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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país CONFERÊNCIA INTERESTADUAL 15 E 16 DE JULHO, EM ARACAJU Edição Diária 7245 | Salvador, quarta-feira, 05.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos REFORMA TRABALHISTA Desmonte dos bancos públicos chega ao BNB Bolsa Famíla cai na navalha da equipe de Temer Página 2 Página 4 No momento em que se encontra o país, o governo Temer está incapacitado. Não tem credibilidade, autoridade, muito menos Governo não tem moral para nada legitimidade, para tocar a reforma trabalhista, que mexe tão profundamente com os direitos dos brasileiros. É uma afronta. Página 3 Mesmo sem condição, o governo Temer impõe a agenda regressiva. Senado pode aprovar a reforma trabalhista. Mobilização popular tem de crescer

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

CONFERÊNCIA INTERESTADUAL15 E 16 DE JULHO, EM ARACAJU

Edição Diária 7245 | Salvador, quarta-feira, 05.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

REFORMA TRABALHISTA

Desmonte dos bancos públicos chega ao BNB

Bolsa Famíla cai na navalha da equipe de Temer

Página 2

Página 4

No momento em que se encontra o país, o governo Temer está incapacitado. Não tem credibilidade, autoridade, muito menos

Governo não temmoral para nada

legitimidade, para tocar a reforma trabalhista, que mexe tão profundamente com os direitos dos brasileiros. É uma afronta. Página 3

Mesmo sem condição, o governo Temer impõe a agenda regressiva. Senado pode aprovar a reforma trabalhista. Mobilização popular tem de crescer

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 05.07.20172 DESMONTE

Estratégia já foi usada no BB e na Caixa. Só sucateamentorEdAçã[email protected]

joão ubaldo

manoel porto - arquivo

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

BNB pretende desligar 1,5 mil

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 drT-BA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 drT-BA. repórteres: Ana Beatriz Leal - reg. MTE 4590 drT-BA e rafael Barreto - reg. SrTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Salete Maso. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

POUCOS dias antes do início do Congresso Nacional dos Fun-cionários do BNB, que acontece no Mar Brasil Hotel, em Itapuã, Salvador, a direção do banco re-

solveu lançar um novo plano de demissão, que pode desligar até 1.500 funcionários, de um total de 7.200.

Assim como BB e Caixa, que recentemente reduziram o qua-dro de pessoal, o PID (Progra-ma de Incentivo ao Desliga-mento) faz parte da política de desmonte da estatal para abrir caminho para a venda.

A privatização das estatais é uma das prioridades do gover-

no e, para não correr o risco de não conseguir entregar ao gran-de capital internacional, Temer acelera o processo.

No BNB, a intenção é des-ligar os funcionários que in-gressaram na instituição antes de 2000, com mais de 50 anos e aposentado pelo INSS ou em condições de requerer o benefí-cio. O anúncio pegou todos de surpresa. O entendimento é de que falta transparência.

O prazo para manifestação de interesse começa hoje e se-gue até o dia 14. Depois disso, o banco, com base nas regras, seleciona quem pode seguir adiante. Entre os dias 24 e 28 de julho, acontece a adesão.

O assunto certamente será muito debatido sexta-feira e sábado, durante o Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste. A partici-pação é fundamental.

Assembleia, hoje, elege delegados para ConferênciaOS BANCáRIOS da base do Sindicato da Bahia parti-cipam, hoje, às 18h, da as-sembleia geral que elege a delegação para a Conferên-cia Interestadual da Bahia e Sergipe. A reunião acontece no auditório do Sindicato, lo-calizado nas Mercês.

A Conferência este ano acontece em Aracaju, nos dias 15 e 16 de julho. Na oca-

sião, os bancários debatem os assuntos sobre o cotidiano nas agências e o atual cenário nacional, de ameaças a todos os trabalhadores brasileiros com as reformas neoliberais.

Também será definida du-rante o encontro a pauta a ser levada para a Conferên-cia Nacional, marcada para o fim do mês. É fundamental a presença de todos da base.

depois da pressão do Sindicato, Caixa recuaO SINDICATO dos Bancários da Bahia e os empregados da Caixa continuam a pressionar a insti-tuição financeira sobre as mu-danças desrespeitosas da RH 184, fruto da reestruturação que tem retirado funções e desco-missionado bancários por todo o país. Na segunda-feira, enfim, a direção da empresa recuou e não vai mais descomissionar as empregadas durante a licença maternidade.

A vitória é parcial, pois a Caixa mantém a política de descomissionamentos no caso de mulheres grávidas, o que perpetua a discriminação de gênero na empresa. Por isso, a luta permanece contra as alte-rações no normativo, que co-loca o descomissionamento como prerrogativa exclusiva da chefia em prejuízo dos de-mais empregados. Um verda-deiro desrespeito.

Bancários da Bahia e Sergipe elencam demandas para etapa nacional

Caixa recua em descomissionar empregada na licença maternidade

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quarta-feira, 05.07.2017 3REFORMA TRABALHISTA

Votação do projeto fica para o dia 11. Momento é de reunir mais forçasANA BEATrIz LEAL [email protected]

guilherme SantoS-Sul21

governo faz pressão.hora de voltar às ruas

NO PAíS onde a corrupção tem tomado boa parte da atenção dos telejornais, a so-negação fiscal ganha peso bilionário, mas nada se ouve sobre o assunto. Os cofres públicos deixam de arrecadar R$ 500 bi-lhões por ano, enquanto a corrupção pesa R$ 67 bilhões.

Deixar de pagar impostos ou esconder do Leão a renda real gera sete vezes mais prejuízo ao Brasil, aponta a ISP (Internacio-nal de Serviços Públicos).

A livre atuação nas off shores (empresas registradas em paraísos fiscais) agravam a realidade. Os impostos mais sonegados são o INSS, o ICMS, o imposto de renda e as contribuições sociais pagas com base nas declarações das empresas.

Não é só isso. A forma como a tributa-ção é cobrada ao brasileiro gera mais desi-gualdade, já que quem ganha menos tem a mesma carga tributária de quem ganha mais. Assim, um trabalhador com até dois salários mínimos, por exemplo, trabalha

O gOvERNO Temer, sem legitimidade, sem apoio popular, com toda a cúpula envolvida em escândalo de corrupção, inclusive o pre-sidente ilegítimo, atua apenas para acabar com os direitos dos trabalhadores.

Com o apoio da maioria dos parlamen-tares do Congresso Nacional, muitos com-prados, é verdade, o governo está prestes a votar a reforma trabalhista. No dia 11 a proposta deve ir para o plenário do Senado.

O momento é de aglutinar forças para tentar barrar a proposta neoliberal, que pre-cariza ainda mais as relações de trabalho. A reforma prevê jornada de trabalho diária de 12 horas. Além disso, permite que o patrão convoque o trabalhador apenas quando for necessário, pagando pelo período. Tem ain-da o negociado sobre o legislado, que enfra-quece a organização sindical.

A reforma trabalhista extermina direi-tos importantes, deixa os trabalhadores re-féns do patronato, sem qualquer proteção. É desnecessária, já que a mão de obra no Brasil não é cara nem a CLT está antiquada, como dizem os interessados na aprovação do projeto, o grande capital.

O Santander defende reforma trabalhistaPARA o bancário fazer uma breve análise. O Santander divulgou circular em apoio à reforma trabalhista do governo Temer. Ou-tro banco, o Itaú, também já havia emitido nota em favor da aprovação da proposta.

Bem. Se o sistema financeiro em peso apoia os projetos neoliberais de Temer é claro que não são bons para o trabalhador. O bancário sabe disso, afinal convive dia-riamente com as normas duras do setor.

Sobrecarga, extrapolação da jorna-da, pressão, saúde comprometida e mes-mo assim tendo de trabalhar. A reforma trabalhista dá carta branca para que as empresas façam de tudo e quem não se enquadrar às novas regras do jogo será fa-cilmente descartado, sem nem ao menos poder recorrer à Justiça.

Sonegação causa rombo bilionário

aproximadamente 200 dias só para pagar impostos. Já os mais ricos, têm onerados apenas 106 dias em um ano.

dinheiro sonegado não chega aos cofres públicos

A MíDIA da campanha nacional de 2017 deve ser apresentada na Conferência Nacional, que acontece nos dias 28 e 30 de julho, em São Paulo. Antes, o mate-rial será levado ao Comando Nacional dos Bancários.

A mídia foi aprovada pelo Coletivo Nacional de Comunicação, em reunião realizada ontem. Diante da conjuntura nacional difícil, é preciso ampliar a mo-bilização e incentivar o debate com a ca-tegoria e com a população.

O Sindicato dos Bancários da Bahia esteve representado pelo diretor de Co-municação, Adelmo Andrade.

Mídia da campanha deve ser apresentada na Conferência

Coletivo Comunicação aprova mídia da campanha

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 05.07.20174

SAQUE

RETROCESSO

Para agradar capital, governo fez corte no Bolsa Família. AtrasoroSE [email protected]

Temer tira dos que precisam

AO CONTRáRIO do que o go-verno Temer e a grande mídia tentam passar, a recessão eco-nômica está longe de acabar. Os dados confirmam. Em apenas um mês, 900 mil pessoas tive-ram o nome negativado na Se-rasa Experian. Em maio, o país tinha 61 milhões de consumi-dores inadimplentes.

Número que certamente deve aumentar com a queda do poder de compra do trabalha-dor e o crescimento do desem-

O gOvERNO Temer dá mais uma prova de que não está nem aí para o povo e cortou o reajus-te de 4,6% previsto para o Bol-sa Família. Nos últimos anos, o programa foi essencial para tirar milhões de brasileiros da extrema pobreza.

O corte acontece para que a meta fiscal seja mantida. Pouco importa para Temer e a equipe econômica se o Brasil necessita de uma política de assistência social para reduzir as desigualdades. O

que vale é agradar o mercado. Enquanto derruba os in-

vestimentos públicos em áre-as fundamentais, Temer abre os cofres para comprar votos e garantir que as propostas neoli-berais sejam aprovadas no Con-gresso Nacional. Somente para a reforma da Previdência estão sendo destinados R$ 1,9 bilhão para os parlamentares.

Michel Temer também ele-vou as despesas com pessoal, distribuindo cargos em tro-ca de apoio para se manter na presidência. No primeiro tri-mestre, foram R$ 67,6 bilhões, expansão de 7,1% ante o mes-mo período do ano passado. O reajuste do Bolsa Família teria impacto de R$ 800 milhões no orçamento.

Brasil tem 61 milhões de inadimplentes. É a crise

prego. São quase 14 milhões de pessoas sem trabalho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em maio, as dívidas em atra-so chegaram a R$ 274,6 bilhões. Em média, cada consumidor inadimplente deve R$ 4.059,00 a quatro credores diferentes. Cartão de crédito, empréstimo e contas de consumo (luz, água e telefone) estão entre as princi-pais dívidas. Difícil sobrar di-nheiro no fim do mês.

Bolsa Família mudou a cara do Brasil e tirou milhões da extrema pobreza

difícil manter as contas em dia com crise que assola o país. Brasileiro sofre

SERvIÇO SUJO Depois de anunciar que não iria, Temer con-firma presença na reunião do G20, que acontece sexta-feira e sá-bado em Hamburgo, na Alemanha. No entanto, não terá nenhu-ma influência. O Brasil deixou de ser protagonista da história, como era na época de Lula e Dilma. Agora, voltou a ser teleguiado servil dos Estados Unidos. Afinal, um dos objetivos do golpe é sabotar o Brics, que reúne também Rússia, Índia, China e África do Sul, e terminou sendo decisivo no esvaziamento do G7 e no empoderamento do G20. O presidente brasileiro cumpre o papel sujo que lhe cabe.

CONTA PAgA Os dados são públicos. O governo Temer gastou nos últimos três meses mais de R$ 60 milhões em propaganda e publicidade para vender uma ideia positiva da reforma da Previ-dência, que na realidade acaba com a aposentadoria.

SEM CREDIBILIDADE Finalmente, a defesa de Lula decidiu entrar com representação no CNMP (Conselho Nacional do Mi-nistério Público) contra o procurador Carlos Fernando dos San-tos Lima. Constantemente ele posta no Facebook agressões à hon-ra e dignidade do ex-presidente. Esse é um dos representantes do Ministério Público Federal na força tarefa Lava Jato. Parcialidade escandalosa. Um absurdo próprio do Brasil pós golpe.

NA BOA As imagens da prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima mostram o parceiro de Temer caminhando tranquilamente, com uma malinha nas mãos, sem algemas e muito menos agentes da PF o espremendo. Mas, quando era com algum político do PT, o que se via eram humilhação e espetacularização.

BRAvO, BANDIDOS “Cansei, não adianta, os três poderes são mais fortes. Bravo, bandidos. O país parece anestesiado com um escândalo atrás do outro”. Postagem no Twitter do escritor Paulo Coelho, normalmente reservado em comentários sobre política.

DOMíNIO TOTAL Sem provas, a direita golpista deve recorrer à teoria do domínio dos fatos para tentar inabilitar Lula à eleição presidencial do próximo ano. Como lembra o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, bancos poderosos como Bradesco, Santander, Citibank e Merryl Linch, que fizeram auditorias na Petrobras para parcerias comerciais, não identificaram nenhuma irregularidade na petrolífera brasileira. Mas, o juiz Sérgio Moro tem convicção de que Lula deveria saber.

michel filho - agência o globo

cecilia baStoS - uSp imagenS