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RELATÓRIO FINAL
PIBIC/CNPq/IBMEC-RJ
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome do(a) bolsista: Carlos Alberto Presa Rodrigues Ribeiro e Ribeiro
Nome do(a) orientador(a): Ricardo Basílio Weber
Curso: Relações Internacionais
Título do Projeto: Estudo do impacto da classe empresarial no processo de
institucionalização dos BRICS
Três palavras-chave: BRICS, Conselho Empresarial, Governança
Vigência: 01.08.2015 – 31.07.2016
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2. INTRODUÇÃO
Este trabalho procurou entender os processos que levarão à criação dos BRICS e
posterior institucionalização deste bloco. O aprofundamento das relações dos países
membros permitiu a participação de grupos pertencentes à sociedade civil, que foram o
foco principal de análise.
O surgimento dos BRICS se dá através de um fator exógeno, ou seja, não é
resultado de um procedimento premeditado de negociação entre as partes. Um relatório1
elaborado pela Goldman Sachs criou o acrônimo “BRIC” para denominar um conjunto
de países que apresentavam elevadas taxas de crescimento econômico no início da
primeira década do século XXI.
Até se iniciar um processo formal de integração entre os Estados envolvidos
alguns anos se passaram, com reuniões entre os chanceleres de Brasil, Rússia, Índia e
China. A crise de 2008 é o ponto de viragem nas relações entre estes países. A
capacidade revelada ao enfrentar os desafios criados pela recessão mundial por estes
Estados, reforçou a imagem de “economias emergentes”, criando uma imagem comum
a todos.
O cenário para se iniciar um movimento de contestação ao ordenamento mundial
estava criado, pois a gênese da crise estava em problemas criados pelas economias
ocidentais e desenvolvidas, nomeadamente Estados Unidos e União Europeia, sendo
que economias antes consideradas periféricas revelavam agora maior capacidade que as
tradicionais. Neste contexto se inicia um processo de maior integração entre os
membros dos BRIC.
De forma a legitimar as demandas das economias emergentes foi associado ao
grupo um quinto Estado, representante do continente africano, a África do Sul. Estariam
assim representadas as três regiões do globo que mais sofrem com o
subdesenvolvimento, África (África do Sul), Ásia (China, Índia) e América do Sul
(Brasil). O caso russo revela algumas particularidades que ultrapassam o escopo deste
trabalho e por isso serão de alguma forma negligenciadas.
O que se torna relevante analisar em todo este processo é o fato de que o
interesse que é responsável pela elevação do grau de institucionalização deste bloco é
gerado externamente, mas que ao mesmo tempo revelava pontos convergentes entre os
1 O'NEILL, J. Building Better Global Economic BRICs. Global Economics Papers, Londres, v. 66, p. 1-16, 30 Novembro 2001.
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países envolvidos e fazia diminuir os custos de transação inerentes à perseguição de
objetivos que eram ao mesmo tempo particulares e comuns.
Porém, existe uma aparente fragilidade nos alicerces que formam a base de
sustentação deste grupo. Em nenhum momento, durante o processo de integração, ficou
patente a existência de abertura para a constituição de um bloco em que a soberania e a
autonomia dos Estados envolvidos pudesse ser enfraquecida. Contudo algumas medidas
entretanto executadas revelam que um possível retrocesso acarretará elevados custos,
tanto econômicos, como de credibilidade. A criação do “Novo Banco de
Desenvolvimento”, também denominado “Banco dos BRICS” é um sinônimo dessa
realidade.
A defesa da necessidade de reformas do ordenamento mundial, nomeadamente
ao nível econômico, pauta o discurso diplomático das lideranças destes países há longo
tempo, e o BRICS permite reforçar essa narrativa e homogeneizar a liderança dos países
membros, pois todos eles representam lideranças regionais, que em conjunto fortalecem
esse papel, criando uma liderança global.
Entretanto a necessidade de legitimar este grupo dentro dos contextos
domésticos, e permitir aproximar os cidadãos ao bloco, foi iniciado um processo de
abertura a grupos sociais importantes e que facilitam um aprofundamento entre os
diversos setores constituintes de cada uma das realidades destes Estados. Aqui importa
mencionar que aquele que apresenta maior grau de institucionalização e participação é o
Conselho Empresarial dos BRICS. O impacto que este têm ainda é pouco mensurável,
pois se trata de um fenômeno recente, mas alguns indícios existem que apontam que a
classe empresarial possui capacidade para influenciar decisões políticas.
Além da relação próxima com os tomadores de decisão, existe um espaço para
desenvolver plataformas de entendimento entre os vários agentes econômicos que
reforcem o bloco, pois os ganhos que poderão advir dessa situação criarão dificuldades
numa conjuntura em que se pretende dissolver o grupo, tornando esse cenário
dependente exclusivamente da vontade política das lideranças governativas.
Apesar das inúmeras diferenças existentes entre os membros deste grupo, que se
apresentam em esferas tão diferenciadas como a social, a cultural, política e econômica,
a atual conjuntura permite que os objetivos compartilhados assumam maior
preponderância que os restantes. Existe um comunhão de interesses entre a classe
política e empresarial, pois os questionamentos à atual ordem econômica, e os
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resultados que daí poderão surgir, se materializariam em benefícios partilhados por
todos.
Posto isto, a lente teórica utilizada durante este estudo foi a governança global,
pois permite analisar as interações entre grupos sociais, Estados e sistema internacional.
Atrelado ao conceito de governança global temos o conceito de globalização, que
permite a inserção de agentes estatais que anteriormente se encontravam alijados das
dinâmicas do sistema internacional, bem como uma participação cada vez mais efetiva
da sociedade civil nas decisões políticas, constrangendo dessa forma as autoridades
governativas. A legitimidade de antigas estruturas passa a ser questionada e movimentos
que visam sua transformação são criados de forma a fortalecer demandas que entretanto
se encontravam reprimidas em função do isolamento a que muitos estavam sujeitos. O
conceito de autoridade sofre com esta nova conjuntura.
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3. JUSTIFICATIVA
Num contexto de instabilidade como o momento atual, cabe entender qual o
valor das organizações internacionais existentes, que são responsáveis por criar um
arcabouço normativo que se pretende ver respeitado por todos. Um dos problemas
associados a governança é sua limitação punitiva, ou seja, suas regras são aceites
voluntariamente, o que dificulta a criação de um padrão de comportamento por todos
respeitado. A atualidade é ainda marcada pela legitimidade que se confere a um Estado
de perseguir seus interesses particulares.
Se a arquitetura de normas criada carece de legitimidade, isso reforça seu
questionamento, mas também seu desrespeito, o que promove aquilo que em RI se
denomina de, ambiente anárquico. Há contudo uma ideia em todos presente, foi o atual
cenário que permitiu que vários países se desenvolvessem e criassem condições que
hoje lhes permitem questionar o ordenamento mundial, significa isto que o objetivo
principal é reformular a estrutura vigente e não criar uma nova ordem. Os BRICS são
exemplo paradigmático, pois apesar dos questionamentos, a ideia de que foi este mesmo
sistema que proporcionou ganhos relevantes está presente. Em função do aumento da
sua relevância destes no cenário internacional, estes demandam por alterações que
possam refletir esse novo quadro.
Numa conjuntura marcada pela globalização, a participação da sociedade civil é
cada vez mais central, pois sua capacidade de interferir foi ampliada. É esse contexto de
diminuição de poder das autoridades centrais dos Estados e da ausência de um governo
mundial que marca o atual momento. Segundo Rosenau temos:
(...) durante este período de mudança mundial rápida e ampla, as
constituições nacionais e os tratados têm sido prejudicados por:
exigências e maior coerência de subgrupos étnicos e de outra natureza,
globalização das economias, advento de movimentos sociais amplos,
redução das distâncias políticas causada pela tecnologia microeletrônica e
pelo florescimento das vínculos globais de interdependência devidos às
crises monetárias, poluição ambiental, terrorismo, tráfico de drogas, Aids
e muitos outros temas transnacionais constantes da agenda global. Essas
dinâmicas centralizadoras e descentralizadoras têm minado as
constituições nacionais e os tratados, pois contribuem para
deslocamentos dos centros de autoridade. (ROSENAU, 2000, p. 14)
Assim temos que a legitimidade de uma autoridade não se concretiza hoje
somente pela capacidade que tem de exercer a força.
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O ordenamento mundial do pós Segunda Guerra Mundial foi marcado pela
disputa de duas ideias concorrentes, através de duas lideranças (Estados Unidos e União
Soviética) que transformaram um mundo num teatro de disputas ideológicas. O fim da
Guerra Fria significa a vitória ideológica do capitalismo sobre o socialismo, e torna a
primeira quase universal. As instituições criadas nesse período, nomeadamente o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM) são reflexo dessas ideias,
porém também apresentam nos dias de hoje estruturas que são anacrônicas, pois não são
representativas do novo cenário econômico. A legitimidade destas se vê assim afetada.
Os BRICS, como representantes máximos das novas economias emergentes,
encontram aqui o espaço necessário para defender seus objetivos. A liderança ocidental
tem hoje que lidar com a presença de novos atores e dessa forma ver sua autoridade
enfraquecida.
Existem porém interesses concorrentes entre as economias emergentes que
poderão impactar na capacidade destes, e fundamentalmente nos BRICS, de pleitear por
reformas. A participação da sociedade civil poderá ser essencial, pois existe por parte
desta maior capacidade de construção de sinergias, pois grupos específicos dentro da
sociedade civil têm maior facilidade em definir interesses comuns, suas agendas são
mais limitadas, permitindo encontrar pontos de convergência com mais agilidade e mais
duradouros no tempo.
A importância do Conselho Empresarial se dá neste contexto. Os interesses deste
grupo específico ultrapassa as fronteiras do Estado, e dada a sua importância doméstica,
lhes confere capacidade de exercer pressão junto das autoridade governativas.
Analisar o funcionamento do bloco, a sua narrativa e a sua agenda é essencial
para entender qual seu futuro, mas também compreender o real papel deste conselho no
seio do BRICS, e do BRICS no cenário internacional.
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4. OBJETIVOS
O objetivo específicos deste trabalho era investigar os documentos oficiais
elaborados nas reuniões de cúpula dos BRICS, bem como os relatórios consultivos
criados pelo Conselho Empresarial dos BRICS, de forma a entender a relação entre
estes dois organismos. Relacionar estes documentos permite aferir qual o grau de
participação do conselho dentro deste bloco.
Identificar e caracterizar as principais medidas tomadas por este grupo, de forma
a entender qual a sua agenda e quais seus interesses. Dada a heterogeneidade deste
bloco, esse trabalho foi essencial para compreender quais as bases que o sustentam. A
distinção de alguns objetivos particulares também se revelou importante, nomeadamente
no caso da China, pois esta pode encarar o BRICS como uma plataforma para ampliar
seu poder ao nível global.
Como objetivo geral se pretendeu discutir qual o papel deste novo organismo no
cenário internacional. A demanda por reformas pelo BRICS defendida, não tem como
missão criar um ordem mais equitativa, mas sim, persegue o objetivo de alterar
organizações internacionais de forma a que estas confiram mais poder a estes Estados.
Assim, sua capacidade de influenciar as decisões que impactam no sistema internacional
seria reforçada, com a ambição de ampliar seus ganhos e reduzir seus custos de
transação.
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5. REVISÃO DE LITERATURA
De forma a ilustrar o que de relevante se recolheu acerca das reuniões de cúpula
se apresenta a seguinte tabela:
Cúpulas dos BRICS
Cúpulas/Ano
Local País Descrição
I / 2009
Ecaterimburgo Rússia
A crise de 2008 marcou os debates. A atuação do G-20
e a reforma das instituições financeiras internacionais
foram temas centrais.
II / 2010
Brasília Brasil
Cimentou a concertação política entre os Estados e
criou iniciativas que visavam aprofundar a cooperação
entre os membros dos BRICs.
III / 2011
Sanya China
Marcada pela oficialização da entrada da África do Sul
como membro do grupo, dada sua relevância no
continente africano.
IV / 2012
Nova Délhi Índia
Lançamento das bases para a criação do “Banco
BRICS”. São assinados acordos entre os Bancos de
Desenvolvimentos dos países membros.
V / 2013
Durban
África do
Sul
Início das negociações para constituição do Arranjo
Contingente de Reservas. Aprovação do relatório para
criação do “Banco BRICS”.
VI / 2014
Fortaleza Brasil
Acordos constitutivos do Novo Banco de
Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de
Reservas foram assinados. Início do 2º ciclo de
reuniões do BRICS.
VII / 2015
Ufá Rússia
Ratificação dos acordos assinados na Cúpula de 2014.
Aprovação de roteiro para intensificação, diversificação
e aprofundamento das trocas comerciais.
Fonte: ITAMARATY. Elaboração própria.
O estudo dos documentos elaborados após as reuniões de cúpula permitiu
entender quais os principais objetivos deste grupo, mas também entender que em
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momento algum está presente a ideia de criar um mecanismo que resulte num
enfraquecimento da soberania e autonomia dos Estados membros. Em função de
acontecimentos como a crise de 2008, foram dados passos no sentido de aprofundar o
grau de institucionalização do bloco, de forma a conferir a este maior legitimidade no
sistema internacional.
A análise dos relatórios executados pelo Conselho Empresarial permite entender
que existem pontos de convergência entre as lideranças governativas e esta classe
específica. Além das questões mais específicas, relacionadas com o objetivo de ampliar
a integração econômica entre estes países, existe um outro ponto que importa discutir.
A participação deste grupo permite reduzir os custos de transação e agilizar os
processos de aprofundamento de relações interestatais. No entanto estamos perante um
setor da sociedade que possui uma capacidade de influência considerável junto da
administração pública.
De forma a tornar esta ideia mais clara, temos que:
Uma empresa pode desempenhar competências acrescidas dentro da sua
hierarquia interna (e crescer) ou utilizar o mercado (subcontratar outras
empresas) para as realizar. Há custos de o fazer internamente (usar a sua
estrutura hierárquica) e há custos de utilizar o mercado. Uma empresa
existe pois os custos de determinadas transações são mais baratos no seio
de uma hierarquia do que através do mercado e cresce (e integra) novas
atividades até ao ponto em que essa regra é válida. A partir do momento
em que se torna mais barato subcontratar ou adquirir no mercado, do que
produzir internamente a empresa fá-lo. Essa opção tem pois a ver com
custos de transação. (PEREIRA, p. 22)
Aqui poderemos entender a importância dos custos de transação, enquanto
mecanismo facilitador da perseguição de determinados interesses.
Para compreender a forma como este está presente quando em causa estão
agentes públicos e privados, segue a explicação:
Fazendo um paralelismo com o Estado e as suas funções tradicionais, vemos
que certas competências são desempenhadas pela administração direta do
Estado, outras por um conjunto de entes públicos (institutos públicos,
associações públicas) com relativa autonomia, outras ainda por comissões
mistas onde participam membros da administração e dos interesses organizados
( a chamada administração consultiva) e por fim entidades mistas ou privadas a
quem são atribuídos alguns poderes públicos.
A análise das funções que permanecem na administração e as que são delegadas
em outras estruturas hierárquicas, sejam elas públicas ou privadas, depende de
um conjunto de fatores que por vezes se consideram incluídos no conceito de
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custos de transação. Associada a uma transação, no mercado de bens ou no
“mercado” político, existem contratos explícitos ou implícitos aos quais estão
associados um conjunto de custos, de obtenção de informação, de negociação,
de elaboração do contrato, de monitorização, de assegurar a implementação dos
termos do contrato, etc. (PEREIRA, p. 22,23)
A relevância do Conselho Empresarial se dá neste contexto, sendo reforçada por
um contexto histórico em que determinadas elites sempre foram agentes influenciadores
de políticas públicas nestes Estados.
O estudo de vários artigos acadêmicos foi realizada com a missão de
compreender qual a importância deste grupo de países e quais seus possíveis futuros
enquanto agente no cenário internacional. Dado que existe um demanda clara por
reformas das instituições financeiras mundiais, vários são os trabalhos que versam sobre
o tema, mas que variam em suas conclusões, muito em função do momento em que
foram elaborados. Os documentos mais recentes tendem a esvaziar este bloco, resultado
de dificuldades que alguns de seus membros atravessam no momento.
Os documentos principais investigados neste trabalho são:
V Cúpula – Declaração e Plano de Ação (BRICS, 2013);
VI Cúpula – Declaração e Plano de Ação (BRICS, 2014);
VII Cúpula – Declaração (BRICS, 2015);
VII Cúpula – Plano de Ação (BRICS, 2015);
Relatório Anual 2013/2014 (BRICS BUSINESS COUNCIL, 2014);
Relatório Anual 2015/2016 (BRICS BUSINESS COUNCIL, 2015).
A construção do argumento se baseia na análise das informações que constavam
nestes documentos.
A crise de 2008 é um ponto fundamental para entender todo o processo que deu
origem aos BRICS e compreender por que seus membros se associaram e iniciaram um
movimento de maior institucionalização, que até então não parecia estar no horizonte
destes Estados. Foi este momento econômico que fortaleceu o poder econômico destes
países. Se em função do crescimento econômico por estes apresentados sua relevância
se ampliou, foi a capacidade e agilidade demonstrada na resposta aos desafios
apresentados por esta crise, ao contrário das tradicionais potenciais ocidentais, que fez
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aumentar a legitimidade de sua principal demanda, a reforma das instituições
internacionais, principalmente as agências financeiras.
Como conclusão ficam as principais interrogações presentes ao longo do
trabalho:
1. Qual o impacto da participação do Conselho Empresarial dos BRICS no
processo de institucionalização do bloco?;
2. A defesa por reformas tem como objetivo a criação de um sistema mais
equitativo ou reflete os interesses particulares dos membros deste bloco?;
3. Pretendem estes países a total transformação das instituições internacionais ou
apenas sua reformulação?.
A construção do argumento visou dar respostas a estas questões.
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6. METODOLOGIA UTILIZADA
O método utilizado se centrou na análise documental e classificação de
informações consideradas importantes para construção de um argumento que desse
resposta às hipóteses levantadas. A análise empírica foi essencial para poder comparar
os documentos elaborados pelos mais diferentes órgãos e posteriores comparações.
Como fontes primárias de informação temos os relatórios gerados pelo Conselho
Empresarial e os documentos oficiais elaborados após as reuniões de cúpula dos
BRICS.
As fontes secundárias foram artigos acadêmicos, literatura sobre os BRICS e
artigos de jornais, que permitiram a recolha de informações que auxiliaram na
compreensão das dinâmicas destas organizações e de que forma se posicionam e se
influenciam mutuamente.
Dado que se trata de um tema recente, o método utilizado foi o indutivo, que
permite a construção de uma “verdade geral”. A observação das ações e documentos dos
BRICS e do Conselho Empresarial permitiu tratar a problemática em causa, porém
sujeita no futuro a novos questionamentos e diferentes conclusões.
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7. ANÁLISE DOS RESULTADOS ALCANÇADOS
O primeiro passo deste trabalho foi recolher informações que permitissem
compreender quais os pontos de convergência e concorrentes entre os Estados membros
dos BRICS.
O que chamou atenção dos analistas da Goldman Sachs num primeiro momento
foram as taxas de crescimento elevadas e a partilha de algumas características, que estão
aqui resumidas (REIS, 2013):
Área territorial acima dos dois milhões de quilômetros quadrados;
População acima dos 100 milhões de pessoas;
PIB nominal acima de US$ 1 trilhão.
Além de Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC), só os Estado Unidos partilham
estas particularidades.
Em seguida foram mapeados os principais pontos que facilitam e dificultam a
relação entre os BRICS (RADULESCU, PANAIT e VOICA, 2014):
Brasil e Rússia são ricos em recursos naturais;
Brasil têm elevada vantagem comparativa na produção agrícola;
China é o maior consumidor de recursos a nível mundial;
A China tem como linhas mestras de sua política econômica a exportação
de manufaturados e o investimento externo;
China como segundo maior recetor de investimento estrangeiro direto;
A Índia tem na exportação de serviços seu setor mais importante;
China e Rússia, ao contrário de Brasil e Índia, tem superávit no comércio
de bens;
Índia é o único dos BRICs a ter superávit no setor de serviços;
A Índia apresenta atraso estrutural em termos de desenvolvimento;
Todos precisam investir em tecnologia e inovação, setores onde se pode
estabelecer forte cooperação;
Todos os países dos BRICS são parceiros estratégicos para a China;
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Apesar de ainda limitado, as taxas de investimento intrabloco apresentam
crescimentos percentuais superiores quando comparadas na relação
BRICS/Outros Estados;
Enorme potencial de cooperação em setores como: comércio,
investimentos, financiamento de infraestruturas, transporte, energia,
segurança alimentar, pesquisa e desenvolvimento (R&D), diplomacia,
etc;
A China e Rússia são atores extremamente relevantes na arena
internacional, sendo membros permanentes do Conselho de Seguranças
das Nações Unidas;
Rússia é um agente chave em termos de segurança energética;
Enorme potencial do mercado consumidor chinês e indiano;
Brasil e Índia buscam por maior protagonismo no sistema internacional e
China e Rússia apoiam algumas dessas demandas;
Em comparação com os países desenvolvidos, os BRICS revelam ainda
níveis baixos de desenvolvimento humano, facilidade de realização de
negócios e tecnologias de informação;
Brasil, Índia e Rússia têm economias sustentadas na demanda interna,
essencialmente através do consumo;
Os BRIC possuem estruturas econômicas desequilibradas e com uma
participação do setor privado muito inferior aos países desenvolvidos. O
setor primário é a base de suas economias, que são muito dependentes
dos mercados externos;
Baixo nível de competitividade apresentado pelos BRICs.
Após este trabalho, e porque apresentava características distintas dos restantes
membros, foi investigada a entrada da África do Sul para o grupo. As ambições dos
BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) não se encerram na concretização de reformas das
instituições internacionais, estes possuem interesse não manifestado de ampliar suas
esferas de influência e a entrada deste país africano é paradigmático nesse sentido. A
economia sul-africana não é neste momento a maior do seu continente, no entanto
possui um grau de estabilidade política e econômica, quando comparada com seus
parceiros africanos, que a coloca como liderança regional. Desta forma, este país pode
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ser encarado como uma excelente “porta de entrada” numa região com enorme potencial
e que segundo estudos recentes apresenta a maior capacidade de crescimento para os
próximos anos.
O passo seguinte foi analisar os documentos oficiais resultantes das cúpulas e os
relatórios elaborados pelo Conselho Empresarial. Em seguida foram comparadas ideias
apresentadas pelo conselho e medidas, ou propostas de medidas, anunciadas nas
Cúpulas dos BRICS. A criação do “Banco dos BRICS” é a ação que apresenta maiores
sinais de proximidade de ideias entre conselho e decisores políticos que participam das
reuniões de cúpula. Dado que tratamos de um tema recente, este é um dado de suma
importância, pois a criação de uma nova instituição financeira global abala a tradicional
liderança ocidental, bem como demonstra as reais intenções por parte deste bloco de
promover alterações no ordenamento internacional.
Com o intuito de demonstrar a proximidade de posições entre BRICS e
Conselho Empresarial, foi efetuada um análise comparativa entre os termos mais
relevantes dos documentos elaborados por estas entidades.
BRICS
V Cúpula
(2013)
VI Cúpula
(2014)
VII Cúpula
(2015) Total
Energia 3 8 13 24
Infraestrutura 16 4 5 25
Desenvolvimento Sustentável 11 23 14 48
Moedas 2 0 3 5
Sistema Financeiro 0 0 1 1
Comércio 5 11 20 36
Investimento 9 7 18 34
África 24 16 10 50
Fonte: BRICS. Elaboração própria.
Conselho Empresarial 1º Relatório 2º Relatório Total
Energia 50 105 155
Infraestrutura 84 105 189
Desenvolvimento Sustentável 3 19 22
Moedas 7 14 21
Sistema Financeiro 0 0 0
Comércio 82 117 199
Investimento 91 160 251
África 130 81 211
Fonte: BRICS. Elaboração própria.
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Conceitos como “África”, “Investimento” e “Comércio” são dos mais
mencionados, não sendo desprezível as referências a “Energia” e “Infraestrutura”.
A menção ao continente africano parece ser a concretização de um objetivo
anteriormente mencionado de ampliar a participação dos BRIC neste continente.
Investimento e comércio são conceitos tradicionalmente associados à classe empresarial
e que parecem ter respaldo junto dos administradores públicos que participam das
reuniões deste grupo, revelando proximidade de posições.
“Desenvolvimento Sustentável” e “Sistema Financeiro”, tão presentes na
narrativa dos BRICS, parecem não encontrar respaldo no Conselho Empresarial. Aqui
podemos inferir que a utilização destes termos confere legitimidade internacional ao
discurso diplomático do bloco, mas atendendo à forma como estes atuam doméstica e
internacionalmente, permite questionamentos quanto às reais intenções da presença
destes conceitos em sua agenda.
A criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) terá como objetivo futuro
a ampliação de seus empréstimos a economias subdesenvolvidas, mas atendendo a que
seu maior financiador será a China, uma questão pode ser levantada. Não poderá a
China desejar instrumentalizar este novo organismo, e consequentemente o bloco, na
perseguição de seus objetivos particulares. O que é concreto é a diminuição de custos, a
diluição de sua imagem negativa e o aumento da credibilidade quando inserido numa
organização como o BRICS, pelo menos cria a ilusão de que há abertura por parte da
China de participar em fóruns internacionais. Porém é relevante fazer referência que os
quatro primeiros projetos aprovados pelo NBD estão relacionados com energias
renováveis, tecnologia na qual os chineses são lideres mundiais. Em segundo plano
ficaram importantes projetos de infraestrutura, de que Brasil e Índia são carenciados, e
que tinham o Banco dos BRICS como principal impulsionador.
É necessário esperar que novas medidas sejam concretizadas para que uma
conclusão mais clara possa ser elaborada, contudo os indícios apontam para uma
liderança chinesa dentro de um bloco que se pretende equitativo.
Em relação aos mecanismos de governança global, este grupo pretende ver sua
posição reforçada face aos países desenvolvidos, com ganhos para cada um de seus
membros, e que resultariam no fortalecimento de suas lideranças regionais. Quanto ao
futuro do bloco, alguns passos importantes foram dados, nomeadamente a criação do
Novo Banco de Desenvolvimento, e seu retrocesso representaria um forte dano na
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imagem destes países, enquanto elementos capazes de concretizar transformações que
muitos pretendem ver concretizadas.
O futuro do BRICS está dependente dos desenvolvimentos que entretanto
ocorrerão. A partilha de um objetivo comum, a de reordenar o sistema internacional e
suas instituições de governança, é interesse em que todos parecem dispostos a investir.
E a participação e cada vez maior integração das comunidades econômicas destes países
será um elemento importante para a sustentação deste grupo.
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LOCAL: Rio de Janeiro
DATA: 28 de julho de 2016
ASSINATURA DO(A) BOLSISTA:
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ASSINATURA DO(A) PROFESSOR(A) ORIENTADOR(A):
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ASSINATURA DO(A) ORIENTADOR(A):
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