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Banco Popular Portugal, SA Relatório e Contas 201 4

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Banco Popular Portugal, SA

Relatório e Contas

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Relatório e Contas

Sumário Página

Índice de Quadros e Figuras................................................................................................... 2 Informação Geral .................................................................................................................... 3 Órgãos Sociais ....................................................................................................................... 4 O Banco Popular Portugal em números ................................................................................. 5 Relatório de Gestão ................................................................................................................ 6

Enquadramento macro ........................................................................................................ 7 Estratégia comercial ............................................................................................................ 8 Resultados e rendibilidade ................................................................................................ 10

Margem financeira ......................................................................................................... 10 Produto bancário ............................................................................................................ 13 Resultado operacional ................................................................................................... 14 Resultado Líquido e Rendibilidade ................................................................................. 16

Aplicações e recursos ....................................................................................................... 19 Ativos totais .................................................................................................................... 19 Recursos de clientes ...................................................................................................... 20 Crédito a clientes ........................................................................................................... 23

Proposta de aplicação dos resultados ............................................................................... 25 Perspectivas para 2015 ..................................................................................................... 25 Gestão do risco ................................................................................................................. 26 Qualidade e Inovação ....................................................................................................... 39 Responsabilidade Social e Corporativa ............................................................................. 40 Eficiência Energética: Redução de Custos e Sustentabilidade Ambiental ......................... 41 Nota final ........................................................................................................................... 42 Anexo 1 - Posição acionista dos membros dos órgãos de administração e fiscalização .... 43 Anexo 2 - Participações qualificadas ................................................................................. 43

Contas Anuais ...................................................................................................................... 44

Balanço ............................................................................................................................. 44 Demonstração de Resultados ........................................................................................... 45 Demonstração do Rendimento Integral ............................................................................. 46 Demonstração em base individual dos movimentos nas contas de Capital Próprio ........... 46 Demonstração dos Fluxos de Caixa .................................................................................. 47

Relatório sobre a Estrutura e as Práticas do Governo Societário ....................................... 130 Declaração do Conselho de Administração ........................................................................ 156 Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização . 157 Política de Remuneração dos Titulares de Funções Essenciais ......................................... 161 Política de Prevenção, Comunicação e Sanação de Conflitos de Interesses ...................... 165 Política de Seleção e Avaliação dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização, e dos Titulares de Funções Essenciais ......................................................... 169 Certificação Legal de Contas Individuais ............................................................................ 181 Relatório e Parecer do Conselho Fiscal .............................................................................. 183 Declaração do Conselho Fiscal .......................................................................................... 185

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Relatório e Contas

Índice de Quadros e Figuras

Página

QUADRO 1 – CONTA DE RESULTADOS INDIVIDUAL ....................................................................... 10

QUADRO 2 – VARIAÇÃO ANUAL DA MARGEM FINANCEIRA ........................................................... 11

QUADRO 3 – EVOLUÇÃO DE CAPITAIS E TAXAS MÉDIAS ANUAIS ............................................... 11

QUADRO 3A – EVOLUÇÃO DE CAPITAIS E TAXAS MÉDIAS ANUAIS ............................................. 12

QUADRO 4 – COMISSÕES LÍQUIDAS ................................................................................................. 14

QUADRO 5 – CUSTOS OPERATIVOS ................................................................................................. 15

QUADRO 6 – RENDIBILIDADE TOTAL ................................................................................................ 18

QUADRO 7 – BALANÇO INDIVIDUAL .................................................................................................. 19

QUADRO 8 – RECURSOS DE CLIENTES ............................................................................................ 21

QUADRO 9 – CARTEIRA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO .............................................................. 22

QUADRO 10 – CRÉDITO SOBRE CLIENTES ...................................................................................... 23

QUADRO 11 – CRÉDITO VENCIDO E EM INCUMPRIMENTO ........................................................... 24

Página

FIG. 1 - MARGEM COM CLIENTES ...................................................................................................... 13

FIG. 2 - MARGEM DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA ...................................................................... 13

FIG. 3 - COMISSÕES LÍQUIDAS ........................................................................................................... 13

FIG. 4 - EFICIÊNCIA OPERATIVA ........................................................................................................ 16

FIG. 5 - EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................................................ 17

FIG. 6 - RENDIBILIDADE DO ATIVO E CAPITAIS PRÓPRIOS ........................................................... 18

FIG. 7 - ATIVOS TOTAIS SOB GESTÃO .............................................................................................. 20

FIG. 8 - RECURSOS DE CLIENTES ..................................................................................................... 20

FIG. 9 - CARTEIRA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO ........................................................................ 22

FIG. 10 - PATRIMÓNIO SEGUROS FINANCEIROS ............................................................................. 22

FIG. 11 – CRÉDITO SOBRE CLIENTES ............................................................................................... 24

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Relatório e Contas

Informação Geral

O Banco Popular Portugal, S.A. foi constituído em 2 de julho de 1991, tem sede na Rua

Ramalho Ortigão, 51, em Lisboa e encontra-se matriculado na Conservatória do Registo

Comercial de Lisboa com o Número de Identificação de Pessoa Colectiva (NIPC)

502.607.084. O Banco adoptou a atual denominação social em setembro de 2005 em

detrimento da anterior “BNC-Banco Nacional de Crédito, S.A.”. O Banco Popular Portugal

participa no Fundo de Garantia de Depósitos e tem um capital social de 476 milhões de

euros.

A documentação financeira e estatística constante do relatório de gestão e das contas

anuais foi elaborada com critérios analíticos da máxima objectividade, detalhe, transparência

informativa e homogeneidade no tempo, a partir das situações financeiras enviadas

periodicamente ao Banco de Portugal. As situações financeiras são apresentadas de acordo

com as normas vigentes no ano de 2014, em particular as estabelecidas pelo Banco de

Portugal no que se refere à apresentação de informações de natureza contabilística.

O relatório de gestão, as contas anuais e os restantes documentos que os acompanham

podem ser consultados na internet na página do Banco Popular Portugal:

www.bancopopular.pt.

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Relatório e Contas

Órgãos Sociais

Mesa da Assembleia Geral

Augusto Fernando Correia Aguiar-Branco - Presidente

João Carlos de Albuquerque de Moura Navega - Secretário

Conselho de Administração

Rui Manuel Morganho Semedo - Presidente

Carlos Manuel Sobral Cid da Costa Álvares - Vogal

Tomás Pereira Pena - Vogal

José Ramón Alonso Lobo - Vogal

Conselho Fiscal

Rui Manuel Ferreira de Oliveira - Presidente

Telmo Francisco Salvador Vieira

António José Marques Centúrio Monzelo

Ana Cristina Freitas Rebelo Gouveia – Suplente

Revisor Oficial de Contas

PricewaterhouseCoopers & Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda.,

representada por Aurélio Adriano Rangel Amado ou por José Manuel Henriques Bernardo

Revisor Oficial de Contas suplente

Jorge Manuel Santos Costa, Revisor Oficial de Contas.

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Relatório e Contas

O Banco Popular Portugal em números (milhões de euros, salvo indicação em contrário)

2014Var.

(% e p.p.)2013 2012 2011 2010

Volume de Negócios

Activos totais sob gestão 9 391 -6,8% 10 078 9 565 10 258 10 952

Activos totais de balanço 8 406 -8,9% 9 222 8 867 9 634 10 233

Recursos próprios (a) 703 5,6% 666 648 496 579

Recursos de clientes: 5 100 0,5% 5 073 4 605 4 778 4 277

de balanço 4 115 -2,4% 4 217 3 907 4 154 3 558

outros recursos intermediados 985 15,0% 856 698 624 719

Crédito concedido 5 775 4,8% 5 510 6 021 6 530 7 855

Riscos contingentes 538 -7,0% 579 605 655 444

Solvência

Rácio de solvabilidade 12,1% 1,0 11,1% 10,6% 9,4% 8,6%

Tier 1 11,5% 0,4 11,1% 10,6% 9,4% 8,8%

Core Tier 1 11,5% 0,1 11,4% 10,9% 9,6% 8,9%

Gestão do Risco

Riscos totais 6 313 3,7% 6 089 6 625 7 185 8 298

Crédito vencido 329 20,5% 273 232 169 194

Crédito vencido há mais de 90 dias 314 24,0% 253 209 145 157

Rácio de crédito vencido (%) 5,70% 0,75 4,95% 3,85% 2,59% 2,47%

Rácio de cobertura de crédito vencido 111,1% -2,6 113,7% 102,0% 129,0% 123,4%

Resultados

Margem financeira 124,7 2,9% 121,2 148,9 131,1 128,0

Produto bancário 172,3 0,3% 171,7 193,5 166,9 201,3

Resultado operacional 59,6 1,1% 58,9 80,0 47,1 89,6

Resultados antes de impostos 5,4 110,6% - 51,5 6,4 24,4 21,7

Resultado líquido 2,3 107,2% - 31,7 2,7 13,4 15,9

Rendibilidade e Eficiência

Activos líquidos médios 9 389 3,6% 9 061 9 441 10 411 9 132

Recursos próprios médios 706 5,1% 672 538 515 604

ROA (%) 0,02% 0,37 -0,35% 0,03% 0,13% 0,17%

ROE (%) 0,32% 5,04 -4,72% 0,50% 2,61% 2,63%

Eficiência operativa (Cost to income) (%) 65,4% -0,3 65,7% 58,7% 71,8% 56,2%

(sem amortizações) (%) 63,2% 0,4 62,8% 54,9% 66,9% 52,3%

Dados por Acção

Número final de acções (milhões) 476 0,0% 476 476 451 376

Número médio de acções (milhões) 476 0,0% 476 451 376 376

Valor contabilístico da acção (€) 1,477 5,6% 1,399 1,361 1,101 1,540

Resultado por acção (€) 0,005 107,5% -0,067 0,006 0,030 0,042

Outros Dados

Número de colaboradores 1 299 -0,1% 1 300 1 309 1 329 1 343

Número de agências 173 -0,6% 174 179 213 232

Empregados por agência 7,5 0,5% 7,5 7,3 6,2 5,8

Número de caixas automáticas (ATM) 315 2,3% 308 305 348 338

(a) Depois da aplicação dos resultados de cada exercício

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Relatório e Contas

Relatório de Gestão

A 31 de dezembro de 2014, o Banco Popular Portugal, S.A. apresentava capitais próprios no

montante de 703.205 mil euros, geria mais de 9,3 mil milhões de euros de ativos totais,

incluindo 5,1 mil milhões de euros de recursos de clientes. No final do exercício de 2014, o

ativo líquido do Banco Popular ascendia a 8,4 mil milhões de euros, tendo neste ano obtido

um resultado líquido de 2,3 milhões de euros. A atividade era suportada por uma rede de

173 agências e cerca de 1.300 colaboradores.

O Banco Popular Portugal desenvolve a sua atividade com uma oferta integrada de produtos

e serviços, em conjunto com as entidades abaixo identificadas tendo, todas elas, uma

relação com o grupo Banco Popular Español, grupo onde pertence.

- Popular Gestão de Ativos, SA – detida a 100% pelo BPE, é uma Sociedade Gestora de

Fundos de Investimento que administra, entre outros, os fundos de investimento

comercializados pelo Banco;

- Popular Factoring, SA – detida a 99,8% pelo BPE, é uma instituição de crédito que oferece

serviços de Factoring;

- Eurovida – Companhia de Seguros de Vida, SA – é uma companhia de seguros de Vida e

Capitalização detida em 84,1% pelo BPE e em 15,9% pelo Banco;

- Popular Seguros – Companhia de Seguros, SA – é detida na sua totalidade pela Eurovida

e concentra a sua oferta de produtos no ramo segurador Não-vida.

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Relatório e Contas

Enquadramento macro

O Produto Interno Bruto registou, em 2014, um aumento de 0,9% em volume, após uma

queda de 1,4% no ano anterior. Este comportamento é justificado pelo desempenho

favorável da procura interna, refletindo uma recuperação do consumo privado e, em menor

intensidade do investimento. Por sua vez, a procura externa líquida registou um contributo

negativo, refletindo um crescimento mais forte das importações de bens e serviços

relativamente ao observado nas exportações.

Em termos anuais, a taxa de desemprego situou-se nos 13,9%, -2,3p.p. em relação a 2013,

associado a um crescimento de 1,6% no emprego. A OCDE prevê para Portugal uma

melhoria em 2015 e 2016 com uma taxa de desemprego de 12,8% e 12,4%, respetivamente.

A estabilização da taxa de poupança interna reflete fundamentalmente a melhoria da

confiança dos consumidores, mostrando um movimento crescente deste indicador desde o

último trimestre de 2014.

A inflação manteve-se em níveis baixos ao longo do ano, espelhando a diminuição dos

preços das telecomunicações e dos combustíveis líquidos.

A economia portuguesa deverá continuar com o processo de recuperação moderada da

atividade no período de 2015-2016, assente no contexto da correção dos desequilíbrios

macroeconómicos acumulados ao longo dos últimos anos. Esta recuperação está centrada

no crescimento das exportações e do investimento, embora a procura interna deva continuar

a estar condicionada pelo elevado nível de endividamento do sector privado e pelo processo

de consolidação orçamental.

Na zona euro, a melhoria da economia estendeu-se à maioria dos países. Contudo, o

crescimento pouco significativo das economias mais avançadas e as baixas taxas de

inflação refletiu numa política monetária branda, forçando o BCE a adoptar algumas medidas

tais como a redução das taxas de juro de referência.

O ano ficou marcado pela saída de Portugal do Programa de Assistência Financeira Externa

e o regresso ao mercado primário internacional de dívida pública de médio e longo prazo.

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Relatório e Contas

Estratégia comercial

O Banco Popular manteve o seu posicionamento estratégico de ser um Banco de referência

para as empresas, sem descurar uma oferta para as famílias, com uma abordagem próxima

do cliente e preparado para o dia-a-dia.

Subjacente ao plano de 2014 esteve a articulação e potenciação de sinergias entre

empresas e particulares. Para tal foram calendarizadas ações conjuntas de

“transacionalidade”, fomentando o negócio cruzado entre gestores de particulares e gestores

de empresas e colocando as empresas como canal importante de captação do negócio de

particulares, através de protocolos direcionados para sectores de atividade específicos.

No âmbito do negócio de Particulares, verificou-se um crescimento de cerca de 23 mil novos

clientes, muito assente na captação de clientes via empresas. Houve, igualmente, uma forte

aposta, neste segmento, no que toca ao aumento da transacionalidade e vinculação. Foram

desenvolvidos planos de vinculação ao longo de todo o ano, com uma grande preocupação

também na gestão dos segmentos Banca Pessoal e Banca Privada.

No segmento de Empresas verificou-se um crescimento de cerca de 5,5 mil novos clientes,

com um aumento significativo do número de empresas com crédito e aumento médio de

vinculação nos novos clientes. Registou-se um aumento de 7% no volume de crédito

concedido a empresas e simultaneamente uma melhoria na qualidade creditícia. O plano de

ação para empresas apostou muito em continuar a posicionar o Banco como um player

importante neste segmento, apostando forte nas linhas protocoladas como motor de

notoriedade e disponibilizando ofertas bem segmentadas e especificadas.

O Banco continuou a apoiar o investimento e a internacionalização das PME, assumindo-se

como um player nas Linhas PME Crescimento de 2014, com uma quota superior à sua quota

natural de crédito no sistema bancário português, registando o 8º lugar em número de

operações contratadas e em volume. Na globalidade das Linhas PME

Investimentos/FINOVA, o Banco Popular detinha, a 31 de dezembro de 2014, um total de

8.209 operações contratadas, correspondendo a 568 milhões de Euros de crédito concedido.

No Leasing Mobiliário, o Banco Popular ocupava o 6º lugar no ranking das Instituições de

Crédito em termos de produção do mercado, com uma quota de 6,8%, tendo contratado 79

milhões de euros.

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Relatório e Contas

No final de 2013 foi celebrado um novo acordo com o Banco Europeu do Investimento, que

permitiu disponibilizar 100 milhões de euros para apoiar novos projetos de investimento de

pequenas e médias empresas (PME), em condições mais vantajosas. Esta linha foi

integralmente colocada em 2014.

Em 2014, foi efetuada ainda uma melhoria da oferta ibérica, posicionando ainda mais o

Banco no mercado, como um forte grupo ibérico.

Com o objetivo de completar a sua oferta e ir ao encontro das necessidades dos seus

clientes, o Banco Popular arrancou com duas parcerias no ano de 2014. Em outubro, iniciou

a comercialização do seguro de saúde da Médis, o Popular Saúde by Médis, uma solução

abrangente quer para os segmentos de particulares, quer para as empresas. Em dezembro

avançou com a parceria Cofidis, permitindo ao Banco Popular oferecer crédito pessoal com

maior nível de serviço, ao mesmo tempo que manteve a proximidade com os seus clientes.

Em 2014, foi criada a marca Popular ON associada aos canais não presenciais - Banca

Online, Banca Mobile e Banca Telefónica que pretende transmitir que o Banco está sempre

disponível para os clientes, através do meio que lhes seja mais conveniente, quando o

quiserem e onde quer que estejam. Adicionalmente foram disponibilizadas funcionalidades

acrescidas nestes canais, nomeadamente serviços associados a pagamentos online, que

aportam mobilidade crescente na realização das operações bancárias do dia-a-dia.

Em termos de comunicação, o Banco Popular associou-se a eventos de relevo a nível

nacional, tendo efetuado uma aposta forte na dinamização local, através da rede de

agências, de associações empresariais, cooperativas, com propostas direcionadas e com

contrapartidas diretas para as mesmas. A estratégia de comunicação tem acompanhado e

espelhado o posicionamento estratégico do Banco, conjugando várias ações de

comunicação multimeios. Em 2014 foi desenvolvida a campanha de publicidade institucional

"Soluções que são a sua cara”, e campanhas de produto – Depósitos a Prazo Temáticos,

Ativações, Solidariedade, Imóveis. Existiu uma aposta na televisão como meio privilegiado

de comunicação, por ser o veículo mais apropriado para a criação de um baseline de

notoriedade e, em 2014, a rádio e a internet tiveram ainda um papel de destaque na

divulgação da marca Banco Popular, através da campanha institucional e de campanhas de

solidariedade e de imóveis do Banco Popular. A presença em feiras, congressos e

patrocínios de programas consolidaram a aposta no sector empresarial, demonstrando a

disponibilidade e o know-how do Banco junto de empresários e associações.

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Relatório e Contas

Resultados e rendibilidade

As contas de resultados são apresentadas, de forma sintética, no quadro 1, tendo como

referência o exercício de 2014 e o anterior, de acordo com as normas estabelecidas pelo

Banco de Portugal.

(milhares de euros)

2014 2013 Valor %

1 Juros e rendimentos similares 256 131 303 812 - 47 681 -15,7

2 Juros e encargos similares 131 408 182 564 - 51 156 -28,0

3 Margem financeira (1-2) 124 723 121 248 3 475 2,9

4 Rendimento de instrumentos de capital 60 49 11 22,4

5 Comissões líquidas 55 677 52 083 3 594 6,9

6 Resultados de operações financeiras (líq) 7 401 9 991 - 2 590 -25,9

7 Resultados de alienação de outros activos - 8 329 - 5 241 - 3 088 -58,9

8 Outros resultados de exploração - 7 243 - 6 415 - 828 -12,9

9 Produto da actividade (3+4+5+6+7+8) 172 289 171 715 574 0,3

10 Custos com pessoal 58 175 56 309 1 866 3,3

11 Gastos gerais administrativos 50 696 51 473 - 777 -1,5

12 Amortizações 3 848 5 023 - 1 175 -23,4

13 Resultado operacional (9-10-11-12) 59 570 58 910 660 1,1

14 Provisões líquidas de reposições e anulações 1 521 8 563 - 7 042 -82,2

15 Correcções líquidas de valor associado a crédito a clientes 59 433 89 390 - 29 957 -33,5

16 Imparidade e outras provisões líquidas - 6 828 12 481 - 19 309 -154,7

17 Resultado antes de Impostos (13-14-15-16) 5 444 - 51 524 56 968 110,6

18 Impostos 3 161 - 19 804 22 965 116,0

19 Resultado Líquido do Exercício (17-18) 2 283 - 31 720 34 003 107,2

Variação

Quadro 1 . Conta de Resultados Individual

Quadro 1 – Conta de Resultados Individual

Margem financeira

Em 2014, a margem financeira ascendeu a 124,7 milhões de euros, mais 3.475 mil euros, ou

2,9%, face ao ano de 2013. Esta cifra foi alcançada, em grande parte, pela redução dos

juros e encargos simulares (total de recursos) em 28% (-51,1 milhões de euros). Em meados

de 2014, o Banco adotou uma política comercial de redução do custo do passivo que

resultou, no caso dos depósitos a prazo, numa poupança nos juros pagos de 34 milhões de

euros (cerca de -27 milhões pelo efeito preço e -7 milhões devido ao efeito volume). Em

relação aos juros e rendimentos similares (total de aplicações), verificou-se, igualmente, uma

redução de 15,7% (-47,7 milhões de euros), resultante do efeito volume no crédito (-5,6

milhões de euros) por via da redução do volume médio do crédito concedido no ano e ao

efeito taxa de juro (-19,7 milhões de euros) por via da redução da taxa média de concessão.

Adicionalmente há a destacar o contributo negativo para a margem financeira da carteira de

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Relatório e Contas

ativos financeiros (-24,4 milhões de euros) devido, por um lado, à redução da carteira em

mais de 109 milhões de euros, com um impacto negativo na margem de 3,6 milhões de

euros, e por outros, pelos níveis decrescentes de rendibilidade com um impacto também

negativo de cerca de 20,9 milhões de euros (quadro 2).

A conjugação das duas componentes da margem financeira confirma a gestão eficiente das

taxas de juro num contexto adverso.

(milhares de euros)

Por variação do Por variação nas Por variação de Variação

Variação em : volume de actividade taxas de juro prazo total

Crédito concedido - 5 604 - 19 686 0 - 25 290

Disponibilidades e Aplicações em OIC 3 107 - 1 109 0 1 998

Activos financeiros - 3 603 - 20 851 0 - 24 454

Outros activos - 82 148 0 66

Total de aplicações - 6 182 - 41 498 0 - 47 680

Recursos de clientes - 9 549 - 37 919 0 - 47 468

Recursos de instituições de crédito 3 604 - 10 104 0 - 6 500

Recursos próprios 0 0 0 0

Outros passivos 3 573 - 760 0 2 813

Total de recursos - 2 372 - 48 783 0 - 51 155

Margem financeira - 3 810 7 285 0 3 475

Quadro 2 . Variação anual da margem financeira - Análise causal 2014 / 2013

Quadro 2 – Variação anual da margem financeira

No que aos saldos médios e taxas diz respeito e, de acordo com o quadro 3, o ativo médio

foi, em 2014, financiado em cerca de 50% por recursos de clientes e em cerca de 40% por

recursos de instituições de crédito, tendo o saldo médio do crédito concedido a clientes

continuado a ser a principal componente, representando cerca de 60% do total do ativo

médio.

(milhares de euros e %)

Saldo Dist. Proveitos Taxa Saldo Dist. Proveitos Taxa

Médio (%) ou custos Média (%) Médio (%) ou custos Média (%)

Crédito concedido (a) 5 635 515 60,0% 198 799 3,53 5 783 097 63,8% 224 091 3,87

Disponibilidades e Aplicações em OIC 1 273 105 13,6% 4 603 0,36 533 742 5,9% 2 605 0,49

Activos financeiros 2 129 476 22,7% 52 444 2,46 2 238 928 24,7% 76 898 3,43

Outros activos 351 133 3,7% 285 0,08 505 713 5,6% 218 0,04

Total do Activo ( b ) 9 389 228 100% 256 131 2,73 9 061 480 100% 303 812 3,35

Recursos de clientes ( c ) 4 658 592 49,6% 92 384 1,98 5 022 597 55,4% 139 853 2,78

Recursos de Instituições de crédito 3 743 365 39,9% 14 147 0,38 3 113 214 34,4% 20 647 0,66

Contas de capital 705 995 7,5% 0 0,00 671 724 7,4% 0 0,00

Outros passivos 281 276 3,0% 24 876 8,84 253 945 2,8% 22 064 8,69

Total do Passivo e Capitais Próprios (d) 9 389 228 100% 131 408 1,40 9 061 480 100% 182 564 2,01

Margem com clientes (a - c) 1,55 1,09

Margem financeira (b - d) 1,33 1,34

Quadro 3 . Evolução de capitais e taxas médias anuais. Margens.

2014 2013

Quadro 3 – Evolução de Capitais e taxas médias anuais

12

Relatório e Contas

Considerando a evolução das taxas de juro médias anuais das aplicações e recursos,

salienta-se que o ativo médio, que atingiu 9.389 milhões de euros, registou uma

rendibilidade global de 2,73%, que quando comparada com o custo médio do total dos

recursos afectos ao financiamento do ativo 1,40% permitiu atingir uma margem financeira

anual de 1,33%, menos 1 ponto base, face à registada no ano anterior.

A política de redução do custo do passivo implementada em meados de 2014 conduziu a

uma redução de 80 pontos base na taxa média anual dos recursos de clientes situando-se

em 1,98%, no final do exercício, que compara com 2,78% em 2013 (quadro 3a). A taxa

média anual do crédito decresceu 34 pontos base, de 3,87% para 3,53%. Por este efeito

combinado, a margem com clientes, aumentou 46 pontos base, para 1,55%.

Taxa média anual Taxa média anual Variação

2014 2013 2014 / 2013

(%) (%) (p.p.)

Crédito concedido (a) 3,53 3,87 -0,34

Disponibilidades e Aplicações em OIC 0,36 0,49 -0,13

Activos financeiros 2,46 3,43 -0,97

Outros ativos 0,08 0,04 0,04

Total do Ativo ( b ) 2,73 3,35 -0,62

Recursos de clientes ( c ) 1,98 2,78 -0,80

Recursos de Instituições de crédito 0,38 0,66 -0,28

Contas de capital 0,00 0,00 0,00

Outros passivos 8,84 8,69 0,15

Total do Passivo e Capitais Próprios (d) 1,40 2,01 -0,61

Margem com clientes (a - c) 1,55 1,09 0,46

Margem financeira (b - d) 1,33 1,34 -0,01

Quadro 3a . Evolução das taxas médias anuais. Margens

Quadro 4a – Evolução de Capitais e taxas médias anuais

Pela análise das figuras 1 e 2 verifica-se, em 2014, a consolidação da inversão face aos

anos anteriores, no que se refere às taxas médias do crédito e dos recursos de clientes. No

mesmo período, a margem de intermediação financeira, que resulta da diferença entre a

taxa média das aplicações e a taxa média dos recursos manteve-se praticamente inalterada

em 1,33%.

13

Relatório e Contas

Fig. 1 - Margem com Clientes Fig. 2 - Margem de Intermediação Financeira

(%) (%)

3,06

3,74

4,49

3,873,53

1,99

3,42 3,38

2,78

1,98

1,07

0,32

1,11 1,09

1,55

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2010 2011 2012 2013 2014

Tx. média crédito Tx. média recursos clientes

Margem com clientes

2,90

3,43

3,86

3,35

2,73

1,50

2,172,29

2,01

1,40

1,40 1,261,57

1,34 1,33

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

2010 2011 2012 2013 2014

Tx. média aplicações Tx. média recursos

Margem financeira

Fig. 1 - Margem com Clientes

Fig. 2 - Margem de Intermediação financeira

Produto bancário

No exercício de 2014, as comissões líquidas cobradas aos clientes pela colocação de

produtos e prestação de serviços atingiram 55,7 milhões de euros, correspondendo a um

aumento de 6,9%, face ao ano anterior. O valor atingido em 2014 representa o valor mais

elevado dos últimos cinco anos. (figura 3).

Fig. 3 - Comissões Líquidas

(milhões de euros)

45,8

48,7

54,352,1

55,7

2010 2011 2012 2013 2014

Fig. 3 - Comissões Líquidas

14

Relatório e Contas

Como complemento, o quadro 4 apresenta as principais rúbricas que contribuíram para a

variação das comissões líquidas no exercício, sendo de destacar pelo lado positivo as

comissões relacionadas com a venda de seguros (+ 150,8%), comissões de gestão de ativos

(+83%) e comissões relacionadas com meios de cobrança e pagamentos (+30,5%) e pelo

lado negativo as comissões relacionadas com operações de crédito (-28,9%).

(milhares de euros)

2014 2013 Valor %

Comissões de operações de crédito 13 925 19 575 - 5 650 -28,9

Comissões de garantias prestadas 6 861 6 063 798 13,2

Comissões de meios de cobrança e pagamento (liq.) 14 993 11 485 3 508 30,5

Comissões de gestão de activos (liq.) 2 397 1 310 1 087 83,0

Comissões de venda de seguros 5 220 2 081 3 139 150,8

Comissões de manutenção de contas 5 810 5 183 627 12,1

Comissões de processamento 1 632 1 673 - 41 -2,5

Outras (liq.) 4 839 4 713 126 2,7

Total 55 677 52 083 3 594 6,9

Variação

Quadro 4 . Comissões Líquidas

Quadro 5 – Comissões Líquidas

Relativamente às restantes componentes do produto bancário, salienta-se a redução de

cerca de 2,6 milhões de euros em resultados de operações financeiras e de um

agravamento de cerca de 3,1 milhões de euros de alienação de outros ativos,

essencialmente menos valias relacionadas com as vendas de ativos imobiliários.

O efeito combinado destas rúbricas praticamente anulou o efeito positivo da margem

financeira, contribuindo negativamente para um produto bancário de aproximadamente

172,3 milhões de euros, mais 574 mil de euros, ou 0,3% face ao exercício de 2013.

Resultado operacional

O exercício de 2014 foi, mais um ano de consolidação das medidas implementadas nos

anos anteriores no que se refere à política de custos. Em 2014, os custos operativos

totalizaram 112,7 milhões de euros, representando uma redução de 86 mil euros, ou -0,1%

face ao ano anterior.

Analisando o quadro 5, observa-se que os custos com pessoal ascenderam a 58,1 milhões

de euros, correspondendo a um acréscimo de 3,3%. Este acréscimo deve-se, sobretudo, a

uma maior dotação para o Fundo de Pensões em 1,2 milhões de euros, sendo que as

restantes rúbricas apresentam variações pouco significativas.

15

Relatório e Contas

Os gastos gerais administrativos situaram-se em 50,7 milhões de euros, correspondendo a

uma redução de 1,5%, ou 777 mil euros em montante, quando comparado com o ano

anterior. Para este controlo de custos contribuíram a redução nas rubricas de avenças e

honorários com uma poupança de 877 mil euros (-13,7%), segurança/vigilância e limpeza

com uma poupança de 681 mil euros (-58,8%) e judiciais, contencioso e notariado com uma

poupança de 541 mil euros (-21,9%). As poupanças referidas foram investidas no reforço da

marca Banco Popular, pelo que os custos com publicidade aumentaram 1,3 milhões de

euros (+49,1%).

Ao nível das dotações para amortizações do imobilizado verificou-se um comportamento

positivo (-1,1 milhões de euros, ou -23,4%) para os 3,8 milhões de euros. Foi esta

componente que contribuiu para estabilizar os custos neste exercício.

(milhares de euros)

2014 2013 Valor %

Custos com pessoal (a) 58 175 56 309 1 866 3,3

Remunerações 42 384 41 781 603 1,4

Encargos sociais 11 222 11 126 96 0,9

Fundo de pensões 3 605 2 397 1 208 50,4

Outros custos 964 1 005 - 41 -4,1

Gastos gerais administrativos (b) 50 696 51 473 - 777 -1,5

Fornecimentos de terceiros 2 631 2 742 - 111 -4,0

Rendas e alugueres 4 342 4 392 - 50 -1,1

Comunicações 4 008 4 164 - 156 -3,7

Deslocações, est. e representação 1 189 1 134 55 4,9

Publicidade e ed. de publicações 4 025 2 700 1 325 49,1

Conservação e reparação 3 761 4 170 - 409 -9,8

Transportes 1 067 1 137 - 70 -6,2

Avenças e honorários 5 543 6 420 - 877 -13,7

Judiciais, contencioso e notariado 1 932 2 473 - 541 -21,9

Informática 8 969 8 338 631 7,6

Segurança e vigilância e limpeza 478 1 159 - 681 -58,8

Mão-de-obra eventual 4 447 4 575 - 128 -2,8

Consultores e auditores externos 903 1 148 - 245 -21,3

SIBS 1 170 1 259 - 89 -7,1

Serviços prestados Grupo Banco Popular 3 422 3 283 139 4,2

Outros serviços 2 809 2 379 430 18,1

Custos de funcionamento (c=a+b) 108 871 107 782 1 089 1,0

Amortizações do exercício (d) 3 848 5 023 - 1 175 -23,4

Total (c+d) 112 719 112 805 - 86 -0,1

Variação

Quadro 5 . Custos Operativos

Quadro 6 – Custos Operativos

O rácio de eficiência operativa, que corresponde à parte do produto bancário consumida

pelos custos operativos, manteve-se praticamente inalterado (baixou de 65,7% para 65,4%).

16

Relatório e Contas

Esta percentagem resulta de uma estabilização quer do produto bancário quer dos custos

operativos. Esta evidência está refletida na figura 4.

Fig. 4 - Eficiência Operativa

(milhões de euros e % escala direita)

201

167

194

172 172

112120

114 113 113

56,2

71,8

58,7

65,7 65,4

40

60

80

100

120

0

40

80

120

160

200

240

2010 2011 2012 2013 2014

Produto bancário ( escala esquerda )

Custos operativos ( escala esquerda )

Eficiência operativa ( escala direita )

Fig. 4 - Eficiência Operativa

O peso dos custos com pessoal no produto bancário fixou-se nos 33,8%, acima dos 32,8%

verificados no exercício de 2013. O resultado operacional ascendeu, assim, a

aproximadamente 59,6 milhões de euros, mais 1,1% face ao verificado no exercício de 2013.

Resultado Líquido e Rendibilidade

O Banco Popular Portugal encerrou o exercício de 2014 com um resultado líquido positivo de

2,3 milhões de euros, depois de um resultado líquido negativo verificado em 2013 de 31,7

milhões de euros. Para este resultado contribuiram um melhor desempenho da margem

financeira, do controlo de custos e um melhor comportamento das provisões. As provisões

para crédito reduziram cerca de 37 milhões de euros, quando comparadas com o exercício

anterior e a imparidade e outras provisões líquidas reduziram cerca de 19 milhões de euros.

Foi este efeito combinado que permitiu ao Banco Popular voltar aos lucros neste exercício,

depois de 3,1 milhões de euros de impostos sobre os lucros.

17

Relatório e Contas

A figura 5 mostra a evolução, nos últimos cinco anos, do resultado antes de impostos e do

resultado líquido.

Fig. 5 - Evolução dos Resultados

(milhões de euros)

21,724,4

6,4

-51,5

5,4

15,913,4

2,7

-31,7

2,3

2010 2011 2012 2013 2014

Resultado antes de impostos Resultado líquido

Fig. 5 - Evolução dos Resultados

Pela análise conjunta da conta de resultados e do balanço é possível avaliar a

rendibilidade da atividade financeira do Banco comparando os proveitos e custos e

respetivas margens com as aplicações e os recursos que lhes dão origem. No quadro 6,

são apresentadas as contas de resultados de 2014 e o homólogo, com indicação das suas

componentes em percentagem do ativo médio total.

Em 2014, a rendibilidade de exploração foi de 0,63%, menos 2 pontos base face ao ano

anterior.

18

Relatório e Contas

(valores em milhares de euros e em % do activo líquido médio)

valores % valores % em valor % / p.p.

Proveitos das aplicações 256 131 2,73 303 812 3,35 - 47 681 -0,62

Custos dos recursos 131 408 1,40 182 564 2,01 - 51 156 -0,61

Margem Financeira 124 723 1,33 121 248 1,34 3 475 -0,01

Comissões líquidas 55 677 0,59 52 083 0,57 3 594 0,02

Outros resultados da actividade - 8 111 -0,09 - 1 616 -0,02 - 6 495 -0,07

Produto da Actividade 172 289 1,83 171 715 1,90 574 -0,07

Custos com pessoal 58 175 0,62 56 309 0,62 1 866 0,00

Gastos gerais administrativos 50 696 0,54 51 473 0,57 - 777 -0,03

Amortizações 3 848 0,04 5 023 0,06 - 1 175 -0,02

Rendibilidade de Exploração 59 570 0,63 58 910 0,65 660 -0,02

Provisões para crédito líquidas 60 954 0,65 97 953 1,08 - 36 999 -0,43

Imparidade e outras provisões líquidas - 6 828 -0,07 12 481 0,14 - 19 309 -0,21

Rendibilidade Antes de Impostos 5 444 0,06 - 51 524 -0,57 56 968 0,63

Impostos 3 161 0,03 - 19 804 -0,22 22 965 0,25

Rendibilidade Após Impostos 2 283 0,02 - 31 720 -0,35 34 003 0,37

Por memória:

Activo líquido médio ( € milhões ) 9 389 9 061 328 3,6

Recursos próprios médios (€ milhões) 706 672 34 5,1

Rendibilidade líquida dos capitais próprios - ROE (%) 0,32 -4,72 5,04 106,8

(resultado líquido/capitais próprios médios)

Rendibilidade bruta dos capitais próprios (%) 0,77 -7,67 8,44 110,0

(resultado antes de impostos/capitais próprios médios)

Cost to income (%) 65,42 65,69 -0,27 -0,4

Quadro 6 . Rendibilidade Total

2014 2013 Variação

Quadro 7 – Rendibilidade Total

Em 2014, a rendibilidade dos recursos próprios (ROE), definida como a relação entre o

resultado líquido e os recursos próprios médios, fixou-se em 0,32%, que compara com os

4,72% negativos verificados no exercício anterior. A figura 6 evidencia a evolução dos

indicadores de rendibilidade nos últimos cinco anos.

(%)

Fig. 6 - Rendibilidade do Activo e Capitais Próprios

0,17 0,130,03

-0,35

0,02

2,63 2,61

0,50

-4,72

0,32

-8,00

-6,00

-4,00

-2,00

0,00

2,00

4,00

-2,00

-1,00

0,00

1,00

2,00

2010 2011 2012 2013 2014

ROA ( escala esquerda ) ROE ( escala direita )Fig. 6 - Rendibilidade

do Ativo e Capitais Próprios

19

Relatório e Contas

Aplicações e recursos

Ativos totais

Os balanços relativos ao final do exercício de 2014 e do exercício anterior encontram-se

apresentados resumidamente no quadro 7. No capítulo Contas Anuais, os mesmos são

apresentados de acordo com o modelo definido pelo Banco de Portugal.

A 31 de dezembro de 2014, o ativo líquido do Banco Popular ascendeu a cerca de 8.406

milhões de euros, menos 816 milhões de euros quando comparado com o exercício de

2013, representando um decréscimo de 8,9%.

Qua

(milhares de euros)

2014 2013Valor %

Ativo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 134 283 54 114 80 169 148,1

Disponibilidades em outras instituições de crédito 80 219 174 427 - 94 208 -54,0

Ativos financeiros detidos para negociação 78 280 73 843 4 437 6,0

Outros Ativos financ. justo valor através de resultados 0 24 983 - 24 983 -100,0

Ativos financeiros disponíveis para venda 1 879 094 1 704 136 174 958 10,3

Aplicações em instituições de crédito 197 962 1 268 822 -1 070 860 -84,4

Crédito a clientes 5 775 248 5 510 349 264 899 4,8

(-) Provisões específicas de Crédito - 316 465 - 260 893 - 55 572 -21,3

Derivados de cobertura 0 103 - 103 -100,0

Ativos não correntes detidos para venda 20 747 20 747 0 0,0

Outros Ativos tangíveis 70 631 82 381 - 11 750 -14,3

Ativos intangíveis 71 172 - 101 -58,7

Ativos por impostos diferidos 75 226 72 175 3 051 4,2

Ativos por impostos correntes 3 566 3 566 0 0,0

Outros Ativos 406 986 493 248 - 86 262 -17,5

Total de Ativo 8 405 848 9 222 173 - 816 325 -8,9

Passivo

Recursos de bancos centrais 900 003 1 306 839 - 406 836 -31,1

Passivos financeiros detidos para negociação 43 845 29 629 14 216 48,0

Recursos de outras instituições de crédito 2 065 409 1 919 736 145 673 7,6

Recursos de clientes 4 114 903 4 216 578 - 101 675 -2,4

Responsabilidades representadas por títulos 317 251 865 255 - 548 004 -63,3

Derivados de cobertura 142 258 101 883 40 375 39,6

Provisões 52 575 51 054 1 521 3,0

Passivos por impostos correntes 1 817 0 1 817 0,0

Passivos por impostos diferidos 25 793 4 060 21 733 535,3

Outros passivos 38 789 61 251 - 22 462 -36,7

Total de Passivo 7 702 643 8 556 285 - 853 642 -10,0

Capital

Capital 476 000 476 000 0 0,0

Prémios de emissão 10 109 10 109 0 0,0

Reservas de reavaliação - 2 285 - 54 143 51 858 95,8

Outras reservas e resultados transitados 217 098 265 642 - 48 544 -18,3

Resultado do exercício 2 283 - 31 720 34 003 107,2

Total de Capital 703 205 665 888 37 317 5,6

Total de Passivo + Capital 8 405 848 9 222 173 - 816 325 -8,9

Variação

Quadro 7 . Balanço Individual

dro 8

– Balanço Individual

20

Relatório e Contas

O Banco Popular faz, igualmente, a gestão de outros recursos de clientes aplicados em

instrumentos de investimento, poupança e reforma, cujo montante ascendia, no final do

ano de 2014, a 985 milhões de euros, os quais registaram um crescimento superior a 15%,

face ao ano de 2013.

Desta forma, os ativos totais geridos pelo Banco atingiam, no final do exercício de 2014, os

9.391 milhões de euros, registando um aumento de 6,8%, quando comparado com o

exercício anterior.

(milhões de euros)

Fig. 7 - Activos Totais sob Gestão (Valores de f inal de ano)

10.2339.634

8.867 9.2228.406

719

624

698856

985

2010 2011 2012 2013 2014

Activos Fora deBalanço

Activos Totaisde Balanço

Fig. 7 - Ativos Totais sob Gestão

Recursos de clientes

Com referência a 31 de dezembro de 2014, o montante global de recursos de clientes

dentro e fora de balanço atingiu 5.100 milhões de euros, mais 0,5% relativamente ao ano

anterior. A figura 8 apresenta a evolução dos recursos totais de clientes nos últimos 5

anos.

(milhões de euros)

Fig. 8 - Recursos de Clientes

3.5584.154 3.907

4.217 4.115

719

624698

856 985

2010 2011 2012 2013 2014

Recursos de Balanço

Produtos de Desintermediação

Fig. 8 - Recursos de

21

Relatório e Contas

Os recursos de balanço, essencialmente, depósitos de clientes, atingiram um total de

aproximadamente 4.115 milhões de euros, correspondente a um decréscimo de 2,4%, face

ao exercício anterior.

Os depósitos à Ordem registaram um acréscimo muito significativo de cerca de 163

milhões de euros, ou 21,9% passando de 743,9 milhões de euros para 906,9 milhões de

euros. Comportamento contrário foi verificado nos depósitos a Prazo com uma queda de

aproximadamente 245,2 milhões de euros, representando uma descida de 7,2%.

(milhares de euros)

2014 2013

Valor %

RECURSOS :

Depósitos 4 081 525 4 164 419 - 82 894 -2,0

Depósitos à ordem 906 921 743 941 162 980 21,9

Depósitos a prazo 3 170 379 3 415 576 - 245 197 -7,2

Depósitos poupança 4 225 4 902 - 677 -13,8

Cheques e ordens a pagar e outros recursos 5 822 14 160 - 8 338 -58,9

Juros a pagar 27 556 37 999 - 10 443 -27,5

RECURSOS DE BALANÇO ( a ) 4 114 903 4 216 578 - 101 675 -2,4

Recursos de desintermediação

Fundos de investimento 235 156 269 200 - 34 044 -12,6

Seguros de investimento e capitalização 559 022 429 634 129 388 30,1

Seguros de reforma 86 575 90 136 - 3 561 -4,0

Gestão de carteiras 104 510 67 488 37 022 54,9

RECURSOS FORA DE BALANÇO ( b ) 985 263 856 458 128 805 15,0

RECURSOS TOTAIS ( a + b ) 5 100 166 5 073 036 27 130 0,5

Variação

Quadro 8 . Recursos de clientes

Quadro 9 – Recursos de Clientes

Os recursos fora de balanço, que incluem as aplicações em fundos de investimento, os

planos de poupança-reforma, os recursos captados através de seguros de investimento e

os patrimónios geridos através da banca privada, registaram um crescimento de 15%,

passando de 856,5 milhões de euros em 2013 para cerca de 985,3 milhões de euros no

final de 2014. A evolução positiva desta componente deveu-se ao crescimento dos seguros

financeiros em cerca de 129 milhões de euros, ou mais 30,1% e da gestão de carteiras em

37 milhões de euros, ou 54,9%, conforme pode ser observado no quadro anterior.

O Banco Popular Portugal era, a 31 de dezembro de 2014, o banco depositário de 14

fundos de investimento administrados pela Popular Gestão de Ativos, cuja carteira total

ascendia, nessa data, a mais de 235 milhões de euros. No quadro 9, são apresentados os

patrimónios de cada um dos fundos de investimento geridos, nos últimos dois anos, e na

22

Relatório e Contas

figura 9 a evolução, nos últimos 5 anos, do montante sob gestão em fundos de

investimentos, bem como das carteiras privadas sob gestão.

(milhares de euros)

2014 2013

Fundos Valor %

Popular Valor 0 2 598 - 2 598 -100,0

Popular Acções 10 417 4 284 6 133 143,2

Popular Euro Obrigações 20 880 14 548 6 332 43,5

Popular Global 25 37 007 18 289 18 718 102,3

Popular Global 50 30 566 12 770 17 796 139,4

Popular Global 75 15 615 6 299 9 316 147,9

Popular Tesouraria 14 851 4 191 10 660 254,4

Popular Objectivo Rendimento 2015 2 220 2 418 - 198 -8,2

Popular Economias Emergentes - FEI F 0 8 259 - 8 259 -100,0

Pop. Economia Emergentes II - FEI F 0 9 945 - 9 945 -100,0

Popular Private Multiactivos 2 144 3 398 - 1 254 -36,9

Pop. Obrig. Ind. Emp. Alem. e EUA 0 5 859 - 5 859 -100,0

Pop. Obrig. Ind. Ouro (Londres) 3 960 3 971 - 11 -0,3

Popular Objectivo Rendimento 2021 1 291 0 1 291 100,0

Popular Predifundo 11 522 13 239 - 1 717 -13,0

ImoPopular 21 135 22 629 - 1 494 -6,6

ImoPortugal 0 22 836 - 22 836 -100,0

Imourbe 10 925 14 161 - 3 236 -22,9

Popular Arrendamento FIIFAH 52 621 99 506 - 46 885 -47,1

Total 235 154 269 200 - 34 046 -12,6

Variação

Quadro 9 . Carteira dos Fundos de Investimento ( valor patrimonial )

Quadro 10 – Carteira de Fundos de Investimento

O Banco Popular comercializa, igualmente, planos de poupança-reforma e seguros de

investimento da Eurovida, na qual detém uma participação no capital. Na figura 10 é

apresentada a evolução dos montantes aplicados nesses produtos, nos últimos 5 anos.

Fig. 9 - Carteira de Fundos de Investimento

(milhões de euros )

e Carteiras Privadas sob Gestão(milhões de euros)

Fig. 10 - Património Seguros Financeiros

129

93

65 67

105

212

176 173

269235

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

2010 2011 2012 2013 2014

Carteiras Privadas sob Gestão

Património F. Investimento

11398 96 90 87

267258

364

430

559

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

2010 2011 2012 2013 2014

Planos Poupança Reforma

Seguros de InvestimentoFig. 9 -

Carteira de Fundos de Investimento

Fig. 10 - Património Seguros Financeiros

23

Relatório e Contas

Crédito a clientes

O crédito concedido a clientes ascendia, no final de 2014, a mais de 5.775 milhões de euros,

representando 68,7% do total do ativo, ou 64,9% se deduzidas as provisões específicas de

crédito. O crédito a empresas e administrações públicas situava-se perto dos 3.182 milhões

de euros (excluindo outros crédito titulados e crédito vencido), correspondendo a 62,6% do

crédito concedido.

No quadro seguinte pode ser observada a composição do crédito concedido a clientes nos

dois últimos exercícios.

(milhares de euros)

2014 2013

Valor %

Crédito concedido ( a )

Empresas e Administrações Públicas 3 181 880 3 092 054 89 826 2,9

Particulares 1 902 445 1 870 285 32 160 1,7

Habitação 1 511 573 1 468 891 42 682 2,9

Consumo 40 305 45 782 - 5 477 -12,0

Outras finalidades 350 567 355 612 - 5 045 -1,4

Total 5 084 325 4 962 339 121 986 2,5

Outros créditos (Titulados) ( b ) 352 773 267 000 85 773 32,1

Juros e comissões a receber ( c ) 8 700 8 188 512 6,3

Crédito e juros vencidos ( d )

Até 90 dias 15 526 19 757 - 4 231 -21,4

Mais de 90 dias 313 924 253 065 60 859 24,0

Total 329 450 272 822 56 628 20,8

Crédito Total Bruto ( a + b + c + d ) 5 775 248 5 510 349 264 899 4,8

Provisões Específicas de Crédito 316 465 260 893 55 572 21,3

Crédito Total Líquido 5 458 783 5 249 456 209 327 4,0

Variação

Quadro 10 . Crédito sobre Clientes

Quadro 11 – Crédito sobre Clientes

O aumento do crédito concedido deve-se a uma subida de cerca de 86 milhões de euros, ou

32,1% nos outros créditos titulados e a uma subida de cerca de 122 milhões de euros, ou

2,5% no crédito concedido, grande parte deste, 74%, a empresas administrações públicas e

os restantes 26% a particulares. O crédito a empresas e administrações públicas registou

um aumento de superior a 89,8 milhões de euros, ou 2,9%, representando 55,1% do crédito

total bruto. O crédito a particulares representava 32,9% do crédito total bruto, tendo

registado um crescimento de 1,7%, mais 32 milhões de euros. Para este aumento do crédito

a particulares contribuiu, essencialmente, o aumento do crédito à habitação em 2,9%, ou

cerca de 42,7 milhões de euros.

24

Relatório e Contas

Pela análise da figura 11, verifica-se a evolução do crédito total nos últimos cinco anos.

Fig. 11 - Crédito sobre Clientes

(milhões de euros)

7.855

6.5306.021

5.510 5.775

2010 2011 2012 2013 2014

Fig. 11 - Crédito

O montante do crédito e juros vencidos atingiu, no final de 2014, um valor superior a 329

milhões de euros, mais 20,8% face ao final de 2013. Este crédito representava 5,70% do

crédito total. Considerando apenas o crédito vencido há mais de 90 dias, este indicador

situa-se nos 5,44%.

O total do crédito em incumprimento ascendia, no final de 2014, a mais de 447,3 milhões

de euros, representando cerca de 7,8% do crédito total.

Quadro 12 – Crédito Venci

(milhares de euros)

2014 2013

Valor % / p.p.

Crédito e juros vencidos 329 450 272 822 56 628 20,8

Crédito vencido há mais de 90 dias (a) 313 924 253 065 60 859 24,0

Crédito de cobrança duvidosa reclassificado como vencido (b) 133 405 158 027 -24 622 -15,6

Crédito em incumprimento (a+b) 447 329 411 091 36 238 8,8

Crédito vencido / crédito total (%) 5,70 4,95 0,75

Crédito vencido há mais de 90 dias / crédito total (%) 5,44 4,59 0,85

Crédito em incumprimento / crédito total (%) 7,75 7,46 0,29

Crédito em incumprimento líquido / crédito total líquido (%) 2,54 2,91 -0,37

Provisões para risco de Crédito (específicas e genéricas) 366 049 310 070 55 979 18,1

Rácio de Cobertura (%) 111,1 113,7 -2,6

por memória:

Crédito total 5 775 248 5 510 349 264 899 4,8

Variação

Quadro 11. Crédito Vencido e Crédito em Incumprimento

do e em Incumprimento

25

Relatório e Contas

No final de 2014, as provisões para riscos de crédito ascendiam a 366 milhões de euros,

garantindo um rácio de cobertura de 111,1%.

Proposta de aplicação dos resultados

Em conformidade com os Estatutos, o Conselho de Administração propõe que o lucro

apurado no exercício de 2014, no valor de 2.282.543,23 euros tenha a seguinte aplicação:

- Para Reserva Legal Euros 229.000,00

- Para Outras Reservas Euros 2.053.543,23

Perspectivas para 2015

Perspetiva-se que 2015 possa vir a ser um ano de viragem em termos de crescimento do

investimento em Portugal. Em termos institucionais a pertença do Banco Popular Portugal a

um Grupo sólido confere robustez e solvabilidade para conseguir reforçar os atuais pontos

fortes, mitigando as ameaças e os pontos fracos, ao mesmo tempo que se lança o desafio

de converter em negócio as oportunidades oferecidas pelo mercado.

Será necessário continuar a apostar num incremento sustentado da base de clientes, tanto

em empresas como em particulares e aumentar o número de produtos detidos por cliente

para potenciar o aumento da rentabilidade dos mesmos.

Nestes últimos anos, o Banco Popular tem vindo a reforçar a sua estratégia de proximidade

ao cliente, com especial enfoque no apoio às PME. Toda a estrutura tem sido reajustada e

orientada para o cumprimento deste propósito, nomeadamente através da gestão separada

da área comercial relativamente à área de gestão de ativos pouco rentáveis, libertando a

rede para a atividade de captação e gestão da atividade comercial.

No entanto, ambicionar ser um Banco de referência para Empresas, não anula o facto de o

Banco Popular querer continuar a ser um Banco com uma oferta para as famílias, estando

preparado para responder às necessidades de todos os clientes. Aliás, os particulares

assumem um papel muito importante do ponto de vista de financiamento da atividade

empresarial, pelo facto de constituírem uma fonte de funding estável.

26

Relatório e Contas

Por esse motivo o Banco assentará quatro grandes objetivos estratégicos:

• Incremento do negócio

• Aumento da base de Clientes

• Reforço do posicionamento de Banco para Empresas

• Aumento da vinculação e rentabilidade

Esta estratégia assenta muito na potenciação da captação de todos os stakeholders do

universo empresarial, nomeadamente, clientes, fornecedores, colaboradores, sócios e

parceiros.

Em 2015, continuará a aposta na disponibilização de serviços e ferramentas revestidos de

portabilidade que permitam ao Cliente Popular estar em contacto com o seu Banco, de forma

rápida e simples.

No que respeita à comunicação, no ano de 2015 pretende-se dar continuidade à estratégia

nos últimos anos, reafirmando da vocação do Banco Popular como um dos melhores bancos

para Empresas. A comunicação irá estar assente numa estratégia integrada a 360º, visando

aumentar a visibilidade, cobertura e frequência, numa lógica always on.

Gestão do risco

A gestão de risco para o Banco Popular Portugal tem vindo a assumir uma acrescida

importância, em alinhamento com a política corporativa do Grupo em que se encontra

inserido, ocorrendo um envolvimento direto da alta direção na definição de políticas de risco

destinadas a garantir a estabilidade do Banco, a viabilidade a curto, médio e longo prazo, e

quando aplicável a otimização da relação risco versus rentabilidade.

O Banco possui um conjunto de linhas orientadoras e políticas para cada categoria de risco

que assentam, essencialmente, na identificação dos riscos, na sua avaliação qualitativa e

quantitativa e posterior definição de prioridades, na determinação de planos de ação e

posterior monitorização do risco desde a análise até ao nível aceite pela instituição.

Pretende-se que estas linhas de orientação estejam alinhadas com os seguintes princípios

de gestão do risco definidos para o Banco:

Estratégia da organização influenciada pelo grau de exposição ao risco;

Envolvimento de toda a organização no esforço de gestão de risco;

27

Relatório e Contas

Transparência na comunicação interna e externa dos riscos.

O objetivo de desenvolver processos de gestão de risco é permitir ao Banco atingir com

sucesso a sua missão, através de um controlo adequado dos riscos inerentes à sua

atividade. Paralelamente, o Banco procura adaptar a sua estrutura organizativa, visando

uma adequada segregação de funções, enquanto mitigadora de risco.

Estrutura e linhas de reporte

A estrutura de gestão de risco adota a metodologia “três linhas de defesa”, como ilustra e

explica a figura seguinte:

Desta forma, as três linhas de defesa são representadas pelas seguintes estruturas internas:

(i) primeira linha de defesa pela Gestão de Risco (GR); (ii) segunda linha de defesa pelo

Compliance e Controlo Operativo e (iii) como terceira linha de defesa a atuação da Auditoria

Interna.

A responsabilidade pela definição e implementação do sistema de gestão do risco é do

Conselho de Administração, ainda que muitas das atividades inerentes a este processo

estejam delegadas a outras áreas da organização.

As linhas de reporte são estabelecidas entre as diversas unidades de negócio, incluindo a

função de auditoria interna, com reportes mensais à Gestão do Risco em relação ao estado

28

Relatório e Contas

dos controlos para gerir os riscos e mudanças nos objetivos e riscos. A GR reporta ao

Comité Executivo a monotorização efetuada sobre os diferentes riscos.

Risco de Crédito e de Concentração

Este risco nasce da possível perda causada pelo incumprimento das obrigações contratuais

das contrapartes do Banco. No caso dos financiamentos, é consequência da não

recuperação do capital, juros e comissões, nos termos da dívida, prazos e demais condições

estabelecidas nos contratos. No que se refere a riscos fora de balanço, deriva do

incumprimento pela contraparte das suas obrigações perante terceiros, o que implica que o

Banco os assuma como próprios em função do compromisso contraído.

O risco de crédito do Banco é resultante essencialmente da sua atividade de banca

comercial, a sua principal área de negócio. O total de crédito ascendia a cerca 5.775 milhões

de euros no final de dezembro de 2014, com uma subida intranual de cerca de 4,81%.

O crédito a clientes é o principal ativo do Banco, representando cerca de 65% do seu ativo

líquido. Em 31 de dezembro de 2014, cerca de 69,8% da carteira dizia respeito a crédito a

empresas (maioritariamente PME).

Segmentação da carteira por tipo de contraparte

A evolução do rácio de crédito em incumprimento, conforme ilustrado abaixo, deve-se

essencialmente ao atual contexto macroeconómico e não obstante o efeito do enfoque dado

em termos de gestão, à recuperação do crédito, a evolução ainda foi ligeiramente negativa,

tendo atingido os 7,8% no final de 2014.

Por outro lado, face a algum acentuar da antiguidade que a carteira de crédito em situação

de incumprimento já apresenta, denota-se um aumento do respectivo nível médio de

provisionamento e, consequentemente do rácio de cobertura da mesma.

29

Relatório e Contas

Evolução do crédito em incumprimento

Principais áreas de atuação em 2014

Ao longo do ano de 2014, a gestão de risco, no que respeita ao risco de crédito, incidiu

essencialmente sobre os aspetos enunciados ao longo dos próximos parágrafos.

Implementação de modelos internos de avaliação de risco

Em articulação com o Grupo, foi dada continuidade ao processo de convergência dos

modelos às especificidades portuguesas, que se pretende venha a culminar a curto prazo na

apresentação de candidatura, junto da entidade supervisora, à utilização de modelos

internos para cálculo de requisitos de fundos próprios para risco de crédito.

Como ponto de partida, foi adoptada uma nova definição de default, em conformidade com o

Regulamento n.º 575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Junho de 2013

(CRR). Esta definição de incumprimento do devedor, que serve igualmente para efeitos do

cálculo de ativos ponderados pelo risco (RWA), para além de critérios quantitativos,

contempla agora critérios qualitativos, bem como aspectos de contágio ou de materialidade

das exposições.

A implementação na gestão dos modelos continuou a ser uma ferramenta fundamental de

auxílio na decisão de crédito, sendo parte integrante da mesma os poderes de decisão das

agências, tendo por base os níveis de risco atribuídos pelos modelos. Em complemento, é

ainda de referir que, o processo de decisão de crédito no âmbito dos órgãos centrais já

30

Relatório e Contas

considera uma diferenciação de poderes em função do nível de risco atribuído pelos

modelos de rating.

Por outro lado, além do auxílio na decisão de crédito, os modelos de scoring e de rating

continuam a ser utilizados para o acompanhamento do risco de crédito e na elaboração de

informação para a gestão sobre o perfil de risco da carteira, uma vez que, face à atualização

mensal das respetivas notações de risco, é possível identificar os clientes com risco mais

elevado ou com maior degradação num determinado período de tempo, permitindo um

acompanhamento mais próximo e rápido de eventuais situações de alerta.

Modelo de Imparidade de Crédito

O Banco tem implementado um modelo interno de imparidade de crédito, que lhe permite

dar resposta à necessidade de apresentação dos relatórios de imparidade, bem como aferir

mensalmente da qualidade do crédito que concede e do acompanhamento do mesmo.

Este modelo é acompanhado pela Gestão de Risco e, após revisão dos auditores externos,

é semestralmente reportado ao Banco de Portugal no âmbito do Relatório de Imparidade,

onde é descrita de forma pormenorizada toda a metodologia deste modelo.

Desde a sua criação, o Banco tem procedido a revisões regulares do modelo, que visam

essencialmente refletir, não só alterações ao contexto macroeconómico, mas também a

evolução que a sua carteira de crédito apresenta.

Atendendo ao facto do modelo existente contemplar um excelente indicador da qualidade do

crédito, o conceito de Probability of Default (PD) é utilizado na gestão corrente do Banco. Em

rigor, pode afirmar-se que a PD incorpora dois aspectos fundamentais: a qualidade do

crédito concedido e a qualidade do acompanhamento do cliente ao longo do ciclo de vida

das operações.

De salientar que, durante o primeiro semestre de 2014, o Banco deu início a um processo de

revisão substancial do seu modelo de imparidade de crédito, processo este que culminará a

curto prazo com um novo modelo de estimativa de LGD’s. Estes aspectos, bem como toda a

descrição da metodologia, e resultados obtidos, encontram-se detalhadamente descritos na

nota 47 a este relatório.

31

Relatório e Contas

No âmbito dos exercícios regulares de stress-test, o valor de imparidade estimada para o

triénio é sujeito a análise de cenário e de sensibilidade, em função da incorporação no

modelo das variáveis macroeconómicas definidas pelo Banco de Portugal.

Risco de Concentração

A gestão e o acompanhamento do risco de concentração são da responsabilidade da GR,

que assegura a manutenção e implementação de políticas e procedimentos apropriados

para monitorizar e gerir o risco de concentração de crédito. É igualmente responsável pelo

acompanhamento dos poderes delegados em matéria de risco de concentração e reporte

regular sobre risco de concentração ao Conselho de Administração.

O Banco tem definida uma estrutura de limites com o objetivo de manter um nível de

exposição alinhado com o seu perfil de risco e uma adequada diversificação da carteira de

crédito.

Os limites presentemente instituídos para risco de concentração de crédito são explicitados

com rigor na nota 47 a este relatório.

Índice de “Herfindahl”

De forma a estimar o capital interno necessário para fazer face ao risco de concentração, o

Banco recorre à metodologia publicada pelo Banco de Portugal, na sua Instrução n.º 5/2011,

que assenta no cálculo do Índice de “Herfindahl”.

Carteira de títulos

A carteira de títulos (incluindo ativos financeiros disponíveis para venda e outros ativos

financeiros ao justo valor através de resultados) ascendia no final de 2014 a cerca de 1,9 mil

milhões, representando cerca de 22,8% do total do ativo líquido do Banco. No gráfico

abaixo, resumimos a tipologia de ativos que compõe a carteira de títulos:

32

Relatório e Contas

Carteira de Títulos

Risco de mercado

O risco de mercado é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos

nos resultados ou no capital, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos

instrumentos da carteira de negociação, provocados por flutuações em cotações de ações,

taxas de juro e taxas de câmbio.

Tendo em consideração que a medição e gestão do impacto da variação das taxas de juro

no balanço do Banco são realizadas de forma separada, através do Risco de Taxa de Juro

Estrutural do Balanço e dada a atividade do Banco e estrutura do seu balanço, o risco de

mercado limita-se ao efeito da variação do preço dos títulos que compõem a sua carteira.

Em 31 de dezembro de 2014, a carteira de títulos do Banco ascendia a cerca de 1.918

milhões de euros, dos quais cerca de 1.879 Milhões de euros estavam classificados como

ativos financeiros disponíveis para venda.

Risco Cambial

O risco cambial é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos

resultados ou no capital, devido a movimentos adversos nas taxas de câmbio, provocados

por alterações no preço de instrumentos que correspondam a posições abertas em moeda

estrangeira ou pela alteração da posição competitiva da instituição devido a variações

significativas das taxas de câmbio.

A atividade em moeda estrangeira consiste em efetuar transações com a casa-mãe, na

sequência de operações com clientes. Neste contexto, a posição cambial global é

tendencialmente nula, pelo que, qualquer impacto nos resultados do Banco como resultado

de variações nos preços das moedas (essencialmente o Dólar Americano) é imaterial.

O Banco recorre a metodologia VaR como instrumento de gestão da sua posição em moeda

estrangeira, utilizando o método padrão para cálculo dos requisitos de fundos próprios.

33

Relatório e Contas

Risco operacional

O Banco Popular Portugal interpreta o Risco Operacional tal como o define o acordo de

Basileia II ou seja, o risco de perdas resultantes da aplicação inadequada ou negligente de

procedimentos internos, de comportamentos das pessoas e de inadequado funcionamento

de sistemas ou de causas externas.

O processo de gestão assenta numa análise por área funcional inventariando os riscos

inerentes às funções e tarefas específicas de cada órgão da estrutura.

Envolvendo toda a organização, o modelo de gestão é assegurado pelas seguintes

estruturas:

Comité Executivo (CE) – estrutura da alta direção responsável primeiro pelas

orientações e políticas de gestão, estabelecimento e acompanhamento dos limites de

apetite e tolerância ao risco.

Gestão de Risco (GR) – Este órgão da estrutura, integra uma unidade orgânica

dedicada exclusivamente à gestão do risco operacional. Tem a responsabilidade da

dinamização e coordenação das restantes estruturas na aplicação das metodologias

e utilização das ferramentas corporativas de suporte ao modelo.

Responsáveis de Risco Operacional (RRO) – Abrangendo a base da organização,

são elementos nomeados pelas hierarquias de cada unidade orgânica aos quais

compete o papel de facilitador e dinamizador do modelo de gestão do risco

operacional.

No processo de gestão do risco operacional, assumem ainda papel relevante as estruturas

de auditoria interna, controlo interno e segurança do Banco.

A metodologia adoptada, em alinhamento estreito com a da casa-mãe, caracteriza-se pelos

seguintes componentes ou fases constituintes do ciclo de gestão do risco:

1. Identificação

a. Descritivo de Funções e Mapas de Riscos e Controlos

Sob a orientação da GR todas as áreas funcionais do Banco reúnem estes

suportes documentais baseados em modelos e questionários especialmente

concebidos para este efeito.

b. Recolha de eventos de risco operacional

Por processos maioritariamente automáticos, todas as perdas verificadas por

motivos enquadráveis na definição de risco operacional são registadas e

catalogadas em base de dados específica, cumprindo padrões definidos com

vista à qualidade e integridade da informação.

34

Relatório e Contas

2. Avaliação

Com o objetivo de medir a exposição da instituição ao risco operacional, com

carácter periódico é efetuado pelos responsáveis de risco operacional um exercício

de autoavaliação com vista à atribuição de valores potenciais de frequência e

impacto aos riscos identificados em cada área funcional.

Da conjugação destes valores com os da avaliação da eficiência e aplicação dos

procedimentos de controlos resulta um valor de risco residual que permite à gestão

identificar as áreas e processos de maior fragilidade e necessidade de intervenção.

Desta avaliação, em função dos impactos médios estimados para cada um dos

fatores de risco, entende-se que o Banco apresenta um perfil de Risco moderado.

Riscos por impacto esperado

´

3. Monitorização

a. Indicadores de risco (KRI’s)

Na medida em que se revele pertinente são desenvolvidos mecanismos de alerta

sobre indicadores que possam permitir identificar situações de risco

b. Reporte

Estão implementados circuitos regulares de reporte do Risco Operacional aos

diversos intervenientes na sua gestão, nomeadamente à alta direção e aos

responsáveis de Risco Operacional relativamente às suas áreas funcionais com

o objetivo de dar a conhecer as principais causas e origens das perdas

verificadas.

Mensalmente são apresentados em Comité de Controlo Interno e Risco

Operacional as situações mais relevantes permitindo a respectiva análise e a

adoção das mais adequadas medidas mitigantes.

35

Relatório e Contas

O Banco Popular Portugal calcula desde 31 de dezembro de 2014 os seus requisitos de

fundos próprios para cobertura de risco operacional segundo o método padrão, ou

método standard (TSA).

Situação quantitativa

No final de 2014 as perdas identificadas e enquadradas em Risco Operacional no Banco

atingiram cerca de 9% da sua capacidade de absorção de perdas desta natureza,

considerando esta o valor de fundos próprios para cobertura de Risco Operacional

apurados segundo a metodologia standard no final do mesmo ano.

As perdas verificadas distribuem-se da seguinte forma pelas tipologias definidas por

Basileia II:

Frequência da ocorrência:

Distribuição dos impactos (perdas liquidas):

36

Relatório e Contas

Tendo presente a orientação do Banco de Portugal na Instrução 4/2011 que refere que as

instituições devem considerar o Risco Operacional nos seus de testes de esforço e não se

tendo identificado na base de dados de eventos, uma correlação direta com um ambiente

macroeconómico adverso, o Banco Popular optou por efetuar um exercício de stress-test

assente no tratamento estatístico do seu histórico de eventos, apresentando-o no âmbito do

reporte regular ao Banco de Portugal.

Risco e taxa de juro estrutural de balanço

Este risco define-se como o risco originado pelas flutuações das taxas de juro e é estimado

através da análise aos vencimentos e reapreciações das operações de ativo e passivo do

balanço.

O risco de taxa de juro no Banco Popular Portugal é medido utilizando a metodologia

Repricing GAP.

Esta metodologia consiste em medir as exposições, por prazos desfasados de vencimento e

reapreciações entre os fluxos de caixa de ativo e de passivo. De um modo sucinto, este

modelo agrupa aqueles ativos e passivos em intervalos temporais fixos (datas de

vencimento ou de próxima revisão de taxa de juro, quando indexada), a partir dos quais

calcula um impacto potencial sobre a margem financeira.

Neste quadro, este modelo considera um cenário em que existe um impacto imediato nas

taxas de juro, pelo que, na data de revisão das taxas de juro, quer das operações ativas,

quer das operações passivas, as novas taxas passam a incorporar esse efeito.

Para além do exercício regular de avaliação de risco de taxa de juro de acordo com a

Instrução n.º 19/2005 do Banco de Portugal, na qual são medidos os impactos provocados

por uma deslocação da curva de rendimentos em 200 pontos base (p.b.), quer na situação

líquida, quer na margem, no âmbito do exercício de stress-test, o Banco efetua análises de

sensibilidade aos seguintes parâmetros:

Deslocamento paralelo da curva de rendimentos em 100 p.b.;

Alteração da inclinação da curva de rendimentos em 100 p.b..

Risco de liquidez

Através do controlo do risco de liquidez, o Banco procura assegurar que dispõe de fundos

para fazer face, em cada momento, às suas obrigações de pagamento e, dessa forma,

minimizar o risco de incorrer em perdas por não conseguir cumprir essas obrigações. O

Banco está exposto a desembolsos diários de recursos monetários decorrentes de contas

correntes, empréstimos e garantias, necessidades de contas margem e outras relacionadas

com o normal funcionamento de uma instituição bancária.

37

Relatório e Contas

A fonte privilegiada de financiamento do Banco são os depósitos de clientes,

complementada pelo recurso ao mercado de capitais através de emissões obrigacionistas e

pelo mercado interbancário, onde privilegiamos operações com o Grupo Banco Popular. O

Banco procura assegurar, em paralelo, a existência de outras fontes de financiamento,

selecionadas cuidadosamente para cada prazo em função do seu pricing, estabilidade,

rapidez de acesso, profundidade e em conformidade com as políticas de gestão do risco

definidas. O processo de gestão de liquidez, como efetuado no Banco, inclui:

- As necessidades de funding diárias são geridas pela monitorização dos fluxos de caixa

futuros de modo a garantir que os requisitos são cumpridos. Isto inclui reposição de fundos à

medida que maturam ou são emprestados a clientes;

- Manutenção de uma carteira de ativos com elevada liquidez que possam ser facilmente

liquidados como proteção contra qualquer interrupção imprevista de fluxos de caixa;

- Monitorização de rácios de liquidez tendo em conta os requisitos externos e internos;

- Gestão da concentração e perfil das maturidades da dívida, recorrendo ao GAP de liquidez.

A monitorização e relato assumem a forma de mensuração de fluxos de caixa e projeções

para o dia, semana e mês seguinte, uma vez que estes são períodos importantes na gestão

de liquidez. O ponto de partida para estas projeções é uma análise da maturidade contratual

dos passivos financeiros e da data expectável de realização dos fluxos de caixa dos ativos.

A tesouraria também monitoriza o grau de compromissos de concessão de crédito não

utilizados, o uso de facilidades de descoberto e o impacto de passivos contingentes como

cartas de crédito e garantias.

No que diz respeito à análise ao risco de liquidez, para além das obrigações a que está

sujeito para com o Banco de Portugal, nos termos da instrução nº 13/2009, o Banco recorre

ainda ao conceito de GAP de liquidez, ou seja, a partir do balanço do Banco, em 31 de

dezembro de 2014, tendo por base os vencimentos das operações ativas e passivas, obtém-

se um diferencial entre os vencimentos referidos (positivo ou negativo) segundo os prazos

residuais de vencimento das operações que se denominam GAP’s de Liquidez.

O Banco calcula igualmente o LCR (Liquidity Coverage Ratio) e o NSFR (Net Stable Funding

Ratio), com o objetivo de monitorizar a evolução da liquidez e de efetuar o respetivo reporte

às autoridades de supervisão.

Risco de Reputação

O risco de reputação é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos

nos resultados ou no capital, decorrente duma percepção negativa da imagem pública da

38

Relatório e Contas

instituição, fundamentada ou não, por parte de clientes, fornecedores, analistas financeiros,

colaboradores, investidores ou pela opinião pública em geral.

Potenciais impactos negativos na reputação do Banco poderão advir de falhas na gestão e

controlo dos riscos explicitados anteriormente. Neste âmbito, o Banco considera que o

sistema de governo interno instituído, as politicas e procedimentos em vigor são adequadas

e permitem prevenir e minimizar o risco de reputação nas suas diversas vertentes.

A principal fonte e mais facilmente identificável, deste tipo de risco, é o risco legal. Neste

âmbito, no Banco Popular Portugal, as áreas de Compliance e de Controlo preocupam-se

pelo cumprimento do normativo legal vigente, avaliando e procurando prevenir os possíveis

riscos de incumprimento relevantes, desde o ponto de vista económico ou de reputação.

Risco Imobiliário

O risco imobiliário é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos

resultados ou no capital, devido a eventuais contingências sobre os ativos imobiliários

registados na carteira própria e inerente volatilidade do mercado imobiliário.

O Banco incorre em risco imobiliário decorrente da carteira própria de ativos imobiliários cujo

valor líquido, em 31 de dezembro de 2014, ascende a cerca de 112,1 milhões de euros,

representando cerca de 1,3% do ativo líquido do Banco. Trata-se de ativos que vieram para

a posse do Banco, no seguimento de execuções judiciais ou dações em pagamento, para

liquidação de dívidas de crédito (essencialmente crédito à construção/promoção imobiliária e

crédito à habitação).

No momento da dação ou aquisição ou adjudicação judicial, para liquidação da divida, para

as operações materialmente relevantes são sempre solicitadas avaliações independentes a

empresas externas. Posteriormente, são efetuadas avaliações de acordo com a

periodicidade definida pelo Banco de Portugal ou em período intercalar se houver alguma

indicação de desvalorização do imóvel.

No âmbito do exercício de stress-test é efetuada a análise de sensibilidade e impacto no

consumo de capital provocado pela descida dos preços do mercado imobiliário.

39

Relatório e Contas

Qualidade e Inovação

“Qualidade de Serviço - Uma Cultura de Compromisso com os Clientes

O Banco Popular Portugal, ciente de que uma instituição financeira que opera num

mercado competitivo no qual a oferta dos diferentes concorrentes é pouco diferenciada,

considera a qualidade do serviço prestado como o fator que proporciona maior valor

acrescentado ao cliente, pelo que tem a preocupação de desenvolver um conjunto de

iniciativas tendentes à implementação destas práticas.

Métricas de Qualidade - Para o Banco Popular é importante que a percepção dos clientes

supere as suas expectativas iniciais sobre o Banco, oferecendo-lhes produtos e serviços

adequados às suas reais necessidades e respondendo a todos os pedidos de uma forma

célere e eficiente com um maior envolvimento entre colaboradores e clientes em todas as

interações. É neste pressuposto que o Banco continua a monitorizar de forma detalhada os

resultados de qualidade assente em métricas como:

- Inquéritos internos sobre a qualidade do atendimento dos serviços centrais;

- Inquéritos internos sobre a oferta comercial;

- Programas de cliente mistério direcionados à avaliação de momentos chave nas

experiências do cliente com o Banco;

- Ações de formação e sessões de interação com a rede comercial, com vista a melhorar o

nível de atendimento efetuado aos clientes;

- Atribuição de prémios internos, para a rede comercial e serviços centrais, para os

serviços que atingem níveis elevados nas métricas definidas.

O objetivo é avaliar, de forma permanente, os aspetos que requerem ajustamentos e

respetivas ações de melhoria, sempre com o objetivo de aumentar a satisfação dos

clientes e a qualidade de serviço prestada.

Apoio ao Cliente - A gestão de reclamações é igualmente um ponto-chave na estratégia da

qualidade de serviço do Banco Popular Portugal, sendo entendida por todos os

colaboradores como uma oportunidade para recuperar a relação de confiança com os

clientes e potenciar ações de melhoria.

Reconhecimento da Qualidade de Serviço do Banco Popular - O Banco Popular Portugal

foi escolhido como a marca “Escolha do Consumidor” no segmento de pequenos e médios

40

Relatório e Contas

bancos. Trata-se de um sistema de avaliação e classificação de marcas, em função da

satisfação e aceitabilidade que geram nos consumidores.

Projeto Erasmus - O Banco criou um programa destinado aos colaboradores dos

departamentos centrais, com o objetivo de dar a conhecer a forma como as agências

atuam junto dos clientes e mostrando o quanto é importante o apoio e o contributo dos

diversos departamentos para o desenvolvimento da atividade comercial e para a melhoria

da qualidade de serviço junto dos clientes.

Responsabilidade Social e Corporativa

Em 2014, o Banco Popular continuou a sua aposta na área de Responsabilidade Social,

procurando-se envolver os colaboradores e os clientes no apoio a várias instituições de

solidariedade social.

O início do ano ficou marcado pela entrada do Banco Popular no GRACE (Grupo de

Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial), associação sem fins lucrativos, que reúne mais

de 100 empresas e que se dedica exclusivamente à promoção da Responsabilidade Social

Corporativa. Assim, durante o ano, o Banco participou em várias iniciativas promovidas pelo

GRACE: a participação de dois colaboradores do Popular no programa formativo “Novos

Líderes”, que teve como objetivo desenvolver novos líderes para a cidadania empresarial; a

participação de cerca de duas dezenas de colaboradores na 9ª edição do GIRO (GRACE,

Intervir, Recuperar, Organizar), iniciativa de voluntariado corporativo com maior dimensão

nacional; a participação de um colaborador num grupo de trabalho, dinamizado pelo GRACE

em parceria com a Everis, que teve como objetivo identificar os desafios e as oportunidades

da responsabilidade social na Banca.

Durante este ano foi, ainda, criada a Bolsa de Voluntariado, a partir da qual são desenhadas

e criadas iniciativas de voluntariado promovidas em conjunto com o GRACE ou com outras

instituições de solidariedade. Uma das mais significativas campanhas internas de

responsabilidade social foi realizada durante a época natalícia e teve como nome “Dê colo a

este projeto”. Esta campanha abrangeu todos os colaboradores e consistiu na recolha de

alimentos para a Ajuda de Berço, sendo que, ao todo, foi angariada mais de uma tonelada

de bens. O Banco promoveu também uma ação para membros da Bolsa de Voluntariado

(em Lisboa e no Porto), em parceria com a Operação Nariz Vermelho, que consistiu na

montagem e embalamento de narizes vermelhos por parte dos colaboradores. Outra das

iniciativas realizadas ao nível interno foi uma ação de doação de tampas de plástico, em que

cada tonelada de tampas correspondeu a 250 euros. Esta ação continua ativa, tendo já sido

41

Relatório e Contas

angariada mais de uma tonelada de tampas. Ainda durante o mês de dezembro, o Banco

Popular voltou a disponibilizar aos seus clientes o “Depósito Solidário” no qual, por cada

1.000 euros depositados num Depósito a Prazo especial, 1 euro foi doado a instituições de

solidariedade.

No ano de 2014, o Banco Popular Portugal teve, também, um papel ativo ao nível dos

patrocínios a projetos de âmbito social. O Quarteto Gastronómico, iniciativa para dar

resposta à emergência académica causada pela guerra da Síria, foi uma das organizações

apoiadas pelo Banco. Outra, e tal como vem acontecendo nos últimos anos, foi o patrocínio

aos Prémios Alexandre Herculano (História), Pedro Nunes (Matemática) e Pe. António Vieira

(Português), promovidos pela Academia das Ciências de Lisboa, que distinguiram os

melhores alunos do ensino secundário do ano lectivo 2012-2013. Através de uma parceria

com o Ministério da Educação foi também lançado o Concurso “Ler é uma Festa” do Plano

Nacional de Leitura. O concurso foi aberto a todas as crianças e jovens do ensino público.

Por último, o escritório de advogados Vieira de Almeida desenvolveu uma iniciativa,

patrocinada pelo Banco e que reverteu a favor da Ajuda de Berço, que teve como objectivo

subir até ao Monte Chimborazo no Equador para ajudar três instituições de solidariedade.

Eficiência Energética: Redução de Custos e Sustentabilidade

Ambiental

O Banco Popular adoptou políticas de sustentabilidade ambiental, através da

implementação de práticas de eficiência energética, que passam pela utilização da energia

na forma mais racional possível, sem prejuízo do nível de conforto e da qualidade das

condições de trabalho dos colaboradores. Tratou-se, essencialmente, de minimizar o

desperdício de energia, através da alteração comportamental dos utilizadores dos edifícios e

do recurso e utilização de equipamentos mais modernos e eficientes, com menos consumo

de energia e menor emissão de poluentes.

Em 2014 foi dada continuidade ao projeto de eficiência energética em curso desde 2012, no

sentido de se obterem poupanças na fatura de energia, e reduzir o impacto negativo no

meio ambiente. Para tal acentuou-se a implementação de medidas geradoras de poupança,

especialmente nos equipamentos mais consumidores de energia eléctrica do edifício Sede,

como sejam o sistema de iluminação, o sistema de ar condicionado, os elevadores e os

reclamos luminosos.

Relativamente à iluminação nos espaços de trabalho e nos seis pisos de estacionamento,

em complemento ao apagamento automático na quase totalidade dos pisos por volta das 19

42

Relatório e Contas

horas, foram instalados sensores de movimento que reagem à presença e ausência dos

colaboradores nos respetivos postos de trabalho, acendendo e apagando automaticamente

a iluminação circundante.

As medidas implementadas têm tido um impacto bastante positivo no consumo de

eletricidade e, consequentemente, nos respetivos custos, os quais reduziram cerca de 20%

nos últimos dois exercícios. Em 2014 o consumo de eletricidade registou uma descida de

11% relativamente a 2013, o que representa menos 373.000 Kw consumidos e menos 202

toneladas de CO2 lançadas para a atmosfera.

Embora com menor impacto económico, esta preocupação aplica-se também à

racionalização do consumo de água, pelo que, no segundo semestre de 2014, foram

instalados redutores de caudal, capazes de gerar poupanças no consumo da ordem dos

60%. Em consequência, em 2014 registou-se uma poupança de custos de 7% de água

resultante da redução do consumo na ordem dos 12%.

Às iniciativas acima referidas acresce que o Popular para o processo de recolha, separação

e destruição de resíduos sólidos não orgânicos recorre apenas a empresas certificadas em

termos ambientais.

Nota final

O Conselho de Administração expressa o seu reconhecimento às autoridades monetárias e

de supervisão, ao seu acionista, o Banco Popular Español e ao Conselho Fiscal, pela

valiosa cooperação no acompanhamento da atividade do Banco Popular Portugal, SA.

O Conselho manifesta, igualmente, o seu agradecimento aos clientes pela confiança

depositada e o seu apreço aos colaboradores pelo empenho e profissionalismo

demonstrado diariamente no exercício das suas funções, e a sua contribuição para o

desenvolvimento do Banco.

Lisboa, 26 de fevereiro de 2015

O Conselho de Administração

43

Relatório e Contas

Anexo 1 - Posição acionista dos membros dos órgãos de

administração e fiscalização

(Artigo 447º do Código das Sociedades Comerciais)

Nada a reportar

Anexo 2 - Participações qualificadas

(Artigo 448º do Código das Sociedades Comerciais e Artigo 20º do Código dos Valores

Mobiliários)

Accionistas Nº Acções Participação no Capital Social Direitos de voto

Banco Popular Español, SA 476 000 000 100% 100%

44

Relatório e Contas

Contas Anuais

Balanço

(milhares de euros)

Valo r antes

N o tas/ de pro visõ es, P ro visõ es, 31-12-2013

Quadro s imparidade e imparidade e Valo r lí quido

anexo s amo rt izaçõ es amo rt izaçõ es

1 2 3 = 1 - 2

Ativo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 17 134 283 134 283 54 114

Disponibilidades em outras instituições de crédito 18 80 219 80 219 174 427

Ativos f inanceiros detidos para negociação 19 78 280 78 280 73 843

Outros ativos f inanc. justo valor através de resultados 20 - - 24 983

Ativos f inanceiros disponíveis para venda 21 1 879 094 1 879 094 1 704 136

Aplicações em instituições de crédito 22 197 962 197 962 1 268 822

Crédito a clientes 23 5 775 248 316 465 5 458 783 5 249 456

Derivados de cobertura 34 0 103

Activos não correntes detidos para venda 25 20 747 20 747 20 747

Outros ativos tangíveis 26 160 247 89 616 70 631 82 381

Ativos intangíveis 27 20 864 20 793 71 172

Ativos por impostos correntes 15 3 566 3 566 3 566

Ativos por impostos diferidos 28 75 226 75 226 72 175

Outros ativos 29 436 103 29 117 406 986 493 248

Total de Ativo 8 861 839 455 991 8 405 848 9 222 173

Passivo

Recursos de bancos centrais 30 900 003 900 003 1 306 839

Passivos f inanceiros detidos para negociação 19 43 845 43 845 29 629

Recursos de outras instituições de crédito 31 2 065 409 2 065 409 1 919 736

Recursos de clientes 32 4 114 903 4 114 903 4 216 578

Responsabilidades representadas por títulos 33 317 251 317 251 865 255

Derivados de cobertura 34 142 258 142 258 101 883

Provisões 35 52 575 52 575 51 054

Passivos por impostos correntes 1 817 1 817

Passivos por impostos diferidos 28 25 793 25 793 4 060

Outros passivos 36 38 789 38 789 61 251

Total de Passivo 7 702 643 0 7 702 643 8 556 285

Capital

Capital 39 476 000 476 000 476 000

Prémios de emissão 39 10 109 10 109 10 109

Reservas de reavaliação 40 - 2 285 - 2 285 - 54 143

Outras reservas e resultados transitados 41 217 098 217 098 265 642

Resultado do exercício 2 283 2 283 - 31 720

Total de capital 703 205 0 703 205 665 888

Total de Passivo + Capital 8 405 848 0 8 405 848 9 222 173

0 0

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

31-12-2014

Balanço em base individual em 31 de Dezembro de 2014 e 2013

45

Relatório e Contas

Demonstração de Resultados

(milhares de euros)

N o tas/

Quadro s 31-12-2014 31-12-2013

anexo s

Juros e rendimentos similares 6 256 131 303 812

Juros e encargos similares 6 131 408 182 564

Margem financeira 124 723 121 248

Rendimento de instrumentos de capital 7 60 49

Rendimentos de serviços e comissões 8 64 007 60 657

Encargos com serviços e comissões 8 8 330 8 574

Resultados de ativos e passivos avaliados ao justo valor

através de resultados (líquido) 9 - 3 482 - 2 686

Resultados de ativos f inanceiros disponíveis para venda (líquido) 9 9 549 11 389

Resultados de reavaliação cambial (líquido) 10 1 334 1 288

Resultados de alienação de outros ativos 11 - 8 329 - 5 241

Outros resultados de exploração 12 - 7 243 - 6 415

Produto bancário 172 289 171 715

Custos com pessoal 13 58 175 56 309

Gastos gerais administrativos 14 50 696 51 473

Depreciações e amortizações 26/27 3 848 5 023

Provisões líquidas de reposições e anulações 35 1 521 8 563

Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores

a receber de outros devedores (líq. de reposições e anulações) 23 59 433 89 390

Imparidades de outros ativos líquida de reversões e recuperações 29 - 6 828 12 481

Resultado antes de impostos 5 444 - 51 524

Impostos 3 161 - 19 804

Correntes 15 1 944 - 957

Diferidos 15 1 217 - 18 847

Resultado após impostos 2 283 - 31 720

Do qual: Resultado após impostos de operações descontinuadas 0 0

Resultado líquido do exercício 2 283 - 31 720

Resultado por ação (euro) 0,00 -0,07

476 000 451 000

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Demonstração de Resultados em base individual em 31 de Dezembro de 2014 e 2013

46

Relatório e Contas

Demonstração do Rendimento Integral

Demonstração em base individual dos movimentos nas contas

de Capital Próprio

(milhares de euros)

Capital

Social

Prémio de

Emissão

Reservas

de Justo

Valor

Outras

Reservas e

Resultados

Transitados

Resultado

Líquido

Total do

Capital

Próprio

Balanço em 01 de Janeiro de 2013 476 000 10 109 - 110 807 273 896 2 692 651 890

Constituição de reservas 2 692 - 2 692 0

Ganhos / Perdas atuariais 0

Outros movimentos - 56 56 0

Resultado integral do exercício 56 720 - 11 002 - 31 720 13 998

Saldo a 31 de Dezembro de 2013 476 000 10 109 - 54 143 265 642 - 31 720 665 888

Constituição de reservas - 31 720 31 720 0

Ganhos / Perdas atuariais 0

Outros movimentos - 1 595 1 595 0

Resultado integral do exercício 53 453 - 18 419 2 283 37 317

Saldo em 31 de Dezembro de 2014 476 000 10 109 - 2 285 217 098 2 283 703 205

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Demonstração em base individual dos movimentos nas contas de Capital Próprio

47

Relatório e Contas

Demonstração dos Fluxos de Caixa

Demonstração dos Fluxos de Caixa dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2014 e 2013

(em milhares de euros)

Notas 31-12-2014 31-12-2013

Fluxos de caixa das actividades operacionais

Juros, comissões e outros proveitos recebidos 269 703 304 097

Juros, comissões e outros custos pagos - 119 583 - 136 803

Recuperações de crédito e juros vencidos 2 981 1 337

Pagamentos a empregados e fornecedores - 106 337 - 95 787

Contribuições para o fundo de pensões 37 - 22 050 - 647

Sub-total 24 714 72 197

Variações nos activos e passivos operacionais

Aplicações em bancos centrais - 80 781 117 729

Ativos f inanceiros detidos p/ negociação e ao justo valor através de resultados 31 394 - 21 024

Aplicações em instituições de crédito 3 229 140 773

Recursos de instituições de crédito - 248 913 194 732

Crédito a clientes - 346 275 358 014

Recursos de clientes - 91 231 311 562

Derivados para gestão do risco 15 424 - 48 846

Outros activos e passivos operacionais - 70 920 - 156 881

Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais, antes de

impostos sobre lucros - 763 359 968 256

Pagamento de impostos sobre lucros - 127 - 1 248

Fluxos de caixa líquidos das actividades operacionais - 763 486 967 008

Fluxos de caixa das actividades de investimento

Dividendos recebidos 60 49

Compra de ativos f inanceiros disponíveis para venda - 738 253 -2 980 422

Venda de ativos f inanceiros disponíveis para venda 696 096 2 975 761

Investimentos detidos até à maturidade - 301 019

Ativos tangíveis não correntes detidos para venda 204 126 172 561

Compra e venda de imobilizações 3 610 - 189

Fluxos de caixa líquidos das actividades de investimento 165 639 468 779

Fluxos de caixa das actividades de financiamento

Emissão de obrigações e outros passivos titulados 33 298 622 122 946

Reembolso de obrigações e outros passivos titulados - 864 601 - 300 192

Fluxos de caixa líquidos das actividades de financiamento - 565 979 - 177 246

Variação líquida em caixa e seus equivalentes

Caixa e equivalentes no início do período 46 1 487 896 227 772

Efeito da alteração da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes 1 346 1 583

Variação líquida em caixa e seus equivalentes -1 163 826 1 258 541

Caixa e equivalentes no fim do período 46 325 416 1 487 896

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

48

Relatório e Contas

Notas às Demonstrações Financeiras

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS EM 31 de

DEZEMBRO de 2014 e 2013

(Valores expressos em milhares de euros)

1. INTRODUÇÃO

1.1 Atividade

O Banco, sob a designação de BNC – Banco Nacional de Crédito Imobiliário, foi constituído em 2 de

Julho de 1991, na sequência de autorização concedida pela Portaria do Ministério das Finanças n.º

155/91, de 26 de Abril. Em 12 de Setembro de 2005, alterou a sua designação para Banco Popular

Portugal, S.A..

O Banco está autorizado a operar de acordo com as diretrizes reguladoras da atividade bancária,

vigentes em Portugal, tendo por objecto a obtenção de recursos de terceiros, sob a forma de

depósitos ou outros, os quais aplica, conjuntamente com os seus recursos próprios, na concessão de

crédito ou em outros ativos, prestando ainda outros serviços bancários no País e no estrangeiro.

As contas do Banco são consolidadas ao nível da empresa mãe, Banco Popular Español, S.A.,

(“BPE”) com sede em Madrid, na Calle Velázquez nº 34, Espanha.

As contas do BPE estão disponíveis na respectiva sede social e na página do BPE na internet

(www.bancopopular.es).

O Banco não está cotado em bolsa.

1.2 Estrutura do Banco

Em corolário do processo de reestruturação iniciado em exercícios anteriores, o Banco, no decorrer do

exercício de 2011, deixou de deter qualquer participação financeira em entidades subsidiárias e

decidiu proceder à reclassificação das obrigações subordinadas “Class D Notes”, emitidas pelo

Navigator Mortgage Finance Nº 1 Plc (“Navigator”), para a carteira de Ativos financeiros disponíveis

para venda.

Tendo por base o facto de o Banco ter considerado imaterial o investimento no Navigator e os

potenciais impactos nas suas demonstrações financeiras, o Banco, em conformidade com o disposto

na IAS 1 revised, decidiu não preparar demonstrações consolidadas a partir do exercício de 2011, na

medida em que essa informação não é materialmente relevante para efeitos da apresentação de

contas do Banco nem influencia a decisão dos leitores das mesmas.

Assim, em 31 de Dezembro de 2014, o Banco detinha apenas uma participação financeira na empresa

associada Eurovida – Companhia de Seguros de Vida, S.A. (ver Nota 25).

2. Resumo das Principais Políticas Contabilísticas

As principais políticas contabilísticas e critérios valorimétricos aplicados na preparação destas

demonstrações financeiras são indicados abaixo. Estas políticas foram aplicadas, consistentemente, a

todos os anos apresentados, excepto nos casos devidamente assinalados.

49

Relatório e Contas

2.1 Bases de apresentação

Demonstrações financeiras individuais

As demonstrações financeiras individuais do Banco Popular Portugal foram preparadas de acordo

com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA) estabelecidas pelo Banco de Portugal no Aviso nº

1/2005, de 21 de Fevereiro e definidas nas instruções nº 9/2005 e nº 23/2004.

As NCA correspondem em geral às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como

adoptadas pela União Europeia (EU) no âmbito do disposto no Regulamento (CE) n.º 1606/2002, do

Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, excepto quanto às seguintes matérias:

Valorimetria dos créditos a clientes e outros valores a receber – Na data do

reconhecimento inicial são registados pelo valor nominal, sendo a componente de juros,

comissões e custos externos imputáveis às respectivas operações subjacentes

reconhecida segundo a regra de “pró rata temporis”, quando se trate de operações que

produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês;

Provisionamento de créditos a clientes e outros valores a receber – As provisões para esta

classe de ativos financeiros encontram-se sujeitas a um quadro mínimo de referência para

constituição de provisões específicas, gerais e risco-país, nos termos definidos no Aviso

n.º 3/95 do Banco de Portugal;

Ativos tangíveis – Na data do reconhecimento inicial são registados ao custo de aquisição,

mantendo-se subsequentemente ao custo histórico, salvo quando se verifiquem

reavaliações legalmente autorizadas.

IFRS Divulgações - Novas normas a 31 de Dezembro de 2014:

a) Impacto de adoção de normas e interpretações que se tornaram efetivas a 1 de Janeiro de

2014:

IAS 32 (alteração), Compensação de ativos e passivos financeiros. Esta alteração faz parte do

projeto de “compensação de ativos e passivos” do IASB, o qual visa clarificar o conceito de “deter

atualmente o direito legal de compensação”, e clarifica que alguns sistemas de regularização

pelos montantes brutos (as câmaras de compensação) podem ser equivalentes à compensação

por montantes líquidos. A adoção desta alteração não teve impacto nas demonstrações

financeiras do Banco.

IAS 36 (alteração), Divulgação do valor recuperável para ativos não financeiros’. Esta alteração

trata da divulgação de informação sobre o valor recuperável de ativos em imparidade, quando

este tenha sido mensurado através do modelo do justo valor menos custos de vender. A adoção

desta alteração não teve impacto nas demonstrações financeiras do Banco.

IAS 39 (alteração), Novação de derivados e continuidade da contabilidade de cobertura’. A

alteração à IAS 39 permite que uma Entidade mantenha a contabilização de cobertura, quando a

contraparte de um derivado que tenha sido designado como instrumento de cobertura, seja

alterada para uma câmara de compensação, ou equivalente, como consequência da aplicação de

uma lei ou regulamentação. A adoção desta alteração não teve impacto nas demonstrações

financeiras do Banco.

50

Relatório e Contas

Alterações à IFRS 10, 12 e IAS 27 - ’Entidades de investimento’. A alteração define uma

Entidade de investimento (‘Investment entities’) e introduz uma exceção à aplicação da

consolidação no âmbito da IFRS 10, para as entidades que qualifiquem como Entidades de

investimento, cujos investimentos em subsidiárias devem ser mensurados ao justo valor através

de resultados do exercício, por referência à IAS 39. Divulgação específicas exigidas pela IFRS

12. A adoção destas alterações não teve impacto nas demonstrações financeiras do Banco.

IFRS 10 (nova), ‘Demonstrações financeiras consolidadas’. A IFRS 10 substitui todos os

procedimentos e orientações contabilísticas relativas a controlo e consolidação, incluídas na IAS

27 e na SIC 12, alterando a definição de controlo e os critérios aplicados para determinar o

controlo. O princípio fundamental de que uma entidade consolidada apresenta a empresa-mãe e

as suas subsidiárias como uma única entidade, permanece inalterado. A adoção desta norma

não teve impacto nas demonstrações financeiras do Banco.

IFRS 11 (nova), ‘Acordos conjuntos’. A IFRS 11 foca-se nos direitos e obrigações dos acordos

conjuntos em detrimento da sua forma legal. Os acordos conjuntos podem ser operações

conjuntas (direitos sobre os ativos e obrigações) ou empreendimentos conjuntos (direitos sobre

os ativos líquidos pela aplicação do método de equivalência patrimonial). A consolidação

proporcional de empreendimentos conjuntos deixa de ser permitida. A adoção desta norma não

teve impacto nas demonstrações financeiras do Banco.

IFRS 12 (nova), ‘Divulgação de interesses em outras entidades’. Esta norma estabelece os

requisitos de divulgação para todas as naturezas de interesses em outras entidades, como:

subsidiárias, acordos conjuntos, associadas e entidades estruturadas, de forma a permitir a

avaliação da natureza, riscos e efeitos financeiros associados aos interesses da Entidade. A

adoção desta norma não teve impacto nas demonstrações financeiras do Banco.

Alterações à IFRS 10, 11 e 12, ‘Regime de transição’. Esta alteração clarifica que, quando um

tratamento contabilístico diferente das orientações da IAS 27/SIC 12 resultar da adoção da IFRS

10, os comparativos apenas devem ser ajustados para o período contabilístico imediatamente

precedente, sendo as diferenças apuradas reconhecidas no início do período comparativo, em

Capitais próprios. A alteração introduzida na IFRS 11, refere-se à obrigação de testar para

imparidade o investimento financeiro que resulte da descontinuação da consolidação

proporcional. Os requisitos de divulgação específicos estão incluídos na IFRS 12. A adoção

destas alterações não teve impacto nas demonstrações financeiras do Banco.

IAS 27 (revisão 2011), ‘Demonstrações financeiras separadas’. A IAS 27 foi revista, na sequência

da emissão da IFRS 10, e contém os requisitos de contabilização e divulgação para os

investimentos em subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas, quando a Entidade

prepara demonstrações financeiras separadas. A adoção desta alteração não teve impacto nas

demonstrações financeiras do Banco.

IAS 28 (revisão 2011),’Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos’. A IAS 28 foi

revista, na sequência da emissão da IFRS 11, e prescreve o tratamento contabilístico para

investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos, definindo ainda os requisitos de

aplicação do método de equivalência patrimonial. A adoção desta alteração não teve impacto nas

demonstrações financeiras do Banco.

51

Relatório e Contas

b) Normas, alterações a normas existentes e interpretações que já foram publicadas e cuja

aplicação é obrigatória para o Banco, para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de

Julho de 2014, ou em data posterior, que o Banco não adotou antecipadamente:

Normas

IAS 1 (alteração), ‘Revisão às divulgações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1

de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso da União

Europeia. A alteração dá indicação relativamente à materialidade e agregação, a apresentação

de subtotais, a estrutura das demonstrações financeiras e a divulgação das políticas

contabilísticas. Não se esperam impactos materialmente relevantes nas demonstrações

financeiras do Banco com a adoção desta alteração.

IAS 16 e IAS 38 (alteração), ‘Métodos de cálculo de amortização e depreciação permitidos (a

aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está

sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que a utilização de

métodos de cálculo das depreciações/ amortizações de ativos com base no rédito obtido, não são

por regra consideradas adequadas para a mensuração do padrão de consumo dos benefícios

económicos associados ao ativo. É de aplicação prospetiva. Não se esperam impactos

materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta

alteração.

IAS 19 (alteração), ‘Planos de benefícios definidos – Contribuições dos empregados’ (a aplicar

nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de julho de 2014). Esta alteração ainda está sujeita

ao processo de endosso da União Europeia. A alteração à IAS 19 aplica-se a contribuições de

empregados ou entidades terceiras para planos de benefícios definidos, e pretende simplificar a

sua contabilização, quando as contribuições são independentes do número de anos de serviço.

Não se esperam impactos materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco

com a adoção desta alteração.

IAS 27 (alteração), ‘Método da equivalência patrimonial nas demonstrações financeiras

separadas’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016). Esta

alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração permite

que uma entidade aplique o método da equivalência patrimonial na mensuração dos

investimentos em subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas, nas demonstrações

financeiras separadas. Esta alteração é de aplicação retrospetiva. Não se esperam impactos

materialmente relevantes nas demonstrações financeiras com a adoção desta alteração.

Alterações à IFRS 10 e IAS 28, ‘Venda ou contribuição de ativos entre um investidor e uma sua

Associada ou Empreendimento conjunto’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1

de janeiro de 2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União

Europeia. Esta alteração clarifica que na venda ou contribuição de ativos entre um investidor e

uma sua associada ou empreendimento conjunto, o ganho/perda apurado é reconhecido na

totalidade quando os ativos transferidos constituem um negócio, e apenas parcialmente (na

quota-parte detida por terceiros) quando os ativos transferidos não constituem um negócio. Não

se esperam impactos materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco com a

adoção desta alteração.

Alterações às IFRS 10, 12 e IAS 28, ‘Entidades de investimento: aplicação da isenção à

obrigação de consolidar’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de

2016). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta

52

Relatório e Contas

alteração clarifica que a isenção à obrigação de consolidar aplica-se a uma empresa holding

intermédia que constitua uma subsidiária de uma entidade de investimento. Adicionalmente, a

opção de aplicar o método da equivalência patrimonial, de acordo com a IAS 28, é extensível a

uma entidade, que não é uma entidade de investimento, mas que detém um interesse numa

associada ou empreendimento conjunto que é uma “Entidade de investimento”. Não se esperam

impactos materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta

alteração.

IFRS 11 (alteração), ‘Contabilização da aquisição de interesse numa operação conjunta’ (a

aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2016).Esta alteração ainda está

sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração introduz orientação acerca

da contabilização da aquisição do interesse numa operação conjunta que qualifica como um

negócio, sendo aplicáveis os princípios da IFRS 3 – concentrações de atividades empresariais.

Não se esperam impactos materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco

com a adoção desta alteração.

Melhorias às normas 2010 - 2012, (a aplicar, em geral, nos exercícios que se iniciem em ou

após 1 de julho de 2014). Estas melhorias ainda estão sujeitas ao processo de endosso pela

União Europeia. Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos: IFRS 2, IFRS 3, IFRS 8,

IFRS 13, IAS 16, IAS 24 e IAS 38. Não se esperam impactos materialmente relevantes nas

demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta alteração.

Melhorias às normas 2011 - 2013, (a aplicar na União Europeia nos exercícios que se iniciem

em ou após 1 de janeiro de 2015). Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos: IFRS 1,

IFRS 3, IFRS 13, e IAS 40. Não se esperam impactos materialmente relevantes nas

demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta alteração.

Melhorias às normas 2012 - 2014, (a aplicar, em geral, nos exercícios que se iniciem em ou

após 1 de janeiro de 2016). Estas melhorias ainda estão sujeitas ao processo de endosso pela

União Europeia. Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos: IFRS 5, IFRS 7, IAS 19 e

IAS 34. Não se esperam impactos materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do

Banco com a adoção desta alteração.

IFRS 9 (nova), ‘Instrumentos financeiros’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1

de janeiro de 2018). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia.

A IFRS 9 substitui os requisitos da IAS 39, relativamente: (i) à classificação e mensuração dos

ativos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento de imparidade sobre créditos a receber

(através do modelo da perda esperada); e (iii) aos requisitos para o reconhecimento e

classificação da contabilidade de cobertura. Não se esperam impactos materialmente relevantes

nas demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta norma.

IFRS 15 (nova), ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou

após 1 de janeiro de 2017). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União

Europeia. Esta nova norma aplica-se apenas a contratos para a entrega de produtos ou

prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o rédito quando a obrigação contratual

de entregar ativos ou prestar serviços é satisfeita e pelo montante que reflete a contraprestação a

que a entidade tem direito, conforme previsto na “metodologia dos 5 passos”. Não se esperam

impactos materialmente relevantes nas demonstrações financeiras do Banco com a adoção desta

norma.

Interpretações

53

Relatório e Contas

IFRIC 21 (nova), ‘Taxas do governo’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 17 de

junho de 2014). A IFRIC 21 é uma interpretação à IAS 37 e ao reconhecimento de passivos,

clarificando que o acontecimento passado que resulta numa obrigação de pagamento de uma

taxa ou imposto (que não imposto sobre o rendimento - IRC) corresponde à atividade descrita na

legislação relevante que obriga ao pagamento. Não se esperam impactos materialmente

relevantes nas demonstrações financeiras com a adoção desta alteração.

2.2 Relato por segmentos

Desde 1 de Janeiro de 2009, o Banco adoptou o IFRS 8 – Segmentos Operacionais para efeitos de

divulgação da informação financeira por segmentos operacionais (ver Nota 5).

Um segmento operacional de negócio é um grupo de ativos e operações utilizados para providenciar

produtos ou serviços, sujeitos a riscos e a benefícios, diferentes dos verificados noutros segmentos.

O Banco determina e apresenta segmentos operacionais baseados na informação de gestão

produzida internamente.

2.3 Participações financeiras em associadas

Empresas associadas são aquelas em que o Banco exerce, direta ou indiretamente, uma influência

significativa sobre a sua gestão e a sua política financeira mas não detém o controlo da empresa.

Presume-se que o Banco exerce influência significativa quando detém o poder de exercer mais de

20% dos direitos de voto da associada. Mesmo quando os direitos de voto sejam inferiores a 20%, o

Banco pode exercer influência significativa através da participação na gestão ou na composição dos

Conselhos de Administração com poderes executivos.

Nas demonstrações financeiras individuais do Banco, as empresas associadas são valorizadas ao

custo histórico. Os dividendos de empresas associadas são reconhecidos nos resultados individuais

do Banco na data em que são atribuídos ou recebidos.

Em caso de evidência objectiva de imparidade, a perda por imparidade é reconhecida em resultados.

2.4 Operações em moeda estrangeira

a) Moeda funcional e moeda de apresentação

As demonstrações financeiras são apresentadas em euros, sendo esta a moeda funcional e de

apresentação do Banco.

b) Transações e Saldos

Transações em moeda estrangeira são convertidas para a moeda funcional com base nas taxas de

câmbio indicativas à data das transações. Ganhos e perdas resultantes da conversão de transações

em moeda estrangeira, resultantes da sua liquidação e da conversão de ativos e passivos monetários

denominados em moedas estrangeiras à taxa de câmbio do final de cada exercício, são reconhecidos

na demonstração de resultados, excepto quando façam parte de relações de cobertura de fluxos de

caixa ou investimento líquido em moeda estrangeira, que são diferidas em capital.

As diferenças de conversão em itens não monetários, tais como instrumentos de capital mensurados

ao justo valor com variações reconhecidas em resultados, são registadas como ganhos e perdas de

justo valor. Em itens não monetários como sejam instrumentos de capital, classificados como

54

Relatório e Contas

disponíveis para venda, as diferenças de conversão são registadas em capital, na reserva de justo

valor.

2.5 Instrumentos financeiros derivados

Os Instrumentos financeiros derivados são registados ao justo valor, na data em que o Banco

negoceia os contratos e subsequentemente são remensurados ao justo valor. Os justos valores são

obtidos através de preços de mercados cotados em mercado ativos, incluindo transações de mercado

recentes, e modelos de avaliação, nomeadamente: modelos de fluxos de caixa descontados e

modelos de valorização de opções. Os derivados são considerados como ativos quando o seu justo

valor é positivo e como passivos quando o seu justo valor é negativo.

Certos derivados embutidos em outros instrumentos financeiros, como seja a indexação da

rendibilidade de instrumentos de dívida ao valor das ações ou índices de ações, são bifurcados e

tratados como derivados, quando o seu risco e características económicas não sejam íntima e

claramente relacionadas com os do contrato hospedeiro e este não for mensurado ao justo valor com

variações reconhecidas em resultados. Estes derivados embutidos são mensurados ao justo valor,

com as variações subsequentes reconhecidas na demonstração de resultados.

O Banco possui: (i) derivados de negociação, os quais são mensurados ao justo valor, sendo as

alterações no seu valor reconhecidas imediatamente em resultados e (ii) derivados de cobertura de

justo valor contabilizados em conformidade com o descrito na nota 3.1. a).

2.6 Reconhecimento de juros e rendimentos similares e juros e encargos similares

Os proveitos e custos relacionados com juros são reconhecidos na demonstração de resultados para

todos os instrumentos mensurados ao custo amortizado, de acordo com o princípio dos acréscimos,

utilizando o método de pro rata temporis.

Quando for identificada imparidade num ativo ou num conjunto de ativos financeiros, os juros

recebidos desse ativo, ou conjunto de ativos, devem ser reconhecidos usando a taxa de juro utilizada

para descontar os fluxos de caixa futuros, aquando da mensuração da perda de imparidade.

2.7 Proveitos com comissões

As comissões são geralmente reconhecidas de acordo com o princípio dos acréscimos, à medida em

que os serviços vão sendo prestados. As comissões das linhas de crédito concedidas, em que é

provável que o crédito seja originado, são diferidas (conjuntamente com quaisquer custos diretamente

relacionados) e reconhecidas como um ajustamento à taxa de juro efetiva. As comissões resultantes

de negociações, ou participações na negociação de uma transação por uma terceira parte – tais como

a compra de ações ou venda ou compra de um negócio – são reconhecidas quando a transação

subjacente se encontra finalizada. As comissões de gestão de carteiras e outros aconselhamentos de

gestão são reconhecidas de acordo com os serviços contratados – normalmente são reconhecidas

numa base proporcional de acordo com o tempo decorrido. As comissões de gestão de ativos

relacionados com os fundos de investimento são especializadas durante o período em que o serviço é

prestado.

2.8 Ativos financeiros

Os ativos financeiros são reconhecidos no balanço do Banco na data de negociação ou contratação,

que é a data em que o Banco se compromete a adquirir ou a alienar o ativo. No momento inicial, os

55

Relatório e Contas

ativos financeiros são reconhecidos pelo justo valor acrescido de custos de transação diretamente

atribuíveis, excepto para os ativos ao justo valor através de resultados em que os custos de transação

são imediatamente reconhecidos em resultados. Estes ativos são desreconhecidos quando (i) expiram

os direitos contratuais do Banco ao recebimento dos seus fluxos de caixa, (ii) o Banco tenha

transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou (iii) não

obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua

detenção, o Banco tenha transferido o controlo sobre os ativos.

Os ativos e passivos financeiros são compensados e apresentados pelo valor líquido, quando e só

quando, o Banco tem o direito a compensar os montantes reconhecidos e tem a intenção de liquidar

pelo valor líquido.

O Banco classifica os seus ativos financeiros nas seguintes categorias: ativos financeiros avaliados ao

justo valor através de resultados, créditos e contas a receber, investimentos detidos até à maturidade

e ativos financeiros disponíveis para venda. A gestão determina a classificação dos seus

investimentos no reconhecimento inicial.

a) Ativos financeiros avaliados ao justo valor através de resultados

Esta categoria está subdividida em duas categorias: Ativos financeiros detidos para negociação e

Ativos financeiros designados na opção de justo valor. Um ativo financeiro é classificado nesta

categoria, se o principal objectivo associado à sua aquisição for a venda no curto prazo ou se for

designado na opção de justo valor pela gestão. Os instrumentos financeiros derivados também são

classificados nesta categoria, como ativos financeiros detidos para negociação, excepto quando

fazem parte de uma relação de cobertura.

Apenas podem ser considerados na opção de justo valor, os Ativos e Passivos financeiros que

cumpram um dos seguintes requisitos:

Permite a redução de inconsistências significativas na mensuração, no caso em que derivados

associados fossem tratados como detidos para negociação e os instrumentos financeiros

subjacentes estiverem ao custo amortizado, tal como empréstimos e adiantamentos de clientes

ou bancos e títulos de dívida;

Alguns investimentos, tais como investimentos de capital, que são geridos e avaliados ao justo

valor de acordo com a gestão do risco ou a estratégia de investimento e são reportados à

gestão nessa base; e

Instrumentos financeiros, como títulos de dívida detidos, contendo um ou mais derivados

embutidos que modificam significativamente os fluxos de caixa, são designados pelo justo valor

através de resultados.

A avaliação destes ativos é efectuada diariamente ou em cada data de reporte, com base no justo

valor. No caso das obrigações e outros títulos de rendimento fixo, o valor de balanço inclui o montante

de juros corridos e não pagos.

Os ganhos e perdas resultantes da alteração de justo valor são reconhecidos em resultados, onde se

incluem os montantes de rendimentos de juros e o recebimento de dividendos para os ativos de

negociação e para os passivos ao justo valor. Os rendimentos de juros de ativos financeiros ao justo

valor através de resultados estão registados na margem financeira.

56

Relatório e Contas

Os ganhos e perdas resultantes de alterações no justo valor dos derivados que são geridos em

conjunto com os ativos e passivos financeiros designados são incluídos na rubrica “Resultados de

ativos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”.

b) Créditos e contas a receber

O crédito e valores a receber abrange os créditos concedidos pelo Banco a Clientes e a Instituições

de Crédito, operações de locação financeira, operações de factoring, participações em empréstimos

sindicados e créditos titulados (papel comercial e obrigações emitidas por Empresas) que não sejam

transaccionadas num mercado ativo e para os quais não haja intenção de venda.

Os empréstimos e créditos titulados transaccionados num mercado ativo são classificados como

ativos financeiros disponíveis para venda.

No momento inicial os créditos e valores a receber são registados ao justo valor. Em geral, o justo

valor no momento inicial corresponde ao valor de transação e inclui comissões, taxas ou outros custos

e proveitos associados às operações de crédito.

Posteriormente, os empréstimos e contas a receber são valorizados ao custo amortizado, com base

no método da taxa de juro efetiva e sujeitos a testes de imparidade.

Os juros, comissões e outros custos e proveitos associados a operações de crédito são periodificados

ao longo da vida das operações, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos. As

comissões recebidas por compromissos de crédito são reconhecidas de forma diferida e linear

durante a vida do compromisso.

O Banco classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que

sejam, no máximo, trinta dias após o seu vencimento. Nos créditos em contencioso são consideradas

vencidas todas as prestações de capital (vincendas e vencidas).

Factoring

O crédito a clientes inclui os adiantamentos efectuados nas operações de factoring com recurso e o

valor das facturas cedidas para cobrança sem recurso, cuja intenção não é a venda no curto prazo,

sendo registado na data de aceitação das facturas cedidas pelos Aderentes.

As facturas ou outros documentos cedidos pelos Aderentes para cobrança sem recurso bem como a

parte adiantada das facturas tomadas com recurso, são registadas no ativo, na rubrica de Créditos

sobre clientes. Como contrapartida, é movimentada a rubrica de Outros passivos.

As tomadas de facturas com recurso em que o adiantamento de fundos por conta dos respectivos

contratos ainda não se verificou, são registadas nas contas extrapatrimoniais pelo valor das facturas

tomadas. A conta extrapatrimonial vai sendo regularizada à medida que o adiantamento das facturas

for realizado.

Os compromissos resultantes de linhas de créditos concedidas a aderentes e ainda não utilizadas são

registados nas contas extrapatrimoniais.

57

Relatório e Contas

Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em contas

extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos

registados em contas de resultados ao longo da vida das operações. Estas operações são sujeitas a

testes de imparidade.

c) Investimentos detidos até à maturidade

Esta rubrica inclui ativos financeiros, não derivados, com pagamentos fixados, ou determináveis, e

maturidades definidas, que o Banco tem intenção e capacidade de deter até à maturidade.

No reconhecimento inicial estes ativos são registados pelo justo valor, deduzido de eventuais

comissões incluídas na taxa efetiva, e acrescido de todos os custos incrementais diretamente

atribuíveis à transação. Subsequentemente, estes investimentos são valorizados ao custo amortizado,

com base no método da taxa de juro efetiva e sujeitos a testes de imparidade. Se num período

subsequente o montante da perda de imparidade diminui, e essa diminuição pode ser objectivamente

relacionada com um evento que ocorreu após o reconhecimento da imparidade, esta é revertida por

contrapartida de resultados do exercício.

d) Ativos financeiros disponíveis para venda

Os ativos financeiros disponíveis para venda são ativos financeiros não derivados que: (i) o Banco

tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda

no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se enquadram nas categorias acima referidas.

Esta rubrica inclui:

Títulos de rendimento fixo que não tenham sido classificados como carteira de negociação

nem carteira de crédito ou investimentos detidos até à maturidade;

Títulos de rendimento variável disponíveis para venda; e

Suprimentos e prestações suplementares de capital em ativos financeiros disponíveis para

venda.

Os ativos classificados como disponíveis para venda são avaliados ao justo valor, excepto no caso de

instrumentos de capital próprio não cotados num mercado ativo e cujo justo valor não pode ser

fiavelmente mensurado ou estimado, que permanecem registados ao custo.

Os ganhos e perdas resultantes de alterações ao justo valor de ativos financeiros disponíveis para

venda são reconhecidos diretamente nos capitais próprios na rubrica “Reservas de reavaliação de

justo valor”, excepto no caso de perdas por imparidade e de ganhos e perdas cambiais de ativos

monetários, até que o ativo seja vendido, no momento em que o ganho ou perda anteriormente

reconhecido no capital próprio é registado em resultados.

Os juros corridos de obrigações e outros títulos de rendimento fixo e as diferenças entre o custo de

aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto), são registados em resultados, de acordo com o

método da taxa efetiva.

Os rendimentos de títulos de rendimento variável (dividendos no caso de ações) são registados em

resultados, na data em que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos

antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.

58

Relatório e Contas

Em caso de evidência objectiva de imparidade, resultante de diminuição significativa e prolongada do

justo valor do título ou de dificuldade financeira do emitente, a perda acumulada na reserva de

reavaliação de justo valor é removida do capital próprio e reconhecida nos resultados.

As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo podem ser revertidas através de

resultados, se houver uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido

após a determinação da imparidade. As perdas por imparidades relativas a títulos de rendimento

variável não podem ser revertidas. No caso de títulos para os quais tenha sido reconhecida

imparidade, posteriores variações negativas de justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

As variações cambiais de ativos não monetários (instrumentos de capital próprio) classificados na

carteira de disponíveis para venda são registadas em reservas de justo valor. As variações cambiais

dos restantes títulos são registadas em resultados.

2.9 Imparidade de ativos financeiros

a) Ativos mensurados ao custo amortizado

O Banco avalia a cada data de balanço, se existe evidência objectiva de imparidade num ativo ou

grupo de ativos financeiros. Um ativo ou grupo de ativos financeiros encontra-se em imparidade e as

perdas de imparidade já foram incorridas, se e só se, existir evidência objectiva de imparidade em

resultado de um ou mais eventos ocorridos após a mensuração inicial do ativo, e esse evento (ou

eventos) tem impacto nos fluxos de caixa futuros estimados do ativo ou grupo de ativos financeiros e

estes podem ser estimados com fiabilidade. Evidência objectiva que um ativo ou grupo de ativos

financeiros se encontra em imparidade, inclui dados observáveis, que o Banco tenha conhecimento,

sobre os seguintes eventos de perda:

(i) dificuldades financeiras significativas do emitente;

(ii) incumprimento do contrato, como por exemplo atraso no pagamento do capital e/ou juros;

(iii) facilidades concedidas ao devedor decorrentes das suas dificuldades financeiras, que não

existiriam noutras circunstâncias;

(iv) probabilidade elevada de falência ou de reorganização financeira do devedor;

(v) desaparecimento de mercado ativo para um ativo financeiro devido a dificuldades financeiras;

(vi) informação indicativa que ocorrerá uma diminuição mensurável nos fluxos de caixa futuros

estimados de um conjunto de ativos financeiros desde o seu reconhecimento inicial, embora

essa diminuição não seja ainda identificável individualmente nos ativos do Banco, incluindo:

– alterações adversas nas condições e/ou capacidade de pagamentos do grupo;

– as condições económicas nacionais ou locais correlacionáveis com o incumprimento de ativos

de um grupo.

Inicialmente, o Banco avalia se existe evidência objectiva de imparidade, para ativos financeiros que

individualmente sejam significativos, e individualmente ou em grupo para ativos financeiros que não

são individualmente significativos. Se o Banco determinar que não existe evidência objectiva de

imparidade para um ativo financeiro analisado individualmente, seja este significativo ou não, inclui

esse ativo num grupo de ativos financeiros com risco de crédito similar e analisa em grupo a

existência de imparidade.

59

Relatório e Contas

Se existir evidência objectiva de que o Banco incorreu numa perda de imparidade em créditos e

contas a receber, ou investimentos detidos até à maturidade, o montante das perdas é determinado

através da diferença entre o valor de balanço desses ativos e o valor atual dos fluxos de caixa futuros

estimados (excluindo perdas de imparidade futuras que ainda não tenham sido incorridas),

descontados à taxa de juro efetiva original do ativo financeiro. O valor de balanço do ativo é reduzido

através da utilização de uma conta de provisões e o montante da perda é reconhecido na

demonstração de resultados. O Banco pode ainda determinar as perdas de imparidade, através do

justo valor dos instrumentos, recorrendo a preços de mercado observáveis.

Na análise da existência de imparidade em base de portfólio, o Banco estima a probabilidade de uma

operação ou cliente em situação regular entrar em incumprimento durante o período emergente

(período estimado entre a ocorrência da perda e a sua identificação).

Para a análise de existência de imparidade em grupos de ativos, os ativos financeiros são agrupados

tendo por base características de risco de crédito similares (ie, tendo por base o processo de

classificação do Banco que considera o tipo de ativos, localização geográfica, tipo de garantia

recebida, incumprimento e outros factores considerados relevantes). Essas características são

relevantes para a estimativa dos fluxos de caixa futuros de grupos de ativos financeiros, uma vez que

são indicativos da capacidade do devedor fazer face aos montantes a pagar, de acordo com os

termos contratuais dos ativos a serem avaliados.

Os fluxos de caixa futuros de um grupo de ativos financeiros, avaliados em conjunto para efeitos de

imparidade, são estimados tendo por base os fluxos de caixa contratuais dos ativos do grupo e dados

históricos relativos a perdas em ativos com características de risco de crédito similares aos que

integram o grupo. Os dados históricos são ajustados tendo por base dados correntes observáveis,

afim destes refletirem os efeitos das condições correntes que não afectaram o período em que os

dados históricos foram recolhidos e para remover os efeitos de condições que existiam quando os

dados históricos foram recolhidos, mas que não existem correntemente.

Se, num período subsequente, o montante das perdas de imparidade diminuir e essa diminuição

possa ser atribuída a um evento que tenha ocorrido depois de ter sido registada a imparidade (como

por exemplo uma melhoria no rating de crédito do devedor), o montante previamente reconhecido é

revertido através do ajustamento da conta de provisões. O montante da reversão é reconhecido

diretamente na demonstração de resultados.

Os créditos concedidos a clientes cujos termos tenham sido renegociados, deixam de ser

considerados como vencidos e passam a ser tratados como novos créditos. Os procedimentos de

reestruturação incluem: alargamento das condições de pagamento, planos de gestão aprovados,

alteração e diferimento de pagamentos. As práticas e políticas de reestruturação são baseadas em

critérios que, do ponto de vista da gestão do Banco, indiciam que os pagamentos têm elevada

probabilidade de continuar a ocorrer.

b) Ativos mensurados ao justo valor

O Banco avalia, a cada data de balanço, se existe evidência objectiva de que um ativo financeiro ou

um grupo de ativos está em imparidade. No caso dos investimentos em instrumentos de capital

classificados como disponíveis para venda, um declínio no justo valor, abaixo do seu custo de

aquisição, significativo ou prolongado é tido em consideração para determinar se os mesmos se

encontram em imparidade. Se existir evidência de imparidade em ativos classificados como

disponíveis para venda, as perdas acumuladas – determinadas através da diferença entre o custo de

aquisição e o justo valor, menos qualquer perda de imparidade nesse ativo financeiro, que tenha sido

60

Relatório e Contas

reconhecida anteriormente em resultados – é transferida de capitais próprios para a demonstração de

resultados.

Perdas de imparidade em instrumentos de capital próprio, que tenham sido reconhecidas na

demonstração de resultados, não são reversíveis. Se num período posterior, o justo valor de um

instrumento de dívida classificado como disponível para venda, aumentar e esse acréscimo estiver

objectivamente relacionado com um evento ocorrido depois da perda de imparidade ter sido

reconhecida em resultados, a perda de imparidade é revertida através do seu registo na

demonstração de resultados.

2.10 Ativos intangíveis

- Software informático

As licenças de software adquiridas são capitalizadas de acordo com os custos incorridos para a sua

aquisição e para a sua entrada em funcionamento. Estes custos são amortizados segundo a vida útil

esperada.

Os custos associados ao desenvolvimento ou manutenção de software são reconhecidos como

custos do exercício quando incorridos. Os custos diretamente associados à produção de produtos de

software únicos e identificáveis, controlados pelo Banco e que provavelmente irão gerar benefícios

económicos futuros, por mais de um ano e que excedem os custos, são reconhecidos como ativos

intangíveis.

Os custos de desenvolvimento de software reconhecidos como ativos são amortizados durante a sua

vida útil, utilizando o método das quotas constantes.

2.11 Ativos tangíveis

Os imóveis são compostos essencialmente por escritórios e balcões do Banco. Todos os ativos

tangíveis são mensurados ao custo histórico menos amortizações. O custo histórico inclui despesas

diretamente atribuíveis à aquisição dos ativos.

Os custos subsequentes são incluídos no valor de balanço do ativo ou reconhecidos como outro ativo,

apenas se for provável que associado à detenção desse ativo, o Banco tenha benefícios económicos

futuros e ainda que o custo do ativo possa ser mensurado com fiabilidade. Todos os restantes custos

associados a operações de manutenção e reparação são imputados à demonstração de resultados,

no período em que são incorridos.

Os terrenos não são amortizados. A amortização dos restantes ativos tangíveis é calculada seguindo

o método das quotas constantes, durante a sua vida útil estimada, de modo a reduzir o seu custo até

ao seu valor residual, como segue:

Anos de vida útil

Edifícios de uso próprio 50

Obras em edifícios arrendados 10, ou durante o período de arrendamento se este for inferior a 10 anos

Mobiliário e material 5 a 8

Equipamento informático 3 e 4

Equipamento de transporte 4

Outro equipamento 4 a 10

61

Relatório e Contas

Os ativos tangíveis sujeitos a amortização são submetidos a testes de imparidade sempre que

eventos ou alterações em certas circunstâncias indiquem que o seu valor de balanço poderá não ser

recuperável. O valor de balanço de um ativo é imediatamente ajustado para o seu valor recuperável,

se o seu valor de balanço for superior ao valor estimado de recuperação. O montante recuperável é o

maior entre o valor de uso e o justo valor do ativo, menos os custos de venda.

Os ganhos e perdas resultantes de alienações resultam da comparação do valor de realização e o

valor de balanço. Estes ganhos e perdas são registados na demonstração de resultados.

2.12 Ativos tangíveis detidos para venda

Os ativos (imóveis, equipamentos e outros bens) recebidos em dação em cumprimento de operações

de crédito são registados na rubrica “Ativos tangíveis detidos para venda” pelo valor acordado no

contrato de dação, o qual corresponde ao menor dos valores da dívida existente ou da avaliação do

imóvel, à data da dação.

A política do Banco para este tipo de ativos é de proceder à sua alienação, no prazo mais curto em

que tal seja praticável.

Estes imóveis são objecto de avaliações periódicas que dão lugar a perdas por imparidade sempre

que o valor decorrente dessas avaliações seja inferior ao valor por que se encontram contabilizados

(ver nota 29).

As mais-valias potenciais nestes ativos não são reconhecidas no balanço.

2.13 Locações

a) Como locatário

As locações efectuadas pelo Banco são essencialmente realizadas sobre equipamentos de

transporte, sendo que existem contratos classificados como locações financeiras e outros como

locações operacionais.

Os pagamentos efectuados nas locações operacionais são registados na demonstração de

resultados.

Quando uma locação operacional é cessada antes que o período de locação tenha expirado, qualquer

pagamento requerido pelo locador, a título de indemnização, é reconhecido como um custo no

período em que a operação seja cessada.

Os contratos de locação financeira são registados nas datas do seu início, na respectiva rubrica de

ativos tangíveis ou intangíveis, por contrapartida da rubrica de Outros passivos, pelo mínimo entre (i)

o justo valor do ativo e (ii) valor atual dos pagamentos mínimos da locação financeira. Os custos

incrementais pagos na locação são adicionados ao ativo reconhecido. Os ativos tangíveis são

amortizados de acordo com o definido na Nota 2.11. As rendas são constituídas (i) pelo encargo

financeiro que é debitado em custos e (ii) pela amortização financeira do capital que é deduzido à

rubrica Outros passivos. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período

de locação, a fim de produzir uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do

passivo para cada período. No entanto, se não houver certeza razoável de que o Banco obterá a

posse no fim do prazo da locação, o ativo deve ser totalmente depreciado durante o prazo da locação

ou da sua vida útil, o que for mais curto.

62

Relatório e Contas

b) Como locador

Os ativos detidos sob locação financeira são registados como créditos concedidos, pelo valor atual

dos pagamentos a efetuar na locação. A diferença entre o valor bruto a receber e o valor atual do

saldo a receber é reconhecido como um proveito financeiro a receber.

Os juros incluídos nas rendas debitadas aos clientes são registados em proveitos, enquanto que as

amortizações de capital, também incluídas nas rendas, são deduzidas ao valor global do crédito

inicialmente concedido. O reconhecimento do resultado financeiro reflecte uma taxa de retorno

periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador.

2.14 Provisões

Provisões para outros riscos e encargos

As provisões para custos de reestruturação e processos legais, são reconhecidas sempre que: o

Banco tenha uma obrigação legal ou construtiva resultante de acontecimentos passados; sempre que

for mais provável existir uma saída de recursos (do que não existir essa saída de recursos), para

liquidar uma obrigação; e o montante possa ser estimado com fiabilidade.

Provisões para riscos específicos e gerais de crédito

Nas demonstrações financeiras, a carteira de crédito e garantias está sujeita à constituição de

provisões nos termos do Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, nomeadamente para:

crédito vencido e crédito de cobrança duvidosa;

riscos gerais de crédito;

risco-país.

Estas provisões incluem:

(i) uma provisão específica para crédito e juros vencidos apresentada no ativo como dedução à

rubrica Créditos a clientes, calculada mediante a aplicação de taxas que variam entre 0,5% e 100%

sobre os saldos de crédito e juros vencidos, em função da classe de risco e da existência ou não de

garantias (ver nota 23);

(ii) uma provisão específica para créditos de cobrança duvidosa, apresentada no ativo a deduzir à

rubrica Créditos a clientes, que corresponde à aplicação das taxas previstas para as classes de

incumprimento, às prestações reclassificadas como vencidas de uma mesma operação de crédito,

assim como a aplicação, aos créditos vincendos de um mesmo cliente em que se verifique que as

prestações em mora de capital e juros excedem 25% do capital em dívida acrescido dos juros

vencidos, de metade das taxas de provisionamento aplicáveis aos créditos vencidos (ver nota 23);

(iii) uma provisão genérica para riscos gerais de crédito, evidenciada no passivo, na rubrica provisões

para riscos e encargos, correspondente a um mínimo de 1% do total do crédito não vencido pelo

Banco, incluindo o representado por garantias e avales prestados, excepto para o crédito ao consumo

em que a taxa de provisão ascende a um mínimo de 1,5% do referido crédito e para o crédito

garantido por hipoteca sobre imóvel destinado à habitação do mutuário, em que se aplica a taxa

mínima de 0,5% (ver nota 35); e

63

Relatório e Contas

(iv) uma provisão para risco-país, constituída para fazer face ao risco imputado aos ativos financeiro e

elementos extra patrimoniais sobre residentes de países considerados de risco, conforme Instrução

do Banco de Portugal nº 94/96 (ver nota 23 e 35).

2.15 Benefícios a empregados

a) Responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência

Face às responsabilidades assumidas no âmbito do Acordo Colectivo de Trabalho do Sector

Bancário, o Banco constituiu um Fundo de Pensões destinado a cobrir as responsabilidades com

pensões de reforma por velhice, invalidez e sobrevivência, relativamente à totalidade do pessoal,

calculadas em função dos salários projetados do pessoal no ativo. O fundo de pensões é suportado

através de contribuições efectuadas, com base nos montantes determinados por cálculos atuariais

periódicos. Um plano de pensões de benefícios definidos é um plano de pensões que define o

montante de benefícios com pensões que um empregado irá receber quando se reformar, estando

normalmente dependente de um ou mais factores nomeadamente, idade, anos de serviço e

compensações.

O Banco determina anualmente o valor das responsabilidades com serviços passados através de

cálculos atuariais pelo método “Projected Unit Credit” para as responsabilidades com serviços

passados por velhice e método de “Prémios Únicos Sucessivos” para o cálculo dos benefícios de

invalidez e sobrevivência. Os pressupostos atuariais (financeiros e demográficos) têm por base

expectativas à data de balanço para o crescimento dos salários e das pensões e baseiam-se em

tábuas de mortalidade adaptadas à população do Banco. A taxa de desconto é determinada com base

em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, de prazo semelhante ao da

liquidação das responsabilidades. Os pressupostos são mutuamente compatíveis. O valor das

responsabilidades inclui, para além dos benefícios com pensões de reforma, os benefícios com

cuidados médicos pós-emprego (SAMS) e com subsídio de morte na reforma.

Até 31 de Dezembro de 2012, o Banco reconhecia o valor acumulado líquido (após 1 de Janeiro de

2004) dos ganhos e perdas atuariais resultantes de alterações nos pressupostos atuariais e

financeiros e de diferenças entre os pressupostos atuariais e financeiros utilizados e os valores

efetivamente verificados, na rubrica “Outros ativos ou Outros passivos – Desvios atuariais”.

Eram enquadráveis no corredor, os ganhos ou perdas atuariais acumuladas que não excediam 10%

do valor das responsabilidades com serviços passados ou 10% do valor do fundo de pensões, dos

dois o maior. Os valores que excediam o corredor eram amortizados em resultados pelo período de

tempo médio até à idade esperada de reforma dos trabalhadores abrangidos pelo plano.

Em 1 de Janeiro de 2013, o BAPOP alterou a sua política contabilística de reconhecimento de desvios

atuariais e financeiros de planos de pensões e outros benefícios pós-emprego de benefício definido,

de acordo com as disposições da IAS 19 Revised. Os ganhos e perdas atuariais e financeiras passam

a ser reconhecidos no período em que ocorrem directamente nos capitais próprios, na Demonstração

de Rendimento Integral.

Os acréscimos de responsabilidades por serviços passados decorrente da passagem de

trabalhadores à situação de reforma antecipada são integralmente reconhecidos como custo nos

resultados do exercício em que se verificam.

Os acréscimos de responsabilidades por serviços passados decorrentes de alterações das condições

dos Planos de Pensões são integralmente reconhecidos como custo no caso de benefícios

64

Relatório e Contas

adquiridos, ou amortizados durante o período que decorre até os benefícios se tornarem adquiridos. O

saldo dos acréscimos de responsabilidades ainda não relevados como custo está registado na rubrica

de “Outros ativos”.

A cobertura das responsabilidades com serviços passados (benefícios pós-emprego) é assegurada

por um fundo de pensões. O valor dos fundos de pensões corresponde ao justo valor dos seus ativos

à data do balanço.

O regime de financiamento pelo fundo de pensões está definido no Aviso n.º 4/2005, do Banco de

Portugal, que determina a obrigatoriedade de financiamento integral das responsabilidades por

pensões em pagamento e de um nível mínimo de financiamento de 95% das responsabilidades por

serviços passados de pessoal no ativo.

Nas demonstrações financeiras do Banco, o valor das responsabilidades com serviços passados por

pensões de reforma, líquido do valor do fundo de pensões, está registado na rubrica “Outros

passivos”.

Os resultados do Banco incluem os seguintes custos relativos a pensões de reforma e sobrevivência:

Custo do serviço corrente;

Custo dos juros da totalidade das responsabilidades;

Rendimento esperado dos fundos de pensões;

Custos com acréscimo de responsabilidades por reformas antecipadas;

Prémio de seguro de seguro de vida “Multiprotecção” (ver nota 37);

Comissão de gestão da sociedade gestora do fundo.

Na data da transição, o Banco adoptou a possibilidade permitida pela IFRS 1 de não recalcular os

ganhos e perdas atuariais diferidos desde o início dos planos (opção designada por reset). Deste

modo, os ganhos e perdas atuariais diferidos registados nas contas do Banco em 31 de Dezembro de

2003, foram integralmente anulados por contrapartida de resultados transitados na data da transição –

1 de Janeiro de 2004.

b) Prémios de antiguidade

O Banco ao aderir ao Acordo Colectivo de Trabalho para o Sector Bancário Português assume o

compromisso de atribuir aos trabalhadores no ativo que completem quinze, vinte e cinco e trinta anos

de bom e efetivo serviço, um prémio de antiguidade de valor igual, respectivamente, a um, dois ou

três meses da sua retribuição mensal efetiva no ano da atribuição.

O Banco determina anualmente o valor atual dos benefícios com prémios de antiguidade através de

cálculos atuariais pelo método “Projected Unit Credit”. Os pressupostos atuariais (financeiros e

demográficos) têm por base expectativas à data de balanço para o crescimento dos salários e

baseiam-se em tábuas de mortalidade adaptadas à população do Banco. A taxa de desconto é

determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de baixo risco, de prazo

semelhante ao da liquidação das responsabilidades. Os pressupostos são mutuamente compatíveis.

As responsabilidades por prémios de antiguidade são registadas na rubrica “Outros passivos”.

Os resultados do Banco incluem os seguintes custos relativos a responsabilidades por prémios de

antiguidade:

custo do serviço corrente (custo do ano);

custo dos juros;

65

Relatório e Contas

ganhos e perdas resultantes de desvios atuariais, de alterações de pressupostos ou da

alteração das condições dos benefícios.

2.16 Impostos diferidos

Os impostos diferidos são registados utilizando o método da dívida de balanço, baseado nas

diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos ativos e passivos para preparação de

demonstrações financeiras e os montantes apurados para tributação. Os impostos diferidos são

calculados utilizando a taxa efetiva de imposto sobre os lucros apurada à data de balanço e que é

expectável que venha a ser aplicada quando os referidos impostos diferidos ativos sejam realizados

ou os impostos diferidos passivos sejam liquidados.

São reconhecidos impostos diferidos ativos, se for provável que no futuro existam impostos sobre

lucros suficientes para que possam ser utilizados.

Os impostos sobre os lucros, baseados na aplicação das taxas legais em cada jurisdição são

reconhecidos como custo no período em que os lucros sejam originados. Os efeitos fiscais dos

prejuízos fiscais reportáveis são reconhecidos como um ativo quando é provável que os futuros lucros

tributáveis sejam suficientes para que os prejuízos fiscais reportáveis sejam utilizados.

Os impostos diferidos relacionados com a reavaliação do justo valor de um investimento disponível

para venda, que é debitado ou creditado diretamente em capital próprio, também são creditados ou

debitados diretamente em capital próprio e subsequentemente são reconhecidos na demonstração de

resultados juntamente com os ganhos ou perdas diferidos.

2.17 Passivos financeiros

O Banco classifica os seus passivos financeiros nas seguintes categorias: passivos financeiros

detidos para negociação, outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados, recursos de

bancos centrais, recursos de outras instituições de crédito, recurso de clientes, responsabilidades

representadas por títulos e outros passivos subordinados. A gestão determina a classificação dos

seus investimentos no reconhecimento inicial.

a) Passivos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados

Esta rubrica inclui essencialmente depósitos com rendimento indexado a cabazes de ações ou índices

e o justo valor negativo dos contratos de derivados. A avaliação destes passivos é efectuada com

base no justo valor. O valor de balanço dos depósitos inclui o montante dos juros corridos e não

pagos.

b) Recursos de bancos centrais, de outras instituições de crédito e de clientes

Após o reconhecimento inicial, os depósitos e recursos financeiros de clientes, de bancos centrais e

de instituições de crédito são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro

efetiva.

c) Responsabilidades representadas por títulos e outros passivos subordinados

Estes passivos são reconhecidos inicialmente ao justo valor, sendo este o seu montante de emissão

líquido de custos de transação incorridos. Estes passivos são subsequentemente mensurados ao

custo amortizado e qualquer diferença entre o montante líquido recebido na transação e o valor de

66

Relatório e Contas

reembolso é reconhecido na demonstração de resultados durante o período do passivo utilizando o

método da taxa de juro efetiva.

Se o Banco adquirir a sua própria dívida, esse montante é retirado ao valor do balanço e a diferença

entre o valor de balanço do passivo e o montante despendido na aquisição é registado em resultados.

2.18 Ativos não correntes detidos para venda

Os ativos não correntes, ou grupos para alienação, são classificados como detidos para venda

sempre que se determine que o seu valor de balanço será recuperado através de venda. Esta

condição apenas se verifica quando a venda seja altamente provável e o ativo esteja disponível para

venda imediata no seu estado atual. A operação de venda deverá verificar-se até um período máximo

de um ano após a classificação nesta rubrica. Uma extensão do período durante o qual se exige que

a venda seja concluída não exclui que um ativo, ou grupo para alienação, seja classificado como

detido para venda se o atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora do controlo do

Banco e se mantiver o compromisso de venda do ativo. Imediatamente antes da classificação inicial

do ativo, ou grupo para alienação, como detido para venda, a mensuração dos ativos não correntes

(ou de todos os ativos e passivos do grupo) é efectuada de acordo com os IFRS aplicáveis.

Subsequentemente, estes ativos ou grupos para alienação, são remensurados ao menor valor entre o

valor de reconhecimento inicial e o justo valor deduzido dos custos de venda.

3. Gestão do risco financeiro

3.1 Estratégia usada em instrumentos financeiros

Face à atividade que desenvolve, o Banco capta recursos essencialmente através de depósitos de

clientes e de operações de mercado monetário.

Para além da atividade de concessão de crédito, o Banco aplica ainda os recursos captados em

investimentos financeiros, em particular, num conjunto de instrumentos que compõem a atual carteira

de títulos do Banco.

A carteira de títulos - incluindo ativos financeiros disponíveis para venda e carteira de negociação -

ascendia no final de 2014 a cerca de 1,9 mil milhões de euros, representando cerca de 23% do total

do ativo líquido do Banco Popular. A tipologia destes ativos apresentava a seguinte composição: 0,7%

de dívida pública portuguesa, 73,2% de dívida pública espanhola, 21,6% de instituições financeiras e

4,5% de outros emissores.

Para fazer face ao risco de taxa de juro, o Banco efetuou operações de swap de taxa de juro e

operações de mercado monetário, procurando assim controlar a variabilidade do risco de taxa de juro

e dos fluxos gerados por estes ativos.

a) Cobertura do justo valor

Os ganhos e perdas resultantes da reavaliação de derivados de cobertura são registados em

resultados. Os ganhos e perdas na variação do justo valor de ativos e passivos financeiros cobertos,

correspondentes ao risco coberto, são também reconhecidos em resultados, por contrapartida do

valor de balanço dos ativos ou passivos cobertos, no caso de operações ao custo amortizado ou por

contrapartida da reserva de reavaliação de justo valor, no caso de ativos disponíveis para venda.

Os testes de eficácia de cobertura são devidamente documentados numa base regular, assegurando-

se a existência de comprovativos durante a vida das operações cobertas. Se a cobertura deixar de

67

Relatório e Contas

cumprir com os critérios exigidos pela contabilidade de cobertura, esta deverá ser descontinuada

prospectivamente.

b) Cobertura de cash flow

Numa operação de cobertura da exposição à variabilidade de fluxos de caixa futuros de elevada

probabilidade (cash-flow hedge), a parte efetiva das variações de justo valor do derivado de cobertura

são reconhecidas em reservas, sendo transferidas para resultados nos períodos em que o respectivo

item coberto afectar resultados. Se for previsível que a operação coberta não se efetuará, os

montantes ainda registados em capital próprio são imediatamente reconhecidos em resultados e o

instrumento de cobertura é transferido para a carteira de negociação.

O Banco possui algum risco de cash-flow no que se refere a posições em aberto em moeda

estrangeira. No entanto, face à escassa materialidade da posição global normalmente existente, não

são efectuadas quaisquer operações de cobertura da mesma.

3.2 Ativos e passivos financeiros mensurados ao justo valor

A Administração do Banco considera que à data de 31 de Dezembro de 2014, o justo valor dos ativos

e passivos financeiros ao custo amortizado não difere significativamente do correspondente valor de

balanço.

Na determinação do justo valor de um ativo ou passivo financeiro, se existir um mercado ativo, o

preço de mercado é aplicado. No caso de não existir um mercado ativo, o que é o caso para alguns

dos ativos e passivos financeiros, são utilizadas técnicas de valorização geralmente aceites no

mercado, baseadas em pressupostos de mercado.

Os resultados financeiros líquidos de ativos e passivos financeiros ao justo valor não qualificados

como de cobertura, inclui um valor de 8 600 milhares de euros (2013: 9 517 milhares de euros).

Assim, a variação de justo valor reconhecida em resultados no período analisa-se como segue:

Justo Valor Variação Justo Valor Variação

Ativos financeiros ao justo valor através de resultados

Derivados de negociação

Sw aps de taxa de juro 38 745 30 591 25 505 40 114

Futuros 734 - 167 -

Opções 18 574 70 1 433

Ativos financeiros disponíveis para venda

Instrumentos de dívida emitidos por residentes 36 002 59 92 002 - 29 950

Instrumentos de capital emitidos por residentes 653 - 614 -

Outros instrumentos de capital emitidos por residentes 20 504 -

Instrumentos de dívida emitidos por não residentes 1 821 866 9 490 1 611 456 41 339

Instrumentos de capital emitidos por não residentes 69 - 63 -

Passivos financeiros ao justo valor através de resultados

Derivados de negociação

Sw aps de taxa de juro 43 011 - 32 028 29 456 - 43 240

Futuros 817 - 68 -

Opções 18 - 86 105 - 179

8 600 9 517

31-12-2014 31-12-2013

68

Relatório e Contas

O quadro seguinte classifica as mensurações do justo valor dos ativos e passivos financeiros do

Banco, baseando-se numa hierarquia do justo valor que reflete o significado dos inputs utilizados na

mensuração, conforme os seguintes níveis:

- Nível 1: preços cotados (não ajustados) em mercados ativos para ativos ou passivos idênticos;

- Nível 2: inputs diferentes dos preços cotados incluídos no Nível 1 que sejam observáveis para o

ativo ou passivo, quer diretamente (i.e., como preços), quer indiretamente (i.e., derivados dos

preços);

- Nível 3: inputs para o ativo ou passivo que não se baseiam em dados de mercado observáveis

(inputs não observáveis).

Ativos e Passivos mensurados

ao justo valorNível 1 Nível 2 Nível 3 Total Nível 1 Nível 2 Nível 3 Total

Ativos f inanceiros detidos

para negociação

Títulos de rendimento variável 2 686 - 36 098 38 784 2 879 - 45 222 48 101

Derivados - 39 496 - 39 496 - 25 742 - 25 742

Outros ativos f inanceiros ao

justo valor através de resultados

Títulos de rendimento f ixo - - - 0 24 983 - - 24 983

Ativos f inanceiros disponíveis

para venda

Títulos de dívida 1 852 969 4 899 - 1 857 868 1 698 580 4 879 - 1 703 459

Títulos de capital - - 21 226 21 226 - 677 677

Derivados de cobertura - - 0 - 103 103

Total dos Ativos

mensurados ao justo valor1 855 655 44 395 57 324 1 957 374 1 726 442 30 724 45 899 1 803 065

Passivos f inanceiros detidos

para negociação (Derivados) - 43 845 - 43 845 - 29 629 - 29 629

Derivados de cobertura - 142 258 - 142 258 - 101 883 - 101 883

Total dos Passivos

mensurados ao justo valor 0 186 103 0 186 103 0 131 512 0 131 512

31-12-2014 31-12-2013

3.3 Risco de crédito

O Banco assume exposições de risco de crédito, que é o risco da possível perda causada pelo

incumprimento das obrigações contratuais das contrapartes da entidade. No caso dos financiamentos

produz-se como consequência da não recuperação do capital, juros e comissões, nos termos da

dívida, prazos e demais condições estabelecidas nos contratos. No que se refere a riscos fora de

balanço, deriva do incumprimento pela contraparte das suas obrigações perante terceiros, o que

implica que a entidade os assuma como próprios em função do compromisso contraído.

O Banco estrutura os níveis de risco de crédito que assume através de limites estabelecidos de

montantes de risco aceitável em relação ao mutuário ou grupo de mutuários e a segmentos

geográficos e industriais.

A exposição ao risco de crédito é gerida através de uma análise regular da capacidade de mutuários e

potenciais mutuários de satisfazer obrigações de pagamento de capital e juros, e por alterar estes

limites de empréstimos quando apropriado. Exposições a risco de crédito são também geridas em

parte pela obtenção de colaterais e garantias pessoais ou empresariais.

69

Relatório e Contas

- Colaterais

O Banco utiliza uma diversidade de políticas e práticas de forma a mitigar o risco de crédito. A mais

tradicional é a obtenção de garantias colaterais aquando do adiantamento de fundos. O Banco

implementa orientações em relação à aceitabilidade de classes específicas de colateral ou de

mitigação do risco de crédito. Os principais tipos de colateral para créditos e valores a receber são:

- Hipotecas sobre imóveis;

- Penhores de aplicações efectuadas no Banco;

- Penhor de ativos como instalações, inventários e contas a receber;

- Penhor sobre instrumentos financeiros, como títulos de dívida e ações.

Financiamentos de longo prazo a entidades empresariais e individuais, são geralmente garantidos;

créditos individuais de baixo valor e recorrentes geralmente não têm garantia. Adicionalmente, com o

intuito de minimizar a perda, no momento em que existem indicadores de imparidade para os créditos

e valores a receber, o Banco procura colaterais adicionais das contrapartes relevantes.

O colateral detido para ativos financeiros, que não empréstimos e adiantamentos, é determinado pela

natureza do instrumento. Instrumentos de dívida, tesouro e outros títulos geralmente não se

encontram colaterizados.

- Compromissos de concessão de crédito

O objectivo principal destes instrumentos é assegurar que os fundos são disponibilizados a um cliente

à medida que este os requisite. Compromissos de extensão de crédito representam partes não

utilizadas de autorizações para estender o crédito na forma de empréstimos, garantias ou letras de

crédito. Relativamente ao risco de crédito em compromissos de extensão de crédito, o Banco está

potencialmente exposto a uma perda no montante igual ao total dos seus compromissos não

utilizados. Contudo, o montante provável de perda é muito menor que a soma dos compromissos não

utilizados em virtude dos compromissos de extensão de crédito serem revogáveis e estarem

dependentes dos clientes manterem uma qualidade de crédito específica. O Banco monitoriza o prazo

de vencimento de compromissos de crédito pois os compromissos de longo-prazo têm geralmente um

maior grau de risco de crédito do que compromissos a curto-prazo.

- Exposição máxima ao risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, a exposição máxima ao risco de crédito analisa-se como segue:

31-12-2014 31-12-2013

Balanço

Disponib. em outras instit. de crédito 80 219 174 427

Ativos f inanceiros detidos para negociação 39 496 25 742

Outros ativos f in. justo valor através resultados 24 983

Ativos f inanceiros disponíveis para venda 1 857 868 1 703 458

Aplicações em instituições de crédito 197 962 1 268 822

Crédito a clientes 5 775 248 5 249 457

Outros ativos 287 053 247 492

8 237 846 8 694 381

Fora de Balanço

Garantias f inanceiras 385 722 429 755

Outras garantias 105 972 109 716

Compromissos de concessão de crédito 820 518 788 982

Créditos documentários 46 531 39 885

1 358 743 1 368 338

Total 9 596 589 10 062 719

70

Relatório e Contas

O quadro acima representa o pior cenário a nível de exposição do Banco a risco de crédito a 31 de

Dezembro de 2014 e 2013, sem ter em consideração qualquer colateral detido ou outras melhorias de

crédito. Para ativos no balanço, a exposição acima é baseada na sua quantia escriturada como

reportada na face do Balanço.

Tal como se pode verificar no quadro acima, 68,7 % do total da exposição máxima resulta de crédito a

clientes (2013: 60,0%).

A gestão está confiante na sua capacidade de continuar a controlar e manter uma exposição mínima

ao risco de crédito do Banco, que resulta maioritariamente da sua carteira de crédito a clientes,

baseando-se no seguinte:

- 60,3% do montante de crédito a clientes possui garantias reais;

- 94,3% do portfólio de crédito a clientes não se encontra vencido.

- Concentração por sector de atividade de ativos financeiros com risco de crédito

Os quadros abaixo apresentam a exposição do Banco de acordo com os valores de balanço dos

ativos (excluindo juros corridos), discriminados por sector de atividade:

Instituições Sector Construção Outras

3 1- 12 - 2 0 14 Financeiras Público e Act. Imob. Indústrias Serviços Habitação O. Créditos

Disponib. em outras instit. de crédito 80 219

Ativos financeiros detidos p/ negociação 40 065 22 777 372 15 053 13

Ativos financeiros disponíveis para venda 434 931 1 417 151 27 012

Aplicações em instituições de crédito 197 809

Crédito a c lientes 38 691 806 728 943 418 2 235 304 1 527 335 215 073

Ativos não correntes detidos para venda 20 747

Outros ativos 190 040 97 350

943 064 1 553 192 829 505 943 790 2 298 116 1 527 335 215 086

Particulares

Instituições Sector Construção Outras

3 1- 12 - 2 0 13 Financeiras Público e Act. Imob. Indústrias Serviços Habitação O. Créditos

Disponib. em outras instit. de crédito 174 427

Ativos financeiros detidos p/ negociação 48 400 13 862 167 10 224 1 190

Out. at. fin. justo valor através resultados 24 983

Ativos financeiros disponíveis para venda 382 761 564 912 756 463

Aplicações em instituições de crédito 1 268 697

Crédito a c lientes 4 461 847 068 846 768 2 003 430 1 485 564 314 869

Ativos não correntes detidos p/ venda 20 747

Outros ativos 132 689 18 221

2 052 704 587 594 860 930 846 935 2 770 117 1 485 564 316 059

Particulares

3.4 Segmentação geográfica de ativos, passivos e extra patrimoniais

O Banco opera na sua totalidade no mercado nacional, não sendo relevante a apresentação por

segmento geográfico, visto que não existe uma componente identificável dentro de um ambiente

económico específico e que esteja sujeito a riscos ou benefícios diferenciáveis de outros.

71

Relatório e Contas

3.5 Risco de mercado

O risco de mercado é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos

resultados ou no capital, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos

da carteira de negociação, provocados por flutuações em cotações de ações, taxas de juro e taxas de

câmbio.

Em 31 de Dezembro de 2014, a carteira de títulos do Banco ascendia a cerca de 1,9 mil milhões de

euros, dos quais apenas cerca de 39 milhões de euros estavam classificados como ativos financeiros

detidos para negociação.

- Análise de sensibilidade

No âmbito do exercício de stress-test o Banco Popular efetua uma análise de sensibilidade a

oscilações de 30% dos índices acionistas. No caso de ocorrência de uma desvalorização com esta

ordem de grandeza, conclui-se da não necessidade de capital adicional.

Refira-se adicionalmente que, à data de referência, o risco de mercado representava apenas cerca de

0,002% do total dos ativos ponderados por risco (RWA) calculados de acordo com as regras do CRD

IV/CRR.

3.6 Risco de taxa de câmbio

O contravalor, em milhares de euros, dos elementos à vista do ativo e do passivo expresso em

moeda estrangeira decompõe-se como segue:

31-12-2014 USD GBP CHF JPY CAD AUD NOK Outros

Ativos

Caixa 1 044 79 224 38 40 3 2 8

Disponib. em O.I.C.'s 2 118 2 206 256 8 2 706 277 147 136

Ativos financ. dispon. p/ venda 53 - - - - - - -

Aplicações em instit. de crédito 130 354 47 536 - - - 4 895 1 129 -

Crédito a clientes 3 411 - - - - - -

Outros ativos 3 810 26 5 70 5 252 2 -

140 790 49 847 485 116 2 751 5 427 1 280 144

Passivos

Recursos de O.I.C.'s 143 954 23 115 55 49 24 6 - 72

Recursos de clientes 35 130 26 774 230 5 2 673 5 231 2 733 70

Outros passivos 2 707 138 54 70 200 356 37 52

181 791 50 027 339 124 2 897 5 593 2 770 194

Posições de balanço líquidas - 41 001 - 180 146 - 8 - 146 - 166 - 1 490 - 50

Cambiais a prazo 41 197 - - - - 1 428 -

Posições líquidas 196 - 180 146 - 8 - 146 - 166 - 62 - 50

31-12-2013

Total de ativos 91 360 20 656 409 52 9 955 5 515 2 060 218

Total de passivos 224 403 20 490 246 39 10 041 5 593 2 052 138

Posições de balanço líquidas - 133 043 166 163 13 - 86 - 78 8 80

Cambiais a prazo 134 047 - - - - - - -

Posições líquidas 1 004 166 163 13 - 86 - 78 8 80

72

Relatório e Contas

- Análise de sensibilidade

A atividade do Banco Popular Portugal em moeda estrangeira consiste em efetuar transações tendo

por base operações com clientes. Neste quadro, a posição cambial global do Banco é

tendencialmente nula.

Assim, como se pode constatar, qualquer que seja o impacto em termos cambiais nos preços das

moedas, o impacto em termos de resultados para o Banco é financeiramente imaterial, razão pela

qual não são efectuadas análises de sensibilidade.

3.7 Risco de taxa de juro

O risco avalia o impacto na margem financeira e nos fundos próprios como resultado de variações nas

taxas de juro do mercado.

O risco de taxa de juro do balanço é medido por um modelo de repricing gap sobre os ativos e

passivos susceptíveis a variações de taxa de juro, em consonância com a instrução nº 19/2005 do

Banco de Portugal. De um modo sucinto, este modelo agrupa os ativos e passivos sensíveis a

variações em intervalos de tempo fixos (datas de vencimento ou de primeira revisão de taxa de juro,

quando a mesma está indexada), a partir dos quais se calcula um impacto potencial sobre a margem

de intermediação.

Até 1 mêsDe 1 a 3

meses

De 3 a 12

meses

Mais de 12

mesesInsensível Total

Disponibilidades e Mercado monetário 362 818 1 100 - - 48 545 412 463

Crédito a clientes 1 533 589 2 442 528 1 079 222 376 702 26 742 5 458 783

Mercado de títulos 41 209 723 215 336 959 756 485 99 506 1 957 374

Outros ativos - - - - 577 228 577 228

Total do Ativo 1 937 616 3 166 843 1 416 181 1 133 187 752 021 8 405 848

Mercado monetário 1 615 990 1 012 025 72 996 264 400 - 2 965 411

Mercado de depósitos 688 478 438 784 1 340 348 1 605 689 41 604 4 114 903

Mercado de títulos 225 000 1 455 13 592 76 282 922 317 251

Outros passivos - - - - 305 078 305 078

Total do Passivo 2 529 468 1 452 264 1 426 936 1 946 371 347 604 7 702 643

Gap - 591 852 1 714 579 - 10 755 - 813 184 404 417

Gap Acumulado - 591 852 1 122 727 1 111 972 298 788 703 205

Gap -1 283 176 2 608 508 - 586 856 - 658 968 586 380

Gap Acumulado -1 283 176 1 325 332 738 476 79 508 665 888

Gap de vencimentos e reapreciações da Atividade do Banco em 31 de Dezembro de 2014

Gap de vencimentos e reapreciações em 31 de Dezembro de 2013

- Análise de sensibilidade

De acordo com o modelo acima referido, o Banco calcula o impacto potencial sobre a margem

financeira e sobre a situação líquida.

No quadro seguinte, o modelo considera um cenário em que existe um impacto imediato de 1% nas

taxas de juro, i.e., na data de revisão das taxas de juro, pelo que, quer das operações ativas quer das

operações passivas, as novas taxas passam a incorporar este efeito.

73

Relatório e Contas

Até 1 mêsDe 1 a 3

meses

De 3 a 12

meses

Mais de 12

mesesInsensível Total

Disponibilidades e Mercado monetário 362 818 1 100 - - 48 545 412 463

Crédito a clientes 1 533 589 2 442 528 1 079 222 376 702 26 742 5 458 783

Mercado de títulos 41 209 723 215 336 959 756 485 99 506 1 957 374

Outros ativos - - - - 577 228 577 228

Total do Ativo 1 937 616 3 166 843 1 416 181 1 133 187 752 021 8 405 848

Mercado monetário 1 615 990 1 012 025 72 996 264 400 - 2 965 411

Mercado de depósitos 688 478 438 784 1 340 348 1 605 689 41 604 4 114 903

Mercado de títulos 225 000 1 455 13 592 76 282 922 317 251

Outros passivos - - - - 305 078 305 078

Total do Passivo 2 529 468 1 452 264 1 426 936 1 946 371 347 604 7 702 643

Gap - 591 852 1 714 579 - 10 755 - 813 184 404 417

Gap acumulado - 591 852 1 122 727 1 111 972 298 788 703 205

Impacto com aumento de 1% - 246 - 313 9 592

Impacto Acumulado - 246 - 559 9 033

Efeito Acumulado 9 033

Margem Financeira 124 723

Gap Acumulado 7,24%

3.8 Risco de liquidez

O Banco acompanha em permanência a evolução da sua liquidez, monitorizando em cada momento

as entradas e saídas de fundos. São efectuadas projeções de liquidez que têm por objectivo permitir

planear a estratégia de financiamento de curto e de médio prazo.

A fonte privilegiada de financiamento do Banco são os depósitos de clientes, complementada pelo

recurso ao mercado de capitais através de emissões obrigacionistas e pelo mercado interbancário,

onde privilegiamos operações com o Grupo Banco Popular. O Banco procura assegurar, em paralelo,

a existência de outras fontes de financiamento, selecionadas cuidadosamente para cada prazo em

função do seu pricing, estabilidade, rapidez de acesso, profundidade e em conformidade com as

políticas de gestão do risco definidas.

O processo de gestão de liquidez, como efectuado no Banco, inclui:

- As necessidades de funding diárias que são geridas pela monitorização dos fluxos de caixa

futuros de modo a garantir que os requisitos são cumpridos. Isto inclui reposição de fundos à

medida que maturam ou são emprestados a clientes;

- Manutenção de uma carteira de ativos com elevada liquidez que possam ser facilmente liquidados

como proteção contra qualquer interrupção imprevista de fluxos de caixa;

- Monitorização de rácios de liquidez tendo em conta os requisitos externos e internos;

- Gestão da concentração e perfil das maturidades da dívida, recorrendo ao Gap de liquidez.

Para além das obrigações a que está sujeito para com o Banco de Portugal, nos termos da instrução

nº 13/2009, o Banco recorre ainda ao conceito de Gap de liquidez, ou seja, a partir do balanço do

Banco, em 31 de Dezembro de 2014, tendo por base os vencimentos das operações ativas e

passivas, obtém-se um diferencial entre os vencimentos referidos (positivo ou negativo) segundo os

prazos residuais de vencimento das operações que se denominam GAP’s de Liquidez. O Banco

calcula igualmente o LCR (Liquidity Coverage Ratio) e o NSFR (Net Stable Funding Ratio), com o

74

Relatório e Contas

objetivo de monitorizar a evolução da liquidez e de efetuar o respetivo reporte às autoridades de

supervisão.

O quadro seguinte apresenta o balanço do Banco (sem juros corridos), no final do mês de Dezembro

de 2014, com as principais classes agrupadas por prazos de vencimento:

Até 1 mêsDe 1 a 3

meses

De 3 a 12

meses

de 1 a 5

anos

Mais de 5

anos

Caixa e saldos em bancos centrais 134 282

Disponibilidades em outras I.C.'s 80 219

Ativos financeiros detidos p/ negociação 38 784

Ativos financeiros disponíveis para venda 92 772 3 361 1 695 992 86 969

Aplicações em I.C.'s 196 651 16 1 143

Crédito a clientes 814 294 394 518 962 481 1 391 237 1 874 568

Outros ativos 703 27 539 18 731 192 852 21 539

Total do Ativo 1 226 149 514 829 1 023 373 3 280 081 1 984 219

Recursos de bancos centrais 900 000

Recursos de outras I.C.'s 1 030 092 584 236 71 862 376 900

Recursos de clientes 1 565 070 447 180 1 347 220 727 878

Responsabilidades represent. por títulos 237 664 78 665

Passivos por impostos correntes 1 817

Outros passivos 8 464 3 031 6 051 1 052 7 681

Total do Passivo 3 503 626 1 034 447 1 664 614 1 184 495 7 681

Gap -2 277 477 - 519 618 - 641 241 2 095 586 1 976 538

Gap Acumulado -2 277 477 -2 797 095 -3 438 336 -1 342 750 633 788

Gap de liquidez a 31 de Dezembro de 2013

Gap -1 237 767 - 520 090 -1 283 304 835 387 2 639 044

Gap Acumulado -1 237 767 -1 757 857 -3 041 161 -2 205 774 433 270

Gap de liquidez do Balanço em 31 de Dezembro de 2014

- Exposições fora de Balanço (Risco de liquidez)

Com referência a 31 de Dezembro de 2014, os prazos dos montantes contratuais dos instrumentos

financeiros fora de Balanço do Banco que o comprometem a estender o crédito a clientes e outras

facilidades, analisam-se como segue:

31-12-2014 Até 1 mêsDe 1 a 3

meses

De 3 a 12

meses

de 1 a 5

anos

Mais de 5

anosSem Prazo

Passivos eventuais:

Créditos documentários - - - - - 46 531

Garantias e avales 1 421 4 696 148 897 50 875 277 268 8 538

Compromissos:

Irrevogáveis - - - - - -

Revogáveis 30 230 118 958 311 791 17 107 342 432 -

Total 31 651 123 654 460 688 67 982 619 700 55 069

75

Relatório e Contas

31-12-2013 Até 1 mêsDe 1 a 3

meses

De 3 a 12

meses

de 1 a 5

anos

Mais de 5

anosSem Prazo

Passivos eventuais:

Créditos documentários - - - - - 39 885

Garantias e avales 2 760 7 396 16 174 198 679 2 012 312 449

Compromissos:

Irrevogáveis - - - - - -

Revogáveis 51 652 92 439 285 120 8 990 91 501 259 280

Total 54 412 99 835 301 294 207 669 93 513 611 614

3.9 Risco operacional

O Banco Popular Portugal, interpreta o Risco Operacional tal como o define o acordo de Basileia II ou

seja, o risco de perdas resultantes da aplicação inadequada ou negligente de procedimentos internos,

de comportamentos das pessoas e de inadequado funcionamento de sistemas ou de causas

externas.

O processo de gestão assenta numa análise por área funcional inventariando os riscos inerentes às

funções e tarefas específicas de cada órgão da estrutura.

Envolvendo toda a organização, o método de gestão é assegurado pelas seguintes estruturas:

Comité Executivo (CE) – estrutura de alta direção responsável primeiro pelas orientações e

políticas de gestão, estabelecimento e acompanhamento dos limites de apetite e tolerância ao

risco.

Gestão de Risco (DGR) – integra unidade dedicada exclusivamente à gestão do risco operacional.

Tem a responsabilidade da dinamização e coordenação das restantes estruturas na aplicação das

metodologias e utilização das ferramentas corporativas de suporte ao modelo.

Responsáveis de Risco Operacional (RRO) – abrangendo a base da organização, são elementos

nomeados pelas hierarquias de cada unidade orgânica aos quais compete o papel de facilitador e

dinamizador do modelo de gestão do risco operacional.

No processo de gestão do risco operacional, assumem ainda papel relevante as estruturas de

auditoria, controlo interno e segurança do Banco.

3.10 Atividades fiduciárias

O Banco fornece custódias, garantias, serviços de administração empresarial, gestão de

investimentos e serviços de aconselhamento a terceiras partes. Estas atividades exigem a alocação

de ativos e transações de compra e venda em relação a uma vasta gama de instrumentos financeiros.

Esses ativos, que são mantidos em capacidade fiduciária, não são incluídos nestas demonstrações

financeiras. À data de 31 de Dezembro de 2014, o Banco mantinha custódia de contas de

investimento no montante de 6 695 936 milhares de euros (2013: 5 214 227 milhares de euros) e

ativos financeiros administrados, estimados em 152 112 milhares de euros (2013: 121 236 milhares

de euros).

76

Relatório e Contas

3.11 Gestão e divulgações de capital

Os principais objectivos da gestão de capital no Banco são cumprir os requisitos mínimos definidos

pelas entidades de supervisão em termos de adequação de capital e assegurar o cumprimento dos

objectivos estratégicos do Banco em matéria de adequação de capital.

A definição da estratégia a adoptar em termos de gestão de capital é da competência do Conselho de

Administração do Banco.

Em termos prudenciais, o Banco está sujeito à supervisão do Banco de Portugal, que estabelece as

regras que a este nível deverão ser observadas pelas diversas instituições sob a sua supervisão.

Estas regras determinam um rácio mínimo de fundos próprios totais em relação aos requisitos

exigidos pelos riscos assumidos, que as instituições deverão cumprir.

Em 31 de Dezembro de 2014, o rácio de fundos próprios principais de nível 1, calculado de acordo

com as regras da CRD IV/CRR, para 2014, atingiu o valor de 11,5%, largamente acima do valor

mínimo exigido pelo Banco de Portugal de 7%.

31-12-14

Fundos próprios

Common Equity Tier 1 (CET1) 694.815

Recursos próprios de base (Tier 1) 694.815

Recursos próprios elegíveis (Total) 729.007

Ativos ponderados por risco (RWA) 6.033.304

Rácios de Solvabilidade

CET1 11,5%

Tier 1 11,5%

Total 12,1%

4. Estimativas e assunções na aplicação de políticas contabilísticas

O Banco efetua estimativas e assunções que têm impacto nos valores reportados de ativos e passivos

durante o próximo exercício financeiro. Estas estimativas e julgamentos são avaliados

continuadamente e concebidos com base em dados históricos e outros factores, como expectativas

de eventos futuros.

a) Perdas de imparidade em empréstimos

O Banco analisa, numa base mensal, a sua carteira de crédito para avaliar eventuais perdas de

imparidade. Na determinação do registo, ou não, de perdas de imparidade em resultados, o Banco

analisa dados observáveis que indiquem um decréscimo mensurável nos futuros cash flows

estimados quer da carteira de empréstimos, quer individualmente para casos específicos dessa

mesma carteira. A análise pode indicar, por exemplo, um evento adverso na capacidade do cliente

cumprir o pagamento do empréstimo, ou deterioração das condições e indicadores macroeconómicos

correlacionados. A gestão usa estimativas baseadas em dados históricos de ativos com riscos de

crédito semelhantes e possíveis perdas de imparidade, nesses mesmos ativos. A metodologia e

77

Relatório e Contas

assunções utilizadas nestas estimativas são revistas regularmente para se reduzir quaisquer

diferenças entre perdas estimadas e perdas realizadas.

b) Justo valor de derivados e de ativos financeiros não cotados

O justo valor dos derivados e ativos financeiros não cotados foi determinado com base em métodos

de avaliação e teorias financeiras, cujos resultados dependem dos pressupostos utilizados.

c) Imparidade de investimentos em capital na carteira de Ativos financeiros disponíveis para

venda

O Banco determina que existe imparidade em investimentos em capital de ativos financeiros

disponíveis para venda, quando se tenha verificado um decréscimo significativo ou prolongado do

justo valor, abaixo do seu custo. A quantificação necessária das expressões, significativa e

prolongado, exigem juízo profissional. Na realização deste juízo, o Banco avalia entre outros factores,

a volatilidade normal no preço da ação. Em complemento, deve ser considerada imparidade quando

se verificarem eventos que evidenciem a deterioração da viabilidade do investimento, a performance

da indústria e do sector, alterações tecnológicas e cash flows operacionais e financeiros.

d) Pensões de reforma e sobrevivência

As responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência são estimadas com base em tábuas

atuariais e pressupostos de crescimento das pensões e dos salários. Estes pressupostos são

baseados nas expectativas do Banco para o período durante o qual irão ser liquidadas as

responsabilidades.

e) Impostos diferidos

O reconhecimento de impostos diferidos ativos pressupõe a existência de resultados e matéria

colectável futura. Os impostos diferidos ativos e passivos foram determinados com base na legislação

fiscal atualmente em vigor ou em legislação já publicada para aplicação futura. Alterações na

interpretação da legislação fiscal podem influenciar o valor dos impostos diferidos reconhecidos.

5. Reporte por Segmentos

O Banco desenvolve a sua atividade essencialmente do sector financeiro e direccionada para as

empresas, institucionais e clientes particulares.

Os produtos e serviços prestados incluem a captação de depósitos, a concessão de crédito a

empresas e particulares, serviços de corretagem e custódia, serviços de banca de investimento e

ainda a comercialização de fundos de investimento e de seguros de vida e não vida. Adicionalmente,

o Banco realiza investimentos de curto, médio e longo prazo nos mercados financeiro e cambial como

forma de tirar vantagens das oscilações de preços ou como meio para rendibilizar os recursos

financeiros disponíveis.

O Banco Popular apresenta a sua atividade através dos seguintes segmentos operacionais:

(1) Banca de Retalho, que inclui os subsegmentos de Particulares, Empresários em Nome

Individual, Pequenas e Médias Empresas e Instituições Particulares de Solidariedade Social;

(2) Banca Comercial, que engloba as Grandes Empresas, as Instituições Financeiras e o Sector

Público Administrativo;

78

Relatório e Contas

(3) Outros Segmentos, que agrupa as operações não incluídas nos outros segmentos,

designadamente as operações e a gestão referentes à Carteira Própria de Títulos e às

Aplicações em Instituições de Crédito.

Em termos geográficos o Banco Popular apenas exerce a sua atividade em Portugal.

O reporte por segmentos apresenta-se como segue:

31-12-2014Banca de

Retalho

Banca

Comercial

Outros

SegmentosTotal

Juros e rendimentos similares 122 815 76 092 57 224 256 131

Juros e encargos similares 71 853 14 609 44 946 131 408

Rendimento de instrumentos de capital - - 60 60

Rendimentos de serviços e comissões 35 330 9 345 19 332 64 007

Encargos com serviços e comissões 1 909 310 6 111 8 330

Resultados de Op.Financeiras (líq.) 214 3 7 184 7 401

Resultados alienação outros ativos - - - 8 329 - 8 329

Outros Result. de Exploração (líq.) - - - 7 243 - 7 243

Ativo líquido 3 488 204 2 148 172 2 769 472 8 405 848

Passivo 3 372 861 2 858 965 1 470 817 7 702 643

31-12-2013Banca de

Retalho

Banca

Comercial

Outros

SegmentosTotal

Juros e rendimentos similares 131 372 92 861 79 579 303 812

Juros e encargos similares 92 630 28 423 61 511 182 564

Rendimento de instrumentos de capital - - 49 49

Rendimentos de serviços e comissões 27 049 8 814 24 794 60 657

Encargos com serviços e comissões 706 299 7 569 8 574

Resultados de Op.Financeiras (líq.) 1 251 - 3 8 743 9 991

Resultados alienação outros ativos - - - 5 241 - 5 241

Outros Result. de Exploração (líq.) - - - 6 145 - 6 145

Ativo líquido 3 396 620 1 949 931 3 875 622 9 222 173

Passivo 3 223 902 1 379 279 3 953 104 8 556 285

79

Relatório e Contas

6. Margem Financeira

Esta rubrica decompõe-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Juros e rendimentos similares de :

Disponibilidades 113 283

Aplicações em IC'S 4 491 2 322

Crédito a clientes 198 799 224 091

Outros ativos f in. ao justo valor 117 1 265

Outros ativos f in. disp.para venda 52 326 60 711

Investimentos detidos até à maturidade - 14 921

Outros 285 219

256 131 303 812

Juros e encargos similares de :

Recursos de Bancos Centrais 2 220 8 510

Recursos de OIC'S 11 927 12 138

Recursos de clientes 74 410 108 599

Responsabilidades representadas por títulos 17 974 31 254

Juros de derivados de cobertura 24 876 22 063

Outros 1 -

131 408 182 564

Margem Financeira 124 723 121 248

7. Rendimento de instrumentos de capital

O saldo desta rubrica é composto como segue:

31-12-14 31-12-13

Ativos financeiros disponíveis para venda 60 49

60 49

8. Rendimentos e encargos com serviços e comissões

Estas rubricas decompõem-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Rendimentos de serviços e Comissões

Comissões e serviços relac. c/ crédito 13 925 19 575

Comissões de garantias e avales 6 861 6 063

Comissões de meios de cob. e pagamento 18 761 16 816

Comissões de gestão de ativos 4 543 3 473

Comissões de angariação de seguros 5 220 2 081

Comissões de manutenção de contas 5 810 5 183

Comissões de processamento 1 632 1 673

Montagem de operações 2 572 2 310

Outros 4 683 3 483

64 007 60 657

Encargos com serviços e Comissões

Comissões de meios de cob. e pagamento 3 768 5 331

Comissões de gestão de ativos 2 146 2 163

Comissões a promotores e angariadores 341 329

Outros 2 075 751

8 330 8 574

80

Relatório e Contas

9. Resultados líquidos em operações financeiras

Esta rubrica é analisada como segue:

Ganhos Perdas Ganhos Perdas

Ativos e passivos f inanceiros detidos para negociação

Títulos de rendimento variável 181 2 456 411 955

Instrumentos f inanceiros derivados 31 165 32 114 41 547 43 419

31 346 34 570 41 958 44 374

Ativos e passivos f inanc. ao justo valor através de resultados

Títulos de rendimento f ixo - 80 428 698

0 80 428 698

Derivados de cobertura ao justo valor 75 717 75 895 140 098 140 098

Ativos e passivos f inanc. disponíveis para venda

Títulos de rendimento f ixo 9 702 153 41 347 29 958

9 702 153 41 347 29 958

Resultados de ativos e passivos financeiros de

negociação e ao justo valor através de resultados 116 765 110 698 223 831 215 128

31-12-2014 31-12-2013

No decorrer do exercício de 2014 o Banco recebeu 46,4 milhares de euros de dividendos em ativos

financeiros detidos para negociação (2013: 52,2 milhares de euros). Em 2014 e 2013 o Banco não

recebeu quaisquer dividendos de ativos financeiros designados ao justo valor através de resultados.

O efeito registado na rubrica de Derivados de cobertura ao justo valor resulta da variação do justo

valor dos instrumentos de cobertura (swap de taxa de juro) e das variações de justo valor dos ativos

cobertos, decorrentes do risco coberto (taxa de juro). Na medida em que o instrumento coberto se

encontra contabilizado na carteira de Ativos financeiros disponíveis para venda, essa variação de

justo valor é transferida da Reserva de reavaliação de justo valor para resultados.

10. Resultados de reavaliação cambial

Estas rubricas decompõem-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Ganhos em diferenças cambiais

Na posição à vista 3 510 93

Na posição a prazo 1 203 2 953

4 713 3 046

Perdas em diferenças cambiais

Na posição à vista 3 317 -

Na posição a prazo 62 1 758

3 379 1 758

Resultados de reavaliação cambial (liq.) 1 334 1 288

81

Relatório e Contas

11. Resultados de alienação de outros ativos

Esta rubrica é analisada como segue:

31-12-14 31-12-13

Ganhos na alienação de ativos tangíveis detidos para venda 1 256 1 433

Ganhos em outros ativos tangíveis 962 3

Ganhos em investimentos detidos até à maturidade - 5 065

2 218 6 501

Perdas na alienação de crédito a clientes 563 5 456

Perdas na alienação de ativos tangíveis detidos para venda 7 866 6 286

Perdas na alienação de outros ativos tangíveis 2 118 -

10 547 11 742

- 8 329 - 5 241

12. Outros resultados de exploração

Esta rubrica é analisada como segue:

31-12-14 31-12-13

Contribuições para o FGD - 1 022 - 1 033

Contribuições para o Fundo de Resolução - 961 - 1 420

Outros encargos operacionais - 2 694 - 1 925

Imposto municipal sobre imóveis - 896 - 1 298

Outros impostos - 842 - 911

Contribuição sobre o sector bancário - 4 258 - 3 357

Remunerações por cedência de pessoal 1 230 1 472

Rendimento de imóveis 619 476

Outros rendimentos e receitas operacionais 1 581 1 581

- 7 243 - 6 415

13. Custos com pessoal

Esta rubrica é analisada como segue:

31-12-14 31-12-13

Remunerações 42 384 41 781

Encargos sociais obrigatórios:

- Encargos relativos a remunerações 11 222 11 126

- Fundo de Pensões 3 605 2 397

- Outros encargos sociais obrigatórios 227 160

Outros custos 737 845

58 175 56 309

14. Gastos gerais administrativos

Esta rubrica é analisada como segue:

82

Relatório e Contas

31-12-14 31-12-13

Com fornecimentos

Água energia e combustíveis 1 701 1 773

Material de consumo corrente 292 368

Licenças de softw are 368 254

Outros fornecimentos de terceiros 270 347

Com serviços

Rendas e alugueres 4 342 4 392

Comunicações 4 008 4 164

Deslocações, estadas e representação 1 189 1 134

Publicidade e edição de publicações 4 025 2 700

Conservação e reparação 3 761 4 170

Transportes 1 067 1 137

Avenças e honorários 5 543 6 420

Judiciais, contencioso e notariado 1 932 2 473

Informática 8 969 8 338

Segurança, vigilância e limpeza 478 1 159

Mão-de-obra eventual 4 447 4 575

Consultores e auditores externos 903 1 148

SIBS 1 170 1 259

Serviços prestados pela empresa mãe 3 422 3 283

Outros serviços de terceiros 2 809 2 379

50 696 51 473

15. Impostos

O cálculo do IRC do exercício de 2014, foi apurado com base numa taxa nominal de 23% sobre a

matéria colectável (25% no exercício de 2013). Tanto em 2014 como em 2013 à taxa nominal acresce

a taxa da derrama de 1,5%, que incide sobre o lucro tributável e uma taxa de derrama estadual a uma

taxa variável de acordo com os escalões abaixo indicados:

- Menor do que 1,5 Meuros 0%

- Entre 1,5 Meuros e 7,5 Meuros 3%

- Entre 7,5 Meuros e 35 Meuros 5%

- Maior do que 35 Meuros 7%

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o custo com impostos sobre os lucros reconhecidos em

resultados, bem como a carga fiscal, medida pela relação entre a dotação para impostos e o lucro do

exercício antes daquela dotação, podem ser resumidos como segue:

31-12-14 31-12-13

Impostos correntes sobre os lucros

Do exercício 860 662

Correção de exercícios anteriores 1 084 - 1 619

1 944 - 957

Impostos diferidos

Registo e reversão de diferenças temporárias 1 217 - 18 847

Total do imposto registado em resultados 3 161 - 19 804

Resultado antes de impostos 5 444 - 51 524

Carga f iscal 58,1% -38,4%

83

Relatório e Contas

A reconciliação entre a taxa nominal de imposto e a carga fiscal registada em 2014 e 2013, bem

como a reconciliação entre o custo / proveito de imposto e o produto do lucro contabilístico pela taxa

nominal de imposto, após dedução dos impostos diferidos, analisam-se como segue:

Taxa de imposto Valor Taxa de imposto Valor

Resultado antes de impostos 5 444 - 51 524

Imposto calculado à taxa nominal 23,0% 1 252 25,0% 0

Derrama após efeito dos impostos diferidos 0,0% 0 0,0% 0

Tributações autónomas 15,8% 860 1,3% 662

Benefícios Fiscais -23,7% - 1 288 0,0% 0

Efeito das provisões não aceites como custo 21,4% 1 167 -17,1% - 8 824

Mais e menos valias -46,1% - 2 508 0,0% 0

Outras correções líquidas 34,6% 1 884 -6,5% - 3 349

Contribuição sobre o sector bancário 18,0% 979 0,0% 0

Reporte de prejuízo fiscal -4,9% - 269 -13,0% - 6 674

Impostos de exercícios anteriores 19,9% 1 084 -3,1% - 1 619

58,1% 3 161 -38,4% - 19 804

31-12-14 31-12-13

Informação adicional sobre impostos diferidos ativos e passivos é apresentada na nota 28.

16. Ativos e passivos financeiros classificados de acordo com as categorias da IAS 39

A classificação dos ativos e passivos financeiros de acordo com as categorias da IAS 39 apresenta a

seguinte estrutura:

31-12-2014 Créditos At. Financ. Ativos

Negoc. Op. jº valor a receber disp. venda não financ. Total

Activos

Caixa e disponi. em bancos centrais 134 283 134 283

Disponib. em outras inst. de crédito 80 219 80 219

Ativos financ. detidos p/ negociação 78 280 78 280

Out. ativos fin. justo valor atr. result. 0

Ativos financ. disponíveis p/ venda 1 879 094 1 879 094

Aplicações em instit. de crédito 197 962 197 962

Crédito a clientes 5 458 783 5 458 783

Ativos não correntes detidos p/ venda 20 747 20 747

Outros ativos 261 192 145.794 406 986

78 280 0 6 132 439 1 899 841 145 794 8 256 354

Registados justo valor

31-12-2014 Reg. a justo valor Out. Passivos Derivados Passivos

Negociação Financeiros cobertura não financ. Total

Passivos

Recursos de bancos centrais 900 003 900 003

Recursos de outras inst. crédito 2 065 409 2 065 409

Passivos f inanc. det. p/ negociação 43 845 43 845

Recursos de clientes 4 114 903 4 114 903

Responsabilidades repres. por títulos 317 251 317 251

Derivados de cobertura 142 258 142 258

Outros passivos 26 284 12 505 38 789

43 845 7 423 850 142 258 12 505 7 622 458

84

Relatório e Contas

31-12-2013 Créditos At. Financ. Derivados Ativos

Negoc. Op. jº valor a receber disp. venda Cobertura não financ. Total

Activos

Caixa e disponi. em bancos centrais 54 114 54 114

Disponib. em outras inst. de crédito 174 427 174 427

Ativos financ. detidos p/ negociação 73 843 73 843

Out. ativos f in. justo valor atr. result. 24 983 24 983

Ativos financ. disponíveis p/ venda 1 704 136 1 704 136

Aplicações em instit. de crédito 1 268 822 1 268 822

Crédito a clientes 5 249 456 5 249 456

Derivados de cobertura 103 103

Ativos não correntes detidos p/ venda 20 747 20 747

Outros ativos 214 284 278.964 493 248

73 843 24 983 6 961 103 1 724 883 103 278 964 9 063 879

Registados justo valor

31-12-2013 Out. Passivos Derivados Passivos

Negociação Financeiros cobertura não financ. Total

Passivos

Recursos de bancos centrais 1 306 839 1 306 839

Recursos de outras inst. crédito 1 919 736 1 919 736

Passivos f inanc. det. p/ negociação 29 629 29 629

Recursos de clientes 4 216 578 4 216 578

Responsabilidades repres. por títulos 865 255 865 255

Derivados de cobertura 101 883 101 883

Outros passivos 30 725 30 526 61 251

29 629 8 339 133 101 883 30 526 8 501 171

Reg. a justo valor

17. Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais

O saldo desta rubrica analisa-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Caixa 48 546 49 158

Depósitos à ordem no Banco de Portugal 85 737 4 956

134 283 54 114

Os depósitos à ordem no Banco de Portugal, de carácter obrigatório, têm por objectivo satisfazer os

requisitos legais de constituição de disponibilidades mínimas de caixa.

18. Disponibilidades em outras instituições de crédito

O saldo desta rubrica é composto como segue:

85

Relatório e Contas

31-12-14 31-12-13

Disponib. sobre instit. de crédito no país

Depósitos à ordem 587 364

Cheques a cobrar 13 650 9 793

Outras disponibilidades 686 1 333

14 923 11 490

Disponib. sobre instit. de crédito no estrang.

Depósitos à ordem 63 774 160 580

Cheques a cobrar 1 522 2 357

65 296 162 937

80 219 174 427

Os cheques a cobrar sobre instituições de crédito no País e no estrangeiro foram enviados para

cobrança nos primeiros dias úteis subsequentes às datas em referência.

19. Ativos e passivos financeiros detidos para negociação

O Banco utiliza, essencialmente, os seguintes instrumentos derivados:

Forward cambial ou câmbio a prazo representa um contrato realizado entre duas partes para a

compra ou venda de uma moeda contra outra, a uma determinada taxa de câmbio estabelecida no

momento de realização do contrato (preço forward) para uma data futura determinada. A sua

finalidade é a de cobertura/gestão do risco cambial, através da eliminação da incerteza quanto ao

valor futuro de determinada taxa de câmbio, que através do forward é imediatamente fixada.

Swap de taxa de juro em termos conceptuais pode ser perspectivado como um acordo pelo qual

duas partes se obrigam a trocar um diferencial de taxas de juro, sobre um montante nocional, durante

um determinado período de tempo. Envolve uma única moeda e consiste na troca de cash flows fixos

por cash flows variáveis ou vice-versa. A sua finalidade é a de cobertura/gestão do risco de taxa de

juro, relativamente ao rendimento de uma aplicação financeira ou ao custo de um financiamento que

uma determinada entidade pretenda realizar num determinado momento futuro.

O justo valor de instrumentos derivados detidos são discriminados como segue:

31-Dez-2014

Valor contrato

(Valor nocional) Ativos Passivos

Derivados de negociação

a) Derivados de moedas estrangeiras

Forw ards cambiais 41 191 734 816

b) Derivados de taxas de juro

Sw aps de taxa de juro 375 525 38 744 43 011

Opções 59 164 18 18

Total derivados negociação (activos/passivos) 39 496 43 845

Justo Valor

86

Relatório e Contas

31-Dez-2013

Valor contrato

(Valor nocional) Ativos Passivos

Derivados de negociação

a) Derivados de moedas estrangeiras

Forw ards cambiais 145 525 167 68

b) Derivados de taxas de juro

Sw aps de taxa de juro 448 362 25 505 29 456

Opções 63 630 70 105

Total derivados negociação (activos/passivos) 25 742 29 629

Justo Valor

Em 31 de Dezembro de 2014, o justo valor dos outros ativos e passivos financeiros detidos para

negociação são apresentados como segue:

31-12-14 31-12-13

Outros ativos financeiros

Títulos de rendimento variável

Unidades de participação 38 784 48 101

38 784 48 101

Total 38 784 48 101

Total ativos financeiros para negociação 78 280 73 843

Total passivos financeiros para negociação 43 845 29 629

20. Ativos e passivos financeiros avaliados ao justo valor através de resultados

O saldo desta rubrica analisa-se como segue:

Ativos 31-12-14 31-12-13

Títulos de rendimento fixo

Títulos de dívida pública portuguesa - -

Outros títulos de dívida estrangeiros - 24 983

0 24 983

87

Relatório e Contas

21. Ativos financeiros disponíveis para venda

O saldo desta rubrica analisa-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Títulos emitidos por residentes

Títulos de dívida pública - ao justo valor 14 015 37 802

Títulos de dívida de outras entidades - ao justo valor 21 987 54 200

Títulos de capital - ao justo valor 653 615

Unidades de Participação 20 504 -

57 159 92 617

Títulos emitidos por não residentes

Títulos de dívida pública - ao justo valor 613 402 527 110

Títulos de dívida de outras entidades - ao justo valor 1 208 464 1 084 346

Outros títulos 69 63

1 821 935 1 611 519

Total 1 879 094 1 704 136

Em 31 de Dezembro de 2014, o Banco não possuía instrumentos de capital não cotados classificados

como ativos financeiros disponíveis para venda que, pelo facto do justo valor não ser mensurado com

fiabilidade, estivessem reconhecidos ao custo (2013: 0 milhares de euros).

O Banco possui na carteira de ativos financeiros disponíveis para venda um investimento de 1 537

milhares de euros relativo às obrigações subordinadas (Class D Notes) adquiridas em Junho de 2002,

aquando da realização pelo Banco de uma operação de titularização de crédito à habitação, no valor

de 250 milhões de euros, denominada Navigator Mortgage Finance Number 1.

No âmbito da referida titularização, os ativos foram adquiridos por um fundo de titularização de

créditos, denominado Navigator Mortgage Finance nº 1 Fundo, que, em simultâneo, emitiu unidades

de titularização totalmente subscritas pelo Navigator Mortgage Finance Nº 1 Plc, o qual, também

emitiu obrigações, cujas características foram as seguintes:

Valor nominal Rating Taxa de juro

mil eurosStandard &

PoorsMoody's (até Maio de 2035)

Class A Notes (Senior) 230 000 AAA Aaa Euribor 3 meses+0,21%

Class B Notes (Senior) 10 000 AA Aa2 Euribor 3 meses+0,38%

Class C Notes (Senior) 10 000 A A2 Euribor 3 meses+0,55%

Class D notes (Subordinada) 4 630 n.a. n.a. n.a.

O Banco, nos termos dos contratos assinados, não assumiu qualquer compromisso respeitante a

disponibilidades de caixa do emitente, assim como linhas de liquidez, financiamentos, garantias,

direitos e proveitos residuais ou quaisquer outros riscos, para além das obrigações subordinadas

(Class D Notes).

Entidades intervenientes:

Navigator Mortgage Finance Nº 1 Fundo, fundo de titularização de créditos português que

adquiriu os créditos;

88

Relatório e Contas

Navigator, SGFTC, sociedade gestora de fundos de titularização de créditos que gere o

fundo;

Navigator Mortgage Finance Nº 1 Plc, sociedade que adquiriu as unidades de titularização

e que emitiu as obrigações (Notes).

Os dados financeiros mais significativos extraídos das demonstrações financeiras não auditadas do

Navigator em 31 de Dezembro de 2014, são como segue:

31-12-14 31-12-13

Ativo líquido 53 585 59 267

Passivo 59 730 64 607

Capital próprio -6 145 -5 340

Resultado do exercício - 805 -1 327

22. Aplicações em instituições de crédito

Quanto à sua natureza, os créditos sobre instituições de crédito analisam-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Aplicações em instit. de crédito no país

Depósitos a prazo 43 3 178

Empréstimos 10 048 192

Outras aplicações 933 73 895

Juros a receber 91 98

11 115 77 363

Aplicações em instit. de crédito no estrang.

Depósitos a prazo 184 758 187 640

Opções de compra com acordo de revenda - 1 003 792

Outras aplicações 2 027 -

Juros a receber 62 27

186 847 1 191 459

197 962 1 268 822

O escalonamento destes créditos por prazos de vencimento é o seguinte:

31-12-14 31-12-13

Até 3 meses 196 651 1 264 311

De 3 meses a 1 ano 15 3 238

Mais de 5 anos 1 143 1 148

Juros a receber 153 125

197 962 1 268 822

23. Crédito a clientes

O crédito é concedido mediante contratos de empréstimo, incluindo descobertos em depósitos à

ordem, e através do desconto de efeitos. O total em balanço é composto, quanto à sua natureza,

como segue:

89

Relatório e Contas

31-12-14 31-12-13

Crédito interno

Empresas e administrações públicas 3 150 012 3 056 881

Particulares 1 879 582 1 851 513

Habitação 1 495 044 1 453 644

Consumo 40 270 45 746

Outras f inalidades 344 268 352 123

5 029 594 4 908 394

Crédito ao exterior

Empresas e administrações públicas 31 868 35 173

Particulares 22 863 18 772

Habitação 16 529 15 247

Consumo 35 36

Outras f inalidades 6 299 3 489

54 731 53 945

Outros créditos (Titulados) 352 773 267 000

Juros e comissões a receber 8 700 8 188

Crédito e juros vencidos

Até 90 dias 15 526 19 757

Mais de 90 dias 313 924 253 065

329 450 272 822

Total Bruto 5 775 248 5 510 349

Menos:

Provisão para créditos de cob. Duvidosa 76 268 80 231

Provisão para crédito e juros vencidos 240 196 180 653

Provisão para risco país 1 9

316 465 260 893

Total Líquido 5 458 783 5 249 456

Em 31 de Dezembro de 2014, o crédito inclui 894 719 milhares de euros de créditos com garantia

hipotecária afectos à emissão de obrigações hipotecárias (2013: 907 810 milhares de euros) (nota

33).

O escalonamento dos créditos sobre clientes por prazos de vencimento é o seguinte:

31-12-14 31-12-13

Até 3 meses 1 208 812 1 041 601

De 3 meses a 1 ano 962 481 954 316

De 1 a 5 anos 1 391 237 1 411 894

Mais de 5 anos 1 874 568 1 821 528

Duração indeterminada (vencidos) 329 450 272 822

Juros e comissões a receber 8 700 8 188

5 775 248 5 510 349

No decorrer do exercício de 2013, Banco realizou quatro cessões de créditos com a empresa

Consulteam (subsidiária do BPE e na qual o Banco não possui qualquer participação), no montante

bruto global de 166,5 milhões de euros pelo valor total de 152,8 milhões de euros. Nestas operações

foi obtido um resultado global negativo no montante de 2,6 milhões de euros.

Ainda no decorrer do exercício de 2013, Banco realizou mais quatro cessões de créditos com o Banco

Popular Español, no montante bruto global de 411,8 milhões de euros pelo valor total de 396,4

milhões de euros. Nestas operações foi obtido um resultado positivo no montante de 0,4 milhões de

euros devido à anulação de provisões já constituídas.

No decorrer do 1º semestre de 2014, o Banco efetuou uma venda de crédito ao Banco Popular

Español, no montante bruto de 8,06 milhões de euros pelo valor de 7,50 milhões de euros. Nesta

operação foi obtido um resultado negativo de 0,56 milhões de euros.

90

Relatório e Contas

Provisões para perdas de crédito a clientes

Os saldos e movimentos das contas de provisões para riscos específicos de crédito, decompõem-se

como segue:

31-12-2014 31-12-2013

Saldo em 1 de Janeiro 260 893 185 144

Dotações 212 442 241 368

Utilizações 8 330 16 495

Anulações 148 540 149 124

Saldo em 31 de Dezembro 316 465 260 893

Dotações para provisões 212 442 241 368

Reposição e anulações - 148 540 - 149 124

Recuperações de crédito - 4 469 - 2 854

Provisões líquidas de anulações e recuperações 59 433 89 390

24. Investimentos detidos até à maturidade

No mês de Junho de 2013, o Banco procedeu à venda de 210 milhões de títulos de dívida espanhola

que se encontravam classificados como investimentos detidos até à maturidade. Em virtude desta

venda, e de acordo com o disposto na IAS 39, o Banco no final do mês de Junho reclassificou a

restante carteira a vencimento para disponíveis para venda sem passar pela conta de resultados.

Ainda de acordo com o disposto na IAS 39, o Banco só poderá voltar a ter títulos ao vencimento no

decorrer do exercício de 2016.

25. Ativos não correntes detidos para venda

Em 31 de Dezembro de 2014, o Banco apenas detinha uma participação financeira na empresa

associada Eurovida – Companhia de Seguros de Vida, S.A., reconhecida por 20 747 milhares de

euros (2013: 20 747 milhares de euros).

Os dados financeiros mais significativos extraídos das demonstrações financeiras consolidadas da

Eurovida, preparadas segundo as normas IFRS, bem como o impacto da aplicação do método da

equivalência patrimonial em 31 de Dezembro de 2014, apresentam-se como segue:

Participação Ativo Capital Resultado Em reservas No resultado

efetiva (%) líquido próprio líquido de consolidação líquido

15,9348% 1 046 283 104 140 13 314 -6 274 2 122

Dados f inanceiros consolidados

da Eurovida em 31-12-2014 da equivalência patrimonial

Impacto da aplicação do método

91

Relatório e Contas

26. Outros ativos tangíveis

Esta rubrica é analisada como segue:

31-12-2013

Património Imobiliz.

Imóveis Equipam. artístico em curso Total Total

Saldo em 01 de Janeiro

Custo de aquisição 128 018 50 529 149 0 178 696 181.393

Amortizações acumuladas - 41 582 - 48 138 0 - 89 720 -86.794

Imparidade acumulada - 6 595 0 - 6 595 -6.595

Aquisições 524 927 1 451 388

Transferências

Custo de aquisição - 5 333 - 5 333 - 1 982

Amortizações acumuladas 2 097 2 097 1 192

Alienações / Abates

Custo de aquisição - 14 453 - 50 - 64 - 14 567 - 1 103

Amortizações acumuladas 4 083 50 4 133 781

Amortizações de imparidade 4 185 4 185

Amortizações do exercício - 2 233 - 1 483 - 3 716 -4.899

Saldo em 31 de Dezembro

Custo de aquisição 108 232 51 003 149 863 160 247 178.696

Amortizações acumuladas - 37 635 - 49 571 0 - 87 206 -89.720

Imparidade acumulada - 2 410 - 2 410 -6.595

Valor líquido 68 187 1 432 149 863 70 631 82.381

31-12-2014

27. Ativos intangíveis

Esta rubrica é analisada como segue:

31-12-2013

Softw are Diversos Total Total

Saldo em 01 de Janeiro

Custo de aquisição 18 735 2 097 20 832 20 707

Amortizações acumuladas - 18 578 - 2 082 - 20 660 - 20 536

Aquisições 32 32 125

Transferências

Custo de aquisição 0 0

Amortizações do exercício - 122 - 11 - 133 - 124

Saldo em 31 de Dezembro

Custo de aquisição 18 767 2 097 20 864 20 832

Amortizações acumuladas - 18 700 - 2 093 - 20 793 - 20 660

Valor líquido 67 4 71 172

31-12-2014

28. Impostos diferidos

Os impostos diferidos são calculados sobre todas as diferenças temporais usando uma taxa efetiva de

22,5%, com exceção das relativas ao prejuízo fiscal em que a taxa utilizada foi de 21%.

Os saldos e os movimentos destas rubricas decompõem-se como segue:

92

Relatório e Contas

Saldo em Saldo em

31-12-13 Custos Proveitos Aumentos Diminuições 31-12-14

Impostos diferidos Ativos

Títulos disponíveis para venda 22 227 8 726 4 330 26 623

Ativos tangíveis 3 444 2 593 236 1 087

Provisões tributadas 19 235 5 444 6 925 20 716

Comissões 163 20 143

Prémio de antiguidade 993 88 75 980

Provisões RGC 12 050 1 198 304 11 156

Outros ativos/passivos 7 389 22 7 367

Prejuízo f iscal 6 674 4 679 5 159 7 154

72 175 14 044 12 699 8 726 4 330 75 226

Impostos diferidos Passivos

Títulos disponíveis para venda 3 881 5 906 27 768 25 743

Reavaliação de imóveis 179 129 50 0

4 060 0 129 5 906 27 768 25 793

Por Resultados Por Reservas

29. Outros ativos

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-12-14 31-12-13

Bonificações a receber do Estado - 281

Impostos a recuperar 18 558 17 940

Contas caução 190 040 133 449

Outros devedores diversos 51 890 61 942

Outros rendimentos a receber 577 547

Despesas com encargo diferido 4 863 6 063

Operações ativas a regularizar - Diversos 23 520 30 517

Ativos recebidos por recuperação de crédito 145 921 286 458

Outros ativos tangíveis detidos para venda 283 8 716

Responsabilidades c/ pensões 109 84

Outras operações a regularizar 342 691

436 103 546 688

Imparidade para Ativos recebidos por recuperação de crédito - 27 804 - 48 342

Imparidade para Outros ativos tangíveis detidos para venda - 89 - 4 223

Provisões para outros ativos - 1 224 - 875

406 986 493 248

Os saldos e movimentos das contas de provisões para outros ativos decompõem-se como segue:

Provisões para outros ativos 31-12-14 31-12-13

Saldo em 1 de Janeiro 5 098 4 662

Dotações 1 116 1 991

Utilizações 4 792 1 512

Anulações 109 43

Saldo em 31 de Dezembro 1 313 5 098

93

Relatório e Contas

O movimento ocorrido nos Ativos recebidos por recuperação de crédito em 2014 foi o seguinte:

31-12-2013

Imóveis

disponíveis

para venda

Imóveis não

disponíveis

para venda

Equipam. Total Total

Saldo em 01 de Janeiro

Valor bruto 282 172 3 508 778 286 458 369 100

Imparidade acumulada - 48 232 - - 110 - 48 342 - 53 598

Valor líquido 233 940 3 508 668 238 116 315 502

Adições

Aquisições 71 789 3 312 664 75 765 106 353

Outras 1 058 - - 1 058 1 783

Alienações

Valor bruto - 215 758 - - 716 - 216 474 - 190 724

Transferências 507 - 1 393 - 886 - 54

Perdas de imparidade - 2 181 - - 129 - 2 310 - 16 406

Utilizações 15 873 - 97 15 970 13 958

Reversões 6 849 - 29 6 878 7 704

Saldo em 31 de Dezembro

Valor bruto 139 768 5 427 726 145 921 286 458

Imparidade acumulada - 27 691 0 - 113 - 27 804 - 48 342

Valor líquido 112 077 5 427 613 118 117 238 116

31-12-2014

30. Recursos de bancos centrais

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-12-14 31-12-13

Recursos de bancos centrais

Depósitos 900 000 1 295 000

Juros a pagar 3 11 839

900 003 1 306 839

Quanto à sua duração residual estes recursos decompõem-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Exigível a prazo

Até 3 meses 900 000 400 000

De 1 a 5 anos - 895 000

Juros a pagar 3 11 839

900 003 1 306 839

94

Relatório e Contas

31. Recursos de outras instituições de crédito

O saldo desta rubrica, à vista e a prazo, é composto quanto à natureza, como segue:

31-12-14 31-12-13

Recursos de instituições de crédito no país

Depósitos 332 202 493 782

Juros a pagar 2 229 2 411

334 431 496 193

Recursos de instituições de crédito no estrangeiro

Empréstimos 112 500 118 750

Depósitos 835 650 143 866

Oper. venda com acordo recompra 781 523 1 160 524

Outros recursos 1 217 83

Juros a pagar 88 320

1 730 978 1 423 543

2 065 409 1 919 736

A rubrica de Instituições de crédito no estrangeiro – Depósitos inclui essencialmente aplicações

efectuadas pelo acionista BPE.

Quanto à sua duração residual estes recursos decompõem-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Exigível à vista 9 842 10 859

Exigível a prazo

Até 3 meses 1 604 487 1 527 370

De 3 meses a 1 ano 71 863 260 026

De 1 a 5 anos 376 900 118 750

Juros a pagar 2 317 2 731

2 055 567 1 908 877

2 065 409 1 919 736

32. Recursos de clientes

O saldo desta rubrica é composto, quanto à sua natureza, como segue:

31-12-14 31-12-13

Recursos de residentes

Depósitos à ordem 875 444 721 998

Depósitos a prazo 3 137 391 3 350 764

Depósitos de poupança 4 225 4 902

Cheques e ordens a pagar 5 711 14 087

Outros recursos 72 40

4 022 843 4 091 791

Recursos de não residentes

Depósitos à ordem 31 477 21 943

Depósitos a prazo 32 988 64 812

Cheques e ordens a pagar 39 33

64 504 86 788

Juros a pagar 27 556 37 999

4 114 903 4 216 578

95

Relatório e Contas

Quanto à sua duração residual estes recursos decompõem-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Exigível à vista 906 921 743 941

Exigível a prazo

Até 3 meses 1 105 329 1 587 479

De 3 meses a 1 ano 1 347 219 1 402 599

De 1 a 5 anos 727 878 444 560

Juros a pagar 27 556 37 999

3 207 982 3 472 637

4 114 903 4 216 578

33. Responsabilidades representadas por títulos

O saldo desta rubrica decompõe-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Obrigações 2 383 2 294

Obrigações hipotecárias 225 000 515 000

Euro Medium Term Note 88 946 346 092

Juros a pagar 922 1 869

317 251 865 255

Durante o exercício de 2010, o Banco Popular Portugal constituiu um Programa de Emissão de

Obrigações Hipotecárias cujo montante máximo é de 1 500 milhões de euros. No âmbito deste

programa, o Banco, em 20 de Dezembro de 2010, procedeu à emissão da 1ª Série de obrigações

hipotecárias no valor de 130 milhões de euros, em 30 de Junho de 2011, à emissão da 2ª Série de

obrigações hipotecárias no valor de 225 milhões de euros, em 30 de Dezembro de 2011, à emissão

da 3ª Série de obrigações hipotecárias no valor de 160 milhões de euros, e em 26 de Setembro à

emissão da 4ª Série de obrigações hipotecárias no valor de 300 milhões de euros. Esta última

emissão foi readquirida, na sua totalidade, pelo Banco.

Estas obrigações são garantidas por um conjunto de créditos à habitação e outros ativos que se

encontram segregados como património autónomo nas contas do Banco, conferindo assim privilégios

creditórios especiais aos detentores destes títulos sobre quaisquer outros credores. As condições da

referida emissão enquadram-se no Decreto-Lei nº 59/2006, e nos Avisos nºs 5/2006, 6/2006, 7/2006 e

8/2006 e na Instrução nº 13/2006 do Banco de Portugal.

Em 31 de Dezembro de 2014, as características destas emissões eram as seguintes:

D esignação V alor

N ominal

V alor de

B alanço

D at a de

Emissão

D at a de

R eembolso

Periodo

pagº juros Taxa de juro

R at ing

D B R S

BAPOP Obrgs hipotecárias 30/06/2015 225 000 225 015 30-06-2011 30-06-2015 M ensal Euribor 1M +1,20% BBB (high)

BAPOP Obrgs hipotecárias 26/09/2015 300 000 0 26-09-2012 26-09-2015 M ensal Euribor 1M +1,20% BBB (high)

BAPOP Obrgs hipotecárias 30/12/2017 290 000 0 30-12-2014 30-12-2017 M ensal Euribor 1M +1,20% BBB (high)

De referir ainda que o Banco exerceu sobre a 2ª emissão de obrigações hipotecárias a opção de

“extended maturity date” tendo prolongado o prazo de emissão por mais um ano, passando a data de

maturidade para Junho de 2015.

Em 31 de Dezembro de 2014, o património autónomo afecto a estas emissões ascendia a 896 224

milhares de euros (2013: 913 003 milhares de euros) (ver Nota 23).

96

Relatório e Contas

Durante o exercício de 2011, o Banco Popular Portugal constituiu um Programa de Emissão de Euro

Medium Terms Notes cujo montante máximo é de 2,5 mil milhões de euros. No âmbito deste

programa, o Banco já procedeu a 36 emissões e em 31 de Dezembro de 2014 o saldo do mesmo

decompõe-se como segue:

Data de

Emissão

Nº de

SérieMontante

Nº de

Títulos

Valor

nominal

unitário

Data de

Reembolso

20-04-2012 2ª 10 000 100 100 000 24-04-2015

26-10-2012 10ª 20 000 200 100 000 26-10-2016

26-02-2013 18ª 6 676 6 676 1 000 26-02-2016

26-03-2013 21ª 6 530 6 530 1 000 26-03-2016

30-04-2013 23ª 4 984 4 984 1 000 30-04-2016

28-05-2013 24ª 5 692 5 692 1 000 28-05-2016

25-06-2013 25ª 5 738 5 738 1 000 25-06-2016

30-07-2013 26ª 4 576 4 576 1 000 30-07-2016

27-08-2013 27ª 1 834 1 834 1 000 27-08-2016

30-09-2013 30ª 4 475 4 475 1 000 30-09-2017

21-10-2013 32ª 2 664 2 664 1 000 21-10-2015

30-10-2013 31ª 4 650 4 650 1 000 30-10-2017

29-11-2013 33ª 2 660 2 660 1 000 29-11-2017

30-12-2013 34ª 1 300 1 300 1 000 30-06-2017

10-01-2014 36ª 6 518 6 518 1 000 10-01-2017

23-01-2014 35ª 649 649 1 000 23-01-2017

88 946

34. Derivados de cobertura

A rubrica de derivados detidos para cobertura tem a seguinte composição:

Valor Valor

nocional Ativos Passivos nocional Ativos Passivos

Contratos de taxas de juro

Sw aps 1 337 000 - 142 258 696 250 103 101 883

31-12-2014 31-12-2013

Valor de BalançoValor de Balanço

Como referido anteriormente, o Banco cobre parte do seu risco de taxa de juro, resultante de qualquer

potencial decréscimo no justo valor de ativos de taxa de juro fixa, usando swaps de taxa de juro. Em

31 de Dezembro de 2014, o justo valor líquido dos swaps de taxa de juro de cobertura (ver acima) e

de negociação (ver Nota 19) era negativo, no montante de -146 524 milhares de euros (2013: -105

730 milhares de euros).

As variações de justo valor associadas aos ativos cobertos e aos respectivos derivados de cobertura

encontram-se registadas em resultados do exercício na rubrica de Resultados líquidos em operações

financeiras (ver Nota 9).

97

Relatório e Contas

35. Outras Provisões

Os saldos e movimentos das contas de provisões, decompõem-se como segue:

Outras Provisões (Passivo) - Movimentos 31-12-14 31-12-13

Saldo em 1 de Janeiro 51 054 54 588

Dotações 6 714 25 248

Utilizações - 12 097

Anulações 5 193 16 685

Saldo em 31 de Dezembro 52 575 51 054

Outras Provisões (Passivo) - Saldos 31-12-14 31-12-13

Provisões para risco país 258 66

Provisões para riscos gerais de crédito 49 584 49 186

Outras provisões 2 733 1 802

52 575 51 054

36. Outros passivos

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-12-14 31-12-13

Credores por fornecimento de bens 3 913 5 119

Retenção de impostos na fonte 3 482 5 654

Encargos a pagar com o pessoal 12 446 11 964

Outros encargos a pagar 6 443 7 988

Outras receitas com rendimento diferido 2 456 2 642

Operações passivas a regularizar 9 698 27 102

Outras contas de regularização 351 782

38 789 61 251

37. Pensões de reforma

O Plano de Pensões do Banco Popular Portugal é um plano de benefício definido que contempla os

benefícios previstos no ACT que regulamenta a atividade bancária em Portugal.

O fundo assume as responsabilidades com serviços passados dos ex-colaboradores, na proporção do

tempo em que tenham estado ao serviço do Banco Popular Portugal. Em contrapartida, é abatido, ao

valor das responsabilidades, o valor das responsabilidades com serviços passados dos atuais

colaboradores, respeitante ao tempo de serviço prestado noutras instituições do sector bancário.

Estas responsabilidades por serviços passados são calculadas em conformidade com as disposições

da IAS 19 Revised.

Constitui objectivo do Plano de Pensões dos Membros Executivos do Conselho de Administração

assegurar o pagamento de pensões de velhice, invalidez e sobrevivência para os membros

Executivos do Conselho de Administração do Banco.

Com a publicação do Decreto-Lei nº. 1-A/2011, de 3 de Janeiro, os colaboradores abrangidos pelo

ACT que se encontravam em idade ativa em 4 de Janeiro de 2011, passaram a estar abrangidos pelo

Regime Geral da Segurança Social (RGSS), no que se refere ao benefício de reforma de velhice.

Assim, a partir dessa data, o plano de benefícios definido para os colaboradores abrangidos pelo

98

Relatório e Contas

ACT, no que se refere ao benefício de reforma de velhice, passa a ser financiado pelo Fundo de

Pensões e pela Segurança Social. No entanto, mantém-se como responsabilidade do Fundo de

Pensões após 4 de Janeiro de 2011, a cobertura das responsabilidades por morte, invalidez e

sobrevivência, bem como o complemento de velhice de modo a equiparar a reforma dos participantes

no Fundo de Pensões aos valores do atual plano de pensões.

Seguindo a orientação da nota emitida em 26 de Janeiro de 2011, pelo Conselho Nacional de

Supervisores Financeiros, o Banco manteve com referência a 31 de Dezembro de 2010, a

metodologia de mensuração e reconhecimento das responsabilidades por serviços passados dos

colaboradores no ativo, relativas às eventualidades transferidas para o RGSS, utilizada nos anos

anteriores.

De acordo com o disposto no Decreto-Lei nº. 127/2011, de 31 de Dezembro, o Banco Popular

Portugal transferiu para a Segurança Social as responsabilidades pelas pensões em pagamento à

data de 31 de Dezembro de 2011, bem como da parte dos ativos do fundo de pensões que cobriam

as referidas responsabilidades. As responsabilidades transferidas ascenderam a 6,3 milhões de

euros, tendo já sido integralmente pagas (55% em Dezembro de 2011 e 45% em Março de 2012).

Esta transferência originou o registo na conta de resultados do montante de 795 mil euros devido à

afectação da parte proporcional dos desvios atuariais acumulados e dos desvios atuariais originados

pela diferença de pressupostos atuariais utilizados no cálculo das responsabilidades transferidas. De

acordo com o Decreto-Lei nº. 127/2011, de 31 de Dezembro, este valor será dedutível para efeitos de

apuramento do lucro tributável, em partes iguais, a partir do exercício iniciado em 1 de Janeiro de

2012, em função da média do número de anos de esperança de vida dos pensionistas cujas

responsabilidades foram transferidas, tendo sido registados os respectivos impostos diferidos sobre o

montante da liquidação reconhecido no resultado do exercício.

Até Dezembro de 2012, o Banco reconhecia o valor acumulado líquido (após 1 de Janeiro de 2004)

dos ganhos e perdas atuariais resultantes de alterações nos pressupostos atuariais e financeiros e de

diferenças entre os pressupostos atuariais e financeiros utilizados e os valores efetivamente

verificados, na rubrica “Outros ativos ou Outros passivos – Desvios atuariais”. Eram enquadráveis no

corredor os ganhos ou perdas atuariais acumuladas que não excedessem 10% do valor das

responsabilidades com serviços passados ou 10% do valor do fundo de pensões, dos dois o maior.

Os valores em excesso do corredor eram amortizados em resultados pelo período de tempo médio

até à idade esperada de reforma dos trabalhadores abrangidos pelo plano.

Em 1 de Janeiro de 2013, o Banco Popular alterou a sua política contabilística de reconhecimento de

desvios atuariais e financeiros de planos de pensões e outros benefícios pós-emprego de benefício

definido, de acordo com as disposições da IAS 19 Revised. Os ganhos e perdas atuariais e

financeiras passam a ser reconhecidos no período em que ocorrem diretamente nos capitais próprios,

na Demonstração de Rendimento Integral.

Em 31 de Dezembro de 2014, o número de participantes no fundo era de 1 129 (2013: 1 141). A esta

data existiam 41 reformados e 15 pensionistas, constituindo o restante colaboradores em atividade.

99

Relatório e Contas

Valor atual das Responsabilidades

As responsabilidades assumidas por pensões de reforma e de sobrevivência apresentam-se como

segue:

Serviços Passados 31-12-14 31-12-13

Responsabilidades no início do exercício 128 411 108 961

Custo do serviço corrente:

Banco 1 339 1 245

Trabalhadores 757 747

Custo dos juros 4 721 4 975

Pensões pagas - 992 - 901

Desvios atuariais 19 960 13 384

Responsabilidades em 31 de Dezembro 154 196 128 411

Valor atual das responsabilidades 31-12-14 31-12-13

Serviços Passados

- Velhice 136 425 112 235

- Pensões em pagamento 17 771 16 176

154 196 128 411

Serviços Futuros

- Velhice 42 527 46 793

42 527 46 793

O Banco determina anualmente o valor das responsabilidades com serviços passados através de

cálculos atuariais pelo método “Projected Unit Credit” para as responsabilidades com serviços

passados por velhice e método de “Prémios Únicos Sucessivos” para o cálculo dos benefícios de

invalidez e sobrevivência. A taxa de desconto é determinada com base em taxas de mercado de

obrigações de empresas de baixo risco, de prazo semelhante ao da liquidação das responsabilidades.

As responsabilidades de sobrevivência e invalidez, previstas no ACT e seguráveis, estão cobertas

através da subscrição de um seguro de vida “Multiprotecção” para o universo populacional, à exceção

daqueles cuja premência de invalidez ou sobrevivência seja considerada imprópria para segurar.

Trata-se de um contrato temporário anual renovável em que a Seguradora garante ao Fundo de

Pensões do Banco Popular Portugal, SA, em caso de morte ou invalidez de grau igual ou superior a

66%, de acordo com a Tabela Nacional de Incapacidade, verificadas em qualquer das pessoas

aderentes constantes do grupo seguro, o pagamento dos capitais contratados.

O contrato de seguro foi celebrado com a seguradora Eurovida – Companhia de Seguros de Vida

S.A., que é uma entidade relacionada com o Banco Popular Portugal, SA.

100

Relatório e Contas

Valor Patrimonial do Fundo

Os movimentos ocorridos no valor patrimonial do fundo de pensões foram os seguintes:

Valor Patrimonial do Fundo 31-12-14 31-12-13

Valor no início do exercício 128 495 121 796

Contribuições entregues:

Entidade Patronal 22 000 600

Trabalhadores 757 747

Rendimento do Fundo 6 265 7 935

Pensões pagas - 992 - 901

Outras variações líquidas - 2 220 - 1 682

Valor do Fundo em 31 de Dezembro 154 305 128 495

Responsabilidades por serviços passados atuais 154 196 128 411

Nível de Cobertura 100,1% 100,1%

Evolução do Valor das Responsabilidades e do Valor Patrimonial do Fundo

A evolução das responsabilidades e do valor patrimonial do fundo de pensões nos últimos cinco

exercícios foi a seguinte:

31-12-14 31-12-13 31-12-12 31-12-11 31-12-10

Valor atual das responsabilidades 154 196 128 411 108 961 94 708 102 746

Valor Patrimonial do Fundo 154 305 128 495 121 796 113 703 118 246

Ativos/(Responsabilidades) líquidos 109 84 12 835 18 995 15 500

Nível de cobertura 100,1% 100,1% 111,8% 120,1% 115,1%

O Banco Popular Portugal avalia, a cada data de reporte, a recuperabilidade do eventual excesso do

justo valor dos ativos do fundo de pensões face às responsabilidades com as pensões de reforma,

tendo por base a expectativa de redução em futuras contribuições necessárias.

Estrutura dos Ativos do Fundo

Em 31 de Dezembro, a estrutura da carteira do Fundo de Pensões por classe de ativos era a

seguinte:

Classes de Ativos 31-12-2014 31-12-2013

Títulos de Rendimento Fixo 46,73% 60,49%

Títulos de Rendimento Variável 35,35% 33,49%

Imobiliário 3,94% 5,04%

Liquidez 13,98% 0,98%

100,00% 100,00%

101

Relatório e Contas

Exposição ao Risco de Crédito

No que se refere ao risco de crédito dos ativos com características de dívida que compõem os ativos

do fundo, a exposição por rating apresentava a seguinte estrutura:

Notações 31-12-2014 31-12-2013

AAA 12,32% 5,35%

AA 11,75% 10,42%

A 27,07% 19,74%

BBB 31,75% 24,95%

Outros (NR) 17,11% 39,54%

100,00% 100,00%

Em 31 de Dezembro de 2014, o Fundo possuía 1 000 000 de obrigações BPE Financiaciones,

emitidas pelo Banco Popular Espanõl, no montante de 1 034 milhares de euros. Durante o ano de

2014, estas obrigações registaram uma variação de justo valor positiva de 579 euros.

Custos do exercício

Os montantes reconhecidos como custos do exercício decompõem-se como segue:

Custos do exercício 31-12-14 31-12-13

Custo do serviço corrente 2 096 1 992

Custo dos juros 4 721 4 975

Rendimento esperado do Fundo - 4 724 - 5 552

Outros 1 462 935

Total 3 555 2 350

Ganhos e Perdas Actuariais

O montante dos ganhos e perdas actuariais durante os exercícios de 2014 e 2013 decompõem-se

como segue:

Ganhos e Perdas Actuariais 31-12-14 31-12-13

Ganhos / Perdas actuariais a 1 de Janeiro - 10 267 735

Perdas actuariais do ano - responsabilidades - 19 960 - 13 384

Ganhos actuariais do ano - Fundo 1 541 2 382

Ganhos / Perdas actuariais a 31 de Dezembro - 28 686 - 10 267

102

Relatório e Contas

Pressupostos Atuariais

Os principais pressupostos atuariais e financeiros utilizados apresentam-se como segue:

Pressup. Real Pressup. Real

Taxa de desconto 2,40% 2,40% 3,63% 3,63%

Taxa de rendimento esperado dos ativos do Fundo 2,40% 4,85% 3,63% 6,57%

Taxa de crescimento dos salários e outros benefícios 0,8% 0,0% 1,5% 0,0%

Taxa de crescimento das pensões 0,5% 0,0% 1,0% 0,0%

Tábua de mortalidade TV 88/90 TV 88/90

Tábua de invalidez ERC Frankona ERC Frankona

Turnover n.a. n.a. n.a. n.a.

31-12-14 31-12-13

Os ganhos e perdas decorrentes dos ajustamentos de experiência e alterações nos pressupostos

atuariais são reconhecidos em outro rendimento integral, nos Resultados Transitados, no período em

que ocorrem.

Análise de sensibilidade aos Principais Pressupostos que contribuem para o Valor das

responsabilidades

Considerando os impactos mais significativos no valor das responsabilidades, procedeu-se a uma

análise de sensibilidade, através de uma variação positiva e negativa dos principais pressupostos que

contribuem para o valor das responsabilidades, cujo impacto é analisado como segue:

Impacto no valor atual das responsabilidades

Variação no

pressuposto

Aumento no

pressuposto

Diminuição no

pressuposto

Taxa de desconto 0,25% Diminuição de 6,2% Aumento de 6,7%

Taxa de crescimento dos salários e outros benefícios 0,25% Aumento de 5,1% Diminuição de 4,8%

Taxa de crescimento das pensões 0,25% Aumento de 2,6% Diminuição de 2,5%

Aumento de 1

ano

Diminuição de

1 ano

Esperança média de vida Aumento de 3,5% Diminuição de 3,5%

As análises de sensibilidade acima são baseadas na alteração de um dado pressuposto, mantendo

todas as outras variáveis constantes. Na prática, é improvável que isso ocorra, dado a correlação

existente entre os diferentes pressupostos. Ao calcular a sensibilidade do valor das responsabilidades

para os pressupostos atuariais significativos foram aplicados os mesmos métodos utilizados para o

cálculo das posições de balanço.

A metodologia aplicada na realização da análise de sensibilidade não foi alterada face ao anterior

período.

103

Relatório e Contas

Quantificação dos impactos na carteira do Fundo das oscilações nas taxas de juro e nos

mercados acionistas e imobiliário

Com data de referência de 31 de Dezembro de 2014, quantificou-se o impacto na carteira do fundo de

pensões, através da realização de um stress test, que possa refletir os riscos mais significativos que o

fundo de pensões se encontra exposto, considerando oscilações nas taxas de juro e nos mercados

acionista e imobiliário e comparou-se o valor do fundo resultante desse impacto com o montante do

nível mínimo de solvência.

Para o efeito, consideramos dois tipos de choques instantâneos: um choque moderado e um choque

severo. Os vários choques são caracterizados da seguinte forma: o risco de taxa de juro é medido

através da deslocação paralela da estrutura temporal das taxas de juro, o risco de crédito é avaliado

com base na utilização do método standart preconizado pelo acordo de Basileia III e risco de mercado

pela alteração do valor das ações e dos fundos de investimento imobiliário.

No caso do risco de taxa de juro, o fator de risco consiste, no choque moderado, na subida das taxas

em 20% da taxa spot a cinco anos e no choque severo, uma subida de 30%. No que se refere ao

risco de mercado, considerou-se, no choque moderado uma desvalorização da carteira de ações em

20% e do imobiliário em 15%, e no choque severo, considerou-se uma queda de 35% nas ações e de

25% no imobiliário.

O impacto na carteira do fundo de pensões, de um choque moderado para os diversos riscos é o que

a seguir se apresenta:

Fator de risco Impacto %

Risco de Taxa de juro

+20% - 216 -0,14

Risco de Crédito: (Basileia III) - 3 181 -2,06

Risco de Mercado

Ações

-20% - 10 957 -7,1

Imobiliário

-15% - 912 -0,59

Choque Moderado

O impacto, no conjunto dos vários riscos, no valor da carteira de ativos é de -9,89%, o que representa

-15 266 milhares de euros (tendo em conta o valor do fundo em 31 de Dezembro de 2014). Neste

sentido o nível de financiamento das responsabilidades, considerando o nível mínimo de solvência do

Instituto de Seguros de Portugal, seria de 196,39%.

Para um choque severo, o cenário seria:

104

Relatório e Contas

Fator de risco Impacto %

Risco de Taxa de juro

+30% - 324 -0,21

Risco de Crédito: (Basileia III) - 6 340 -4,11

Risco de Mercado

Ações

-35% - 19 174 -12,43

Imobiliário

-25% - 1 520 -0,99

Choque Severo

O impacto, no conjunto dos vários riscos, no valor da carteira de ativos é de -17,73%, o que

representa -27 358 milhares de euros. Neste sentido, o nível de financiamento das responsabilidades,

considerando o nível mínimo de solvência do Instituto de Seguros de Portugal, seria de 179,31%.

Relativamente ao ano anterior, assistiu-se para os 2 cenários, a uma descida do risco de taxa de juro

e a um aumento dos riscos de crédito (ligeiro) e de mercado.

Adequação entre os ativos financeiros e as responsabilidades

Com o objetivo de avaliar a adequação entre os ativos financeiros e as responsabilidades, foi

efetuado um ALM de fluxos financeiros. Para o efeito projetaram-se as responsabilidades no cenário

de financiamento, assumindo-se os pressupostos da avaliação atuarial atual.

Assumiu-se que a população atual é um grupo fechado. Com base no valor das responsabilidades a

31/12/2014, nos custos normais esperados para fazer face ao acréscimo de responsabilidade e no

valor esperado das pensões a pagar em cada ano, foram estimadas as responsabilidades esperadas

futuras para cada um dos grupos populacionais atualmente existentes, para um horizonte temporal de

20 anos. Assumiu-se igualmente que as saídas em termos de pagamento de pensões, ocorrem em

média a meio do ano.

Projetaram-se de igual modo os ativos do fundo, para cada um dos anos do referido horizonte

temporal, tendo-se estimado para o efeito, os valores esperados dos “cash-flows”, nomeadamente as

contribuições, rendimentos, prémios de seguros, valores de pensões pagas e as comissões do fundo

em cada ano. Foi assumida uma rentabilidade futura de 2,4%, correspondente ao pressuposto

assumido na avaliação.

Os resultados obtidos foram os seguintes:

105

Relatório e Contas

A análise dos resultados permite concluir, assumindo os pressupostos indicados, que poderá haver

necessidade do Associado efetuar contribuições extraordinárias futuras, por forma a assegurar o

financiamento das responsabilidades do fundo de pensões.

Fluxos de caixa futuros esperados

Os fluxos de caixa futuros não descontados dos benefícios de pensões apresentam-se como segue:

Até 1 ano De 1 a 3 anos De 3 a 5 anos Mais de 5 anos Total

Benefício (mensal) 119 157 228 3 660 4 164

38. Passivos e compromissos contingentes

O quadro seguinte indica o montante contratual dos instrumentos financeiros extrapatrimoniais do

Banco, que obriga à concessão de crédito a clientes.

31-12-14 31-12-13

Passivos eventuais

Garantias e avales prestados 491 694 539 471

Créditos documentários 46 531 39 885

Compromissos

Créditos irrevogáveis 824 271 1 130 026

Créditos revogáveis 820 518 788 982

2 183 014 2 498 364

Em 31 de Dezembro de 2014, a rubrica de Compromissos irrevogáveis inclui o montante de 5 314

milhares de euros (2013: 5 314 milhares de euros), referente a responsabilidades a prazo para com o

Fundo de Garantia de Depósitos em relação à parte das contribuições anuais que, de acordo com as

deliberações do Fundo, não foram pagas em numerário.

31-12-14 31-12-13

Ativos dados em garantia 1 040 700 1 743 700

O montante da rubrica de Ativos dados em garantia inclui 1 040 700 milhares de euros de títulos da

carteira própria do Banco destinados, na sua quase totalidade a colaterizar uma linha de crédito

irrevogável junto do Banco de Portugal, no âmbito do Sistema de Pagamentos de Grandes

Transações (SPGT) e do Mercado de Operações de Intervenção (MOI) (2013: 1 743 7 milhares de

euros).

Adicionalmente existiam em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 os seguintes saldos relativos a contas

extra patrimoniais:

31-12-14 31-12-13

Depósito e guarda de valores 6 695 936 5 214 227

Valores recebidos para cobrança 93 584 92 653

6 789 520 5 306 880

106

Relatório e Contas

39. Capital social e Prémios de emissão

Em 31 de Dezembro de 2014, o capital do Banco era representado por 476 000 milhares de ações

com o valor nominal de 1 euro cada, integralmente detidas pelo Banco Popular Español, SA, estando

totalmente subscrito e realizado.

O montante registado na rubrica Prémios de emissão tem origem nos prémios pagos pelos acionistas

nos aumentos de capital social efectuado nos exercícios de 2000, 2003 e 2005.

40. Reservas de reavaliação

Os movimentos ocorridos na rubrica de reservas de reavaliação foram os seguintes:

31-12-14 31-12-13

Reservas de reavaliação e Justo Valor

Investimentos disponíveis p/ venda

Saldo líq. em 1 de Janeiro - 56 434 - 113 155

Reaval. ao justo valor 70 919 79 172

Impostos diferidos - 17 466 - 22 451

Saldo em 31 de Dezembro - 2 981 - 56 434

Reservas de reavaliação ( Diplomas legais ) 696 2 291

Saldo em 31 de Dezembro - 2 285 - 54 143

A reserva de reavaliação relativa aos títulos disponíveis para venda resulta da adequação ao justo

valor dos títulos em carteira. Estes saldos serão movimentados por contrapartida de resultados no

momento da alienação dos títulos que lhes deram origem ou caso se verifique imparidade.

A reserva de reavaliação referente à adequação ao justo valor de ativos tangíveis de uso próprio está

relacionada com o imóvel da Rua Ramalho Ortigão (Nota 26).

A reserva de reavaliação do imobilizado corpóreo, apurada de acordo com o Decreto-Lei nº 31/98,

apenas poderá ser movimentada quando se considerar realizada, total ou parcialmente, e de acordo

com a seguinte ordem de prioridades:

(i) Para corrigir qualquer excedente que se verifique, à data da reavaliação, entre o valor líquido

contabilístico dos elementos reavaliados e o seu valor real atual;

(ii) Para cobrir prejuízos acumulados até à data a que se reporta a reavaliação, inclusive;

(iii) Para incorporação no capital social, na parte remanescente.

41. Outras reservas e resultados transitados

Os saldos das contas de reservas e resultados transitados, decompõem-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Reserva legal 35 221 35 221

Outras reservas 290 622 289 026

Resultados transitados - 108 745 - 58 605

217 098 265 642

107

Relatório e Contas

Os movimentos ocorridos nas rubricas de reservas e resultados transitados foram os seguintes:

31-12-14 31-12-13

Reserva legal

Saldo em 1 de Janeiro 35 221 34 951

Transf. Resultados transitados 0 270

Saldo em 31 de Dezembro 35 221 35 221

Outras reservas

Saldo em 1 de Janeiro 289 026 286 548

Transf. Resultados transitados 0 2 422

Transf. Reservas de reavaliação 1 596 56

Saldo em 31 de Dezembro 290 622 289 026

Resultados transitados

Saldo em 1 de Janeiro - 58 605 - 47 603

Resultado líquido ano anterior - 31 720 2 692

Ganhos/Perdas atuariais Fundo de Pensões - 18 420 - 11 002

Transf. p/ reserva legal 0 - 270

Transf. p/ outras reservas 0 - 2 422

Saldo em 31 de Dezembro - 108 745 - 58 605

217 098 265 642

- Reserva legal

A reserva legal só pode ser utilizada para cobrir prejuízos acumulados ou para aumentar o capital. A

legislação portuguesa aplicável ao sector bancário (Artigo 97.º do Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de

Dezembro) exige que a reserva legal seja anualmente creditada com pelo menos 10% do lucro

líquido anual, até à concorrência do capital social.

42. Pessoal

O número de colaboradores ao serviço do Banco, distribuído por grandes categorias profissionais,

analisa-se como segue:

31-12-14 31-12-13

Funções diretivas 98 95

Funções de enquadramento 444 451

Funções técnicas e específicas 519 517

Funções administrativas e auxiliares 238 237

1 299 1 300

43. Remunerações dos órgãos de administração e fiscalização e dos colaboradores com

funções com responsabilidade de assunção de riscos e controlo

Os montantes anuais das remunerações auferidas pelos membros dos órgãos de gestão e de

fiscalização, encontram-se discriminados, de forma individual e agregada no quadro em seguida

transcrito:

108

Relatório e Contas

Remun. Rem. Var. Remun.

Fixa Pecuniária Total

Conselho de Administração

Rui Manuel Morganho Semedo - Presidente 392 100 492

Carlos Manuel Sobral Cid da Costa Álvares 278 113 391

670 213 883

Conselho Fiscal

Rui Manuel Ferreira de Oliveira - Presidente 10 0 10

António José Marques Centúrio Monzelo - Vogal 6 0 6

Telmo Francisco Salvador Vieira - Vogal 6 0 6

22 0 22

As remunerações auferidas e o número de beneficiários dos colaboradores que desempenham

funções com responsabilidade na assunção de riscos por conta do Banco ou dos seus clientes e bem

assim aqueles que exercem as funções de controlo previstas no Aviso nº 5/2008 do Banco de

Portugal apresentam-se como segue:

Número Remun. Rem. Var. Remun.

Benef. Fixa Pecuniária Total

Comité Executivo 6 895 163 1 058

Gestão do Risco 1 80 13 93

Compliance 1 57 4 61

Gestão de Activos 1 89 7 96

Auditoria 1 64 10 74

10 1 185 197 1 382

44. Honorários da sociedade de revisores oficiais de contas

Os montantes pagos à sociedade de revisores oficiais de contas, PricewaterhouseCoopers, durante

os exercícios de 2014 e 2013, foram os seguintes:

31-12-14 31-12-13

Revisão legal de contas 122 113

Outros serviços de garantia e f iabilidade 130 242

252 355

45. Relações com entidades relacionadas

Em 31 de Dezembro de 2014 e 2013, o montante dos créditos e débitos e dos resultados do Banco

relativos a entidades relacionadas é o seguinte:

109

Relatório e Contas

31-12-14 31-12-13 31-12-14 31-12-13 31-12-14 31-12-13 31-12-14 31-12-13

Eurovida, SA 4 004 4 006 117 668 147 758 5 971 2 615 6 096 6 451

Popular Gestão de Activos, SA 119 62 2 572 2 147 1 931 1 375 8 2

Popular Factoring, SA 87 321 74 653 35 - 2 195 2 917 267 335

Imopopular Fundo Especial I.I. 4 039 10 253 2 227 238 356 - -

Popular Arrendamento 4 5 5 061 42 025 91 37 273 57

Popular Seguros, SA - - 680 892 748 578 - 20

Popular Predifundo 1 065 - - - 75 - - -

SPE-Special Pourpuse Entities 1 621 2 437 - - 810 1 419 - -

98 173 91 416 126 018 193 049 12 059 9 297 6 644 6 865

Banco Popular Español, SA 423 029 1 493 141 2 028 211 1 951 901 86 299 166 056 150 293 205 251

Créditos Débitos Proveitos Custos

Em 31 de Dezembro de 2014, as Garantias Prestadas pelo Banco a entidades relacionadas ascendia

ao montante de 4 719 milhares de euros (2013: 11 273 milhares de euros).

Em 31 de Dezembro de 2014 o Banco recebeu depósitos do BPE a garantir o risco de crédito de

operações concedidas pelo Banco no montante de 88 824 milhares de euros (2013: 106 129 milhares

de euros).

As operações com entidades relacionadas são efectuadas a condições normais de mercado.

Em 31 de Dezembro de 2014, os membros do Conselho de Administração do Banco não possuíam

aplicações nem créditos no Banco Popular.

46. Caixa e equivalentes de caixa

Para efeitos de demonstrações de fluxos de caixa, caixa e equivalentes de caixa compreendem os

seguintes saldos com menos de 90 dias de maturidade:

31-12-14 31-12-13

Caixa (Nota 17) 48 546 49 158

Disponib. à vista em outros bancos (Nota 18) 80 219 174 427

Aplicações em I.C.'s com prazo inferior a 3 meses 196 651 1 264 311

325 416 1 487 896

47. Mensuração da imparidade da carteira de crédito e respectivas divulgações (Carta Circular

n.º 02/2014/DSP do Banco de Portugal)

Divulgações qualitativas:

a) Política de gestão de risco de crédito

O Banco está exposto a risco de crédito, que é o risco da possível perda causada pelo incumprimento

das obrigações contratuais das contrapartes da entidade. No caso dos financiamentos, decorre da

não recuperação do capital, juros e comissões, nos termos da dívida, prazos e demais condições

estabelecidas nos contratos. No que se refere a riscos fora de balanço, deriva do incumprimento pela

contraparte das suas obrigações perante terceiros, o que implica que a entidade os assuma como

próprios em função do compromisso contraído.

110

Relatório e Contas

O Banco estrutura os níveis de risco de crédito que assume através de limites de risco aceitável em

relação ao mutuário ou grupo de mutuários e a segmentos geográficos e industriais.

A exposição ao risco de crédito é gerida através de uma análise regular da capacidade de mutuários e

potenciais mutuários de satisfazer obrigações de pagamento de capital e juros, e por alterar estes

limites de crédito quando apropriado. Exposições a risco de crédito são também geridas em parte pela

obtenção de colaterais e garantias pessoais ou empresariais.

Colaterais

O Banco utiliza uma diversidade de políticas e práticas de forma a mitigar o risco de crédito. A mais

tradicional é a obtenção de garantias colaterais aquando do desembolso de fundos. O Banco

implementa orientações em relação à aceitabilidade de classes específicas de colateral ou de

mitigação do risco de crédito. Os principais tipos de colateral para créditos e valores a receber são os

seguintes:

- Hipotecas sobre imóveis;

- Penhores de aplicações efectuadas no Banco;

- Penhor de ativos como instalações, inventários e contas a receber;

- Penhor sobre instrumentos financeiros, como títulos de dívida e ações.

Financiamentos de longo prazo a entidades empresariais e individuais são geralmente garantidos;

créditos individuais de baixo valor e recorrentes, geralmente não têm garantia. Adicionalmente, com o

intuito de minimizar a perda, no momento em que existem indicadores de imparidade para os créditos

e valores a receber, o Banco procura colaterais adicionais das contrapartes relevantes.

O colateral detido para ativos financeiros, que não empréstimos e adiantamentos, é determinado pela

natureza do instrumento. Instrumentos de dívida pública e outros títulos de dívida geralmente não se

encontram colaterizados.

Compromissos de concessão de crédito

O objectivo principal destes instrumentos é assegurar que os fundos são disponibilizados a um cliente

à medida que este os requisite. Compromissos de extensão de crédito representam partes não

utilizadas de autorizações para estender o crédito na forma de empréstimos, garantias ou letras de

crédito. Relativamente ao risco de crédito em compromissos de extensão de crédito, o Banco está

potencialmente exposto a uma perda no montante igual ao total dos seus compromissos não

utilizados. Contudo, o montante provável de perda é muito menor que a soma dos compromissos não

utilizados em virtude dos compromissos de extensão de crédito serem revogáveis e estarem

dependentes dos clientes manterem uma qualidade de crédito específica. O Banco monitoriza o prazo

de vencimento de compromissos de crédito pois os compromissos de longo-prazo têm geralmente um

maior grau de risco de crédito do que compromissos a curto-prazo.

Risco de Concentração

A gestão e o acompanhamento do risco de concentração são da responsabilidade da “Gestão de

Risco”, que assegura a manutenção e implementação de políticas e procedimentos apropriados para

monitorizar e gerir o risco de concentração de crédito. É igualmente responsável pelo

acompanhamento dos poderes delegados em matéria de risco de concentração e reporte regular

sobre risco de concentração ao Conselho de Administração.

O Banco tem definida uma estrutura de limites com o objectivo de manter um nível de exposição

alinhado com o seu perfil de risco e uma adequada diversificação da carteira de crédito.

111

Relatório e Contas

Os limites presentemente instituídos para risco de concentração de crédito são os seguintes:

i) Limite de riscos com um Grupo/Cliente

Nos termos das delegações atribuídas pelo Grupo ao BAPOP, o limite máximo de exposição total

com um Grupo/Cliente é de 10% do Tier I do GBP. O limite máximo com um Grupo/Cliente,

exceptuando garantias e avales técnicos e operações garantidas com depósitos é de 5% do Tier I

do GBP.

ii) Limite de riscos por montante de operação

Encontra-se definido um montante máximo de uma operação de crédito.

No caso de operações de financiamento de capital circulante ou sem um destino específico serão

agregados todos os riscos com essas características.

Para financiamentos sindicados e em project finance, a participação do BAPOP não poderá será

superior a 25% do total, naqueles em que a operação seja superior ao limite definido para este tipo

de financiamentos.

iii) Limite de participação na Central de Riscos de Crédito (CRC)

O limite máximo de participação na CRC com um Grupo/Cliente será o seguinte:

Grupo/Cliente com riscos superiores a € 500 milhões - Inferior a 10% CRC.

Grupo/Cliente com riscos superiores a € 250 milhões - Inferior a 15% CRC.

Grupo/Cliente com riscos superiores a € 100 milhões - Inferior a 25% CRC.

Grupo/Cliente com riscos superiores a € 20 milhões - Inferior a 50% CRC.

iv) Limite de concentração de riscos por sector de atividade

Os limites máximos de concentração de risco total por sector são os seguintes:

Construção e atividades Imobiliárias: 25%;

Indústria transformadora e extractiva: 15%;

Informação e comunicações, educação e outros serviços: 5%;

Restantes sectores: 10% (Agricultura, silvicultura e pesca; Abastecimento de energia e água;

Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos; Hotelaria; Transporte e

armazenamento; Atividades financeiras e de seguros; Atividades administrativas,

profissionais, sanitárias e artísticas).

v) Limite de concentração de riscos em grandes empresas

Encontra-se estabelecido um limite máximo de 30% do risco total no segmento de Grandes

Empresas.

vi) Limite de Concentração de Risco por Produtos

Encontram-se ainda definidos limites de acordo com a tipologia de produtos:

Operações com garantia hipotecária sobre terrenos;

Promoção Imobiliária;

112

Relatório e Contas

Crédito para compra de valores mobiliários.

vii) Avaliação de Garantias Hipotecárias

Encontra-se ainda definido um conjunto de limites de acordo com o Loan-to-value (LTV) das

operações de crédito colateralizadas com garantias hipotecárias.

b) Política de Write-Off de créditos

Em termos de política de write-off de créditos, encontra-se definido que apenas poderão ser

realizados quando os créditos não possuam qualquer colateral real, estejam provisionados a 100% e,

simultaneamente, a Gestão estime que não existirá qualquer recuperação decorrente do facto de já

terem sido tomadas todas as diligências de cobrança e recuperação dos créditos.

c) Política de reversão de imparidade

A análise e determinação subsequente de imparidade individual de um cliente com imparidade

registada em períodos anteriores, apenas poderá resultar numa reversão no caso da mesma estar

relacionada com a ocorrência de um evento após o reconhecimento inicial (e.g. melhoria da qualidade

do rating do cliente ou reforço de garantias).

Adicionalmente, poderão ocorrer reversões implícitas de imparidade, resultantes de nova estimativa

de parâmetros colectivos ou alterações no tipo de análise do cliente (individual ou colectiva).

O montante da reversão não poderá ser superior aos montantes de imparidade acumulados

registados anteriormente.

d) Política de conversão de dívida em capital do devedor

O Banco não utiliza normalmente este tipo de solução e apenas detém exposição sobre um grupo

económico que foi objecto desta forma de reestruturação de crédito. Neste caso, o crédito foi

substituído por uma posição em unidades de participação de um Fundo de Reestruturação.

Estas posições são sujeitas a teste de imparidade com uma periodicidade de revisão semestral a

partir da valorização das unidades de participação do Fundo de Reestruturação. Para a posição de

dívida júnior que seja mantida em empresas detidas por estes Fundos é estimada uma imparidade de

100% da respectiva exposição.

e) Descrição das medidas de reestruturação aplicadas e respectivos riscos associados, bem

como os mecanismos de controlo e monitorização dos mesmos

O Banco tem definido um vasto conjunto de soluções de reestruturação, as quais são negociadas por

um conjunto alargado de Agências, especializadas na recuperação de crédito, sendo as medidas mais

comuns a extensão do prazo da operação ou a inclusão de período de carência.

Em termos de características das reestruturações, estas dividem-se em grandes grupos: sem crédito

vencido (com ou sem reforço de garantias) e; com crédito vencido (com ou sem reforço de garantias).

Compete ao órgão decisor de crédito a identificação de reestruturações que derivam de dificuldades

financeiras dos clientes, sendo as mesmas posteriormente classificadas no sistema informático do

Banco. Os clientes com operações de crédito objecto de medida de reestruturação são ainda sujeitos

à definição interna de uma classificação restritiva de crédito, obrigando por esta via as Agências a ser

consequentes nessa política, que poderá ser de manter, reduzir, ou extinguir riscos.

113

Relatório e Contas

No que se refere ao acompanhamento em termos de modelo de imparidade de crédito, estas

operações ficam com a marca de reestruturação durante um período de cura de dois anos, em

cumprimento com a Instrução nº 32/2013 do Banco de Portugal.

f) Descrição do processo de avaliação e de gestão de colaterais

Para situações em que é admissível que a recuperação do crédito ocorra via execução do colateral

imobiliário, encontra-se igualmente definido em normativo interno quais os valores que deverão ser

considerados (valor de mercado da última avaliação conhecida com aplicação de haircut temporal).

As reavaliações destes colaterais decorrem essencialmente dos períodos temporais definidos nos

Avisos nº 3/95 e nº 5/2006 do Banco de Portugal. Contudo, para os imóveis afectos a operações de

clientes com exposições significativas (superiores a 1 milhão de euros), as reavaliações são

realizadas com maior frequência.

Não obstante as periodicidades definidas, são realizadas avaliações sempre que se considere

relevante para o acompanhamento do valor do colateral.

O valor dos imóveis considerados para efeitos de colateral é ajustado à atual conjuntura

macroeconómica, através da aplicação de haircuts, determinada com base em análises da Gestão e

práticas de mercado.

Antiguidade da avaliação>= 50% Obra

concluída

< 50% Obra

concluída

inferior a 6 meses 0% 0%

igual a 6 meses 5% 5%

de 6 meses e até 1 ano 10% 10%

de 1 e até 2 anos 15% 20%

de 2 e até 3 anos 25% 35%

mais de 3 anos 50% 60%

Haircut

No que se refere a colaterais financeiros e títulos, encontra-se definido o acompanhamento periódico

das operações de crédito garantidas com estes ativos, realizando-se reporte regular à Gestão. São

indicados quais os ativos que servem de colateral, bem como rácio global de cobertura face ao

crédito. Estes valores são considerados no âmbito da análise individual de imparidade.

g) Natureza dos principais julgamentos, estimativas e hipóteses utilizados na determinação

da imparidade

As perdas por imparidade correspondem a estimativas determinadas com base em julgamentos da

gestão, dados os factos e circunstâncias numa determinada data. Com tal, é expectável que, em

alguns casos, eventos e desenvolvimentos futuros confluam num resultado diferente face ao montante

estimado.

Para que o modelo de imparidade tenha a maior adequação possível ao contexto macroeconómico, o

Banco efetua mensalmente a revisão de imparidade aos clientes de análise individual, bem como

semestralmente efetua a revisão dos parâmetros aplicados à parte colectiva da sua carteira de

crédito.

114

Relatório e Contas

Ao nível da análise individual, a determinação da imparidade é função da capacidade de reembolso

do devedor e/ou respectivos garantes, ou dos colaterais que o Banco dispõe a garantir as operações

de crédito, aplicando-se os critérios de referência constantes da Carta Circular nº 02/2014/DSP do

Banco de Portugal.

No que se refere à parte colectiva da carteira de crédito e, em particular, para a estimativa de LGD’s,

os mesmos são calculados a partir de todo o histórico de recuperações efetivas, bem como da

assunção de pressupostos conservadores, definidos e aprovados pela Gestão, para estimativas

futuras.

h) Descrição das metodologias de cálculo da imparidade, incluindo a forma como os

portefólios são segmentados para refletir as diferentes características dos créditos

De acordo com o modelo conceptual que serve de base ao cálculo da imparidade, é efectuada

mensalmente uma análise da carteira global de crédito segmentada em sete grupos principais: (i)

créditos em default, (ii) créditos com atraso entre 30 e 90 dias, (iii) créditos reestruturados, (iv)

créditos com outros indícios de imparidade, (v) créditos em cura (vi) créditos curados e (vii) créditos

regulares.

Definição de default

Um crédito é considerado como em situação de default sempre que apresente pelo menos um dos

seguintes indicadores:

• Crédito com atraso superior a 90 dias;

• Clientes em situação de insolvência/falência ou PER; ou

• Garantias bancárias prestadas executadas pelo beneficiário.

Toda a exposição do cliente é considerada em default, sempre que a soma das suas operações com

atraso superior a 90 dias exceda 20% do total da exposição.

Os segmentos homogéneos resultam da criação de grupos de operações com risco de crédito

semelhante, tendo em conta o modelo de gestão do Banco. Para esse efeito são definidos como

factores relevantes de segmentação algumas características das operações de crédito tais como o

tipo de cliente, materialidade da exposição, tipo de produto e tipo de garantia associada.

115

Relatório e Contas

A segmentação vigente, distingue-se entre segmentação específica para PD e segmentação

específica para LGD:

Segmentação PD Segmentação LGD

Crédito à Habitação com LTV <=80%

Crédito à Habitação Crédito à Habitação com LTV >80%

Particulares com garantia real

Crédito ao Consumo

Particulares sem garantia real

Construção com garantia real

Construção sem garantia real

Cartões de Crédito - Empresas

Empresas Empresas com garantia real

Empresas sem garantia real

Cartões de Crédito - Particulares

Crédito ao Consumo

Promoção Imobiliária

Construção

Estado e Outras Entidades Públicas

Grupo Banco Popular

Empregados

Clientes Corporate

Clientes Relevantes

As probabilidades de default (PD’s) representam a estimativa, com base nos últimos 5 anos de

histórico do Banco, do número de operações com ou sem indícios de imparidade entrarem em default

durante um determinado período de tempo (período emergente). De forma ao histórico refletir as

condições económicas actuais, as observações obtidas são ajustadas pelos seguintes ponderadores:

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Ponderação 10% 15% 15% 30% 30%

As PD’s são ainda diferenciadas consoante a classificação de cada crédito: (i) créditos com atraso

entre 30 e 90 dias, (ii) créditos reestruturados, (iii) créditos com outros indícios de imparidade, (iv) em

cura (v) curados e (vi) regulares.

i) Indicação dos indícios de imparidade por segmentos de crédito

O Banco considera um crédito como tendo indícios de imparidade, quando se verifica um dos

seguintes eventos:

• Cliente com pelo menos 1 crédito de montante não imaterial com atrasos no pagamento

superiores a 30 dias;

• Cliente em contencioso;

116

Relatório e Contas

• Cliente com pelo menos 1 crédito de montante não imaterial reestruturado por dificuldades

financeiras do cliente ou perspectiva/pedido de reestruturação;

• Cliente com pelo menos 1 crédito em PERSI.

• Cliente com pelo menos 1 crédito de montante não imaterial no sistema bancário em situação de

incumprimento, capital e juros abatidos/anulados ou contencioso, de acordo com a informação

disponível na Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal;

• Cliente com operações de crédito abatidas ao ativo no BAPOP, nos últimos 12 meses.

• Cliente com garantias bancárias prestadas pelo Banco que tenham sido executadas nos últimos

24 meses;

• Cliente com dações ou adjudicações ao Banco nos últimos 24 meses;

• Cliente com incumprimentos em outras entidades do Grupo Popular;

• Quaisquer outros indicadores que provoquem uma probabilidade acrescida de entrada em

default, detectados na análise individual.

j) Indicação dos limiares definidos para análise individual

A cada data de reporte, é selecionado um conjunto de clientes, que pela materialidade da sua

exposição ao Banco são considerados como significativos. Os referidos clientes são sujeitos a um

procedimento de análise individual, de forma a concluir sobre a existência de evidência de imparidade

e, eventualmente, a determinação do montante de imparidade.

São analisados individualmente:

• Clientes em default ou com indícios de imparidade, com responsabilidades totais acima de

750.000 euros.

• Carteira de clientes significativos sem indícios de imparidade, com responsabilidades totais acima

de 2.500.000 euros.

Os créditos de clientes sujeitos a análise individual, em que não seja identificada evidência objectiva

de imparidade, serão incluídos em segmentos homogéneos de risco de forma a serem alvo de

imparidade colectiva.

k) Política relativa aos graus de risco internos, especificando o tratamento dado a um

mutuário classificado como em incumprimento

As operações que se encontrem numa situação de default, com incumprimentos há mais de 90 dias,

em situação de PER ou insolvência ou que careçam de um acompanhamento mais especializado, são

regularmente migradas para um conjunto de Agências, denominado de RNE-Rede de Negócio

Especializado.

A missão e objectivos desta Rede são a análise rigorosa, o acompanhamento e a gestão dos clientes

e riscos, por Gestores Especializados que se distribuem por 3 segmentos (Particulares, Empresas e

Grandes Riscos). A partir de uma visão global de todo o processo de recuperação, procura-se

encontrar e concretizar as soluções mais adequadas com vista à recuperação célere dos créditos.

117

Relatório e Contas

l) Descrição genérica da forma de cálculo do valor atual dos fluxos de caixa futuros no

apuramento das perdas de imparidade avaliadas individual e colectivamente

De acordo com o modelo de imparidade em vigor no Banco, se for identificada evidência objectiva que

ocorreu um evento que originou uma perda por imparidade, o valor da perda deverá ser determinado

como a diferença entre o valor de balanço e o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados

(excluindo perdas por eventos que ainda não ocorreram), descontados à taxa de juro efetiva original

do contrato.

Os fluxos de caixa futuros estimados incluídos no cálculo dizem respeito aos montantes contratuais

dos créditos, ajustados por eventuais valores que o Banco espera não recuperar e pelo prazo

temporal em que é expectável que os mesmos se venham a concretizar. O prazo temporal de

recuperação dos fluxos de caixa é uma variável muito significativa do cálculo da imparidade, uma vez

que, mesmo nos casos em que seja expectável o recebimento total dos fluxos de caixa contratuais em

dívida, mas que os mesmos ocorram em datas posteriores ao que foi contratado, é reconhecida uma

perda de imparidade. Esta situação só não se verificará nos casos em que o Banco receba uma

compensação por inteiro (por exemplo, na forma de juros ou juros de mora) para o período em que o

crédito se encontrou vencido.

A realização de uma estimativa do valor e do momento de recuperação dos fluxos de caixa futuros de

um crédito envolve um julgamento profissional. A melhor estimativa dos mesmos, tendo em

consideração os guidelines definidos na Carta Circular n.º 02/2014/DSP, é baseada em pressupostos

razoáveis/suportáveis e em dados observáveis na data da mensuração da imparidade, sobre a

capacidade do cliente efetuar pagamentos ou serem realizadas execuções/recebimentos em dação

de colaterais.

Para as carteiras colectivas, a cada segmento homogéneo, é aplicada uma probabilidade de default

(PD), e uma taxa de perda dado o default (LGD).

Para os créditos em default, a PD é de 100% e o saldo é fixado no momento que que cada crédito

entrou em incumprimento.

A LGD é uma estimativa de perda dado o default de um cliente. Para o cálculo desta variável é

utilizada uma amostra aleatória do histórico do Banco, com base num intervalo de confiança de 95%,

relativo a todos os clientes que entraram em default. Deste modo, é apurada a perda média em cada

segmento registada tendo por base todas as recuperações descontadas, à taxa efetiva, para o mês

em que essa operação entrou em default, até ao seu vencimento/liquidação, bem como eventuais

estimativas futuras para os casos em que as operações no momento da análise não se apresentem

liquidadas.

As recuperações dos créditos incluídos na amostra são verificadas caso a caso, incluindo:

• Recuperações históricas por via de pagamentos do devedor (recuperações desde a entrada em

default até à data de análise);

• Recuperações históricas por via de execução ou dação de colaterais, deduzidas de custos

suportados;

• Estimativas de recuperações posteriores às datas de referência de análise;

• Recuperações posteriores a abates contabilísticos.

118

Relatório e Contas

De salientar que se encontra em fase terminal o projecto de cálculo da LGD para o BAPOP com

base em toda a carteira e não apenas com base em amostra. Este projecto está a se desenvolvido

internamente com o apoio do Grupo e será alvo de validação independente.

m) Descrição do (s) período (s) emergente utilizado para os diferentes segmentos e

justificação da sua adequação

Os períodos emergentes, que resultam de estudos internos e a estimativa da Gestão do tempo que

decorre entre o evento e o default, são os seguintes:

Crédito com 30 a 90 dias de atraso 3

Créditos reestruturados 12

Outros indícios de imparidade 6

Em cura 12

Regulares e curados

Estado e Outras Entidades Públicas, Corporate , Clientes

Relevantes, Crédito à Habitação, Promoção imobiliária,

Construção e Empresas

9

Grupo Banco Popular, Empregados, Crédito ao Consumo e

Cartões de Crédito de Particulares 7

n) Descrição detalhada do custo associado ao risco de crédito, incluindo divulgação das PD,

EAD, LGD e taxas de cura

Para os créditos reestruturados ou em cura, as PD’s médias são determinadas para cada um

dos meses da fase de desmarcação (24 ou 12 meses respectivamente), sendo

posteriormente construídas e aplicadas curvas temporais.

Nos segmentos em que no processo de construção dessas curvas não se obtenham

correlações consideradas como suficientemente explicativas, as PD’s a aplicar durante a fase

de desmarcação resultam da média ponderada pelo número de todos os créditos

reestruturados ou em cura de cada segmento e de cada mês (sem atribuir pesos

diferenciados pelo período em que foram observadas as PD’s).

Adicionalmente, numa óptica conservadora, o ponto mínimo de cada curva nunca poderá ser

inferior às PD’s obtidas para créditos regulares do mesmo segmento.

No quadro seguinte apresentamos as PD’s atualmente em vigor:

119

Relatório e Contas

Regulares Curados Em cura > 30 dias Outros Indícios Reestruturados

Cartões de Crédito - Particulares 1,5% 0,0% [35,1% - 35,1%] 55,9% 9,2% [1,5% - 24,5%]

Clientes Corporate 1,2% 0,0% [27,1% - 27,1%] 64,2% 12,1% [1,2% - 45,2%]

Clientes Relevantes 1,5% 10,1% [43,6% - 43,6%] 59,6% 17,4% [1,5% - 52,8%]

Construção 4,0% 3,7% [4% - 69,6%] 61,6% 27,9% [4% - 47,7%]

Crédito à Habitação 0,8% 3,0% [0,8% - 39,7%] 43,8% 11,8% [0,8% - 42,4%]

Crédito ao Consumo 3,5% 6,2% [12,2% - 40,7%] 55,1% 18,1% [3,5% - 44,5%]

Empregados 0,0% 0,0% [3% - 3%] 36,9% 2,0% [0% - 0%]

Empresas 3,0% 3,9% [9% - 62,2%] 62,6% 23,7% [3% - 50,5%]

Estado e Outras entidades Públicas 0,0% 0,0% [0% - 0%] 54,0% 0,0% [0% - 9,3%]

Grupo Banco Popular 0,0% 0,0% [0% - 0%] 0,0% 0,0% [0% - 0%]

Promoção Imobiliária 7,0% 5,5% [7% - 52,8%] 56,0% 28,7% [7% - 39,2%]

Carteira normal Carteira em IndícioSegmento

As LGD’s aplicadas a 31 de Dezembro de 2014 são as seguintes:

Segmento LGD

Cartões de Crédito - Empresas 57,8%

Cartões de Crédito - Particulares 45,0%

Clientes Corporate 10,1%

Clientes Relevantes 10,8%

Construção - Com Garantia Real 19,5%

Construção - Sem Garantia Real 37,2%

Crédito à Habitação - LTV <= 80% 8,3%

Crédito à Habitação - LTV > 80% 10,5%

Crédito ao Consumo 47,9%

Empregados 6,3%

Empresas - Com Garantia Real 20,5%

Empresas - Sem Garantia Real 30,8%

Estado e Outras Entidades Públicas 0,0%

Grupo Banco Popular 0,0%

Particulares - Com Garantia Real 8,6%

Particulares - Sem Garantia Real 32,1%

Promoção Imobiliária 8,8%

Salientamos novamente o facto de se encontrar na fase final o projeto de cálculo da LGD com base

em toda a carteira e não em amostra conforme referido na anterior alínea l).

o) Conclusões sobre as análises de sensibilidade ao montante de imparidade a alterações

nos principais pressupostos

A 31 de Dezembro de 2014, o acréscimo em 10% nas PD’s implicaria um aumento 3.6 milhões de

euros no montante total de imparidade. Um acréscimo semelhante nas LGD’s implicaria um aumento

de 17,9 milhões de euros.

Um acréscimo de 10% em ambas as variáveis implicaria um aumento 21.8 milhões de euros no

montante total de imparidade.

120

Relatório e Contas

Divulgações quantitativas:

a) Detalhe das exposições e imparidade por segmento

Segmento:

Exposição

Total

Crédito em

cumprimento

Do qual:

curado

Do qual:

reestruturado

Crédito em

incumprimento

Do qual:

reestruturado

Imparidade

Total

Crédito em

cumprimento

Crédito em

incumprimento

Corporate 327 602 291 970 9 006 17 716 35 633 10 769 18 081 7 849 10 231

Construção e CRE 566 275 377 704 1 400 46 597 188 571 71 656 81 799 12 148 69 651

Habitação 1 644 327 1 517 039 4 692 94 583 127 288 42 210 19 031 5 162 13 869

Relevantes 1 025 171 843 109 6 136 67 902 182 063 67 272 75 776 21 555 54 221

Empresas 1 852 826 1 527 137 6 636 33 933 325 689 62 705 134 220 23 411 110 809

Outros 359 046 312 175 121 7 016 46 871 6 976 21 093 2 595 18 498

Total 5 775 248 4 869 133 27 992 267 748 906 115 261 587 350 000 72 720 277 280

Exposição em 31-12-2014: Imparidade em 31-12-2014:

Crédito em incumprimento Crédito em incumprimento

Exposição Dias de atraso Imparidade

Segmento: Total 31.12.14 Sem indícios Com indícios entre 30-90 <= 90 > 90 Total 31.12.14 < 30 entre 30 - 90 <= 90 > 90

Corporate 327 602 237 128 37 062 17 780 13 295 22 337 18 081 2 793 5 056 5 978 4 254

Construção e CRE 566 275 287 530 81 266 8 908 36 462 152 110 81 799 11 044 1 104 14 404 55 247

Habitação 1 644 327 1 273 639 206 220 37 181 7 709 119 579 19 031 3 677 1 485 1 124 12 745

Relevantes 1 025 171 694 489 148 619 1 45 894 136 169 75 776 21 554 1 15 867 38 355

Empresas 1 852 826 1 408 987 102 969 15 180 64 691 260 998 134 220 21 180 2 232 22 997 87 813

Outros 359 046 288 138 20 212 3 825 1 034 45 838 21 093 1 814 781 455 18 042

Total 5 775 248 4 189 911 596 348 82 874 169 084 737 031 350 000 62 062 10 658 60 824 216 456

Dias de atraso

Crédito em cumprimento

Dias de atraso

Da Imparidade Total em 31-12-2014:

Dias de atraso < 30

Crédito em cumprimento

Dias de atraso

Da Exposição Total em 31-12-2014:

b) Detalhe da carteira de crédito por segmento e ano de produção

Ano de

produção

Número de

operaçõesMontante

Imparidade

constituída

Número de

operaçõesMontante

Imparidade

constituída

Número de

operaçõesMontante

Imparidade

constituída

<= 2004 0 0 0 139 28 107 4 550 3 408 162 057 2 111

2005 0 0 0 77 15 622 2 574 2 027 112 719 1 534

2006 3 6 914 8 102 18 601 1 358 1 828 101 518 2 483

2007 0 0 0 198 37 837 4 204 2 128 122 404 2 824

2008 13 14 817 35 1 080 23 560 3 673 2 807 169 614 2 085

2009 5 92 231 1 111 508 35 459 8 720 3 264 210 037 2 561

2010 25 36 901 894 805 55 951 13 879 4 232 302 293 2 596

2011 79 15 302 52 1 007 60 844 10 708 2 082 168 838 1 199

2012 22 22 426 5 212 1 083 74 715 10 260 939 78 064 893

2013 49 112 380 6 557 1 160 91 012 10 105 1 095 84 472 485

2014 28 26 631 4 211 3 063 124 567 11 768 1 598 132 312 259

Total 224 327 602 18 081 9 222 566 275 81 799 25 408 1 644 327 19 031

Corporate Construção e CRE Habitação

121

Relatório e Contas

Ano de

produção

Número de

operaçõesMontante

Imparidade

constituída

Número de

operaçõesMontante

Imparidade

constituída

Número de

operaçõesMontante

Imparidade

constituída

<= 2004 13 30 452 1 787 124 9 071 623 798 104 433 263

2005 11 20 205 839 137 10 339 2 903 452 8 380 288

2006 17 53 330 9 131 232 13 542 2 504 1 166 11 705 920

2007 36 92 387 6 526 531 32 069 4 326 1 187 11 102 2 103

2008 51 98 481 7 005 3 689 40 655 6 867 18 157 25 962 3 763

2009 274 100 099 2 865 1 712 65 798 12 470 6 976 23 885 2 795

2010 67 71 840 9 133 3 419 136 284 20 869 9 774 39 668 3 817

2011 88 91 441 9 820 4 377 180 209 17 237 7 356 34 322 3 133

2012 63 96 386 7 063 5 744 269 056 17 818 9 772 16 805 1 087

2013 96 213 853 13 669 7 203 416 788 18 219 9 357 26 513 1 267

2014 157 156 697 7 937 16 758 679 014 30 384 14 354 56 272 1 656

Total 873 1 025 171 75 776 43 926 1 852 826 134 220 79 349 359 046 21 093

Relevantes Empresas Outros

c) Detalhe do valor de exposição bruta de crédito e imparidade avaliada individualmente e

coletivamente, por segmento, sector (CAE a dois dígitos) e geografia

c.1) Por segmento:

Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade

Avaliação

Individual 309 256 18 008 121 530 38 092 11 178 1 449

Colectiva 18 346 72 444 746 43 707 1 633 149 17 582

Total 327 602 18 081 566 275 81 799 1 644 327 19 031

Corporate Construção e CRE Habitação

Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade

Avaliação

Individual 1 022 671 75 772 120 037 39 814 118 972 61 1 703 645 173 196

Colectiva 2 500 4 1 732 788 94 406 240 074 21 031 4 071 603 176 803

Total 1 025 171 75 776 1 852 826 134 220 359 046 21 093 5 775 248 350 000

Relevantes Empresas Outros Total

c.2) Por sector de atividade:

Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade

Avaliação

Individual 304 721 59 486 152 219 14 790 115 523 21 889

Colectiva 207 873 24 676 652 707 30 455 678 018 43 529

Total 512 594 84 162 804 926 45 245 793 541 65 418

Construção Indústrias Comércio

122

Relatório e Contas

Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade Exposição Imparidade

Avaliação

Individual 445 689 18 914 181 554 23 402 303 620 24 111 1 503 327 162 592

Colectiva 37 739 1 264 116 580 7 272 502 030 22 819 2 194 946 130 015

Total 483 428 20 179 298 134 30 674 805 650 46 930 3 698 272 292 607

Financeiras/Seguros Imobiliárias Outras Total

c.3) Por geografia:

Exposição Imparidade

Avaliação

Individual 1 703 645 173 196

Colectiva 4 071 603 176 803

Total 5 775 248 350 000

Portugal

d) Detalhe da carteira de créditos reestruturados por medida de reestruturação aplicada

Medida

Número de

operaçõesExposição Imparidade

Número de

operaçõesExposição Imparidade

Número de

operaçõesExposição Imparidade

Extensão de prazo 438 84 820 3 969 273 73 031 14 188 711 157 852 18 156

Período de carência 1 350 129 352 8 134 1 037 125 196 34 107 2 387 254 547 42 241

Outras medidas 1 335 53 576 3 714 1 028 63 360 18 104 2 363 116 936 21 818

Total 3 123 267 748 15 816 2 338 261 587 66 399 5 461 529 335 82 215

Crédito em cumprimento Crédito em incumprimento Total

31-12-2014

e) Movimentos de entradas e saídas na carteira de crédito reestruturado

31-12-14

Saldo inicial da carteira de reestruturados (bruto de imparidade) 551 689

Créditos reestruturados no período 106 027

Juros corridos da carteira reestruturada 4 071

Liquidação de créditos reestruturados (parcial ou total) - 91 498

Créditos reclassif icados de "reestruturado" para "normal" - 43 511

Outros 2 512

Saldo final da carteira de reestruturados (bruto de imparidade) 529 290

123

Relatório e Contas

f) Detalhe do justo valor dos colaterais subjacentes à carteira de crédito dos segmentos de

Corporate, Construção e Commercial Real Estate (CRE) e Habitação

31-12-2014

Outros Colat. Reais Outros Colat. Reais Outros Colat. Reais

Justo valor Número Montante Número Montante Número Montante Número Montante Número Montante Número Montante

< 0,5 M€ 2 1 144 2 278 1 655 317 660 1 062 58 317 20 411 3 717 667 561 20 638

>= 0,5 M€ e < 1 M€ 0 0 2 1 111 151 136 389 22 13 460 220 195 085 4 5 210

>= 1 M€ e < 5 M€ 3 10 611 1 3 576 112 358 944 13 26 237 32 66 296 5 7 970

>= 5 M€ e < 10 M€ 2 24 582 1 5 997 9 64 974 1 16 994 0 0 0 0

>= 10 M€ e < 20 M€ 0 0 2 22 655 3 52 886 0 0 0 0 0 0

>= 20 M€ e < 50 M€ 0 0 1 24 303 0 0 0 0 0 0 0 0

>= 50 M€ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Total 7 36 337 9 57 920 1 930 930 853 1 098 115 008 20 663 3 979 048 570 33 817

Corporate

Imóveis Imóveis

Construção e CRE Habitação

Imóveis

g) Rácio LTV dos segmentos de Corporate, Construção, CRE e Habitação

Segmento / Rácio

Número de

imóveis

Crédito em

cumprimento

Crédito em

incumprimentoImparidade

Corporate

Sem colateral associado n.a. 247 716 30 452 17 114

< 60% 2 4 689 10 6

>= 60% e < 80% 0 35 246 0 265

>= 80% e < 100% 2 9 298 0 11

>= 100% 3 5 021 5 155 684

Construção e CRE

Sem colateral associado n.a. 154 385 102 718 53 245

< 60% 1 262 96 715 27 367 10 106

>= 60% e < 80% 149 35 157 12 036 2 194

>= 80% e < 100% 197 27 272 10 892 3 542

>= 100% 322 64 175 34 714 12 712

Habitação

Sem colateral associado n.a. 107 671 29 458 4 155

< 60% 9 824 367 916 15 568 2 450

>= 60% e < 80% 5 597 498 664 18 331 2 934

>= 80% e < 100% 4 086 436 077 28 206 4 532

>= 100% 1 157 106 938 35 725 4 961

31-12-2014

124

Relatório e Contas

h) Detalhe do justo valor e valor líquido contabilístico dos imóveis recebidos em dação ou

execução, por tipo de ativo e por antiguidade

Ativo

Número de

imóveis

Justo valor

do ativo

Valor

contabilístico

Terreno

Urbano 38 5 937 4 918

Rural 24 6 197 4 912

Edifícios em desenvolvimento

Habitação 388 30 084 29 264

Comerciais 24 1 151 962

Outros 154 5 812 5 296

Edifícios construídos

Habitação 348 43 122 39 692

Comerciais 75 6 519 5 697

Outros 109 20 091 18 503

Outros 15 2 917 2 832

1 175 121 830 112 076

31-12-2014

Tempo decorrido

desde a dação / execução< 1 ano

>= 1 ano e

< 2,5 anos

>=2,5 anos

e < 5 anos>= 5 anos Total

Terreno

Urbano 2 219 167 1 656 876 4 918

Rural 768 1 950 1 926 268 4 912

Edifícios em desenvolvimento

Habitação 7 244 7 284 1 046 13 690 29 264

Comerciais 0 0 0 962 962

Outros 626 38 3 708 924 5 296

Edifícios construídos

Habitação 16 467 13 809 2 909 6 507 39 692

Comerciais 2 140 1 192 407 1 958 5 697

Outros 4 618 11 243 1 324 1 318 18 503

Outros 144 1 023 1 461 204 2 832

34 226 36 706 14 437 26 707 112 076

31-12-2014

i) Distribuição da carteira de crédito medida por graus de risco internos

O Banco Popular não utiliza ratings de crédito internos.

j) Divulgação dos parâmetros de risco associados ao modelo de imparidade por segmento

Os parâmetros de risco associados ao modelo de imparidade por segmento encontram-se

explicitados na alínea n) das divulgações qualitativas desta nota.

125

Relatório e Contas

48. Reconciliação das contas em NCA com as IAS/IFRS (conforme disposto na alínea d) do nº 2

da Instrução nº 18/2005 do Banco de Portugal)

Caso as demonstrações financeiras individuais do Banco fossem elaboradas de acordo com as

Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS) apresentariam as seguintes alterações:

1) Descrição das alterações de políticas contabilísticas

Com a aplicação das IFRS as políticas contabilísticas registariam as seguintes alterações:

a) Créditos a clientes

As políticas contabilísticas para o crédito a clientes, de acordo com as IFRS, correspondem ao

descrito no ponto 2.1 do Anexo às Demonstrações Financeiras, com exceção do regime de

provisionamento de crédito do Aviso 3/95 do Banco de Portugal, que é substituído por imparidade

determinada de acordo com o modelo descrito na nota 47.

b) Outros ativos tangíveis

Em relação aos imóveis de serviço próprio, na data da transição para as IFRS (1 de Janeiro de 2006)

foi utilizada a opção prevista na IFRS 1 de considerar como custo estimado o respectivo justo valor,

obtido através de avaliações de peritos independentes, considerando-se a diferença para o anterior

valor de balanço em resultados transitados como ajustamentos de transição, corrigida de impostos

diferidos, passando aquele valor a ser o valor de custo nessa data sujeito a depreciação futura.

2) Estimativas dos ajustamentos materiais e reconciliação do balanço, da demonstração de

resultados e demonstração de variações em capitais próprios

As estimativas dos ajustamentos materiais que decorreriam das alterações de políticas contabilísticas,

referidas no ponto anterior, e a reconciliação do balanço, da demonstração de resultados e da

demonstração de variações nos capitais próprios em base NCA para as que resultam da aplicação

das IFRS são apresentadas nos quadros seguintes:

126

Relatório e Contas

Reconciliação do Balanço em 31 de Dezembro de 2014 e 2013

(milhares de euros)

NCA IFRS NCA IFRS

Valor liq. Ajust. Valor. Liq. Valor liq. Ajust. Valor. Liq.

Ativo

Caix a e disponibilidades em bancos centrais 134 283 134 283 54 114 54 114

Disponibilidades em outras instituições de crédito 80 219 80 219 174 427 174 427

Ativ os financeiros detidos para negociação 78 280 78 280 73 843 73 843

Outros ativ os financ. justo v alor atrav és de resultados - - 24 983 24 983

Ativ os financeiros disponív eis para v enda 1 879 094 1 879 094 1 704 136 1 704 136

Aplicações em instituições de crédito 197 962 197 962 1 268 822 1 268 822

Crédito a clientes 5 458 783 - 36 657 5 422 126 5 249 456 - 45 699 5 203 757

Deriv ados de cobertura - - 103 103

Ativ os não correntes detidos para v enda 20 747 20 747 20 747 20 747

Outros ativ os tangív eis 70 631 9 791 80 422 82 381 9 791 92 172

Ativ os intangív eis 71 71 172 172

Ativ os por impostos correntes 3 566 3 566 3 566 3 566

Ativ os por impostos diferidos 75 226 - 2 966 72 260 72 175 - 951 71 224

Outros ativ os 406 986 406 986 493 248 493 248

Total de Ativo 8 405 848 - 29 832 8 376 016 9 222 173 - 36 859 9 185 314

Passivo

Recursos de bancos centrais 900 003 900 003 1 306 839 1 306 839

Passiv os financeiros detidos para negociação 43 845 43 845 29 629 29 629

Recursos de outras instituições de crédito 2 065 409 2 065 409 1 919 736 1 919 736

Recursos de clientes 4 114 903 4 114 903 4 216 578 4 216 578

Responsabilidades representadas por títulos 317 251 317 251 865 255 865 255

Deriv ados de cobertura 142 258 142 258 101 883 101 883

Prov isões 52 575 - 49 842 2 733 51 054 - 49 252 1 802

Passiv os por impostos correntes 1 817 1 817 0 0

Passiv os por impostos diferidos 25 793 2 203 27 996 4 060 2 399 6 459

Outros passiv os 38 789 38 789 61 251 61 251

Total de Passivo 7 702 643 - 47 639 7 655 004 8 556 285 - 46 853 8 509 432

Capital

Capital 476 000 476 000 476 000 476 000

Prémios de emissão 10 109 10 109 10 109 10 109

Reserv as de reav aliação - 2 285 6 892 4 607 - 54 143 5 101 - 49 042

Outras reserv as e resultados transitados 217 098 3 450 220 548 265 642 5 249 270 891

Resultado do ex ercício 2 283 7 465 9 748 - 31 720 - 356 - 32 076

Total de capital 703 205 17 807 721 012 665 888 9 994 675 882

Total de Passivo + Capital 8 405 848 - 29 832 8 376 016 9 222 173 - 36 859 9 185 314

31-12-2014 31-12-2013

127

Relatório e Contas

Reconciliação da Demonstração de Resultados em 31 de Dezembro de 2014 e 2013

(milhares de euros)

NCA Ajust. IFRS NCA Ajust. IFRS

Juros e rendimentos similares 256 131 256 131 303 812 303 812

Juros e encargos similares 131 408 131 408 182 564 182 564

Margem financeira 124 723 0 124 723 121 248 0 121 248

Rendimento de instrumentos de capital 60 60 49 49

Rendimentos de serv iços e comissões 64 007 64 007 60 657 60 657

Encargos com serv iços e comissões 8 330 8 330 8 574 8 574

Resultados de ativ os e passiv os av aliados ao justo v alor 0

atrav és de resultados (líquido) - 3 482 - 3 482 - 2 686 - 2 686

Resultados de ativ os financeiros disponív eis para v enda (líquido) 9 549 9 549 11 389 11 389

Resultados de reav aliação cambial (líquido) 1 334 1 334 1 288 1 288

Resultados de alienação de outros ativ os - 8 329 - 8 329 - 5 241 - 5 241

Outros resultados de ex ploração - 7 243 - 7 243 - 6 415 - 6 415

Produto bancário 172 289 0 172 289 171 715 0 171 715

Custos com pessoal 58 175 58 175 56 309 56 309

Gastos gerais administrativ os 50 696 50 696 51 473 51 473

Depreciações e amortizações 3 848 3 848 5 023 5 023

Prov isões líquidas de reposições e anulações 1 521 - 590 931 8 563 - 9 880 - 1 317

Correções de v alor associadas ao crédito a clientes e v alores

a receber de outros dev edores (líq. de reposições e anulações) 59 433 - 9 042 50 391 89 390 10 352 99 742

Imparidades de outros ativ os líquida de rev ersões e recuperações - 6 828 - 6 828 12 481 12 481

Resultado antes de impostos 5 444 9 632 15 076 - 51 524 - 472 - 51 996

Impostos 3 161 2 167 5 328 - 19 804 - 116 - 19 920

Correntes 1 944 1 944 - 957 - 957

Diferidos 1 217 2 167 3 384 - 18 847 - 116 - 18 963

Resultado líquido do exercício 2 283 7 465 9 748 - 31 720 - 356 - 32 076

31-12-2014 31-12-2013

128

Relatório e Contas

Reconciliação de variações em capitais próprios, em 31 de Dezembro de 2014 e 2013

(milhares de euros)

Capital

Social

Prémio de

emissão

Reservas de

justo valor

Outras

reservas e

Resultados

transitados

Resultado

líquidoTotal

Saldos em 31-12-2014 - NCA 476 000 10 109 - 2 285 217 098 2 283 703 205

Imparidade de crédito

- Ajustamento prov isões regulamentares 3 553 9 632 13 185

- Impostos diferidos - 799 - 2 167 - 2 966

Valorização de imóv eis de serv iço próprio

- Aplicação do justo v alor 9 095 696 9 791

- Impostos diferidos - 2 203 - 2 203

Saldos em 31-12-2014 - IFRS 476 000 10 109 4 607 220 548 9 748 721 012

Capital

Social

Prémio de

emissão

Reservas de

reavaliação

Outras

reservas e

Resultados

transitados

Resultado

líquidoTotal

Saldos em 31-12-2013 - NCA 476 000 10 109 - 54 143 265 642 - 31 720 665 888

Imparidade de crédito

- Ajustamento prov isões regulamentares 4 025 - 472 3 553

- Impostos diferidos - 1 067 116 - 951

Valorização de imóv eis de serv iço próprio

- Aplicação do justo v alor 7 500 2 291 9 791

- Impostos diferidos - 2 399 - 2 399

Saldos em 31-12-2013 - IFRS 476 000 10 109 - 49 042 270 891 - 32 076 675 882

49. Divulgação de informação relativa ao ónus sobre ativos (Instrução nº 28/2014 do Banco de

Portugal)

Em 31 de Dezembro de 2014, os ativos onerados e não onerados apresentam-se como segue:

Modelo A - Ativos

Quantia

escriturada dos

ativos onerados

Valor justo dos

ativos onerados

Quantia

escriturada dos

ativos não

onerados

Valor justo dos

ativos não

onerados

010 040 060 090

010 Ativos da Instituição que presta a informação 2.407.037 5.998.811

030 Instrumentos de capital próprio 0 0 0 0

040 Títulos de dívida 1.639.752 1.639.752 570.097 570.097

120 Outros ativos 767.285 5.428.714

129

Relatório e Contas

Modelo B - Colateral recebido

Valor justo do

colateral

recebido

onerado ou de

títulos de dívida

própria emitidos

Valor justo do

colateral

recebido ou de

títulos de dívida

própria emitidos

e oneráveis

010 040

130 Colateral recebido pela Instituição que presta a informação 0 0

150 Instrumentos de capital próprio 0 0

160 Títulos de dívida 0 0

230 Outro colateral recebido 0 0

240

Títulos de dívida própria emitidos que não covered bonds

próprias ou ABS 0 0

Modelo C - Ativos onerados, colateral recebido onerado e passivos associados

Passivos

associados,

passivos

contingentes e

títulos

emprestados

Ativos, colateral

recebido e títulos

de dívida própria

emitidos que não

covered bond s

próprias ou ABS

oneradas

010 030

010 Quantia escriturada dos passivos financeiros selecionados 2.095.855 2.407.037

Modelo D - Informação relativa à importância do ónus sobre ativos

a) A maioria dos ónus sobre os ativos do Banco repartem-se em três tipos: acordos de recompra, penhores de títulos ou de

cash (para f inanciamento junto do BCE decorrentes de exigências legais ou regulamentares para o normal exercício de

diversas atividades bancárias) e a constituição de colateral para a emissão de covered bonds.

b) Durante o ano de 2014, o valor dos colaterais reduziu-se substancialmente em função da redução das responsabilidades

junto do BCE e da diminuição do f inanciamento via Repos. O Banco também efetuou durante 2014 diversos

"Reverse Repos", tendo porém chegado ao final do ano sem nenhuma operação deste tipo em balanço.

c) Com exceção do financiamento do BCE e das obrigações hipotecárias, a generalidade dos ónus são resultado de

operações intragrupo, em virtude da tesouraria do Banco ser gerida de forma integrada e serem também realizadas as

operações intragrupo que espelham as coberturas feitas pelo Grupo com terceiros.

d) Há uma evidente sobrecolateralização quer nos colaterais junto do BCE (aproximadamente 112%) quer nas obrigações

hipotecárias (acima de 109%).

e) O colateral das obrigações hipotecárias é constituído ao abrigo do D.L. n.º 59/2006; relativamente ao colateral para as

operações de política monetária, os mesmos são constituídos conforme descrito pela Instrução n.º 1/99 do Banco de

Portugal; os colaterais constituídos para garantir passivos resultantes de operações com derivados são realizados ao

abrigo do ISDA Master Agreement e respectivos protocolos.

O TÉCNICO OFICIAL DE CONTAS

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

130

Relatório e Contas

Relatório sobre a Estrutura e as Práticas do

Governo Societário

(Nos termos da alínea b), do nº 2, do artigo 70º do Código das Sociedades Comerciais)

Exercício de 2014

O Banco Popular Portugal, S.A. (também designado por Banco Popular ou BAPOP) é detido, a 100%,

por um único acionista, o Banco Popular Español, S.A. com sede em Madrid, Espanha. As ações do

Banco Popular, não estão admitidas à negociação em mercado regulamentado situado ou a funcionar

em Portugal.

Os órgãos que compõem o governo da Sociedade são a Mesa da Assembleia Geral, o Conselho de

Administração, o Conselho Fiscal e o Revisor Oficial de Contas.

I – Assembleia Geral

I.1 – Membros da Mesa

Constituição da Mesa da Assembleia Geral

Augusto Fernando Correia Aguiar-Branco - Presidente

João Carlos de Albuquerque de Moura Navega - Secretário

I.2 – Mandatos dos membros da Mesa

Os atuais membros da Mesa da Assembleia Geral foram eleitos pela primeira vez em 7 de maio de

2007 e reeleitos para o quadriénio de 2011 – 2014, em 30 de maio de 2011, a terminar com a

aprovação das contas de 2014.

I.3 – Remuneração do Presidente da Mesa

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral auferiu uma retribuição mensal de 500,00 euros, num

total anual de 6.000,00 euros; o Secretário auferiu uma retribuição mensal de 300,00 euros, num total

anual de 3.600,00 euros.

I.4 – Voto A cada 500 ações corresponde um voto.

131

Relatório e Contas

I.5 – Acionistas titulares de direitos especiais

O Banco Popular não tem acionistas titulares de direitos especiais.

I.6 – Regras estatutárias sobre o exercício do direito de voto

Os Estatutos do Banco Popular, no seu artigo 11º, estipulam que só tem direito a voto os acionistas

detentores de 500 ou mais ações, não havendo outras limitações aos direitos de voto nem é

estipulado qualquer prazo para o exercício do direito de voto.

De acordo com o artigo 14º, as deliberações serão tomadas por maioria absoluta de votos, salvo no

caso da dissolução do Banco, em que a deliberação da Assembleia Geral deve ser tomada por uma

maioria de três quartas partes do capital social, e naqueles em que a lei exija maioria qualificada.

I.7 – Voto por correspondência

Não existem quaisquer restrições estatutárias nem regras definidas para o exercício do direito de voto

por correspondência.

I.8 – Intervenção da Assembleia Geral sobre a política de remuneração e avaliação do

desempenho dos membros do órgão de administração

A Assembleia Geral aprova anualmente a declaração sobre a política de remuneração dos órgãos de

administrações e fiscalização apresentada pelo Conselho de Administração nos termos do nº 1, do

art. 2º, da Lei nº 28/2009, de 19 de junho de 2009.

De igual modo, a Assembleia Geral procede anualmente à apreciação geral da Administração com

base na avaliação sobre a evolução da atividade do Banco no exercício anterior.

II – Órgãos de administração e fiscalização

II.1 – Identificação e composição dos órgãos da Sociedade

Os órgãos de administração e fiscalização da Sociedade são o Conselho de Administração, o

Conselho Fiscal e o Revisor Oficial de Contas ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, órgãos

estes eleitos para o quadriénio de 2011 – 2014, em 30 de maio de 2011, a terminar com a aprovação

das contas de dois mil e catorze. À exceção de Carlos Manuel Sobral Cid da Costa Álvares e de José

Ramón Alonso Lobo que foram eleitos em 3 de maio de 2013 e em 21 de março de 2013,

respetivamente, cujos mandatos terminam com a aprovação das contas de 2014.

Composição:

Conselho de Administração

Rui Manuel Morganho Semedo - Presidente

Carlos Manuel Sobral Cid da Costa Álvares - Vogal

Tomás Pereira Pena – Vogal

José Ramón Alonso Lobo - Vogal

132

Relatório e Contas

Conselho Fiscal

Rui Manuel Ferreira de Oliveira – Presidente

Telmo Francisco Salvador Vieira – Vogal

António José Marques Centúrio Monzelo – Vogal

Ana Cristina Freitas Rebelo Gouveia - Suplente

Revisor Oficial de Contas

PricewaterhouseCoopers & Associados, SROC, Lda.

Representada por Aurélio Adriano Rangel Amado

ou José Manuel Henriques Bernardo

Revisor Oficial de Contas suplente

Jorge Manuel Santos Costa

II.2 – Delegação de poderes e organograma da Sociedade

O Conselho de Administração delegou a gestão corrente de todos os negócios do Banco Popular no

seu Presidente, Rui Manuel Morganho Semedo, e no Administrador, Carlos Manuel Sobral Cid da

Costa Álvares, nos termos e com os poderes para deliberarem e praticarem, com respeito dos limites

legais, todos os atos compreendidos no seu objecto social, designadamente os seguintes:

a) Aquisição, alienação ou oneração de bens móveis ou imóveis, bem como constituição e alteração

da propriedade horizontal de imóveis propriedade do Banco;

b) Abertura ou encerramento de estabelecimentos;

c) Extensões ou reduções importantes da atividade do Banco;

d) Modificações importantes na organização do Banco;

e) Estabelecimento ou cessação de cooperação duradoura com outra empresa;

f) Gestão de participações do Banco noutras sociedades, nomeadamente designando os

representantes do Banco nos respectivos órgãos sociais e definindo orientações para a atuação

desses representantes;

g) Contratação, celebração, alteração e rescisão de contratos de trabalho e exercício dos

correspondentes poderes diretivo e disciplinar;

h) Aprovação das nomeações de funcionários e alterações de condições salariais com exceção de

nomeações que respeitem ao último nível da tabela do ACTV;

l) Contratação, celebração, alteração e rescisão de contratos de seguro, de empreitada e outros de

prestação de serviços;

j) Contratação, celebração, alteração e rescisão de contratos de arrendamento e locação financeira,

imobiliária ou mobiliária;

l) Representação do Banco em juízo e em litígios extrajudiciais, apresentando queixas-crime,

comprometendo-se em arbitragens, propondo pleitos judiciais ou defendendo-se deles, podendo

confessar, desistir ou transigir em quaisquer processos;

m) Constituição de mandatários do Banco para a prática de determinados atos, ou categorias de atos

definindo a extensão dos respectivos mandatos;

n) Aquisição, alienação e oneração de participações noutras sociedades, desde que as operações em

causa estejam incluídas nos planos de negócios aprovados;

133

Relatório e Contas

o) Delineação da organização e os métodos de trabalho do Banco, incluindo elaboração de

regulamentos e determinação das instruções que julguem convenientes.

Os poderes delegados acima referidos devem ser exercidos, pelo Presidente do Conselho de

Administração, Rui Manuel Morganho Semedo, conjuntamente com o Administrador Carlos Manuel

Sobral Cid da Costa Álvares. Sempre que entenda ou se justifique, durante o ano, o Presidente, Rui

Manuel Morganho Semedo, informará o Conselho de Administração das decisões, atos ou contratos

estabelecidos ao abrigo da delegação de poderes.

A nível do Governo do Banco Popular, foi criado em 1 de janeiro de 2011, o Comité Executivo no

quadro do processo de aperfeiçoamento permanente do modelo de gestão do Banco enquanto

unidade do Grupo Banco Popular.

Sem prejuízo do papel reservado ao Conselho de Administração como órgão de gestão estatutário, o

Comité Executivo, órgão não estatutário, assegurará, enquadrado pelas grandes orientações do

Grupo e do Conselho de Administração, a gestão quotidiana do Banco.

A criação deste Comité, que reúne semanalmente, visa agilizar o processo de formação das decisões

e tornar mais efetiva a sua execução e seguimento, para responder com maior eficácia às muito

exigentes circunstâncias em que o Banco atua.

O Comité Executivo é constituído por Rui Manuel Morganho Semedo, Presidente do Conselho de

Administração, que coordena, Carlos Manuel Sobral Cid da Costa Álvares, Administrador e Diretor

Geral de Negócio, José António Matos dos Santos Coutinho, Carla Maria da Luz Gouveia, Jorge

Miguel Santos Roldão Gomes, Pedro Miguel da Gama Cunha, Carlos Miguel de Paula Martins Roballo

e José Luis Castro Cortizo, todos Diretores Centrais.

A atual distribuição dos pelouros pelos membros do Comité Executivo é efectuada conforme o

Organograma da Sociedade a seguir apresentado:

134

Relatório e Contas

II.3 – Comités de acompanhamento da atividade da Sociedade

Para além da criação do Comité Executivo, que apoia o Conselho de Administração na gestão

corrente, foram constituídos diversos comités especializados de acompanhamento da atividade do

Banco Popular, designadamente:

Comité de Controlo Interno e Risco Operacional

O Comité de Controlo Interno e Risco Operacional é um órgão de natureza consultiva, sendo

constituído pelos responsáveis dos órgãos de Auditoria, Gestão do Risco, Tecnologia e Sistemas de

Informação, Provedoria do Cliente, Assessoria Jurídica, Recursos Humanos e Compliance/Controlo

Interno, sendo coordenado pelo Presidente do Conselho de Administração.

Este Comité, reúne, no mínimo, mensalmente, e tem como principais funções:

- proteger a reputação do Banco e minimizar o respectivo risco;

- identificar e analisar sistematicamente a legislação relevante de aplicação à atividade corrente do

Banco, detectando as deficiências existentes e o modo de as ultrapassar;

135

Relatório e Contas

- propor políticas, planeamento e estratégias de atuação, de forma a serem rigorosamente cumpridos

os regulamentos e Instruções do Banco de Portugal, CMVM e ISP, para evitar que seja alvo de

sanções.

Comité de Gestão da Continuidade de Negócio

Este Comité, de natureza consultiva, é constituído pelos responsáveis dos órgãos de Recursos

Humanos, Tecnologia e Sistemas de Informação, Operacional, Gestão de Risco e Compliance, sendo

coordenado pelo Presidente do Conselho de Administração, reunindo, no mínimo, trimestralmente,

podendo reunir excepcionalmente, sempre que se torne necessário. Tem como funções zelar por um

conjunto de boas práticas genéricas que devem ser implementadas e aprofundadas pelo Banco, de

acordo com as características em termos de perfil de risco, tendo em consideração a natureza, a

dimensão, a complexidade de negócio e o modelo organizativo, as quais estão reflectidas nas

“Recomendações prudenciais sobre Gestão da Continuidade de Negócio”, aprovadas pelo Conselho

Nacional de Supervisores Financeiros.

II.4 – Relatório anual do órgão de fiscalização

O Relatório e Parecer do Conselho Fiscal elaborado anualmente faz uma breve descrição sobre a

atividade de fiscalização desenvolvida relativamente à prestação de contas anual. Este Relatório é

divulgado no sítio da internet da Sociedade conjuntamente com os documentos de prestação de

contas.

II.5 – Sistemas de controlo interno e de gestão de risco

O sistema de controlo interno do Banco Popular é um processo tornado efectivo pelo Conselho de

Administração, demais órgãos de gestão e colaboradores, parte integrante de um planeamento

estratégico, sustentável a longo prazo e concebido para proporcionar uma garantia razoável de que

se atinjam objectivos nas seguintes categorias:

- Eficácia e eficiência das operações;

- Fiabilidade do relato financeiro;

- Cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis.

O sistema de controlo interno do Banco Popular, em consonância com a legislação e regulamentação

aplicáveis, está descrito em normativo interno, designadamente em relação às responsabilidades que

no seu âmbito estão acometidas ao Conselho de Administração e aos demais órgãos de estrutura de

controlo.

Ao Conselho de Administração compete, nomeadamente, aprovar a estratégia do Banco e zelar pela

sua adequada implementação, assim como definir, aprovar e rever a estrutura organizacional e

assegurar a sua adequada implementação e manutenção. Compete sobretudo ao Conselho de

Administração, a promoção de uma cultura de controlo interno sustentada em elevados padrões de

ética e de integridade, mediante a definição e aprovação de códigos de conduta apropriados,

136

Relatório e Contas

assegurando-se de que todos os colaboradores compreendem o seu papel no sistema e de que

podem contribuir de forma efectiva para o mesmo.

A responsabilidade do Conselho Fiscal consiste em assegurar a realização dos procedimentos

considerados necessários para verificar se existiu aderência, nos aspectos materialmente relevantes,

do sistema de controlo interno do Banco aos requisitos descritos no Aviso do Banco de Portugal n.º

5/2008, assentes designadamente nos princípios da existência de um adequado ambiente de

controlo, de um sólido sistema de gestão de riscos, de um eficiente sistema de informação e

comunicação e de um efectivo processo de monitorização, que garanta o cumprimento dos objectivos

estabelecidos nas categorias supra indicadas.

Designadamente em relação à fiabilidade do relato financeiro, o sistema de controlo interno

proporciona uma garantia razoável de que a preparação dos correspondentes relatórios obedece a

princípios contabilísticos reconhecidamente aceites e cumpre os preceitos legais e regulamentares

aplicáveis, que a informação neles contida reflecte as transações e eventos subjacentes por forma a

apresentar uma posição patrimonial e financeira fiável e verdadeira, e que os mesmos são claros e

informativos nas questões que possam influenciar a sua utilização, compreensão e interpretação.

A função de gestão de risco procura identificar, avaliar, acompanhar e controlar todos os riscos

materialmente relevantes a que o Banco se encontra exposto, tanto de forma interna como por forma

externa, de modo a que não afectem negativamente a situação financeira da instituição. Trata-se de

uma área que contribui igualmente para a criação de valor através do aperfeiçoamento de

ferramentas de apoio: (i) à decisão de crédito, (ii) à definição de “pricing” ajustado ao risco das

operações e (iii) à alocação de capital.

A estrutura de gestão de risco adopta a metodologia “três linhas de defesa”, como ilustra e explica a

figura seguinte:

137

Relatório e Contas

Desta forma, as três linhas de defesa são representadas pelas seguintes estruturas internas: (i)

primeira linha de defesa pela Gestão de Risco (GR); (ii) segunda linha de defesa pelo Compliance e

Controlo Operativo e (iii) como terceira linha de defesa a actuação da Auditoria.

A responsabilidade pela definição e implementação do sistema de gestão do risco é do Conselho de

Administração, ainda que muitas das actividades inerentes a este processo estejam delegadas a

outras áreas da organização.

Linhas de reporte e comunicação

As linhas de reporte são estabelecidas entre as diversas unidades de negócio, incluindo a função de

auditoria, com reportes mensais à Gestão do Risco em relação ao estado dos controlos para gerir os

riscos e mudanças nos objectivos e riscos. A GR reporta ao Comité Executivo a monotorização

efectuadas sobre os diferentes riscos.

Funções e responsabilidades

As principais funções e responsabilidades dos distintos intervenientes no processo de gestão do risco

são as apresentadas abaixo:

a) Conselho de Administração – As responsabilidades incluem:

i. Definir e rever as políticas com os objectivos globais e os objectivos específicos para cada área

funcional, no que respeita ao perfil de risco e ao grau de tolerância face ao risco;

ii. Aprovar políticas e procedimentos, concretos, eficazes e adequados, para a identificação,

avaliação, acompanhamento e controlo dos riscos a que o Banco está exposto, assegurando a sua

implementação e cumprimento;

iii. Aprovar, previamente à sua introdução, os novos produtos e atividades do Banco, bem como as

respetivas políticas de gestão do risco;

iv. Verificar, de forma regular, o cumprimento dos níveis de tolerância ao risco e das políticas e

procedimentos de gestão do risco, avaliando a sua eficácia e contínua adequação à atividade do

Banco, no sentido de possibilitar a detecção e correção de quaisquer deficiências;

v. Requerer que sejam elaborados e apreciar reportes periódicos, precisos e tempestivos sobre os

principais riscos a que o Banco se encontra exposto e que identifiquem os procedimentos de controlo

implementados para gerir esses riscos;

vi. Assegurar e monitorizar a efetiva implementação das suas orientações e recomendações na

estrutura da gestão do risco no sentido de introduzir correções e/ou melhorias no sistema de gestão

do risco;

vii. Assegurar que as atividades de gestão do risco têm uma independência, estatuto e visibilidade

suficientes e que são sujeitas a revisões periódicas;

viii. Designar o responsável pela função de gestão do risco e o responsável pela função de

Compliance e assegurar que estas funções têm autoridade suficiente para desempenhar as

respetivas competências de forma objectiva e independente, bem como que possuem os recursos

materiais e humanos adequados ao desempenho das respetivas tarefas;

138

Relatório e Contas

ix. Supervisionar a monitorização da conformidade regulamentar;

x. Coordenar a tomada de decisões e assegurar a consistência nas respostas da gestão do risco;

xi. Assegurar que o plano de continuidade de negócio é revisto e monitorizado com uma

periodicidade regular (e.g. anualmente).

b) Função de Gestão do Risco – Tem a responsabilidade de centralizar a gestão do risco,

designadamente:

i. Definir as políticas de risco do Banco, mediante aprovação da Administração;

ii. Propor à Administração níveis de apetite e tolerância aos principais riscos a que a instituição se

encontra exposta;

iii. Analisar, acompanhar e propor orientações para o risco de crédito;

iv. Analisar, acompanhar e propor orientações para o risco de taxa de juro, risco de liquidez, risco

cambial, risco de mercado, risco de estratégia, risco de reputação e risco de compliance, tendo por

base a metodologia disponível para o Grupo;

v. Tratar a informação relativa aos diferentes riscos no Banco;

vi. Utilizar os dados existentes para propor melhorias ao nível de boas práticas de risco de crédito e

financeiros no Banco;

vii. Gerir o processo de integração dos modelos de crédito (decisão, acompanhamento e imparidade)

na gestão;

viii. Acompanhar e controlar as delegações de poderes de crédito no Banco.

ix. Controlar a qualidade da informação que é disponibilizada e que serve de base aos modelos de

“scoring” e de “rating”;

x. Colaborar com o Grupo no desenvolvimento de metodologias comuns relativas à implementação

de modelos para o risco de crédito;

xi. Participar com outras áreas do Banco em Comités e grupos de trabalho para apoio à Gestão do

Risco;

c) Função Compliance – A função de Compliance é a função que controla o cumprimento das

obrigações legais e dos deveres a que se encontram sujeitas. Assim as suas responsabilidades são:

i. Manter um conhecimento profundo da atividade do Banco, identificar e aferir da aplicabilidade e

impacto das disposições legais e regulamentação em vigor, em articulação com os demais órgãos do

Banco e o auditor externo;

ii. Assegurar o correto e regular funcionamento do sistema de controlo interno no âmbito da

prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento de actividades terroristas (BC/FT),

privilegiando o eficaz cumprimento dos requisitos da Lei n.º 25/2008, de 5 de Junho e os objectivos

descritos no Aviso n.º 5/2008, bem como do Aviso 5/2013, ambos do Banco de Portugal;

iii. Assegurar, no contexto da atividade desenvolvida pelo Banco, a aplicação de requisitos legais e

regulamentares e de boas práticas, conciliando as perspectivas de cumprimento normativo por um

lado, e de negócio por outro;

139

Relatório e Contas

iv. Acompanhar as alterações e desenvolvimentos em matéria de regulação e avaliar a adequação e

eficácia das normas e procedimentos internos, com vista a prevenir o incumprimento das obrigações

legais e deveres a que a instituição se encontra sujeita, no âmbito da sua atividade;

v. Promover junto dos órgãos de estrutura as medidas para corrigir eventuais deficiências

detectadas no cumprimento normativo e efetuar ações de prevenção e verificação para assegurar o

continuado cumprimento das leis, regulamentos e boas práticas estabelecidas e assistir à

implementação de medidas corretivas;

vi. Aconselhar e assessorar os órgãos de administração e de gestão, para efeitos do cumprimento

das obrigações legais e dos deveres a que a instituição se encontra sujeita, bem como informar, de

imediato, os mesmos, de quaisquer indícios de violação de obrigações legais, de regras de conduta e

de relacionamento com clientes ou de outros deveres que possam fazer incorrer a instituição ou os

seus colaboradores num ilícito de natureza contraordenacional;

vii. Desenvolver trabalho de aconselhamento, dando orientações, às áreas funcionais, relativamente

ao cumprimento de requisitos que sejam relevantes no contexto de questões concretas, levantados no

decorrer do normal desenvolvimento da atividade do Banco;

viii. Manter registo de incumprimentos e das medidas propostas e adotadas para os sanar;

ix. Elaborar e apresentar ao órgão de administração e ao órgão de fiscalização um relatório, de

periodicidade anual, identificando os incumprimentos verificados e as medidas adotadas para corrigir

eventuais deficiências;

x. Assistir, e na vertente de controlo interno promover, a elaboração de reportes às entidades de

supervisão, em articulação, nomeadamente, com as funções de gestão de riscos e de auditoria

interna;

xi. Ser o interlocutor com as entidades reguladoras no sentido de assegurar uma boa articulação no

acompanhamento dos desenvolvimentos e evolução em matéria regulamentar, bem como na

resolução da sanação de irregularidades detectadas;

xii. Participar em ações de formação e sensibilização, promovidas pelo DRH, contribuindo para uma

ampla tomada de consciência sobre a importância das leis, regulamentos e boas práticas a que o

Banco se encontra vinculado, sobre a atuação e conduta a ter para a sua observância e das

consequências do seu incumprimento.

d) Área de Controlo Operativo – Tem como principais atividades:

i. Desenvolver e acompanhar controlos operativos, da contratação e de proveitos ligados à atividade

diária da instituição, sempre que necessário;

ii. Assegurar, em articulação com as demais áreas funcionais do Banco a adequação e o

melhoramento continuado dos procedimentos de controlo, procurando mitigar o risco operativo.

e) Função de Auditoria Interna – Tem um papel chave na avaliação da efetividade da gestão do

risco e sistemas de controlo. Os auditores internos têm as seguintes responsabilidades:

i. Analisar, por amostragem, processos operativos, avaliando o seu grau de conformidade com as

normas internas em vigor no Banco, normativo das Entidades de Supervisão e outra legislação

aplicável;

140

Relatório e Contas

ii. Verificar o correto e regular exercício dos mecanismos de controlo interno implementados em

termos de circuitos e rotinas;

iii. Relatar ao Conselho de Administração as deficiências detectadas nos respectivos trabalhos de

Auditoria, indicando as recomendações que se deveriam seguir para a sua subsanação, contribuindo

a uma melhoria dos procedimentos de controlo interno da Instituição;

iv. Assegurar, no âmbito das suas atribuições, a relação do Banco com Autoridades Judiciais e

Policiais e com as Entidades de Supervisão, mediante recolha, análise e fornecimento de

informação/documentação solicitada pelas referidas entidades, necessários ao acompanhamento de

processos de natureza criminal instaurados por entidades policiais ou em curso nos tribunais contra

clientes do Banco;

v. Proceder às averiguações e inquéritos que se mostrem necessários ao apuramento e imputação de

responsabilidades individuais, em todas as circunstâncias em que a ocorrência de factos indicie ou

consubstancie incidências graves ou práticas contrárias às normas internas, à legislação em vigor, às

boas práticas bancárias, à ética da Instituição e do Sector Financeiro, que afectem negativamente os

interesses do Banco e das Sociedades do Grupo e dos seus clientes;

vi. Elaborar relatórios das atividades desenvolvidas e, pelo menos com periodicidade anual, um

relatório com a síntese das principais deficiências detectadas nas ações de auditoria, com indicação e

identificação das recomendações apresentadas e que foram seguidas.

f) Coordenadores de risco – São os colaboradores chave, que identificam os riscos no Banco, em

particular ao nível do negócio/unidade/departamento/função. As suas funções e responsabilidades

incluem:

i. Identificar e avaliar riscos e obter respostas aos riscos;

ii. Assegurar a consistência da aplicação dos procedimentos à tolerância do risco;

iii. Elaboração de recomendações às atividades de controlo;

iv. Reportar à GR os resultados e recomendações da identificação e avaliação dos eventos de risco

no Banco.

II.6 – Identificação dos principais riscos a que o Banco Popular se expõe no exercício da

atividade

Em termos de riscos acompanhados são de referir os seguintes:

Risco de Crédito

Este risco nasce da possível perda causada pelo incumprimento das obrigações contratuais das

contrapartes do Banco. No caso dos financiamentos produz-se como consequência da não

recuperação do capital, juros e comissões, nos termos da dívida, prazos e demais condições

estabelecidas nos contratos. No que se refere a riscos fora de balanço, deriva do incumprimento pela

contraparte das suas obrigações perante terceiros, o que implica que o Banco as assuma como

próprios em função do compromisso contraído.

141

Relatório e Contas

A estrutura organizacional instituída para a gestão e acompanhamento do risco de crédito no Banco

Popular Portugal, numa perspectiva macro resume-se como segue:

O Banco tem implementado um circuito de análise e avaliação do risco, mediante um sistema formal

de atribuição de poderes para a autorização de operações, os quais dependem, entre outros, dos

seguintes factores:

Natureza, montante, prazo e taxa de juro da operação;

Titular da operação;

Sector de atividade;

Posição atual e histórica da relação com o Banco e sistema financeiro;

Existência e qualidade de colaterais; e

Indicadores de alerta.

As pessoas com competência delegada para autorização de operações estão integradas nas

seguintes áreas e órgãos do Banco:

Agências de Retalho, Grandes Empresas e Banca Privada;

Comercial Sul e Comercial Norte;

Decisão, Análise e Acompanhamento de Risco;

Comité Executivo/Conselho de Administração.

O acompanhamento do risco é um processo fundamental na gestão do risco de crédito, uma vez que

permite conhecer a evolução da capacidade de reembolso dos clientes e atempadamente tomar

ações corretivas a fim de evitar situações de incumprimento. A metodologia de acompanhamento

baseia-se fundamentalmente na análise de um conjunto de variáveis associadas às operações e

clientes, que permitem medir a incidência que as mesmas podem ter sobre o risco assumido,

determinando assim a conveniência de manter, aumentar, reduzir ou extinguir os riscos. Neste

142

Relatório e Contas

âmbito, são efetuadas regularmente, análises ao comportamento da carteira de crédito, de forma a

estabelecer-se mecanismos de acompanhamento adequados à evolução dos riscos globais de

determinados clientes e respectivas operações, antecipando-se eventuais situações de dificuldade

com medidas preventivas dos riscos em curso.

Em 2012, o Banco decidiu reforçar a actuação em termos de recuperação de crédito e, para o efeito,

migrou a quase totalidade dos clientes com crédito vencido no Banco para uma uma rede

especializada denominada RNE (Rede de Negócio Especializado).

Esta estratégia continuou a dar frutos nos últimos dois anos, permitindo um acompanhamento muito

mais próximo dos clientes de risco mais elevado, o que se traduziu numa mais rápida deteção de

potenciais situações de incumprimento e na imediata adoção de soluções adequadas a cada uma

dessas situações.

No âmbito das atividades de controlo do risco de crédito são produzidos diversos relatórios e

divulgados ao Comité Executivo/Conselho de Administração:

Acompanhamento de crédito vencido (evolução do crédito vencido por zona geográfica);

Imparidade da carteira de crédito (relatório mensal);

Informação sobre risco de crédito (evolução do crédito vincendo e vencido por áreas comerciais,

zonas geográficas, tipo de produto, maiores clientes, etc.);

Controlo dos limites de concentração (detalhe sobre as exposições que excederam os limites

estabelecidos pela política do Banco);

Acompanhamento mensal da contratação de operações de crédito por níveis de PD;

Relatório de Stress Testing (semestral).

Risco de Concentração

O acompanhamento do risco de concentração é efectuado pela Gestão de Risco (GR).

A GR assegura a manutenção e implementação de políticas e procedimentos apropriados para

monitorizar e gerir o risco de concentração de crédito. É igualmente responsável pelo

acompanhamento dos poderes delegados em matéria de risco de concentração e reporte periódico

sobre concentração ao Conselho de Administração.

Os procedimentos de gestão e acompanhamento do risco de concentração centram-se

essencialmente na definição de limites e análise/reporte periódico. Os principais reportes produzidos

pela GR e revistos pelo CA, resumem-se conforme segue:

Mensalmente é elaborado um relatório que acompanha os seguintes limites de concentração

aprovados pelo CA do Banco, designadamente:

o Clientes com riscos > 10% TIER I;

o Clientes com riscos > 5% TIER I, excluindo extra-patrimoniais e operações garantidas

por depósitos;

o Riscos > 100 milhões de euros e superiores a 25% da CRC;

o Riscos > 20 milhões de euros a 50% da CRC;

o Riscos por sector de atividade;

o LTV primeira habitação superior a 75%;

143

Relatório e Contas

o LTV outra habitação superior a 60%.

• Anualmente, no âmbito da Instrução nº 5/2011, é enviado ao Banco de Portugal informação

sobre o risco de concentração.

Risco de mercado

O risco de mercado é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos

resultados ou no capital, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos

da carteira de títulos, provocados por flutuações em cotações de acções, taxas de juro e taxas de

câmbio.

Tendo em consideração que a medição e gestão do impacto da variação das taxas de juro no balanço

do Banco é realizada de forma separada, através do Risco de Taxa de Juro Estrutural do Balanço, e

dada a atividade do Banco e estrutura do seu balanço, o risco de mercado limita-se ao efeito da

variação do preço dos títulos que compõem a sua carteira.

De realçar que o Banco utiliza o método padrão para cálculo dos requisitos de fundos próprios.

Risco Cambial

O risco cambial é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados

ou no capital, devido a movimentos adversos nas taxas de câmbio, provocados por alterações no

preço de instrumentos que correspondam a posições abertas em moeda estrangeira ou pela alteração

da posição competitiva da instituição devido a variações significativas das taxas de câmbio.

O Banco recorre a metodologia VaR como instrumento de gestão da sua posição em moeda

estrangeira, utilizando o método padrão para cálculo dos requisitos de fundos próprios.

Risco operacional

O Banco Popular adopta como definição de risco operacional a que se encontra estabelecida no

Acordo de Capital (Basileia II) ou seja “risco de perdas resultantes da aplicação inadequada ou

negligente de procedimentos internos, de comportamentos das pessoas e do inadequado

funcionamento de sistemas ou de causas externas”.

O Banco, através de uma rede de interlocutores denominados Responsáveis de Risco Operacional

(RRO) em cerca de 60 áreas funcionais da sua estrutura, procedeu à identificação de todos os riscos

operacionais que poderão afectar os resultados do Banco. Neste processo, são identificadas as

principais funções e tarefas, os factores de riscos inerentes a essas funções bem como

procedimentos de controlo implementados para atenuação de tais riscos.

Para efeitos de atualização realizam-se ciclos de revisão periódicos destes requisitos qualitativos

incorporando as alterações organizativas, mobilidade dos RRO bem como a aferição dos resultados

obtidos nos ciclos anteriores em função da experiência adquirida e ajustamentos funcionais entretanto

verificados.

Tendo por objectivo uma total e correta identificação, classificação e registo dos eventos de risco

operacional e respetivas recuperações com os quais o Banco se confronta no desenvolvimento da

sua atividade, são registados, de forma automática, numa base de dados específica, os eventos que

144

Relatório e Contas

ocorrerem. Uma parcela reduzida de situações é recolhida de forma manual pelos RRO de cada área

do Banco, dentro das suas funções.

Cada registo incorpora uma descrição, datas (de ocorrência, descoberta e contabilização), montantes

(de perda efectiva, potencial e recuperações) e classificação segundo Basileia II (segmento de

atividade e tipologia de evento).

O risco operacional é alvo de um processo de avaliação, sendo considerados procedimentos

preventivos e de detecção.

De modo a avaliar quantitativa e qualitativamente o risco operacional, o Banco considera, entre

outros, os seguintes mecanismos:

a. No Comité de Controlo Interno e Risco Operacional está contemplado na agenda como

ponto obrigatório, o Risco Operacional, onde são apresentados e discutidos os eventos

ocorridos com maior impacto e, se necessário, tomadas as medidas necessárias à sua

mitigação;

b. Avaliação periódica do risco residual, através da auto-avaliação dos riscos e controlos

identificados em todas as áreas do Banco. A auto-avaliação contempla:

i. Riscos: avaliação de impactos e frequências, máximos e mais prováveis

(médios);

ii. Controlos: avaliação de eficiência/desenho e aplicação/execução.

c. Registo dos valores de perda efetiva, perda potencial, recuperação potencial, recuperação

direta e recuperação indireta de cada evento de Risco Operacional efetivamente ocorrido e

detetado.

Tal como anteriormente referido, o Banco utiliza uma base de dados, partilhada com o Grupo Banco

Popular, para o registo dos eventos correspondentes às perdas operacionais com origem em risco

operacional. Estas são registadas, não apenas pelo valor financeiro apurado de modo directo mas

também, na medida do possível, considerando outros custos sempre que quantificáveis.

O risco operacional do Banco é alvo de acompanhamento permanente e objecto de reporte ao

Conselho de Administração via Comité Executivo, ao Comité de Controlo Interno e Risco Operacional

interno e ao Comité de Risco Operacional do Grupo.

No acompanhamento do risco operacional têm-se em conta, entre outros, os seguintes elementos:

a. Análise dos resultados dos mapas de riscos e respetiva auto-avaliação;

b. Monitorização e avaliação de eventos de risco de operacional;

c. Indicadores chave de risco operacional (KRI’s).

São realizadas reuniões periódicas com os responsáveis de risco de cada órgão de estrutura,

consciencializando todo o Banco para a monitorização e controlo do risco operacional, de forma a

mitigar o impacto a todos os níveis e em toda a organização.

É mantida uma dedicação permanente ao desenvolvimento e manutenção da base de dados (BD) de

eventos de risco operacional do Banco.

O Banco tem identificado indicadores chave de risco (KRI’s) em áreas considerados sensíveis e

procede à sua gestão com recurso a módulo específico da ferramenta de gestão qualitativa (GIRO).

Encontram-se presentemente definidos KRI’s, nas seguintes áreas:

145

Relatório e Contas

Provedoria do Cliente;

Análise do Risco;

Operações – Títulos;

A caracterização, procedimentos e responsabilidades no tratamento dos indicadores chave de risco

são detalhados em documento interno especifico denominado “Plano de implementação de KRI’s -

Key Risk Indicators”.

Risco de taxa de juro estrutural de balanço

Este risco define-se como o risco originado pelas flutuações das taxas de juro e é estimado através da

análise aos vencimentos e reapreciações das operações de ativo e passivo do balanço.

O risco de taxa de juro no Banco Popular Portugal é medido utilizando a metodologia repricing gap:

Esta metodologia consiste em medir as exposições, por prazos desfasados de vencimento e

reapreciações entre os fluxos de caixa de activo e de passivo. De um modo sucinto, este modelo

agrupa aqueles ativos e passivos em intervalos temporais fixos (datas de vencimento ou de próxima

revisão de taxa de juro, quando indexada), a partir dos quais calcula um impacto potencial sobre a

margem financeira.

Neste quadro, este modelo considera um cenário em que existe um impacto imediato nas taxas de

juro, pelo que, na data de revisão das taxas de juro, quer das operações ativas quer das operações

passivas, as novas taxas passam a incorporar esse efeito.

Para além do exercício regular de avaliação de risco de taxa de juro de acordo com a Instrução

n.º 19/2005 do BdP, na qual são medidos os impactos provocados por uma deslocação da curva

de rendimentos em 200 pontos base (p.b.), quer na situação líquida, quer na margem, no âmbito

do exercício de stress-test, o Banco efectua análises de sensibilidade aos seguintes parâmetros:

• Deslocamento paralelo da curva de rendimentos em 100 p.b.;

• Alteração da inclinação da curva de rendimentos em 100 p.b..

Risco de liquidez

Através do controlo do risco de liquidez, o Banco procura assegurar que dispõe de fundos para fazer

face, em cada momento, às suas obrigações de pagamento e, dessa forma, minimizar o risco de

incorrer em perdas por não conseguir cumprir essas obrigações. O Banco está exposto a

desembolsos diários de recursos monetários decorrentes de contas correntes, empréstimos e

garantias, necessidades de contas margem e outras relacionadas com o normal funcionamento de

uma instituição bancária.

A fonte privilegiada de financiamento do Banco são os depósitos de clientes, complementada pelo

recurso ao mercado de capitais através de emissões obrigacionistas e pelo mercado interbancário,

onde privilegiamos operações com o Grupo Banco Popular. O Banco procura assegurar, em paralelo,

a existência de outras fontes de financiamento, selecionadas cuidadosamente para cada prazo em

função do seu pricing, estabilidade, rapidez de acesso, profundidade e em conformidade com as

políticas de gestão do risco definidas. O processo de gestão de liquidez, como efetuado no Banco,

inclui:

146

Relatório e Contas

- As necessidades de funding diárias são geridas pela monitorização dos fluxos de caixa futuros de

modo a garantir que os requisitos são cumpridos. Isto inclui reposição de fundos à medida que

maturam ou são emprestados a clientes;

- Manutenção de uma carteira de ativos com elevada liquidez que possam ser facilmente liquidados

como proteção contra qualquer interrupção imprevista de fluxos de caixa;

- Monitorização de rácios de liquidez tendo em conta os requisitos externos e internos;

- Gestão da concentração e perfil das maturidades da dívida, recorrendo ao gap de liquidez.

A monitorização e relato assumem a forma de mensuração de fluxos de caixa e projeções para o dia,

semana e mês seguinte, uma vez que estes são períodos importantes na gestão de liquidez. O ponto

de partida para estas projeções é uma análise da maturidade contratual dos passivos financeiros e da

data expectável de realização dos fluxos de caixa dos ativos. A tesouraria também monitoriza o grau

de compromissos de concessão de crédito não utilizados, o uso de facilidades de descoberto e o

impacto de passivos contingentes como cartas de crédito e garantias.

No que diz respeito à análise ao risco de liquidez, para além das obrigações a que está sujeito para

com o BdP, nos termos da instrução nº 13/2009, o Banco recorre ainda ao conceito de gap de

liquidez, ou seja, a partir do Balanço do Banco, em 31 de dezembro de 2014, tendo por base os

vencimentos das operações ativas e passivas, obtém-se um diferencial entre os vencimentos

referidos (positivo ou negativo) segundo os prazos residuais de vencimento das operações que se

denominam gap’s de Liquidez. O Banco calcula igualmente o LCR (Liquidity Coverage Ratio) e o

NSFR (Net Stable Funding Ratio), com o objetivo de monitorizar a evolução da liquidez e de efetuar o

respetivo reporte às autoridades de supervisão.

Risco de Reputação e de Compliance

O risco de reputação é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos

resultados ou no capital, decorrente duma percepção negativa da imagem pública da instituição,

fundamentada ou não, por parte de clientes, fornecedores, analistas financeiros, colaboradores,

investidores ou pela opinião pública em geral.

Potenciais impactos negativos na reputação do Banco poderão advir de falhas na gestão e controlo

dos riscos explicitados anteriormente. Neste âmbito, o Banco considera que o sistema de governo

interno instituído, as politicas e procedimentos em vigor são adequadas e permitem prevenir e

minimizar o risco de reputação nas suas diversas vertentes.

O risco de "compliance" é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos

resultados ou no capital, decorrentes de violações ou da não conformidade relativamente a leis,

regulamentos, determinações específicas, contratos, regras de conduta e de relacionamento com

clientes, práticas instituídas ou princípios éticos, que se materializem em sanções de carácter legal,

na limitação das oportunidades de negócio, na redução do potencial de expansão ou na

impossibilidade de exigir o cumprimento de obrigações contratuais.

A principal fonte e mais facilmente identificável, deste tipo de risco, é o risco de incumprimento de

legislação, regulamentação, códigos de conduta e normas de “boas práticas”. Neste âmbito, no Banco

147

Relatório e Contas

Popular Portugal, o Compliance e a Assessoria Jurídica, em articulação com o Controlo Interno

preocupam-se com o cumprimento do normativo legal vigente, avaliando e procurando prevenir os

possíveis riscos de incumprimento relevantes, quer na vertente económica quer no vector

reputacional.

Risco de Estratégia

O risco de estratégia é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos na

rendibilidade e/ou solvabilidade da instituição, decorrentes de decisões estratégicas inadequadas, de

deficiente implementação das decisões tomadas, da incapacidade de resposta a factores externos

bem como de eventuais condicionantes internas no contexto do desempenho do Grupo.

Na monitorização do risco estratégico são utilizadas os seguintes instrumentos:

- Simulações de Balanço – geração de diferentes cenários para a evolução de balanço do Banco

Popular Portugal considerando as diferentes rubricas de activo, passivo e situação líquida;

- Simulações de Conta de Exploração – verificação da adequação dos níveis de rendibilidade e

solvabilidade em função das simulações de balanço consideradas. Cálculo dos impactos na

margem financeira, produto bancário, margem de exploração e resultado líquido do exercício.

Consideração dos impactos ao nível dos principais rácios da actividade com particular destaque

para rácios de solvabilidade, de rendibilidade, de eficiência e rácios de liquidez;

- Testes de Esforço a que a instituição se encontra regularmente submetida.

- Planos de Recuperação e Resolução aos quais a instituição se encontra submetida.

O risco estratégico é medido periodicamente destacando-se:

- A elaboração do Relatório de Gestão mensal que permite o acompanhamento e interpretação dos

principais indicadores de gestão e de desempenho da instituição;

- Acompanhamento e análise com periodicidade mensal dos principais desvios face aos objectivos

inscritos no Plano Estratégico;

- Elaboração mensal de relatório de propostas correctivas tendo em consideração a evolução e os

desvios registados;

- Acompanhamento pelo Conselho de Administração dos Testes de Esforço e Planos

regulamentares.

Risco Imobiliário

O risco imobiliário é definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos

resultados ou no capital, devido a eventuais contingências sobre os ativos imobiliários registados na

carteira própria e inerente volatilidade do mercado imobiliário.

O Banco incorre em risco imobiliário decorrente da carteira própria de ativos imobiliários. Trata-se de

ativos que vieram para a posse do Banco, no seguimento de execuções judiciais ou dações em

pagamento, para liquidação de dívidas de crédito (essencialmente crédito à construção/promoção

imobiliária e crédito à habitação). Estes ativos incluem terrenos urbanos e rústicos, lotes de terreno,

imóveis ou fracções em estado acabado e imóveis em construção.

148

Relatório e Contas

A gestão destes ativos é responsabilidade do IMOB-Imobiliário que dispõe de colaboradores com

formação específica nesta área.

No momento da dação ou aquisição ou adjudicação judicial, para liquidação da divida, para as

operações materialmente relevantes são sempre solicitadas avaliações independentes a empresas

externas. Posteriormente, são efectuadas avaliações de acordo com a periodicidade definida pelo

BdP ou em período intercalar se houver alguma indicação de desvalorização do imóvel.

Periodicamente são efectuadas análises de sensibilidade ao valor dos ativos, tendo em consideração

a evolução do mercado percepcionada pelo Banco. Desta forma, o Banco considera que estes ativos

estão adequadamente avaliados e registados nas suas demonstrações financeiras.

No âmbito do exercício de stress-test, é ainda efectuada a análise de sensibilidade e impacto no

consumo de capital provocado pela descida dos preços do mercado imobiliário.

II.7 – Poderes do órgão de administração, nomeadamente no que respeita a deliberações de

aumento de capital

O Conselho de Administração não tem poderes para deliberar sobre aumentos de capital.

Qualquer aumento de capital necessita de aprovação em Assembleia Geral, por proposta do

Conselho de Administração.

II.8 – Política de rotação dos pelouros no Conselho de Administração

Embora não esteja formalizada uma política, há uma prática de rotação periódica dos pelouros no

Comité Executivo, órgão não estatutário, que apoia o Conselho de Administração na gestão corrente.

II.9 - Regras aplicáveis à designação e à substituição dos membros dos órgãos de

administração e fiscalização

Os membros do Conselho de Administração são eleitos pela assembleia geral por períodos de quatro

anos, podendo ser reeleitos. Os administradores perderão o mandato se, durante a sua vigência,

derem 5 faltas seguidas ou 7 interpoladas a reuniões do Conselho de Administração sem justificação

aceite por este. A substituição de administradores é efectuada por cooptação nos termos legais,

devendo esta ser submetida a ratificação na primeira assembleia geral seguinte.

Os membros do Conselho Fiscal são eleitos pela assembleia geral por períodos de quatro anos,

podendo ser reeleitos. Cabe ao Presidente verificar o impedimento dos membros efetivos e promover

a sua substituição pelo membro suplente.

O Revisor Oficial de Contas ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas é nomeado pela

Assembleia Geral por um período de quatro anos, que nomeia, igualmente, um ROC, ou SROC,

suplente.

149

Relatório e Contas

II.10 – Reuniões dos órgãos de administração e fiscalização

O Conselho de Administração reúne ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre

que for convocado pelo presidente ou por outros dois administradores. São elaboradas atas contendo

todas as deliberações tomadas nestas reuniões. Durante o ano de 2014, o Conselho de

Administração reuniu 13 vezes.

O Conselho Fiscal reúne ordinariamente, pelo menos, uma vez em cada três meses e

extraordinariamente sempre que o seu Presidente ou algum dos membros o solicite. São elaboradas

atas contendo todas as deliberações tomadas nestas reuniões. Durante o ano de 2014, o Conselho

Fiscal reuniu 5 vezes.

II.11 – Informações profissionais relativas aos membros do Conselho de Administração:

Rui Manuel Morganho Semedo - Presidente

Data da primeira designação – 5 de novembro de 2007

Data do termo do mandato – 31 de dezembro de 2014

Qualificações profissionais: - Licenciatura em Economia

Atividades profissionais exercidas nos últimos 5 anos: - Barclays Bank, Portugal - CEO; Barclays

Bank, Espanha – CEO.

Não é titular de quaisquer ações da Sociedade

Exercício de funções noutras sociedades do Grupo Banco Popular: - Presidente do Conselho de

Administração da Popular Gestão de Ativos - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento,S.A.e

da Popular Factoring, S.A., Administrador da Eurovida – Companhia de Seguros de Vida, S.A. e

Popular Seguros – Companhia de Seguros, S.A.; Gerente da Consulteam – Consultores de

Gestão, Lda.

Carlos Manuel Sobral Cid da Costa Álvares - Vogal

Data da primeira designação – 3 de maio de 2013

Data do termo do mandato – 31 de dezembro de 2014

Qualificações profissionais: - Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas; Programa para

a Alta Direção – PADE na AESE/Escola de Direção e de Negócios

Atividades profissionais exercidas nos últimos 5 anos: - Grupo Banco Comercial Português –

diversos cargos de direção e administração

Não é titular de quaisquer ações da Sociedade

Exercício de funções noutras sociedades do Grupo Banco Popular: - Vogal no Conselho de

Administração da Popular Gestão de Ativos, SGFI, S.A.

Tomás Pereira Pena - Vogal

Data da primeira designação – 27 de maio de 2009

Data do termo do mandato – 31 de dezembro de 2014

Qualificações profissionais: - Licenciatura em Direito

150

Relatório e Contas

Atividades profissionais exercidas nos últimos 5 anos: - Banco Popular Español, S.A. – Diretor dos

Serviços Jurídicos

Não é titular de quaisquer ações da Sociedade

Exercício de funções noutras sociedades do Grupo Banco Popular: - Diretor dos Serviços Jurídicos

e Cumprimento no Banco Popular Español, S.A..

Jose Ramon Alonso Lobo - Vogal

Data da primeira designação – 10 de abril de 2013

Data do termo do mandato – 31 de dezembro de 2014

Qualificações profissionais: - Diplomado em ciências empresariais pela Universidade de Oviedo

Não é titular de quaisquer ações da Sociedade

Exercício de funções noutras sociedades do Grupo Banco Popular: Administrador no Banco

Popular Portugal, SA; Diretor geral adjunto no Banco Popular Español, SA; Conselheiro da Iberia

Cards, SA.

II.12 – Identificação dos membros do Conselho Fiscal

Rui Manuel Ferreira de Oliveira – Presidente

Telmo Francisco Salvador Vieira – Vogal

António José Marques Centúrio Monzelo – Vogal

Ana Cristina Freitas Rebelo Gouveia – Suplente

Segundo a própria autoavaliação, os membros efetivos do Conselho Fiscal cumprem as regras de

incompatibilidade previstas no nº 1 do artigo 414º - A e os critérios de independência previstos no nº 5

do artigo 414º, ambos do Código das Sociedades Comerciais.

II.13 – Informações profissionais relativas aos membros do Conselho Fiscal

Rui Manuel Ferreira de Oliveira

Data da primeira designação – 7 de maio de 2007

Data do termo do mandato – 31 de dezembro de 2014

Qualificações profissionais: - Licenciatura em Organização e Gestão de Empresas

Atividades profissionais exercidas nos últimos 5 anos: - Consultoria avulsa a título individual

Não é titular de quaisquer ações da Sociedade

Não exerce funções noutras sociedades do Grupo Banco Popular.

Telmo Francisco Salvador Vieira

Data da primeira designação – 7 de maio de 2007

Data do termo do mandato – 31 de dezembro de 2014

Qualificações profissionais: - Licenciatura e mestrado em Gestão; Revisor Oficial de Contas;

Doutorando em Gestão no ISEG

Atividades profissionais exercidas nos últimos 5 anos: - Docente no Instituto Superior de Economia

e Gestão; consultoria como sócio na Premivalor Consulting

151

Relatório e Contas

Não é titular de quaisquer ações da Sociedade

Não exerce funções noutras sociedades do Grupo Banco Popular.

António José Marques Centúrio Monzelo

Data da primeira designação – 7 de maio de 2007

Data do termo do mandato – 31 de dezembro de 2014

Qualificações profissionais: - Licenciatura em Contabilidade e Administração; Revisor Oficial de

Contas

Atividades profissionais exercidas nos últimos 5 anos: - Revisor Oficial de Contas em diversas

sociedades

Não é titular de quaisquer ações da Sociedade

Não exerce funções noutras sociedades do Grupo Banco Popular.

Ana Cristina Freitas Rebelo Gouveia

Data da primeira designação – 7 de maio de 2007

Data do termo do mandato – 31 de dezembro de 2014

Qualificações profissionais: - Licenciatura em Auditoria; Bacharelato em Contabilidade e

Administração

Atividades profissionais exercidas nos últimos 5 anos: - Subdiretora na empresa financeira

ENERSIS;

Não é titular de quaisquer ações da Sociedade

Não exerce funções noutras sociedades do Grupo Banco Popular.

II.14 – Política de remuneração dos órgãos de administração e de fiscalização

A remuneração dos membros dos órgãos de administração e fiscalização é determina pelo acionista

único. Com vista, por um lado, a cumprir com o disposto na Lei nº28/2009, de 19 de junho, e, por

outro, a reforçar a transparência no processo de fixação de remunerações, para o ano de 2014, foi

aprovada em Assembleia Geral, realizada em 20 de março de 2014, a seguinte política de

remuneração dos membros dos órgãos sociais do Banco Popular Portugal, S.A.

1 – Processo de aprovação da política de remuneração

O Banco Popular Portugal, S.A. é detido integralmente pelo Banco Popular Español, S.A., estando,

portanto inserido no Grupo Banco Popular, o qual tem definidas políticas de gestão, incluindo as

políticas de remuneração, uniformes e transversais a todas as sociedades que o compõem.

Assim, a política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e fiscalização é definida

diretamente pelo seu acionista único segundo critérios uniformes, consistentes, justos e equilibrados

adoptados pelo Grupo. A existência, ou não, de uma remuneração variável está diretamente

associada ao grau de cumprimento dos principais objectivos fixados, em cada ano, para o Grupo

Banco Popular e para o Banco Popular Portugal.

152

Relatório e Contas

2 – Remuneração dos membros do Conselho Fiscal

Os membros do Conselho Fiscal recebem uma remuneração mensal fixa paga doze vezes por ano.

As remunerações são fixadas no início dos mandatos e válidas para todo o período.

3 – Remuneração da Sociedade de Revisores Oficiais de Conta

As remunerações da Sociedade de Revisores Oficiais de Contas são estipuladas, no início de cada

mandato, por contratos de prestação de serviços de acordo com as práticas e condições

remuneratórias normais para serviços similares.

4 – Remuneração dos membros do Conselho de Administração

4.1 – Membros não executivos Os membros não executivos do Conselho de Administração não auferem qualquer remuneração do

Banco Popular Portugal.

4.2 – Membros executivos Composição da remuneração A remuneração dos membros executivos do Conselho de Administração é fixada anualmente pelo

acionista único com base na avaliação do desempenho do exercício anterior do Grupo a que o Banco

Popular Portugal pertence.

A remuneração é composta por uma parte fixa, paga em numerário catorze vezes por ano, e por uma

parte variável.

A remuneração variável será paga em numerário, não estando previsto o diferimento do pagamento

de nenhuma parte da componente variável.

Limites da remuneração

A parte fixa terá os limites que forem fixados pelo acionista.

A parte variável oscilará, em cada ano, para cada membro, sendo, em qualquer caso, determinado

pelo acionista único.

Critérios de definição da componente variável da remuneração

A componente variável é fixada segundo os critérios utilizados para os membros dos órgãos de

administração do Grupo Banco Popular em matéria de remunerações, em função do grau de

cumprimento dos principais objectivos do Grupo.

153

Relatório e Contas

Outras formas de remuneração

Não existem outras formas de remuneração para além da remuneração fixa e variável supra

referidas.

Plano de Pensões

Aos membros do Conselho de Administração que exercem funções executivas no Banco Popular

Portugal em regime de exclusividade, é reconhecido o direito à atribuição de pensões de reforma e de

sobrevivência, de acordo com as seguintes normas:

1 – Direito a uma pensão mensal de reforma, paga 14 vezes por ano, correspondente a uma

percentagem da remuneração mensal que lhe estiver estabelecida, no caso do Presidente do

Conselho de Administração, ou a uma percentagem do nível 18 do ACT do sector bancário, no caso

dos restantes Administradores, por cada ano decorrido no exercício das funções;

2 – Direito a uma pensão mensal de sobrevivência a favor do cônjuge sobrevivo, correspondente a

80% do valor da pensão devida nos termos do número 1;

3 – Os direitos à pensão de reforma e de sobrevivência apenas se tornarão efetivos se e quando o

membro do Conselho de Administração for nomeado para um segundo mandato e tiver completado,

pelo menos, quatro anos de exercício dessas funções;

4 – O direito à pensão de reforma adquire-se na data em que o membro do Conselho de

Administração cessar as suas funções, devendo a pensão ser calculada e fixada em relação a essa

data. Todavia, o efetivo pagamento da pensão somente terá início a partir do mês seguinte àquele em

que complete 65 anos de idade;

O Plano de pensões dos membros executivos do Conselho de Administração foi aprovado em

Assembleia Geral.

Compensações a pagar por destituição sem justa causa de administradores

Não estão previstos quaisquer acordos que determinem valores a pagar aos membros executivos em

caso de destituição sem justa causa, além do previsto na lei geral.

II.15 – Remunerações auferidas pelos órgãos de administração e fiscalização

Os membros do Conselho de Administração auferiram, durante o exercício de 2014, uma

remuneração global de € 882.720, a qual foi paga na totalidade em numerário.

Individualmente, foram as seguintes as remunerações auferidas:

154

Relatório e Contas

(euros)

Fixa ordinária

Complemento

por desempenho

individual

Prémio de

Antiguidade total

Rui Manuel Morganho Semedo 392.002 100.000 0 492.002

Carlos Manuel Sobral Cid da Costa Álvares 278.120 53.000 59.597 390.717

Tomás Pereira Pena 0 0 0 0

José Ramón Alonso Lobo 0 0 0 0

Total 670.122 153.000 59.597 882.719

Remuneração anual

Os vogais do Conselho de Administração exercem, igualmente, funções diretivas no Banco Popular

Español, sendo remunerados por esta entidade.

Os membros do Conselho Fiscal auferiram, durante o exercício de 2014, uma remuneração fixa global

de € 21.600,00. Individualmente, auferiram os seguintes montantes:

(euros)

Remuneração

anual

Rui Manuel Ferreira Oliveira 9.600,00

TelmoFrancisco Salvador Vieira 6.000,00

António José Marques Centúrio Monzelo 6.000,00

Total 21.600,00

III – Informação e Auditoria

III.1 – Estrutura de capital do Banco Popular Portugal, S.A.

Capital social – € 476.000.000,00, representado por 476.000.000 ações ordinárias, com o valor

nominal de € 1,00 cada, não admitidas à negociação em mercado regulamentado situado ou a

funcionar em Portugal.

III.2 - Participações qualificadas

Banco Popular Español, S.A. - detém, diretamente, 100% do capital e dos direitos de voto do Banco

Popular Portugal.

III.3 – Regras aplicáveis à alteração dos estatutos da sociedade

Os estatutos da Sociedade podem ser alterados por deliberação da Assembleia Geral tomada por

maioria absoluta de votos.

III.4 – Disponibilização dos relatórios anuais do Conselho fiscal

Os relatórios e pareceres anuais do Conselho Fiscal sobre a atividade desenvolvida encontram-se

disponíveis, juntamente com os documentos de prestação de contas anuais, no sítio da internet da

Sociedade, www.bancopopular.pt.

155

Relatório e Contas

III.5 – Remunerações à Sociedade de Revisores Oficiais de Contas

Os montantes pagos à sociedade de revisores oficiais de contas, PricewaterhouseCoopers, durante o

exercício de 2014, foram os seguintes:

(euros)

Honorários

pagos

Revisão legal de contas 121.524,00

Outros serviços de garantia e fiabilidade 130.290,73

Total 251.814,73

Lisboa, 26 de fevereiro de 2015

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

156

Relatório e Contas

Declaração do Conselho de Administração

157

Relatório e Contas

Política de Remuneração dos Membros dos

Órgãos de Administração e de Fiscalização

Introdução

A presente Política de Remuneração dos membros do órgão de administração e fiscalização

(abreviadamente referida como “Política de Remuneração”) do BANCO POPULAR PORTUGAL,

SA (adiante também referido como BANCO POPULAR) destina-se a dar cumprimento ao

disposto nos artigos 115.º-C a 115.º-G do Regime Geral das Instituições de Crédito e

Sociedades Financeiras (“RGICSF”), e a assegurar que o BANCO POPULAR adota os mais

elevados padrões nacionais e internacionais de governo das instituições de crédito.

Fundamentação

As instituições de crédito devem dispor de “políticas e práticas de remuneração que

promovam e sejam coerentes com uma gestão sã e prudente dos riscos” (artigo 14.º/1 i)

RGICSF). De acordo com a Directiva 2013/36/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de

26 de Junho de 2013 (“CRD IV”), a política de remunerações não deve incentivar a assunção

de riscos em níveis superiores ao risco tolerado por cada instituição de crédito. Deve a

mesma, além disso, ser compatível com a estratégia empresarial e os objetivos, valores e

interesses a longo prazo da instituição, e incluir medidas destinadas a evitar conflito de

interesses.

Outros atributos necessários da política remuneratória são reconhecidos em outros textos

internacionais. A política remuneratória deve ser clara e deve estar alinhada com os

interesses de longo prazo da instituição de crédito (NAPF, Remuneration principles for

building and reinforcing long-term business success, 2013). Deve a política envolver, por se

turno, uma identificação de pessoas com estatuto remuneratório relevante e cujas respetivas

atividades profissionais tenham um impacto material no perfil de risco do banco (EBA,

Guidelines on Sound Remuneration Policies, 2010). A política de remuneração deve, por

último, ser adaptada às características concretas de cada instituição de crédito. Deve ter-se

presente, a propósito, que o Banco Popular Portugal, S.A. é detido integralmente pelo Banco

Popular Español, S.A., fazendo por isso parte do Grupo Banco Popular, o qual tem definidas

políticas de gestão, incluindo as políticas de remuneração, uniformes e transversais a todas

as sociedades que o compõem.

O relevo central da política de remuneração pressupõe, por seu turno, um sistema de

governo que assegure o efetivo acolhimento das melhores práticas nesta matéria. Neste

contexto, a Assembleia Geral tem a competência para a fixação das remunerações dos

membros dos órgãos sociais (artigo 399.º CSC), ao passo que ao Conselho de

Administração compete estabelecer as remunerações dos colaboradores do Banco. Soma-

se que é aos órgãos de administração e de fiscalização das instituições de crédito que cabe

em primeira linha definir e fiscalizar a aplicação dos sistemas de governo que garantam uma

158

Relatório e Contas

gestão efetiva e prudente (artigo 88.º/1 CRD IV e artigo 115.º-A RGICSF). Além disso, cabe

à Comissão de remunerações da empresa-mãe acompanhar o processo de preparação, de

fixação e de divulgação de remunerações.

1. Âmbito e competência para aplicação

1.1. A presente Política aplica-se aos seguintes dirigentes do Banco Popular:

1.1.1. Membros do Conselho de Administração;

1.1.2. Membros do Conselho Fiscal;

1.2. Para efeitos da presente Política, por dirigentes entende-se todas as pessoas

referidas nos números anteriores.

1.3. A Comisión de Remuneraciones do Banco Popular Español, S.A. (CRBPE)

acompanha a aplicação da presente Política e assegura a sua plena eficácia.

2. Política de remunerações dos membros do Conselho de Administração

Estrutura da remuneração

2.1. A remuneração dos membros do Conselho de Administração compreende uma

componente fixa (com uma parte fixa ordinária e outra como complemento por

desempenho individual) e uma componente variável.

Componente variável da remuneração

2.2. A atribuição de remuneração variável depende do cumprimento dos principais

objetivos fixados, em cada ano, para o Grupo Banco Popular e para o Banco

Popular Portugal.

2.3. Os indicadores de desempenho têm em consideração:

a) o desempenho dos pelouros ou das áreas por este acompanhados;

b) os resultados globais do banco e do grupo em que se insere.

2.4 A remuneração variável será paga do seguinte modo:

a) 50% é pago em numerário;

b) 50% é pago em instrumentos financeiros elegíveis de acordo com a legislação em

vigor.

2.5 A remuneração variável é parcialmente diferida, sendo 50% paga no ano de

atribuição e 50% paga em três prestações iguais condicionais anuais sucessivas.

2.6 Os instrumentos financeiros atribuídos ao abrigo da alínea b) do número 2.4 são

intransmissíveis durante um período de três anos contados desde a data da sua

atribuição.

2.7 As prestações referidas no número 2.5 apenas podem ser pagas se for confirmada,

através de parecer fundamentado da CRBPE, a sua sustentabilidade à luz da

situação financeira do Banco na data do pagamento e a sua adequação ao

desempenho do Banco, da unidade ou pelouro acompanhado e do dirigente em

questão.

159

Relatório e Contas

2.8 As prestações referidas no número 2.5 podem ser objeto de redução ou reversão, se

o dirigente:

a) Participou ou foi responsável por uma atuação que resultou em perdas

significativas para o Banco;

b) Participou ou foi responsável por falsificação da informação financeira do Banco

ou pela adoção de outro comportamento ilícito que tenha resultado na

manipulação ou adulteração dos critérios de desempenho;

c) Deixar de cumprir critérios de adequação e idoneidade.

2.9 A componente variável da remuneração não pode exceder o valor da componente

fixa da remuneração para cada dirigente, salvo se a Assembleia Geral o autorizar

através de deliberação adotada por maioria qualificada de dois terços dos votos

expressos.

2.10 A componente variável da remuneração não pode limitar a capacidade do Banco

Popular para reforçar a sua base de fundos próprios. Assim, a aferição do

desempenho utilizada para calcular a componente variável da remuneração deve

prever ajustamentos considerando os vários tipos de riscos, atuais e futuros, bem

como o custo dos fundos próprios e da liquidez necessários à instituição de crédito.

Plano de Pensões

2.11 Aos membros do Conselho de Administração que exercem funções executivas no

BANCO POPULAR em regime de exclusividade, é reconhecido o direito à atribuição de

pensões de reforma e de sobrevivência, de acordo com as seguintes normas:

a) Os benefícios discricionários de pensão devem revestir a forma de em

instrumentos financeiros elegíveis de acordo com a legislação em vigor;

b) Caso a cessação da atividade do dirigente ocorra antes da reforma, os

benefícios discricionários de pensão de que seja titular são mantidos pelo Banco por

um período de cinco anos, findo o qual constitui um direito adquirido do colaborador

à receção do respetivo pagamento pelo Banco;

c) Quando o dirigente atinja a situação de reforma, os benefícios discricionários de

pensão de que seja titular e cujo direito à respetivo pagamento já tenha sido

adquirido são retidos pelo Banco por um período de cinco anos, findo o qual são

entregues ao dirigente.

Para efeitos do presente Política, por benefícios discricionários de pensão entende-se os

benefícios de pensão mais vantajosos do que os previstos no regime geral de pensão de

reforma do Banco concedidos aos membros dos órgãos de administração ou fiscalização

ou a colaboradores, numa base discricionária, como parte da remuneração, e que não

incluem benefícios obtidos por um colaborador e concedidos ao abrigo do regime de

pensão de reforma do Banco.

Compensações a pagar por destituição sem justa causa de

administradores

160

Relatório e Contas

2.12 Não são celebrados quaisquer acordos que determinem valores a pagar aos

membros do Conselho de Administração em caso de destituição sem justa causa, além

do previsto na lei geral.

Compensações a pagar a novos dirigentes por cessação de funções

anteriores

2.13 As compensações a pagar a novos dir igentes por cessação de funções

anteriores têm em consideração os interesses de longo prazo do banco e não envolvem

remunerações variáveis garantidas, exceto no primeiro ano de atividade se tal for

aprovado pela CRBPE.

3. Política de remunerações dos membros do Conselho Fiscal

Estrutura da remuneração

3.1 A remuneração dos membros do Conselho Fiscal compreende apenas uma

componente fixa paga em numerário.

4. Revisão da Política de remuneração

4.1. A CRBPE procederá com periodicidade anual à revisão da presente Política de

Remuneração, submetendo ao órgão de administração recomendações para o

respetivo aperfeiçoamento.

4.2. Após receber o Relatório elaborado e apresentado pela CRBPE onde conste a

revisão da presente Política de Remunerações referida no número anterior, o órgão

de administração aprovará as recomendações feitas pela CRBPE, ou apresentará

fundamentação para a sua recusa, identificando soluções alternativas, caso tenham

sido detetadas fragilidades, ou desatualização da Política, em relação à lei aplicável,

ou às recomendações da EBA, do Banco de Portugal ou da CMVM.

4.3. O órgão de administração deve submeter à Assembleia Geral do Banco, para

aprovação final, com periodicidade anual, as recomendações fundamentadas para o

aperfeiçoamento da presente Política de Remuneração.

5. Aprovação, entrada em vigor e alterações

5.1. A presente Política foi aprovada pela Assembleia Geral, entrando em vigor a partir

de 1 de Abril de 2015, podendo ser alterada por deliberação deste órgão.

6. Interpretação

6.1. Qualquer referência a uma disposição legal, a uma orientação ou a qualquer outro

texto recomendatório ou de natureza análoga deve ser interpretada como uma

referência a essa disposição, orientação ou texto de natureza análoga segundo a

redação que estiver em vigor na data da respetiva aplicação, assim como às demais

normas ou recomendações que venham entretanto a substitui-las, alterá-las ou

complementá-las.

7. Publicação

7.1. A presente Política é publicada no site do BANCO POPULAR.

161

Relatório e Contas

Política de Remuneração dos Titulares de

Funções Essenciais Introdução

A presente Política de Remuneração dos titulares de funções essenciais (abreviadamente

referida como “Política de Remuneração”) do BANCO POPULAR PORTUGAL, SA (adiante

também referido como BANCO POPULAR) destina-se a dar cumprimento ao disposto nos

artigos 115.º-C a 115.º-G do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades

Financeiras (“RGICSF”), e a assegurar que o BANCO POPULAR adota os mais elevados

padrões nacionais e internacionais de governo das instituições de crédito.

Fundamentação

As instituições de crédito devem dispor de “políticas e práticas de remuneração que

promovam e sejam coerentes com uma gestão sã e prudente dos riscos” (artigo 14.º/1 i)

RGICSF) . De acordo com a Directiva 2013/36/UE do Parlamento Europeu e do Conselho,

de 26 de Junho de 2013 (“CRD IV”), a política de remunerações não deve incentivar a

assunção de riscos em níveis superiores ao risco tolerado por cada instituição de crédito.

Deve a mesma, além disso, ser compatível com a estratégia empresarial e os objetivos,

valores e interesses a longo prazo da instituição, e incluir medidas destinadas a evitar

conflito de interesses.

Outros atributos necessários da política remuneratória são reconhecidos em outros textos

internacionais. A política remuneratória deve ser clara e deve estar alinhada com os

interesses de longo prazo da instituição de crédito (NAPF, Remuneration principles for

building and reinforcing long-term business success, 2013). Deve a política envolver, por se

turno, uma identificação de pessoas com estatuto remuneratório relevante e cujas respetivas

atividades profissionais tenham um impacto material no perfil de risco do banco (EBA,

Guidelines on Sound Remuneration Policies, 2010). A política de remuneração deve, por

último, ser adaptada às características concretas de cada instituição de crédito. Deve ter-se

presente, a propósito, que o Banco Popular Portugal, S.A. é detido integralmente pelo Banco

Popular Español, S.A., fazendo por isso parte do Grupo Banco Popular, o qual tem definidas

políticas de gestão, incluindo as políticas de remuneração, uniformes e transversais a todas

as sociedades que o compõem.

O relevo central da política de remuneração pressupõe, por seu turno, um sistema de

governo que assegure o efetivo acolhimento das melhores práticas nesta matéria. Neste

contexto, a assembleia geral tem a competência para a fixação das remunerações dos

membros dos órgãos sociais (artigo 399.º CSC), ao passo que ao Conselho de

Administração compete estabelecer as remunerações dos colaboradores do banco. Soma-se

que é aos órgãos de administração e de fiscalização das instituições de crédito que cabe em

primeira linha definir e fiscalizar a aplicação dos sistemas de governo que garantam uma

gestão efetiva e prudente (artigo 88.º/1 CRD IV e artigo 115.º-A RGICSF). Além disso, cabe

à comissão de remunerações da empresa-mãe acompanhar o processo de preparação, de

fixação e de divulgação de remunerações.

A acrescer aos órgãos sociais referidos, a gestão sã e prudente das instituições de crédito

assenta igualmente no desempenho de algumas funções com especial relevância, como o

compliance, a auditoria interna ou o controlo e gestão de risco. Estes são aqui designados

conjuntamente como responsáveis do sistema de controlo interno. A essencialidade destas

162

Relatório e Contas

funções justifica que o estatuto remuneratório dos respetivos responsáveis seja objeto de

tratamento separado, de modo nomeadamente a acautelar em termos adequados a sua

independência. Assim sendo, e em cumprimento do disposto no artigo 115.º-C/2 do

RGICSF, a presente Política abrange também os titulares de tais funções e, bem assim, os

colaboradores com um estatuto remuneratório equivalente aos de qualquer função cuja

remuneração seja objeto da presente Política, desde que as respetivas atividades

profissionais tenham um impacto material no perfil de risco do Banco Popular.

1. Âmbito e competência para aplicação

1.1. A presente Política aplica-se aos seguintes dirigentes do Banco Popular:

1.1.1. Diretores Centrais;

1.1.2. Head of Compliance;

1.1.3. Responsáveis pelas áreas de Gestão de Risco e Auditoria Interna;

1.1.4. Outros colaboradores, que venham a ser identificados como tal pela

CRBPE, cuja remuneração total os coloque no mesmo escalão de remuneração que

o previsto para as categorias referidas nas alíneas antecedentes, desde que as

respetivas atividades profissionais tenham um impacto material no perfil de risco do

Banco Popular.

1.2. Para efeitos da presente Política, por dirigentes entende-se todas as pessoas

referidas nos números anteriores.

1.3. A Comisión de Remuneraciones do Banco Popular Español, S.A. (“CRBPE”)

acompanha a aplicação da presente Política e assegura a sua plena eficácia.

2. Política de remunerações dos membros dos Diretores Centrais

Estrutura da remuneração

2.1. A remuneração dos Diretores Centrais compreende uma componente fixa (com uma

parte fixa ordinária e outra como complemento por desempenho individual) e uma

componente variável.

Componente variável da remuneração

2.2. A atribuição de remuneração variável depende do cumprimento dos principais

objetivos fixados, em cada ano, para o Grupo Banco Popular e para o Banco

Popular Portugal.

2.3. Os indicadores de desempenho têm em consideração:

a) o desempenho dos pelouros ou das áreas por este acompanhados;

b) os resultados globais do Banco e do grupo em que se insere.

2.4 A remuneração variável será paga do seguinte modo:

a) 50% é pago em numerário;

b) 50% é pago em instrumentos financeiros elegíveis de acordo com a legislação

em vigor.

2.5 A remuneração variável é parcialmente diferida, sendo 50% paga no ano de

atribuição e 50% paga em três prestações iguais condicionais anuais sucessivas.

2.6 Os instrumentos financeiros atribuídos ao abrigo da alínea b) do número 2.4 são

intransmissíveis durante um período de três anos contados desde a data da sua

atribuição.

163

Relatório e Contas

2.7 As prestações referidas no número 2.5 apenas podem ser pagas se for confirmada,

através de parecer fundamentado da CRBPE, a sua sustentabilidade à luz da

situação financeira do banco na data do pagamento e a sua adequação ao

desempenho do Banco, da unidade ou pelouro acompanhado e do dirigente em

questão.

2.8 As prestações referidas no número 2.5 podem ser objeto de redução ou reversão, se

o dirigente:

a) Participou ou foi responsável por uma atuação que resultou em perdas

significativas para o Banco;

b) Participou ou foi responsável por falsificação da informação financeira do Banco

ou pela adoção de outro comportamento ilícito que tenha resultado na

manipulação ou adulteração dos critérios de desempenho;

c) Deixar de cumprir critérios de adequação e idoneidade.

2.9 A componente variável da remuneração não pode exceder o valor da componente

fixa da remuneração para cada dirigente, salvo se a Assembleia Geral o autorizar

através de deliberação adotada por maioria qualificada de dois terços dos votos

expressos.

2.10 A componente variável da remuneração não pode limitar a capacidade do BANCO

POPULAR para reforçar a sua base de fundos próprios. Assim, a aferição do

desempenho utilizada para calcular a componente variável da remuneração deve

prever ajustamentos considerando os vários tipos de riscos, atuais e futuros, bem

como o custo dos fundos próprios e da liquidez necessários à instituição de crédito.

Plano de Pensões

2.11 A política de pensões rege-se de acordo com as seguintes normas:

a) Os benefícios discricionários de pensão devem revestir a forma de instrumentos financeiros elegíveis de acordo com a legislação em vigor;

b) Caso a cessação da atividade do dirigente ocorra antes da reforma, os benefícios discricionários de pensão de que seja titular são mantidos pelo Banco por um período de cinco anos, findo o qual constitui um direito adquirido do colaborador à receção do respetivo pagamento pelo banco;

c) Quando o dirigente atinja a situação de reforma, os benefícios discricionários de pensão de que seja titular e cujo direito à respetivo pagamento já tenha sido adquirido são retidos pelo Banco por um período de cinco anos, findo o qual são entregues ao dirigente.

Para efeitos do presente Política, por benefícios discricionários de pensão entende-se os benefícios de pensão mais vantajosos do que os previstos no regime geral de pensão de reforma do Banco concedidos aos membros dos órgãos de administração ou fiscalização ou a colaboradores, numa base discricionária, como parte da remuneração, e que não incluem benefícios obtidos por um colaborador e concedidos ao abrigo do regime de pensão de reforma do Banco.

Compensações a pagar a novos dirigentes por cessação de funções

anteriores

2.12 As compensações a pagar a novos dir igentes por cessação de funções

anteriores têm em consideração os interesses de longo prazo do Banco e não envolvem

remunerações variáveis garantidas, exceto no primeiro ano de atividade se tal for

aprovado pela CRBPE.

164

Relatório e Contas

3. Política de remunerações dos responsáveis do sistema de controlo interno

Estrutura e supervisão da remuneração

3.1 A remuneração dos responsáveis do sistema de controlo interno compreende uma

componente fixa (com uma parte fixa ordinária e outra como complemento por

desempenho individual) e uma componente variável.

3.2 A atribuição de remuneração variável depende da realização dos objetivos

associados às suas funções, independentemente do desempenho dos sectores de

atividade sob o seu controlo.

3.3 A remuneração dos responsáveis do sistema de controlo interno é diretamente

supervisionada pela CRBPE.

4. Política de remunerações dos outros colaboradores com impacto material no perfil

de risco

Estrutura e supervisão da remuneração

4.1 A remuneração dos outros colaboradores com impacto material no perfil de risco do

banco rege-se, com as necessárias adaptações, pelo disposto no número 2 e é

diretamente supervisionada pela CRBPE.

5. Revisão da Política de remuneração

5.1. A CRBPE procederá com periodicidade anual à revisão da presente Política de

Remuneração, submetendo ao órgão de administração recomendações para o

respetivo aperfeiçoamento.

5.2. Após receber o Relatório elaborado e apresentado pela CRBPE onde conste a

revisão da presente Política de Remunerações referida no número anterior, o

Conselho de Administração aprovará as alterações propostas pela CRBPE, ou

apresentará fundamentação para a sua recusa, identificando soluções alternativas,

caso tenham sido detetadas fragilidades, ou desatualização da Política, em relação

à lei aplicável, ou às recomendações da EBA, do Banco de Portugal ou da CMVM.

6. Aprovação, entrada em vigor e alterações

6.1. A presente Política foi aprovada pelo Conselho de Administração, entrando em vigor

a partir de 1 de Abril de 2015, podendo ser alterada por deliberação deste órgão.

7. Interpretação

7.1. Qualquer referência a uma disposição legal, a uma orientação ou a qualquer outro

texto recomendatório ou de natureza análoga deve ser interpretada como uma

referência a essa disposição, orientação ou texto de natureza análoga segundo a

redação que estiver em vigor na data da respetiva aplicação, assim como às demais

normas ou recomendações que venham entretanto a substitui-las, alterá-las ou

complementá-las.

8. Publicação

8.1. A presente Política é publicada no site do BANCO POPULAR.

165

Relatório e Contas

Política de Prevenção, Comunicação e Sanação

de Conflitos de Interesses

1. Objeto, âmbito e competência

1.1. O presente documento contém a Política de Prevenção, Comunicação e Sanação de

Conflitos de Interesses do BANCO POPULAR (“Política de Conflitos de Interesses”), a

que se refere o Ponto 9 da Política de seleção e avaliação dos membros dos órgãos

de administração e de fiscalização, e dos titulares de funções essenciais do BANCO

POPULAR, elaborada ao abrigo do artigo 30.º-A/2 do Regime Geral das Instituições

de Crédito e Sociedades Financeiras (“RGICSF”).

1.2. A Política de Prevenção de Conflitos de Interesses relativos à atividade de

intermediação financeira desenvolvida pelo BANCO POPULAR consta de documento

autónomo.

1.3. A presente Política de Conflitos de Interesses visa prevenir o risco de sujeição dos

membros dos órgãos de administração e de fiscalização e dos Titulares de Funções

Essenciais do BANCO POPULAR à influência indevida de outras pessoas ou

entidades, assim como assegurar que a preparação, tomada e execução de

decisões pelos Dirigentes do BANCO POPULAR é exclusivamente dirigida à gestão sã

e prudente do Banco e não é condicionada por interesses pessoais dos Dirigentes

ou de outras entidades com que estejam direta ou indiretamente relacionados.

1.4. A presente Política de Conflitos de Interesses aplica-se aos seguintes dirigentes do

BANCO POPULAR:

1.4.1. Membros do Conselho de Administração;

1.4.2. Membros do Conselho Fiscal;

1.4.3. Titulares de funções essenciais da instituição de crédito.

1.5. Para efeitos do número anterior, entende-se por titular de funções essenciais:

1.5.1. Os Diretores Centrais do Banco

Head of Compliance do Banco;

1.5.2. Os responsáveis pela função de gestão de risco do Banco;

1.5.3. Os responsáveis pela função de auditoria interna do Banco;

1.5.4. Os restantes membros designados como titulares de funções essenciais

pela Comisión de Nombramientos do Banco Popular Español S.A. (“CNBPE”).

1.6. Para efeitos da presente Política, por dirigentes entende-se todas as pessoas

referidas nos números anteriores.

1.7. A CNBPE acompanha a aplicação da presente Política e assegura a sua plena

eficácia.

166

Relatório e Contas

2. Princípios gerais

2.1. Qualquer Negócio Relevante entre o BANCO POPULAR ou entidade por si dominada

(“Entidade Dominada”) e uma Parte Relacionada deve ser precedido de (i)

comunicação prévia à CNBPE e de (ii) parecer prévio da CNBPE.

2.2. Os Negócios Relevantes entre o BANCO POPULAR ou entidade por si dominada

(“Entidade Dominada”) e Partes Relacionadas devem ser realizados em condições

normais de mercado. Designadamente, as operações de crédito ou de financiamento

cobertas pela presente Política não devem estabelecer condições preferenciais às

que seriam previstas para outros mutuários em condições semelhantes.

3. Definições

3.1. Entidade Dominada: Sociedades em relação de domínio ou de grupo com o BANCO

POPULAR, nos termos do artigo 21.º do Código dos Valores Mobiliários (“CVM”), bem

como qualquer entidade – independentemente da forma jurídica que assuma – em

relação à qual o BANCO POPULAR exerça direta ou indiretamente uma influência

dominante;

3.1.1. Negócio Relevante: Qualquer negócio jurídico, independentemente da forma

jurídica assumida, ou ato material que tenha ou possa razoavelmente vir a ter

como consequência, direta ou indireta, isoladamente ou em conjunto com outros

negócios ou atos materiais que formem uma unidade do ponto de vista temporal

ou económico:

3.1.2. A constituição de uma obrigação, atual ou contingente na esfera do BANCO

POPULAR ou de Entidade Dominada, de valor superior a € 100.000 (cem mil

euros);

3.1.3. A extinção de um direito ou interesse juridicamente tutelado, anteriormente

existente na esfera do BANCO POPULAR ou de Entidade Dominada, de valor

superior a € 100.000 (cem mil euros);

3.1.4. A oneração do património do BANCO POPULAR ou de Entidade Dominada,

independentemente da forma jurídica assumida e do seu valor;

3.1.5. Em geral, qualquer forma de afetação do património do BANCO POPULAR ou

de Entidade Dominada, em valor superior a € 100.000 (cem mil euros).

3.2. Parte Relacionada: Além dos próprios Dirigentes, qualquer pessoa ou entidade,

independentemente da forma jurídica que assuma, que tenha uma relação familiar,

jurídica ou de negócios com um Dirigente de um dos seguintes tipos:

3.2.1. Cônjuge do Dirigente ou pessoa que com ele viva em união de facto,

descendentes e ascendentes em linha reta, colaterais até ao quarto grau, e

outros familiares que com o Dirigente coabitem há mais de um ano;

167

Relatório e Contas

3.2.2. Entidades Dominadas pelos Dirigentes ou por alguma das pessoas

enumeradas no Ponto anterior, segundo o sentido atribuído à expressão no

Ponto 3.1;

3.2.3. Entidades em que os Dirigentes assumam funções de administração ou

fiscalização, ou em por outro modo participem nas principais decisões de

gestão;

3.2.4. Acionistas detentores de participação igual ou superior a 2% no BANCO

POPULAR, calculada nos termos do artigo 20.º CVM e entidades por estes

dominadas, segundo o sentido atribuído à expressão no Ponto 3.1.

3.2.5. Terceiros com quem o BANCO POPULAR ou as Entidades por si Dominadas

tenham estabelecido relações comerciais relevantes, pela sua duração temporal

ou pelos montantes envolvidos.

4. Procedimento

4.1. Caso esteja a ser ponderado, preparado ou negociado um Negócio Relevante entre

o BANCO POPULAR ou uma Entidade por si Dominada e uma Parte Relacionada, o

Dirigente ou Dirigentes envolvidos devem imediatamente realizar uma Comunicação

Prévia de Negócio Relevante.

4.2. A Comunicação Prévia de Negócio Relevante é dirigida à CNBPE e compreende,

pelo menos, as principais informações sobre as partes, objeto, prazo, garantias e

outros elementos relevantes do Negócio projetado, que permitam avaliar cabalmente

os interesses envolvidos e a forma como o mesmo irá afetar o património e o plano

de negócios do BANCO POPULAR ou da Entidade por si Dominada.

4.3. A Comunicação Prévia de Negócio Relevante pode ser formulada com urgência,

caso em que a CNBPE envidará os melhores esforços para emitir parecer em 5 dias.

4.4. A CNBPE pronuncia-se de forma célere e fundamentada sobre o Negócio Relevante

projetado: (a) não suscitando objeções; (b) não suscitando objeções, mas impondo

condições; (c) suscitando objeções.

4.5. Nos casos previstos em (b) do Ponto anterior, o Dirigente ou Dirigentes envolvidos

têm o dever de, após a conclusão do negócio, fazerem prova de que as condições

impostas pela CNBPE foram observadas.

4.6. Nos casos previstos em (c) do Ponto 4.4, o Negócio Relevante considera-se

rejeitado, não sendo sequer submetido à aprovação dos órgãos competentes.

4.7. No caso previsto no número anterior, os Dirigentes que possam ter conflito de

interesses no negócio estão impedidos de participar e de votar nas deliberações do

órgão de administração ou da Comissão de Auditoria (se aplicável).

4.8. No Relatório Anual de Governo do BANCO POPULAR constará uma lista dos Negócios

Relevantes celebrados entre o BANCO POPULAR ou Entidades por si Dominadas e

Partes Relacionadas, em relação aos quais tenham sido suscitadas objeções por

parte da CNBPE, e bem assim os Negócios Relevantes em relação aos quais

168

Relatório e Contas

tenham sido impostas condições, nos termos em (b) do Ponto 4.4, devendo o órgão

de administração identificar as razões e os elementos que permitam concluir que as

referidas condições foram verificadas.

4.9. A omissão dos deveres de comunicação prévia de Negócios Relevantes com Partes

Relacionadas à CNBPE, assim como a conclusão de negócios em relação aos quais

tenham sido suscitadas objeções fora dos casos previstos no Ponto 4.6 é

considerada uma violação grave dos deveres legais e contratuais dos Dirigentes.

5. Outros conflitos de interesses

5.1. Os Dirigentes devem informar com a máxima brevidade a CNBPE e o respetivo

órgão ou comissão sobre quaisquer factos que, com razoável probabilidade, possam

constituir ou dar causa a um conflito entre os seus interesses e o interesse do

BANCO POPULAR.

5.2. Os Dirigentes em conflito não podem interferir no processo de decisão sobre o ato

em questão, sem prejuízo do dever de prestação de informações e esclarecimentos

que o órgão, a comissão ou os respetivos membros lhe solicitarem.

5.3. Os Dirigentes têm deveres de cooperação no cumprimento da presente Política,

designadamente na prestação de informação sobre Negócios Relevantes.

5.4. O Departamento de Compliance do BANCO POPULAR deve elaborar e manter

atualizada uma lista de possíveis conflitos de interesses e facultar essa lista à

CNBPE.

6. Aprovação, entrada em vigor e alterações

6.1. A presente Política foi aprovada pela Assembleia Geral, entrando em vigor a partir

de 1 de Abril de 2015, podendo ser alterada por deliberação deste órgão.

7. Publicação

7.1. A presente Política é publicada no site do BANCO POPULAR.

169

Relatório e Contas

Política de Seleção e Avaliação dos Membros dos

Órgãos de Administração e de Fiscalização, e dos

Titulares de Funções Essenciais

Introdução

A presente Política de seleção e avaliação dos membros dos órgãos de administração e de

fiscalização e dos titulares de funções essenciais do BANCO POPULAR (a “Política de Seleção

e Avaliação”) destina-se a dar cumprimento ao disposto no artigo 30.º-A/2 do Regime Geral

das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (“RGICSF”) e a assegurar que o

BANCO POPULAR adota os mais elevados padrões nacionais e internacionais de governo das

instituições de crédito.

O BANCO POPULAR (também referido ao longo do presente documento como “Banco”) adotou

o chamado modelo clássico ou latino para a estruturação interna de governo, tal como

descrito no artigo 278.º/1, alínea a) do Código das Sociedades Comerciais (“CSC”). No caso

do BANCO POPULAR, este modelo compreende um Conselho de Administração e um

Conselho Fiscal. Para efeitos da presente Política, a referência a “órgãos de administração e

fiscalização” compreende o Conselho de Administração e o Conselho Fiscal do BANCO

POPULAR, conjuntamente considerados, e a referência a “membros do órgão de

administração e do órgão de fiscalização” compreende todos os membros do Conselho de

Administração e do Conselho Fiscal do Banco, independentemente do seu estatuto de

administradores executivos ou não executivos, ou de membros independentes ou não

independentes.

Fundamentação

As instituições de crédito devem dispor de “dispositivos de governo sólidos, que incluam uma

estrutura organizativa clara, com linhas de responsabilidade bem definidas, transparentes, e

coerentes, processos eficazes para identificar, gerir, controlar e comunicar os riscos a que

estão ou podem vir a estar expostas, mecanismos adequados de controlo interno, incluindo

procedimentos administrativos e contabilísticos sólidos, e políticas e práticas de

remuneração consentâneas com uma gestão sólida e eficaz do risco e que promovam esse

tipo de gestão” (artigo 74.º/1, Directiva 2013/36/UE do Parlamento Europeu e do Conselho,

de 26 de Junho de 2013: “CRD IV” e artigo 14.º, n.º 1 RGICSF).

Neste contexto, é aos órgãos de administração e de fiscalização das instituições de crédito

que cabe, em primeira linha, definir e fiscalizar a aplicação dos sistemas de governo que

garantam uma gestão efetiva e prudente, assim como a separação de funções e a

prevenção de conflitos de interesse (artigo 88.º/1 CRD IV e artigo 115.º-A RGICSF).

O órgão de administração desempenha estas funções vetoriais em matéria de governo da

instituição, porquanto (e ao mesmo tempo que) assume a responsabilidade global pela

instituição, cabendo-lhe definir, aprovar e implementar, por um lado, e fiscalizar, por outro,

os objetivos estratégicos da instituição, de entre os quais se destaca uma gestão

adequada e prudente do risco.

A importância da aptidão individual e coletiva dos membros dos órgãos de administração e

de fiscalização fica assim patente quando são consideradas, ainda que de forma sumária, as

competências destes órgãos, e o papel central que desempenham na gestão sã e prudente

das instituições de crédito.

A responsabilidade global pela instituição compreende a definição dos principais objetivos

estratégicos, no que ao negócio bancário se refere, em geral, e à garantia da solidez

170

Relatório e Contas

financeira da instituição, em particular, mas também as principais decisões no que toca à

contratação dos colaboradores mais relevantes ou à estruturação de uma política

remuneratória.

Em matéria de risco, o órgão de administração, na sua função executiva, é responsável por

definir e implementar uma estratégia de risco adequada à estratégia global da instituição, à

sua dimensão e complexidade. Esta estratégia global de risco compreende, entre outros

aspectos, a fixação da apetência pelo risco da instituição, a implementação de canais de

informação adequados e a gestão e controlo dos riscos assumidos. Além disso, ao órgão de

administração incumbe a definição das normas e procedimentos internos que promovam

uma cultura institucional de risco indutora dos valores da integridade ética, do escrutínio

interno e da transparência e robustez organizativa.

Na sua função de fiscalização, o Conselho Fiscal deve conseguir monitorizar os riscos e

desafios que se colocam à atividade da instituição de crédito, analisando proactivamente, de

forma critica, as decisões a tomar ou tomadas.

1. Âmbito e competência para aplicação

1.1. A presente Política aplica-se aos seguintes dirigentes do BANCO POPULAR:

1.1.1. Membros do Conselho de Administração;

1.1.2. Membros do Conselho Fiscal;

1.1.3. Titulares de funções essenciais do Banco.

1.2. Para efeitos do número anterior, entende-se por titular de funções essenciais:

1.2.1. Os Diretores Centrais do Banco;

1.2.2. Head of Compliance do Banco;

1.2.3. Os responsáveis pela função de gestão de risco do Banco;

1.2.4. Os responsáveis pela função de auditoria interna do Banco;

1.2.5. Os restantes membros designados como titulares de funções essenciais

pela Comisión de Nombramientos do Banco Popular Español, S.A. (“CNBPE”).

1.3. Para efeitos da presente Política, por dirigentes entende-se todas as pessoas

referidas nos números anteriores.

1.4. A CNBPE acompanha a aplicação da presente Política e assegura a sua plena

eficácia.

2. Aptidão coletiva dos órgãos de administração e de fiscalização

Polivalência

2.1. Os órgãos de administração e de fiscalização do BANCO POPULAR deverão ser

compostos por membros que, coletivamente, garantam uma gestão sã e prudente do

Banco.

2.2. A composição coletiva dos órgãos de administração e de fiscalização deve

assegurar que a tomada de decisão destes órgãos não seja dominada por um

qualquer indivíduo ou pequeno grupo de indivíduos, em detrimento dos interesses

do Banco, no seu conjunto.

171

Relatório e Contas

2.3. Em especial, coletivamente, os órgãos de administração e de fiscalização devem ser

compostos por membros que assegurem:

2.3.1. A definição, aprovação, implementação e fiscalização dos objetivos

estratégicos do Banco;

2.3.2. A compreensão, definição, implementação, gestão e fiscalização de uma

estratégia e cultura de risco robustas do Banco;

2.3.3. A definição, aprovação, implementação e monitorização da estrutura de

governo interno do Banco;

2.3.4. A compreensão e tomada de decisões sobre o negócio global e as

operações através das quais o Banco desenvolve a sua atividade, em toda a

sua complexidade, assim como a respetiva fiscalização;

2.3.5. A compreensão, implementação e monitorização dos processos de controlo

da adequação das regras de fundos próprios, de gestão da liquidez e dos

planos de contingência do Banco;

2.3.6. O conhecimento, análise crítica, monitorização e adaptação da estrutura do

grupo onde o Banco se insere, de forma a permitir uma gestão de risco e uma

supervisão integrada, assim como um fluxo preciso e atempado de informações.

2.4. Para os efeitos que acabam de se descrever, os órgãos de administração e de

fiscalização devem ser compostos por membros que reúnam, coletivamente,

conhecimentos, competências e experiência nas seguintes áreas da actividade

bancária e financeira, entre outras:

2.4.1. Definição e implementação de planos de negócio e de planos estratégicos

de médio e longo prazo;

2.4.2. Operações bancárias e financeiras;

2.4.3. Análise financeira;

2.4.4. Políticas contabilísticas;

2.4.5. Auditoria financeira e controlo operacional;

2.4.6. Requisitos de fundos próprios e gestão de liquidez;

2.4.7. Análise e Gestão de risco;

2.4.8. Políticas de remuneração;

2.4.9. Divulgação interna e externa de informação;

2.4.10. Quadro jurídico e regulatório;

2.4.11. Sistemas de governo.

Disponibilidade

2.5. Os órgãos de administração e de fiscalização do BANCO POPULAR devem ser

compostos por um número suficiente de membros e por membros com

disponibilidade suficiente para garantir a dedicação necessária ao desempenho das

suas tarefas de administração e fiscalização, atendendo ao perfil estratégico e de

risco do Banco, à sua dimensão e complexidade da atividade.

172

Relatório e Contas

Diversidade

2.6. Na seleção e na avaliação dos membros dos órgãos de administração e de

fiscalização e titulares de funções essenciais, é ativamente promovida a diversidade

de qualificações e competências necessárias para o exercício das funções dos

dirigentes do BANCO POPULAR.

2.7. Embora encare positivamente a diversidade de valências profissionais, a diversidade

geográfica e a diversidade geracional, no âmbito da presente Política o BANCO

POPULAR concede prioridade à diversidade de género, na medida em que se trata de

um grupo sub-representado nos dirigentes do Banco, nos termos da Política de

Diversidade, detalhada no Ponto 8, infra.

2.8. A diversidade de género nas funções dirigentes é encarada como um instrumento de

aproveitamento mais eficaz dos recursos humanos do BANCO POPULAR, como forma

de incrementar a independência dos seus dirigentes e como contributo direto para o

fomento da igualdade de oportunidades e para uma atuação socialmente

responsável do Banco.

3. Aptidão individual dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização

3.1. Sem prejuízo da competência final da Assembleia Geral do BANCO POPULAR para a

eleição dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização, é a CNBPE

que compete a responsabilidade pela avaliação inicial dos novos membros, assim

como a avaliação sucessiva, individual e coletiva, nos termos do artigo 30.º-A/1 do

RGICSF.

Idoneidade

3.2. Considera-se que um membro do órgão de administração ou de fiscalização goza de

idoneidade se não existirem elementos quanto à sua conduta pessoal ou profissional

que sugiram dúvidas fundadas sobre a capacidade de garantir uma gestão sã e

prudente do Banco.

3.3. Na avaliação da idoneidade deve ter-se em conta o modo como o candidato gere

habitualmente os negócios, profissionais ou pessoais, ou exerce a profissão, em

especial nos aspetos que revelem a sua capacidade para decidir de forma

ponderada e criteriosa, ou a sua tendência para cumprir pontualmente as suas

obrigações ou para ter comportamentos compatíveis com a preservação da

confiança do mercado, tomando em consideração todas as circunstâncias que

permitam avaliar o comportamento profissional para as funções em causa.

3.4. Na análise inicial e sucessiva da idoneidade de um candidato ou membro do órgão

de administração ou de fiscalização são tidos em conta todos os dados pertinentes

disponíveis para a avaliação, independentemente do enquadramento legal que os

referidos dados mereçam à luz de cada uma das jurisdições envolvidas e

independentemente do local da prática de factos ou da ocorrência dos seus efeitos.

3.5. Na avaliação da idoneidade a que se referem os números anteriores, são atendidos,

entre outros, os seguintes elementos:

3.5.1. Registos criminais, contra-ordenacionais ou administrativos relevantes;

3.5.2. Circunstâncias específicas, atenuantes, agravantes ou que de outra forma

condicionem o juízo sobre o facto ou evento imputado ao avaliado;

173

Relatório e Contas

3.5.3. Qualquer tipo de incidentes, ainda que de menor gravidade, mas que pelo

contexto ou repetição possam suscitar fundadas dúvidas sobre a aptidão do

avaliado.

3.6. Na avaliação da idoneidade a que se referem os números anteriores são também

atendidos:

3.6.1. As circunstâncias e situações enunciadas nos n.os 3, 5 e 6 do artigo 30.º-D/3

RGICSF, segundo a redação que estiver em vigor na data da avaliação, assim

como de quaisquer outras normas análogas que entretanto venham substituir,

alterar ou complementar as normas jurídicas aí constantes;

3.6.2. Os factores enunciados nos pontos 13.5 a 13.7 das Orientações da EBA de

22 de Novembro de 2012, sobre a avaliação da aptidão dos membros do órgão

de administração e fiscalização e de quem desempenha funções essenciais

(“Orientações EBA”), segundo a redação que estiver em vigor na data da

avaliação, assim como de recomendações análogas que venham a substituir,

alterar ou complementar as Orientações EBA.

Experiência

3.7. Os membros dos órgãos de administração e de fiscalização do BANCO POPULAR

devem possuir a experiência necessária ao exercício das suas funções, tendo em

conta a responsabilidade subjacente ao exercício das competências que lhes são

atribuídas, a complexidade da actividade do Banco, a respetiva dimensão, e a

necessidade de assegurar uma gestão sã e prudente, no contexto da salvaguarda

do sistema financeiro e dos interesses dos respetivos clientes, depositantes,

investidores e demais clientes.

3.8. Considera-se ter a experiência necessária o membro do órgão de administração ou

de fiscalização que pelos cargos anteriormente desempenhados – atendendo em

especial à duração, responsabilidades assumidas (formal e materialmente) e nível

de desempenho – se revele apto a compreender o funcionamento e atividade do

Banco, os desafios que o BANCO POPULAR enfrenta, a complexidade das operações

de que o BANCO POPULAR é parte, os riscos a que o Banco está exposto, assim

como a analisar criticamente as decisões tomadas.

3.9. Na avaliação da experiência de um candidato ou de um membro dos órgãos de

administração ou de fiscalização serão tidos em consideração, entre outros

aspectos, os constantes do Ponto 14 das Orientações EBA.

Disponibilidade

3.10. Os membros dos órgãos de administração e de fiscalização devem consagrar ao

desempenho das suas funções a disponibilidade adequada ao cabal exercício das

competências que lhes foram atribuídas, à dimensão do Banco e à complexidade da

respectiva actividade.

3.11. Nos casos em que o membro do órgão de administração ou de fiscalização

acumule ou pretenda acumular o cargo no Banco com outros cargos de

administração e fiscalização noutras entidades, deve apresentar com periodicidade

anual uma estimativa das horas semanais que pretende consagrar ao exercício das

funções no Banco, assim como ao exercício das demais funções que desempenhe,

e ainda enunciar fundamentadamente as razões pelas quais considera que mesmo

assim manterá a disponibilidade adequada, nos termos do Ponto 3.10.

174

Relatório e Contas

3.12. Os deveres enumerados no Ponto 3.11 existem mesmo nos casos previstos no

n.º 4 e no n.º 6 do artigo 33.º/4 RGICSF.

Independência

3.13 Os membros dos órgãos de administração e de fiscalização devem evitar o risco de

influência indevida de outras pessoas ou entidades, devendo reunir condições que

permitam o exercício das suas funções com isenção.

3.14 Na avaliação são tomadas em consideração todas as situações suscetíveis de afetar

a independência, nomeadamente as seguintes:

a) Cargos que o interessado exerça ou tenha exercido no Banco ou noutra instituição

de crédito;

b) Relações de parentesco ou análogas, bem como relações profissionais ou de

natureza económica que o interessado mantenha com outros membros do órgão de

administração ou fiscalização do Banco, da sua empresa-mãe ou das suas filiais;

c) Relações de parentesco ou análogas, bem como relações profissionais ou de

natureza económica que o interessado mantenha com pessoa que detenha

participação qualificada no Banco, na sua empresa-mãe ou nas suas filiais.

4. Processo de seleção e avaliação

Avaliação inicial da aptidão individual e seleção

4.1. A avaliação inicial da aptidão individual dos membros dos órgãos de administração e

de fiscalização deve preceder a sua seleção e apresentação à Assembleia Geral

para aprovação, ou a sua eleição pelo próprio órgão.

4.2. O órgão de administração desenvolve de forma proactiva os melhores esforços para

identificar novos membros para os órgãos de administração e de fiscalização, assim

como preparar de forma atempada o respetivo processo de sucessão, sem prejuízo

da competência dos sócios e da Assembleia Geral nesta matéria.

4.3. A inclusão de candidatos em listas a submeter a votação em Assembleia Geral,

assim como a apresentação de candidatos para designação pelo órgão de

administração, será necessariamente precedida de um processo de avaliação inicial,

que culmina com a elaboração e divulgação de um Relatório de Avaliação Inicial.

4.4. O BANCO POPULAR envidará os melhores esforços para que os estatutos,

regulamentos, demais documentos reguladores da vida do Banco e as práticas

adotadas sejam alterados, de modo a que a inclusão de candidatos em listas a

submeter a votação em Assembleia Geral por acionistas, ou a apresentação de

candidatos para designação pelo órgão de administração seja obrigatoriamente

precedida do Processo de Seleção e Avaliação a que se refere o presente Ponto.

4.5. A realização da avaliação inicial da aptidão dos membros dos órgãos de

administração e de fiscalização e a elaboração e divulgação do respectivo Relatório

de Avaliação Inicial competem à CNBPE.

4.6. Uma vez identificado um possível candidato a membro do órgão de administração

ou de fiscalização, a CNBPE promove a recolha da informação relevante à avaliação

inicial da sua aptidão, que no mínimo compreenderá os elementos referidos no

Questionário que consta como Anexo 1. O preenchimento do Questionário pode ser

175

Relatório e Contas

realizado pelo próprio candidato, pela CNBPE com base em informações recolhidas,

ou por uma entidade externa, contratada para o efeito pela CNBPE.

4.7. A CNBPE – assim como o órgão de administração -, podem contratar entidades

externas que os auxiliem na definição do perfil dos candidatos, na seleção dos

métodos para a respectiva identificação e na avaliação inicial e seleção. O órgão de

administração disponibilizará à CNBPE os recursos humanos, técnicos e financeiros

que razoavelmente possam ser necessários para que o processo de seleção e

avaliação do Banco se desenvolva segundo os mais elevados padrões de qualidade,

rigor, comparabilidade, transparência e conformidade com os standards nacionais e

internacionais.

4.8. O Relatório de Avaliação Inicial da aptidão, elaborado e apresentado pela CNBPE

nos termos dos números anteriores, deve conter necessariamente, pelo menos, a

análise autónoma e fundamentada dos seguintes elementos:

4.8.1. Experiência

4.8.2. Conhecimentos e competências

4.8.3. Idoneidade

4.8.4. Disponibilidade

4.8.5. Adequação do candidato – atendendo aos elementos descritos em 4.8.1 a

4.8.4. – para as funções que irá desempenhar no órgão de administração ou de

fiscalização

4.8.6. Três áreas preferenciais para aquisição, manutenção e aprofundamento de

conhecimentos e competências, atendendo à necessidade individual do

candidato em questão, às necessidades do Banco, e às tendências de inovação

na área bancária e financeira.

4.9. A informação considerada relevante para a avaliação inicial da aptidão do candidato

será necessariamente acompanhada de documentos comprovativos.

4.10. Após a conclusão do Relatório de Avaliação Inicial, a CNBPE comunica os

respetivos resultados ao acionista ou acionistas que tenham identificado e sugerido

o candidato, assim como ao órgão de administração.

4.11. Caso o Relatório de Avaliação Inicial conclua pela falta de adequação do

candidato, os respetivos proponentes podem optar por retirar a candidatura ou

sujeitá-la à apreciação do Banco de Portugal, nos termos do artigo 30.º-B/3

RGICSF. Neste último caso, o candidato apenas pode ser proposto pelos acionistas

ou pelo órgão de administração após a avaliação da respetiva adequação pelo

Banco de Portugal, e a autorização por esta entidade para o exercício de funções,

nos termos dos artigos 30.º-B/4 e 30.º-A/6 RGICSF.

4.12. Caso o candidato seja incluído numa lista submetida à Assembleia Geral para

aprovação, a CNBPE apresenta o Relatório de Avaliação Inicial ao Presidente da

Mesa da Assembleia Geral do Banco, a quem compete disponibilizá-la aos

acionistas, no âmbito das informações preparatórias da Assembleia, assim como

informar os acionistas dos requisitos de adequação das pessoas a eleger,

constantes da presente Política de Seleção e Avaliação.

176

Relatório e Contas

Avaliação sucessiva da aptidão individual e coletiva

4.13. A avaliação sucessiva da aptidão individual dos membros dos órgãos de

administração e de fiscalização é da competência da CNBPE e terá lugar:

4.13.1. Anualmente; e

4.13.2. Sempre que novos factos ou eventos determinem a necessidade de uma

reavaliação da aptidão. Esta necessidade pode advir de novos factos que

tenham chegado ao conhecimento da CNBPE ou do órgão de administração.

4.14. Os membros dos órgãos de administração e de fiscalização têm o dever de

comunicar imediatamente ao Banco (através do Presidente da CNBPE) qualquer

facto superveniente à sua designação que altere o conteúdo das declarações

subjacentes ao Questionário referido no Ponto 4.6, ou que altere ou possa alterar –

segundo uma apreciação razoável – a avaliação da sua aptidão individual,

idoneidade, experiência, competência e conhecimentos, disponibilidade ou

adequação às funções atribuídas.

4.15. A avaliação sucessiva da aptidão coletiva dos órgãos de administração e de

fiscalização é também da competência da CNBPE e terá lugar anualmente.

4.16. Como resultado da avaliação referida nos Pontos 4.13 e 4.15, a CNBPE elabora

um Relatório Anual de Avaliação Sucessiva, tendo por objeto a aptidão individual e

coletiva dos órgãos de administração e de fiscalização, do qual deve constar, pelo

menos, uma análise fundamentada dos seguintes pontos:

Avaliação sucessiva individual

4.16.1. Exposição resumida dos elementos constantes do Relatório de Avaliação

Individual a que se refere o Ponto 4.8;

4.16.2. Descrição das alterações entretanto ocorridas, em relação aos elementos

constantes do Relatório de Avaliação Individual a que se refere o Ponto 4.8;

4.16.3. Adequação do tempo dedicado em termos individuais ao desempenho das

funções;

4.16.4. Cumprimento dos objetivos anuais em matéria de aquisição, manutenção e

aprofundamento de conhecimentos e competências;

4.16.5. Objetivos em matéria de aquisição, manutenção e aprofundamento de

conhecimentos e competências, fixados para o ano seguinte, nos termos do

Ponto 7.6.

Avaliação sucessiva coletiva

4.16.6. Estrutura, dimensão, composição e desempenho dos órgãos de

administração e de fiscalização;

4.16.7. Adequação do tempo dedicado em termos agregados ao desempenho das

funções;

4.16.8. Cumprimento dos objetivos relativos à diversidade, descritos em mais

detalhe no Ponto 8;

4.16.9. Adequação das competências, dos conhecimentos e da experiência, em

termos agregados, tendo em conta a actividade do Banco;

177

Relatório e Contas

4.16.10. Cumprimento dos objetivos anuais em matéria de aquisição, manutenção e

aprofundamento de conhecimentos e competências;

4.16.11. As três áreas preferenciais para aquisição, manutenção e aprofundamento

de conhecimentos e competências para o ano seguinte;

4.16.12. Recomendação de eventuais alterações.

5. Aptidão individual dos titulares de funções essenciais

5.1. Aos titulares de funções essenciais aplicam-se, com as devidas adaptações, os

requisitos de idoneidade, experiência e disponibilidade enunciados no Ponto 3.

6. Processo de seleção e avaliação dos titulares de funções essenciais

Avaliação inicial da aptidão individual e seleção

6.1. A avaliação inicial da aptidão individual dos titulares de funções essenciais deve

preceder a sua contratação.

6.2. O órgão de administração desenvolve de forma proactiva os melhores esforços para

identificar possíveis candidatos a titulares de funções essenciais, assim como para

preparar de forma atempada o respetivo processo de sucessão.

6.3. Uma vez identificado um possível candidato a titular de funções essenciais, a

CNBPE promove a recolha da informação relevante à avaliação inicial da sua

aptidão, que no mínimo compreenderá os elementos referidos no Questionário que

consta como Anexo 2. O preenchimento do Questionário pode ser realizado pelo

próprio candidato, pela CNBPE com base em informações recolhidas, ou por uma

entidade externa, contratada para o efeito pela CNBPE.

6.4. A informação considerada relevante para a avaliação inicial da aptidão do candidato

será necessariamente acompanhada de documentos comprovativos.

6.5. Ao Relatório de Avaliação Inicial da aptidão de titulares de funções essenciais, a

elaborar e apresentar ao órgão de administração pela CNBPE, aplica-se o disposto

no Ponto 4.7, com as devidas adaptações.

6.6. Caso o órgão de administração pretenda contratar um candidato a titular de funções

essenciais que não tenha sido considerado apto pela CNBPE, a decisão de

contratação assim como a respetiva fundamentação devem constar de acta desse

órgão.

6.7. A fundamentação a que se refere o Ponto 6.6 deve analisar de forma autónoma –

pelo menos -, os motivos considerados relevantes pela CNBPE no Relatório de

Avaliação para o juízo de falta de aptidão.

Avaliação sucessiva da aptidão dos titulares de funções essenciais

6.8. A avaliação sucessiva da aptidão dos titulares de funções essenciais é da

competência da CNBPE e processa-se nos termos previstos para a avaliação

sucessiva da aptidão individual dos membros dos órgãos de administração e de

fiscalização, com as devidas adaptações.

7. Plano de Formação Contínua dos membros dos órgãos de administração e de

fiscalização e dos titulares de funções essenciais

7.1. O Banco consagra os recursos e o tempo necessário a assegurar a aquisição,

manutenção e aprofundamento de conhecimentos e competências necessária ao

178

Relatório e Contas

cabal desempenho das funções atribuídas aos órgãos de administração e de

fiscalização e aos titulares de funções essenciais.

Formação contínua do órgão de administração e do órgão de fiscalização

7.2. No Relatório a que se refere o Ponto 4.13, serão identificadas, pelo menos, as três

áreas preferenciais para aquisição, manutenção e aprofundamento de

conhecimentos e competências dos órgãos de administração e de fiscalização,

considerados coletivamente, atendendo às necessidades do Banco e às tendências

de inovação na área bancária e financeira.

7.3. As áreas preferenciais serão anualmente revistas.

7.4. O cumprimento destes objetivos será objecto de avaliação no Relatório Anual de

Avaliação Sucessiva do exercício seguinte.

Formação contínua dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização

7.5. Durante os processos de avaliação inicial e seleção dos membros dos órgãos de

administração e de fiscalização e dos titulares de funções essenciais, descritos em 4

e 6, serão identificadas em relação a cada membro dos órgãos de administração e

de fiscalização e a cada titular de funções essenciais três áreas preferenciais para

aquisição, manutenção e aprofundamento de conhecimentos e competências,

atendendo à necessidade individual do dirigente em questão, às necessidades do

Banco, e às tendências de inovação na área bancária e financeira.

7.6. Durante os processos de avaliação sucessiva dos membros dos órgãos de

administração e de fiscalização e dos titulares de funções essenciais, descritos em 4

e 6:

7.6.1. São identificados os cursos, seminários, programas de formação, e outros

meios de aquisição, manutenção e aprofundamento de conhecimentos e

competências frequentados no último ano pelo membro do órgão de

administração e de fiscalização/ titular de funções essenciais;

7.6.1.1. Será especialmente relevante para este efeito o enquadramento dos

meios identificados com as áreas preferenciais determinadas no processo

de avaliação inicial e nas sucessivas revisões;

7.6.2. São definidos – ainda que de forma tentativa - os meios de aquisição,

manutenção e aprofundamento de conhecimentos e competências a frequentar

durante o próximo ano pelo membro do órgão de administração e de

fiscalização/ titular de funções essenciais;

7.6.3. São revistas as áreas preferenciais fixadas no processo de avaliação inicial

e seleção, atendendo aos conhecimentos e competências entretanto adquiridas

e às necessidades do Banco, e às tendências de inovação na área bancária e

financeira.

7.7. O Banco pode contratar uma ou mais entidades externas que o auxiliem na

identificação, escolha e avaliação dos meios de aquisição, manutenção e

aprofundamento de conhecimentos e competências para os seus administradores,

membros do Conselho Fiscal e titulares de funções essenciais.

179

Relatório e Contas

8. Política de diversidade

Diversidade nas funções dirigentes

8.1. O BANCO POPULAR compromete-se a manter, a partir de 1 de maio de 2017, pelo

menos 25% de mulheres:

8.1.1. No Conselho de Administração;

8.1.2. No Conselho Fiscal;

8.1.3. No conjunto dos titulares de funções essenciais.

8.2. Em 2022, a CNBPE reavalia o regime fixado no número anterior e submete à

assembleia geral uma proposta de manutenção, alteração ou supressão do mesmo.

Relatório de seleção e short lists

8.3. No seu Relatório de Avaliação Inicial de dirigentes, a CNBPE identifica e recomenda

os candidatos a cargos dirigentes e avalia a composição dos mesmos,

nomeadamente em termos de diversidade.

8.4. As listas finais de candidatos para a designação de funções dirigentes devem

sempre incluir candidatos de ambos os géneros.

Meritocracia e não discriminação

8.5. A política remuneratória dos trabalhadores do BANCO POPULAR encontra-se

enformada por um princípio de reconhecimento do mérito e da responsabilidade

associada a cada função, sendo vedada, nomeadamente, a discriminação

remuneratória e de progressão de carreira com base no género.

Parentalidade ativa

8.6. Além do respeito pela legislação laboral em matéria de proteção de parentalidade, o

BANCO POPULAR promove uma política de organização do tempo de trabalho,

promotora de uma equilibrada conciliação da vida privada e profissional e do pleno

exercício da parentalidade.

Programas de acompanhamento de dirigentes

8.7. Com vista ao acompanhamento da execução da presente Política no que respeita à

diversidade de género, sob coordenação de um administrador designado pela

CNBPE, o BANCO POPULAR desenvolve um programa de acompanhamento das

dirigentes e das colaboradoras com elevado potencial do Banco.

9. Prevenção, comunicação e sanação de conflitos de interesses

9.1. A política de prevenção, comunicação e sanação de conflitos de interesses consta

de documento autónomo, também aprovado pela Assembleia Geral do BANCO

POPULAR e publicado no site do Banco.

10. Revisão da Política de seleção e avaliação

10.1. A CNBPE procederá, com periodicidade bianual, à revisão da presente Política

de Seleção e Avaliação, submetendo ao órgão de administração e fiscalização

recomendações para o respetivo aperfeiçoamento.

180

Relatório e Contas

10.2. Após receber o Relatório elaborado e apresentado pela CNBPE onde conste a

revisão da presente Política de Seleção e Avaliação referida no número anterior, o

órgão de administração aprovará as recomendações feitas pela CNBPE, ou

apresentará fundamentação para a sua recusa, identificando soluções alternativas,

caso tenham sido detetadas fragilidades, ou desatualização da Política, em relação

à lei aplicável, ou às recomendações da EBA, do Banco de Portugal e/ou da CMVM.

10.3. O órgão de administração deve submeter à Assembleia Geral do Banco, para

aprovação final, com periodicidade bianual, as recomendações fundamentadas para

o aperfeiçoamento da presente Política de Seleção e Avaliação.

11. Aprovação, entrada em vigor e alterações

11.1. A presente Política foi aprovada pela Assembleia Geral, entrando em vigor a

partir de 1 de Abril de 2015, podendo ser alterada por deliberação deste órgão.

12. Publicação

12.1. A presente Política é publicada no site do BANCO POPULAR.

181

Relatório e Contas

Certificação Legal de Contas Individuais

182

Relatório e Contas

183

Relatório e Contas

Relatório e Parecer do Conselho Fiscal

184

Relatório e Contas

185

Relatório e Contas

Declaração do Conselho Fiscal