Relatório Viagem Pionner - Farm Progress Show - EUA - 2010

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Acreúna, 12 de setembro de 2010 Relatório da Viagem aos EUA com visitas técnicas organizadas pela Pioneer Sementes, inclusive Farm Progress Show 2010 (período 26/08 a 04/09/2010) Fui parte integrante do Grupo 2 (de um total de 6 grupos) organizados pela Pioneer Sementes que visava a visita da sede da Pioneer nos EUA bem como o Farm Progress Show 2010 e outras visitas técnicas. Também foram componentes do grupo várias pessoas de Paraúna e Acreúna, alguns de Santa Helena, Itumbiara, Turvelândia, etc., mas também outros de SC e RS. Saímos de São Paulo em 26/ago com escala em Chicago, e seguimos para cidade de West Des Moines-IA (estado de Iowa, cuja capital é Des Moines) a aproximadamente 550km de Chicago-IL (estado de Illinois, cuja capital é Springfield). Essa região no Centro- Nordeste dos EUA é o conhecido Corn Belt, onde os estados visitados são os principais produtores de milho do país. Página 1 de 54

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Acreúna, 12 de setembro de 2010

Relatório da Viagem aos EUA com visitas técnicas organizadas pela Pioneer Sementes, inclusive Farm Progress Show 2010 (período 26/08

a 04/09/2010)

Fui parte integrante do Grupo 2 (de um total de 6 grupos) organizados pela Pioneer Sementes que visava a visita da sede da Pioneer nos EUA bem como o Farm Progress Show 2010 e outras visitas técnicas. Também foram componentes do grupo várias pessoas de Paraúna e Acreúna, alguns de Santa Helena, Itumbiara, Turvelândia, etc., mas também outros de SC e RS.

Saímos de São Paulo em 26/ago com escala em Chicago, e seguimos para cidade de West Des Moines-IA (estado de Iowa, cuja capital é Des Moines) a aproximadamente 550km de Chicago-IL (estado de Illinois, cuja capital é Springfield). Essa região no Centro-Nordeste dos EUA é o conhecido Corn Belt, onde os estados visitados são os principais produtores de milho do país.

No dia 27/08 chegamos ao hotel Sheraton West Des Moines já em horário de almoço, e na parte da tarde seguimos uma programação de compras.

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Em 28/08, fizemos uma visita a uma fazenda de produção de milho e soja, localizada em Maxwell-IA próxima de Des Moines, onde fomos recebidos pelos proprietários e 1 dos filhos do casal que são as pessoas responsáveis também por toda a parte operacional agrícola. São eles mesmos que fazem todas as operações em 3000 acres (x0,4 = 1.200 hectares). A mulher também é representante Pioneer na região e ainda representa uma marca de GPS agrícola, possuindo uma renda além da agricultura com essas duas atividades, ficando mais envolvida com compra e venda de produtos e portanto mais no escritório. Já o marido e o filho são os responsáveis diretos por todas as operações agrícolas, mas o filho está na faculdade cursando agronomia (não é período integral). O plantio ocorre em abril após período de neve e a colheita no fim de setembro. Tem precipitação anual média de 15 polegadas (x2,54 = 381mm) de chuva, mas a neve contribui muito com a água sendo cerca de 20 a 25 polegadas (x2,54 = 508 a 635mm), o que totaliza aproximadamente 900mm/ano. Esse ano tiveram excesso, pois só de chuva foram 45in (x2,54 = 1143mm) de chuva, o que ocasionou perda de áreas mais baixas e úmidas. Quanto ao manejo em soja, faz em média apenas ½ fungicida, ou seja 1 aplicação em aproximadamente metade da área, em razão de doenças de final de ciclo, pois não tem ferrugem asiática na região devido ao clima de extremo frio no inverno. Faz além disso 2 herbicidas (1 dessecação e 1 pós emergente – normalmente roundup), e 1 inseticida para percevejo. De insetos importantes tem o percevejo e vaquinha (praga de solo na forma larval principalmente). Tem também muito nematóide, mas esse é cuidado apenas com genética e variedades. Tem produtividade média de 50 bushels/acre de soja (x27,2 e x2,47 e ÷60 = 55,99sc/ha = 3,36ton/ha). Dizem que tem custo de $200,00/ha de soja, que com dólar de 1,80 seria R$360,00/ha; mas detalhou-se os componentes do custo.

Com milho, tem rendimento médio de 180 bushels/acre (x25,4 e x2,47 e ÷60 = 188,21sc/há = 11,3ton/ha). Disseram que a meta é lucro de $200,00/acre, mas que tem conseguido efetivamente nos últimos anos $120,00/acre (x1,80 e x2,47 = R$533,52/ha). Eles têm seguro agrícola contra catástrofes naturais de qualquer grandeza, pois o governo paga um

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mínimo caso não produzam. Tem silo próprio na fazenda, mas não o suficiente para armazenar tudo, portanto trabalham com cooperativa também, onde também fazem a compra de insumos em grupo; não conseguem preços diferenciados por isso, mas conseguem assistência técnica de qualidade. Normalmente comercializam antecipadamente todo o volume de produção que são incapazes de armazenar em silos próprios, pois consideram o custo de armazenagem fora muito caro. No dia da visita estavam com vendas feitas a preços de $3,70/bushel milho (x1,8 e ÷25,4 e x60 = R$15,73/sc) e $10,00/bushel soja (x1,80 e ÷27,2 e x60 = R$39,70/sc). Não tem nenhuma informação do solo nem dos fertilizantes, só sabem que gastam cerca de $30,00/acre com soja (x1,8 e x2,47 = R$133,38/ha) e aprox $50,00/acre com milho (R$222,30/ha). Operacionalmente aplicam apenas um pouco de N no milho, pois os demais nutrientes a empresa de quem compram fertilizantes (tudo líquido), entrega aplicado.

Por ser representante Pioneer tem uma UTS (Unidade de Tratamento de Sementes) na fazenda onde trata semente deles e de clientes, com tudo controlado eletronicamente e com capacidade de produção de 50 sacos de 25kg / 30seg. Possuem também uma colhedora John Deere STS 9770 que custou $200.000,00 na garganta + $110.000,00 a plataforma de milho 12 linhas de 50cm (Já existe a STS9870, que custa $325.000 na garganta). Tem financiamento por 5 anos (não faz por período maior pois trocam de máquinas com no máximo 5 anos). Os secadores na fazenda têm capacidade de 500 a 1000 bushel/hora (x25,4 = 12.700 a 25.400 Kg/h) de secagem. Colhem milho com 20 a 25% de umidade e secam para armazenar com 15% a menos. Já a soja, colhem à partir de 30% de umidade, mas é muito comum estarem com até 9% quando colhem. O milho é plantado normalmente com população média de 62.000 plantas/ha, mas há áreas de 55 a 78.000 plantas/há. O espaçamento de ambas as culturas é de 30in (x2,54 = 76,2cm), pois não tem tempo nem mão de obra disponíveis para mudar de milho para soja, mas afirmaram ser também comum plantarem soja a lanço (o que ela acha interessante com relação à controle de ervas daninhas) ou em espaçamento de 8in (x2,54 =

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20,3cm). Comentaram que usam cerca de 180 a 200 Lb/acre de N no milho (x0,45359 e x2,47 = 224kg/ha).

Eles são agricultores considerados médio/grandes, e na região um grande normalmente tem 5000acres (÷2,47 = 2.024ha). Trabalham na média 15 horas por dia e disse que já chegou a plantar 400 acres em um dia (161,94ha) com apenas uma plantadeira de 24 linhas de 76cm (isso não é média), mas disse que tem GPS e Piloto Automático em todas as máquinas; comentou até que almoça na própria máquina enquanto ela continua na operação de plantio!!!

Consideram que para viverem da agricultura nos EUA com qualidade de vida precisa-se de no mínimo 1000 acres por família (404ha) e a esposa ainda tem que trabalhar em alguma empresa para ter rendimentos mensais fixos e principalmente plano de saúde empresarial para família.

OBS 1.: Comentou que é muito comum vender semente tratada em Big-Bag, pois atualmente não há mais plantadeiras modernas com caixa individual de semente por carrinho, e sim caixa central, o que facilita a automatização das operações de reabastecimento de semente.

OBS 2.: Preço de terra nessa região é em torno de $5000/acre (x1,80 e x2,47 = R$22.000,00/ha), mas houve venda de até $7000/acre (R$31.122,00/ha).

OBS 3.: Máquinas apresentadas para condução dessa área:

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Máquinas e equipamentos da família

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Máquinas e equipamentos da família

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OBS 4.: Fotos da proprietária e representante Pioneer em seu “show room” de materiais (detalhes do milho e solo):

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Padrão de espiga e solo da região

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Grão profundo e sabugo fino

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2 tratores de esteira Challenger, 1 trator de esteiras John Deere, 1 pulverizador autopropelido, 1 pulverizador de 3º ponto muito grande para uso com o trator John Deere, bazuca de esteira, 2 grades niveladoras para preparo de solo, 2 tratores de pequeno porte (aprox. 75cv), 2 colhedoras STS modelos 9770 e 9870, carreta “moega” para transporte de grãos, entre outros (maior parte dos equipamentos são dos pais da mulher, que uniram as áreas para uma só administração).

No dia 30/08, passamos o dia em visita à sede da Pioneer Hi-Bred International Incorporated, visitamos algumas instalações de laboratórios e estufas de desenvolvimento de plantas, onde recebemos explicações dos novos métodos de transferência de genes bem como os avanços da tecnologia de estudo de características e transferência de genes com uso de marcadores moleculares, que permitem encontrar com mais precisão o gene de interesse e também o “corte” mais preciso para uso em transgenia.

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Área de soja na sede da Pioneer

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Além disso, ainda nos foi mostrado um FAST CORN (“milho rápido”), que além de ter sido desenvolvido para ter ciclo curto, completo e rápido, ainda é submetido a um microclima de estufa com luz artificial que possibilita maior velocidade de desenvolvimento; é usado para conferência do resultado de transgenia na prática em maior velocidade que em híbridos convencionais, para ganhar tempo na pesquisa e liberação de novos materiais. Vimos também em campo (pois já é de uso comercial na região) os milhos com evento triplo de transgenia que são os resistentes a spodoptera, vaquinha (larva na raiz) e roundup; além dos avanços das pesquisas do milho visando aumento de produtividade; resistência a antracnose; outro resistente à seca (mais destinado ao mercados do sul dos EUA, Brasil e África) e ainda alguma pesquisa com relação a menor necessidade de nitrogênio.

Com relação à soja, foi apresentada a soja BT, resistente a lagarta da soja e tricoplusia, que está tecnicamente liberada pela Pioneer e aguardando aprovação legal para comercialização, embora no “Corn Belt” não seja um problema essa praga. Certamente seria uma tecnologia muito interessante para o Brasil!!!

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À tarde tivemos uma palestra com um consultor de mercado, Sr. Terry Jones, que também é produtor de grãos na Lagoa da Confusão-TO (150km ao norte de Gurupi-TO), que deu ênfase aos meios eletrônicos de acompanhamento de preços diretos (“monthly corn” – milho mensal) e indiretos (outros índices como barril de petróleo, energia, metais, “Dow Jones Index”, “Nasdaq Index” etc...) para possibilitar a visualização de tendência de deslocamentos de investimentos de outras áreas da economia para as commodities agrícolas, possibilitando negociações de mercados futuros com melhores preços e fazendo “hedge” de produção em momento melhor. Disse dessa importância de acompanhamento generalizado, pois atualmente no mercado há mais especuladores que “hedgers”, portanto o mercado se movimenta muito em razão de riscos possíveis em qualquer área do mercado, o que desloca imediatamente os investimentos de especuladores para diferentes áreas. Foi o que aconteceu com o preço da soja no último mês, que subiu um pouco em razão dos excessos de chuva no “corn belt” e ficaram com medo de faltar soja no mercado (mesmo com a expectativa de que a perda tenha sido mínima).

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Comparação soja BT e soja convencional

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Recomendou ao produtor que não tenha costume com mercado futuro de commodities, que faça “hedge” de pelo menos 10 a 15% da produção prevista, minimizando seus riscos. Também fez colocações sobre o estoque de passagem de milho e soja, se referindo ao primeiro como muito baixo (portanto uma melhor expectativa econômica para próxima safra) e ao segundo como normal.

Apresentou uma planilha de custos comparando a lucratividade americana ($135,63/ha) com a lucratividade brasileira ($213,00/ha) em soja (imagem abaixo), que gerou boas discussões, alterações e simulações, e recomendou que fizéssemos esse comparativo detalhado em casa, pois o valor deles é bem representativo e real e o nosso foi estimado.

Comentou enfatizando que devemos voltar o máximo de atenção possível aos nossos custos, uma vez que quando se trabalha na produção de commodities, não se tem controle algum sobre preços e nem em

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diferencial de produto, estando seu lucro diretamente relacionado ao custo de produção.

Finalizou a apresentação dizendo que para definição de plantio, usa um número resultante da divisão do preço da soja futura de novembro pelo preço do milho futuro de dezembro e se esse valor for maior ou igual a 2,5 opta por maioria soja na orientação de seus consultados.

Na sequência tivemos um bate-papo com o Diretor Regional da Pioneer para América Latina e África (o brasileiro e produtor de grãos no TO Sr. Daniel Glat), que se dedicou em fazer alguns paralelos da produção americana com a brasileira, mostrando a grande diferença de infra-estrutura em favor dos americanos; mas a mensagem final que quis deixar é de que nosso “lobbie” político em defesa do agronegócio é muito ruim, e que esse é talvez o maior diferencial do Brasil para os EUA, pois eles tem subsídios e outros benefícios em razão de sua força política e organização social, e ele disse: “...enquanto nós só somos capazes de organizar tratoraços quando já estamos falidos, e ainda por cima quando chegamos em Brasília temos 4 lideranças diferentes disputando quem entrega a carta ao presidente primeiro...” “isso que é unificação de forças?!?!”. Comentou ainda que em razão dessa força da classe agrícola americana, se achamos o subsídio americano alto (apróx. $12bi/ano nos últimos 3 anos), devíamos saber que o programa assistencialista americano (o “bolsa família” dos americanos) também foi definido pelos representantes da agricultura americana (a mesma bancada que defende o subsídio) e é muito maior que o subsídio (aprox. $78bi em 2009) e que como é sabido, dinheiro para classe necessitada vai diretamente para comida (carnes) e indiretamente afeta o consumo de milho, soja, e outros produtos agrícolas (gráfico abaixo). Outra luta conquistada é o percentual de etanol na gasolina americana, que ainda é muito pequeno mas que pretende chegar a 10% em 2015, e portanto demandará muito milho. Também informou que o governo dos EUA pagam cerca de $50,00/acre para área que o produtor designar para conservação de mananciais.

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Em 31/08, visitamos a 58ª Farm Progress Show na cidade de Boone-IA, onde ocorre durante 3 dias a feira pela 2ª vez (1ª em 2008) e passará a revezar bienalmente entre Boone-IA e Decatu-IL, sendo desde 2008 permanente e alternada entre esses dois locais por 20 anos. São 600 acres (243ha) de área com estacionamento, área de stands e área de demonstrações. Não difere muito da Agrishow de Ribeirão Preto-SP com relação ao tamanho da área de stands, as vias não são pavimentadas e banheiros são químicos (com a feira em local fixo por longo período, pretende-se pavimentar e fazer banheiros de qualidade, bem como áreas de lanche). A feira é marcada por visitantes predominantemente mais velhos, há muitos meios auxiliares de locomoção (como carrinhos de “golf” e quadricíclos) e nesse primeiro dia, mesmo com um pouco de chuva a feira estava muito cheia de visitantes. Os stands principais eram das conhecidas multinacionais MONSANTO, JOHN DEERE, PIONEER, ADM, CHEVROLET, CASE, DOW AGROSCIENCES, GOOD YEAR, FIRESTONE, SYNGENTA, TRIMBLE, YAMAHA, AGCO / Massey Fergusson, FORD, MAHINDRA, CLAAS, DEKALB (nos EUA também conhecida como Asgrow), BAYER, TeeJet e NEW HOLLAND, além de

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outros notadamente de grande importância, mas não de conhecimento no Brasil como KUBOTA, TITAN, SALFORD, KRAUSE, LANDOLL, HAGIE, AgGrowth, AgriGold Hybrids, UNVERFERTH, BÜHLER, Iowa State University, McCormic, SUKUP, etc.

Em geral os equipamentos são muito grandes e a tecnologia GPS e piloto automático estão de fato integradas aos equipamentos. Também a eletrônica embarcada nas máquinas para monitoramento de parâmetros da máquina e da qualidade operacional estão comuns. Abaixo estão algumas fotos da feira.

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Stand Pioneer na Farm Progress Show 2010

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Colhedoras e plataformas – vários fabricantes

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Maior plataforma de milho do mundo (24 linhas de 50cm)

Maior plataforma de soja do mundo (45 pés = 13,71m)

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Roçadeira de 12mChorumeira de 14m

Trator conceito da New Holland movido a HIDROGÊNIO

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Tratores e equipamentos diversos

Tratores e equipamentos diversos

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Tratores e equipamentos diversos

Tratores e equipamentos diversos

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Tratores e equipamentos diversos

Tratores e equipamentos diversos

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Tratores e equipamentos diversos

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Maior Trator do mundo – motor V16 diesel DETROIT de 1000cv

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Também na feira tivemos palestra do Sr. Kip Cullers (campeão em produtividade de soja e milho no campeonato mundial) com valor de 145sc/ha de soja e 333sc/ha de milho em 40 acres cada um (16,19ha). Planta 3.645ha de milho com produtividade média de 15ton/ha (250sc/ha) e 240ha de soja com produtividade média de 6,7ton/ha (112sc/ha), na cidade de Purdy no estado de Missouri (próximo à fronteira dos estados de Kansas, Oklahoma e Arkansas). Tem precipitação de 625 a 750mm na safra (1100mm/ano), solo profundo bem drenado, vermelho amarelo, silto-argiloso, 2,5% de matéria orgânica e 0 a 8% de declividade. Produz milho, soja, vagem e frango; tem 8 funcionários fixos. As janelas de plantio de milho 20/março a 5/abril e soja 5/maio a 20/junho. Tem áreas de rotação de milho sobre soja mas predomina milho sobre milho. Em 60% da área o plantio é direto.

Milho:

Área para concurso: linha dupla com espaçamento centro a centro de 76cm e entre linhas duplas de 24cm. Planta sem adubo e não informa adubação feita.

Área para produção: plantadeira John Deere 1770 com 76cm entrelinhas, com densidade de 79.000 plantas/ha sem irrigação e com 109.000 plantas/ha com irrigação (varia densidade em relação ao solo, pressão de doença e potencial produtivo do híbrido). Planta sem adubo e faz fertilização via fertirrigação e complemento foliar quando necessário pela amostra de tecido foliar. Aplica 7,5ton/há de cama de frango em toda a área. Trata semente com Poncho (clothianidin) 250 e está mudando para 1250; Usa herbicida pré-emergente Bicep (acteochlor + atrazina) e pós-emergente Glifosato. Inseticida depende de levantamento, mas normalmente usa piretróide. Aplica 1 fungicida no pendoamento (pyraclostrobin).

Soja:

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Plantio com plantadeira John Deere 1770 com fileiras de 76cm e algumas áreas feitas com 38cm. Densidade de 531.000 plantas/ha. Não usa adubação de plantio, fertirrigação com 21-0-0-24 (N-P-K-S) com 85kg/ha sendo 2 aplicações antes do florescimento. Faz micronutriente foliar conforme análise foliar acima de 3 aplicações. Também usa 7,5ton/ha de cama de frango. Trata semente com Trilex 6000 (trifloxystrobin) + 3x a dose de Optimize (Lipo-chitooligosaccharide – molécula biológica natual – produzido por EMD Crop BioScience). Herbicida usa somente glifosato. Inseticida usa normalmente piretróide quando necessário. Usa 2 aplicações do fungicida Headline (da BASF) na fase R2 e repete depois de 3 semanas. Disse que normalmente coloca Ferro e Manganês foliar junto com a aplicação de Roundup, e que controla as ervas daninhas com menos de 2,5cm de altura, com no mínimo 2 aplicações (e friza: “Glifosato é barato!!!”). Quanto ao Fe e Mn, diz que usa até 4 vezes sendo 1 com glifosato, 2 com fungicida e 1 sozinho, mas dependendo da recomendação. Recomenda que escolha variedade de soja de grãos grandes (aos 12% de umidade) e com média de 3 grãos por vagem; logicamente a genética deverá ser para alta produção. Pessoalmente gosta de variedades que tenham a terminação apical da haste cheia de vagens.

Insistiu muito de que devemos estar sempre insatisfeitos com nossas produções e sempre buscando melhoras de alguma forma, e que temos que TESTAR toda idéia por mais maluca que possa parecer. Disse que “Insano é fazer sempre o mesmo e esperar que as coisas melhorem”. Deu exemplo de um teste que está conduzindo já pelo segundo ano de uso de Cobra (lactofen) usado no 3º trifólio da soja de ciclo perene com a dose mais alta da recomendação do rótulo e tem obtido ótimos resultados de engalhamento e aumento de produção. Não disse pra ninguém fazer, mas acha que todos devem testar.

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Finalmente deu mais alguns conselhos: Sempre se pergunte: O que quero aprender? Pensar em longo prazo e não só na próxima safra. Aumento de rendimentos exige melhor gestão de insumos. Cumprir bem o cronograma operacional (não passar da hora). Dedicar tempo e recursos a experimentação de coisas novas. Plantar sempre parcelas para avaliar características

morfológicas. Andar na sua área e ver pessoalmente as coisas. Para colher 20ton/ha de milho precisa:

o 430kg/ha de No 132kg/ha P2O5 ou 58kg/ha de Po 96kg/ha de K2O ou 80kg/ha de K

Para colher 9ton/há de soja precisa:o 728kg/ha de No 116kg/ha P2O5 ou 50kg/ha de Po 204kg/ha de K2O ou 170kg/ha de K

Questionamos sobre a possibilidade de visitarmos a propriedade dele e ele disse que pode ser organizado solicitando via representante Pioneer de nossa região. Abaixo foto do Kip Cullers de camiseta verde mais escuro.

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No dia 1/09 saímos de Bettendorf-IA na margem direita do rio Mississippi e atravessamos para a margem esquerda para visitarmos a fábrica de colhedoras de grãos da John Deere na cidade de Moline no estado de Illinois. A fábrica tem 60 acres de área coberta (24,3ha) e produz entre 20 e 100 máquinas por mês (não permitem informação precisa), sendo essas apenas colhedoras de grãos de grande porte como as STS por exemplo. Tem aproximadamente 2.500 funcionários e atualmente tudo que fabricam está vendido. As chapas metálicas de diversas espessuras e medidas são quase que totalmente cortadas e dobradas automaticamente de acordo com a máquina solicitada à linha de montagem, com máquinas de corte a plasma sem necessidade de acabamentos. Seguem para uma linha de montagem onde em sequência se dá a soldagem ou montagem das partes. Depois seguem para pintura onde todo o tratamento anti-corrosão é feito por imersão em grandes tanques de produtos químicos totalmente automatizados e com ISO 9000 e 14000, com 100% de tratamento de efluentes. Também é aplicado o fundo por pintura eletrostática em tanque. Segue para sala de pintura também automática onde braços robóticos pintam todas as posições da estrutura da máquina, e cabe a duas pessoas na etapa seguinte inspecionarem a pintura e fazerem algum retoque se necessário. Todo o transporte das peças pela fábrica é feito por correntes com suas posições identificadas “on time” por códigos de barras. Após tempo de secagem, segue novamente para montagem de demais componentes, inclusive motor, peneiras, cabine (já chega com toda eletrônica pronta), pneus, etc. Há um ponto da fábrica onde o cliente pode agendar sua ida lá para dar a primeira partida no motor de sua máquina antes da saída pronta da fábrica, e basta negociar com seu revendedor John Deere. Na fábrica não é permitido tirar fotos. Tem uma estrutura só de ex-funcionários que se aposentaram na fábrica que são responsáveis pelo tour e no dia anterior à nossa visita disseram ter recebido 400 visitantes!!! Foi-nos dito que a fábrica da Argentina é ainda maior que essa, por ter maior variedade de itens de fabricação.

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Após visita à fábrica fomos a um museu da John Deere aonde vimos desde o começo do Sr. Deere que fazia arados de aiveca inox até tratores modernos como um trator diferente (feito na fábrica da Europa) que tem todo o conforto pois o agricultor de lá sai da casa dele na cidade e vai para a fazenda já no próprio trator (suspensão dianteira, suspensão hidráulica de cabine, transmissão de variação “infinita”, assento confortável, tamanho adequado a rodovias e ruas, etc...)!!! Foi explicado que toda máquina da linha de construção civil (como as pás carregadeiras) são amarelas por lei americana de segurança. A região onde está essa fábrica foi escolhida por estar no meio de uma região de alta demanda de máquinas além de estar às margens do rio Mississippi (que é navegável até o mar do Golfo do México) e também ter a ferrovia passando dentro da fábrica e grande rodovia federal a menos de 10km, portanto com logística louvável.

No mesmo dia 01/09 à tarde visitamos o produtor John Maxwell na cidade de Donahue-IA, onde nos fez demonstração da plantadeira John Deere dobrável de 36 linhas de 37,5cm com caixa central de semente e com disco de vácuo triplo para soja e duplo para milho, tracionada por um trator de pneus John Deere 8420. Foto abaixo:

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Esse agricultor tem gado de leite Jersey (é 70º no ranking de produtividade média por vaca/dia com 36L/dia), com 70 vacas e faz melhoramento de seu gado usando técnicas de transferência de embrião. Informou que recebe pelo leite $0,20/L (x1,8 = R$0,36/L).

Seu milho é plantado de 75cm (só com carrinhos dianteiros da plantadeira) e faz 100% de rotação soja e milho. Plantou seus aprox 300ha de milho entre 11/abril e 18/abril, com 70.000 plantas/ha e usa grafite apenas para semente de milho. Antes de plantar o milho prepara o solo. Fez o primeiro herbicida em pré-emergência com Dual e o segundo com Atrazina em V5 (não usa milho RR pois já usa na soja e não quer ter resistência). Faz análise foliar para verificação de N e se necessário faz via foliar aproveitando aplicação. Faz 2 pulverizações sendo 1 inseticida e 1 fungicida. No final de setembro faz silagem de parte do milho e planta trigo em cima (o trigo passa o inverno todo embaixo da neve e é cortado quando acaba o inverno – em maio). De metade de outubro até mais 1,5 meses colhe milho de 23 a 15% de umidade e entregam na cooperativa como a soja. Produz média de 17ton/ha de milho (283sc/ha). Informou ter custo de $2,71/bushel de milho (R$11,52/sc). A média de produção de milho em sua região é de 13 a 14ton/ha.

Já a soja foi plantada com população de 360.000 plantas/há, 100% plantio direto no período de 18/abril a 15/julho (300ha próprios e 1600ha plantados para terceiros). Disse que nessa região é muito comum produtores que compram todo o serviço da lavoura. Plantou 2 variedades diferentes de soja tudo tratado com inseticida (não soube informar qual). Como a soja é RR, fez uma aplicação em aprox. fim de junho e segunda em fim julho só com glifosato. Fez a observação que procura plantar a primeira soja sobre o trigo do ano anterior e é onde observa melhores produtividades. Colhe soja em início de outubro com 30% de umidade e produz aprox. 3.000kg/ha (50sc/ha). Sobre a soja colhida usa 16.000L/ha de chorume de porco e supre P, K, micros e ½N, e a outra metade necessária para o milho vem da soja anterior e da amônia que será aplicada em pré-plantio. Informou seu custo como sendo $7,10/bushel (R$28,19/sc).

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Costumeiramente faz venda de 50% com 1 ano adiantado e ele usa o preço de referência de $4,00/bushel para milho (R$17,00/sc) e $10,00/bushel para soja (R$39,70/sc), portanto igual ou maior que esse valor ele vende. Normalmente ganha mais dinheiro com milho, mas a soja dá sustentabilidade ao sistema dele (com os dados informados, lucra aprox R$5,48/sc de milho e R$11,51/sc de soja). Esclareceu também que no custo informado mais acima para soja e milho já está considerando pago o N, P e K do chorume como se fosse comprado, só não considerou os micros.

Além da soja e milho, faz cerca de 50ha de silagem de trigo. Não tem nenhum armazenamento na fazenda e portanto participa de uma cooperativa próxima de sua propriedade onde estoca e negocia seus produtos e de outros cooperados, mas tem 30 anos de armazenagem já pagos adiantados. A cooperativa possui 2000 membros, atende um raio de 300km, e funciona apenas na época de safra. A cooperativa também é responsável por prover gás (de aquecimento), sementes, defensivos e grãos para ração aos cooperados. De todo milho que sai da cooperativa 60% é para ração e alimentos (disso 30% é só suíno), 30% exportação e 10% para etanol (que retornam o DDG para uso de vários membros da cooperativa – OBS.: O DDG é um resíduo seco de milho resultante da moagem e fermentação para obtenção de etanol, que será mais detalhado à frente).

Também tem um barracão de suínos que fez há dois anos com custo de $600.000,00 tudo automatizado (inclusive com gerador de energia para emergência) que aluga a terceiros (portanto o porco e comida não são dele) e recebe $60.000/ano de aluguel + $40.000 de chorume/ano, e por lei tem capacidade de estocagem de 14 meses de chorume (dejetos de suínos), que equivale a aprox. 4 milhões de litros (atualmente precificado em 7 a 8 centavos de dólar por litro = R$0,14/L). Foi enfático ao responder que tem o suíno pelo chorume, e não pelo suíno!!! Nessa pocilga engorda-se 2400 porcos (chegam com 4kg e saem com 127kg) em 6 meses. Exige 30minutos de 1 funcionário/dia. O barracão é financiado a taxa de

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5,1%a.a., e ainda informa que o juro para financiamento agrícola é de 4 a 5%a.a..

Possui ainda um gado Angus (75 cabeças) para 3 funções principais: corte, para receptor de embrião e venda de fêmeas. Quando vão parir os embriões recebidos Jersey, ficam em parte do trigo separado para pastagem, pois diz que bezerro que nasce na pastagem de trigo é muito mais sadio. Hoje se vender esse gado tem cerca de $1000 a 1100$/cabeça, razão pela qual mantém uma “lojinha” na beira da rodovia onde consegue fazer $1700/cab. O macho de corte atinge 1400Lb (635kg) no abate com 18 meses e seu alimento é composto por 5 itens: Silagem trigo, silagem milho, feno moído, palhada de milho moída (também usada como cama das vacas de leite) e grãos (milho e soja). Nessa “lojinha” na beira da rodovia com ar condicionado mantém geladeiras e freezers com carnes, ovos, tortas, bolos, frutas, etc..., tudo devidamente embalado e com seus preços escritos, de modo que cada cliente interessado entra, pega o que quer e deixa o dinheiro numa caixinha, sem necessidade de funcionário algum!!! Disse que tem $2.000 (R$3.600,00) de lucro mensal nesse negócio.

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Toda a área de lavoura é conduzida exclusivamente por ele e a esposa. A terra na região vale cerca de $15.000/ha (R$27.000,00/ha) e o arrendamento é $500,00/ha (R$900,00/ha). Pagam ao governo 2 tipos de impostos $40,00/acre (R$177,84/ha) de imposto sobre a terra + 15 a 35% de imposto de renda (logicamente sobre o lucro) + “Sales Taxes” – Imposto sobre venda de produtos (todos estão sujeitos mas o agricultor americano é ISENTO).

Mais algumas fotos da lavoura de milho, soja e seis equipamentos:

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Além de tudo isso, ainda é proprietário de 2 imóveis na cidade próxima onde tem ambos alugados para governo (correios e bombeiros) com contrato por 20 anos, o que lhe dá uma renda mensal de $3000 por mês e mais uma casa na fazenda que aluga para uma família da cidade por $2000/mês. Sua filosofia é “FAZER DINHEIRO SEM GASTAR TEMPO COM ISSO”.

Quando perguntado pelo risco de não sucessão de um de seus 3 filhos aos seus negócios respondeu sem dificuldades: “Quero que meus filhos sejam felizes... se for aqui tudo bem, senão vendo tudo e pronto”.

Nossa última visita técnica foi em 02/09 numa Usina de Etanol de Milho chamada Adkins Energy LLC, na cidade de Lena-IL. A usina foi criada em 2002 por um pool de cooperados produtores da região e atualmente produz 40 milhões de galões de etanol/ano (144.000.000 L/ano

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– portanto mesmo tamanho de uma usina de cana que mói 1.700.000ton cana/ano – 2 DENUSA), além de 3 subprodutos WDG-Wet Destilers Grain (Grão Destilado Úmido), DDG-Dryed Destilers Grain (Grão Destilado Seco) e Óleo de Milho. Funciona 365 dias por ano e tem estoque de milho para 7 dias apenas, portanto depende de transporte o ano todo (mas tem linha férrea passando dentro da empresa).

O projeto da empresa prevê compra de 100% da energia elétrica necessária para seu funcionamento no mercado livre ou gera sua própria energia comprando gás (também chega de trem) para queima em caldeiras a vapor, decide pelo que está mais barato no momento (no dia da visita era eletricidade direta). A indústria consome em média 3 gal de água / 1 gal etanol (3L água/L etanol) e fazem esse uso de 2 poços artesianos que tem capacidade de 500gal/min (1800L/min); tem excelente reciclagem de água e considera que a única perda de água é a que vai no resíduo úmido do processo.

Pode receber qualquer qualidade de milho, embora tenha logicamente um padrão e à partir daí tem ágios ou deságios do que está sendo entregue (durante a visita o milho que estava sendo descarregado era muito feio – conforme foto abaixo). Cada cooperado tem a vantagem de ter o preço da barranca do rio Mississippi sem nenhum outro custo de transporte além de participar do lucro na usina.

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O milho é moído em moinho de martelo e segue para 1 tanque de mistura e 3 tanques de fermentação de 700.000gal cada (2.520.000L) misturado com água, enzima, fermento e amônia, formando um MIX (fica no tanque de mistura por 2 horas e na fermentação por 48 horas), onde depois de fermentado sobra no fundo do último tanque um produto sólido (chamado MASH) de onde será extraído o óleo de milho (aprox. 1 milhão gal/ano = 3,6 mi L/ano = 2,5% do volume de álcool produzido) e ainda na fração líquida obtém-se um xarope (no caso deles esse xarope retorna ao processo, mas a maioria das usinas vende isso para quem faz adoçante artificial). Após a extração do óleo de milho (que é vendido para fazer biodiesel) o que sobra é uma massa úmida de milho moído praticamente sem nada de carboidrato (açúcares) e com pouca gordura chamado de WDG. Maior parte desse WDG não é mais usado diretamente e sim seco, formando o DDG, o qual é usado para alimentação animal. Após a fermentação o líquido resultante (que seria comparado ao vinho na usina de cana) é centrifugado e segue para 2 colunas de destilação e mais uma “garrafa” para desidratação, donde se obtém etanol a 99,5% de concentração. Esse etanol é misturado com 5% de gasolina para ser transportado por duas razões: 1) Evitar que seja desviado para bebida alcoólica e 2) Permitir que a chama seja visível em caso de acidente (afinal a chama do etanol puro é invisível). O transporte é feito por caminhões ou principalmente por trens, que tem passagem da linha férrea dentro da usina.

O produto WDG tem 65% de umidade (em matéria seca tem 30% proteína e 7 a 8% gordura, restante fibra) e normalmente é usado para alimentação direta de animais em raio máximo de 50 milhas da usina por alguns cooperados. Esse produto deve ser consumido em no máximo 2 a 3 dias no verão e no inverno 1 a 2 semanas. Em alguns casos fazem silo com isso e aí se consegue uso por tempo mais prolongado. Tem custo de $35,00/ton (R$63,00/ton).

O DDG é nada mais que o WDG seco, portanto passa a ter 10% de umidade (em matéria seca 30% proteína, 8% gordura e resto fibra) e é

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vendido por $120,00/ton (R$216,00/ton). Esse sim é muito usado para alimentação animal puro ou em rações. É também transportado via trem.

Outras informações: O gás metano gerado da fermentação do milho é queimado

em queimadores sem qualquer uso. A sala de controles da usina é toda informatizada e

automática, tanto é que a fábrica roda nos finais de semana e/ou à noite com apenas 4 funcionários por turno!!! Durante a semana com atividades de recebimento de grãos e todo o escritório passam a ter 32 funcionários.

O resultado final é de 2,75gal etanol / bushel de milho (366,67L etanol/ton milho = aprox 35% peso/peso). Com esse rendimento industrial e produtividade agrícola média de 10,38ton/ha, o milho resulta em 3.800L etanol/ha, sendo portanto cerca de 59% da capacidade da cana-de-açúcar que produzindo 80ton/ha e 80L/ton = 6.400L etanol/ha.

A usina visitada se comparado o tamanho do parque industrial é bem menor que uma usina de cana para mesma produção final de etanol.

O funcionário que nos recebeu informou que essa usina é considerada tamanho médio a grande dentre as demais 150 usinas de etanol de milho existentes nos EUA e considerada moderna e eficiente. Dessas usinas existentes, nenhuma delas está em expansão ou redução e sim focadas apenas em aumento de eficiência de processo industrial para aumentos de produção. Também não há nenhuma dessas 150 fechando ou alguma a mais em montagem.

Normalmente tem a indústria parada por 2 dias na primavera e 3 dias no outono que são usados para manutenção.

Disse que o estoque de passagem de etanol dos EUA está 1 bilhão de galões acima do necessário (3,6 bi Litros).

Os últimos momentos foram passados na cidade de Chicago-IL, que é uma cidade extremamente limpa, organizada e metropolizada, aparentemente sem a intensidade dos problemas de grandes cidades

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brasileiras, mesmo tendo 8 milhões de habitantes. Fica às margens do lago Michigan que é um dos cinco grandes lagos entre os EUA e Canadá (sendo o único exclusivamente em território americano), com 57.750km² de área (igual a 2x o país da Bélgica ou 2x o Estado de Alagoas), formado por água doce de desgelo (muito limpa) e responsável pelo abastecimento da água da cidade. Em Chicago está o 2º aeroporto mais movimentado do mundo, atrás apenas de Atlanta (também nos EUA). Tem praças muito bonitas, infra-estrutura de praias, vias, museus, aquário, navegação, marina, invejáveis; além de excelentes lojas de grifes famosas.

Observações gerais:

Em geral, nessa região visitada, a arquitetura da planta de milho é muito ereta, solo muito fértil e normalmente úmido (é mais comum problemas por excesso de água do que por falta), planícies, predomínio de plantio convencional (tem que virar o solo para aquecer após neve), com “subsolagem natural” feita pela neve que congela e expande nos canais do solo durante o inverno, quase sempre as áreas são sistematizadas para ficarem regulares e lisas para plantio, em várias situações há canais de drenagem para tirar excesso de água dos solos. Não há áreas de preservação obrigatórias, sendo essas opcionais por parte do produtor e caso ocorra passa a receber um determinado valor do governo em relação à área que mantém em preservação. As erosões que por ventura ocorreram em algum momento, são vegetadas normalmente com alfafa que é cortada para feno e assim mantém o canal de erosão protegido evitando aumento de perda de solo.

Com relação à soja, é vista como um segundo negócio, pela diversificação e pela fixação de N, pois o principal é milho, e o Brasil não perde em nada para o que foi visto por lá.

Já no milho um grande diferencial é que realmente plantam muito bem, portanto obtém de fato excelente stand e distribuição resultando em

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quase nada de plantas dominadas (sem espigas). Outra diferença é que tem variedades de milho de grão muito profundo (sabugo fininho) e assim uma espiga de mesmas dimensões aparentes com as brasileiras tem na verdade mais peso de grãos na proporção.

O produtor americano continua “velho” e sem grandes expectativas de sucessores, pois os descendentes tendem a ir cada vez mais cedo para cidade estudar em áreas não relacionadas com agronegócio.

Custos de viagem:

Pacote terrestre: R$4.478,96 (referentes a hospedagem, alimentação, transporte terrestre para todas as visitas e tours, ingressos para as visitas pagas);

Passagem aérea internacional United Airlines: R$2.604,09 (Guarulhos-Chicago-Des Moines + Chicago-Guarulhos);

Passagem doméstica: R$35,04 (pago apenas taxa de embarque por uso da pontuação TAM);

Outras despesas: R$461,46 (taxi em SP, taxi nos EUA, gorjeta, cassino, presente para o guia, lanches e bebidas avulsos);

Custo TOTAL Viagem = R$7.579,55

o Compras pessoais: R$4.789,65

o Encomendas de terceiros: R$1.208,59 (reembolsável)

o Gasto total: R$13.577,79

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Participantes do Grupo 2:

Ronypetterson de Oliveira Engº Agrônomo do Audelino em Acreúna-GO [email protected]

Diego Teixeira Suhet Engº Agrônomo da ISAPA em Acreúna-GO [email protected]

Cesar de Melo da Silva Ferro Cesão (sementeiro da Pioneer em pivô) Paraúna-GO [email protected]

Pedro Hugo Moraes Resende Engº Agrônomo (filho Ernani Resede) – Produtor e sementeiro da Pioneer em pivô – Paraúna-GO [email protected]

Ernani Lemes Resende Produtor e sementeiro Pioneer em pivô – Paraúna-GO [email protected]

Valter Antonio Lopes dos Santos NÃO VIAJOU POR NÃO CONSEGUIR VISTO – Vendedor da Niva Agrícola [email protected]

Sebastião Sobrinho de Moraes Tião Boy (pai do Macarrão) – Produtor e sementeiro Pioneer em Paraúna-GO [email protected]

Sergio Pereira de Moraes Serginho 10 - Produtor e sementeiro da Pioneer em pivô – Paraúna-GO [email protected]

Tiago Moraes Suet Engº Agrônomo - Sócio Proprietário da Niva Agrícola – Representante Pioneer – Acreúna-GO [email protected]

Eduardo Murilo Moraes Suet Engº Agrônomo - Sócio Proprietário da Niva Agrícola – Representante Pioneer – Acreúna-GO [email protected]

Marcio Volpini Figueiredo Engº Agrônomo - Sócio Proprietário da Niva Agrícola – Representante Pioneer – Acreúna-GO [email protected]

Luiz Gonzaga Ferreira Sr. Luiz do Posto da Turvelândia (Produtor de Acreúna/Porteirão) [email protected]

Nilson ImmichOeste de Santa Catarina – produtor de soja, milho, suíno, frango, leite e corte em pequena área (aprox

200ha)[email protected]

Luiz Pio Junqueira ReisFilho de produtor de Orlândia-SP que recentemente

está administrando fazenda recém comprada de Café em MG. Estudante de direito

[email protected]

André do Nascimento Castro Filho do Domingão (revenda em Santa Helena de Goiás) [email protected]

Ubiratan Machado Resende Bira Rezende - Produtor e sementeiro da Pioneer em pivô (serra de Limeira) – Paraúna-GO [email protected]

Antônio Cesar Ferreira FilhoTony – colega de quarto do Diego – Produtor de grãos

em Porteirão e morador de Itumbiara. Amigo do Carlos Raupp da Pioneer

?????????

Eduardo Antônio Manjabosco Filho do Sr. Adil – gaúcho com área também na Bahia. Braço direito do pai e muito bem integrado [email protected]

Adil Arlindo ManjaboscoGaúcho de 70 anos proprietário de 5 concessionárias John Deere em RS, produtor de Angus e produtor de

semente e grãos na BA [email protected]

Tradutor: Carlos Raupp (64-8115-1116) – Melhorista e Diretor geral da Pioneer do Brasil na divisão de Genética e Melhoramento. Ficava antes em Itumbiara e agora está em Palmas (construindo laboratório novo). Guias: Amando Ribas Stabach (42-8808-2443) e Elizálvaro de Oliveira - Laranjeira (43-9156-1740), ambos melhoristas da Pioneer do PR.

Diego T. Suhet

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