RELATÓRIO ANUAL 2007 - spea.pt · Contas e orçamento.....32 Capa: a Abetarda Otis tarda , é uma...

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Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Lisboa • Funchal • Nordeste

www.spea.pt

- Relatório Anual 2007 - 2/43 -

Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats , promovendo um Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats , promovendo um Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats , promovendo um Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats , promovendo um

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futuras.futuras.futuras.futuras.

A SPEA SPEA SPEA SPEA –––– Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é uma organização não governamental de ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. Como associação sem fins lucrativos, depende do apoio dos sócios e de diversas entidades para concretizar as suas acções. Faz parte de uma rede mundial de organizações de ambiente, a BirdLife International, que actua em mais de 100 países e tem como objectivo a preservação da diversidade biológica através da conservação das aves, dos seus habitats e da promoção do uso sustentável dos recursos naturais.

RELATÓRIO ANUAL 2007

A palavra do Presidente da Direcção Nacional ....................................... 3

Editorial, pelo Director Executivo .............................................................. 5

Apresentação da SPEA ............................................................................... 6

Os Programas Operacionais da SPEA e as actividades em 2007 ......... 6

Programa de Actividades .................................................................. 7

Programa Marinho........................................................................... 12

Programa Rural................................................................................ 14

Programa IBA................................................................................... 17

SPEA Madeira.................................................................................. 20

SPEA Açores.................................................................................... 23

A estrutura da SPEA .................................................................................. 31

Contas e orçamento.................................................................................. 32

Capa: a Abetarda Otis tarda, é uma espécie Globalmente Ameaçada. Esta e outras espécies ameaçadas dependem da agricultura e da pastorícia extensivas que ainda se praticam nas IBAs da Planície Alentejana. Na sequência do Projecto LIFE Sisão, a SPEA desenvolveu esforços intensos para a conservação destas IBAs. O resultado principal destes esforços foi a classificação de sete novas ZPEs no Alentejo para a conservação das aves estepárias. Para mais pormenores visite www.spea.pt

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A palavra do Presidente da Direcção Nacional

Nos tempos que correm, as ameaças à conservação de ecossistemas naturais e de espécies selvagens fazem-se sentir a vários níveis e a diferentes escalas. Em Portugal, a tendência para colocar a conservação da natureza em último plano das prioridades do país tem sido difícil de contrariar. De facto, fazem parte do nosso quotidiano os casos em que a necessidade do lucro ou do betão a curto prazo – e muitas vezes apenas para benefício de muito poucos – se sobrepõe ao planeamento, ao ordenamento territorial, à tentativa de compatibilização com os valores naturais e a um desenvolvimento sustentável. A urgência das coisas feitas em tempo de eleições, a necessidade de grandes investimentos que assegurem empregos a curto prazo e, muitas vezes, pressões de vários grupos de interesses, têm levado frequentemente a que se descure uma avaliação ponderada das consequências a médio-longo prazo sobre habitats e comunidades, adiando a adopção que se impõe de uma atitude diferente em termos ambientais. No ano de 2007, a SPEA participou nos processos de discussão de uma miríade de projectos que acarretarão elevados custos ambientais, incluindo, entre outros, a Barragem do Sabor, o novo Aeroporto de Lisboa, uma “chuva” de parques eólicos projectados para áreas da Rede Natura 2000. Sabendo-se, de antemão, que qualquer projecto de dimensão relevante comporta impactes ambientais, a SPEA tem pautado as suas intervenções por uma análise cuidada dos estudos efectuados, pela avaliação da legalidade dos processos e pela análise da existência de alternativas previsivelmente menos gravosas em termos ambientais. As tomadas de posição públicas, bem como o amplo trabalho de lobbying junto de decisores políticos e administrativos são feitos com grande responsabilidade, bem suportados nos sólidos conhecimentos de um corpo técnico de valia ímpar a nível da ONGs nacionais. O cumprimento da Missão da SPEA, em prol da conservação das aves e seus habitats mas principalmente com vista a garantir a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras, depende da força e da dimensão da nossa Associação. O crescimento do número de sócios da SPEA tem sido, por isso, uma prioridade, de que decorre uma outra, a abertura à sociedade em geral. Esta abertura tem sido feita através do envolvimento de pessoas, empresas e instituições em acções que despertem a consciência para as questões de conservação da natureza e da biodiversidade. Em 2007, a SPEA contou com um dos mais ricos Programas de Actividades desde a sua criação, diversificando acções, áreas de desenvolvimento e públicos-alvo. Também a este nível, a SPEA é única no panorama nacional, tendo envolvido, só neste ano, quase um milhar de participantes em actividades dedicadas à avifauna e seus habitats. O início de um Programa de Voluntariado consistente em 2007 foi outro passo no sentido de envolver cada vez mais a sociedade em geral em muitas das questões que nos preocupam: a participação de voluntários, começando, naturalmente, pelos sócios da SPEA, é essencial quer para a obtenção de dados continuados sobre espécies (em projectos como o Censo de Aves Comuns), quer para a protecção de habitats e áreas importantes para as aves (como com a participação no LIFE Priolo ou na vigilância de IBAs).

- Relatório Anual 2007 - 4/43 -

Em 2007, a SPEA conseguiu mais cerca de 300 associados, ultrapassando finalmente os 2000 sócios. Cabe-nos a todos, Órgãos Sociais, staff e sócios aumentar este ritmo de crescimento, convencendo cada vez mais pessoas a interessarem-se pela conservação da natureza e das aves em particular.

- Relatório Anual 2007 - 5/43 -

Editorial

Nos últimos anos a SPEA tem marcado diferença no panorama da conservação da natureza e da biodiversidade em Portugal e na Europa, graças a muitos e bons projectos e ao constante crescimento em termos de número de actividades e de colaboradores. Sobretudo também devido à dedicação de um conjunto enorme de colaboradores e de voluntários, um grupo realmente fantástico de pessoas que trabalham com vista ao cumprimento da Missão a SPEA: Trabalhar para o estudo e conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

O ano de 2007 não foi excepção e continuou o crescimento e a consolidação da SPEA me muitos aspectos. Os Programas que são resumidos neste relatório (friso a palavra ‘resumidos’) ganharam consistência e atingiram marcos importantíssimos.

As actividades para sócios ganharam am quantidade e em diversidade e ganharam dimensão internacional; o Programa Marinho cada vez mais se afirma como uma das melhores iniciativas para conservação de aves marinhas e já apoia projectos de outros países, como Malta, Grécia e Itália. Na Madeira criou-se uma diversidade de projectos e a vinda de estagiários veio criar uma dinâmica nova. O turismo ornitológico e a valorização do meio rural são defendidos pelo Programa Rural. E nos Açores atingimos um objectivo de há muitos anos: a SPEA tem o seu primeiro Centro Ambiental em funcionamento!

Uma palavra especial também para um projecto que continuou em 2007 praticamente baseado no trabalho voluntário: o Censo de Aves Comuns é um exemplo da força dos voluntários e dos colaboradores da SPEA, Também em 2007 um acontecimento importante marcou o ano: o Índice de Aves Comuns é agora um dos indicadores de desenvolvimento sustentável oficialmente adoptados pelo governo português.

O ano de 2008 promete continuar este trabalho, embora se saiba há muito que será o mais difícil para a SPEA comparando com os anos mais recentes. A finalização simultânea de dois grandes projectos LIFE e a adaptação a um novo quadro financeiro comunitário, juntamente com a manutenção e melhoramento de todas as actividades já em curso são um desafio enorme. Que será certamente cumprido com o esforço das largas dezenas de colaboradores, estagiários, voluntários e sócios que tornam a SPEA uma verdadeira associação de pessoas em busca de um objectivo comum.

- Relatório Anual 2007 - 6/43 -

ApresentaçãoApresentaçãoApresentaçãoApresentação

A SPEA é uma associação sem fins lucrativos que promove o estudo e a conservação das aves em Portugal. Foi fundada em 25 de Novembro de 1993, correspondendo a um desejo manifestado por um grande número de profissionais e amadores desenvolvendo actividade na área da Ornitologia e conservação da avifauna. Desde 1999 é parceiro da BirdLife International e a principal Organização Não Governamental de Ambiente em Portugal com objectivos de conservação das aves. A SPEA tem como Missão: trabalhar para o estudo e a conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

Os principais objectivos da sociedade são:

� Promover, dinamizar e divulgar o estudo da biologia das aves e desenvolver as bases científicas e técnicas para a aplicação de medidas de gestão e conservação.

� Promover a conservação das populações de aves que vivem no estado selvagem e dos seus habitats, em particular no território português.

� Contribuir para a valorização e promoção da Ornitologia, nas suas diversas vertentes, através da elaboração e divulgação de princípios orientadores desta disciplina.

Para cumprir os seus objectivos foi definido um Programa de Acção da SPEA para o período 2006-2008, organizado em 6 Objectivos Gerais:

1.1.1.1. Promover a conservação activa das aves selvagens e dos seus habitats

2.2.2.2. Obter e divulgar dados científicos e de monitorização de forma a apoiar a conservação das aves

3.3.3.3. Aumentar significativamente o número de sócios da SPEA e promover a sua participação na vida associativa

4.4.4.4. Promover a consciencialização da opinião pública para as questões relacionadas com a conservação das aves e seus habitats

5.5.5.5. Afirmar a SPEA como Organização Não Governamental de Ambiente de referência a nível nacional e internacional

6.6.6.6. Melhorar a organização interna, funcionalidade e capacidade técnica da SPEA

Para o pôr em prática, a SPEA conta com Sedes em Lisboa, Funchal e Nordeste (Açores), onde trabalha um quadro profissional com 26 colaboradores, no final de 2007, e diversos grupos de trabalho e actividades baseadas em trabalho de voluntários. Com estes meios, a SPEA coordena ou participa em diversos projectos com recurso a financiamentos comunitários ou patrocinados, integrados em Programas: Programa de ActividadesPrograma de ActividadesPrograma de ActividadesPrograma de Actividades e e e e Educação AmbientalEducação AmbientalEducação AmbientalEducação Ambiental, Programa Marinho, Programa Marinho, Programa Marinho, Programa Marinho,,,, Programa Rural,Programa Rural,Programa Rural,Programa Rural, Programa IBA Programa IBA Programa IBA Programa IBA, SPEA , SPEA , SPEA , SPEA Madeira, SPEA AçoresMadeira, SPEA AçoresMadeira, SPEA AçoresMadeira, SPEA Açores.

Este Relatório deve ser analisado em conjunto com o Relatório de Actividades 2006 e o Plano de Actividades 2007 da SPEA, disponíveis em http://www.spea.pt/ na rubrica “Sobre a SPEA/Estratégia e Plano”, dando uma ideia global da evolução da actividade da associação e da previsão de aplicação dos resultados do ano corrente.

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PROGRAMA DE ACTIVIDADES E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O Programa de Actividades e Educação Ambiental tem como objectivos principais a sensibilização das populações relativamente à necessidade de conservação das espécies de aves e dos seus habitats, através de actividades que promovam o conhecimento, também in loco, da biodiversidade que nos rodeia. Privilegiamos o desenvolvimento de actividades que dão a conhecer as Áreas Importantes para as Aves, fazendo-se assim a interligação com Programa IBAs da SPEA.

ActividadesActividadesActividadesActividades

O programa de Actividades da SPEA, divulgado semestralmente, tem assumido uma importância crescente ao longo dos anos, tendência também verificada em 2007. O número de iniciativas tem vindo a aumentar de ano para ano, com uma maior diversificação do tipo de actividades e dos locais onde as mesmas são realizadas. Em Portugal Continental e no arquipélago dos Açores e Madeira são assim dinamizadas diversas actividades: saídas de campo, acções “De Olho nas Aves”, Festival de Observação de Aves, cursos, palestras, exposições, participação em feiras, colaboração com entidades externas em iniciativas de responsabilidade social, entre muitas outras. Há ainda a acrescentar algumas saídas de campo ao estrangeiro.

Do Programa consta também um vasto leque de Acções de Voluntariado, sob a égide “Em Acção pelas Aves” – neste programa tentamos integrar quem nos procura e apelar à participação nas actividades da associação na qual precisamos do apoio de colaboradores voluntários.

Foto: De Olho nas Aves em Santo André (Faísca)

Destinatários e participantesDestinatários e participantesDestinatários e participantesDestinatários e participantes

O Programa destina-se sobretudo aos sócios, embora algumas actividades sejam destinadas ao público em geral, e sempre como objectivo dar a conhecer o mundo das aves e apelando para a importância da sua conservação, tentando que cada vez mais pessoas se juntem à missão da SPEA, tornando-se sócias. No Programa de Actividades tentamos também realizar acções a nível local, com o envolvimento das entidades locais (e.g. Juntas de Freguesia), com o objectivo de dar a conhecer a avifauna da região às populações locais.

Em 2007, no total participaram mais de 900 pessoas900 pessoas900 pessoas900 pessoas nas diversas actividades promovidas pela SPEA. Deste total, 500 pessoas participaram em actividades que requeriam inscrição, 200 pessoas participaram nas actividades “De Olho nas Aves” e no Fim-de-Semana Europeu de Observação de Aves, a SPEA e os seus parceiros contaram com a participação de 213 pessoas.

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Outras acções de EducaOutras acções de EducaOutras acções de EducaOutras acções de Educação & Sensibilização Ambientalção & Sensibilização Ambientalção & Sensibilização Ambientalção & Sensibilização Ambiental

Para além das iniciativas incluídas no Programa de Actividades, as quais constituem excelentes oportunidades para a Educação Ambiental não formal, temos também colaborado com diversos estabelecimentos de ensino, tentando sempre responder às suas solicitações. São de citar a realização de algumas palestras em escolas básicas.

Neste ponto é ainda de salientar a inauguração do Centro Ambiental do Priolo, em S. Miguel dos Açores – tópico a ser desenvolvido no capítulo referente à SPEA Açores; e a Campanha Ave do Ano 2007, dirigida ao Roquinho Oceanodroma castro. Neste âmbito, há ainda a referir o esforço que tem sido feito na organização da Biblioteca da SPEABiblioteca da SPEABiblioteca da SPEABiblioteca da SPEA, recurso importante para todos os sócios e estruturante para a divulgação da Ornitologia, um dos objectivos da SPEA. Em 2007 foi elaborado um esboço de Regulamento da Biblioteca, actualmente em revisão, foram ainda organizado grande parte do espólio de publicações periódicas, e iniciado o planeamento para organização das publicações periódicas, tendo sido registadas todas as publicações recebidas pela SPEA. O apoio de diversos voluntários, que infelizmente não são muitos para esta área, foi fundamental para o trabalho já conseguido.

O Futuro do ProgramaO Futuro do ProgramaO Futuro do ProgramaO Futuro do Programa

O vasto leque de iniciativas desenvolvidas pelo Programa de Actividades da SPEA só é possível graças à colaboração de inúmeros voluntários e o apoio de diversas entidades.

Assim, apelamos aos sócios que se mobilizem nas suas regiões e dinamizem actividades que visem o conhecimento das aves e dos habitats da sua região, para que possam ser integradas no Programa de Actividades da SPEA, divulgado semestralmente. Neste ponto, os Vigilantes de IBAs têm aqui um papel fundamental, constituindo esta a oportunidade ideal para divulgarem os importantes valores naturais das “suas” IBAs.

Estamos pois, receptivos a propostas de sócios, amigos e entidades, a quem daremos todo o apoio necessário.

Foto: Saída de campo na zona Norte (Eugénia Gonçalo)

ComunicaçãoComunicaçãoComunicaçãoComunicação

Neste ponto há a salientar a mumumumudança de logótipo da SPEAdança de logótipo da SPEAdança de logótipo da SPEAdança de logótipo da SPEA em Junho de 2007, que foi acompanhada pela mudança na linha gráfica das principais forma de contacto da SPEA com o público: a e-newsletter SPEA On-Line e a revista Pardela ganharam novo formato, bem como os Comunicados de Imprensa e outros suportes de comunicação.

Um dos meios de comunicação privilegiada da SPEA com os sócios, é a e-newsletter (boletim electrónico) semanal, SPEA OnSPEA OnSPEA OnSPEA On----LineLineLineLine, que em 2007 teve 49 edições (152–200). Este boletim, gratuito, que faz parte das regalias do novo sócio tem tido uma procura crescente, em especial por não sócios que participam nas nossas actividades ou que simplesmente a subscrevem através do nosso site da Internet. Em final de 2007, mais de 3250 pessoas recebiam a SPEA On-Line, entre sócios e não-sócios.

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E uma vez que este é um veículo de informação apelativo e de fácil envio para os subscritores, que temos tido um aumento de número de sócios que não dominam a língua portuguesa e que estamos integrados na parceria BirdLife International, sentimos necessidade de criar a versão Inglesa da SPEA on-Line. E assim foi, depois de anunciada, a primeira edição foi enviada a 2 de Março de 2007 tendo-se seguindo mais seis edições em 2007 (1 a 7), com uma periodicidade bi-mensal. Em finais de 2007 a SPEA On-Line versão inglesa, também com uma procura crescente, chegava a casa de 176 subscritores, entre sócios e não sócios.

A Revista PardelaRevista PardelaRevista PardelaRevista Pardela, com 3 edições em 2007 (28 a 30) apresenta também um novo formato desde a última edição do ano 2007, tendo também sido alterada a sua periodicidade, por razões de melhor funcionamento da equipa responsável por esta edição. A revista sai agora em Março, Julho e Novembro de cada ano, mantendo-se o número de 1500 exemplares e as 36 páginas por número.

A revista Pardela é fruto de um afinado trabalho de coordenação da Comissão Editorial da revista, constituída por quatro elementos (Carlos Pereira – DN, Maria Ana Dias – DN, Ana Leal – colaboradora voluntária e Vanessa Oliveira – elemento do staff), em conjunto com o maquetista Pedro Farinha, a gráfica e que conta com a colaboração voluntária de inúmeros autores de textos, fotografias e ilustrações, sem os quais a Pardela não seria possível e aos quais agradecemos desde já.

No que se refere aos Comunicados de ImprensaComunicados de ImprensaComunicados de ImprensaComunicados de Imprensa, em 2007 a SPEA difundiu, por vezes em parceria, mais de 35 Comunicados de Imprensa35 Comunicados de Imprensa35 Comunicados de Imprensa35 Comunicados de Imprensa.

Quanto a aparições da SPEA nos aparições da SPEA nos aparições da SPEA nos aparições da SPEA nos mediamediamediamedia, e resultado destes comunicados de imprensa e outros contactos (e.g. coluna regular na revista Parques e Vida Selvagem), a SPEA apareceu com regularidade em jornais (versão papel e digital), revistas, programas de televisão e rádio e sites da Internet, tendo sido registadas mais de 130 notícias130 notícias130 notícias130 notícias.

Por último, o s ites ites ites ite da Internet da SPEA www.spea.pt é o meio de comunicação da SPEA disponível para todos em qualquer altura, sócios e público em geral. Em 2007 o site da SPEA, que está sempre em constante actualização, continuou a ter novidades: a destacar o micro-site do Programa Marinho, a nova plataforma para inscrição nas Actividades da SPEA e o mini-portal do Voluntariado.

Parcerias e voluntariadoParcerias e voluntariadoParcerias e voluntariadoParcerias e voluntariado

A SPEA nasceu em 1993, e desde sempre contou com diversos colaboradores voluntários, entre sócios e não sócios, para a concretização da sua missão. Muitos dos projectos da SPEA só têm sido possíveis graças ao apoio de muitas pessoas, que disponibilizaram o seu tempo e conhecimentos.

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Muitos dos colaboradores mais antigos são sócios que já conheciam bem a SPEA, com actividade profissional ligada à Ornitologia e às questões da natureza ou que respondiam aos apelos ocasionais da SPEA On-Line. No entanto, sentiu-se a necessidade de apresentar as “ofertas” de voluntariado de uma forma mais estruturada e planeada, de forma a que o Programa de Voluntariado respondesse de forma mais eficaz às necessidades da SPEA. Para além disso, com este Programa pretendemos proporcionar aos sócios e demais interessados a participação em acções tão diversas com trabalho de campo, participação em férias, etc, contribuindo simultaneamente para a formação de muitos dos estudantes que nos procuram e estimulando os sócios na dinamização de iniciativas locais.

Assim, e dando corpo ao objectivo a que nos propusemos em 2007, foi criada na página da SPEA o mini-portal do Voluntariado, com informações gerais sobre o Programa de Voluntariado, listagem de acções em que a SPEA conta com o apoio de voluntários, bem como os contactos para inscrição. O Programa de Voluntariado passou a ser também divulgado semestralmente com o Programa de Actividades da SPEA, com o lema “Em Acção pelas Aves!”. Também inscrevemos a SPEA como entidade promotora de acções de voluntariado no site da Bolsa de Voluntariado (www.bolsadovoluntariado.pt), a partir do qual temos recebido diversos contactos.

As acções de voluntariado divulgadas são variadas, passando pelo trabalho de campo e colaboração na inserção e análise de dados (e.g. Censo de Aves Comuns), o apoio na realização de actividades em eventos e actividades (e.g. guias de saídas de campo) e a colaboração em iniciativas ligadas à área de Informação e Divulgação Ambiental (e.g. apoio ao trabalho de comunicação e marketing da SPEA, organização da Biblioteca), quer em Portugal Continental, quer nas ilhas. De realçar a importância dos vigilantes das IBAs, colaboradores voluntários que zelam por uma ou mais IBAs, estando atentos ao seu estado de conservação e divulgando os seus valores naturais.

Em 2007, foram divulgadas, no total, mais de 15 oportunidades de 15 oportunidades de 15 oportunidades de 15 oportunidades de voluntariado na SPEAvoluntariado na SPEAvoluntariado na SPEAvoluntariado na SPEA, tendo participado no conjunto das mesmas mais de 250 voluntários250 voluntários250 voluntários250 voluntários diferentes, alguns deles colaborando em mais do que uma acção.

Neste âmbito é de salientar o número de voluntários que têm colaborado com as delegações da SPEA nos Açores e Madeira, ao abrigo de diversos protocolos (e.g. estágios Leonardo da Vinci, Serviço Voluntário Europeu).

Fotos: 1 – vigilantes de IBA em acção (foto de SPEA); 2 – colaboradores do Projecto Puffinus (foto de João Nunes / PECOF); 3 – Colaboradora do Censo de Aves Comuns (foto de Ricardo Martins).

PROGRAMA DE ACTIVIDADES

Coordenadora: Alexandra Lopes

Staff: Alexandra Lopes, Vanessa Oliveira, Susana Alves e Joana Domingues

Colaboradores e voluntários: Alberto Caeiro; Ana Filipa Almeida; Ana Isabel Fagundes; Ana Isabel Leal Encarnação; Andreia Valente; António Gonçalves; Carla Selada; Carlos António Pereira; Carlos Manuel Pimenta; Carlos Manuel Vilhena; Carlos Miguel Pacheco; Carlos Pedro Santos; Domingos Leitão; Faísca (Luís Manuel Gomes); Filipe Martinho; Giles Knight; Gonçalo Lobo Elias; Helder Rodrigues Cardoso; Inês da Silva Henriques; Jaime Ramos; Joana Isabel Andrade; João António Ministro; João Fonseca (Terreno Digital); João

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Jara Carvalho; João Pedro Martins; João Pedro Neves; João Pina; Joaquim Teodósio; José António Figueira; José Manuel Silva Ferreira; Júlio Caldas; Lúcia Lopes; Luís Avelar (Desnível); Luís Gordinho; Luís Miguel Dias Venâncio; Maria Ana Dias; Maria Helena Clode; Maria João Tavares; Mário Gabriel Santiago dos Santos; Mário Sérgio Elias; Marta Moreno Garcia (IPA); Miguel Canaveses; Miguel Cardoso; Nelson Pereira; Paulo Cardoso; Paulo Jorge Travassos; Pedro A. Henriques; Pedro Cardia Lopes; Pedro Domingos; Pedro Melo; Ricardo Belo; Ricardo Guerreiro; Ricardo Jorge Lopes; Ricardo Lima; Ricardo Martins; Ricardo Tomé; Rúben Leandro de Almeida Neves; Rui Manuel Eufrásia; Samuel Infante; Sandra Mealha; Sérgio Bruno Ribeiro; Simon Wates; Tomé Rodrigues; Vanda Miravent.

Financiado por: Actividades “De Olho nas Aves” financiadas por Ciência Viva

Parceiros: 3 em linha; A Rocha; Aquamuseu do Minho; Artesanato Ambiental; Associação Aldeia; Associação dos Amigos do Rio Ovelha; Associação Almargem; Associação Caboverdeana; Associação PATO; C.M. Alcobaça; Câmara Municipal de Alcochete; C.M. Aveiro; C.M. Carrazeda de Ansiães; Câmara Municipal de Lisboa/Espaço Monsanto e DESA; C.M. Loures (AESA); Câmara Municipal e Ecoteca de Macedo de Cavaleiros; Câmara Municipal de Mirandela; Câmara Municipal de Montemor-o-Novo; C.M. Mora; C.M. Ovar; C.M. Portimão; C.M. Seixal; C.M Sesimbra; Campo de Tiro de Alcochete; Cascais Natura; CEAI – Centro de Estudos da Avifauna Ibérica; CEILA; Centro de Interpretação da Serra da Estrela - CISE; Doğa Turizm (empresa turismo); Ecoteca de S. Jorge; Ecoteca do Pico; ESRI Portugal – Sistemas e Informação Geográfica; Escola Superior de Comunicação Social; Esteller SA; Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal; Fundação Calouste Gulbenkian; Fundação Salinas do Samouco; GeoPoint; Grupo de Fotografia da SPEA; Herdade do Freixo do Meio; Instituto Português de Arqueologia; Liga para a Protecção da Natureza; Micoplant; Millenium BCP; Monte do Areeiro; Montepio Geral; Os Montanheiros; Parque Biológico de Gaia; Parque de Campismo de Santo André (FCMP); Parque das Nações/EXPO/Tejo; Quercus; Pequena Terra; Parque Natural de Sintra-Cascais; REFER; Rotas da Terra; Sinal Impar; Sociedade Porto Santo Verde; Terreno Digital; Top Atlântico; Toyota.

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PROGRAMA MARINHO

O Programa Marinho da SPEA engloba todos os projectos ligados ao meio marinho ou ao estudo das aves marinhas que ocorrem em Portugal ou na sua Zona Económica Exclusiva. O Programa foi criado no ano 2005 e neste momento constitui um departamento muito activo e dinâmico da SPEA, com projectos nacionais e internacionais que se prolongarão ao longo dos próximos anos.

O principal objectivo do Programa Marinho da SPEA é o de contribuir para a aplicação da Directiva Aves ao meio marinho através da elaboração de inventários completo e detalhado das zonas marinhas mais importantes para as aves (IBAs) do Anexo I da Directiva Aves, que ocorrem em Portugal. O objectivo final é a aplicação do inventário resultante à futura designação de ZPEs em zonas costeiras e pelágicas. Para conseguir estes objectivos a SPEA colabora com diversas entidades nacionais e internacionais ligadas ao meio marinho: INIAP/IPIMAR, Instituto Hidrográfico, ICNB, DOP Açores, Parque Natural da Madeira etc.

As principais actividades realizadas no âmbito do Programa Marinho foram:

• Censos visuais de aves marinhas em embarcações ao longo da ZEE Portuguesa

• Censos costeiros de aves marinhas nos cabos da costa do Continente e ilhas

• Marcação com data-loggers e/ou rádio-emissores de algumas espécies de aves marinhas

• Avaliação da distribuição das espécies marinhas do Anexo I da Directiva Aves

• Avaliação dos impactes da pesca nas aves marinhas

• Elaboração de documentos estratégicos e metodológicos

• Actividades de divulgação, educação ambiental ou formação.

Em Portugal, o Programa Marinho da SPEA desenvolveu em 2007 os seguintes projectos:

1. Projecto LIFE IBAs Marinhas 2004-2008

2. Projecto LIFE SOS Freira do Bugio 2006-2010

3. Projecto Gaivota de Audouin

4. Projecto Puffinus

5. Projecto de monitorização costeira de aves marinhas (RAM)

6. Projecto “Species Guardian” para a Pardela Balear

Para além destes, o Programa Marinho da SPEA é parceiro do Projecto LIFE Puffinus yelkouan em Malta e tem um acordo de colaboração com o Projecto LIFE IBAs Marinas da SEO/BirdLife em Espanha.

Ao longo do ano 2007 o Programa Marinho candidatou novos projectos marinhos que se encontram neste momento pendentes de aprovação, estes projectos terão lugar no arquipélago dos Açores, na ZEE do Continente, na Grécia e em Itália, afirmando-se assim como um dos programas de conservação de aves marinhas de vanguarda em toda a Europa..

Projecto LIFE IBAs Marinhas 2004Projecto LIFE IBAs Marinhas 2004Projecto LIFE IBAs Marinhas 2004Projecto LIFE IBAs Marinhas 2004----2008200820082008

Ao longo de 2007, o Projecto LIFE IBAs Marinhas atingiu o seu penúltimo ano, o último do ponto de vista da recolha dos dados que serão inseridos no Primeiro Inventário Português de IBAs Marinhas. Eis os principais resultados:

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1. Mais de 92.000 km de mar percorridos dentro e fora da Zona Económica Exclusiva de Portugal.

2. Mais de 60 espécies de aves marinhas registados.

3. Mais de 15 espécies de cetáceos registados.

4. Publicação da Brochura em Português e Inglês “Um mar de Aves”.

5. 334 Viagens de Calonectris diomedea registadas em colónias dos Açores, Madeira e Berlengas. Foram realizadas visitas as colónias durante a época de incubação e chick-rearing e foram utilizados os melhores registadores (ou data-loggers) existentes no mercado: Compass-loggers, GPS Loggers, Pressure-temperature Loggers.

6. Revisão dos critérios IBAs numéricos definidos pela BirdLife International e adaptação ao meio marinho

7. Elaboração de uma metodologia própria de recolha de dados e de análise dos mesmos que possa ser exportada e aplicada a outros países.

Projecto LIFE SOS Freira do Bugio 2006Projecto LIFE SOS Freira do Bugio 2006Projecto LIFE SOS Freira do Bugio 2006Projecto LIFE SOS Freira do Bugio 2006----2010201020102010

2007 foi o primeiro ano de trabalho intensivo para este interessantíssimo projecto, coordenado pelo Parque Natural da Madeira com a SPEA como parceira. A Freira do Bugio, Pterodroma feae, é uma das espécies mais ameaçadas e menos conhecidas da Europa, e os trabalhos tiveram como objectivo assegurar a área de nidificação da espécie no planalto da Ilha do Bugio, nas Desertas. Além dos trabalhos de censo dos ninhos e avaliação/monitorização da erosão coordenados pelo PNM foram realizados diversos embarques destinados a avaliar a presença da Freira e conhecer mais sobre a sua distribuição no mar.

Projecto Projecto Projecto Projecto PuffinusPuffinusPuffinusPuffinus

Ver SPEA Madeira

Programa Marinho

Coordenador: Iván Ramírez

Staff: Pedro Geraldes, Ana Meirinho, Ana Isabel Fagundes, Vanessa Oliveira, Nuno Domingos

Staff não contratado por SPEA: Patricia Amorim (DOP Açores); Vitor Paiva (Universidade de Coimbra)

Estagiarias: Marsrida Suarez, Carmen Gutiérrez, Sara Xoubanova, Lisete Ventura

Observadores contratados: Ricardo Guerreiro, Alexandre Leitão, Ana Catarina Henriques, Carlos Santos, Nuno Barros, Carlos Noivo, Pedro Faria, Joana Boavida, Joao Tiago Tavares, Lourenço, Pedro Monteiro.

Colaboradores: Joao Tiago Marques, Ana Bio, Carlota Viada, Paulo Crisóstomo, Pedro Domingos, Mark Bolton

Financiado por: Fundo Comunitário LIFE e BirdLife International

Instituições Parceiras: Departamento de Oceanografia e Pescas; Universidade dos Açores • Instituto do Mar • Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas • Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais da Madeira – Parque Natural da Madeira • Universidade de Aveiro • Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade • Instituto Hidrografico • Museu da Baleia da Madeira • Aeroclube de Portugal

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PROGRAMA RURAL

Em virtude das condições climáticas, do relevo e da influência de duas regiões zoogeográficas (Euro-Atlântica e Mediterrânica) os meios rurais portugueses são dos mais ricos em biodiversidade em toda a Europa. Esta biodiversidade, tal como na maior parte dos países mediterrânicos, está intimamente relacionada com a actividade humana, em particular com a agricultura tradicional. No que diz respeito às aves, há três habitats agrícolas muito importantes em Portugal: as pastagens e sistemas policulturais de montanha, o montados de sobro e azinho, e a planície cerealífera alentejana. 23 IBAs do Continente possui habitats agrícolas relevantes para a conservação das aves.

Destes habitats dependem cerca de 50 espécies de aves terrestres ameaçadas em Portugal Continental. Entre elas destacam-se o Abutre-preto, a Águia-imperial, a Águia-perdigueira, o Francelho, o Sisão e a Abetarda, por serem espécies Globalmente Ameaçadas. Além das aves mais raras e ameaçadas, podem ser encontradas nos campos portugueses muitas dezenas de espécies comuns.

O Programa Rural da SPEA engloba diferentes projectos e campanhas e tem por objectivos:

• Manter os meios agro-florestais e agrícolas ricos em aves e biodiversidade;

• Conservar as populações de aves ameaçadas que dependem dos meios agrícolas;

• Proteger as IBAs agrícolas;

• Trabalhar com os agricultores em soluções para uma agricultura sustentável.

Para alcançar estes objectivos a SPEA tem trabalhado em conservação dos meios rurais, através de projectos dirigidos para espécies e habitats e através da pressão para influenciar políticas relevantes. Tem desenvolvido ainda uma actividade importante na valorização da biodiversidade rural, através da sensibilização dos agricultores e da promoção do turismo ornitológico.

Campanha Semear o Futuro

Um dos mecanismos reforçado na reforma intercalar da PAC de Junho de 2003 foi o do Desenvolvimento Rural, o denominado Pilar II. Neste mecanismo está incluída uma linha de apoio

denominada Agro-ambiental, sob a qual os Estados Membros estabelecem um programa de medidas de adesão voluntária que visam melhorar o ambiente e a gestão territorial. No entanto, os agricultores não estão sensibilizados para a importância da sua actividade na qualidade do ambiente e na protecção do património natural. Com este projecto pretendemos obter maior adesão dos agricultores às Medidas Agro-ambientais e a novas práticas agrícolas mais favoráveis à conservação da natureza.

A Campanha Semear o Futuro, em 2007 obteve os seguintes resultados:

• Realização da segunda campanha Conheça as Aves da sua Propriedade, com o envolvimento de 18 propriedades;

• Posição conjunta da SPEA com cinco ONGAs e duas federações de agricultores sobre a proposta de Plano de Desenvolvimento Rural;

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• Web do Programa Rural da SPEA, que inclui todos os conteúdos da Campanha “Semear o Futuro” está on-line deste Junho de 2007;

• Publicação de 4 artigos em revistas de divulgação relacionadas com a agricultura;

• Visita ao projecto Riet Vell de agricultura biológica e conservação da natureza, em Espanha.

Projecto Turismo Ornitológico

O Projecto “Desenvolvimento do Turismo Ornitológico em Portugal” visa a promoção da observação de aves no espaço rural, em território continental. Tem como principal objectivo criar condições para que os proprietários de explorações agro-silvo-pastoris membros da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) possam oferecer serviços de turismo ornitológico. Este projecto desenvolvido com a CAP obteve os seguintes resultados em 2007:

• Presença na Bolsa de Turismo de Lisboa em Janeiro de 2007, onde foi divulgado o turismo ornitológico em Portugal para o público nacional, sobretudo para profissionais do sector;

• Presença na Feria Internacional de Turismo Ornitológico, em Espanha, em Março de 2007, sobretudo dirigida ao público espanhol, dando a conhecer o potencial que existe em Portugal para a prática do birdwatching;

• Criação de 25 propostas de itinerários para Turismo Ornitológico, para Primavera, Verão/Outono e Inverno;

• Colocação on-line de uma página web em Português e em Inglês sobre o Turismo ornitológico em Portugal.

CANAN

Com o programa de Contagens de Aves no Natal e no Ano Novo (CANAN), a SPEA pretende realizar uma monitorização anual das espécies de algumas aves comuns invernantes nos ecossistemas agrícolas. Em 2007 no âmbito do CANAN foram obtidos os seguintes resultados:

• 55 percursos de contagem realizados por 55 observadores voluntários;

• Relatório referente às contagens de 2006/2007 publicado e distribuídos pelos observadores;

• Relatório referente às contagens de 2005/2006 publicado no Anuário Ornitológico;

• Lançamento da edição de 2007/2008 das CANAN.

Task force da BirdLife Europa sobre Política Agrícola Comum

A Política Agrícola Comum é um instrumento político transversal na União Europeia. A sua regulamentação afecta não só o sector agrícola económico, mas todo o meio rural da Europa, nos aspectos físicos, biológicos e humanos. A Política Agrícola Comum (PAC) é determinante para protecção do ambiente rural, para a conservação da natureza e para o desenvolvimento sustentável de uma forma geral. A Task force da BirdLife Europa é um grupo de trabalho que procura influenciar a evolução dos vários componentes da PAC no sentido de uma agricultura mais sustentável, que produtos de qualidade num ambiente rural mais equilibrado e rico em biodiversidade,

Em 2007 o trabalho da SPEA nesta task force consistiu em:

• Participação em duas reuniões da Task force, em Bruxelas;

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• Acompanhamento dos assuntos relacionado com a PAC no âmbito da Presidência Portuguesa da UE;

• Participação no workshop em Bruxelas (Outubro de 2007) organizado pela BirdLife International sobre o futuro da PAC;

• Várias reuniões em Bruxelas (duas no Parlamento Europeu e três na Comissão Europeia) e em Lisboa (duas no Ministério da Agricultura) para discutir a PAC, em particular o novo Plano de Desenvolvimento Rural Português.

PROGRAMA RURAL

Coordenador: Domingos Leitão

Staff: Vanessa Oliveira, Joana Andrade e Clara Ferreira

Colaboradores e voluntários: Agostinho Tomás & Manuel Matos, Ana Alexandra Fonseca, Ana Teresa Marques, Carlos Manuel Vilhena, Carlos Pacheco, Sandra Vieira & Ricardo Lima, Clive Viney, Daniel Sobral, David Hurst & Michael Armelin, Artur Leitão, Duarte Nuno Bastos, Francisco Espírito, Glenis Vowles & R. Vowles, Henk Feith, João Carlos Claro, José Luis Brandão & Rui Olas Brandão, José Pedro Tavares, Júlio Reis, Luís Reino & Joana Santana, Manuel Jorge Santos, Marco Fachada, Mário Santos, Miguel Mendes, Nelson Fonseca, Nuno Gomes Miguel, Nuno Soares, Patrícia Silva & Samuel Cruz, Pedro Geraldes & Clara Ferreira, Pedro Henriques, Rodrigo Serrão, Rui Miguel de Brito & António José Pereira, Tiago Rodrigues, Vitor Encarnação, Michael Armelin & Filipe Moniz e Vitor Garcia, Giles Night, António Gonçalves, Pedro Grilo, Tomé Rodrigues, Manuel Correia & Ricardo Lima, Mário Elias, Nelson Pereira e Pedro Moreira.

Financiado por: FCT, Ciência Viva, AGRO e RSPB.

Parceiros: CAP, AJAP, CNA, Quercus, LPN, GEOTA, Riet Vell, SEO/BirdLife, RSPB, ICNB, IST/Extensity, ELIPEC, Junta de Freguesia de Vila Fernando, Câmara Municipal de Marvão e SIC.

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PROGRAMA IBA

O Programa IBAs constitui a base da SPEA, pois identifica, monitoriza e estuda todas as Áreas Importantes para Aves, ou IBAs (do inglês Important Bird Areas) definidas segundo os critérios da BirdLife International. Estas áreas são sítios com significado internacional para a conservação das aves à escala global. São identificadas através da aplicação de critérios científicos internacionais e constituem a rede de sítios fundamentais para a conservação de todas as aves com estatuto de conservação desfavorável.

Os objectivos do Programa IBAs:

• Identificar todas as Áreas Importantes para as Aves existentes em Portugal.

• Avaliar o estado de conservação de todas estas áreas, propor medidas de gestão adequadas e enviar pareceres fundamentados relativos a todos os processos de Avaliação de Impacte Ambiental que tenham lugar total ou parcialmente nas IBAs com impactes potenciais negativos sobre essas áreas.

• Promover a sua inclusão dentro da Rede Zonas de Protecção Especial (ZPE's) prevista na Directiva 79/409/CEE (Directiva Aves da União Europeia).

• Criar uma rede voluntária de “Vigilantes de IBA”, que facilite o seguimento de cada uma das IBAs e que permita avaliar as diferentes ameaças/oportunidades que possam surgir localmente.

• Publicar e actualizar anualmente o Inventário de IBAs

• Publicar e divulgar anualmente o Relatório IBAs, que recolhe os relatórios anuais elaborados por todos os vigilantes da Rede

• Realizar actividades de divulgação, educação e formação ambiental.

Primeiros resultados

Ao longo do ano 2007 a rede de voluntários de IBA foi actualizada e foram desenvolvidas diversas iniciativas locais de apoio aos grupos de trabalho. Os resultados destacados deste ano foram:

• Acompanhamento do processo de discussão pública do alargamento da classificação como ZPE das IBAs de Castro Verde e Mourão/Moura/Barrancos;

• Acompanhamento do processo de discussão pública da classificação total ou parcial como ZPE de sete IBAs no Alentejo: S. Vicente, Torre da Bolsa, Vila Fernando, Veiros, Monforte, Évora e Cuba;

• Reavaliação geral do Programa IBAs, identificação de necessidades a meio prazo;

• Reavaliação da rede de Vigilantes de IBA; no total, existem neste momento 57 IBAs com pelo menos um vigilante, sobre um total de 97;

• Foram enviados 9 pareceres sobre diversos processos de AIA.

Monitorização de Linhas Electricas

O Projecto Linhas Eléctricas e Aves II prosseguiu a recolha de dados no campo em 2007. Durante este ano foi concluída parte da amostragem iniciada em 2006 e foram prospectadas áreas novas, para cumprir os objectivos determinados no segundo protocolo com a EDP Distribuição, o ICNB e a Quercus. Para além da monitorização da eficácia das medidas de minimização de colisão e

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electrocussão, recolheram-se mais dados para melhorar o estudo nacional de impacto de linhas de média e alta tensão (2003-2005). A SPEA e a Quercus continuaram a assegurar a maioria do trabalho de campo, mas em áreas de território distintas e com objectivos diferentes.

O coordenador do projecto na SPEA contou com dois colaboradores em 2007, o primeiro por um período de 2 meses (Junho e Julho) e o segundo por um período de 7 meses (Junho a Dezembro). Nas saídas de campo participaram 9 voluntários, distribuídos por várias semanas de trabalho. Nas duas primeiras semanas de campo, o projecto teve a colaboração de um voluntário do RSPB em sabática.

O trabalho de campo realizado pela SPEA decorreu durante 6 meses, nos quais foram feitos 390km de linhas eléctricas em 12 IBAs diferentes. Podem destacar-se as IBAs prospectadas pela primeira vez, como Monforte, Avis e Alter do Chão e o trabalho dedicado à mortalidade de Águia de Bonelli nas Serras Algarvias, em 54km de linhas eléctricas. Em 2007 houve ainda oportunidade de completar a primeira base de dados de mortalidade de aves em linhas eléctricas em Portugal, em base SIG.

Durante 2007 o coordenador do projecto participou na redacção final do Documento de Posição da BirdLife sobre Linhas Eléctricas, em acções de formação nos Açores e Madeira, num Workshop sobre Medidas de Minimização da REN, S.A. e no Seminário sobre Alterações Climáticas da BirdLife em Berlin

Censo de Aves Comuns

O Censo de Aves Comuns (CAC) é um programa de monitorização a longo prazo de aves comuns nidificantes e seus habitats, em Portugal. Foi lançado pela SPEA, em 2004, no Continente e na Madeira, tendo iniciado nos Açores em 2007. O CAC funciona numa base de participação voluntária de observadores de aves que recolhem os dados no campo.

Este projecto pretende:

• Analisar, ao longo dos anos, as tendências populacionais das espécies de aves mais comuns, como indicadoras do estado geral da biodiversidade;

• Contribuir para aumentar o conhecimento de aspectos ecológicos das nossas aves nidificantes, nomeadamente os factores que explicam as flutuações populacionais de algumas espécies;

• Suportar medidas com vista à conservação de espécies que apresentem tendências mais negativas e que sejam consideradas potencialmente mais ameaçadas.

O CAC fornece o Indicador de Aves Comuns, que será incluído nas políticas nacionais de desenvolvimento sustentável e de desenvolvimento rural. Este projecto está integrado no esquema pan-europeu de monitorização de aves comuns (PECBMS), coordenado pela Birdlife International e pelo EBCC (European Bird Census Council). Este facto significa que os dados do CAC, obtidos em Portugal, estão também a contribuir para o indicador de aves selvagens da União Europeia.

Principais actividades do Censo de Aves Comuns em 2007:

• Selecção da lista de espécies para cada tipo de indicador de Aves Comuns a ser calculado em Portugal, nomeadamente os indicadores relacionados com habitats agrícolas e florestais.

• Arranque do projecto no arquipélago dos Açores. O projecto Censo de Aves Comuns da SPEA nos Açores tem registado uma adesão acima das expectativas, sendo que em 2007 participaram 19 colaboradores com 15 áreas de amostragem em 7 das ilhas (faltou Graciosa e Pico).

• Alteração dos coordenadores regionais no Centro, e no Norte.

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• Organização de saídas de formação para colaboradores ou interessados em participar no projecto, uma em cada região, antes da época de campo.

• Organização da época de campo de 2007, a 4ª no Continente e Madeira e a 1ª nos Açores.

• Representação do projecto na 17ª Conferência Internacional do European Bird Census Council (EBCC), em Itália, com apresentação de um poster com os resultados dos dois primeiros anos.

• Introdução dos dados de 2006, com a colaboração de uma estagiária do Programa Marinho

• Análise dos dados de 2004-2006 e fornecimento dos mesmos ao esquema Pan-Europeu de Monitorização de Aves Comuns (PECBM).

• Elaboração de um protocolo metodológico para definição do método estatístico de cálculo anual dos índices de cada espécie e dos indicadores.

• Comunicação com o Ministério da Agricultura para fornecimento de informações técnicas sobre o Índice de Aves Comuns de Zonas Agrícolas (IACZA) e sua produção por parte da SPEA.

• Participação numa brochura do PECBM com a actualização dos índices e indicadores das espécies europeias de aves comuns (1980-2005).

Coordenador: F. Iván Ramírez

Colaboradores: Ricardo Martins, João Neves, Pedro Geraldes, Ana Meirinho, Susana Pereira e Luís Moreno

Estagiários e voluntários: Sara Xoubanova, Alice Gama, Ana Lúcia, António Monteiro, Carlos Santos, David Fernandes, Duarte Bastos, Helena Campos, Jorge Amaral, Nuno Fernandes, Pedro Guimarães, Rui Pedroso, Wilson Vinagre, Agostinho Tomás, Alexandra Carvalho, Alexandra Fonseca, Ana Leal, António Xeira, Bernard Brookes, Carlos Pacheco, Cláudio Heitor, David Hurst, Domingos Leitão, Henk Feith, Joana Andrade. João Pedro Pina, José Alberto, José Coxo, Júlio Reis, Luís Gordinho, Luís Reino, Luís Venâncio, Luis Vieira, Manuel Diez Santos, Manuel Matos, Miguel Canaverde, Miguel Gaspar, Nadine Pires, Paulo Alves, Pedro Loureiro, Ricardo Correia, Ricardo Tomé, Rogério Mena Pereira , Rui Morgado, Susana Rosa, Vanda Miravent, Virginia Pimenta Castro, Alexandre Leitão, Ana Teresa Marques, Carlos Carrapato, Carlos Vilhena, Clive Viney, Cristina Cardoso, Francisco Pereira, Helder Costa, Israel Silva, João C. Rodrigues, João Carvalho, João Tiago, John Burton, Jose Eduardo, José M. Pereira, José Rodrigues, Leila Duarte, Luís Costa, Marcial Felgueiras, Michael Armelin, Miguel Braga, Miguel Gaspar, Miguel Mendes, Pedro Grilo, Ricardo Belo, Ricardo Martins, Ruben Rodrigues, Rui Lourenço, Rui Rufino, Tiago Carvalho, Pedro Augusto, João Nunes, Renato Nunes, Célio Quintal, Pedro Sepúlveda, André Ferreira, Golçalo Silva, Marta Nunes, Giles Knight, Marta Cruz, Helena Batalha, Fortunato Silva, Nuno Domingues, Patricia Martins, Aurora Santos, Anabela Amado, Margarida Almeida e Rita Moreira.

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SPEA MADEIRA

A presença da SPEA na Madeira tem como objectivo promover, divulgar e trabalhar para a conservação das aves selvagens que ocorrem no arquipélago, tomando especial atenção para as que são endémicas da ilha ou que têm estatutos de conservação desfavoráveis.

O arquipélago da Madeira tem um ecossistema frágil que também se reflecte na avifauna. Actualmente são reconhecidas 3 espécies endémicas da Madeira (Freira da Madeira Pterodroma madeira, Pombo-trocaz Columba trocaz e Bisbis Regulus madeirensis) e 4 espécies endémicas da Macaronésia (Freira do Bugio Pterodroma feae, Andorinhão-da-serra Apus unicolor, Canário-da-terra Serinus canaria e Corre-caminhos Anthus berthelotii). Do total de 42 espécies que nidificam no arquipélago, uma apresenta estatuto de Conservação Em Perigo e cerca de 26% (11 espécies) apresentam estatuto Vulnerável.

Como Organização líder na conservação das aves selvagens é portanto importante intervir na Madeira em prol das espécies mais ameaçadas, ainda para mais considerando uma série de ameaças graves, como o crescimento urbano que actualmente se verifica na Madeira e Porto Santo. A SPEA-Madeira tem cada vez mais um papel importante na conservação do património natural e na sensibilização da população e entidades políticas, incluindo os projectos realizados em parceria com as autoridades regionais, para salvaguarda das espécies de aves que ocorrem no arquipélago.

No âmbito do programa anual da SPEA-Madeira, além dos projectos específicos que são realizados, têm sido desenvolvidas diversas actividades direccionadas quer para os sócios como para o público escolar e população em geral das quais se destacam as saídas de campo, cursos sobre identificação de aves, exposição de fotografia e palestras.

Em 2007 foram desenvolvidos os seguintes projectos

� Projecto Aves e Linhas eléctricas

� Projecto LIFE SOS Freira do Bugio.

� Projecto Puffinus

� Atlas de Aves Nidificantes do Parque Ecológico do Funchal

� Mapa Ornitológico do Parque Ecológico do Funchal

� Colaboração nos trabalhos do projecto Life IBAs Marinhas, através da realização de censos visuais

� Censo de Mantas

O Projecto Aves e Linhas Eléctricas (2007-2009)

Este projecto visa a monitorização e minimização dos impactos resultantes da interacção entre as linhas eléctricas aéreas de média tensão e a avifauna da Madeira e tem como objectivos i) identificação de troços/áreas onde ocorrem mortalidades com significado biológico, ii) ordenar os tipos de apoios segundo a mortalidade que podem provocar e iii) identificar espécies que maior impacto sofrem.

Os trabalhos de prospecção estão a ser realizados em áreas sob jurisdição do Parque Natural da Madeira (3), do Parque Ecológico do Funchal (1), em Áreas Importantes para as Aves (2) e numa zona que não tem qualquer estatuto de protecção.

No início do projecto foi realizado o Workshop “Impacto das Linhas Eléctricas e Aves na Madeira” que teve por objectivo a apresentação do projecto e das entidades envolvidas. O evento contou

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com a participação de 32 pessoas, entre as quais o coordenador nacional do Projecto linhas eléctricas em Portugal Continental, João Pedro Neves.

Durante o ano de 2007 foram realizadas 4 visitas a cada uma das áreas de estudo e foram encontrados 15 cadáveres de aves.

Freira do Bugio

Ver Programa Marinho

Projecto Puffinus

O Projecto Puffinus visa a conservação do Patagarro Puffinus puffinus no Parque Ecológico do Funchal e teve início em 1994. Actualmente a SPEA é parceira deste projecto que tem como objectivos i) controlo de ratos e gatos próximo às áreas de nidificação, ii) realização de um programa de escutas nocturnas para identificação de novos locais de nidificação, iii) procura exaustiva de novos ninhos e iv) aquisição de conhecimento sobre a ecologia da espécie.

Este projecto reveste-se de grande importância pelo facto desta espécie ser pouco conhecida, nomeadamente os seus hábitos reprodutores e requisitos ambientais. Este desconhecimento, que é generalizado para os arquipélagos da Macaronésia (Açores, Madeira e Canárias), deve-se essencialmente à dificuldade em descobrir os seus ninhos, pois estes estão situados em escarpas de difícil acesso.

Em 2007 foram descobertos 2 novos ninhos, embora apenas um deles estivesse activo. Os 2 ninhos que foram regularmente visitados tiveram sucesso e em cada um saiu uma cria. Devido à participação de uma estagiária foi possível determinar as densidades de ratos próximo às áreas de nidificação e analisar a dieta dos ratos capturados.

Atlas de Aves Nidificantes do Parque Ecológico do Funchal

Os principais objectivos do Atlas do PECOF são i) a identificação das espécies que ocorrem nesta área municipal protegida, ii) obter informação acerca da sua distribuição e iii) identificar as associações entre a distribuição das espécies e os diferentes tipos de habitat. A realização deste projecto é importante porque permite identificar espécies ameaçadas ou raras, locais de importância para a conservação, para além de dotar o PECOF de uma publicação que, além do elevado interesse científico, representa uma importante ferramenta didáctica e pedagógica.

Publicação prevista para Maio de 2008

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Mapa Ornitológico do Parque Ecológico do Funchal

Mapa elaborado na sequência dos mapas publicados pela SPEA em 2005 e que tem como objectivo colmatar algumas lacunas relativamente à informação disponível para os observadores de aves.

Censo de Mantas

A Manta (Buteo buteo) é a maior ave de rapina que ocorre no arquipélago da Madeira e desde 2006 que a SPEA desenvolve este projecto com o objectivo de monitorizar a sua população e cativar a participação do cidadão comum para participação num censo da espécie. O censo é inteiramente feito por voluntários numa iniciativa designada por citizen science, aproximando assim os cidadãos e voluntários para um trabalho útil em termos de monitorização de uma espécie simbólica e contribuindo para a divulgação e sensibilização ambiental sobre a mesma.

Coordenador: Ana Isabel Fagundes

Estagiarias: Marsrida Suarez, Carmen Gutiérrez, Marta Nunes

Colaboradores e voluntários: Ana Mafalda Lobo, Cláudio Rodrigues, Nádia Coelho, Vânia Dias, Renato Nunes, Gonçalo Silva, Marina Pinto, Claudia Delgado, Dionísio Sousa, Bruno Melim, Tiago Gomes, João Nunes, Marco Nunes,

Financiado por: EEM - Empresa de Electricidade da Madeira; Município do Funchal

Instituições Parceiras: PNM – Parque Natural da Madeira e PECOF – Parque Ecológico do Funchal.

Entidades Colaboradoras: Horizonte do Atlântico, Gavião Madeira, Bonita da Madeira, Museu da Baleia

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SPEA AÇORES

Após algumas tentativas com menor sucesso, a SPEA passou a ter uma presença constante nos Açores a partir de 2003, com a implementação do projecto LIFE PRIOLO. Este projecto que tem como principal objectivo recuperar o habitat de uma das espécies de aves mais ameaçadas do Mundo, permitiu criar uma estrutura logística que tem permitido estabelecer uma base de trabalho sólida na Região. O trabalho da SPEA nos Açores tem procurar não só a recuperação de espécies em maior risco, mas também uma forte componente de divulgação e sensibilização.

O arquipélago dos Açores, constituído por 9 ilhas com características muito diversas e únicas, tem características comuns, nomeadamente a pouca ocupação humana, a grande humanização da paisagem e as ameaças aos habitats naturais decorrentes da introdução de espécies (vegetais e animais) exóticas. Estes factores levam a que os ecossistemas naturais, se encontrem numa situação delicada, que tem claras repercussões na avifauna da Região. Actualmente existem vários endemismos, nomeadamente uma espécie, o Priolo, e várias subespécies. Os Açores têm uma grande importância ao nível da conservação das aves marinhas, com colónias bastante significativas de algumas destas espécies.

Apesar da presença da SPEA - Açores ser ainda relativamente recente, o trabalho desenvolvido e os resultados entretanto obtidos, têm vindo a permitir aumentar o esforço de trabalho e lançar diversos estudos e iniciativas, algumas das quais por todo o arquipélago. Este facto tem vindo a dar à SPEA uma maior visibilidade na comunidade e uma imagem de rigor e empenhamento, que se tem reflectido nos contactos de cidadãos açorianos preocupados com a preservação das suas espécies e habitats. Estes factores, e as boas relações com diversas entidades regionais, permitiram expandir as actividades da SPEA e os trabalhos de estudo e conservação das espécies.

A SPEA - Açores em igualmente procurado potenciar a presença e colaboração de investigadores e estagiários, que têm contribuído de forma importante para todos os resultados obtidos nos últimos anos. Para além dos projectos mais direccionados para o estudo e conservação das espécies e habitats, a actual base operacional da SPEA - Açores, tem permitido desenvolver diversas actividades dirigidas à população e aos sócios locais. Concursos escolares, palestras diversas, saídas e cursos, entre outras. O ano de 2007 marcou igualmente a história da SPEA devido à inauguração do primeiro centro ambiental sob a sua coordenação, o Centro Ambiental do Priolo, uma estrutura que irá potenciar toda a acção da SPEA, principalmente ao nível da sensibilização e divulgação principalmente da situação do Priolo e do seu habitat.

A SPEA nos Açores tem ainda procurado colaborar com diversas entidades para o desenvolvimento económico sustentável das populações e da Região. A SPEA tem sido um elemento importante para o desenvolvimento e promoção de actividades amigas do ambiente que possam permitir uma maior sustentabilidade económica e ao simultaneamente contribuir para o extenso trabalho de conservação de habitats e espécies imprescindível para a manutenção da biodiversidade açoriana.

A SPEA tem procurado colaborar de forma activa nas problemáticas ambientais da Região, quer através da elaboração de pareceres (Plano Regional de Turismo, ProRural, Rede Regional de Áreas Protegidas), quer sensibilizando a população através da comunicação social regional.

Durante o ano de 2007 foram desenvolvidos os seguintes projectos:

� Projecto LIFE PRIOLO

� Projecto Centro Ambiental do Priolo

� Projecto Interacção Aves e Linhas Eléctricas (com a empresa EDA)

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� Projecto Monitorização dos Aeroportos de Ponta Delgada e Santa Maria (com a empresa ANA)

� Projecto Censo Aves Comuns

� Censo de Milhafres

� Registo de colisões no Farol da Ponta do Arnel (São Miguel)

� Desenvolvimento de actividades de sensibilização e divulgação

Projecto LIFE Priolo (2003-2008)

Este projecto tem por principal objectivo a recuperação do habitat do Priolo, através da conservação e restauração da ameaçada floresta de Laurissilva dos Açores, caracterizada por um elevado grau de endemismo das suas plantas constituintes, na zona mais importante de ocorrência do Priolo. O Priolo (Pyrrhula murina) é uma espécie de ave endémica da Ilha de S. Miguel e trata-se da espécie de ave mais ameaçada e da segunda espécie de ave mais rara em toda a Europa.

A situação de degradação do habitat do Priolo levou à implementação de um extenso projecto LIFE, envolvendo acções de recuperação de habitat, de monitorização da espécie e do seu habitat, acções experimentais para aumentar os recursos disponíveis, acções ao nível da legislação e acções de sensibilização e divulgação. Este projecto é coordenado pela SPEA, tendo como parceiros a Câmara Municipal do Nordeste, o Centro de Conservação e Protecção do Ambiente da Universidade dos Açores (CCPA), a Direcção Regional dos Recursos Florestais (DRRF), a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar (SRAM) e a Royal Society for the Protection of Birds (RSPB, BirdLife no Reino Unido).

A diversidade e extensão das acções deste projecto implicam a existência de uma grande equipa técnica e de campo. A equipa de campo, contratada totalmente na área de influência do projecto variou entre um mínimo ao longo de todo o ano de 12 elementos até 26, de Abril a Setembro. A este valor junta-se os 4 elementos da equipa técnica e um número variável ao longo do ano de estagiários e colaboradores.

Durante o ano de 2007 os principais resultados obtidos foram:

Acções de âmbito institucional

• Participação na Comissão Mista de Coordenação do PDM da Povoação;

• Apresentação de proposta de alteração dos limites da ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme para a área dos Graminhais (a qual veio a ser aceite e englobada na delimitação do futuro Parque Natural de Ilha de São Miguel)

Acções de conservação e recuperação do habitat

• Remoção de resíduos florestais de Criptoméria e construção de trilhos de acesso em 9,21 ha;

• Plantação de cerca de 24 000 plantas nativas em 6 ha de terreno;

• Controlo químico em 21 ha de floresta nativa;

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• Restauração sucessional com recurso a espécies nativas micropropagadas (Luzula azorica, Leontondon filii, Woodwardia radicans);

• Construção de 300 metros de novos trilhos pedestres e manutenção de mais de 5km de trilhos;

• Manutenção do “Jardim de Endémicas” na área do Centro Ambiental do Priolo;

• Construção de um viveiro de aclimatização a média altitude para plantas produzidas em viveiro;

• Acções de monitorização e de remoção manual de Gunnera tinctoria em cerca de 25km de rede viária;

• Implementação de 2 pomares de uva-da-serra;

• Testes de enraizamento de estacas de uva-da-serra;

• Manutenção do Pomar do Priolo;

• Curso de formação de primeiros socorros em “Emergências Médicas”;

• Monitorização de 29 parcelas de 100 m2 para controlo das acções de controlo químico;

• Monitorização de 92 parcelas de 4 m2 para avaliar a regeneração natural de Laurissilva;

• Monitorização da mortalidade de plantas na área de reconversão de Criptoméria;

Acções de estudo e monitorização da população de Priolo e do seu habitat

• Mapeamento do coberto vegetal da área central da ZPE numa extensão de 1332 hectares;

• Mapeamento de cobertura de Gunnera tinctoria

• Censo anual da população de Priolo em toda a ZPE

• Anilhagem de 54 Priolos com anilhas coloridas e recaptura visual

• Monitorização da Taxa de recrutamento de juvenis

• Monitorização da frutificação de Azevinho

• Monitorização da floração de espécies alimentares para o Priolo (Azevinho e Ginja-do-mato)

• Monitorização da ocorrência de fernstripping invernal na ZPE

• Monitorização da abundância e distribuição de roedores e mustelídeos em áreas de floresta Laurissilva

Acções de educação e sensibilização ambiental

• Microsite em 4 línguas: Português, Inglês, Francês e Espanhol;

• Continuação dos trabalhos relativos à análise da viabilidade económica da gestão e “valoração" dos serviços ecológicos da ZPE Pico da Vara /Ribeira do Guilherme;

• Campanha escolar “O Priolo vai à tua escola” realizada durante o ano lectivo 2006/2007 abrangendo mais de 700 alunos e professores (cerca de 12 actividades):

o Escola Superior Agrária de Viseu

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o Escolas básicas e secundárias de Vila Franca do Campo, Ponta Delgada, Mosteiros e Ribeira Grande

o Ecoteca Ribeira Grande

• “A Ave com Valor Económico” – Artigo sobre o Priolo e o projecto LIFE na edição portuguesa de Fevereiro da revista National Geographic

• Programa “Repórter” (RTP Açores) – “Priolo, de perseguido a protegido”

• III Jornadas de Conservação do Priolo (Nordeste, 7 de Maio)

• Exemplo referido na brochura “Wellbeing through wildlife in the EU” editada e distribuída pela BirdLife International

• Visita do Director do Departamento Internacional da RSPB, Dr. Alistair Gammel, com amplo destaque na imprensa regional

• Artigos publicados na Imprensa regional sobre o Priolo e o projecto LIFE

• Texto sobre o Priolo na revista CAIS dedicada ao Património Ambiental dos Açores

• Workshop científico “O Priolo e a Floresta de Laurissilva” realizado em Maio na Vila deNordeste com a presença de 27 técnicos e investigadores nacionais e internacionais

• Stand sobre o Priolo na British Birdwatching Fair (Rutland, Inglaterra) em Agosto

• Colaboração nas Exposições de Fotografia do fotojornalista micaelense Pedro Monteirosobre o Priolo e o LIFE Priolo na Ribeira Grande, Vila Franca doCampo, Faial da Terra e Ponta Delgada ;

• Stand e Colaboração na Exposição de Fotografia de Pedro Monteiro sobre o Priolo e o LIFE Priolo na Feira Natura 2007 (Bélgica);

• Exposição de Pedro Monteiro sobre o Priolo e o LIFE Priolo e apresentação do Projecto LIFE Priolo no Parlamento Europeu em Bruxelas;

• Artigo sobre a plantação de Pomares no Boletim “O Gorgulho” – Boletim Informativo sobre a Biodiversidade Agrícola”

• Publicação de três edições do Boletim do Priolo

• Participação na Feira do Santo Cristo (Ponta Delgada) e Feira de Actividades da Povoação

• Comunicação no 1º Congresso de Gestão e Conservação da Natureza da APDR

• Colaboração com a associação de origem francesa “Association Archipels” para receber avisita de perto de 30 jovens e realização de pequenas acções de sensibilização no Faial daTerra

• Desenvolvimento de uma nova imagem: criação da marca “Priolo”, de uma mascote e de

uma nova imagem editorial O desenvolvimento do Projecto LIFE Priolo na ZPE Pico da Vara/Ribeira do Guilherme tem possibilitado realizar ou colaborar num vasto conjunto de trabalhos e eventos que de outra forma nunca se teriam desenvolvido nos concelhos do Nordeste e Povoação (e em último caso, na Região Autónoma dos Açores).

Outra área em que a existência deste projecto tem sido de enorme importância é a realização de estágios científicos e profissionais direccionados para o Priolo e/ou a floresta de Laurissilva. Estes estágios são financiados por programas regionais (Estagiar-L e Estagiar-T) ou internacionais (Leonardo da Vinci). O apoio a projectos de investigação tem sido frequente, nomeadamente doutoramentos e mestrados de diversas universidades nacionais e internacionais. A Universidade de Plymouth (Inglaterra) pretende, em colaboração com o projecto, organizar anualmente um

- Relatório Anual 2007 - 27/43 -

campo de trabalho com os seus alunos englobando a área do projecto e recolhendo informação pertinente para a conservação desta área sensível. Em 2007 foi feita a primeira experiência de trabalho com esta universidade abrangendo cerca de 30 alunos desta instituição.

O Projecto LIFE Priolo tem recebido diversas propostas de apoio de empresas internacionais que visitam a região regularmente (por exemplo: Archipelago Azores - http://www.azoreschoice.com, Island Holidays Plus - http://www.islandholidays.co.uk/, Easy Ryders Tours - http://www.easyridertours.com/). A longo prazo este tipo de apoios poderá ser um importante acréscimo para o orçamento atribuído à gestão das áreas protegidas.

A nível regional são também já várias as entidades que têm colaborado com este Projecto: GeoFun http://www.geo-fun.com, TerraAzul http://www.terrazulazores.com, Estalagem dos Clérigos, Associação Archipels - http://www.sejouracores.com, entre outras. As colaborações estabelecidas têm surgido paralelamente ao actual projecto e à medida que surgem as ocasiões, não existindo capacidade para organizar uma estrutura de apoio mais sólida a estas empresas.

Projecto Centro Ambiental do Priolo

No seguimento das parcerias estabelecidas pelo projecto LIFE-PRIOLO, foi inaugurado em Dezembro de 2007 o Centro Ambiental do Priolo, cuja principal missão é continuar a tarefa de sensibilização da população local ao tempo de procurar alternativas de desenvolvimentos sustentável da região, nomeadamente a traves do desenvolvimento dum turismo sustentável em torno da ZPE Pico da Vara / Ribeira do Guilherme.

O Centro Ambiental do Priolo é o primeiro centro de interpretação e educação ambiental criado e coordenado pela SPEA. A sua criação, enquadra-se na vertente de sensibilização da população local do Projecto LIFE-Priolo, e foi possível graças à cedência da casa pela Direcção Regional dos Recursos Florestais e o financiamento da Secretaria Regional de Ambiente e do Mar e dos fundos LEADER+ (ASDEPR) e Proenergia.

Durante o ano 2007, foram realizadas as obras de adaptação da casa cedida para a instalação do centro assim como a criação dos conteúdos expositivos do mesmo e a

contratação da coordenadora. A inauguração do centro aconteceu no dia 10 de Dezembro estando a funcionar em pleno desde essa data.

Mesmo sem o centro estar em funcionamento, a equipa do Centro Ambiental do Priolo (coordenadora e estagiários) realizou diversas actividades, nomeadamente, o Workshop “O Priolo na educação regional” destinado a professores de todos os ciclos de ensino com o intuito de incentivá-los a participar na própria criação da oferta educativa do centro. A partir das conclusões obtidas neste workshop, foram desenvolvidos programas educativos destinados às escolas (“O Priolo visita a tua escola”, “A tua escola visita o Priolo” e “Experimenta com o Priolo”) e começou-se a criar um kit de materiais didácticos destinados às escolas.

O Centro Ambiental do Priolo criou um programa de acolhimento de voluntários assim como um projecto de fomento do turismo sustentável na região que serão postos em prática durante 2008.

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Projecto Interacção Aves e Linhas Eléctricas – com empresa EDA (2007 - 2009)

Este projecto foi desenvolvido no seguimento dos estudos de monitorização realizados em Portugal Continental, impondo-se face ao total desconhecimento do impacte da interacção entre as aves e as linhas eléctricas nos Açores.

Os principais objectivos são: i) identificação de troços/áreas onde ocorrem mortalidades com significado biológico, ii) ordenar os tipos de apoios segundo a mortalidade que podem provocar iii) identificar espécies que maior impacte sofrem e iv) propor medidas para minimizar o impacte da iluminação pública costeira no Cagarro (Calonectris diomedea borealis).

Os trabalhos de campo estão a ser realizados em todas as ilhas dos Açores, com excepção do Corvo, tendo sido seleccionados para prospecção cerca de 236 quilómetros, a repetir em 4 épocas de campo.

Durante 2007 foram efectuadas as épocas de campo de “Dispersão pós-reprodutora” e de “Migração”, tendo sido encontradas 168 aves (358km percorridos). Foram ainda realizadas palestras de apresentação do projecto em São Miguel, Santa Maria e no Faial em colaboração com as ecotecas locais.

Projecto Monitorização Aeroportos Ponta Delgada e Santa Maria (com a empresa ANA), de Maio de 2007 a Maio 2008

Este projecto iniciado em Maio de 2007 terá uma duração de um ano. O principal objectivo é contribuir para o conhecimento da utilização pelas aves do aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada, e do Aeroporto de Santa Maria, de modo a aumentar a segurança das operações aeronáuticas.

Antes de a SPEA iniciar este projecto o conhecimento sobre esta problemática nos Açores era muito escasso. É por este facto que a realização de um estudo para avaliar o impacto da ocorrência de aves nos aeroportos e a eficácia das medidas de afugentamento actualmente utilizadas, revela-se de grande importância, pois pela primeira vez serão obtidos conhecimentos a nível regional sobre a monitorização das aves nos aeroportos, o que permitirá também estabelecer comparações com outros estudos já realizados e ajudar na elaboração de um Plano de Gestão de toda a área envolvente ao aeroporto para reduzir as ocorrências de aves, com efeito a longo prazo.

Os objectivos gerais deste projecto são:

• Caracterizar as comunidades de aves existentes nos dois Aeroportos

• Caracterizar os padrões de movimento das diferentes espécies de aves nos aeroportos

• Determinar o grau de risco de colisão para cada espécie presente

• Identificar as medidas de gestão de habitat mais adequadas para evitar a presença de Espécies de aves Potencialmente Perigosas para a Aviação

Para evitar a presença de aves nos aeroportos é importante conhecer as características responsáveis pela escolha deste local para nidificação, alimentação ou refúgio das aves. A remoção da(s) fonte(s) de alimentação, existente(s) no local pode, potencialmente, constituir a medida de gestão mais valiosa para diminuir o grau de atractividade do aeroporto e zonas envolventes para as aves. Para conhecer essas características, os trabalhos realizados dentro da área do aeroporto consistem na realização das seguintes actividades:

• Observação e censo de aves no aeroporto

• Seguimento dos cortes de erva e a gestão do(s) habitat(s)

• Monitorização das populações de mamíferos

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• Prospecção de potenciais sítios de atracção para as aves

O número de espécies observadas nestes dois aeroportos tem sido elevado, sendo este número superior para o aeroporto de Santa Maria com um total de 29 espécies diferentes observadas, das quais 23 são classificadas como Espécies de Aves Potencialmente Perigosas para a Aviação, determinado pelo seu tamanho segundo a base de dados de Birdstrike facilitada pela ANA.

Além desses trabalhos desde o mês de Agosto realiza-se um estudo complementar da dieta de Milhafre Buteo buteo rotschildi, uma das espécies mais importantes para este estudo, através da recolha periódica das suas regurgitações.

Censo de Milhafres

O Milhafre (Buteo buteo) é a maior ave de rapina que ocorre no arquipélago dos Açores (excepção às ilhas das Flores e do Corvo) e desde 2006 que a SPEA desenvolve este projecto com o objectivo de monitorizar a sua população e cativar a participação do cidadão comum para participação no censo da espécie. O censo é inteiramente feito por voluntários numa iniciativa designada por citizen science, aproximando assim os cidadãos e voluntários para um trabalho útil em termos de monitorização de uma espécie simbólica e contribuindo para a divulgação e sensibilização ambiental sobre a mesma.

Em 2007 participaram cerca de 80 voluntários distribuídos por 6 ilhas (Faial não registou nenhuma participação) tendo sido contabilizados 370 milhafres e percorridos perto de 1170 km.

Registo de colisões no Farol da Ponta do Arnel (São Miguel)

Dado que a SPEA Açores tem a sua sede na Vila de Nordeste foi criado em 2007 um protocolo de colaboração com a Marinha, através da Capitania do Porto de Ponta Delgada, para que fossem comunicadas as eventualidades que envolvam aves no Farol da Ponta do Arnel, de modo a apoiar os trabalhos do Programa Marinho. A zona de influência do Farol da Ponta do Arnel, classificada como IBA, localiza-se no extremo nordeste da ilha de São Miguel, e é um local de ocorrência inevitável de várias aves marinhas, nomeadamente Cagarro Calonectris diomedea borealis e Frulho Puffinus assimilis baroli. Durante este primeiro ano de acção, foram registadas 56 colisões correspondentes a Cagarro (52), Frulho (3) e Painho-de-cauda-forcada Oceanodroma leucorhoa (1), procedendo-se à anilhagem e salvamento das respectivas aves.

Responsável: Ricardo Ceia

Colaboração: Tripulação do Farol do Arnel

Desenvolvimento de actividades de sensibilização e divulgação

A SPEA desenvolveu ao longo de 2007 diversas acções relacionadas com a divulgação e sensibilização da população para as aves do Arquipélago. Neste aspecto foram realizadas visitas para observação de aves em São Miguel e a realização de 3 cursos de iniciação à observação de aves (São Miguel, São Jorge e Pico) pelo formador Carlos Pereira. Estes cursos decorreram em colaboração com as Ecotecas locais e em São Miguel com a empresa TerraAzul.

- Relatório Anual 2007 - 30/43 -

SPEA AÇORES

Coordenador: Joaquim Teodósio

Staff: Artur Gil; Carlos Silva; Clara Casanova; Joana Domingues; Ricardo Ceia; Rui Botelho; Vanessa Oliveira; Hugo Laborda; Sandra Parejo; Azucena de la Cruz

Staff não contratado pela SPEA: José Pedro Tavares (RSPB); Jaime Ramos (Universidade de Coimbra)

Equipa operacional: José Mendonça, José Raposo, Sidónia Simas, Manuel Sousa, André Fernandes, Bruno Oliveira, Dinis Bernardo, Nelson Teixeira, Dinis Pimentel, Hilberto Correia, Manuel Rodrigues, José Santos, Paulo Sousa, Valter Cordeiro, Mário Nelson, Pedro Mendes, Pedro Castanha, Pedro Leite, Michael Simas Luís Moniz, Milton Aguiar, Cláudio Costa

Estagiários: Inês Lacerda; José Royuela; Vitor Coelho; Adriana Núñez; Itahisa González; Sérgio Timóteo; Raul González; Thijs Valkenburg

Colaboradores e voluntários: Pedro Monteiro, Sandra Monteiro, Carla Melo, Natália Nascimento; David Howlett, Bromwing Lester; Diogo Correia; Rúben Heleno, João Pedro Neves, Carlos Pereira, Adelino Cabral, Anabela Silva, Aniceto Cordeiro, António Correia, António Melo, Anunciación Royuela, Azucena de la Cruz, Bronwen Lester, Carla Silva Carlos Pereira, Celestina Furtado, Décio Leal, Hélder Xavier, Ana Costa, Tucha, Hildberto Correia, Inês Lacerda, João Pedro Neves, José Royuela, Luís Aguiar, Maribel Páramo, Natália Melo, Patrícia Pedro, Pedro Raposo, Ricardo Ceia, Ricardo Ramalho, Rosa Dart, Rui Pinto, Rui Oliveira, Sérgio Timóteo, Thijs Valkenburg, Vanda Serpa, Vanessa Parejo, Vítor Coelho.

Financiado por: Fundo Comunitário LIFE, Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, Royal Society for the Protection of Birds, ASDEPR (fundos LEADER+), Programa PróEnergia – Secretaria Regional de Economia, EDA, ANA Aeroportos

Instituições Parceiras: Câmara Municipal do Nordeste • Centro de Conservação e Protecção o Ambiente, Universidade dos Açores • Direcção Regional dos Recursos Florestais • Secretaria Regional do Ambiente e do Mar • Royal Society for the Protection of Birds (Birdlife no Reino Unido, Ecotecas Regionais, Direcção Regional de Promoção Ambiental, Direcção Regional de Turismo, Direcção Regional para Ciência e Tecnologia

- Relatório Anual 2007 - 31/43 -

AAAA estrutura estrutura estrutura estrutura da SPEAda SPEAda SPEAda SPEA

A SPEA é uma associação com Órgãos Sociais eleitos e uma estrutura profissional, com 26 colaboradores no final de 2006. Os órgãos associativos da SPEA são a Direcção Nacional, a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal.

A Direcção Nacional da SPEA, órgão que dirige a Sociedade, é constituída por sete elementos: Presidente, Vice-presidente, Secretário, Tesoureiro e três Vogais. Compete à Direcção Nacional, entre outras tarefas (ver Estatutos e Regulamento Interno em www.spea.pt), executar o Programa e Orçamento aprovados em Assembleia Geral, gerir e administrar a SPEA e apresentar contas dessa actividade.

A actual Direcção Nacional foi eleita em Assembleia Geral de 25 de Março de 2006 e é constituída pelos seguintes membros:

Presidente: Ricardo Tomé Vice-presidente: Jaime Albino Ramos Secretário-geral: Teresa Catry Tesoureiro: Miguel Capelo Gonçalves Vogais: Carlos Pereira, Maria Peixe Dias e Pedro Cardia Lopes Suplentes: Carlos Pimenta, Inês Catry e João Ministro A Mesa da Assembleia Geral é composta por um Presidente, um Vice Presidente e três Secretários. Ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral compete convocar e dirigir as sessões de Assembleia Geral. A actual Mesa da Assembleia Geral é composta pelos seguintes membros:

Presidente: João Carlos Farinha Vice-presidente: João E. Rabaça Secretários: José Pedro Granadeiro, Luís Gordinho e Nuno Onofre

O Conselho Fiscal é o órgão que tem a competência de examinar a escrita da SPEA e elaborar um parecer sobre o Relatório e Contas da Direcção Nacional e divulgá-lo em Assembleia Geral Ordinária. É constituído por um Presidente, um Secretário e um Relator. O actual Conselho Fiscal é composto pelos seguintes membros:

Presidente: Humberto Grácio Secretária: Susana Rosa Relator: Paulo Simões Coelho

O quadro profissional da SPEA era constituído, no final de 2006, por 27 colaboradores, entre os quais 7 estagiários sem encargos para a associação. A SPEA conta ainda com o apoio benemérito e dedicado de muitos voluntários para todas as suas actividades, a quem agradece publicamente.

- Relatório Anual 2007 - 32/43 -

Contas e OrçamentoContas e OrçamentoContas e OrçamentoContas e Orçamento

O mapa de despesas e receitas é aqui apresentado no mesmo formato do Orçamento 2007, tal como foi apresentado e aprovado em Assembleia Geral no ano transacto. As rubricas assinaladas com números contêm notas explicativas para esclarecimentos sobre as diferenças mais significativas em relação ao orçamento.

Saldo inicial € 513.076,39 € 513.076,39 Despesas Receitas Saldo efectivo Saldo orçamento Diferença saldos Sede Nacional € 373.763,35 € 397.670,30 € 23.906,95 € -288,42 € 24.195,37

Despesas de funcionamento1 € 125.202,97 € 102.406,11 € -22.796,86 € -13.449,56 € -9.347,30 Programa de Actividades € 44.374,16 € 47.312,62 € 2.938,46 € 2.622,00 € 316,46 Linhas eléctricas EDP € 39.556,21 € 45.937,75 € 6.381,54 € 7.459,54 € -1.078,00 Loja SPEA € 4.552,10 € 10.005,05 € 5.452,95 € 1.109,70 € 4.343,25 Publicações € 10.319,12 € 7.883,75 € -2.435,37 € -6.050,00 € 3.614,63 Internacional € 1.256,11 € 6.004,68 € 4.748,57 € 3.184,17 € 1.564,40 Outros € 157.502,67 € 178.120,34 € 20.617,67 € 4.835,73 € 15.781,94

Programa Rural € 272.555,85 € 244.320,92 € -28.234,93 € 17.179,14 € -45.414,07 Despesas de funcionamento2 € 204.926,28 € 318,70 € -204.607,58 € -31.715,30 € -172.892,28 LIFE Sisão € 35.283,92 € 186.746,93 € 151.463,01 € -25.633,56 € 177.096,57 LIFE COOP € 0,00 € 25.733,13 € 25.733,13 € 13.108,13 € 12.625,00 Campanha Agricultura+3 € 12.247,74 € 7.009,00 € -5.238,74 € 52.624,53 € -57.863,27 Turismo Ornitológico € 16.711,42 € 23.353,45 € 6.642,03 € 7.996,51 € -1.354,48 Campanha Cortiça € 0,00 € 798,83 € 798,83 € 798,83 € 0,00 Task Force Agricultura € 3.386,49 € 360,88 € -3.025,61 € 0,00 € -3.025,61

Programa Marinho € 344.225,24 € 580.579,91 € 236.354,67 € 52.499,9 € 183.854,77 Despesas de funcionamento4 € 132.403,81 € 210.931,98 € 78.528,17 € 63.026,54 € 15.501,63 Projecto LIFE IBAs Marinhas5 € 198.979,75 € 367.755,80 € 168.776,05 € -14.726,64 € 183.502,69 Projecto LIFE Freira do Bugio € 6.420,84 € 0,00 € -6.420,84 € 0,00 € -6.420,84 Projecto LIFE Malta € 6.420,84 € 1.892,13 € -4.528,71 € 4.200,00 € -8.728,71

SPEA Açores € 735.695,07 € 431.058,97 € -304.636,10 € -330.135,03 € 25.498,93 Projecto LIFE Priolo € 547.170,05 € 150.841,51 € -396.328,54 € -438.842,57 € 42.514,03 Centro Ambiental do Priolo € 125.348,86 € 102.055,00 € -23.293,86 € -4.917,38 € -18.376,48 Documentário Priolo € 0,00 € 0,00 € 0,00 € -12.000,00 € 12.000,00 Censo de milhafres € 196,85 € 24.122,00 € 23.925,15 € 2.000,00 € 21.925,15 Projecto Aeroportos ANA € 11.628,62 € 12.976,00 € 1.347,38 € 13.952,00 € -12.604,62 Projecto linhas eléctricas EDA € 10.117,08 € 0,00 € -10.117,08 € 9.222,00 € -19.339,08 Outros € 41.233,61 € 141.064,46 € 99.830,85 € 100.450,92 € -620,07

SPEA Madeira € 23.899,71 € 2.089,85 € -21.809,86 € -5.326,64 € -16.483,22 Projecto linhas eléctricas EEM € 16.833,28 € 0,00 € -16.833,28 € 0,29 € -16.833,57 Outros € 7.066,43 € 2.089,85 € -4.976,58 € -5.326,93 € 350,35

Total anual € 1.759.139,22 € 1.655.719,95 € -103.419,27 € -266.071,05 € 162.651,78

Saldo final € 409.657,12 € 247.005,34 Notas explicativas:

1.1.1.1. Despesas de funcionamento; as despesas de funcionamento aqui assinaladas referem-se exclusivamente aos encargos com pessoal e com o funcionamento na Sede Nacional; os restantes encargos com pessoal com contrato para outros projectos encontram-se incluídos nas respectivas rubricas do Programa Marinho, Programa Rural e SPEA Açores. As receitas englobadas nesta rubrica dizem respeito ao Country Programme da RSPB, a donativos e às quotas dos sócios.

- Relatório Anual 2007 - 33/43 -

2.2.2.2. O grande incremento das despesas de funcionamento do Programa Rural diz respeito à inclusão de uma transferência interna de € 160.000 para o Programa Marinho. As transferências internas (entre contas da SPEA) têm como função manter a liquidez dos vários centros de custo enquanto esperam por pagamentos. Quando os pagamentos chegam os montantes são restituídos às contas originais.

3.3.3.3. O saldo negativo da Campanha Agricultura+ tem a ver com a falta de pagamento da tranche final do projecto, no montante aproximado de € 46.000, que se aguarda para 2008.

4.4.4.4. Nas despesas de funcionamento do Programa Marinho estão incluídas duas transferências internas entre centros de custo da SPEA: uma saída de €125.000 para a SPEA Açores e uma entrada de €160.000 proveniente do Programa Rural.

Em termos de receitas verificamos que o orçamento da SPEA é conseguido sobretudo através fundos para projectos, correspondendo a fundos comunitários (maioritariamente Programa LIFE), respectivos co-financiamentos e também protocolos com diversas entidades e patrocinadores, num total de 83,7% do total de receitas. Os fundos não restritos correspondem a cerca de 16,3% do total.

Receitas 2007

Quotas

1,9%

Financiamentos

Comunitários

42%

Protocolos

21%

Subsídios e

cofinanciamentos

21%

BirdLife/RSPB

8,2%

actividades

e cursos

4%outros

0,2%

Donativos

0,9%

Loja

1,2%

- Relatório Anual 2007 - 34/43 -

Balanço e demonstração de resultados

Balanço

Código de contas Exercícios

2006 2005

Activo AB AA AL AL

Imobilizado:

43+441/6+449 Imobilizações incorpóreas 2.909,30 2.909,30

42+448 Imobilizações corpóreas 333.766,48 232.175,89 101.590,59 39.900,02

41+447 Investimentos financeiros

336.675,78 235.085,19 101.590,59 39.900,02

Circulante:

32 a 37 Existências

21+22+24+25+26 Dívidas de terceiros

, de médio e longo prazo

, de curto prazo 1.946,40 1.946,40 20.000,00

15+18 Títulos negociáveis 2.360,44 2.360,44 2.360,44

11 a 14 Depósitos bancários e caixa 411.236,09 411.236,09 510.860,97

415.542,93 415.542,93 533.221,41

27 Acréscimos e diferimentos: 419,90 419,90 339,92

Tota l do Activo 752.638,61 235.085,19

517.553,42 573.461,35

Código de contas Exercícios

2007 2006

Capital próprio e Passivo

CAPITAL PRÓPRIO

51 Capital 82.296,40 82.296,40

54 Prémios de emissão de acções (quotas)

56 Reservas de reavaliação

571 Reservas legais

52+53+55+572/9 Restantes reservas e outros capitais próprios 7.324,02 7.324,02

59 Resultados transitados 63.055,35 3.823,79

Sub-total 152.675,77 93.444,21

88 Resultado líquido do exercício 27.246,01 59.231,56

89 Dividendos antecipados

Tota l do Capital Próprio 179.921,78 152.675,77

PASSIVO

29 Provisões

21+22+23+24+25+26

Dívidas a terceiros

, de médio e longo prazo

, de curto prazo 49.362,37 23.826,55

49.362,37 23.826,55

27 Acréscimos e deferimentos 288.269,27 396.959,03

Tota l do Passivo 337.631,64 420.785,58

Tota l do Capital Próprio e do Passivo 517.553,42 573.461,35

- Relatório Anual 2007 - 35/43 -

Notas explicativas do Balanço:

Neste ponto são esclarecidos apenas as contas com maior relevo no exercíc io

1. Na conta 42 referente ao imobilizado corpóreo, destacamos os maiores valores desta conta com 43,29% relativos a equipamento básico que corresponde à aquisição de computadores, GPS e

estufas. e 38,33% relativos a equipamento de transporte, conforme mencionado no mapa de “Movimentos no Activo Imobilizado”.

2. Na conta 11 a 14 de depósitos bancários e caixa, o maior volume é referente à conta do Programa Marinho com 83,30% do valor, correspondente à tranche recebida da Comissão Europeia.

Demonstração de Resultados

POC Exercícios

2007 2006

Custos e perdas

61 Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas:

62 Fornecimentos e serviços externos 599.393,29 432.129,44

Custos com o pessoal:

641+642 Remunerações 383.085,23 412.445,94

643 a 648 Encargos sociais 93.495,39 476.580,62 77.108,17 489.554,11

666+667 Amortizações e ajustamentos do exercício 79.566,55 45.857,09

67 Provisões 79.566,55 45.857,09

63 Impostos 498,77 431,69

65 Outros custos e perdas operacionais 96.663,95 230.265,10 230.696,79

(A) 1.252.703,18 1.198.237,43

683+684 Amortizações e ajustamentos de aplicações e investimentos financeiros

681+685/9 Juros e custos similares 1.087,40 1.087,40 1.152,10 1.152,10

(C) 1.253.790,58 1.199.389,53

69 Custos e perdas extraordinários 21.760,94 52.751,91

(E) 1.275.551,52 1.252.141,44

86 Impostos sobre o rendimento do exercício

(G) 1.275.551,52 1.252.141,44

88 Resultado líquido do exercício 27.246,01 59.231,56

1.302.797,53 1.311.373,00

- Relatório Anual 2007 - 36/43 -

Demonstração de Resultados (continuação) Exercícios 2007 2007

Proveitos e ganhos

71+72 Vendas e prestações de serviços 15.578,64 4.119,42

Variação da produção

75 Trabalhos para a própria empresa

74 Subsídios à exploração 1.195.602,21 1.202.342,92

77 Reversões de amortizações e ajustamentos

73+76 Outros proveitos e ganhos operacionais 90.649,75 1.286.251,96 66.876,96 1.269.219,88

(B) 1.301.830,60 1.273.339,30

784 Rendimentos de participações de capita l

7812+7815/6+783

Rendimentos de títulos negociáveis e de outras aplicações financeiras 37,62

7811/18+785/9 Outros juros e proveitos similares 76,65 114,27

(D) 1.301.830,60 1.273.453,57

79 Proveitos e ganhos extraordinários 966,93 37.919,43

(F) 1.302.797,53 1.311.373,00

Resumo:

Resultados operacionais (B) - (A) = 49.127,42 75.101,87

Resultados financeiros (D-B)-(C-A) = (1.087,40) (1.037.83)

Resultados correntes (D) – (C) = 48.040,02 76.064,04

Resultados antes de impostos (F) – (E) = 27.246,01 59.231,56

Resultados líquidos do exercício (F) – (G) = 27.246,01 59.231,56

Notas explicativas à Demonstração dos Resultados por Naturezas:

Neste ponto são esclarecidos apenas as contas com maior relevo no exercício

1. Na conta 62 relativo aos fornecimentos e serviços externos, destacamos um valor significativo de 56,16% referente a trabalhos especializados, sendo o restante de 12% relativo a deslocações e estadas, 9% de avençados, 4% de rendas e alugueres e outros custos.

2. A conta 645/8, tem o seu maior volume nos encargos sobre remunerações com 74% do montante desta conta, sendo o restante valor de 17% referente ao seguro de acidentes de trabalho e outros custos com pessoal.

3. A conta 65 é na quase totalidade referente a custos com parceiros de projectos LIFE com 99% do valor.

4. A conta 71 é referente à venda de publicações com 54% da receita, sendo o restante valor relativo à venda de outros artigos da loja.

5. A conta 73 de proveitos é referente a saídas de campo com 30% do valor correspondente, 27% relativos a quotas, 20% de comparticipação de despesas, 13% de donativos e 11% relativos a cursos.

6. A conta 74 tem maior incidência nos proveitos provenientes da Comissão Europeia com 46% do valor desta conta, 13% são relativos ao projecto relacionado com os Aeroportos nos Açores, com igual percentagem temos a SRA e RSPB com 9% respectivamente e ainda 10% relativos ao projecto LIFE Priolo.

- Relatório Anual 2007 - 37/43 -

Proposta dProposta dProposta dProposta de Aplicação de Resultadose Aplicação de Resultadose Aplicação de Resultadose Aplicação de Resultados - No decorrer do ano de 2007 a SPEA teve um resultado liquido do exercício de 27.246,01 euros, que a Direcção propõe que transite para resultados transitados para prossecução dos interesses e actividades da Associação.

Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados

Introdução

EXERCÍCIO DE 2007

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, tem sede na Avenida da Liberdade 105 2º Esq e tem como principal actividade Estudo, Dinamização e Conservação da Actividade Ornitológica. As notas que se seguem respeitam a numeração sequencial definida no Plano Oficial de Contabilidade (POC), sendo que as omissas não são aplicáveis ou não são relevantes para a compreensão das demonstrações financeiras anexas.

1 - Derrogações ao POC As demonstrações financeiras do exercício foram preparadas, em todos os seus aspectos materiais, em conformidade com as disposições do POC.

3 - Critérios Valorimétricos a) Imobilizações incorpóreas Encontram-se valorizadas ao custo de aquisição e são amortizadas pelo método das quotas constantes em anos. b) Imobilizações corpóreas As imobilizações corpóreas são originalmente contabilizadas pelo respectivo valor histórico de aquisição ou de produção As reintegrações do imobilizado corpóreo são calculadas segundo o método das quotas constantes no Decreto Regulamentar 2/90 de 12 de Janeiro para bens adquiridos após, que se consideram representarem satisfatoriamente a vida útil estimada dos bens. O processo de depreciação inicia-se no começo do exercício em que o respectivo bem entrou em funcionamento .

- Relatório Anual 2007 - 38/43 -

c)Contratos de locação financeira Os activos imobilizados adquiridos mediante contratos de locação financeira, bem como as correspondentes responsabilidades, são contabilizados pelo método financeiro. De acordo com este método o custo do activo é registado no imobilizado corpóreo, a correspondente responsabilidade é contabilizada no passivo e os juros registados como custos do exercício. As reintegrações são calculadas de acordo com o descrito na alínea b) acima. Os activos adquiridos mediante contratos de aluguer de longa duração são contabilizados pelo método operacional, pelo que as rendas constituem custos do exercício a que dizem respeito, não se relevando na situação patrimonial da Empresa o valor desses bens e a respectiva responsabilidade pelas rendas vincendas.

7 - Volume de Emprego Durante o exercício a Empresa teve ao seu serviço, em média, 20 Empregados.

10 - Movimentos no Activo Imobilizado

Saldo Inicial Reavaliações

Aumentos Alienações

Abates Saldo Final

Despesas de Insta lação 2.909,30 2.909,30 Despesas de Investigação

Propriedade Industria l Trespasses

Imobilizações em curso Adiantamentos por conta

Total 2.909,30 0,00 0,00 0,00 0,00 2.909,30 Terrenos e recursos naturais

Edifícios e outras construções 3.965,44 3.965,44 Equipamento básico 48.889,51 95.599,40 144.488,91

Equipamento de transporte 100.268,43 27.661,58 127.930.01 Ferramentas e utensílios 2.532,94 13.138,45 15.671,39

Equipamento administrativo 29.154,74 4.857.69 34.012,43 Taras e vasilhame

Outras imobilizações corpóreas 7.698,30 7.698,30 Imobilizações em curso

Adiantamentos por conta Total 192.509,36 0,00 141.257,12 0,00 0,00 333.766.48

Partes de capita l em emp. do grupo Empréstimos a empresas do grupo

Partes de capita l em emp. assoc. Empréstimos a empresas associadas

Títulos e outras aplicações Outros empréstimos concedidos

Imobilizações em curso Adiantamentos por conta invest.

Total 195.418,66 0,00 0 0,00 0,00 336.675.78

- Relatório Anual 2007 - 39/43 -

Saldo Inicial Reforço Regularização Saldo Final

Despesas de Instalação 2.909,30 2.909,30 Despesas de Investigação

Propriedade industrial Trespasses

Total 2.909,30 2.909,30 Terrenos e recursos naturais

Edifícios e outras construções 3.965,44 3.965,44 Equipamento básico 35.570,34 36.122,23 71.692,57

Equipamento de transporte 79.415,15 31.982,50 111.397,65 Ferramentas e utensílios 842,62 1.958,92 2.801,54

Equipamentos administrativo 28.890.16 8.503,11 37.393.27 Taras e vasilhame

Outras imobilizações corpóreos 3.925.63 999.79 4.925,42 Total 152.609,34 79.566,55 232.175,89

Títulos e outras aplicações Outros empréstimos concedidos

Total 155.518,64 79.566.55 235.085,19

36 - Decomposição do Capital Social No final do exercício, o Capital Social da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves ascende a 82.296,40 Euros, consequência dos resultados obtidos no decorrer da actividade da associação. Nos termos estatutários, será criada uma reserva Estatutária de 4.854,67 Euros.

40 – Movimentos nos Capitais Próprios

Saldo inicial Aumentos Diminuições Saldo final 51 – Capita l 82.296,40 0 0 82.296,40 56 - Reservas de reavaliação 0 0 0 0 57 – Reservas 0 0 0 0 571 - Reservas legais 0 0 0 0 572 - Reservas estatutárias 7.324,02 0 0 7.324,02 573 - Reservas contratuais 0 0 0 0 574 - Reservas livres 0 0 0 0 59 - Resultados transitados 3.823,79 59.231.56 0 63.055.35 88 - Resultado líquido do exercício 59.231.56 27.246.01 59231.56 27.246,01

- Relatório Anual 2007 - 40/43 -

Certificação de Contas

- Relatório Anual 2007 - 41/43 -

- Relatório Anual 2007 - 42/43 -

Parecer do Conselho Fiscal

CONSELHO FISCAL

PARECER Apesar dos esforços desenvolvidos não foi possível à SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves encerrar as contas do exercício de 2007 dentro do prazo considerado normal. Este facto vem mais uma vez acentuar a necessidade de ser reforçada a área que regista os movimentos financeiros e prepara a documentação para efeitos da sua contabilização. Durante o corrente exercício acompanhamos o evoluir da situação financeira e contabilística e sempre nos foram prestados os esclarecimentos necessários pelos respectivos responsáveis. Estamos pois, em condições de afirmar que o Relatório e Contas do exercício de 2007 exprimem com fidelidade a situação da sociedade e que os registos contabilísticos foram efectuados de acordo com a Lei vigente e com os princípios geralmente aceites. Face ao exposto o nosso parecer é favorável a aprovação das contas. Lisboa, 28 de Maio de 2008 O Conselho Fiscal,

- Relatório Anual 2007 - 43/43 -

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) é uma organização não governamental de Ambiente sem fins lucrativos, que tem por missão trabalhar para o estudo e a conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.

A SPEA é o parceiro português da rede BirdLife International e está actualmente representada no Continente e nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.

No âmbito da sua actuação, é responsável pela designação e vigilância das Áreas Importantes para as Aves (do inglês Important Bird Areas - IBAs) e por desenvolver projectos de conservação dirigidos a algumas das aves mais ameaçadas na Europa, e seus habitats, nomeadamente, o Sisão, o Priolo e a Freira do Bugio. Dos cerca de 1900 sócios que integram a SPEA, inclui-se praticamente toda a comunidade científica e técnica no campo da Ornitologia em Portugal.

Para além dos projectos da área da investigação/conservação, a SPEA actua também na área da Sensibilização e Educação Ambiental. Para além disso, dinamiza um vasto programa de actividades, onde se incluem saídas de campo, cursos de ornitologia, acções de voluntariado, palestras, eventos, e edita revistas e livros técnicos e de divulgação geral. A SPEA é ainda promotora da Campanha Ave do Ano – em 2008, o Priolo é a ave do ano.

Como meio privilegiado de comunicação com os sócios, edita a revista quadrimestral Pardela e a newsletter digital semanal SPEA On-Line. Esta última é gratuita e acessível a todos, sócios e não-sócios, podendo ser solicitada a sua subscrição através do e-mail [email protected].

Caso queira ajudar a SPEA, pode fazê-lo de várias formas:

- Tornar-se Sócio;

- Aquisição de artigos da Loja SPEA;

- Apoiar a Campanha Ave do Ano;

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- Voluntariado.

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Avenida da Liberdade, 105-2º Esq, 1250-140 Lisboa Tel. +351.213220430 / fax +351.213220439 www.spea.pt