Resenha Do Texto Sobre a Brevidade Da Vida- Versão Final

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUB Campus Itabira

    Hugo Machado Torres 24450 EME

    Resenha do Texto Sobre a Brevidade da Vida do filsofo romana Lcio Anneo Seneca

    ITABIRA

    2014

  • Resenha do texto Sobre a Brevidade da Vida

    A obra consiste em cartas que foram escritas no primeiro sculo depois de Cristo pelo

    filsofo romano Seneca ao seu amigo Paulino. considerada uma das obras mais famosas da

    antiguidade latina e a mais conhecida do autor. Dividida em quatro sees, a obra

    proporciona uma leitura bastante dinmica.

    O autor, oriundo de uma famlia tradicional do Imprio Romano, nasceu em uma

    localidade onde hoje se encontra a cidade de Crdoba, na Espanha. Ainda quando criana, aos

    3 anos, foi enviado a Roma para estudar oratria e filosofia. Dentre suas contribuies,

    destaca-se o fato de ser tido como modelo para os pensadores estoicos durante o

    renascimento, alm de tambm inspirar a tragdia e a dramaturgia renascentista.

    Em Sobre a Brevidade da Vida, o autor leva o autor a uma discusso sobre a vida, o

    quo longa ela , como lidamos com ela e como ela pode ser mais bem desfrutada. Logo nos

    primeiros captulos, mostrado que na verdade o tempo que nos dado na verdade mais do

    que suficiente. O grande problema que nos ocupamos com coisas que no mereceriam, de

    acordo com o autor, tanta ateno, havendo pouco tempo para o prprio ser. Entre essas

    coisas que o autor julga no serem to importantes esto a dedicao a atividades inteis,

    embriaguez por vinho, excesso de preocupao com a opinio alheia, excesso de desejo em

    comercializar e obter lucro, a paixo por assuntos militares, o desejo excessivo em servir e a

    busca por beleza.

    No decorrer do texto, Seneca levanta vrios casos de como as pessoas geralmente

    levam a vida de uma maneira insatisfatria, vivendo em funo de realizar deveres a outras

    pessoas. Segundo o autor, nesse modelo de vida, o individuo perde a autoridade sobre a

    prpria existncia. H uma citao que diz que, caso uma pessoa de idade avanada fizer o

    calculo de sua existncia, descontando o tempo gasto com futilidades, ver que reservou

    pouqussimo tempo para si mesmo. O autor alerta que vivemos como se fssemos viver para

    sempre.

    Citando casos de pessoas que vivem nesse modelo tende em mente a ociosidade num

    perodo o futuro, tais como Augusto, Marco Ccero e Lvio Druso Seneca, deixa um alerta

    quanto imprevisibilidade da vida e a possibilidade da mesma estar sendo desperdiada. De

    acordo com Seneca, uma pessoa ocupada demais no pode dedicar tempo a atividades que

    julga serem proveitosas, tais como a eloquncia e os estudos liberais. De acordo com o autor,

    essa a melhor maneira de aproveitar a vida, dedicando tempo a si mesmo, procurando

    sempre adquirir mais sabedoria.

    Seneca diz em um trecho da obra que o tempo, por ser algo incorporal e que no salta

    aos olhos, tratado com desprezo por muitos que acabam no lhe atribuindo nenhum valor.

    Faz-se um paralelo com o valor que dado coisas tangveis aos olhos, tais como penses e

    aluguis, que recebem no decorrer da vida das pessoas muito mais ateno e valor que o

  • tempo. Esse s devidamente valorizado quando j escasso. O autor chega a citar que se as

    pessoas tivessem conhecimento exato de quanto tempo lhes resta, teriam noo de que um

    bem escasso e o administrariam melhor.

    Em determinado trecho da obra, o filsofo faz uma crtica a uma vida baseada em

    expectativas. Segundo ele, essa uma maneira de economizar a vida gastando-a. Reservar

    tempo para si prprio apenas em planos futuros uma maneira ruim de aproveitar a vida por

    causa da imprevisibilidade (no se sabe at quando ir viver) e porque reservar tempo para si

    prprio somente durante a velhice faz com que no possamos aproveitar plenamente esse

    tempo.

    Numa ilustrao sobre o quo pouco vivem os ocupados, Seneca exemplifica esse ponto

    de vista baseado nos desejos das pessoas de viver mais longamente. Velhos fazem oraes por

    mais tempo de vida e se lamentam por terem sido tolos e no terem aproveitado a vida. Por

    outro lado, para o autor, a vida de algum livre de preocupaes longa, e por mais curta que

    seja, ser suficiente.

    Para o autor, ocupado no somente algum que dedica seu tempo algum ofcio.

    Para ele, h vrias pessoas que desperdiam seu tempo livre com atividades que na verdade os

    fazem ficar mais ocupados. Entre tais ocupaes est colecionar mais e mais dinheiro, se

    dedicar a assistir espetculos frequentemente ou fazer separaes meticulosas de animais.

    Para Seneca, essas pessoas no tem tempo livre, mas sim ocupaes indolentes.

    Apesar de mostrar muitas situaes que podem ser comparadas s do sculo XXI e levar

    a uma reflexo que pode levar a uma melhoria no estilo de vida, o texto apresenta algumas

    generalizaes. Considerar que h apenas um modo de realmente aproveitar a vida, e

    considerar que todas as formas citadas de desperdiar a vida se aplicam a toda e qualquer

    pessoa soa meio precipitado, pois no leva em considerao as diversas culturas existentes e

    as infinitas personalidades diferentes.

    Por exemplo, para muitos, assistir a espetculos ou ir em eventos de entretenimento

    uma maneira boa e saudvel de se aproveitar o tempo. Por mais que no haja uma edificao

    pessoal com isso, h uma satisfao em participar de tais eventos. Obviamente, faze-lo em

    propores exageradas pode ser prejudicial.

    Alm disso, soa utpico levar uma vida sem preocupaes. Por mais que nos roube o

    tempo, essas preocupaes fazem parte da vida, e talvez no t-las seria como se uma parte

    natural da vida estivesse sendo ignorada. preciso preocupaes para que os momentos

    ociosos valam a pena.

    Outro ponto do qual discordo levemente quanto uma vida de expectativa. Por mais

    que uma vida baseada apenas em expectativa seja frustrada, viver pensando apenas no hoje

    pode no ser muito bom. Tendo em vista a imprevisibilidade da vida, de bom grado se

    poupar e poupar recursos para o futuro. Em caso de normalidade, haver um melhor proveito

  • desses recursos, por mais que no seja de maneira plena. Em caso de alguma desgraa, esse

    planejamento feito evita com que os maus acontecimentos aflijam ainda mais a pessoa.

    Referncias:

    1. Disponvel em: , acesso no dia

    16/03/2014;

    2. Disponvel em: , acesso no dia

    16/03/2014.

    Resenhista: Hugo Machado Torres, graduando do 5 perodo do curso de Engenharia

    Mecnica da Universidade Federal de Itajub Campus Itabira