Publico-20141114
-
Upload
brooke-merrill -
Category
Documents
-
view
263 -
download
0
description
Transcript of Publico-20141114
08ae5fa5-d9d7-466b-be4c-46fd919f753f
HOJE Philip Seymour Hoffman Por + 5,95€
Duzentos polícias detêm altos quadros do Estado ligados aos vistos goldA PJ deteve 11 pessoas directamente suspeitas neste esquema relacionado com a atribuição dos vistos dourados. Na mega-operação Labirinto, foi detido o director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras Destaque, 2 a 6
Mais de metade dos doentes em Portugal com AVC ainda arriscam e dirigem-se às urgências dos hospitais sem chamar o INEM p12
Em causa poderá estar a possível prática de um crime ambiental, que pode resultar numa pena máxima de 11 anos de prisão p8 a 10
O homem que “abria todas as portas”, como o fundador da Tecnoforma defi niu Passos Coelho, começou por se revelar uma aposta sem valor para a empresa p14/15
Os restantes 34% do capital da companhia aérea serão vendidos se o investidor privado cumprir algumas exigências p20
Doentes com AVC ainda vão ao hospital sem chamar o INEM
PGR investiga possível crime no surto de Legionella
Passos só entreabriu portas para ONG da Tecnoforma
Governo relança privatização da TAP com venda de 66%
NUNO FERREIRA SANTOS
PUBLICIDADE
PSEX 14 NOV 2014EDIÇÃO LISBOA
MANOEL DE BARROS MORREU O POETA BRASILEIRO QUE AREJAVA A LINGUAGEMCultura, 28
Ano XXV | n.º 8981 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Simone Duarte, Pedro Sousa Carvalho, Áurea Sampaio | Directora de Arte: Sónia Matos
ISNN:0872-1548
PRÉMIOJORNAL MAIS BEM DESENHADO ESPANHA&PORTUGAL 2014
ESPERO QUE NÃO ME COMPAREM
A EÇA DE QUEIROZAFONSO REIS CABRAL
EM ENTREVISTA
Trineto do escritor recebeu aos 24 anos o Prémio Leya e fala pela primeira vez do livro O Meu Irmão
COSTA VAI PAGAR 1 EURO À CÂMARA PORQUE SÓ JÁ ESTÁ A FAZER TURISMO EM LISBOAO INIMIGO PÚBLICO
2.º vol. Boogie Nights — Jogos de Prazeroferta de livro inédito de Mário Augusto
LINGUAGEMMMMMMMMura, 28
baniftrader.pt808 200 200 1 TRADE = 100 MILHAS
A PLATAFORMA QUE O FAZ VOAR
*Valor da comissão a cobrar pela execução de ordens na Euronext Lisbon, por sessão de bolsa, independentemente do respectivo montante. Condições válidas até 31 de Dezembro 2014. Não dispensa a consulta do Regulamento da Campanha.
POR APENAS
6,5€NEGOCEIE
AGORA EM LISBOA
SEM LIMITE*
2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
PJ revista ministérios e detêm director do SEF e altos quadros da JustiçaEntre os 11 detidos estão ainda o director dos Registos e Notariado, a secretária-geral do Ministério da Justiça, e três cidadãos chineses. Todos são suspeitos de corrupção e serão inquiridos hoje por um juiz
Odirector do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras
(SEF), Manuel Jarmela
Palos, e o presidente do
Instituto dos Registos e
Notariados (IRN), António
Figueiredo, foram ontem detidos na
sequência de uma investigação por
suspeitas de crime na atribuição de
vistos gold.
Na megaoperação Labirinto, que
mobilizou 200 inspectores da PJ
em todo o país, foi ainda detida a
secretária-geral do Ministério da Jus-
tiça (MJ), Maria Antónia Anes. A PJ
interceptou-a à saída da secretaria,
na Rua do Ouro, na baixa de Lisboa.
A PJ fez também buscas na secreta-
ria-geral do Ministério do Ambiente
(MA), liderada por Albertina Gonçal-
ves. Esta responsável, que é sócia do
ministro da Administração Interna,
Miguel Macedo, num escritório de
advogados, não foi detida. O minis-
tro, como nenhum outro membro
membro do Governo, não é visado
neste inquérito, salientou já a Procu-
radoria-geral da República (PGR).
Os inspectores chegaram ao MA
de manhã cedo, aguardaram pela
chegada de Albertina Gonçalves
e foram com ela para o escritório
de advogados do qual é sócia. Re-
gressaram ao princípio da tarde ao
ministério e durante quatro horas
efectuaram buscas no gabinete. A
secretária-geral apresentou depois
a demissão do cargo.
No total, a PJ deteve 11 suspeitos
de participarem no esquema rela-
cionado com a atribuição de vistos.
Uma outra foi detida por posse de
arma proibida. Entre os detidos es-
tão funcionários e dirigentes do IRN
e três cidadãos chineses ligados a
empresas que agilizam as atribui-
solidar as suspeitas relativas a cri-
mes de corrupção, tráfi co de infl u-
ências, peculato e branqueamento
de capitais.
A sede do SEF em Porto Salvo,
Oeiras, foi um dos locais alvo de
buscas assim como a sua Direcção
Regional de Lisboa, Vale do Tejo e
Alentejo.
Em causa estarão comissões co-
bradas ilegalmente para a obtenção
dos vistos gold, adiantou fonte poli-
cial. É esse o centro da investigação
que visa sobretudo o IRN e o SEF.
A investigação visará também
outros dirigentes superiores dos
ministérios alvo de buscas, como o
PÚBLICO avançou em Junho. Aliás,
já então, a ministra da Justiça, Paula
Teixeira da Cruz, pediu informações
à PGR, tendo garantido que afastaria
eventuais responsáveis do ministé-
OPERAÇÃO LABIRINTO
DANIEL ROCHA
O programa de atribuições de Autorizações de Residência para Investimentos transformou-se num negócio com comissões suspeitas
Maria Lopes, Luciano Alvarez, Pedro Sales Dias
ções de Autorização de Residência
para Investimento (ARI).
A PJ realizou 60 buscas e demo-
rou-se principalmente no IRN e em
instalações dos ministérios da Justi-
ça, da Administração Interna e do
Ambiente. Centenas de documentos
foram apreendidos.
Ao início da noite, os inspectores
analisavam ainda essas provas que
podem vir a ser relevantes para con-
rio implicados no processo. Ontem,
a ministra defendeu que “qualquer
pessoa que ponha em causa uma ins-
tituição deve imediatamente apre-
sentar o seu pedido de demissão ou
de suspensão de funções”.
Os desenvolvimentos deste pro-
cesso, com buscas essencialmen-
te no Norte e Centro do país, não
terão surpreendido o responsável
pelo IRN. António Figueiredo c
Preços e assistência técnica:tel. 218 110 896 | www.torresdistrib.com
4 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
sabia desde há meses, até pelos jor-
nais, que estava a ser investigado, o
que aumentou a preocupação dos
investigadores que acreditam que
a divulgação da informação visou
comprometer o seu trabalho.
Sob investigação estará também
uma empresa de Ana Luísa Figuei-
redo, fi lha do presidente do IRN. A
Golden Vista Europe tem um objec-
to social variado desde a compra e
venda de automóveis à prestação de
serviços de documentação, passan-
do pela comercialização de mármo-
res e pela exploração de estabeleci-
mentos de ensino. A empresa conta
com mais cinco sócios, dois deles
chineses. António Figueiredo garan-
tiu então ao PÚBLICO que a empresa
sediada em Cascais não teve qual-
quer actividade desde que foi criada
em Outubro, manifestando-se estu-
pefacto por estar a ser investigado.
Porém, o sócio-gerente Carlos Oli-
veira confi rmou na altura que a fi rma
foi constituída para vender imóveis
aproveitando a lei dos vistos gold,
mas que nunca conseguiu transac-
cionar qualquer casa. Mas no portal
da Justiça não há qualquer informa-
ção sobre o fi m da actividade da em-
presa. A fi rma foi criada a 14 de Ou-
tubro do ano passado e não tem ain-
da registos públicos de facturação.
Além de Ana Luísa (que tem uma
quota de 20% da empresa) e de Car-
los Oliveira , a Golden Vista Europe
tem como sócios-gerentes dois cida-
dãos chineses - Zhu Baoe, com resi-
dência na sede da empresa, na Quin-
ta da Bicuda, em Cascais e que está
ligado a uma outra empresa de inves-
timentos imobiliários, a Pyramidpe-
arl; e Shengrong Lu que reside nas
ilhas Baleares -, João Miguel Duarte
Martinse Tiago Luís Santos Oliveira.
A Golden Vista pode também
actuar em áreas como a explora-
ção de unidades hoteleiras e tu-
rísticas. Na lista de actividades
possíveis estão ainda a presta-
ção de serviços de formação, de
apoio ao intercâmbio cultural e
de ensino para jovens nacionais e
estrangeiros; e actividades agro-
pecuárias, fl orestais e piscatórias.
Todas estas actividades são nor-
malmente requisitadas pelos por-
tadores dos vistos gold que usam o
investimento em Portugal sobretudo
para obter o visto de residência que
abre a porta a toda a família para o
apetecível espaço Schengen.
O ministro da Administração Inter-
na, Miguel Macedo, e o antigo líder
do PSD e comentador político Luís
Marques Mendes, são também só-
cios de Ana Luísa Oliveira Figueiredo
OPERAÇÃO LABIRINTO
em 2012 e 2013 registou unicamente
despesas de 2588 euros no primeiro
e 302 euros no segundo, sem que
tenha quaisquer vendas. Não hou-
ve movimentos contabilísticos em
2009 e 2010, mas a prestação de
contas anual a que a lei obriga tem
sido feita. Ainda assim, mostra uma
ligação privilegiada entre o ministro
da Administração Interna, o comen-
tador Marques Mendes e a fi lha do
presidente do INIR.
A acção da PJ e de procuradores
do Departamento Central de Inves-
tigação e Acção Penal presidida pelo
juiz Carlos Alexandre do Tribunal
Central de Instrução Criminal atin-
giu responsáveis da máquina políti-
ca do Estado e do Governo já desgas-
tado por uma guerra interna entre
ministérios, justamente a propósi-
to de competências de investigação
das diferentes polícias. Anteontem,
a ministra da Justiça deixou cair a
proposta de lei que restringia a re-
alização de escutas telefónicas à PJ.
SEF, PSP e GNR deixariam de ter esse
poder que mantêm há vários anos.
O Relatório Anual de Segurança
Interna de 2013 referia já no capí-
tulo dedicado às orientações estra-
tégicas para 2014, que “ainda no
corrente ano” seriam adoptados
“novos procedimentos” para as-
segurar que, mesmo após a con-
cessão de ARI, se verifi cava, “com
regularidade, a inexistência de situ-
ações que, pela sua relevância cri-
minal”, pudessem “obstar à manu-
tenção da autorização concedida”.
Até aqui, o registo criminal dos
candidatos aos vistos gold apenas
era exigido na altura da concessão
da autorização de residência. Ques-
tionado então pelo PÚBLICO sobre o
assunto, Miguel Macedo mostrou-se
cauteloso, remetendo a autoria da
ideia [novos procedimentos] para
um grupo de trabalho criado para
acompanhar os vistos gold, compos-
to pelo director-geral dos Assuntos
Consulares e das Comunidades
Portuguesas, pelo director do SEF,
agora detido, e pelo presidente da
Agência para o Investimento e Co-
mércio Externo de Portugal. “Não
posso ainda especifi camente enu-
merar quais sejam os novos proce-
dimentos, embora tenha uma noção
daqueles que estão a ser pondera-
dos”, referiu o ministro. A cautela
de Miguel Macedo demarcou-se dos
prazos categóricos do documento
ofi cial. “Pode ser este ano ainda”,
limitou-se a afi rmar.
A ideia do reforço do mecanismo
de controlo surgiu numa altura em
que foi detido pela PJ um cidadão
chinês, na sequência de um manda-
do de captura internacional emitido
pela Interpol, a pedido das autorida-
des chinesas, e que tinha visto gold.
Na investigação desse casso, fo-
ram reveladas fragilidades na atri-
buição dos vistos. A polícia recolheu
indícios de que a compra de casas de
valor superior a 500 mil euros ou a
transferência, para Portugal, de ca-
pitais que ascendam a, pelo menos,
um milhão de euros era apenas, na
maior parte dos casos, um recurso
para obter autorização de residência
por mais de seis anos e viajar pelo
espaço europeu sem obstáculos.
O ministro Miguel Macedo não
era favorável à recondução de Ma-
nuel Palos à frente do SEF. Já em
29 de Agosto de 2005, na abertura
da Universidade de Verão do PSD
em Castelo de Vide, Macedo, então
secretário-geral do PSD liderado por
Marques Mendes, defendeu a demis-
são de Palos, na sequência de uma
entrevista dado por este ao PÚBLI-
CO, na qual o director do SEF mani-
festou a sua discordância com o regi-
me de quotas de entrada de imigran-
tes em Portugal. “A única solução
é convidar o Governo a demiti-lo”.
Já como ministro, em Dezembro
de 2012, Miguel Macedo reconduziu
Manuel Palos à frente do SEF. Mas
na cerimónia, o ministro salientou
querer que a tomada de posse as-
sinalasse “o momento de viragem
de página do SEF” e observou que
havia aspectos a melhorar, como a
intensifi cação da acção inspectiva e
a melhoria do relacionamento dos
cidadãos com o serviço.
Estas afi rmações de há dois anos
de Macedo, que defendia a tese de
uma polícia única integrando o SEF,
foram interpretadas como descon-
tentamento perante pressões atri-
buídas ao CDS para manter Manuel
Palos no cargo. Esta versão não foi,
no entanto, corroborada ao PÚBLI-
CO por Nuno Magalhães, líder da
bancada centrista, e que, como se-
cretário de Estado da Administra-
ção Interna, nos XV e XVI governos,
tutelou a área do serviço de estran-
geiros, e a quem eram atribuídas as
pressões. “Não é verdade que eu
ou o CDS tenhamos feito qualquer
pressão para indicar qualquer di-
rector no âmbito do MAI [Ministé-
rio da Administração Interna] ou
de qualquer outro ministério”, su-
blinhou. Sobre o director do SEF,
o dirigente do CDS/PP destacou:
“Se me pergunta se o dr. Manuel
Palos foi, quando trabalhei com
ele {2002/2005], um profi ssional
dediado, competente e sério, digo
obviamente que sim.”com A.H.
noutra empresa. O PÚBLICO tentou
sem sucesso ouvir Miguel Macedo.
De acordo com informação a que
o PÚBLICO teve acesso, Ana Luísa
Figueiredo, Luís Marques Mendes,
Miguel Macedo e um quarto sócio (o
gerente Jaime Couto Alves Gomes)
partilham quotas de igual valor na
empresa de consultoria e gestão de
empresas JMF - Projects & Business,
que tem sede em Lisboa.
O objecto social da empresa in-
clui ainda a prestação de serviço
nas áreas de estratégia empresarial,
orientação e assistência operacional
a empresas, assim como a importa-
ção e exportação de bens e servi-
ços, distribuição e representação de
marcas, bens e serviços, de âmbito
nacional e internacional.
A empresa foi constituída em
2009 por estes quatro sócios mas
Manuel Palos foi nomeado por António Costa e reconduzido por Miguel Macedo no SEF, mas com críticas deste
MIGUEL MANSO
Os detidos são hoje submetidos a interrogatório judicial no Campus da Justiça do Parque das Nações
Em causa estarão comissões cobradas ilegalmente para a obtenção dos vistos gold, adiantou fonte policial., sobre a investigação que visa o SEF e o IRN
6 | DESTAQUE | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Ú
Vistos gold
Investimento2014Em milhões de euros
Número de investidores por tipode investimento
Principais países de origemdos investidores
Out.Set.Ago.Jul.
817 870,4 949,71079
Criação de empresasTransferênciade capital Aquisição de
imobiliário
1681
91
3
Líbano
África do Sul
Brasil
Rússia
China
2%
81%
3%
3%2%
PERGUNTA E RESPOSTA
O que é o visto gold?É uma autorização de residência para actividade de investimento (ARI) que permite a cidadãos e Estados fora da UE dispensarem o visto para entrarem em território nacional, poderem residir noutro país, circular pelo espaço Schengen sem necessidade de visto e beneficiar de reagrupamento familiar. Ao fim de cinco anos, e respeitando os requisitos da lei, poderá ceder à residência permanente em Portugal; ao fim de seis anos e também cumprindo as premissas legais, pode aceder à nacionalidade portuguesa.
Quais os requisitos para a candidatura?Fazer um dos investimentos mínimos obrigatórios durante cinco anos (o cumprimento do prazo é atestado por declaração de compromisso de honra), ter um registo criminal limpo (não ter sido condenado por crime que em Portugal seja punível com pena privativa de liberdade de duração superior a um ano; não estar no período de interdição de entrada em território nacional por ter sido expulso; não estar referenciado no sistema de informação Schengen; não estar referenciado no sistema integrado de informações do SEF para efeitos de não admissão).
Quais os investimentos mínimos?Têm de estar concretizados no momento da entrega da candidatura pelo menos um de três investimentos: transferência para um banco português de capitais no montante igual ou superior a um milhão de euros, ou criação de pelo menos dez postos de trabalho, ou a aquisição de bens imóveis de valor igual ou superior a 500 mil euros.
Como se comprovam os investimentos?No caso da transferência de capitais (incluindo investimento em acções
ou quotas de sociedades) é necessária a declaração de uma instituição financeira autorizada para a actividade em território nacional, que prove a transferência. No caso dos dez postos de trabalho é preciso provar que foram criados e que os trabalhadores foram inscritos na Segurança Social. No caso da aquisição de imóveis é necessária a prova da propriedade dos bens através do contrato de compra ou do contrato promessa de compra e venda dos imóveis, incluindo a declaração de uma instituição financeira autorizada a actuar em Portugal que ateste a transferência efectiva para a aquisição ou concretização do sinal de promessa de compra no valor igual ou superior a 500 mil euros.
Que outros documentos são exigidos?Passaporte ou outro documento válido, comprovativo da entrada e permanência legal em território nacional, um comprovativo de seguro de saúde, requerimento para consulta do registo criminal português pelo SEF, um certificado de registo criminal e a prova da situação contributiva regularizada.
A que outras obrigações estão vinculados?Para as renovações no final dos 1.º, 3.º e 5.º anos, os detentores do visto gold poderão ter de demonstrar, respectivamente, que estiveram em Portugal pelo menos sete dias seguidos ou interpolados no primeiro ano, e 14 dias seguidos ou interpolados nos seguintes períodos de dois anos. Também têm de comprovar o pagamento dos impostos sobre os imóveis.
Quais os custos processuais?O SEF cobra 513,75 euros pela abertura do processo e mais 80,08 euros por cada membro da família. O visto inicial para o candidato e para a família custa, por pessoa, 5137,5 euros. A renovação custa 2568,75 euros. Maria Lopes
Vistos dourados já atraíram 1076 milhões de euros para o país
O investimento captado pelo
programa dos vistos gold
já superou largamente as
expectativa avançadas no
início do ano pelo vice-
primeiro-ministro, Paulo
Portas, o “pai” da iniciativa. Depois
dos 306 milhões de euros captados
em 2013, Paulo Portas admitia que o
montante captado em 2014 atingisse
os 500 milhões.
Os dados até Outubro já estão 50%
acima da estimativa do governante,
feita em Fevereiro. O valor captado
ascende a 770 milhões de euros, o
que eleva o valor acumulado do pro-
grama de Autorização de Residência
para Investimento (ARI) para os 1076
milhões.
A quase totalidade do valor cap-
tado tem sido realizada no sector
imobiliário, num total 972 milhões
de euros. Neste segmento, o investi-
mento mínimo necessário é de 500
mil euros, para garantir o “cartão
mágico” que permite a residência
em Portugal e a circulação no espa-
ço Schengen, muito importante pa-
ra investidores chineses, angolanos,
brasileiros e outros.
Do total de 1775 vistos concedidos
desde o início do programa, lançado
em fi nais de 2012, mas que se tornou
efectivo no início do ano seguinte,
95%, ou 1681 autorizações, foram ga-
rantidas por aquisição de imóveis.
Por transferências de dinheiro,
num montante mínimo de um milhão
de euros, foram concedidas 91 auto-
rizações, e por criação de emprego,
através de empresas com um míni-
mo de dez postos de trabalho, foram
concedidos três vistos. Os chineses li-
deram destacadamente o número de
vistos conseguidos, com 81% do total.
A explosão do investimento no
sector imobiliário e o domínio da
nacionalidade chinesa é explicada
Rosa Soares
Dinâmica imprimida por empresas e autoridades nacionais e chinesas explicam resultados acima das previsões de Portas
pela proliferação de empresas imobi-
liárias, portuguesas e chinesas, mui-
tas delas criadas expressamente para
agarrar a oportunidade. Grandes es-
critórios de advogados juntaram-se
ao negócio e criaram-se novas rotas
de promoção na China, junto de agên-
cias públicas, que localmente cap-
tam investidores para este negócio.
A autorização de residência foi
inclusive agarrada por consultoras
de investimento imobiliário, que
passaram a promover a aquisição
de imóveis para investimento. Ou
seja, em muitos casos, a aquisição
envolve várias fracções, destina-
das a arrendamento, com apenas
uma, ou mesmo nenhuma, desti-
nada a residência do comprador.
Apesar de os vistos gold serem con-
siderados um “balão de oxigénio” pa-
ra o mercado de compra e venda de
imóveis, há vários anos mergulhado
numa forte crise, a proliferação dos
intermediários e a cobrança de ele-
vadas comissões, muitas vezes em
duplicado, ou seja, na China e em
Portugal, têm sido referenciadas nos
meios imobiliários, mas até agora
sem provas concretas.
Para além das avultadas comissões
cobradas, e de alguns relatos de ne-
gócios de venda de “gato por lebre”
(venda de um imóvel muito acima
do seu valor de mercado), têm ain-
da surgido algumas dúvidas sobre
o efectivo controlo da origem do di-
nheiro que entra no país.
Críticas da oposiçãoOs pedidos de investigação mais
apertada à concessão dos vistos ga-
nharam agora outra relevância. O
PCP e Bloco de Esquerda querem
mesmo ouvir Paulo Portas, com
“urgência”, no Parlamento. PCP e
o BE consideram que o ARI trouxe
poucos benefícios para a economia
e que se traduziu numa “via verde
para a corrupção”.
Para o PS, o caso da investigação
sobre o ARI “fere” o Estado português
e coloca em causa a imagem externa
do país. Interrogado se Paulo Portas
deve ser chamado ao Parlamento, o
vice-presidente da bancada do PS,
Vieira da Silva, alegou que é preciso
“dar tempo aos instrumentos de fun-
cionamento do Estado de direito”.
“Aparentemente, esses instrumen-
tos estão a funcionar”, acrescentou.
Já o candidato socialista a primei-
ro-ministro, António Costa, disse que
o caso “surpreende e preocupa” e “é
importante que se esclareça tudo”.
E aproveitou o caso para defender
uma das propostas que acabam de
apresentar ao partido e ao país: “Es-
tá na altura de mudar a prioridade
da atracção de investimento para o
imobiliário para a atracção do inves-
timento para a actividade produtiva,
designadamente com a captação de
capital para um fundo que ajude a
fi nanciar investimentos empresa-
riais e a capitalizar as empresas.”
com S.R e M.L.
OPERAÇÃO LABIRINTO
Um banco sempre consigo.
Encontre no BiG uma equipa experiente
e altamente qualificada para o
acompanhar no processo de escolha e
selecção das soluções de investimento
mais adequadas ao seu perfil.
Abra uma conta sem quaisquer custos de
manutenção e comece logo a ganhar com
o Super Depósito de boas vindas.
Porque a melhor forma de proteger o futuro é pensar o presente.
Todos os dias, sempredo seu lado.
8 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Todos os casos de Legionella vão parar a um 7.º andar da D. Afonso Henriques
No número 45 da Alameda D. Afonso
Henriques, em Lisboa, o exíguo eleva-
dor transporta-nos aos solavancos até
ao sétimo andar da Direcção-Geral da
Saúde. À direita, uma sala com mesas
e cadeiras à espera de reuniões disfar-
ça e retira as atenções de uma porta
mais ao fundo. É ela que dá acesso ao
pequeno gabinete que, nos últimos
dias, tem procurado dar resposta a
uma pergunta feita tanto pelos cida-
dãos como pelas autoridades de saú-
de e ambiente. Afi nal onde começou
o surto de Legionella do concelho de
Vila Franca de Xira? Os dados do pro-
grama de georreferenciação à vista
num monitor comandado por Luís
Serra parecem não deixar dúvidas.
Há uma mancha laranja sobre as fre-
guesias de Vialonga, Forte da Casa e
Póvoa de Santa Iria.
O último balanço da Direcção-Ge-
ral da Saúde, feito ontem, aponta pa-
ra que já existam 311 casos na região
de Lisboa e Vale do Tejo, dos quais
48 estão internados em unidades de
Cuidados Intensivos. Há ainda sete
mortos confi rmados.
Luís Serra, da Divisão de Estatís-
ticas da Saúde e Monitorização, é
um dos técnicos da Direcção-Geral
da Saúde que desde sexta-feira não
têm parado de introduzir os dados
reportados pelos hospitais e pelas
autoridades de saúde nos computa-
dores onde corre o programa de ge-
orreferenciação. Foram estes instru-
mentos e equipas da Direcção-Geral
da Saúde que fi zeram soar na passa-
da sexta-feira a campainha de alerta
para o anormal número de casos de
Legionella reportados e começar a
actuar. Quase sempre noite fora.
“A minha colega da área procurou-
me pela hora de almoço de sexta-feira
e disse-me que tínhamos um proble-
ma desta natureza. Imediatamente,
pelas 15h de sexta-feira, foi formada
uma task-force, foram naturalmente
tomadas as medidas que seriam ne-
cessárias e nessa noite começaram os
trabalhos presididos pelo dr. Paulo
Macedo”, contou o director-geral da
Saúde. Francisco George já garantiu
que o país tem especialistas e recur-
sos sufi cientes para resolver a situa-
ção, tendo inclusivamente recusado,
por duas vezes, a ajuda oferecida pe-
lo Centro Europeu de Prevenção e
O Hospital de Vila Franca de Xira acolheu a maior parte dos casos
PEDRO NUNES/AFP
Divisão de Estatísticas da Saúde e Monitorização da Direcção-Geral da Saúde acompanha o surto desde sexta-feira passada e insere todos os dados num sistema de georreferenciação. Há 311 casos e sete mortos
SaúdeRomana Borja-Santos
o actual surto, assim como não se
confi rmaram, após contra-análise,
os dois casos inicialmente suspeitos
reportados do estrangeiro”.
Por cada caso confi rmado de do-
ença do legionário, é introduzida no
programa uma referência associada
à morada e que gera um símbolo la-
ranja no mapa, no lugar exacto onde
essa pessoa mora ou trabalha. Tudo é
feito numa sala com duas secretárias
e em que é preciso pedir licença à
mobília para conseguir circular nos
menos de seis metros quadrados.
Na sala de reuniões, que funciona
como uma antecâmara, as cadeiras
não têm chegado nos últimos dias
para os epidemiologistas e outros
especialistas que ajudam a tratar e
a validar a informação que chega à
Direcção-Geral da Saúde.
“Só olhando para as moradas e
para a localização das fábricas, po-
“Só olhando para as moradas dos doentes e para a localização das fábricas, podemos logo suspeitar de três que estão muito próximas”
Controlo de Doenças. No entanto,
deram luz verde aos observadores do
centro com sede em Estocolmo para
acompanhar, no terreno, os procedi-
mentos adoptados por Portugal.
O último comunicado assinado por
George afi rmava que, desde quarta-
feira, foram reportados só nove ca-
sos novos de Legionella, o que de-
monstra o abrandamento do surto,
e “ocorreram, até ao momento, sete
óbitos confi rmadamente por doença
dos legionários, estando actualmen-
te um outro em investigação”. “Em
termos acumulados, verifi caram-se,
até agora, 311 casos, dos quais 303
foram internados na Região de Lis-
boa e Vale do Tejo, três na Região
Norte, quatro na Região Centro, um
na Região do Algarve”, acrescenta a
nota da DGS, que referia ainda que
o caso reportado no Algarve “não
tem ligação epidemiológica com
demos logo suspeitar das três que es-
tão muito próximas. Mas se o vento
estiver de norte, então podemos eli-
minar logo a Solvay”, exemplifi ca ao
PÚBLICO Luís Serra, em referência
às torres de arrefecimento para as
quais as conclusões preliminares so-
bre o foco de bactérias apontaram. O
responsável mostra que o mapa des-
taca as três empresas daquela zona
fabril de Vila Franca de Xira e que
fi cam mais próximas das freguesias
afectadas pelo surto de Legionella.
Aliás, foi precisamente na Solvay,
na Central de Cervejas e na Adubos
de Portugal (ADP Fertilizantes) que
as autoridades recolheram as amos-
tras que ainda estão em análise. O
Instituto Português do Mar e da At-
mosfera preparou um estudo sobre
os ventos de Outubro e Novembro
naquela zona e que poderá ajudar a
contar a história de um dos três maio-
res surtos mundiais da doença.
O contributo do climaSegundo o director-geral da Saúde,
o clima terá tido um contributo re-
levante. “Todos se lembram de dias
de calor em Outubro com humidade,
de tipo tropical. São condições ideais
para favorecer a multiplicação [da
Legionella] onde ela existe, na água”,
salientou George. O último balanço
da Direcção-Geral da Saúde, feito na
quarta-feira, aponta para que já exis-
tam 302 casos e cinco mortes com
relação com o surto de Vila Franca
de Xira, existindo ainda mais quatro
óbitos em investigação.
Apesar de os casos já terem ultra-
passado as três centenas, o sistema
de georreferenciação, pelas exigên-
cias de várias informações distintas,
ainda só conta com 180 casos, explica
Paulo Nogueira, que está à frente da
Direcção de Serviços de Informação
e Análise, da qual faz parte a Divisão
de Estatísticas da Saúde e Monitori-
zação. Mas integra também os casos
que surgiram antes de 7 de Novem-
bro e que poderão a ajudar a dar um
princípio, um meio e um fi m ao surto.
Segundo o coordenador, aplican-
do-se um modelo aos casos já identifi -
cados, é possível antever que o surto
não deverá chegar às 500 infecções.
Mas Paulo Nogueira ressalva que
qualquer conclusão que ainda surja
das análises e estudos pode alterar o
curso dos acontecimentos. “Se hoje
aparecesse um caso que contrariasse
a informação científi ca que temos,
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 9
O Sindicato dos Enfermeiros Portu-
gueses (SEP) anunciou ontem que
vai manter a greve nacional marca-
da para hoje e dia 21, respondendo
negativamente ao apelo do Governo
para reconsiderar as datas do protes-
to, tendo em conta o “cenário extra-
ordinário” do surto de Legionella.
A decisão foi anunciada em confe-
rência de imprensa, no fi nal de uma
reunião dos dirigentes do SEP, que
se realizou para avaliar o apelo do
Ministério da Saúde (MS).
A tutela pediu ao SEP para recon-
siderar as datas da greve nacional,
tendo em conta o “cenário extraor-
dinário” do surto de Legionella.
O director-geral da Saúde defen-
deu que a greve nacional de enfer-
meiros marcada para hoje não surge
num momento “oportuno” perante
o surto de Legionella no concelho de
Vila Franca de Xira e que conta já
com 302 casos identifi cados. Fran-
cisco George telefonou a Guadalupe
Simões, da direcção do SEP, para lhe
transmitir as suas preocupações. “De
manhã cedo, falei pessoalmente pelo
telefone e expliquei à senhora enfer-
meira Guadalupe Simões que não era
oportuno [fazer greve], em termos
dos riscos que isso representa para
os doentes”, disse.
Apesar do apelo do Governo, a
greve não foi desmarcada nem che-
gou a realizar-se uma reunião com o
ministério, como foi noticiado. Após
o anúncio da decisão do SEP, o MS
adiantou que vai avaliar os serviços
mínimos exigíveis nos hospitais on-
de estão a ser tratados os infectados
com Legionella. “Hoje [ontem], o mi-
nistério tinha aceitado de imediato
uma proposta de reunião, solicitada
pelo SEP com carácter emergente,
no pressuposto de que seriam ana-
lisadas as alternativas à greve e esta-
belecido calendário negocial futuro”,
lê-se no comunicado. A desmarcação
da reunião é justifi cada pelo “contex-
to de incompreensão do SEP face à si-
tuação de difi culdades a que as insti-
tuições de saúde têm dado excelente
resposta, que se traduz numa recusa
de desconvocar esta greve”.
Enfermeiros mantêm greve nacional
Romana Borja-Santos
Fonte: Direcção-Geral da Saúde/Imagem Google Earth PÚBLICO
O surto de Legionella em Vila Franca de Xira
Central de Cervejas
Solvay
ADP Fertilizantes
Localização de cerca de 180 casosde legionella e das três indústriasinvestigadas como fonte da poluição.A suspeita maior recai sobre a ADPFertilizantes.
Localização de cerca de 180 casosde legionella e das três indústriasinvestigadas como fonte da poluição.A suspeita maior recai sobre a ADPFertilizantes.
Novos casos
Geografia do surto
3357
90
50 4524
9Quintadia 13
QuartaTerçaSegundaDomingoSábadoSextadia 7
“Todos se lembram de dias de calor em Outubro, com humidade. São condições ideais para a bactéria”
então teríamos de repensar toda a
história. Mas neste momento tudo se
encaminha para termos uma história
plausível que encaixa a informação.
Temos várias peças que se conjugam
e uma história que começa a fazer
bastante sentido”.
O director-geral da Saúde adian-
tou ontem que os novos casos de
doença do legionário relacionados
com o surto identifi cado a 7 de No-
vembro no concelho de Vila Franca
de Xira devem deixar de aparecer
daqui a uma semana, no dia 20 de
Novembro. Francisco George expli-
cou que a Legionella tem um tempo
de incubação até dez dias e que na
segunda-feira de manhã fecharam
as últimas torres de arrefecimento
do complexo fabril da zona onde se
pensa estar o foco da epidemia. Em
relação a conclusões fi nais sobre a
colónia de bactérias que originou o
surto, disse que os resultados podem
surgir até à meia-noite.
E quando não há Legionella, o que
faz Luís Serra, a restante equipa e
o programa de georreferenciação?
“Os diferentes tipos de doenças têm
diferentes distribuições geográfi cas,
pelo que é importante estudarmos
essas localizações para podermos
dizer que aqui há uma determina-
da doença e que as pessoas devem,
por exemplo, consumir menos sal”,
simplifi ca o especialista. Na prática,
é com ajuda destes programas que se
identifi cam tendências em termos de
doenças e de assimetrias geográfi cas
que permitem “fazer campanhas de
sensibilização e traçar medidas” que
vão ao encontro dos programas prio-
ritários que a Direcção-Geral da Saú-
de defi niu e que vão de áreas como a
diabetes às doenças cerebrovascula-
res ou mesmo à saúde mental.
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Ministério Público investiga possível crime no surto de Legionella
O Ministério Público já tem em mar-
cha um inquérito ao surto de Legio-
nella em Vila Franca de Xira, que
hospitalizou 311 pessoas e matou
pelo menos sete. Em causa poderá
estar a possível prática de um cri-
me ambiental, que poderá resultar
numa pena máxima de 11 anos de
prisão.
A Procuradoria-Geral da Repúbli-
ca confi rmou ontem que foi aberto
um inquérito no Departamento de
Investigação e Acção Penal da Co-
marca de Vila Franca de Xira. Era
uma iniciativa já esperada, dado
que a origem do surto estará re-
lacionada com aerossóis lançados
por uma ou mais unidades indus-
triais da zona.
O actual surto de Legionella — um
dos maiores do mundo — pode-se
tornar num caso emblemático para
o direito ambiental em Portugal. De
acordo com a advogada Joana Aroso,
da sociedade JPAB e Associados, o
processo legal pode seguir por três
vias, sendo uma delas a criminal.
“Podemos estar perante um crime
de poluição com perigo comum”,
afi rma. Este tipo de crime está pre-
visto no artigo 280.º do Código Penal
e refere-se a quem, através da polui-
ção, “criar perigo para a vida ou para
a integridade física de outrem, para
bens patrimoniais alheios de valor
elevado ou para monumentos cultu-
rais ou históricos”. As penas, aí, vão
de um a oito anos de prisão.
Mas como houve pessoas que per-
deram a vida, aplica-se o artigo 285.º
do Código Penal, que agrava em um
terço as penas sempre que de um
crime de poluição “resultar morte
ou ofensa à integridade física grave
de outra pessoa”. Na prática, a pena
máxima sobe para 11 anos.
Até agora, a hipótese mais pro-
vável para a origem do surto são as
torres de refrigeração da fábrica de
Ricardo Garcia
PATRÍCIA DE MELO MOREIRA/AFP
A ADP Fertilizantes tem vindo a ser apontada como o provável foco do surto
Penas por crimes de poluição que envolvam mortes podem ir até onze anos de prisão. Pode haver também multas milionárias
nal, por norma, se aplique apenas
a pessoas, há algumas excepções,
incluindo a de crimes de poluição
com perigo comum que resulte em
mortes. Por isso, a própria empresa
— se for de facto responsabilizada e
acusada — pode vir a sentar-se no
banco dos réus. Neste caso, a pena
de prisão seria transformada em
multa.
Os responsáveis pelo surto tam-
bém poderão ter de responder a
outras instâncias administrativas
ou judiciais: um processo de contra-
ordenação e outro envolvendo in-
demnizações às vítimas, que podem
correr em paralelo com o processo
penal. “Estas três vias podem coe-
xistir”, afi rma Joana Aroso.
Multas de cinco milhõesUm processo de contra-ordenação
cabe à IGAMAOT, com base nas ins-
pecções e análises realizadas. Por
esta via, a IGAMAOT poderá vir a
aplicar uma coima de até cinco mi-
lhões de euros a quem for declarado
responsável pela poluição. No caso
da inspecção à ADP Fertilizantes, o
que está em causa é um eventual
incumprimento da legislação sobre
o regime de emissões industriais,
possivelmente pela não-adopção
das melhores técnicas disponíveis
para os sistemas industriais de ar-
refecimento.
As indemnizações são um capítu-
lo à parte. Se houver um processo
criminal, correrão por esta via. O
próprio Ministério Público tem de
informar os lesados de que têm di-
reito a pedir indemnizações. A advo-
gada Joana Aroso afi rma que, nestes
casos, os pedidos de indemnização
benefi ciam da própria investigação
realizada no processo-crime. “Eu
aconselharia os lesados a estarem
atentos e a colaborarem com as in-
vestigações”, sugere.
Mas se o processo for arquivado
ou se não houver acusação ao fi nal
de oito meses, os lesados podem
avançar com um pedido de indem-
nização num processo civil.
Joana Aroso chama a atenção
ainda para uma legislação de 2008,
sobre a responsabilidade por danos
ambientais, onde este caso pode
também ser enquadrado.
311Até às 17h de ontem, estavam reportados 311 casos de Legionella, com sete mortes e um óbito ainda em investigação
adubos ADP Fertilizantes, no Forte
da Casa. Outras hipóteses ainda es-
tão em estudo, mas a ADP foi alvo de
uma acção inspectiva extraordinária
na segunda-feira e a Inspecção-Geral
da Agricultura, Mar, Ambiente e Or-
denamento do Território (IGAMAOT)
vai enviar os resultados ao Ministério
Público.
Num comunicado, a ADP afi rma
ter cumprido “todas as obrigações
impostas pela lei quanto à análise e
tratamento de águas” nas suas tor-
res de refrigeração e diz que “aguar-
da que a causa da contaminação
seja descoberta com a celeridade
possível”.
Embora a responsabilidade pe-
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Metade dos doentes com AVC ainda vai para o hospital sem chamar o INEM
ENRIC VIVES-RUBIO
As doenças do aparelho circulatório mantêm-se como a principal causa de morte da população portuguesa
Perante sintomas como falta de força
num braço, boca ao lado ou difi cul-
dade em falar — os mais comuns nos
acidentes vasculares cerebrais (AVC)
—, mais de metade dos doentes ainda
arriscam e dirigem-se às urgências
dos hospitais sem chamar o Institu-
to Nacional de Emergência Médica
(INEM). O número é mais baixo no
caso do enfarte agudo do miocárdio,
em que 30% das pessoas não accio-
nam os meios de socorro perante
sinais de alerta como dor ou peso
no peito, suores frios e náuseas ou
vómitos e seguem para os hospitais
por meios próprios, o que pode com-
prometer o tratamento.
“As pessoas podem estar a pôr
em causa aquilo que são as janelas
terapêuticas, porque o encaminha-
mento faz-se para as áreas de resi-
dência, que nem sempre são as mais
adequadas”, alertou ontem o direc-
tor do Programa Nacional para as
Doenças Cérebro-Cardiovasculares,
durante a apresentação do relatório
Doenças Cérebro-Cardiovasculares em
números — 2014, da Direcção-Geral da
Saúde. Rui Cruz Ferreira lembra que
estas doenças têm uma “via verde”
nas unidades sempre que o doente
seja transportado pelo INEM.
A “janela” que o cardiologista re-
fere diz respeito a dois tratamentos
com nomes complicados mas funda-
mentais para reduzir a mortalidade:
a chamada angioplastia primária, no
caso do enfarte, e a fi brinólise, no
AVC. O problema é que os tratamen-
tos, pela capacidade e conhecimen-
to técnico que requerem, não estão
disponíveis em todos os hospitais. O
doente, ao ir para um hospital sem
o apoio do INEM, corre o risco de
dirigir-se para uma unidade que não
faça a angioplastia ou a fi brinólise.
Além disso, mesmo que os trata-
mentos estejam disponíveis, há re-
gras muito claras para poderem ser
aplicados. “No caso da fi brinólise, os
doentes têm uma janela terapêutica
de três horas desde o início da sinto-
matologia. Se um doente espera duas
horas em casa e não acorre de forma
imediata a uma urgência, está a per-
der grande parte da janela”, alerta o
médico. No caso nos enfartes, a jane-
la é de 12 horas (chegando às 24 horas
em alguns casos) e mais de 90% das
Em geral, a mortalidade prematura
(pessoas com menos de 70 anos) em
Portugal por doenças do aparelho
circulatório desceu 18% entre 2008 e
2012. No mesmo período, reduziu-se
em 15% a mortalidade prematura por
doenças cerebrovasculares. Quanto a
taxas de mortalidade, em 2013 mor-
reram 4348 pessoas com enfartes
(contra 4858 em 2008) e 13.020 por
doenças cerebrovasculares (em 2008
foram 13.994). No caso da doença is-
quémica, Portugal tem dos melhores
resultados da União Europeia a 27,
sendo depois de França o país com
uma taxa de mortalidade mais baixa.
No AVC, o cenário é o inverso, surgin-
do o país como o oitavo com piores
resultados, depois de Bulgária, Ro-
ménia, Letónia, Lituânia, Hungria,
Eslováquia e Estónia.
No caso das mortes nos hospitais
por enfarte agudo do miocárdio, em
2013 foram registadas 1028, quando
no ano anterior tinham morrido 1129
pessoas. Quanto aos AVC isquémi-
cos (os mais comuns e causados por
“entupimentos”), no ano passado
registaram-se 2317 mortes, quando,
em 2009, eram 2508.
Em relação ao consumo de medi-
camentos, o relatório destaca o cres-
cimento do número de embalagens
de fármacos destinados à hiperten-
são, ao colesterol e dos anticoagu-
lantes. A subida, como constatou Rui
Cruz Ferreira, foi conseguida ao mes-
mo tempo que o Serviço Nacional de
Saúde gastou menos dinheiro. Em
2008, por exemplo, foram consumi-
das 20,5 milhões de embalagens de
medicamentos para a tensão arterial
e em 2012 esse número subiu para
25,1 milhões. Já a despesa do Estado
caiu neste mesmo grupo de 304,9
milhões para 237,8 e o preço de ven-
da ao público foi reduzido de um to-
tal de 419,1 para 353,9 milhões.
Dados do programa nacional mostram que em 2012 morreram menos 900 pessoas por doenças cerebrovasculares do que em 2008. Enfartes também tiveram valores mais baixos dos últimos cinco anos
SaúdeRomana Borja-Santos
pessoas já têm acesso às angioplas-
tias primárias, que permitem que o
doente recupere em três dias e que
regresse ao trabalho. Já a fi brinólise
exige a realização de uma TAC e não
é indicada para todos os casos. Neste
momento, chega a 10% das pessoas,
mas Rui Cruz Ferreira acredita que
poderia alcançar os 20%.
Os resultados globais do relatório
indicam que “as doenças do apare-
lho circulatório mantêm-se como
principal causa de morte da popu-
lação portuguesa”, ainda que tenha
havido uma redução tanto em nú-
mero de óbitos como de sequelas,
com os valores mais baixos dos últi-
mos cinco anos. Melhorias que Rui
Cruz Ferreira atribui à combinação
de medidas de prevenção, como as
legislações sobre o tabaco e o sal, e o
alargamento do uso de medicamen-
tos que ajudam a controlar a hiper-
tensão ou o colesterol elevado.
18%A mortalidade prematura, ou seja, em pessoas com menos de 70 anos, caiu 18% entre 2008 e 2012 nas doenças do aparelho circulatório e 15% nas doenças cerebrovasculares
8Portugal é o oitavo país entre os 27 Estados-membros da União Europeia com uma taxa de mortalidade mais elevada nos acidentes vasculares cerebrais
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | PORTUGAL | 13
A presidente da Associação Demo-
crática de Defesa dos Interesses e
da Igualdade das Mulheres (ADDIM)
disse ontem que, das 27.318 queixas
de violência doméstica apresenta-
das em 2013, 10% foram participa-
das por menores de 16 anos. Carla
Mansilha Branco defendeu “a neces-
sidade de começar este trabalho de
sensibilização contra a violência do-
méstica na adolescência”, estando
a associação a desenvolver desde
Outubro o projecto Educação+, que
envolve 1100 alunos de escolas na
zona do Porto.
Segundo a presidente da ADDIM,
“a violência nas relações de namoro
assume entre os jovens valores in-
quietantes de vitimização e de per-
petração”. “No namoro há muita
violência e os agressores são os rapa-
zes, mas também as raparigas”, dis-
se. A responsável acrescentou que
neste caso “a violência é bi-unívoca,
difere do contexto de violência con-
jugal onde as vítimas são esmaga-
doramente mulheres”. O projecto
Educação+, que está a decorrer nas
escolas Alexandre Herculano e Cer-
co, Porto, e de Valadares, Vila Nova
de Gaia, termina no fi m deste ano
lectivo e consta de 13 sessões de es-
clarecimento com especialistas, divi-
didas pelos três períodos escolares.
A dirigente da ADDIM espera “que
no fi nal os jovens sejam capazes de
perceber os sinais de alerta de uma
situação de violência no namoro ou
de bullying, e que eliminem compor-
tamentos assentes em crenças, tais
como ‘ciúmes é prova de amor’, ou
que se deve responder à violência
com violência”.
E para que sejam capazes de rea-
gir perante estes sinais, pretende-se
que os jovens em idade escolar con-
sigam “desenvolver competências
comunicacionais que lhes permitam
resolver os confl itos tendo por base
o diálogo e a assertividade”. A pre-
sidente da instituição de solidarie-
dade social referiu que nos últimos
anos o combate à violência domésti-
ca tem sido feito com estratégias de
intervenção secundárias e terciárias,
isto é, atacando o problema quando
ele já está instalado. O trabalho que
está a ser levado a cabo pela ADDIM
“privilegia a detecção precoce de
sinais de violência e a intervenção
imediata”. Carla Mansilha Branco
lembrou ainda que, “neste momen-
to, 32 mulheres foram assassinadas
em Portugal por homens com quem
partilhavam a vida”.
Adolescentes queixam-se de violência no namoro
Crime
Os alunos do 3.º ano vão ter mais
duas horas no currículo obrigatório
e alguns professores poderão já este
ano receber formação para ensinar
Inglês a estas crianças. Não havia dis-
curso, nos últimos tempos, em que
o ministro da Educação e Ciência,
Nuno Crato, não sublinhasse que iria
Conselho de Ministros já aprovou sete anos obrigatórios de Inglês
avançar com sete anos consecutivos
e obrigatórios de Inglês, a partir do
3.º ano e em 2015. A medida foi apro-
vada ontem em Conselho de Minis-
tros e o governante voltou a afi rmar
que, para garantir o recrutamento de
docentes, será aberto um concurso
extraordinário e, para assegurar a
formação, entre outras propostas,
será criado um mestrado.
Os alunos que entrem no 3.º ano
em 2015/2016 terão pelo menos du-
as horas semanais de Inglês. Mas as
escolas que o conseguirem, poderão,
“de acordo com os recursos disponí-
veis e no âmbito da sua autonomia,
proporcionar o complemento ou a
iniciação anterior do estudo desta
ou de outras línguas estrangeiras”,
lê-se num comunicado divulgado. E,
“para harmonizar e tornar coerente
todo o ensino da língua inglesa, se-
rão estabelecidas metas curriculares
sequenciais a partir do 3.º ano de es-
colaridade, ajustando-se as metas”
para os 2.º e 3. ciclos.
Crato garantiu que não será reti-
rado tempo a disciplinas nucleares:
“São acrescentadas duas horas ao
tempo curricular e serão reduzidas
duas horas ao tempo das Actividades
de Enriquecimento Curricular (AEC).
O tempo total na escola para aque-
les alunos que adoptam as AEC, que
são a maioria neste momento, man-
tém-se.” A docência da disciplina
Educação Maria João Lopes
As duas horas obrigatórias serão retiradas às Actividades de Enriquecimento Curricular
será feita em regime de coadjuvação.
Será criado um grupo de recruta-
mento e haverá um primeiro con-
curso extraordinário em 2015. Está
prevista a possibilidade de vários
professores, consoante a habilitação,
poderem obter qualifi cação para este
novo grupo. Para tal, serão “instituí-
dos processos de formação comple-
mentar” que vão começar já este ano
lectivo. Vão ser instituições do ensino
superior, complementadas por enti-
dades formadoras acreditadas, a dar
esta formação, em moldes ainda a
defi nir em portaria. E será ainda cria-
do um mestrado que funcionará “em
complemento” com os já existentes
para o ensino da disciplina.
PUBLICIDADE
PVP para Civic 5Portas 1.6 i-DTEC Comfort. Não inclui valor da pintura metalizada, despesas de logística, transporte e SGPU. Inclui incentivo Honda e Concessionário; e Apoio à retoma. 5 Anos de garantia (3 anos de fábrica + 2 anos de garantia suplementar) sem limite de km, segundo condições contratuais. Consumo combinado (l/100 km): Civic 5P: 3,6; Civic Tourer: 3,8. Emissxões CO2 (g/km): Civic 5P: 94; Civic Tourer: 99. Imagem não contratual. Campanha válida até 31 de Dezembro de 2014, válida nos concessionários aderentes e para o stock existente. *Apenas na Civic Tourer.
MÁXIMO DESEMPENHO. MÍNIMO CONSUMO.
CIVIC21.600 €
14 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Afi nal Passos só entreabriu portas no Centro Português para a Cooperação
No início de 1998, pouco mais de um
ano após ter sido criado pela Tecno-
forma e por Passos Coelho, o Centro
Português para a Cooperação (CPPC)
tinha em carteira cinco projectos
com um valor superior a 12 milhões
de euros. Todos eles aguardavam fi -
nanciamentos públicos.
Passados dois anos, em Fevereiro
de 2000, o seu terceiro e último ba-
lanço de actividades já se apresenta-
va como uma confi ssão de fracasso. O
destino da organização era aí remeti-
do apenas para o futuro da estratégia
de cooperação do Estado português
com os PALOP (Países Africanos de
Língua Ofi cial Portuguesa).
E a cessação da sua actividade,
nesse mesmo ano, parece ter uma só
explicação: a Tecnoforma angariou
quase três vezes mais fundos públi-
cos nos três anos anteriores à criação
do CPPC do que este veio a conseguir
nos seus três anos de actividade.
Afi nal, o homem que “abria to-
das as portas”, como o fundador da
Tecnoforma defi niu Passos Coelho,
revelou-se uma aposta sem qualquer
valor para a empresa. Pelo menos até
ao fecho do CPPC.
O mesmo não se pode dizer do seu
papel entre 2001 e 2004, quando a
fi rma já mudara de mãos, passando
a ter entre os seus accionistas o se-
cretário-geral da JSD João Luís Gon-
çalves. Como o PÚBLICO revelou em
2012, Passos Coelho passou a traba-
lhar directamente para a empresa e
esta registou um súbito crescimento
com o negócio da formação profi ssio-
nal nas autarquias portuguesas.
Projectos fi caram no papelA fundação do CPPC, no fi nal de
1996, visava dar continuidade às
cinco acções desenvolvidas directa-
mente pela Tecnoforma em Angola e
Moçambique entre 1993 e 1996. Para
esses projectos, a empresa obteve
subsídios da ordem dos 315 mil eu-
ros junto do Fundo para a Coopera-
ção Económica (FCE) — gerido pelos
ministérios portugueses das Finan-
ças e dos Negócios Estrangeiros —,
para além dos apoios que também
recebeu de organizações interna-
cionais.
Contrariamente ao que sucedeu
com estas iniciativas empresariais,
que foram executadas e fi nanciadas
naquele período, as acções progra-
madas pelo CPPC saldaram-se por
quase nada. Das cinco para as quais
procurava fi nanciamento no início
de 1998, apenas uma, para formar
costureiras no antigo bairro degra-
dado da Pedreira dos Húngaros, em
Oeiras, foi por diante.
Mas mesmo nesse caso as coisas
correram mal: em vez dos 95 mil
contos (475 mil euros) que estavam
no orçamento elaborado pela orga-
nização a cujo conselho de funda-
dores presidia Passo Coelho, o Fun-
do Social Europeu (FSE) e o Estado
português apenas aceitaram pagar
137.500 euros — de acordo com os
dados ofi ciais do Instituto de Gestão
do FSE.
O primeiro dos três balanços assi-
nados pela direcção do CPPC — for-
mada pelos então donos da Tecnofor-
ma (Fernando Madeira, o fundador
da empresa, e Manuel Castro) e pelo
braço direito de Passos Coelho na JSD
( João Luís Gonçalves) — tem data de
Março de 1998 e refere-se ao ano de
1997. É o mais extenso de todos, com
oito páginas, e ainda traduz algum
optimismo, embora dê conta de que
ção Profi ssional de Angola com vista
à sua concretização.
Em Angola, onde a Tecnoforma
trabalhava há mais de uma década
e tinha óptimas relações com o Go-
verno e com os militares, tudo se pas-
sava como previsto. O Ministério da
Administração Pública e Segurança
Social aprovara o projecto, referindo-
se mesmo a ele como “o programa
de suporte do Programa Nacional de
Luta contra o Desemprego”, então
em elaboração.
Em Lisboa, porém, o ICP tinha-se
limitado a remeter o dossier para o
Ministério do Emprego e da Solida-
riedade Social. “Estão a ser desenvol-
vidos também esforços não ofi ciais
no sentido de tornar este processo
mais rápido”, diz o CPPC no seu ba-
lanço de 1997.
Quanto aos outros projectos, o
documento faz referência ao da Pe-
dreira dos Húngaros, dizendo que
está orçamentado em 95 mil contos
e que já fora “homologado por Bru-
xelas”, mas sem indicar o montante
aprovado.
Difi culdades em AngolaUma outra iniciativa, relacionada
com o “apoio à integração social de
militares defi cientes” em Angola, co-
meçava, no entanto, a esbarrar com
difi culdades. Apesar disso ainda ha-
via esperanças. “A semana passada
um general das Forças Armadas an-
golanas procurou-nos para ofi cial-
mente nos solicitar uma proposta”,
explica o CPPC, sem quantifi car o
montante previsto para essa inter-
venção.
Quantifi cado estava o investimento
destinado à criação, em Cabo Verde,
do Instituto Superior de Formação
em Gestão e Administração Públi-
ca dos PALOP (ISPALOP). A estima-
tiva feita apontava para 1.340.000
contos (6,7 milhões de euros) em
quatro anos — o documento indica
“1.340.000 PTES”, mas a referência
a escudos só pode ser um lapso, dada
a natureza do projecto. A ideia até
tinha sido objecto de um encontro
em Bruxelas entre Passos Coelho,
Fernando Madeira e João de Deus
Pinheiro, então comissário euro-
peu. Segundo este terá informado,
o plano “poderia vir a ter um bom
acolhimento” da União Europeia.
No caso de Moçambique estava
em preparação um “projecto para
o desenvolvimento comunitário de
A Tecnoforma sozinha angariou quase três vezes mais fundos públicos antes de criar o CPPC do que esta organização não governamental conseguiu obter até fechar as portas, no ano 2000
Caso Tecnoforma José António Cerejo
ENRIC VIVES-RUBIO
A passagem de Passos Coelho e outros notáveis pelo CPPC não serviu de grande coisa à Tecnoforma
a obtenção de apoios para algumas
das suas iniciativas está a deparar-se
com difi culdades.
O mais ambicioso de todos os pro-
jectos que então estava a tentar fazer
aprovar pelo Governo português, en-
tão liderado por António Guterres,
era o chamado Programa de Reabi-
litação e Promoção Activa do Empre-
go para o Desenvolvimento, a levar a
cabo em Angola. As verbas previstas
para a sua realização ascendiam a 6,3
milhões de dólares (perto de 5 mi-
lhões de euros ao câmbio actual).
“Foi recolhida uma sensibilidade
positiva de Bruxelas relativamente à
fi nalidade e metodologia do projec-
to”, lê-se no balanço das actividades
daquele ano, arquivado no Instituto
Camões e até agora desconhecido, tal
como o de 1999. “O valor que Bruxe-
las possa vir a desbloquear será tanto
maior quanto o interesse que Portu-
gal manifeste”, acrescenta o texto.
Nessa altura, o CPPC já tinha en-
tregue o projecto no Instituto para
a Cooperação Portuguesa (ICP), de-
pendente do Ministério dos Negócios
Estrangeiros, e já tinha celebrado um
protocolo com a própria Tecnoforma
e com o Instituto Nacional de Forma-
As acções programadas pelo CPPC saldaram-se por quase nada. Das cinco para as quais procurava fi nanciamento no início de 1998, apenas uma, para formar costureiras em Oeiras, foi por diante
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | PORTUGAL | 15
PUBLICIDADE
Inhambane”, no valor de cerca de
505 mil euros. O assunto chegara a
ser discutido com o ICP, mas não ti-
nha tido qualquer desenvolvimento.
Um ano depois, o balanço de ac-
tividades do CPPC relativo a 1998
(que foi conhecido no início do mês
passado) mostra que o projecto da
Pedreira dos Húngaros é o único que
está a sair do papel. Relativamente
ao projecto de promoção do empre-
go em Angola já se considera pouco
provável que o ICP “se digne apoiar
a materialização do mesmo” — até
porque ele se tornou “inviável por
falta de segurança no terreno”.
Quanto ao ISPALOP, nota-se que o
Governo de Cabo Verde acabou por
não lhe conceder um “apoio formal”,
salientando-se que ainda vai ser pro-
curado “apoio da Cooperação portu-
guesa”. Aos projectos dos militares
defi cientes de Angola e do desenvol-
vimento comunitário de Inhambane
já não é feita qualquer alusão.
Por fi m, em Fevereiro de 2000, o
balanço de 1999 assume claramen-
te o falhanço. “Dos projectos que a
nós mesmos estabelecemos como
exequíveis, apenas a intervenção no
Bairro da Pedreira dos Húngaros se
concretizou. Todos os outros, tan-
to em Angola como em Cabo Verde,
não se vieram a concretizar e, dada
a evolução política que entretanto se
verifi cou nestes países, duvidamos
que os mesmos venham a ser con-
cretizáveis.”
Nos arquivos do Instituto Camões
não existe mais nenhum balanço de
actividades do CPPC, cuja remessa
anual para o ICP era obrigatória, de-
preendendo-se que o mesmo deixou
de funcionar ainda em 2000.
A credibilidade das contasPara além da vasta documentação
sobre o projecto de promoção do
emprego em Angola ali existente, um
dossier relativo à Tecnoforma, igual-
mente arquivado naquele instituto,
mostra o que até agora também não
se sabia. Isto é: a Tecnoforma obteve
entre 1993 e 1996, antes de criar o
CPPC, subsídios do FCE/ICP no va-
lor total de 62.980 contos (314.900
euros), quase três vezes mais do que
os 137.500 angariados pelo CPPC pa-
ra Oeiras.
Os apoios concedidos pelo Estado
português à empresa destinaram-se
a apoiar dois projectos em Angola
na área da formação profi ssional e
outros dois em Moçambique — um
relacionado com a reintegração de
militares desmobilizados e outro de
formação profi ssional. Um quinto
projecto, que, além dos 4320 contos
(21.600 euros) que recebeu da coo-
peração portuguesa, ainda contou
com 5792 contos (28.960 euros) das
Nações Unidas, teve como objectivo
a promoção do recurso às verbas do
Fundo de Alívio à Pobreza criado pelo
Banco Africano de Desenvolvimento.
Relativamente ao CPPC, o que
também se conclui das demonstra-
ções de resultados dos anos de 1996
a 1999, entregues ao ICP, é que as
suas contas não merecem grande
crédito. Por exemplo: a rubrica de
custos com o pessoal apresenta zero
euros em 1996 e 1997 (que foi o ano
de maior actividade da organização),
enquanto em 1998 e em 1999 regista,
respectivamente, 3216 e 8159 contos
(16.080 e 40.795 euros).
Quanto a Pedro Passos Coelho e
aos montantes que este terá recebi-
do, a título de reembolso de despe-
sas, ou de pagamento de serviços
prestados ao CPPC, os documentos
a que o PÚBLICO teve agora acesso
nada esclarecem. O que eles parecem
demonstrar é que a passagem do ac-
tual primeiro-ministro pelo CPPC,
bem como a dos numerosos notáveis
do PSD e do PS que o acompanharam
nessa experiência, não serviu, nessa
fase, de grande coisa à Tecnoforma.
A Tecnoforma obteve, entre 1993 e 1996, antes de criar o CPPC, subsídios no valor de 62.980 contos (314 mil euros), quase três vezes mais do que os 137.500 angariados pelo CPPC para Oeiras
12O Centro Português para a Cooperação (CPPC) tinha em carteira cinco projectos com um valor superior a 12 milhões de euros
16 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Empresários vêem nos políticos pessoas que “abrem as portas”
João Paulo Batalha, director exe-
cutivo da TIAC — organização que
tornou ontem público o relatório
Lobby a Descoberto, o Mercado de
Infl uências em Portugal —, adverte
logo à partida que “o lobby não é um
acto condenável”. O problema está
no “lobby obscuro”, denunciado no
estudo levado a cabo pela investiga-
dora Susana Coroado.
É por isso que João Paulo Batalha
reconhece que mais importante que
regulamentar a actividade é avançar
com outras medidas que contrariem
“mecanismos poucos transparentes”
que proliferam em Portugal. Um des-
tes é a “pegada legislativa” que “per-
mita o acompanhamento do proces-
so legislativo, bem como as contri-
buições de partes interessadas e
especialistas”. Outro é tornar “públi-
cas as agendas de todos os decisores
públicos e políticos, em especial dos
gabinetes ministeriais e quadros di-
rigentes da administração pública”.
Juntamente com o reforço das
“competências e poderes da Co-
missão Parlamentar de Ética”, es-
sas seriam as armas adequadas para
enfrentar a “cunha” ao “mais alto
nível” que infl uencia a criação das
leis e a fi scalização económica.
Alimentado com entrevistas com
empresários e decisores públicos,
o relatório denuncia a forma como
esses contactos informais ocorrem
Enfrentar o “lobby obscuro” através da “pegada legislativa”
em Portugal. Resulta dos “muitos
contactos com decisores públi-
cos realizados de modo informal
através de contactos pessoais, fre-
quentemente durante almoços de
trabalho”. É esse “lobby informal”
que suscita à TIAC “fortes preo-
cupações, devido à sua frequên-
cia, intensidade e opacidade”.
O estudo identifi ca também quem
são os agentes deste mercado. Entre
estes estão os “deputados lobistas”
que fazem da Assembleia da Repú-
blica “um escritório de representa-
ção de interesses económicos”. E a
quem ninguém impede que, tendo
“interesses em determinado sector,
ocupem lugares nas respectivas co-
missões parlamentares”.
Igualmente infl uente é o papel
dos “escritórios de advogados de
advogados activos na política” que
tanto prestam assessoria ao Gover-
no como assistem um cliente num
processo contra o Estado.
Depois, há os “homens do apa-
relho” dos partidos do arco da go-
vernação que são vistos pelos em-
presários como “centros de redes
de infl uência”. Mesmo quando são
já “políticos na reforma” ou “altos
quadros da administração públi-
ca”, “actuam como mediadores e
gestores de infl uências”. Por isso,
alguns dos empresários entrevista-
dos reconheceram que viam nesses
políticos ou ex-políticos “pessoas
com infl uência” que “abrem todas
as portas”.
Os “clientes destes indivíduos” são
as “médias empresas” que “não têm
acesso aos círculos sociais dos deci-
sores públicos” e os “investidores
estrangeiros”, que têm vantagem
nestes contactos para a defi nição dos
regimes fi scais, “negociados caso a
caso com o Governo”.
ENRIC VIVES-RUBIO
Relatório Nuno Sá Lourenço
Transparência e Integridade — Associação Cívica (TIAC) apresentou estudo sobre o lobby em Portugal
O Parlamento Europeu rejeitou o pe-
dido de levantamento da imunida-
de parlamentar de Ana Gomes, que
havia sido solicitado pelo Ministério
Público no quadro de um processo
por difamação movido pelo ministro
da Defesa, José Pedro Aguiar-Bran-
co, à eurodeputada socialista. A par-
lamentar diz que falhou o objectivo
de “a intimidar e silenciar”.
Numa votação realizada por bra-
ço no ar, a assembleia reunida em
Bruxelas decidiu seguir a recomen-
dação da Comissão Parlamentar de
Assuntos Jurídicos, que defendia a
manutenção da imunidade parla-
mentar da eurodeputada.
Em causa estão declarações pres-
tadas por Ana Gomes, em Novembro
de 2013, à TVI24, nas quais a euro-
deputada do PS criticou o processo
de subconcessão dos ENVC e defen-
deu a necessidade de verifi car even-
tuais “negócios” entre o escritório
de advogados do ministro e o gru-
po Martifer. Aguiar-Branco garantiu
que o seu escritório de advogados
nunca teve negócios com o grupo
Martifer e, em Janeiro, interpôs no
Departamento de Investigação e
Acção Penal um processo contra a
eurodeputada, por considerar que
o seu bom-nome e honorabilidade
foram postos em causa.
Por seu lado, Ana Gomes afi rmou
que o ministro da Defesa falhou no
objectivo de a “intimidar e silen-
ciar”, ao ver o Parlamento Europeu
indeferir o pedido de levantamento
da sua imunidade parlamentar. “Eu
sempre disse que não me deixaria si-
lenciar, e o Parlamento, naturalmen-
te, também entendeu que eu tinha
dito o que disse, e que mantenho,
na minha qualidade de deputada”,
afi rmou ontem Ana Gomes.
Acolhendo sem surpresa a deci-
são do hemiciclo, Ana Gomes con-
siderou que, formalmente, tal nada
muda, pois sempre esteve, e está,
disponível para ajudar a esclarecer,
“quer na praça pública, quer no
Parlamento, quer nos tribunais”, a
questão da subconcessão dos Esta-
leiros Navais de Viana do Castelo.
PÚBLICO/Lusa
Ana Gomes mantém imunidade em Bruxelas
Estaleiros
António Costa estima arrecadar14,2 milhões de euros até 2019
Há quem a critique fortemente, quem
não veja mal nenhum em aplicá-la e
até quem defenda estendê-la a todo
o país. Desde que foi anunciada, na
segunda-feira, pelo presidente da
Câmara de Lisboa, a Taxa Municipal
Turística não reúne consenso políti-
co nem mesmo entre economistas e
advogados. Afi nal, qual é o problema
desta taxa, que já é aplicada em pe-
lo menos 17 países europeus e que
a Câmara da Povoação, nos Açores,
também se prepara para cobrar?
Para Paulo de Moura Marques, es-
pecialista em Direito Público e Turis-
mo, o problema está no nome. “Uma
taxa pressupõe o pagamento a uma
entidade pública que se traduz de
forma imediata e directa num servi-
ço prestado”, afi rma, sublinhando
que não é isso que a Câmara de Lis-
boa propõe.
Quando anunciou que os turistas
passariam a pagar um euro quando
entrassem na cidade por via maríti-
ma ou aérea, a partir de 2015, e ou-
tro euro por cada noite de dormida
nos hotéis da capital a partir de 2016,
o presidente da autarquia, António
Costa, disse que a receita arrecadada
— estimada em 14,2 milhões de euros
até 2019 — serviria para pagar a cria-
ção de um centro de congressos no
Pavilhão Carlos Lopes e outras obras
de requalifi cação urbana. E segundo
a proposta da câmara, esta receita
nem sequer chega para cobrir a des-
pesa municipal com o turismo, calcu-
lada em 20,5 milhões de euros.
“Se o dinheiro fosse aplicado em
serviços de acompanhamento aos
turistas, por exemplo, ou na requa-
lifi cação dos acessos ao aeroporto, já
seria uma taxa”, diz Moura Marques.
Mas assim “não há uma ligação direc-
ta entre o que se pretende cobrar e a
afectação da receita”. O que está em
causa, defende, é a criação de “um
imposto sobre o turismo [que só po-
de ser criado pelo Parlamento], mas
ninguém lhe quer dar esse nome”.
Opinião contrária têm alguns
economistas. Paulo Trigo Pereira,
do Instituto Superior de Economia
e Gestão, entende que “do ponto de
vista económico há uma contrapres-
tação, porque quem vem para Lisboa
Taxa turística ou mais um imposto? Eis a questão para vários milhões de euros
sem ser residente vai benefi ciar de
uma série de coisas que a autarquia
oferece e não paga, ao contrário dos
residentes, que pagam impostos na
autarquia”. Em declarações à Lusa,
Trigo Pereira até defende a criação de
uma taxa turística nacional, a rever-
ter para o Orçamento do Estado.
Com a criação da Taxa Municipal
Turística, António Costa não inven-
tou a roda. Pelo menos 17 países
europeus — como Espanha, Suíça,
Itália ou França — aplicam uma taxa
semelhante, com diversas nuances:
uns cobram a taxa só em alguns mu-
nicípios, outros apenas nos resorts,
outros ainda a nível nacional.
Em Portugal, a taxa já foi aplicada
em Aveiro pelo executivo municipal
(PSD/CDS-PP) em 2012, e em pouco
mais de um ano rendeu apenas qua-
tro mil euros, muito aquém dos 200
mil previstos. Acabou por ser abo-
lida em Abril passado. Nos Açores,
a Câmara da Povoação (PS), na ilha
de São Miguel, aprovou em Outubro
uma taxa idêntica, cujo regulamento
está em consulta pública até 24 de
Novembro. Também ali está insta-
lada a polémica, com a oposição a
manifestar-se contra a medida, em-
bora com menos eco na comunica-
ção social.
Em Lisboa, a alteração ao regula-
mento de taxas só entra em consul-
ta pública na próxima semana. Para
já, no projecto de alteração ainda há
pontas soltas. Uma delas prende-se
com as isenções ao pagamento da ta-
xa de chegada. Na terça-feira, o vice-
presidente da câmara, Fernando Me-
dina, disse que “nas chegadas por via
aérea [a taxa] será limitada aos voos
internacionais”, mas isso não consta
do documento. O PÚBLICO questio-
nou a autarquia, sem sucesso.
LisboaMarisa Soares
Não há consenso sobre a legitimidade da taxa que a câmara da capital quer criar. Nos Açores está a avançar uma taxa idêntica
Ana Gomes continua disponível para ajudar a esclarecer a subconcessão dos ENVC
Nos dias 14 e 15 de Novembro o Ipatimup abre as suas portas à comunidade, permitindo espreitar o dia-a-dia de um instituto científico, assim como o funcionamento dos seus laboratórios de investigação e de diagnóstico. O visitante poderá conhecer a instituição e os seus actores, contactar de perto com os cientistas, e fazer parte do Ipatimup participando em actividades especialmente preparadas para melhor dar a conhecer o trabalho que aqui se produz.No dia 14 teremos sobretudo visitas de alunos do 10º,11º e 12º anos de Escolas Secundárias de vários pontos do País aos laboratórios do Instituto e à exposição interactiva sobre prevenção de cancro.No dia 15 (sábado), mais dedicado à comunidade
em geral, para além das visitas aos laboratórios, apresentaremos vídeos dedicados aos cancros mais comuns e a melhor forma de os prevenir (produzidos pela Unidade de Prevenção do Cancro) e, num ambiente de contacto informal, haverá lugar a uma conversa e discussão em grupo com especialistas nestes tipos de cancro.Teremos também, nos dois dias, actividades para os mais novos, organizadas pela Unidade de Difusão da Ciência – Laboratório Aberto e, numa iniciativa conjunta da Junta de Freguesia de Paranhos e dos investigadores do Ipatimup, faremos uma mostra (com venda) de produtos feitos e confecionados pela comunicade de Paranhos e pelos nossos cientistas.
saiba mais em www.ipatimup.pt/25anos
Venha ver como fazemos ciência!Fale com os nossos cientistas e visite os nossos laboratórios.
14 e 15 Novembro 09:00 – 17:00ENTRADA LIVRE
Ipatimup2�Dias�Abertos
Inserido nas Comemorações dos 25 anos do Ipatimup
18 | LOCAL | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
RUI GAUDÊNCIO
Ex-autarca não acredita que a câmara consiga gerir o metro e a Carris
A Câmara de Lisboa “virou as cos-
tas” aos transportes públicos ao
longo das últimas décadas e o Es-
tado “tem sido um mau gestor” das
empresas desta área. O veredicto é
da ex-presidente da Câmara de Lis-
boa Marina Ferreira que, apesar de
defender que “é preciso encontrar
uma solução alternativa” que dê
resposta às necessidades de mobi-
lidade, não acredita que o municí-
pio tenha capacidade para assumir
a gestão da Carris e do Metropolita-
no de Lisboa.
“A câmara onde eu trabalhei não
tem capacidade para gerir transpor-
tes. A câmara que eu conheci não
tem capacidade para ser reguladora
nem planeadora. Isso iria inevita-
velmente cair na área do urbanis-
mo, onde a mobilidade e o trânsito
eram vistos como os chatos que vi-
nham complicar tudo”, afi rmou a
actual presidente da Administração
do Porto de Lisboa (APL), que foi
vereadora da Mobilidade da Câma-
ra de Lisboa (PSD) e presidente da
comissão administrativa nomeada
após a queda do executivo de Car-
mona Rodrigues, em 2007.
Marina Ferreira falava numa con-
ferência sobre Mobilidade Urbana
e Transportes, promovida pelo
PSD de Lisboa na noite de quarta-
feira, na qual não faltaram críticas
à actuação dos últimos executivos
camarários. Os sucessivos Gover-
nos centrais também não saíram
incólumes, não só pelo que têm
feito nas empresas de transportes,
mas também por não terem dado
aos municípios um papel decisivo
nas autoridades metropolitanas de
transportes.
“Lisboa, historicamente, teve ve-
readores que projectaram obras,
que pensaram quais eram as neces-
sidades do trânsito automóvel”, ava-
liou Marina Ferreira, acrescentando
que a cidade, “infelizmente, nunca
foi pensada no âmbito da mobilida-
de”. Um problema que, em seu en-
tender, se arrasta desde que a Carris
e o Metropolitano de Lisboa foram
nacionalizados.
Desde aí, diz a ex-autarca e anti-
ga presidente da Autoridade Metro-
politana de Transportes de Lisboa
(AMTL), “a câmara pura e simples-
A intervenção de Carlos Barbo-
sa fi cou marcada por um extenso
rol de críticas ao trabalho dos su-
cessivos executivos liderados por
António Costa, e a uma política na
área da mobilidade que, em seu en-
tender, tem sido “triste, pequena,
pobre, completamente desfasada
da realidade”. Apontando exemplos
como “o garrote ao automóvel” nal-
gumas zonas da cidade, o “dispara-
te” da zona de Emissões Reduzidas,
os radares e semáforos avariados, as
estradas “inspiradas em Beirute” e
as ciclovias “a eito”, o presidente do
ACP condenou a câmara por actuar
com base em “experimentalismos”
e “caprichos”. “Esta vereação tem
medo e atira-se para coisas que não
têm sentido nenhum em termos de
mobilidade”, continuou o deputa-
do municipal, acrescentando que
“o grande problema do país e da
câmara é a falta de capacidade de
decisão”.
Referido nesta conferência foi
também o actual secretário de Esta-
do dos Transportes. “Eu não queria
estar no lugar dele”, afi rmou Mari-
na Ferreira, lembrando que Sérgio
Monteiro encontrou, ao chegar ao
Governo, “uma das mais graves si-
tuações de subfi nanciamento, que
era a dos transportes”, e para a qual
a troika exigiu uma solução.
Também Nunes da Silva aprovei-
tou para dizer que a sua experiên-
cia como vereador num executivo
socialista lhe permitiu perceber “o
quanto os independentes são des-
cartáveis”. “São importantes para
ganhar as eleições e para garantir
maiorias, mas não são minimamen-
te importantes para levarem para
a frente as suas ideias”, criticou,
acrescentando que há uma “quase
fobia” de permitir que aqueles que
não estão fi liados em partidos po-
líticos “façam as coisas”.
O deputado municipal também
não se coibiu de afi rmar que o actu-
al director municipal de Mobilidade
e Transportes, por quem sublinhou
ter estima pessoal, “não sabe nada
de mobilidade urbana”. “Com esta
direcção municipal e com esta di-
recção da Emel [Empresa Munici-
pal de Mobilidade e Estacionamento
de Lisboa]”, disse Nunes da Silva,
será “muito complicado” assumir
responsabilidades como a de “pla-
near a rede” das empresas de trans-
portes.
mente virou as costas aos transpor-
tes públicos”, que passaram a de-
pender de um Estado preocupado
“com a racionalidade económica e
não com a mobilidade”. “Lisboa é a
única cidade do mundo em que há
um afastamento total entre a autar-
quia e os transportes, e essa é uma
situação que tem de ser invertida”,
sustentou Marina Ferreira.
Quanto àquela que deve ser a
solução de futuro, a presidente da
APL considera que mais “importan-
te” do que discutir “quem manda e
quem põe dinheiro nas empresas”
é perceber “qual é o serviço de que
necessitamos”. Seja qual for o cami-
nho, Marina Ferreira não tem dú-
vidas de que as autoridades metro-
politanas de transportes devem ter
um fi gurino diferente do actual, em
que, “na melhor linha centralista, é
o Estado a defi nir aquilo de que as
cidades precisam”.
Já o ex-vereador da Mobilidade
Fernando Nunes da Silva (que ocu-
pou o lugar no segundo mandato
de António Costa) sublinhou que
“os municípios têm de estar forte-
mente implicados no sistema de
transportes”, por duas razões es-
senciais: “Controlam variáveis es-
truturantes”, como a via pública, a
política de estacionamento e o uso
dos solos, e têm uma proximidade
relativamente às pessoas “muitíssi-
mo maior” do que aquela que tem o
Estado, o que permite que haja uma
“responsabilização política”.
Mas deve ser a Câmara de Lisboa
a gerir os transportes? Isso “é outra
conversa”, diz Nunes da Silva, de-
fendendo que aquilo que é essencial
é que, “à semelhança do que acon-
tece nas outras grandes cidades do
país”, fi quem nas suas mãos o pla-
neamento e a defi nição do serviço e
do tarifário. O professor universitá-
rio admite, aliás, que “se o Governo
resistir à pressão que os operadores
privados estão a fazer” e entregar a
gestão da Carris e do Metropolitano
de Lisboa ao município, este poderá
ter de “fazer uma parceria com um
privado”, que dê “um apoio técnico
para fazer a operação”.
Para o actual deputado municipal
dos Cidadãos por Lisboa, essa entre-
ga à câmara pode ser um primeiro
passo para que mais tarde ela seja
assumida por “um conjunto de mu-
nicípios”, através da AMTL. “Ou a
câmara assume este papel neste mo-
mento para provocar a emergência
de uma autoridade metropolitana
ou então nunca mais saímos daqui”,
concluiu Nunes da Silva.
Já o presidente do Automóvel Clu-
be de Portugal (ACP) afi rmou que
atribuir a Carris e o Metropolitano
de Lisboa à autarquia é “uma ideia
peregrina”. “Só se for para criar o
caos e satisfazer alguma cliente-
la”, acrescentou Carlos Barbosa,
que é deputado municipal eleito
pelo PSD. E nem o argumento de
que em vários países europeus há
câmaras a gerir os transportes pú-
blicos o convenceu: “Isso é estar a
comparar uma mercearia em Lisboa
com um shopping na Europa”, dis-
se, antevendo um “futuro negro”
para os munícipes, com um possível
aumento de impostos incluído, caso
aquilo que é defendido pelo presi-
dente da câmara se concretize.
Marina Ferreira presidiu à Câmara de Lisboa entre a saída de Carmona e a eleição de Costa
Marina Ferreira diz que o município de que foi presidente “não tem capacidade para gerir transportes”. Presidente do ACP considera que entregar a Carris e o metro à câmara só “para satisfazer alguma clientela”
Transportes Inês Boaventura
Com esta direcção municipal e esta direcção da Emel, será “muito complicado planear a rede” da Carris e do metro, diz Nunes da Silva
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | LOCAL | 19
A empresa Montalgrua considera
que quase metade do terreno ocupa-
do pelo actual Cemitério de Alverca
lhe pertence legalmente. Depois de
anos e anos de tentativas, goradas,
de entendimento com as autarquias
locais, a empresa decidiu, recente-
mente, pôr uma acção no Tribunal
de Vila Franca de Xira, em que recla-
ma a propriedade do espaço.
A câmara acha que a Montalgrua
não tem razão e diz que vai aguar-
dar pela decisão judicial. No terre-
no objecto desta disputa, paralelo à
Empresa reclama metade do terreno do Cemitério de Alverca em tribunal
Auto-Estrada do Norte (A 1), já foram
sepultadas mais de cem pessoas.
A Montalgrua tem actividade
em Alverca desde 1968 e nunca se
conformou com a forma como, na
década de 1990, foi delineado um
loteamento industrial na entrada
norte da cidade.
A empresa alega que parte do es-
paço ocupado pelo loteamento lhe
pertence e essa área acabou por
servir para a construção de parte
do novo cemitério. A câmara diz
que o terreno lhe foi cedido, como
contrapartida, no âmbito do licen-
ciamento do loteamento e que está
tudo legal.
Certo é que a Montalgrua decidiu,
recentemente, reivindicar em tribu-
nal os direitos que julga que mantém
sobre uma área equivalente a qua-
se metade do cemitério que serve
uma freguesia com cerca de 35 mil
habitantes.
A empresa, questionada pelo PÚ-
Justiça Jorge Talixa
Diferendo arrasta-se há muitos anos, mas só agora é que foi levado a tribunal. No local estão sepultadas mais de cem pessoas
PUBLICIDADE
te da Câmara de Vila Franca de Xi-
ra, explicou, então, que este “é um
assunto que está em análise no tri-
bunal”, acrescentando: “A câmara
acha que temos razão e que a em-
presa que reclama a propriedade da-
quele terreno não tem razão. Como
é evidente, nestas coisas quem é so-
berano é o tribunal.”
Já em declarações ao PÚBLICO, Al-
berto Mesquita acrescentou que este
“é um processo muito antigo” que
chegou, recentemente, ao tribunal.
“É um processo que temos vindo a
acompanhar e é nossa convicção
que o reclamante não tem razão. É
uma questão que já se coloca desde
a própria construção do cemitério”,
sublinha.
“De qualquer forma, estas coisas
são tratadas em sede própria, está
em causa uma área paralela à auto-
estrada, que já foi usada para os fi ns
do cemitério. Terá de ser o tribunal
a decidir”, disse Alberto Mesquita.
A Santa Casa da Misericórdia de Lis-
boa realiza amanhã a primeira San-
ta Casa Open House, iniciativa que
serve para apresentar edifícios rea-
bilitados que vão entrar no mercado
do arrendamento, com um prédio
da Rua Barão de Sabrosa, que estará
aberto ao público entre as 14h e as
18h. De acordo com a SCML, o edifí-
cio conjuga o antigo e o moderno e
é composto por quatro fracções de
tipologia T1, T2 e T3 Duplex. O pro-
jecto de reabilitação do imóvel da
Rua Barão de Sabrosa é da autoria
do arquitecto Tiago Malhão Pereira
e custou 294 mil euros. A SCML é
proprietária de 616 edifícios, dos
quais 465 são urbanos, a maioria
situada em Lisboa. Até ao fi nal do
ano, serão apresentados mais cinco
edifícios no âmbito da Santa Casa
Open House.
Misericórdia faz amanhã a sua primeira open house
LisboaBLICO, preferiu não comentar o ca-
so, referindo que aguarda a decisão
do tribunal.
O problema foi, igualmente, co-
locado na última sessão camarária
pelo vereador social-democrata Rui
Rei. “Há uma empresa de gruas que
diz que metade do terreno do cemi-
tério é dela, quer dizer que há pes-
soas que têm sido enterradas numa
parte do cemitério que a empresa,
agora, diz que é dela. Pergunto: que
mais surpresas vamos ter por aí?”,
observou o eleito da Coligação Novo
Rumo (CNR).
Alberto Mesquita (PS), presiden-
A parcela do cemitério reivindicada pela Montalgrua foi cedida à câmara há muitos anos, diz a autarquia
J O U R N A L I S MWOR KSHOP Mark Hansen (US)
27–28 Nov, 10h–17hLISBOA
CADAORGANIZAÇÃO:
INFORMAÇÕES & INSCRIÇÕES:
WWW.CADA1.NET
APOIOS:
Uma rara oportunidade de aprender com uma das mais influentes figuras internacionais na área do Data Journalism, Mark Hansen.
Um workshop introdutório de dois dias que explora as potenciali-dades da data para a prática do jornalismo e do storytelling, combi-nando a componente teórica com a prática.
Mark Hansen é professor na Columbia Journalism School, director do Brown Institute for Media Innovation e investigador convidado do Lab R&D do The New York Times.
20 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Investidores fi cam com 100% da TAP se cumprirem plano estratégico
Prestes a fazer dois anos o fracasso da
privatização da TAP, com a rejeição
da oferta de Gérman Efromovich, o
Governo entra no segundo round,
esperando concluir o processo até ao
início do segundo trimestre de 2015.
Mas, desta vez, avança com mais cau-
telas, optando por um modelo que,
numa primeira fase, mantém o Es-
tado como accionista. O processo
arrancará com a alienação de 66%
do grupo, podendo os restantes 34%
ser vendidos se o investidor privado
cumprir algumas exigências.
Tal como o PÚBLICO noticiou em
Outubro, o Governo decidiu alienar,
numa primeira fase, 66% da empresa
(61% através de venda directa a um
ou mais investidores e 5% aos traba-
lhadores). Este modelo foi a solução
encontrada para gerar consenso en-
tre a ala do executivo que defendia a
venda de uma posição minoritária e
a que preferia uma privatização to-
tal. Mas esse objectivo mantém-se,
embora a médio prazo, visto que o
restante capital poderá ser alienado
nos dois anos seguintes à assinatura
do contrato de venda, sem que exista
um período mínimo em que o Esta-
do é obrigado a fi car na empresa. A
decisão fi cará condicionada ao cum-
primento de obrigações por parte do
investidor privado.
Ao que o PÚBLICO apurou, as obri-
gações que o accionista privado terá
de respeitar para fi car com 100% da
transportadora aérea vão estar re-
lacionadas com o cumprimento do
caderno de encargos, nomeadamen-
te do plano estratégico e de capita-
lização fi nanceira do grupo. Outros
requisitos que terão de ser alcança-
dos dizem respeito, por exemplo, à
manutenção do hub [placa giratória]
de Lisboa e da TAP como companhia
nacional de bandeira. O Governo não
descarta a possibilidade de os candi-
datos apresentarem logo uma pro-
posta pela totalidade do capital.
O modelo escolhido deixa, porém,
muitas incertezas, já que os poten-
ciais compradores se arriscam a mu-
dar de interlocutor daqui a menos
de um ano, por causa das próximas
eleições legislativas. Recorde-se que
o PS defende que o Estado deve man-
ter o controlo da empresa. Por estas
razões de natureza política, o Gover-
que conta também com a participa-
ção da Barraqueiro; a Globalia, que
detém a companhia espanhola Air
Europa; a transportadora aérea bra-
sileira Azul; e Gérman Efromovich,
o milionário colombo-brasileiro que
viu a sua proposta de compra ser re-
jeitada em 2012.
Ontem, em reacção à decisão, a
Globalia considerou-a “positiva”,
uma vez que “pode implicar o con-
trolo total” da TAP e, por isso, “é
menos restritivo do que outros cená-
rios” já debatidos. Já Pais do Amaral
afi rmou à Lusa que vai “analisar com
os investidores e com o consórcio [o
modelo de privatização]”, já que a
proposta apresentada inicialmente
era sobre 100% da TAP.
A primeira tentativa de alienação
da companhia arrancou no fi nal de
2012, mas Gérman Efromovich era
o único candidato e a sua oferta
acabou por ser rejeitada, pelo facto
de não ter apresentado sufi cientes
garantias fi nanceiras. O Governo
retoma o processo numa altura em
que a transportadora acaba de sair
de um Verão agitado, em que re-
gistou sucessivos cancelamentos e
problemas técnicos, e em que está
envolvida num braço-de-ferro com
os tripulantes.
No entanto, a TAP está hoje em
melhores condições fi nanceiras do
que encontrava em 2012. Apesar de
os resultados continuarem negativos,
o grupo reduziu os prejuízos semes-
trais para 83,4 milhões de euros este
ano, em comparação com os 136,6
milhões dos primeiros seis meses de
2013. A dívida tem vindo a diminuir,
situando-se em 1000 milhões de eu-
ros, e as receitas a aumentarem. E
o negócio de manutenção no Brasil
está a ter melhorias, tanto ao nível do
resultado operacional, como da re-
dução das dívidas fi scais e laborais.
Governo relança privatização da empresa com alienação de 66%, mas objectivo é retirar Estado do capital. Processo avança a menos de um ano das legislativas, sem garantias políticas para os investidores
AviaçãoRaquel Almeida Correia
grupo TAP e não apenas o negócio
da aviação, incluindo a defi citária
empresa de manutenção no Brasil.
O principal objectivo desta privatiza-
ção é injectar dinheiro fresco no gru-
po, visto que o Estado está impedido
de o fazer, por regras comunitárias.
O encaixe será residual.
Além da falta de consenso relati-
vamente à fatia de capital a vender,
o adiamento da decisão do Gover-
no também esteve relacionada com
facto de sentir que não há margem,
a nível político e também da susten-
tabilidade da TAP, para um novo fra-
casso neste dossier. E, por isso, era
necessário assegurar um ambiente
competitivo, com vários investidores
dispostos a entrar na corrida.
Quatro grupos de investidores
responderam ao apelo: o consórcio
liderado pelo empresário português
Pais do Amaral e pelo antigo dono da
Continental Airlines, Frank Lorenzo,
no estava sob pressão para relançar
a venda e tinha inicialmente previsto
concluí-la até ao fi nal de 2014. Mas
o calendário acabou por resvalar. O
executivo pretende que, no limite, o
processo esteja concluído até ao fi nal
do primeiro semestre.
Para que tal aconteça é preciso
que os investidores apresentem
uma oferta vinculativa até Abril. O
PÚBLICO apurou que só deverá ha-
ver lugar a esta fase, não estando
em cima da mesa a possibilidade de
apresentação de propostas prelimi-
nares. O próximo passo do Governo
será aguardar que o Presidente da
República promulgue o diploma que
relança a privatização — tem 40 dias
para o fazer. O executivo fechará, en-
tretanto, o caderno de encargos e ini-
ciará contactos mais aprofundados
com os potenciais candidatos.
Ontem confi rmou-se ainda que
a privatização vai englobar todo o
Retrato da TAP
Fonte: TAP/PÚBLICO PÚBLICO
Situação actual
Proveitos de passagensMilhões de euros
Trabalhadores
Volume de negóciosTotal - milhões de euros
Por sector - 2013
Vendas de passagens em 2013Em percentagem
Propostade vendado GovernoEstado
PARPÚBLICA
TAP SGPS SA
TAP SA Portugália SA
AEROPAR
SPdH SA
TAPGER SATAP Manutençãoe Engenharia
Brasil
100%
100%
1%
1%
43,9%100% 100%100% 51% 99%
47,64%
Estado34%
34%
61%
61%
5%
5%
Trabalhadores
Novos investidores
TAP – Transporte Aéreo
TAP – Manutençãoe Engenharia
TAP – Serviços
20132012
2113 2217
Outros
Atlântico Norte
Atlântico médio
África
Atlântico Sul
Portugal
Europa
20132012
Dívida totalMilhões de euros
2620,7 2671,5
+1,9%
Outras actividades
Catering
Manutenção/assistênciaBrasil
Manutenção/assistênciaPortugal
Lojas Francas
Transporte aéreo
8,7
2346,5
74,2
72,6
162,5
7
37
24,8
23
6,9
3,9
3,8
0,62012
2013
Dívida líquidaMilhões de euros
Resultado líquido Milhões de euros
7468 7531
1051
1034
780 -5,9
949 -25,5
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | ECONOMIA | 21
ENRIC VIVES-RUBIO
Os CTT, de Francisco Lacerda, estão atentos à venda da PT
Sem pressas para vender a PT Por-
tugal e à espera de ofertas melho-
radas pelos negócios portugueses.
Assim está a Oi, garantiu ontem o
seu presidente executivo, Bayard
Gontijo. “Não estamos preocupados
com o tempo que vamos demorar a
vender”, disse o sucessor de Zeinal
Bava na conferência telefónica com
analistas depois da apresentação dos
resultados trimestrais da Oi. Segundo
a Reuters, o gestor considera que as
ofertas que já foram feitas pela PT
Portugal “são interessantes, mas po-
dem melhorar”.
Enquanto Bayard Gontijo falava
com os analistas, os CTT, presidi-
dos por Francisco Lacerda, eram
obrigados a enviar um comunicado
à CMVM admitindo estar a “acom-
panhar o processo de venda da PT
Portugal por forma a analisar todas
as oportunidades que façam sentido
no desenvolvimento das suas áreas
de negócio, criadoras de valor para
os seus accionistas, e com uma di-
mensão compatível”.
A empresa reagia assim aos ru-
mores sobre o seu interesse na PT
Portugal, que já vinham da semana
passada, mas que se intensifi caram
depois de o colunista brasileiro da
revista Veja Lauro Jardim ter escrito
no seu blogue que a empresa estava
na corrida à PT Portugal. Lauro Jar-
dim é tido como muito próximo dos
accionistas que controlam a Oi. Foi
ele o primeiro a lançar a deixa sobre
a saída iminente de Zeinal Bava da Oi,
por falta de confi ança dos “donos”
da operadora brasileira. Numa no-
ta escrita em tom cauteloso, os CTT
Presidente executivo da Oi acredita que as ofertas que recebeu pela PT Portugal podem ser melhoradas
buiu com cerca de 5732 milhões de
euros para a dívida bruta consolida-
da da empresa no fi nal do terceiro
trimestre (menos 8,9% face ao tri-
mestre anterior).
Os pagamentos diferidos estarão
longe de agradar aos brasileiros. O
jornal Folha de São Paulo escreve
na sua edição de ontem que a Oi
quer receber uma oferta “limpa”
de sete mil milhões de euros pela
PT Portugal, sem quaisquer condi-
ções ou recebimentos adiados. No
fi nal de Setembro, a empresa bra-
sileira tinha uma dívida líquida de
cerca de 15 mil milhões de euros.
Quanto ao resultado líquido, re-
cuou mais de 95%, para cerca de
dois milhões de euros. Nos negócios
em Portugal, as receitas recuaram
3,3% no trimestre para 610 milhões.
Bayard Gontijo referiu-se ainda ao
anúncio de OPA à PT SGPS de Isabel
limitam-se a dizer que “não tomaram
qualquer decisão quanto a tais opor-
tunidades”.
A Oi já tem em mãos duas pro-
postas de compra da PT Portugal.
A primeira, da Altice, é fi rme e ava-
lia a empresa em 7025 milhões de
euros. A segunda, dos fundos de in-
vestimento Apax e Bain, é de 7075
milhões, mas ainda está sujeita a
uma análise de informações sobre a
PT Portugal e à aprovação fi nal dos
respectivos comités de investimento.
Ambas têm em comum o pormenor
de condicionar 800 milhões de eu-
ros a metas de receitas e resultados
operacionais. Nenhuma das ofertas
esclarece quanto irá efectivamente
a Oi receber pela PT Portugal se a
este valor retirarmos, além dos 800
milhões de euros, o valor da dívida.
De acordo com os dados divulgados
ontem pela Oi, a PT Portugal contri-
TelecomunicaçõesAna Brito
A Oi não tem pressas para vender a PT Portugal. Os CTT dizem que estão “a acompanhar” a operação, mas não se comprometem
PUBLICIDADE
dos Santos, assegurando que a Oi não
está disposta a fazer modifi cações
aos termos dos acordos com a PT,
como exigia a empresária angolana.
Ainda assim, o gestor admitiu ver
com bons olhos o interesse na Unitel,
nos activos portugueses e no merca-
do brasileiro (a entrada na PT SGPS
permitiria a Isabel dos Santos ser ac-
cionista da Oi). “Rejeitámos todas as
condições [impostas no anúncio pre-
liminar de OPA], mas é um bom sinal
que quem queira comprar esteja in-
teressado na consolidação no Brasil”,
afi rmou Bayard Gontijo, segundo o
sítio do Diário Económico.
As acções da PT SGPS (pelas quais
Isabel dos Santos poderá oferecer na
OPA 1,35 euros, se a operação avan-
çar) fecharam a descer (pela primeira
vez esta semana) 0,07%, para 1,449
euros. Já os CTT, caíram 0,13%, para
7,471 euros.
Breves
Gestão
Contencioso
Moreira da Silva está de regresso à Sonae Indústria
Meio milhar de accionistas do BES com acções judiciais
Carlos Moreira da Silva está de regresso à Sonae Indústria, numa altura em que a empresa controlada pelo empresário Belmiro de Azevedo tem em curso um aumento de capital de 150 milhões de euros, importante para o financiamento do plano de reestruturação em curso. Moreira da Silva, presidente da Sonae Indústria durante um longo período de tempo, regressa ao conselho de administração “como membro não executivo e membro da Comissão de Auditoria e Finanças”, informou a empresa, em comunicado enviado à CMVM.
Um conjunto de 477 pequenos accionistas do BES avançou com duas acções populares autónomas junto do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, numa pedindo a nulidade da medida de resolução do banco e, noutra, uma indemnização ao Estado, ao governador e ao Banco de Portugal. No total, estes accionistas detêm mais de 16,5 milhões de acções do BES e as acções judiciais foram entregues pela sociedade de advogados Pereira de Almeida e Associados.
22 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
O Instituto de Segurança Social (ISS)
começou ontem a notifi car 196 tra-
balhadores dos serviços centrais,
Centro Nacional de Pensões e cen-
tros distritais para serem colocados
em requalifi cação (o antigo regime
de mobilidade especial), onde fi ca-
rão sem actividade, a receber uma
parte do salário. Este é o primeiro
passo de um processo que tem co-
mo objectivo dispensar um total de
697 trabalhadores daquele instituto
e que o Governo conta ter fechado a
18 de Dezembro.
Numa notifi cação enviada a um tra-
balhador, com data de 13 de Novem-
bro, a que o PÚBLICO teve acesso, os
recursos humanos do ISS começam
por dizer que está em curso um pro-
cesso de racionalização de pessoal
e que “há trabalhadores integrados
em carreiras especiais e subsisten-
tes, como é o caso de V. Exa., que
não têm enquadramento nas actuais
competências do ISS”.
O ISS diz ainda que, “depois de atu-
rado esforço no sentido de serem es-
gotadas todas as possibilidades, no-
meadamente de reafectação destes
trabalhadores”, concluiu-se que “não
há viabilidade” de manter o posto de
trabalho, “embora reconheça o forte
impacto da decisão”.
Os trabalhadores são então no-
tifi cados da sua passagem à requa-
lifi cação e são informados de que
podem consultar o seu processo e
pronunciar-se no âmbito do Código
do Procedimento Administrativo.
Os sindicatos prometem fazer fren-
te ao processo, estando em cima da
mesa a possibilidade de avançarem
com providências cautelares.
O processo abrangerá outros traba-
lhadores que, segundo uma delibe-
ração do conselho directivo do ISS,
aprovado a 11 de Novembro, serão
sujeitos a processo de selecção e re-
afectação, para depois se apurar os
que efectivamente serão colocados
em requalifi cação.
É o que acontecerá com os traba-
lhadores da carreira de assistente
operacional (auxiliares, contínuos,
entre outros) e os da carreira docen-
te, que ocupam postos de trabalho
nos estabelecimentos integrados nos
Segurança Socialcoloca 196 pessoas na requalificação
centros distritais do Porto, Castelo
Branco e Évora.
Nestes casos, o ISS espera que até
12 de Novembro seja possível notifi -
car por escrito os trabalhadores acer-
ca do resultado da selecção. Até 18
de Dezembro, os trabalhadores que
estiverem a mais serão colocados em
requalifi cação.
José Abraão, coordenador do
Sindicato dos Trabalhadores da Ad-
ministração Pública, denuncia um
processo que entende como sendo
“pouco transparente”, aguardando
a marcação das reuniões pedidas ao
conselho directivo do ISS, liderado
por Mariana Ribeiro Ferreira, e ao
ministro do Emprego e Segurança
Social, Pedro Mota Soares.
Esta semana, o ministro garantiu
que “absolutamente ninguém será
despedido”. “Todos terão acesso a
um programa de requalifi cação, à ex-
cepção daqueles trabalhadores que
seguiram junto com os equipamen-
tos para a gestão das instituições.
Com o programa de requalifi cação
ganharão novas competências, terão
formação profi ssional e poderão de-
sempenhar as suas funções noutros
organismos do Estado”, disse numa
audição no Parlamento.
Os trabalhadores colocados em re-
qualifi cação fi cam em inactividade a
receber apenas uma parte do salário.
Durante a primeira fase do processo,
que dura 12 meses, recebem 60% da
remuneração, com o limite máximo
de 1258 euros, e são abrangidos por
um plano de formação para que pos-
sam ser integrados noutros organis-
mos públicos. Passado este tempo,
se não conseguirem ser integrados
noutras áreas, entram numa segunda
fase do processo, com o salário a cair
para 40% — máximo de 838 euros.
Quem foi admitido antes de 2009
poderá fi car nessa situação indefi ni-
damente, num limbo em que nem
estão a trabalhar nem são desempre-
gados. Sendo que, como reforçou a
ministra das Finanças, no Parlamen-
to, só poderão sair com o seu acordo,
através de uma rescisão amigável. Já
os trabalhadores que entraram para
o Estado depois dessa data, e que ao
fi m de 12 meses não encontrem nova
colocação, serão despedidos. com Sérgio Aníbal
Reforma do EstadoRaquel Martins
ISS diz que “não há viabilidade” para manter os postos de trabalho. Dispensados receberão entre 60% e 40% do salário
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2014
PSI 20 INDEX 1,07 5155,29 455100959 5123,77 5236,59 5098,62 -0,97 -21,40ALTRI -0,71 2,24 132595 2,27 2,30 2,24 -1,44 0,09BANIF 0 0,01 45167071 0,01 0,01 0,01 -5,80 -38,10BPI 3,64 1,43 2078785 1,39 1,44 1,38 -8,46 17,19BCP 2,81 0,07 383365352 0,07 0,08 0,07 -15,16 -24,28CTT CORREIOS -0,13 7,47 415644 7,42 7,56 7,40 -5,06 33,65EDP 0,69 3,22 2900589 3,20 3,24 3,17 -2,44 20,56EDP RENOVÁVEIS -0,47 5,12 255380 5,13 5,20 5,08 -0,19 32,50GALP ENERGIA -0,68 11,03 1221208 11,23 11,33 11,02 0,18 -7,43IMPRESA 0 0,89 41815 0,90 0,90 0,88 -6,15 -18,81J. MARTINS 6,82 8,55 3353709 8,04 8,84 7,96 6,71 -39,86MOTA-ENGIL -0,88 3,94 745144 3,97 4,08 3,91 -8,19 -8,98NOS -0,99 4,59 764252 4,67 4,70 4,56 1,13 -15,02PT -0,07 1,45 11782416 1,45 1,46 1,39 17,41 -54,15PORTUCEL -0,32 2,80 334843 2,81 2,83 2,77 -4,63 -3,95REN -0,53 2,46 318994 2,47 2,48 2,43 1,23 9,79SEMAPA 0,24 9,42 40604 9,51 9,64 9,30 -4,64 15,72TEIXEIRA DUARTE 0,68 0,74 72947 0,74 0,76 0,74 -3,80 -16,85SONAE 1,51 1,07 2109611 1,06 1,09 1,06 -1,31 2,38
O DIA NOS MERCADOS
Acções
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juroEuribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BCP 383.365.352Banif 45.167.071PT 11.782.416J. Martins 3.353.709EDP 2.900.589
J. Martins 6,82%BPI 3,64%BCP 2,81%
NOS SGPS -0,99%Mota-Engil -0,88%ALTRI -0,71%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
2,500
2,875
3,250
3,625
4,000
1,24780,794
144,313,23631,2018
0,079%0,181%
78,061162,2
0,763%3,208%
PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
2800
2950
3100
3250
3400
4500
5375
6250
7125
8000
0,160
0,215
0,270
0,325
0,380
1,07%0,31%
n.d.
O anterior ministro da Economia,
Álvaro Santos Pereira, vai lançar o
seu próximo livro no dia 24 deste
mês. Mais uma vez, o tema é Portu-
gal, mas, desta feita, Santos Pereira
faz um balanço do seu mandato.
Com o título Reformar sem me-
do, um independente no Governo de
Portugal, a obra, segundo a editora
responsável pelo livro, a Gradiva,
promete explicar “o que fez Álva-
ro Santos Pereira e deixou para ser
concluído”, quais os “lóbis e inte-
resses” que “teve de enfrentar” e,
por fi m, explicar “por que acabou
por ter de sair” do cargo de minis-
tro da Economia. Convidado por
Pedro Passos Coelho a fazer parte
do Governo de coligação PSD/CDS,
Santos Pereira surge em 2011 como
um independente de partidos po-
líticos, mas com um discurso ali-
nhado com as teorias do chefe do
executivo.
Foi do seu ministério que saiu,
por exemplo, o primeiro plano de
reindustrialização e o “ataque” às
chamadas “rendas excessivas” das
empresas de energia, além de ter
alterado o Código de Trabalho, in-
cluindo a redução das indemniza-
ções por despedimento. Aliás, o pri-
meiro secretário de Estado a sair do
executivo foi Henrique Gomes, que
deixou a área da energia em pleno
confronto com as empresas do sec-
tor. Após vários rumores sobre uma
eventual remodelação, Santos Perei-
ra acabou por ser substituído, em
Julho de 2013, por António Pires de
Lima, do CDS. Se antes de ir para o
Governo era professor universitário
no Canadá, hoje Santos Pereira tra-
balha na OCDE, em Paris.
Álvaro Santos Pereira lança livro sobre Governo
Economia Luís Villalobos
Livro é lançado no fim do mês
O ministro Pedro Mota Soares garantiu no Parlamento que “absolutamente ninguém será despedido”
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | ECONOMIA | 23
PAULO PIMENTA
Lisboa é o distrito mais caro no gasóleo e na gasolina
O Governo começou a publicar pre-
ços de referência para os combustí-
veis rodoviários e para o gás de bo-
tija. Estes valores, que se destinam
a informar os consumidores e não
são um preço recomendado, serão
actualizados diariamente no site da
Entidade Nacional para o Mercado
dos Combustíveis. Porém, não incor-
poram vários custos dos vendedores
e não poderão ser usados para uma
comparação directa com os preços
de venda.
Os preços de referência refl ectem
essencialmente os custos de impor-
tação, o que inclui o preço a que o
combustível é vendido nos princi-
pais mercados europeus, bem como
os gastos com transporte, custos de
armazenamento, impostos e ainda,
em alguns casos, a incorporação de
biocombustíveis ou, no caso do gás,
o enchimento de botijas. De fora fi -
cam os custos de logística e trans-
porte já dentro do país, tal como a
margem aplicada pelos vendedores.
Os valores que o Governo divulga
são assim, necessariamente, inferio-
res ao preço que os consumidores
pagam.
A medida tinha sido anunciada
no início do ano pelo Governo e
discutida este mês, no Parlamento,
pelos deputados e pelo ministro da
Energia, Jorge Moreira da Silva, num
debate em que a oposição duvidou
da efi cácia da publicação desta in-
formação.
Numa nota à imprensa, a ENMC
justifi ca o facto de não apresentar
uma referência para o preço fi nal
ao consumidor com a grande quan-
tidade de factores que teriam de ser
tidos em conta e com a diversidade
da informação resultante. “A ENMC
considerou adequado não incluir o
transporte interno e a margem bru-
ta de comercialização, para evitar a
complexidade da consideração das
múltiplas geografi as e do funciona-
mento de postos de abastecimento
ou das cadeias logísticas capilares
de transporte de botijas”, refere o
comunicado, acrescentando que daí
“resultaria uma multiplicidade de
preços de referência, contribuindo
para um excesso de informação, que
perturbaria o alcance da medida”. O
Governo começou a publicar preços de referência para combustíveis e gás
líferos nos principais mercados.
De acordo com a análise do regu-
lador, o preço de referência para o
gasóleo entre 1 de Novembro e 10 de
Novembro era de 1,12 euros por litro.
O distrito de Lisboa, com um preço
de 1,32 euros por litro, foi o que mais
se afastou da referência naquele pe-
ríodo (mais 15%). Já Castelo Branco,
com 1,26 euros por litro (mais 11%),
era o mais próximo. No caso da ga-
solina, o valor de referência era de
1,32 euros. Lisboa, mais uma vez, foi
o distrito mais distante (1,51 euros,
mais 13%) e Viseu, o mais próximo
(1,38 euros, mais 4%).
No comunicado, a ENMC sublinha
a discrepância entre a queda do pre-
ço dos combustíveis nos mercados
internacionais e a evolução do pre-
ço aplicado na venda aos consumi-
dores: “Num mercado onde se vê o
preço internacional do gasóleo cair
25% em três meses, é razoável que o
consumidor se interrogue quanto ao
rimo da descida do preço do gasóleo
em Portugal.” Também o preço do
petróleo está em queda. Ontem, pe-
la primeira vez nos últimos quatro
anos, o barril de Brent, usado como
referência na Europa, fi cou abaixo
dos 80 dólares.
regulador argumenta que, “ao publi-
car o preço base, todos os restantes
preços e margens se poderão dedu-
zir a partir daí, clarifi cando-as e tor-
nando-as mais transparentes”.
Para além do preço diário — que
será divulgado todos os dias úteis,
com excepção daqueles que sejam
feriados em Londres, uma vez que o
valor incorpora o preço dos produ-
tos nos mercados internacionais —,
será também divulgado um preço de
referência semanal e outro mensal,
bem como a evolução destes valores.
O site terá ainda outros indicadores,
como os preços dos produtos petro-
EnergiaJoão Pedro Pereira
Valor não tem em conta todos os custos e não corresponde ao preço cobrado ao consumidor
O Governo aprovou ontem em Con-
selho de Ministros o novo regime
de acesso e exercício de actividades
do comércio, serviços e restauração
que, entre várias mudanças, põe fi m
à época ofi cial dos saldos e liberaliza
os horários de funcionamento.
Em comunicado, o Governo diz
que, embora se mantenha o período
de quatro meses por ano em que se
podem realizar saldos, “elimina-se a
limitação da realização dos mesmos
em períodos defi nidos por lei, confe-
rindo aos operadores económicos a
liberdade de defi nirem o momento
em que os pretendem realizar”.
Actualmente a época legal de redu-
ção de preços está dividida em dois
períodos: entre 28 de Dezembro e
28 de Fevereiro e entre 15 de Julho
e 15 de Setembro. Com a nova lei,
as reduções poderão realizar-se em
qualquer período desde que, no seu
Aprovada lei que põe fim à época oficial dos saldos
conjunto, não ultrapassem quatro
meses por ano. Qualquer venda em
saldos terá de ser comunicada pre-
viamente à ASAE, para que possa
haver fi scalização.
O fi m do período ofi cial de des-
contos não foi bem recebido pelos
pequenos comerciantes. Quando a
intenção do Governo foi conhecida,
a Confederação do Comércio e Ser-
viços apontou o dedo ao desequilí-
brio que a medida poderá provocar,
pondo em desvantagem as empresas
mais pequenas, com uma menor ca-
pacidade de resposta face ao grande
retalho. Por seu turno, a grande dis-
tribuição aplaudiu a mudança anun-
ciada, defendendo que era preciso
um quadro legal para dar resposta ao
que os consumidores procuram.
Já o Governo argumenta que a in-
tenção é dar às empresas liberdade
para gerirem os seus stocks e existên-
cias. Em meados de Março, quando a
lei foi conhecida, Leonardo Mathias,
secretário de Estado adjunto da Eco-
nomia, defendia que “não deve caber
ao Governo ou ao Estado decidir a
data específi ca do ano”. “Numa al-
tura em que houve uma diminuição
do consumo privado e da procura
interna torna-se essencial a gestão
correcta e adequada dos stocks das
empresas, porque é um custo acres-
cido das empresas”, sustentava.
Outra das mudanças do novo regi-
me, que tem como fi m a revitalização
“do pequeno comércio”, é a libera-
lização de horários. Depois da po-
lémica abertura aos domingos, que
passou a ser permitida em Outubro
de 2010, os comerciantes vão poder
manter as lojas abertas em qualquer
horário e dia de semana. A decisão
de limitar os horários será uma fun-
ção das autarquias, “atendendo a cri-
tério relacionados com a segurança e
protecção da qualidade de vida dos
cidadãos”.
As alterações aprovadas incluem a
redução e a eliminação de algumas
taxas actualmente cobradas aos em-
presários pela instalação de lojas.
ComércioAna Rute Silva
Conselho de Ministros deu luz verde ao novo regime de acesso ao comércio que liberaliza horários e simplifica licenciamentos
1,12euros por litro é o preço de referência para o gasóleo calculado em Novembro
15%distância dos preços em Lisboa face ao valor de referência
PUBLICIDADE
Saldos serão em qualquer altura
24 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Para a Memorial, a repressão do Kremlin não é um “fi lme” novo
ILYA NAYMUSHIN/REUTERS
Cerimónia organizada pela Memorial em memória das vítimas da repressão soviética na cidade de Krasnoiarsk, na Sibéria
Na Praça Lubianka, em Moscovo,
outrora morada da sede do KGB,
está desde 1990 uma grande pedra,
sobre a qual é costume ver-se algu-
mas fl ores caídas. Foram activistas
da Memorial, a mais proeminente
organização de defesa dos direitos
humanos russo, que trouxeram
aquela pedra desde as distantes ilhas
Solovetski, perdidas no mar Branco,
onde se localizava “a mãe do Gulag”,
como descreveu o escritor dissidente
Alexander Soljenitsine, um dos maio-
res campos de trabalho ao serviço do
regime soviético.
Quando realizou a jornada daquela
pedra, a Memorial vivia os seus pri-
meiros tempos e seguia a missão de
expor os crimes perpetrados pelo
regime prestes a cair, aproveitando
a abertura promovida por Mikhail
Gorbachev, a perestroika. Mais de
duas décadas depois, o mesmo gru-
po é ele próprio alvo de perseguição
política, correndo o sério risco de vir
a fechar portas.
“Assim que Gorbachev deu a luz
verde, em 1987, para que as pessoas
pudessem investigar os crimes do co-
munismo e do [antigo líder soviético,
Josef] Estaline, a Memorial conseguiu
trabalhar numa escala muito maior”,
explica a professora da Universida-
de de Amesterdão Nanci Adler, em
conversa telefónica com o PÚBLICO.
A abertura dos arquivos da polícia
política permitiu revelar o terror vi-
vido durante décadas de opressão e
o mundo, incluindo a própria Rús-
sia, pôde fi nalmente saber o que se
passava nos longínquos gulags. E a
Memorial estava na linha da frente
dos acontecimentos.
Nas suas fi leiras contaram-se im-
portantes dissidentes políticos como
o físico nuclear e Prémio Nobel da
Paz, Andrei Sakharov, entre outros.
Os anos foram passando, mas a mis-
são de um grupo que serviu original-
mente como “mecanismo de justiça
transicional” foi assumindo novos
contornos.
“A Memorial desenvolveu-se, cres-
ceu signifi cativamente e, focando-se
nos crimes do passado, também se
concentrou nos crimes do presente,
por se ter tornado num vigilante tão
importante”, diz-nos Adler, autora de
vários livros sobre a organização. A
tou por a adiar para 17 de Dezembro,
dando tempo para que a Memorial al-
tere a sua organização estatutária.
O “problema organizacional”
apontado pelas autoridades gover-
namentais é apenas um pretexto pa-
ra continuar a perseguição, segundo
a leitura de Nanci Adler. “A intimi-
dação à Memorial é parte da acção
do Estado contra quem discorda e
contra a mensagem que tem, que é
tanto sobre o passado como sobre o
presente. Aquilo que a Memorial vem
dizendo não é propriamente aquilo
que o Estado gostaria de mostrar de
si próprio”, nota.
Em Julho, a organização foi regis-
tada, em conjunto com outras quatro
ONG, como “agente do estrangeiro”
— uma expressão com ecos da termi-
nologia soviética. Esta classifi cação
abrange os organismos que obtêm fi -
nanciamento fora da Rússia e que de-
senvolvam uma “actividade política”.
A verdade é que o apoio internacio-
nal sempre foi basilar na actividade
da Memorial, desde a sua fundação,
muito apoiada por instituições como
a norte-americana Ford Foundation.
Adler reconhece mesmo que “a Me-
morial é mais popular internacional-
mente do que a nível nacional”, onde
encontrou “muita oposição por parte
da população”, que continua a olhar
com alguma admiração os tempos
do regime soviético. “Parte disso é
porque nunca houve uma condena-
ção ofi cial, nem um julgamento, nem
uma comissão de verdade”, explica
a investigadora.
Como organização de sobrevi-
ventes, Nanci Adler acredita que a
Memorial pode sobreviver a mais
este desafi o. “Uma das coisas que
aprendemos numa sociedade pós-
repressiva é que o passado tem que
ser algo que se possa olhar e confron-
tar. E não esquecer.”
Mostraram ao mundo os crimes do regime soviético e continuaram a expor os abusos do poder. Agora, a Memorial regressa ao passado, com a extinção no horizonte
RússiaJoão Ruela Ribeiro
mais séria” desde a fundação, nota
Adler.
O Ministério da Justiça russo pe-
diu a “liquidação” da Memorial ao
Supremo Tribunal, por causa das
“violações graves e reiteradas” da
Constituição e das leis do país, de
acordo com o serviço de imprensa
do ministério. Na base da argumen-
tação do Kremlin estão problemas
organizacionais apontados ao grupo,
nomeadamente a sua “estrutura em
guarda-chuva”, que agrupa cerca de
50 pequenas delegações de defesa
de direitos humanos. “As autorida-
des querem que tudo funcione na
Rússia de cima para baixo. E sabe-
mos bem porquê: uma organização
vertical é muito mais fácil de contro-
lar”, observa a directora executiva
da Memorial, Elena Jemkova, citada
pela AFP.
Para ontem estava agendada a de-
cisão do Supremo Tribunal, que op-
sua acção centrou-se durante bastan-
te tempo no confl ito na Tchetchénia,
para onde enviava investigadores pa-
ra apurar abusos e desaparecimentos
de civis. Em 2009, o preço a pagar
pela busca da verdade foi demasiado
alto para Natalia Estemirova, raptada
e encontrada morta com um tiro na
cabeça e outro no peito, enquanto
investigava as acções do exército rus-
so. Após uma investigação altamente
criticada, o Governo russo acabou
por concluir que a activista foi morta
por guerrilheiros rebeldes.
Nesse mesmo ano, a organização
recebe o Prémio Sakharov de Li-
berdade de Pensamento, atribuído
pelo Parlamento Europeu. Apesar
de nunca ter ganho Nobel da Paz, a
Memorial é uma “forte candidata”,
segundo Nanci Adler.
Mas agora a luta é apenas pela so-
brevivência, num momento em que
a organização está a “travar a sua luta
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | MUNDO | 25
Thein Sein diz que concluir as reformas “vai demorar”
Dois anos depois da visita que assi-
nalou o fi m do isolamento do país,
o Presidente norte-americano, Ba-
rack Obama, regressou à Birmânia,
mas desta vez para avisar que as re-
formas que o regime militar iniciou
há quatro anos — e que levaram ao
levantamento de parte das sanções
internacionais que lhe tinham sido
impostas — estão a marcar passo.
Obama, que participou como con-
vidado na cimeira da ASEAN (Asso-
ciação de Nações do Sudeste Asiáti-
co), foi diplomático e disse que “o
processo de democratização na Bir-
mânia é real”. Mas sublinhou que “o
trabalho não está acabado” e que os
Estados Unidos não se vão contentar
com um processo que fi que a meio
caminho. “A transição democrática
tem de ser concluída”, afi rmou, no fi -
nal de um encontro com deputados,
entre eles a líder da oposição e Nobel
da Paz, Aung San Suu Kyi.
Ainda em Naypydaw — a cidade
que a junta militar construiu para
sua capital —, Obama encontrou-se
com o Presidente Thein Sein, líder do
primeiro Governo civil da Birmânia
em quase meio século, e hoje volta a
encontrar-se com Suu Kyi, já em Ran-
gum. Mas o tom da visita foi marcado
logo à chegada, numa entrevista à
imprensa local em que afi rmou que
“os progressos alcançados não estão
a ser tão rápidos quanto muitos espe-
ravam”. “Em alguns domínios há um
abrandamento e mesmo um recuo
das reformas”, avisou, dando como
exemplo as “restrições” impostas a
antigos presos políticos e “as deten-
ções” de jornalistas.
Estas foram duas das áreas em que
as reformas prometidas por Thein
Sein, um ex-general que governa com
o beneplácito dos seus camaradas,
deram mais frutos: no fi nal de 2013,
um decreto presidencial amnistiou
todos os opositores ainda na prisão
e pôs fi m aos processos por delito de
opinião; antes disso, a censura sobre
jornais e a Internet foi levantada. A
Liga Nacional para a Democracia
(LND), com Suu Kyi à cabeça, con-
correu e venceu eleições intercalares
de 2012, o regime pôs fi m a várias
restrições — reconhecendo o direito
Obama critica abrandamento das reformas na Birmânia
de manifestação — a existência de sin-
dicatos, e iniciou uma liberalização
da economia, recorda a BBC.
Mas nenhuma destas reformas
mexeu no essencial dos poderes
dos militares, a quem a Constitui-
ção de 2008 garante um quarto dos
lugares no Parlamento e o direito de
veto sobre todas as alterações à lei
fundamental. A mesma Constituição
que impede quem tenha familiares
com nacionalidade estrangeira de se
candidatar à presidência — uma dis-
posição feita a pensar em Suu Kyi,
viúva de um britânico e cujos fi lhos
têm passaporte do Reino Unido.
A LND é apontada como favorita à
vitória nas eleições do próximo ano,
mas ainda em Junho uma comissão
parlamentar recusou levantar as res-
trições que bloqueiam as aspirações
presidenciais de Suu Kyi. A dirigente
não escondeu o seu desânimo quan-
do, a dias da chegada de Obama,
disse que as reformas estão “para-
lisadas” e acusou Washington, que
desde 2012 levantou o essencial das
sanções impostas nas duas últimas
décadas, de ser “excessivamente op-
timista” sobre a situação no país.
Após o encontro com o homólo-
go birmanês, Obama, o primeiro
Presidente americano em funções
a visitar a Birmânia, repetiu que as
eleições de 2015 têm de ser “livres,
inclusivas e transparentes”. Insis-
tiu também no fi m da discriminação
dos rohingya, minoria muçulmana
a quem a Birmânia não reconhece o
direito à cidadania — apátridas que a
ONU descreve como a minoria mais
perseguida do planeta. Thein Sein
respondeu que o seu Governo está
a trabalhar nas questões levantadas
por Obama, mas a sua resolução
“vai demorar”.
ÁsiaAna Fonseca Pereira
Presidente dos EUA diz que “processo de democratização é real”,mas avisa que “o trabalho não está acabado”
MENAHEM KAHANA/AFP
Combatente separatista junto a uma trincheira nas imediações do aeroporto de Donetsk
O Conselho de Segurança das Nações
Unidas reuniu-se pela 26.ª vez desde
o início do confl ito na Ucrânia e o
resultado fi nal também não foi uma
surpresa para ninguém. Os Estados
Unidos voltaram a acusar a Rússia de
estar a “alimentar o confl ito” e a Rús-
sia voltou a acusar os Estados Uni-
dos de estarem a fazer propaganda,
mas não houve nenhuma proposta
concreta para reduzir a tensão, que
voltou a atingir níveis preocupantes
nas últimas duas semanas.
A reunião foi convocada depois de
o principal líder militar da NATO, o
general norte-americano Philip Bree-
dlove, ter afi rmado que as fronteiras
entre a Rússia e a região controlada
pelos separatistas pró-russos, no
Leste da Ucrânia, têm sido pontos
de passagem de “tanques russos,
artilharia russa, sistemas de defesa
aérea russos e tropas de combate
russas” nos últimos dias.
“O que mais me preocupa é que a
fronteira entre a Rússia e a Ucrânia
está completamente porosa. Comba-
Estados Unidos voltam a acusar a Rússia de “alimentar conflito” no Leste da Ucrânia
tentes, dinheiro, apoio, abastecimen-
tos e armas passam de um lado para
o outro sem qualquer controlo. A si-
tuação não é boa”, disse o general.
Na reunião de emergência que se
seguiu às declarações do responsável
militar da NATO, convocada pelos
EUA, os representantes do Conse-
lho de Segurança voltaram a trocar
acusações.
A embaixadora norte-americana
na ONU, Samantha Power, sentiu-se
obrigada a justifi car o facto de esta
ser a 26.ª vez que o Conselho de Se-
gurança se reúne para discutir a crise
no Leste da Ucrânia, mas defendeu
que “é por uma boa razão”.
“Se a nossa mensagem, e a men-
sagem de outros países, sobre a de-
terioração da situação no Leste da
Ucrânia soa familiar, é por uma boa
razão. Ainda que haja desenvolvi-
mentos recentes, a raiz do proble-
ma mantém-se: a fl agrante violação
da soberania e da integridade terri-
torial da Ucrânia pela Rússia”, disse
Samantha Power.
A representante dos EUA acusou
os separatistas das autoproclamadas
repúblicas populares de Donetsk e
de Lugansk de terem aproveitado o
acordo de cessar-fogo assinado em
Minsk no dia 20 de Setembro para
reforçarem o seu poder militar, com
a ajuda da Rússia.
“A Ucrânia continua a respeitar o
cessar-fogo ao longo das zonas de-
marcadas, enquanto defende mais
uma vez as suas forças e a sua popu-
lação dos avanços dos separatistas.
Nos últimos dias, o número de ata-
ques dos separatistas aumentou de
forma considerável, contra posições
no aeroporto de Donetsk, na cidade
de Debaltseve e, é claro, perto de Ma-
riupol”, disse a responsável norte-
americana.
Do lado russo, a resposta foi a mes-
ma de sempre, num sublinhado da
posição ofi cial do Kremlin desde o
início dos combates, em Abril – a
Rússia nunca enviou para o Leste
da Ucrânia nenhum militar, e todos
os que por lá passarem são volun-
tários.
O vice-representante permanente
da Rússia na ONU, Alexander Pankin,
disse que as reuniões do Conselho
de Segurança correm o risco de se
tornarem “uma farsa”, e acusou os
EUA de estarem a fazer “mais uma
incursão na propaganda, com novos
fl oreados”.
Para além da NATO, também a Or-
ganização para a Segurança e Coope-
ração na Europa (OSCE) tem relatado
movimentações militares ao longo da
fronteira. No seu relatório semanal,
publicado na quarta-feira, os obser-
vadores da organização dizem que
viram um veículo com a inscrição
“Gruz 200” a entrar na Ucrânia, vin-
do da Rússia – como explica a OSCE,
a inscrição “Gruz 200” é “um conhe-
cido código militar russo para ‘pesso-
al militar morto em combate’”.
SeparatismoAlexandre Martins
Veículo que serve para transportar militares russos mortos em combate foi avistado a entrar na Ucrânia, diz a OSCE
26 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
ESTELLE MAUSSION/AFP
Muitos organizadores de manifestações são alvo de “intimidação”
Intimidações e perseguições polí-
ticas, desaparecimentos forçados,
mortes extrajudiciais: uma investi-
gação da Amnistia Internacional às
manifestações realizadas em Angola
desde 2011 revela o grau de repres-
são a que estão sujeitos os cidadãos
que ousam protestar ou exprimir em
público a sua oposição ao Governo, e
também o nível de arbitrariedade e
impunidade com que actuam as au-
toridades policiais e judiciais do país.
Num relatório intitulado Punishing
Dissent: Suppression of Freedom of
Association And Assembly in Angola
[Pressionando a Dissenção: A su-
pressão da liberdade de associação
e assembleia em Angola], divulgado
ontem, a Amnistia Internacional (AI)
documenta inúmeros casos que com-
prometem o respeito pelos direitos
humanos ou os tratados internacio-
nais subscritos pelo Estado angolano
— e põem em causa “a participação
dos cidadãos” na vida pública e na
democracia do país.
O ponto de partida para a inves-
tigação foi o dia 7 de Março de 2011,
a data para que foi marcada uma
manifestação de protesto contra o
Governo do Presidente José Eduardo
dos Santos, num gesto inspirado pe-
los movimentos de revolta popular
da chamada Primavera Árabe. As 16
pessoas que acorreram ao Largo da
Independência de Luanda, apesar
da promessa de “medidas duras”
contra os manifestantes veiculada
pelo secretário do MPLA, o partido
que está no poder desde 1975, aca-
baram por ser presas ao fi m de 25
minutos.
Três casosDesde esse dia, e de acordo com a
contabilidade da AI, foram convoca-
das mais 30 manifestações ou acções
de protesto — contra o Presidente,
a violação dos direitos humanos, o
elevado custo do ensino ou a falta
de água e electricidade. E, segundo
constatou a organização, em todos
esses casos, “a resposta das autori-
dades angolanas violou os direitos de
livre associação e assembleia e ainda
a liberdade de expressão”, lê-se logo
na introdução do relatório.
Amnistia Internacional denuncia repressão de manifestantes em Angola
dos no local marcado por um largo
contingente policial, que incluía he-
licópteros, e uma ordem de disper-
são por motivos de segurança, que
foi posta em prática pelos agentes à
força de bastões e de tasers.
O outro aconteceu em Setembro
de 2013, depois de o Movimento Re-
volucionário Angolano ter entregado
um pedido para a realização de uma
manifestação contra os despejos e
detenções de vendedoras informais,
conhecidas como “zungueiras”. A
solicitação nunca mereceu uma res-
posta ofi cial, mas, segundo o rela-
tório da AI, os seus organizadores
foram informados verbalmente de
que o encontro não seria autoriza-
do. Na data, a polícia procedeu à
detenção de pelo menos 23 indiví-
duos suspeitos de querer participar
na manifestação.
O terceiro caso envolve um pedido
da Unita, o principal partido de opo-
sição, para uma marcha de protesto
pelo desaparecimento de Silva Alves
Kamulingue e Isaías Sebastião Kassu-
le, alegadamente mortos por agentes
de segurança. A marcha foi recusa-
da por coincidir com um comício do
MPLA, mas centenas de angolanos
desafi aram a proibição e acorreram
ao Cemitério de Santa Ana, em Luan-
da, e a outros locais em vários pon-
tos do país. O encontro foi reprimido
por forças antimotim, com recurso
a gás lacrimogéneo.
A Amnistia denuncia ainda inúme-
ros casos de assédio e intimidação de
organizadores de protestos e mani-
festações — telefonemas, ameaças,
raptos, detenções — “cujo intuito é
impedir a realização desses actos”.
O relatório identifi ca agressões a ma-
nifestantes por agentes do Estado
conhecidos coloquialmente como
“kaenches”.
“A realização de manifestações pa-
cífi cas foi impedida mesmo quando
foram cumpridos todos os preceitos
legais para a sua realização e quando
elas chegaram à rua foram suprimi-
das. A polícia levou a cabo detenções
arbitrárias e usou força desmedida
e desnecessária contra os manifes-
tantes, incluindo com armas de fo-
go. Também se recusou a garantir a
protecção dos manifestantes quan-
do estes foram atacados por outros
grupos que procuravam interferir
com o seu direito ao protesto. Para
fi nalizar, as autoridades sujeitaram
os manifestantes a acusações com
motivações políticas e julgamentos
injustos”, escreve a AI.
O relatório apresenta em detalhe
três casos de manifestações que fo-
ram inviabilizadas pela polícia com
base no incumprimento de requisi-
tos legais, de possível ameaça à or-
dem e segurança pública ou por cau-
sa da ocorrência de um outro evento
no mesmo dia e à mesma hora — em
todos esses casos a AI constatou que
as autoridades não facultaram a in-
formação necessária para justifi car a
recusa do acto ou para que os organi-
zadores pudessem alterar a data ou o
local das suas concentrações.
Um dos casos remonta a 25 de
Maio de 2011, quando o Movimen-
to Revolucionário de Intervenção
Social quis organizar um protesto
contra a pobreza extrema. Os cerca
de 300 manifestantes foram recebi-
Direitos humanosRita Siza
Relatório da organização de defesa dos direitos humanos documenta casos de intimidação e agressão de manifestantes
A polícia levou a cabo detenções arbitrárias e usou força desmedida e desnecessária
Jihadistas divulgaram uma grava-
ção alegadamente de Abu Bakr al-
Baghdadi, líder do grupo jihadista
que resolveu chamar-se Estado Islâ-
mico (EI), depois de notícias de que
poderia ter sido ferido ou morto num
ataque levado a cabo pelos EUA na
semana passada.
A autenticidade da gravação de Ba-
ghdadi, o homem que se declarou
califa após a tomada de várias zonas
do Iraque e Síria pelo seu grupo, não
pôde ser verifi cada, mas alguns espe-
cialistas dizem que parece autêntica.
Nela, quem fala promete que os com-
batentes do EI não vão parar de lutar
“até que reste um único soldado”.
Após ataques aéreos levados a
cabo perto da cidade iraquiana de
Mossul (a segunda maior do país e
a maior do Norte, actualmente em
poder do EI), surgiram rumores de
que Baghdadi poderia estar entre as
vítimas do ataque. Os EUA sempre
disseram não estar em condições de
confi rmar se o líder do grupo tinha
sido morto ou ferido.
Na gravação, que dura 17 minutos,
não há referência directa ao ataque
aéreo, mas há menção de um aconte-
cimento após o ataque: o anúncio de
que o Presidente norte-americano,
Barack Obama, tinha autorizado o
envio de mais 1500 soldados para o
Iraque (continuando a não ter fun-
ções de combate, sublinhou a Admi-
nistração norte-americana).
Baghdadi disse ainda, referindo-se
aos EUA, que “apesar desta campa-
nha ser a mais forte [da América], é
o seu maior falhanço”.
Na habitual retórica beligerante,
quem fala na gravação, divulgada nas
redes sociais, pede “vulcões de jihad
[guerra santa]” por todo o mundo e
em particular ataques na Arábia Sau-
dita — cujos líderes são apresentados
como “a cabeça da serpente”.
Na Síria e no Iraque, onde o grupo
acabou de anunciar a introdução de
uma nova moeda nas zonas que con-
trola, os jihadistas têm instalado o ter-
ror, com perseguições de minorias,
limpeza étnica, tortura de reféns, di-
zem testemunhos de sobreviventes.
Os EUA têm levado a cabo bom-
bardeamentos diários contra o EI no
Iraque e na Síria.
Os primeiros ensaios de três trata-
mentos clínicos da febre hemorrá-
gica ébola vão começar em centros
de tratamento na Guiné-Conacri e
eventualmente na Libéria, na espe-
rança de encontrar um tratamento
para esta epidemia, que já fez mais
de 5000 mortos na África Ocidental.
Na ausência de um tratamento
para esta doença, estes ensaios vão
começar em Dezembro e os seus re-
sultados poderão estar disponíveis
em Fevereiro de 2015, anunciou a
organização Médicos sem Frontei-
ras (MSF), em comunicado divul-
gado ontem.
“Trata-se de uma parceria in-
ternacional sem precedentes que
representa uma esperança para
os doentes terem fi nalmente aces-
so a um verdadeiro tratamento de
uma doença que mata actualmen-
te entre 50% a 80% daqueles que
são infectados”, sublinhou Annick
Antierens, o médico que está a co-
ordenar estes ensaios clínicos.
Um ensaio da Universidade de
Oxford com o medicamento anti-
viral brincidofovir a ser realizado
no centro ELWA 3 de Monróvia, a
capital da Libéria, está a postos pa-
ra avançar, mas os MSF aguardam
ainda a luz verde das autoridades
locais.
Dois outros testes estão previstos
para a Guiné-Conacri, um levado
a cabo pelo INSERM (o instituto
francês para a saúde e investiga-
ção médica), utilizando o antivi-
ral favipiravir, que vai ser feito em
Guéckédou, e o outro do Instituto
de Medicina Tropical de Antuérpia,
utilizando uma terapia à base de
sangue e plasma de pessoas que ti-
veram ébola e estão convalescen-
tes, que vai realizar-se em Conacri,
a capital.
A Organização Mundial da Saúde
associou-se a estes ensaios. O seu
último balanço relativo à epidemia
do ébola, divulgado na quarta-feira,
dá conta de 5160 mortos num uni-
verso de 14.098 casos de infecção.
Cerca de 400 pessoas vão parti-
cipar voluntariamente nos ensaios
clínicos, mas esse grupo pode vir a
ser alargado, se os primeiros resul-
tados forem promissores.
Líder do EI faz “prova de vida” em gravação
Vão ser testados três tratamentos do ébola
JihadismoÁfrica Ocidental
Registo de 17 minutos atribuído a Abu Bakr al-Baghdadi, o homem que se auto-intitulou califa, apela a mais ataques
Ensaios clínicos acelerados na Guiné-Conacri e Libéria poderão produzir resultados já em Fevereiro de 2015
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | MUNDO | 27
Esterilizações forçadas continuam na Índia após a morte de 14 mulheres
ANINDITO MUKHERJEE/REUTERS
Há mais de 20 mulheres que foram esterilizadas em Chhattisgarh a receberem tratamento hospitalar
Os serviços de Saúde do estado india-
no de Chhattisgarh continuam a con-
tabilizar as mortes de mulheres que
foram submetidas a esterilizações
forçadas no último fi m-de-semana
e há já uma nova vítima de um segun-
do campo na mesma região.
Foram realizadas cerca de 30
intervenções em apenas uma ho-
ra num recinto clínico organizado
especifi camente para o efeito na
segunda-feira, segundo o jornal
The Guardian, que cita órgãos de
comunicação locais. Para além da
morte de uma mulher há mais 20
que foram hospitalizadas, de acordo
com o Hindustan Times.
O número de vítimas que morre-
ram na sequência de operações em
massa realizadas no sábado ascen-
deu a 14, segundo as autoridades de
Saúde estaduais. Várias dezenas de
mulheres continuam internadas e é
previsível que o número de mortes
possa subir.
As complicações surgiram pou-
co tempo depois de 83 mulheres
terem sido sujeitas a esterilizações
num campo organizado pelo gover-
no estadual, no âmbito das políticas
de controlo de natalidade indianas.
O mesmo médico terá operado todas
as mulheres em apenas cinco horas,
segundo os jornais locais.
As autoridades sanitárias de Ch-
hattisgarh (um estado no centro do
país) prometeram levar a cabo uma
investigação e anunciaram ontem a
detenção de R. K. Gupta, o médico
que operou as mulheres.
Gupta negou qualquer responsa-
bilidade pelas mortes, dizendo estar
a ser apenas “um bode expiatório”.
“Não apenas eu, mas toda a adminis-
tração regional é responsável pelas
mortes”, disse o médico, citado pelo
jornal India Today, que apontou para
os “remédios de pouca qualidade”
prescritos às mulheres após a ope-
ração como a razão para as compli-
cações apresentadas.
À Reuters Gupta afi rmou ser uma
“obrigação moral” operar as mulhe-
res. “Se eles puseram 83 mulheres
naquele local, é a minha obrigação
moral operá-las a todas. Se eu recu-
sasse, teria de enfrentar a agitação
pública”, argumentou o médico, que
garantiu já ter realizado 50 mil inter-
nal que vários estados indianos têm
levado a cabo nos últimos anos. O se-
gundo país mais populoso do planeta
(1270 milhões de habitantes) pode
tornar-se o primeiro em 2030, segun-
do cálculos das Nações Unidas.
O controlo demográfi co tornou-se
uma das prioridades de sucessivos
governos na Índia — o primeiro país
a aplicar um programa nacional de
planeamento familiar, nos anos 1970.
Num primeiro momento, o Gover-
no de Indira Gandhi organizou um
processo de esterilização maciça que
abrangeu 10 milhões de pessoas, na
sua maioria homens.
Numa sociedade fortemente pa-
triarcal, as esterilizações masculinas
despertaram fúria generalizada, an-
corada na crença de que os proce-
dimentos retiravam a virilidade aos
homens. Os programas passaram,
desde então, a concentrar-se quase
em exclusivo nas mulheres. Calcula-
se que cerca de 37% de todas as india-
nas casadas tenham sido operadas,
face a pouco mais de 2% dos homens.
Só em 2012 foram esterilizadas 4,6
milhões de mulheres, segundo os
dados ofi ciais do Governo.
Para cada estado é fi xada uma me-
ta anual de esterilizações que deve
ser alcançada pelas autoridades de
Saúde. O estado de Chhattisgarh
(com 24,6 milhões de habitantes),
por exemplo, tem de atingir as 180
mil até ao fi m do ano. Os responsá-
veis de Saúde recebem compensa-
ções monetárias e são fortemente
pressionados a atingir as metas. Às
famílias são oferecidas compensa-
ções avultadas, muito acima do
rendimento médio, tornando ainda
mais vulneráveis as mulheres mais
pobres. No caso de Chhattisgarh, os
familiares receberam 1400 rupias (18
euros), o equivalente a duas semanas
de salário.
Médico responsável pelas operações foi detido (esterilizou 83 mulheres em cinco horas), mas acusa a administração regional. “Trataram-nas como gado”, dizem familiares das vítimas
Controlo demográficoJoão Ruela Ribeiro
cada intervenção terá de durar pelo
menos 15 minutos.
As famílias das vítimas estão cho-
cadas com a forma como as mulheres
foram tratadas e descrevem mortes
após um “sofrimento tremendo”.
“Disseram que nada lhes iria acon-
tecer, que era uma pequena inter-
venção”, contou ao Indian Express
Mahesh Suryavanshi, cunhado de
uma das vítimas. “Trataram-nas co-
mo gado.”
Excessos governamentaisEstima-se que tenham morrido 1434
mulheres na sequência destes proce-
dimentos entre 2003 e 2012, segundo
dados citados pelo Hindustan Times,
o equivalente a 12 mortes por mês.
O jornal adverte, contudo, que os
números reais devem ser mais ele-
vados.
Estas notícias revelam os abusos
das políticas de controlo populacio-
Calcula-se que cerca de 37% de todas as indianas casadas tenham sido operadas. Só em 2012 foram esterilizadas 4,6 milhões
venções do género na sua carreira.
A polícia descreveu as más condi-
ções do local onde as mulheres foram
operadas, em que havia cães a passar
e teias de aranha penduradas no tec-
to. Ao ritmo a que as operações fo-
ram feitas, cada uma terá demorado
cerca de dois minutos, provavelmen-
te nem possibilitando a troca de len-
çóis ou instrumentos — especialistas
garantem que para ser bem sucedida
28 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Morreu Manoel de Barros, o poeta brasileiro que arejava a linguagem
O autor de Livro Sobre Nada morreu ontem aos 97 anos em Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul, onde vivia. Carlos Drummond de Andrade chamou-lhe o “poeta maior” do Brasil
DR
Em 2012, Manoel de Barros foi distinguido em Portugal com o prémio da Casa da América Latina
Manoel de Barros, a quem Carlos
Drummond de Andrade chamou o
“poeta maior” do Brasil, morreu on-
tem em Campo Grande, no estado
brasileiro de Mato Grosso do Sul, a
cerca de um mês de completar 98
anos. Considerado o Guimarães Rosa
da poesia pela reinvenção sintáctica
e semântica a que submeteu a lín-
gua, deixa cerca de três dezenas de
títulos, de Poemas Concebidos Sem
Pecado (1937) a Portas de Pedro Viana
(2013), publicado 76 anos depois.
A par da poesia, escreveu livros
para crianças e uma autobiografi a
em vários volumes a que chamou,
sintomaticamente, Memórias Inven-
tadas. “Só tive infância, só sei escre-
ver sobre a infância, mas é uma me-
mória inventada”, dirá o próprio.
O poeta estava internado num
hospital de Campo Grande há duas
semanas e fora recentemente sub-
metido a uma cirurgia ao intestino,
mas as causas exactas da morte não
foram adiantadas.
Advogado de formação, fez-se fa-
zendeiro quando herdou a proprie-
dade paterna, mas o seu verdadei-
ro ofício foi a escrita. Reconhecido
com alguns dos mais importantes
prémios literários brasileiros, era
também bastante lido em Portugal,
onde foi editado pela Quasi e pela
Caminho, a chancela da LeYa que
editou a sua poesia completa em
2010.
No obituário que lhe dedica o jor-
nal O Globo, lembra-se a resposta
que dá, no documentário Só Dez por
Cento É Mentira (2008), quando o
realizador Pedro Cezar lhe pergunta
como gostaria de ser lembrado: “A
gente nasce, cresce, amadurece, en-
velhece, morre. Para não morrer,
tem que amarrar o tempo no poste.
Eis a ciência da poesia: amarrar o
tempo no poste”.
Em 2013, já com 97 anos, ainda
escreveu um último poema, A Tur-
ma, mas há largos meses que já não
conseguia escrever e estava fi sica-
mente muito diminuído, confi nado
à casa e aos cuidados da sua mulher,
Stella. A morte do seu fi lho Pedro
em Agosto de 2013, com um AVC,
cinco anos após ter perdido outro
fi lho num desastre de aviação, tira-
ra-lhe a vontade de viver. A sua fi lha
inventando simultaneamente uma
linguagem própria, cheia de neolo-
gismos. Mas esse “idiolecto manoelês
archaico”, como lhe chamaria mais
tarde, manteve sempre pontes com
as vanguardas brasileiras dos anos
20, e em particular com Oswaldo de
Andrade e o seu Manifesto Antropo-
fágico, que reivindicava uma língua
literária “não catequizada”.
A língua de Barros é também deve-
dora de João Guimarães Rosa, como
o é das suas precoces leituras de Rim-
baud, e é ela que verdadeiramente o
distingue. “Não sou um poeta da pai-
sagem, nem um poeta ecológico ou
folclórico, sou um poeta da palavra
– o meu pantanal é inventado –, mas
poucas pessoas entendem isso”, diz
o autor no documentário Só Dez por
Cento É Mentira, cujo título recupera
o fi nal de uma frase sua: “Noventa
por cento do que escrevo é invenção,
só dez por cento é mentira”.
Minhocas e poetasHá uma dimensão franciscana na po-
esia de Manoel de Barros, na qual o
homem não se sobrepõe a uma co-
bra, ou a um sapo, ou a uma planta.
Mas essa atenção à natureza – e aten-
ção é a palavra certa – não resulta
numa poesia naturalista ou descriti-
va. Não basta andar pelos campos de
olhos abertos para se perceber que
“quando chove nos braços de uma
formiga/ o horizonte diminui”.
Essa poesia da palavra que é ao
mesmo tempo, como disse Antônio
Houaiss, um dos seus primeiros di-
vulgadores, uma “humildade diante
das coisas” afi rma-se em Compêndio
para Uso dos Pássaros (1960), com as
suas peculiaridades gramaticais e
onomatopeias, ou no ainda mais in-
ventivo e surrealizante Gramática Ex-
positiva do Chão (1966), um título que
resume bem o seu programa poético
e que, não por acaso, veio a servir
para baptizar, em 1990, a primeira
edição conjunta da sua poesia.
Mas se Manoel de Barros chegou
provavelmente a ser o mais popular
poeta brasileiro vivo, pelos fi nais dos
anos 60, quando já publicara alguns
dos seus livros essenciais, continua-
va a ser pouco conhecido. Também
nunca foi de frequentar os meios li-
terários ou de dar entrevistas.
É só na década de 80, com a ajuda
de divulgadores como o humorista
Millôr Fernandes, e com a atribui-
ção, em 1987, do prestigiado prémio
Jabuti a O Guardador de Águas que
Manoel de Barros adquire visibilida-
de nacional. Também o lançamento
do fi lme Caramujo-fl or (1989), de Joel
Pizzini, um ensaio visual inspirado
na sua vida e obra, e em particular
no livro Gramática Expositiva do
Chão, contribuiu para este reconhe-
cimento um tanto tardio do poeta.
Manoel de Barros recebeu em 1998
o Prêmio Nacional de Literatura do
Ministério da Cultura brasileiro pelo
conjunto da obra, e voltou a ganhar
em 2002 o prémio Jabuti, desta vez
na fi cção, com O Fazedor de Ama-
nheceres. Em 2012, foi-lhe atribuído
o prémio da Casa da América Latina,
para autores latino-americanos vivos
com obra publicada em Portugal. Já
não pôde viajar, mas a sua fi lha Mar-
tha deslocou-se a Lisboa para receber
o galardão. E o poeta fez questão de
agradecer com um poema inédito
que o PÚBLICO então divulgou.
Traduzido em espanhol, francês,
inglês e alemão, o autor de Livro
Sobre Nada (1996) foi em diferentes
anos o poeta brasileiro com mais li-
vros vendidos no seu país. O segredo
da sua arte, o que Manoel de Barros
fazia, resumiu-o ele admiravelmente
numa passagem de Livro de Pré-coi-
sas (1985): “Minhocas arejam a terra,
poetas a linguagem”.
Óbito Luís Miguel Queirós
Martha explicou que, com a velhice
e o desgosto, o pai “estava se apa-
gando como uma velinha”.
Manoelês archaicoManoel de Barros nasceu em Cuiabá,
Mato Grosso, fi lho de um capataz de
fazenda, mas foi viver ainda crian-
ça para a capital do estado de Mato
Grosso do Sul, Campo Grande, onde
frequentou um colégio interno. Ter-
minou os estudos liceiais no Rio de
Janeiro, onde se formou em Direito.
Enquanto estudante universitário,
aderiu à organização juvenil do Par-
tido Comunista Brasileiro (PCB).
Tinha 18 anos quando a polícia o
foi procurar à pensão onde vivia, no
Rio, porque soubera que fora ele que
pichara numa estátua a frase “Viva
o comunismo!”. A dona da pensão
intercedeu pelo seu jovem inquili-
no, garantindo que era bom rapaz e
que até escrevera um livro, chamado
Nossa Senhora de Minha Escuridão. O
agente, para sorte e azar de Manoel
de Barros, tinha sensibilidade lite-
rária. Sorte porque não o prendeu,
azar porque lhe fi cou com o único
original do livro, que nunca mais
apareceu. Sabe-se apenas que não
era de poesia.
Ele próprio conta que escreveu o
seu primeiro poema aos 19 anos, e
tinha 21 quando publicou, em 1937,
o livro de estreia Poemas Concebidos
Sem Pecado. “Publicou” por assim
dizer, já que esta primeira edição se
resumia a 21 exemplares impressos
artesanalmente por um amigo.
Desiludido com Luís Carlos Pres-
tes, rompe com o PCB, vive algum
tempo na Bolívia e no Peru, e passa
ainda um ano em Nova Iorque, onde
estuda cinema e pintura. Antes de
regressar ao Brasil, faz uma viagem à
Europa, visitando então Portugal.
Após a morte do pai, herda uma
fazenda e, nos anos 60, instala-se
defi nitivamente em Campo Grande,
dividindo-se entre a criação de gado
e a poesia. Em 1942, publicara Face
Imóvel, onde a infl uência do primeiro
modernismo brasileiro, ainda mui-
to visível no livro de estreia, parecia
esbater-se em favor de uma voz alta-
mente singular, que assumia a região
do pantanal como matéria-prima,
“Só tive infância, só sei escrever sobre a infância, mas é uma memória inventada”
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | CULTURA | 29
OLIVIA HARRIS/REUTERS
A perseguição a Assange é um pretexto para debater o mundo
O que perguntariam a um homem
que vive há mais de dois anos sem
ver o sol, blindado do mundo? Um
homem que o Governo americano
considera um “terrorista”? Um ho-
mem que foi eleito “Figura do Ano”
2010 pelos leitores da revista Time?
Um homem que tornou públicos mi-
lhares de documentos confi denciais
diplomáticos e militares que emba-
raçaram os Estados Unidos?
Vai mesmo ser possível fazer per-
guntas a Julian Assange, o problema
será por onde começar. O fundador
da WikiLeaks vai estar disponível
por videoconferência durante uma
hora para responder a perguntas do
público que este domingo de manhã
(10h) rumar ao Centro de Congressos
do Estoril.
O encontro com Assange encerra
o simpósio Ficção e Realidade: Para
Além do Big Brother, uma “proposta
de refl exão e discussão” programada
pelo Lisbon & Estoril Film Festival,
que inclui ainda a participação de No-
am Chomsky, do juiz Baltasar Garzón
(advogado de Assange) ou a projec-
ção do fi lme sobre Edward Snowden
Citizenfour, de Laura Poitras (que ain-
da não está comprado para exibição
comercial em Portugal), entre outros.
“Sempre houve uma preocupação
de que o festival fosse mais do que
uma mostra de fi lmes”, justifi ca o
produtor Paulo Branco. “Também
tem de estar atento ao que se passa
na sociedade, a alguns aspectos que
mudam a vida dos cidadãos. Pensá-
mos que era interessante abordar a
questão da vigilância de massas e dos
limites entre o que é público e o que
é privado.”
Para além de um ciclo de fi lmes,
que tem estado a decorrer desde o
segundo dia do festival, que lembra
como “o cinema é premonitório em
relação a muitas situações que de-
pois se tornaram realidade” (Rela-
tório Minoritário, Blow Out, de Brian
De Palma, Bourne Identity, Os Três
Dias do Condor...), o simpósio inclui
quatro sessões de debate, a primeira
das quais tem lugar hoje, às 15h, no
Centro Cultural de Belém, em Lisboa,
com a projecção de uma entrevista
ao fi lósofo e activista político ame-
Vamos “skypar” com Julian Assange
rapidamente um para o outro. Um
mundo antigo contra um mundo no-
vo — e ainda só estamos no princípio,
diz Juan Branco. “Essas rupturas vão
crescer”, antecipa.
O pai, Paulo Branco, lembra que a
sua geração fi cou “escandalizada” ao
ler 1984 de George Orwell e “pensar
que aquilo que o livro anunciava po-
dia ser possível”. Mas hoje “há uma
passividade e uma indiferença em
relação a tudo o que se passa”, nota
o produtor. “Sabemos que toda a po-
pulação está sob escuta e não é isso
que provoca qualquer sentimento de
revolta. As pessoas tendem a aceitar
que a privacidade já não existe, mui-
tas vezes são os próprios cidadãos
que acabam com a barreira entre o
que é público e o que é privado.”
Não é uma questão fácil de resol-
ver. Abandonar o Google, o Face-
book, o iPhone? “Temos uma depen-
dência muito forte da tecnologia”,
reconhece Juan Branco. “Para a mi-
nha geração, toda a sua vida a partir
dos 13, 14 anos está na Internet, no
Google e no Gmail. A Google está a
acumular tanto poder que é perigo-
so — tem conhecimento de tudo. É
muito difícil ter consciência disso e
do controlo de que estamos a abdi-
car. As escutas da NSA não têm uma
corporalidade, não se vêem. É como
se fosse uma fi cção. Daí não estar-
mos muito preocupados”, explica.
Por isso, apesar de estar a trabalhar
para ajudar Assange a sair do seu
exílio forçado, admite que, “para-
doxalmente, é quase bom” fi guras
como Assange e Snowden estarem a
ser “perseguidas”, porque “mostra
que há um problema”.
O programa completo do simpósio
pode ser consultado em http://www.
leff est.com/pt/eventos/fi ccao-e-realida-
de-para-alem-do-big-brother.
ricano Noam Chomsky conduzida
por Paulo Branco e o seu fi lho Juan
Branco no M.I.T., em Boston, há cer-
ca de um mês.
O simpósio foi elaborado por Ju-
an Branco, em colaboração com La
Quadrature du Net, organização
francesa que defende uma Inter-
net “livre e aberta”. Juan Branco,
de 25 anos, está a fazer o doutora-
mento em Direito em Paris e é um
dos assessores jurídicos de Baltazar
Garzón na defesa de Julian Assange.
Aliás, Juan Branco conhece Assan-
ge e entrevistou-o recentemente na
embaixada do Equador em Londres,
onde o fundador da WikiLeaks se
encontra refugiado, para um artigo
de seis páginas no Nouvel Observa-
teur que não deixa dúvidas quanto
à sua simpatia pela fi gura — o autor
descreve Assange como “um herói
dostoievskiano capturado por um
mundo balzaquiano”.
Assange, diz, “é um revolucioná-
rio”. Ele quer mudar o mundo, di-
namitar o actual sistema político,
que se tornou anacrónico face às
transformações trazidas pela tecno-
logia. O Estado, com as suas leis e
tentativas de controlo da Internet,
e os cidadãos (ou, pelo menos, os
hackers) que exigem o livre acesso
e circulação de conhecimento e cul-
tura, são dois comboios a avançar
FestivalKathleen Gomes
Vídeoconferência com o fundador da WikiLeaks e filme sobre Edward Snowden no Lisbon & Estoril Film Festival
Juan Branco descreve Assange como “um herói dostoievskiano capturado por um mundo balzaquiano”
É uma história com contornos idên-
ticos aos da colecção Miró, na posse
do Estado português desde a nacio-
nalização do BPN. A diferença é que,
aqui, as duas obras de Andy Warhol
que pertenciam à falida cadeia de
casinos alemã Westspiel, subsidiária
do NRW Bank, o banco público do
estado Renânia do Norte Vestefália,
foram vendidas.
O leilão aconteceu anteontem na
Christie’s de Nova Iorque e rendeu
ao banco 121,6 milhões de euros nu-
ma noite histórica para a leiloeira ao
somar no total 852,9 milhões de dó-
lares (682,9 milhões de euros). A de-
cisão gerou polémica, o que levou o
banco a retirar da praça duas obras
do pintor alemão Sigmar Polke.
Triple Elvis e Four Marlons, re-
tratos do músico Elvis Presley e do
Vendidas duas obras de Andy Warhol por 121 milhões de euros para abater dívida à banca
actor Marlon Brando, respectiva-
mente, foram as obras que se des-
tacaram no leilão, que registou ain-
da recordes de venda para o artista
norte-americano Cy Twombly e para
o holandês Willem de Kooning.
Triple Elvis, uma das 22 obras da
série que Andy Warhol fez em 1963
dedicada ao rei do rock ‘n’ roll, de
arma na mão e em pose de cowboy,
acabou arrematado ao fi m de seis
minutos por 81,9 milhões de dólares
(65,7 milhões de euros). Sabe-se ape-
nas que a oferta vencedora chegou
da Europa, por telefone. Uma venda
acima das estimativas da leiloeira
que apontavam para os 60 milhões
de dólares (48 milhões de euros).
Já Four Marlons, uma serigrafi a
onde vemos Marlon Brando numa
moto (imagem do fi lme O Selvagem),
foi comprada por 69,6 milhões de
dólares (55,9 milhões de euros), um
valor acima dos mesmos 60 milhões
de dólares esperados.
LeilãoCláudia Carvalho
30 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
LIGIA CLARCK
Fotografado para a capa de Caboclo: “Este é o disco que esperei a vida inteira para fazer”
É mais uma estreia do Misty Fest,
esta a encerrar o festival: o can-
tor e compositor brasileiro Pierre
Aderne apresenta hoje, no palco
do Centro Cultural Olga Cadaval,
em Sintra, pelas 22h, o seu mais
recente disco, Caboclo.
Nascido em França (Toulouse) de
mãe brasileira e pai português (de
Ourém) e com a infância passada en-
tre Brasília e o Rio de Janeiro, Pierre
vem criando laços com Portugal des-
de há dez anos. Lançou aqui Casa de
Praia (2005), Alto Mar (2007), Água
Doce (2010) e Bem me Quer, Mar me
Quer (2012). Pelo meio, fundou e fez
parte integrante do trio Doces Cario-
cas, que lançou (também em Portu-
gal) um CD homónimo em 2008.
Agora, em Caboclo, escreve: “Este
é o disco que esperei a vida inteira
para fazer.” E explica, em entrevista,
porquê. “É como se fosse uma colcha
de retalhos que eu fosse juntando du-
rante a vida. É o ter vivido no Brasil
em vários lugares: no centro-oeste,
Brasília; no Nordeste, João Pessoa,
mergulhado naquele universo no
baião, do forró e do xote, Luiz Gonza-
Pierre Aderne e Caboclo: retalhos de uma vida entre vários sons e continentes
ga e as cirandas de Lia; depois o Rio
da bossa nova e do samba; e por fi m
Lisboa, que é esse ponto de encontro
da África lusófona e do fado.”
Caboclo, que remete para mes-
tiçagem (os dicionários atribuem
o termo ao cruzamento de índios
e brancos), tem no caso de Pierre
outro fundamento: “Na verdade, eu
chamo os meus amigos mais próxi-
mos de caboclo, que é a forma co-
mo em Goiás e em Minas Gerais as
pessoas se cumprimentam.”
Mas à geografi a invocada falta
ainda um outro ponto: Nova Ior-
que. “Comecei a ir para lá em 1992,
morei lá também, conheci Bebel Gil-
berto antes de ela ser quem é hoje.
Tinha aquele universo do jazz e das
coisas de que eu fui me aproximan-
do. Caboclo tem um pouco disso, da
coisa rítmica.”
Baterias num outro tomPor falar em rítmica: Pierre juntou
aqui vários bateristas: Chuck Sta-
ab (da banda de Melody Gardot),
Dan Rieser (Norah Jones), Kenny
Wollensen (Tom Waits, Madeleine
Peyroux), Mauro Refosco (David
Byrne, Radiohead), Satoshi Takeishi
(Antony Braxton, Paul Winter) e Ru-
ca Rebordão (Watanabe, Couple Co-
ff ee), os dois últimos já presentes
em gravações anteriores suas. Isto
além de Vinicius Cantuária, que já
não tocava bateria desde que in-
tegrou o grupo A Outra Banda da
Terra, de Caetano Veloso, nos anos
1980. “Eu sempre gostei muito da
bateria e nunca achei que ela se
adaptasse muito à minha música,
porque eu tenho esta voz frágil. Mas
a vassourinha da caixa do jazz faz-
me lembrar a pulsação do pandei-
ro da Mangueira. Então, não é um
disco pulsante, mas acho que enfi m
encontrei um lugar para a bateria
dentro do meu trabalho.”
Ao lado de vários originais, há no
disco canções de Pierre regravadas
com novos arranjos (Fado dos bar-
cos, Repente de mar, Quanto tem-
po, Astrolábio) e versões de temas
alheios como Berimbau, de Baden e
Vinicius, ou Fado do ladrão enamo-
rado, de Carlos Tê e Rui Veloso. “Eu
nunca tinha gravado nada que não
fosse meu. Nunca me senti à von-
tade para vestir uma canção com a
minha roupa. Até que conheci o Phi-
lippe Baden Powell [fi lho de Baden,
mas pianista]. Um dia, estava aqui
em casa com ele, a Melody Gardot
[que também participa no disco] e
a Anna Maria Jopek, comecei a brin-
car com o Berimbau e parecia uma
música que eu tivesse acabado de fa-
zer. Quisemos logo gravar! A do Rui,
foi a Susana Travassos que um dia,
no Rio, me deu a ouvir. E eu disse:
‘Caramba, parece Noel Rosa ou Car-
tola!’” Só depois soube de quem era.
No dia seguinte foi para casa de Célia
Vaz, “a professora da bossa nova”,
e ela harmonizou para ele a canção.
“Pedi a bênção ao Tê e ao Rui, que
ouviram e gostaram. Foi a última
música a entrar no disco e trouxe
um pouco mais de Portugal.”
MúsicaNuno Pacheco
O cantor e compositor que divide a vida entre a Europa e Américas estreia hoje no Olga Cadaval, em Sintra, o seu mais recente disco
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | CIÊNCIA | 31
A File tem energia para hoje e talvez amanhã, o futuro é uma incógnita
AFP
A pata metálica da sonda File surge em primeiro plano, no local onde aterrou
A primeira fotografi a divulgada on-
tem da sonda File pousada no co-
meta 67P/Churiumov-Gerasimenko
é misteriosa e escura. Em primeiro
plano vê-se uma das três patas da
File, que anteontem se separou da
sonda Roseta e aterrou atabalhoa-
damente no cometa, no momento
mais esperado desde o lançamen-
to da Roseta, há dez anos, e com-
pletamente inédito na história da
exploração mundial. Atrás da pata,
há uma encosta rugosa, de textura
e composição desconhecidas. E é
tudo. Por agora, não se sabe muito
mais do local nem do futuro da File,
que começou a obter alguma infor-
mação científi ca mas pode não ter
energia para mais do que uns dias
de actividade.
Calcula-se que a File tenha ido
parar a cerca de um quilómetro
de distância da região de Agilkia, o
local programado pela Agência Es-
pacial Europeia (ESA) para a ater-
ragem, que fi ca no topo do lobo
mais pequeno do 67P, com a sua já
conhecida forma de pato. Quando
na quarta-feira às 16h03 se soube da
aterragem da sonda, que está a cer-
ca de 510 milhões de quilómetros da
Terra, entre Júpiter e Marte, rapida-
mente o júbilo demonstrado pelos
responsáveis da missão, no Centro
Europeu de Operações Espaciais da
ESA, em Darmstadt, Alemanha, foi
substituído por preocupação.
Uma falha, de causa ainda desco-
nhecida, impediu a ejecção dos dois
arpões destinados a prender a File
ao cometa, cuja gravidade ínfi ma
podia deixar a sonda ressaltar. E a
File, de facto, ressaltou, iniciando
uma nova viagem que só terminou
duas horas depois e que foi explica-
da ontem. “Aterrámos três vezes”,
disse Stephan Ulamec, um dos res-
ponsáveis pela File, numa conferên-
cia de imprensa da ESA.
Os especialistas contaram que
a File, sete horas depois de se li-
bertar da Roseta e descer 20 qui-
lómetros até ao cometa, acertou
maravilhosa bem, à velocidade
de um metro por segundo, no lo-
cal previsto — um feito que gerou
ontem aplausos para a equipa
da dinâmica de voo, cujos mem-
bros foram considerados heróis.
tar a sonda durante os cerca de três
meses que se esperava que ela esti-
vesse activa.
Para já, as baterias principais da
File dão-lhe energia para algumas
dezenas de horas. “Para o próximo
dia, estamos a salvo, para o dia se-
guinte vamos entrar numa situação
crítica, porque recebemos muito
pouca energia solar”, disse Ste-
phan Ulamec, numa resposta a um
jornalista que perguntava quando
seria o momento ideal para se usar
as brocas e recolha de amostras do
solo. A File iria analisar a composi-
ção das amostras.
Mas a escassez da energia e a pos-
sibilidade de a missão na superfície
do cometa terminar mais cedo limi-
tam o grau de liberdade dos respon-
sáveis da ESA. Além disso, como a
sonda não está presa ao solo pelos
arpões, teme-se que certas acções
como o uso das brocas a voltem a
pôr em movimento. O próprio custo
energético de uma avaliação pro-
funda da situação da File, para se
ter uma ideia do risco de se usar
os arpões, pode não compensar
face à importância de obter dados
científi cos dos instrumentos que
funcionam.
Há, por isso, muitas incógnitas.
Jean-Pierre Bibring, um dos prin-
cipais cientistas da File, explicava
ontem que o movimento dos ins-
trumentos da sonda pode alterar
a sua posição e fazer com que, de
repente, os painéis solares captem
mais luz. Portanto, ainda está tu-
do em jogo na maior experiência
científi ca de sempre sobre cometas,
que pode ajudar-nos a perceber co-
mo apareceram as condições para
a vida na Terra, no início do siste-
ma solar. Como dizia ainda Ignacio
Tanco, um dos responsáveis da ESA
na conferência de imprensa, que
contou com momentos de tanta
emoção que alguns engenheiros
não conseguiram conter as lágri-
mas: “Os últimos dois dias têm si-
do uma montanha-russa. Estamos
muito felizes com a forma como as
coisas estão a correr. E muito ali-
viados.”
Sonda pousou não uma, mas três vezes no cometa e, desde então, está imobilizada. Futuro da missão depende da energia que a File conseguir obter com os seus painéis solares, que, para já, é muito pouca
EspaçoNicolau Ferreira
Mas como não teve os arpões para
se agarrar, o impacto (e talvez a aju-
da de um chão fofo) fê-la voltar para
o espaço e viajar durante uma hora
e 50 minutos no ar, a uma velocida-
de de 30 centímetros por segundo.
Depois, aterrou e deu ainda o der-
radeiro salto, bem mais pequeno:
voou durante sete minutos, a três
centímetros por segundo. Finalmen-
te, caiu e fi cou no local da fotografi a
mencionada.
Logo após a primeira das três ater-
ragens, os sistemas operativos dos
instrumentos científi cos que a File
transporta começaram a funcionar,
tal como estava programado. Por
isso, durante os ressaltos, o apare-
lho que emite ondas de rádio (para
analisar a constituição do núcleo do
cometa) estava a operar. E com esta
informação, os cientistas consegui-
ram ter uma ideia de onde a sonda
aterrou à terceira. Segundo Stephan
Ulamec, os dados indicam que a son-
da saltou por cima de uma grande
cratera ao pé de Agilkia e fi cou algu-
res na margem oposta dessa cratera.
Ontem de manhã, os técnicos da
ESA voltaram a receber sinais trans-
mitidos pela File, que primeiro são
recebidos pela Roseta, que continua
em órbita do cometa, e são depois
retransmitidos para a Terra. Durante
a noite, as transmissões tinham caí-
do devido à rotação do cometa. De
manhã, as imagens da paisagem que
rodeia o File e a informação sobre
a constituição do núcleo do come-
ta chegaram cá. Ao mesmo tempo,
foi-se compreendendo a verdadeira
situação da pequena sonda de 100
quilos de massa.
Montanha-russa de emoçõesUma das três patas da File parece
que não está a tocar no chão e a
sonda deverá estar inclinada. Além
disso, a geografi a acidentada que
rodeia a sonda pode estar a fazer
sombra aos seus painéis solares.
Assim, a File só recebe uma hora
e meia de luz por cada “dia” de 12
horas, em vez das seis ou sete horas
esperadas. Esta quantidade de luz
pode ser insufi ciente para alimen-
32 PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H
Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,1350-352 Lisboa
Mensagens
MASSAGISTA LESTEVários tipos massagem.Atendimento prof.,discrição. Cp. Pequeno.Telm: 92 774 50 54
SENHORA RUSSA(LISBOA) - Elegante, al-ta, mto delicada. Mas-sag. relax, marquesa.Telm.: 919 702 160
TÂNIA RUSSINHABenfica, meiga echarmosa, boca quente,nas calmas.Telm: 96 022 97 59
ImobiliárioPassa-se VENDA DE IMÓVEL EM POUSOS/LEIRIA
Insolvência de MANUEL ANTÓNIO BARBOSA FERREIRA
Proc.º N.º 994/14.9TBLRAL do 5.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Leiria
Propostas em carta fechada(Rectifi cação de anúncio publicado a 21 e 22 Outubro de 2014)
O Administrador Judicial vai proceder à venda, na modalidade de pro-posta em carta fechada, dos bens imóveis constantes no auto de arro-lamento e apreensão, junto ao Proc.º N.º 994/14.9TBLRAL do 5.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Leiria, nos quais foi declarada a insolvência de MANUEL ANTÓNIO BARBOSA FERREIRA com o NIF 194132161.As propostas devem ser dirigidas ao Administrador Judicial e identifi ca-das com nome, NIF/NIPC, endereço, telefone e fax do(s) proponente(s). O envelope deve identifi car o n.º do processo de insolvência. As propos-tas devem ser enviadas por carta registada até às 16 horas do dia 26 de Novembro de 2014, ou recepcionadas até esse dia e hora no escritório do Administrador Judicial na Rua Padre Luís Aparício n.º 9 - 2.º Dt.º, 1150-248 Lisboa.Naquele mesmo dia e hora no escritório do Administrador Judicial se-rão abertas as propostas recebidas na presença dos interessados, e de todos os que, devidamente identifi cados, possam exercer o direito de preferência ou remição, sendo o bem adjudicado à melhor proposta que exceda o valor mínimo adiante indicado, nos termos das disposi-ções legais.Os bens à venda podem ser vistos pelos interessados, mediante mar-cação prévia para o telefone 213510880, pelo fax 213510889 ou pelo email: [email protected] Os bens a seguir indicados serão vendidos no estado físico e legal em que se encontram, livres de pessoas, ónus e encargos:Verba única - Fracção Autónoma designada pela letra I, (Apartamento T3, 2.º Andar letra C, para habitação, uma arrecadação privada no sótão e uma garagem privada na cave, ambas referenciadas com a mesma letra da fracção), sita na Estrada Casal dos Matos, lote 7, Casal dos Ma-tos, Pousos, União das freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, concelho de Leiria, inscrita na matriz predial sob o artigo 9652 e descrita na 2.ª Conservatória do Registo Predial de Leiria sob o n.º 3902, com o valor mínimo de venda de € 104.800,00 (Cento e quatro mil e oitocentos euros).Reserva-se o direito de rejeição de propostas de valor inferior aos in-dicados valores mínimos. Caso existam propostas de igual valor para o mesmo imóvel será aberta licitação entre os proponentes na data da abertura das propostas. As propostas devem ser acompanhadas de um cheque caucção emitido à ordem da Massa Insolvente de MANUEL AN-TÓNIO BARBOSA FERREIRA no valor correspondente a 20% do valor-base indicado ou por garantia bancária de valor equivalente.
Administrador Judicial - JOSÉ LUÍS CAETANO MARQUESRua Padre Luís Aparício, n.º 9 - 2.º Dt.º, 1150-248 LISBOA
Tel: 213 510 880 - Fax: 213 510 889Email: [email protected]
Público, 14/11/2014 - 2.ª Pub.
CEDE-SE QUOTAS deRestaurante/Bar/Paste-laria em Lisboa, juntoAlmirante Reis; 100m2Renda 170€; 20.000€.Tel.:916 644 136
ACHA Q SABE TUDODE MASSAGENS?Então nunca esteve aqui.www.tantricmoments.ptTelm: 92 442 50 94
CONVOCATÓRIAUsando da faculdade que me confere a alínea a) do n.º 2 do art.º 27.º dos Estatutos, convoco a Assembleia-Geral Ordinária, a reunir no dia 18 de Dezembro de 2014, pelas 15.00 horas na sede da Associação, com a seguinte
ORDEM DE TRABALHOSPonto Único - Eleição dos Corpos Sociais da ARPIAC para o bi-
énio 2015/2016;Nos termos do art.º 1.º do Regulamento para a eleição dos Corpos Sociais da Associação aprovado na Assembleia-Geral de 19-11-2010, fi xo o dia 18 de Dezembro de 2014 para a eleição dos Corpos So-ciais da ARPIAC, bem como o dia 28-11-2014 como data-limite para a apresentação de listas candidatas à referida eleição.A votação para o ato eleitoral decorrerá na sede da Associação, entre as 15 e as 19.30 horas. Só poderão votar e ser eleitos os Sócios admitidos há pelo menos 3 meses, com as quotas pagas pelo menos até Setembro de 2014, e no pleno gozo dos direitos estatutários.As listas concorrentes ao ato eleitoral devem ser elaboradas nos ter-mos do n.º 3 do artigo 3.º do Regulamento eleitoral, e ser entregues na Secretaria da Associação até às 16 horas do dia 28-11-2014.Avisam-se os Senhores Associados de que se encontra afi xada na Sede da ARPIAC e na Academia Cultural, a Lista provisória dos Só-cios com direito a voto, podendo a mesma ser consultada e recla-mada por escrito durante o período de 10 dias a contar da data de afi xação, após o que se transforma em defi nitiva.A campanha eleitoral decorrerá nos termos do art.º 4.º do Regula-mento eleitoral.
Agualva-Cacém, 12 de Novembro de 2014
O Presidente da Mesa da Assembleia GeralAntónio Luís de Almeida Ribeiro
Instituição Particular de Solidariedade Social
Rua de S. Paulo n.º 11 - Bairro de Eureca - 2735-547 CACÉM Pessoa Colectiva n.º 501 284 419Tel. 21 912 94 60/5 Fax 21 912 94 67
Filiada na UNIÃO DASINSTITUIÇÕES PARTICULARESDE SOLIDARIEDADE SOCIAL(U.I.P.S.S.)
Público, 14/11/2014
CARTA FECHADAINSOLVÊNCIA DE JOÃO JOSÉ DE ASSIS MONTEIRO DA SILVAProc. 2303/13.5TBSTR - 3.º Juízo - Tribunal Judicial de Santarém
Por determinação do Exmo. Sr. Dr. Administrador da Insolvência e com o acordo do credor hipotecário, vamos proceder à venda extra-judicial, com apresentação de propostas em carta fechada, do imó-vel a seguir identifi cado:
BEM IMÓVELVerba 2: Prédio urbano, composto por mo-rada de casas com quintal, sito na Rua Di-reita, Salvaterra de Magos. Inscrito na matriz n.º 88 da união das freguesias de Salvaterra de Magos e Foros de Salvaterra e descrito na CRP de Salvaterra de Magos sob o n.º 1802. Valor mínimo: 28.600,00€.
REGULAMENTO1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as pro-
postas em carta fechada até ao dia 28.11.2014 e dirigidas à Leilo-eira do Lena.
2. As propostas terão de conter: Identifi cação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone, fax e email); valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identifi car o nome e processo.
3. A proposta tem de vir acompanhada de cheque de 20%, referente ao valor da proposta e ainda nossa comissão e respectivo IVA.
4. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer favorável do Administrador da Insolvência.
5. As propostas serão abertas no dia 03.12.2014 às 11h no escritório do Administrador da Insolvência, Rua Brito Pais, 4 A, Mirafl ores, Algés (1495-028) e desde que exista mais do que um proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão convida-dos a comparecer pessoalmente ou representados no dia da aber-tura das propostas acima indicado para licitarem entre si.
6. O imóvel é vendido no estado físico em que se encontra.7. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% e respectivo IVA
referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena.
INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dt.º
Urb. Planalto 2415-395 LEIRIAPara mais informações visite o nosso site
E-mail: [email protected] Site: www.leiloeiradolena.com
TRIBUNAL DE COMARCA E DE FAMÍLIA E
MENORES DE ALMADA1.º Juízo Competência CívelProcesso: 5014/03.6TBALM
ANÚNCIOInventário (Herança)Correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens abaixo indicados, para reclamarem o pagamento dos respetivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começa-ra a contar da data da segunda e última publicação do anúncio, em que são:Requerente e Cabeça-de-Casal: Maria Teresa Rabela Dias, BI - 2204228, NIF - 206281790, domicílio: Rua Ana de Castro Osório, n.º 10 - 2.º Esq.º, Torre da Marinha, 2840-419 Seixal.Interessado: Vítor Manuel Rebelo Dias, BI - 5039871, NIF - 137245432, domicí-lio: Travessa Adolfo Coelho, n.º 11 - 1.º Dt.º, 2810 Laranjeiro.Bem:- Fracção autónoma designada pela letra “H”, correspondente ao 2.º andar esquerdo, com arrecadação na cave, do prédio urbano em regime de pro-priedade horizontal, sito na Rua Ana de Castro Osório, n.º 10, Torre da Marinha, freguesia de Arrentela, concelho do Sei-xal sob o n.º 00657/240486H, inscrito na matriz sob o artigo 1782.- Quota parte de dois terços (2/3) em re-gime de compropriedade de um prédio urbano composto de loja, 1.º andar e 2.º andar, ambos para habitação sito na freguesia de Cabeça, Concelho de Seia, omisso na Conservatória do Registo Predial de Seia, pertencendo a restante quota de um terço a (1/3) a terceiro.N/ Referência: 13250775Almada, 14-07-2014
A Juíza de DireitoDr.ª Rita Silva Viegas
A Escrivã AdjuntaHelena Maria Ângelo
Público, 14/11/2014 - 2.ª Pub.
Freguesia de Areeiro AVISO
Cessação de Procedimento Concursal
Para os devidos efeitos, torna-se público, nos termos do artigo 38.º, n.º 2 da Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro, alterada pela Portaria n.º 145-A/2011, de 6 de abril, que a Junta de Freguesia de Areeiro, em reunião ordinária realizada em 29 de outubro de 2014, aprovou a Proposta n.º 83/2014, e pelos fundamentos constantes da mesma, foi deliberado a cessação do procedimento concursal comum, na modalidade de contrato de trabalho em funções pú-blicas por tempo indeterminado, para o preenchimento de cinco postos de trabalho na categoria/carreira de assistente operacional, para o exercício das funções nas áreas de conservação, limpeza e higiene de espaços públicos, dois postos de trabalho na categoria de técnico superior, na área da acção social, da carreira de técnico superior, um posto de trabalho na categoria de técnico superior, na área de recursos humanos, da carreira de técnico superior e um posto de trabalho da categoria de técnico de informática de grau 1, nível 1, da carreira de informática, aberto por deliberação da ex-tinta Junta de Freguesia de São João de Deus, em 17 de setembro de 2013, publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 192, de 4 de outubro de 2013, Aviso n.º 12347/2013, página 30.332.
30 de outubro de 2014
O Presidente da Junta de Freguesia de AreeiroFernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp
GESTORHOTELEIRO
EXPERIÊNCIAINTERNACIONAL
DISPONIBILIDADE IMEDIATA
91 403 35 22
Insolvência de “Luís dos Remédios Nunese Maria da Graça André Batista Nunes”
Processo n.º 2892/14.7TBSXL no 2.º Juízo Cível do Tribunal de Família e Menores e de Comarca do SeixalPor determinação do Exmo. Administrador de Insolvência proceder-se-á à venda através de proposta por carta fechada, do bem que a seguir se identifi ca:Verba ÚNICA: Fração autónoma designada pela letra “N”, correspon-dente ao 4.º Dt.º, do prédio sito na Praceta António Branquinho da Fonseca, n.º 4, Amora, descrito na Conservatória do Registo Predial de Amora com o n.º 1993 inscrito na matriz da freguesia da Amora sob o artigo 2072, com o valor mínimo de € 50.000,00.REGULAMENTO:1 - Serão consideradas as propostas de valor não inferior ao suprain-dicado, recebidas, em envelope fechado, até às 17 horas do dia 04 de Dezembro de 2014.2 - A abertura das propostas será efetuada imediatamente após a hora indicada no número anterior.3 - Os envelopes contendo as propostas deverão ter a indicação na frente “Proposta de compra por carta fechada - Insolvência de Luís dos Remédios Nunes e Maria da Graça André Batista Nunes - Proc. 2892/14.7TBSXL”, deverão ser acompanhadas de um cheque/caução de 5% do valor proposto, à ordem da massa insolvente, e ser enviadas para o Administrador de Insolvência:
Dr. Pedro Ortins de Bettencourt, Praceta Aldegalega, n.º 21, R/C Esq.º
2870-239 Montijo4 - As propostas deverão conter: nome ou denominação do proponen-te; morada; número de contribuinte; representante, em caso de pessoa coletiva, indicação de telefone e/ou email de contacto e valor oferecido por extenso. 5 - Os imóveis serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus e encargos, sendo da responsabilidade do comprador todos os custos relacionados com a venda. 6 - A aceitação ou não aceitação da proposta será comunicada ao pro-ponente de maior valor no prazo máximo de 30 dias após a abertura de propostas.7 - A escritura notarial será efetuada em data e hora a avisar ao compra-dor com a antecedência mínima de 15 dias.8 - Se não for possível realizar a escritura na data fi xada, por razões ine-rentes ao comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.9 - Se por motivos alheios à vontade do Administrador de Insolvência, nomeadamente exercício do direito de remissão ou de preferência, de-cisão de Comissão de Credores ou decisão judicial, a venda for consi-derada sem efeito, as quantias recebidas serão devolvidas em singelo.Esclarecimentos adicionais poderão ser prestados pelo Administrador de Insolvência, através do endereço de correio eletrónico: [email protected]úblico, 14/11/2014
ANA, 29A. DIPL.BONITA, SIMPÁTICA -Elegante. “TerapiasOrientais & Sensuais”10/21hTelm.: 91 278 83 12
MASSAMÁ -Bonita, meiga, elegante,peito XXL ou massagemhotphone.Telm.: 916 719 517
COMARCA DELISBOA OESTE
Oeiras - Inst. Local- Secção Cível - J4
Processo: 2663/14.0T8OER
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Ministério Pú-blicoRequerido: Paulo Nelson Vieira Henriques SilvaFaz-se saber que foi distri-buída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Paulo Nelson Vieira Henriques Silva, com residência em domicílio: Rua José Henri-ques Coelho, n.º 4, R/c E, 2770-102 Paço de Arcos, para efeito de ser decretada a sua interdição por anoma-lia psíquica.
N/ Referência: 84922215
Oeiras, 10-11-2014.
O Juiz de DireitoDr. Luís Pato
A Ofi cial de JustiçaMaria dos Prazeres Delgado
Público, 14/11/2014
LUÍS MARIA MARTINS GOMES SALINAS
MONTEIROFALECEU
A Família participa o seu falecimento. Será celebrada Mis-sa de Corpo Presente, hoje, 6.ª feira, pelas 14.30 horas na Basílica da Estrela, seguindo-se o funeral para Jazigo de Família no Cemitério dos Prazeres.
Agência Funerária BarataServilusa - Número Verde Grátis 800 204 222
Serviço Funerário Permanente 24 Horas
MASSAGENSTÂNTRICAS-www.genuinetantric.pt
Tel.: 215 940 063 912 049 724 960 452 050
INSERÇÃO DEANÚNCIOS
ASSINATURAS
E-LEARNING
COLECÇÕES
. . .
Visite-nos emLISBOA de
segunda a sexta-feira, das 09h às
19h e sábadosdas 11h às 17h
Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte,
1350-352 LisboaTel.: 210111010/20
ou emhttp://loja.publico.pt/
Loja
Loja online Público:http://loja.publico.pt
33PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 CLASSIFICADOS
ESPECIALISTAS EM LEILÕES IMOBILIÁRIOS
AM
I : 1
827
– Va
l.: 0
6/06
/201
5
PORTO22 NOVEMBRO 2014 - 15H
HOTELIPANEMA PORTORUA DO CAMPO ALEGRE, 156/172 - PORTO
LISBOA23 NOVEMBRO 2014 - 15H
CORINTHIA HOTELLISBONAV. COLUMBANO BORDALO PINHEIRO, 105 - LISBOA
LISBOA 21 382 84 60
PORTO 22 608 18 24
ALGARVE 289 54 21 67
www.euroestates.pt
www.facebook.com/EuroEstates
CONTACTOS WEB
IMÓVEIS A PARTIR DE
93 €/M2
VENDA DE IMÓVEISCOMERCIAIS
VENDA DE ANDAR E GARAGEMIDANHA / BELAS
Insolvência de HUGO BERNARDINO DA CUNHA BARBOSA
Proc. n.º 9050/14.9T2SNT do Juízo do Comércio de Sintra- Comarca da Grande Lisboa Noroeste
Propostas em carta fechadaO Administrador Judicial vai proceder à venda, na modalidade de proposta em carta fechada, dos bens imóveis constantes no auto de arrolamento e apreensão, junto ao Proc.º n.º 9050/14.9T2SNT do Juízo do Comércio de Sintra - Comarca da Grande Lisboa Noroeste nos quais foi declarada a insolvência de HUGO BER-NARDINO DA CUNHA BARBOSA com o NIF 186244487.As propostas devem ser dirigidas ao Administrador Judicial e identifi cadas com nome, NIF/NIPC, endereço, telefone e fax do(s) proponente(s). O envelope deve identifi car o nº do processo de insolvência. As propostas devem ser enviadas por carta registada até às 16 horas do dia 27 de Novembro de 2014, ou recepciona-das até esse dia e hora no escritório do Administrador Judicial na Rua Padre Luís Aparício,n.º 9 - 2.º Dt.º, 1150-248 Lisboa.Naquele mesmo dia e hora no escritório do Administrador Judicial serão aber-tas as propostas recebidas na presença dos interessados, e de todos os que, devidamente identifi cados, possam exercer o direito de preferência ou remição, sendo o bem adjudicado à melhor proposta que exceda o valor mínimo adiante indicado, nos termos das disposições legais.Os bens à venda podem ser vistos pelos interessados, mediante marcação pré-via para o telefone 213510880, pelo fax 213510889 ou pelo email: [email protected] Os bens a seguir indicados serão vendidos no estado físico e legal em que se encontram, livres de ónus e encargos:Verba 1 - Fracção autónoma designada pela letra “A” correspondente ao rés-do-chão direito, destinado a habitação, tipologia T2, com arrecadação n.º 5 no sótão do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua de Itália, n.º 1, freguesia de Belas, concelho de Sintra, descrito na Conservatória do Registo Pre-dial de Queluz sob o n.º 3540, da indicada freguesia e inscrito na matriz predial urbana respectiva sob o artigo 5296, com o valor mínimo de venda de € 55.000 (Cinquenta e cinco mil euros).Verba 2 - Fracção autónoma designada pela letra “A” correspondente à garagem n.º 2, na cave do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua de Itália, n.º 1, freguesia de Belas, concelho de Sintra, descrito na Conservatória do Registo Predial de Queluz sob o n.º 3536, da indicada freguesia e inscrito na matriz predial urbana respectiva sob o artigo 5365 com o valor mínimo de venda de € 12.700 (Doze mil e setecentos euros).Reserva-se o direito de rejeição de propostas de valor inferior aos indicados valores mínimos. Caso existam propostas de igual valor para o mesmo imóvel será aberta licitação entre os proponentes na data da abertura das propostas. As propostas devem ser acompanhadas de um cheque caucção emitido à ordem da Massa Insolvente de Hugo Bernardino da Cunha Barbosa no valor corresponden-te a 20% do valor-base indicado ou por garantia bancária de valor equivalente. Os cheques e/ou as garantias serão devolvidas caso a proposta não seja aceite.
Administrador Judicial - JOSÉ LUÍS CAETANO MARQUESRua Padre Luís Aparício, n.º 9 - 2.º Dt.º, 1150-248 LISBOA
Tel: 213 510 880 - Fax: 213 510 889Email: [email protected]
Público, 14/11/2014 - 2.ª Pub.
Direção de Finanças de Faro
Serviço de Finançasde Portimão-1112
Urbanização Poço do Fojo - Quinta do Morais, Lote 11, 8500-774 PortimãoTel.: (+351) 282 490 320 - Fax: (+351) 282 490 358
Email: [email protected] - www.portaldasfi nancas.gov.ptCentro de Atendimento Telefónico: 707 206 707
ÉDITOS DE 30 DIASProcesso de Execução Fiscal n.º 1112201101122908
Maria do Carmo Cabrita dos Santos Custódio, Chefe do Serviço de Finanças de Portimão, faz público que por este Serviço de Fi-nanças correm éditos de trinta dias, citando o executado CASA RIOJA LIMITED, NIF 980266076, que teve o seu domicílio fi scal em RUA DIREITA, 43 - 2.º ESQ.º - PORTIMÃO e ac-tualmente ausente em parte incerta, executado no Processo de Execução Fiscal n.º 1112201101122908, deste Serviço de Finan-ças, por dívidas à Fazenda Nacional, proveniente de IMI do ano de 2010 e 2011, no valor de € 463,68 e € 618,25 respectivamente, ao qual acrescem os juros de mora e custas a contar nos termos da Lei, para no prazo de 30 (trinta) dias, imediatamente após os trinta dias do presente édito, e contados a partir da última pu-blicação, pagar na Secção de Cobrança deste Serviço de Finan-ças, mediante guias a solicitar em qualquer Serviço de Finanças, a dívida acima mencionada. Mais fi ca citado que, para garantir o pagamento da dívida em questão, foi penhorado ao executado “CASA RIOJA LIMITED”, acima identifi cado, o bem que se identifi ca em seguida e que se não pagar a referida dívida dentro daquele prazo ou deduzir oposição, procederá este Serviço de Finanças à sua venda judicial por leilão electrónico, nos termos do artigo 250.º do Código de Procedimento e de Processo Tri-butário, para o que já se encontra designado o dia 04 de Março de 2015, pelas 11.00 horas, neste Serviço de Finanças.
BEM PENHORADO:Verba Única - Prédio urbano em propriedade total sem andares nem divisões susceptíveis de utilização independente, composto de rés-do-chão e piscina, tipo T3, destinado a habitação, com a área total do terreno de 954,0000 m2; área de implantação do edifício: 244,4200 m2; área bruta de construção: 244,4200 m2; área bruta dependente: 85,7200 m2 e área bruta privativa: 158,7000 m2, inscrito na matriz sob o art.º 1108, sito em Qta. Medronheiras/Qta. Furnas - Lote 149 - Barão de S. Miguel, fre-guesia de Barão de S. Miguel concelho de Vila do Bispo, com o valor patrimonial de € 309.123,13 e encontra-se descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila do Bispo sob o n.º 1123/1999112 - BARÃO DE SÃO MIGUEL.
Serviço de Finanças de Portimão, aos 11 de Novembro de 2014
A Chefe do Serviço de FinançasMaria do Carmo Cabrita dos Santos Custódio
Público, 14/11/2014 - 2.ª Pub.
Público, 14/11/2014
VENDA EM CARTA FECHADAInsolvência de Alegre Couto, Lda.
Proc. 1004/14.1TBMGR - 1.ª Secção de Comércio da Comarca de Leiria - Instância Central
Por determinação do Digmo. Administrador da Insolvência, vamos proceder à venda mediante proposta em carta fechada, dos bens apreendidos a favor da massa insolvente, infraidentifi cados:Existências de Mercadorias e Matérias-Primas
Verba 1: Lote composto por: um balcão de atendimento em madeira, dez expositores, um móvel em madeira, uma secretária em madeira com três gavetas, duas cadeiras em plástico, quatro armários em madeira, uma mesa para PC em metal, um banco em madeira e um módulo de escritório em madeira. Valor Mínimo: 405,00 (Quatrocentos e cinco euros).Verba 2: Lote composto por: Diverso material de som, utensílios de cozinha e informático (LCD´s, TV, colunas de som de várias marcas, leitores de DVD de várias marcas, leitor mini disc, subwoofers, amplifi cadores de várias marcas, combinados, frigorífi co, torradeiras, tostadeiras, grelhadores elétricos, varinhas mágicas, máquinas de café, máquinas para batidos, balança, máquina para pizzas, uma panela em inox, duas frigideiras, um secador de cabelo, um máquina de vapor da marca, um faqueiro, termos, bules em inox, escova de dentes elétrica, um medidor digital, um forno elétrico, um conjunto de fondue, um monitor para PC, um computador, um rato, um teclado, um router, um telefone fi xo, uma fotocopiadora, uma impressora, um kit de Bluetooth para automóvel, cassetes para máquinas de fi lmar, cassetes para gravação de músicas, carregadores de baterias para máquinas de fi lmar, cabos para ligação de som e imagem, comandos para TV universais, auscultadores, walkmans, Cd´s (DVD´s), auriculares. Valor Mínimo: 5.765 (Cinco mil, setecentos e sessenta e cinco euros).
Bens Móveis Sujeitos a Registo
Verba 3: Viatura ligeira de mercadorias da marca “MITSUBISHI”, modelo: “L 300”, cilindrada: 2.477c.c., combustível: gasóleo, matrícula: 86-98-FP do ano de 1995. Valor mínimo: 300,00 (Trezentos euros).Verba 4: Viatura ligeira de mercadorias da marca “CITROËN”, modelo: “ZX”, cilindrada: 1.905c.c., combustível: gasóleo, matrícula: 99-22-DH do ano de 1994. Valor Mínimo: 200,00 (Duzentos euros).Verba 5: Viatura ligeira de mercadorias da marca “PEUGEOT”, modelo: “PARTNER”, combustível: gasóleo, matrícula: 57-56-XT do ano de 2004. Valor mínimo: 300,00 (Trezentos euros).
Dias de visita: Por marcação prévia.
Regulamento / Condições de Venda1. As propostas serão abertas no dia 03/12/2014, pelas 11h, no escritório da encarregada de venda sito na morada abaixo indicada e deverão ser entregues até esse momento no referido endereço.2. As propostas deverão conter os seguintes elementos: identifi cação do proponente (nome ou denominação social, morada, n.º de contribuinte, telefone/telemóvel, email); identifi cação do processo; identifi cação das verbas, e respetivo valor proposto por extenso; declaração expressa de aceitação integral das presentes condições. O envelope no exterior deve constar a identifi cação do processo, e assinalado com a menção proposta em carta fechada.3. Os bens serão vendidos no estado físico e jurídico em que se encontram, livres de ónus ou encargos.4. Ao valor da adjudicação acresce uma comissão de 10% sobre os bens, acrescida de IVA, à taxa legal em vigor, referente ao pagamento dos serviços prestados pela LeiloExpert, Lda.Extrato do regulamento: Não dispensa a consulta das restantes condições de venda, em www.leiloexpert.com.
T.: + 351 244 838 127 | T.: + 351 961 723 655 | T.: +351 925 410 410 | T.: + 351 961 445 566
Rua de S. Pedro, n.º 41Guarda Nova
2430-162 Marinha GrandePortugal
AVISOInforma-se que se encontra aberto até às 17 do dia 21 de no-vembro de 2014, o procedimento concursal para prestação de serviço de cópias, através da colocação de 4 equipamen-tos nas escolas do 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas de Pinhal de Frades, sito na Av. 25 de Abril, Pinhal de Frades, 2840-286 Seixal.O Caderno de Encargos encontra-se disponível para consul-ta, até à data fi xada no parágrafo anterior, nos Serviços Ad-ministrativos da Escola Básica Carlos Ribeiro (sede do Agru-pamento) e na página da Escola joomla.aepinhalfrades.pt/As propostas devem ser enviadas para o endereço eletrónico [email protected] com a indicação no assunto de “Ajuste direto n.º 3/2014 para prestação de servi-ço de cópias em escolas de 1.º ciclo”.
Pinhal de Frades, 12 de novembro de 2014
A DiretoraMaria do Carmo Branco
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOE CIÊNCIA
Agrupamento de Escolas de Pinhal de Frades (170847)Escola Básica Carlos Ribeiro (342634)Escola Básica de Pinhal de FradesEscola Básica de Fernão FerroEscola Básica de Quinta dos MorgadosEscola Básica dos Redondos
CONVOCATÓRIA
Conforme o disposto no art.º 24.º dos Estatutos desta Caixa, convoco a sua Assembleia-Geral, para a reunião a realizar no dia 17/12/2014, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, junto às Piscinas Municipais, em Aljustrel, com a seguinte ordem de trabalhos:
1.º Apreciação e votação do Plano de Atividades e Orçamento para o Exercício de 2015;
2.º Eleição de um membro suplente para o Conselho de Administração até ao fi nal do mandato, referente ao triénio 2013/2015;
3.º Outros assuntos de interesse associativo.
Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos sócios, a Assembleia reunirá, uma hora depois, com qualquer número de sócios presentes.
Aljustrel, 13 de novembro de 2014.
O Presidente da Mesa da Assembleia-GeralDr. Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço
CCAM de Aljustrel e Almodôvar, CRL
MUNICÍPIO DE MEALHADACÂMARA MUNICIPAL
Abertura de procedimento concursal para ocupação de 1 posto de trabalho por tempo determinado, na modalidade de contrato de trabalho a termo certo, a tempo parcial, de 1 técnico para a actividade de enriquecimento curricular - Inglês, para o ano lectivo 2014/2015.
Para os devidos efeitos, torna-se público que a Câmara Municipal de Mealhada irá proceder à abertura de procedimento concursal para contratação a termo certo, a tempo parcial, 1 técnico para a activida-de de Inglês, para o ano lectivo de 2014/2015.O referido procedimento concursal estará disponível no sítio da in-ternet da Câmara Municipal de Mealhada, em www.cm-mealhada.pt, no dia 14 de Novembro de 2014, onde constarão todos os requisitos e condições de admissão ao procedimento concursal. As candida-turas deverão ser efectuadas nos três dias úteis seguintes à data da divulgação da referida oferta de trabalho.
COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTESintra - Juízo Grande Inst. Cível - 2.ª Secção - Juiz 5
Processo: 8446/14.0T2SNT
ANÚNCIOInterdição / InabilitaçãoRequerente: Cristina Maria Coco Duarte BernardinoRequerida: Maria Bossa Coco DuarteFaz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Inter-dição em que é requerida Maria Bossa Coco Duarte, viúva, nas-cida a 17/09/1934, natural da fre-guesia e concelho de Barrancos, titular do bilhete de identidade 87047 de 19/10/1998, emitido em Lisboa, com domicílio na Av. Octávio Pato, n.º 4 - 2.º Dt.º, 2700-000 AMADORA, para efeito de ser decretada a sua interdi-ção por anomalia psíquica.Passei o presente e outro de igual teor para serem afi xados.
N/ Referência: 27425445
Sintra, 20-05-2014.
A Juíza de DireitoDr.ª Dina La Salete Henriques
NunesA Ofi cial de Justiça
Maria Isabel Silva P. C. Rosa
Público, 14/11/2014
34 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
FICAR
CINEMAGolpada AmericanaTítulo original: American HustleDe: David O. RussellCom: Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Jeremy RennerEUA, 2013, 129 minTVC1, 21h30Apanhados pelo agente Richie
DiMaso depois de um dos seus
múltiplos golpes, Irving e a
sua parceira e amante Sydney
são forçados a trabalhar para o
FBI numa missão que envolve
alguns dos mais perigosos
criminosos de New Jersey. É
assim que se vêem enredados
nos negócios de Carmine
Polito, um político entusiasta
mas pouco credível que se
deixou cair nos meandros da
máfi a local. Para difi cultar
esta missão, já de si complexa,
Irving acaba por descobrir, da
pior maneira possível, o poder
do ressentimento da mãe do seu
fi lho, de quem nunca se chegou
a divorciar...
Walk The Line [Walk the Line]FOX Movies, 16h00A história inesquecível e
electrizante de Johnny Cash
( Joaquin Phoenix), desde a
sua juventude numa quinta
do Arkansas até ao sucesso
dos famosos Sun Studios, em
Memphis, em que gravou canções
imortais, ao lado de Elvis Presley,
Jerry Lee Lewis e Carl Perkins. E a
história de amor com June Carter
(Reese Witherspoon). A realização
é de James Mangold.
A Vida num só Dia [Miss Pettigrew Lives For a Day]Cinemundo, 17h10Na Londres de 1939, Miss
Guinevere Pettigrew (Frances
McDormand) é uma governanta
de meia-idade que se vê,
mais uma vez, despedida
injustamente. Sem receber
indemnização, conclui que, pela
primeira vez em duas décadas,
tem que aproveitar o momento.
Decide aceitar um emprego
como assistente, um trabalho
muito diferente do que ela sabe
fazer, sendo catapultada para a
sedutora e estonteante espiral do
mundo social da actriz e cantora
americana Delysia Lafosse (Amy
Adams). Realizado por Bharat
Nalluri.
A Parte dos Anjos [The Angels’ Share]TVC2, 20h15Depois de um último golpe
que quase o pôs atrás das
grades, Robbie, comovido pelo
nascimento do fi lho, decide
mudar de vida e passar a ser um
homem de família. A cumprir
horas em trabalho comunitário,
acaba por fi car a trabalhar na
destilaria de um apaixonado
por whisky que lhe passa todos
os conhecimentos na área.
Com o tempo, Robbie torna-
se um especialista no assunto,
demonstrando ter o paladar para
diferenciar qual a colheita mais
valiosa. Porém, se a descoberta
das suas novas habilidades
poderia ser o veículo certo para
uma vida promissora, a verdade é
que Robbie não consegue fugir à
tentação de assaltar a destilaria...
Jane Eyre [Jane Eyre]Cinemundo, 20h30Quando Jane Eyre (Mia
Wasikowska), com apenas dez
anos, fi ca sozinha no mundo,
acaba por ir viver para uma rígida
escola de raparigas. Aí aprende a
arte de ensinar e, aos 20 anos, sai
em busca de emprego. Torna-se
então preceptora de uma menina
francesa, protegida de Rochester,
o rico e intimidante proprietário
do castelo de Thornfi eld. Até
descobrir um terrível segredo
que a leva a procurar refúgio
na casa de St John Rivers ( Jamie
Bell), que acaba por se apaixonar
por ela. Nova versão de um
dos mais célebres romances da
escritora inglesa Charlotte Brontë,
publicado em 1847, desta vez
pelos olhos de Cary Fukunaga.
Cuidado com o Que Desejas [The Change-Up]FOX Life, 22h38Dave e Mitch ( Jason Bateman e
Ryan Reynolds) são amigos desde
sempre. Apesar do afecto mútuo
e de tanta coisa em comum, as
circunstâncias fi zeram com que os
seus caminhos tenham divergido:
o primeiro é um advogado
brilhante, marido de uma mulher
belíssima e pai de três crianças
encantadoras; o segundo, um
boémio imaturo com fobia a
relações estáveis ou qualquer tipo
de compromissos. Uma noite,
em conversa sobre as mágoas e
frustrações das suas vidas, cada
um dá por si a invejar o outro. É
então que, contra todas as leis da
lógica, despertam no dia seguinte
com as vidas (e corpos) trocados.
Imperdoável [Unforgiven]Hollywood, 1h40Realizado, produzido e
interpretado por Clint Eastwood,
é a história de William Munny, um
caçador de prémios reformado
que aceita com alguma relutância
um último trabalho para poder
sustentar os fi lhos. Munny é
contratado para matar dois
homens que desfi guraram uma
prostituta numa cidade dominada
por Little Bill Daggett (Gene
Hackman), um xerife com um
sentido de justiça e de moral
muito particulares.
DOCUMENTÁRIOSDavid BlaineDiscovery, 21h00David Blaine tem a difícil tarefa
de surpreender o público com
os seus melhores truques e
ilusões. Em David Blaine: A
Luta Bela, o ilusionista desafi a
a morte e as próprias leis da
lógica. O programa começa com
uma entrevista de Blaine com
o lendário Evel Knievel, que o
encorajou a perseguir os seus
sonhos e a usar a mente em prol
da magia. De seguida, dirige-
se a Nova Orleães para alguns
truques incríveis e, já em Nova
Iorque, surpreende Orlando
Bloom e John Mayer com
acrobacias inéditas (22h00).
As Serpentes mais MortíferasOdisseia, 22h30Em busca de algumas das
serpentes mais perigosas do
mundo, Nigel Marven avança
pelas zonas mais remotas e
Golpada Americana
Os mais vistos da TVQuarta-feira, 12
FONTE: CAEM
SICTVITVI
RTP1SIC
15,013,412,711,611,6
Aud.% Share
30,426,925,624,023,3
RTP1
RTP2
SICTVI
Cabo
16,8%%
2,0
20,3
23,9
27,6
Mar SalgadoSecret Story 5Jornal das 8TelejornalJornal da Noite
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 35
RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 Agora Nós 13.00 Jornal da Tarde 14.18 Os Nossos Dias 14.46 Há Tarde 18.00 Portugal em Directo 19.00 Telejornal 19.34 Futebol: Portugal x Arménia 21.57 Água de Mar 22.48 Quem Quer Ser Milionário 23.52 Resumos Euro 2016 00.36 Os Filhos do Rock 1.17 Portugueses Pelo Mundo 2.02 Uma Família Açoriana 2.46 Sinais de Vida
RTP27.00 Repórter África 2014 7.28 Zig Zag 10.54 Euronews 12.36 Bravo 13.05 Mistérios de Lisboa 14.00 Sociedade Civil 15.32 A Fé dos Homens 16.07 Eduardo Batarda Como Deve Ser 17.10 Zig Zag 20.09 Triângulo Jota 21.00 Jornal 2 21.42 Página 2 22.00 Britcom 23.08 O Humor e a Cidade 23.35 Tanto Para Conversar 00.20 Festival ao Largo 2014 1.50 Sociedade Civil 3.22 Euronews
SIC6.00 SIC Notícias 7.00 Edição da Manhã 8.45 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.10 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.35 Duas Caras 15.05 Senhora do Destino 16.00 Grande Tarde 20.00 Jornal da Noite 21.45 Mar Salgado 22.50 Império 23.55 Lado a Lado 00.50 C.S.I Las Vegas 1.45 A Vingadora 2.40 Volante 3.05 Jura
TVI 6.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.46 Flor do Mar 16.00 A Tarde é Sua 20.00 Jornal das 8 - Inclui o Euromilhões 21.40 Casa dos Segredos 5 - Diário da Noite 22.47 Jardins Proibidos 23.57 Mulheres 00.33 Casa dos Segredos 5 - Extra 1.54 Ora Acerta 3.00 Filme: World Trade Center 5.04 O Teu Olhar
TVC1 9.35 Imperador 11.20 Armadas e Perigosas 13.15 A Parte dos Anjos 14.55 Ao Som de Um Outro Amor 16.15 O Gringo 17.50 A Ressaca - Parte III 19.30 Armadas e Perigosas 21.30 Golpada Americana 23.45 Imperador 1.35 A Ressaca - Parte III 3.15 Golpada Americana
FOX MOVIES9.13 Monkeybone - O Rei da Macacada 10.44 Mr. Bean em Férias 12.12 Buffalo ‘66 13.59 21 Gramas 16.00 Walk
The Line 18.12 Ao Sabor das Ondas 19.40 Maldito United 21.15 Corrida Mortal 22.57 Sem Escape - Vencer ou Morrer 00.29 Ano Um 2.04 Amar... É Complicado!
HOLLYWOOD11.20 A Bela Memphis 13.05 À Toa por um Filho 14.40 Espanglês 16.50 A Máscara 2 - A Nova Geração 18.30 Braveheart - O Desafio do Guerreiro 21.30 Corrida Alucinante 23.35 S.W.A.T. - Força de Intervenção 1.40 Imperdoável 3.50 Corruptor
AXN13.51 Castle 14.40 Castle 15.30 Investigação Criminal 16.20 Investigação Criminal 17.10 Mentes Criminosas 18.00 Mentes Criminosas 18.50 Castle 19.40 Castle 20.30 Investigação Criminal 21.20 Investigação Criminal 22.15 Castle 23.10 Filme: Duro de Matar 00.55 Mentes Criminosas 1.43 Castle 2.29 Castle
AXN BLACK13.19 A Rainha das Sombras 14.07 A Rainha das Sombras 14.55 A Rainha das Sombras 15.43 A Rainha das Sombras 16.31 Filme: Acção em Banguecoque 17.59 A Rainha das Sombras 18.47 A Rainha das Sombras 19.35 A Rainha das Sombras 20.23 A Rainha das Sombras 21.11 A Rainha das Sombras 22.00 Filme: Acção em Banguecoque 23.30 Filme: Corrigindo Beethoven 1.17 A Rainha das Sombras 2.06 A Rainha das Sombras 2.54 A Rainha das Sombras
AXN WHITE13.34 Pai de Surpresa 13.58 Suburgatory 14.22 Filme: Corre no Sangue 16.12 A Vida Secreta de uma Teenager Americana 17.00 Criadas e Malvadas 17.48 Criadas e Malvadas 18.36 Criadas e Malvadas 19.24 Família de Acolhimento 20.12 Família de Acolhimento 21.00 Família de Acolhimento 21.50 Filme: Corre no Sangue 23.38 Filme: P.S. I Love You 1.43 Família de Acolhimento
FOX 13.50 Hawai Força Especial 14.35 Hawai Força Especial 15.24 House 16.10 House 17.01 Flashpoint 17.50 Hawai Força Especial 18.35 Hawai Força Especial 19.29 House 20.26
House 21.15 Gotham 22.15 Filme: X-Men II 00.44 Filme: Batman - O Início
FOX LIFE 14.00 Filme: Web of Lies 15.30 Em Contacto 16.15 Em Contacto 17.00 Clínica Privada 17.48 Filme: Willed to Kill 19.16 Masterchef USA 20.05 Scandal 20.50 Uma Família Muito Moderna 21.16 Uma Família Muito Moderna 21.45 No Meio do Nada 22.10 No Meio do Nada 22.38 Filme: Cuidado Com o Que Desejas 00.47 Filme: You Belong to Me 2.23 Masterchef USA
DISNEY16.35 Recreio 16.47 Recreio 17.00 Phineas e Ferb 17.12 Phineas e Ferb 17.30 Star Wars Rebels 18.00 Lab Rats 18.30 O Meu Cão Tem Um Blog 18.55 Liv e Maddie 19.20 Austin & Ally 19.45 Filme: Violetta – O Concerto Em Milão 21.25 Jessie
DISCOVERY19.10 A Febre do Ouro 20.05 Guerra de Propriedades 20.30 Guerra de Propriedades 21.00 David Blaine 22.00 David Blaine 23.00 Negócio Fechado 23.25 Negócio Fechado 23.55 Negócio Fechado 00.20 Negócio Fechado 00.45 David Blaine
HISTÓRIA 18.13 A Humanidade: As Pragas 18.59 A Humanidade: O Novo Mundo 19.45 Restauradores: A Grande Explosão 20.08 Restauradores: Trabalho XXL 20.31 Restauradores: Balas e Gasolina 20.54 Restauradores: A Promoção de Tyler 21.17 Restauradores: Contagem Decrescente para a Descolagem 22.00 Alienígenas: Misteriosos Locais 22.45 Alienígenas: Contactos Extraterrestres 23.30 A Humanidade: Onde Vamos 00.16 O Universo: As Sete Maravilhas do Sistema Solar
ODISSEIA18.44 Planeta Humano: Desertos 19.36 As Serpentes mais Mortíferas: Costa Rica 20.20 Não Conduzas Aqui! : México 21.06 1000 Formas de Morrer V 21.26 1000 Formas de Morrer V 21.46 Vigiados II Ep.3 22.08 Vigiados II Ep.4 22.30 As Serpentes mais Mortíferas: Estados Unidos 23.15 Não Conduzas Aqui!: Manila 00.02 1000 Formas de Morrer V 00.24 1000 Formas de Morrer V 00.45 Vigiados II Ep.3 1.09 Vigiados II Ep.4
Televisã[email protected]
inóspitas do planeta. Nos EUA,
procura a Crotalus scutulatus,
uma das espécies mais letais do
ranking norte-americano. A Costa
Rica (19h36), a África do Sul (dia
21) e a China (dia 28) são outros
países por onde o naturalista e a
sua equipa procuram o seu “top
10” de serpentes mortíferas.
SÉRIE
PsychFX, 15h30
Estreia da oitava temporada.
Shawn é um jovem consultor
da polícia que resolve crimes
com o seu aguçado poder de
observação. Gus, o melhor amigo
e relutante aliado de Shawn,
que o ajuda nos casos que
chegam à Psych, a empresa de
investigação privada criada por
Shawn para desenvolver as suas
extraordinárias capacidades ao
serviço do bem comum.
DESPORTO
Futebol: Selecção NacionalRTP1, 19h34Directo. No Estádio do Algarve,
a selecção das quinas enfrenta
um duelo com a Arménia, em
jogo a contar para a fase de
apuramento do Grupo I para o
Euro de 2016. O grego Anastasios
Sidiropoulos foi o nomeado para
arbitrar o encontro. Outros jogos
de qualifi cação: Geórgia x Polónia
(SPTV1, 17h00), Alemanha x
Gibraltar (SPTV2, 19h45), Escócia
x República da Irlanda (SPTV3,
19h45) e França x Albânia (SPTV5,
19h45).
INFANTIL
Violetta – O Concerto em MilãoDisney, 19h45Em 2015 chega a Portugal a
digressão Violetta Live (de 23 a
25 de Janeiro, no Meo Arena,
em Lisboa). O canal antecipa
a emoção do espectáculo
com a estreia do fi lme
Violetta: O Concerto em Milão,
onde membros do elenco
original da série televisiva
interpretam músicas de
sucesso da primeira e segunda
temporadas. Desvenda-se
ainda o que acontece nos
bastidores de um concerto
ao vivo, como as estrelas se
preparam para tomar conta
do palco e como aproveitam o
tempo livre quando não estão
a actuar.
Justin e a Espada da CoragemTVC3, 13h00 (V.P)Justin vive num reino onde
as ideologias dos verdadeiros
cavaleiros se tornaram
obsoletas. O seu sonho é ser
um distinto cavaleiro, tal como
antes o fora Sir Roland, o avô.
Inspirado pela sua história,
o jovem segue caminho em
direcção à Abadia Mágica,
o lugar onde são feitos os
cavaleiros. É nesse percurso
que conhece Talia, uma
rapariga cheia de vida e de
sonhos, por quem se apaixona
perdidamente. Chegado à
abadia, ele vai conhecer
Blucher, Legantir e Braulio, três
monges que se tornarão os seus
mentores e que o ajudarão
a seguir os seus ideais mais
profundos de se tornar
um herói...
World Trade Center, TVI, 3.00
Blucher, Legantir e Braulio, três
monges que se tornarão os seus
mentores e que o ajudarão
a seguir os seus ideais mais
profundos de se tornar
um herói...
36 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
SAIR
CINEMALisboa @CinemaAv. Fontes Pereira de Melo - Edifício Saldanha Residence. T. 210995752Interstellar M12. 18h, 21h30; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 15h30 Cinema City AlvaladeAv. de Roma, nº 100. T. 218413040De Qualquer Lugar M16. 13h40, 15h40, 19h45, 21h40, 00h15; Interstellar M12. 15h15, 17h50, 21h20, 23h45; Belle M12. 13h15, 15h20, 17h30, 00h25; Os Maias M12. 21h35; Os Gatos Não Têm Vertigens 17h20; Fúria M16. 21h30; Dei-te o Melhor de Mim 18h35; Comer Dormir Morrer M12. 13h10; The Deep - Sobrevivente M12. 13h20, 15h25, 19h30 Cinema IdealRua do Loreto, 15/17. T. 210998295Os Maias M12. 13h30; Fado Camané M6. 16h45; Interstellar M12. 21h45; Festival Temps D’’images 18h, 20h CinemaCity Campo PequenoC. Lazer do Campo Pequeno. T. 217981420Os Monstros das Caixas M6. 13h30, 15h35 (V.Port./2D), 13h45 (V.Port./3D); Fúria M16. 16h30, 18h50, 21h25, 00h10; Interstellar M12. 13h10, 15h25, 17h40, 21h, 21h40, 23h45; Interstellar M12. 13h10, 15h30, 17h40, 21h, 21h40, 23h55; Get On Up: A História de James Brown M12. 13h05, 15h55, 18h45, 21h35, 00h25; John Wick M16. 13h30, 15h35, 19h45, 21h45, 24h; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 13h10, 15h55, 18h50, 21h45, 00h10; Magia ao Luar M12. 19h45; Maze Runner - Correr ou Morrer M14. 17h30; Annabelle M16. 19h45, 00h30; Os Monstros das Caixas M6. 13h30, 15h35, 17h35 (V.Port.); As Duas Faces de Janeiro M12. 13h25; Dei-te o Melhor de Mim 13h30, 15h30, 18h45, 21h50; Dei-te o Melhor de Mim 13h20, 21h50, 00h20; Mau Mau Maria M12. 13h25, 16h25, 19h40; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h45, 15h45, 17h45, 19h45, 21h55; Belle M12. 13h20, 15h25, 21h45, 24h; Belle M12. 13h35, 15h40, 17h45, 19h15, 21h30; Que Mal Fiz Eu a Deus? M12. 17h45; Lucy M14. 19h35; Em Parte Incerta M16. 17h55, 21h20; Annabelle M16. 00h20; O Senhor Babadook M16. 00h15; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h45, 15h45, 17h35; Em Parte Incerta M16. 18h30, 21h30; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 13h40, 15h40, 17h40, 19h50, 22h, 00h20; Fúria M16. 15h50, 18h35, 21h20, 00h05; John Wick M16. 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h50, 23h55; Drácula: A História Desconhecida M16. 00h35 Cinemas Nos Alvaláxia Est. José Alvalade, Campo Grande. T. 16996Em Parte Incerta M16. 17h, 21h, 00h10; Fúria M16. 16h40, 21h20, 00h20; Os Gatos Não Têm Vertigens 16h10, 18h55, 21h40, 00h25; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 16h30, 19h, 21h25, 23h50; Dei-te o Melhor de Mim 16h15, 18h50, 21h50, 00h30; Interstellar M12. 16h50, 20h45, 00h15; John Wick M16. 16h20, 18h45, 21h30, 24h; Deixa o Amor Entrar M12. 15h40, 18h30, 21h15, 23h40; Maze Runner - Correr ou Morrer M14. 21h40, 00h15; Os Monstros das Caixas M6. 15h50, 18h10 (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 15h30, 18h, 21h35, 00h05; Annabelle M16. 16h, 18h20, 21h10, 23h35; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h20, 21h45, 23h45
Cinemas Nos AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Em Parte Incerta M16. 14h. 17h30, 21h, 00h20; Interstellar M12. 13h30, 17h, 20h40, 00h10; Amar, Beber e Cantar 21h45, 00h15; Orgulho M12. 13h20, 16h10, 19h; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 13h10, 15h50, 18h35, 21h20, 24h; O Juiz M12. 18h30; Get On Up: A História de James Brown M12. 12h30, 15h25, 21h30, 00h25; Os Maias M12. 17h50; As Pontes de Sarajevo M12. 12h40, 15h10, 21h10, 23h45; Rio, Eu Te Amo M12. 16h20, 19h10, 21h50, 00h20; Fúria M16. 20h55, 23h55 Cinemas Nos ColomboAv. Lusíada. T. 16996Get On Up: A História de James Brown M12. 13h25, 17h30, 21h10, 00h15; Deixa o Amor Entrar M12. 12h55, 15h40, 21h35, 24h; Mau Mau Maria M12. 18h25; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h15, 16h, 18h10; Interstellar M12. 15h10, 18h45, 22h25; Annabelle M16. 18h15, 21h40, 00h10; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 13h10, 15h45, 21h15, 23h45; Fúria M16. 12h40, 15h35, 18h35, 21h30, 00h25; John Wick M16. 13h, 15h30, 18h, 21h25, 23h55; Belle M12. 18h20; Os Monstros das Caixas M6. 13h20, 15h50 (V.Port.); Dei-te o Melhor de Mim 21h05, 23h50; Interstellar M12. Sala IMAX ? 13h30, 17h, 21h, 00h30 Cinemas Nos Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Fúria M16. 12h50, 15h40, 21h20, 00h10; Mau Mau Maria M12. 18h40; Os Monstros das Caixas M6. 13h10, 15h30 ; Dei-te o Melhor de Mim 18h, 21h10, 23h40; John Wick M16. 13h30, 16h, 18h30, 21h40, 23h50; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 12h50, 15h20, 17h30, 19h30; Interstellar M12. 13h20, 17h10, 21h, 00h20; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 13h, 15h40, 18h20, 21h30, 24h; Belle M12. 21h50, 00h30 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Onde Está a Verdade? M12. 15h30; A Morte de Maria Malibran 21h30; O Inimigo da Classe M12. 19h; Fantasia Lusitana M12. 22h; Redemption 22h; Het Oog Boven de Put / The Eye Above The Wall 19h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088Interstellar M12. 14h30, 18h, 21h15; Os Maias M12. 16h; O Quarto Azul M16. 14h, 19h, 22h; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 14h15, 16h45, 19h15, 21h45 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Get On Up: A História de James Brown M12. 15h, 18h15, 21h30, 00h20; Os Gatos Não Têm Vertigens 19h05, 00h25; O Juiz M12. 16h10, 21h35; Getúlio M12. 14h; Duas Vidas M12. 17h50, 22h, 00h15; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 14h, 15h55, 20h; Que Mal Fiz Eu a Deus? M12. 14h15, 16h50, 21h35; Magia ao Luar M12. 19h; Lixo 23h50; John Wick M16. 14h10, 16h45, 19h15, 21h55, 00h30; Em Parte Incerta M16. 14h25, 17h30, 21h15, 00h15; Os Maias M12. 19h; Orgulho M12. 14h05, 16h35, 21h50, 00h25; Rio, Eu Te Amo M12. 14h05, 16h30, 19h05, 21h35, 24h; Interstellar M12. 14h30, 18h, 21h30; Dei-te o Melhor de Mim 14h, 16h30, 19h, 21h30; Interstellar M12. 24h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 14h15; As Duas Faces de Janeiro M12. 14h15, 16h45, 19h15, 21h45, 24h; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 14h, 16h45, 19h15, 21h50, 00h25; Fúria M16. 14h, 16h25, 19h05, 21h45, 00h30; Belle M12. 14h10, 16h35, 19h, 21h40, 23h55
NightcrawlerRepórter na NoiteDe Dan Gilroy. Com Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Bill Paxton, Ann Cusack. EUA. 2014. 117m. Drama, Thriller. M16. Por puro acaso, Lou Bloom
apercebe-se de que existe um
grupo de jornalismo criminal
que, atento ao que acontece na
noite de Los Angeles, se dedica
a fi lmar acidentes, assassinatos
e outros casos de polícia,
para depois vender aos canais
televisivos. Decidido a iniciar o
negócio por sua conta e risco,
contrata Rick e inicia com ele
uma autêntica patrulha pela
cidade. O sucesso depressa traz
os frutos desejados. Porém, eles
rapidamente se perdem entre
a ambição desmedida e o que é
moralmente correcto.
As Pontes de SarajevoDe Leonardo di Costanzo, Jean-Luc Godard, Cristi Puiu, Teresa Villaverde, Kamen Kalev, Isild Le Besco, Sergey Loznitsa, Vladimir Perisic, Ursula Meier, Ursula Meier. BUL/POR/FRA/Bósnia/ITA/SUI. 2014. 114m. Drama. M12. Através de 13 curtas-metragens,
cujo tema principal é a
cidade de Sarajevo (Bósnia-
Herzegovina), 13 cineastas de
várias nacionalidades dão o seu
contributo artístico para mostrar
o que a cidade representou na
história europeia durante o
último século e o que representa
na Europa da actualidade. Sob a
direcção artística do reconhecido
crítico de cinema francês Jean-
Michel Frodon, as curtas estão
interligadas pelo foco na cidade
em várias fases, entre 1914 e os
anos 1990.
De Qualquer LugarDe Mohamed Hamidi. Com Tewfik Jallab, Jamel Debbouze, Fatsah Bouyahmed. ARG/FRA. 2013. 87m. Drama, Comédia. M16. Nascido e criado em França,
Farid é um jovem de ascendência
argelina que nunca conheceu
a terra dos seus progenitores.
Agora, com o pai doente e a
casa de família em risco de ser
demolida, ele tem de viajar até à
Argélia para resolver o problema.
Recém-chegado e ainda a tentar
adaptar-se aos costumes daquelas
gentes, Farid depara-se com uma
situação inesperada que o obriga
a conhecer um lugar que, apesar
de pobre, tem muita coisa bela
para lhe oferecer...
Deixa o Amor EntrarDe Christian Ditter. Com Lily Collins, Sam Claflin, Christian Cooke. GB/ALE. 2014. 102m. Comédia Romântica. M12. Cúmplices desde sempre, Rosie
e Alex cresceram a partilhar
segredos, alegrias e desgostos,
nunca se dando conta do real
signifi cado que tinham um para
o outro. Até que, com apenas
18 anos, ela engravida de uma
relação casual. De um momento
para o outro, os seus planos para
o futuro alteram-se, obrigando-a
a crescer e a assumir o papel de
mãe. Alex, por seu turno, segue
para a universidade. Contudo,
apesar dos caminhos opostos,
nada os fará abdicar daquela
relação tão especial.
Get On Up: A História de James BrownDe Tate Taylor. Com Chadwick Boseman, Nelsan Ellis, Dan Aykroyd, Viola Davis. EUA. 2014. 139m. Biografia. M12. Nascido a 3 de Maio de 1933,
durante a Grande Depressão
Americana, James Brown teve
uma infância difícil e uma
adolescência tumultuosa, em que
teve de sobreviver praticamente
sozinho. Depois, iniciou-se em
pequenos crimes, chegando a
cumprir pena de prisão. Mas o
seu carisma pessoal e energia
sem limites já seduziam o
coração de todos. Ao dar largas
à sua inesgotável força e talento,
foi-se tornando uma das mais
mediáticas estrelas musicais do
seu tempo.
John WickDe Chad Stahelski, David Leitch. Com Keanu Reeves, Bridget Moynahan, Willem Dafoe. EUA/China/CAN. 2014. 96m. Thriller, Acção. M16. John Wick era famoso pelas suas
capacidades de surpreender os
inimigos e pelos seus métodos
pouco convencionais de fazê-
los dizer a verdade. Mas quando
descobriu que sua mulher tinha
um cancro em fase terminal,
abandonou tudo para poder
dedicar-lhe toda a atenção.
Agora, depois da inevitável
morte dela, Wick sente que nada
o prende à vida. É então que,
após assistir ao roubo do seu
carro, sente renascer em si a
raiva acumulada e uma enorme
vontade de viver para saborear a
vingança...
The Deep - Sobrevivente De Baltasar Kormákur. Com Ólafur Darri Ólafsson, Stefán Hallur Stefánsson, Jóhann G. Jóhannsson. IRL. 2013. 95m. Drama. M12. No dia 11 de Março de 1984, um
barco pesqueiro naufraga no
Atlântico Norte, ao largo das
ilhas Westman, na Islândia. Os
tripulantes tentam sobreviver,
mas o mar revolto e as águas
geladas rapidamente os levam à
morte. Resta apenas Gulli, de 22
anos. Após controlar o pânico
e nadar durante cerca de cinco
horas em condições extremas,
consegue chegar à costa e
encontrar ajuda. Apesar de ter
escapado à morte, terá que viver
com a dor da perda dos seus
melhores amigos e enfrentar a
incredulidade de todos, que não
compreendem como possa ter
resistido.
Em [email protected]@publico.pt
Get On Up: A História de James Brown
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 37
Em ano de celebração do 40.º aniversário do 25 de Abril, o Rotas & Rituais afirma que “A liberdade não é um acessório”. É este o tema da oitava edição do festival, que decorre no Cinema São Jorge até 23 de Novembro e contempla três noites de concertos, um ciclo de cinema documental, uma exposição e quatro conferências. Hoje, às 17h, o cartaz abre com
Grândola, Vila Moderna (na imagem), da autoria de ±maismenos±. Depois, João Carlos Callixto dá a ouvir Mudam-se os Tempos, uma recolha de canções de intervenção do antes e depois da revolução. A entrada é livre, excepto para os concertos de Lula Pena, B Fachada e Mão Morta (8€). Programa completo em www.rotaserituais.com.
O ritual volta a LisboaDR
Almada
Cinemas Nos Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011 - Vale de Mourelos. T. 16996Fúria M16. 12h30, 15h25, 18h20, 21h20, 00h20; Interstellar M12. 12h30, 13h, 16h, 16h45, 19h40, 20h30, 23h30, 00h05; John Wick M16. 13h05, 15h40, 18h15, 21h, 23h45; Os Monstros das Caixas M6. 13h20, 15h45, 18h10 (V.Port.); Dei-te o Melhor de Mim 12h45, 15h30, 18h20, 21h15, 00h15; De Qualquer Lugar M16. 13h20, 15h50, 18h30, 21h10, 23h40; O Carteiro Paulo - O Filme M6. 13h15, 15h30, 18h (V.Port.); Annabelle M16. 21h10, 23h50; Belle M12. 21h05, 23h55; Rio, Eu Te Amo M12. 21h30, 00h10; Mau Mau Maria M12. 13h, 15h35, 21h25, 00h10; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 12h55, 15h05, 17h15, 19h25; Deixa o Amor Entrar M12. 13h10, 15h40, 18h10, 21h, 23h40; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 12h45, 15h35, 18h30, 21h15, 24h; Cornos M16. 18h30; Os Gatos Não Têm Vertigens 18h30; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 13h10, 15h55, 21h30, 24h; Get On Up: A História de James Brown M12. 13h30, 16h50, 21h, 00h10
Amadora UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, Estrada Nacional 249/1, Venteira. T. 707232221Drácula: A História Desconhecida M16. 21h40, 24h; Os Monstros das Caixas M6. 14h, 16h40, 18h55 (V.Port.); Interstellar M12. 14h30, 18h, 21h30; John Wick M16. 14h05, 16h35, 19h15, 21h50, 00h15; The Equalizer - Sem Misericórdia M16. 19h; Annabelle M16. 14h15, 16h40, 21h45, 00h20; Cornos M16. 13h40, 16h20, 18h55, 21h50, 00h25; O Carteiro Paulo - O Filme M6. 13h45 (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 16h20, 19h05, 21h35, 23h55; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 14h, 16h30, 19h05, 21h35, 00h05; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h55, 16h25, 19h05, 21h20, 23h40; Dei-te o Melhor de Mim 13h40, 16h15, 18h55, 21h30, 00h25; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 14h15, 16h35, 21h40 (2D), 19h10, 24h (3D); Fúria M16. 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30
Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 16h05, 18h50, 21h35; Interstellar M12. 15h30, 18h15, 21h20, 23h40; Fúria M16. 18h20, 21h20, 24h
Cascais Cinemas Nos CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Fúria M16. 12h40, 15h40, 21h, 24h; Mau Mau Maria M12. 18h35; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h, 15h10, 17h10, 19h10; Get On Up: A História de James Brown M12. 12h30, 15h30, 18h30, 21h30, 00h25; Belle M12. 21h20, 23h50; Os Monstros das Caixas M6. 13h20, 15h50 (V.Port.); Dei-te o Melhor de Mim 18h, 21h40, 00h15; Interstellar M12. 12h50, 16h30, 20h30, 00h10; John Wick M16. 12h55, 15h20, 18h10, 21h10, 23h40; Deixa o Amor Entrar M12. 13h10, 16h, 18h20, 21h05, 23h30
Caldas da Rainha
Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Dei-te o Melhor de Mim 15h25, 18h, 21h20, 23h55; Fúria M16. 15h20, 18h10, 21h20, 00h10; Interstellar M12. 17h, 21h10; Mau Mau Maria M12. 15h25, 17h55, 21h30, 23h45; Os Monstros das Caixas M6. 15h30, 18h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h25, 23h50
Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. C. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653Interstellar M12. 15h30, 21h30; Belle M12. 15h30, 21h30
Sintra Cinema City BelouraQuinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643Namoro à Espanhola M12. 19h35; Os Monstros das Caixas M6. 15h40 (V.Port./2D); Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h55, 17h50, 00h30; Fúria M16. 15h55, 18h40, 21h30; Interstellar M12. 15h45, 17h45, 21h10, 21h40, 23h55; Deixa o Amor Entrar M12. 15h30, 17h30, 21h35, 00h25; Em Parte Incerta M16. 21h25, 23h45; De Qualquer Lugar M16. 15h35, 19h40, 21h45, 24h; Magia ao Luar M12. 19h30; O Juiz M12. 18h30, 21h20; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 19h10, 21h30, 00h15; Belle M12. 15h20, 17h25, 00h10 Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789John Wick M16. 15h20, 17h25, 19h30, 21h40, 24h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h10, 17h15, 19h25, 21h50, 23h50; Interstellar M12. 15h30, 18h10, 21h20, 23h40; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 15h50, 18h40, 21h25, 23h50; Fúria M16. 15h30, 18h20, 21h10, 00h05; Rio, Eu Te Amo M12. 19h20; Os Monstros das Caixas M6. 15h05, 17h20 (V.Port.); Dei-te o Melhor de Mim 21h45, 00h10; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h15, 17h10, 19h10, 21h30, 23h30
Leiria Cineplace - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. Interstellar M12. 14h30, 17h50, 21h10, 00h25; John Wick M16. 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 24h; Annabelle M16. 22h, 00h10; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h30, 17h40 (2D), 19h50 (3D); Drácula: A História Desconhecida M16. 17h30; Os Monstros das Caixas M6. 14h50, 17h; Mau Mau Maria M12. 15h10, 19h30, 21h50, 00h05; Belle M12. 19h10, 21h30, 23h45; O Juiz M12. 18h30, 23h50; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 21h20; Fúria M16. 16h, 18h40, 21h30, 00h15
Loures Cineplace - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003. Fúria M16. 16h, 18h40, 21h20, 24h;Annabelle M16. 21h50, 24h; Os Monstros das Caixas M6. 15h20, 17h30, 19h40 (V.Port.); Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h30, 17h20,19h10, 21h10, 23h; Drácula: A HistóriaDesconhecida M16. 22h10, 00h10;Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h40,
17h50, 20h; Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h20; O Carteiro Paulo - O Filme M6. 15h20 (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 17h20, 19h40, 22h, 00h15
Montijo Cinemas Nos Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996Os Monstros das Caixas M6. 16h10, 18h20 (V.Port.); Fúria M16. 15h50, 18h40, 21h30, 00h15; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 18h30, 21h40, 00h10; Mau Mau Maria M12. 21h45, 00h05; John Wick M16. 15h30, 18h, 21h20, 23h50; Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h20; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h10, 23h40; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h40, 18h10
Odivelas Cinemas Nos Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h20, 23h40; Fúria M16. 15h10, 18h10, 21h10, 24h; Dei-te o Melhor de Mim 15h40, 18h20, 21h, 23h50; Interstellar M12. 14h40, 18h, 21h30; Os Monstros das Caixas M6. 15h50, 18h30 (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 21h40, 24h; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h30, 17h50
Oeiras Cinemas Nos Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Rio, Eu Te Amo M12. 13h10, 15h45, 18h20, 21h10, 00h; Os Monstros das Caixas M6. 12h50, 15h10, 18h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 12h45, 15h20, 18h10, 21h, 23h55; Fúria M16. 12h35, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Lixo 21h45, 00h20; Os Maias M12. 18h40; Orgulho M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h20, 00h15; Dei-te o Melhor de Mim 13h05, 16h, 21h40, 00h20; Interstellar M12. 13h, 16h30, 20h50, 00h25
Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita MirafloresAv. das Túlipas. T. 707 CINEMAOs Monstros das Caixas M6. 15h30, 18h (V.Port.); Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h, 24h; Fúria M16. 15h10, 18h10,
21h10, 00h10; Mau Mau Maria M12. 15h20, 18h20, 21h20, 00h20; Interstellar M12. 15h, 18h30, 22h
Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 13h30, 16h10, 18h45, 21h40; Interstellar M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h20, 23h40; Os Monstros das Caixas M6. 12h40, 14h40, 16h40 (V.Port.); Fúria M16. 18h40, 21h30, 00h15
Torres Vedras Cinemas Nos Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Os Monstros das Caixas M6. 16h, 18h30 (V.Port.); Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h45, 00h15; Mau Mau Maria M12. 15h45, 18h15, 21h50, 00h25; Interstellar M12. 17h15, 21h, 00h35; Fúria M16. 15h30, 18h25, 21h15, 00h05; John Wick M16. 16h15, 18h45, 21h30, 23h55
Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Annabelle M16. 19h, 21h10, 23h30; Os Monstros das Caixas M6. 15h, 17h (V.Port.); Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h40, 17h30, 19h20, 21h45, 00h05; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 16h (2D), 18h50 (3D), 21h30 (2D); Interstellar M12. 15h30, 18h10, 21h20, 23h40; Fúria M16. 15h50, 18h30, 21h05, 23h50; Deixa o Amor Entrar M12. 16h10, 18h40, 21h40, 24h
Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. António Manuel Gamito, 11. T. 265522446Interstellar M12. 21h30
Seixal Cineplace - SeixalQta. Nova do Rio Judeu. Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h15; John Wick M16. 15h, 17h10, 19h20, 21h30, 23h40; Cornos M16.
AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
Em Parte Incerta mmmmm mmmmm mmmmm
Comer, Dormir, Morrer mmmmm mmmmm –As Duas Faces de Janeiro mmmmm mmmmm –Fado Camané mmmmm mmmmm mmmmm
Fúria mmmmm – mmmmm
Get On Up mmmmm – –Interstellar mmmmm mmmmm mmmmm
A Praça – mmmmm mmmmm
Pontes de Sarajevo mmmmm mmmmm –Um Santo Vizinho – mmmmm –
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
22h10; Fúria M16. 16h, 18h40, 21h20, 24h; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h40, 17h50 (2D), 20h (3D); Annabelle M16. 19h40, 21h50, 23h55; Os Monstros das Caixas M6. 15h20 (3D), 17h30 (2D); Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 14h, 15h50, 17h40, 19h30, 21h20, 23h10; Drácula: A História Desconhecida M16. 17h20, 21h40; Mau Mau Maria M12. 15h, 19h20, 23h40
Faro Cinemas Nos Fórum AlgarveC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Os Monstros das Caixas M6. 13h30, 16h (V.Port.); Fúria M16. 12h50, 15h40, 18h30, 21h30, 00h25; Dei-te o Melhor de Mim 18h20, 21h10, 24h; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 13h10, 15h30, 17h30, 19h30, 21h40, 23h40; Interstellar M12. 13h20, 17h20, 21h, 00h30; John Wick M16. 13h, 15h50, 18h10, 21h20, 23h50
Albufeira Cineplace - AlgarveShoppingEstrada Nacional 125 - Vale Verde. Drácula: A História Desconhecida M16. 20h, 00h10; Annabelle M16. 17h50, 22h; Os Monstros das Caixas M6. 15h40 (V.Port.); Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h20; Deixa o Amor Entrar M12. 15h, 17h10, 19h20, 21h30, 23h45; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 18h30, 21h10, 23h40; Rio, Eu Te Amo M12. 14h10, 16h30, 18h50, 21h10, 23h30; Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 14h50, 17h, 19h10; Mau Mau Maria M12. 21h20, 23h35; John Wick M16. 15h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h50; Fúria M16. 15h50, 18h40, 21h30, 00h10; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 15h20, 19h30, 00h15; Belle M12. 17h10, 21h50
Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 18h15, 23h30; Interstellar M12. 15h15, 21h30; Dei-te o Melhor de Mim 19h15; John Wick M16. 15h15, 17h15, 21h30, 23h30
Portimão Cineplace - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1 - C. C. Continente. Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 15h20, 17h30, 19h40; O Juiz M12. 22h; Alexandre e o Terrível, Horrível, Nada Bom, Péssimo Dia M12. 14h30, 16h20, 19h10, 20h, 21h50, 23h40; Os Monstros das Caixas M6. 14h, 17h (V.Port.); Mau Mau Maria M12. 19h10, 21h40, 00h10; Nightcrawler - Repórter na Noite M16. 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; Fúria M16. 15h50, 18h30, 21h10, 23h50; Interstellar M12. 14h20, 17h40, 21h, 00h20
Tavira Cinemas Nos TaviraR. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996Os Monstros das Caixas M6. 16h, 18h40 (V.Port.); Tartarugas Ninja: Heróis Mutantes 21h15, 23h15; Fúria M16. 15h30, 18h20, 21h10, 24h; Dei-te o Melhor de Mim 16h, 18h40, 21h10, 24h; Mau Mau Maria M12. 15h20, 18h30, 21h35, 23h55; Interstellar M12. 14h35, 18h, 21h25
38 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
SAIR
TEATROLisboaA BarracaLargo de Santos, 2. T. 213965360 Os Improváveis Com Pedro Borges, Marta Borges, Telmo Ramalho. De 7/11 a 14/12. 6ª e Sáb às 22h. Dom às 15h30. Auditório Carlos ParedesAvenida Gomes Pereira, 17. T. 217123000 Não Pára o Espetáculo! Enc. Paula Luiz. De 13/11 a 22/11. 5ª a Sáb às 21h30. M/12.Cão SolteiroR. Poço dos Negros, 120. In the Fall the Fox Enc. Sónia Baptista. De 13/11 a 22/11. 5ª a Sáb às 21h30 (Festival Temps d’Images 2014). M/12. Casino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Estamos Todos? Enc. Adriano Luz. Com José Pedro Gomes. A partir de 22/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. M/12. ChapitôR. Costa do Castelo, 1/7. T. 218855550 A Culpa é do Mordomo Comp.: Mole e Erre. Enc. Cristina Basílio. De 31/10 a 29/11. 6ª e Sáb às 22h. Clube EstefâniaRua Alexandre Braga, 24A. T. 217780987 Silly Season De Criação colectiva. De 14/11 a 15/11. 6ª e Sáb às 21h (Festival Temps d’Images 2014). M/12. Estrela HallRua da Estrela, 10. T. 213961946 Twelfth Night (Noite de Reis) The Lisbon Players. Enc. Valerie Braddell. De 6/11 a 15/11. 5ª a Sáb às 21h. Dia 16/11 às 16h.Ler Devagar (LX Factory)Rua Rodrigues Faria, 103. T. 213259992 Brigadas Revolucionárias (1968-1974) Grupo: Fatias de Cá. Enc. Carlos Antunes, Carlos Carvalheiro. De 14/11 a 28/11. 6ª às 20h20. Duração: 142m. LX FactoryRua Rodrigues Faria, 103. T. 213143399 Mimesis Mortalis Enc. Raimundo Cosme. Com Raimundo Cosme, Cecília Henriques, Luís Magalhães, Sara Barros Leitão. De 13/11 a 30/11. 5ª a Dom às 21h30 (Zoot, Festival Temps d’Images 2014). O NegócioR. O Século, 9. T. 213430205 Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas Enc. Joana Craveiro. De 13/11 a 16/11. 5ª a Dom às 20h. M/12. Teatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 A Vida é Sonho Enc. João Rosa. De 6/11 a 21/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 19h30. M/12. O Evangelho Segundo Pilatos Enc. J.M. Rodrigues. De 9/10 a 23/11. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Punk Rock Enc. Pedro Carraca. De 12/11 a 15/11. 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. De 18/11 a 22/11. 3ª a Sáb às 19h. De 25/11 a 13/12. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/16. Duração: 100m. Teatro da TrindadeLargo da Trindade, 7A. T. 213420000 Casado à Força Enc. Paulo Sousa Costa. De 12/11 a 7/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. M/6. Informações: 938666343. O Medo Que o General Não Tinha Teatro Palmilha Dentada. Enc. Ricardo Alves. De 13/11 a 23/11. 4ª a Sáb às 21h45. Dom às 17h. M/16.Teatro de CarnideAzinhaga das Freiras. T. 910789764 Mulheres de Otelo Enc. Cláudio Hochman. De 7/11 a 21/12. 6ª e Sáb às 21h30. M/12.
Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 Segmentos De Ricardo Jacinto. De 13/11 a 6/12. 2ª a Sáb das 14h às 19h. Sonata para Viola d’arco e Cubo Vazio De José Valente. A partir de 4/4. 6ª às 10h.Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Bastidores do Bairro De 18/9 a 15/11. Todos os dias das 10h às 19h.Atelier-Museu Júlio PomarRua do Vale, 7. T. 218172111 Edição e Utopia - Obra Gráfica de Júlio Pomar De 24/10 a 8/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Obra Gráfica. Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Re Cordum: Voltar ao Coração De Vasco Araújo. De 24/9 a 22/11. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Escultura, Instalação. Biblioteca Nacional de PortugalCampo Grande, 83. T. 217982000 9000 formas da felicidade: as edições Pulcinoelefante De 23/10 a 31/1. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. A Biblioteca do Embaixador: os livros de D. García de Silva y Figueroa (1614-1624) De 7/10 a 24/1. 2ª a 6ª das 10h às 19h30. Sáb das 10h às 17h30. Biografias de Teixeira de Pascoaes De 15/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Do manuscrito ao espectáculo: a colecção de teatro de António José de Oliveira De 1/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. José Pedro Machado (1914-2005) De 17/10 a 31/12. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30. Muitas e muito estranhas cousas que viu e ouviu... De 4/11 a 31/1. 2ª a 6ª das 09h30 às 19h30. Sáb das 09h30 às 17h30.Caroline Pagès GalleryR. Tenente Ferreira Durão, 12. T. 213873376 Survivances e Fallacious memory De Yazid Oulab, AnaMary Bilbao. De 11/10 a 6/12. 2ª a Sáb das 15h às 20h. Desenho, Escultura. Carpe Diem Arte e PesquisaR. de O Século, 79. T. 211924175 18.º Programa de Exposições De Isaque Pinheiro, João Ferro Martins + Ana Santos, Luís Nobre, Mafalda Santos, Renato Bezerra De Mello, Sandro Ferreira, Tim Etchells, entre outros. De 20/9 a 20/12. 4ª a Sáb das 13h às 19h. Escultura, Instalação, Fotografia. Casa da Liberdade - Mário CesarinyRua das Escolas Gerais, 13. T. 218822607 Teixeira de Pascoaes - Obra Plástica, Documentos Inéditos e Afinidades Contemporâneas De 31/10 a 20/12. 2ª a Sáb das 14h às 20h. Pintura. Casa Fernando PessoaRua Coelho da Rocha, 16. T. 213913270 Viagem na Pintura, no Pensamento De Manuel Casimiro. De 23/10 a 24/1. 2ª a Sáb das 10h às 18h (Última entrada 17h30).Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Rafael Moneo. Uma reflexão teórica a partir da profissão. Materiais de arquivo (1961-2013) De 16/9 a 23/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arquitectura, Documental. Centro de Arte ModernaRua Dr Nicolau Bettencourt. T. 217823474 Animalia e Natureza na Colecção do CAM De 17/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h.
António Dacosta 1914-2014 De 17/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arshile Gorky e a Colecção De 5/6 a 31/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Salette Tavares: Poesia Espacial De 17/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Cristina Guerra - Contemporary ArtR. Santo António à Estrela, 33. T. 213959559 Lúcia Laguna. Outras paisagens De 28/10 a 6/12. 3ª a 6ª das 12h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Pintura. CulturgestR. Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Querido, Reorganizei a Colecção... Por Artista De Jean Dubuffet, Claes Oldenburg, Robert Rauschenberg, Andy Warhol, Richard Hamilton, entre outros. De 1/11 a 15/3. 2ª a 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Edifício TransBoavistaRua da Boavista, 84. T. 213433259 Devido à chuva a revolução foi adiada De André Banha, Carla Cruz, entre outros. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. How to fly De Pedro Guimarães. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Idem Idem Aspas Aspas De Tiago Duarte. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Mi casa es tu casa De João Manão, Oscar Rodriguez, entre outros. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. New Places, Old Bones De São Trindade. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. O manifesto da gruta De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Os Sonhos De Laëtitia Laguzet. De 18/9 a 29/11. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Filme. Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 12. T. 213637700 Notre Dame De Alice Joana Gonçalves, Julião Sarmento. De 8/11 a 21/12. 3ª a 6ª das 11h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Vicente 14, Reinventando o mito, desde 2011 De Raoul Kurvitz, Krzysztof Leon Dziemaszkiewicz, João Abel. De 6/9 a 26/11. 3ª a 6ª das 11h às 13h e das 14h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h.Fábrica do Braço de PrataRua Fábrica Material Guerra, 1. T. 965518068 Mês da Fotografia De 6/11 a 30/11. 4ª e 5ª das 18h às 02h. 6ª e Sáb das 18h às 04h.Fnac (Chiado)C. C. Chiado-R. Nova Almada. T. 213221800 25 Anos, 25 Autores, 25 Cartazes De 14/10 a 14/1. Todos os dias das 10h às 22h.Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva: 20 Anos De 30/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Documental, Pintura, Fotografia. Fundação Carmona e CostaEd de Espanha - R. Soeiro Pereira Gomes L1 - 6º A/C/D. T. 217803003 Objectos Imediatos De José Pedro Croft. De 18/10 a 6/12. 4ª a Sáb das 15h às 20h. Pó De Paulo Brighenti. De 6/2 a 27/12. 4ª, 5ª e 6ª das 15h às 20h (apenas por marcação). Sáb das 15h às 20h.Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 A História Partilhada. Tesouros dos Palácios Reais de Espanha De 22/10 a 25/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Caligrafia Japonesa De 10/10 a 28/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Outros. Fundação José SaramagoRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 José Saramago: a Semente e os Frutos A partir de 13/6. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 10h às 14h.Fundação Leal RiosR. do Centro Cultural, 17-B. T. 210998623 Nada é Imutável De Rui Sanches. De 9/10 a 31/1. 5ª a Sáb das 14h30 às 18h30.Fundação Mário SoaresR. S. Bento, 160. T. 213964179
SAIRTeatro do BairroRua Luz Soriano, 63. T. 213473358 Mana Solta a Gata Enc. António Pires. A partir de 29/10. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro Maria VitóriaAvenida da Liberdade. T. 213461740 Tudo isto é faRdo Enc. Mário Raínho. A partir de 9/10. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb e Dom às 16h30 e 21h30. M/12. Teatro MeridionalRua do Açúcar, 64. T. 218689245 Lá Fora... Enc. Carla Galvão, Crista Alfaiate. De 31/10 a 16/11. 6ª às 10h30. Sáb e Dom às 11h. Duração: 30m. Dos 6 meses aos 3 anos. Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Sight is the Sense that Dying People Tend to Lose First Enc. Tim Etchells. De 13/11 a 14/11. 5ª e 6ª às 21h30 (na Sala Principal, Real Magic). M/16. Em inglês com legendas. Teatro Nacional D. Maria IIPraça Dom Pedro IV. T. 800213250 Radiografia de um Nevoeiro Imperturbável Comp.: Teatro do Vão/TNDM II. Enc. Daniel Gorjão. De 13/11 a 7/12. 4ª às 19h15. 5ª a Sáb às 21h15. Dom às 16h15 (Sala Estúdio). M/12. Teatro PoliteamaR. Portas de Santo Antão, 109. T. 213405700 Portugal à Gargalhada Enc. Filipe La Féria. A partir de 23/7. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h. Teatro TabordaRua da Costa do Castelo, 75. T. 218854190 Teatro Twitter Comp.: Teatro da Garagem. Enc. Carlos J. Pessoa. De 13/11 a 7/12. 4ª a Dom às 21h30. Teatro Tivoli BBVAAvenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Tiro e Queda Enc. Sónia Aragão. A partir de 9/10. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. M/12. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 Três Faces de um Rosto Enc. Ester F. Gonçalves. De 6/11 a 14/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dia 16/11 às 17h. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Commedia à la Carte Com Carlos M. Cunha, César Mourão, Ricardo Peres. De 11/9 a 30/11. 5ª a Dom às 21h30. M/16.
AbrantesCine-Teatro de São PedroLargo de São Pedro. T. 241366321 Taxis d’os Nossos Dias Enc. José Martins. Dia 14/11 às 21h30.
AlcanenaCine-Teatro São PedroAvenida 25 de Abril. T. 249889115 Três Dedos Abaixo do Joelho Enc. Tiago Rodrigues. Dia 14/11 às 21h30. M/12.
AlgésTeatro Municipal Amélia Rey ColaçoR. Eduardo Augusto Pedroso, 16A. T. 214176255 Clube de Humor Grupo Improgress. De 7/11 a 22/11. 6ª e Sáb às 21h30. M/16.
AlmadaSoc. Filarmónica Incrível Almadense R. Capitão Leitão,3. T. 212750929 Woyzeck 1978 Grupo: Artes e Engenhos. Enc. Alexandre Pieroni Calado. Dia 14/11 às 21h30 (Mostra de Teatro de Almada). M/16. Teatro ExtremoRua Serpa Pinto, 16. T. 212723660 Depois de Darwin Enc. Ana Nave. De 26/9 a
29/11. 6ª e Sáb às 21h30 (de 3ª-feira a 5ª-feira para grupos mediante reserva). M/12. Teatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Breviário Gota D’Água Comp.: Cine Teatro Constantino Nery/C.M. de Matosinhos. Enc. Luísa Pinto. Dia 14/11 às 21h30. M/16. Duração: 120m. O Mandarim Companhia de Teatro de Almada. Enc. Teresa Gafeira. De 7/11 a 23/11. 3ª a 6ª às 15h. Sáb às 21h30. Dom às 16h (Sala Experimental). M/12.
CascaisTeatro Municipal Mirita CasimiroAvenida Fausto Figueiredo. T. 214670320 Auto da Barca do Inferno e Auto da Índia Teatro Experimental de Cascais. Enc. Carlos Avilez. De 13/11 a 27/12. 4ª a Sáb às 21h30 (para escolas, por marcação). M/12.
ÉvoraTeatro Garcia de ResendePç. Joaquim António de Aguiar. T. 266703112 Onde é que eu já vi isto, perguntou ele Comp.: Cendrev. Enc. José Russo. De 30/10 a 23/11. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h.
MassamáTeatroesferaRua Cidade Desportiva. T. 214303404 D. Afonso Henriques 3 em 1 Comp.: Output Teatral de Lisboa. De 17/10 a 28/11. 6ª e Sáb às 21h30. M/6. Duração: 60m.
Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 Como Assim Levantados do Chão Com Carlos Marques, Susana Cecílio. De 13/11 a 23/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (na Black Box). De 13/11 a 21/11. 5ª e 6ª às 14h30 (escolas). M/12. Matadouro Invisível Enc. José Martins. De 14/11 a 30/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (no Auditório). M/12.
SeixalFórum Cultural do SeixalQuinta dos Franceses. T. 210976100 Marx na Baixa Enc. Mafalda Santos. Dia 14/11 às 21h30 (Festival de Teatro do Seixal). M/12. Duração: 70m.
SesimbraCineteatro Municipal João MotaRua João da Luz, 5. T. 212234034 A Conquista de Ceuta Enc. Rui Catalão. Dia 14/11 às 21h30 (Quinzena de Teatro).
EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Heimat De Daniela Krtsch. De 14/11 a 10/1. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Pintura.
Paulo Gonzo recria, ao vivo, o que fez no álbum Duetos
DR
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 39
SAIRSéculo XX português: Os Caminhos da Democracia A partir de 1/1. 3ª a 6ª das 10h às 12h30 e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h.Galeria 36Rua S. Filipe Nery, 36. T. 918972966 Pintura De Ana Faria. De 5/11 a 20/12. 2ª a Sáb das 16h às 19h. Pintura. Galeria Carlos ParedesR. Gonçalves Crespo, 62. T. 213594453 Aquilino Desconhecido De 11/11 a 30/1. 2ª a 6ª das 09h às 19h.Galeria DiferençaRua São Filipe Neri, 42 - Cave. T. 213832193 Cal De Rui Aleixo. De 18/10 a 15/11. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 15h às 20h. Encontro na Diferença De Elsa Gonçalves, Pedro Fazenda. De 18/10 a 15/11. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 15h às 20h. Esculturas. Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 A City Called Mirage De Kiluanji Kia Henda. De 18/9 a 29/11. 3ª a Sáb das 10h às 20h.Galeria Graça BrandãoRua dos Caetanos, 26A. T. 213469183 Inquietação De Ana Vieira. De 3/10 a 15/11. 3ª a Sáb das 11h às 19h. Desenho. Galeria Miguel NabinhoR. Tenente Ferreira Durão, 18B. T. 213830834 O Nu e a Fraude De Pedro Proença. De 23/10 a 31/12. 3ª a Sáb das 14h às 20h.Galeria MonumentalCampo Mártires da Pátria, 101. T. 213533848 Baseado em Factos Reais De Mimi Tavares. De 22/10 a 14/12. 3ª a Sáb das 15h às 19h30.Galeria PickpocketCalçada dos Cesteiros 4b. Another Family De Irina Popova. De 26/10 a 13/12. 3ª a Sáb das 15h às 20h. Fotografia. Galeria Quadrado Azul - LisboaR. Reinaldo Ferreira, 20-A. T. 213476280 António Bolota De 9/10 a 12/12. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Escultura. Galeria RattonRua da Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 Pós de Perlim-Pim-Pim De António Dacosta. De 17/10 a 9/1. 2ª a 6ª das 15h às 19h30. Cerâmica, Desenho. Galeria São MamedeRua da Escola Politécnica, 167. T. 213973255 Guache e Tinta da China De Armanda Passos. De 13/11 a 11/12. 2ª a 6ª das 10h às 20h. Sáb das 11h às 19h. Desenho, Pintura.
Conservatório NacionalRua dos Caetanos, 29. T. 213425922 Chris Kase & Orquestra do Hot Clube de Portugal Dia 14/11 às 20h30 (Almost6). Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 Karita Mattila e Orquestra Gulbenkian De 13/11 a 14/11. 5ª às 21h. 6ª às 19h. Solistas da Orquestra Gulbenkian Dia 14/11 às 21h30. Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740 Hugo Alves Quarteto Dia 14/11 às 22h30 e 24h (Almost 6 - II Festival Internacional de Trompete). Lux FrágilAv. Infante D. Henrique. T. 218820890 Marcel Dettmann Dia 14/11 às 01h30. Meo ArenaParque das Nações. T. 218918409 Paulo Gonzo Dia 14/11 às 22h. MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 MusicBox Heineken Series: Thunder & Co + Taylor McFerrin Dia 14/11 às 23h30. TINK! Music: Ricardo Saló + Trol2000 + Kaspar Dia 14/11 às 01h30. Paços do ConcelhoPeter Flanagan Dia 14/11 às 13h. Sabotage ClubRua de São Paulo, 16. T. 213470235 Festival Termómetro 2014 Dia 14/11 às 23h.
Baixa da BanheiraFórum Cultural José Manuel FigueiredoRua José Vicente. T. 210888900 Filho da Mãe + The Fellow Man Dia 14/11 às 21h30.
CarnaxideAuditório Municipal Ruy de CarvalhoRua 25 de Abril, Lote 5. T. 214170109 Balla Dia 14/11 às 22h.
Faro
Teatro Municipal de FaroHorta das Figuras (EN125). T. 289888110 Kimmo Pohjonen Dia 14/11 às 21h30 (M/6).
LagosCentro Cultural de LagosR. Lançarote de Freitas, 7. T. 282770450 Orquestra Clássica do Sul Dia 14/11 às 21h30.
SintraCentro Cultural Olga CadavalPraça Dr. Francisco Sá Carneiro. T. 219107110 Pierre Aderne Dia 14/11 às 22h (Misty Fest).
Torres VedrasTeatro-Cine de Torres VedrasAvenida Tenente Valadim, 19. T. 261338131 Mão Morta Dia 14/11 às 21h30 (M/12).
DANÇALisboaCentro Cultural de BelémPraça do Império. T. 213612400 Rising Comp.: Aakash Odedra Company. De 14/11 a 15/11. 6ª e Sáb às 21h. M/6.CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Dançário Marina Nabais. Até 16/11. 5ª e 6ª às 10h e 11h15 (escolas). Sáb e Dom às 15h30. Mirage De 14/11 a 15/11. 6ª e Sáb às 21h30. Teatro CamõesParque das Nações. T. 218923470 Lídia Coreog. Paulo Ribeiro. De 7/11 a 16/11. 6ª e Sáb às 21h. Dom às 16h. M/6.
FESTAS E FEIRASBorbaPavilhão de EventosFesta da Vinha e do Vinho em Borba De 8/11 a 16/11.
SAIRGaleria Torreão NascenteAv. Índia - Cordoaria Nacional. T. 213646128 Objectos Imediatos De José Pedro Croft. De 24/10 a 11/1. 3ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. GiefarteRua Arrábida, 54B. T. 213880381 Statua - desenhos e pinturas De Manuel Vilarinho. De 7/10 a 14/11. 2ª a 6ª das 11h às 14h e das 15h às 20h. Pintura. Kunsthalle LissabonAv. da Liberdade, 211 - 1º. T. 912045650 Moi-Peau De Mariana Castillo Deball. De 11/10 a 29/11. 5ª a Sáb das 15h às 19h. MAC - Movimento Arte ContemporâneaRua do Sol ao Rato, 9C. T. 213850789 Mind the Gap De Paulo Canilhas. De 25/10 a 20/11. 2ª a 6ª das 13h às 20h. Sáb das 15h às 19h. Pintura. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Arte Portuguesa 1850-1975 De João Cristino da Silva, Columbano Bordalo Pinheiro, João Marques de Oliveira, António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy, entre outros. De 20/2 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Elles. Litografias de Toulouse-Lautrec De 16/10 a 7/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Exercício de Estilo De Sara e André. De 26/9 a 30/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Olhar dia, após dia, após dia De Leslie Thornton. De 16/10 a 16/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Módulo - Centro Difusor de ArteCalçada dos Mestres, 34A/B. T. 213885570 O pouco ou muito a diferença é pouca De Carlos Alberto Correia, Pollyanna Freire, Catarina Dias, Nuno Sousa Vieira. De 14/11 a 21/12. 3ª e 4ª das 15h às 19h. 5ª a Sáb das 15h às 20h. Desenho, Outros. Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) A partir de 9/11. 3ª a Dom das 10h às 19h. O Narrador Relutante | Práticas Narrativas na Arte Contemporânea De Julieta Aranda, Armando Andrade Tudela, Leonor Antunes, Amalia Pica, entre outros. De 15/10 a 11/1. 3ª a Dom das 10h às 19h. Uma Conversa Infinita. Livros de artista, ephemera e documentos Até 1/2. 3ª a Dom das 10h às 19h. Museu da ElectricidadeAv. Brasília - Central Tejo. T. 210028190
7 Mil Milhões de Outros De Yann Arthus-Bertrand. De 8/11 a 8/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Eduardo Nery: “Sol” e Outras Pinturas (2012-13) De 19/9 a 30/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Gente de Terceira Classe: Fotografia e Realismos De 15/10 a 4/1. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu do OrienteAv. Brasília. T. 213585200 Jóias da Carreira da Índia De 13/11 a 26/4. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Linguagens Tecidas De 23/10 a 25/1. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Os Cavalos De Manuel Amado. De 15/10 a 16/11. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Sombras da Ásia A partir de 28/6. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h. Museu Nacional de EtnologiaAvenida Ilha da Madeira. T. 213041160 10 anos depois: objectos de outros lugares. Doação Francisco Capelo De 12/11 a 12/5. 4ª a Dom das 10h às 18h. 3ª das 14h às 18h. O Museu, Muitas Coisas 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Palácio de São BentoPç. São Bento . T. 213919000 Salgueiro Maia: Contributos para uma biografia de um Herói de Abril De 12/11 a 28/11. 2ª a 6ª das 09h às 18h.
MÚSICALisboaArmazém FRua Cintura Porto Lisboa. T. 213220160 Secret Lie Dia 14/11 às 22h.Coliseu dos RecreiosRua das Portas de Santo Antão, 96. T. 213240580 David Carreira Dia 14/11 às 21h30.
Ann Papoulis Adamovic coreografa e interpreta Mirage
FARMÁCIASLisboa/Serviço PermanenteAçoreana (Conde Barão) - Largo do Conde Barão, 2 - Tel. 213961330 Aurélio Rego (Estrela) - Calçada da Estrela, 139 - Tel. 213961758 Branquinho (Sapadores) - Rua de Sapadores, 87-89 - Tel. 218142725 Cosmos (Av. João Crisóstomo) - Av. João Crisóstomos, 44-C - Tel. 213140592 Marbel (Alvalade - Avª. do Brasil) - Avª. de Roma, 131 - A - Tel. 217993770 Exposul (Santa Maria dos Olivais) - Alameda dos Oceanos, Lote 2.06.05, Loja H - Tel. 218967033
Outras Localidades/Serviço PermanenteAbrantes - Ondalux Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Ramalho Alcobaça - Campeão Alcochete - Cavaquinha, Póvoas (Samouco) Alenquer - Nobre Brito, Varela Aljustrel - Pereira Almada - Reis, Nita (Charneca de Caparica) Almeirim - Mendonça Almodôvar - Ramos Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama,
Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Quinta Grande, Romeiro Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Nova, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Do Forum Batalha - Ferraz, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Fonseca Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Miguens Bombarral - Franca Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)) Caldas da Rainha - Rosa Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Abílio Guerra Cascais - A. Costa, Guimarães (São Domingos de Rana) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Ferrer Castelo de Vide - Roque Castro
Verde - Alentejana Chamusca - S. José Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Frazão Covilhã - São Cosme Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Elvas - Lux Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Costa Évora - Diana Faro - Montepio Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Taborda Gavião - Gavião, Pimentel Golegã - Salgado Grândola - Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Lagoa Lagos - Neves Leiria - Godinho Tomaz Loulé - Miguel Calçada, Chagas, Paula (Salir) Loures - Santo António dos Cavaleiros Lourinhã - Marteleirense, Ribamar (Ribamar) Mação - Catarino Mafra - Rolim (S. Cosme), Nogueira (Venda do Pinheiro) Marinha Grande - Duarte Marvão - Roque
Pinto Moita - Gusmão (Alhos Vedros) Monchique - Higya Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Novalentejo Montijo - São Pedro Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Rodrigues Mourão - Central Nazaré - Ascenso, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Jardim da Amoreira, Torres (Arroja) Oeiras - Nifo (Algés), Godinho, Ribeiro Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Nobre Sousa Ourém - Leitão Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Graça (Cabanas) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Central Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Varela Dias Portalegre - Esteves Abreu Lda Portel - Misericordia Portimão - Pedra Mourinha Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Martins
Rio Maior - Ferraria Paulino Salvaterra de Magos - Martins Santarém - Confiança Santiago do Cacém - Barradas Sardoal - Passarinho Seixal - Lusitana (Arrentela) Serpa - Oliveira Carrasco Sertã - Lima da Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - Lopes Setúbal - Brasil, Tavares da Silva Silves - Cruz de Portugal, Dias Neves Sines - Monteiro Telhada (Porto Covo), Central Sintra - Ouressa, O´Neill Pedrosa, São Francisco Xavier, Rio Mouro (Rio de Mouro) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Central Tomar - Dos Olivais Torres Novas - Palmeira Torres Vedras - Garção (Maxial) Vendas Novas - Santos Monteiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Do Forte, Nova Alverca, Silva Carvalho Vila Nova da Barquinha - Oliveira Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Duarte Alvito - Baronia Oeiras - Carnaxide (Carnaxide)
DR
40 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
JOGOSCRUZADAS 8981
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
PontaDelgada
Funchal
Sol
19º
Viana do Castelo
Braga10º 15º
Porto12º 16º
Vila Real8º 12º
11º 15º
Bragança7º 11º
Guarda5º 8º
Penhas Douradas4º 8º
Viseu8º 11º
Aveiro13º 18º
Coimbra12º 16º
Leiria12º 17º
Santarém12º 17º
Portalegre10º 14º
Lisboa12º 16º
Setúbal11º 20º Évora
12º 16º
Beja14º 17º
Castelo Branco10º 15º
Sines15º 18º
Sagres14º 18º
Faro17º 20º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
14º 21º
15º 18º
Flores
Terceira15º 20º
18º 22º
19º 24º
15º 18º
19º
19º
07h18
Minguante
17h25
15h1514 Nov.
2-3,5m
5m
19º
3m
22º1-2m
21º4-4,5m
07h50 2,720h36 2,5
14h17 1,302h33* 1,4
07h28 2,720h14 2,5
13h56 1,402h12* 1,6
07h31 2,620h10 2,4
13h45 1,402h00* 1,5
4-5m
2,5-3,5m
5m
17º
18º
*de amanhã
Horizontais: 1. Disposição (fig.). Patife. 2. Nome feminino. País. 3. Substância muito amarga (fig.). Casal. 4. Em grande quantidade. Estampilha. 5. Um tanto caro (preço). 6. Cruzeta. Argola. 7. Preposição que designa posse. Sacrificar. 8. Pessoa louca. Atmosfera. Símbolo de miliampere. 9. Hidrocarboneto gasoso. Ambiciona. 10. Procedo. Contusão. 11. Repreendo em voz alta. Grande número de animais.
Verticais: 1. Combinação de cores di-versas. Domesticar. 2. Espécie de pato. Fruto da cerejeira. 3. Raridade. Grupo circular de ilhas de coral. 4. Prefixo (ne-gação). Ferramenta usada pelo assenta-dor de vias-férreas. 5. Aparecimento. 6. Com forma de bago. Sufixo (agente). 7. Ergue. Espécie de rã arborícola. Armada Portuguesa (sigla). 8. Velo. Sétima nota musical. Elemento de formação de pa-lavras que traduz as ideias de princípio, chefia, preeminência, superioridade. 9. Tocar o ponto mais alto de. Alguma. 10. Impulso. Dividir ao meio. 11. Moeda eu-ropeia. Criar ovos.
Depois do problema resolvido encon-tre o título de um filme de D. W. Griffith (4 palavras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Reato. Temor. 2. Empa. Airosa. 3. Extrair. 4. Éclair. CASA. 5. Soo. Papa. Ur. 6. Mono. Psi. 7. CADA. Crasta. 8. Isco. Pio. 9. Inato. Mau. 10. Rã. Rapar. DE. 11. Ovo. Isolar.Verticais: 1. Revés. Cair. 2. EM. Cola. NÃO. 3. Apelo. DIA. 4. Taxa. Mastro. 5. Tipo. Coa. 6. Arranco. Pi. 7. TIA. Por. MAS. 8. Erica. Aparo. 9. Mora. Psiu. 10. Os. Susto. Da. 11. Ramaria. Ver.Provérbio: Em casa de tia mas não cada dia.
Oeste Norte Este Sul 1♦ passo 1♠passo 1ST passo 2♣ (1)passo 3♠ (2) passo 4♠
Todos passam
Leilão: Equipas ou partida livre. (1) Novo me-nor forcing ou checkback Stayman (2) Máximo com 3 cartas de espadas
Carteio: Saída: 7♥. Sobre o 8 do morto Este apresenta o Rei de copas. Qual a melhor linha de jogo?
Solução: Se o seu plano de jogo for tirar ape-nas duas voltas de trunfo, conservando uma entrada no morto a trunfo, para desde logo de-senvolver o naipe de ouros, lamentavelmente não poderá cumprir esta partida. Oeste não as-sistirá à segunda volta de trunfo. Oeste tomará a terceira volta de ouros, depois de recuar duas vezes o seu Ás, tirará a sua vaza de copas e ata-cará paus. Sul prende com o seu Ás para jogar de seguida um trunfo para a figura que resta no morto, e jogará ouros que Este corta e as-sim o declarante já não poderá tirar proveito do último ouro do morto. Será obrigado a ceder também duas vazas a paus que, a somar ao Ás de ouros e à Dama de copas conferirá um to-tal de quatro vazas, um cabide para a defesa. Esta linha de jogo poderia ter sido bem-suce-dida se os trunfos estivessem 3-2, porém não resulta contra uma distribuição 4-1 dos mes-mos. O problema é fácil, podemos aguentar a
Dador: NorteVul: NS
Problema 5742 Dificuldade: fácil
Problema 5743 Dificuldade: muito difícil
Solução do problema 5740
Solução do problema 5741
NORTE♠ AK3♥ J8♦ KQJ94♣ 632
SUL♠ QJ1096♥ A10♦ 1032♣ A75
OESTE♠ 4♥ Q97653♦ A75♣ J94
ESTE♠ 8752♥ K42♦ 86♣ KQ108
João Fanha/Pedro Morbey([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
perda de uma copa e de um ouro, e ainda de mais uma vaza, que poderá até ser um corte da defesa. Mas, não podemos expor-nos a que os adversários possam destruir as nossas comu-nicações com o morto. Se a defesa conseguir anular o naipe de ouros, seremos forçados a entregar duas vazas a paus, como aconteceu na linha de jogo acima descrita. Então, é vital o imediato apuramento do naipe lateral, ainda que exista o risco de um corte. Isso é bem mais importante do que destrunfar os adversários! Depois de prendermos a primeira vaza com o Ás de copas, avançamos com os ouros até que o Ás apareça. Seguramente o detentor do Ás de ouros recuará até à terceira volta (senão tu-do será mais simples para nós), tirará a sua vaza de copas e devolverá um pau. Tomamos com o Ás da mão, tiramos a Dama de trunfo e jogamos trunfo para o Rei do morto. Se todos assistirem o jogo termina aqui, bastando agora tirar o úl-timo trunfo. Mas, quando notarmos que Oeste não assiste apresentamos um dos ouros firmes do morto. Se Este cortar, recortamos e volta-mos ao morto no Ás de trunfo para fazer o últi-mo ouro do morto, no qual nos desfazemos de um dos paus perdentes da mão. A defesa fará apenas uma copa, um ouro e um pau. Se Este não cortar, baldamos um pau e jogamos ainda o último ouro do morto (se Este insistir em não cortar, então teremos direito a fazer uma vaza a mais…). Esta técnica pressupõe uma elimina-ção incompleta, e utiliza-se geralmente quan-do as entradas laterais para apurar um dado naipe são em trunfo.
Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul1♠ 2ST* X 3♣
?*- Bicolor menor (paus e ouros)
O que marca com a seguinte mão?♠AJ1086 ♥K109 ♦9 ♣KJ84
Resposta: Ao dobrar 2ST o nosso parceiro in-forma-nos que o nosso campo é maioritário em termos de pontos de honra. Com quatro paus de Rei e Valete existe a obrigatoriedade de dobrar 3 paus, punitivo claro está. A boa voz: dobre.
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt/tempo
Do Alentejo ao Douro, passando pelo Tejo e pela Bairrada, o Público apresenta-lhe alguns dos melhores
néctares nacionais de produtores reconhecidos e prestigiados internacionalmente. Uma oportunidade
de preencher a garrafeira de sua casa com grandes vinhos a excelentes preços, através de uma
selecção que inclui para além dos vinhos tintos, um vinho branco e um vinho espumante bruto.
Todos os sábados, durante 8 semanas, um vinho para acompanhar os seus pratos preferidos.
15 NOV • Quinta da Alorna Reserva Tinto 2011 • 5,75€ | 22 NOV • Herdade de São Miguel Tinto Colheita Seleccionada 2013 • 7,99€29 NOV • Grainha Reserva Touriga Nacional 2010 • 12,15€ | 6 DEZ • Pomares Moscatel Galego Branco 2013 • 7€ | 13 DEZ • Domingos Douro DOC Tinto 2012 • 6,50€20 DEZ • Branca de Almeida Tinto 2011 • 13,90€ | 27 DEZ • Espumante Montanha Baga Grande Reserva 2009 • 9€ | 3 JAN • Quinta das Bágeiras Tinto 2011 • 4,50€
Col
ecçã
o de
8 v
inho
s. A
os s
ábad
os, d
e 15
de
Nov
embr
o de
20
14 a
3 d
e Ja
neiro
de
2014
. PVP
uni
tário
var
iáve
l. Pr
eço
tota
l da
cole
cção
: 66,
79€
. Lim
itado
ao
stoc
k ex
iste
nte.
A
aqu
isiç
ão d
o pr
odut
o im
plic
a a
com
pra
do jo
rnal
. É p
roib
ida
a ve
nda
de á
lcoo
l a m
enor
es d
e 16
ano
s. S
eja
resp
onsá
vel,
beba
com
mod
eraç
ão.
Vinhos Sábado simSábado sim
Quinta da Alorna Reserva Tinto 2011Sábado, 15 de Novembro, por +5,75€
1uinta da Alorna Reserva Tinto 2011ábado, 15 de Novembro, por +5,75€
Ti t 2011
8 vinhosaos sábados
42 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Fernando Santos desconfi a da modesta Arménia
É verdade que a Arménia ocupa o
último lugar do Grupo I de qualifi -
cação para o Euro 2016, mas as re-
centes exibições frente à Dinamarca
(derrota por 2-1) e Sérvia (empate a
uma bola) deixaram Fernando San-
tos de sobreaviso, até porque Portu-
gal já foi surpreendido em casa pela
também modesta Albânia. Por tudo
isto, o seleccionador nacional aler-
tou ontem para eventuais surpresas,
considerando que o jogo desta noi-
te, no Estádio do Algarve, “não é de
favas contadas”.
“Não podemos esperar facilidades,
até porque a Arménia já causou difi -
culdades em jogos anteriores. Temos
de entrar muito fortes no jogo, com
organização e objectividade. Além
de procurar atacar bem, temos de
saber responder bem no momento
da perda [de bola]. O importante é
não deixar a Arménia acreditar que
nos pode causar problemas”, avisou
o técnico, na antevisão da partida.
Apesar do ranking modesto (ver
texto nestas páginas), a selecção do
Cáucaso causou sérias difi culdades
nas duas primeiras rondas da quali-
fi cação. Na Dinamarca, a equipa da
casa esteve em desvantagem no mar-
cador e só nos instantes fi nais con-
fi rmou a reviravolta no marcador,
Fernando Santos não pensa noutro resultado frente à Arménia que não seja o triunfo de Portugal
ADRIAN DENNIS/AFP
Seleccionador nacional procura o seu segundo triunfo na qualifi cação para o Euro 2016, a realizar em França, e prepara alterações na equipa portuguesa
FutebolPaulo Curado
enquanto os sérvios evitaram uma
derrota nos derradeiros instantes.
Fernando Santos quer evitar so-
bressaltos semelhantes frente a um
adversário que qualifi cou como “pe-
rigoso”, mas não coloca outro cená-
rio que não passe pela vitória portu-
guesa, a qualquer custo. “Com um
pau ou outra coisa qualquer, temos
é de ganhar. Faça chuva ou faça sol”,
resumiu, considerando fundamen-
tal os três pontos em disputa para
o objectivo fi nal de vencer a quali-
fi cação.
“Este é um jogo muito importante
para nós. Queremos chegar a Fran-
ça em primeiro lugar e, para isso,
temos de encarar cada jogo com um
espírito de vitória. Isso é mais im-
portante do que saber quem será o
defesa esquerdo ou o defesa central.
Vão jogar 11 e de forma muito com-
pacta e solidária”, defendeu: “O que
me interessa é a dinâmica da equipa.
Vamos defrontar um adversário que
jogará com cinco defesas, com muita
gente atrás da bola. Durante o jogo,
vamos ver a equipa a actuar em 4-4-
3 ou em 4-4-2. E até espero que na
maior parte do encontro a equipa
jogue em 3-4-4.”
Frente à Arménia, Fernando San-
tos irá promover algumas alterações
no “onze” titular, uma delas obriga-
tória face à lesão do lateral esquer-
do Eliseu. A ausência do jogador do
Benfi ca deverá promover a estreia
do bracarense Tiago Gomes, mas
também o recuperado José Bosin-
gwa poderá ser chamado à equipa
no lado contrário, rendendo Cédric
e fazendo valer a sua maior expe-
riência.
Se apostar num esquema em 4-4-2,
como fez frente à Dinamarca, em Co-
penhaga, há precisamente um mês
(vitória portuguesa por 1-0), com Ro-
naldo e Nani como unidades mais
avançadas e bastante móveis, Hélder
Postiga poderá ser outra das surpre-
sas na equipa, alinhando atrás desta
dupla, no vértice mais adiantado do
losango do meio-campo.
Uma solução que deixaria Danny
fora da equipa. Tiago, João Mouti-
nho e André Gomes (ou João Mário)
completariam a zona intermediária.
Menos provável, será a hipótese de
Fernando Santos apresentar logo
de início um 4-3-3 com Éder como
principal referência atacante, apesar
de ter testado esta opção durante a
semana.
Portugal 4-4-2
Arménia 5-4-1
T. GomesR. CarvalhoPepe
Bosingwa
R. Patrício
Berezovsky
Arzumanyan
Movsisyan
Hovhannisyan
HaroyanMkoyan
Hayrapetyan
ManucharyanGhazaryan
A. Gomes
Tiago
Nani
Estádio do Algarve
Árbitro: Tasos Sidiropoulos Grécia
19h45RTP1
J. Moutinho
H. PostigaC. Ronaldo
Mkhitaryan Hovsepyan
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | DESPORTO | 43
O seleccionador da Arménia, o su-
íço Bernand Challandes, assumiu
ontem que Portugal é “claro favo-
rito” a vencer hoje o encontro do
Grupo I de apuramento para o Eu-
ro 2016, embora a sua equipa tenha
“qualidade para surpreender”.
“Portugal é claro favorito, mas
nós também temos uma boa equipa
e podemos surpreender sempre”,
afi rmou o treinador da Arménia, na
conferência de imprensa de ante-
visão do jogo que vai decorrer no
Estádio Algarve.
Para Challandes, apesar de Por-
tugal ser uma das “melhores equi-
pas da Europa”, a selecção arménia
tem possibilidade de alcançar um
“bom resultado” no Algarve, que
Seleccionador arménio quer “surpreender”
pode passar pelo empate, mas tam-
bém por uma inédita vitória.
“Nunca começo um jogo a dizer
que vou fi car feliz com um empa-
te. O encontro começa 0-0, vamos
tentar fazer um bom jogo e no fi -
nal logo se verá. Posso fi car feliz
ou talvez não. No passado, empa-
támos com a Itália (2-2) e a Sérvia
(1-1) e fi quei muito desapontado”,
recordou.
O técnico suíço, de 63 anos, lem-
brou também a recente vitória da
Albânia frente a Portugal (1-0), no
arranque desta fase de qualifi cação
para o Europeu de 2016, e defen-
deu que “muito mudou” desde esse
jogo e que a tarefa da Arménia “se-
rá muito mais complicada”.
“Nessa altura, alguns jogadores
de Portugal ainda estavam em iní-
cio de temporada e bem longe da
melhor forma. Também o Cristiano
Ronaldo não jogou e isso faz mui-
ta diferença. Agora está tudo dife-
rente. Portugal tem novo treinador,
alguns novos jogadores e agora é
bem mais difícil vencer Portugal”,
considerou Challandes.
Na mesma conferência de im-
prensa, o médio Marcos Pizzelli,
jogador de origem brasileira na-
turalizado arménio e internacio-
nal desde 2008, afi rmou que os
forasteiros vão ter que aproveitar
os “pontos fracos” da selecção na-
cional e só assim vão poder sair do
Algarve com pontos. Lusa
“No passado, empatámos com a Itália (2-2) e a Sérvia (1-1) e fi quei muito desapontado”Bernand ChallandesSeleccionador da Arménia
Em termos meramente estatísticos,
é enorme o fosso que separa Portu-
gal da Arménia, que ocupa um mo-
desto 51.º lugar no ranking da UEFA,
apenas na frente de Andorra, San
Marino e Gibraltar. Mas esta dife-
rença de estatuto não se traduziu
em campo nas quatro vezes que as
duas selecções se defrontaram em
fases de apuramento: dois triunfos
caseiros portugueses e dois empates
no Cáucaso. As difi culdades sentidas
pelas Dinamarca e pela Sérvia con-
tra os arménios nesta qualifi cação
não deixam antever um passeio pa-
ra a equipa de Fernando Santos no
Estádio do Algarve.
A história do confronto entre as
duas selecções iniciou-se na Armé-
nia, a 31 de Agosto de 1996, na qua-
lifi cação para o Mundial de 1998,
com um empate a zero bolas. Aos
comandos de Portugal encontrava-
se Artur Jorge e na baliza da ex-re-
pública soviética estreava-se Roman
Berezovsky, que não mais largaria o
lugar nos 18 anos seguintes, soman-
do esta noite, aos 40 anos, a sua 91.ª
internacionalização.
Um ano depois do encontro inau-
gural, as duas equipas reencontra-
ram-se no Estádio do Bonfi m, em
Setúbal, onde os portugueses alcan-
çariam o triunfo mais dilatado dos
quatro jogos disputados, vencendo
por 3-1, com golos de Domingos Pa-
ciência, Luís Figo e Pedro Barbosa.
Ranking insignificante e uma estrela chamada Mkhitaryan
Uma década depois, as duas selec-
ções voltaram a partilhar uma qua-
lifi cação, então para o Europeu de
2008, com os arménios a impor
mais um empate caseiro, agora a
uma bola, com Cristiano Ronaldo a
marcar para o “onze” nacional. No
segundo encontro, disputado em
Leiria, Portugal venceria com um
golo de Hugo Almeida.
Com actuações normalmente mo-
destas nas fases de qualifi cação, a
Arménia sobressaiu na última cam-
panha para o Mundial do Brasil,
nomeadamente pela goleada que
infl igiu fora à Dinamarca, por 4-0.
No fi nal, a selecção do Cáucaso con-
quistaria 13 pontos, classifi cando-se
no quinto lugar, mas a apenas três
do segundo lugar ocupado precisa-
mente pelos dinamarqueses.
Para estas actuações mais convin-
centes da Arménia, tem sido decisi-
vo o médio ofensivo Henrikh Mkhi-
taryan, de 25 anos, a grande estrela
da equipa. Com instinto goleador
— é o melhor marcador de sempre
da selecção —, apontou 25 golos no
campeonato ucraniano, ao serviço
do Shakhtar Donetsk, na temporada
2012-13, convencendo os alemães do
Borussia Dortmund a pagarem 27,5
milhões de euros pela sua contrata-
ção na época passada.
Pouco tempo após chegar a Dort-
mund, o capitão Sebastian Kehl par-
tilhou as primeiras impressões do
jovem arménio: “É astuto, muito
bom tecnicamente e uma verdadeira
ameaça na frente da baliza.”
Paulo Curado
PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP
O médio ofensivo Henrikh Mkhitaryan é a grande figura da Arménia
PUBLICIDADE
SÁBADO 18:00 SALA SUGGIA | €15 / CARTÃO AMIGO €11,25 Descobertas Sinfónicas / PORTRAIT PE TER EÖT VÖS I I I
15 NOV
www.casadamusica.com · tel.220 120 220
ARDITTI
QUARTET
BRAD
LUBMAN
direcção musical
Obras deHosokawa, Eötvös, Seara* e Stravinski*ESTREIA MUNDIAL
MECENAS PRINCIPAL CASA DA MÚSICAMECENAS CASA DA MÚSICAPATROCINADOR ANO ORIENTE
APOIO INSTITUCIONAL
SEJA UM DOS PRIMEIROS A APRESENTAR HOJE ESTE JORNAL COMPLETO NA CASA DA MÚSICA E GANHE UM CONVITE DUPLO PARA ESTE CONCERTO. CONDICIONADA À DISPONIBILIDADE DA SALA, A OFERTA É LIMITADA AOS PRIMEIROS 10 LEITORES E VÁLIDA APENAS PARA UM CONVITE POR JORNAL E POR LEITOR. OBRIGATÓRIA A APRESENTAÇÃO DO DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO NO ACTO DO LEVANTAMENTO.BILHETES À VENDA: BILHETEIRA, LOJAS WORTEN , WWW.CASADAMUSICA.COM
44 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
Foi preciso entrar um jogador su-
plente para fi nalmente se assistir a
um encontro em três sets no Barclays
ATP World Tour Finals. A desistência
de Milos Raonic, lesionado na anca,
permitiu a estreia de David Ferrer na
prova, embora sem mais ambições
do que duplicar os 124 mil euros pela
presença no court e ganhar 200 pon-
tos para o ranking. Mas Kei Nishikori
precisava de uma segunda vitória na
fase de grupos de modo a qualifi car-
se para as meias-fi nais do Masters,
o que só veio confi rmar-se à noite,
com o triunfo demolidor de Roger
Federer sobre Andy Murray.
“Se eu tivesse jogado bem, ele pro-
vavelmente teria ganho na mesma”,
elogiou Murray (6.º mundial), após
ver o suíço vencer por 6-0, 6-1, em 56
minutos. Federer chegou a 5-0 após
uma série de 14 pontos consecutivos
e, ao fechar o set em 24 minutos, di-
tou a eliminação do britânico — o
primeiro 6-0 em 61 sets disputados
entre ambos. No segundo set, o su-
íço manteve-se intocável e Murray
abandonou a Arena O2 com as mãos
viradas para o público, como que a
pedir desculpa pela exibição, tradu-
zida em 21 erros não forçados.
À tarde, Nishikori venceu, por 4-6,
6-4 e 6-1, David Ferrer (10.º), o pri-
meiro suplente a ser chamado à ac-
ção desde Janko Tipsarevic, em 2011.
“O terceiro set foi quase perfeito”,
admitiu o número cinco mundial.
Foi a 11.ª vitória de Nishikori sobre
um top 10 neste ano e o japonês ci-
mentou o estatuto de melhor do cir-
cuito em 2014 em sets decisivos, com
21 ganhos em 23 disputados. “Fisica-
mente, estou mais forte, tenho mais
confi ança”, explicou o japonês.
Hoje conhecem-se os semifi nalis-
tas do Grupo A, onde Novak Djokovic
precisa de vencer um só set a Tomas
Berdych. Stan Warinka e Marin Cilic
disputam o encontro nocturno.
Federer bate Murray e leva Nishikori às meias-finais
TénisPedro Keul
A FIFA afastou ontem qualquer pos-
sibilidade de vir a repetir a escolha
dos organizadores dos Mundiais de
futebol de 2018 e 2022, na sequência
de uma investigação às denúncias de
irregularidades detectadas durante
o processo de eleição.
As conclusões da investigação con-
duzida pelo procurador norte-ame-
ricano Michael Garcia ilibam tanto
a Rússia como o Qatar, que perma-
necem como os organizadores das
duas competições. O relatório da
Comissão de Ética da FIFA admite
que foram detectadas algumas irre-
gularidades nas duas candidaturas,
mas sublinha que tiveram um “âm-
bito muito limitado”.
“Os efeitos destas ocorrências no
processo de candidatura como um
todo estiveram longe de ultrapassar
qualquer limite que implique regres-
sar ao processo de candidatura e mui-
to menos repeti-lo”, escreve o director
da comissão, Hans-Joachim Eckert.
A investigação relativa à candidatu-
ra do Qatar nota terem sido encontra-
das “certas indicações de uma con-
duta potencialmente problemática
de indivíduos específi cos”, mas “não
são sufi cientes para comprometer a
integridade do processo de candida-
tura aos Mundiais 2018/2022”.
Em causa estava o envolvimento
do ex-membro do Comité Executi-
vo da FIFA Mohamed bin Hammam,
que terá comprado votos para facili-
tar a eleição do Qatar para organizar
o Mundial 2022. O relatório conclui
que Bin Hammam esteve “distante”
do comité de candidatura e que as
alegadas trocas de favores estavam
mais relacionadas com a sua candida-
Rússia e Qatar foram ilibados pela FIFA das acusações de corrupção
tura à presidência da FIFA em 2011.
Quanto à candidatura russa, ven-
cedora na eleição para o próximo
Mundial, o Comité de Ética con-
cluiu que as provas reunidas “não
são sufi cientes” para determinar
qualquer má conduta. No entanto,
Eckert faz notar que os responsáveis
russos pela candidatura “providen-
ciaram uma quantidade limitada de
documentos para serem avaliados”.
A maioria estava, segundo os respon-
sáveis, em computadores alugados
que entretanto foram devolvidos e
destruídos.
Entre as outras candidaturas ava-
liadas, o mais surpreendente são
as duras críticas feitas à federação
inglesa — que se propôs a organizar
o Mundial 2018 e foi uma das prin-
cipais promotoras da investigação.
O comportamento dos responsáveis
ingleses danifi cou “a imagem da FI-
FA e do processo de candidatura”,
observa Eckert. No centro das aten-
ções estiveram as tentativas de diri-
gentes britânicos para obter vanta-
gens junto de Jack Warner, na altura
um dos vice-presidentes da FIFA.
Entre promessas de “oportunida-
des de emprego” e “ajuda substan-
cial” para um campo de treinos des-
tinado à equipa sub-20 de Trindade
e Tobago, “a equipa de candidatura
[inglesa] acedeu frequentemente aos
desejos de Warner, numa aparente
violação das regras de candidatura e
do código de ética da FIFA”.
A federação inglesa afi rmou “não
aceitar qualquer crítica em relação
à integridade da candidatura inglesa
nem a nenhum dos indivíduos envol-
vidos”. “Conduzimos uma candida-
tura transparente”, garantiu o orga-
nismo, através de um comunicado.
Inconformado está Michael Garcia,
que alega que o relatório “contém vá-
rias representações dos factos mate-
rialmente incompletas e erradas”. O
procurador, nomeado pela Comissão
de Ética para liderar a investigação
independente de 18 meses, garantiu
que vai recorrer da decisão.
Futebol
Não foram encontradas irregularidades que justifiquem a repetição da escolha dos organizadores dos próximos Mundiais
PUBLICIDADE
Breves
Ciclismo
Futsal
Rui Costa eleito atleta masculino do ano pela terceira vez seguida
Bruno de Carvalho ambiciona conquista da Taça UEFA
O ciclista Rui Costa conquistou anteontem, pela terceira vez consecutiva, o prémio de atleta masculino do ano na gala da Confederação do Desporto de Portugal (CDP). Vencedor nas duas últimas edições, Rui Costa, que terminou o ano no quarto lugar do ranking mundial do ciclismo, voltou a vencer a votação para atleta masculino do ano, tal como Nelson Évora tinha feito entre 2007 e 2009. “Estou muito contente. Espero que este troféu me possa dar mais força”, disse, no Casino Estoril.
O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, mostrou-se ontem confiante no triunfo da equipa de futsal na Ronda de Elite e revelou a ambição do clube em conquistar a Taça UEFA. “Esta equipa tem um talento muito grande. Estando focados, querendo mais e tendo também a sorte do jogo, temos todas as hipóteses”, afirmou. Os bicampeões nacionais são os anfitriões do grupo A da Ronda de Elite, entre 20 e 23 de Novembro, em Odivelas, e defrontam os espanhóis do Inter Movistar, os belgas do Charleroi e os búlgaros do Pro Varna.
PHILIPPE DESMAZES/AFP
Sepp Blatter, presidente da FIFA, mantém a confiança nos anfitriões
A FIFA considera que os indícios detectados “não são sufi cientes para comprometer o processo”
46 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
CARTAS À DIRECTORA
Visto pouco dourado e muito suspeito
Uma decisão incompreensível
Ovisto gold é uma bandeira deste
Governo e foi uma iniciativa de Paulo
Portas, quando era ministro dos
Negócios Estrangeiros, com o objectivo
de atrair investimento estrangeiro
para Portugal. Portas copiou aquilo que hoje
em dia se faz em vários países do mundo:
a “venda” de autorização de residência
ou nacionalidade em troca de dinheiro ou
investimento.
Existem três critérios que habilitam
qualquer cidadão fora da União Europeia a
obter os tais vistos dourados: transferência
para um banco português de capitais no
montante igual ou superior a um milhão de
euros, ou criação de pelo menos 10 postos
de trabalho, ou ainda a aquisição de bens
imóveis de valor igual ou superior a 500
mil euros. Os vistos gold foram uma bóia de
As suspeitas de corrupção ressuscitam uma questão: valerá a pena atribuir vistos gold?
salvação para as imobiliárias e muitos bancos
benefi ciam de transferência de capitais. Para
a economia real, e em termos de criação de
emprego, o impacto foi residual.
Mas ao envolver elevadas verbas numa
única transacção, sendo que por vezes os
negócios são feitos em tempo recorde e com
escassa fi scalização, estamos a falar de um
terreno fértil para a corrupção. Já houve
casos no passado de um cidadão chinês
portador de visto gold e com um mandado de
captura internacional emitido pela Interpol.
Que foi um sinal de que nem todos investem
e pedem autorização de residência com a
melhor das intenções.
E do lado de cá, de quem os recebe, já se
percebeu que o sistema não parece estar
blindado à corrupção. A Procuradoria-Geral
da República confi rmou esta quinta-feira a
existência de 11 detenções numa investigação
aos vistos gold, estando em causa suspeitas
de crimes de corrupção, tráfi co de
infl uências, peculato e branqueamento de
capitais.
O conceito do visto gold já incorpora em si
um dilema ético. E se a isso associarmos uma
fraca fi scalização de quem o pede e quem o
dá, então mais vale acabar com eles.
É já usual que as greves incidam sobre
períodos em que as actividades
das empresas mais precisam dos
trabalhadores que a elas aderem.
Porque quem as faz quer, com
isso, mostrar que o seu trabalho é
indispensável e que deve ser valorizado.
Tem sido o caso dos transportes, onde
as greves ocorrem ou nos momentos de
maior tráfego de viagens no sector da
aviação ou, nos transportes terrestres,
nas chamadas horas de ponta. O que já
não se entende e, mais, se condena, é que
um sindicato como o dos enfermeiros
se tenha mostrado insensível ao apelo
que lhe foi feito pela Direcção-Geral da
Saúde para que repensasse a data da greve
marcada para hoje (e que se repetirá dia
21) face ao surto de legionella ainda por
controlar no país. É que uma epidemia
não é propriamente uma “hora de ponta”,
é uma emergência. E virar as costas a tal
argumento é uma vergonha.
“Lux Leaks”
É já a designação corrente para
o resultado de uma investigação
de um grupo de jornalistas
sobre acordos fi scais, até agora
mantidos secretos (por que
seria?), entre o Governo do
Luxemburgo e pelo menos 340
grandes multinacionais. O Governo
luxemburguês terá assinado
acordos fi scais com empresas
que, fi cticiamente sediadas no
Luxemburgo, ali benefi ciaram
de baixíssimas taxas fi scais
sobre os lucros gerados noutros
países da União Europeia (UE). O
Luxemburgo (cerca de 2600 Km2
e meio milhão de pessoas) é o país
mais rico da UE (um PIB per capita
duas vezes e meia maior do que a
média da UE). O que é que produz?
Pelos vistos, basta-lhe “produzir”
“paraísos” de evasão fi scal para
multinacionais lá “investidoras”.
Há por aí (e ainda bem) algum
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
alarido sobre a situação. Contudo,
desconfi a-se que tudo isto, como
algo muito “natural”, vai fi car
“em águas de bacalhau”. Nunca se
sabe se até não vai ser exemplo de
“legalidade” e “empreendedorismo
fi scal”, com inerente condecoração
do ex-primeiro-ministro do
Luxemburgo e agora presidente
da Comissão Europeia (como
aconteceu em Portugal com o seu
antecessor). Pois não disse já o sr.
Jean-Claude Juncker que o sistema
fi scal luxemburguês está “em
conformidade total com a legislação
europeia” ( jornal irlandês The Irish
Times, 6/11/2014)? Entretanto, a
troika (e, portanto, a CE) exige ainda
mais austeridade às pessoas de
países (por exemplo, de Portugal)
onde, muito pela evasão “legal”
dos impostos de muitas dessas
multinacionais, não são atingidas
as metas do “ajustamento” pela CE
(e BCE) impostas. “A riqueza das
sociedades em que domina o modo
de produção capitalista apresenta-
se como uma imensa acumulação
de mercadorias” (Karl Marx — O
Capital, Capítulo I).Marx “está
desactualizado”, há quem diga.
Ai está, está. Por defeito. Agora,
“a riqueza das sociedades em
que domina o modo de produção
capitalista apresenta-se como uma
imensa acumulação”... de dinheiro
dos outros. Com o poder político
a servir (por acção ou omissão) de
“gerente de conta” e de cobrador
deste “modo de produção” agiota.
E nós próprios, contribuintes, de
depositantes.
J. Fraga de Oliveira, St. Cruz da Trapa
O bom exemplo do Reino Unido
A União Europeia determinou
recentemente que o Reino Unido
pagasse um adicional de 2,1 mil
milhões de euros para o orçamento
comunitário. Essa obrigação teria
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
de ser cumprida até 1 de Dezembro
próximo. Tal exigência teve forte
reacção do Governo britânico
e o primeiro-ministro chegou a
afi rmar que o pagamento não
iria acontecer, acenando com
possível saída da UE. Afi nal, mais
ultimamente, em reunião dos
ministros das Finanças em Bruxelas,
o RU acabou por chegar a acordo
com os seus parceiros europeus
no sentido da redução do valor a
pagar para 1000 milhões, menos
de metade do exigido, e a liquidar
em duas prestações, sendo a
última em Setembro de 2015. Estas
informações mostram que o RU não
se curvou à decisão da UE e levou
o problema a reapreciação, tendo
obtido uma reestruturação das
condições iniciais impostas, com
redução do montante e alongamento
do prazo de pagamento. Surtiu a
ameaça de sair da UE. Um bom
exemplo a seguir.
António Catita, Lisboa
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 47
BARTOON LUÍS AFONSO
Heróis desconhecidos no mundo da Justiça
Está fi nalmente esclarecido o
mistério do crash informático
do Citius! E, contrariamente ao
que se poderia pensar, não foi
só o despacho de arquivamento
do inquérito aberto pela
Procuradoria-Geral da República
(PGR) que veio trazer à luz do dia
as verdadeiras razões do caos/
transtorno/embaraço que, neste
momento, deu origem a um descalabro do
próprio ministério.
A tese da existência dos crimes de
sabotagem informática e de coacção
lançada pelo Ministério da Justiça,
sacrifi cando dois funcionários no altar da
política, não tinha, como era evidente,
“pernas para andar”. E o despacho de
arquivamento do MP espelha bem essa
situação, ao justifi car a razão por que
se avançou para abertura do inquérito:
a documentação que acompanhava a
denúncia da ministra da Justiça “não
revelava factos que consubstanciassem a
prática do crime de sabotagem informática.
Porém, aquilo que se descrevia também
não permitia, por si só, naquele contexto,
excluir que tal ilícito tivesse ocorrido”.
Quer isto dizer que o MP nem sequer
indícios da prática de tal crime encontrou
na participação, mas, como “não se podia
excluir...”, avançou com o inquérito.
Quanto ao crime de coacção, segundo o
despacho de arquivamento, “... apesar de
a referência a eventual coacção ser muito
vaga e genérica, procurou-se também
clarifi car este aspecto”.
E, analisados os documentos enviados
pelo Ministério da Justiça e ouvidas as
testemunhas e os arguidos, o procurador da
República Pedro Verdelho não teve dúvidas
em ordenar o arquivamento dos autos:
“Não se apuraram indícios de sabotagem
informática” e “não foi possível reunir
indícios sufi cientes de que tenha ocorrido
qualquer constrangimento”, o qual seria
essencial para se poder colocar a hipótese
da existência do crime de coacção. Em
escassos 15 dias — num sistema judicial
que não é conhecido por ser célere — fi cou
esclarecido que a tese conspiracionista,
digna de um qualquer spin doctor de
terceira classe, não tinha quaisquer bases.
E, no entanto, a ministra da Justiça
enviou a denúncia para a PGR, apoiada
num parecer de um secretário de Estado
que, por sua vez, se baseou num notável
documento intitulado Relatório de Avaliação
do Processo de Adaptação do Citius à Lei de
Organização do Sistema Judiciário (Lei n.º
62/2013, de 26 de Agosto). Um documento
que, certamente, entrará para os anais da
história da administração pública do nosso
país.
Os autores deste monumento
administrativo são o dr. Carlos Brito
e o prof. doutor Rui M. Pereira,
respectivamente vogal e presidente do
conselho directivo do Instituto de Gestão
Financeira e Equipamentos da Justiça
(IGFEJ), o organismo responsável pela
gestão — e pelo crash — do Citius.
Isto é, estamos a falar de uma auto-
avaliação feita pelos dirigentes de um
organismo ao funcionamento desse mesmo
organismo numa concreta situação em que
tinha falhado estrondosamente na missão
de que estava incumbido: a adaptação
do sistema informático Citius à reforma
judiciária aprovada pelo Governo.
E por que falhou então o IGFEJ? Não
foi por sabotagem nem coacção, já nos
esclareceu o MP.
Terá sido a falta de meios? Também não
foi por falta de meios, pois logo no início
do relatório de avaliação, os seus autores
afi rmam que “o conselho directivo do
IGFEJ, IP assume que para a realização
deste projecto foram dadas às equipas
todas as condições solicitadas, quer ao nível
de recursos humanos, quer ao nível de
recursos tecnológicos”.
E, tanto quanto apurei, não foi avistado
nenhum avião russo que pudesse, de
alguma forma, ter perturbado o aéreo
espaço do Citius.
Mas — e é esta a chave do mistério
— refere-se no relatório, assinado pelo dr.
Carlos Brito e pelo prof. doutor Rui M.
Pereira, que “... no dia 25 de Setembro
o dr. Carlos Brito muda-se do 17.º andar,
onde se situam os gabinetes do conselho
directivo, para o 4.º andar da torre H do
campus da justiça, piso onde se situam as
equipas técnicas envolvidas no processo”
e, mais à frente, que, “durante aquelas
duas semanas, entre 28 de Setembro e
14 de Outubro, o
ritmo de trabalho
foi contínuo e o
dr. Carlos Brito
acompanhou
permanentemente
todo o processo,
de modo a
garantir que
fosse cumprido
como o planeado.
Foi instituído
o princípio de
trabalho de tudo o
que fosse possível
fazer num dia
não deveria ser
adiado para o dia
seguinte, e só com esse espírito e muito
sacrifício pessoal dos trabalhadores das
equipas técnicas (...)”.
É minha convicção que se o dr. Carlos
Brito se tivesse mudado para o 4.º andar
desde o princípio do processo e tivesse
instituído, também desde o início, o
princípio “não deixes para amanhã o que
podes fazer hoje”, não teríamos tido o
crash. Afi nal, revela-nos o relatório, no
IGFEJ havia, pelo menos, um herói. Tardio,
é certo, mas, ainda assim, um herói.
De resto, espera-se, a qualquer momento,
a publicação de um merecido louvor a todo
o conselho directivo do IGFEJ.
Advogado. Escreve à [email protected]
A verdade é como o azeite: arde!
O eco verde
Na Vanity Fair deste mês há mais
um ataque à Amazon, adoçado
pelo editorial do grande
Graydon Carter, que convida Jeff
Bezos a ser mais samaritano.
A verdade é que a Amazon
continua a prestar um bom
serviço, apesar das demoras e
dos pagamentos de correios:
sempre elevados, por muito
que lá gastemos. No entanto, já há empresas
online muito melhores, mais rápidas e
baratas do que a Amazon. Já elogiei a Inkanat
que, para além de bom comerciante, é boa
de coração, como se verá pelas boas acções
que fazem no inkanat.org.
Há um ano quase todas as minhas
compras eram feitas através da Amazon.
co.uk. Hoje não chegam a um terço. Estou
sempre à procura de comerciantes que
levam em conta o dinheiro que pagamos
para nos oferecer os custos dos correios.
Depois de duas compras bem sucedidas
tenho a felicidade de recomendar a www.
ecco-verde.fr. Comprando mais do que
59,95 euros o correio é de graça. Note-se que
só chega uma semana ou mais depois, mas
é bom. A Amazon pede, pelo menos, mais 9
euros e leva mais tempo a entregar.
A Ecco Verde, para mais, alicia-nos
com descontos para todas as bolsas. Se
gastarmos mais de 40 euros, descontam 4%.
Se for 70 euros ou mais, será 7%. E se for 100
euros, o desconto é de 10%.
Percebe-se assim que o melhor é comprar
70 euros e ter um desconto de 7% e nada
pagar de correio. Para mais a Ecco Verde
tem todas as boas marcas (incluindo as
americanas, como a Dr Bronner’s) do mundo.
Querem-se verdes as nossas compras.
Francisco Teixeira da MotaEscrever direito
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
48 | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
É um assunto incontornável esta semana – as taxas e taxinhas de Pires de Lima e de António Costa
Taxas, taxinhas e taxolas
É uma espécie de discussão entre
o roto e o nu. Numa altura
em que todos concordam, do
Governo à oposição, que a
carga fi scal em Portugal atingiu
níveis confi scatórios, quer o
poder central, quer o poder
local continuam a carregar em
taxas e taxinhas. Há quem lhes
chame contribuintes, há quem
lhes chame munícipes, mas ao fi nal do dia
estamos a falar do mesmo desgraçado que
chega ao fi nal do mês com menos dinheiro.
Quando se diz que os portugueses
trabalham de 1 de Janeiro a 6 de Junho de
cada ano só para pagar impostos e que
a carga fi scal (impostos e contribuições
para a Segurança Social) atingiu um
máximo histórico, existe toda uma outra
realidade paralela de taxas e taxinhas que
não são englobadas por essas estatísticas.
Quer a nível do Governo, quer a nível das
autarquias, existe todo um submundo de
taxas que faz com que os portugueses ainda
sejam mais pobres do que aquilo que as
estatísticas dizem que são.
E os ministros e os autarcas não se cansam
de puxar pela imaginação para inventar
novos impostos. Está-nos no sangue.
Estamos a falar de um país que no tempo
de Salazar já taxava penteados artísticos
(Decreto-Lei n.º 43.764) e que entre 1937 e
1970 cobrava um imposto sobre os isqueiros
para proteger a Fosforeira Nacional. Já nos
tempos do rei D. Miguel, em 1832, chegou-se
a inventar um imposto imobiliário, em que
se taxavam os contribuintes em função do
número de janelas das suas casas. Quanto
mais janelas tivessem em casa, mas imposto
pagavam. E o imposto era progressivo
– variava em função do andar. As janelas do
rés-do-chão pagavam o dobro das janelas
do segundo andar. Mas somos tão bons a
inventar impostos como a fugir deles. No
tempo de D. Miguel não havia auditoras e
consultoras, mas já existia planeamento
fi scal agressivo: as janelas começaram a
ser fechadas com tijolos para escapar ao
imposto. E o imposto desapareceu.
Regressando à vaca fria, com que moral é
que Pires de Lima ou Paulo Portas criticam
as taxas e as taxinhas de António Costa?
Este é o Governo que aumentou os impostos
para níveis estratosféricos e que taxou tudo
o que havia para taxar: dos criadores de
caracóis e periquitos aos inaladores de rapé,
ninguém escapou. O mesmo Governo que
pensou criar um imposto sobre os produtos
com mais açúcar ou os mais gordurosos.
O mesmo que há dias, sob um manto de
“fi scalidade verde”, decidiu que ia taxar
os sacos de plástico, as viagens de avião e
agravar a fi scalidade dos combustíveis, cujo
preço passará a estar indexado ao preço de
emissão de CO2. O litro de gasolina e gasóleo
que já leva com o ISP, IVA e contribuição
rodoviária.
Foi com este cardápio de impostos no
currículo que Pires de Lima resolveu atacar
as taxas e as taxinhas de António Costa em
Lisboa. No site da Câmara Municipal de
Lisboa está um PDF com a tabela das taxas
municipais para 2014. São quase 200 e há
taxas para todos os gostos: começando
pelos 3,10 euros que se cobram por quatro
fotocópias a preto e branco, passando
pelos 85 euros
que se cobram
pela “inumação
em sepultura
temporária” e
terminando no
dinheiro que
se cobra pela
emissão de uma
“licença especial
de ruído”. Quem
fi zer pouco barulho
paga 24,45 euros;
quando a potência
sonora é superior
a 20.000kW, a
tarifa chega aos
488,15 euros. Conta
o Expresso que,
antes da chegada
de António Costa à
câmara, eram 2270
as taxas municipais.
Se chegar ao
Governo e fi zer o que fez no câmara a nível
de simplifi cação fi scal, já terá feito qualquer
coisa.
O orçamento camarário para o próximo
ano prevê a criação de duas novas tarifas – a
dos resíduos urbanos e a do saneamento
– que vão implicar que cada lisboeta vá
pagar, em média, mais 5,8 euros ao fi nal
de cada mês. Além disso, o candidato
do PS a primeiro-ministro resolveu criar
uma taxa municipal turística de 1 euro por
cada passageiro que aterre na Portela ou
desembarque no Porto de Lisboa. E a partir
de 2016 também se começa a cobrar 1 euro
por cada dormida na capital, com um tecto
máximo de 7 euros.
Não é propriamente uma excentricidade
do líder socialista, já que são várias as
capitais europeias que cobram taxas
semelhantes. Mas a justifi cação de António
Costa é a pior de todas: “É só um euro.”
Isso foi o que disseram todos os que vieram
antes dele. E, além disso, não se percebe
como é que António Costa avança com
uma taxa turística sem aparentemente dar
conhecimento à Confederação do Turismo
Português e, pelos vistos, à revelia dos
municípios vizinhos. O autarca de Cascais
veio classifi car como “medieval” a nova
taxa. Fará algum sentido que um turista
que aterre na Portela para ir fazer uma
peregrinação a Fátima esteja a pagar à
Câmara de Lisboa uma taxa que servirá
para construir um centro de congressos em
Lisboa e não uma capela em Ourém? Fará
sentido que os lisboetas fi quem isentos da
taxa quando aterram em Lisboa e os outros
portugueses não? O aeroporto e o porto
deveriam estar ao serviço de uma região e
não de uma câmara.
Jornalista Escreve semanalmente à sexta-feira
Os ministros e os autarcas não se cansam de puxar pela imaginação para inventar novos impostos
Pedro Sousa CarvalhoContas da semana
MIGUEL MANSO
Esperteza luxemburgue
Os chamados “LuxLeaks”,
expondo acordos fi scais
secretos entre o Governo
luxemburguês e companhias
estrangeiras, vieram provar
o que não era, realmente,
novidade para ninguém,
embora fosse negado pelas
autoridades daquele país: que
o Luxemburgo funciona como
um paraíso fi scal no coração da Europa,
permitindo a centenas de multinacionais
e outras empresas não pagar milhares de
milhões em impostos por lucros obtidos
noutros países, incluindo nos restantes
Estados-membros da UE.
Aproveitando-se da respeitabilidade
como fundador da UE e integrador do
mercado interno, o Luxemburgo acolheu
esquemas e redes de empréstimos dentro
de empresas de um mesmo grupo, entre
outros mecanismos, reduzindo a quase
nada a tributação desses grupos. O sistema
fi scal do Luxemburgo atraiu, assim, mais
de 40.000 companhias holding — em
grande parte de outros Estados-membros
— e criou milhares de empregos para a sua
população. Com apenas cerca de 500 mil
habitantes, o Luxemburgo é hoje o Estado
com o maior PIB per capita do mundo,
mas é também um Estado capturado pela
Banca, pela Finança e pela criminalidade
que as permeia e instrumentaliza.
Só isso explica a resistência que o
Luxemburgo mostrou, durante anos
(acompanhado pela Áustria), à proposta
da Comissão Europeia (CE) para rever
a directiva relativa à tributação dos
rendimentos da poupança, que vem
limitar o segredo bancário no bloco dos
28, permitindo a troca automática de
informação sobre contas bancárias e
outros activos entre as autoridades dos
Estados-membros.
Um paraíso fi scal como o Luxemburgo
só existe plantado no coração da Europa
devido à falta de harmonização fi scal na
zona euro e na UE, tanto a nível de taxa
mínima de tributação de empresas, como
na fi xação de uma base tributável comum.
Mesmo depois da chamada “crise das
dívidas soberanas”, vários Governos da
zona euro procuram guardar para o plano
nacional a exclusividade de decidir sobre
matéria fi scal.
Ora o Luxemburgo não é o único paraíso
fi scal na UE: acordos celebrados com
grandes multinacionais pela Irlanda e pela
Holanda (a par do Luxemburgo) estão a
ser investigados pela Comissão Europeia,
porque podem equiparar-se a “ajudas de
Estado”, ilegais face ao direito europeu.
Foi exactamente para benefi ciar de
um regime fi scal mais favorável que
Debate União Europeia e ‘LuxLeaks’Ana Gomes
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | 49
esaCatalunha
A Espanha atual encontra-se
numa situação difícil. Desde
logo na Catalunha, que
tem sido maltratada pelo
presidente do Governo,
Rajoy, o que tem agravado as
manifestações que os catalães
têm realizado — diga-se —
sempre pacifi camente.
No domingo passado
dois milhões e trezentos mil catalães
participaram numa consulta informal
promovida pelo presidente catalão Artur
Mas, uma fi gura respeitada não só na
Catalunha, como no resto de Espanha e
mesmo em Portugal, que sempre teve um
grande carinho e respeito pela Catalunha.
Não se deve esquecer que a recuperação
da independência de Portugal — alguns
séculos anterior a
Espanha — deve-se
a Felipe IV se ter
lançado numa luta
contra a Catalunha,
deixando em paz
Portugal.
O País Basco
também não está
satisfeito com a
maneira como
Rajoy o tem tratado,
o que o leva a
ter uma grande
solidariedade com
a Catalunha e Artur
Mas.
Rajoy, que é
galego, devia ter
um procedimento
muito mais fl exível
relativamente à
Catalunha. Mas
infelizmente não
tem tido.
Como disse
Felipe González,
é a altura de
Espanha perceber que deve ser um
Estado federal, porque caso contrário
serão obrigados a ir muito mais longe.
Aliás, o atual secretário-geral do PSOE,
Pedro Sánchez, que é uma fi gura de
extrema inteligência, tem dito o mesmo.
O que se passou recentemente na
Escócia, hoje arrependida de não ter votado
maioritariamente pela independência em
relação à Grã-Bretanha é, sem dúvida um
exemplo, que deve ser tomado em conta.
Portugal sempre teve um grande
carinho pela Catalunha e hoje continua a
manter essa situação, com a solidariedade
que lhe é devida.
muitas empresas
portuguesas,
incluindo a maioria
das cotadas em
bolsa, mudaram
a sua sede para a
Holanda. Outras
abriram sedes,
fi liais ou meras
caixas de correio
no Luxemburgo
para fugir à
tributação nacional
e desviar milhares
de milhões de
Portugal. Como o
BES/GES.
A investigação
à criminalidade
fi scal e fi nanceira
no universo BES/
GES ainda vai
no adro, mas
uma auditoria da
Price Waterhouse
Coopers já revelou
que, através de
quatro off shores
na ilhas britânicas
Jersey e Guernsey,
Ricardo Salgado desviou em poucos
dias centenas de milhões do BES para o
exterior, já depois de o Banco de Portugal
ordenar a mudança de administração. A
Price Waterhouse Coopers foi auditora
do BES/GES até 2002 e hoje trabalha na
auditoria forense ao BES para o Novo
O dumping fiscal não é só imoral: distorce o mercado interno e constitui uma ameaça ao projecto europeu, aos seus valores e princípios
Rajoy, que é galego, devia ter um procedimento muito mais flexível relativamente à Catalunha. Mas infelizmente não tem tido
Ex-Presidente da República
EMMANUEL DUNAND/AFP
Debate Espanha e autonomiasMário Soares
Banco, por indicação do Banco de
Portugal, de quem é também auditora
ofi cial. Price Waterhouse Coopers que
— por acaso, certamente! — acaba de
ganhar dois novos sócios em dois quadros
que saem do topo do departamento
de supervisão prudencial do Banco de
Portugal (que devia ter supervisionado
a tempo o BES): Luís Costa Ferreira e
Pedro Machado. E Price Waterhouse
Coopers essa que, não por acaso, foi
o principal agente da celebração da
maior parte dos contratos ditos de
planeamento fi scal celebrados entre
centenas de multinacionais e o Governo
do Luxemburgo, segundo revelam os
“Luxleaks”: querem pescadinha-de-
rabo-na-boca mais promíscua no mar da
eurofi nança e da fi scalidade na UE?
A selva fi scal em que os Estados-
membros da UE competem entre si, em
corrida para o abismo de oferecer taxas
cada vez mais baixas às grandes empresas,
supostamente para atrair investimento,
só pode ter uma consequência: que sejam
os cidadãos comuns, as classes médias
e os trabalhadores a pagar a redução
das receitas públicas. O dumping fi scal
não é só imoral: distorce o mercado
interno, constitui uma ameaça ao projecto
europeu, aos seus valores e princípios, e
compromete a sustentabilidade económica
e social na Europa e globalmente. E arrasa
os povos e a confi ança na UE em Estados,
como o nosso, onde o Governo esmifra
em impostos as classes médias e PME e
concede benefícios, isenções e amnistias
fi scais a grupos empresariais useiros e
vezeiros nas vias luxemburguesas para a
elisão e evasão fi scais.
Jean-Claude Juncker foi artífi ce desta
“esperteza luxemburguesa”, como
ministro das Finanças e primeiro-ministro
do Luxemburgo durante décadas, fi cando
terrivelmente descredibilizado pelos
“LuxLeaks” uma semana após ter tomado
posse como presidente da Comissão
Europeia. Juncker obteve o apoio dos
socialistas e democratas europeus sob o
compromisso de combater a evasão fi scal
na UE e de se bater pela harmonização
fi scal. Há duas semanas interpelei-o a agir
por provir de um “quase paraíso fi scal”:
os “LuxLeaks” demonstram que o “quase”
estava a mais e intensifi caram a pressão
sobre Juncker e a CE para que respondam
diante do PE, o que aconteceu nesta
semana, e, sobretudo, para que actuem.
Pedir a demissão de Juncker agora só
atrasa a tomada de medidas: o que importa
é forçá-lo a arrepiar caminho, na lógica
de que “nada melhor do que um caçador
furtivo para dar caça aos caçadores
furtivos”. Juncker tem de demonstrar por
acção imediata - incluindo procedimento
contra o seu próprio país - que defende o
interesse e o projecto europeu, avançando
drasticamente contra a concorrência fi scal,
contra o planeamento fi scal agressivo das
grandes empresas e a opacidade do sector
empresarial e fi nanceiro na UE.
Eurodeputada no grupo dos socialistas e democratas no Parlamento Europeu
50 | INICIATIVAS | PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014
“O vinho é composto de humor
líquido e luz.” Galileu que o diga.
Já na hora de olhar para o céu, o
vinho povoava as mesas e antes
disso iluminava os adoradores de
Baco e Dionísio. Também nesta
altura faz luz na cara dos aman-
tes de bom vinho. Em quase
três milénios de história há as
vindimas e a produção em co-
mum, e Setembro, por exce-
lência o mês dos vinhos até
ao fi nal do ano por arrasto.
O tempo das vindimas já
passou: a colheita e o lavar
dos cestos. Agora é a altura
de os enólogos fazerem a
sua arte. Tudo para man-
ter viva uma tradição que
remonta à Roma Antiga.
Amantes da comida e da
bebida, consta que os ro-
manos que por aqui passa-
ram provaram os vinhos da
agora região de Lisboa e Se-
O PÚBLICO regressa com nova colecção de vinhos
É já na próxima quinta-feira que che-
ga ao fi m esta fascinante viagem de
vinte semanas pelo Universo Marvel,
com o confronto fi nal entre os maio-
res grupos de
heróis da Casa
das Ideias: os
Vingadores e
os X-Men.
D iv i d i d o s
sobre o desti-
no a dar a Ho-
pe Summers, a
primeira mu-
tante a nascer
após os acon-
tecimentos dramáticos de Dinastia
de M, que hospeda em si o poder
destruidor da Força Fénix, capaz
de reduzir a cinzas mundos intei-
ros, os maiores heróis do Universo
Marvel vão digladiar-se numa luta
sem quartel, que não deixará nada
como antes.
Com Scott Summers, o ciclope,
a deixar-se dominar pelo seu lado
mais sombrio da força, o combate
vai escalar em violência e especta-
cularidade e mais heróis e vilões se
juntam à contenda. E se no fi nal a
Terra acaba por conseguir resis-
tir ao poder destruidor da Força
Fénix, que já tinha destruído Jean
Grey na mais mítica das aventuras
dos X-Men, A Saga da Fénix Negra, já
publicada numa anterior colecção,
também desta vez nem todos os he-
róis sobreviverão e um dos mais im-
portantes personagens do Universo
Marvel vai tombar às mãos de um
herói que ajudou a formar.
Um fi nal épico, à altura de uma
colecção feita de grandes sagas e
que neste capítulo fi nal reúne numa
mesma história cinco dos maiores
argumentistas da actualidade, como
o são Brian Michael Bendis, Jason
Aaron, Ed Brubaker, Jonathan Hick-
man e Matt Fraction, colaborando
de forma harmoniosa numa história
inesquecível, que fecha com chave
de ouro um importante capítulo da
história do Universo Marvel e abre
as portas para a nova fase, conhe-
cida por Marvel Now! João Miguel Lameiras
Vingadores vs. X-Men vol. 20 – E então Restou Um
Quinta da Alorna Reserva Tinto 2011 — Sábado, 15 de Novembro — Por mais 5,75€
Universo Marvel Vol. 20Argumento — Brian Michael Bendis, Jason Aaron, Ed Brubaker, Jonathan Hickman e Matt FractionDesenhos — John Romita Jr., Olivier Copiel e Andy KubertQuinta, 20 de Novembro + 8,90€
Tom Ripley é um calculista que
acredita que é melhor ser um falso
alguém do que um verdadeiro nin-
guém. A oportunidade “bate à porta”
na forma de um rico construtor de
navios, que contrata Tom para viajar
até Itália e trazer de volta o seu fi lho
playboy, Dickie. Ripley insinua-se
nas vidas utópicas de Dickie e da sua
namorada, montando um esquema
ousado de duplicidade, mentiras e
assassínio.
Em O Talentoso Mr. Ripley, Philip
Seymour Hoff man vestiu a pele de
Freddie Miles. Para trás fi cam Gun-
ther Bachmann, Scotty J. e outras
tantas personagens nos últimos 20
anos. Em comum tinham o talento, a
intensidade e o perfeccionismo quase
obsessivo que o actor arrastava con-
sigo para cima dos palcos e atrás das
câmaras. No ano em que Hollywood
perdeu um dos seus maiores actores,
o PÚBLICO edita a Colecção Philip Sey-
mour Hoff man, dez volumes com per-
sonagens que vão fi car para sempre,
Senhoras e senhores, Freddie Miles
com oferta de caixa arquivadora e um
livro inédito com a biografi a e fi lmo-
grafi a do actor da autoria do crítico
Mário Augusto.
“Philip Seymour Hoff man empres-
tava características únicas a cada per-
sonagem e desempenhos”, escreveu
Mário Augusto aquando a morte do
actor. Em comum, tinham o perfec-
cionismo que lhe era característico,
quase obsessivo. “Marcou a carreira
com grande diversidade de géneros
mas todas essas vidas e personagens
eram similares na forma complexa
como se desenvolviam e tinham a
capacidade de nos tocar para além
da projecção. Aquela fi gura intros-
pectiva e simpática fez dele um dos
maiores actores de sua geração.”
Cinema
O Talentoso Mr. Ripley3.º DVD — Sexta-feira, 21 de Novembro — Por + 5,95€
Quando em 2 de Fevereiro de 2014
se soube da morte do actor Philip
Seymour Hoff man, muitos foram os
que quiseram acreditar que, à seme-
lhança de Mark Twain, as notícias da
sua morte tivessem sido exageradas.
Não foram. Nesse dia, o mundo per-
deu um dos actores mais versáteis
e intensos da sua geração. As reac-
ções de pesar tanto de Hollywood
como do mundo começaram a su-
ceder em catadupa, sobretudo nas
redes sociais, sempre prontas. Tinha
morrido uma das presenças mais re-
gulares e brilhantes que o cinema
americano recebeu nos últimos 20
anos. “Era um ‘regular’ de Paul Tho-
mas Anderson, que além de Boogie
Nights — Jogos de Prazer e Magnólia
lhe deu, no recente The Master, um
dos seus últimos e mais aclamados
papéis”, leu-se no PÚBLICO na altu-
ra da morte do actor. Era o seu corpo
e a sua fi sionomia angustiada que o
relegavam para trás do protagonis-
ta, alto bonito e espadaúdo. Mas o
talento e a intensidade foram sendo
reconhecidos e a forma como “rou-
bava” as cenas deu-lhe o espaço
necessário para chegar às primei-
ras fi las e marcar o século XXI, este
tempo que era o seu e que acabou.
Vera Monteiro
túbal e fi zeram questão de agradecer
a Baco todas as gotas, levando consi-
go garrafas para a capital do império.
Mais tarde, o Infante D. Henrique tam-
bém terá percebido o potencial dos
vinhos portugueses enquanto
carta de apresentação do país
e enviou-os onde as caravelas
pudessem chegar, fosse a Chipre
ou ao longínquo Oriente.
O Tratado de Methuen, as-
sinado em 1703 com o Reino
Unido, marca o início das
exportações modernas e daí
aos prémios, às regiões de-
marcadas e ao décimo lugar
dos principais produtores
mundiais foi um instan-
te. Actualmente, Portu-
gal produz mais de dez
milhões de hectolitros,
assegurando 300 mil
explorações e 200 mil
postos de trabalho.
E se todas as descul-
pas são boas para reu-
nir os amigos em torno
da mesa, o PÚBLICO dá
uma nova ajuda. Agora,
os vinhos aparecem sá-
bado sim, sábado sim. A
nova colecção conta com
Vinhos
Banda desenhada
oito vinhos de norte a sul do país.
O destaque da primeira semana
vai para o Quinta da Alorna Reserva
Tinto 2011, da região do Tejo, que
mistura Touriga Nacional e Cabernet
Sauvignon. As duas castas são vini-
fi cadas separadamente. “Após dois
dias de maceração peculiar, para
extrair aromas, segue-se a fermen-
tação com temperatura controlada e
um estágio de 12 meses em barricas
de carvalho francês”, lê-se na fi cha
técnica do vinho para os mais curio-
sos. O resultado é um vinho inten-
so a violetas e groselha madura da
Touriga, com especiarias próprias
do Cabernet, um corpo equilibrado
e redondo, no qual se confi rma na
boca o carácter fl oral e frutos pre-
tos maduros. Ideal para acompanhar
pratos de caça, cabrito, borrego e ou-
tras carnes condimentadas.
A colecção continua aos sábados
com Herdade de São Miguel Tinto
Colheita Seleccionada 2013, Grai-
nha Reserva Touriga Nacional 2010,
Pomares Moscatel Galego Branco
2013, Domingos DOC Douro Tinto
2012, Branca de Almeida Tinto 2011,
Espumante Montanha Baga Grande
Reserva 2009 e Quinta das Bágeiras
Tinto 2011.
AGENDASábado, 15Quinta da Alorna Reserva Tinto 2011Um vinho da região do Tejo, que mistura Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon com estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês.
Terça, 18Ilha de Nome Santo, vol. 5 Colecção 800 Anos de Literaturas em PortuguêsColecção inédita de 15 obras portuguesas fundamentais, nas suas versões fac-similadas.
Quarta, 19DVD Hunger GamesCaixa que inclui dois DVD, com os dois primeiros filmes da trilogia que estreia agora no cinema a primeira parte do seu último filme.
Quinta, 20Vingadores vs. X-Men: E então Restou Um Universo Marvel, vol. 20Último de 20 títulos dedicados às maiores sagas e heróis da BD americana.
Sexta, 21O Talentoso Mr. RipleyColecção Philip Seymour Hoffman, vol. 3Dez DVD mais um livro inédito, escrito por Mário Augusto, dedicados a um dos actores mais talentosos da sua geração.
Lojas PÚBLICOLisboaEdifício Diogo Cão Doca de Alcântara-Norte (junto ao Museu do Oriente)Horário: seg. a sex., das 9h às 19h, e sáb., das 11h às 17hTel.: 210 111 010
Centro Comercial ColomboPiso zero. Horário: seg. a dom., das 10h às 24hAvenida das Índias, junto à Praça Central
Loja online http://loja.publico.pt/
PONTOS DE VENDA
PÚBLICO, SEX 14 NOV 2014 | INICIATIVAS | 51
Agora que o último fi lme da trilogia
de Os Jogos da Fome chega às salas
de cinema, o PÚBLICO lança uma
caixa com os dois primeiros fi lmes
da saga em DVD. Uma oportunida-
de de rever os dois primeiros epi-
sódios protagonizados por Katniss
Everdeen.
No primeiro, lançado em 2014 e
intitulado Os Jogos da Fome, viaja-
mos até um futuro não muito distan-
te. Onde outrora existiam os Esta-
dos Unidos da América, existe agora
Panen, uma nação pós-apocalíptica
administrada por um governo totali-
Jogos de vida e de morte
tário que domina os seus 12 distritos.
Uma anterior insurreição fracassa-
da dos distritos contra o Capitólio
resultou no extermínio de um dé-
cimo terceiro, do qual nasceu um
acordo tácito de rendição entre
os restantes. Assim, a
viver no limiar de po-
breza, numa existência
de quase escravatura,
os seus habitantes são
constantemente relem-
brados da sua posição
de obediência perante
o governo. Para isso,
todos os anos, cada dis-
trito envia dois adoles-
centes entre os 12 e os 18
anos para participar nos
Jogos da Fome, competições de vi-
da e morte em que apenas um sairá
vencedor. Katniss Everdeen, a que
Jennifer Lawrence dá corpo, é uma
jovem de 16 anos que, após a morte
Vinte anos depois, a Lua volta a fi car
menos negra. Os Pink Floyd volta-
ram a editar quando já nem os fãs
mais devotos esperavam e voltaram
a bater recordes.
“The Endless River tem como pon-
to de partida a música das sessões
de gravação do álbum The Division
Bell, em 1993”, explicou David Gil-
mour em entrevista. “Durante o
último ano, acrescentámos partes
O rio dos Pink Floyd que nunca acaba
novas, regravámos outras e recor-
remos a toda a tecnologia de estudo
para criar um álbum Pink Floyd do
século XXI.” Na mesma entrevista,
Nick Mason disse ainda que “The
Endless River é uma homenagem
ao Rick. Julgo que este disco é uma
forma adequada de reconhecer o
muito que ele fez e como a sua ma-
neira de tocar esteve no cerne do
som Pink Floyd.” The Endless River
é um álbum instrumental com “qua-
tro lados” e uma canção, Louder
than words, com letra de Polly
Samson.
Para os fãs de uma das ban-
das mais icónicas do século
XX, o PÚBLICO lança The
Endless River em dois forma-
tos: CD e edição deluxe. A versão CD
vem acompanhada de um livrete de
16 páginas de fotos incluindo algu-
mas inéditas tiradas nas sessões de
gravação de 1993. Já a edição deluxe
inclui a caixa de cartão duro de for-
mato 17x14,5cm contendo um CD e
um blu-ray, ambos acondicionados
em bolsas de cartão. Inclui um li-
vrete com capa dura de 24 páginas
de fotos incluindo algumas inéditas
tiradas nas sessões de gravação de
1993. O blu-ray contém o álbum The
Endless River em duas versões de al-
ta resolução 5.1 Surround (DTS Mas-
ter Audio e PCM, 96/24), uma versão
PCM stereo 96/24 e material extra
áudio e vídeo não incluído no álbum
(39 minutos aprox.): seis vídeos e
três faixas áudio apenas disponíveis
nas duas edições deluxe do álbum.
Esta edição faz-se ainda acompa-
nhar por três postais de colec-
cionador, um dos quais com
design lenticular em 3D e ainda
material de vídeo de arquivo e
imagens fotográfi cas das ses-
sões de gravação de 1993.
Os Jogos da Fome e Os Jogos da Fome — Em ChamasCaixa com 2 DVDQuarta-feira, 19 de NovembroPor mais 12,95€
dos a deixar a família e amigos e a
percorrer os 12 distritos, marcando
presença em eventos ofi ciais. Nessas
visitas, a jovem Katniss apercebe-se
de um sentimento de revolta que lhe
alimenta a esperança numa rebelião
colectiva. Porém, o Capitólio está
ainda sob o controlo do terrível Pre-
sidente Snow (Donald Sutherland)
que, ao perceber o perigo que cada
um dos vencedores representa en-
quanto símbolo de força e liberdade,
decide preparar um novo evento:
uma edição especial dos jogos, nos
quais os vencedores dos anos an-
teriores terão de se digladiar entre
si, até à morte. Percebendo que o
objectivo do governo é eliminá-los
a todos, os vencedores sabem que
lhes resta uma última oportunidade
de encontrar um meio de organizar
uma revolta contra o poder instituí-
do e, dessa forma, reconstruir uma
sociedade justa em Panen.
Pink Floyd — The Endless RiverCD por mais 16,99€Edição deluxe (CD e blu-ray) por mais 29,99€
Dizem que é a falar que nos entende-
mos e o facto de nos expressarmos
em português pode facilitar o enten-
dimento em muitas partes do mundo
ou não fossem mais de 244 milhões
aqueles que tomam a palavra utili-
zando a “língua de Camões”.
Durante o período dos Descobri-
mentos, os marinheiros portugueses
descobriram novos mundos e leva-
ram consigo o seu idioma. De Portu-
O precursor da negritude
gal continental, a língua portuguesa
viajou para as ilhas que formam os
arquipélagos da Madeira e Aço-
res, desceu pelo oceano Atlân-
tico ao longo da costa africana
e atravessou mares até a terras
do Oriente e aos territórios sul-
americanos.
Passados oitocentos anos so-
bre o mais antigo documento
régio conhecido em língua
portuguesa — o testamento do
terceiro rei de Portugal, Dom
Afonso II, o PÚBLICO assinala
os oito séculos daquela que
foi apelidada como a “língua
de Camões” com a colecção
800 Anos de Literaturas em
Português que presta homenagem à
literatura saída da pena de autores
Literatura
Ilha de Nome Santo — Volume 5Terça-feira, 18 de NovembroPor mais 5,95€ Oferta de um marcador com o livro, ilustrado por João Catarino
que dignifi caram a sua língua por
todo o mundo.
Considerado como um
dos mais importantes in-
telectuais santomenses do
século XX, Francisco José
Tenreiro é o autor de Ilha
de Nome Santo. Nascido
em São Tomé, em 1921,
fi lho de pai português e
de mãe angolana, servi-
çal de uma roça, o autor
viajou para Portugal com
apenas dois anos, onde foi
criado por uma tia pater-
na. Aos 21 anos, publicou,
integrado na colecção do
Novo Cancioneiro, Ilha de
Nome Santo, um livro de poesia
eminentemente insular, que tanto
procura recuperar fi guras e símbo-
los do mundo negro-africano como
refl ecte sobre a desagregação do po-
vo negro, a melancolia e a submis-
são do negro na diáspora. Datada
de 1942, esta é uma das obras mais
emblemáticas de Francisco José Ten-
reiro, enquanto poeta precursor da
negritude da língua portuguesa e,
segundo os críticos literários, assi-
nala verdadeiramente um momento
de viragem nas literaturas africanas
de língua portuguesa.
A par da sua actividade literária,
o autor, que morreu precocemente
em 1963, foi um dos fundadores do
Centro dos Estudos Africanos da Ca-
sa dos Estudantes do Império e rea-
lizou vários trabalhos de sociologia
e sobre a geografi a africana.
Cinema
Música
do pai, se tornou o único sustento
da família, já que a sua mãe nunca
superou esta tragédia. Quando Pri-
mrose (Willow Shields), a sua irmã
de 12 anos, é seleccionada para os
jogos, Katniss voluntaria-se para a
substituir. Sabendo co-
mo a sua vida é crucial
para a sobrevivência da
família, ela está dispos-
ta a lutar com todas as
suas forças para se tor-
nar na única sobrevi-
vente e, com a ajuda
de Peeta Mellark ( Josh
Hutcherson), o outro
competidor do seu dis-
trito, a subverter a bár-
bara lógica dos jogos.
No segundo fi lme, Os Jogos da Fome
— Em Chamas (2013), reencontramos
Katniss e Peeta já como vencedores
da competição mortal. Devido à sua
popularidade, os jovens são obriga-
08ae5fa5-d9d7-466b-be4c-46fd919f753f
PUBLICIDADE
ESCRITO NA PEDRA
“Uso a palavra para compor meus silêncios./ Não gosto das palavras/ fatigadas de informar/ Dou mais respeito/
às que vivem de barriga no chão/ tipo água pedra sapo” Manoel de Barros (1916-2014), poeta brasileiro
SEX 14 NOV 2014
Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de 100% de capital: Sonaecom, SGPS, S.A. Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Urbanos Press – Rua 1.º de Maio, Centro Empresarial da Granja, Junqueira, 2625-717 Vialonga, Telef.: 211544200 Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Outubro 34.943 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem
Não há consenso sobre a legitimidade da taxa que Lisboa quer criar p16
Futuro da missão depende da energia que a File conseguir obter com painéis solares p31
Calcula-se que cerca de 37% de todas as indianas casadas tenham sido operadas p27
Selecção procura hoje, no Algarve, novo triunfo na qualifi cação para Europeu p42
Taxa ou imposto? Eis a questão para vários milhões de euros
A File tem energia para hoje mas o futuro é uma incógnita
Índia: esterilizações continuam após a morte de 14 mulheres
Fernando Santos desconfia da modesta Arménia
OPINIÃO
A velhice do dr. Cavaco
O dr. Cavaco está velho e
está no fi m da sua carreira
política. Gostava, por
isso, de sair suavemente,
com a benevolência do
país, com muitas palmas,
mas sobretudo sem sarilhos.
A ambição dele é voltar para o
Algarve e receber discretamente
alguns notáveis que não o
incomodassem muito.
Se marcasse eleições para a
Primavera, este plano idílico ia
por água abaixo. O PSD e o CDS
protestariam. Provavelmente,
Vasco Pulido Valente
não haveria uma nova maioria
e, apesar das promessas, ele
teria de aceitar um governo
minoritário que poria a oposição,
qualquer que ela fosse, em
constante tumulto. Pior ainda:
numa situação dessas ele com
certeza não escapava às críticas
da esquerda e da direita e dos
tresloucados que por aí andam,
convencidos de que vão ser
importantes. Em vez de paz,
deixaria um motim.
Quando ele se agarra com um
certo desespero à letra da lei
para empurrar este Governo até
Setembro, ganha duas coisas.
Primeira, em Setembro ele já não
poderá dissolver o Parlamento,
mesmo que o resultado seja
catastrófi co e Portugal se
torne uma aldeia de macacos;
esfregando as mãos ele dirá, e com
razão, que nada é já da sua conta
e deixará uma herança confusa
ou catastrófi ca, mas nunca da sua
imediata responsabilidade. Quem
cá fi car que se arranje, enquanto
ele, da sua merecida reforma,
contemplará com equanimidade
e deleite as desordens da
Pátria. Segunda coisa, se lhe
perguntarem, ele responderá
que os partidos tiveram a culpa
porque não se entenderam como
tantas vezes lhes recomendou e
porque “se crisparam”, quando
ele pedia ao bom povo português
mais tranquilidade e doçura.
Claro que este programa de
abstenção não passa de uma
desculpa para poupar os nervos
do dr. Cavaco. A ideia de que
um país pobre e dividido se
consegue unir precisamente
porque é pobre e dividido não
ocorreria a ninguém, excepto
ao dr. Cavaco (pelos motivos
que acima se explicaram),
ao bando de frenéticos que
persistem em viver do Estado e
aos diletantes persuadidos do
valor da sua opinião ou com um
irresistível apetite de notoriedade.
Nenhum homem — ou mulher —
inteligente e cordato se meteria
voluntariamente nesta sopa turva.
O “entendimento” futuro por
que suspira Cavaco e uma dúzia
de sábios a cair da tripeça talvez
traga algum consolo espiritual
e uma reputação de realismo. O
que não traz é o mais leve vestígio
de senso da realidade ou de
franqueza.
DANIEL ROCHA
A Direcção-Geral do Património Cul-
tural (DGPC) determinou já a aber-
tura do processo de classifi cação
da colecção Fundação Ricardo do
Espírito Santo Silva (FRESS), sou-
be o PÚBLICO. Nos próximos dias
deverá ser publicado no Diário da
República o despacho que justifi ca o
procedimento com a importância da
colecção e do coleccionador. Depois
disso, a proprietária da colecção, a
administração da FRESS, tem 15 dias
úteis para se pronunciar.
Esta decisão surge na sequência
da crise no Grupo Espírito Santo,
que era, juntamente com o BES, o
principal mecenas da fundação, que
agrega o Museu de Artes Decorativas
e a sua colecção, as escolas de for-
mação e as importantes ofi cinas de
conservação e restauro em Lisboa.
Em 1953, Ricardo do Espírito
Santo Silva doou o Palácio Azurara
e parte da sua colecção privada ao
Estado português, nascendo assim
a fundação com o seu nome, criada
como museu-escola com a fi nalida-
de de proteger e divulgar as artes
decorativas portuguesas e os ofícios
Direcção do Património abre processo de classificação de toda a colecção Espírito Santo
com elas relacionadas. O acervo da
fundação é o refl exo da preocupa-
ção de um coleccionador apostado
em reunir, muitas vezes através de
leilões, peças do património portu-
guês nas suas mais diversas expres-
sões.
A DGPC lembra que em 2015 se
completam os 60 anos da morte de
Ricardo do Espírito Santo, “o maior
e mais completo coleccionador de
arte português do século XX”, que
ao longo dos anos reuniu “uma vas-
ta colecção, com predominância de
obras de arte de origem portuguesa
e francesa, em especial do século
XVIII”.
É por considerar esta colecção
“um conjunto único que se impõe
pela sua harmonia”, com “valiosas
peças”, que a DGPC determina a clas-
sifi cação dos bens da FRESS que lhe
“foram afectos pelo seu fundador”.
Em causa está o mobiliário portu-
guês pertencente às suas colecções
ou adquirido para fi gurar no museu,
as obras de arte plásticas e decorati-
vas, de artistas nacionais ou estran-
geiros, que trataram de assuntos
portugueses.
Fundação Espírito SantoCláudia Carvalho
Colecção da Fundação Ricardo Espírito Santo fica já sujeita a uma protecção legal especial
Despacho diz que se trata do “maior e mais completo coleccionador de arte português do século XX”