendência (ou de atestar sua ausência). Mas como não dispomos de dados secundários
suficientes, tal feito não pôde ser constatado.
Mas o maior empecilho para a realização dos testes se deu pela inexistência ou
inacessibilidade da grande maioria dos dados a nível municipal. Quando eram encontrados,
tais dados ou eram muito defasados (inferior aos anos 2005) ou o acesso a estes era restrito,
exigindo, por exemplo, que se fosse um servidor cadastrado em algum órgão da área de saúde.
Tais dados deveriam ser disponibilizados para livre acesso da comunidade, visto que são de
interesse coletivo, principalmente de instituições públicas, que se utilizam destes para
realizarem estudos e pesquisas, tal como este.
Faz-se necessário também um maior cuidado na coleta in loco e posterior processamento
dessas informações, visto que algumas bases de dados apresentam informações incoerentes,
pois vão de encontro à realidade da região de estudo.
A. R. CASTRO
7. CONCLUSÃO
É notável que o Distrito Federal – que apresentou os melhores ICSB em todas as categorias
parciais – é, dentre os 4, o que possui melhores condições de saneamento básico. Mato
Grosso, que apresentou os piores ICSB Parciais para duas das três categorias analisadas
(Estado e Exposição) e tendo o segundo pior resultado da terceira categoria (Efeito), possui as
piores condições de saneamento básico dentre as 4 unidades federativas.
Já o estado do Mato Grosso do Sul – comparado com Goiás – apresentou melhores resultados
nas categorias Exposição e Efeito (sendo Goiás o pior dentre os 4 nessa categoria). Entretanto,
no índice final (ICSB Global), Mato Grosso do Sul se encontra atrás do município de Goiás,
devido aos pesos atribuídos para cálculo do ICSB Global.
Nos resultados do Teste de Correlação Linear foram obtidos como resultados positivos duas
concordâncias leves, sendo elas para Goiás e Distrito Federal (ambas no valor de 0,3) e uma
concordância pobre, para Mato Grosso do Sul (no valor de 0,1). O estado do Mato Grosso
apresentou valor de -0,9, que em valor numérico poderia ser classificado como uma
“concordância quase perfeita”, mas o sinal de negativo indica uma correlação linear inversa.
Os índices demonstraram forte dependência dos dados de entrada, de tal maneira que o acesso
a uma base de dados mais consistente – e de fácil acesso – poderia resultar em uma forte
correlação linear entre os ICSB e a DRSAI. Além do mais, os índices também foram sensíveis
aos pesos atribuídos e este aspecto não pode ser visto como negativo, visto que possibilita
atribuir maiores pesos aos atributos que sejam mais relevantes a uma determinada análise.
Os pontos fortes do modelo utilizado são a variedade de indicadores utilizados, que permitem
uma caracterização do cenário do saneamento básico mais próximo da realidade; a
possibilidade de atribuição de maiores pesos às particularidades que sejam mais relevantes a
uma determinada análise; a carência do saneamento básico da região analisada pode ser obtida
por meio de um único valor (o ICSB Global) ou por cada uma das seis categorias da Matriz
FPEEEA;
Os pontos negativos do modelo são indisponibilidade (ou inacessibilidade) de todos os dados
secundários necessários; carência de um maior espaço amostral de informações, para que se
tenha mais sensibilidade dos dados na análise da Correlação Linear;
A. R. CASTRO
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