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RENDA CIDADÃ PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA CONDICIONADA DE RENDA DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Felicidade S. Pereira

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RENDA CIDADÃ – PROGRAMA DE

TRANSFERÊNCIA CONDICIONADA DE RENDA DO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Felicidade S. Pereira

II Congresso Consad de Gestão Pública – Painel 19: Implementação de processo de monitoramento e avaliação dos programas de transferência de renda

RENDA CIDADÃ – PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA CONDICIONADA DE RENDA

DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Felicidade S. Pereira

RESUMO A Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADS) tem a missão de garantir a cidadãos e grupos em situação de vulnerabilidade social os direitos e o acesso a bens e serviços, por meio da gestão de iniciativas que: definem, coordenam e avaliam a política de assistência e desenvolvimento social no Estado de São Paulo; firmam parcerias para o desenvolvimento e/ou a execução de planos de ação local; transferem e geram renda à população elegível. Nesse contexto, a Política de Assistência Social sob a responsabilidade da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social organiza-se em diferentes campos de ação pública com ênfase na promoção de ações de combate à pobreza e à exclusão social, de forma articulada com os municípios e Governo Federal, evitando assim a fragmentação, superposição e pulverização das iniciativas locais, estaduais e federais. Entre suas ações e seus programas de transferência de renda destacam-se o programa Renda Cidadã. Principais Ações e Programas da Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social: Programa Família Paulista que compreende: Índice de Vulnerabilidade Social Familiar (IVSF) – índice que permite mensurar a vulnerabilidade das famílias pobres; Sistema Pró-Social – cadastro único do Governo do Estado de São Paulo; Programa Renda Cidadã – programa de transferência condicionada de renda para famílias vulneráveis; Programa Ação Jovem – programa de transferência condicionada de renda para jovens vulneráveis; Pesquisa – Avaliação de Impacto do efeito conjugado de Programas de Transferência de Renda e Complementares na Região Metropolitana de São Paulo – 2008/2009; Co-financiamento dos Planos Municipais de Assistência Social (PMAS) – Programa de Proteção Básica e Programa de Proteção Social Especial; Programa Virada Social – operacionalizado no município de São Paulo; Rede Social São Paulo – composto pela sociedade civil, empresariado e governo; Futuridade – programa para idosos; Índice Seads – índice que permite avaliar a gestão municipal e apoiar financeiramente os municípios paulistas; Agência de Desenvolvimento Social (ADS) co-financia projetos a entidades sociais juridicamente constituídas; Plano Estadual de Capacitação (PEC) – apoiar os técnicos da área de assistência social no aprimoramento da gestão; Escola de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo – formação de multiplicadores sociais; Programas Federais – Bolsa Família – Erradicação do Trabalho Infantil – Projovem Adolescente – Benefício de Prestação Continuada – BPC na Escola.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 03

PROGRAMA FEDERAL – BOLSA FAMÍLIA.............................................................. 08

AÇÕES DESENVOLVIDAS....................................................................................... 08

RESULTADOS........................................................................................................... 09

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA.......................................................... 10

BPC NA ESCOLA...................................................................................................... 11

PROJOVEM ADOLESCENTE................................................................................... 11

PETI – PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL..................... 11

RENDA CIDADÃ – PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA CONDICIONADA

DE RENDA DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO.....................................

11

CONSIDERAÇÕES.................................................................................................... 15

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 23

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INTRODUÇÃO

A Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADS)

instituiu o Programa Família Paulista a partir do diagnóstico feito pelo Índice de

Vulnerabilidade Social Familiar – IPVSF. São famílias cadastradas no sistema Pró-

Social (cadastro único do Governo do Estado de São Paulo) hierarquizadas em seis

níveis de vulnerabilidade, sendo priorizadas aquelas classificadas nos níveis 5 e 6 (5

– Alta Vulnerabilidade e 6 – Muito Alta Vulnerabilidade). Essas famílias terão acesso

a uma oferta maior de programas sociais. O Programa instrumentaliza o Governo do

Estado articulando seus diferentes órgãos e orientando as decisões relacionadas ao

estabelecimento de metas e/ou definição de políticas públicas

O Programa Família Paulista compreende as seguintes ações e

programas:

Índice de Vulnerabilidade Social Familiar – IVSF: o Índice de

Vulnerabilidade Social Familiar (IVSF) mensura a vulnerabilidade das famílias a

partir da análise de seis dimensões: trabalho e escolaridade dos adultos, renda,

composição familiar, condições de moradia e vulnerabilidade infanto-juvenil. Este

índice permitirá ao governo estadual conhecer o grau de necessidade por família.

Sistema Pró-Social: sistema que centraliza informações sobre oferta e

demanda por ações sociais em todo o Estado de São Paulo. Disponível na

Internet, o sistema já está integrado com algumas bases de dados estaduais e

federais e é utilizado atualmente por gestores e técnicos de todos os municípios do

Estado de São Paulo. Trata-se de uma das principais ferramentas para a gestão da

política social no Estado de São Paulo, permitindo aos gestores públicos identificar

quem são como estão constituídas, onde moram, a quais programas/serviços têm

ou não acesso as famílias em situações de vulnerabilidade social e pobreza em

São Paulo. Em 2009, todos os programas, ações e projetos sociais executados por

todos os órgãos da administração direta do Estado e seus respectivos beneficiários

estão sendo inseridos na base de dados do Pró-Social. Essa medida torna o Pró-

Social uma das principais ferramentas de gestão da Política Social no Estado de

São Paulo, pois será possível identificar todos os benefícios sociais recebidos por

cada família.

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Programa Renda Cidadã: programa de transferência de renda que

repassa R$ 60,00/mês a famílias em situação de vulnerabilidade social durante um

ano, renovável por igual período. A Seads coordena e repassa os recursos

financeiros, cabendo às prefeituras realizar ações socioeducativas e de geração de

renda, visando o desenvolvimento das mesmas. Em 2009, a Secretaria Estadual

de Assistência e Desenvolvimento Social continuará apoiando os municípios a

criarem ações de geração de renda às famílias beneficiárias do programa (ver

páginas de 8 a 11).

Programa Ação Jovem: o Programa Ação Jovem objetiva promover a

inclusão social de jovens, mediante a transferência de renda, como apoio financeiro

temporário para estimular a conclusão da escolaridade básica.

Jovens na faixa etária de 15 a 24 anos, de ambos os sexos, com ensino

fundamental e/ou médio incompleto e que se encontra em situação de

vulnerabilidade social.

Pesquisa – Avaliação de Impacto do Efeito Conjugado de Programas

de Transferência de Renda e Complementares na Região Metropolitana de São

Paulo – 2008/2009: promoverá maior compreensão sobre os efeitos que programas

governamentais podem surtir nas condições socioeconômicas de famílias e

indivíduos beneficiados, residentes na Região Metropolitana da Grande São Paulo, a

partir da análise de uma amostra de 900 famílias beneficiárias e não beneficiárias de

programas sociais (ver páginas 12 a 16).

Co-financiamento dos Planos Municipais de Assistência Social –

PMAS – Programa de Proteção Social Básica e Especial: para receberem os

recursos do Estado, os 645 municípios paulistas elaboram seus próprios Planos de

Assistência Social com as soluções mais adequadas para os seus problemas

sociais. A Seads fornece os indicadores de vulnerabilidade social (dados do IBGE e

da Fundação SEADE) de cada cidade e capacitar os gestores municipais a

identificarem as principais demandas sociais. Após a aprovação destes Planos pelos

Conselhos Municipais de Assistência Social, eles são enviados via WEB à Seads,

que posteriormente repassa os recursos divididos em Proteção Social Básica

(atendimento preventivo) e Especial (atendimento quando o risco pessoal e social já

está instalado), utilizando como critério de partilha, indicadores sociais. Desta forma,

a Seads consegue reunir, praticamente em tempo real, informações valiosas para

definição da atuação do Governo na área social em todo o estado.

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Em 2009, os valores do Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS

serão transferidos diretamente aos Fundos Municipais de Assistência Social

independentemente da celebração de convênio, ajuste, acordo ou contrato, diferente

do que ocorria até 2008. Esta medida permite a desburocratização das ações do

Estado e mobiliza os técnicos da Seads para se dedicarem ao monitoramente e à

avaliação da execução das ações e projetos previstos em cada Plano.

Programa Virada Social: o programa de articulação entre o Governo do

Estado de São Paulo, em parceria com a Prefeitura de São Paulo e organizações

sociais. A Virada Social é coordenada pela Seads e tem atuado em paralelo à

Operação Saturação, realizada por Tropas Especiais da Polícia Militar. Com o

objetivo de promover a qualidade de vida com segurança, a terceira edição da

Virada Social foi implantada recentemente em Paraisópolis (bairro altamente

vulnerável da capital paulista), com mais de 80 ações previstas nas áreas de

infraestrutura, esporte, saúde, educação, qualificação e requalificação profissional,

justiça e cidadania, assistência e desenvolvimento social, cultura e segurança. A

intervenção é contínua e programada para durar quatro anos, porém, a idéia é que

pouco a pouco a própria comunidade passe a tomar conta de seu bairro e de seu

desenvolvimento social. As outras duas Viradas Sociais acontecem no Jardim Elisa

Maria, Zona Norte da Capital, iniciada em maio de 2007, e no Jardim Rio Claro,

região de São Mateus, na Zona Leste, iniciada em junho de 2008, contemplando 59

e 125 ações, respectivamente.

Rede Social São Paulo: aliança formada por mais de cem organizações

representativas da sociedade civil, do setor empresarial e do governo. Criada para

incentivar a mobilização das pessoas em torno de questões sociais que afetam o

dia-a-dia da população, a Rede é um movimento que aprimora e fortalece sistemas e

redes sociais, contribuindo para a garantia dos direitos humanos no Estado de São

Paulo. O primeiro desafio assumido pela Rede Social SP foi fazer valer o Estatuto da

Criança e do Adolescente – ECA, promovendo, por meio do projeto Envolver, a

articulação entre as pessoas que atuam na área da Infância e da Adolescência. Para

este ano, a Rede Social São Paulo, com apoio da Seads, irá capacitar todos os

municípios paulistas a aplicarem o Ecâmetro, o que permitirá ao Estado ter um

diagnóstico da situação da criança e do adolescente.

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Ecâmetro é uma tecnologia social de fácil aplicação criada para medir as

políticas públicas de cada cidade, de acordo com o Estatuto da Criança e do

Adolescente – ECA, realizando um diagnóstico da situação do Sistema de Garantias

dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) e identificando as áreas que

precisam ser aperfeiçoadas no sistema.

O Ecâmetro é formado por cinco indicadores, que na formatação final se

transformam em cinco réguas coloridas. São eles: planejamento sistêmico;

resolução de casos difíceis; comunicação e articulação entre profissionais; itinerário

e fluência; e financiamento das políticas públicas. Cada um possui um macro-tema

que, por sua vez, é composto por dez questões. Cada uma das respostas possui um

valor (são aceitas apenas: “sim”, “não“ e “parcialmente”). Para as respostas positivas

devem ser computados dois pontos e nas negativas se subtraem dois pontos. A

opção parcialmente contabiliza um ponto a favor. A partir dos resultados a régua é

pintada de verde, amarelo ou vermelho. A nota máxima que cada cidade pode atingir

é 100 e a mínima 103 negativos.

Futuridade: Plano Estadual para a Pessoa Idosa, chamado de

Futuridade, tem como principal objetivo criar instrumentos que possibilitem e

incentivem a promoção de ações voltadas à pessoa idosa e a sensibilização em

relação ao processo de envelhecimento no Estado de São Paulo, de forma a cumprir

o Estatuto do Idoso. O Futuridade atua em dois eixos:

Município – O fortalecimento das estruturas municipais, incentivando a

criação de uma rede de atenção à pessoa idosa, e desenvolvendo ações e serviços

direcionados a esse público.

Educação – Criação de projetos na área da Educação, incluindo o tema

do envelhecimento no currículo de todas as escolas do estado; e ampliando a

inclusão digital.

No Futuridade também foi desenvolvido um Índice, em parceria com a

Fundação SEADE, com indicadores elencados por Secretarias Estaduais,

pesquisadores de universidades que oferecerá subsídios para que cada município

do Estado de São Paulo possa avaliar as condições de vida de sua população idosa.

É um instrumento inovador com a chancela da ONU/UNFPA – Fundo de População

das Nações Unidas.

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Agência de Desenvolvimento Social (ADS): a Agência de

Desenvolvimento Social tem o objetivo de capacitar entidades sociais na elaboração

e gestão de planos estratégicos para geração de renda, além de oferecer crédito e

apoio técnico para a sua implantação. Em 2009, gestores e técnicos de entidades

sociais da capital, baixada santista, e regiões de Campinas e Mogi das Cruzes serão

capacitados a criarem planos de negócios para a sustentabilidade dessas

organizações. A ADS também fará o monitoramento por 12 meses das entidades

que participarem do treinamento.

Índice Seads: avaliará a gestão dos programas da Seads pelos

municípios paulistas e apoiará a gestão municipal por meio de repasse de recurso

financeiro. A previsão é de que esteja disponível no segundo semestre de 2009.

Plano Estadual de Capacitação: tem por objetivo coletivamente o

conhecimento na área de políticas sociais e aperfeiçoar a gestão das políticas de

proteção social, com a perspectiva de consolidar o Sistema Único de Assistência

Social – SUAS e contribuir para a valorização profissional dos trabalhadores da área.

Em 2009 estão previstos 539 eventos de capacitação, atingindo 21.972 pessoas

capacitadas de todos os 645 municípios do Estado. Entre os temas, destaque para a

capacitação na gestão dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS),

Ecâmetro, Pró-Social e Futuridade.

As capacitações foram divididas em 5 eixos programáticos:

� Apoio à gestão estadual;

� Apoio à gestão municipal;

� Implemento da Rede de Proteção Social Básica;

� Implemento da Rede de Proteção Social Especial;

� Controle Social.

Escola de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo: um

espaço permanente de formação profissional visando ao desenvolvimento de

competências básicas, gerais e específicas dos atores e trabalhadores sociais.

Programas Federais

A Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social (SEADS)

coordena, monitora e avalia os programas de transferência e entre eles destaca-se o

Programa Bolsa Família o qual foi objeto em 2006 a 2007 de ações de capacitações

para os gestores municipais do referido programa.

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PROGRAMA FEDERAL – BOLSA FAMÍLIA

A Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São

Paulo/SP criou, em setembro de 2007, o Observatório do Programa Bolsa Família –

com o objetivo de identificar experiências de gestão, sistematizar informações e

difundir e promover intercâmbios de experiências e de metodologias de geração de

trabalho e renda para os beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF).

A SEADS, por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento Social (CDS),

assumiu no segundo semestre de 2005 a gestão do Bolsa Família. Como nesse

mesmo período os municípios do Estado estavam aderindo ao processo de

atualização cadastral do Cadastro Único, o Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome (MDS) e a Caixa Econômica Federal, em parceria com a SEADS,

promoveram capacitações presenciais para os 645 municípios paulistas, com a

finalidade de orientar sobre a nova versão 6.0 do Cadastro Único e o aplicativo

Sibec. Em agosto de 2006, a SEADS firmou outra parceria, desta vez com a

Fundação para o Desenvolvimento Administrativo, para promover, no período de

outubro de 2006 a dezembro de 2007, capacitação à distância aos gestores e

técnicos do PBF, responsáveis pelas condicionalidades de saúde e educação,

operadores do Cadastro Único, Sibec e membros da Instância de Controle Social do

PBF. Nesse processo de capacitação à distância, foi possível detectar as

dificuldades dos executores municipais no gerenciamento do programa.

AÇÕES DESENVOLVIDAS

Em agosto de 2007, a SEADS firmou contrato com a Fundação Prefeito

Faria Lima – Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) –

para implementar o Observatório do PBF e desenvolver a metodologia de

capacitação.

Foram elaborados dois questionários para implementação do

Observatório do Programa Bolsa Família: um para levantar a situação de gestão do

programa (estrutura organizacional, gestão e acompanhamento de

condicionalidades e gestão de programas/ações complementares) e outro para

levantar as ações de geração de trabalho e renda. Para subsidiar a formulação dos

questionários, foram realizadas três visitas para conhecer as experiências de gestão

do PBF e três experiências de geração de trabalho e renda.

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Também foi realizado um encontro estruturado com especialistas e

gestores municipais para debater o roteiro de ação com o objetivo de subsidiar os

municípios na implementação de ações de geração de trabalho e renda.

A SEADS desenvolveu o aplicativo do Observatório do PBF a partir da

conclusão dos questionários com o Cepam, estando o Observatório hospedado no

site da SEADS – www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br – ícone Observatório de

Programas de Transferência de Renda.

O acesso ao Observatório foi disponibilizado aos 645 municípios,

mediante uma senha, para o registro de informações sobre a gestão do PBF, de

ações de geração de trabalho e renda, como também para visualização das

informações no âmbito estadual.

RESULTADOS

Foram realizadas 45 oficinas em 15 macrorregiões, no período de outubro

a dezembro de 2007.

O Observatório, em abril de 2008, registrou a participação de 584 dos 645

municípios, o que representa 90,54%. Quanto à estruturação do Programa, em 540

municípios (83,72%), verificou-se que a área assistência social é responsável pela

gestão do PBF.

Com relação ao acompanhamento de condicionalidades, foi verificado

que 541 municípios (83,88%) oferecem serviços suficientes na área da assistência

social; 534 (82,79%) na área da educação; 519 (80,47%) na área da saúde; 88

(13,64%) na área de segurança alimentar; 373 (57,83%) se articulam com as áreas

de condicionalidades do programa sem dificuldades, enquanto que 211 (42,17%)

registram dificuldades com a rede de educação e saúde.

No item Gestão de Ações Complementares, foram registradas 4.543

ações dentre programas de transferência de renda municipais, estaduais e federais,

e ainda, com destaque, os Programas Renda Cidadã e Ação Jovem estadual e

gerenciados pela SEADS, Viva Leite estadual, Banco do Povo estadual, Luz para

Todos federal e Brasil Alfabetizado, federal.

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Foram registradas, também, 1.997 parcerias com organizações não-

governamentais, cooperativas de crédito, empresariado, órgãos municipais e

estaduais de educação, saúde e trabalho, sindicatos e órgãos de capacitação

profissional.

No quesito Experiências de Geração de Trabalho e Renda, dos 645

municípios, 273 responderam (42,3%). Foram identificadas 410 experiências, tais

como reciclagem de papel, panificação, formação de cooperativas, produção de

embutidos, tapeçaria, confecção, coleta seletiva de lixo e artesanato entre outras.

O item Capacitação apresentou os seguintes resultados: 1.205 pessoas

foram capacitadas em 15 oficinas macrorregionais para 579 municípios referente ao

tema Concepção Estratégico-operacional do PBF. Para o segundo tema, Roteiro de

Ação para Implantar Projetos de Trabalho e Renda, foram realizadas 15 oficinas

macrorregionais para 549 municípios, tendo sido capacitadas 1.472 pessoas. O

terceiro e último tema, Perspectivas de Implementação das Lições Aprendidas,

capacitou 1.180 pessoas, em 15 oficinas macrorregionais para 498 municípios.

BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

O BPC – Benefício de Prestação Continuada é a garantia de um salário

mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência incapacitada para a vida

independente e para o trabalho, e ao idoso com 65 anos ou mais, que comprove não

possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família.

Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência

ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do

salário mínimo.

O Benefício de Prestação Continuada – BPC está previsto na Constituição

Federal e consagrado na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, Lei nº 8.742

de 07 de dezembro de 1993. É um benefício assistencial que independe de

contribuições para a Previdência Social.

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BPC NA ESCOLA

O BPC na Escola é o Programa de Acompanhamento e Monitoramento do

Acesso e Permanência na Escola das Pessoas com Deficiência Beneficiária do

Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC). Tem como

prioridade os beneficiários do BPC até 18 anos.

PROJOVEM ADOLESCENTE

O ProJovem Adolescente é um Serviço socioeducativo continuado de

Proteção Básica de Assistência Social, entendido como direito.

Afiança a segurança de convívio e promove o fortalecimento de vínculos

familiares e comunitários.

Favorece o protagonismo dos jovens.

Tem como pilares a matricialidade sócio familiar e territorialidade dos

jovens.

PETI – PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL

Programa de transferência direta de renda do Governo Federal para

famílias de crianças e adolescentes em situação de trabalho, adicionado à oferta de

Ações Socioeducativas e de Convivência, manutenção da criança/adolescente na

escola e articulação dos demais serviços da rede de proteção básica e especial.

O PETI tem como objetivo erradicar todas as formas de trabalho infantil

no País, em um processo de resgate da cidadania de seus usuários e inclusão social

de suas famílias.

RENDA CIDADÃ – PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA CONDICIONADA DE RENDA DO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Desde a década de 50, havia no Estado de São Paulo um incipiente

programa de transferência de renda para famílias pobres, mantido pelo Serviço de

Colocação Familiar, ligado ao Poder Judiciário. Criado pela Lei Estadual nº 560, de

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dezembro de 1949, o Serviço repassava a essas famílias, por meio do Juizado de

Menores, um auxílio financeiro para que elas pudessem manter os filhos. Em 1984,

o governo do Estado transferiu o Serviço para o Poder Executivo, sob o nome de

Instituto de Assuntos da Família (IAFAM), que passou a integrar a estrutura da então

Secretaria de Promoção Social. A atribuição do IAFAM era proporcionar às crianças

e adolescentes pobres condições favoráveis ao pleno desenvolvimento físico e

mental. Para isso, fornecia ajuda financeira às famílias, comprometendo-se a

participar de reuniões coordenadas por um assistente social. Buscava-se dessa

forma fortalecer as relações familiares no âmbito das relações sociais,

transformando o subsídio financeiro em instrumento de política social. O auxílio

financeiro variava de um décimo a um terço do salário mínimo, de acordo com a

condição social da família. Em caso de moléstia grave ou de motivos julgados

excepcionais, o valor concedido poderia ser acrescido de até 1/4 (um quarto) do

salário mínimo per capita.

1997 – a então Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social

(SADS), dinamizou e ampliou o atendimento às famílias e propôs a implantação do

Programa Família, que se subdividia em dois subprogramas: Complementando a

Renda e Fortalecendo a Família. O primeiro concedia uma complementação da

renda familiar no valor mensal de até R$ 50,00/pessoa, enquanto o segundo

desencadeava um conjunto de ações com enfoque socioeducativo, tendo em vista o

fortalecimento do grupo familiar e o resgate da cidadania.

O Programa Complementando a Renda pode ser inserido, por suas

especificidades, no rol dos programas de renda mínima implantados no Brasil, pois

assim como estes, aquele relaciona a inserção das famílias à necessidade de as

crianças frequentarem a escola. Em 2001, a Secretaria (já com o nome de SEADS),

substituiu o Programa Complementando a Renda pelo Programa Renda Cidadã.

O Programa Renda Cidadã instituído em setembro de 2001, apresenta

como principais diferenças ao seu antecessor, à abrangência territorial, os valores

dos benefícios e à focalização. Enquanto o Complementando a Renda atingia

apenas 225 municípios, beneficiando cerca de 30 mil famílias, o Renda Cidadã

abrange 644 municípios e atendia, em setembro de 2001, mais de 50 mil famílias.

Atualmente prevê atendimento para 162 mil famílias. Entre 2001 a 2009, já

beneficiou, aproximadamente, 1 milhão de famílias.

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O Programa tem como objetivo atender às famílias com renda mensal per

capita de até R$ 100, propiciando apoio financeiro temporário, associado a

iniciativas com enfoque socioeducativo e de geração de renda. As famílias que

recebem o benefício comprometem-se a manter na escola as crianças e

adolescentes, entre 6 e 15 anos, com uma freqüência mínima de 75% das aulas.

Também devem comprovar a vacinação das crianças de até 7 anos e participar das

atividades socioeducativas e de geração de renda desenvolvidas pelo Programa,

sob responsabilidade dos municípios. São priorizadas as famílias chefiadas por

mulheres, e em todas as famílias a mulher é a responsável pelo recebimento do

benefício. Devido a esse enfoque sobre a questão de gênero, cerca de, 94% são

mulheres, 54% das mulheres são solteiras, 63% não trabalha e 19% tem entre 26 e

30 anos de idade.

Tendo começado com a meta de atender 50 mil famílias em seu primeiro

ano de operação, o Programa Renda Cidadã apresentou notável crescimento ao

longo de 2005. Parte desse crescimento se deve à substituição do Alimenta São

Paulo, um programa que tinha entre suas principais ações a distribuição de cestas

básicas e que era executado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do

Estado de São Paulo. Com a gradativa desativação desse Programa ao longo de

2005, seus beneficiários foram transferidos para o Renda Cidadã.

Outra mudança importante efetuada em 2005 foi relativa ao valor do

benefício e à diferenciação entre a região metropolitana de São Paulo e o interior do

Estado. O Programa surgiu com a proposta de transferir às famílias um subsídio

financeiro temporário de R$ 60,00, que é pago mensalmente por meio de um cartão

magnético da Nossa Caixa, o banco oficial do Estado. Sabe-se, porém, que o custo

de vida na RMSP é significativamente superior ao das cidades interioranas. Por isso,

foram fixados, para os 38 municípios atendidos pelo Renda Cidadã na Região

Metropolitana de São Paulo, excluída a Capital, benefícios com valor superior aos

R$ 60,00 pagos no interior do Estado e Capital. Para famílias sem a presença de

crianças e adolescentes de 0 a 15 anos o valor recebido é de R$60,00; com

presença de 1 criança ou adolescente – R$65,00; com 2 – R$80,00; e 3 ou mais –

R$95,00. Para ser beneficiada, a família deve apresentar comprovante de endereço

onde possa ser localizada; residir nos bolsões de pobreza de acordo com o Índice

de Vulnerabilidade Social; crianças e adolescentes de 6 a 15 anos devem estar

matriculados e freqüentando o Ensino Fundamental; crianças até 7 anos de idade

devem estar com a vacinação atualizada.

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As seguintes características devem ser consideradas para a seleção das

famílias: chefiada por mulher; com maior número de filhos menores de 15 anos; com

jovem cumprindo medida sócio-educativa; integrada por pessoas portadora com

deficiência e/ou incapacitada para a vida independente e o trabalho; integrada por

idoso com mais de 65 anos; integrada por pessoa egressa do sistema penitenciário

ou em reclusão.

A permanência no programa está condicionada à família beneficiária:

comprovar matrícula e 75% de freqüência no Ensino Fundamental das crianças e

adolescentes entre 6 e 15 anos, atestadas pelo órgão oficial de ensino; apresentar

carteira de vacinação atualizada das crianças com até 7 anos; participar dos

trabalhos socioeducativos, de geração de renda e demais atividades desenvolvidas

pelo Município, no âmbito do programa.

O programa é executado em parceria com as Prefeituras Municipais;

excepcionalmente são firmadas parcerias com fundações públicas e/ou com

entidades sociais registradas na Seads;

Para a gestão do programa, é estabelecido um Termo de Adesão que

efetiva a parceria da Seads com os parceiros; o desenvolvimento e o custeio das

ações socioeducativas que devem priorizar saúde, educação, fortalecimento do

vínculo familiar e incentivo à participação comunitária e de geração de renda são de

responsabilidade dos municípios. Estes podem utilizar recursos estaduais do

Programa de Proteção Social Básica para o co-financiamento dessas ações, desde

que elas estejam priorizadas no Plano Municipal de Assistência Social.

Compete à SEADS: apoiar e estimular a adesão dos Municípios ao

Programa Renda Cidadã; disponibilizar aos Municípios o acesso ao sistema online –

Cadastro Pró-Social do Estado de São Paulo, visando o cadastramento das famílias

por meio eletrônico; administrar as informações das famílias beneficiárias do

programa, registradas no sistema de Cadastro Pró-Social; promover a capacitação

dos Municípios parceiros para o processo de cadastramento das famílias em

situação de pobreza; disponibilizar, por meio das Diretorias Regionais de Assistência

e Desenvolvimento Social (DRADS), apoio técnico aos Municípios parceiros;

supervisionar os Municípios parceiros, no acompanhamento do cumprimento das

condições e critérios estabelecidos pelo Programa Renda Cidadã; emitir relatórios

gerenciais sobre o desenvolvimento das ações do programa; avaliar,

periodicamente, o andamento e o resultado do programa; providenciar a

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desvinculação do Programa Renda Cidadã das famílias que tiverem completado o

recebimento das 24 (vinte e quatro) parcelas mensais, previstas para o benefício.

Compete às prefeituras municipais Selecionar e cadastrar as famílias

beneficiárias no Cadastro Pró-Social do Estado de São Paulo coordenado pela

Seads, em conformidade com os critérios exigidos pelo programa e pelo sistema de

cadastramento; manter atualizados os dados cadastrais das famílias incluídas no

Pró-Social; providenciar o desligamento da família beneficiária, após avaliação

sócio-econômica, quando esta tiver completado o recebimento das 12 (doze)

parcelas do benefício do programa.

O parceiro deve garantir: espaço físico para atender às famílias; visitas

domiciliares para comprovar os dados apresentados para a inscrição das famílias no

programa; controle de indicadores de resultado estabelecidos para o programa;

reuniões com grupo de famílias para acompanhar e avaliar o programa; identificação

da rede de serviços locais para encaminhar as famílias; articulação dos recursos

sociais públicos e privados disponíveis no município, para disponibilizá-los as

famílias participantes do programa; desligamento de famílias que descumpram sua

contrapartida, que ultrapassem a renda permitida ou que mudem do município;

divulgação junto à comunidade dos critérios de participação no programa.

Indicadores de Avaliação: ampliação do número dos jovens e adultos

alfabetizados entre as famílias incluídas no programa; ampliação do número de

beneficiários atendidos pela rede de proteção social nas áreas de educação, saúde,

habitação, saneamento, justiça e direitos humanos; aumento de participação dos

beneficiários na vida comunitária; melhoria das condições de higiene pessoal e

ambiental entre as famílias beneficiárias; aumento do número de beneficiários

encaminhados aos cursos de qualificação e requalificação profissional; ampliação do

número de pessoas beneficiárias exercendo atividade remunerada.

CONSIDERAÇÕES

Todas essas ações e programas assinalam o esforço do Governo de São

Paulo em imprimir uma nova cultura e lógica na área social.

Para tanto, a SEADS programou sistemas de Informação, Monitoramento

e Avaliação da Política de Assistência Social no Estado. Tais sistemas são

16

indispensáveis à gestão no sentido de propiciar o acompanhamento e controle das

ações planejadas e de seus resultados. Geram informações que garantem padrões

de qualidade, checam se os objetivos previstos foram alcançados, identificam

resultados e impactos produzidos na melhoria da qualidade de vida da população-

alvo, subsidiam decisões, opções políticas e programáticas, bem como dão

transparência aos produtos/resultados de suas ações.

A SEADS vem construindo um conjunto de indicadores que auxiliarão o

planejamento e o aprimoramento de suas ações, que contempla o Cadastro Pró-

Social, que se traduz em um cadastro único de instituições, programas e

beneficiários, com o objetivo de coletar, armazenar, compartilhar e disponibilizar

informações referentes à atuação dos órgãos governamentais e demais instituições

na área de assistência social; cadastrar as famílias de beneficiários de programas e

projetos federais, estaduais e municipais; possibilitar a análise de perfil dos

beneficiários e produzir informações sobre os resultados da política social,

fornecendo ferramentas para o monitoramento e a gestão das políticas públicas. O

público alvo são os gestores estaduais e municipais de programas de assistência

social no estado de São Paulo.

Para os programas de transferência de renda com objetivo de promover

maior compreensão sobre os efeitos que programas governamentais podem surtir

nas condições sócio-econômicas de famílias e indivíduos pobres residentes na

Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), a SEADS, no âmbito do Projeto

Avaliação e Aprimoramento da Política Social no Estado de São Paulo (parceria com

o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento), vêm coordenando a realização

de uma pesquisa de impacto, cujo objetivo é avaliar os efeitos conjugados de

programas de transferência de renda, quando combinados com outros programas

sociais (federais, estaduais e municipais) direcionados à população de baixa renda.

Iniciada em 2008, a execução dessa pesquisa, bem como a análise dos

seus dados e a elaboração dos relatórios resultantes são desenvolvidos por uma

instituição contratada pela SEADS, que possui experiência sólida na área de

políticas sociais, desenho e execução de pesquisas e/ou economia aplicada.

A pesquisa visa fortalecer a capacidade da SEADS de apoiar avaliações e

estudos sobre políticas sociais, bem como promover intercambio e disseminação de

informações e análises que subsidiem a tomada de decisões em políticas sociais.

17

O objetivo central da pesquisa é avaliar se, ao se distribuir às mesmas

famílias pobres e seus membros (isoladamente) uma cesta de programas

complementares, para além de programas de transferência de renda que recebam,

gera-se algum “valor agregado” – e em qual combinação e extensão.

Este objetivo geral é mais complexo, portanto, do que o de uma avaliação

de impacto padrão, porque procura identificar o valor conjugado de múltiplas

intervenções, aí incluídas as condicionalidades dos programas de transferência de

renda. Diferencia-se das avaliações realizadas até 2005, sobre programas como

Progresa (México), Red de Protección Social (Nicarágua), Programa de Asignación

Familiar (Honduras) e Bolsa Família (Brasil), pois nestas se buscou medir

unicamente os impactos da transferência de renda.

A pesquisa parte da hipótese de que os impactos sobre a pobreza

tendem a ser mais positivos quando, ao programa de transferência monetária,

somam-se outros programas sociais --e que tais impactos dependem ou se

relacionam, de algum modo, com o nível de conhecimento e o comportamento dos

beneficiários.

A pesquisa busca responder à seguinte questão: que efeitos se verificam

quando a família (ou alguns de seus membros isoladamente), além da transferência

de renda, recebe também um, vários ou todos dos seguintes tipos de programas:

educação, atendimento em saúde, programas de alimentação/nutrição, programas

sócio educativos para crianças e adolescentes, educação de jovens e adultos,

programas de capacitação ou treinamento para jovens ou adultos, etc.?

A pesquisa consiste de um painel de duas ondas, realizado por meio de

dois surveys (pesquisas domiciliares) feitos em dois momentos distintos (o primeiro

já realizado em 2008 e o outro previsto para o segundo semestre de 2009). Seu

desenho visa permitir a comparação de um grupo de controle e de um grupo de

tratamento, ambos construídos a partir de uma seleção entre famílias pobres da

Região Metropolitana de São Paulo (ver Quadro I no final do texto). A Pesquisa toma

como amostra um total de 900 famílias, distribuídos por diferentes segmentos que

visam contemplar diferentes percepções (ver Quadro II no final do texto).

Os programas de transferência de renda considerados são: Bolsa Família

(Federal), Renda Cidadã (Estado de São Paulo) e Renda Mínima (Prefeitura da

Cidade de São Paulo). Além destes, o conjunto de programas complementares

considerados são aqueles referentes a: a) condicionalidades previstas por esses

18

programas de transferência de renda, como freqüência escolar e procedimentos de

saúde; b) programas públicos complementares (federais, estaduais e municipais),

como os de distribuição de alimentos, de educação especial, de capacitação

profissional para jovens e adultos, auxílios para melhorias habitacionais, contra turno

escolar e inclusão digital.

Tendo sido concluída a primeira rodada da pesquisa domiciliar,

processados os dados e apresentados os resultados em Workshop realizado no

mês de dezembro de 2008 – evento que contou com a participação de

especialistas de diversas instituições, membros da SEADS e do BID – cabe

enfatizar que o modelo teórico proposto para a realização do estudo em curso

prevê a avaliação incremental de um conjunto de indicadores de impacto sobre a

condição de vida entre os grupos de domicílios participantes do estudo, a partir de

uma linha de base estabelecida nesta primeira rodada de coleta de dados. Nesse

sentido, embora esta etapa da pesquisa tenha tido como principal objetivo uma

análise primordialmente descritiva dos grupos de domicílios em vulnerabilidade e o

estabelecimento de um quadro referencial para a realização de uma análise

comparativa na segunda rodada da pesquisa quantitativa, procurou-se extrair o

máximo possível da base de dados com o propósito de identificar algumas

diferenças entre os estratos amostrais classificados de acordo com o recebimento

ou não de diferentes tipos de programas sociais.

Entre as principais conclusões a que se pode chegar até o momento, a

partir daquilo que fora verificado nas análises descritivas para os dados estruturais e

para os dados situacionais dos domicílios pesquisados, ressaltam-se diferenças para

aspectos objetivos e subjetivos relacionados à sua condição de vida. O grupo de

famílias que recebe programas de transferência de renda apresenta melhores

condições de vida para aspectos relevantes em termos financeiros, de alimentação e

de educação em relação às famílias que não recebem programas. As famílias que

recebem programas complementares aos de transferência de renda apresentam

condições de vida ainda melhores que os que recebem somente transferência de

renda para alguns aspectos relacionados à renda e ao consumo, a trabalho e

emprego, à educação e à pobreza de acesso social. Este grupo, no entanto,

apresenta alguns aspectos próprios que devem ser analisados em maior

profundidade e que podem estar relacionados às condições específicas de

vulnerabilidade e aos critérios de seleção para o recebimento dos programas

19

complementares que recebem. Cabe ressaltar que a avaliação consistente do

impacto do recebimento dos diversos tipos de programa deverá ser realizada através

da análise incremental, comparando os resultados obtidos na segunda rodada da

pesquisa com os resultados da linha de base. Estes resultados permitirão isolar

aspectos estruturais, pré-existentes nestas famílias e também que possam estar

associados aos critérios de elegibilidade dos programas. Como exemplo, o

recebimento de programas complementares como os programas de saúde podem

estar associados à pré-existência de piores condições de saúde e de vulnerabilidade

da família. Tais condições podem explicar, por exemplo, a maior incidência de

crianças que trabalham, de moradores desnutridos, e que necessitam de

medicamentos de uso contínuo entre as famílias que recebem programas

complementares aos programas de transferência de renda.

Ainda que esta rodada da pesquisa tenha tido por objetivo determinar o

referencial para servir de linha de base para a avaliação incremental na segunda

rodada, existem elementos na análise realizada que permitem sugerir que as

hipóteses tomadas inicialmente não podem ser rejeitadas. Não é possível rejeitar a

hipótese de que domicílios com famílias em elevada situação de vulnerabilidade

social que recebem o benefício de transferência de renda apresentam indicadores

de impacto ou de condições de vida mais elevados do que aqueles que não

recebem qualquer programa ou benefício social. Da mesma maneira, não é possível

rejeitar que domicílios com famílias em elevada situação de vulnerabilidade social

que recebem o benefício de transferência de renda mais algum benefício específico

do tipo saúde/nutrição/segurança alimentar ou do tipo educação/capacitação ou

outro tipo de benefício apresentam indicadores de impacto mais elevados do que

domicílios com famílias que recebem apenas o benefício de transferência de renda e

dos domicílios com famílias que não recebem nenhum tipo de programa social.

20

Município (i) População com algum grau de vulnerabilidade (A)

População com alto e muito alto grau de vulnerabilidade (B)

(B/A) (em %)

39 Bi/∑Bi

i=1

São Paulo 9.332.618 1.399.784 15,0 43,05 Guarulhos 1.242.524 191.435 15,4 5,89 Itaquaquecetuba 364.730 164.288 45,0 5,05 Francisco Morato 172.889 127.441 73,7 3,92 São Bernardo do Campo 688.784 118.338 17,2 3,64 Suzano 285.128 93.327 32,7 2,87 Mogi das Cruzes 352.803 81.569 23,1 2,51 Osasco 677.426 81.479 12,0 2,51 Itapevi 205.136 79.268 38,6 2,44 Mauá 407.067 69.972 17,2 2,15 Embu 250.532 68.871 27,5 2,12 Diadema 386.624 65.164 16,9 2,00 Carapicuíba 386.589 60.780 15,7 1,87 Itapecerica da Serra 175.882 60.691 34,5 1,87 Ferraz de Vasconcelos 181.929 57.704 31,7 1,77 Santo André 647.895 56.980 8,8 1,75 Santana de Parnaíba 85.127 43.000 50,5 1,32 Taboão da Serra 222.785 41.513 18,6 1,28 Franco da Rocha 126.273 39.502 31,3 1,21 Cotia 172.528 34.321 19,9 1,06 Embu-Guaçu 76.639 33.307 43,5 1,02 Vargem Grande Paulista 48.408 31.954 66,0 0,98 Santa Isabel 47.944 29.543 61,6 0,91 Mairiporã 76.364 28.146 36,9 0,87 Barueri 254.751 26.210 10,3 0,81 Biritiba Mirim 30.625 22.938 74,9 0,71 Juquitiba 32.277 22.169 68,7 0,68 Cajamar 64.874 18.110 27,9 0,56 Arujá 76.547 17.587 23,0 0,54 Guararema 25.064 14.302 57,1 0,44 Salesópolis 16.672 13.144 78,8 0,40 São Lourenço da Serra 16.874 12.932 76,6 0,40 Pirapora do Bom Jesus 16.639 9.243 55,6 0,28 Poá 108.651 9.170 8,4 0,28 Rio Grande da Serra 42.601 8.333 19,6 0,26 Ribeirão Pires 119.192 8.104 6,8 0,25 Caieiras 96.643 6.441 6,7 0,20 Jandira 111.226 4.179 3,8 0,13 São Caetano do Sul 119.837 0 0,0 0,00 Total 17.747.094 3.251.239 18,3 100,00

Quadro I – Distribuição da população-alvo da pesquisa

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Quadro II

PRINCIPAIS NÚMEROS DA SEADS

Pró-Social

Famílias cadastradas 1.593.031

Pessoas 5 milhões

Instituições 9.767

Programas 171

Gestores (usuários ativos) 2.948 gestores

Ação Jovem

ANO BENEFICIÁRIOS

2009 (META) 94.000

Renda Cidadã

ANO BENEFICIÁRIOS

2009 (META) 162.000

X Grupo de Tratamento 1

I N < I R < I D I N < I R < I E

I D I E I S I R I N Indicador I 1

I N < I R Efeito L í quido N í vel 1

I N < I R < I S Efeito L í quido N í vel 2

T 1 T

1 T 1 T

1 T 1 T

0 T 0 T

0 T 0 T

0 Per í odo de Tempo

I N < I R < I S + I E + I D Efeito L í quido N í vel 3

X X X X Grupo de Tratamento 8

Fam í lias beneficiadas por Programas Sociais

X

Fam í lias não beneficiadas

por Programas

Sociais

X X X Grupo de Tratamento 7

X X X Grupo de Tratamento 6

X X X Grupo de Tratamento 5

X X Grupo de Tratamento 4

X X Grupo de Tratamento 3

X X Grupo de Tratamento 2

Grupo de Controle

Demais Tipos de Programa

Educa ç ão e Capacita ç ão

Sa ú de, Nutri ç ão e Seguran ç a Alimentar

Transferência de Renda

Estrato

X Grupo de Tratamento 1

I N < I R < I D I N < I R < I E

I D I E I S I R I N Indicador I 1

I N < I R Efeito L í quido N í vel 1

I N < I R < I S Efeito L í quido N í vel 2

T 1 T

1 T 1 T

1 T 1 T

0 T 0 T

0 T 0 T

0 Per í odo de Tempo

I N < I R < I S + I E + I D Efeito L í quido N í vel 3

X X X X Grupo de Tratamento 8

Fam í lias beneficiadas por Programas Sociais

X

Fam í lias não beneficiadas

por Programas

Sociais

X X X Grupo de Tratamento 7

X X X Grupo de Tratamento 6

X X X Grupo de Tratamento 5

X X Grupo de Tratamento 4

X X Grupo de Tratamento 3

X X Grupo de Tratamento 2

Grupo de Controle

Demais Tipos de Programa

Educa ç ão e Capacita ç ão

Sa ú de, Nutri ç ão e Seguran ç a Alimentar

Transferência de Renda

Estrato

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Repasse de recursos aos municípios – Cofinanciamento dos Planos Municipais

ANO VALORES BENEFICIÁRIOS

2009 R$ 128.448.316,02 537.732

Rede Social SP

Agentes capacitados 12.449

Municípios 433

Encontros 386

Municípios que aplicaram Ecâmetro 98

Avanços no ECA 142 municípios relataram 443 avanços

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REFERÊNCIAS

BRASIL. LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social, 1993. Brasília, MPAS, Secretaria de Estado de Assistência Social, 1999. SECRETARIA ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL. FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA – CEPAM. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Observatório do Programa Bolsa Família, 2007. _____. Guia de geração de renda, 2007. _____. Apoio à Implementação do Programa Bolsa-Família nos Municípios Paulistas – Gestão, trabalho, renda. São Paulo: Cepam, 2007 (CD-ROM). SÃO PAULO (Estado). Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. Resolução SEADS no 1, de 2 de março de 2005. Cria o Programa Renda Cidadã. ______. Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. Resolução SEADS no 4, de 16 de maio de 2005. Altera alguns artigos da Resolução SEADS no 1, do Programa Renda Cidadã. ______. Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social. Programa Renda Cidadã e Projeto Ação Jovem. Série: inovações em gestão pública. ___________________________________________________________________

AUTORIA

Felicidade S. Pereira – assistente social e especialista em gestão de saúde pública, coordenadora do Programa Bolsa Família e do Programa Renda Cidadã da Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social – SEADS do Estado de São Paulo.

Endereço eletrônico: [email protected]