Relatório Final - run.unl.pt · Maria Eduarda Costa | Relatório final | Estágio...
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Mestrado Integrado em Medicina| Ano letivo 2018/2019|Faculdade de Ciências Medicas
|Nova Medical School
Junho 2019
Relatório Final Unidade Curricular: Estágio
profissionalizante
Orientadora: Mestre Paula Cristina Vidal Reis Leiria Pinto
Regente: Professor Doutor Rui Maio
Maria Eduarda Lontro Pereira da Costa Nº2011734|Turma nº3|6ºano
i Maria Eduarda Costa | Relatório final | Estágio Profissionalizante
"O médico que apenas sabe medicina, nem medicina sabe"
Abel de Lima Salazar
ii Maria Eduarda Costa | Relatório final | Estágio Profissionalizante
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço a todos os professores e tutores de estágio da Faculdade de Ciências
Médicas que me acompanharam neste percurso. Sem a vossa orientação e ensinamentos não teria
conseguido fazer este percurso. Fico grata à minha orientadora, Mestre Paula Cristina Vidal Reis Leiria
Pinto, que me orientou na elaboração deste relatório final e ao Dr. Rui Maio, pela sua simpatia e
disponibilidade em ajudar os alunos.
Agradeço á minha família, amigos e colegas de faculdade que me acompanharam neste percurso
difícil, acreditaram em mim e nunca me deixaram desistir do curso.
Agradeço em especial à minha mãe, irmão, cunhada que estiveram sempre presentes e disponíveis
em todos os momentos da minha vida.
Marta Isabel Ferreira, estou-te profundamente grata por me teres ajudado quando eu mais
precisei.
A minha gratidão aos recursos humanos da faculdade que sempre me orientaram e ajudaram em
tudo o que era possível.
Por fim, uma palavra de agradecimento à comissão de curso que foi incansável e à Nova Medical
School, pela instituição de excelência que sempre foi durante todo o meu percurso.
iii Maria Eduarda Costa | Relatório final | Estágio Profissionalizante
Índice
Introdução e Objetivos ..................................................................................................................................... 1
Descrição de Atividades Desenvolvidas nos Estágios ...................................................................................... 1
Estágio Parcelar de Cirurgia Geral .................................................................................................................. 1
Estágio Parcelar de Medicina Interna ............................................................................................................. 2
Estágio Parcelar de Saúde Mental .................................................................................................................. 3
Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar ............................................................................................... 4
Estágio Parcelar de Pediatria .......................................................................................................................... 4
Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia ................................................................................................ 5
Estágio Opcional ............................................................................................................................................. 6
Elementos valorativos ....................................................................................................................................... 6
Reflexão Crítica .................................................................................................................................................. 7
Anexos
1 Maria Eduarda Costa | Relatório final | Estágio Profissionalizante
Introdução e Objetivos
O conhecimento alcançado nos anos do Mestrado Integrado de Medicina contribui para a aquisição
de capacidades e saberes importantes na formação e desempenho profissional futuro, em conjunto com a
pro-atividade de constante procura do saber do individuo.
O presente relatório final engloba a análise pessoal das atividades desenvolvidas em todos os
estágios efetuados ao longo do 6ºano (Cirurgia, Medicina Interna, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar,
Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e estágio opcional de Medicina Geral e Familiar) com uma avaliação
crítica final dos mesmos. Enquadra ainda a abordagem dos objetivos inteligíveis a que me propus, que
foram atingidos, contrapondo aos mais difíceis de atingir. Em anexo ao relatório, coloquei os certificados
das atividades extracurriculares mais relevantes. Atendendo à leitura recomendada do documento “O
Licenciado Médico em Portugal” e do “The Tunning Project - Learning Outcomes/Competences for
Undergraduate Medical Education in Europe” em conjunto com as fichas de cada unidade curricular,
delineei como objetivos gerais: (1) seguir os princípios éticos em toda e qualquer circunstância, identificar
os problemas clínicos mais comuns, (2) orientar/realizar consulta, avaliar o doente adequadamente através
de uma historia clinica bem orientada, (3) realizar exame objetivo /físico o mais detalhado possível, (4)
identificar os problemas e a hipótese diagnóstica mais provável, não esquecendo os diagnósticos
diferenciais, (5) delinear o plano /estratégia mais adequada, tendo sempre em mente os conceitos de
prevenção e promoção da saúde, (6) relembrar as motivações/estado de espirito/cultura do doente, (6)
comunicar adequadamente com o doente e equipa, (7) dar informação e aconselhar conveniente dentro do
contexto clinico, (8) prescrever medicação apropriada a cada situação, (9) reconhecer situações de
emergência médica, (10) aplicar conhecimentos da medicina baseada na evidência, (11) usar as tecnologias
da informação eficazmente, (12) aplicar e desenvolver os atributos profissionais como a honestidade,
empatia, criatividade e iniciativa, (13) saber reconhecer os limites de atuação e pedir ajuda,
reencaminhando o doente para especialidade apropriada; (14) aprender a trabalhar em equipas
multidisciplinares; (15) saber trabalhar autonomamente; (16) ter capacidade de organização e
planeamento. No seguimento dos objetivos gerais, defini como objetivos específicos: (1) conseguir
ultrapassar o receio de errar, (2) conseguir adequar o discurso/comunicação a cada tipo de utente e (3)
estabelecer boas relações com a equipa e ser capaz de perceber quais os limites da minha capacidade para
a resolução de um determinado problema.
Descrição de Atividades Desenvolvidas nos Estágios
Estágio Parcelar de Cirurgia Geral de 10 de setembro a 2 de novembro de 2018 (Regente: Professor Doutor
Rui Maio; Tutor: Dr. Pedro Maurício)
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O meu 1º estágio foi o de Cirurgia Geral, que decorreu durante 8 semanas. A 1ª semana foi dedicada a
sessões teórico-práticas e ao curso Trauma Evaluation And Management (TEAM). As 7 semanas
remanescentes foram mais práticas e tiveram lugar no Hospital das Forças Armadas (HFAR), sob tutela do
Dr. Pedro Maurício e equipa, onde frequentei as consultas externas, o bloco operatório, o internamento,
“Unidade de cirurgia de ambulatório”, sessões clínicas, as reuniões multidisciplinares de decisão
terapêutica com Oncologia, Imagiologia e Cirurgia Geral e tive a oportunidade de observar alguns casos na
urgência. Nas consultas externas, acompanhei consultas pré-operatórias, fiz seguimento pós-operatório
após procedimento cirúrgico, onde sob supervisão realizei a avaliação dos doentes (anamnese, exame
objetivo, hipóteses de diagnóstico, discussão de exames), vigilância/pesquisa de possíveis complicações
cirúrgicas, evolução de ferida operatória, mudança de penso, remoção de pontos/agrafos e avaliação do
prognóstico. Nas consultas, fiz ainda o acompanhamento de consultas 1ª vez e de patologias sem indicação
cirúrgica. Foi no bloco onde passei a maior parte do meu tempo, tendo participado como 2ª ajudante em 7
de 22 cirurgias, nas quais pude encerrar a ferida cirúrgica com agrafos e ajudar durante a cirurgia. No bloco
operatório, foi possível aprender a técnica de preparação para cirurgia desde a preparação pré-cirúrgica
das mãos até á colocação de bata e luvas. Observei a desinfeção e posicionamento dos doentes,
preparação de campo cirúrgico, indução anestésica e alguns procedimentos como entubação orotraqueal.
No internamento fiz a nota de admissão de novos doentes para cirurgia eletiva ou internados em contexto
de urgência, acompanhamento contínuo dos doentes no pré e no pós-operatório, com registos diários da
observação e análise do penso, ferida cirúrgica e sistema de drenagem, assim como fiz notas de alta. Na
“cirurgia de ambulatório”, participei em 3 de 6 procedimentos como 1ª ajudante na colocação de cateter
totalmente implantável, excisão de lipomas e excisão de quistos sebáceos, onde foi possível realizar sutura
para encerramento de ferida cirúrgica. Realizei outras atividades muito interessantes como a visita à secção
de Treino Fisiológico (câmara hipobárica), ao Centro de Epidemiologia e Intervenção Preventiva e à câmara
hiperbárica, onde adquiri novos conhecimentos em áreas estimulantes. Por último, na última semana
decorreu o Minicongresso, onde apresentei um trabalho em grupo sobre o tema: “O que esconde uma dor?
Mais do que uma simples obstipação.” (caso clínico de um adenocarcinoma do colon transverso), que foi
importante para estimular a nossa pro-atividade na pesquisa e aprendizagem.
Estágio Parcelar de Medicina Interna de 5 de novembro de 2018 a 11 de janeiro de 2019 (Coordenador:
Professor Doutor Fernando Nolasco; Tutor: Dr. Miguel Valente)
O estágio de Medicina Interna foi o meu 2º estágio. Este estágio, como outros, está dividido em
componente prática e teórico-prática, composto por 6 seminários de uma qualidade exímia para discussão
de casos clínicos ligados à urgência e emergência, sob a coordenação do Prof. Dr. Pedro Povoa, às quartas-
feiras à tarde, por 6 sessões formativas de eletrocardiografia, sessões clínicas e uma sessão formativa sobre
3 Maria Eduarda Costa | Relatório final | Estágio Profissionalizante
“precauções básicas em controlo de infeção”. A componente prática do estágio foi organizada de modo a
acompanhar o meu tutor nas consultas externas do Hospital Santo António dos Capuchos (HSAC), no
serviço de urgência do HSJ e em conjunto com a equipa adstrita da ala masculina, com a qual frequentei a
enfermaria do serviço 2.1 do HSAC nas diversas atividades clínicas. Nas consultas externas assisti à consulta
da Diabetes, onde os doentes eram observados previamente pela enfermagem e em consulta, avaliávamos
os registos de glicémia diários (pré-prandial e pós-prandial), o peso, a HbA1c, restantes análises e tensão
arterial. Posteriormente, falávamos com o doente sobre a melhoria ou não do seu estado clínico e o que
não estaria a resultar: alimentação, exercício e/ou medicação. A partir daí, ajustávamos a terapêutica e
alimentação e se tivesse outras intercorrências de outra especialidade (retinopatia, nefropatia ou outras),
referenciávamos à especialidade com a respetiva justificação. Na enfermaria, assisti a reuniões de
“passagem” de doentes (onde se apresentava o doente, antecedentes, motivo de internamento, discussão
da evolução, da melhor abordagem do diagnóstico/tratamento, das intercorrências diárias e do plano a
seguir). Tive oportunidade de adquirir mais autonomia na avaliação do doente durante a anamnese, exame
objetivo, gasimetrias, colheita de sangue, registos e interpretação de exames, o que se perpetuou nos dias
de urgência. Também tive oportunidade de realizar notas de alta, observar exames mais invasivos como
uma toracocentese e paracentese evacuadora e realizar a transmissão de diagnóstico, prognóstico e
terapêuticas aos doentes e familiares. Na penúltima semana, apresentei um trabalho em grupo sobre
“Tuberculose”, baseado num caso clínico com respetiva revisão bibliográfica.
Estágio Parcelar de Saúde Mental de 21 janeiro de 2019 a 15 de fevereiro de 2019 (Coordenador: Professor
Doutor Miguel Talina; Tutor: Dr. Henrique Pereira)
O estágio de saúde mental, apesar de ter sido só 4 semanas, surpreendeu-me muito pela positiva. Na parte
teórico-prática, abordámos questões relevantes como a exclusão em primeira instância da causa orgânica.
Antes de estabelecermos diagnóstico diferencial de causas de saúde mental, debatemos ainda o “estigma”
em saúde mental, que continua a ser muito prevalente na sociedade, mesmo entre os profissionais de
saúde. O estágio decorreu em pedopsiquiatria, na Clínica da Juventude, área que até então desconhecia,
onde observei primeiras consultas e consultas subsequentes com o meu tutor (Dr. Henrique Pereira) e
outros Pedopsiquiatras (Dra. Paula Vilariça, Dra. Joana Crawford e a Dra. Joana Reis), dedicadas à avaliação
de adolescentes dos 13 aos 18 anos. Observei um total de 24 doentes (12 do sexo masculino e 12 do sexo
feminino) com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos (média de 16 anos), sendo as patologias
mais prevalentes, a Perturbação Depressiva e a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA).
Os doentes, na sua maioria, têm fragilidades socioeconómicas, encontrando-se em instituições. Participei
nas reuniões de serviço, às quartas-feiras, que eram uma fonte muito importante de aprendizagem, pela
discussão dos casos clínicos de consulta e hospital dia. No último dia de estágio, fizemos a discussão do
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relatório com o Professor Doutor Miguel Talina, que nos permitiu refletir sobre os conhecimentos e
competências que adquirimos.
Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar de 18 de fevereiro a 15 de março de 2019 (Coordenadora:
Professora Doutora Isabel Santos; Tutora: Dra. Mafalda Bento)
O estágio teve duração de 4 semanas na USF AlphaMouro, que tem uma população diversificada, tendo eu
participado principalmente em consultas de Doença Aguda e Programadas de Saúde de Adultos. Assisti
ainda a consultas de Saúde Infantil e Juvenil, Saúde Materna, Diabetes, Consulta ao Domicilio e
Planeamento Familiar. O ensino tutelado ajudou-me na abordagem ao doente, melhorando as técnicas de
comunicação, respeitando o doente e tentando perceber se compreende o que lhe é transmitido. O
relatório de estágio passou por abordagem a 2 casos clínicos: o 1º foi uma análise de situação de um
pedido de exames complementares de diagnóstico que permitiu incorporar a importância de uma boa
história clínica, juntamente com os exames que sejam custo-benefício necessários, não esquecendo os
riscos físicos e psicológicos dos mesmos para o doente. O 2º caso foi sobre uma doente polimedicada, com
múltiplas patologias, com o desafio de apresentar uma perturbação somatoforme, associada a um perfil
depressivo/ansioso. Esta perturbação é um dos grandes desafios da medicina atual, à qual ainda não
conseguimos dar resposta efetiva. O fato de contactar com patologias tão variadas permitiu-me rever um
pouco todas as especialidades e de poder acompanhar uma realidade diferente do meio hospitalar, que
muito me apraz. Sublinho as boas relações entre profissionais, que permitiram ter um estágio com um
ambiente de qualidade.
Estágio Parcelar de Pediatria de 18 de março a 12 de abril de 2019 (Coordenador: Professor Doutor Luís
Varandas; Tutora: Dra. Ana Casimiro)
O estágio de Pediatria decorreu no Hospital Dona Estefânia (HDE) e à imagem de muitos anteriores,
também teve uma excelente componente teórico-prática e prática. A componente teórico-prática foi
composta por sessões clínicas (rastreio de trombofílias hereditárias, imunoterapia oral com leite de vaca),
sessões formativas (anafilaxia, anemia na criança, sessão sobre o Núcleo Hospitalar de Apoio à Criança e
Jovem em Risco) e “workshop” de urgências pediátricas. Na prática, acompanhei a minha tutora e
respetiva equipa nas suas atividades diárias, nas consultas de Pneumologia Pediátrica, nas 5
broncofibroscopias que observei, no apoio aos serviços do HDE, para acompanhamento dos doentes
crónicos, nas reuniões de serviço das 9h (com discussão dos novos doentes entrados nos diferentes
serviços) e no serviço de urgência. Tive ainda a oportunidade de assistir a consultas de Imunoalergologia
com a Dra. Helena Finelli, cujas patologias mais prevalentes foram asma e rinite alérgica, e de acompanhar
um dia na enfermaria 5.2 com o Dr. Cavaco. As consultas de Pneumologia foram dedicadas ao
5 Maria Eduarda Costa | Relatório final | Estágio Profissionalizante
acompanhamento de crianças, na sua maioria com doença crónica, desde alterações genéticas que levam a
alterações estruturais e da função respiratória (como distrofia muscular de Duchenne, fibrose quística,
paralisia cerebral, atrofia espinhal tipo 1 e 2, distrofia muscular, miopatia congénita, atresia do esófago),
requerendo o uso de ventilação não invasiva permanente. Observei um total de 62 doentes (36 do sexo
masculino e 26 do sexo feminino), com idades compreendidas entre as 23 semanas e os 17 anos de idade.
No serviço de urgência, observei um total de 31 casos clínicos com diferentes patologias como otite média
aguda, nasofaringite, gastroenterite aguda, chalázio, encefalite pós-exantema bolhoso, pancreatite aguda,
pneumonia base direita, varicela, infeção urinária, amaurose/cataratas, prurigo estrófulo. No final do
estágio apresentei um trabalho de grupo sobre o tema Comunicação com a criança e família: das interações
diárias à capacidade de transmitir informações. Neste trabalho abordámos a evolução da comunicação, a
comunicação na educação médica e na prática clínica, bem como a abordagem das más notícias.
Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia de 22 abril de 2019 a 17 de maio de 2019 (Coordenadora:
Professora Doutora Teresinha Simões; Tutoras: Dra. Sílvia Vieira, Dra. Patrícia Amaral)
O estágio de Ginecologia e Obstetrícia teve lugar na Maternidade Alfredo da Costa (MAC) e dividiu-se em 2
componentes: 2 semanas de Ginecologia e 2 semanas de Obstetrícia. Durante o estágio, participei no
internamento maternofetal, bloco de partos, consultas de alto risco, consultas de referência, consultas de
diabetes, consultas de Ginecologia, consulta de Uroginecologia, bloco de Ginecologia, serviço de ecografias,
serviço de histeroscopias e serviço de urgência da MAC. No final, participei num Workshop em grupo com o
tema “Epilepsia na gravidez”. Na enfermaria, acompanhei a Dra. Sílvia, onde observei um total de 11
doentes com risco obstétrico médio a elevado para perda fetal (desde bolsa rota, hiperémese gravídica,
pielonefrite, colo curto e placenta prévia). A equipa médica efetuava, cumulativamente, as cesarianas
eletivas e outros procedimentos programados como as 2 cerclages que observei sob anestesia. Nas
consultas de Obstetrícia (alto risco, referência, diabetes), observei 29 grávidas, 25 de alto risco e 3 de risco
baixo). As grávidas de alto risco apresentavam doença prévia de base ou adquirida após gestação, tais
como: diabetes gestacional, hipertiroidismo, diabetes prévia, obesidade, cirurgia bariátrica, hipertensão
arterial e restrição de crescimento intrauterino. Nas consultas de Ginecologia e Uroginecologia observei
mulheres na menopausa e em idade fértil, num total de 24 mulheres. Nestas consultas fez-se follow-up de
patologias ginecológicas, focando a prevenção, a avaliação e tratamento de patologias benignas (pólipos,
miomas, metrorragias), assim como a observação de mulheres com problemas do sistema urogenital, como
infeções, incontinência urinária de esforço, de urgência e/ou mista e prolapsos. Consoante o grau da
incontinência e do prolapso e o resultado do stress test, instituía-se o plano terapêutico mais adequado
(fisioterapia, medicação, cirurgia). Ainda neste contexto, tive a oportunidade de efetuar o exame
ginecológico e toque vaginal bimanual. Nas ecografias contactei com patologias com necessidade de
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esclarecimento do diagnóstico ou simplesmente seguimento. Constatei a extrema importância deste exame
pela sua baixa radiação e múltiplas aplicações. Sendo a GO uma área médico-cirúrgica, tive oportunidade
de participar no bloco, o que foi muito profícuo. No serviço de fertilização in vitro (FIV), observei uma
punção folicular sob anestesia e algumas ecografias, para comprovar o crescimento e a evolução de
folículos. Ao nível da histeroscopia, contemplei a extração de pólipos em contexto terapêutico e no
contexto diagnóstico foi realizado o exame para perceber se existiam alterações uterinas e perceber se a
utente estaria apta a FIV. No serviço de urgência, acompanhei intercorrências da gravidez como bolsa rota
e infeções urogenitais, e urgências ginecológicas como perdas hemáticas e dor pélvica. Na sala de parto, vi
rutura de membranas, episiotomias e episiorrafias, clampagem do cordão, dequitadura de placenta e
membranas. No bloco de partos, observei cesarianas, um parto distócico por fórceps e ainda algumas
induções de parto.
Estágio Opcional de Medicina Geral e familiar de 20 maio de 2019 a 31 de maio de 2019 (Regente:
Professor José António Pereira Delgado Alves; Tutora: Dra. Patrícia Ladeiro)
A escolha do estágio opcional recaiu em Medicina Geral por ter tido menos contato com a área de
cuidados de saúde primários durante a minha formação e no intuito de observar todo o tipo de patologias,
das mais variadas áreas, visto esta área ser transversal a todas as áreas de conhecimento o que seria uma
mais-valia para o estudo do exame de acesso à especialidade. Apesar de ter realizado estágio nesta área
anteriormente, pensei que fazia muito sentido reforçar este conhecimento durante 2 semanas por ser num
contexto mais rural e em extensão de saúde, meio não experienciado previamente. Presenciei durante o
estágio a consulta Aberta, consulta de Saúde de Adultos, Saúde Infantil, Planeamento Familiar e de
Diabetes.
Elementos valorativos
Durante o meu percurso académico procurei sempre desenvolver o meu lado ético, humano, de
comunicação e de procura constante do conhecimento, pondo a minha pro-atividade como ferramenta
primordial. Considero que um dos grandes elementos valorativos foi todo o contato humano com o doente
que sempre procurei ter durante a minha atividade profissional como farmacêutica, que me acompanhou
durante todo o meu percurso académico em Medicina, e permitiu que valorizasse as necessidades das
pessoas como ser humano, para além da doença (o que pensam, como se sentem, o que esperam). Essa
experiência permitiu-me apreender algumas técnicas de comunicação e empatia. Contudo, com a
passagem para outro tipo de funções senti um acréscimo de responsabilidades. A par de uma sensação de
confiança, existia também o receio de falhar, que procurei superar com a realização de um estágio
observacional numa das áreas mais desafiantes na medicina, a Emergência Médica (Anexo 8). Neste estágio
7 Maria Eduarda Costa | Relatório final | Estágio Profissionalizante
observei os procedimentos de atuação do INEM (Viatura Médica e Reanimação e na Ambulância de Suporte
Imediato de Vida), manobras de reanimação, funcionamento do CODU e alguns procedimentos
burocráticos. Previamente, realizei o Curso de Eletrocardiografia e Arritmia (Anexo 1), o Suporte Básico de
Vida com DAE (Anexo 2), o Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) (Anexo 4) e o Workshop
iMed Conference® 10.0 - Paediatric Emergencies (Anexo 7), tendo adquirido competências importantes
para o contexto de emergência médica. Estas formações, a par de outras como o Workshop Exame
Neurológico (Anexo 3), o Workshop iMed Conference® 10.0 - Imagiology (Anexo 6), o 10º Curso de
Antibioterapia (Anexo 9), as 6ªs Jornadas do Departamento de Cirurgia (Anexo 10), a 8ª Reunião de
Imunoalergologia de Lisboa (Anexo 11), contribuíram de forma significativa para atualização de
conhecimentos. Futuramente, pretendo dar continuidade à aprendizagem e transmissão/partilha de
conhecimentos como uma mais-valia profissional e pessoal.
Reflexão Crítica
O estágio de Cirurgia Geral teve uma organização exemplar e transcendeu as expectativas e os
meus objetivos pessoais, pois participei como ajudante em diferentes cirurgias, suturando ferida cirúrgica,
elaborei notas de admissão e de alta, assim como diários clínicos. Consegui integrar conhecimentos e
apresentar um doente de forma estruturada, percebi a dinâmica do serviço de cirurgia integrado numa
equipa multidisciplinar e apreendi que estas valências são muito importantes na minha formação,
independentemente da especialidade que venha a seguir, sendo transversais a todas elas. Neste estágio
aprendi a gerir os “meus medos” e as responsabilidades relacionadas com a “gestão” do doente. A
integração numa equipa multidisciplinar ajudou muito. Não obstante, ainda tenho um longo caminho a
percorrer, tanto ao nível de “comunicação” como ao nível da minha “formação”. O estágio de Medicina foi
muito proveitoso pela diversidade de patologias, pelo consolidar de conhecimentos, o melhorar em muitos
níveis, os “registos”, interpretação e pedido de exames e mesmo na perceção das terapias mais
apropriadas, que me levou a desenvolver mais um pouco o raciocínio clínico. Nestes estágios percebi a
importância da pro-atividade como uma das ferramentas mais importantes de aprendizagem. O estágio de
Saúde Mental em Pedopsiquiatria foi soberbo, pois o trabalho realizado com os adolescentes em consulta
e hospital dia é algo nobre, de muita persistência e sensibilidade, qualidades importantes a serem
desenvolvidas em todas as áreas da medicina, as quais consegui melhorar, apesar de algumas dificuldades
em gerir as minhas emoções. Neste estágio, percebi a importância do estigma em Saúde Mental e como
isso está muito presente, sendo preciso trabalhar para realizar mais e melhor pelos doentes que são seres
humanos com muitas fragilidades. Ressalvo a importância do dever ético para com os pacientes que em
todas as áreas tem de estar sempre presente. No estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar desenvolvi
as técnicas de comunicação apreendidas na teoria e observei como era importante a empatia. Senti muita
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dificuldade em dirigir a consulta em 15 - 20 minutos, onde tive de conseguir fazer escuta ativa do doente,
realizar uma boa história dirigida ao motivo de consulta com exame físico e ainda efetuar os registos. Em
todos os estágios percebi a importância de saber trabalhar bem com os programas informáticos, que são
muito importantes e uma mais-valia no trabalho diário, não conseguindo apreender todo o tipo de tarefas
e executar com a rapidez necessária que o trabalho exige. Sublinho ainda a medicina baseada na evidência
e a consulta de bibliografia que suporte as nossas escolhas ao nível de diagnóstico e terapêutica, assim
como o custo-benefício da prescrição de meios complementares de diagnóstico, que foi transversal a todos
os estágios. Durante o estágio parcelar de Pediatria acompanhei essencialmente as áreas de Pneumologia
e Imunolaergologia, o que foi muito produtivo tanto a nível de consulta externa, como no serviço de
urgência, pela diversidade/quantidade de casos que presenciei. Algumas dificuldades ao nível do exame
físico foram, de certa forma, colmatadas neste estágio, o que me deu alguma tranquilidade em futuras
observações. Aprendi a gerir o meu receio de lidar com as crianças e pais e constatei novamente a
importância de uma comunicação efetiva, principalmente pela diversidade étnica e cultural que
experienciei. Apesar de a pediatria ter sido um dos estágios que mais me surpreendeu, continuei com a
dificuldade de gerir emoções em contexto de consulta, o que foi importante para saber que limitações terei
de melhorar futuramente. Ao nível do estágio de Ginecologia e Obstetrícia, pude participar em muita
diversidade de tarefas, contribuindo para uma visão diferente da área que passei a gostar ainda mais.
Reforço que, mais uma vez, percebi que as boas relações da equipa e o ambiente que se gera são uma
mais-valia para ser melhor profissional. Enquanto aluna do 6º ano, a boa relação tutor/aluno será sempre o
que me vai marcar numa futura escolha de uma especialidade. Consegui maior autonomia nesta área, a
certos níveis, como no exame ginecológico e entendi a importância de ser autónomo versus pedir ajuda
sempre que percebemos que não temos capacidade de resolução de determinado problema.
Em suma, todas as vertentes destes estágios foram muito frutuosas pelo contato com as diferentes
patologias de foro cirúrgico e médico, assim como pela interação médico-doente a diferentes níveis, sendo
importante as técnicas de comunicação para saber como abordar as más notícias, ou até explicar os
procedimentos aos quais o doente vai ser submetido. Posso ainda concluir que consegui atingir os objetivos
a que me propus, os quais poderei ainda melhorar futuramente. O que defini como pro-atividade vai
perpetuar-se através da eterna aluna, que terá sempre muito para aprender com todos os aspetos da vida
pessoal e profissional.
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Anexos
Anexo 1 - Curso de Eletrocardiografia e Arritmia
Anexo 2 - Suporte Básico de Vida com DAE
Anexo 3 - Workshop Exame Neurológico
Anexo 4 - Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management)
Anexo 5 - iMed Conference® 10.0 Lisbon 2018
Anexo 6 - Workshop iMed Conference® 10.0 - Imagiology
Anexo 7 - Workshop iMed Conference® 10.0 - Paediatric Emergencies
Anexo 8 - Estágio de Observação no INEM
Anexo 9 - 10º Curso de Antibioterapia
Anexo 10 - 6ªs Jornadas do Departamento de Cirurgia
Anexo 11 - 8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa
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Anexo 1 - Curso de eletrocardiografia e arritmias (18/05/2017 – 1/06/2017)
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Anexo 2 - Suporte Básico de Vida com DAE (20/10/2017)
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Anexo 3 - Workshop Exame Neurológico (09/11/2017)
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Anexo 4 -
Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) – (13/09/2018 – 14/09/2018)
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Anexo 5 - iMed Conference® 10.0 Lisbon 2018 -(03/10/2018 – 07/10/2018)
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Anexo 6 - Workshop iMed Conference® 10.0 - Imagiology - (03/10/2018)
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Anexo 7 - Workshop iMed Conference® 10.0 - Paediatric Emergencies – (04/10/2018 – 04/10/2018)
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Anexo 8 - Estágio de Observação no INEM na Viatura Médica e Reanimação e na Ambulância de Suporte
Imediato de Vida – (15/10/2018, 15/10/2018, 23/10/2019, 30/10/2019)
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Anexo 9 - 10º Curso de Antibioterapia - (19/11/2018 08:30- 20/11/2018)
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Anexo 10 - 6ªs Jornadas do Departamento de Cirurgia - (14/12/2018 – 15/12/2018)
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Anexo 11 - 8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa – 12/04/2019