Resumo maristela capitulo 1_parte1
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Programa de Pós-graduação em Educação – UFBA
Disciplina: O texto e as práticas pedagógicas
Docente: Dinéa Maria Muniz
Data: 09/09/2011
Aluna: Maristela Midlej
Livro O texto e a Construção dos sentidos deIngedore G. Villaça Koch -
Resumo do Capítulo I – Parte I - A Atividade de produção textual
No capítulo 1 da primeira parte do livro O texto e a construção dos sentidos,
intitulado A atividade de produção textual, Koch nos ajudando a entender esse
processo, aponta, a partir das teorias da atividade verbal, que o texto é
resultado de uma atividade produzida por influência consciente, teleológica e
intencional de sujeitos humanos, individuais ou coletivos, sobre seu ambiente
natural e social. O texto resulta de uma realização de uma atividade verbal,
numa situação dada, com vistas a certos resultados e que tal atividade,
podearticular-se em três aspectos: motivação (surge de uma necessidade),
finalidade (que remete a planificação da atividade, fazendo usos dos meios
sociais, os signos, e a eleger os meios adequados a realização, que pode
sofrer modificação do processo no decurso da atividade (troca das ações
previstas por outras, de acordo com mudanças produzidas na situação) e por
fim a realização.
Koch chama a atenção para o foco de interesse do estudo propriamente
linguístico (da teoria da atividade verbal), que são as formas de organização da
linguagem para a realização de fins sociais, sendo seu objetivo verificar como
se conseguem realizar determinadas ações ou interagir socialmente através da
linguagem. Assim, diz a autora a partir de Leont’ev, que a realização linguística
depende das condições sociais e psicológicas, e vem determinada pelo motivo
básico da atividade, e utiliza diversos meios, a saber: seleção de palavras,
passagem do programa à sua realização, projeto gramatical, tradução e
comparação de variantes sintáticas, fixação e reprodução dos compromissos
gramaticais, unidos à programação motora (fisiológica).
A autora destaca o modo como o conjunto da atividade e do seu entorno
sociopsicológico influi na forma específica da expressão linguística e sinaliza os
fatores que determinam a intervenção verbal, como motivação, situação, prova
de probabilidades, tarefa-ação. Esses fatores influencia o sujeito na idealização
do plano geral do texto, que vai determinar a organização interna deste, antes
da sua materialização através de unidade linguísticas. Sendo importante
distinguir que no processo de realização da atividade mediante ações verbais,
há duas fases. A primeira delas é a estruturação da motivação inicial e
segunda a realização superficial dessa motivação. Nelas, são considerados os
determinantes não-linguísticos, de caráter pscio-social.
No decorrer do texto, há uma apresentação de algumas propostas no interior
da linguística textual, a saber: O método de H. Isenbeg (1976), o qual aponta
um método para entender a geração, interpretação e análise de um texto. Para
este, o texto pode ser visto sob os seguintes aspectos: legitimidade social,
funcionalidade comunicativa, semanticidade, referência à situação,
intencionalidade, boa formação, boa composição, gramaticalidade. Esses 8
elementos articulados permitem o estudo interdisciplinar do texto linguístico; Os
trabalhos de Van Dijk (década de 80), onde nos mostra que sem um macro-
próposito e uma macro-intenção, seríamos incapazes de decidir qual ato de
fala poderia propiciar um estado a partir do qual o resultado pretendido e a
meta intencionada poderiam ser alcançados; A teoria do ato verbal de Schimidt
(1971) que sinaliza a linguagem como sistema de atividades ou de operações
que consiste em realizar operações ordenadas, com ajuda de um repertório de
variáveis e regras, para atingir um determinado objetivo, que é informação,
comunicação, estabelecimento de contato, automanifestação, expressão e
per(formação) da atividade.
Além das propostas citadas acima, a autora chama a atenção para outras,
como: as ideias de Wubderlich (1978) que assinala o objetivo da teoria da
atividade que é extrair os traços comuns das ações, planos de ação e estágios
das ações, e pô-los em relação com traços comuns dos sistemas de normas,
conhecimentos e valores; em Beaugrande&Dressler (1981), podemos perceber
que a produção e a recepção de textos funcionam como ações discursivas
relevantes para algum plano ou meta, sendo essa atividade verbal uma
instância de planejamento interativo. Assim sendo, incluem critérios de
textualidade, entre eles a coesão, a coerência, intencionalidade/aceitabilidade;
os últimos teóricos citados pela autora, Motsch&Pasch concebem o texto como
uma sequência hierarquicamente organizada de atividade realizadas pelos
interlocutores, ou seja, a enunciação, a intenção do anunciador de atingir
determinado objetivo, as condições necessárias para que esse objetivo seja
alcançado e as consequências decorrentes do atingimento do objetivo.
Por fim, contribuindo ainda mais para nossa compreensão da temática
discutida, a autora conclui o texto, afirmando que a atividade textual pressupõe
um sujeito (entidade pscio-físico-social), que em sua relação com outro (s)
sujeitos(s), constrói o objeto-texto, levando em consideração todos os fatores
mencionados, articulando-os de acordo com as suas necessidade e seu
objetivos. O(s) outro(s) sujeito(s) implicado(s) nessa atividade pode ou não
atribuir sentido ao texto, aceitá-lo como coeso e/ou coerente, considerá-lo
relevante para a situação de interlocução e/oi capaz de produzir nela alguma
transformação.
Referência Bibliográfica:
VILLAÇA, Ingedore Villaça Koch. O texto e a construção dos sentidos.9ª ed.
São Paulo: Contexto, 2007. p.11-24.
Questão problematizadora a partir do texto:
− Quais são os princípios que devem reger as práticas pedagógicas para
inserção das estratégias de leitura e escrita a partir dos novos gêneros
textuais digitais?
O primeiro deles é abrir espaço de formação para os professores, para que
possam se apropriar das características desses gêneros.