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08ae5fa5-d9d7-466b-be4c-46fd919f753f HOJE Philip Seymour Hoffman Por + 5,95€ Duzentos polícias detêm altos quadros do Estado ligados aos vistos gold A PJ deteve 11 pessoas directamente suspeitas neste esquema relacionado com a atribuição dos vistos dourados. Na mega-operação Labirinto, foi detido o director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Destaque, 2 a 6 Mais de metade dos doentes em Portugal com AVC ainda arriscam e dirigem-se às urgências dos hospitais sem chamar o INEM p12 Em causa poderá estar a possível prática de um crime ambiental, que pode resultar numa pena máxima de 11 anos de prisão p8 a 10 O homem que “abria todas as portas”, como o fundador da Tecnoforma definiu Passos Coelho, começou por se revelar uma aposta sem valor para a empresa p14/15 Os restantes 34% do capital da companhia aérea serão vendidos se o investidor privado cumprir algumas exigências p20 Doentes com AVC ainda vão ao hospital sem chamar o INEM PGR investiga possível crime no surto de Legionella Passos só entreabriu portas para ONG da Tecnoforma Governo relança privatização da TAP com venda de 66% NUNO FERREIRA SANTOS PUBLICIDADE P SEX 14 NOV 2014 EDIÇÃO LISBOA MANOEL DE BARROS MORREU O POETA BRASILEIRO QUE AREJAVA A LINGUAGEM Cultura, 28 Ano XXV | n.º 8981 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Simone Duarte, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora de Arte: Sónia Matos ISNN:0872-1548 PRÉMIO JORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUGAL 2014 ESPERO QUE NÃO ME COMPAREM A EÇA DE QUEIROZ AFONSO REIS CABRAL EM ENTREVISTA Trineto do escritor recebeu aos 24 anos o Prémio Leya e fala pela primeira vez do livro O Meu Irmão COSTA VAI PAGAR 1 EURO À CÂMARA PORQUE SÓ JÁ ESTÁ A FAZER TURISMO EM LISBOA O INIMIGO PÚBLICO 2.º vol. Boogie Nights — Jogos de Prazer oferta de livro inédito de Mário Augusto LINGUAGEM M M M M M M M ura, 28 baniftrader.pt 808 200 200 1 TRADE = 100 MILHAS A PLATAFORMA QUE O FAZ VOAR *Valor da comissão a cobrar pela execução de ordens na Euronext Lisbon, por sessão de bolsa, independentemente do respectivo montante. Condições válidas até 31 de Dezembro 2014. Não dispensa a consulta do Regulamento da Campanha. POR APENAS 6,5€ NEGOCEIE AGORA EM LISBOA SEM LIMITE *

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Jornal Publico - 14.11.2014

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08ae5fa5-d9d7-466b-be4c-46fd919f753f

HOJE Philip Seymour Hoffman Por + 5,95€

Duzentos polícias detêm altos quadros do Estado ligados aos vistos goldA PJ deteve 11 pessoas directamente suspeitas neste esquema relacionado com a atribuição dos vistos dourados. Na mega-operação Labirinto, foi detido o director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Destaque, 2 a 6

Mais de metade dos doentes em Portugal com AVC ainda arriscam e dirigem-se às urgências dos hospitais sem chamar o INEM p12

Em causa poderá estar a possível prática de um crime ambiental, que pode resultar numa pena máxima de 11 anos de prisão p8 a 10

O homem que “abria todas as portas”, como o fundador da Tecnoforma defi niu Passos Coelho, começou por se revelar uma aposta sem valor para a empresa p14/15

Os restantes 34% do capital da companhia aérea serão vendidos se o investidor privado cumprir algumas exigências p20

Doentes com AVC ainda vão ao hospital sem chamar o INEM

PGR investiga possível crime no surto de Legionella

Passos só entreabriu portas para ONG da Tecnoforma

Governo relança privatização da TAP com venda de 66%

NUNO FERREIRA SANTOS

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PSEX 14 NOV 2014EDIÇÃO LISBOA

MANOEL DE BARROS MORREU O POETA BRASILEIRO QUE AREJAVA A LINGUAGEMCultura, 28

Ano XXV | n.º 8981 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Simone Duarte, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora de Arte: Sónia Matos

ISNN:0872-1548

PRÉMIOJORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUGAL 2014

ESPERO QUE NÃO ME COMPAREM

A EÇA DE QUEIROZAFONSO REIS CABRAL

EM ENTREVISTA

Trineto do escritor recebeu aos 24 anos o Prémio Leya e fala pela primeira vez do livro O Meu Irmão

COSTA VAI PAGAR 1 EURO À CÂMARA PORQUE SÓ JÁ ESTÁ A FAZER TURISMO EM LISBOAO INIMIGO PÚBLICO

2.º vol. Boogie Nights — Jogos de Prazeroferta de livro inédito de Mário Augusto

LINGUAGEMMMMMMMMura, 28

baniftrader.pt808 200 200 1 TRADE = 100 MILHAS

A PLATAFORMA QUE O FAZ VOAR

*Valor da comissão a cobrar pela execução de ordens na Euronext Lisbon, por sessão de bolsa, independentemente do respectivo montante. Condições válidas até 31 de Dezembro 2014. Não dispensa a consulta do Regulamento da Campanha.

POR APENAS

6,5€NEGOCEIE

AGORA EM LISBOA

SEM LIMITE*

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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

PJ revista ministérios e detêm director do SEF e altos quadros da JustiçaEntre os 11 detidos estão ainda o director dos Registos e Notariado, a secretária-geral do Ministério da Justiça, e três cidadãos chineses. Todos são suspeitos de corrupção e serão inquiridos hoje por um juiz

Odirector do Serviço de

Estrangeiros e Fronteiras

(SEF), Manuel Jarmela

Palos, e o presidente do

Instituto dos Registos e

Notariados (IRN), António

Figueiredo, foram ontem detidos na

sequência de uma investigação por

suspeitas de crime na atribuição de

vistos gold.

Na megaoperação Labirinto, que

mobilizou 200 inspectores da PJ

em todo o país, foi ainda detida a

secretária-geral do Ministério da Jus-

tiça (MJ), Maria Antónia Anes. A PJ

interceptou-a à saída da secretaria,

na Rua do Ouro, na baixa de Lisboa.

A PJ fez também buscas na secreta-

ria-geral do Ministério do Ambiente

(MA), liderada por Albertina Gonçal-

ves. Esta responsável, que é sócia do

ministro da Administração Interna,

Miguel Macedo, num escritório de

advogados, não foi detida. O minis-

tro, como nenhum outro membro

membro do Governo, não é visado

neste inquérito, salientou já a Procu-

radoria-geral da República (PGR).

Os inspectores chegaram ao MA

de manhã cedo, aguardaram pela

chegada de Albertina Gonçalves

e foram com ela para o escritório

de advogados do qual é sócia. Re-

gressaram ao princípio da tarde ao

ministério e durante quatro horas

efectuaram buscas no gabinete. A

secretária-geral apresentou depois

a demissão do cargo.

No total, a PJ deteve 11 suspeitos

de participarem no esquema rela-

cionado com a atribuição de vistos.

Uma outra foi detida por posse de

arma proibida. Entre os detidos es-

tão funcionários e dirigentes do IRN

e três cidadãos chineses ligados a

empresas que agilizam as atribui-

solidar as suspeitas relativas a cri-

mes de corrupção, tráfi co de infl u-

ências, peculato e branqueamento

de capitais.

A sede do SEF em Porto Salvo,

Oeiras, foi um dos locais alvo de

buscas assim como a sua Direcção

Regional de Lisboa, Vale do Tejo e

Alentejo.

Em causa estarão comissões co-

bradas ilegalmente para a obtenção

dos vistos gold, adiantou fonte poli-

cial. É esse o centro da investigação

que visa sobretudo o IRN e o SEF.

A investigação visará também

outros dirigentes superiores dos

ministérios alvo de buscas, como o

PÚBLICO avançou em Junho. Aliás,

já então, a ministra da Justiça, Paula

Teixeira da Cruz, pediu informações

à PGR, tendo garantido que afastaria

eventuais responsáveis do ministé-

OPERAÇÃO LABIRINTO

DANIEL ROCHA

O programa de atribuições de Autorizações de Residência para Investimentos transformou-se num negócio com comissões suspeitas

Maria Lopes, Luciano Alvarez, Pedro Sales Dias

ções de Autorização de Residência

para Investimento (ARI).

A PJ realizou 60 buscas e demo-

rou-se principalmente no IRN e em

instalações dos ministérios da Justi-

ça, da Administração Interna e do

Ambiente. Centenas de documentos

foram apreendidos.

Ao início da noite, os inspectores

analisavam ainda essas provas que

podem vir a ser relevantes para con-

rio implicados no processo. Ontem,

a ministra defendeu que “qualquer

pessoa que ponha em causa uma ins-

tituição deve imediatamente apre-

sentar o seu pedido de demissão ou

de suspensão de funções”.

Os desenvolvimentos deste pro-

cesso, com buscas essencialmen-

te no Norte e Centro do país, não

terão surpreendido o responsável

pelo IRN. António Figueiredo c

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4 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

sabia desde há meses, até pelos jor-

nais, que estava a ser investigado, o

que aumentou a preocupação dos

investigadores que acreditam que

a divulgação da informação visou

comprometer o seu trabalho.

Sob investigação estará também

uma empresa de Ana Luísa Figuei-

redo, fi lha do presidente do IRN. A

Golden Vista Europe tem um objec-

to social variado desde a compra e

venda de automóveis à prestação de

serviços de documentação, passan-

do pela comercialização de mármo-

res e pela exploração de estabeleci-

mentos de ensino. A empresa conta

com mais cinco sócios, dois deles

chineses. António Figueiredo garan-

tiu então ao PÚBLICO que a empresa

sediada em Cascais não teve qual-

quer actividade desde que foi criada

em Outubro, manifestando-se estu-

pefacto por estar a ser investigado.

Porém, o sócio-gerente Carlos Oli-

veira confi rmou na altura que a fi rma

foi constituída para vender imóveis

aproveitando a lei dos vistos gold,

mas que nunca conseguiu transac-

cionar qualquer casa. Mas no portal

da Justiça não há qualquer informa-

ção sobre o fi m da actividade da em-

presa. A fi rma foi criada a 14 de Ou-

tubro do ano passado e não tem ain-

da registos públicos de facturação.

Além de Ana Luísa (que tem uma

quota de 20% da empresa) e de Car-

los Oliveira , a Golden Vista Europe

tem como sócios-gerentes dois cida-

dãos chineses - Zhu Baoe, com resi-

dência na sede da empresa, na Quin-

ta da Bicuda, em Cascais e que está

ligado a uma outra empresa de inves-

timentos imobiliários, a Pyramidpe-

arl; e Shengrong Lu que reside nas

ilhas Baleares -, João Miguel Duarte

Martinse Tiago Luís Santos Oliveira.

A Golden Vista pode também

actuar em áreas como a explora-

ção de unidades hoteleiras e tu-

rísticas. Na lista de actividades

possíveis estão ainda a presta-

ção de serviços de formação, de

apoio ao intercâmbio cultural e

de ensino para jovens nacionais e

estrangeiros; e actividades agro-

pecuárias, fl orestais e piscatórias.

Todas estas actividades são nor-

malmente requisitadas pelos por-

tadores dos vistos gold que usam o

investimento em Portugal sobretudo

para obter o visto de residência que

abre a porta a toda a família para o

apetecível espaço Schengen.

O ministro da Administração Inter-

na, Miguel Macedo, e o antigo líder

do PSD e comentador político Luís

Marques Mendes, são também só-

cios de Ana Luísa Oliveira Figueiredo

OPERAÇÃO LABIRINTO

em 2012 e 2013 registou unicamente

despesas de 2588 euros no primeiro

e 302 euros no segundo, sem que

tenha quaisquer vendas. Não hou-

ve movimentos contabilísticos em

2009 e 2010, mas a prestação de

contas anual a que a lei obriga tem

sido feita. Ainda assim, mostra uma

ligação privilegiada entre o ministro

da Administração Interna, o comen-

tador Marques Mendes e a fi lha do

presidente do INIR.

A acção da PJ e de procuradores

do Departamento Central de Inves-

tigação e Acção Penal presidida pelo

juiz Carlos Alexandre do Tribunal

Central de Instrução Criminal atin-

giu responsáveis da máquina políti-

ca do Estado e do Governo já desgas-

tado por uma guerra interna entre

ministérios, justamente a propósi-

to de competências de investigação

das diferentes polícias. Anteontem,

a ministra da Justiça deixou cair a

proposta de lei que restringia a re-

alização de escutas telefónicas à PJ.

SEF, PSP e GNR deixariam de ter esse

poder que mantêm há vários anos.

O Relatório Anual de Segurança

Interna de 2013 referia já no capí-

tulo dedicado às orientações estra-

tégicas para 2014, que “ainda no

corrente ano” seriam adoptados

“novos procedimentos” para as-

segurar que, mesmo após a con-

cessão de ARI, se verifi cava, “com

regularidade, a inexistência de situ-

ações que, pela sua relevância cri-

minal”, pudessem “obstar à manu-

tenção da autorização concedida”.

Até aqui, o registo criminal dos

candidatos aos vistos gold apenas

era exigido na altura da concessão

da autorização de residência. Ques-

tionado então pelo PÚBLICO sobre o

assunto, Miguel Macedo mostrou-se

cauteloso, remetendo a autoria da

ideia [novos procedimentos] para

um grupo de trabalho criado para

acompanhar os vistos gold, compos-

to pelo director-geral dos Assuntos

Consulares e das Comunidades

Portuguesas, pelo director do SEF,

agora detido, e pelo presidente da

Agência para o Investimento e Co-

mércio Externo de Portugal. “Não

posso ainda especifi camente enu-

merar quais sejam os novos proce-

dimentos, embora tenha uma noção

daqueles que estão a ser pondera-

dos”, referiu o ministro. A cautela

de Miguel Macedo demarcou-se dos

prazos categóricos do documento

ofi cial. “Pode ser este ano ainda”,

limitou-se a afi rmar.

A ideia do reforço do mecanismo

de controlo surgiu numa altura em

que foi detido pela PJ um cidadão

chinês, na sequência de um manda-

do de captura internacional emitido

pela Interpol, a pedido das autorida-

des chinesas, e que tinha visto gold.

Na investigação desse casso, fo-

ram reveladas fragilidades na atri-

buição dos vistos. A polícia recolheu

indícios de que a compra de casas de

valor superior a 500 mil euros ou a

transferência, para Portugal, de ca-

pitais que ascendam a, pelo menos,

um milhão de euros era apenas, na

maior parte dos casos, um recurso

para obter autorização de residência

por mais de seis anos e viajar pelo

espaço europeu sem obstáculos.

O ministro Miguel Macedo não

era favorável à recondução de Ma-

nuel Palos à frente do SEF. Já em

29 de Agosto de 2005, na abertura

da Universidade de Verão do PSD

em Castelo de Vide, Macedo, então

secretário-geral do PSD liderado por

Marques Mendes, defendeu a demis-

são de Palos, na sequência de uma

entrevista dado por este ao PÚBLI-

CO, na qual o director do SEF mani-

festou a sua discordância com o regi-

me de quotas de entrada de imigran-

tes em Portugal. “A única solução

é convidar o Governo a demiti-lo”.

Já como ministro, em Dezembro

de 2012, Miguel Macedo reconduziu

Manuel Palos à frente do SEF. Mas

na cerimónia, o ministro salientou

querer que a tomada de posse as-

sinalasse “o momento de viragem

de página do SEF” e observou que

havia aspectos a melhorar, como a

intensifi cação da acção inspectiva e

a melhoria do relacionamento dos

cidadãos com o serviço.

Estas afi rmações de há dois anos

de Macedo, que defendia a tese de

uma polícia única integrando o SEF,

foram interpretadas como descon-

tentamento perante pressões atri-

buídas ao CDS para manter Manuel

Palos no cargo. Esta versão não foi,

no entanto, corroborada ao PÚBLI-

CO por Nuno Magalhães, líder da

bancada centrista, e que, como se-

cretário de Estado da Administra-

ção Interna, nos XV e XVI governos,

tutelou a área do serviço de estran-

geiros, e a quem eram atribuídas as

pressões. “Não é verdade que eu

ou o CDS tenhamos feito qualquer

pressão para indicar qualquer di-

rector no âmbito do MAI [Ministé-

rio da Administração Interna] ou

de qualquer outro ministério”, su-

blinhou. Sobre o director do SEF,

o dirigente do CDS/PP destacou:

“Se me pergunta se o dr. Manuel

Palos foi, quando trabalhei com

ele {2002/2005], um profi ssional

dediado, competente e sério, digo

obviamente que sim.”com A.H.

noutra empresa. O PÚBLICO tentou

sem sucesso ouvir Miguel Macedo.

De acordo com informação a que

o PÚBLICO teve acesso, Ana Luísa

Figueiredo, Luís Marques Mendes,

Miguel Macedo e um quarto sócio (o

gerente Jaime Couto Alves Gomes)

partilham quotas de igual valor na

empresa de consultoria e gestão de

empresas JMF - Projects & Business,

que tem sede em Lisboa.

O objecto social da empresa in-

clui ainda a prestação de serviço

nas áreas de estratégia empresarial,

orientação e assistência operacional

a empresas, assim como a importa-

ção e exportação de bens e servi-

ços, distribuição e representação de

marcas, bens e serviços, de âmbito

nacional e internacional.

A empresa foi constituída em

2009 por estes quatro sócios mas

Manuel Palos foi nomeado por António Costa e reconduzido por Miguel Macedo no SEF, mas com críticas deste

MIGUEL MANSO

Os detidos são hoje submetidos a interrogatório judicial no Campus da Justiça do Parque das Nações

Em causa estarão comissões cobradas ilegalmente para a obtenção dos vistos gold, adiantou fonte policial., sobre a investigação que visa o SEF e o IRN

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6 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Ú

Vistos gold

Investimento2014Em milhões de euros

Número de investidores por tipode investimento

Principais países de origemdos investidores

Out.Set.Ago.Jul.

817 870,4 949,71079

Criação de empresasTransferênciade capital Aquisição de

imobiliário

1681

91

3

Líbano

África do Sul

Brasil

Rússia

China

2%

81%

3%

3%2%

PERGUNTA E RESPOSTA

O que é o visto gold?É uma autorização de residência para actividade de investimento (ARI) que permite a cidadãos e Estados fora da UE dispensarem o visto para entrarem em território nacional, poderem residir noutro país, circular pelo espaço Schengen sem necessidade de visto e beneficiar de reagrupamento familiar. Ao fim de cinco anos, e respeitando os requisitos da lei, poderá ceder à residência permanente em Portugal; ao fim de seis anos e também cumprindo as premissas legais, pode aceder à nacionalidade portuguesa.

Quais os requisitos para a candidatura?Fazer um dos investimentos mínimos obrigatórios durante cinco anos (o cumprimento do prazo é atestado por declaração de compromisso de honra), ter um registo criminal limpo (não ter sido condenado por crime que em Portugal seja punível com pena privativa de liberdade de duração superior a um ano; não estar no período de interdição de entrada em território nacional por ter sido expulso; não estar referenciado no sistema de informação Schengen; não estar referenciado no sistema integrado de informações do SEF para efeitos de não admissão).

Quais os investimentos mínimos?Têm de estar concretizados no momento da entrega da candidatura pelo menos um de três investimentos: transferência para um banco português de capitais no montante igual ou superior a um milhão de euros, ou criação de pelo menos dez postos de trabalho, ou a aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros.

Como se comprovam os investimentos?No caso da transferência de capitais (incluindo investimento em acções

ou quotas de sociedades) é necessária a declaração de uma instituição financeira autorizada para a actividade em território nacional, que prove a transferência. No caso dos dez postos de trabalho é preciso provar que foram criados e que os trabalhadores foram inscritos na Segurança Social. No caso da aquisição de imóveis é necessária a prova da propriedade dos bens através do contrato de compra ou do contrato promessa de compra e venda dos imóveis, incluindo a declaração de uma instituição financeira autorizada a actuar em Portugal que ateste a transferência efectiva para a aquisição ou concretização do sinal de promessa de compra no valor igual ou superior a 500 mil euros.

Que outros documentos são exigidos?Passaporte ou outro documento válido, comprovativo da entrada e permanência legal em território nacional, um comprovativo de seguro de saúde, requerimento para consulta do registo criminal português pelo SEF, um certificado de registo criminal e a prova da situação contributiva regularizada.

A que outras obrigações estão vinculados?Para as renovações no final dos 1.º, 3.º e 5.º anos, os detentores do visto gold poderão ter de demonstrar, respectivamente, que estiveram em Portugal pelo menos sete dias seguidos ou interpolados no primeiro ano, e 14 dias seguidos ou interpolados nos seguintes períodos de dois anos. Também têm de comprovar o pagamento dos impostos sobre os imóveis.

Quais os custos processuais?O SEF cobra 513,75 euros pela abertura do processo e mais 80,08 euros por cada membro da família. O visto inicial para o candidato e para a família custa, por pessoa, 5137,5 euros. A renovação custa 2568,75 euros. Maria Lopes

Vistos dourados já atraíram 1076 milhões de euros para o país

O investimento captado pelo

programa dos vistos gold

já superou largamente as

expectativa avançadas no

início do ano pelo vice-

primeiro-ministro, Paulo

Portas, o “pai” da iniciativa. Depois

dos 306 milhões de euros captados

em 2013, Paulo Portas admitia que o

montante captado em 2014 atingisse

os 500 milhões.

Os dados até Outubro já estão 50%

acima da estimativa do governante,

feita em Fevereiro. O valor captado

ascende a 770 milhões de euros, o

que eleva o valor acumulado do pro-

grama de Autorização de Residência

para Investimento (ARI) para os 1076

milhões.

A quase totalidade do valor cap-

tado tem sido realizada no sector

imobiliário, num total 972 milhões

de euros. Neste segmento, o investi-

mento mínimo necessário é de 500

mil euros, para garantir o “cartão

mágico” que permite a residência

em Portugal e a circulação no espa-

ço Schengen, muito importante pa-

ra investidores chineses, angolanos,

brasileiros e outros.

Do total de 1775 vistos concedidos

desde o início do programa, lançado

em fi nais de 2012, mas que se tornou

efectivo no início do ano seguinte,

95%, ou 1681 autorizações, foram ga-

rantidas por aquisição de imóveis.

Por transferências de dinheiro,

num montante mínimo de um milhão

de euros, foram concedidas 91 auto-

rizações, e por criação de emprego,

através de empresas com um míni-

mo de dez postos de trabalho, foram

concedidos três vistos. Os chineses li-

deram destacadamente o número de

vistos conseguidos, com 81% do total.

A explosão do investimento no

sector imobiliário e o domínio da

nacionalidade chinesa é explicada

Rosa Soares

Dinâmica imprimida por empresas e autoridades nacionais e chinesas explicam resultados acima das previsões de Portas

pela proliferação de empresas imobi-

liárias, portuguesas e chinesas, mui-

tas delas criadas expressamente para

agarrar a oportunidade. Grandes es-

critórios de advogados juntaram-se

ao negócio e criaram-se novas rotas

de promoção na China, junto de agên-

cias públicas, que localmente cap-

tam investidores para este negócio.

A autorização de residência foi

inclusive agarrada por consultoras

de investimento imobiliário, que

passaram a promover a aquisição

de imóveis para investimento. Ou

seja, em muitos casos, a aquisição

envolve várias fracções, destina-

das a arrendamento, com apenas

uma, ou mesmo nenhuma, desti-

nada a residência do comprador.

Apesar de os vistos gold serem con-

siderados um “balão de oxigénio” pa-

ra o mercado de compra e venda de

imóveis, há vários anos mergulhado

numa forte crise, a proliferação dos

intermediários e a cobrança de ele-

vadas comissões, muitas vezes em

duplicado, ou seja, na China e em

Portugal, têm sido referenciadas nos

meios imobiliários, mas até agora

sem provas concretas.

Para além das avultadas comissões

cobradas, e de alguns relatos de ne-

gócios de venda de “gato por lebre”

(venda de um imóvel muito acima

do seu valor de mercado), têm ain-

da surgido algumas dúvidas sobre

o efectivo controlo da origem do di-

nheiro que entra no país.

Críticas da oposiçãoOs pedidos de investigação mais

apertada à concessão dos vistos ga-

nharam agora outra relevância. O

PCP e Bloco de Esquerda querem

mesmo ouvir Paulo Portas, com

“urgência”, no Parlamento. PCP e

o BE consideram que o ARI trouxe

poucos benefícios para a economia

e que se traduziu numa “via verde

para a corrupção”.

Para o PS, o caso da investigação

sobre o ARI “fere” o Estado português

e coloca em causa a imagem externa

do país. Interrogado se Paulo Portas

deve ser chamado ao Parlamento, o

vice-presidente da bancada do PS,

Vieira da Silva, alegou que é preciso

“dar tempo aos instrumentos de fun-

cionamento do Estado de direito”.

“Aparentemente, esses instrumen-

tos estão a funcionar”, acrescentou.

Já o candidato socialista a primei-

ro-ministro, António Costa, disse que

o caso “surpreende e preocupa” e “é

importante que se esclareça tudo”.

E aproveitou o caso para defender

uma das propostas que acabam de

apresentar ao partido e ao país: “Es-

tá na altura de mudar a prioridade

da atracção de investimento para o

imobiliário para a atracção do inves-

timento para a actividade produtiva,

designadamente com a captação de

capital para um fundo que ajude a

fi nanciar investimentos empresa-

riais e a capitalizar as empresas.”

com S.R e M.L.

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Page 7: Publico-20141114

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8 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Todos os casos de Legionella vão parar a um 7.º andar da D. Afonso Henriques

No número 45 da Alameda D. Afonso

Henriques, em Lisboa, o exíguo eleva-

dor transporta-nos aos solavancos até

ao sétimo andar da Direcção-Geral da

Saúde. À direita, uma sala com mesas

e cadeiras à espera de reuniões disfar-

ça e retira as atenções de uma porta

mais ao fundo. É ela que dá acesso ao

pequeno gabinete que, nos últimos

dias, tem procurado dar resposta a

uma pergunta feita tanto pelos cida-

dãos como pelas autoridades de saú-

de e ambiente. Afi nal onde começou

o surto de Legionella do concelho de

Vila Franca de Xira? Os dados do pro-

grama de georreferenciação à vista

num monitor comandado por Luís

Serra parecem não deixar dúvidas.

Há uma mancha laranja sobre as fre-

guesias de Vialonga, Forte da Casa e

Póvoa de Santa Iria.

O último balanço da Direcção-Ge-

ral da Saúde, feito ontem, aponta pa-

ra que já existam 311 casos na região

de Lisboa e Vale do Tejo, dos quais

48 estão internados em unidades de

Cuidados Intensivos. Há ainda sete

mortos confi rmados.

Luís Serra, da Divisão de Estatís-

ticas da Saúde e Monitorização, é

um dos técnicos da Direcção-Geral

da Saúde que desde sexta-feira não

têm parado de introduzir os dados

reportados pelos hospitais e pelas

autoridades de saúde nos computa-

dores onde corre o programa de ge-

orreferenciação. Foram estes instru-

mentos e equipas da Direcção-Geral

da Saúde que fi zeram soar na passa-

da sexta-feira a campainha de alerta

para o anormal número de casos de

Legionella reportados e começar a

actuar. Quase sempre noite fora.

“A minha colega da área procurou-

me pela hora de almoço de sexta-feira

e disse-me que tínhamos um proble-

ma desta natureza. Imediatamente,

pelas 15h de sexta-feira, foi formada

uma task-force, foram naturalmente

tomadas as medidas que seriam ne-

cessárias e nessa noite começaram os

trabalhos presididos pelo dr. Paulo

Macedo”, contou o director-geral da

Saúde. Francisco George já garantiu

que o país tem especialistas e recur-

sos sufi cientes para resolver a situa-

ção, tendo inclusivamente recusado,

por duas vezes, a ajuda oferecida pe-

lo Centro Europeu de Prevenção e

O Hospital de Vila Franca de Xira acolheu a maior parte dos casos

PEDRO NUNES/AFP

Divisão de Estatísticas da Saúde e Monitorização da Direcção-Geral da Saúde acompanha o surto desde sexta-feira passada e insere todos os dados num sistema de georreferenciação. Há 311 casos e sete mortos

SaúdeRomana Borja-Santos

o actual surto, assim como não se

confi rmaram, após contra-análise,

os dois casos inicialmente suspeitos

reportados do estrangeiro”.

Por cada caso confi rmado de do-

ença do legionário, é introduzida no

programa uma referência associada

à morada e que gera um símbolo la-

ranja no mapa, no lugar exacto onde

essa pessoa mora ou trabalha. Tudo é

feito numa sala com duas secretárias

e em que é preciso pedir licença à

mobília para conseguir circular nos

menos de seis metros quadrados.

Na sala de reuniões, que funciona

como uma antecâmara, as cadeiras

não têm chegado nos últimos dias

para os epidemiologistas e outros

especialistas que ajudam a tratar e

a validar a informação que chega à

Direcção-Geral da Saúde.

“Só olhando para as moradas e

para a localização das fábricas, po-

“Só olhando para as moradas dos doentes e para a localização das fábricas, podemos logo suspeitar de três que estão muito próximas”

Controlo de Doenças. No entanto,

deram luz verde aos observadores do

centro com sede em Estocolmo para

acompanhar, no terreno, os procedi-

mentos adoptados por Portugal.

O último comunicado assinado por

George afi rmava que, desde quarta-

feira, foram reportados só nove ca-

sos novos de Legionella, o que de-

monstra o abrandamento do surto,

e “ocorreram, até ao momento, sete

óbitos confi rmadamente por doença

dos legionários, estando actualmen-

te um outro em investigação”. “Em

termos acumulados, verifi caram-se,

até agora, 311 casos, dos quais 303

foram internados na Região de Lis-

boa e Vale do Tejo, três na Região

Norte, quatro na Região Centro, um

na Região do Algarve”, acrescenta a

nota da DGS, que referia ainda que

o caso reportado no Algarve “não

tem ligação epidemiológica com

demos logo suspeitar das três que es-

tão muito próximas. Mas se o vento

estiver de norte, então podemos eli-

minar logo a Solvay”, exemplifi ca ao

PÚBLICO Luís Serra, em referência

às torres de arrefecimento para as

quais as conclusões preliminares so-

bre o foco de bactérias apontaram. O

responsável mostra que o mapa des-

taca as três empresas daquela zona

fabril de Vila Franca de Xira e que

fi cam mais próximas das freguesias

afectadas pelo surto de Legionella.

Aliás, foi precisamente na Solvay,

na Central de Cervejas e na Adubos

de Portugal (ADP Fertilizantes) que

as autoridades recolheram as amos-

tras que ainda estão em análise. O

Instituto Português do Mar e da At-

mosfera preparou um estudo sobre

os ventos de Outubro e Novembro

naquela zona e que poderá ajudar a

contar a história de um dos três maio-

res surtos mundiais da doença.

O contributo do climaSegundo o director-geral da Saúde,

o clima terá tido um contributo re-

levante. “Todos se lembram de dias

de calor em Outubro com humidade,

de tipo tropical. São condições ideais

para favorecer a multiplicação [da

Legionella] onde ela existe, na água”,

salientou George. O último balanço

da Direcção-Geral da Saúde, feito na

quarta-feira, aponta para que já exis-

tam 302 casos e cinco mortes com

relação com o surto de Vila Franca

de Xira, existindo ainda mais quatro

óbitos em investigação.

Apesar de os casos já terem ultra-

passado as três centenas, o sistema

de georreferenciação, pelas exigên-

cias de várias informações distintas,

ainda só conta com 180 casos, explica

Paulo Nogueira, que está à frente da

Direcção de Serviços de Informação

e Análise, da qual faz parte a Divisão

de Estatísticas da Saúde e Monitori-

zação. Mas integra também os casos

que surgiram antes de 7 de Novem-

bro e que poderão a ajudar a dar um

princípio, um meio e um fi m ao surto.

Segundo o coordenador, aplican-

do-se um modelo aos casos já identifi -

cados, é possível antever que o surto

não deverá chegar às 500 infecções.

Mas Paulo Nogueira ressalva que

qualquer conclusão que ainda surja

das análises e estudos pode alterar o

curso dos acontecimentos. “Se hoje

aparecesse um caso que contrariasse

a informação científi ca que temos,

Page 9: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 9

O Sindicato dos Enfermeiros Portu-

gueses (SEP) anunciou ontem que

vai manter a greve nacional marca-

da para hoje e dia 21, respondendo

negativamente ao apelo do Governo

para reconsiderar as datas do protes-

to, tendo em conta o “cenário extra-

ordinário” do surto de Legionella.

A decisão foi anunciada em confe-

rência de imprensa, no fi nal de uma

reunião dos dirigentes do SEP, que

se realizou para avaliar o apelo do

Ministério da Saúde (MS).

A tutela pediu ao SEP para recon-

siderar as datas da greve nacional,

tendo em conta o “cenário extraor-

dinário” do surto de Legionella.

O director-geral da Saúde defen-

deu que a greve nacional de enfer-

meiros marcada para hoje não surge

num momento “oportuno” perante

o surto de Legionella no concelho de

Vila Franca de Xira e que conta já

com 302 casos identifi cados. Fran-

cisco George telefonou a Guadalupe

Simões, da direcção do SEP, para lhe

transmitir as suas preocupações. “De

manhã cedo, falei pessoalmente pelo

telefone e expliquei à senhora enfer-

meira Guadalupe Simões que não era

oportuno [fazer greve], em termos

dos riscos que isso representa para

os doentes”, disse.

Apesar do apelo do Governo, a

greve não foi desmarcada nem che-

gou a realizar-se uma reunião com o

ministério, como foi noticiado. Após

o anúncio da decisão do SEP, o MS

adiantou que vai avaliar os serviços

mínimos exigíveis nos hospitais on-

de estão a ser tratados os infectados

com Legionella. “Hoje [ontem], o mi-

nistério tinha aceitado de imediato

uma proposta de reunião, solicitada

pelo SEP com carácter emergente,

no pressuposto de que seriam ana-

lisadas as alternativas à greve e esta-

belecido calendário negocial futuro”,

lê-se no comunicado. A desmarcação

da reunião é justifi cada pelo “contex-

to de incompreensão do SEP face à si-

tuação de difi culdades a que as insti-

tuições de saúde têm dado excelente

resposta, que se traduz numa recusa

de desconvocar esta greve”.

Enfermeiros mantêm greve nacional

Romana Borja-Santos

Fonte: Direcção-Geral da Saúde/Imagem Google Earth PÚBLICO

O surto de Legionella em Vila Franca de Xira

Central de Cervejas

Solvay

ADP Fertilizantes

Localização de cerca de 180 casosde legionella e das três indústriasinvestigadas como fonte da poluição.A suspeita maior recai sobre a ADPFertilizantes.

Localização de cerca de 180 casosde legionella e das três indústriasinvestigadas como fonte da poluição.A suspeita maior recai sobre a ADPFertilizantes.

Novos casos

Geografia do surto

3357

90

50 4524

9Quintadia 13

QuartaTerçaSegundaDomingoSábadoSextadia 7

“Todos se lembram de dias de calor em Outubro, com humidade. São condições ideais para a bactéria”

então teríamos de repensar toda a

história. Mas neste momento tudo se

encaminha para termos uma história

plausível que encaixa a informação.

Temos várias peças que se conjugam

e uma história que começa a fazer

bastante sentido”.

O director-geral da Saúde adian-

tou ontem que os novos casos de

doença do legionário relacionados

com o surto identifi cado a 7 de No-

vembro no concelho de Vila Franca

de Xira devem deixar de aparecer

daqui a uma semana, no dia 20 de

Novembro. Francisco George expli-

cou que a Legionella tem um tempo

de incubação até dez dias e que na

segunda-feira de manhã fecharam

as últimas torres de arrefecimento

do complexo fabril da zona onde se

pensa estar o foco da epidemia. Em

relação a conclusões fi nais sobre a

colónia de bactérias que originou o

surto, disse que os resultados podem

surgir até à meia-noite.

E quando não há Legionella, o que

faz Luís Serra, a restante equipa e

o programa de georreferenciação?

“Os diferentes tipos de doenças têm

diferentes distribuições geográfi cas,

pelo que é importante estudarmos

essas localizações para podermos

dizer que aqui há uma determina-

da doença e que as pessoas devem,

por exemplo, consumir menos sal”,

simplifi ca o especialista. Na prática,

é com ajuda destes programas que se

identifi cam tendências em termos de

doenças e de assimetrias geográfi cas

que permitem “fazer campanhas de

sensibilização e traçar medidas” que

vão ao encontro dos programas prio-

ritários que a Direcção-Geral da Saú-

de defi niu e que vão de áreas como a

diabetes às doenças cerebrovascula-

res ou mesmo à saúde mental.

Page 10: Publico-20141114

10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Ministério Público investiga possível crime no surto de Legionella

O Ministério Público já tem em mar-

cha um inquérito ao surto de Legio-

nella em Vila Franca de Xira, que

hospitalizou 311 pessoas e matou

pelo menos sete. Em causa poderá

estar a possível prática de um cri-

me ambiental, que poderá resultar

numa pena máxima de 11 anos de

prisão.

A Procuradoria-Geral da Repúbli-

ca confi rmou ontem que foi aberto

um inquérito no Departamento de

Investigação e Acção Penal da Co-

marca de Vila Franca de Xira. Era

uma iniciativa já esperada, dado

que a origem do surto estará re-

lacionada com aerossóis lançados

por uma ou mais unidades indus-

triais da zona.

O actual surto de Legionella — um

dos maiores do mundo — pode-se

tornar num caso emblemático para

o direito ambiental em Portugal. De

acordo com a advogada Joana Aroso,

da sociedade JPAB e Associados, o

processo legal pode seguir por três

vias, sendo uma delas a criminal.

“Podemos estar perante um crime

de poluição com perigo comum”,

afi rma. Este tipo de crime está pre-

visto no artigo 280.º do Código Penal

e refere-se a quem, através da polui-

ção, “criar perigo para a vida ou para

a integridade física de outrem, para

bens patrimoniais alheios de valor

elevado ou para monumentos cultu-

rais ou históricos”. As penas, aí, vão

de um a oito anos de prisão.

Mas como houve pessoas que per-

deram a vida, aplica-se o artigo 285.º

do Código Penal, que agrava em um

terço as penas sempre que de um

crime de poluição “resultar morte

ou ofensa à integridade física grave

de outra pessoa”. Na prática, a pena

máxima sobe para 11 anos.

Até agora, a hipótese mais pro-

vável para a origem do surto são as

torres de refrigeração da fábrica de

Ricardo Garcia

PATRÍCIA DE MELO MOREIRA/AFP

A ADP Fertilizantes tem vindo a ser apontada como o provável foco do surto

Penas por crimes de poluição que envolvam mortes podem ir até onze anos de prisão. Pode haver também multas milionárias

nal, por norma, se aplique apenas

a pessoas, há algumas excepções,

incluindo a de crimes de poluição

com perigo comum que resulte em

mortes. Por isso, a própria empresa

— se for de facto responsabilizada e

acusada — pode vir a sentar-se no

banco dos réus. Neste caso, a pena

de prisão seria transformada em

multa.

Os responsáveis pelo surto tam-

bém poderão ter de responder a

outras instâncias administrativas

ou judiciais: um processo de contra-

ordenação e outro envolvendo in-

demnizações às vítimas, que podem

correr em paralelo com o processo

penal. “Estas três vias podem coe-

xistir”, afi rma Joana Aroso.

Multas de cinco milhõesUm processo de contra-ordenação

cabe à IGAMAOT, com base nas ins-

pecções e análises realizadas. Por

esta via, a IGAMAOT poderá vir a

aplicar uma coima de até cinco mi-

lhões de euros a quem for declarado

responsável pela poluição. No caso

da inspecção à ADP Fertilizantes, o

que está em causa é um eventual

incumprimento da legislação sobre

o regime de emissões industriais,

possivelmente pela não-adopção

das melhores técnicas disponíveis

para os sistemas industriais de ar-

refecimento.

As indemnizações são um capítu-

lo à parte. Se houver um processo

criminal, correrão por esta via. O

próprio Ministério Público tem de

informar os lesados de que têm di-

reito a pedir indemnizações. A advo-

gada Joana Aroso afi rma que, nestes

casos, os pedidos de indemnização

benefi ciam da própria investigação

realizada no processo-crime. “Eu

aconselharia os lesados a estarem

atentos e a colaborarem com as in-

vestigações”, sugere.

Mas se o processo for arquivado

ou se não houver acusação ao fi nal

de oito meses, os lesados podem

avançar com um pedido de indem-

nização num processo civil.

Joana Aroso chama a atenção

ainda para uma legislação de 2008,

sobre a responsabilidade por danos

ambientais, onde este caso pode

também ser enquadrado.

311Até às 17h de ontem, estavam reportados 311 casos de Legionella, com sete mortes e um óbito ainda em investigação

adubos ADP Fertilizantes, no Forte

da Casa. Outras hipóteses ainda es-

tão em estudo, mas a ADP foi alvo de

uma acção inspectiva extraordinária

na segunda-feira e a Inspecção-Geral

da Agricultura, Mar, Ambiente e Or-

denamento do Território (IGAMAOT)

vai enviar os resultados ao Ministério

Público.

Num comunicado, a ADP afi rma

ter cumprido “todas as obrigações

impostas pela lei quanto à análise e

tratamento de águas” nas suas tor-

res de refrigeração e diz que “aguar-

da que a causa da contaminação

seja descoberta com a celeridade

possível”.

Embora a responsabilidade pe-

Page 11: Publico-20141114
Page 12: Publico-20141114

12 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Metade dos doentes com AVC ainda vai para o hospital sem chamar o INEM

ENRIC VIVES-RUBIO

As doenças do aparelho circulatório mantêm-se como a principal causa de morte da população portuguesa

Perante sintomas como falta de força

num braço, boca ao lado ou difi cul-

dade em falar — os mais comuns nos

acidentes vasculares cerebrais (AVC)

—, mais de metade dos doentes ainda

arriscam e dirigem-se às urgências

dos hospitais sem chamar o Institu-

to Nacional de Emergência Médica

(INEM). O número é mais baixo no

caso do enfarte agudo do miocárdio,

em que 30% das pessoas não accio-

nam os meios de socorro perante

sinais de alerta como dor ou peso

no peito, suores frios e náuseas ou

vómitos e seguem para os hospitais

por meios próprios, o que pode com-

prometer o tratamento.

“As pessoas podem estar a pôr

em causa aquilo que são as janelas

terapêuticas, porque o encaminha-

mento faz-se para as áreas de resi-

dência, que nem sempre são as mais

adequadas”, alertou ontem o direc-

tor do Programa Nacional para as

Doenças Cérebro-Cardiovasculares,

durante a apresentação do relatório

Doenças Cérebro-Cardiovasculares em

números — 2014, da Direcção-Geral da

Saúde. Rui Cruz Ferreira lembra que

estas doenças têm uma “via verde”

nas unidades sempre que o doente

seja transportado pelo INEM.

A “janela” que o cardiologista re-

fere diz respeito a dois tratamentos

com nomes complicados mas funda-

mentais para reduzir a mortalidade:

a chamada angioplastia primária, no

caso do enfarte, e a fi brinólise, no

AVC. O problema é que os tratamen-

tos, pela capacidade e conhecimen-

to técnico que requerem, não estão

disponíveis em todos os hospitais. O

doente, ao ir para um hospital sem

o apoio do INEM, corre o risco de

dirigir-se para uma unidade que não

faça a angioplastia ou a fi brinólise.

Além disso, mesmo que os trata-

mentos estejam disponíveis, há re-

gras muito claras para poderem ser

aplicados. “No caso da fi brinólise, os

doentes têm uma janela terapêutica

de três horas desde o início da sinto-

matologia. Se um doente espera duas

horas em casa e não acorre de forma

imediata a uma urgência, está a per-

der grande parte da janela”, alerta o

médico. No caso nos enfartes, a jane-

la é de 12 horas (chegando às 24 horas

em alguns casos) e mais de 90% das

Em geral, a mortalidade prematura

(pessoas com menos de 70 anos) em

Portugal por doenças do aparelho

circulatório desceu 18% entre 2008 e

2012. No mesmo período, reduziu-se

em 15% a mortalidade prematura por

doenças cerebrovasculares. Quanto a

taxas de mortalidade, em 2013 mor-

reram 4348 pessoas com enfartes

(contra 4858 em 2008) e 13.020 por

doenças cerebrovasculares (em 2008

foram 13.994). No caso da doença is-

quémica, Portugal tem dos melhores

resultados da União Europeia a 27,

sendo depois de França o país com

uma taxa de mortalidade mais baixa.

No AVC, o cenário é o inverso, surgin-

do o país como o oitavo com piores

resultados, depois de Bulgária, Ro-

ménia, Letónia, Lituânia, Hungria,

Eslováquia e Estónia.

No caso das mortes nos hospitais

por enfarte agudo do miocárdio, em

2013 foram registadas 1028, quando

no ano anterior tinham morrido 1129

pessoas. Quanto aos AVC isquémi-

cos (os mais comuns e causados por

“entupimentos”), no ano passado

registaram-se 2317 mortes, quando,

em 2009, eram 2508.

Em relação ao consumo de medi-

camentos, o relatório destaca o cres-

cimento do número de embalagens

de fármacos destinados à hiperten-

são, ao colesterol e dos anticoagu-

lantes. A subida, como constatou Rui

Cruz Ferreira, foi conseguida ao mes-

mo tempo que o Serviço Nacional de

Saúde gastou menos dinheiro. Em

2008, por exemplo, foram consumi-

das 20,5 milhões de embalagens de

medicamentos para a tensão arterial

e em 2012 esse número subiu para

25,1 milhões. Já a despesa do Estado

caiu neste mesmo grupo de 304,9

milhões para 237,8 e o preço de ven-

da ao público foi reduzido de um to-

tal de 419,1 para 353,9 milhões.

Dados do programa nacional mostram que em 2012 morreram menos 900 pessoas por doenças cerebrovasculares do que em 2008. Enfartes também tiveram valores mais baixos dos últimos cinco anos

SaúdeRomana Borja-Santos

pessoas já têm acesso às angioplas-

tias primárias, que permitem que o

doente recupere em três dias e que

regresse ao trabalho. Já a fi brinólise

exige a realização de uma TAC e não

é indicada para todos os casos. Neste

momento, chega a 10% das pessoas,

mas Rui Cruz Ferreira acredita que

poderia alcançar os 20%.

Os resultados globais do relatório

indicam que “as doenças do apare-

lho circulatório mantêm-se como

principal causa de morte da popu-

lação portuguesa”, ainda que tenha

havido uma redução tanto em nú-

mero de óbitos como de sequelas,

com os valores mais baixos dos últi-

mos cinco anos. Melhorias que Rui

Cruz Ferreira atribui à combinação

de medidas de prevenção, como as

legislações sobre o tabaco e o sal, e o

alargamento do uso de medicamen-

tos que ajudam a controlar a hiper-

tensão ou o colesterol elevado.

18%A mortalidade prematura, ou seja, em pessoas com menos de 70 anos, caiu 18% entre 2008 e 2012 nas doenças do aparelho circulatório e 15% nas doenças cerebrovasculares

8Portugal é o oitavo país entre os 27 Estados-membros da União Europeia com uma taxa de mortalidade mais elevada nos acidentes vasculares cerebrais

Page 13: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | PORTUGAL | 13

A presidente da Associação Demo-

crática de Defesa dos Interesses e

da Igualdade das Mulheres (ADDIM)

disse ontem que, das 27.318 queixas

de violência doméstica apresenta-

das em 2013, 10% foram participa-

das por menores de 16 anos. Carla

Mansilha Branco defendeu “a neces-

sidade de começar este trabalho de

sensibilização contra a violência do-

méstica na adolescência”, estando

a associação a desenvolver desde

Outubro o projecto Educação+, que

envolve 1100 alunos de escolas na

zona do Porto.

Segundo a presidente da ADDIM,

“a violência nas relações de namoro

assume entre os jovens valores in-

quietantes de vitimização e de per-

petração”. “No namoro há muita

violência e os agressores são os rapa-

zes, mas também as raparigas”, dis-

se. A responsável acrescentou que

neste caso “a violência é bi-unívoca,

difere do contexto de violência con-

jugal onde as vítimas são esmaga-

doramente mulheres”. O projecto

Educação+, que está a decorrer nas

escolas Alexandre Herculano e Cer-

co, Porto, e de Valadares, Vila Nova

de Gaia, termina no fi m deste ano

lectivo e consta de 13 sessões de es-

clarecimento com especialistas, divi-

didas pelos três períodos escolares.

A dirigente da ADDIM espera “que

no fi nal os jovens sejam capazes de

perceber os sinais de alerta de uma

situação de violência no namoro ou

de bullying, e que eliminem compor-

tamentos assentes em crenças, tais

como ‘ciúmes é prova de amor’, ou

que se deve responder à violência

com violência”.

E para que sejam capazes de rea-

gir perante estes sinais, pretende-se

que os jovens em idade escolar con-

sigam “desenvolver competências

comunicacionais que lhes permitam

resolver os confl itos tendo por base

o diálogo e a assertividade”. A pre-

sidente da instituição de solidarie-

dade social referiu que nos últimos

anos o combate à violência domésti-

ca tem sido feito com estratégias de

intervenção secundárias e terciárias,

isto é, atacando o problema quando

ele já está instalado. O trabalho que

está a ser levado a cabo pela ADDIM

“privilegia a detecção precoce de

sinais de violência e a intervenção

imediata”. Carla Mansilha Branco

lembrou ainda que, “neste momen-

to, 32 mulheres foram assassinadas

em Portugal por homens com quem

partilhavam a vida”.

Adolescentes queixam-se de violência no namoro

Crime

Os alunos do 3.º ano vão ter mais

duas horas no currículo obrigatório

e alguns professores poderão já este

ano receber formação para ensinar

Inglês a estas crianças. Não havia dis-

curso, nos últimos tempos, em que

o ministro da Educação e Ciência,

Nuno Crato, não sublinhasse que iria

Conselho de Ministros já aprovou sete anos obrigatórios de Inglês

avançar com sete anos consecutivos

e obrigatórios de Inglês, a partir do

3.º ano e em 2015. A medida foi apro-

vada ontem em Conselho de Minis-

tros e o governante voltou a afi rmar

que, para garantir o recrutamento de

docentes, será aberto um concurso

extraordinário e, para assegurar a

formação, entre outras propostas,

será criado um mestrado.

Os alunos que entrem no 3.º ano

em 2015/2016 terão pelo menos du-

as horas semanais de Inglês. Mas as

escolas que o conseguirem, poderão,

“de acordo com os recursos disponí-

veis e no âmbito da sua autonomia,

proporcionar o complemento ou a

iniciação anterior do estudo desta

ou de outras línguas estrangeiras”,

lê-se num comunicado divulgado. E,

“para harmonizar e tornar coerente

todo o ensino da língua inglesa, se-

rão estabelecidas metas curriculares

sequenciais a partir do 3.º ano de es-

colaridade, ajustando-se as metas”

para os 2.º e 3. ciclos.

Crato garantiu que não será reti-

rado tempo a disciplinas nucleares:

“São acrescentadas duas horas ao

tempo curricular e serão reduzidas

duas horas ao tempo das Actividades

de Enriquecimento Curricular (AEC).

O tempo total na escola para aque-

les alunos que adoptam as AEC, que

são a maioria neste momento, man-

tém-se.” A docência da disciplina

Educação Maria João Lopes

As duas horas obrigatórias serão retiradas às Actividades de Enriquecimento Curricular

será feita em regime de coadjuvação.

Será criado um grupo de recruta-

mento e haverá um primeiro con-

curso extraordinário em 2015. Está

prevista a possibilidade de vários

professores, consoante a habilitação,

poderem obter qualifi cação para este

novo grupo. Para tal, serão “instituí-

dos processos de formação comple-

mentar” que vão começar já este ano

lectivo. Vão ser instituições do ensino

superior, complementadas por enti-

dades formadoras acreditadas, a dar

esta formação, em moldes ainda a

defi nir em portaria. E será ainda cria-

do um mestrado que funcionará “em

complemento” com os já existentes

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Page 14: Publico-20141114

14 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Afi nal Passos só entreabriu portas no Centro Português para a Cooperação

No início de 1998, pouco mais de um

ano após ter sido criado pela Tecno-

forma e por Passos Coelho, o Centro

Português para a Cooperação (CPPC)

tinha em carteira cinco projectos

com um valor superior a 12 milhões

de euros. Todos eles aguardavam fi -

nanciamentos públicos.

Passados dois anos, em Fevereiro

de 2000, o seu terceiro e último ba-

lanço de actividades já se apresenta-

va como uma confi ssão de fracasso. O

destino da organização era aí remeti-

do apenas para o futuro da estratégia

de cooperação do Estado português

com os PALOP (Países Africanos de

Língua Ofi cial Portuguesa).

E a cessação da sua actividade,

nesse mesmo ano, parece ter uma só

explicação: a Tecnoforma angariou

quase três vezes mais fundos públi-

cos nos três anos anteriores à criação

do CPPC do que este veio a conseguir

nos seus três anos de actividade.

Afi nal, o homem que “abria to-

das as portas”, como o fundador da

Tecnoforma defi niu Passos Coelho,

revelou-se uma aposta sem qualquer

valor para a empresa. Pelo menos até

ao fecho do CPPC.

O mesmo não se pode dizer do seu

papel entre 2001 e 2004, quando a

fi rma já mudara de mãos, passando

a ter entre os seus accionistas o se-

cretário-geral da JSD João Luís Gon-

çalves. Como o PÚBLICO revelou em

2012, Passos Coelho passou a traba-

lhar directamente para a empresa e

esta registou um súbito crescimento

com o negócio da formação profi ssio-

nal nas autarquias portuguesas.

Projectos fi caram no papelA fundação do CPPC, no fi nal de

1996, visava dar continuidade às

cinco acções desenvolvidas directa-

mente pela Tecnoforma em Angola e

Moçambique entre 1993 e 1996. Para

esses projectos, a empresa obteve

subsídios da ordem dos 315 mil eu-

ros junto do Fundo para a Coopera-

ção Económica (FCE) — gerido pelos

ministérios portugueses das Finan-

ças e dos Negócios Estrangeiros —,

para além dos apoios que também

recebeu de organizações interna-

cionais.

Contrariamente ao que sucedeu

com estas iniciativas empresariais,

que foram executadas e fi nanciadas

naquele período, as acções progra-

madas pelo CPPC saldaram-se por

quase nada. Das cinco para as quais

procurava fi nanciamento no início

de 1998, apenas uma, para formar

costureiras no antigo bairro degra-

dado da Pedreira dos Húngaros, em

Oeiras, foi por diante.

Mas mesmo nesse caso as coisas

correram mal: em vez dos 95 mil

contos (475 mil euros) que estavam

no orçamento elaborado pela orga-

nização a cujo conselho de funda-

dores presidia Passo Coelho, o Fun-

do Social Europeu (FSE) e o Estado

português apenas aceitaram pagar

137.500 euros — de acordo com os

dados ofi ciais do Instituto de Gestão

do FSE.

O primeiro dos três balanços assi-

nados pela direcção do CPPC — for-

mada pelos então donos da Tecnofor-

ma (Fernando Madeira, o fundador

da empresa, e Manuel Castro) e pelo

braço direito de Passos Coelho na JSD

( João Luís Gonçalves) — tem data de

Março de 1998 e refere-se ao ano de

1997. É o mais extenso de todos, com

oito páginas, e ainda traduz algum

optimismo, embora dê conta de que

ção Profi ssional de Angola com vista

à sua concretização.

Em Angola, onde a Tecnoforma

trabalhava há mais de uma década

e tinha óptimas relações com o Go-

verno e com os militares, tudo se pas-

sava como previsto. O Ministério da

Administração Pública e Segurança

Social aprovara o projecto, referindo-

se mesmo a ele como “o programa

de suporte do Programa Nacional de

Luta contra o Desemprego”, então

em elaboração.

Em Lisboa, porém, o ICP tinha-se

limitado a remeter o dossier para o

Ministério do Emprego e da Solida-

riedade Social. “Estão a ser desenvol-

vidos também esforços não ofi ciais

no sentido de tornar este processo

mais rápido”, diz o CPPC no seu ba-

lanço de 1997.

Quanto aos outros projectos, o

documento faz referência ao da Pe-

dreira dos Húngaros, dizendo que

está orçamentado em 95 mil contos

e que já fora “homologado por Bru-

xelas”, mas sem indicar o montante

aprovado.

Difi culdades em AngolaUma outra iniciativa, relacionada

com o “apoio à integração social de

militares defi cientes” em Angola, co-

meçava, no entanto, a esbarrar com

difi culdades. Apesar disso ainda ha-

via esperanças. “A semana passada

um general das Forças Armadas an-

golanas procurou-nos para ofi cial-

mente nos solicitar uma proposta”,

explica o CPPC, sem quantifi car o

montante previsto para essa inter-

venção.

Quantifi cado estava o investimento

destinado à criação, em Cabo Verde,

do Instituto Superior de Formação

em Gestão e Administração Públi-

ca dos PALOP (ISPALOP). A estima-

tiva feita apontava para 1.340.000

contos (6,7 milhões de euros) em

quatro anos — o documento indica

“1.340.000 PTES”, mas a referência

a escudos só pode ser um lapso, dada

a natureza do projecto. A ideia até

tinha sido objecto de um encontro

em Bruxelas entre Passos Coelho,

Fernando Madeira e João de Deus

Pinheiro, então comissário euro-

peu. Segundo este terá informado,

o plano “poderia vir a ter um bom

acolhimento” da União Europeia.

No caso de Moçambique estava

em preparação um “projecto para

o desenvolvimento comunitário de

A Tecnoforma sozinha angariou quase três vezes mais fundos públicos antes de criar o CPPC do que esta organização não governamental conseguiu obter até fechar as portas, no ano 2000

Caso Tecnoforma José António Cerejo

ENRIC VIVES-RUBIO

A passagem de Passos Coelho e outros notáveis pelo CPPC não serviu de grande coisa à Tecnoforma

a obtenção de apoios para algumas

das suas iniciativas está a deparar-se

com difi culdades.

O mais ambicioso de todos os pro-

jectos que então estava a tentar fazer

aprovar pelo Governo português, en-

tão liderado por António Guterres,

era o chamado Programa de Reabi-

litação e Promoção Activa do Empre-

go para o Desenvolvimento, a levar a

cabo em Angola. As verbas previstas

para a sua realização ascendiam a 6,3

milhões de dólares (perto de 5 mi-

lhões de euros ao câmbio actual).

“Foi recolhida uma sensibilidade

positiva de Bruxelas relativamente à

fi nalidade e metodologia do projec-

to”, lê-se no balanço das actividades

daquele ano, arquivado no Instituto

Camões e até agora desconhecido, tal

como o de 1999. “O valor que Bruxe-

las possa vir a desbloquear será tanto

maior quanto o interesse que Portu-

gal manifeste”, acrescenta o texto.

Nessa altura, o CPPC já tinha en-

tregue o projecto no Instituto para

a Cooperação Portuguesa (ICP), de-

pendente do Ministério dos Negócios

Estrangeiros, e já tinha celebrado um

protocolo com a própria Tecnoforma

e com o Instituto Nacional de Forma-

As acções programadas pelo CPPC saldaram-se por quase nada. Das cinco para as quais procurava fi nanciamento no início de 1998, apenas uma, para formar costureiras em Oeiras, foi por diante

Page 15: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | PORTUGAL | 15

PUBLICIDADE

Inhambane”, no valor de cerca de

505 mil euros. O assunto chegara a

ser discutido com o ICP, mas não ti-

nha tido qualquer desenvolvimento.

Um ano depois, o balanço de ac-

tividades do CPPC relativo a 1998

(que foi conhecido no início do mês

passado) mostra que o projecto da

Pedreira dos Húngaros é o único que

está a sair do papel. Relativamente

ao projecto de promoção do empre-

go em Angola já se considera pouco

provável que o ICP “se digne apoiar

a materialização do mesmo” — até

porque ele se tornou “inviável por

falta de segurança no terreno”.

Quanto ao ISPALOP, nota-se que o

Governo de Cabo Verde acabou por

não lhe conceder um “apoio formal”,

salientando-se que ainda vai ser pro-

curado “apoio da Cooperação portu-

guesa”. Aos projectos dos militares

defi cientes de Angola e do desenvol-

vimento comunitário de Inhambane

já não é feita qualquer alusão.

Por fi m, em Fevereiro de 2000, o

balanço de 1999 assume claramen-

te o falhanço. “Dos projectos que a

nós mesmos estabelecemos como

exequíveis, apenas a intervenção no

Bairro da Pedreira dos Húngaros se

concretizou. Todos os outros, tan-

to em Angola como em Cabo Verde,

não se vieram a concretizar e, dada

a evolução política que entretanto se

verifi cou nestes países, duvidamos

que os mesmos venham a ser con-

cretizáveis.”

Nos arquivos do Instituto Camões

não existe mais nenhum balanço de

actividades do CPPC, cuja remessa

anual para o ICP era obrigatória, de-

preendendo-se que o mesmo deixou

de funcionar ainda em 2000.

A credibilidade das contasPara além da vasta documentação

sobre o projecto de promoção do

emprego em Angola ali existente, um

dossier relativo à Tecnoforma, igual-

mente arquivado naquele instituto,

mostra o que até agora também não

se sabia. Isto é: a Tecnoforma obteve

entre 1993 e 1996, antes de criar o

CPPC, subsídios do FCE/ICP no va-

lor total de 62.980 contos (314.900

euros), quase três vezes mais do que

os 137.500 angariados pelo CPPC pa-

ra Oeiras.

Os apoios concedidos pelo Estado

português à empresa destinaram-se

a apoiar dois projectos em Angola

na área da formação profi ssional e

outros dois em Moçambique — um

relacionado com a reintegração de

militares desmobilizados e outro de

formação profi ssional. Um quinto

projecto, que, além dos 4320 contos

(21.600 euros) que recebeu da coo-

peração portuguesa, ainda contou

com 5792 contos (28.960 euros) das

Nações Unidas, teve como objectivo

a promoção do recurso às verbas do

Fundo de Alívio à Pobreza criado pelo

Banco Africano de Desenvolvimento.

Relativamente ao CPPC, o que

também se conclui das demonstra-

ções de resultados dos anos de 1996

a 1999, entregues ao ICP, é que as

suas contas não merecem grande

crédito. Por exemplo: a rubrica de

custos com o pessoal apresenta zero

euros em 1996 e 1997 (que foi o ano

de maior actividade da organização),

enquanto em 1998 e em 1999 regista,

respectivamente, 3216 e 8159 contos

(16.080 e 40.795 euros).

Quanto a Pedro Passos Coelho e

aos montantes que este terá recebi-

do, a título de reembolso de despe-

sas, ou de pagamento de serviços

prestados ao CPPC, os documentos

a que o PÚBLICO teve agora acesso

nada esclarecem. O que eles parecem

demonstrar é que a passagem do ac-

tual primeiro-ministro pelo CPPC,

bem como a dos numerosos notáveis

do PSD e do PS que o acompanharam

nessa experiência, não serviu, nessa

fase, de grande coisa à Tecnoforma.

A Tecnoforma obteve, entre 1993 e 1996, antes de criar o CPPC, subsídios no valor de 62.980 contos (314 mil euros), quase três vezes mais do que os 137.500 angariados pelo CPPC para Oeiras

12O Centro Português para a Cooperação (CPPC) tinha em carteira cinco projectos com um valor superior a 12 milhões de euros

Page 16: Publico-20141114

16 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Empresários vêem nos políticos pessoas que “abrem as portas”

João Paulo Batalha, director exe-

cutivo da TIAC — organização que

tornou ontem público o relatório

Lobby a Descoberto, o Mercado de

Infl uências em Portugal —, adverte

logo à partida que “o lobby não é um

acto condenável”. O problema está

no “lobby obscuro”, denunciado no

estudo levado a cabo pela investiga-

dora Susana Coroado.

É por isso que João Paulo Batalha

reconhece que mais importante que

regulamentar a actividade é avançar

com outras medidas que contrariem

“mecanismos poucos transparentes”

que proliferam em Portugal. Um des-

tes é a “pegada legislativa” que “per-

mita o acompanhamento do proces-

so legislativo, bem como as contri-

buições de partes interessadas e

especialistas”. Outro é tornar “públi-

cas as agendas de todos os decisores

públicos e políticos, em especial dos

gabinetes ministeriais e quadros di-

rigentes da administração pública”.

Juntamente com o reforço das

“competências e poderes da Co-

missão Parlamentar de Ética”, es-

sas seriam as armas adequadas para

enfrentar a “cunha” ao “mais alto

nível” que infl uencia a criação das

leis e a fi scalização económica.

Alimentado com entrevistas com

empresários e decisores públicos,

o relatório denuncia a forma como

esses contactos informais ocorrem

Enfrentar o “lobby obscuro” através da “pegada legislativa”

em Portugal. Resulta dos “muitos

contactos com decisores públi-

cos realizados de modo informal

através de contactos pessoais, fre-

quentemente durante almoços de

trabalho”. É esse “lobby informal”

que suscita à TIAC “fortes preo-

cupações, devido à sua frequên-

cia, intensidade e opacidade”.

O estudo identifi ca também quem

são os agentes deste mercado. Entre

estes estão os “deputados lobistas”

que fazem da Assembleia da Repú-

blica “um escritório de representa-

ção de interesses económicos”. E a

quem ninguém impede que, tendo

“interesses em determinado sector,

ocupem lugares nas respectivas co-

missões parlamentares”.

Igualmente infl uente é o papel

dos “escritórios de advogados de

advogados activos na política” que

tanto prestam assessoria ao Gover-

no como assistem um cliente num

processo contra o Estado.

Depois, há os “homens do apa-

relho” dos partidos do arco da go-

vernação que são vistos pelos em-

presários como “centros de redes

de infl uência”. Mesmo quando são

já “políticos na reforma” ou “altos

quadros da administração públi-

ca”, “actuam como mediadores e

gestores de infl uências”. Por isso,

alguns dos empresários entrevista-

dos reconheceram que viam nesses

políticos ou ex-políticos “pessoas

com infl uência” que “abrem todas

as portas”.

Os “clientes destes indivíduos” são

as “médias empresas” que “não têm

acesso aos círculos sociais dos deci-

sores públicos” e os “investidores

estrangeiros”, que têm vantagem

nestes contactos para a defi nição dos

regimes fi scais, “negociados caso a

caso com o Governo”.

ENRIC VIVES-RUBIO

Relatório Nuno Sá Lourenço

Transparência e Integridade — Associação Cívica (TIAC) apresentou estudo sobre o lobby em Portugal

O Parlamento Europeu rejeitou o pe-

dido de levantamento da imunida-

de parlamentar de Ana Gomes, que

havia sido solicitado pelo Ministério

Público no quadro de um processo

por difamação movido pelo ministro

da Defesa, José Pedro Aguiar-Bran-

co, à eurodeputada socialista. A par-

lamentar diz que falhou o objectivo

de “a intimidar e silenciar”.

Numa votação realizada por bra-

ço no ar, a assembleia reunida em

Bruxelas decidiu seguir a recomen-

dação da Comissão Parlamentar de

Assuntos Jurídicos, que defendia a

manutenção da imunidade parla-

mentar da eurodeputada.

Em causa estão declarações pres-

tadas por Ana Gomes, em Novembro

de 2013, à TVI24, nas quais a euro-

deputada do PS criticou o processo

de subconcessão dos ENVC e defen-

deu a necessidade de verifi car even-

tuais “negócios” entre o escritório

de advogados do ministro e o gru-

po Martifer. Aguiar-Branco garantiu

que o seu escritório de advogados

nunca teve negócios com o grupo

Martifer e, em Janeiro, interpôs no

Departamento de Investigação e

Acção Penal um processo contra a

eurodeputada, por considerar que

o seu bom-nome e honorabilidade

foram postos em causa.

Por seu lado, Ana Gomes afi rmou

que o ministro da Defesa falhou no

objectivo de a “intimidar e silen-

ciar”, ao ver o Parlamento Europeu

indeferir o pedido de levantamento

da sua imunidade parlamentar. “Eu

sempre disse que não me deixaria si-

lenciar, e o Parlamento, naturalmen-

te, também entendeu que eu tinha

dito o que disse, e que mantenho,

na minha qualidade de deputada”,

afi rmou ontem Ana Gomes.

Acolhendo sem surpresa a deci-

são do hemiciclo, Ana Gomes con-

siderou que, formalmente, tal nada

muda, pois sempre esteve, e está,

disponível para ajudar a esclarecer,

“quer na praça pública, quer no

Parlamento, quer nos tribunais”, a

questão da subconcessão dos Esta-

leiros Navais de Viana do Castelo.

PÚBLICO/Lusa

Ana Gomes mantém imunidade em Bruxelas

Estaleiros

António Costa estima arrecadar14,2 milhões de euros até 2019

Há quem a critique fortemente, quem

não veja mal nenhum em aplicá-la e

até quem defenda estendê-la a todo

o país. Desde que foi anunciada, na

segunda-feira, pelo presidente da

Câmara de Lisboa, a Taxa Municipal

Turística não reúne consenso políti-

co nem mesmo entre economistas e

advogados. Afi nal, qual é o problema

desta taxa, que já é aplicada em pe-

lo menos 17 países europeus e que

a Câmara da Povoação, nos Açores,

também se prepara para cobrar?

Para Paulo de Moura Marques, es-

pecialista em Direito Público e Turis-

mo, o problema está no nome. “Uma

taxa pressupõe o pagamento a uma

entidade pública que se traduz de

forma imediata e directa num servi-

ço prestado”, afi rma, sublinhando

que não é isso que a Câmara de Lis-

boa propõe.

Quando anunciou que os turistas

passariam a pagar um euro quando

entrassem na cidade por via maríti-

ma ou aérea, a partir de 2015, e ou-

tro euro por cada noite de dormida

nos hotéis da capital a partir de 2016,

o presidente da autarquia, António

Costa, disse que a receita arrecadada

— estimada em 14,2 milhões de euros

até 2019 — serviria para pagar a cria-

ção de um centro de congressos no

Pavilhão Carlos Lopes e outras obras

de requalifi cação urbana. E segundo

a proposta da câmara, esta receita

nem sequer chega para cobrir a des-

pesa municipal com o turismo, calcu-

lada em 20,5 milhões de euros.

“Se o dinheiro fosse aplicado em

serviços de acompanhamento aos

turistas, por exemplo, ou na requa-

lifi cação dos acessos ao aeroporto, já

seria uma taxa”, diz Moura Marques.

Mas assim “não há uma ligação direc-

ta entre o que se pretende cobrar e a

afectação da receita”. O que está em

causa, defende, é a criação de “um

imposto sobre o turismo [que só po-

de ser criado pelo Parlamento], mas

ninguém lhe quer dar esse nome”.

Opinião contrária têm alguns

economistas. Paulo Trigo Pereira,

do Instituto Superior de Economia

e Gestão, entende que “do ponto de

vista económico há uma contrapres-

tação, porque quem vem para Lisboa

Taxa turística ou mais um imposto? Eis a questão para vários milhões de euros

sem ser residente vai benefi ciar de

uma série de coisas que a autarquia

oferece e não paga, ao contrário dos

residentes, que pagam impostos na

autarquia”. Em declarações à Lusa,

Trigo Pereira até defende a criação de

uma taxa turística nacional, a rever-

ter para o Orçamento do Estado.

Com a criação da Taxa Municipal

Turística, António Costa não inven-

tou a roda. Pelo menos 17 países

europeus — como Espanha, Suíça,

Itália ou França — aplicam uma taxa

semelhante, com diversas nuances:

uns cobram a taxa só em alguns mu-

nicípios, outros apenas nos resorts,

outros ainda a nível nacional.

Em Portugal, a taxa já foi aplicada

em Aveiro pelo executivo municipal

(PSD/CDS-PP) em 2012, e em pouco

mais de um ano rendeu apenas qua-

tro mil euros, muito aquém dos 200

mil previstos. Acabou por ser abo-

lida em Abril passado. Nos Açores,

a Câmara da Povoação (PS), na ilha

de São Miguel, aprovou em Outubro

uma taxa idêntica, cujo regulamento

está em consulta pública até 24 de

Novembro. Também ali está insta-

lada a polémica, com a oposição a

manifestar-se contra a medida, em-

bora com menos eco na comunica-

ção social.

Em Lisboa, a alteração ao regula-

mento de taxas só entra em consul-

ta pública na próxima semana. Para

já, no projecto de alteração ainda há

pontas soltas. Uma delas prende-se

com as isenções ao pagamento da ta-

xa de chegada. Na terça-feira, o vice-

presidente da câmara, Fernando Me-

dina, disse que “nas chegadas por via

aérea [a taxa] será limitada aos voos

internacionais”, mas isso não consta

do documento. O PÚBLICO questio-

nou a autarquia, sem sucesso.

LisboaMarisa Soares

Não há consenso sobre a legitimidade da taxa que a câmara da capital quer criar. Nos Açores está a avançar uma taxa idêntica

Ana Gomes continua disponível para ajudar a esclarecer a subconcessão dos ENVC

Page 17: Publico-20141114

Nos dias 14 e 15 de Novembro o Ipatimup abre as suas portas à comunidade, permitindo espreitar o dia-a-dia de um instituto científico, assim como o funcionamento dos seus laboratórios de investigação e de diagnóstico. O visitante poderá conhecer a instituição e os seus actores, contactar de perto com os cientistas, e fazer parte do Ipatimup participando em actividades especialmente preparadas para melhor dar a conhecer o trabalho que aqui se produz.No dia 14 teremos sobretudo visitas de alunos do 10º,11º e 12º anos de Escolas Secundárias de vários pontos do País aos laboratórios do Instituto e à exposição interactiva sobre prevenção de cancro.No dia 15 (sábado), mais dedicado à comunidade

em geral, para além das visitas aos laboratórios, apresentaremos vídeos dedicados aos cancros mais comuns e a melhor forma de os prevenir (produzidos pela Unidade de Prevenção do Cancro) e, num ambiente de contacto informal, haverá lugar a uma conversa e discussão em grupo com especialistas nestes tipos de cancro.Teremos também, nos dois dias, actividades para os mais novos, organizadas pela Unidade de Difusão da Ciência – Laboratório Aberto e, numa iniciativa conjunta da Junta de Freguesia de Paranhos e dos investigadores do Ipatimup, faremos uma mostra (com venda) de produtos feitos e confecionados pela comunicade de Paranhos e pelos nossos cientistas.

saiba mais em www.ipatimup.pt/25anos

Venha ver como fazemos ciência!Fale com os nossos cientistas e visite os nossos laboratórios.

14 e 15 Novembro 09:00 – 17:00ENTRADA LIVRE

Ipatimup2�Dias�Abertos

Inserido nas Comemorações dos 25 anos do Ipatimup

Page 18: Publico-20141114

18 | LOCAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

RUI GAUDÊNCIO

Ex-autarca não acredita que a câmara consiga gerir o metro e a Carris

A Câmara de Lisboa “virou as cos-

tas” aos transportes públicos ao

longo das últimas décadas e o Es-

tado “tem sido um mau gestor” das

empresas desta área. O veredicto é

da ex-presidente da Câmara de Lis-

boa Marina Ferreira que, apesar de

defender que “é preciso encontrar

uma solução alternativa” que dê

resposta às necessidades de mobi-

lidade, não acredita que o municí-

pio tenha capacidade para assumir

a gestão da Carris e do Metropolita-

no de Lisboa.

“A câmara onde eu trabalhei não

tem capacidade para gerir transpor-

tes. A câmara que eu conheci não

tem capacidade para ser reguladora

nem planeadora. Isso iria inevita-

velmente cair na área do urbanis-

mo, onde a mobilidade e o trânsito

eram vistos como os chatos que vi-

nham complicar tudo”, afi rmou a

actual presidente da Administração

do Porto de Lisboa (APL), que foi

vereadora da Mobilidade da Câma-

ra de Lisboa (PSD) e presidente da

comissão administrativa nomeada

após a queda do executivo de Car-

mona Rodrigues, em 2007.

Marina Ferreira falava numa con-

ferência sobre Mobilidade Urbana

e Transportes, promovida pelo

PSD de Lisboa na noite de quarta-

feira, na qual não faltaram críticas

à actuação dos últimos executivos

camarários. Os sucessivos Gover-

nos centrais também não saíram

incólumes, não só pelo que têm

feito nas empresas de transportes,

mas também por não terem dado

aos municípios um papel decisivo

nas autoridades metropolitanas de

transportes.

“Lisboa, historicamente, teve ve-

readores que projectaram obras,

que pensaram quais eram as neces-

sidades do trânsito automóvel”, ava-

liou Marina Ferreira, acrescentando

que a cidade, “infelizmente, nunca

foi pensada no âmbito da mobilida-

de”. Um problema que, em seu en-

tender, se arrasta desde que a Carris

e o Metropolitano de Lisboa foram

nacionalizados.

Desde aí, diz a ex-autarca e anti-

ga presidente da Autoridade Metro-

politana de Transportes de Lisboa

(AMTL), “a câmara pura e simples-

A intervenção de Carlos Barbo-

sa fi cou marcada por um extenso

rol de críticas ao trabalho dos su-

cessivos executivos liderados por

António Costa, e a uma política na

área da mobilidade que, em seu en-

tender, tem sido “triste, pequena,

pobre, completamente desfasada

da realidade”. Apontando exemplos

como “o garrote ao automóvel” nal-

gumas zonas da cidade, o “dispara-

te” da zona de Emissões Reduzidas,

os radares e semáforos avariados, as

estradas “inspiradas em Beirute” e

as ciclovias “a eito”, o presidente do

ACP condenou a câmara por actuar

com base em “experimentalismos”

e “caprichos”. “Esta vereação tem

medo e atira-se para coisas que não

têm sentido nenhum em termos de

mobilidade”, continuou o deputa-

do municipal, acrescentando que

“o grande problema do país e da

câmara é a falta de capacidade de

decisão”.

Referido nesta conferência foi

também o actual secretário de Esta-

do dos Transportes. “Eu não queria

estar no lugar dele”, afi rmou Mari-

na Ferreira, lembrando que Sérgio

Monteiro encontrou, ao chegar ao

Governo, “uma das mais graves si-

tuações de subfi nanciamento, que

era a dos transportes”, e para a qual

a troika exigiu uma solução.

Também Nunes da Silva aprovei-

tou para dizer que a sua experiên-

cia como vereador num executivo

socialista lhe permitiu perceber “o

quanto os independentes são des-

cartáveis”. “São importantes para

ganhar as eleições e para garantir

maiorias, mas não são minimamen-

te importantes para levarem para

a frente as suas ideias”, criticou,

acrescentando que há uma “quase

fobia” de permitir que aqueles que

não estão fi liados em partidos po-

líticos “façam as coisas”.

O deputado municipal também

não se coibiu de afi rmar que o actu-

al director municipal de Mobilidade

e Transportes, por quem sublinhou

ter estima pessoal, “não sabe nada

de mobilidade urbana”. “Com esta

direcção municipal e com esta di-

recção da Emel [Empresa Munici-

pal de Mobilidade e Estacionamento

de Lisboa]”, disse Nunes da Silva,

será “muito complicado” assumir

responsabilidades como a de “pla-

near a rede” das empresas de trans-

portes.

mente virou as costas aos transpor-

tes públicos”, que passaram a de-

pender de um Estado preocupado

“com a racionalidade económica e

não com a mobilidade”. “Lisboa é a

única cidade do mundo em que há

um afastamento total entre a autar-

quia e os transportes, e essa é uma

situação que tem de ser invertida”,

sustentou Marina Ferreira.

Quanto àquela que deve ser a

solução de futuro, a presidente da

APL considera que mais “importan-

te” do que discutir “quem manda e

quem põe dinheiro nas empresas”

é perceber “qual é o serviço de que

necessitamos”. Seja qual for o cami-

nho, Marina Ferreira não tem dú-

vidas de que as autoridades metro-

politanas de transportes devem ter

um fi gurino diferente do actual, em

que, “na melhor linha centralista, é

o Estado a defi nir aquilo de que as

cidades precisam”.

Já o ex-vereador da Mobilidade

Fernando Nunes da Silva (que ocu-

pou o lugar no segundo mandato

de António Costa) sublinhou que

“os municípios têm de estar forte-

mente implicados no sistema de

transportes”, por duas razões es-

senciais: “Controlam variáveis es-

truturantes”, como a via pública, a

política de estacionamento e o uso

dos solos, e têm uma proximidade

relativamente às pessoas “muitíssi-

mo maior” do que aquela que tem o

Estado, o que permite que haja uma

“responsabilização política”.

Mas deve ser a Câmara de Lisboa

a gerir os transportes? Isso “é outra

conversa”, diz Nunes da Silva, de-

fendendo que aquilo que é essencial

é que, “à semelhança do que acon-

tece nas outras grandes cidades do

país”, fi quem nas suas mãos o pla-

neamento e a defi nição do serviço e

do tarifário. O professor universitá-

rio admite, aliás, que “se o Governo

resistir à pressão que os operadores

privados estão a fazer” e entregar a

gestão da Carris e do Metropolitano

de Lisboa ao município, este poderá

ter de “fazer uma parceria com um

privado”, que dê “um apoio técnico

para fazer a operação”.

Para o actual deputado municipal

dos Cidadãos por Lisboa, essa entre-

ga à câmara pode ser um primeiro

passo para que mais tarde ela seja

assumida por “um conjunto de mu-

nicípios”, através da AMTL. “Ou a

câmara assume este papel neste mo-

mento para provocar a emergência

de uma autoridade metropolitana

ou então nunca mais saímos daqui”,

concluiu Nunes da Silva.

Já o presidente do Automóvel Clu-

be de Portugal (ACP) afi rmou que

atribuir a Carris e o Metropolitano

de Lisboa à autarquia é “uma ideia

peregrina”. “Só se for para criar o

caos e satisfazer alguma cliente-

la”, acrescentou Carlos Barbosa,

que é deputado municipal eleito

pelo PSD. E nem o argumento de

que em vários países europeus há

câmaras a gerir os transportes pú-

blicos o convenceu: “Isso é estar a

comparar uma mercearia em Lisboa

com um shopping na Europa”, dis-

se, antevendo um “futuro negro”

para os munícipes, com um possível

aumento de impostos incluído, caso

aquilo que é defendido pelo presi-

dente da câmara se concretize.

Marina Ferreira presidiu à Câmara de Lisboa entre a saída de Carmona e a eleição de Costa

Marina Ferreira diz que o município de que foi presidente “não tem capacidade para gerir transportes”. Presidente do ACP considera que entregar a Carris e o metro à câmara só “para satisfazer alguma clientela”

Transportes Inês Boaventura

Com esta direcção municipal e esta direcção da Emel, será “muito complicado planear a rede” da Carris e do metro, diz Nunes da Silva

Page 19: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | LOCAL | 19

A empresa Montalgrua considera

que quase metade do terreno ocupa-

do pelo actual Cemitério de Alverca

lhe pertence legalmente. Depois de

anos e anos de tentativas, goradas,

de entendimento com as autarquias

locais, a empresa decidiu, recente-

mente, pôr uma acção no Tribunal

de Vila Franca de Xira, em que recla-

ma a propriedade do espaço.

A câmara acha que a Montalgrua

não tem razão e diz que vai aguar-

dar pela decisão judicial. No terre-

no objecto desta disputa, paralelo à

Empresa reclama metade do terreno do Cemitério de Alverca em tribunal

Auto-Estrada do Norte (A 1), já foram

sepultadas mais de cem pessoas.

A Montalgrua tem actividade

em Alverca desde 1968 e nunca se

conformou com a forma como, na

década de 1990, foi delineado um

loteamento industrial na entrada

norte da cidade.

A empresa alega que parte do es-

paço ocupado pelo loteamento lhe

pertence e essa área acabou por

servir para a construção de parte

do novo cemitério. A câmara diz

que o terreno lhe foi cedido, como

contrapartida, no âmbito do licen-

ciamento do loteamento e que está

tudo legal.

Certo é que a Montalgrua decidiu,

recentemente, reivindicar em tribu-

nal os direitos que julga que mantém

sobre uma área equivalente a qua-

se metade do cemitério que serve

uma freguesia com cerca de 35 mil

habitantes.

A empresa, questionada pelo PÚ-

Justiça Jorge Talixa

Diferendo arrasta-se há muitos anos, mas só agora é que foi levado a tribunal. No local estão sepultadas mais de cem pessoas

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te da Câmara de Vila Franca de Xi-

ra, explicou, então, que este “é um

assunto que está em análise no tri-

bunal”, acrescentando: “A câmara

acha que temos razão e que a em-

presa que reclama a propriedade da-

quele terreno não tem razão. Como

é evidente, nestas coisas quem é so-

berano é o tribunal.”

Já em declarações ao PÚBLICO, Al-

berto Mesquita acrescentou que este

“é um processo muito antigo” que

chegou, recentemente, ao tribunal.

“É um processo que temos vindo a

acompanhar e é nossa convicção

que o reclamante não tem razão. É

uma questão que já se coloca desde

a própria construção do cemitério”,

sublinha.

“De qualquer forma, estas coisas

são tratadas em sede própria, está

em causa uma área paralela à auto-

estrada, que já foi usada para os fi ns

do cemitério. Terá de ser o tribunal

a decidir”, disse Alberto Mesquita.

A Santa Casa da Misericórdia de Lis-

boa realiza amanhã a primeira San-

ta Casa Open House, iniciativa que

serve para apresentar edifícios rea-

bilitados que vão entrar no mercado

do arrendamento, com um prédio

da Rua Barão de Sabrosa, que estará

aberto ao público entre as 14h e as

18h. De acordo com a SCML, o edifí-

cio conjuga o antigo e o moderno e

é composto por quatro fracções de

tipologia T1, T2 e T3 Duplex. O pro-

jecto de reabilitação do imóvel da

Rua Barão de Sabrosa é da autoria

do arquitecto Tiago Malhão Pereira

e custou 294 mil euros. A SCML é

proprietária de 616 edifícios, dos

quais 465 são urbanos, a maioria

situada em Lisboa. Até ao fi nal do

ano, serão apresentados mais cinco

edifícios no âmbito da Santa Casa

Open House.

Misericórdia faz amanhã a sua primeira open house

LisboaBLICO, preferiu não comentar o ca-

so, referindo que aguarda a decisão

do tribunal.

O problema foi, igualmente, co-

locado na última sessão camarária

pelo vereador social-democrata Rui

Rei. “Há uma empresa de gruas que

diz que metade do terreno do cemi-

tério é dela, quer dizer que há pes-

soas que têm sido enterradas numa

parte do cemitério que a empresa,

agora, diz que é dela. Pergunto: que

mais surpresas vamos ter por aí?”,

observou o eleito da Coligação Novo

Rumo (CNR).

Alberto Mesquita (PS), presiden-

A parcela do cemitério reivindicada pela Montalgrua foi cedida à câmara há muitos anos, diz a autarquia

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Page 20: Publico-20141114

20 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Investidores fi cam com 100% da TAP se cumprirem plano estratégico

Prestes a fazer dois anos o fracasso da

privatização da TAP, com a rejeição

da oferta de Gérman Efromovich, o

Governo entra no segundo round,

esperando concluir o processo até ao

início do segundo trimestre de 2015.

Mas, desta vez, avança com mais cau-

telas, optando por um modelo que,

numa primeira fase, mantém o Es-

tado como accionista. O processo

arrancará com a alienação de 66%

do grupo, podendo os restantes 34%

ser vendidos se o investidor privado

cumprir algumas exigências.

Tal como o PÚBLICO noticiou em

Outubro, o Governo decidiu alienar,

numa primeira fase, 66% da empresa

(61% através de venda directa a um

ou mais investidores e 5% aos traba-

lhadores). Este modelo foi a solução

encontrada para gerar consenso en-

tre a ala do executivo que defendia a

venda de uma posição minoritária e

a que preferia uma privatização to-

tal. Mas esse objectivo mantém-se,

embora a médio prazo, visto que o

restante capital poderá ser alienado

nos dois anos seguintes à assinatura

do contrato de venda, sem que exista

um período mínimo em que o Esta-

do é obrigado a fi car na empresa. A

decisão fi cará condicionada ao cum-

primento de obrigações por parte do

investidor privado.

Ao que o PÚBLICO apurou, as obri-

gações que o accionista privado terá

de respeitar para fi car com 100% da

transportadora aérea vão estar re-

lacionadas com o cumprimento do

caderno de encargos, nomeadamen-

te do plano estratégico e de capita-

lização fi nanceira do grupo. Outros

requisitos que terão de ser alcança-

dos dizem respeito, por exemplo, à

manutenção do hub [placa giratória]

de Lisboa e da TAP como companhia

nacional de bandeira. O Governo não

descarta a possibilidade de os candi-

datos apresentarem logo uma pro-

posta pela totalidade do capital.

O modelo escolhido deixa, porém,

muitas incertezas, já que os poten-

ciais compradores se arriscam a mu-

dar de interlocutor daqui a menos

de um ano, por causa das próximas

eleições legislativas. Recorde-se que

o PS defende que o Estado deve man-

ter o controlo da empresa. Por estas

razões de natureza política, o Gover-

que conta também com a participa-

ção da Barraqueiro; a Globalia, que

detém a companhia espanhola Air

Europa; a transportadora aérea bra-

sileira Azul; e Gérman Efromovich,

o milionário colombo-brasileiro que

viu a sua proposta de compra ser re-

jeitada em 2012.

Ontem, em reacção à decisão, a

Globalia considerou-a “positiva”,

uma vez que “pode implicar o con-

trolo total” da TAP e, por isso, “é

menos restritivo do que outros cená-

rios” já debatidos. Já Pais do Amaral

afi rmou à Lusa que vai “analisar com

os investidores e com o consórcio [o

modelo de privatização]”, já que a

proposta apresentada inicialmente

era sobre 100% da TAP.

A primeira tentativa de alienação

da companhia arrancou no fi nal de

2012, mas Gérman Efromovich era

o único candidato e a sua oferta

acabou por ser rejeitada, pelo facto

de não ter apresentado sufi cientes

garantias fi nanceiras. O Governo

retoma o processo numa altura em

que a transportadora acaba de sair

de um Verão agitado, em que re-

gistou sucessivos cancelamentos e

problemas técnicos, e em que está

envolvida num braço-de-ferro com

os tripulantes.

No entanto, a TAP está hoje em

melhores condições fi nanceiras do

que encontrava em 2012. Apesar de

os resultados continuarem negativos,

o grupo reduziu os prejuízos semes-

trais para 83,4 milhões de euros este

ano, em comparação com os 136,6

milhões dos primeiros seis meses de

2013. A dívida tem vindo a diminuir,

situando-se em 1000 milhões de eu-

ros, e as receitas a aumentarem. E

o negócio de manutenção no Brasil

está a ter melhorias, tanto ao nível do

resultado operacional, como da re-

dução das dívidas fi scais e laborais.

Governo relança privatização da empresa com alienação de 66%, mas objectivo é retirar Estado do capital. Processo avança a menos de um ano das legislativas, sem garantias políticas para os investidores

AviaçãoRaquel Almeida Correia

grupo TAP e não apenas o negócio

da aviação, incluindo a defi citária

empresa de manutenção no Brasil.

O principal objectivo desta privatiza-

ção é injectar dinheiro fresco no gru-

po, visto que o Estado está impedido

de o fazer, por regras comunitárias.

O encaixe será residual.

Além da falta de consenso relati-

vamente à fatia de capital a vender,

o adiamento da decisão do Gover-

no também esteve relacionada com

facto de sentir que não há margem,

a nível político e também da susten-

tabilidade da TAP, para um novo fra-

casso neste dossier. E, por isso, era

necessário assegurar um ambiente

competitivo, com vários investidores

dispostos a entrar na corrida.

Quatro grupos de investidores

responderam ao apelo: o consórcio

liderado pelo empresário português

Pais do Amaral e pelo antigo dono da

Continental Airlines, Frank Lorenzo,

no estava sob pressão para relançar

a venda e tinha inicialmente previsto

concluí-la até ao fi nal de 2014. Mas

o calendário acabou por resvalar. O

executivo pretende que, no limite, o

processo esteja concluído até ao fi nal

do primeiro semestre.

Para que tal aconteça é preciso

que os investidores apresentem

uma oferta vinculativa até Abril. O

PÚBLICO apurou que só deverá ha-

ver lugar a esta fase, não estando

em cima da mesa a possibilidade de

apresentação de propostas prelimi-

nares. O próximo passo do Governo

será aguardar que o Presidente da

República promulgue o diploma que

relança a privatização — tem 40 dias

para o fazer. O executivo fechará, en-

tretanto, o caderno de encargos e ini-

ciará contactos mais aprofundados

com os potenciais candidatos.

Ontem confi rmou-se ainda que

a privatização vai englobar todo o

Retrato da TAP

Fonte: TAP/PÚBLICO PÚBLICO

Situação actual

Proveitos de passagensMilhões de euros

Trabalhadores

Volume de negóciosTotal - milhões de euros

Por sector - 2013

Vendas de passagens em 2013Em percentagem

Propostade vendado GovernoEstado

PARPÚBLICA

TAP SGPS SA

TAP SA Portugália SA

AEROPAR

SPdH SA

TAPGER SATAP Manutençãoe Engenharia

Brasil

100%

100%

1%

1%

43,9%100% 100%100% 51% 99%

47,64%

Estado34%

34%

61%

61%

5%

5%

Trabalhadores

Novos investidores

TAP – Transporte Aéreo

TAP – Manutençãoe Engenharia

TAP – Serviços

20132012

2113 2217

Outros

Atlântico Norte

Atlântico médio

África

Atlântico Sul

Portugal

Europa

20132012

Dívida totalMilhões de euros

2620,7 2671,5

+1,9%

Outras actividades

Catering

Manutenção/assistênciaBrasil

Manutenção/assistênciaPortugal

Lojas Francas

Transporte aéreo

8,7

2346,5

74,2

72,6

162,5

7

37

24,8

23

6,9

3,9

3,8

0,62012

2013

Dívida líquidaMilhões de euros

Resultado líquido Milhões de euros

7468 7531

1051

1034

780 -5,9

949 -25,5

Page 21: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | ECONOMIA | 21

ENRIC VIVES-RUBIO

Os CTT, de Francisco Lacerda, estão atentos à venda da PT

Sem pressas para vender a PT Por-

tugal e à espera de ofertas melho-

radas pelos negócios portugueses.

Assim está a Oi, garantiu ontem o

seu presidente executivo, Bayard

Gontijo. “Não estamos preocupados

com o tempo que vamos demorar a

vender”, disse o sucessor de Zeinal

Bava na conferência telefónica com

analistas depois da apresentação dos

resultados trimestrais da Oi. Segundo

a Reuters, o gestor considera que as

ofertas que já foram feitas pela PT

Portugal “são interessantes, mas po-

dem melhorar”.

Enquanto Bayard Gontijo falava

com os analistas, os CTT, presidi-

dos por Francisco Lacerda, eram

obrigados a enviar um comunicado

à CMVM admitindo estar a “acom-

panhar o processo de venda da PT

Portugal por forma a analisar todas

as oportunidades que façam sentido

no desenvolvimento das suas áreas

de negócio, criadoras de valor para

os seus accionistas, e com uma di-

mensão compatível”.

A empresa reagia assim aos ru-

mores sobre o seu interesse na PT

Portugal, que já vinham da semana

passada, mas que se intensifi caram

depois de o colunista brasileiro da

revista Veja Lauro Jardim ter escrito

no seu blogue que a empresa estava

na corrida à PT Portugal. Lauro Jar-

dim é tido como muito próximo dos

accionistas que controlam a Oi. Foi

ele o primeiro a lançar a deixa sobre

a saída iminente de Zeinal Bava da Oi,

por falta de confi ança dos “donos”

da operadora brasileira. Numa no-

ta escrita em tom cauteloso, os CTT

Presidente executivo da Oi acredita que as ofertas que recebeu pela PT Portugal podem ser melhoradas

buiu com cerca de 5732 milhões de

euros para a dívida bruta consolida-

da da empresa no fi nal do terceiro

trimestre (menos 8,9% face ao tri-

mestre anterior).

Os pagamentos diferidos estarão

longe de agradar aos brasileiros. O

jornal Folha de São Paulo escreve

na sua edição de ontem que a Oi

quer receber uma oferta “limpa”

de sete mil milhões de euros pela

PT Portugal, sem quaisquer condi-

ções ou recebimentos adiados. No

fi nal de Setembro, a empresa bra-

sileira tinha uma dívida líquida de

cerca de 15 mil milhões de euros.

Quanto ao resultado líquido, re-

cuou mais de 95%, para cerca de

dois milhões de euros. Nos negócios

em Portugal, as receitas recuaram

3,3% no trimestre para 610 milhões.

Bayard Gontijo referiu-se ainda ao

anúncio de OPA à PT SGPS de Isabel

limitam-se a dizer que “não tomaram

qualquer decisão quanto a tais opor-

tunidades”.

A Oi já tem em mãos duas pro-

postas de compra da PT Portugal.

A primeira, da Altice, é fi rme e ava-

lia a empresa em 7025 milhões de

euros. A segunda, dos fundos de in-

vestimento Apax e Bain, é de 7075

milhões, mas ainda está sujeita a

uma análise de informações sobre a

PT Portugal e à aprovação fi nal dos

respectivos comités de investimento.

Ambas têm em comum o pormenor

de condicionar 800 milhões de eu-

ros a metas de receitas e resultados

operacionais. Nenhuma das ofertas

esclarece quanto irá efectivamente

a Oi receber pela PT Portugal se a

este valor retirarmos, além dos 800

milhões de euros, o valor da dívida.

De acordo com os dados divulgados

ontem pela Oi, a PT Portugal contri-

TelecomunicaçõesAna Brito

A Oi não tem pressas para vender a PT Portugal. Os CTT dizem que estão “a acompanhar” a operação, mas não se comprometem

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dos Santos, assegurando que a Oi não

está disposta a fazer modifi cações

aos termos dos acordos com a PT,

como exigia a empresária angolana.

Ainda assim, o gestor admitiu ver

com bons olhos o interesse na Unitel,

nos activos portugueses e no merca-

do brasileiro (a entrada na PT SGPS

permitiria a Isabel dos Santos ser ac-

cionista da Oi). “Rejeitámos todas as

condições [impostas no anúncio pre-

liminar de OPA], mas é um bom sinal

que quem queira comprar esteja in-

teressado na consolidação no Brasil”,

afi rmou Bayard Gontijo, segundo o

sítio do Diário Económico.

As acções da PT SGPS (pelas quais

Isabel dos Santos poderá oferecer na

OPA 1,35 euros, se a operação avan-

çar) fecharam a descer (pela primeira

vez esta semana) 0,07%, para 1,449

euros. Já os CTT, caíram 0,13%, para

7,471 euros.

Breves

Gestão

Contencioso

Moreira da Silva está de regresso à Sonae Indústria

Meio milhar de accionistas do BES com acções judiciais

Carlos Moreira da Silva está de regresso à Sonae Indústria, numa altura em que a empresa controlada pelo empresário Belmiro de Azevedo tem em curso um aumento de capital de 150 milhões de euros, importante para o financiamento do plano de reestruturação em curso. Moreira da Silva, presidente da Sonae Indústria durante um longo período de tempo, regressa ao conselho de administração “como membro não executivo e membro da Comissão de Auditoria e Finanças”, informou a empresa, em comunicado enviado à CMVM.

Um conjunto de 477 pequenos accionistas do BES avançou com duas acções populares autónomas junto do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, numa pedindo a nulidade da medida de resolução do banco e, noutra, uma indemnização ao Estado, ao governador e ao Banco de Portugal. No total, estes accionistas detêm mais de 16,5 milhões de acções do BES e as acções judiciais foram entregues pela sociedade de advogados Pereira de Almeida e Associados.

Page 22: Publico-20141114

22 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

O Instituto de Segurança Social (ISS)

começou ontem a notifi car 196 tra-

balhadores dos serviços centrais,

Centro Nacional de Pensões e cen-

tros distritais para serem colocados

em requalifi cação (o antigo regime

de mobilidade especial), onde fi ca-

rão sem actividade, a receber uma

parte do salário. Este é o primeiro

passo de um processo que tem co-

mo objectivo dispensar um total de

697 trabalhadores daquele instituto

e que o Governo conta ter fechado a

18 de Dezembro.

Numa notifi cação enviada a um tra-

balhador, com data de 13 de Novem-

bro, a que o PÚBLICO teve acesso, os

recursos humanos do ISS começam

por dizer que está em curso um pro-

cesso de racionalização de pessoal

e que “há trabalhadores integrados

em carreiras especiais e subsisten-

tes, como é o caso de V. Exa., que

não têm enquadramento nas actuais

competências do ISS”.

O ISS diz ainda que, “depois de atu-

rado esforço no sentido de serem es-

gotadas todas as possibilidades, no-

meadamente de reafectação destes

trabalhadores”, concluiu-se que “não

há viabilidade” de manter o posto de

trabalho, “embora reconheça o forte

impacto da decisão”.

Os trabalhadores são então no-

tifi cados da sua passagem à requa-

lifi cação e são informados de que

podem consultar o seu processo e

pronunciar-se no âmbito do Código

do Procedimento Administrativo.

Os sindicatos prometem fazer fren-

te ao processo, estando em cima da

mesa a possibilidade de avançarem

com providências cautelares.

O processo abrangerá outros traba-

lhadores que, segundo uma delibe-

ração do conselho directivo do ISS,

aprovado a 11 de Novembro, serão

sujeitos a processo de selecção e re-

afectação, para depois se apurar os

que efectivamente serão colocados

em requalifi cação.

É o que acontecerá com os traba-

lhadores da carreira de assistente

operacional (auxiliares, contínuos,

entre outros) e os da carreira docen-

te, que ocupam postos de trabalho

nos estabelecimentos integrados nos

Segurança Socialcoloca 196 pessoas na requalificação

centros distritais do Porto, Castelo

Branco e Évora.

Nestes casos, o ISS espera que até

12 de Novembro seja possível notifi -

car por escrito os trabalhadores acer-

ca do resultado da selecção. Até 18

de Dezembro, os trabalhadores que

estiverem a mais serão colocados em

requalifi cação.

José Abraão, coordenador do

Sindicato dos Trabalhadores da Ad-

ministração Pública, denuncia um

processo que entende como sendo

“pouco transparente”, aguardando

a marcação das reuniões pedidas ao

conselho directivo do ISS, liderado

por Mariana Ribeiro Ferreira, e ao

ministro do Emprego e Segurança

Social, Pedro Mota Soares.

Esta semana, o ministro garantiu

que “absolutamente ninguém será

despedido”. “Todos terão acesso a

um programa de requalifi cação, à ex-

cepção daqueles trabalhadores que

seguiram junto com os equipamen-

tos para a gestão das instituições.

Com o programa de requalifi cação

ganharão novas competências, terão

formação profi ssional e poderão de-

sempenhar as suas funções noutros

organismos do Estado”, disse numa

audição no Parlamento.

Os trabalhadores colocados em re-

qualifi cação fi cam em inactividade a

receber apenas uma parte do salário.

Durante a primeira fase do processo,

que dura 12 meses, recebem 60% da

remuneração, com o limite máximo

de 1258 euros, e são abrangidos por

um plano de formação para que pos-

sam ser integrados noutros organis-

mos públicos. Passado este tempo,

se não conseguirem ser integrados

noutras áreas, entram numa segunda

fase do processo, com o salário a cair

para 40% — máximo de 838 euros.

Quem foi admitido antes de 2009

poderá fi car nessa situação indefi ni-

damente, num limbo em que nem

estão a trabalhar nem são desempre-

gados. Sendo que, como reforçou a

ministra das Finanças, no Parlamen-

to, só poderão sair com o seu acordo,

através de uma rescisão amigável. Já

os trabalhadores que entraram para

o Estado depois dessa data, e que ao

fi m de 12 meses não encontrem nova

colocação, serão despedidos. com Sérgio Aníbal

Reforma do EstadoRaquel Martins

ISS diz que “não há viabilidade” para manter os postos de trabalho. Dispensados receberão entre 60% e 40% do salário

Bolsas

PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2014

PSI 20 INDEX 1,07 5155,29 455100959 5123,77 5236,59 5098,62 -0,97 -21,40ALTRI -0,71 2,24 132595 2,27 2,30 2,24 -1,44 0,09BANIF 0 0,01 45167071 0,01 0,01 0,01 -5,80 -38,10BPI 3,64 1,43 2078785 1,39 1,44 1,38 -8,46 17,19BCP 2,81 0,07 383365352 0,07 0,08 0,07 -15,16 -24,28CTT CORREIOS -0,13 7,47 415644 7,42 7,56 7,40 -5,06 33,65EDP 0,69 3,22 2900589 3,20 3,24 3,17 -2,44 20,56EDP RENOVÁVEIS -0,47 5,12 255380 5,13 5,20 5,08 -0,19 32,50GALP ENERGIA -0,68 11,03 1221208 11,23 11,33 11,02 0,18 -7,43IMPRESA 0 0,89 41815 0,90 0,90 0,88 -6,15 -18,81J. MARTINS 6,82 8,55 3353709 8,04 8,84 7,96 6,71 -39,86MOTA-ENGIL -0,88 3,94 745144 3,97 4,08 3,91 -8,19 -8,98NOS -0,99 4,59 764252 4,67 4,70 4,56 1,13 -15,02PT -0,07 1,45 11782416 1,45 1,46 1,39 17,41 -54,15PORTUCEL -0,32 2,80 334843 2,81 2,83 2,77 -4,63 -3,95REN -0,53 2,46 318994 2,47 2,48 2,43 1,23 9,79SEMAPA 0,24 9,42 40604 9,51 9,64 9,30 -4,64 15,72TEIXEIRA DUARTE 0,68 0,74 72947 0,74 0,76 0,74 -3,80 -16,85SONAE 1,51 1,07 2109611 1,06 1,09 1,06 -1,31 2,38

O DIA NOS MERCADOS

Acções

Divisas Valor por euro

Diário de bolsa

Dinheiro, activos e dívida

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

MercadoriasPetróleoOuro

ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos

Taxas de juroEuribor 3 mesesEuribor 6 meses

Euribor 6 meses

Portugal PSI20

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Obrigações 10 anos

Mais Transaccionadas Volume

Variação

Variação

Melhores

Piores

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Europa Euro Stoxx 50

BCP 383.365.352Banif 45.167.071PT 11.782.416J. Martins 3.353.709EDP 2.900.589

J. Martins 6,82%BPI 3,64%BCP 2,81%

NOS SGPS -0,99%Mota-Engil -0,88%ALTRI -0,71%

Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço

2,500

2,875

3,250

3,625

4,000

1,24780,794

144,313,23631,2018

0,079%0,181%

78,061162,2

0,763%3,208%

PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones

Variação dos índices face à sessão anterior

2800

2950

3100

3250

3400

4500

5375

6250

7125

8000

0,160

0,215

0,270

0,325

0,380

1,07%0,31%

n.d.

O anterior ministro da Economia,

Álvaro Santos Pereira, vai lançar o

seu próximo livro no dia 24 deste

mês. Mais uma vez, o tema é Portu-

gal, mas, desta feita, Santos Pereira

faz um balanço do seu mandato.

Com o título Reformar sem me-

do, um independente no Governo de

Portugal, a obra, segundo a editora

responsável pelo livro, a Gradiva,

promete explicar “o que fez Álva-

ro Santos Pereira e deixou para ser

concluído”, quais os “lóbis e inte-

resses” que “teve de enfrentar” e,

por fi m, explicar “por que acabou

por ter de sair” do cargo de minis-

tro da Economia. Convidado por

Pedro Passos Coelho a fazer parte

do Governo de coligação PSD/CDS,

Santos Pereira surge em 2011 como

um independente de partidos po-

líticos, mas com um discurso ali-

nhado com as teorias do chefe do

executivo.

Foi do seu ministério que saiu,

por exemplo, o primeiro plano de

reindustrialização e o “ataque” às

chamadas “rendas excessivas” das

empresas de energia, além de ter

alterado o Código de Trabalho, in-

cluindo a redução das indemniza-

ções por despedimento. Aliás, o pri-

meiro secretário de Estado a sair do

executivo foi Henrique Gomes, que

deixou a área da energia em pleno

confronto com as empresas do sec-

tor. Após vários rumores sobre uma

eventual remodelação, Santos Perei-

ra acabou por ser substituído, em

Julho de 2013, por António Pires de

Lima, do CDS. Se antes de ir para o

Governo era professor universitário

no Canadá, hoje Santos Pereira tra-

balha na OCDE, em Paris.

Álvaro Santos Pereira lança livro sobre Governo

Economia Luís Villalobos

Livro é lançado no fim do mês

O ministro Pedro Mota Soares garantiu no Parlamento que “absolutamente ninguém será despedido”

Page 23: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | ECONOMIA | 23

PAULO PIMENTA

Lisboa é o distrito mais caro no gasóleo e na gasolina

O Governo começou a publicar pre-

ços de referência para os combustí-

veis rodoviários e para o gás de bo-

tija. Estes valores, que se destinam

a informar os consumidores e não

são um preço recomendado, serão

actualizados diariamente no site da

Entidade Nacional para o Mercado

dos Combustíveis. Porém, não incor-

poram vários custos dos vendedores

e não poderão ser usados para uma

comparação directa com os preços

de venda.

Os preços de referência refl ectem

essencialmente os custos de impor-

tação, o que inclui o preço a que o

combustível é vendido nos princi-

pais mercados europeus, bem como

os gastos com transporte, custos de

armazenamento, impostos e ainda,

em alguns casos, a incorporação de

biocombustíveis ou, no caso do gás,

o enchimento de botijas. De fora fi -

cam os custos de logística e trans-

porte já dentro do país, tal como a

margem aplicada pelos vendedores.

Os valores que o Governo divulga

são assim, necessariamente, inferio-

res ao preço que os consumidores

pagam.

A medida tinha sido anunciada

no início do ano pelo Governo e

discutida este mês, no Parlamento,

pelos deputados e pelo ministro da

Energia, Jorge Moreira da Silva, num

debate em que a oposição duvidou

da efi cácia da publicação desta in-

formação.

Numa nota à imprensa, a ENMC

justifi ca o facto de não apresentar

uma referência para o preço fi nal

ao consumidor com a grande quan-

tidade de factores que teriam de ser

tidos em conta e com a diversidade

da informação resultante. “A ENMC

considerou adequado não incluir o

transporte interno e a margem bru-

ta de comercialização, para evitar a

complexidade da consideração das

múltiplas geografi as e do funciona-

mento de postos de abastecimento

ou das cadeias logísticas capilares

de transporte de botijas”, refere o

comunicado, acrescentando que daí

“resultaria uma multiplicidade de

preços de referência, contribuindo

para um excesso de informação, que

perturbaria o alcance da medida”. O

Governo começou a publicar preços de referência para combustíveis e gás

líferos nos principais mercados.

De acordo com a análise do regu-

lador, o preço de referência para o

gasóleo entre 1 de Novembro e 10 de

Novembro era de 1,12 euros por litro.

O distrito de Lisboa, com um preço

de 1,32 euros por litro, foi o que mais

se afastou da referência naquele pe-

ríodo (mais 15%). Já Castelo Branco,

com 1,26 euros por litro (mais 11%),

era o mais próximo. No caso da ga-

solina, o valor de referência era de

1,32 euros. Lisboa, mais uma vez, foi

o distrito mais distante (1,51 euros,

mais 13%) e Viseu, o mais próximo

(1,38 euros, mais 4%).

No comunicado, a ENMC sublinha

a discrepância entre a queda do pre-

ço dos combustíveis nos mercados

internacionais e a evolução do pre-

ço aplicado na venda aos consumi-

dores: “Num mercado onde se vê o

preço internacional do gasóleo cair

25% em três meses, é razoável que o

consumidor se interrogue quanto ao

rimo da descida do preço do gasóleo

em Portugal.” Também o preço do

petróleo está em queda. Ontem, pe-

la primeira vez nos últimos quatro

anos, o barril de Brent, usado como

referência na Europa, fi cou abaixo

dos 80 dólares.

regulador argumenta que, “ao publi-

car o preço base, todos os restantes

preços e margens se poderão dedu-

zir a partir daí, clarifi cando-as e tor-

nando-as mais transparentes”.

Para além do preço diário — que

será divulgado todos os dias úteis,

com excepção daqueles que sejam

feriados em Londres, uma vez que o

valor incorpora o preço dos produ-

tos nos mercados internacionais —,

será também divulgado um preço de

referência semanal e outro mensal,

bem como a evolução destes valores.

O site terá ainda outros indicadores,

como os preços dos produtos petro-

EnergiaJoão Pedro Pereira

Valor não tem em conta todos os custos e não corresponde ao preço cobrado ao consumidor

O Governo aprovou ontem em Con-

selho de Ministros o novo regime

de acesso e exercício de actividades

do comércio, serviços e restauração

que, entre várias mudanças, põe fi m

à época ofi cial dos saldos e liberaliza

os horários de funcionamento.

Em comunicado, o Governo diz

que, embora se mantenha o período

de quatro meses por ano em que se

podem realizar saldos, “elimina-se a

limitação da realização dos mesmos

em períodos defi nidos por lei, confe-

rindo aos operadores económicos a

liberdade de defi nirem o momento

em que os pretendem realizar”.

Actualmente a época legal de redu-

ção de preços está dividida em dois

períodos: entre 28 de Dezembro e

28 de Fevereiro e entre 15 de Julho

e 15 de Setembro. Com a nova lei,

as reduções poderão realizar-se em

qualquer período desde que, no seu

Aprovada lei que põe fim à época oficial dos saldos

conjunto, não ultrapassem quatro

meses por ano. Qualquer venda em

saldos terá de ser comunicada pre-

viamente à ASAE, para que possa

haver fi scalização.

O fi m do período ofi cial de des-

contos não foi bem recebido pelos

pequenos comerciantes. Quando a

intenção do Governo foi conhecida,

a Confederação do Comércio e Ser-

viços apontou o dedo ao desequilí-

brio que a medida poderá provocar,

pondo em desvantagem as empresas

mais pequenas, com uma menor ca-

pacidade de resposta face ao grande

retalho. Por seu turno, a grande dis-

tribuição aplaudiu a mudança anun-

ciada, defendendo que era preciso

um quadro legal para dar resposta ao

que os consumidores procuram.

Já o Governo argumenta que a in-

tenção é dar às empresas liberdade

para gerirem os seus stocks e existên-

cias. Em meados de Março, quando a

lei foi conhecida, Leonardo Mathias,

secretário de Estado adjunto da Eco-

nomia, defendia que “não deve caber

ao Governo ou ao Estado decidir a

data específi ca do ano”. “Numa al-

tura em que houve uma diminuição

do consumo privado e da procura

interna torna-se essencial a gestão

correcta e adequada dos stocks das

empresas, porque é um custo acres-

cido das empresas”, sustentava.

Outra das mudanças do novo regi-

me, que tem como fi m a revitalização

“do pequeno comércio”, é a libera-

lização de horários. Depois da po-

lémica abertura aos domingos, que

passou a ser permitida em Outubro

de 2010, os comerciantes vão poder

manter as lojas abertas em qualquer

horário e dia de semana. A decisão

de limitar os horários será uma fun-

ção das autarquias, “atendendo a cri-

tério relacionados com a segurança e

protecção da qualidade de vida dos

cidadãos”.

As alterações aprovadas incluem a

redução e a eliminação de algumas

taxas actualmente cobradas aos em-

presários pela instalação de lojas.

ComércioAna Rute Silva

Conselho de Ministros deu luz verde ao novo regime de acesso ao comércio que liberaliza horários e simplifica licenciamentos

1,12euros por litro é o preço de referência para o gasóleo calculado em Novembro

15%distância dos preços em Lisboa face ao valor de referência

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Saldos serão em qualquer altura

Page 24: Publico-20141114

24 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Para a Memorial, a repressão do Kremlin não é um “fi lme” novo

ILYA NAYMUSHIN/REUTERS

Cerimónia organizada pela Memorial em memória das vítimas da repressão soviética na cidade de Krasnoiarsk, na Sibéria

Na Praça Lubianka, em Moscovo,

outrora morada da sede do KGB,

está desde 1990 uma grande pedra,

sobre a qual é costume ver-se algu-

mas fl ores caídas. Foram activistas

da Memorial, a mais proeminente

organização de defesa dos direitos

humanos russo, que trouxeram

aquela pedra desde as distantes ilhas

Solovetski, perdidas no mar Branco,

onde se localizava “a mãe do Gulag”,

como descreveu o escritor dissidente

Alexander Soljenitsine, um dos maio-

res campos de trabalho ao serviço do

regime soviético.

Quando realizou a jornada daquela

pedra, a Memorial vivia os seus pri-

meiros tempos e seguia a missão de

expor os crimes perpetrados pelo

regime prestes a cair, aproveitando

a abertura promovida por Mikhail

Gorbachev, a perestroika. Mais de

duas décadas depois, o mesmo gru-

po é ele próprio alvo de perseguição

política, correndo o sério risco de vir

a fechar portas.

“Assim que Gorbachev deu a luz

verde, em 1987, para que as pessoas

pudessem investigar os crimes do co-

munismo e do [antigo líder soviético,

Josef] Estaline, a Memorial conseguiu

trabalhar numa escala muito maior”,

explica a professora da Universida-

de de Amesterdão Nanci Adler, em

conversa telefónica com o PÚBLICO.

A abertura dos arquivos da polícia

política permitiu revelar o terror vi-

vido durante décadas de opressão e

o mundo, incluindo a própria Rús-

sia, pôde fi nalmente saber o que se

passava nos longínquos gulags. E a

Memorial estava na linha da frente

dos acontecimentos.

Nas suas fi leiras contaram-se im-

portantes dissidentes políticos como

o físico nuclear e Prémio Nobel da

Paz, Andrei Sakharov, entre outros.

Os anos foram passando, mas a mis-

são de um grupo que serviu original-

mente como “mecanismo de justiça

transicional” foi assumindo novos

contornos.

“A Memorial desenvolveu-se, cres-

ceu signifi cativamente e, focando-se

nos crimes do passado, também se

concentrou nos crimes do presente,

por se ter tornado num vigilante tão

importante”, diz-nos Adler, autora de

vários livros sobre a organização. A

tou por a adiar para 17 de Dezembro,

dando tempo para que a Memorial al-

tere a sua organização estatutária.

O “problema organizacional”

apontado pelas autoridades gover-

namentais é apenas um pretexto pa-

ra continuar a perseguição, segundo

a leitura de Nanci Adler. “A intimi-

dação à Memorial é parte da acção

do Estado contra quem discorda e

contra a mensagem que tem, que é

tanto sobre o passado como sobre o

presente. Aquilo que a Memorial vem

dizendo não é propriamente aquilo

que o Estado gostaria de mostrar de

si próprio”, nota.

Em Julho, a organização foi regis-

tada, em conjunto com outras quatro

ONG, como “agente do estrangeiro”

— uma expressão com ecos da termi-

nologia soviética. Esta classifi cação

abrange os organismos que obtêm fi -

nanciamento fora da Rússia e que de-

senvolvam uma “actividade política”.

A verdade é que o apoio internacio-

nal sempre foi basilar na actividade

da Memorial, desde a sua fundação,

muito apoiada por instituições como

a norte-americana Ford Foundation.

Adler reconhece mesmo que “a Me-

morial é mais popular internacional-

mente do que a nível nacional”, onde

encontrou “muita oposição por parte

da população”, que continua a olhar

com alguma admiração os tempos

do regime soviético. “Parte disso é

porque nunca houve uma condena-

ção ofi cial, nem um julgamento, nem

uma comissão de verdade”, explica

a investigadora.

Como organização de sobrevi-

ventes, Nanci Adler acredita que a

Memorial pode sobreviver a mais

este desafi o. “Uma das coisas que

aprendemos numa sociedade pós-

repressiva é que o passado tem que

ser algo que se possa olhar e confron-

tar. E não esquecer.”

Mostraram ao mundo os crimes do regime soviético e continuaram a expor os abusos do poder. Agora, a Memorial regressa ao passado, com a extinção no horizonte

RússiaJoão Ruela Ribeiro

mais séria” desde a fundação, nota

Adler.

O Ministério da Justiça russo pe-

diu a “liquidação” da Memorial ao

Supremo Tribunal, por causa das

“violações graves e reiteradas” da

Constituição e das leis do país, de

acordo com o serviço de imprensa

do ministério. Na base da argumen-

tação do Kremlin estão problemas

organizacionais apontados ao grupo,

nomeadamente a sua “estrutura em

guarda-chuva”, que agrupa cerca de

50 pequenas delegações de defesa

de direitos humanos. “As autorida-

des querem que tudo funcione na

Rússia de cima para baixo. E sabe-

mos bem porquê: uma organização

vertical é muito mais fácil de contro-

lar”, observa a directora executiva

da Memorial, Elena Jemkova, citada

pela AFP.

Para ontem estava agendada a de-

cisão do Supremo Tribunal, que op-

sua acção centrou-se durante bastan-

te tempo no confl ito na Tchetchénia,

para onde enviava investigadores pa-

ra apurar abusos e desaparecimentos

de civis. Em 2009, o preço a pagar

pela busca da verdade foi demasiado

alto para Natalia Estemirova, raptada

e encontrada morta com um tiro na

cabeça e outro no peito, enquanto

investigava as acções do exército rus-

so. Após uma investigação altamente

criticada, o Governo russo acabou

por concluir que a activista foi morta

por guerrilheiros rebeldes.

Nesse mesmo ano, a organização

recebe o Prémio Sakharov de Li-

berdade de Pensamento, atribuído

pelo Parlamento Europeu. Apesar

de nunca ter ganho Nobel da Paz, a

Memorial é uma “forte candidata”,

segundo Nanci Adler.

Mas agora a luta é apenas pela so-

brevivência, num momento em que

a organização está a “travar a sua luta

Page 25: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | MUNDO | 25

Thein Sein diz que concluir as reformas “vai demorar”

Dois anos depois da visita que assi-

nalou o fi m do isolamento do país,

o Presidente norte-americano, Ba-

rack Obama, regressou à Birmânia,

mas desta vez para avisar que as re-

formas que o regime militar iniciou

há quatro anos — e que levaram ao

levantamento de parte das sanções

internacionais que lhe tinham sido

impostas — estão a marcar passo.

Obama, que participou como con-

vidado na cimeira da ASEAN (Asso-

ciação de Nações do Sudeste Asiáti-

co), foi diplomático e disse que “o

processo de democratização na Bir-

mânia é real”. Mas sublinhou que “o

trabalho não está acabado” e que os

Estados Unidos não se vão contentar

com um processo que fi que a meio

caminho. “A transição democrática

tem de ser concluída”, afi rmou, no fi -

nal de um encontro com deputados,

entre eles a líder da oposição e Nobel

da Paz, Aung San Suu Kyi.

Ainda em Naypydaw — a cidade

que a junta militar construiu para

sua capital —, Obama encontrou-se

com o Presidente Thein Sein, líder do

primeiro Governo civil da Birmânia

em quase meio século, e hoje volta a

encontrar-se com Suu Kyi, já em Ran-

gum. Mas o tom da visita foi marcado

logo à chegada, numa entrevista à

imprensa local em que afi rmou que

“os progressos alcançados não estão

a ser tão rápidos quanto muitos espe-

ravam”. “Em alguns domínios há um

abrandamento e mesmo um recuo

das reformas”, avisou, dando como

exemplo as “restrições” impostas a

antigos presos políticos e “as deten-

ções” de jornalistas.

Estas foram duas das áreas em que

as reformas prometidas por Thein

Sein, um ex-general que governa com

o beneplácito dos seus camaradas,

deram mais frutos: no fi nal de 2013,

um decreto presidencial amnistiou

todos os opositores ainda na prisão

e pôs fi m aos processos por delito de

opinião; antes disso, a censura sobre

jornais e a Internet foi levantada. A

Liga Nacional para a Democracia

(LND), com Suu Kyi à cabeça, con-

correu e venceu eleições intercalares

de 2012, o regime pôs fi m a várias

restrições — reconhecendo o direito

Obama critica abrandamento das reformas na Birmânia

de manifestação — a existência de sin-

dicatos, e iniciou uma liberalização

da economia, recorda a BBC.

Mas nenhuma destas reformas

mexeu no essencial dos poderes

dos militares, a quem a Constitui-

ção de 2008 garante um quarto dos

lugares no Parlamento e o direito de

veto sobre todas as alterações à lei

fundamental. A mesma Constituição

que impede quem tenha familiares

com nacionalidade estrangeira de se

candidatar à presidência — uma dis-

posição feita a pensar em Suu Kyi,

viúva de um britânico e cujos fi lhos

têm passaporte do Reino Unido.

A LND é apontada como favorita à

vitória nas eleições do próximo ano,

mas ainda em Junho uma comissão

parlamentar recusou levantar as res-

trições que bloqueiam as aspirações

presidenciais de Suu Kyi. A dirigente

não escondeu o seu desânimo quan-

do, a dias da chegada de Obama,

disse que as reformas estão “para-

lisadas” e acusou Washington, que

desde 2012 levantou o essencial das

sanções impostas nas duas últimas

décadas, de ser “excessivamente op-

timista” sobre a situação no país.

Após o encontro com o homólo-

go birmanês, Obama, o primeiro

Presidente americano em funções

a visitar a Birmânia, repetiu que as

eleições de 2015 têm de ser “livres,

inclusivas e transparentes”. Insis-

tiu também no fi m da discriminação

dos rohingya, minoria muçulmana

a quem a Birmânia não reconhece o

direito à cidadania — apátridas que a

ONU descreve como a minoria mais

perseguida do planeta. Thein Sein

respondeu que o seu Governo está

a trabalhar nas questões levantadas

por Obama, mas a sua resolução

“vai demorar”.

ÁsiaAna Fonseca Pereira

Presidente dos EUA diz que “processo de democratização é real”,mas avisa que “o trabalho não está acabado”

MENAHEM KAHANA/AFP

Combatente separatista junto a uma trincheira nas imediações do aeroporto de Donetsk

O Conselho de Segurança das Nações

Unidas reuniu-se pela 26.ª vez desde

o início do confl ito na Ucrânia e o

resultado fi nal também não foi uma

surpresa para ninguém. Os Estados

Unidos voltaram a acusar a Rússia de

estar a “alimentar o confl ito” e a Rús-

sia voltou a acusar os Estados Uni-

dos de estarem a fazer propaganda,

mas não houve nenhuma proposta

concreta para reduzir a tensão, que

voltou a atingir níveis preocupantes

nas últimas duas semanas.

A reunião foi convocada depois de

o principal líder militar da NATO, o

general norte-americano Philip Bree-

dlove, ter afi rmado que as fronteiras

entre a Rússia e a região controlada

pelos separatistas pró-russos, no

Leste da Ucrânia, têm sido pontos

de passagem de “tanques russos,

artilharia russa, sistemas de defesa

aérea russos e tropas de combate

russas” nos últimos dias.

“O que mais me preocupa é que a

fronteira entre a Rússia e a Ucrânia

está completamente porosa. Comba-

Estados Unidos voltam a acusar a Rússia de “alimentar conflito” no Leste da Ucrânia

tentes, dinheiro, apoio, abastecimen-

tos e armas passam de um lado para

o outro sem qualquer controlo. A si-

tuação não é boa”, disse o general.

Na reunião de emergência que se

seguiu às declarações do responsável

militar da NATO, convocada pelos

EUA, os representantes do Conse-

lho de Segurança voltaram a trocar

acusações.

A embaixadora norte-americana

na ONU, Samantha Power, sentiu-se

obrigada a justifi car o facto de esta

ser a 26.ª vez que o Conselho de Se-

gurança se reúne para discutir a crise

no Leste da Ucrânia, mas defendeu

que “é por uma boa razão”.

“Se a nossa mensagem, e a men-

sagem de outros países, sobre a de-

terioração da situação no Leste da

Ucrânia soa familiar, é por uma boa

razão. Ainda que haja desenvolvi-

mentos recentes, a raiz do proble-

ma mantém-se: a fl agrante violação

da soberania e da integridade terri-

torial da Ucrânia pela Rússia”, disse

Samantha Power.

A representante dos EUA acusou

os separatistas das autoproclamadas

repúblicas populares de Donetsk e

de Lugansk de terem aproveitado o

acordo de cessar-fogo assinado em

Minsk no dia 20 de Setembro para

reforçarem o seu poder militar, com

a ajuda da Rússia.

“A Ucrânia continua a respeitar o

cessar-fogo ao longo das zonas de-

marcadas, enquanto defende mais

uma vez as suas forças e a sua popu-

lação dos avanços dos separatistas.

Nos últimos dias, o número de ata-

ques dos separatistas aumentou de

forma considerável, contra posições

no aeroporto de Donetsk, na cidade

de Debaltseve e, é claro, perto de Ma-

riupol”, disse a responsável norte-

americana.

Do lado russo, a resposta foi a mes-

ma de sempre, num sublinhado da

posição ofi cial do Kremlin desde o

início dos combates, em Abril – a

Rússia nunca enviou para o Leste

da Ucrânia nenhum militar, e todos

os que por lá passarem são volun-

tários.

O vice-representante permanente

da Rússia na ONU, Alexander Pankin,

disse que as reuniões do Conselho

de Segurança correm o risco de se

tornarem “uma farsa”, e acusou os

EUA de estarem a fazer “mais uma

incursão na propaganda, com novos

fl oreados”.

Para além da NATO, também a Or-

ganização para a Segurança e Coope-

ração na Europa (OSCE) tem relatado

movimentações militares ao longo da

fronteira. No seu relatório semanal,

publicado na quarta-feira, os obser-

vadores da organização dizem que

viram um veículo com a inscrição

“Gruz 200” a entrar na Ucrânia, vin-

do da Rússia – como explica a OSCE,

a inscrição “Gruz 200” é “um conhe-

cido código militar russo para ‘pesso-

al militar morto em combate’”.

SeparatismoAlexandre Martins

Veículo que serve para transportar militares russos mortos em combate foi avistado a entrar na Ucrânia, diz a OSCE

Page 26: Publico-20141114

26 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

ESTELLE MAUSSION/AFP

Muitos organizadores de manifestações são alvo de “intimidação”

Intimidações e perseguições polí-

ticas, desaparecimentos forçados,

mortes extrajudiciais: uma investi-

gação da Amnistia Internacional às

manifestações realizadas em Angola

desde 2011 revela o grau de repres-

são a que estão sujeitos os cidadãos

que ousam protestar ou exprimir em

público a sua oposição ao Governo, e

também o nível de arbitrariedade e

impunidade com que actuam as au-

toridades policiais e judiciais do país.

Num relatório intitulado Punishing

Dissent: Suppression of Freedom of

Association And Assembly in Angola

[Pressionando a Dissenção: A su-

pressão da liberdade de associação

e assembleia em Angola], divulgado

ontem, a Amnistia Internacional (AI)

documenta inúmeros casos que com-

prometem o respeito pelos direitos

humanos ou os tratados internacio-

nais subscritos pelo Estado angolano

— e põem em causa “a participação

dos cidadãos” na vida pública e na

democracia do país.

O ponto de partida para a inves-

tigação foi o dia 7 de Março de 2011,

a data para que foi marcada uma

manifestação de protesto contra o

Governo do Presidente José Eduardo

dos Santos, num gesto inspirado pe-

los movimentos de revolta popular

da chamada Primavera Árabe. As 16

pessoas que acorreram ao Largo da

Independência de Luanda, apesar

da promessa de “medidas duras”

contra os manifestantes veiculada

pelo secretário do MPLA, o partido

que está no poder desde 1975, aca-

baram por ser presas ao fi m de 25

minutos.

Três casosDesde esse dia, e de acordo com a

contabilidade da AI, foram convoca-

das mais 30 manifestações ou acções

de protesto — contra o Presidente,

a violação dos direitos humanos, o

elevado custo do ensino ou a falta

de água e electricidade. E, segundo

constatou a organização, em todos

esses casos, “a resposta das autori-

dades angolanas violou os direitos de

livre associação e assembleia e ainda

a liberdade de expressão”, lê-se logo

na introdução do relatório.

Amnistia Internacional denuncia repressão de manifestantes em Angola

dos no local marcado por um largo

contingente policial, que incluía he-

licópteros, e uma ordem de disper-

são por motivos de segurança, que

foi posta em prática pelos agentes à

força de bastões e de tasers.

O outro aconteceu em Setembro

de 2013, depois de o Movimento Re-

volucionário Angolano ter entregado

um pedido para a realização de uma

manifestação contra os despejos e

detenções de vendedoras informais,

conhecidas como “zungueiras”. A

solicitação nunca mereceu uma res-

posta ofi cial, mas, segundo o rela-

tório da AI, os seus organizadores

foram informados verbalmente de

que o encontro não seria autoriza-

do. Na data, a polícia procedeu à

detenção de pelo menos 23 indiví-

duos suspeitos de querer participar

na manifestação.

O terceiro caso envolve um pedido

da Unita, o principal partido de opo-

sição, para uma marcha de protesto

pelo desaparecimento de Silva Alves

Kamulingue e Isaías Sebastião Kassu-

le, alegadamente mortos por agentes

de segurança. A marcha foi recusa-

da por coincidir com um comício do

MPLA, mas centenas de angolanos

desafi aram a proibição e acorreram

ao Cemitério de Santa Ana, em Luan-

da, e a outros locais em vários pon-

tos do país. O encontro foi reprimido

por forças antimotim, com recurso

a gás lacrimogéneo.

A Amnistia denuncia ainda inúme-

ros casos de assédio e intimidação de

organizadores de protestos e mani-

festações — telefonemas, ameaças,

raptos, detenções — “cujo intuito é

impedir a realização desses actos”.

O relatório identifi ca agressões a ma-

nifestantes por agentes do Estado

conhecidos coloquialmente como

“kaenches”.

“A realização de manifestações pa-

cífi cas foi impedida mesmo quando

foram cumpridos todos os preceitos

legais para a sua realização e quando

elas chegaram à rua foram suprimi-

das. A polícia levou a cabo detenções

arbitrárias e usou força desmedida

e desnecessária contra os manifes-

tantes, incluindo com armas de fo-

go. Também se recusou a garantir a

protecção dos manifestantes quan-

do estes foram atacados por outros

grupos que procuravam interferir

com o seu direito ao protesto. Para

fi nalizar, as autoridades sujeitaram

os manifestantes a acusações com

motivações políticas e julgamentos

injustos”, escreve a AI.

O relatório apresenta em detalhe

três casos de manifestações que fo-

ram inviabilizadas pela polícia com

base no incumprimento de requisi-

tos legais, de possível ameaça à or-

dem e segurança pública ou por cau-

sa da ocorrência de um outro evento

no mesmo dia e à mesma hora — em

todos esses casos a AI constatou que

as autoridades não facultaram a in-

formação necessária para justifi car a

recusa do acto ou para que os organi-

zadores pudessem alterar a data ou o

local das suas concentrações.

Um dos casos remonta a 25 de

Maio de 2011, quando o Movimen-

to Revolucionário de Intervenção

Social quis organizar um protesto

contra a pobreza extrema. Os cerca

de 300 manifestantes foram recebi-

Direitos humanosRita Siza

Relatório da organização de defesa dos direitos humanos documenta casos de intimidação e agressão de manifestantes

A polícia levou a cabo detenções arbitrárias e usou força desmedida e desnecessária

Jihadistas divulgaram uma grava-

ção alegadamente de Abu Bakr al-

Baghdadi, líder do grupo jihadista

que resolveu chamar-se Estado Islâ-

mico (EI), depois de notícias de que

poderia ter sido ferido ou morto num

ataque levado a cabo pelos EUA na

semana passada.

A autenticidade da gravação de Ba-

ghdadi, o homem que se declarou

califa após a tomada de várias zonas

do Iraque e Síria pelo seu grupo, não

pôde ser verifi cada, mas alguns espe-

cialistas dizem que parece autêntica.

Nela, quem fala promete que os com-

batentes do EI não vão parar de lutar

“até que reste um único soldado”.

Após ataques aéreos levados a

cabo perto da cidade iraquiana de

Mossul (a segunda maior do país e

a maior do Norte, actualmente em

poder do EI), surgiram rumores de

que Baghdadi poderia estar entre as

vítimas do ataque. Os EUA sempre

disseram não estar em condições de

confi rmar se o líder do grupo tinha

sido morto ou ferido.

Na gravação, que dura 17 minutos,

não há referência directa ao ataque

aéreo, mas há menção de um aconte-

cimento após o ataque: o anúncio de

que o Presidente norte-americano,

Barack Obama, tinha autorizado o

envio de mais 1500 soldados para o

Iraque (continuando a não ter fun-

ções de combate, sublinhou a Admi-

nistração norte-americana).

Baghdadi disse ainda, referindo-se

aos EUA, que “apesar desta campa-

nha ser a mais forte [da América], é

o seu maior falhanço”.

Na habitual retórica beligerante,

quem fala na gravação, divulgada nas

redes sociais, pede “vulcões de jihad

[guerra santa]” por todo o mundo e

em particular ataques na Arábia Sau-

dita — cujos líderes são apresentados

como “a cabeça da serpente”.

Na Síria e no Iraque, onde o grupo

acabou de anunciar a introdução de

uma nova moeda nas zonas que con-

trola, os jihadistas têm instalado o ter-

ror, com perseguições de minorias,

limpeza étnica, tortura de reféns, di-

zem testemunhos de sobreviventes.

Os EUA têm levado a cabo bom-

bardeamentos diários contra o EI no

Iraque e na Síria.

Os primeiros ensaios de três trata-

mentos clínicos da febre hemorrá-

gica ébola vão começar em centros

de tratamento na Guiné-Conacri e

eventualmente na Libéria, na espe-

rança de encontrar um tratamento

para esta epidemia, que já fez mais

de 5000 mortos na África Ocidental.

Na ausência de um tratamento

para esta doença, estes ensaios vão

começar em Dezembro e os seus re-

sultados poderão estar disponíveis

em Fevereiro de 2015, anunciou a

organização Médicos sem Frontei-

ras (MSF), em comunicado divul-

gado ontem.

“Trata-se de uma parceria in-

ternacional sem precedentes que

representa uma esperança para

os doentes terem fi nalmente aces-

so a um verdadeiro tratamento de

uma doença que mata actualmen-

te entre 50% a 80% daqueles que

são infectados”, sublinhou Annick

Antierens, o médico que está a co-

ordenar estes ensaios clínicos.

Um ensaio da Universidade de

Oxford com o medicamento anti-

viral brincidofovir a ser realizado

no centro ELWA 3 de Monróvia, a

capital da Libéria, está a postos pa-

ra avançar, mas os MSF aguardam

ainda a luz verde das autoridades

locais.

Dois outros testes estão previstos

para a Guiné-Conacri, um levado

a cabo pelo INSERM (o instituto

francês para a saúde e investiga-

ção médica), utilizando o antivi-

ral favipiravir, que vai ser feito em

Guéckédou, e o outro do Instituto

de Medicina Tropical de Antuérpia,

utilizando uma terapia à base de

sangue e plasma de pessoas que ti-

veram ébola e estão convalescen-

tes, que vai realizar-se em Conacri,

a capital.

A Organização Mundial da Saúde

associou-se a estes ensaios. O seu

último balanço relativo à epidemia

do ébola, divulgado na quarta-feira,

dá conta de 5160 mortos num uni-

verso de 14.098 casos de infecção.

Cerca de 400 pessoas vão parti-

cipar voluntariamente nos ensaios

clínicos, mas esse grupo pode vir a

ser alargado, se os primeiros resul-

tados forem promissores.

Líder do EI faz “prova de vida” em gravação

Vão ser testados três tratamentos do ébola

JihadismoÁfrica Ocidental

Registo de 17 minutos atribuído a Abu Bakr al-Baghdadi, o homem que se auto-intitulou califa, apela a mais ataques

Ensaios clínicos acelerados na Guiné-Conacri e Libéria poderão produzir resultados já em Fevereiro de 2015

Page 27: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | MUNDO | 27

Esterilizações forçadas continuam na Índia após a morte de 14 mulheres

ANINDITO MUKHERJEE/REUTERS

Há mais de 20 mulheres que foram esterilizadas em Chhattisgarh a receberem tratamento hospitalar

Os serviços de Saúde do estado india-

no de Chhattisgarh continuam a con-

tabilizar as mortes de mulheres que

foram submetidas a esterilizações

forçadas no último fi m-de-semana

e há já uma nova vítima de um segun-

do campo na mesma região.

Foram realizadas cerca de 30

intervenções em apenas uma ho-

ra num recinto clínico organizado

especifi camente para o efeito na

segunda-feira, segundo o jornal

The Guardian, que cita órgãos de

comunicação locais. Para além da

morte de uma mulher há mais 20

que foram hospitalizadas, de acordo

com o Hindustan Times.

O número de vítimas que morre-

ram na sequência de operações em

massa realizadas no sábado ascen-

deu a 14, segundo as autoridades de

Saúde estaduais. Várias dezenas de

mulheres continuam internadas e é

previsível que o número de mortes

possa subir.

As complicações surgiram pou-

co tempo depois de 83 mulheres

terem sido sujeitas a esterilizações

num campo organizado pelo gover-

no estadual, no âmbito das políticas

de controlo de natalidade indianas.

O mesmo médico terá operado todas

as mulheres em apenas cinco horas,

segundo os jornais locais.

As autoridades sanitárias de Ch-

hattisgarh (um estado no centro do

país) prometeram levar a cabo uma

investigação e anunciaram ontem a

detenção de R. K. Gupta, o médico

que operou as mulheres.

Gupta negou qualquer responsa-

bilidade pelas mortes, dizendo estar

a ser apenas “um bode expiatório”.

“Não apenas eu, mas toda a adminis-

tração regional é responsável pelas

mortes”, disse o médico, citado pelo

jornal India Today, que apontou para

os “remédios de pouca qualidade”

prescritos às mulheres após a ope-

ração como a razão para as compli-

cações apresentadas.

À Reuters Gupta afi rmou ser uma

“obrigação moral” operar as mulhe-

res. “Se eles puseram 83 mulheres

naquele local, é a minha obrigação

moral operá-las a todas. Se eu recu-

sasse, teria de enfrentar a agitação

pública”, argumentou o médico, que

garantiu já ter realizado 50 mil inter-

nal que vários estados indianos têm

levado a cabo nos últimos anos. O se-

gundo país mais populoso do planeta

(1270 milhões de habitantes) pode

tornar-se o primeiro em 2030, segun-

do cálculos das Nações Unidas.

O controlo demográfi co tornou-se

uma das prioridades de sucessivos

governos na Índia — o primeiro país

a aplicar um programa nacional de

planeamento familiar, nos anos 1970.

Num primeiro momento, o Gover-

no de Indira Gandhi organizou um

processo de esterilização maciça que

abrangeu 10 milhões de pessoas, na

sua maioria homens.

Numa sociedade fortemente pa-

triarcal, as esterilizações masculinas

despertaram fúria generalizada, an-

corada na crença de que os proce-

dimentos retiravam a virilidade aos

homens. Os programas passaram,

desde então, a concentrar-se quase

em exclusivo nas mulheres. Calcula-

se que cerca de 37% de todas as india-

nas casadas tenham sido operadas,

face a pouco mais de 2% dos homens.

Só em 2012 foram esterilizadas 4,6

milhões de mulheres, segundo os

dados ofi ciais do Governo.

Para cada estado é fi xada uma me-

ta anual de esterilizações que deve

ser alcançada pelas autoridades de

Saúde. O estado de Chhattisgarh

(com 24,6 milhões de habitantes),

por exemplo, tem de atingir as 180

mil até ao fi m do ano. Os responsá-

veis de Saúde recebem compensa-

ções monetárias e são fortemente

pressionados a atingir as metas. Às

famílias são oferecidas compensa-

ções avultadas, muito acima do

rendimento médio, tornando ainda

mais vulneráveis as mulheres mais

pobres. No caso de Chhattisgarh, os

familiares receberam 1400 rupias (18

euros), o equivalente a duas semanas

de salário.

Médico responsável pelas operações foi detido (esterilizou 83 mulheres em cinco horas), mas acusa a administração regional. “Trataram-nas como gado”, dizem familiares das vítimas

Controlo demográficoJoão Ruela Ribeiro

cada intervenção terá de durar pelo

menos 15 minutos.

As famílias das vítimas estão cho-

cadas com a forma como as mulheres

foram tratadas e descrevem mortes

após um “sofrimento tremendo”.

“Disseram que nada lhes iria acon-

tecer, que era uma pequena inter-

venção”, contou ao Indian Express

Mahesh Suryavanshi, cunhado de

uma das vítimas. “Trataram-nas co-

mo gado.”

Excessos governamentaisEstima-se que tenham morrido 1434

mulheres na sequência destes proce-

dimentos entre 2003 e 2012, segundo

dados citados pelo Hindustan Times,

o equivalente a 12 mortes por mês.

O jornal adverte, contudo, que os

números reais devem ser mais ele-

vados.

Estas notícias revelam os abusos

das políticas de controlo populacio-

Calcula-se que cerca de 37% de todas as indianas casadas tenham sido operadas. Só em 2012 foram esterilizadas 4,6 milhões

venções do género na sua carreira.

A polícia descreveu as más condi-

ções do local onde as mulheres foram

operadas, em que havia cães a passar

e teias de aranha penduradas no tec-

to. Ao ritmo a que as operações fo-

ram feitas, cada uma terá demorado

cerca de dois minutos, provavelmen-

te nem possibilitando a troca de len-

çóis ou instrumentos — especialistas

garantem que para ser bem sucedida

Page 28: Publico-20141114

28 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Morreu Manoel de Barros, o poeta brasileiro que arejava a linguagem

O autor de Livro Sobre Nada morreu ontem aos 97 anos em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, onde vivia. Carlos Drummond de Andrade chamou-lhe o “poeta maior” do Brasil

DR

Em 2012, Manoel de Barros foi distinguido em Portugal com o prémio da Casa da América Latina

Manoel de Barros, a quem Carlos

Drummond de Andrade chamou o

“poeta maior” do Brasil, morreu on-

tem em Campo Grande, no estado

brasileiro de Mato Grosso do Sul, a

cerca de um mês de completar 98

anos. Considerado o Guimarães Rosa

da poesia pela reinvenção sintáctica

e semântica a que submeteu a lín-

gua, deixa cerca de três dezenas de

títulos, de Poemas Concebidos Sem

Pecado (1937) a Portas de Pedro Viana

(2013), publicado 76 anos depois.

A par da poesia, escreveu livros

para crianças e uma autobiografi a

em vários volumes a que chamou,

sintomaticamente, Memórias Inven-

tadas. “Só tive infância, só sei escre-

ver sobre a infância, mas é uma me-

mória inventada”, dirá o próprio.

O poeta estava internado num

hospital de Campo Grande há duas

semanas e fora recentemente sub-

metido a uma cirurgia ao intestino,

mas as causas exactas da morte não

foram adiantadas.

Advogado de formação, fez-se fa-

zendeiro quando herdou a proprie-

dade paterna, mas o seu verdadei-

ro ofício foi a escrita. Reconhecido

com alguns dos mais importantes

prémios literários brasileiros, era

também bastante lido em Portugal,

onde foi editado pela Quasi e pela

Caminho, a chancela da LeYa que

editou a sua poesia completa em

2010.

No obituário que lhe dedica o jor-

nal O Globo, lembra-se a resposta

que dá, no documentário Só Dez por

Cento É Mentira (2008), quando o

realizador Pedro Cezar lhe pergunta

como gostaria de ser lembrado: “A

gente nasce, cresce, amadurece, en-

velhece, morre. Para não morrer,

tem que amarrar o tempo no poste.

Eis a ciência da poesia: amarrar o

tempo no poste”.

Em 2013, já com 97 anos, ainda

escreveu um último poema, A Tur-

ma, mas há largos meses que já não

conseguia escrever e estava fi sica-

mente muito diminuído, confi nado

à casa e aos cuidados da sua mulher,

Stella. A morte do seu fi lho Pedro

em Agosto de 2013, com um AVC,

cinco anos após ter perdido outro

fi lho num desastre de aviação, tira-

ra-lhe a vontade de viver. A sua fi lha

inventando simultaneamente uma

linguagem própria, cheia de neolo-

gismos. Mas esse “idiolecto manoelês

archaico”, como lhe chamaria mais

tarde, manteve sempre pontes com

as vanguardas brasileiras dos anos

20, e em particular com Oswaldo de

Andrade e o seu Manifesto Antropo-

fágico, que reivindicava uma língua

literária “não catequizada”.

A língua de Barros é também deve-

dora de João Guimarães Rosa, como

o é das suas precoces leituras de Rim-

baud, e é ela que verdadeiramente o

distingue. “Não sou um poeta da pai-

sagem, nem um poeta ecológico ou

folclórico, sou um poeta da palavra

– o meu pantanal é inventado –, mas

poucas pessoas entendem isso”, diz

o autor no documentário Só Dez por

Cento É Mentira, cujo título recupera

o fi nal de uma frase sua: “Noventa

por cento do que escrevo é invenção,

só dez por cento é mentira”.

Minhocas e poetasHá uma dimensão franciscana na po-

esia de Manoel de Barros, na qual o

homem não se sobrepõe a uma co-

bra, ou a um sapo, ou a uma planta.

Mas essa atenção à natureza – e aten-

ção é a palavra certa – não resulta

numa poesia naturalista ou descriti-

va. Não basta andar pelos campos de

olhos abertos para se perceber que

“quando chove nos braços de uma

formiga/ o horizonte diminui”.

Essa poesia da palavra que é ao

mesmo tempo, como disse Antônio

Houaiss, um dos seus primeiros di-

vulgadores, uma “humildade diante

das coisas” afi rma-se em Compêndio

para Uso dos Pássaros (1960), com as

suas peculiaridades gramaticais e

onomatopeias, ou no ainda mais in-

ventivo e surrealizante Gramática Ex-

positiva do Chão (1966), um título que

resume bem o seu programa poético

e que, não por acaso, veio a servir

para baptizar, em 1990, a primeira

edição conjunta da sua poesia.

Mas se Manoel de Barros chegou

provavelmente a ser o mais popular

poeta brasileiro vivo, pelos fi nais dos

anos 60, quando já publicara alguns

dos seus livros essenciais, continua-

va a ser pouco conhecido. Também

nunca foi de frequentar os meios li-

terários ou de dar entrevistas.

É só na década de 80, com a ajuda

de divulgadores como o humorista

Millôr Fernandes, e com a atribui-

ção, em 1987, do prestigiado prémio

Jabuti a O Guardador de Águas que

Manoel de Barros adquire visibilida-

de nacional. Também o lançamento

do fi lme Caramujo-fl or (1989), de Joel

Pizzini, um ensaio visual inspirado

na sua vida e obra, e em particular

no livro Gramática Expositiva do

Chão, contribuiu para este reconhe-

cimento um tanto tardio do poeta.

Manoel de Barros recebeu em 1998

o Prêmio Nacional de Literatura do

Ministério da Cultura brasileiro pelo

conjunto da obra, e voltou a ganhar

em 2002 o prémio Jabuti, desta vez

na fi cção, com O Fazedor de Ama-

nheceres. Em 2012, foi-lhe atribuído

o prémio da Casa da América Latina,

para autores latino-americanos vivos

com obra publicada em Portugal. Já

não pôde viajar, mas a sua fi lha Mar-

tha deslocou-se a Lisboa para receber

o galardão. E o poeta fez questão de

agradecer com um poema inédito

que o PÚBLICO então divulgou.

Traduzido em espanhol, francês,

inglês e alemão, o autor de Livro

Sobre Nada (1996) foi em diferentes

anos o poeta brasileiro com mais li-

vros vendidos no seu país. O segredo

da sua arte, o que Manoel de Barros

fazia, resumiu-o ele admiravelmente

numa passagem de Livro de Pré-coi-

sas (1985): “Minhocas arejam a terra,

poetas a linguagem”.

Óbito Luís Miguel Queirós

Martha explicou que, com a velhice

e o desgosto, o pai “estava se apa-

gando como uma velinha”.

Manoelês archaicoManoel de Barros nasceu em Cuiabá,

Mato Grosso, fi lho de um capataz de

fazenda, mas foi viver ainda crian-

ça para a capital do estado de Mato

Grosso do Sul, Campo Grande, onde

frequentou um colégio interno. Ter-

minou os estudos liceiais no Rio de

Janeiro, onde se formou em Direito.

Enquanto estudante universitário,

aderiu à organização juvenil do Par-

tido Comunista Brasileiro (PCB).

Tinha 18 anos quando a polícia o

foi procurar à pensão onde vivia, no

Rio, porque soubera que fora ele que

pichara numa estátua a frase “Viva

o comunismo!”. A dona da pensão

intercedeu pelo seu jovem inquili-

no, garantindo que era bom rapaz e

que até escrevera um livro, chamado

Nossa Senhora de Minha Escuridão. O

agente, para sorte e azar de Manoel

de Barros, tinha sensibilidade lite-

rária. Sorte porque não o prendeu,

azar porque lhe fi cou com o único

original do livro, que nunca mais

apareceu. Sabe-se apenas que não

era de poesia.

Ele próprio conta que escreveu o

seu primeiro poema aos 19 anos, e

tinha 21 quando publicou, em 1937,

o livro de estreia Poemas Concebidos

Sem Pecado. “Publicou” por assim

dizer, já que esta primeira edição se

resumia a 21 exemplares impressos

artesanalmente por um amigo.

Desiludido com Luís Carlos Pres-

tes, rompe com o PCB, vive algum

tempo na Bolívia e no Peru, e passa

ainda um ano em Nova Iorque, onde

estuda cinema e pintura. Antes de

regressar ao Brasil, faz uma viagem à

Europa, visitando então Portugal.

Após a morte do pai, herda uma

fazenda e, nos anos 60, instala-se

defi nitivamente em Campo Grande,

dividindo-se entre a criação de gado

e a poesia. Em 1942, publicara Face

Imóvel, onde a infl uência do primeiro

modernismo brasileiro, ainda mui-

to visível no livro de estreia, parecia

esbater-se em favor de uma voz alta-

mente singular, que assumia a região

do pantanal como matéria-prima,

“Só tive infância, só sei escrever sobre a infância, mas é uma memória inventada”

Page 29: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | CULTURA | 29

OLIVIA HARRIS/REUTERS

A perseguição a Assange é um pretexto para debater o mundo

O que perguntariam a um homem

que vive há mais de dois anos sem

ver o sol, blindado do mundo? Um

homem que o Governo americano

considera um “terrorista”? Um ho-

mem que foi eleito “Figura do Ano”

2010 pelos leitores da revista Time?

Um homem que tornou públicos mi-

lhares de documentos confi denciais

diplomáticos e militares que emba-

raçaram os Estados Unidos?

Vai mesmo ser possível fazer per-

guntas a Julian Assange, o problema

será por onde começar. O fundador

da WikiLeaks vai estar disponível

por videoconferência durante uma

hora para responder a perguntas do

público que este domingo de manhã

(10h) rumar ao Centro de Congressos

do Estoril.

O encontro com Assange encerra

o simpósio Ficção e Realidade: Para

Além do Big Brother, uma “proposta

de refl exão e discussão” programada

pelo Lisbon & Estoril Film Festival,

que inclui ainda a participação de No-

am Chomsky, do juiz Baltasar Garzón

(advogado de Assange) ou a projec-

ção do fi lme sobre Edward Snowden

Citizenfour, de Laura Poitras (que ain-

da não está comprado para exibição

comercial em Portugal), entre outros.

“Sempre houve uma preocupação

de que o festival fosse mais do que

uma mostra de fi lmes”, justifi ca o

produtor Paulo Branco. “Também

tem de estar atento ao que se passa

na sociedade, a alguns aspectos que

mudam a vida dos cidadãos. Pensá-

mos que era interessante abordar a

questão da vigilância de massas e dos

limites entre o que é público e o que

é privado.”

Para além de um ciclo de fi lmes,

que tem estado a decorrer desde o

segundo dia do festival, que lembra

como “o cinema é premonitório em

relação a muitas situações que de-

pois se tornaram realidade” (Rela-

tório Minoritário, Blow Out, de Brian

De Palma, Bourne Identity, Os Três

Dias do Condor...), o simpósio inclui

quatro sessões de debate, a primeira

das quais tem lugar hoje, às 15h, no

Centro Cultural de Belém, em Lisboa,

com a projecção de uma entrevista

ao fi lósofo e activista político ame-

Vamos “skypar” com Julian Assange

rapidamente um para o outro. Um

mundo antigo contra um mundo no-

vo — e ainda só estamos no princípio,

diz Juan Branco. “Essas rupturas vão

crescer”, antecipa.

O pai, Paulo Branco, lembra que a

sua geração fi cou “escandalizada” ao

ler 1984 de George Orwell e “pensar

que aquilo que o livro anunciava po-

dia ser possível”. Mas hoje “há uma

passividade e uma indiferença em

relação a tudo o que se passa”, nota

o produtor. “Sabemos que toda a po-

pulação está sob escuta e não é isso

que provoca qualquer sentimento de

revolta. As pessoas tendem a aceitar

que a privacidade já não existe, mui-

tas vezes são os próprios cidadãos

que acabam com a barreira entre o

que é público e o que é privado.”

Não é uma questão fácil de resol-

ver. Abandonar o Google, o Face-

book, o iPhone? “Temos uma depen-

dência muito forte da tecnologia”,

reconhece Juan Branco. “Para a mi-

nha geração, toda a sua vida a partir

dos 13, 14 anos está na Internet, no

Google e no Gmail. A Google está a

acumular tanto poder que é perigo-

so — tem conhecimento de tudo. É

muito difícil ter consciência disso e

do controlo de que estamos a abdi-

car. As escutas da NSA não têm uma

corporalidade, não se vêem. É como

se fosse uma fi cção. Daí não estar-

mos muito preocupados”, explica.

Por isso, apesar de estar a trabalhar

para ajudar Assange a sair do seu

exílio forçado, admite que, “para-

doxalmente, é quase bom” fi guras

como Assange e Snowden estarem a

ser “perseguidas”, porque “mostra

que há um problema”.

O programa completo do simpósio

pode ser consultado em http://www.

leff est.com/pt/eventos/fi ccao-e-realida-

de-para-alem-do-big-brother.

ricano Noam Chomsky conduzida

por Paulo Branco e o seu fi lho Juan

Branco no M.I.T., em Boston, há cer-

ca de um mês.

O simpósio foi elaborado por Ju-

an Branco, em colaboração com La

Quadrature du Net, organização

francesa que defende uma Inter-

net “livre e aberta”. Juan Branco,

de 25 anos, está a fazer o doutora-

mento em Direito em Paris e é um

dos assessores jurídicos de Baltazar

Garzón na defesa de Julian Assange.

Aliás, Juan Branco conhece Assan-

ge e entrevistou-o recentemente na

embaixada do Equador em Londres,

onde o fundador da WikiLeaks se

encontra refugiado, para um artigo

de seis páginas no Nouvel Observa-

teur que não deixa dúvidas quanto

à sua simpatia pela fi gura — o autor

descreve Assange como “um herói

dostoievskiano capturado por um

mundo balzaquiano”.

Assange, diz, “é um revolucioná-

rio”. Ele quer mudar o mundo, di-

namitar o actual sistema político,

que se tornou anacrónico face às

transformações trazidas pela tecno-

logia. O Estado, com as suas leis e

tentativas de controlo da Internet,

e os cidadãos (ou, pelo menos, os

hackers) que exigem o livre acesso

e circulação de conhecimento e cul-

tura, são dois comboios a avançar

FestivalKathleen Gomes

Vídeoconferência com o fundador da WikiLeaks e filme sobre Edward Snowden no Lisbon & Estoril Film Festival

Juan Branco descreve Assange como “um herói dostoievskiano capturado por um mundo balzaquiano”

É uma história com contornos idên-

ticos aos da colecção Miró, na posse

do Estado português desde a nacio-

nalização do BPN. A diferença é que,

aqui, as duas obras de Andy Warhol

que pertenciam à falida cadeia de

casinos alemã Westspiel, subsidiária

do NRW Bank, o banco público do

estado Renânia do Norte Vestefália,

foram vendidas.

O leilão aconteceu anteontem na

Christie’s de Nova Iorque e rendeu

ao banco 121,6 milhões de euros nu-

ma noite histórica para a leiloeira ao

somar no total 852,9 milhões de dó-

lares (682,9 milhões de euros). A de-

cisão gerou polémica, o que levou o

banco a retirar da praça duas obras

do pintor alemão Sigmar Polke.

Triple Elvis e Four Marlons, re-

tratos do músico Elvis Presley e do

Vendidas duas obras de Andy Warhol por 121 milhões de euros para abater dívida à banca

actor Marlon Brando, respectiva-

mente, foram as obras que se des-

tacaram no leilão, que registou ain-

da recordes de venda para o artista

norte-americano Cy Twombly e para

o holandês Willem de Kooning.

Triple Elvis, uma das 22 obras da

série que Andy Warhol fez em 1963

dedicada ao rei do rock ‘n’ roll, de

arma na mão e em pose de cowboy,

acabou arrematado ao fi m de seis

minutos por 81,9 milhões de dólares

(65,7 milhões de euros). Sabe-se ape-

nas que a oferta vencedora chegou

da Europa, por telefone. Uma venda

acima das estimativas da leiloeira

que apontavam para os 60 milhões

de dólares (48 milhões de euros).

Já Four Marlons, uma serigrafi a

onde vemos Marlon Brando numa

moto (imagem do fi lme O Selvagem),

foi comprada por 69,6 milhões de

dólares (55,9 milhões de euros), um

valor acima dos mesmos 60 milhões

de dólares esperados.

LeilãoCláudia Carvalho

Page 30: Publico-20141114

30 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

LIGIA CLARCK

Fotografado para a capa de Caboclo: “Este é o disco que esperei a vida inteira para fazer”

É mais uma estreia do Misty Fest,

esta a encerrar o festival: o can-

tor e compositor brasileiro Pierre

Aderne apresenta hoje, no palco

do Centro Cultural Olga Cadaval,

em Sintra, pelas 22h, o seu mais

recente disco, Caboclo.

Nascido em França (Toulouse) de

mãe brasileira e pai português (de

Ourém) e com a infância passada en-

tre Brasília e o Rio de Janeiro, Pierre

vem criando laços com Portugal des-

de há dez anos. Lançou aqui Casa de

Praia (2005), Alto Mar (2007), Água

Doce (2010) e Bem me Quer, Mar me

Quer (2012). Pelo meio, fundou e fez

parte integrante do trio Doces Cario-

cas, que lançou (também em Portu-

gal) um CD homónimo em 2008.

Agora, em Caboclo, escreve: “Este

é o disco que esperei a vida inteira

para fazer.” E explica, em entrevista,

porquê. “É como se fosse uma colcha

de retalhos que eu fosse juntando du-

rante a vida. É o ter vivido no Brasil

em vários lugares: no centro-oeste,

Brasília; no Nordeste, João Pessoa,

mergulhado naquele universo no

baião, do forró e do xote, Luiz Gonza-

Pierre Aderne e Caboclo: retalhos de uma vida entre vários sons e continentes

ga e as cirandas de Lia; depois o Rio

da bossa nova e do samba; e por fi m

Lisboa, que é esse ponto de encontro

da África lusófona e do fado.”

Caboclo, que remete para mes-

tiçagem (os dicionários atribuem

o termo ao cruzamento de índios

e brancos), tem no caso de Pierre

outro fundamento: “Na verdade, eu

chamo os meus amigos mais próxi-

mos de caboclo, que é a forma co-

mo em Goiás e em Minas Gerais as

pessoas se cumprimentam.”

Mas à geografi a invocada falta

ainda um outro ponto: Nova Ior-

que. “Comecei a ir para lá em 1992,

morei lá também, conheci Bebel Gil-

berto antes de ela ser quem é hoje.

Tinha aquele universo do jazz e das

coisas de que eu fui me aproximan-

do. Caboclo tem um pouco disso, da

coisa rítmica.”

Baterias num outro tomPor falar em rítmica: Pierre juntou

aqui vários bateristas: Chuck Sta-

ab (da banda de Melody Gardot),

Dan Rieser (Norah Jones), Kenny

Wollensen (Tom Waits, Madeleine

Peyroux), Mauro Refosco (David

Byrne, Radiohead), Satoshi Takeishi

(Antony Braxton, Paul Winter) e Ru-

ca Rebordão (Watanabe, Couple Co-

ff ee), os dois últimos já presentes

em gravações anteriores suas. Isto

além de Vinicius Cantuária, que já

não tocava bateria desde que in-

tegrou o grupo A Outra Banda da

Terra, de Caetano Veloso, nos anos

1980. “Eu sempre gostei muito da

bateria e nunca achei que ela se

adaptasse muito à minha música,

porque eu tenho esta voz frágil. Mas

a vassourinha da caixa do jazz faz-

me lembrar a pulsação do pandei-

ro da Mangueira. Então, não é um

disco pulsante, mas acho que enfi m

encontrei um lugar para a bateria

dentro do meu trabalho.”

Ao lado de vários originais, há no

disco canções de Pierre regravadas

com novos arranjos (Fado dos bar-

cos, Repente de mar, Quanto tem-

po, Astrolábio) e versões de temas

alheios como Berimbau, de Baden e

Vinicius, ou Fado do ladrão enamo-

rado, de Carlos Tê e Rui Veloso. “Eu

nunca tinha gravado nada que não

fosse meu. Nunca me senti à von-

tade para vestir uma canção com a

minha roupa. Até que conheci o Phi-

lippe Baden Powell [fi lho de Baden,

mas pianista]. Um dia, estava aqui

em casa com ele, a Melody Gardot

[que também participa no disco] e

a Anna Maria Jopek, comecei a brin-

car com o Berimbau e parecia uma

música que eu tivesse acabado de fa-

zer. Quisemos logo gravar! A do Rui,

foi a Susana Travassos que um dia,

no Rio, me deu a ouvir. E eu disse:

‘Caramba, parece Noel Rosa ou Car-

tola!’” Só depois soube de quem era.

No dia seguinte foi para casa de Célia

Vaz, “a professora da bossa nova”,

e ela harmonizou para ele a canção.

“Pedi a bênção ao Tê e ao Rui, que

ouviram e gostaram. Foi a última

música a entrar no disco e trouxe

um pouco mais de Portugal.”

MúsicaNuno Pacheco

O cantor e compositor que divide a vida entre a Europa e Américas estreia hoje no Olga Cadaval, em Sintra, o seu mais recente disco

Page 31: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | CIÊNCIA | 31

A File tem energia para hoje e talvez amanhã, o futuro é uma incógnita

AFP

A pata metálica da sonda File surge em primeiro plano, no local onde aterrou

A primeira fotografi a divulgada on-

tem da sonda File pousada no co-

meta 67P/Churiumov-Gerasimenko

é misteriosa e escura. Em primeiro

plano vê-se uma das três patas da

File, que anteontem se separou da

sonda Roseta e aterrou atabalhoa-

damente no cometa, no momento

mais esperado desde o lançamen-

to da Roseta, há dez anos, e com-

pletamente inédito na história da

exploração mundial. Atrás da pata,

há uma encosta rugosa, de textura

e composição desconhecidas. E é

tudo. Por agora, não se sabe muito

mais do local nem do futuro da File,

que começou a obter alguma infor-

mação científi ca mas pode não ter

energia para mais do que uns dias

de actividade.

Calcula-se que a File tenha ido

parar a cerca de um quilómetro

de distância da região de Agilkia, o

local programado pela Agência Es-

pacial Europeia (ESA) para a ater-

ragem, que fi ca no topo do lobo

mais pequeno do 67P, com a sua já

conhecida forma de pato. Quando

na quarta-feira às 16h03 se soube da

aterragem da sonda, que está a cer-

ca de 510 milhões de quilómetros da

Terra, entre Júpiter e Marte, rapida-

mente o júbilo demonstrado pelos

responsáveis da missão, no Centro

Europeu de Operações Espaciais da

ESA, em Darmstadt, Alemanha, foi

substituído por preocupação.

Uma falha, de causa ainda desco-

nhecida, impediu a ejecção dos dois

arpões destinados a prender a File

ao cometa, cuja gravidade ínfi ma

podia deixar a sonda ressaltar. E a

File, de facto, ressaltou, iniciando

uma nova viagem que só terminou

duas horas depois e que foi explica-

da ontem. “Aterrámos três vezes”,

disse Stephan Ulamec, um dos res-

ponsáveis pela File, numa conferên-

cia de imprensa da ESA.

Os especialistas contaram que

a File, sete horas depois de se li-

bertar da Roseta e descer 20 qui-

lómetros até ao cometa, acertou

maravilhosa bem, à velocidade

de um metro por segundo, no lo-

cal previsto — um feito que gerou

ontem aplausos para a equipa

da dinâmica de voo, cujos mem-

bros foram considerados heróis.

tar a sonda durante os cerca de três

meses que se esperava que ela esti-

vesse activa.

Para já, as baterias principais da

File dão-lhe energia para algumas

dezenas de horas. “Para o próximo

dia, estamos a salvo, para o dia se-

guinte vamos entrar numa situação

crítica, porque recebemos muito

pouca energia solar”, disse Ste-

phan Ulamec, numa resposta a um

jornalista que perguntava quando

seria o momento ideal para se usar

as brocas e recolha de amostras do

solo. A File iria analisar a composi-

ção das amostras.

Mas a escassez da energia e a pos-

sibilidade de a missão na superfície

do cometa terminar mais cedo limi-

tam o grau de liberdade dos respon-

sáveis da ESA. Além disso, como a

sonda não está presa ao solo pelos

arpões, teme-se que certas acções

como o uso das brocas a voltem a

pôr em movimento. O próprio custo

energético de uma avaliação pro-

funda da situação da File, para se

ter uma ideia do risco de se usar

os arpões, pode não compensar

face à importância de obter dados

científi cos dos instrumentos que

funcionam.

Há, por isso, muitas incógnitas.

Jean-Pierre Bibring, um dos prin-

cipais cientistas da File, explicava

ontem que o movimento dos ins-

trumentos da sonda pode alterar

a sua posição e fazer com que, de

repente, os painéis solares captem

mais luz. Portanto, ainda está tu-

do em jogo na maior experiência

científi ca de sempre sobre cometas,

que pode ajudar-nos a perceber co-

mo apareceram as condições para

a vida na Terra, no início do siste-

ma solar. Como dizia ainda Ignacio

Tanco, um dos responsáveis da ESA

na conferência de imprensa, que

contou com momentos de tanta

emoção que alguns engenheiros

não conseguiram conter as lágri-

mas: “Os últimos dois dias têm si-

do uma montanha-russa. Estamos

muito felizes com a forma como as

coisas estão a correr. E muito ali-

viados.”

Sonda pousou não uma, mas três vezes no cometa e, desde então, está imobilizada. Futuro da missão depende da energia que a File conseguir obter com os seus painéis solares, que, para já, é muito pouca

EspaçoNicolau Ferreira

Mas como não teve os arpões para

se agarrar, o impacto (e talvez a aju-

da de um chão fofo) fê-la voltar para

o espaço e viajar durante uma hora

e 50 minutos no ar, a uma velocida-

de de 30 centímetros por segundo.

Depois, aterrou e deu ainda o der-

radeiro salto, bem mais pequeno:

voou durante sete minutos, a três

centímetros por segundo. Finalmen-

te, caiu e fi cou no local da fotografi a

mencionada.

Logo após a primeira das três ater-

ragens, os sistemas operativos dos

instrumentos científi cos que a File

transporta começaram a funcionar,

tal como estava programado. Por

isso, durante os ressaltos, o apare-

lho que emite ondas de rádio (para

analisar a constituição do núcleo do

cometa) estava a operar. E com esta

informação, os cientistas consegui-

ram ter uma ideia de onde a sonda

aterrou à terceira. Segundo Stephan

Ulamec, os dados indicam que a son-

da saltou por cima de uma grande

cratera ao pé de Agilkia e fi cou algu-

res na margem oposta dessa cratera.

Ontem de manhã, os técnicos da

ESA voltaram a receber sinais trans-

mitidos pela File, que primeiro são

recebidos pela Roseta, que continua

em órbita do cometa, e são depois

retransmitidos para a Terra. Durante

a noite, as transmissões tinham caí-

do devido à rotação do cometa. De

manhã, as imagens da paisagem que

rodeia o File e a informação sobre

a constituição do núcleo do come-

ta chegaram cá. Ao mesmo tempo,

foi-se compreendendo a verdadeira

situação da pequena sonda de 100

quilos de massa.

Montanha-russa de emoçõesUma das três patas da File parece

que não está a tocar no chão e a

sonda deverá estar inclinada. Além

disso, a geografi a acidentada que

rodeia a sonda pode estar a fazer

sombra aos seus painéis solares.

Assim, a File só recebe uma hora

e meia de luz por cada “dia” de 12

horas, em vez das seis ou sete horas

esperadas. Esta quantidade de luz

pode ser insufi ciente para alimen-

Page 32: Publico-20141114

32 PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H

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Insolvência de MANUEL ANTÓNIO BARBOSA FERREIRA

Proc.º N.º 994/14.9TBLRAL do 5.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Leiria

Propostas em carta fechada(Rectifi cação de anúncio publicado a 21 e 22 Outubro de 2014)

O Administrador Judicial vai proceder à venda, na modalidade de pro-posta em carta fechada, dos bens imóveis constantes no auto de arro-lamento e apreensão, junto ao Proc.º N.º 994/14.9TBLRAL do 5.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Leiria, nos quais foi declarada a insolvência de MANUEL ANTÓNIO BARBOSA FERREIRA com o NIF 194132161.As propostas devem ser dirigidas ao Administrador Judicial e identifi ca-das com nome, NIF/NIPC, endereço, telefone e fax do(s) proponente(s). O envelope deve identifi car o n.º do processo de insolvência. As propos-tas devem ser enviadas por carta registada até às 16 horas do dia 26 de Novembro de 2014, ou recepcionadas até esse dia e hora no escritório do Administrador Judicial na Rua Padre Luís Aparício n.º 9 - 2.º Dt.º, 1150-248 Lisboa.Naquele mesmo dia e hora no escritório do Administrador Judicial se-rão abertas as propostas recebidas na presença dos interessados, e de todos os que, devidamente identifi cados, possam exercer o direito de preferência ou remição, sendo o bem adjudicado à melhor proposta que exceda o valor mínimo adiante indicado, nos termos das disposi-ções legais.Os bens à venda podem ser vistos pelos interessados, mediante mar-cação prévia para o telefone 213510880, pelo fax 213510889 ou pelo email: [email protected] Os bens a seguir indicados serão vendidos no estado físico e legal em que se encontram, livres de pessoas, ónus e encargos:Verba única - Fracção Autónoma designada pela letra I, (Apartamento T3, 2.º Andar letra C, para habitação, uma arrecadação privada no sótão e uma garagem privada na cave, ambas referenciadas com a mesma letra da fracção), sita na Estrada Casal dos Matos, lote 7, Casal dos Ma-tos, Pousos, União das freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, concelho de Leiria, inscrita na matriz predial sob o artigo 9652 e descrita na 2.ª Conservatória do Registo Predial de Leiria sob o n.º 3902, com o valor mínimo de venda de € 104.800,00 (Cento e quatro mil e oitocentos euros).Reserva-se o direito de rejeição de propostas de valor inferior aos in-dicados valores mínimos. Caso existam propostas de igual valor para o mesmo imóvel será aberta licitação entre os proponentes na data da abertura das propostas. As propostas devem ser acompanhadas de um cheque caucção emitido à ordem da Massa Insolvente de MANUEL AN-TÓNIO BARBOSA FERREIRA no valor correspondente a 20% do valor-base indicado ou por garantia bancária de valor equivalente.

Administrador Judicial - JOSÉ LUÍS CAETANO MARQUESRua Padre Luís Aparício, n.º 9 - 2.º Dt.º, 1150-248 LISBOA

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CONVOCATÓRIAUsando da faculdade que me confere a alínea a) do n.º 2 do art.º 27.º dos Estatutos, convoco a Assembleia-Geral Ordinária, a reunir no dia 18 de Dezembro de 2014, pelas 15.00 horas na sede da Associação, com a seguinte

ORDEM DE TRABALHOSPonto Único - Eleição dos Corpos Sociais da ARPIAC para o bi-

énio 2015/2016;Nos termos do art.º 1.º do Regulamento para a eleição dos Corpos Sociais da Associação aprovado na Assembleia-Geral de 19-11-2010, fi xo o dia 18 de Dezembro de 2014 para a eleição dos Corpos So-ciais da ARPIAC, bem como o dia 28-11-2014 como data-limite para a apresentação de listas candidatas à referida eleição.A votação para o ato eleitoral decorrerá na sede da Associação, entre as 15 e as 19.30 horas. Só poderão votar e ser eleitos os Sócios admitidos há pelo menos 3 meses, com as quotas pagas pelo menos até Setembro de 2014, e no pleno gozo dos direitos estatutários.As listas concorrentes ao ato eleitoral devem ser elaboradas nos ter-mos do n.º 3 do artigo 3.º do Regulamento eleitoral, e ser entregues na Secretaria da Associação até às 16 horas do dia 28-11-2014.Avisam-se os Senhores Associados de que se encontra afi xada na Sede da ARPIAC e na Academia Cultural, a Lista provisória dos Só-cios com direito a voto, podendo a mesma ser consultada e recla-mada por escrito durante o período de 10 dias a contar da data de afi xação, após o que se transforma em defi nitiva.A campanha eleitoral decorrerá nos termos do art.º 4.º do Regula-mento eleitoral.

Agualva-Cacém, 12 de Novembro de 2014

O Presidente da Mesa da Assembleia GeralAntónio Luís de Almeida Ribeiro

Instituição Particular de Solidariedade Social

Rua de S. Paulo n.º 11 - Bairro de Eureca - 2735-547 CACÉM Pessoa Colectiva n.º 501 284 419Tel. 21 912 94 60/5 Fax 21 912 94 67

Filiada na UNIÃO DASINSTITUIÇÕES PARTICULARESDE SOLIDARIEDADE SOCIAL(U.I.P.S.S.)

Público, 14/11/2014

CARTA FECHADAINSOLVÊNCIA DE JOÃO JOSÉ DE ASSIS MONTEIRO DA SILVAProc. 2303/13.5TBSTR - 3.º Juízo - Tribunal Judicial de Santarém

Por determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência e com o acordo do credor hipotecário, vamos proceder à venda extra-judicial, com apresentação de propostas em carta fechada, do imó-vel a seguir identifi cado:

BEM IMÓVELVerba 2: Prédio urbano, composto por mo-rada de casas com quintal, sito na Rua Di-reita, Salvaterra de Magos. Inscrito na matriz n.º 88 da união das freguesias de Salvaterra de Magos e Foros de Salvaterra e descrito na CRP de Salvaterra de Magos sob o n.º 1802. Valor mínimo: 28.600,00€.

REGULAMENTO1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as pro-

postas em carta fechada até ao dia 28.11.2014 e dirigidas à Leilo-eira do Lena.

2. As propostas terão de conter: Identifi cação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone, fax e email); valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identifi car o nome e processo.

3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque de 20%, referente ao valor da proposta e ainda nossa comissão e respectivo IVA.

4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer favorável do Administrador da Insolvência.

5. As propostas serão abertas no dia 03.12.2014 às 11h no escritório do Administrador da Insolvência, Rua Brito Pais, 4 A, Mirafl ores, Algés (1495-028) e desde que exista mais do que um proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão convida-dos a comparecer pessoalmente ou representados no dia da aber-tura das propostas acima indicado para licitarem entre si.

6. O imóvel é vendido no estado físico em que se encontra.7. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% e respectivo IVA

referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena.

INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dt.º

Urb. Planalto 2415-395 LEIRIAPara mais informações visite o nosso site

E-mail: [email protected] Site: www.leiloeiradolena.com

TRIBUNAL DE COMARCA E DE FAMÍLIA E

MENORES DE ALMADA1.º Juízo Competência CívelProcesso: 5014/03.6TBALM

ANÚNCIOInventário (Herança)Correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens abaixo indicados, para reclamarem o pagamento dos respetivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começa-ra a contar da data da segunda e última publicação do anúncio, em que são:Requerente e Cabeça-de-Casal: Maria Teresa Rabela Dias, BI - 2204228, NIF - 206281790, domicílio: Rua Ana de Castro Osório, n.º 10 - 2.º Esq.º, Torre da Marinha, 2840-419 Seixal.Interessado: Vítor Manuel Rebelo Dias, BI - 5039871, NIF - 137245432, domicí-lio: Travessa Adolfo Coelho, n.º 11 - 1.º Dt.º, 2810 Laranjeiro.Bem:- Fracção autónoma designada pela letra “H”, correspondente ao 2.º andar esquerdo, com arrecadação na cave, do prédio urbano em regime de pro-priedade horizontal, sito na Rua Ana de Castro Osório, n.º 10, Torre da Marinha, freguesia de Arrentela, concelho do Sei-xal sob o n.º 00657/240486H, inscrito na matriz sob o artigo 1782.- Quota parte de dois terços (2/3) em re-gime de compropriedade de um prédio urbano composto de loja, 1.º andar e 2.º andar, ambos para habitação sito na freguesia de Cabeça, Concelho de Seia, omisso na Conservatória do Registo Predial de Seia, pertencendo a restante quota de um terço a (1/3) a terceiro.N/ Referência: 13250775Almada, 14-07-2014

A Juíza de DireitoDr.ª Rita Silva Viegas

A Escrivã AdjuntaHelena Maria Ângelo

Público, 14/11/2014 - 2.ª Pub.

Freguesia de Areeiro AVISO

Cessação de Procedimento Concursal

Para os devidos efeitos, torna-se público, nos termos do artigo 38.º, n.º 2 da Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro, alterada pela Portaria n.º 145-A/2011, de 6 de abril, que a Junta de Freguesia de Areeiro, em reunião ordinária realizada em 29 de outubro de 2014, aprovou a Proposta n.º 83/2014, e pelos fundamentos constantes da mesma, foi deliberado a cessação do procedimento concursal comum, na modalidade de contrato de trabalho em funções pú-blicas por tempo indeterminado, para o preenchimento de cinco postos de trabalho na categoria/carreira de assistente operacional, para o exercício das funções nas áreas de conservação, limpeza e higiene de espaços públicos, dois postos de trabalho na categoria de técnico superior, na área da acção social, da carreira de técnico superior, um posto de trabalho na categoria de técnico superior, na área de recursos humanos, da carreira de técnico superior e um posto de trabalho da categoria de técnico de informática de grau 1, nível 1, da carreira de informática, aberto por deliberação da ex-tinta Junta de Freguesia de São João de Deus, em 17 de setembro de 2013, publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 192, de 4 de outubro de 2013, Aviso n.º 12347/2013, página 30.332.

30 de outubro de 2014

O Presidente da Junta de Freguesia de AreeiroFernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp

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Insolvência de “Luís dos Remédios Nunese Maria da Graça André Batista Nunes”

Processo n.º 2892/14.7TBSXL no 2.º Juízo Cível do Tribunal de Família e Menores e de Comarca do SeixalPor determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, do bem que a seguir se identifi ca:Verba ÚNICA: Fração autónoma designada pela letra “N”, correspon-dente ao 4.º Dt.º, do prédio sito na Praceta António Branquinho da Fonseca, n.º 4, Amora, descrito na Conservatória do Registo Predial de Amora com o n.º 1993 inscrito na matriz da freguesia da Amora sob o artigo 2072, com o valor mínimo de € 50.000,00.REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior ao suprain-dicado, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 04 de Dezembro de 2014.2 - A abertura das propostas será efetuada imediatamente após a hora indicada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente “Proposta de compra por carta fechada - Insolvência de Luís dos Remédios Nunes e Maria da Graça André Batista Nunes - Proc. 2892/14.7TBSXL”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:

Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º

2870-239 Montijo4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponen-te; morada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa coletiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao pro-ponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas.7 - A escritura notarial será efetuada em data e hora a avisar ao compra-dor com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões ine-rentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, nomeadamente exercício do direito de remissão ou de preferência, de-cisão de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for consi-derada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvência, através do endereço de correio eletrónico: [email protected]úblico, 14/11/2014

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Processo: 2663/14.0T8OER

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerido: Paulo Nelson Vieira Henriques SilvaFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Paulo Nelson Vieira Henriques Silva, com residência em domicílio: Rua José Henri-ques Coelho, n.º 4, R/c E, 2770-102 Paço de Arcos, para efeito de ser decretada a sua interdição por anoma-lia psíquica.

N/ Referência: 84922215

Oeiras, 10-11-2014.

O Juiz de DireitoDr. Luís Pato

A Ofi cial de JustiçaMaria dos Prazeres Delgado

Público, 14/11/2014

LUÍS MARIA MARTINS GOMES SALINAS

MONTEIROFALECEU

A Família participa o seu falecimento. Será celebrada Mis-sa de Corpo Presente, hoje, 6.ª feira, pelas 14.30 horas na Basílica da Estrela, seguindo-se o funeral para Jazigo de Família no Cemitério dos Prazeres.

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Page 33: Publico-20141114

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IMÓVEIS A PARTIR DE

93 €/M2

VENDA DE IMÓVEISCOMERCIAIS

VENDA DE ANDAR E GARAGEMIDANHA / BELAS

Insolvência de HUGO BERNARDINO DA CUNHA BARBOSA

Proc. n.º 9050/14.9T2SNT do Juízo do Comércio de Sintra- Comarca da Grande Lisboa Noroeste

Propostas em carta fechadaO Administrador Judicial vai proceder à venda, na modalidade de proposta em carta fechada, dos bens imóveis constantes no auto de arrolamento e apreensão, junto ao Proc.º n.º 9050/14.9T2SNT do Juízo do Comércio de Sintra - Comarca da Grande Lisboa Noroeste nos quais foi declarada a insolvência de HUGO BER-NARDINO DA CUNHA BARBOSA com o NIF 186244487.As propostas devem ser dirigidas ao Administrador Judicial e identifi cadas com nome, NIF/NIPC, endereço, telefone e fax do(s) proponente(s). O envelope deve identifi car o nº do processo de insolvência. As propostas devem ser enviadas por carta registada até às 16 horas do dia 27 de Novembro de 2014, ou recepciona-das até esse dia e hora no escritório do Administrador Judicial na Rua Padre Luís Aparício,n.º 9 - 2.º Dt.º, 1150-248 Lisboa.Naquele mesmo dia e hora no escritório do Administrador Judicial serão aber-tas as propostas recebidas na presença dos interessados, e de todos os que, devidamente identifi cados, possam exercer o direito de preferência ou remição, sendo o bem adjudicado à melhor proposta que exceda o valor mínimo adiante indicado, nos termos das disposições legais.Os bens à venda podem ser vistos pelos interessados, mediante marcação pré-via para o telefone 213510880, pelo fax 213510889 ou pelo email: [email protected] Os bens a seguir indicados serão vendidos no estado físico e legal em que se encontram, livres de ónus e encargos:Verba 1 - Fracção autónoma designada pela letra “A” correspondente ao rés-do-chão direito, destinado a habitação, tipologia T2, com arrecadação n.º 5 no sótão do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua de Itália, n.º 1, freguesia de Belas, concelho de Sintra, descrito na Conservatória do Registo Pre-dial de Queluz sob o n.º 3540, da indicada freguesia e inscrito na matriz predial urbana respectiva sob o artigo 5296, com o valor mínimo de venda de € 55.000 (Cinquenta e cinco mil euros).Verba 2 - Fracção autónoma designada pela letra “A” correspondente à garagem n.º 2, na cave do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua de Itália, n.º 1, freguesia de Belas, concelho de Sintra, descrito na Conservatória do Registo Predial de Queluz sob o n.º 3536, da indicada freguesia e inscrito na matriz predial urbana respectiva sob o artigo 5365 com o valor mínimo de venda de € 12.700 (Doze mil e setecentos euros).Reserva-se o direito de rejeição de propostas de valor inferior aos indicados valores mínimos. Caso existam propostas de igual valor para o mesmo imóvel será aberta licitação entre os proponentes na data da abertura das propostas. As propostas devem ser acompanhadas de um cheque caucção emitido à ordem da Massa Insolvente de Hugo Bernardino da Cunha Barbosa no valor corresponden-te a 20% do valor-base indicado ou por garantia bancária de valor equivalente. Os cheques e/ou as garantias serão devolvidas caso a proposta não seja aceite.

Administrador Judicial - JOSÉ LUÍS CAETANO MARQUESRua Padre Luís Aparício, n.º 9 - 2.º Dt.º, 1150-248 LISBOA

Tel: 213 510 880 - Fax: 213 510 889Email: [email protected]

Público, 14/11/2014 - 2.ª Pub.

Direção de Finanças de Faro

Serviço de Finançasde Portimão-1112

Urbanização Poço do Fojo - Quinta do Morais, Lote 11, 8500-774 PortimãoTel.: (+351) 282 490 320 - Fax: (+351) 282 490 358

Email: [email protected] - www.portaldasfi nancas.gov.ptCentro de Atendimento Telefónico: 707 206 707

ÉDITOS DE 30 DIASProcesso de Execução Fiscal n.º 1112201101122908

Maria do Carmo Cabrita dos Santos Custódio, Chefe do Serviço de Finanças de Portimão, faz público que por este Serviço de Fi-nanças correm éditos de trinta dias, citando o executado CASA RIOJA LIMITED, NIF 980266076, que teve o seu domicílio fi scal em RUA DIREITA, 43 - 2.º ESQ.º - PORTIMÃO e ac-tualmente ausente em parte incerta, executado no Processo de Execução Fiscal n.º 1112201101122908, deste Serviço de Finan-ças, por dívidas à Fazenda Nacional, proveniente de IMI do ano de 2010 e 2011, no valor de € 463,68 e € 618,25 respectivamente, ao qual acrescem os juros de mora e custas a contar nos termos da Lei, para no prazo de 30 (trinta) dias, imediatamente após os trinta dias do presente édito, e contados a partir da última pu-blicação, pagar na Secção de Cobrança deste Serviço de Finan-ças, mediante guias a solicitar em qualquer Serviço de Finanças, a dívida acima mencionada. Mais fi ca citado que, para garantir o pagamento da dívida em questão, foi penhorado ao executado “CASA RIOJA LIMITED”, acima identifi cado, o bem que se identifi ca em seguida e que se não pagar a referida dívida dentro daquele prazo ou deduzir oposição, procederá este Serviço de Finanças à sua venda judicial por leilão electrónico, nos termos do artigo 250.º do Código de Procedimento e de Processo Tri-butário, para o que já se encontra designado o dia 04 de Março de 2015, pelas 11.00 horas, neste Serviço de Finanças.

BEM PENHORADO:Verba Única - Prédio urbano em propriedade total sem andares nem divisões susceptíveis de utilização independente, composto de rés-do-chão e piscina, tipo T3, destinado a habitação, com a área total do terreno de 954,0000 m2; área de implantação do edifício: 244,4200 m2; área bruta de construção: 244,4200 m2; área bruta dependente: 85,7200 m2 e área bruta privativa: 158,7000 m2, inscrito na matriz sob o art.º 1108, sito em Qta. Medronheiras/Qta. Furnas - Lote 149 - Barão de S. Miguel, fre-guesia de Barão de S. Miguel concelho de Vila do Bispo, com o valor patrimonial de € 309.123,13 e encontra-se descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila do Bispo sob o n.º 1123/1999112 - BARÃO DE SÃO MIGUEL.

Serviço de Finanças de Portimão, aos 11 de Novembro de 2014

A Chefe do Serviço de FinançasMaria do Carmo Cabrita dos Santos Custódio

Público, 14/11/2014 - 2.ª Pub.

Público, 14/11/2014

VENDA EM CARTA FECHADAInsolvência de Alegre Couto, Lda.

Proc. 1004/14.1TBMGR - 1.ª Secção de Comércio da Comarca de Leiria - Instância Central

Por determinação do Digmo. Administrador da Insolvência, vamos proceder à venda mediante proposta em carta fechada, dos bens apreendidos a favor da massa insolvente, infraidentifi cados:Existências de Mercadorias e Matérias-Primas

Verba 1: Lote composto por: um balcão de atendimento em madeira, dez expositores, um móvel em madeira, uma secretária em madeira com três gavetas, duas cadeiras em plástico, quatro armários em madeira, uma mesa para PC em metal, um banco em madeira e um módulo de escritório em madeira. Valor Mínimo: 405,00 (Quatrocentos e cinco euros).Verba 2: Lote composto por: Diverso material de som, utensílios de cozinha e informático (LCD´s, TV, colunas de som de várias marcas, leitores de DVD de várias marcas, leitor mini disc, subwoofers, amplifi cadores de várias marcas, combinados, frigorífi co, torradeiras, tostadeiras, grelhadores elétricos, varinhas mágicas, máquinas de café, máquinas para batidos, balança, máquina para pizzas, uma panela em inox, duas frigideiras, um secador de cabelo, um máquina de vapor da marca, um faqueiro, termos, bules em inox, escova de dentes elétrica, um medidor digital, um forno elétrico, um conjunto de fondue, um monitor para PC, um computador, um rato, um teclado, um router, um telefone fi xo, uma fotocopiadora, uma impressora, um kit de Bluetooth para automóvel, cassetes para máquinas de fi lmar, cassetes para gravação de músicas, carregadores de baterias para máquinas de fi lmar, cabos para ligação de som e imagem, comandos para TV universais, auscultadores, walkmans, Cd´s (DVD´s), auriculares. Valor Mínimo: 5.765 (Cinco mil, setecentos e sessenta e cinco euros).

Bens Móveis Sujeitos a Registo

Verba 3: Viatura ligeira de mercadorias da marca “MITSUBISHI”, modelo: “L 300”, cilindrada: 2.477c.c., combustível: gasóleo, matrícula: 86-98-FP do ano de 1995. Valor mínimo: 300,00 (Trezentos euros).Verba 4: Viatura ligeira de mercadorias da marca “CITROËN”, modelo: “ZX”, cilindrada: 1.905c.c., combustível: gasóleo, matrícula: 99-22-DH do ano de 1994. Valor Mínimo: 200,00 (Duzentos euros).Verba 5: Viatura ligeira de mercadorias da marca “PEUGEOT”, modelo: “PARTNER”, combustível: gasóleo, matrícula: 57-56-XT do ano de 2004. Valor mínimo: 300,00 (Trezentos euros).

Dias de visita: Por marcação prévia.

Regulamento / Condições de Venda1. As propostas serão abertas no dia 03/12/2014, pelas 11h, no escritório da encarregada de venda sito na morada abaixo indicada e deverão ser entregues até esse momento no referido endereço.2. As propostas deverão conter os seguintes elementos: identifi cação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º de contribuinte, telefone/telemóvel, email); identifi cação do processo; identifi cação das verbas, e respetivo valor proposto por extenso; declaração expressa de aceitação integral das presentes condições. O envelope no exterior deve constar a identifi cação do processo, e assinalado com a menção proposta em carta fechada.3. Os bens serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus ou encargos.4. Ao valor da adjudicação acresce uma comissão de 10% sobre os bens, acrescida de IVA, à taxa legal em vigor, referente ao pagamento dos serviços prestados pela LeiloExpert, Lda.Extrato do regulamento: Não dispensa a consulta das restantes condições de venda, em www.leiloexpert.com.

T.: + 351 244 838 127 | T.: + 351 961 723 655 | T.: +351 925 410 410 | T.: + 351 961 445 566

Rua de S. Pedro, n.º 41Guarda Nova

2430-162 Marinha GrandePortugal

[email protected]

AVISOInforma-se que se encontra aberto até às 17 do dia 21 de no-vembro de 2014, o procedimento concursal para prestação de serviço de cópias, através da colocação de 4 equipamen-tos nas escolas do 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas de Pinhal de Frades, sito na Av. 25 de Abril, Pinhal de Frades, 2840-286 Seixal.O Caderno de Encargos encontra-se disponível para consul-ta, até à data fi xada no parágrafo anterior, nos Serviços Ad-ministrativos da Escola Básica Carlos Ribeiro (sede do Agru-pamento) e na página da Escola joomla.aepinhalfrades.pt/As propostas devem ser enviadas para o endereço eletrónico [email protected] com a indicação no assunto de “Ajuste direto n.º 3/2014 para prestação de servi-ço de cópias em escolas de 1.º ciclo”.

Pinhal de Frades, 12 de novembro de 2014

A DiretoraMaria do Carmo Branco

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOE CIÊNCIA

Agrupamento de Escolas de Pinhal de Frades (170847)Escola Básica Carlos Ribeiro (342634)Escola Básica de Pinhal de FradesEscola Básica de Fernão FerroEscola Básica de Quinta dos MorgadosEscola Básica dos Redondos

CONVOCATÓRIA

Conforme o disposto no art.º 24.º dos Estatutos desta Caixa, convoco a sua Assembleia-Geral, para a reunião a realizar no dia 17/12/2014, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, junto às Piscinas Municipais, em Aljustrel, com a seguinte ordem de trabalhos:

1.º Apreciação e votação do Plano de Atividades e Orçamento para o Exercício de 2015;

2.º Eleição de um membro suplente para o Conselho de Administração até ao fi nal do mandato, referente ao triénio 2013/2015;

3.º Outros assuntos de interesse associativo.

Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos sócios, a Assembleia reunirá, uma hora depois, com qualquer número de sócios presentes.

Aljustrel, 13 de novembro de 2014.

O Presidente da Mesa da Assembleia-GeralDr. Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço

CCAM de Aljustrel e Almodôvar, CRL

MUNICÍPIO DE MEALHADACÂMARA MUNICIPAL

Abertura de procedimento concursal para ocupação de 1 posto de trabalho por tempo determinado, na modalidade de contrato de trabalho a termo certo, a tempo parcial, de 1 técnico para a actividade de enriquecimento curricular - Inglês, para o ano lectivo 2014/2015.

Para os devidos efeitos, torna-se público que a Câmara Municipal de Mealhada irá proceder à abertura de procedimento concursal para contratação a termo certo, a tempo parcial, 1 técnico para a activida-de de Inglês, para o ano lectivo de 2014/2015.O referido procedimento concursal estará disponível no sítio da in-ternet da Câmara Municipal de Mealhada, em www.cm-mealhada.pt, no dia 14 de Novembro de 2014, onde constarão todos os requisitos e condições de admissão ao procedimento concursal. As candida-turas deverão ser efectuadas nos três dias úteis seguintes à data da divulgação da referida oferta de trabalho.

COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTESintra - Juízo Grande Inst. Cível - 2.ª Secção - Juiz 5

Processo: 8446/14.0T2SNT

ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Cristina Maria Coco Duarte BernardinoRequerida: Maria Bossa Coco DuarteFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Inter-dição em que é requerida Maria Bossa Coco Duarte, viúva, nas-cida a 17/09/1934, natural da fre-guesia e concelho de Barrancos, titular do bilhete de identidade 87047 de 19/10/1998, emitido em Lisboa, com domicílio na Av. Octávio Pato, n.º 4 - 2.º Dt.º, 2700-000 AMADORA, para efeito de ser decretada a sua interdi-ção por anomalia psíquica.Passei o presente e outro de igual teor para serem afi xados.

N/ Referência: 27425445

Sintra, 20-05-2014.

A Juíza de DireitoDr.ª Dina La Salete Henriques

NunesA Ofi cial de Justiça

Maria Isabel Silva P. C. Rosa

Público, 14/11/2014

Page 34: Publico-20141114

34 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

FICAR

CINEMAGolpada AmericanaTítulo original: American HustleDe: David O. RussellCom: Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Jeremy RennerEUA, 2013, 129 minTVC1, 21h30Apanhados pelo agente Richie

DiMaso depois de um dos seus

múltiplos golpes, Irving e a

sua parceira e amante Sydney

são forçados a trabalhar para o

FBI numa missão que envolve

alguns dos mais perigosos

criminosos de New Jersey. É

assim que se vêem enredados

nos negócios de Carmine

Polito, um político entusiasta

mas pouco credível que se

deixou cair nos meandros da

máfi a local. Para difi cultar

esta missão, já de si complexa,

Irving acaba por descobrir, da

pior maneira possível, o poder

do ressentimento da mãe do seu

fi lho, de quem nunca se chegou

a divorciar...

Walk The Line [Walk the Line]FOX Movies, 16h00A história inesquecível e

electrizante de Johnny Cash

( Joaquin Phoenix), desde a

sua juventude numa quinta

do Arkansas até ao sucesso

dos famosos Sun Studios, em

Memphis, em que gravou canções

imortais, ao lado de Elvis Presley,

Jerry Lee Lewis e Carl Perkins. E a

história de amor com June Carter

(Reese Witherspoon). A realização

é de James Mangold.

A Vida num só Dia [Miss Pettigrew Lives For a Day]Cinemundo, 17h10Na Londres de 1939, Miss

Guinevere Pettigrew (Frances

McDormand) é uma governanta

de meia-idade que se vê,

mais uma vez, despedida

injustamente. Sem receber

indemnização, conclui que, pela

primeira vez em duas décadas,

tem que aproveitar o momento.

Decide aceitar um emprego

como assistente, um trabalho

muito diferente do que ela sabe

fazer, sendo catapultada para a

sedutora e estonteante espiral do

mundo social da actriz e cantora

americana Delysia Lafosse (Amy

Adams). Realizado por Bharat

Nalluri.

A Parte dos Anjos [The Angels’ Share]TVC2, 20h15Depois de um último golpe

que quase o pôs atrás das

grades, Robbie, comovido pelo

nascimento do fi lho, decide

mudar de vida e passar a ser um

homem de família. A cumprir

horas em trabalho comunitário,

acaba por fi car a trabalhar na

destilaria de um apaixonado

por whisky que lhe passa todos

os conhecimentos na área.

Com o tempo, Robbie torna-

se um especialista no assunto,

demonstrando ter o paladar para

diferenciar qual a colheita mais

valiosa. Porém, se a descoberta

das suas novas habilidades

poderia ser o veículo certo para

uma vida promissora, a verdade é

que Robbie não consegue fugir à

tentação de assaltar a destilaria...

Jane Eyre [Jane Eyre]Cinemundo, 20h30Quando Jane Eyre (Mia

Wasikowska), com apenas dez

anos, fi ca sozinha no mundo,

acaba por ir viver para uma rígida

escola de raparigas. Aí aprende a

arte de ensinar e, aos 20 anos, sai

em busca de emprego. Torna-se

então preceptora de uma menina

francesa, protegida de Rochester,

o rico e intimidante proprietário

do castelo de Thornfi eld. Até

descobrir um terrível segredo

que a leva a procurar refúgio

na casa de St John Rivers ( Jamie

Bell), que acaba por se apaixonar

por ela. Nova versão de um

dos mais célebres romances da

escritora inglesa Charlotte Brontë,

publicado em 1847, desta vez

pelos olhos de Cary Fukunaga.

Cuidado com o Que Desejas [The Change-Up]FOX Life, 22h38Dave e Mitch ( Jason Bateman e

Ryan Reynolds) são amigos desde

sempre. Apesar do afecto mútuo

e de tanta coisa em comum, as

circunstâncias fi zeram com que os

seus caminhos tenham divergido:

o primeiro é um advogado

brilhante, marido de uma mulher

belíssima e pai de três crianças

encantadoras; o segundo, um

boémio imaturo com fobia a

relações estáveis ou qualquer tipo

de compromissos. Uma noite,

em conversa sobre as mágoas e

frustrações das suas vidas, cada

um dá por si a invejar o outro. É

então que, contra todas as leis da

lógica, despertam no dia seguinte

com as vidas (e corpos) trocados.

Imperdoável [Unforgiven]Hollywood, 1h40Realizado, produzido e

interpretado por Clint Eastwood,

é a história de William Munny, um

caçador de prémios reformado

que aceita com alguma relutância

um último trabalho para poder

sustentar os fi lhos. Munny é

contratado para matar dois

homens que desfi guraram uma

prostituta numa cidade dominada

por Little Bill Daggett (Gene

Hackman), um xerife com um

sentido de justiça e de moral

muito particulares.

DOCUMENTÁRIOSDavid BlaineDiscovery, 21h00David Blaine tem a difícil tarefa

de surpreender o público com

os seus melhores truques e

ilusões. Em David Blaine: A

Luta Bela, o ilusionista desafi a

a morte e as próprias leis da

lógica. O programa começa com

uma entrevista de Blaine com

o lendário Evel Knievel, que o

encorajou a perseguir os seus

sonhos e a usar a mente em prol

da magia. De seguida, dirige-

se a Nova Orleães para alguns

truques incríveis e, já em Nova

Iorque, surpreende Orlando

Bloom e John Mayer com

acrobacias inéditas (22h00).

As Serpentes mais MortíferasOdisseia, 22h30Em busca de algumas das

serpentes mais perigosas do

mundo, Nigel Marven avança

pelas zonas mais remotas e

Golpada Americana

Os mais vistos da TVQuarta-feira, 12

FONTE: CAEM

SICTVITVI

RTP1SIC

15,013,412,711,611,6

Aud.% Share

30,426,925,624,023,3

RTP1

RTP2

SICTVI

Cabo

16,8%%

2,0

20,3

23,9

27,6

Mar SalgadoSecret Story 5Jornal das 8TelejornalJornal da Noite

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PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 35

RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 Agora Nós 13.00 Jornal da Tarde 14.18 Os Nossos Dias 14.46 Há Tarde 18.00 Portugal em Directo 19.00 Telejornal 19.34 Futebol: Portugal x Arménia 21.57 Água de Mar 22.48 Quem Quer Ser Milionário 23.52 Resumos Euro 2016 00.36 Os Filhos do Rock 1.17 Portugueses Pelo Mundo 2.02 Uma Família Açoriana 2.46 Sinais de Vida

RTP27.00 Repórter África 2014 7.28 Zig Zag 10.54 Euronews 12.36 Bravo 13.05 Mistérios de Lisboa 14.00 Sociedade Civil 15.32 A Fé dos Homens 16.07 Eduardo Batarda Como Deve Ser 17.10 Zig Zag 20.09 Triângulo Jota 21.00 Jornal 2 21.42 Página 2 22.00 Britcom 23.08 O Humor e a Cidade 23.35 Tanto Para Conversar 00.20 Festival ao Largo 2014 1.50 Sociedade Civil 3.22 Euronews

SIC6.00 SIC Notícias 7.00 Edição da Manhã 8.45 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.10 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.35 Duas Caras 15.05 Senhora do Destino 16.00 Grande Tarde 20.00 Jornal da Noite 21.45 Mar Salgado 22.50 Império 23.55 Lado a Lado 00.50 C.S.I Las Vegas 1.45 A Vingadora 2.40 Volante 3.05 Jura

TVI 6.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.46 Flor do Mar 16.00 A Tarde é Sua 20.00 Jornal das 8 - Inclui o Euromilhões 21.40 Casa dos Segredos 5 - Diário da Noite 22.47 Jardins Proibidos 23.57 Mulheres 00.33 Casa dos Segredos 5 - Extra 1.54 Ora Acerta 3.00 Filme: World Trade Center 5.04 O Teu Olhar

TVC1 9.35 Imperador 11.20 Armadas e Perigosas 13.15 A Parte dos Anjos 14.55 Ao Som de Um Outro Amor 16.15 O Gringo 17.50 A Ressaca - Parte III 19.30 Armadas e Perigosas 21.30 Golpada Americana 23.45 Imperador 1.35 A Ressaca - Parte III 3.15 Golpada Americana

FOX MOVIES9.13 Monkeybone - O Rei da Macacada 10.44 Mr. Bean em Férias 12.12 Buffalo ‘66 13.59 21 Gramas 16.00 Walk

The Line 18.12 Ao Sabor das Ondas 19.40 Maldito United 21.15 Corrida Mortal 22.57 Sem Escape - Vencer ou Morrer 00.29 Ano Um 2.04 Amar... É Complicado!

HOLLYWOOD11.20 A Bela Memphis 13.05 À Toa por um Filho 14.40 Espanglês 16.50 A Máscara 2 - A Nova Geração 18.30 Braveheart - O Desafio do Guerreiro 21.30 Corrida Alucinante 23.35 S.W.A.T. - Força de Intervenção 1.40 Imperdoável 3.50 Corruptor

AXN13.51 Castle 14.40 Castle 15.30 Investigação Criminal 16.20 Investigação Criminal 17.10 Mentes Criminosas 18.00 Mentes Criminosas 18.50 Castle 19.40 Castle 20.30 Investigação Criminal 21.20 Investigação Criminal 22.15 Castle 23.10 Filme: Duro de Matar 00.55 Mentes Criminosas 1.43 Castle 2.29 Castle

AXN BLACK13.19 A Rainha das Sombras 14.07 A Rainha das Sombras 14.55 A Rainha das Sombras 15.43 A Rainha das Sombras 16.31 Filme: Acção em Banguecoque 17.59 A Rainha das Sombras 18.47 A Rainha das Sombras 19.35 A Rainha das Sombras 20.23 A Rainha das Sombras 21.11 A Rainha das Sombras 22.00 Filme: Acção em Banguecoque 23.30 Filme: Corrigindo Beethoven 1.17 A Rainha das Sombras 2.06 A Rainha das Sombras 2.54 A Rainha das Sombras

AXN WHITE13.34 Pai de Surpresa 13.58 Suburgatory 14.22 Filme: Corre no Sangue 16.12 A Vida Secreta de uma Teenager Americana 17.00 Criadas e Malvadas 17.48 Criadas e Malvadas 18.36 Criadas e Malvadas 19.24 Família de Acolhimento 20.12 Família de Acolhimento 21.00 Família de Acolhimento 21.50 Filme: Corre no Sangue 23.38 Filme: P.S. I Love You 1.43 Família de Acolhimento

FOX 13.50 Hawai Força Especial 14.35 Hawai Força Especial 15.24 House 16.10 House 17.01 Flashpoint 17.50 Hawai Força Especial 18.35 Hawai Força Especial 19.29 House 20.26

House 21.15 Gotham 22.15 Filme: X-Men II 00.44 Filme: Batman - O Início

FOX LIFE 14.00 Filme: Web of Lies 15.30 Em Contacto 16.15 Em Contacto 17.00 Clínica Privada 17.48 Filme: Willed to Kill 19.16 Masterchef USA 20.05 Scandal 20.50 Uma Família Muito Moderna 21.16 Uma Família Muito Moderna 21.45 No Meio do Nada 22.10 No Meio do Nada 22.38 Filme: Cuidado Com o Que Desejas 00.47 Filme: You Belong to Me 2.23 Masterchef USA

DISNEY16.35 Recreio 16.47 Recreio 17.00 Phineas e Ferb 17.12 Phineas e Ferb 17.30 Star Wars Rebels 18.00 Lab Rats 18.30 O Meu Cão Tem Um Blog 18.55 Liv e Maddie 19.20 Austin & Ally 19.45 Filme: Violetta – O Concerto Em Milão 21.25 Jessie

DISCOVERY19.10 A Febre do Ouro 20.05 Guerra de Propriedades 20.30 Guerra de Propriedades 21.00 David Blaine 22.00 David Blaine 23.00 Negócio Fechado 23.25 Negócio Fechado 23.55 Negócio Fechado 00.20 Negócio Fechado 00.45 David Blaine

HISTÓRIA 18.13 A Humanidade: As Pragas 18.59 A Humanidade: O Novo Mundo 19.45 Restauradores: A Grande Explosão 20.08 Restauradores: Trabalho XXL 20.31 Restauradores: Balas e Gasolina 20.54 Restauradores: A Promoção de Tyler 21.17 Restauradores: Contagem Decrescente para a Descolagem 22.00 Alienígenas: Misteriosos Locais 22.45 Alienígenas: Contactos Extraterrestres 23.30 A Humanidade: Onde Vamos 00.16 O Universo: As Sete Maravilhas do Sistema Solar

ODISSEIA18.44 Planeta Humano: Desertos 19.36 As Serpentes mais Mortíferas: Costa Rica 20.20 Não Conduzas Aqui! : México 21.06 1000 Formas de Morrer V 21.26 1000 Formas de Morrer V 21.46 Vigiados II Ep.3 22.08 Vigiados II Ep.4 22.30 As Serpentes mais Mortíferas: Estados Unidos 23.15 Não Conduzas Aqui!: Manila 00.02 1000 Formas de Morrer V 00.24 1000 Formas de Morrer V 00.45 Vigiados II Ep.3 1.09 Vigiados II Ep.4

Televisã[email protected]

inóspitas do planeta. Nos EUA,

procura a Crotalus scutulatus,

uma das espécies mais letais do

ranking norte-americano. A Costa

Rica (19h36), a África do Sul (dia

21) e a China (dia 28) são outros

países por onde o naturalista e a

sua equipa procuram o seu “top

10” de serpentes mortíferas.

SÉRIE

PsychFX, 15h30

Estreia da oitava temporada.

Shawn é um jovem consultor

da polícia que resolve crimes

com o seu aguçado poder de

observação. Gus, o melhor amigo

e relutante aliado de Shawn,

que o ajuda nos casos que

chegam à Psych, a empresa de

investigação privada criada por

Shawn para desenvolver as suas

extraordinárias capacidades ao

serviço do bem comum.

DESPORTO

Futebol: Selecção NacionalRTP1, 19h34Directo. No Estádio do Algarve,

a selecção das quinas enfrenta

um duelo com a Arménia, em

jogo a contar para a fase de

apuramento do Grupo I para o

Euro de 2016. O grego Anastasios

Sidiropoulos foi o nomeado para

arbitrar o encontro. Outros jogos

de qualifi cação: Geórgia x Polónia

(SPTV1, 17h00), Alemanha x

Gibraltar (SPTV2, 19h45), Escócia

x República da Irlanda (SPTV3,

19h45) e França x Albânia (SPTV5,

19h45).

INFANTIL

Violetta – O Concerto em MilãoDisney, 19h45Em 2015 chega a Portugal a

digressão Violetta Live (de 23 a

25 de Janeiro, no Meo Arena,

em Lisboa). O canal antecipa

a emoção do espectáculo

com a estreia do fi lme

Violetta: O Concerto em Milão,

onde membros do elenco

original da série televisiva

interpretam músicas de

sucesso da primeira e segunda

temporadas. Desvenda-se

ainda o que acontece nos

bastidores de um concerto

ao vivo, como as estrelas se

preparam para tomar conta

do palco e como aproveitam o

tempo livre quando não estão

a actuar.

Justin e a Espada da CoragemTVC3, 13h00 (V.P)Justin vive num reino onde

as ideologias dos verdadeiros

cavaleiros se tornaram

obsoletas. O seu sonho é ser

um distinto cavaleiro, tal como

antes o fora Sir Roland, o avô.

Inspirado pela sua história,

o jovem segue caminho em

direcção à Abadia Mágica,

o lugar onde são feitos os

cavaleiros. É nesse percurso

que conhece Talia, uma

rapariga cheia de vida e de

sonhos, por quem se apaixona

perdidamente. Chegado à

abadia, ele vai conhecer

Blucher, Legantir e Braulio, três

monges que se tornarão os seus

mentores e que o ajudarão

a seguir os seus ideais mais

profundos de se tornar

um herói...

World Trade Center, TVI, 3.00

Blucher, Legantir e Braulio, três

monges que se tornarão os seus

mentores e que o ajudarão

a seguir os seus ideais mais

profundos de se tornar

um herói...

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36 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

SAIR

CINEMALisboa @CinemaAv. Fontes Pereira de Melo - Edifício Saldanha Residence. T. 210995752Interstellar M12. 18h, 21h30; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 15h30 Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040De Qualquer Lugar M16. 13h40, 15h40, 19h45, 21h40, 00h15; Interstellar M12. 15h15, 17h50, 21h20, 23h45; Belle M12. 13h15, 15h20, 17h30, 00h25; Os Maias M12. 21h35; Os Gatos Não Têm Vertigens 17h20; Fúria M16. 21h30; Dei-te o Melhor de Mim 18h35; Comer Dormir Morrer M12. 13h10; The Deep - Sobrevivente M12. 13h20, 15h25, 19h30 Cinema IdealRua do Loreto, 15/17. T. 210998295Os Maias M12. 13h30; Fado Camané M6. 16h45; Interstellar M12. 21h45; Festival Temps D’’images 18h, 20h CinemaCity Campo PequenoC. Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420Os Monstros das Caixas M6. 13h30, 15h35 (V.Port./2D), 13h45 (V.Port./3D); Fúria M16. 16h30, 18h50, 21h25, 00h10; Interstellar M12. 13h10, 15h25, 17h40, 21h, 21h40, 23h45; Interstellar M12. 13h10, 15h30, 17h40, 21h, 21h40, 23h55; Get On Up: A História de James Brown M12. 13h05, 15h55, 18h45, 21h35, 00h25; John Wick M16. 13h30, 15h35, 19h45, 21h45, 24h; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 13h10, 15h55, 18h50, 21h45, 00h10; Magia ao Luar M12. 19h45; Maze Runner - Correr ou Morrer M14. 17h30; Annabelle M16. 19h45, 00h30; Os Monstros das Caixas M6. 13h30, 15h35, 17h35 (V.Port.); As Duas Faces de Janeiro M12. 13h25; Dei-te o Melhor de Mim 13h30, 15h30, 18h45, 21h50; Dei-te o Melhor de Mim 13h20, 21h50, 00h20; Mau Mau Maria M12. 13h25, 16h25, 19h40; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h45, 15h45, 17h45, 19h45, 21h55; Belle M12. 13h20, 15h25, 21h45, 24h; Belle M12. 13h35, 15h40, 17h45, 19h15, 21h30; Que Mal Fiz Eu a Deus? M12. 17h45; Lucy M14. 19h35; Em Parte Incerta M16. 17h55, 21h20; Annabelle M16. 00h20; O Senhor Babadook M16. 00h15; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h45, 15h45, 17h35; Em Parte Incerta M16. 18h30, 21h30; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 13h40, 15h40, 17h40, 19h50, 22h, 00h20; Fúria M16. 15h50, 18h35, 21h20, 00h05; John Wick M16. 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h50, 23h55; Drácula: A História Desconhecida M16. 00h35 Cinemas Nos Alvaláxia Est. José Alvalade, Campo Grande. T. 16996Em Parte Incerta M16. 17h, 21h, 00h10; Fúria M16. 16h40, 21h20, 00h20; Os Gatos Não Têm Vertigens 16h10, 18h55, 21h40, 00h25; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 16h30, 19h, 21h25, 23h50; Dei-te o Melhor de Mim 16h15, 18h50, 21h50, 00h30; Interstellar M12. 16h50, 20h45, 00h15; John Wick M16. 16h20, 18h45, 21h30, 24h; Deixa o Amor Entrar M12. 15h40, 18h30, 21h15, 23h40; Maze Runner - Correr ou Morrer M14. 21h40, 00h15; Os Monstros das Caixas M6. 15h50, 18h10 (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 15h30, 18h, 21h35, 00h05; Annabelle M16. 16h, 18h20, 21h10, 23h35; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h20, 21h45, 23h45

Cinemas Nos AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Em Parte Incerta M16. 14h. 17h30, 21h, 00h20; Interstellar M12. 13h30, 17h, 20h40, 00h10; Amar, Beber e Cantar 21h45, 00h15; Orgulho M12. 13h20, 16h10, 19h; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 13h10, 15h50, 18h35, 21h20, 24h; O Juiz M12. 18h30; Get On Up: A História de James Brown M12. 12h30, 15h25, 21h30, 00h25; Os Maias M12. 17h50; As Pontes de Sarajevo M12. 12h40, 15h10, 21h10, 23h45; Rio, Eu Te Amo M12. 16h20, 19h10, 21h50, 00h20; Fúria M16. 20h55, 23h55 Cinemas Nos ColomboAv. Lusíada. T. 16996Get On Up: A História de James Brown M12. 13h25, 17h30, 21h10, 00h15; Deixa o Amor Entrar M12. 12h55, 15h40, 21h35, 24h; Mau Mau Maria M12. 18h25; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h15, 16h, 18h10; Interstellar M12. 15h10, 18h45, 22h25; Annabelle M16. 18h15, 21h40, 00h10; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 13h10, 15h45, 21h15, 23h45; Fúria M16. 12h40, 15h35, 18h35, 21h30, 00h25; John Wick M16. 13h, 15h30, 18h, 21h25, 23h55; Belle M12. 18h20; Os Monstros das Caixas M6. 13h20, 15h50 (V.Port.); Dei-te o Melhor de Mim 21h05, 23h50; Interstellar M12. Sala IMAX ? 13h30, 17h, 21h, 00h30 Cinemas Nos Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Fúria M16. 12h50, 15h40, 21h20, 00h10; Mau Mau Maria M12. 18h40; Os Monstros das Caixas M6. 13h10, 15h30 ; Dei-te o Melhor de Mim 18h, 21h10, 23h40; John Wick M16. 13h30, 16h, 18h30, 21h40, 23h50; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 12h50, 15h20, 17h30, 19h30; Interstellar M12. 13h20, 17h10, 21h, 00h20; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 13h, 15h40, 18h20, 21h30, 24h; Belle M12. 21h50, 00h30 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Onde Está a Verdade? M12. 15h30; A Morte de Maria Malibran 21h30; O Inimigo da Classe M12. 19h; Fantasia Lusitana M12. 22h; Redemption 22h; Het Oog Boven de Put / The Eye Above The Wall 19h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088Interstellar M12. 14h30, 18h, 21h15; Os Maias M12. 16h; O Quarto Azul M16. 14h, 19h, 22h; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 14h15, 16h45, 19h15, 21h45 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Get On Up: A História de James Brown M12. 15h, 18h15, 21h30, 00h20; Os Gatos Não Têm Vertigens 19h05, 00h25; O Juiz M12. 16h10, 21h35; Getúlio M12. 14h; Duas Vidas M12. 17h50, 22h, 00h15; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 14h, 15h55, 20h; Que Mal Fiz Eu a Deus? M12. 14h15, 16h50, 21h35; Magia ao Luar M12. 19h; Lixo 23h50; John Wick M16. 14h10, 16h45, 19h15, 21h55, 00h30; Em Parte Incerta M16. 14h25, 17h30, 21h15, 00h15; Os Maias M12. 19h; Orgulho M12. 14h05, 16h35, 21h50, 00h25; Rio, Eu Te Amo M12. 14h05, 16h30, 19h05, 21h35, 24h; Interstellar M12. 14h30, 18h, 21h30; Dei-te o Melhor de Mim 14h, 16h30, 19h, 21h30; Interstellar M12. 24h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 14h15; As Duas Faces de Janeiro M12. 14h15, 16h45, 19h15, 21h45, 24h; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 14h, 16h45, 19h15, 21h50, 00h25; Fúria M16. 14h, 16h25, 19h05, 21h45, 00h30; Belle M12. 14h10, 16h35, 19h, 21h40, 23h55

NightcrawlerRepórter na NoiteDe Dan Gilroy. Com Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Bill Paxton, Ann Cusack. EUA. 2014. 117m. Drama, Thriller. M16. Por puro acaso, Lou Bloom

apercebe-se de que existe um

grupo de jornalismo criminal

que, atento ao que acontece na

noite de Los Angeles, se dedica

a fi lmar acidentes, assassinatos

e outros casos de polícia,

para depois vender aos canais

televisivos. Decidido a iniciar o

negócio por sua conta e risco,

contrata Rick e inicia com ele

uma autêntica patrulha pela

cidade. O sucesso depressa traz

os frutos desejados. Porém, eles

rapidamente se perdem entre

a ambição desmedida e o que é

moralmente correcto.

As Pontes de SarajevoDe Leonardo di Costanzo, Jean-Luc Godard, Cristi Puiu, Teresa Villaverde, Kamen Kalev, Isild Le Besco, Sergey Loznitsa, Vladimir Perisic, Ursula Meier, Ursula Meier. BUL/POR/FRA/Bósnia/ITA/SUI. 2014. 114m. Drama. M12. Através de 13 curtas-metragens,

cujo tema principal é a

cidade de Sarajevo (Bósnia-

Herzegovina), 13 cineastas de

várias nacionalidades dão o seu

contributo artístico para mostrar

o que a cidade representou na

história europeia durante o

último século e o que representa

na Europa da actualidade. Sob a

direcção artística do reconhecido

crítico de cinema francês Jean-

Michel Frodon, as curtas estão

interligadas pelo foco na cidade

em várias fases, entre 1914 e os

anos 1990.

De Qualquer LugarDe Mohamed Hamidi. Com Tewfik Jallab, Jamel Debbouze, Fatsah Bouyahmed. ARG/FRA. 2013. 87m. Drama, Comédia. M16. Nascido e criado em França,

Farid é um jovem de ascendência

argelina que nunca conheceu

a terra dos seus progenitores.

Agora, com o pai doente e a

casa de família em risco de ser

demolida, ele tem de viajar até à

Argélia para resolver o problema.

Recém-chegado e ainda a tentar

adaptar-se aos costumes daquelas

gentes, Farid depara-se com uma

situação inesperada que o obriga

a conhecer um lugar que, apesar

de pobre, tem muita coisa bela

para lhe oferecer...

Deixa o Amor EntrarDe Christian Ditter. Com Lily Collins, Sam Claflin, Christian Cooke. GB/ALE. 2014. 102m. Comédia Romântica. M12. Cúmplices desde sempre, Rosie

e Alex cresceram a partilhar

segredos, alegrias e desgostos,

nunca se dando conta do real

signifi cado que tinham um para

o outro. Até que, com apenas

18 anos, ela engravida de uma

relação casual. De um momento

para o outro, os seus planos para

o futuro alteram-se, obrigando-a

a crescer e a assumir o papel de

mãe. Alex, por seu turno, segue

para a universidade. Contudo,

apesar dos caminhos opostos,

nada os fará abdicar daquela

relação tão especial.

Get On Up: A História de James BrownDe Tate Taylor. Com Chadwick Boseman, Nelsan Ellis, Dan Aykroyd, Viola Davis. EUA. 2014. 139m. Biografia. M12. Nascido a 3 de Maio de 1933,

durante a Grande Depressão

Americana, James Brown teve

uma infância difícil e uma

adolescência tumultuosa, em que

teve de sobreviver praticamente

sozinho. Depois, iniciou-se em

pequenos crimes, chegando a

cumprir pena de prisão. Mas o

seu carisma pessoal e energia

sem limites já seduziam o

coração de todos. Ao dar largas

à sua inesgotável força e talento,

foi-se tornando uma das mais

mediáticas estrelas musicais do

seu tempo.

John WickDe Chad Stahelski, David Leitch. Com Keanu Reeves, Bridget Moynahan, Willem Dafoe. EUA/China/CAN. 2014. 96m. Thriller, Acção. M16. John Wick era famoso pelas suas

capacidades de surpreender os

inimigos e pelos seus métodos

pouco convencionais de fazê-

los dizer a verdade. Mas quando

descobriu que sua mulher tinha

um cancro em fase terminal,

abandonou tudo para poder

dedicar-lhe toda a atenção.

Agora, depois da inevitável

morte dela, Wick sente que nada

o prende à vida. É então que,

após assistir ao roubo do seu

carro, sente renascer em si a

raiva acumulada e uma enorme

vontade de viver para saborear a

vingança...

The Deep - Sobrevivente De Baltasar Kormákur. Com Ólafur Darri Ólafsson, Stefán Hallur Stefánsson, Jóhann G. Jóhannsson. IRL. 2013. 95m. Drama. M12. No dia 11 de Março de 1984, um

barco pesqueiro naufraga no

Atlântico Norte, ao largo das

ilhas Westman, na Islândia. Os

tripulantes tentam sobreviver,

mas o mar revolto e as águas

geladas rapidamente os levam à

morte. Resta apenas Gulli, de 22

anos. Após controlar o pânico

e nadar durante cerca de cinco

horas em condições extremas,

consegue chegar à costa e

encontrar ajuda. Apesar de ter

escapado à morte, terá que viver

com a dor da perda dos seus

melhores amigos e enfrentar a

incredulidade de todos, que não

compreendem como possa ter

resistido.

Em [email protected]@publico.pt

Get On Up: A História de James Brown

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PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 37

Em ano de celebração do 40.º aniversário do 25 de Abril, o Rotas & Rituais afirma que “A liberdade não é um acessório”. É este o tema da oitava edição do festival, que decorre no Cinema São Jorge até 23 de Novembro e contempla três noites de concertos, um ciclo de cinema documental, uma exposição e quatro conferências. Hoje, às 17h, o cartaz abre com

Grândola, Vila Moderna (na imagem), da autoria de ±maismenos±. Depois, João Carlos Callixto dá a ouvir Mudam-se os Tempos, uma recolha de canções de intervenção do antes e depois da revolução. A entrada é livre, excepto para os concertos de Lula Pena, B Fachada e Mão Morta (8€). Programa completo em www.rotaserituais.com.

O ritual volta a LisboaDR

Almada

Cinemas Nos Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011 - Vale de Mourelos. T. 16996Fúria M16. 12h30, 15h25, 18h20, 21h20, 00h20; Interstellar M12. 12h30, 13h, 16h, 16h45, 19h40, 20h30, 23h30, 00h05; John Wick M16. 13h05, 15h40, 18h15, 21h, 23h45; Os Monstros das Caixas M6. 13h20, 15h45, 18h10 (V.Port.); Dei-te o Melhor de Mim 12h45, 15h30, 18h20, 21h15, 00h15; De Qualquer Lugar M16. 13h20, 15h50, 18h30, 21h10, 23h40; O Carteiro Paulo - O Filme M6. 13h15, 15h30, 18h (V.Port.); Annabelle M16. 21h10, 23h50; Belle M12. 21h05, 23h55; Rio, Eu Te Amo M12. 21h30, 00h10; Mau Mau Maria M12. 13h, 15h35, 21h25, 00h10; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 12h55, 15h05, 17h15, 19h25; Deixa o Amor Entrar M12. 13h10, 15h40, 18h10, 21h, 23h40; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 12h45, 15h35, 18h30, 21h15, 24h; Cornos M16. 18h30; Os Gatos Não Têm Vertigens 18h30; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 13h10, 15h55, 21h30, 24h; Get On Up: A História de James Brown M12. 13h30, 16h50, 21h, 00h10

Amadora UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, Estrada Nacional 249/1, Venteira. T. 707232221Drácula: A História Desconhecida M16. 21h40, 24h; Os Monstros das Caixas M6. 14h, 16h40, 18h55 (V.Port.); Interstellar M12. 14h30, 18h, 21h30; John Wick M16. 14h05, 16h35, 19h15, 21h50, 00h15; The Equalizer - Sem Misericórdia M16. 19h; Annabelle M16. 14h15, 16h40, 21h45, 00h20; Cornos M16. 13h40, 16h20, 18h55, 21h50, 00h25; O Carteiro Paulo - O Filme M6. 13h45 (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 16h20, 19h05, 21h35, 23h55; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 14h, 16h30, 19h05, 21h35, 00h05; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h55, 16h25, 19h05, 21h20, 23h40; Dei-te o Melhor de Mim 13h40, 16h15, 18h55, 21h30, 00h25; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 14h15, 16h35, 21h40 (2D), 19h10, 24h (3D); Fúria M16. 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30

Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 16h05, 18h50, 21h35; Interstellar M12. 15h30, 18h15, 21h20, 23h40; Fúria M16. 18h20, 21h20, 24h

Cascais Cinemas Nos CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Fúria M16. 12h40, 15h40, 21h, 24h; Mau Mau Maria M12. 18h35; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h, 15h10, 17h10, 19h10; Get On Up: A História de James Brown M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h25; Belle M12. 21h20, 23h50; Os Monstros das Caixas M6. 13h20, 15h50 (V.Port.); Dei-te o Melhor de Mim 18h, 21h40, 00h15; Interstellar M12. 12h50, 16h30, 20h30, 00h10; John Wick M16. 12h55, 15h20, 18h10, 21h10, 23h40; Deixa o Amor Entrar M12. 13h10, 16h, 18h20, 21h05, 23h30

Caldas da Rainha

Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Dei-te o Melhor de Mim 15h25, 18h, 21h20, 23h55; Fúria M16. 15h20, 18h10, 21h20, 00h10; Interstellar M12. 17h, 21h10; Mau Mau Maria M12. 15h25, 17h55, 21h30, 23h45; Os Monstros das Caixas M6. 15h30, 18h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h25, 23h50

Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. C. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653Interstellar M12. 15h30, 21h30; Belle M12. 15h30, 21h30

Sintra Cinema City BelouraQuinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643Namoro à Espanhola M12. 19h35; Os Monstros das Caixas M6. 15h40 (V.Port./2D); Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h55, 17h50, 00h30; Fúria M16. 15h55, 18h40, 21h30; Interstellar M12. 15h45, 17h45, 21h10, 21h40, 23h55; Deixa o Amor Entrar M12. 15h30, 17h30, 21h35, 00h25; Em Parte Incerta M16. 21h25, 23h45; De Qualquer Lugar M16. 15h35, 19h40, 21h45, 24h; Magia ao Luar M12. 19h30; O Juiz M12. 18h30, 21h20; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 19h10, 21h30, 00h15; Belle M12. 15h20, 17h25, 00h10 Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789John Wick M16. 15h20, 17h25, 19h30, 21h40, 24h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h10, 17h15, 19h25, 21h50, 23h50; Interstellar M12. 15h30, 18h10, 21h20, 23h40; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 15h50, 18h40, 21h25, 23h50; Fúria M16. 15h30, 18h20, 21h10, 00h05; Rio, Eu Te Amo M12. 19h20; Os Monstros das Caixas M6. 15h05, 17h20 (V.Port.); Dei-te o Melhor de Mim 21h45, 00h10; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h15, 17h10, 19h10, 21h30, 23h30

Leiria Cineplace - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. Interstellar M12. 14h30, 17h50, 21h10, 00h25; John Wick M16. 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 24h; Annabelle M16. 22h, 00h10; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h30, 17h40 (2D), 19h50 (3D); Drácula: A História Desconhecida M16. 17h30; Os Monstros das Caixas M6. 14h50, 17h; Mau Mau Maria M12. 15h10, 19h30, 21h50, 00h05; Belle M12. 19h10, 21h30, 23h45; O Juiz M12. 18h30, 23h50; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 21h20; Fúria M16. 16h, 18h40, 21h30, 00h15

Loures Cineplace - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003. Fúria M16. 16h, 18h40, 21h20, 24h;Annabelle M16. 21h50, 24h; Os Monstros das Caixas M6. 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port.); Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h30, 17h20,19h10, 21h10, 23h; Drácula: A HistóriaDesconhecida M16. 22h10, 00h10;Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h40,

17h50, 20h; Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h20; O Carteiro Paulo - O Filme M6. 15h20 (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 17h20, 19h40, 22h, 00h15

Montijo Cinemas Nos Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996Os Monstros das Caixas M6. 16h10, 18h20 (V.Port.); Fúria M16. 15h50, 18h40, 21h30, 00h15; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 18h30, 21h40, 00h10; Mau Mau Maria M12. 21h45, 00h05; John Wick M16. 15h30, 18h, 21h20, 23h50; Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h20; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h10, 23h40; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h40, 18h10

Odivelas Cinemas Nos Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h20, 23h40; Fúria M16. 15h10, 18h10, 21h10, 24h; Dei-te o Melhor de Mim 15h40, 18h20, 21h, 23h50; Interstellar M12. 14h40, 18h, 21h30; Os Monstros das Caixas M6. 15h50, 18h30 (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 21h40, 24h; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h30, 17h50

Oeiras Cinemas Nos Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Rio, Eu Te Amo M12. 13h10, 15h45, 18h20, 21h10, 00h; Os Monstros das Caixas M6. 12h50, 15h10, 18h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 12h45, 15h20, 18h10, 21h, 23h55; Fúria M16. 12h35, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Lixo 21h45, 00h20; Os Maias M12. 18h40; Orgulho M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h20, 00h15; Dei-te o Melhor de Mim 13h05, 16h, 21h40, 00h20; Interstellar M12. 13h, 16h30, 20h50, 00h25

Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMAOs Monstros das Caixas M6. 15h30, 18h (V.Port.); Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h, 24h; Fúria M16. 15h10, 18h10,

21h10, 00h10; Mau Mau Maria M12. 15h20, 18h20, 21h20, 00h20; Interstellar M12. 15h, 18h30, 22h

Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 13h30, 16h10, 18h45, 21h40; Interstellar M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h20, 23h40; Os Monstros das Caixas M6. 12h40, 14h40, 16h40 (V.Port.); Fúria M16. 18h40, 21h30, 00h15

Torres Vedras Cinemas Nos Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Os Monstros das Caixas M6. 16h, 18h30 (V.Port.); Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h45, 00h15; Mau Mau Maria M12. 15h45, 18h15, 21h50, 00h25; Interstellar M12. 17h15, 21h, 00h35; Fúria M16. 15h30, 18h25, 21h15, 00h05; John Wick M16. 16h15, 18h45, 21h30, 23h55

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Annabelle M16. 19h, 21h10, 23h30; Os Monstros das Caixas M6. 15h, 17h (V.Port.); Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h40, 17h30, 19h20, 21h45, 00h05; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 16h (2D), 18h50 (3D), 21h30 (2D); Interstellar M12. 15h30, 18h10, 21h20, 23h40; Fúria M16. 15h50, 18h30, 21h05, 23h50; Deixa o Amor Entrar M12. 16h10, 18h40, 21h40, 24h

Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. António Manuel Gamito, 11. T. 265522446Interstellar M12. 21h30

Seixal Cineplace - SeixalQta. Nova do Rio Judeu. Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h15; John Wick M16. 15h, 17h10, 19h20, 21h30, 23h40; Cornos M16.

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

Em Parte Incerta mmmmm mmmmm mmmmm

Comer, Dormir, Morrer mmmmm mmmmm –As Duas Faces de Janeiro mmmmm mmmmm –Fado Camané mmmmm mmmmm mmmmm

Fúria mmmmm – mmmmm

Get On Up mmmmm – –Interstellar mmmmm mmmmm mmmmm

A Praça – mmmmm mmmmm

Pontes de Sarajevo mmmmm mmmmm –Um Santo Vizinho – mmmmm –

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

22h10; Fúria M16. 16h, 18h40, 21h20, 24h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h40, 17h50 (2D), 20h (3D); Annabelle M16. 19h40, 21h50, 23h55; Os Monstros das Caixas M6. 15h20 (3D), 17h30 (2D); Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 14h, 15h50, 17h40, 19h30, 21h20, 23h10; Drácula: A História Desconhecida M16. 17h20, 21h40; Mau Mau Maria M12. 15h, 19h20, 23h40

Faro Cinemas Nos Fórum AlgarveC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Os Monstros das Caixas M6. 13h30, 16h (V.Port.); Fúria M16. 12h50, 15h40, 18h30, 21h30, 00h25; Dei-te o Melhor de Mim 18h20, 21h10, 24h; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h10, 15h30, 17h30, 19h30, 21h40, 23h40; Interstellar M12. 13h20, 17h20, 21h, 00h30; John Wick M16. 13h, 15h50, 18h10, 21h20, 23h50

Albufeira Cineplace - AlgarveShoppingEstrada Nacional 125 - Vale Verde. Drácula: A História Desconhecida M16. 20h, 00h10; Annabelle M16. 17h50, 22h; Os Monstros das Caixas M6. 15h40 (V.Port.); Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h20; Deixa o Amor Entrar M12. 15h, 17h10, 19h20, 21h30, 23h45; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 18h30, 21h10, 23h40; Rio, Eu Te Amo M12. 14h10, 16h30, 18h50, 21h10, 23h30; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 14h50, 17h, 19h10; Mau Mau Maria M12. 21h20, 23h35; John Wick M16. 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; Fúria M16. 15h50, 18h40, 21h30, 00h10; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h20, 19h30, 00h15; Belle M12. 17h10, 21h50

Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 18h15, 23h30; Interstellar M12. 15h15, 21h30; Dei-te o Melhor de Mim 19h15; John Wick M16. 15h15, 17h15, 21h30, 23h30

Portimão Cineplace - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1 - C. C. Continente. Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h20, 17h30, 19h40; O Juiz M12. 22h; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 14h30, 16h20, 19h10, 20h, 21h50, 23h40; Os Monstros das Caixas M6. 14h, 17h (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 19h10, 21h40, 00h10; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; Fúria M16. 15h50, 18h30, 21h10, 23h50; Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h20

Tavira Cinemas Nos TaviraR. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996Os Monstros das Caixas M6. 16h, 18h40 (V.Port.); Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h15, 23h15; Fúria M16. 15h30, 18h20, 21h10, 24h; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 18h40, 21h10, 24h; Mau Mau Maria M12. 15h20, 18h30, 21h35, 23h55; Interstellar M12. 14h35, 18h, 21h25

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38 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

SAIR

TEATROLisboaA BarracaLargo de Santos, 2. T. 213965360 Os Improváveis Com Pedro Borges, Marta Borges, Telmo Ramalho. De 7/11 a 14/12. 6ª e Sáb às 22h. Dom às 15h30. Auditório Carlos ParedesAvenida Gomes Pereira, 17. T. 217123000 Não Pára o Espetáculo! Enc. Paula Luiz. De 13/11 a 22/11. 5ª a Sáb às 21h30. M/12.Cão SolteiroR. Poço dos Negros, 120. In the Fall the Fox Enc. Sónia Baptista. De 13/11 a 22/11. 5ª a Sáb às 21h30 (Festival Temps d’Images 2014). M/12. Casino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Estamos Todos? Enc. Adriano Luz. Com José Pedro Gomes. A partir de 22/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. M/12. ChapitôR. Costa do Castelo, 1/7. T. 218855550 A Culpa é do Mordomo Comp.: Mole e Erre. Enc. Cristina Basílio. De 31/10 a 29/11. 6ª e Sáb às 22h. Clube EstefâniaRua Alexandre Braga, 24A. T. 217780987 Silly Season De Criação colectiva. De 14/11 a 15/11. 6ª e Sáb às 21h (Festival Temps d’Images 2014). M/12. Estrela HallRua da Estrela, 10. T. 213961946 Twelfth Night (Noite de Reis) The Lisbon Players. Enc. Valerie Braddell. De 6/11 a 15/11. 5ª a Sáb às 21h. Dia 16/11 às 16h.Ler Devagar (LX Factory)Rua Rodrigues Faria, 103. T. 213259992 Brigadas Revolucionárias (1968-1974) Grupo: Fatias de Cá. Enc. Carlos Antunes, Carlos Carvalheiro. De 14/11 a 28/11. 6ª às 20h20. Duração: 142m. LX FactoryRua Rodrigues Faria, 103. T. 213143399 Mimesis Mortalis Enc. Raimundo Cosme. Com Raimundo Cosme, Cecília Henriques, Luís Magalhães, Sara Barros Leitão. De 13/11 a 30/11. 5ª a Dom às 21h30 (Zoot, Festival Temps d’Images 2014). O NegócioR. O Século, 9. T. 213430205 Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas Enc. Joana Craveiro. De 13/11 a 16/11. 5ª a Dom às 20h. M/12. Teatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 A Vida é Sonho Enc. João Rosa. De 6/11 a 21/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 19h30. M/12. O Evangelho Segundo Pilatos Enc. J.M. Rodrigues. De 9/10 a 23/11. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Punk Rock Enc. Pedro Carraca. De 12/11 a 15/11. 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. De 18/11 a 22/11. 3ª a Sáb às 19h. De 25/11 a 13/12. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/16. Duração: 100m. Teatro da TrindadeLargo da Trindade, 7A. T. 213420000 Casado à Força Enc. Paulo Sousa Costa. De 12/11 a 7/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. M/6. Informações: 938666343. O Medo Que o General Não Tinha Teatro Palmilha Dentada. Enc. Ricardo Alves. De 13/11 a 23/11. 4ª a Sáb às 21h45. Dom às 17h. M/16.Teatro de CarnideAzinhaga das Freiras. T. 910789764 Mulheres de Otelo Enc. Cláudio Hochman. De 7/11 a 21/12. 6ª e Sáb às 21h30. M/12.

Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 Segmentos De Ricardo Jacinto. De 13/11 a 6/12. 2ª a Sáb das 14h às 19h. Sonata para Viola d’arco e Cubo Vazio De José Valente. A partir de 4/4. 6ª às 10h.Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Bastidores do Bairro De 18/9 a 15/11. Todos os dias das 10h às 19h.Atelier-Museu Júlio PomarRua do Vale, 7. T. 218172111 Edição e Utopia - Obra Gráfica de Júlio Pomar De 24/10 a 8/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Obra Gráfica. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Re Cordum: Voltar ao Coração De Vasco Araújo. De 24/9 a 22/11. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Escultura, Instalação. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 9000 formas da felicidade: as edições Pulcinoelefante De 23/10 a 31/1. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. A Biblioteca do Embaixador: os livros de D. García de Silva y Figueroa (1614-1624) De 7/10 a 24/1. 2ª a 6ª das 10h às 19h30. Sáb das 10h às 17h30. Biografias de Teixeira de Pascoaes De 15/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Do manuscrito ao espectáculo: a colecção de teatro de António José de Oliveira De 1/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. José Pedro Machado (1914-2005) De 17/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Muitas e muito estranhas cousas que viu e ouviu... De 4/11 a 31/1. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30.Caroline Pagès GalleryR. Tenente Ferreira Durão, 12. T. 213873376 Survivances e Fallacious memory De Yazid Oulab, AnaMary Bilbao. De 11/10 a 6/12. 2ª a Sáb das 15h às 20h. Desenho, Escultura. Carpe Diem Arte e PesquisaR. de O Século, 79. T. 211924175 18.º Programa de Exposições De Isaque Pinheiro, João Ferro Martins + Ana Santos, Luís Nobre, Mafalda Santos, Renato Bezerra De Mello, Sandro Ferreira, Tim Etchells, entre outros. De 20/9 a 20/12. 4ª a Sáb das 13h às 19h. Escultura, Instalação, Fotografia. Casa da Liberdade - Mário CesarinyRua das Escolas Gerais, 13. T. 218822607 Teixeira de Pascoaes - Obra Plástica, Documentos Inéditos e Afinidades Contemporâneas De 31/10 a 20/12. 2ª a Sáb das 14h às 20h. Pintura. Casa Fernando PessoaRua Coelho da Rocha, 16. T. 213913270 Viagem na Pintura, no Pensamento De Manuel Casimiro. De 23/10 a 24/1. 2ª a Sáb das 10h às 18h (Última entrada 17h30).Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Rafael Moneo. Uma reflexão teórica a partir da profissão. Materiais de arquivo (1961-2013) De 16/9 a 23/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arquitectura, Documental. Centro de Arte ModernaRua Dr Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Animalia e Natureza na Colecção do CAM De 17/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h.

António Dacosta 1914-2014 De 17/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arshile Gorky e a Colecção De 5/6 a 31/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Salette Tavares: Poesia Espacial De 17/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Cristina Guerra - Contemporary ArtR. Santo António à Estrela, 33. T. 213959559 Lúcia Laguna. Outras paisagens De 28/10 a 6/12. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Pintura. CulturgestR. Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Querido, Reorganizei a Colecção... Por Artista De Jean Dubuffet, Claes Oldenburg, Robert Rauschenberg, Andy Warhol, Richard Hamilton, entre outros. De 1/11 a 15/3. 2ª a 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Edifício TransBoavistaRua da Boavista, 84. T. 213433259 Devido à chuva a revolução foi adiada De André Banha, Carla Cruz, entre outros. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. How to fly De Pedro Guimarães. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Idem Idem Aspas Aspas De Tiago Duarte. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Mi casa es tu casa De João Manão, Oscar Rodriguez, entre outros. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. New Places, Old Bones De São Trindade. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. O manifesto da gruta De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Os Sonhos De Laëtitia Laguzet. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Filme. Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 12. T. 213637700 Notre Dame De Alice Joana Gonçalves, Julião Sarmento. De 8/11 a 21/12. 3ª a 6ª das 11h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Vicente 14, Reinventando o mito, desde 2011 De Raoul Kurvitz, Krzysztof Leon Dziemaszkiewicz, João Abel. De 6/9 a 26/11. 3ª a 6ª das 11h às 13h e das 14h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h.Fábrica do Braço de PrataRua Fábrica Material Guerra, 1. T. 965518068 Mês da Fotografia De 6/11 a 30/11. 4ª e 5ª das 18h às 02h. 6ª e Sáb das 18h às 04h.Fnac (Chiado)C. C. Chiado-R. Nova Almada. T. 213221800 25 Anos, 25 Autores, 25 Cartazes De 14/10 a 14/1. Todos os dias das 10h às 22h.Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva: 20 Anos De 30/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Documental, Pintura, Fotografia. Fundação Carmona e CostaEd de Espanha - R. Soeiro Pereira Gomes L1 - 6º A/C/D. T. 217803003 Objectos Imediatos De José Pedro Croft. De 18/10 a 6/12. 4ª a Sáb das 15h às 20h. Pó De Paulo Brighenti. De 6/2 a 27/12. 4ª, 5ª e 6ª das 15h às 20h (apenas por marcação). Sáb das 15h às 20h.Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 A História Partilhada. Tesouros dos Palácios Reais de Espanha De 22/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Caligrafia Japonesa De 10/10 a 28/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Outros. Fundação José SaramagoRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 José Saramago: a Semente e os Frutos A partir de 13/6. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 10h às 14h.Fundação Leal RiosR. do Centro Cultural, 17-B. T. 210998623 Nada é Imutável De Rui Sanches. De 9/10 a 31/1. 5ª a Sáb das 14h30 às 18h30.Fundação Mário SoaresR. S. Bento, 160. T. 213964179

SAIRTeatro do BairroRua Luz Soriano, 63. T. 213473358 Mana Solta a Gata Enc. António Pires. A partir de 29/10. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro Maria VitóriaAvenida da Liberdade. T. 213461740 Tudo isto é faRdo Enc. Mário Raínho. A partir de 9/10. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb e Dom às 16h30 e 21h30. M/12. Teatro MeridionalRua do Açúcar, 64. T. 218689245 Lá Fora... Enc. Carla Galvão, Crista Alfaiate. De 31/10 a 16/11. 6ª às 10h30. Sáb e Dom às 11h. Duração: 30m. Dos 6 meses aos 3 anos. Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Sight is the Sense that Dying People Tend to Lose First Enc. Tim Etchells. De 13/11 a 14/11. 5ª e 6ª às 21h30 (na Sala Principal, Real Magic). M/16. Em inglês com legendas. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Radiografia de um Nevoeiro Imperturbável Comp.: Teatro do Vão/TNDM II. Enc. Daniel Gorjão. De 13/11 a 7/12. 4ª às 19h15. 5ª a Sáb às 21h15. Dom às 16h15 (Sala Estúdio). M/12. Teatro PoliteamaR. Portas de Santo Antão, 109. T. 213405700 Portugal à Gargalhada Enc. Filipe La Féria. A partir de 23/7. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h. Teatro TabordaRua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190 Teatro Twitter Comp.: Teatro da Garagem. Enc. Carlos J. Pessoa. De 13/11 a 7/12. 4ª a Dom às 21h30. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Tiro e Queda Enc. Sónia Aragão. A partir de 9/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. M/12. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 Três Faces de um Rosto Enc. Ester F. Gonçalves. De 6/11 a 14/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dia 16/11 às 17h. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Commedia à la Carte Com Carlos M. Cunha, César Mourão, Ricardo Peres. De 11/9 a 30/11. 5ª a Dom às 21h30. M/16.

AbrantesCine-Teatro de São PedroLargo de São Pedro. T. 241366321 Taxis d’os Nossos Dias Enc. José Martins. Dia 14/11 às 21h30.

AlcanenaCine-Teatro São PedroAvenida 25 de Abril. T. 249889115 Três Dedos Abaixo do Joelho Enc. Tiago Rodrigues. Dia 14/11 às 21h30. M/12.

AlgésTeatro Municipal Amélia Rey ColaçoR. Eduardo Augusto Pedroso, 16A. T. 214176255 Clube de Humor Grupo Improgress. De 7/11 a 22/11. 6ª e Sáb às 21h30. M/16.

AlmadaSoc. Filarmónica Incrível Almadense R. Capitão Leitão,3. T. 212750929 Woyzeck 1978 Grupo: Artes e Engenhos. Enc. Alexandre Pieroni Calado. Dia 14/11 às 21h30 (Mostra de Teatro de Almada). M/16. Teatro ExtremoRua Serpa Pinto, 16. T. 212723660 Depois de Darwin Enc. Ana Nave. De 26/9 a

29/11. 6ª e Sáb às 21h30 (de 3ª-feira a 5ª-feira para grupos mediante reserva). M/12. Teatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Breviário Gota D’Água Comp.: Cine Teatro Constantino Nery/C.M. de Matosinhos. Enc. Luísa Pinto. Dia 14/11 às 21h30. M/16. Duração: 120m. O Mandarim Companhia de Teatro de Almada. Enc. Teresa Gafeira. De 7/11 a 23/11. 3ª a 6ª às 15h. Sáb às 21h30. Dom às 16h (Sala Experimental). M/12.

CascaisTeatro Municipal Mirita CasimiroAvenida Fausto Figueiredo. T. 214670320 Auto da Barca do Inferno e Auto da Índia Teatro Experimental de Cascais. Enc. Carlos Avilez. De 13/11 a 27/12. 4ª a Sáb às 21h30 (para escolas, por marcação). M/12.

ÉvoraTeatro Garcia de ResendePç. Joaquim António de Aguiar. T. 266703112 Onde é que eu já vi isto, perguntou ele Comp.: Cendrev. Enc. José Russo. De 30/10 a 23/11. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.

MassamáTeatroesferaRua Cidade Desportiva. T. 214303404 D. Afonso Henriques 3 em 1 Comp.: Output Teatral de Lisboa. De 17/10 a 28/11. 6ª e Sáb às 21h30. M/6. Duração: 60m.

Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 Como Assim Levantados do Chão Com Carlos Marques, Susana Cecílio. De 13/11 a 23/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (na Black Box). De 13/11 a 21/11. 5ª e 6ª às 14h30 (escolas). M/12. Matadouro Invisível Enc. José Martins. De 14/11 a 30/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório). M/12.

SeixalFórum Cultural do SeixalQuinta dos Franceses. T. 210976100 Marx na Baixa Enc. Mafalda Santos. Dia 14/11 às 21h30 (Festival de Teatro do Seixal). M/12. Duração: 70m.

SesimbraCineteatro Municipal João MotaRua João da Luz, 5. T. 212234034 A Conquista de Ceuta Enc. Rui Catalão. Dia 14/11 às 21h30 (Quinzena de Teatro).

EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Heimat De Daniela Krtsch. De 14/11 a 10/1. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Pintura.

Paulo Gonzo recria, ao vivo, o que fez no álbum Duetos

DR

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PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 39

SAIRSéculo XX português: Os Caminhos da Democracia A partir de 1/1. 3ª a 6ª das 10h às 12h30 e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h.Galeria 36Rua S. Filipe Nery, 36. T. 918972966 Pintura De Ana Faria. De 5/11 a 20/12. 2ª a Sáb das 16h às 19h. Pintura. Galeria Carlos ParedesR. Gonçalves Crespo, 62. T. 213594453 Aquilino Desconhecido De 11/11 a 30/1. 2ª a 6ª das 09h às 19h.Galeria DiferençaRua São Filipe Neri, 42 - Cave. T. 213832193 Cal De Rui Aleixo. De 18/10 a 15/11. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 15h às 20h. Encontro na Diferença De Elsa Gonçalves, Pedro Fazenda. De 18/10 a 15/11. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 15h às 20h. Esculturas. Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 A City Called Mirage De Kiluanji Kia Henda. De 18/9 a 29/11. 3ª a Sáb das 10h às 20h.Galeria Graça BrandãoRua dos Caetanos, 26A. T. 213469183 Inquietação De Ana Vieira. De 3/10 a 15/11. 3ª a Sáb das 11h às 19h. Desenho. Galeria Miguel NabinhoR. Tenente Ferreira Durão, 18B. T. 213830834 O Nu e a Fraude De Pedro Proença. De 23/10 a 31/12. 3ª a Sáb das 14h às 20h.Galeria MonumentalCampo Mártires da Pátria, 101. T. 213533848 Baseado em Factos Reais De Mimi Tavares. De 22/10 a 14/12. 3ª a Sáb das 15h às 19h30.Galeria PickpocketCalçada dos Cesteiros 4b. Another Family De Irina Popova. De 26/10 a 13/12. 3ª a Sáb das 15h às 20h. Fotografia. Galeria Quadrado Azul - LisboaR. Reinaldo Ferreira, 20-A. T. 213476280 António Bolota De 9/10 a 12/12. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Escultura. Galeria RattonRua da Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 Pós de Perlim-Pim-Pim De António Dacosta. De 17/10 a 9/1. 2ª a 6ª das 15h às 19h30. Cerâmica, Desenho. Galeria São MamedeRua da Escola Politécnica, 167. T. 213973255 Guache e Tinta da China De Armanda Passos. De 13/11 a 11/12. 2ª a 6ª das 10h às 20h. Sáb das 11h às 19h. Desenho, Pintura.

Conservatório NacionalRua dos Caetanos, 29. T. 213425922 Chris Kase & Orquestra do Hot Clube de Portugal Dia 14/11 às 20h30 (Almost6). Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Karita Mattila e Orquestra Gulbenkian De 13/11 a 14/11. 5ª às 21h. 6ª às 19h. Solistas da Orquestra Gulbenkian Dia 14/11 às 21h30. Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740 Hugo Alves Quarteto Dia 14/11 às 22h30 e 24h (Almost 6 - II Festival Internacional de Trompete). Lux FrágilAv. Infante D. Henrique. T. 218820890 Marcel Dettmann Dia 14/11 às 01h30. Meo ArenaParque das Nações. T. 218918409 Paulo Gonzo Dia 14/11 às 22h. MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 MusicBox Heineken Series: Thunder & Co + Taylor McFerrin Dia 14/11 às 23h30. TINK! Music: Ricardo Saló + Trol2000 + Kaspar Dia 14/11 às 01h30. Paços do ConcelhoPeter Flanagan Dia 14/11 às 13h. Sabotage ClubRua de São Paulo, 16. T. 213470235 Festival Termómetro 2014 Dia 14/11 às 23h.

Baixa da BanheiraFórum Cultural José Manuel FigueiredoRua José Vicente. T. 210888900 Filho da Mãe + The Fellow Man Dia 14/11 às 21h30.

CarnaxideAuditório Municipal Ruy de CarvalhoRua 25 de Abril, Lote 5. T. 214170109 Balla Dia 14/11 às 22h.

Faro

Teatro Municipal de FaroHorta das Figuras (EN125). T. 289888110 Kimmo Pohjonen Dia 14/11 às 21h30 (M/6).

LagosCentro Cultural de LagosR. Lançarote de Freitas, 7. T. 282770450 Orquestra Clássica do Sul Dia 14/11 às 21h30.

SintraCentro Cultural Olga CadavalPraça Dr. Francisco Sá Carneiro. T. 219107110 Pierre Aderne Dia 14/11 às 22h (Misty Fest).

Torres VedrasTeatro-Cine de Torres VedrasAvenida Tenente Valadim, 19. T. 261338131 Mão Morta Dia 14/11 às 21h30 (M/12).

DANÇALisboaCentro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Rising Comp.: Aakash Odedra Company. De 14/11 a 15/11. 6ª e Sáb às 21h. M/6.CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Dançário Marina Nabais. Até 16/11. 5ª e 6ª às 10h e 11h15 (escolas). Sáb e Dom às 15h30. Mirage De 14/11 a 15/11. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro CamõesParque das Nações. T. 218923470 Lídia Coreog. Paulo Ribeiro. De 7/11 a 16/11. 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h. M/6.

FESTAS E FEIRASBorbaPavilhão de EventosFesta da Vinha e do Vinho em Borba De 8/11 a 16/11.

SAIRGaleria Torreão NascenteAv. Índia - Cordoaria Nacional. T. 213646128 Objectos Imediatos De José Pedro Croft. De 24/10 a 11/1. 3ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. GiefarteRua Arrábida, 54B. T. 213880381 Statua - desenhos e pinturas De Manuel Vilarinho. De 7/10 a 14/11. 2ª a 6ª das 11h às 14h e das 15h às 20h. Pintura. Kunsthalle LissabonAv. da Liberdade, 211 - 1º. T. 912045650 Moi-Peau De Mariana Castillo Deball. De 11/10 a 29/11. 5ª a Sáb das 15h às 19h. MAC - Movimento Arte ContemporâneaRua do Sol ao Rato, 9C. T. 213850789 Mind the Gap De Paulo Canilhas. De 25/10 a 20/11. 2ª a 6ª das 13h às 20h. Sáb das 15h às 19h. Pintura. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Arte Portuguesa 1850-1975 De João Cristino da Silva, Columbano Bordalo Pinheiro, João Marques de Oliveira, António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy, entre outros. De 20/2 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Elles. Litografias de Toulouse-Lautrec De 16/10 a 7/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Exercício de Estilo De Sara e André. De 26/9 a 30/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Olhar dia, após dia, após dia De Leslie Thornton. De 16/10 a 16/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Módulo - Centro Difusor de ArteCalçada dos Mestres, 34A/B. T. 213885570 O pouco ou muito a diferença é pouca De Carlos Alberto Correia, Pollyanna Freire, Catarina Dias, Nuno Sousa Vieira. De 14/11 a 21/12. 3ª e 4ª das 15h às 19h. 5ª a Sáb das 15h às 20h. Desenho, Outros. Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) A partir de 9/11. 3ª a Dom das 10h às 19h. O Narrador Relutante | Práticas Narrativas na Arte Contemporânea De Julieta Aranda, Armando Andrade Tudela, Leonor Antunes, Amalia Pica, entre outros. De 15/10 a 11/1. 3ª a Dom das 10h às 19h. Uma Conversa Infinita. Livros de artista, ephemera e documentos Até 1/2. 3ª a Dom das 10h às 19h. Museu da ElectricidadeAv. Brasília - Central Tejo. T. 210028190

7 Mil Milhões de Outros De Yann Arthus-Bertrand. De 8/11 a 8/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Eduardo Nery: “Sol” e Outras Pinturas (2012-13) De 19/9 a 30/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Gente de Terceira Classe: Fotografia e Realismos De 15/10 a 4/1. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu do OrienteAv. Brasília. T. 213585200 Jóias da Carreira da Índia De 13/11 a 26/4. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Linguagens Tecidas De 23/10 a 25/1. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Os Cavalos De Manuel Amado. De 15/10 a 16/11. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Sombras da Ásia A partir de 28/6. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Museu Nacional de EtnologiaAvenida Ilha da Madeira. T. 213041160 10 anos depois: objectos de outros lugares. Doação Francisco Capelo De 12/11 a 12/5. 4ª a Dom das 10h às 18h. 3ª das 14h às 18h. O Museu, Muitas Coisas 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Palácio de São BentoPç. São Bento . T. 213919000 Salgueiro Maia: Contributos para uma biografia de um Herói de Abril De 12/11 a 28/11. 2ª a 6ª das 09h às 18h.

MÚSICALisboaArmazém FRua Cintura Porto Lisboa. T. 213220160 Secret Lie Dia 14/11 às 22h.Coliseu dos RecreiosRua das Portas de Santo Antão, 96. T. 213240580 David Carreira Dia 14/11 às 21h30.

Ann Papoulis Adamovic coreografa e interpreta Mirage

FARMÁCIASLisboa/Serviço PermanenteAçoreana (Conde Barão) - Largo do Conde Barão, 2 - Tel. 213961330 Aurélio Rego (Estrela) - Calçada da Estrela, 139 - Tel. 213961758 Branquinho (Sapadores) - Rua de Sapadores, 87-89 - Tel. 218142725 Cosmos (Av. João Crisóstomo) - Av. João Crisóstomos, 44-C - Tel. 213140592 Marbel (Alvalade - Avª. do Brasil) - Avª. de Roma, 131 - A - Tel. 217993770 Exposul (Santa Maria dos Olivais) - Alameda dos Oceanos, Lote 2.06.05, Loja H - Tel. 218967033

Outras Localidades/Serviço PermanenteAbrantes - Ondalux Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Ramalho Alcobaça - Campeão Alcochete - Cavaquinha, Póvoas (Samouco) Alenquer - Nobre Brito, Varela Aljustrel - Pereira Almada - Reis, Nita (Charneca de Caparica) Almeirim - Mendonça Almodôvar - Ramos Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama,

Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Quinta Grande, Romeiro Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Nova, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Do Forum Batalha - Ferraz, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Fonseca Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Miguens Bombarral - Franca Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha - Rosa Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Abílio Guerra Cascais - A. Costa, Guimarães (São Domingos de Rana) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Ferrer Castelo de Vide - Roque Castro

Verde - Alentejana Chamusca - S. José Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Frazão Covilhã - São Cosme Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Elvas - Lux Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Costa Évora - Diana Faro - Montepio Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Taborda Gavião - Gavião, Pimentel Golegã - Salgado Grândola - Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Lagoa Lagos - Neves Leiria - Godinho Tomaz Loulé - Miguel Calçada, Chagas, Paula (Salir) Loures - Santo António dos Cavaleiros Lourinhã - Marteleirense, Ribamar (Ribamar) Mação - Catarino Mafra - Rolim (S. Cosme), Nogueira (Venda do Pinheiro) Marinha Grande - Duarte Marvão - Roque

Pinto Moita - Gusmão (Alhos Vedros) Monchique - Higya Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Novalentejo Montijo - São Pedro Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Rodrigues Mourão - Central Nazaré - Ascenso, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Jardim da Amoreira, Torres (Arroja) Oeiras - Nifo (Algés), Godinho, Ribeiro Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Nobre Sousa Ourém - Leitão Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Graça (Cabanas) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Central Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Esteves Abreu Lda Portel - Misericordia Portimão - Pedra Mourinha Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Martins

Rio Maior - Ferraria Paulino Salvaterra de Magos - Martins Santarém - Confiança Santiago do Cacém - Barradas Sardoal - Passarinho Seixal - Lusitana (Arrentela) Serpa - Oliveira Carrasco Sertã - Lima da Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Lopes Setúbal - Brasil, Tavares da Silva Silves - Cruz de Portugal, Dias Neves Sines - Monteiro Telhada (Porto Covo), Central Sintra - Ouressa, O´Neill Pedrosa, São Francisco Xavier, Rio Mouro (Rio de Mouro) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Central Tomar - Dos Olivais Torres Novas - Palmeira Torres Vedras - Garção (Maxial) Vendas Novas - Santos Monteiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Do Forte, Nova Alverca, Silva Carvalho Vila Nova da Barquinha - Oliveira Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Duarte Alvito - Baronia Oeiras - Carnaxide (Carnaxide)

DR

Page 40: Publico-20141114

40 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

JOGOSCRUZADAS 8981

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

19º

Viana do Castelo

Braga10º 15º

Porto12º 16º

Vila Real8º 12º

11º 15º

Bragança7º 11º

Guarda5º 8º

Penhas Douradas4º 8º

Viseu8º 11º

Aveiro13º 18º

Coimbra12º 16º

Leiria12º 17º

Santarém12º 17º

Portalegre10º 14º

Lisboa12º 16º

Setúbal11º 20º Évora

12º 16º

Beja14º 17º

Castelo Branco10º 15º

Sines15º 18º

Sagres14º 18º

Faro17º 20º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

14º 21º

15º 18º

Flores

Terceira15º 20º

18º 22º

19º 24º

15º 18º

19º

19º

07h18

Minguante

17h25

15h1514 Nov.

2-3,5m

5m

19º

3m

22º1-2m

21º4-4,5m

07h50 2,720h36 2,5

14h17 1,302h33* 1,4

07h28 2,720h14 2,5

13h56 1,402h12* 1,6

07h31 2,620h10 2,4

13h45 1,402h00* 1,5

4-5m

2,5-3,5m

5m

17º

18º

*de amanhã

Horizontais: 1. Disposição (fig.). Patife. 2. Nome feminino. País. 3. Substância muito amarga (fig.). Casal. 4. Em grande quantidade. Estampilha. 5. Um tanto caro (preço). 6. Cruzeta. Argola. 7. Preposição que designa posse. Sacrificar. 8. Pessoa louca. Atmosfera. Símbolo de miliampere. 9. Hidrocarboneto gasoso. Ambiciona. 10. Procedo. Contusão. 11. Repreendo em voz alta. Grande número de animais.

Verticais: 1. Combinação de cores di-versas. Domesticar. 2. Espécie de pato. Fruto da cerejeira. 3. Raridade. Grupo circular de ilhas de coral. 4. Prefixo (ne-gação). Ferramenta usada pelo assenta-dor de vias-férreas. 5. Aparecimento. 6. Com forma de bago. Sufixo (agente). 7. Ergue. Espécie de rã arborícola. Armada Portuguesa (sigla). 8. Velo. Sétima nota musical. Elemento de formação de pa-lavras que traduz as ideias de princípio, chefia, preeminência, superioridade. 9. Tocar o ponto mais alto de. Alguma. 10. Impulso. Dividir ao meio. 11. Moeda eu-ropeia. Criar ovos.

Depois do problema resolvido encon-tre o título de um filme de D. W. Griffith (4 palavras).

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Reato. Temor. 2. Empa. Airosa. 3. Extrair. 4. Éclair. CASA. 5. Soo. Papa. Ur. 6. Mono. Psi. 7. CADA. Crasta. 8. Isco. Pio. 9. Inato. Mau. 10. Rã. Rapar. DE. 11. Ovo. Isolar.Verticais: 1. Revés. Cair. 2. EM. Cola. NÃO. 3. Apelo. DIA. 4. Taxa. Mastro. 5. Tipo. Coa. 6. Arranco. Pi. 7. TIA. Por. MAS. 8. Erica. Aparo. 9. Mora. Psiu. 10. Os. Susto. Da. 11. Ramaria. Ver.Provérbio: Em casa de tia mas não cada dia.

Oeste Norte Este Sul 1♦ passo 1♠passo 1ST passo 2♣ (1)passo 3♠ (2) passo 4♠

Todos passam

Leilão: Equipas ou partida livre. (1) Novo me-nor forcing ou checkback Stayman (2) Máximo com 3 cartas de espadas

Carteio: Saída: 7♥. Sobre o 8 do morto Este apresenta o Rei de copas. Qual a melhor linha de jogo?

Solução: Se o seu plano de jogo for tirar ape-nas duas voltas de trunfo, conservando uma entrada no morto a trunfo, para desde logo de-senvolver o naipe de ouros, lamentavelmente não poderá cumprir esta partida. Oeste não as-sistirá à segunda volta de trunfo. Oeste tomará a terceira volta de ouros, depois de recuar duas vezes o seu Ás, tirará a sua vaza de copas e ata-cará paus. Sul prende com o seu Ás para jogar de seguida um trunfo para a figura que resta no morto, e jogará ouros que Este corta e as-sim o declarante já não poderá tirar proveito do último ouro do morto. Será obrigado a ceder também duas vazas a paus que, a somar ao Ás de ouros e à Dama de copas conferirá um to-tal de quatro vazas, um cabide para a defesa. Esta linha de jogo poderia ter sido bem-suce-dida se os trunfos estivessem 3-2, porém não resulta contra uma distribuição 4-1 dos mes-mos. O problema é fácil, podemos aguentar a

Dador: NorteVul: NS

Problema 5742 Dificuldade: fácil

Problema 5743 Dificuldade: muito difícil

Solução do problema 5740

Solução do problema 5741

NORTE♠ AK3♥ J8♦ KQJ94♣ 632

SUL♠ QJ1096♥ A10♦ 1032♣ A75

OESTE♠ 4♥ Q97653♦ A75♣ J94

ESTE♠ 8752♥ K42♦ 86♣ KQ108

João Fanha/Pedro Morbey([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

perda de uma copa e de um ouro, e ainda de mais uma vaza, que poderá até ser um corte da defesa. Mas, não podemos expor-nos a que os adversários possam destruir as nossas comu-nicações com o morto. Se a defesa conseguir anular o naipe de ouros, seremos forçados a entregar duas vazas a paus, como aconteceu na linha de jogo acima descrita. Então, é vital o imediato apuramento do naipe lateral, ainda que exista o risco de um corte. Isso é bem mais importante do que destrunfar os adversários! Depois de prendermos a primeira vaza com o Ás de copas, avançamos com os ouros até que o Ás apareça. Seguramente o detentor do Ás de ouros recuará até à terceira volta (senão tu-do será mais simples para nós), tirará a sua vaza de copas e devolverá um pau. Tomamos com o Ás da mão, tiramos a Dama de trunfo e jogamos trunfo para o Rei do morto. Se todos assistirem o jogo termina aqui, bastando agora tirar o úl-timo trunfo. Mas, quando notarmos que Oeste não assiste apresentamos um dos ouros firmes do morto. Se Este cortar, recortamos e volta-mos ao morto no Ás de trunfo para fazer o últi-mo ouro do morto, no qual nos desfazemos de um dos paus perdentes da mão. A defesa fará apenas uma copa, um ouro e um pau. Se Este não cortar, baldamos um pau e jogamos ainda o último ouro do morto (se Este insistir em não cortar, então teremos direito a fazer uma vaza a mais…). Esta técnica pressupõe uma elimina-ção incompleta, e utiliza-se geralmente quan-do as entradas laterais para apurar um dado naipe são em trunfo.

Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul1♠ 2ST* X 3♣

?*- Bicolor menor (paus e ouros)

O que marca com a seguinte mão?♠AJ1086 ♥K109 ♦9 ♣KJ84

Resposta: Ao dobrar 2ST o nosso parceiro in-forma-nos que o nosso campo é maioritário em termos de pontos de honra. Com quatro paus de Rei e Valete existe a obrigatoriedade de dobrar 3 paus, punitivo claro está. A boa voz: dobre.

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt/tempo

Page 41: Publico-20141114

Do Alentejo ao Douro, passando pelo Tejo e pela Bairrada, o Público apresenta-lhe alguns dos melhores

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Page 42: Publico-20141114

42 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Fernando Santos desconfi a da modesta Arménia

É verdade que a Arménia ocupa o

último lugar do Grupo I de qualifi -

cação para o Euro 2016, mas as re-

centes exibições frente à Dinamarca

(derrota por 2-1) e Sérvia (empate a

uma bola) deixaram Fernando San-

tos de sobreaviso, até porque Portu-

gal já foi surpreendido em casa pela

também modesta Albânia. Por tudo

isto, o seleccionador nacional aler-

tou ontem para eventuais surpresas,

considerando que o jogo desta noi-

te, no Estádio do Algarve, “não é de

favas contadas”.

“Não podemos esperar facilidades,

até porque a Arménia já causou difi -

culdades em jogos anteriores. Temos

de entrar muito fortes no jogo, com

organização e objectividade. Além

de procurar atacar bem, temos de

saber responder bem no momento

da perda [de bola]. O importante é

não deixar a Arménia acreditar que

nos pode causar problemas”, avisou

o técnico, na antevisão da partida.

Apesar do ranking modesto (ver

texto nestas páginas), a selecção do

Cáucaso causou sérias difi culdades

nas duas primeiras rondas da quali-

fi cação. Na Dinamarca, a equipa da

casa esteve em desvantagem no mar-

cador e só nos instantes fi nais con-

fi rmou a reviravolta no marcador,

Fernando Santos não pensa noutro resultado frente à Arménia que não seja o triunfo de Portugal

ADRIAN DENNIS/AFP

Seleccionador nacional procura o seu segundo triunfo na qualifi cação para o Euro 2016, a realizar em França, e prepara alterações na equipa portuguesa

FutebolPaulo Curado

enquanto os sérvios evitaram uma

derrota nos derradeiros instantes.

Fernando Santos quer evitar so-

bressaltos semelhantes frente a um

adversário que qualifi cou como “pe-

rigoso”, mas não coloca outro cená-

rio que não passe pela vitória portu-

guesa, a qualquer custo. “Com um

pau ou outra coisa qualquer, temos

é de ganhar. Faça chuva ou faça sol”,

resumiu, considerando fundamen-

tal os três pontos em disputa para

o objectivo fi nal de vencer a quali-

fi cação.

“Este é um jogo muito importante

para nós. Queremos chegar a Fran-

ça em primeiro lugar e, para isso,

temos de encarar cada jogo com um

espírito de vitória. Isso é mais im-

portante do que saber quem será o

defesa esquerdo ou o defesa central.

Vão jogar 11 e de forma muito com-

pacta e solidária”, defendeu: “O que

me interessa é a dinâmica da equipa.

Vamos defrontar um adversário que

jogará com cinco defesas, com muita

gente atrás da bola. Durante o jogo,

vamos ver a equipa a actuar em 4-4-

3 ou em 4-4-2. E até espero que na

maior parte do encontro a equipa

jogue em 3-4-4.”

Frente à Arménia, Fernando San-

tos irá promover algumas alterações

no “onze” titular, uma delas obriga-

tória face à lesão do lateral esquer-

do Eliseu. A ausência do jogador do

Benfi ca deverá promover a estreia

do bracarense Tiago Gomes, mas

também o recuperado José Bosin-

gwa poderá ser chamado à equipa

no lado contrário, rendendo Cédric

e fazendo valer a sua maior expe-

riência.

Se apostar num esquema em 4-4-2,

como fez frente à Dinamarca, em Co-

penhaga, há precisamente um mês

(vitória portuguesa por 1-0), com Ro-

naldo e Nani como unidades mais

avançadas e bastante móveis, Hélder

Postiga poderá ser outra das surpre-

sas na equipa, alinhando atrás desta

dupla, no vértice mais adiantado do

losango do meio-campo.

Uma solução que deixaria Danny

fora da equipa. Tiago, João Mouti-

nho e André Gomes (ou João Mário)

completariam a zona intermediária.

Menos provável, será a hipótese de

Fernando Santos apresentar logo

de início um 4-3-3 com Éder como

principal referência atacante, apesar

de ter testado esta opção durante a

semana.

Portugal 4-4-2

Arménia 5-4-1

T. GomesR. CarvalhoPepe

Bosingwa

R. Patrício

Berezovsky

Arzumanyan

Movsisyan

Hovhannisyan

HaroyanMkoyan

Hayrapetyan

ManucharyanGhazaryan

A. Gomes

Tiago

Nani

Estádio do Algarve

Árbitro: Tasos Sidiropoulos Grécia

19h45RTP1

J. Moutinho

H. PostigaC. Ronaldo

Mkhitaryan Hovsepyan

Page 43: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | DESPORTO | 43

O seleccionador da Arménia, o su-

íço Bernand Challandes, assumiu

ontem que Portugal é “claro favo-

rito” a vencer hoje o encontro do

Grupo I de apuramento para o Eu-

ro 2016, embora a sua equipa tenha

“qualidade para surpreender”.

“Portugal é claro favorito, mas

nós também temos uma boa equipa

e podemos surpreender sempre”,

afi rmou o treinador da Arménia, na

conferência de imprensa de ante-

visão do jogo que vai decorrer no

Estádio Algarve.

Para Challandes, apesar de Por-

tugal ser uma das “melhores equi-

pas da Europa”, a selecção arménia

tem possibilidade de alcançar um

“bom resultado” no Algarve, que

Seleccionador arménio quer “surpreender”

pode passar pelo empate, mas tam-

bém por uma inédita vitória.

“Nunca começo um jogo a dizer

que vou fi car feliz com um empa-

te. O encontro começa 0-0, vamos

tentar fazer um bom jogo e no fi -

nal logo se verá. Posso fi car feliz

ou talvez não. No passado, empa-

támos com a Itália (2-2) e a Sérvia

(1-1) e fi quei muito desapontado”,

recordou.

O técnico suíço, de 63 anos, lem-

brou também a recente vitória da

Albânia frente a Portugal (1-0), no

arranque desta fase de qualifi cação

para o Europeu de 2016, e defen-

deu que “muito mudou” desde esse

jogo e que a tarefa da Arménia “se-

rá muito mais complicada”.

“Nessa altura, alguns jogadores

de Portugal ainda estavam em iní-

cio de temporada e bem longe da

melhor forma. Também o Cristiano

Ronaldo não jogou e isso faz mui-

ta diferença. Agora está tudo dife-

rente. Portugal tem novo treinador,

alguns novos jogadores e agora é

bem mais difícil vencer Portugal”,

considerou Challandes.

Na mesma conferência de im-

prensa, o médio Marcos Pizzelli,

jogador de origem brasileira na-

turalizado arménio e internacio-

nal desde 2008, afi rmou que os

forasteiros vão ter que aproveitar

os “pontos fracos” da selecção na-

cional e só assim vão poder sair do

Algarve com pontos. Lusa

“No passado, empatámos com a Itália (2-2) e a Sérvia (1-1) e fi quei muito desapontado”Bernand ChallandesSeleccionador da Arménia

Em termos meramente estatísticos,

é enorme o fosso que separa Portu-

gal da Arménia, que ocupa um mo-

desto 51.º lugar no ranking da UEFA,

apenas na frente de Andorra, San

Marino e Gibraltar. Mas esta dife-

rença de estatuto não se traduziu

em campo nas quatro vezes que as

duas selecções se defrontaram em

fases de apuramento: dois triunfos

caseiros portugueses e dois empates

no Cáucaso. As difi culdades sentidas

pelas Dinamarca e pela Sérvia con-

tra os arménios nesta qualifi cação

não deixam antever um passeio pa-

ra a equipa de Fernando Santos no

Estádio do Algarve.

A história do confronto entre as

duas selecções iniciou-se na Armé-

nia, a 31 de Agosto de 1996, na qua-

lifi cação para o Mundial de 1998,

com um empate a zero bolas. Aos

comandos de Portugal encontrava-

se Artur Jorge e na baliza da ex-re-

pública soviética estreava-se Roman

Berezovsky, que não mais largaria o

lugar nos 18 anos seguintes, soman-

do esta noite, aos 40 anos, a sua 91.ª

internacionalização.

Um ano depois do encontro inau-

gural, as duas equipas reencontra-

ram-se no Estádio do Bonfi m, em

Setúbal, onde os portugueses alcan-

çariam o triunfo mais dilatado dos

quatro jogos disputados, vencendo

por 3-1, com golos de Domingos Pa-

ciência, Luís Figo e Pedro Barbosa.

Ranking insignificante e uma estrela chamada Mkhitaryan

Uma década depois, as duas selec-

ções voltaram a partilhar uma qua-

lifi cação, então para o Europeu de

2008, com os arménios a impor

mais um empate caseiro, agora a

uma bola, com Cristiano Ronaldo a

marcar para o “onze” nacional. No

segundo encontro, disputado em

Leiria, Portugal venceria com um

golo de Hugo Almeida.

Com actuações normalmente mo-

destas nas fases de qualifi cação, a

Arménia sobressaiu na última cam-

panha para o Mundial do Brasil,

nomeadamente pela goleada que

infl igiu fora à Dinamarca, por 4-0.

No fi nal, a selecção do Cáucaso con-

quistaria 13 pontos, classifi cando-se

no quinto lugar, mas a apenas três

do segundo lugar ocupado precisa-

mente pelos dinamarqueses.

Para estas actuações mais convin-

centes da Arménia, tem sido decisi-

vo o médio ofensivo Henrikh Mkhi-

taryan, de 25 anos, a grande estrela

da equipa. Com instinto goleador

— é o melhor marcador de sempre

da selecção —, apontou 25 golos no

campeonato ucraniano, ao serviço

do Shakhtar Donetsk, na temporada

2012-13, convencendo os alemães do

Borussia Dortmund a pagarem 27,5

milhões de euros pela sua contrata-

ção na época passada.

Pouco tempo após chegar a Dort-

mund, o capitão Sebastian Kehl par-

tilhou as primeiras impressões do

jovem arménio: “É astuto, muito

bom tecnicamente e uma verdadeira

ameaça na frente da baliza.”

Paulo Curado

PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP

O médio ofensivo Henrikh Mkhitaryan é a grande figura da Arménia

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Page 44: Publico-20141114

44 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

Foi preciso entrar um jogador su-

plente para fi nalmente se assistir a

um encontro em três sets no Barclays

ATP World Tour Finals. A desistência

de Milos Raonic, lesionado na anca,

permitiu a estreia de David Ferrer na

prova, embora sem mais ambições

do que duplicar os 124 mil euros pela

presença no court e ganhar 200 pon-

tos para o ranking. Mas Kei Nishikori

precisava de uma segunda vitória na

fase de grupos de modo a qualifi car-

se para as meias-fi nais do Masters,

o que só veio confi rmar-se à noite,

com o triunfo demolidor de Roger

Federer sobre Andy Murray.

“Se eu tivesse jogado bem, ele pro-

vavelmente teria ganho na mesma”,

elogiou Murray (6.º mundial), após

ver o suíço vencer por 6-0, 6-1, em 56

minutos. Federer chegou a 5-0 após

uma série de 14 pontos consecutivos

e, ao fechar o set em 24 minutos, di-

tou a eliminação do britânico — o

primeiro 6-0 em 61 sets disputados

entre ambos. No segundo set, o su-

íço manteve-se intocável e Murray

abandonou a Arena O2 com as mãos

viradas para o público, como que a

pedir desculpa pela exibição, tradu-

zida em 21 erros não forçados.

À tarde, Nishikori venceu, por 4-6,

6-4 e 6-1, David Ferrer (10.º), o pri-

meiro suplente a ser chamado à ac-

ção desde Janko Tipsarevic, em 2011.

“O terceiro set foi quase perfeito”,

admitiu o número cinco mundial.

Foi a 11.ª vitória de Nishikori sobre

um top 10 neste ano e o japonês ci-

mentou o estatuto de melhor do cir-

cuito em 2014 em sets decisivos, com

21 ganhos em 23 disputados. “Fisica-

mente, estou mais forte, tenho mais

confi ança”, explicou o japonês.

Hoje conhecem-se os semifi nalis-

tas do Grupo A, onde Novak Djokovic

precisa de vencer um só set a Tomas

Berdych. Stan Warinka e Marin Cilic

disputam o encontro nocturno.

Federer bate Murray e leva Nishikori às meias-finais

TénisPedro Keul

A FIFA afastou ontem qualquer pos-

sibilidade de vir a repetir a escolha

dos organizadores dos Mundiais de

futebol de 2018 e 2022, na sequência

de uma investigação às denúncias de

irregularidades detectadas durante

o processo de eleição.

As conclusões da investigação con-

duzida pelo procurador norte-ame-

ricano Michael Garcia ilibam tanto

a Rússia como o Qatar, que perma-

necem como os organizadores das

duas competições. O relatório da

Comissão de Ética da FIFA admite

que foram detectadas algumas irre-

gularidades nas duas candidaturas,

mas sublinha que tiveram um “âm-

bito muito limitado”.

“Os efeitos destas ocorrências no

processo de candidatura como um

todo estiveram longe de ultrapassar

qualquer limite que implique regres-

sar ao processo de candidatura e mui-

to menos repeti-lo”, escreve o director

da comissão, Hans-Joachim Eckert.

A investigação relativa à candidatu-

ra do Qatar nota terem sido encontra-

das “certas indicações de uma con-

duta potencialmente problemática

de indivíduos específi cos”, mas “não

são sufi cientes para comprometer a

integridade do processo de candida-

tura aos Mundiais 2018/2022”.

Em causa estava o envolvimento

do ex-membro do Comité Executi-

vo da FIFA Mohamed bin Hammam,

que terá comprado votos para facili-

tar a eleição do Qatar para organizar

o Mundial 2022. O relatório conclui

que Bin Hammam esteve “distante”

do comité de candidatura e que as

alegadas trocas de favores estavam

mais relacionadas com a sua candida-

Rússia e Qatar foram ilibados pela FIFA das acusações de corrupção

tura à presidência da FIFA em 2011.

Quanto à candidatura russa, ven-

cedora na eleição para o próximo

Mundial, o Comité de Ética con-

cluiu que as provas reunidas “não

são sufi cientes” para determinar

qualquer má conduta. No entanto,

Eckert faz notar que os responsáveis

russos pela candidatura “providen-

ciaram uma quantidade limitada de

documentos para serem avaliados”.

A maioria estava, segundo os respon-

sáveis, em computadores alugados

que entretanto foram devolvidos e

destruídos.

Entre as outras candidaturas ava-

liadas, o mais surpreendente são

as duras críticas feitas à federação

inglesa — que se propôs a organizar

o Mundial 2018 e foi uma das prin-

cipais promotoras da investigação.

O comportamento dos responsáveis

ingleses danifi cou “a imagem da FI-

FA e do processo de candidatura”,

observa Eckert. No centro das aten-

ções estiveram as tentativas de diri-

gentes britânicos para obter vanta-

gens junto de Jack Warner, na altura

um dos vice-presidentes da FIFA.

Entre promessas de “oportunida-

des de emprego” e “ajuda substan-

cial” para um campo de treinos des-

tinado à equipa sub-20 de Trindade

e Tobago, “a equipa de candidatura

[inglesa] acedeu frequentemente aos

desejos de Warner, numa aparente

violação das regras de candidatura e

do código de ética da FIFA”.

A federação inglesa afi rmou “não

aceitar qualquer crítica em relação

à integridade da candidatura inglesa

nem a nenhum dos indivíduos envol-

vidos”. “Conduzimos uma candida-

tura transparente”, garantiu o orga-

nismo, através de um comunicado.

Inconformado está Michael Garcia,

que alega que o relatório “contém vá-

rias representações dos factos mate-

rialmente incompletas e erradas”. O

procurador, nomeado pela Comissão

de Ética para liderar a investigação

independente de 18 meses, garantiu

que vai recorrer da decisão.

Futebol

Não foram encontradas irregularidades que justifiquem a repetição da escolha dos organizadores dos próximos Mundiais

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Breves

Ciclismo

Futsal

Rui Costa eleito atleta masculino do ano pela terceira vez seguida

Bruno de Carvalho ambiciona conquista da Taça UEFA

O ciclista Rui Costa conquistou anteontem, pela terceira vez consecutiva, o prémio de atleta masculino do ano na gala da Confederação do Desporto de Portugal (CDP). Vencedor nas duas últimas edições, Rui Costa, que terminou o ano no quarto lugar do ranking mundial do ciclismo, voltou a vencer a votação para atleta masculino do ano, tal como Nelson Évora tinha feito entre 2007 e 2009. “Estou muito contente. Espero que este troféu me possa dar mais força”, disse, no Casino Estoril.

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, mostrou-se ontem confiante no triunfo da equipa de futsal na Ronda de Elite e revelou a ambição do clube em conquistar a Taça UEFA. “Esta equipa tem um talento muito grande. Estando focados, querendo mais e tendo também a sorte do jogo, temos todas as hipóteses”, afirmou. Os bicampeões nacionais são os anfitriões do grupo A da Ronda de Elite, entre 20 e 23 de Novembro, em Odivelas, e defrontam os espanhóis do Inter Movistar, os belgas do Charleroi e os búlgaros do Pro Varna.

PHILIPPE DESMAZES/AFP

Sepp Blatter, presidente da FIFA, mantém a confiança nos anfitriões

A FIFA considera que os indícios detectados “não são sufi cientes para comprometer o processo”

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46 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

ESPAÇOPÚBLICO

EDITORIAL

CARTAS À DIRECTORA

Visto pouco dourado e muito suspeito

Uma decisão incompreensível

Ovisto gold é uma bandeira deste

Governo e foi uma iniciativa de Paulo

Portas, quando era ministro dos

Negócios Estrangeiros, com o objectivo

de atrair investimento estrangeiro

para Portugal. Portas copiou aquilo que hoje

em dia se faz em vários países do mundo:

a “venda” de autorização de residência

ou nacionalidade em troca de dinheiro ou

investimento.

Existem três critérios que habilitam

qualquer cidadão fora da União Europeia a

obter os tais vistos dourados: transferência

para um banco português de capitais no

montante igual ou superior a um milhão de

euros, ou criação de pelo menos 10 postos

de trabalho, ou ainda a aquisição de bens

imóveis de valor igual ou superior a 500

mil euros. Os vistos gold foram uma bóia de

As suspeitas de corrupção ressuscitam uma questão: valerá a pena atribuir vistos gold?

salvação para as imobiliárias e muitos bancos

benefi ciam de transferência de capitais. Para

a economia real, e em termos de criação de

emprego, o impacto foi residual.

Mas ao envolver elevadas verbas numa

única transacção, sendo que por vezes os

negócios são feitos em tempo recorde e com

escassa fi scalização, estamos a falar de um

terreno fértil para a corrupção. Já houve

casos no passado de um cidadão chinês

portador de visto gold e com um mandado de

captura internacional emitido pela Interpol.

Que foi um sinal de que nem todos investem

e pedem autorização de residência com a

melhor das intenções.

E do lado de cá, de quem os recebe, já se

percebeu que o sistema não parece estar

blindado à corrupção. A Procuradoria-Geral

da República confi rmou esta quinta-feira a

existência de 11 detenções numa investigação

aos vistos gold, estando em causa suspeitas

de crimes de corrupção, tráfi co de

infl uências, peculato e branqueamento de

capitais.

O conceito do visto gold já incorpora em si

um dilema ético. E se a isso associarmos uma

fraca fi scalização de quem o pede e quem o

dá, então mais vale acabar com eles.

É já usual que as greves incidam sobre

períodos em que as actividades

das empresas mais precisam dos

trabalhadores que a elas aderem.

Porque quem as faz quer, com

isso, mostrar que o seu trabalho é

indispensável e que deve ser valorizado.

Tem sido o caso dos transportes, onde

as greves ocorrem ou nos momentos de

maior tráfego de viagens no sector da

aviação ou, nos transportes terrestres,

nas chamadas horas de ponta. O que já

não se entende e, mais, se condena, é que

um sindicato como o dos enfermeiros

se tenha mostrado insensível ao apelo

que lhe foi feito pela Direcção-Geral da

Saúde para que repensasse a data da greve

marcada para hoje (e que se repetirá dia

21) face ao surto de legionella ainda por

controlar no país. É que uma epidemia

não é propriamente uma “hora de ponta”,

é uma emergência. E virar as costas a tal

argumento é uma vergonha.

“Lux Leaks”

É já a designação corrente para

o resultado de uma investigação

de um grupo de jornalistas

sobre acordos fi scais, até agora

mantidos secretos (por que

seria?), entre o Governo do

Luxemburgo e pelo menos 340

grandes multinacionais. O Governo

luxemburguês terá assinado

acordos fi scais com empresas

que, fi cticiamente sediadas no

Luxemburgo, ali benefi ciaram

de baixíssimas taxas fi scais

sobre os lucros gerados noutros

países da União Europeia (UE). O

Luxemburgo (cerca de 2600 Km2

e meio milhão de pessoas) é o país

mais rico da UE (um PIB per capita

duas vezes e meia maior do que a

média da UE). O que é que produz?

Pelos vistos, basta-lhe “produzir”

“paraísos” de evasão fi scal para

multinacionais lá “investidoras”.

Há por aí (e ainda bem) algum

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Contactos do provedor do Leitor

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

alarido sobre a situação. Contudo,

desconfi a-se que tudo isto, como

algo muito “natural”, vai fi car

“em águas de bacalhau”. Nunca se

sabe se até não vai ser exemplo de

“legalidade” e “empreendedorismo

fi scal”, com inerente condecoração

do ex-primeiro-ministro do

Luxemburgo e agora presidente

da Comissão Europeia (como

aconteceu em Portugal com o seu

antecessor). Pois não disse já o sr.

Jean-Claude Juncker que o sistema

fi scal luxemburguês está “em

conformidade total com a legislação

europeia” ( jornal irlandês The Irish

Times, 6/11/2014)? Entretanto, a

troika (e, portanto, a CE) exige ainda

mais austeridade às pessoas de

países (por exemplo, de Portugal)

onde, muito pela evasão “legal”

dos impostos de muitas dessas

multinacionais, não são atingidas

as metas do “ajustamento” pela CE

(e BCE) impostas. “A riqueza das

sociedades em que domina o modo

de produção capitalista apresenta-

se como uma imensa acumulação

de mercadorias” (Karl Marx — O

Capital, Capítulo I).Marx “está

desactualizado”, há quem diga.

Ai está, está. Por defeito. Agora,

“a riqueza das sociedades em

que domina o modo de produção

capitalista apresenta-se como uma

imensa acumulação”... de dinheiro

dos outros. Com o poder político

a servir (por acção ou omissão) de

“gerente de conta” e de cobrador

deste “modo de produção” agiota.

E nós próprios, contribuintes, de

depositantes.

J. Fraga de Oliveira, St. Cruz da Trapa

O bom exemplo do Reino Unido

A União Europeia determinou

recentemente que o Reino Unido

pagasse um adicional de 2,1 mil

milhões de euros para o orçamento

comunitário. Essa obrigação teria

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

de ser cumprida até 1 de Dezembro

próximo. Tal exigência teve forte

reacção do Governo britânico

e o primeiro-ministro chegou a

afi rmar que o pagamento não

iria acontecer, acenando com

possível saída da UE. Afi nal, mais

ultimamente, em reunião dos

ministros das Finanças em Bruxelas,

o RU acabou por chegar a acordo

com os seus parceiros europeus

no sentido da redução do valor a

pagar para 1000 milhões, menos

de metade do exigido, e a liquidar

em duas prestações, sendo a

última em Setembro de 2015. Estas

informações mostram que o RU não

se curvou à decisão da UE e levou

o problema a reapreciação, tendo

obtido uma reestruturação das

condições iniciais impostas, com

redução do montante e alongamento

do prazo de pagamento. Surtiu a

ameaça de sair da UE. Um bom

exemplo a seguir.

António Catita, Lisboa

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PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 47

BARTOON LUÍS AFONSO

Heróis desconhecidos no mundo da Justiça

Está fi nalmente esclarecido o

mistério do crash informático

do Citius! E, contrariamente ao

que se poderia pensar, não foi

só o despacho de arquivamento

do inquérito aberto pela

Procuradoria-Geral da República

(PGR) que veio trazer à luz do dia

as verdadeiras razões do caos/

transtorno/embaraço que, neste

momento, deu origem a um descalabro do

próprio ministério.

A tese da existência dos crimes de

sabotagem informática e de coacção

lançada pelo Ministério da Justiça,

sacrifi cando dois funcionários no altar da

política, não tinha, como era evidente,

“pernas para andar”. E o despacho de

arquivamento do MP espelha bem essa

situação, ao justifi car a razão por que

se avançou para abertura do inquérito:

a documentação que acompanhava a

denúncia da ministra da Justiça “não

revelava factos que consubstanciassem a

prática do crime de sabotagem informática.

Porém, aquilo que se descrevia também

não permitia, por si só, naquele contexto,

excluir que tal ilícito tivesse ocorrido”.

Quer isto dizer que o MP nem sequer

indícios da prática de tal crime encontrou

na participação, mas, como “não se podia

excluir...”, avançou com o inquérito.

Quanto ao crime de coacção, segundo o

despacho de arquivamento, “... apesar de

a referência a eventual coacção ser muito

vaga e genérica, procurou-se também

clarifi car este aspecto”.

E, analisados os documentos enviados

pelo Ministério da Justiça e ouvidas as

testemunhas e os arguidos, o procurador da

República Pedro Verdelho não teve dúvidas

em ordenar o arquivamento dos autos:

“Não se apuraram indícios de sabotagem

informática” e “não foi possível reunir

indícios sufi cientes de que tenha ocorrido

qualquer constrangimento”, o qual seria

essencial para se poder colocar a hipótese

da existência do crime de coacção. Em

escassos 15 dias — num sistema judicial

que não é conhecido por ser célere — fi cou

esclarecido que a tese conspiracionista,

digna de um qualquer spin doctor de

terceira classe, não tinha quaisquer bases.

E, no entanto, a ministra da Justiça

enviou a denúncia para a PGR, apoiada

num parecer de um secretário de Estado

que, por sua vez, se baseou num notável

documento intitulado Relatório de Avaliação

do Processo de Adaptação do Citius à Lei de

Organização do Sistema Judiciário (Lei n.º

62/2013, de 26 de Agosto). Um documento

que, certamente, entrará para os anais da

história da administração pública do nosso

país.

Os autores deste monumento

administrativo são o dr. Carlos Brito

e o prof. doutor Rui M. Pereira,

respectivamente vogal e presidente do

conselho directivo do Instituto de Gestão

Financeira e Equipamentos da Justiça

(IGFEJ), o organismo responsável pela

gestão — e pelo crash — do Citius.

Isto é, estamos a falar de uma auto-

avaliação feita pelos dirigentes de um

organismo ao funcionamento desse mesmo

organismo numa concreta situação em que

tinha falhado estrondosamente na missão

de que estava incumbido: a adaptação

do sistema informático Citius à reforma

judiciária aprovada pelo Governo.

E por que falhou então o IGFEJ? Não

foi por sabotagem nem coacção, já nos

esclareceu o MP.

Terá sido a falta de meios? Também não

foi por falta de meios, pois logo no início

do relatório de avaliação, os seus autores

afi rmam que “o conselho directivo do

IGFEJ, IP assume que para a realização

deste projecto foram dadas às equipas

todas as condições solicitadas, quer ao nível

de recursos humanos, quer ao nível de

recursos tecnológicos”.

E, tanto quanto apurei, não foi avistado

nenhum avião russo que pudesse, de

alguma forma, ter perturbado o aéreo

espaço do Citius.

Mas — e é esta a chave do mistério

— refere-se no relatório, assinado pelo dr.

Carlos Brito e pelo prof. doutor Rui M.

Pereira, que “... no dia 25 de Setembro

o dr. Carlos Brito muda-se do 17.º andar,

onde se situam os gabinetes do conselho

directivo, para o 4.º andar da torre H do

campus da justiça, piso onde se situam as

equipas técnicas envolvidas no processo”

e, mais à frente, que, “durante aquelas

duas semanas, entre 28 de Setembro e

14 de Outubro, o

ritmo de trabalho

foi contínuo e o

dr. Carlos Brito

acompanhou

permanentemente

todo o processo,

de modo a

garantir que

fosse cumprido

como o planeado.

Foi instituído

o princípio de

trabalho de tudo o

que fosse possível

fazer num dia

não deveria ser

adiado para o dia

seguinte, e só com esse espírito e muito

sacrifício pessoal dos trabalhadores das

equipas técnicas (...)”.

É minha convicção que se o dr. Carlos

Brito se tivesse mudado para o 4.º andar

desde o princípio do processo e tivesse

instituído, também desde o início, o

princípio “não deixes para amanhã o que

podes fazer hoje”, não teríamos tido o

crash. Afi nal, revela-nos o relatório, no

IGFEJ havia, pelo menos, um herói. Tardio,

é certo, mas, ainda assim, um herói.

De resto, espera-se, a qualquer momento,

a publicação de um merecido louvor a todo

o conselho directivo do IGFEJ.

Advogado. Escreve à [email protected]

A verdade é como o azeite: arde!

O eco verde

Na Vanity Fair deste mês há mais

um ataque à Amazon, adoçado

pelo editorial do grande

Graydon Carter, que convida Jeff

Bezos a ser mais samaritano.

A verdade é que a Amazon

continua a prestar um bom

serviço, apesar das demoras e

dos pagamentos de correios:

sempre elevados, por muito

que lá gastemos. No entanto, já há empresas

online muito melhores, mais rápidas e

baratas do que a Amazon. Já elogiei a Inkanat

que, para além de bom comerciante, é boa

de coração, como se verá pelas boas acções

que fazem no inkanat.org.

Há um ano quase todas as minhas

compras eram feitas através da Amazon.

co.uk. Hoje não chegam a um terço. Estou

sempre à procura de comerciantes que

levam em conta o dinheiro que pagamos

para nos oferecer os custos dos correios.

Depois de duas compras bem sucedidas

tenho a felicidade de recomendar a www.

ecco-verde.fr. Comprando mais do que

59,95 euros o correio é de graça. Note-se que

só chega uma semana ou mais depois, mas

é bom. A Amazon pede, pelo menos, mais 9

euros e leva mais tempo a entregar.

A Ecco Verde, para mais, alicia-nos

com descontos para todas as bolsas. Se

gastarmos mais de 40 euros, descontam 4%.

Se for 70 euros ou mais, será 7%. E se for 100

euros, o desconto é de 10%.

Percebe-se assim que o melhor é comprar

70 euros e ter um desconto de 7% e nada

pagar de correio. Para mais a Ecco Verde

tem todas as boas marcas (incluindo as

americanas, como a Dr Bronner’s) do mundo.

Querem-se verdes as nossas compras.

Francisco Teixeira da MotaEscrever direito

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

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48 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

É um assunto incontornável esta semana – as taxas e taxinhas de Pires de Lima e de António Costa

Taxas, taxinhas e taxolas

É uma espécie de discussão entre

o roto e o nu. Numa altura

em que todos concordam, do

Governo à oposição, que a

carga fi scal em Portugal atingiu

níveis confi scatórios, quer o

poder central, quer o poder

local continuam a carregar em

taxas e taxinhas. Há quem lhes

chame contribuintes, há quem

lhes chame munícipes, mas ao fi nal do dia

estamos a falar do mesmo desgraçado que

chega ao fi nal do mês com menos dinheiro.

Quando se diz que os portugueses

trabalham de 1 de Janeiro a 6 de Junho de

cada ano só para pagar impostos e que

a carga fi scal (impostos e contribuições

para a Segurança Social) atingiu um

máximo histórico, existe toda uma outra

realidade paralela de taxas e taxinhas que

não são englobadas por essas estatísticas.

Quer a nível do Governo, quer a nível das

autarquias, existe todo um submundo de

taxas que faz com que os portugueses ainda

sejam mais pobres do que aquilo que as

estatísticas dizem que são.

E os ministros e os autarcas não se cansam

de puxar pela imaginação para inventar

novos impostos. Está-nos no sangue.

Estamos a falar de um país que no tempo

de Salazar já taxava penteados artísticos

(Decreto-Lei n.º 43.764) e que entre 1937 e

1970 cobrava um imposto sobre os isqueiros

para proteger a Fosforeira Nacional. Já nos

tempos do rei D. Miguel, em 1832, chegou-se

a inventar um imposto imobiliário, em que

se taxavam os contribuintes em função do

número de janelas das suas casas. Quanto

mais janelas tivessem em casa, mas imposto

pagavam. E o imposto era progressivo

– variava em função do andar. As janelas do

rés-do-chão pagavam o dobro das janelas

do segundo andar. Mas somos tão bons a

inventar impostos como a fugir deles. No

tempo de D. Miguel não havia auditoras e

consultoras, mas já existia planeamento

fi scal agressivo: as janelas começaram a

ser fechadas com tijolos para escapar ao

imposto. E o imposto desapareceu.

Regressando à vaca fria, com que moral é

que Pires de Lima ou Paulo Portas criticam

as taxas e as taxinhas de António Costa?

Este é o Governo que aumentou os impostos

para níveis estratosféricos e que taxou tudo

o que havia para taxar: dos criadores de

caracóis e periquitos aos inaladores de rapé,

ninguém escapou. O mesmo Governo que

pensou criar um imposto sobre os produtos

com mais açúcar ou os mais gordurosos.

O mesmo que há dias, sob um manto de

“fi scalidade verde”, decidiu que ia taxar

os sacos de plástico, as viagens de avião e

agravar a fi scalidade dos combustíveis, cujo

preço passará a estar indexado ao preço de

emissão de CO2. O litro de gasolina e gasóleo

que já leva com o ISP, IVA e contribuição

rodoviária.

Foi com este cardápio de impostos no

currículo que Pires de Lima resolveu atacar

as taxas e as taxinhas de António Costa em

Lisboa. No site da Câmara Municipal de

Lisboa está um PDF com a tabela das taxas

municipais para 2014. São quase 200 e há

taxas para todos os gostos: começando

pelos 3,10 euros que se cobram por quatro

fotocópias a preto e branco, passando

pelos 85 euros

que se cobram

pela “inumação

em sepultura

temporária” e

terminando no

dinheiro que

se cobra pela

emissão de uma

“licença especial

de ruído”. Quem

fi zer pouco barulho

paga 24,45 euros;

quando a potência

sonora é superior

a 20.000kW, a

tarifa chega aos

488,15 euros. Conta

o Expresso que,

antes da chegada

de António Costa à

câmara, eram 2270

as taxas municipais.

Se chegar ao

Governo e fi zer o que fez no câmara a nível

de simplifi cação fi scal, já terá feito qualquer

coisa.

O orçamento camarário para o próximo

ano prevê a criação de duas novas tarifas – a

dos resíduos urbanos e a do saneamento

– que vão implicar que cada lisboeta vá

pagar, em média, mais 5,8 euros ao fi nal

de cada mês. Além disso, o candidato

do PS a primeiro-ministro resolveu criar

uma taxa municipal turística de 1 euro por

cada passageiro que aterre na Portela ou

desembarque no Porto de Lisboa. E a partir

de 2016 também se começa a cobrar 1 euro

por cada dormida na capital, com um tecto

máximo de 7 euros.

Não é propriamente uma excentricidade

do líder socialista, já que são várias as

capitais europeias que cobram taxas

semelhantes. Mas a justifi cação de António

Costa é a pior de todas: “É só um euro.”

Isso foi o que disseram todos os que vieram

antes dele. E, além disso, não se percebe

como é que António Costa avança com

uma taxa turística sem aparentemente dar

conhecimento à Confederação do Turismo

Português e, pelos vistos, à revelia dos

municípios vizinhos. O autarca de Cascais

veio classifi car como “medieval” a nova

taxa. Fará algum sentido que um turista

que aterre na Portela para ir fazer uma

peregrinação a Fátima esteja a pagar à

Câmara de Lisboa uma taxa que servirá

para construir um centro de congressos em

Lisboa e não uma capela em Ourém? Fará

sentido que os lisboetas fi quem isentos da

taxa quando aterram em Lisboa e os outros

portugueses não? O aeroporto e o porto

deveriam estar ao serviço de uma região e

não de uma câmara.

Jornalista Escreve semanalmente à sexta-feira

Os ministros e os autarcas não se cansam de puxar pela imaginação para inventar novos impostos

Pedro Sousa CarvalhoContas da semana

MIGUEL MANSO

Esperteza luxemburgue

Os chamados “LuxLeaks”,

expondo acordos fi scais

secretos entre o Governo

luxemburguês e companhias

estrangeiras, vieram provar

o que não era, realmente,

novidade para ninguém,

embora fosse negado pelas

autoridades daquele país: que

o Luxemburgo funciona como

um paraíso fi scal no coração da Europa,

permitindo a centenas de multinacionais

e outras empresas não pagar milhares de

milhões em impostos por lucros obtidos

noutros países, incluindo nos restantes

Estados-membros da UE.

Aproveitando-se da respeitabilidade

como fundador da UE e integrador do

mercado interno, o Luxemburgo acolheu

esquemas e redes de empréstimos dentro

de empresas de um mesmo grupo, entre

outros mecanismos, reduzindo a quase

nada a tributação desses grupos. O sistema

fi scal do Luxemburgo atraiu, assim, mais

de 40.000 companhias holding — em

grande parte de outros Estados-membros

— e criou milhares de empregos para a sua

população. Com apenas cerca de 500 mil

habitantes, o Luxemburgo é hoje o Estado

com o maior PIB per capita do mundo,

mas é também um Estado capturado pela

Banca, pela Finança e pela criminalidade

que as permeia e instrumentaliza.

Só isso explica a resistência que o

Luxemburgo mostrou, durante anos

(acompanhado pela Áustria), à proposta

da Comissão Europeia (CE) para rever

a directiva relativa à tributação dos

rendimentos da poupança, que vem

limitar o segredo bancário no bloco dos

28, permitindo a troca automática de

informação sobre contas bancárias e

outros activos entre as autoridades dos

Estados-membros.

Um paraíso fi scal como o Luxemburgo

só existe plantado no coração da Europa

devido à falta de harmonização fi scal na

zona euro e na UE, tanto a nível de taxa

mínima de tributação de empresas, como

na fi xação de uma base tributável comum.

Mesmo depois da chamada “crise das

dívidas soberanas”, vários Governos da

zona euro procuram guardar para o plano

nacional a exclusividade de decidir sobre

matéria fi scal.

Ora o Luxemburgo não é o único paraíso

fi scal na UE: acordos celebrados com

grandes multinacionais pela Irlanda e pela

Holanda (a par do Luxemburgo) estão a

ser investigados pela Comissão Europeia,

porque podem equiparar-se a “ajudas de

Estado”, ilegais face ao direito europeu.

Foi exactamente para benefi ciar de

um regime fi scal mais favorável que

Debate União Europeia e ‘LuxLeaks’Ana Gomes

Page 49: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 49

esaCatalunha

A Espanha atual encontra-se

numa situação difícil. Desde

logo na Catalunha, que

tem sido maltratada pelo

presidente do Governo,

Rajoy, o que tem agravado as

manifestações que os catalães

têm realizado — diga-se —

sempre pacifi camente.

No domingo passado

dois milhões e trezentos mil catalães

participaram numa consulta informal

promovida pelo presidente catalão Artur

Mas, uma fi gura respeitada não só na

Catalunha, como no resto de Espanha e

mesmo em Portugal, que sempre teve um

grande carinho e respeito pela Catalunha.

Não se deve esquecer que a recuperação

da independência de Portugal — alguns

séculos anterior a

Espanha — deve-se

a Felipe IV se ter

lançado numa luta

contra a Catalunha,

deixando em paz

Portugal.

O País Basco

também não está

satisfeito com a

maneira como

Rajoy o tem tratado,

o que o leva a

ter uma grande

solidariedade com

a Catalunha e Artur

Mas.

Rajoy, que é

galego, devia ter

um procedimento

muito mais fl exível

relativamente à

Catalunha. Mas

infelizmente não

tem tido.

Como disse

Felipe González,

é a altura de

Espanha perceber que deve ser um

Estado federal, porque caso contrário

serão obrigados a ir muito mais longe.

Aliás, o atual secretário-geral do PSOE,

Pedro Sánchez, que é uma fi gura de

extrema inteligência, tem dito o mesmo.

O que se passou recentemente na

Escócia, hoje arrependida de não ter votado

maioritariamente pela independência em

relação à Grã-Bretanha é, sem dúvida um

exemplo, que deve ser tomado em conta.

Portugal sempre teve um grande

carinho pela Catalunha e hoje continua a

manter essa situação, com a solidariedade

que lhe é devida.

muitas empresas

portuguesas,

incluindo a maioria

das cotadas em

bolsa, mudaram

a sua sede para a

Holanda. Outras

abriram sedes,

fi liais ou meras

caixas de correio

no Luxemburgo

para fugir à

tributação nacional

e desviar milhares

de milhões de

Portugal. Como o

BES/GES.

A investigação

à criminalidade

fi scal e fi nanceira

no universo BES/

GES ainda vai

no adro, mas

uma auditoria da

Price Waterhouse

Coopers já revelou

que, através de

quatro off shores

na ilhas britânicas

Jersey e Guernsey,

Ricardo Salgado desviou em poucos

dias centenas de milhões do BES para o

exterior, já depois de o Banco de Portugal

ordenar a mudança de administração. A

Price Waterhouse Coopers foi auditora

do BES/GES até 2002 e hoje trabalha na

auditoria forense ao BES para o Novo

O dumping fiscal não é só imoral: distorce o mercado interno e constitui uma ameaça ao projecto europeu, aos seus valores e princípios

Rajoy, que é galego, devia ter um procedimento muito mais flexível relativamente à Catalunha. Mas infelizmente não tem tido

Ex-Presidente da República

EMMANUEL DUNAND/AFP

Debate Espanha e autonomiasMário Soares

Banco, por indicação do Banco de

Portugal, de quem é também auditora

ofi cial. Price Waterhouse Coopers que

— por acaso, certamente! — acaba de

ganhar dois novos sócios em dois quadros

que saem do topo do departamento

de supervisão prudencial do Banco de

Portugal (que devia ter supervisionado

a tempo o BES): Luís Costa Ferreira e

Pedro Machado. E Price Waterhouse

Coopers essa que, não por acaso, foi

o principal agente da celebração da

maior parte dos contratos ditos de

planeamento fi scal celebrados entre

centenas de multinacionais e o Governo

do Luxemburgo, segundo revelam os

“Luxleaks”: querem pescadinha-de-

rabo-na-boca mais promíscua no mar da

eurofi nança e da fi scalidade na UE?

A selva fi scal em que os Estados-

membros da UE competem entre si, em

corrida para o abismo de oferecer taxas

cada vez mais baixas às grandes empresas,

supostamente para atrair investimento,

só pode ter uma consequência: que sejam

os cidadãos comuns, as classes médias

e os trabalhadores a pagar a redução

das receitas públicas. O dumping fi scal

não é só imoral: distorce o mercado

interno, constitui uma ameaça ao projecto

europeu, aos seus valores e princípios, e

compromete a sustentabilidade económica

e social na Europa e globalmente. E arrasa

os povos e a confi ança na UE em Estados,

como o nosso, onde o Governo esmifra

em impostos as classes médias e PME e

concede benefícios, isenções e amnistias

fi scais a grupos empresariais useiros e

vezeiros nas vias luxemburguesas para a

elisão e evasão fi scais.

Jean-Claude Juncker foi artífi ce desta

“esperteza luxemburguesa”, como

ministro das Finanças e primeiro-ministro

do Luxemburgo durante décadas, fi cando

terrivelmente descredibilizado pelos

“LuxLeaks” uma semana após ter tomado

posse como presidente da Comissão

Europeia. Juncker obteve o apoio dos

socialistas e democratas europeus sob o

compromisso de combater a evasão fi scal

na UE e de se bater pela harmonização

fi scal. Há duas semanas interpelei-o a agir

por provir de um “quase paraíso fi scal”:

os “LuxLeaks” demonstram que o “quase”

estava a mais e intensifi caram a pressão

sobre Juncker e a CE para que respondam

diante do PE, o que aconteceu nesta

semana, e, sobretudo, para que actuem.

Pedir a demissão de Juncker agora só

atrasa a tomada de medidas: o que importa

é forçá-lo a arrepiar caminho, na lógica

de que “nada melhor do que um caçador

furtivo para dar caça aos caçadores

furtivos”. Juncker tem de demonstrar por

acção imediata - incluindo procedimento

contra o seu próprio país - que defende o

interesse e o projecto europeu, avançando

drasticamente contra a concorrência fi scal,

contra o planeamento fi scal agressivo das

grandes empresas e a opacidade do sector

empresarial e fi nanceiro na UE.

Eurodeputada no grupo dos socialistas e democratas no Parlamento Europeu

Page 50: Publico-20141114

50 | INICIATIVAS | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014

“O vinho é composto de humor

líquido e luz.” Galileu que o diga.

Já na hora de olhar para o céu, o

vinho povoava as mesas e antes

disso iluminava os adoradores de

Baco e Dionísio. Também nesta

altura faz luz na cara dos aman-

tes de bom vinho. Em quase

três milénios de história há as

vindimas e a produção em co-

mum, e Setembro, por exce-

lência o mês dos vinhos até

ao fi nal do ano por arrasto.

O tempo das vindimas já

passou: a colheita e o lavar

dos cestos. Agora é a altura

de os enólogos fazerem a

sua arte. Tudo para man-

ter viva uma tradição que

remonta à Roma Antiga.

Amantes da comida e da

bebida, consta que os ro-

manos que por aqui passa-

ram provaram os vinhos da

agora região de Lisboa e Se-

O PÚBLICO regressa com nova colecção de vinhos

É já na próxima quinta-feira que che-

ga ao fi m esta fascinante viagem de

vinte semanas pelo Universo Marvel,

com o confronto fi nal entre os maio-

res grupos de

heróis da Casa

das Ideias: os

Vingadores e

os X-Men.

D iv i d i d o s

sobre o desti-

no a dar a Ho-

pe Summers, a

primeira mu-

tante a nascer

após os acon-

tecimentos dramáticos de Dinastia

de M, que hospeda em si o poder

destruidor da Força Fénix, capaz

de reduzir a cinzas mundos intei-

ros, os maiores heróis do Universo

Marvel vão digladiar-se numa luta

sem quartel, que não deixará nada

como antes.

Com Scott Summers, o ciclope,

a deixar-se dominar pelo seu lado

mais sombrio da força, o combate

vai escalar em violência e especta-

cularidade e mais heróis e vilões se

juntam à contenda. E se no fi nal a

Terra acaba por conseguir resis-

tir ao poder destruidor da Força

Fénix, que já tinha destruído Jean

Grey na mais mítica das aventuras

dos X-Men, A Saga da Fénix Negra, já

publicada numa anterior colecção,

também desta vez nem todos os he-

róis sobreviverão e um dos mais im-

portantes personagens do Universo

Marvel vai tombar às mãos de um

herói que ajudou a formar.

Um fi nal épico, à altura de uma

colecção feita de grandes sagas e

que neste capítulo fi nal reúne numa

mesma história cinco dos maiores

argumentistas da actualidade, como

o são Brian Michael Bendis, Jason

Aaron, Ed Brubaker, Jonathan Hick-

man e Matt Fraction, colaborando

de forma harmoniosa numa história

inesquecível, que fecha com chave

de ouro um importante capítulo da

história do Universo Marvel e abre

as portas para a nova fase, conhe-

cida por Marvel Now! João Miguel Lameiras

Vingadores vs. X-Men vol. 20 – E então Restou Um

Quinta da Alorna Reserva Tinto 2011 — Sábado, 15 de Novembro — Por mais 5,75€

Universo Marvel Vol. 20Argumento — Brian Michael Bendis, Jason Aaron, Ed Brubaker, Jonathan Hickman e Matt FractionDesenhos — John Romita Jr., Olivier Copiel e Andy KubertQuinta, 20 de Novembro + 8,90€

Tom Ripley é um calculista que

acredita que é melhor ser um falso

alguém do que um verdadeiro nin-

guém. A oportunidade “bate à porta”

na forma de um rico construtor de

navios, que contrata Tom para viajar

até Itália e trazer de volta o seu fi lho

playboy, Dickie. Ripley insinua-se

nas vidas utópicas de Dickie e da sua

namorada, montando um esquema

ousado de duplicidade, mentiras e

assassínio.

Em O Talentoso Mr. Ripley, Philip

Seymour Hoff man vestiu a pele de

Freddie Miles. Para trás fi cam Gun-

ther Bachmann, Scotty J. e outras

tantas personagens nos últimos 20

anos. Em comum tinham o talento, a

intensidade e o perfeccionismo quase

obsessivo que o actor arrastava con-

sigo para cima dos palcos e atrás das

câmaras. No ano em que Hollywood

perdeu um dos seus maiores actores,

o PÚBLICO edita a Colecção Philip Sey-

mour Hoff man, dez volumes com per-

sonagens que vão fi car para sempre,

Senhoras e senhores, Freddie Miles

com oferta de caixa arquivadora e um

livro inédito com a biografi a e fi lmo-

grafi a do actor da autoria do crítico

Mário Augusto.

“Philip Seymour Hoff man empres-

tava características únicas a cada per-

sonagem e desempenhos”, escreveu

Mário Augusto aquando a morte do

actor. Em comum, tinham o perfec-

cionismo que lhe era característico,

quase obsessivo. “Marcou a carreira

com grande diversidade de géneros

mas todas essas vidas e personagens

eram similares na forma complexa

como se desenvolviam e tinham a

capacidade de nos tocar para além

da projecção. Aquela fi gura intros-

pectiva e simpática fez dele um dos

maiores actores de sua geração.”

Cinema

O Talentoso Mr. Ripley3.º DVD — Sexta-feira, 21 de Novembro — Por + 5,95€

Quando em 2 de Fevereiro de 2014

se soube da morte do actor Philip

Seymour Hoff man, muitos foram os

que quiseram acreditar que, à seme-

lhança de Mark Twain, as notícias da

sua morte tivessem sido exageradas.

Não foram. Nesse dia, o mundo per-

deu um dos actores mais versáteis

e intensos da sua geração. As reac-

ções de pesar tanto de Hollywood

como do mundo começaram a su-

ceder em catadupa, sobretudo nas

redes sociais, sempre prontas. Tinha

morrido uma das presenças mais re-

gulares e brilhantes que o cinema

americano recebeu nos últimos 20

anos. “Era um ‘regular’ de Paul Tho-

mas Anderson, que além de Boogie

Nights — Jogos de Prazer e Magnólia

lhe deu, no recente The Master, um

dos seus últimos e mais aclamados

papéis”, leu-se no PÚBLICO na altu-

ra da morte do actor. Era o seu corpo

e a sua fi sionomia angustiada que o

relegavam para trás do protagonis-

ta, alto bonito e espadaúdo. Mas o

talento e a intensidade foram sendo

reconhecidos e a forma como “rou-

bava” as cenas deu-lhe o espaço

necessário para chegar às primei-

ras fi las e marcar o século XXI, este

tempo que era o seu e que acabou.

Vera Monteiro

túbal e fi zeram questão de agradecer

a Baco todas as gotas, levando consi-

go garrafas para a capital do império.

Mais tarde, o Infante D. Henrique tam-

bém terá percebido o potencial dos

vinhos portugueses enquanto

carta de apresentação do país

e enviou-os onde as caravelas

pudessem chegar, fosse a Chipre

ou ao longínquo Oriente.

O Tratado de Methuen, as-

sinado em 1703 com o Reino

Unido, marca o início das

exportações modernas e daí

aos prémios, às regiões de-

marcadas e ao décimo lugar

dos principais produtores

mundiais foi um instan-

te. Actualmente, Portu-

gal produz mais de dez

milhões de hectolitros,

assegurando 300 mil

explorações e 200 mil

postos de trabalho.

E se todas as descul-

pas são boas para reu-

nir os amigos em torno

da mesa, o PÚBLICO dá

uma nova ajuda. Agora,

os vinhos aparecem sá-

bado sim, sábado sim. A

nova colecção conta com

Vinhos

Banda desenhada

oito vinhos de norte a sul do país.

O destaque da primeira semana

vai para o Quinta da Alorna Reserva

Tinto 2011, da região do Tejo, que

mistura Touriga Nacional e Cabernet

Sauvignon. As duas castas são vini-

fi cadas separadamente. “Após dois

dias de maceração peculiar, para

extrair aromas, segue-se a fermen-

tação com temperatura controlada e

um estágio de 12 meses em barricas

de carvalho francês”, lê-se na fi cha

técnica do vinho para os mais curio-

sos. O resultado é um vinho inten-

so a violetas e groselha madura da

Touriga, com especiarias próprias

do Cabernet, um corpo equilibrado

e redondo, no qual se confi rma na

boca o carácter fl oral e frutos pre-

tos maduros. Ideal para acompanhar

pratos de caça, cabrito, borrego e ou-

tras carnes condimentadas.

A colecção continua aos sábados

com Herdade de São Miguel Tinto

Colheita Seleccionada 2013, Grai-

nha Reserva Touriga Nacional 2010,

Pomares Moscatel Galego Branco

2013, Domingos DOC Douro Tinto

2012, Branca de Almeida Tinto 2011,

Espumante Montanha Baga Grande

Reserva 2009 e Quinta das Bágeiras

Tinto 2011.

AGENDASábado, 15Quinta da Alorna Reserva Tinto 2011Um vinho da região do Tejo, que mistura Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon com estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês.

Terça, 18Ilha de Nome Santo, vol. 5 Colecção 800 Anos de Literaturas em PortuguêsColecção inédita de 15 obras portuguesas fundamentais, nas suas versões fac-similadas.

Quarta, 19DVD Hunger GamesCaixa que inclui dois DVD, com os dois primeiros filmes da trilogia que estreia agora no cinema a primeira parte do seu último filme.

Quinta, 20Vingadores vs. X-Men: E então Restou Um Universo Marvel, vol. 20Último de 20 títulos dedicados às maiores sagas e heróis da BD americana.

Sexta, 21O Talentoso Mr. RipleyColecção Philip Seymour Hoffman, vol. 3Dez DVD mais um livro inédito, escrito por Mário Augusto, dedicados a um dos actores mais talentosos da sua geração.

Lojas PÚBLICOLisboaEdifício Diogo Cão Doca de Alcântara-Norte (junto ao Museu do Oriente)Horário: seg. a sex., das 9h às 19h, e sáb., das 11h às 17hTel.: 210 111 010

Centro Comercial ColomboPiso zero. Horário: seg. a dom., das 10h às 24hAvenida das Índias, junto à Praça Central

Loja online http://loja.publico.pt/

PONTOS DE VENDA

Page 51: Publico-20141114

PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | INICIATIVAS | 51

Agora que o último fi lme da trilogia

de Os Jogos da Fome chega às salas

de cinema, o PÚBLICO lança uma

caixa com os dois primeiros fi lmes

da saga em DVD. Uma oportunida-

de de rever os dois primeiros epi-

sódios protagonizados por Katniss

Everdeen.

No primeiro, lançado em 2014 e

intitulado Os Jogos da Fome, viaja-

mos até um futuro não muito distan-

te. Onde outrora existiam os Esta-

dos Unidos da América, existe agora

Panen, uma nação pós-apocalíptica

administrada por um governo totali-

Jogos de vida e de morte

tário que domina os seus 12 distritos.

Uma anterior insurreição fracassa-

da dos distritos contra o Capitólio

resultou no extermínio de um dé-

cimo terceiro, do qual nasceu um

acordo tácito de rendição entre

os restantes. Assim, a

viver no limiar de po-

breza, numa existência

de quase escravatura,

os seus habitantes são

constantemente relem-

brados da sua posição

de obediência perante

o governo. Para isso,

todos os anos, cada dis-

trito envia dois adoles-

centes entre os 12 e os 18

anos para participar nos

Jogos da Fome, competições de vi-

da e morte em que apenas um sairá

vencedor. Katniss Everdeen, a que

Jennifer Lawrence dá corpo, é uma

jovem de 16 anos que, após a morte

Vinte anos depois, a Lua volta a fi car

menos negra. Os Pink Floyd volta-

ram a editar quando já nem os fãs

mais devotos esperavam e voltaram

a bater recordes.

“The Endless River tem como pon-

to de partida a música das sessões

de gravação do álbum The Division

Bell, em 1993”, explicou David Gil-

mour em entrevista. “Durante o

último ano, acrescentámos partes

O rio dos Pink Floyd que nunca acaba

novas, regravámos outras e recor-

remos a toda a tecnologia de estudo

para criar um álbum Pink Floyd do

século XXI.” Na mesma entrevista,

Nick Mason disse ainda que “The

Endless River é uma homenagem

ao Rick. Julgo que este disco é uma

forma adequada de reconhecer o

muito que ele fez e como a sua ma-

neira de tocar esteve no cerne do

som Pink Floyd.” The Endless River

é um álbum instrumental com “qua-

tro lados” e uma canção, Louder

than words, com letra de Polly

Samson.

Para os fãs de uma das ban-

das mais icónicas do século

XX, o PÚBLICO lança The

Endless River em dois forma-

tos: CD e edição deluxe. A versão CD

vem acompanhada de um livrete de

16 páginas de fotos incluindo algu-

mas inéditas tiradas nas sessões de

gravação de 1993. Já a edição deluxe

inclui a caixa de cartão duro de for-

mato 17x14,5cm contendo um CD e

um blu-ray, ambos acondicionados

em bolsas de cartão. Inclui um li-

vrete com capa dura de 24 páginas

de fotos incluindo algumas inéditas

tiradas nas sessões de gravação de

1993. O blu-ray contém o álbum The

Endless River em duas versões de al-

ta resolução 5.1 Surround (DTS Mas-

ter Audio e PCM, 96/24), uma versão

PCM stereo 96/24 e material extra

áudio e vídeo não incluído no álbum

(39 minutos aprox.): seis vídeos e

três faixas áudio apenas disponíveis

nas duas edições deluxe do álbum.

Esta edição faz-se ainda acompa-

nhar por três postais de colec-

cionador, um dos quais com

design lenticular em 3D e ainda

material de vídeo de arquivo e

imagens fotográfi cas das ses-

sões de gravação de 1993.

Os Jogos da Fome e Os Jogos da Fome — Em ChamasCaixa com 2 DVDQuarta-feira, 19 de NovembroPor mais 12,95€

dos a deixar a família e amigos e a

percorrer os 12 distritos, marcando

presença em eventos ofi ciais. Nessas

visitas, a jovem Katniss apercebe-se

de um sentimento de revolta que lhe

alimenta a esperança numa rebelião

colectiva. Porém, o Capitólio está

ainda sob o controlo do terrível Pre-

sidente Snow (Donald Sutherland)

que, ao perceber o perigo que cada

um dos vencedores representa en-

quanto símbolo de força e liberdade,

decide preparar um novo evento:

uma edição especial dos jogos, nos

quais os vencedores dos anos an-

teriores terão de se digladiar entre

si, até à morte. Percebendo que o

objectivo do governo é eliminá-los

a todos, os vencedores sabem que

lhes resta uma última oportunidade

de encontrar um meio de organizar

uma revolta contra o poder instituí-

do e, dessa forma, reconstruir uma

sociedade justa em Panen.

Pink Floyd — The Endless RiverCD por mais 16,99€Edição deluxe (CD e blu-ray) por mais 29,99€

Dizem que é a falar que nos entende-

mos e o facto de nos expressarmos

em português pode facilitar o enten-

dimento em muitas partes do mundo

ou não fossem mais de 244 milhões

aqueles que tomam a palavra utili-

zando a “língua de Camões”.

Durante o período dos Descobri-

mentos, os marinheiros portugueses

descobriram novos mundos e leva-

ram consigo o seu idioma. De Portu-

O precursor da negritude

gal continental, a língua portuguesa

viajou para as ilhas que formam os

arquipélagos da Madeira e Aço-

res, desceu pelo oceano Atlân-

tico ao longo da costa africana

e atravessou mares até a terras

do Oriente e aos territórios sul-

americanos.

Passados oitocentos anos so-

bre o mais antigo documento

régio conhecido em língua

portuguesa — o testamento do

terceiro rei de Portugal, Dom

Afonso II, o PÚBLICO assinala

os oito séculos daquela que

foi apelidada como a “língua

de Camões” com a colecção

800 Anos de Literaturas em

Português que presta homenagem à

literatura saída da pena de autores

Literatura

Ilha de Nome Santo — Volume 5Terça-feira, 18 de NovembroPor mais 5,95€ Oferta de um marcador com o livro, ilustrado por João Catarino

que dignifi caram a sua língua por

todo o mundo.

Considerado como um

dos mais importantes in-

telectuais santomenses do

século XX, Francisco José

Tenreiro é o autor de Ilha

de Nome Santo. Nascido

em São Tomé, em 1921,

fi lho de pai português e

de mãe angolana, servi-

çal de uma roça, o autor

viajou para Portugal com

apenas dois anos, onde foi

criado por uma tia pater-

na. Aos 21 anos, publicou,

integrado na colecção do

Novo Cancioneiro, Ilha de

Nome Santo, um livro de poesia

eminentemente insular, que tanto

procura recuperar fi guras e símbo-

los do mundo negro-africano como

refl ecte sobre a desagregação do po-

vo negro, a melancolia e a submis-

são do negro na diáspora. Datada

de 1942, esta é uma das obras mais

emblemáticas de Francisco José Ten-

reiro, enquanto poeta precursor da

negritude da língua portuguesa e,

segundo os críticos literários, assi-

nala verdadeiramente um momento

de viragem nas literaturas africanas

de língua portuguesa.

A par da sua actividade literária,

o autor, que morreu precocemente

em 1963, foi um dos fundadores do

Centro dos Estudos Africanos da Ca-

sa dos Estudantes do Império e rea-

lizou vários trabalhos de sociologia

e sobre a geografi a africana.

Cinema

Música

do pai, se tornou o único sustento

da família, já que a sua mãe nunca

superou esta tragédia. Quando Pri-

mrose (Willow Shields), a sua irmã

de 12 anos, é seleccionada para os

jogos, Katniss voluntaria-se para a

substituir. Sabendo co-

mo a sua vida é crucial

para a sobrevivência da

família, ela está dispos-

ta a lutar com todas as

suas forças para se tor-

nar na única sobrevi-

vente e, com a ajuda

de Peeta Mellark ( Josh

Hutcherson), o outro

competidor do seu dis-

trito, a subverter a bár-

bara lógica dos jogos.

No segundo fi lme, Os Jogos da Fome

— Em Chamas (2013), reencontramos

Katniss e Peeta já como vencedores

da competição mortal. Devido à sua

popularidade, os jovens são obriga-

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ESCRITO NA PEDRA

“Uso a palavra para compor meus silêncios./ Não gosto das palavras/ fatigadas de informar/ Dou mais respeito/

às que vivem de barriga no chão/ tipo água pedra sapo” Manoel de Barros (1916-2014), poeta brasileiro

SEX 14 NOV 2014

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Urbanos Press – Rua 1.º de Maio, Centro Empresarial da Granja, Junqueira, 2625-717 Vialonga, Telef.: 211544200 Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Outubro 34.943 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Não há consenso sobre a legitimidade da taxa que Lisboa quer criar p16

Futuro da missão depende da energia que a File conseguir obter com painéis solares p31

Calcula-se que cerca de 37% de todas as indianas casadas tenham sido operadas p27

Selecção procura hoje, no Algarve, novo triunfo na qualifi cação para Europeu p42

Taxa ou imposto? Eis a questão para vários milhões de euros

A File tem energia para hoje mas o futuro é uma incógnita

Índia: esterilizações continuam após a morte de 14 mulheres

Fernando Santos desconfia da modesta Arménia

OPINIÃO

A velhice do dr. Cavaco

O dr. Cavaco está velho e

está no fi m da sua carreira

política. Gostava, por

isso, de sair suavemente,

com a benevolência do

país, com muitas palmas,

mas sobretudo sem sarilhos.

A ambição dele é voltar para o

Algarve e receber discretamente

alguns notáveis que não o

incomodassem muito.

Se marcasse eleições para a

Primavera, este plano idílico ia

por água abaixo. O PSD e o CDS

protestariam. Provavelmente,

Vasco Pulido Valente

não haveria uma nova maioria

e, apesar das promessas, ele

teria de aceitar um governo

minoritário que poria a oposição,

qualquer que ela fosse, em

constante tumulto. Pior ainda:

numa situação dessas ele com

certeza não escapava às críticas

da esquerda e da direita e dos

tresloucados que por aí andam,

convencidos de que vão ser

importantes. Em vez de paz,

deixaria um motim.

Quando ele se agarra com um

certo desespero à letra da lei

para empurrar este Governo até

Setembro, ganha duas coisas.

Primeira, em Setembro ele já não

poderá dissolver o Parlamento,

mesmo que o resultado seja

catastrófi co e Portugal se

torne uma aldeia de macacos;

esfregando as mãos ele dirá, e com

razão, que nada é já da sua conta

e deixará uma herança confusa

ou catastrófi ca, mas nunca da sua

imediata responsabilidade. Quem

cá fi car que se arranje, enquanto

ele, da sua merecida reforma,

contemplará com equanimidade

e deleite as desordens da

Pátria. Segunda coisa, se lhe

perguntarem, ele responderá

que os partidos tiveram a culpa

porque não se entenderam como

tantas vezes lhes recomendou e

porque “se crisparam”, quando

ele pedia ao bom povo português

mais tranquilidade e doçura.

Claro que este programa de

abstenção não passa de uma

desculpa para poupar os nervos

do dr. Cavaco. A ideia de que

um país pobre e dividido se

consegue unir precisamente

porque é pobre e dividido não

ocorreria a ninguém, excepto

ao dr. Cavaco (pelos motivos

que acima se explicaram),

ao bando de frenéticos que

persistem em viver do Estado e

aos diletantes persuadidos do

valor da sua opinião ou com um

irresistível apetite de notoriedade.

Nenhum homem — ou mulher —

inteligente e cordato se meteria

voluntariamente nesta sopa turva.

O “entendimento” futuro por

que suspira Cavaco e uma dúzia

de sábios a cair da tripeça talvez

traga algum consolo espiritual

e uma reputação de realismo. O

que não traz é o mais leve vestígio

de senso da realidade ou de

franqueza.

DANIEL ROCHA

A Direcção-Geral do Património Cul-

tural (DGPC) determinou já a aber-

tura do processo de classifi cação

da colecção Fundação Ricardo do

Espírito Santo Silva (FRESS), sou-

be o PÚBLICO. Nos próximos dias

deverá ser publicado no Diário da

República o despacho que justifi ca o

procedimento com a importância da

colecção e do coleccionador. Depois

disso, a proprietária da colecção, a

administração da FRESS, tem 15 dias

úteis para se pronunciar.

Esta decisão surge na sequência

da crise no Grupo Espírito Santo,

que era, juntamente com o BES, o

principal mecenas da fundação, que

agrega o Museu de Artes Decorativas

e a sua colecção, as escolas de for-

mação e as importantes ofi cinas de

conservação e restauro em Lisboa.

Em 1953, Ricardo do Espírito

Santo Silva doou o Palácio Azurara

e parte da sua colecção privada ao

Estado português, nascendo assim

a fundação com o seu nome, criada

como museu-escola com a fi nalida-

de de proteger e divulgar as artes

decorativas portuguesas e os ofícios

Direcção do Património abre processo de classificação de toda a colecção Espírito Santo

com elas relacionadas. O acervo da

fundação é o refl exo da preocupa-

ção de um coleccionador apostado

em reunir, muitas vezes através de

leilões, peças do património portu-

guês nas suas mais diversas expres-

sões.

A DGPC lembra que em 2015 se

completam os 60 anos da morte de

Ricardo do Espírito Santo, “o maior

e mais completo coleccionador de

arte português do século XX”, que

ao longo dos anos reuniu “uma vas-

ta colecção, com predominância de

obras de arte de origem portuguesa

e francesa, em especial do século

XVIII”.

É por considerar esta colecção

“um conjunto único que se impõe

pela sua harmonia”, com “valiosas

peças”, que a DGPC determina a clas-

sifi cação dos bens da FRESS que lhe

“foram afectos pelo seu fundador”.

Em causa está o mobiliário portu-

guês pertencente às suas colecções

ou adquirido para fi gurar no museu,

as obras de arte plásticas e decorati-

vas, de artistas nacionais ou estran-

geiros, que trataram de assuntos

portugueses.

Fundação Espírito SantoCláudia Carvalho

Colecção da Fundação Ricardo Espírito Santo fica já sujeita a uma protecção legal especial

Despacho diz que se trata do “maior e mais completo coleccionador de arte português do século XX”