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DIMINUIÇÃO DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS OU RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EMPRESARIAL? PRESTAÇÃO DE CONTAS ELEITORAIS REFORMA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA Revista do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás nº 8 agosto/outubro 2008 Impresso Especial Contrato nº 9912174897 ECT/DR/GO X CRC-GO Impresso Envelopamento autorizado Pode ser aberto pela ECT

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DIMINUIÇÃO DE IMPACTOSSOCIOAMBIENTAIS OU RESPONSABILIDADE

SOCIOAMBIENTAL EMPRESARIAL?

PRESTAÇÃO DE CONTAS ELEITORAIS

REFORMA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA

Revista do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás nº 8 agosto/outubro 2008

Impresso EspecialContrato nº 9912174897ECT/DR/GO X CRC-GO

ImpressoEnvelopamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

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# 8 agosto/outubro 2008

necessita ter e a ignorância é ousada. Aliás, concluem a faculdade sa-bendo muito pouco sobre os crimes contra a ordem tributária: quandoe como ocorrem, quem são os envolvidos e quais as conseqüências. Oconselho tem a função de conscientizar, além de registrar e fiscalizar.O programa de educação continuada também confere consciên-

cia ao profissional, no que se refere à carreira. Segundo apresentaos dados, no ano passado, o CCRRCC--GGOO realizou 41 cursos de aper-feiçoamento e atualização, totalizando 5.307 participantes. Um nú-mero de grande significado. Até julho de 2008, 22 cursos foramrealizados, com 1.320 participantes. Os temas propostos enrique-cem o dia-a-dia da classe contábil. E reformulam a profissão.Reformular lembra reformar. E assim acontecerá com o sistema

tributário do Brasil. Em entrevista especial à revista, Sandro Mabel,relator do projeto de reforma tributária na Câmara dos Deputados,conta que a proposta vai permitir uma alavancada importante nodesenvolvimento do Brasil. Nas palavras do relator, o Brasil passa por um momento extre-

mamente significativo, com uma economia consolidada e em condi-ções de crescimento ainda maior e diz que reforma não serátotalmente a ideal: “Mas um avanço como foi o Plano Real, em1994, que acabou com a inflação e a economia voltou a crescer. Nãotemos, ainda, condições de realizar uma reforma por inteiro porqueesse é um assunto complexo que mexe com muita gente, mas nãotenho dúvidas de que ela será um grande avanço para o país. Vamosfazer a grande base para um novo salto de crescimento para o Brasil”.

Consciência, transparência, conhecimento e crescimento.

E boa leitura!

LLuuiizz AAnnttôônniioo DDeemmaarrcckkii OOlliivveeiirraa -- Presidente em exercício CCRRCC--GGOO 8ª

ALBERTO MAIA

Estas duas palavras permeiam as ações do profissional da Contabi-lidade e aparecem, praticamente, em todas as matérias da edição.Belas palavras brotam em solo fértil, assim como a responsabilidadesocioambiental germina a essência do pensamento contemporâneo. A globalização traz consigo demandas por transparência. Não

mais bastam apenas os livros contábeis. Empresas são pouco a poucoobrigadas a divulgar desempenho social e ambiental, os impactos dasatividades e as medidas tomadas para prevenção ou compensação. Como avalia a reportagem de capa, a informatização do trabalho

nas organizações é um fenômeno em crescente expansão: “A era di-gital chegou aos escritórios e, com ela, a possibilidade de desenvol-vimento de projetos socioambientais criativos e inovadores. Ocontabilista, ao ter que lidar com essa nova realidade empresarial,que não implica necessariamente em mudanças orçamentárias radicaisnos balanços, passa a ser um agente de fundamental importância”. Outro elemento, bem lembrado na reportagem, traz também as

palavras consciência e transparência no corpo das ações: o balançosocial. “É o principal instrumento contábil de proposição, de apre-sentação, de desenvolvimento e de avaliação de projetos socioam-bientais. E ainda uma excelente estratégia de marketing empresarial.Trata-se de um essencial indicador dos benefícios sociais para as co-munidades e para o ambiente, por parte das organizações”.Igualmente importante, a prestação de contas em campanha elei-

toral exige transparência e consciência. Como nos demais anos elei-torais, os partidos advertem os postulantes para a necessidade deorganização contábil das campanhas políticas a fim de evitar futurosproblemas com a Justiça Eleitoral. Uso as palavras do consultor Car-los Eduardo Lullis: “O envolvimento do contabilista com a elabo-ração da prestação de contas também é muito importante. Atribuiconhecimento profissional, aumenta a qualidade das informaçõesproduzidas numa campanha política, mostra transparência e organi-zação”. O interesse do CCRRCC--GGOO em transferir e dividir experiênciasaos profissionais, a partir de cursos, é uma iniciativa muito válida.Muito correto também é saber que um profissional da Contabili-

dade escolhe caminhos legais, no exercício da carreira. Estou falandosobre os crimes contra a ordem tributária. Este profissional está imedia-tamente conectado ao tema, até pela importância do exercício profissio-nal e assuntos inerentes. Todo o cotidiano da empresa passa pelas mãosdele. Uma parcela de profissionais não apresenta o conhecimento que

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agosto/outubro 2008 # 8

Nº 8 agosto/outubro 2008

A folha da capa é mais uma entre milhões existentes em Goiânia, a cidade com a área urbana mais verde do Brasil.

Publicação do Conselho Regional de Contabilidade de GoiásRua 107, 151, Setor Sul - Goiânia - GO CEP: 74085 - 060

55 62. 33224400 -- 22221111 | 55 62. 33224400 -- 22221122www.crcgo.org.br | [email protected]

CCOONNSSEELLHHOO DDIIRREETTOORRVice - Presidente Administrativo no Exercício da Presidência

LLuuiizz AAnnttôônniioo DDeemmaarrcckkii OOlliivveeiirraaVice - Presidente de Controle InternoJJoosséé GGiillmmaarr CCaarrvvaallhhoo ddee BBrriittooVice - Presidente de RegistroJJoosséé AAnnttôônniioo SScchhiimmiitt

Vice - Presidente de FiscalizaçãoHHeennrriiqquuee RRiiccaarrddoo BBaattiissttaa

Vice - Presidente de Desenvolvimento ProfissionalEEllaaiinnee BBoorrggeess SSiillvveeiirraa

OOUUVVIIDDOORR II AAFrancisco de Assis de Lima

CCOONNSS EELLHHEE IIRROOSS EEFFEETT IIVVOOSS ::Mauricio Generoso de Freitas

Otávio Martins de Oliveira JúniorRosângela Gonzaga PedrosaWalkiria da Silva Alencar

CCOONNSSEELLHHEE IIRROOSS SSUUPP LLEENNTTEESSCésar Augusto de Almeida

Danilo Invernizzi Rodrigues NevesDinair Rodrigues dos Reis JúniorDorman Augusto Fleury FilhoEli de Souza NascimentoElias Costa Machado Neto

Eliene Mendes de Oliveira FeitosaElione Cipriano da SilvaFrancisco de Assis de Lima

Hugo de AlmeidaOlavo Mateus TinocoOracy Pereira da Costa

EEDD IIÇÇÃÃOO EE PPUUBBLL IICC IIDDAADDEELuz Comunicação

Goiânia - GO | 55 62. 8435 - [email protected]

Editora Chefe DDaannii OOlliivveeiirraaEdição e reportagem MMaaxx MMiirraannddaa GGOO -- 0011443300 -- JJPP (Jornalista

responsável) Projeto Gráfico e ilustrações WWeennddeell | FotografiaAAllbbeerrttoo MMaaiiaa | Conselho Editorial DDaannii OOlliivveeiirraa,, GGeennééssiioo

AAmmoorriimm,, MMaaxx MMiirraannddaa

Tiragem1100 mmiill eexxeemmppllaarreess

PPEERRIIOODD IICC IIDDAADDEETrimestral (abril, agosto, outubro e dezembro de 2008).

CCIIRRCCUULLAAÇÇÃÃOO:: DDiirriiggiiddaa // GGooiiááss

CCOOMMEENNTTÁÁRR IIOOSS EE AARRTTIIGGOOSS :: ccaarrttaaeessccrriittaa@@ggmmaaiill..ccoomm[Para envio de artigos, mais informações no www.crcgo.org.br]

As opiniões emitidas nos artigos, matérias assinadas e anúncios sãode inteira responsabilidade dos autores.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - É proibida areprodução total ou parcial, de qualquer forma ou qualquer meio,

sem prévia autorização.

EXPEDIENTE

� CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 6

� ARTIGO: VALOR DAS DOUTRINAS E CULTURA CONTÁBIL 8

� A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA 10

� ENTREVISTA: REFORMA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA 11

� BOLSA DE VALORES 14

� BEM-ESTAR: VIDA NO ESCRITÓRIO 15

� CAPA: DIMINUIÇÃO DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS 16

� PRESTAÇÃO DE CONTAS ELEITORAIS 20

� ATUALIDADES 22

� LIVROS 24

� DIVERSOS 25

� ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 26

� BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRUST 28

� CREDCONTABIL 30

índice

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Parabenizo toda a equipe do CRC de Goiás pelo excepcional trabalho no que tange à novaformatação da revista. A mesma se apresenta em um formato moderno, com uma excelenteedição e editoração, um ótimo conteúdo, entre outros fatores. Mas, principalmente, uma novaproposta à jovem geração de contadores. A Escrita valoriza e engrandece a profissão contábil,evidenciando não somente à classe contábil, mas à sociedade: um novo perfil de profissional,onde evolui a figura de escritórios de contabilidade para empresas contábeis. Esse novo pro-fissional sabe como se portar dentro desse contexto social do século 21, se colocando comoum moderno guardião da sociedade contábil, administrativa, econômica e fiscal. Parabéns.

Elemar Pimenta Rodrigues

O material está muito bem apresentável,melhorou bastante.

Silvânia Horácio

Escrevo para parabenizá-los pela edição nº 7 da revista Escrita. Fiquei muito contentecom meu artigo publicado e gostei de tudo o que li na revista. É um prazer colaborarcom vocês. Um grande abraço.

Simone Castillo

Fiquei impressionado com a qualidadedo trabalho de vocês. Estão de parabéns.

Fernando Carlomagno

Primeiramente, gostaria de parabenizar oCRC-GO por manter uma excelente re-vista, principalmente com um ótimoconteúdo. Deveria servir de exemplo aosvários CRCs do Brasil. Baixei a edição n°.07, na internet, e adorei.

Paulo Henrique

Gostaria de parabenizá-los pela edição nº.7 da revista Escrita. Ficou ótima! Agorasim, nossa revista tem conteúdo e infor-mações importantes para a comunidade.

IsacGostei de ler, na edição passada, a reportagem especial ao Dia do Contabilista. Acreditorealmente numa nova geração de profissionais. Aqueles que lutam por transparência, atua-lização e sabedoria. Um profissional só pode ser chamado de profissional quando elecuida – com responsabilidade, atenção e educação – da carreira e das relações cotidianas.

Paulo Soares

Comentários e sugestões: [email protected]

escrita em mesagens

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agosto/outubro 2008 # 8

ANTES de esclarecer mais detalhes sobre os crimes contra a ordem tri-butária, Luiz Antônio Demarcki, vice-presidente administrativo no exer-cício da presidência CRC-GO, recorda uma boa e velha história deVenerando de Freitas e a escolha dele para prefeito, que entrou para alembrança coletiva de Goiás. A seguir, diálogo entre Pedro Ludovico eVenerando de Freitas: os fatos foram relatados por Venerando ao jornalO Popular, em 24 de outubro de 1975:

“Veio-me ao encontro o governador (Pedro Ludovico). Trajava ternode linho ‘120’, sapato branco, com biqueira marrom, e me perguntou:– Por acaso é o senhor Venerando?– Sim.– Chamei-o para convidá-lo para o cargo de Prefeito de Goiânia. Aceita?– Depende... – respondi.– De que? – perguntou o governador.– Não sou político e preciso saber quais as condições...– Tenho uma – disse Pedro. Não gosto de ladrão.Retruquei-lhe:– A condição não me serve, dá-me a entender que seria capaz de roubar.– Não, talvez tenha me expressado mal... e o senhor, tem alguma condição?– Tenho. Não aceito cabresto.Findo esse rápido e estranho diálogo, vira-se o Dr. Pedro para o Secre-tário (Jorge Jardim) e ordena:

– Jorge, nomeie esse moço, ele me serve”.“Essa história nos faz refletir”, interpreta Demarcki, que pros-

segue o assunto: “O profissional contábil está imediatamente inter-ligado ao tema. O dia-a-dia da empresa passa pelas mãos dele. Mas,às vezes, a ignorância é ousada. Uma parcela de profissionais nãoapresenta o domínio que deveria ter sobre o tema. Aliás, precisamsair da faculdade sabendo muito mais sobre a natureza dos crimescontra a ordem tributária, quando e como ocorrem, quem são as pes-soas envolvidas e, principalmente, quais as conseqüências”.

Segundo a Lei nº 8.137, de 27 de Dezembro de 1990, constitui crimeomitir informação, prestar declaração falsa às autoridades

fazendárias, falsificar, alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota devenda ou qualquer outro documento relativo à operação tributável

Demarcki alerta o profissional da área contábil: “É importante que, noexercício da profissão, não se deixe levar pelo canto da sereia. O empresárionão pode e não tem o direito de pressionar o contabilista a praticar atos ile-gais, como a Declaração de Comprovação de Rendimentos (Decore) falsapara aumentar o limite do cheque especial ou fazer um cartão de créditointernacional. Tudo que não tem origem e que não tenha documentação quecomprove este rendimento implica em crime contra a ordem tributária. Éestelionato e pode chegar até a formação de quadrilha”, exemplifica.A instituição que recebe uma Decore falsa como verdadeira, des-

cobrirá, mais cedo ou mais tarde, a falsificação. Aqui nasce um pro-cesso longo e penoso para todos os envolvidos: “Em muitos casos, nainvestigação policial, chega-se a conclusão que o profissional foi, decerta forma, ‘pressionado’ pelo cliente. Diga-se de passagem, que nãoameniza a conseqüência do caso. Existem também os dois lados damoeda: o lado da fraqueza, que deixa ser levado pela influência. E olado da predisposição para o crime”, analisa. O profissional contábiltem o papel de auxiliar o cliente, “e não ser cúmplice”, completa De-marcki. No aspecto criminal, ambos prestarão contas do erro.Demarcki volta a afirmar: “A ignorância é ousada. O fato de a

pessoa ignorar o aspecto do Direito Penal Brasileiro é uma falta desaber. Às vezes, o profissional não tem conhecimento mesmo, masdeveria ter. Deveria sair da universidade com mais consciência econhecimento sobre o tema, mas isso não é matéria da grade curri-cular. Estudamos a legislação tributária, mas não no aspecto crimi-nal. Estudam a ordem tributária, e não estudam os crimes contra aordem. O conselho regional, preocupado com ações ilegais, tem aobrigação de levar informações aos profissionais”. Orientar clientes sobre as situações que podem se transformar

em problemas na esfera criminal faz parte das funções de um bomcontador: “Ele deve ter informação suficiente sobre as leis vigentes.Tendo conhecimento, transmita-o. E comunique também as conse-qüências de atos ilegais para a sua carteira de cliente”.

Crimes contra

a ordem tributária

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O que leva um empresário a praticar crimes contra a ordem tri-butária? “Há dois agravantes: o primeiro é cultural. Estamos melho-rando muito, mas temos que melhorar ainda mais. Temos a culturado jeitinho, mas não é assim que se faz. O segundo agravante émesmo a ignorância. Muitos desconhecem as leis. É até ingenui-dade”, avalia. Sobre a tecnologia aplicada para fiscalização, eleaponta: “Depois que computador, GPS e satélite foram inventadosninguém está oculto”.

O papel do CRC-GOO conselho é uma autarquia pública federal e concentra os três

poderes: legislativo, executivo e judiciário. “O executivo administra.No legislativo, criamos portarias, resoluções que normatizam o exer-cício da profissão, inclusive a fiscalização. No judiciário, atua o tribu-nal de ética e disciplina”, explica. Demarcki, que continua a análise:“Um suposto dano causado por um profissional contábil, assim quedenunciado ao conselho, é analisado pelo Tribunal de Ética e Disci-plina. Momento em que se abre um processo para preservar não sóempresários, mas a sociedade. O profissional deverá ser julgado. Massempre dando oportunidade de ampla defesa e do contraditório”. O conselho é da sociedade. “Não existe paternalismo. O conselho

tem dois pilares de sustentação: registro e fiscalização. Registrar profis-sionais para o exercício legal da profissão, e ainda capacitá-lo”, finaliza.

Lei nº 8.137Constitui como crime: fraudar a fiscalização tributária, inserindo ele-

mentos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em docu-mento ou livro exigido pela lei fiscal; elaborar, distribuir, fornecer, emitirou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; negar oudeixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equi-valente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetiva-mente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. A pena?Reclusão de dois a cinco anos, e multa.

“O profissional contábil tem o papelde auxiliar o cliente, e não sercúmplice”

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agosto/outubro 2008 # 8

8 opinião

cultura contábil PROF. DR. ANTÔNIO LOPES DE SÁ

A CULTURA é fruto da civilização; representa o progresso da mentehumana, ou seja, a manifestação superior da razão. Foi construída aolongo de milênios sendo hoje um acervo de conhecimentos resultadode sedimentação de esforços intelectuais. A evolução da Contabili-dade seguiu ao ritmo normal dessa marcha de valorização dos sereshumanos e a partir das simples informações sobre o ocorrido coma riqueza chegou ao nível de explicação sobre os fatos informados.Ou seja, cresceu de importância quando em vez de apenas registrare demonstrar passou a opinar sobre os fatos, através do conheci-mento racional das relações que se produzem na movimentação dariqueza patrimonial. Milhares de mentes contribuíram paraconstruir essa brilhante história das doutrinas.Quando fervilhava a pesquisa para encontrar as verdades, guiada

pela metodologia ou forma de pensar, edificaram-se as bases da ciênciamoderna, e, também, a contabilística. O estudo sobre as coisas e fatosrelacionados ao ser humano que já havia sido considerado importantena filosofia grega, especialmente em Aristóteles e Platão, encontrounas obras de Machiavelli um sabor especial no campo da gestão e nomesmo século com Ângelo Pietra no campo contábil.A construção de conceitos, como bases para a formação de racio-

cínios lógicos conseguiu dar novas vestes ao conhecimento e assimse edificaram as doutrinas que seriam responsáveis por visões orga-nizadas de um saber comprometido com a realidade.A falta de conhecimento desse esforço feito no passado e, até de

respeito aos valores intelectuais, tem, todavia, no curso do tempo,deformado realidades e imprimido retrocessos, ainda que aparente-mente apresentados como “progressos”.Essa a razão pela qual os conhecimentos de história e de filosofia das

ciências são guias que não se podem abandonar quando a preocupaçãoé a realidade. Quem exerce uma profissão não pode desconhecer as refe-ridas bases, sob pena de deixar-se influenciar por falsas culturas e deforma subserviente, ou, por comodidade, renunciar o intelecto. Tal ab-dicação implica, inevitavelmente, negação à outorga do que de mais pre-cioso o ser humano possui e que é a autonomia mental. Estar a serviçode terceiros implica encargo duplo.A responsabilidade defluente da confiança que se deposita em alguém

tem seu relevo ostensivo no exercício das profissões; ao se confiar em umprofissional representa traição, logo lesão ética, uma deturpada informa-ção, uma opinião incoerente face à realidade. A profissão impõe culturacomo dever ético. No exercício da referida ela está acima do homem epor isto deve ser, na expressão de Descartes uma “paixão”.O grande filósofo, pai do Método Moderno, afirmou que se algo é

menor que o ser pode gerar apenas estima; se é igual ao ser produz amor,mas, se é maior que o ser é “paixão”. No profissional isso deve estarapoiado no desejo da verdade, esta que só na ciência é possível encontrar.Tal estado de consciência deve ser inclusive o de uma comunidade depessoas que estejam no desempenho de um trabalho que confiado na es-perança do suprimento de uma necessidade.O valor das doutrinas, pois, ao do homem se incorpora no desem-

penho das tarefas. A dignidade perante o conhecimento requer a lealdadeinerente à responsabilidade e esta no caso de um Contador está atada àverdade sobre o que informa e especialmente sobre o que opina. Sematribuir valor à doutrina nega-se a ciência e ao afastar-se desta se mer-gulha na falsidade. Uma cultura científica se constrói doutrinariamentee esta a paixão pela verdade, aquela que no campo contábil representa opleno cumprimento da Ética Profissional.

Doutor em Letras, honoris causa, pela Samuel Benjamin Thomas University, de Londres, Inglaterra. Doutor em Ciências Contábeis pela Faculdade Nacional deCiências Econômicas da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, 1964. Administrador, Contador e Economista, Consultor, Professor, Cientista e Escritor. Vice-Presidente da Academia Nacional de Economia, Prêmio Internacional de Literatura Cientifica, autor de 176 livros e mais de 13 mil artigos editados pelo mundo.

Valor das doutrinas e

DIVULGAÇÃO

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agosto/outubro 2008 # 8

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A importância da educação continuada

“O SISTEMA de educação continuada do Conselho Fe-deral de Contabilidade é seguramente, entre as profissõesbrasileiras, o que mais investe nele mesmo. Ou seja, oCFC e todos os CRCs têm programas de educação conti-nuada”, afirma Edson Cândido, que deixa bem claro: “Oobjetivo principal é levar ao profissional contábil e atémesmo aos estudantes e acadêmicos, discussões e temasde interesse e necessidade da carreira, como atualizaçãoe alteração na legislação”.De acordo com Edson, o próprio nome diz muito: “É

uma continuidade da educação profissional. A proposta émantê-los sempre atualizados, pois vivenciamos uma le-gislação que muda constantemente. A intenção é mantero profissional bastante qualificado e presente”, afirma. O CCRRCC--GGOO experimenta o sucesso da educação conti-

nuada há mais tempo. “Mas, nos últimos dois anos, efe-tivamente, provamos um salto ainda maior. Percorremostodo o Estado de Goiás, oferecendo às regionais e atémesmo às localidades sem delegacias, eventos importantesde aprimoramento”, conta Edson Cândido. O próprio Conselho Regional de Contabilidade de

Goiás patrocina ou subsidia a realização desses aconte-cimentos especiais de aperfeiçoamento. “Muitas vezesos cursos são gratuitos ou com valores justos. O CRC,por ter fé nas ações responsáveis, já transformou paga-mento de inscrição em alimentos, que foram distribuí-dos às instituições como donativos. A atividades sãoinúmeras: cursos, palestras, workshops, mesas redondas,discussões, convenções e encontros regionais fazemparte da educação continuada”. Sobre a importância do programa, Edson explica que

essa forma de atualização é absolutamente necessáriapara a qualificação: “Significa que o profissional estámais completo para enfrentar o mercado. É a excelênciana prestação de serviços. Essa é a razão do conselho in-vestir em educação continuada”. Quanto ao valor socialdo programa, Edson assegura: “Sem dúvida, um investi-mento social que faz parte das ações do Balanço Socialdo CCRRCC--GGOO. Estamos trabalhando no balanço e a edu-cação continuada soma em alto grau às nossas atuações”.

O projeto de educação continuada é peça-chave doprograma de fiscalização preventiva: “O conselho tem afunção de registrar e de fiscalizar. As duas funções sãoprimordiais. O registro auxilia o controle e a fiscalizaçãoprotege a sociedade, inspecionando ações profissionais.Quando o conselho promove atualização e aperfeiçoa-mento, ou seja, disponibiliza informações contábeis detoda natureza, está praticando a fiscalização preventiva”.O calendário de atividades do programa é amplamentedivulgado: informações disponíveis no site do conselho(www.crcgo.org.br), material informativo impresso eainda solicitação na própria sede do conselho, via tele-fone ou email.Edson Cândido considera fundamental o aprimora-

mento profissional continuo: “Hoje, o profissional que nãose atualiza, aperfeiçoa, fica fora do mercado. Essa é uma rea-lidade. Por isso, a educação continuada significa seriedade.É um cumprimento de uma função do conselho, que é a fis-calização, só que de forma preventiva, e muito mais eficaz”.O programa atua em diversas áreas: auditoria e perícia, pre-vidência, trabalhista, legislação, imposto de renda, crimescontra a ordem tributária, entre outros cursos. “O conselhofirma parceria com outras entidades, como o Sindicato dasEmpresas de Serviços Contábeis – Sescon e instituições deensino. Para o ano de 2008, uma vasta programação no ca-lendário de atividades”.

NúmerosNo ano passado, o CCRRCC--GGOO realizou 41 cursos, to-talizando 5.307 participantes. Os mais importantesseminários: Simples Nacional, realizado em todoGoiás; e a VIII Convenção de Contabilidade deGoiás/VI Encontro de Contabilidade de Goiás,realizada em setembro de 2007, em Goiânia.

Em 2008, de janeiro a julho, 22 cursos realizados,com 1.320 participantes. Destaque para o temaproposto: Os efeitos do ICMS sobre os contri-buintes enquadrados no Simples Nacional emGoiás, realizado em Goiânia e nas regionais.

Edson Cândido Pinto, presidente licenciado do CRC-GO,fala sobre o programa de atualização e aprimoramentotécnico de profissionais contábeis

Edson: “Éfundamental oaprimoramento

profissionalcontínuo”

ALBERTO MAIA

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11entrevista

Escrita - O sistema tributário pode ser comparado a umacasa? Quando uma torneira está pingando ou um canoestá entupido, conserta-se. Mas, depois de algumtempo, é necessário trocar os encanamentos, o piso, re-pintar as paredes etc. Ou seja, não basta um pequenoconserto, é preciso fazer uma reforma inteira? Como osenhor analisa o atual projeto da reforma tributária?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Esse é um projeto que vai permitir uma alavancadaimportante no desenvolvimento do Brasil. O País passa por um mo-mento extremamente significativo, com uma economia consolidada eem condições de crescimento ainda maior. A reforma vai dar essaoportunidade para que possamos crescer de forma sustentada, na me-dida em que ela acaba com boa parte da burocracia, cria um sistemamais simplificado, e a médio e longo prazo, vai proporcionar uma re-dução da carga tributária. Eu sempre tenho dito que a Reforma Tri-butária não será totalmente a ideal, mas é um avanço como foi o PlanoReal em 1994, que acabou com a inflação e a economia voltou a cres-cer. Não temos, ainda, condições de realizar, como questiona a per-gunta acima, uma reforma por inteiro porque esse é um assuntocomplexo, que mexe com muita gente, mas não tenho dúvidas de queela será um grande avanço para o país. Vamos fazer a grande base paraum novo salto de crescimento para o Brasil.

A seguir, o deputado federal Sandro Mabel (PR), relator da reforma tributária na Câmara dos

Deputados, explica pontos importantes do projeto:

“Ela entrará em vigor até o segundo ano de sua promulgação, sou seja, até 2010”

Reforma tributária brasileiraDIVULGAÇÃO

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agosto/outubro 2008 # 8

12 entrevista

Escrita - Tanto na casa como no sistema tributário,quanto melhor a qualidade da reforma, maior será o in-tervalo de tempo até que se precise de outra e menor onúmero de consertos necessários no dia a dia?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – É verdade, mas nós temos exemplos de que quandose tenta mudar tudo de uma vez, as coisas não andam.

Escrita - Por que a reforma política ainda não foi aprovada? SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Porque mexe com muitos interesses e aí ela nãoanda. Estamos tendo o cuidado de trabalhar em pontos importantes,aprovar um projeto robusto que possa dar uma base de desenvolvi-mento para o Brasil. Como eu disse, a reforma tributária é muitocomplexa. Se colocar tudo que estão querendo, ela não vai ser apro-vada. Por isso, estamos fazendo uma reforma que vai simplificar.Vamos fazer das 27 legislações de ICMS que existem hoje, em ape-nas uma única, com uma enorme simplificação. Vai dar ao governomaior controle sobre a arrecadação em função da nota fiscal eletrô-nica, desonera a folha de pagamento das empresas ao reduzir de 20%para 14% a contribuição dos empregadores para a previdência, alémde outras medidas. Isso vai reduzir a informalidade e aumentar acompetitividade das empresas.

Escrita - Quais os pontos fundamentais da reforma?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Simplifica o sistema tanto no âmbito dos tributosfederais quanto com relação ao ICMS; acaba com a guerra fiscalentre os Estados, criando o Fundo de Desenvolvimento Regional,que irá propiciar o desenvolvimento das diversas regiões com muitomais segurança e mecanismos mais fortes; implementa medidas dedesoneração tributária; sinaliza para se criar a estabilização da cargatributária, pois haverá mecanismos para conter os aumentos e criaçãode novos impostos. Temos a expectativa, também, de que aumen-tando a base de arrecadação o governo possa reduzir os impostos dacesta básica, como o açúcar, o óleo, o pão, os remédios de uso contí-nuo e também da energia elétrica, beneficiando toda a população.

Escrita - O projeto de reforma é o ideal?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Eu diria que é um avanço. Ainda não é a ideal, masestamos criando uma base importante para que tenhamos um desen-volvimento sustentável no Brasil. Como eu já disse, não é possívelelaborar uma reforma em sua totalidade porque o tema é muito com-plexo e mexe com os interesses de muita gente, mas tenha a certeza deque estamos trabalhando em cima de um texto que vai permitir umsalto para o país. Outro ponto importante é que não vamos permitirperdas para os Estados emergentes como Goiás.

Escrita - Como os representantes da sociedade civil re-ceberam o projeto?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Pela sua complexidade, a reforma tributária, numprimeiro momento, gera certa preocupação junto à sociedade. Masquando começamos a expor nossas idéias e debater as propostas, sen-timos uma confiança por parte das pessoas quanto ao projeto. Afinal,nós atuamos há anos nesse assunto e conseguimos mostrar, de formaclara, a importância dela para o Brasil. O governo já tentou imple-mentar uma reforma tributária no passado que não foi adiante porquemexia com interesses diretamente dos governadores. Isso acabou porcontaminar a sociedade, que se viu frustrada na intenção de se teruma reforma que descomplicasse o sistema tributário nacional. Dessavez está sendo diferente. O governo federal está entendendo que osEstados devem ser ouvidos em suas reivindicações. Nós estamos per-correndo o Brasil para discutir a reforma com os governadores e re-presentantes da sociedade. Estamos garantindo que essa reforma sóserá aprovada se der condições para que os Estados emergentes pos-sam continuar se desenvolvendo e que beneficie a população.

Escrita - Quais os aspectos de modo objetivo da re-forma?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Simplificação. A reforma unifica as legislações doICMS existentes no Brasil, que criam um emaranhado que dificulta avida das pessoas e o cumprimento das leis. Acaba com a guerra fiscalentre os Estados. Ela institui o IVA-F, que é a união de quatro tributosem um único. Tudo isso vai permitir um aumento na base de arreca-dação do governo, sem criar impostos, o que é importante. E como eujá disse, a reforma é a base para o Brasil enfrentar os grandes desafios.

Escrita - Há aspectos contrários?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Sim. A reforma não consolida todos os tributosem apenas um, já que isso é difícil tecnicamente de se juntar. Um

Escrita - Do mesmo modo que consertos atrapalhama vida dos moradores, mudanças freqüentes na tri-butação atrapalham a dos contribuintes? Por isso, aestabilidade das normas tributárias é importante?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – A mudanças constantes geram uma instabilidademuito grande, principalmente para os investidores e contribuintes,que são aqueles que pagam impostos e precisam receber melhortratamento por parte do governo. Por isso é que essa reforma tri-butária é importante. Estamos criando regras que permitem umaestabilidade nas leis. Quando o sistema é muito complexo, acabapor onerar custos e todos perdem. Vamos ainda criar a anteriori-dade para todos os impostos de forma mais robusta, fazendo comque nenhum imposto, a não ser os regulatórios, possa ser aumen-tado se a lei não for aprovada até 30 de junho do ano anterior a suavigência, e, sobretudo, por lei complementar.

O projeto de reforma é umavanço. Ainda não é oideal, mas estamos criandouma base importante paraque tenhamos umdesenvolvimentosustentável no Brasil.

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13entrevista

exemplo é o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – queficou de fora do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Federal.Outro ponto negativo é a tentativa de incluir novas propostas na re-forma como foi com a recriação do CPMF. Fui radicalmente contra.Não aceitei na reforma.

Escrita - Há algum jeito da reforma ser desvirtuada?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Não. Estamos amarrando um projeto que nãodeixará brechas. Tudo que vai mexer com a sociedade, com os governosestará contido nessa reforma, claramente. Com relação aos Estados,por exemplo, nós vamos colocar mecanismos que possam garantir, deforma bem objetiva, compensações no caso de perdas com a cobrançado ICMS no destino, uma das propostas da reforma.

Escrita - Como o senhor analisa a “guerra fiscal entre os Es-tados”? O que os incentivos fiscais têm a ver com tudo isso?SSAANNDDRROO MMAABBEELL - Muito ruim. Na reforma ela vai acabar. Guerrafiscal é quando uma empresa se beneficia da isenção de impostos,mas não investe no Estado, não gera emprego e renda para a popu-lação. Isso nós somos terminantemente contra. Agora, o incentivofiscal é uma política importante para o desenvolvimento de uma re-gião. A empresa tem seus benefícios, mas, ao mesmo tempo, ela criaempregos, ajuda a promover o crescimento de uma cidade, de umEstado. Desde 1984, venho trabalhando nesse sentido para queGoiás pudesse se desenvolver. E hoje Goiás é um dos Estados maisimportantes do país.

Escrita - Há discussão sobre a unificação do ICMS?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Essa é a base da Reforma Tributária. A propostaé unificar as 27 legislações existentes no país, que, como eu já disse,gera muita confusão. Nós precisamos descomplicar o nosso sistematributário. A cobrança do imposto passaria a ser no destino e não naorigem como é hoje. A idéia é deixar uma alíquota de 2% apenas naorigem para efeito de estímulo ao fisco local. Essa forma existe emoutros países e considero um avanço. Até os governadores já enten-derem a importância da unificação das alíquotas.

Escrita - Sobre a receita entre os Estados, o projeto dereforma prevê medidas?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – A grande preocupação dos governadores é comperdas de receitas com as mudanças no ICMS, mas nós estamoscriando o (FER) Fundo de Equalização de Receitas para que os Es-tados possam ser ressarcidos dos prejuízos que por ventura aconte-çam. Uma coisa é certa, sem o apoio dos governadores a ReformaTributária não vai ser aprovada. Por isso, nós estamos percorrendoo Brasil e dizendo para os governadores que vamos criar mecanismosque possibilitem o desenvolvimento dos Estados emergentes.

Escrita - Sobre as propostas, que medidas imediatas osenhor apresentará ao governo?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Nós queremos retirar algumas inseguranças ju-rídicas em relação ao novo IVA federal e ao novo ICMS. Queremosdar garantias aos Estados de que não perderão receitas com a re-forma, como adiantei. Vamos organizar tudo para que não hajaquestionamentos jurídicos, posteriormente. Pretendemos incluir

mecanismos que possam, também, resguardar direitos dos contri-buintes. Não é possível que uma pessoa com direito a restituiçãodo imposto de renda no valor de R$ 8 mil, por exemplo, tenhatodo o dinheiro retido por até cinco anos por causa de um recibono valor de R$ 500,00 que a Receita Federal tenha dúvidas. Que-remos acabar com isso. Se o ponto de discussão é o recibo de R$500,00, então, que os outros R$ 7,5 mil sejam devolvidos aocontribuinte de imediato. Essas são proteções que precisam ficarclaras; e que nós vamos inserir na reforma. Tenho falado que o Es-tado exige muito dos contribuintes e cumpre muito pouco na horade respeitar os direitos deles.

Escrita - Programas como ICMS pelo Fundo Nacionalde Desenvolvimento Regional serão substituídos ousomente atualizados?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – A proposta é unificar as alíquotas do ICMS, numtotal de 27, em uma única lei. A partir daí, o imposto passa a ser co-brado no destino, ou seja, onde é consumido o produto e não onde eleé fabricado, na origem dele. É assim na maioria dos países. Os Estadosque tiverem perdas com essa modificação serão compensados com acriação do (FER) Fundo de Equalização de Receitas. Vamos definir ín-dice e amarrar direitinho isso aí para que não haja problemas paraesses Estados. A diferença dessa Reforma Tributária com a anterior éque nessa, estamos tratando tudo claramente e amarrando os pontosprincipais para que não haja problemas futuros.

Escrita - Quando será votada a reforma e quandoentra em vigor?SSAANNDDRROO MMAABBEELL – Estou finalizando o meu relatório e vou apresentá-lo em agosto para que seja votado. Ela entrará em vigor até o segundoano de sua promulgação, sou seja, até 2010. O mais importante é queestamos trabalhando democraticamente, ouvindo todos os segmentospara produzir um relatório que atenda os interesses do Brasil, que possaalavancar o desenvolvimento do país, que possa permitir a geração deemprego e renda para a população, diminuindo as desigualdades sociais.Essa é a Reforma Tributária que queremos e que o Brasil deseja.

A diferença dessareforma tributária coma anterior é que nessaestamos tratando tudoclaramente e amarrandoos pontos principaispara que não hajaproblemas futuros.

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14

valoresAFINAL, o que são ações? A ação representa a menor“fração” do capital social de uma empresa, ou seja, “éa unidade do capital social das sociedades anônimas”.Desta forma, quem adquire estas “frações” torna-sesócio da empresa e é chamado de acionista. Assim, aparticipação de cada acionista na empresa equivale àquantidade das “frações” adquiridas. Jorge Merjane, administrador de empresas e bancá-

rio, atua neste mercado há trinta anos e comenta que oprofissional contábil tem muito a ver com o universodas bolsas de valores: “Muitos clientes de contadoresinvestem na bolsa ou em Fundos de Investimentos coma composição de carteira em ações. Isso é um fato. Ocontador precisa entender melhor sobre esse mercado,o próprio cenário que envolve as bolsas”, analisa. “Esseconhecimento enriquece e completa a carreira contábil,tornando-a diferenciada”, alerta.Todo investidor quer entender perfeitamente o mer-

cado e porque os preços das ações sobem e porquecaem. E mais: querem conhecer como identificar estasações ou ainda entender o conceito de longo prazo ecurto prazo. “O empresário que contrata serviços

contábeis também quer saber mais sobre como é apli-cada a questão do calculo das operações: taxas e corre-tagens, tributação, imposto de renda e critérios deisenção de imposto de renda, pois são diferentes dosinvestimentos conservadores. Como o saber de tudoisso? Se profissionalizando por meio de cursos, se inte-ressando pelo mercado de ações”.Segundo Merjane, Goiás tem corretoras conceituadas

operando por aqui. “O investidor poderá ingressar nestemercado por meio de corretoras ou bancos. Para auxiliaro cliente é preciso que saiba, primeiramente, a definiçãode bolsa. Tornam-se necessárias a profissionalização e aatualização”, aconselha. “O profissional atual deve tomaruma dose diária de conhecimento, visualizar o futuro, en-xergar novos horizontes e perceber as constantes mudan-ças mercadológicas no cenário mundial. Fatoresdeterminantes como: objetivos do investidor, qual o ho-rizonte de investimentos e qual o risco versus retorno es-perado. Conhecer o mercado de ações é uma alternativapara o profissional se completar e, assim, proporcionaruma assessoria de serviço muito especial ao cliente, desdeque se qualifique” completa.

DefiniçõesO Objetivo principal das Bolsas de Valores é propor-

cionar liquidez aos títulos negociados, a um preço justo,de acordo com o consenso de mercado. As bolsas forne-cem o local para realização dos negócios voltados aos tí-tulos e valores mobiliários; definem as regras parapermitir a organização, o controle e a fiscalização dosnegócios realizados; regras para garantir que os negóciosocorram livremente e com transparência; proporcionama seqüência dos preços e a liquidez dos negócios reali-

zados; comprometimento na divulgação de todos os ne-gócios realizados no menor tempo possível.Importante mencionar que o Mercado de Ações é

normatizado e fiscalizado pela Comissão de ValoresMobiliários. A CVM tem como atribuições, promovermedias incentivadoras para direcionamento das pou-panças no mercado acionário. Garantir a legalidade e aética nas operações com títulos e valores mobiliários,proporcionar proteção aos investidores.

Buscar conhecimentos sobre o mercado de ações permite aoprofissional contábil acrescentar valor à carreira, orientarclientes e complementar as atividades diárias

Bolsa de

Merjane: “O contadorprecisa entender

melhor o cenário dasbolsas”

ALBERTO MAIA

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15gestão

É TÃO PRAZEROSO chegar num lugar e sentir o frescor do ambiente:arejado, ventilado, limpo, organizado e com ornamento de plantas. Nãohá uma decoração exata a seguir, mas conservar um recinto agradável éadequado para o cliente e a empresa. Do simples ao sofisticado, cadaescritório tem estilo próprio. Mas, uma coisa é certa: o ambiente detrabalho profissional revela muitos detalhes, inclusive da personali-dade, seriedade, profissionalismo, agilidade e dinamismo.Espaço em desordem, que aparenta descuido, pouca iluminação, falta

de ventilação, papéis amontoados nas mesas – onde nada se acha e tudoparece confuso – causa dúvida e insegurança quanto à contratação dosserviços. Há casos de bagunça mesmo: papéis jogados no chão, cinzeirostransbordando pontas e cinzas, copos de café e água espalhados pelasmesas, ácaros e poeira. Tudo isso gera uma impressão ruim. “Será que resolverão o meu problema? O funcionário não encon-

tra o relatório para a reunião e não se lembra dos dados. Será que selembrará da minha necessidade?”. Um cliente pode pensar dessa ma-neira. Para evitar, um escritório desorganizado precisa rever a noçãode espaço profissional.Nota-se no cotidiano de muitos escritórios, independente do porte, em

plena era da informática, são mesas inteiramente cheias de todos os tiposde documentos e coisas que não precisam estar ali. “Isso nos induz a re-fletir, primeiramente, que esse funcionário tem atitude centralizadora eguarda as informações para si. É desconfiado e controlador, pois não ofe-rece um rumo melhor aos documentos, não distribui o serviço em tempocapaz e não está muito preocupado em soluções imediatas”, revela LucianaFernandes, pesquisadora e psicóloga.Júlio César, especialista em Negócios, faz algumas indagações:

“O mercado atual de trabalho não recebe mais indivíduos com esseperfil. Não trabalhamos em grupo? Não falam por aí, que tempo édinheiro? As transformações no mundo globalizado não acontecemnuma maior agilidade? Ou será que a empresa não o motiva paraque possa compartilhar sugestões e soluções dos problemas ou estádesestimulado?”. Segundo o especialista, precisamos pensar noconjunto e organizar o cotidiano das nossas atividades.

Mudar faz bemQuando se fala em transformações, muitos têm reações diversas:

“Sou assim mesmo, o escritório sempre trabalhou bem e nem almejomudar”. Para a psicóloga, essa é uma resposta inicial. “Em muitos casos,a pessoa volta ao assunto para saber o que fazer para melhorar”. A estudiosa afirma que é necessário fazer um balanço de nós mes-

mos enquanto profissionais e avaliar as seguintes questões: “O papelque exerce na empresa; responsabilidades e deveres; metas; tempo apro-veitado e prioridades para atender às necessidade do escritório”.Sim, somos capazes de transformar. Uma dica: “É indispensável que

a direção e todos os departamentos repensem objetivos, caminhos, inten-ções e soluções simples, como preparar roteiros de organização”, explica. Existem lugares que começam o dia com “força total”, mas sem saber

por onde iniciar. “O profissional organizado conhece bem as atividadesdo espaço, os equipamentos necessários para a prestação de serviços e aassistência aos funcionários: água, papel higiênico, material de escritório,metas, visitas programadas, saldo do dia, entre outras questões”. Tudodemanda decisões e soluções possíveis. Cada setor tem uma agenda a se-guir. Os acertos, com certezas, aumentarão.A atmosfera de um escritório atualizado, funcional, adequado ao

profissional do século 21, é aquele disposto de modo competente, as-seado, enxuto, leve, iluminado e ventilação adequada: “Alguns locais detrabalho preferem mesas sem gavetas, que evitam amontoamento decoisas e documentos. E adquirem também máquinas, equipamentos ne-cessários e adaptados. E mais: aproveita melhor os espaços, promove acirculação e a agilidade diária, evitando acidentes e atropelos”, explicao consultor de Negócios.No mercado contemporâneo há empresas e profissionais certifica-

dos para desenvolver projetos específicos para escritório, personalizado,que contemplam um lugar prático, moderno, alegre, descontraído, semesquecer-se da natureza. Organização promove resultados positivos e a solução dos proble-

mas será visível: “A atitude de querer o espaço organizado, bonito econfortável, facilita a vida, movimenta os negócios, ajuda a empresacrescer e a ganhar tempo, inclusive para dedicar-se à família e à saúde.

Vida no escritórioAmbiente de trabalho revela detalhes, até mesmo da personalidade,seriedade, agilidade e dinamismo

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PARTIMOS da seguinte idéia: desenvolver projetos de responsabili-dade socioambiental é, atualmente, um pré-requisito das organiza-ções contemporâneas, sejam empresas, organizações e movimentossociais ou setor governamental. O que comumente denominamos de responsabilidade socioam-

biental empresarial configura-se como uma temática relativamentenova, embora exista uma considerável bibliografia sobre o assunto.Trata-se de um conjunto de ações empresariais específicas.

Diminuição de impactos socioambientais ou responsabilidade socioambiental empresarial?

O valor da sensibilização e valor versus sensibilização

GENÉSIO AMORIM DE LIMA JÚNIOR

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Diminuição de impactos socioambientais ou responsabilidade socioambiental empresarial?

O novo dessa temática é a perda gradual da resistência das instituições emassumirem e incorporarem ações “responsáveis” na dinâmica organizacional.No entanto, a trajetória da responsabilidade socioambiental empresarial ébastante conflituosa. E, antes de esclarecê-la, é necessário dizer sobre qualconceito estamos nos referindo e qual o desafio proposto por ela.Reproduzimos, cotidianamente e do ponto de vista teórico, a

idéia de que a responsabilidade socioambiental empresarial é umprocesso contínuo e progressivo de envolvimento e desenvolvimento

O valor da sensibilização e valor versus sensibilização

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de competências cidadãs da empresa, com a assunção de responsa-bilidades sobre questões sociais e ambientais relacionadas a todos ospúblicos com os quais ela interage: o corpo de colaboradores diretos[público interno], sócios e acionistas, fornecedores, clientes e consu-midores, mercado e concorrentes, poderes públicos, imprensa, co-munidade e o próprio ambiente. Nessa mesma perspectiva, de acordo com Maria das Graças

Vieira [contadora, mestre em Administração Financeira e doutoraem Educação], a responsabilidade social é uma da formas de gestãodos negócios empresariais, de tal maneira que se torna responsávelpelo desenvolvimento social. A empresa socialmente responsável éaquela que possui capacidade de ouvir interesses das diferentespartes e conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades,buscando atender aos desejos de todos.Assim, diante dessas definições, podemos afirmar que existe, de

fato, uma responsabilidade socioambiental empresarial? O grandeconflito dessa temática é que grande parte das empresas que afir-mam desenvolver projetos nessa perspectiva, não passa de organiza-ções que se dispõem à redução de danos ou de impactossocioambientais e não à responsabilidade. Tal afirmação se pauta e é evidenciada no atual processo de in-

dustrialização nas sociedades contemporâneas, que ainda é acom-panhado de uma profunda crise social e ecológica, traduzida, porexemplo, em violência, exclusão social, poluição, esgotamento e di-ficuldade de acesso aos recursos naturais, a não valorização da mão-de-obra, entre outras. Em grande parte das empresas, essas crisestranspõem-se para o espaço organizacional e são potencializadas nasrelações de trabalho, na convivência estabelecida entre as pessoas ena utilização de recursos.

Redutoras de danosHá, também, outro elemento: como as empresas podem ser agentes

socialmente responsáveis quando o setor governamental e a própria so-ciedade apresentam dificuldade de os serem? Ademais, as organizaçõescom fins lucrativos somente existem decorrentes das desigualdades es-tabelecidas entre necessidade, desejo e consumo. Nesse sentido, as em-presas que se declaram responsáveis em suas ações e projetos são, nomáximo, redutoras de danos e impactos socioambientais. O interesse empresarial com as questões socioambientais não ocor-

reu de forma espontânea, sendo inicialmente decorrentes de pressõesgovernamentais, de movimentos e de organizações sociais. Assim,como podemos falar de responsabilidade empresarial? Tal questiona-mento, porém, não implica em negar a importância que as empresasvêm adquirindo na causa socioambiental. É justamente o contrário,pois ao refletir sobre o real papel dessas organizações, podemoscontribuir para a construção e para o aprimoramento de suas ações. A responsabilidade socioambiental é dever e prioridade de todos:

cidadãos, sociedade civil, organizações empresariais e setor gover-namental. Nessa perspectiva, o agir se manifesta de forma individuale coletiva, em âmbito público e privado. E ao direcionar tal respon-sabilidade para as empresas, temos o comum equívoco de relacioná-la à instituição e não às pessoas que compõe o coletivo empresarial. Assim, na transposição das responsabilidades, da pessoa física em

detrimento da pessoa jurídica, os indivíduos que nela trabalham nãosão considerados como os principais agentes de transformação, mas

sim a organização. Em algumas situações, a imagem restringe-se a pró-pria marca da empresa. Quando fragmentamos esse dever, as ações tam-bém são fragmentadas. Por isso, defendo que não há responsabilidadequando as empresas não dialogam com os demais agentes sociais. Ao mesmo tempo, não se pode generalizar. O universo das orga-

nizações com fins lucrativos é extremamente diversificado, com rea-lidades e propósitos distintos. Nele, existem as organizações quedesenvolvem ações integradas, através de estudos e experiências, paradiminuir ao máximo, o impacto socioambiental. Infelizmente, trata-se de um número consideravelmente menor. Atualmente, grande parte das organizações ainda não se dispôs

a desenvolver tais ações. Uma ou outra parte desenvolve ações demodo superficial. Como conseqüência, ambas continuam com suasimagens, tanto social quanto ecológica, negativa, embora os avançosindustriais e tecnológicos tenham contribuído para a consolidaçãouma boa imagem. Então, para além da obrigação, grande parte das organizações as-

sume o discurso da responsabilidade. Assim, para recuperar a credi-bilidade perante a sociedade e, conseqüentemente aos consumidores,as empresas “reconhecem”, aos poucos, a temática socioambientalcomo legítima, contudo, sempre direcionadas e subordinadas à lu-cratividade, que é a razão da existência das mesmas. É preciso ir além de projetos pontais para afirmar que uma organiza-

ção desenvolve responsabilidade socioambiental ou redução de impactos.O desenvolvimento organizacional associado minimamente a sustentabi-lidade [ou responsabilidade] engloba todos os aspectos sociais em uma so-ciedade, os processos políticos, econômicos, ideológicos e culturais emuma complexa inter-relação, e não somente ações isoladas e fragmentadas. Atitudes empresariais de clara degradação comprovam o grau in-

satisfatório de sensibilização e da redução de impactos. Tais organi-zações devem rapidamente mudar de estratégia e apresentar ummodelo ou proposta de responsabilidade eficiente, com iniciativasque sejam legitimadas por todos os agentes envolvidos no processo,e não somente desenvolver ações que existam exclusivamente paragerar marketing, explorado a favor da imagem da própria empresa.Embora seja o marketing, o principal motivador desse processo, le-gítimo por parte das organizações. Além da transposição de responsabilidades, há de se discutir um

ponto fundamental do debate sobre a responsabilidade socioam-biental empresarial: o valor da sensibilização e o valor versus sensi-bilização. O termo sensibilização vem, gradativamente, substituindoo termo conscientização para referir-se à incorporação da responsa-bilidade pelo indivíduo e pelas organizações. A mudança de termi-nologia é óbvia: ninguém conscientiza ninguém, pois o processo nãoé do mundo para o indivíduo somente, em uma única direção, mastambém, dele para o mundo. Assim, o máximo que se pode fazer ésensibilizar para a responsabilidade, para despertá-lo. Atentar para a importância da sensibilização é o primeiro passo

para entender a dicotomia entre o valor da sensibilização e o valorversus a sensibilização, constantes no universo empresarial. En-quanto parte das empresas agrega valor no desenvolvimento de açõesresponsabilidade socioambiental, outras ainda se questionam quantoao valor econômico de tais ações. E, mais além, existem aquelas queinvestem massivamente em projetos fundamentados e alcançam ex-celentes resultados, tanto para o meio quanto para a organização.

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A sensibilidade socioambiental não acontece dentro de um processoevolutivo crescente, unidirecional. Apesar de ganhar espaços cada vez maisdestacados na mídia, não se distribui uniformemente pela população epelas organizações. A ineficiência e despreparo das organizações que aindanão aderiram ao marketing socioambiental contribuem para a instabili-dade das ações, bem como o desenvolvimento de iniciativas sem resulta-dos. O marketing provocado ou induzido pelas organizações queiniciaram o processo de redução de impactos socioambientais é, sem dú-vida, o principal motivador das ações. Promover a qualidade de produtos,melhorias nas relações de trabalho, obter ISOs e certificados são exemplosde contrapartidas que contribuem para o aprimoramento e à vida longadas organizações. Assim, as empresas que desenvolvem projetos realmentesustentáveis, raramente necessitam de investimentos massivos em marke-ting para repercussão dessas ações. É preciso cautela e cuidado ao promover o marketing da responsabilidade

socioambiental empresarial. A crescente fiscalização do setor governamental,das organizações, dos movimentos sociais e dos próprios consumidores podetransformar o marketing positivo de empresas que afirmam desenvolver taisações em negativo, ao avaliarem que os projetos desenvolvidos não correspon-dem ao que é, de fato, exercido pela empresa. Projetos distantes da realidadeda própria organização, pontuais e sem continuidade, serão, a médio e longoprazo, grandes problemas empresariais. Enfim, de vilão da responsabilidade socioambiental, algumas em-

presas passaram para a condição de uma imagem que as associa comoator privilegiado para programar o processo de adequações para a saídada crise ambiental. No entanto, esse processo pode ser novamente rever-

tido, devido à ineficiência de inúmeras iniciativas ou devido à progra-mação de iniciativas superficiais. Assim, para além da preocupação mo-tivada pelo marketing e por pressões da sociedade, governo e agênciasinternacionais, as empresas devem incorporar a redução de impactos demodo profundo, realmente transformador da realidade empresarial. Do ponto de vista teórico, a responsabilidade socioambiental empresarial,

parece ser um caminho simples na relação estabelecida entre a realidade daempresa e os projetos que desenvolvem. Mas, no cotidiano organizacional, oexercício e a prática de tal responsabilidade nem sempre é fácil. As grandes organizações possuem, com maior facilidade e agilidade,

departamentos específicos e verbas direcionadas para o fomento de pro-jetos. Isso não significa necessariamente que esses projetos sejam semprebem elaborados, articulados e apresentem a avaliação. No entanto, como se sabe, o espaço organizacional no país é com-

preendido principalmente por médias e pequenas empresas, no qualgrande parte fecha o balanço no vermelho. Como essas empresas quenão possuem tais recursos podem se inserir na redução de impactos so-cioambientais? Algumas iniciativas, embora clássicas, ainda não são exe-cutadas, como a economia: de papel, energia elétrica, água, utensílios deescritório, reciclagem, reutilização, entre outros. A falta de recursos não é um empecilho para as empresas desenvol-

verem projetos de redução de impactos. Os projetos devem ser pen-sados tendo em vista a realidade da empresa e não como cópias deoutros projetos e ações. Não há como seguir esse ou outro modelo.A empresa tem uma realidade, uma dinâmica única, que deve ser prio-ritariamente incluída na elaboração de projetos.

Mestre em Geografia pela UFG. Especialista em Educação Ambiental e bacharel em Relações Internacionais pela UCG.

A diminuição de impactos socioambientais é possível

O contador funcional e o contador cidadãoA informatização do trabalho nas organizações é um fenômeno em cres-cente expansão e, com ela, a possibilidade de desenvolvimento de projetossocioambientais criativos e inovadores. O contador, ao ter que lidar comessa nova realidade empresarial, que não implica necessariamente em mu-danças orçamentárias radicais nos balanços, passa a ser um agente de fun-damental importância. Ao permitir sua identidade cidadã no campo de trabalho, o contador

assume um papel social fundamental: contribuir para a tomada de decisõesque envolvam ações de diminuição de impactos no âmbito das organizações,defendendo a pertinência das iniciativas, bem como a demonstração dos re-sultados as ações em desenvolvimento, através do balanço social. O balançoé o principal instrumento contábil de proposição, de apresentação, de des-envolvimento e de avaliação de projetos socioambientais. E também, umaexcelente estratégia de marketing empresarial. Um essencial indicador dosbenefícios sociais para as comunidades e para o ambiente.Ao contador, portanto, cabe ser um profissional critico e criativo.

Propor, apresentar e demonstrar alternativas pertinentes. O contadorfuncional limita-se às suas obrigações, o contador cidadão não. Aoreconhecer sua importância como agente social, o profissional vaialém ao propor, ao demonstrar, ao convencer e ao executar o balançosocial, pois há reconhecimento entre as identidades profissional ecidadã: peça fundamental para que esse profissional seja um agentede mudança. Do profissional para o Ser.

Algumas dicas que podem ajudar as empresas:

Prefira a utilização do termo “diminuição de impactos socioam-bientais” ou “redução de danos socioambientais”, ao invés de “res-ponsabilidade socioambiental”, pois ainda são poucas as empresasque desenvolvem projetos sólidos de ação conjunta.

Evite reproduzir modelos de ação que não condizem com a realidadeda empresa. Prefira investir em projetos que fazem parte da dinâmicaorganizacional, assim desenvolverá iniciativas autônomas que serãofacilmente revertidas em ações positivas à própria instituição. Outrasaída é o desenvolvimento de experiências informais.

Faça sempre a avaliação dos projetos desenvolvidos e em andamento,pois assim, a empresa se certificará da pertinência das ações. Com-partilhe os resultados com os envolvidos: funcionários, colabora-dores, fornecedores e consumidores. Torne-os públicos.

Exercite a criatividade. As empresas não precisam, necessariamente,alterar seus orçamentos para o desenvolvimento de projetos socioam-bientais. Aliás, em parte dos casos, o desenvolvimento de tais açõesdiminui as despesas das organizações.

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AVOLUMAM-SE os questionamentos a respeito da legitimidade dasescolhas políticas, seriamente comprometidas em razão da manipulaçãoda opinião dos eleitores por meio do uso indiscriminado do dinheironas campanhas eleitorais e mesmo após as eleições. A prestação decontas de campanha eleitoral, assim como as normas que disciplinama movimentação de recursos econômicos durante as campanhas, deve sertratada com a seriedade que a situação requer. O assunto foi tema do curso Elaboração de Prestação de Contas

de Campanhas Eleitorais, realizado nos dias 24 e 25 de junho, nasede do conselho e na Regional de Rio Verde. Como nos demais anoseleitorais, os partidos advertem os candidatos para a necessidade deorganização nas campanhas políticas a fim de evitar futuros problemascom a Justiça Eleitoral. “O envolvimento do contabilista com a ela-boração da prestação de contas também é muito importante. Agregaconhecimento profissional, aumenta a qualidade das informações pro-duzidas numa campanha política, contribui com a transparência e or-ganização”, afirma o consultor paulista Carlos Eduardo Lullis, queacrescenta: “A iniciativa do CRC-GO em compartilhar experiênciascom os profissionais envolvidos no processo de elaboração de pres-tação de contas de campanhas eleitorais, a partir do curso, é uma ini-ciativa positiva e inovadora e deve contribuir, de forma significativa,com o aprimoramento do profissional de contabilidade”.Segundo o consultor, a prestação de contas é a forma correta de os

candidatos às Eleições 2008 formalizarem as receitas e as despesas decampanha ao Tribunal Regional Eleitoral – TRE, nos moldes das Leisnº 9.504/97 e nº 11.300/06 e resoluções do Tribunal Superior Elei-toral – TSE. “É um conjunto de regras, baseado na legislação eleitoral,em que os candidatos, membros de comitês financeiros de partidos po-

Em ano político, as atenções do Brasil se voltam para aspectos relacionados àidoneidade moral dos representantes eleitos

líticos e profissionais responsáveis pela elaboração de prestação decontas de campanhas eleitorais são obrigados a prestar contas de todosos atos praticados durante uma campanha eleitoral”.Para Lullis, a Contabilidade é, por essência, uma sistemática de registrar

transações, registrar fatos. “A profissão do contador está diretamente rela-cionada ao tratamento da informação: como organizá-la, registrá-la, arma-zená-la. O contador norteia sua atuação sempre atento às normas técnicasdos órgãos regulamentadores da profissão e legislação aplicável à sua atua-ção. Por isso, na maioria das vezes, as prestações de contas eleitorais são ela-boradas por um profissional de Contabilidade.O profissional contábil, de acordo com as análises do consultor,

deve prestar muita atenção quanto à transparência e integridade dosserviços prestados. “Ou seja, a prestação de contas necessita estar su-portada por toda a documentação hábil e idônea, que é conseqüênciados atos praticados durante a campanha”. Recursos financeiros semorigem ou fruto de corrupção não aparecem na prestação de contas:“Os recursos sem origem não são declarados em lugar nenhum, não só nocaso de campanhas eleitorais, como em qualquer outro setor da economia.Isso é crime e existem meios para fiscalizar e punir”, esclarece.Quanto à consciência do contador, Lullis ilustra bem: “O contador é um

profissional cuja atuação está baseada na legislação aplicável as atividade diáriase a de seus clientes, em sua capacidade técnica e experiência acumulada. Oprofissional deve saber o que pode e o que não pode. O que é legal e o que nãoé legal. A lei esclarece o que é gasto de campanha ou não; o que é receita ounão”, comenta o consultor, que alerta: “Se o profissional tomar conhecimentode que estão sendo realizados gastos ou sendo arrecadados recursos de cam-panha que não estão de acordo com a legislação, a função do bom profissionalé avisar o candidato o que está acontecendo”.

Prestação de contas de campanha eleitoral

Lullis: “Parciaisentregues nos dias 6

de agosto e 6 desetembro”

ALBERTO MAIA

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Tecnologia da informação“A fiscalização eleitoral tem se mostrado mais eficiente a cada

ano. Existem cada vez mais ferramentas à disposição da fiscalização.A fiscalização será, certamente, bastante rígida nas Eleições 2008”.Sobre o dinheiro gasto em campanha, o consultor comenta: “Nor-malmente, os recursos a serem gastos em campanha são determinadospelos partidos. O que se vê muito nas prestações de contas são do-cumentos inadequados: falsos ou rasurados. O responsável pela pre-paração da prestação de contas deve ter em mente que todos osregistros e documentos serão apresentados ao TRE. A baixa quali-dade da documentação tem causado muitos problemas ao candidato”.A principal atividade do contador é registrar fatos suportados por

documentação comprobatória, que atenda às necessidades legais. “Adocumentação produzida a partir das transações realizadas em umacampanha eleitoral deve ser idônea, estar adequadamente preenchida,sem rasuras. Essa é uma das preocupações de um bom profissional e doresponsável pelo processamento das informações. O objetivo principalé buscar a aprovação das contas pelo TRE, sem ressalvas. Ninguémestá livre de cometer erros, mas não podemos trabalhar para cometererros”. As prestações de contas reprovadas podem provocar a inelegi-bilidade dos candidatos e cassação de mandatos, caso tenham sido em-possados: “A reprovação das contas pelo TRE prejudica a imagem docandidato junto ao seu eleitor, cada vez mais crítico e melhor infor-mado. O candidato, sempre que possível, deve contratar um especialistae seguir as orientações de profissionais competentes”, observa.

De acordo com o consultor, a fiscalização compete ao TSE, emnível nacional, e ao TRE, em plano estadual: “São órgãos responsá-veis pela regulamentação e fiscalização dos atos praticados em cam-panha eleitoral. Mas a própria sociedade pode exigir maistransparência nesse processo e fazer a sua parte. Como? A partirdesta eleição os candidatos terão que efetuar duas prestações decontas parciais, antes das eleições. As informações deverão ser dis-ponibilizadas no site oficial de todos os TREs, na internet”. Portanto, qualquer eleitor interessado poderá ter acesso às in-

formações. “A primeira parcial será no dia 6 de agosto. A segunda,no dia 6 de setembro. Até a eleição passada, entregava-se a prestaçãoum mês após a eleição”. Outro aspecto relevante é o funcionamentode um sistema eletrônico único, implantado para orientar, acom-panhar e fiscalizar as atividades de arrecadação e de aplicação de re-cursos em campanhas eleitorais: “Uniformizou o procedimentotécnico em todo o Brasil, no âmbito da prestação de contas, o quecolocou a Justiça Eleitoral em uma posição privilegiada, conhecendocada um dos fornecedores, doadores e financiadores de campanha”.A legislação eleitoral obriga o candidato a utilizar o sistema para

elaboração das prestações de contas. “É um software relativamentesimples, mas bem construído, de visual moderno e agradável. Umaexcelente ferramenta que facilita muito a vida do responsável pelapreparação das prestações de contas”, confirma o consultor. SSiitteess úútteeiiss:: www.tse.gov.br/www.tre-go.jus.br/www.presidencia.gov.br

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22 atualidades

Inaugurado posto da Receita FederalFoi inaugurado, no mês de maio, o posto da Receita Federal na sede do CCRRCC--GGOO: atendimentoexclusivo aos contabilistas inscritos e regulares. A princípio, o serviço prestado é somente paraprocuração eletrônica. A finalidade do CCRRCC--GGOO é atender o associado com agilidade. Destaforma, o contabilista não perderá tempo. No local, atendimento de forma preferencial: sob oar-condicionado, é recebido por profissionais capacitados e serviço bem executado.

Liberação da DHP Eletrônica e Certificado de Habilitação Organização Contábil para JUCEGO CCRRCC--GGOO informa que, a partir do dia 23 de junho, está liberada a impressão da DHP Eletrônica – Pessoa Física (Declaração de Habilitação Pro-fissional) e CHOC - Pessoa Jurídica (Certificado de Habilitação Organização Contábil) para a JUCEG. Informamos também que o órgão recebeua etiqueta adesiva até o dia 30.06 e, a partir desta data, será recebida somente a DHP Eletrônica. Por solicitação da JUCEG, informamos que acolocação da DHP no livro Diário/Razão deve ser na primeira folha, ou seja, antes do termo de abertura. Em seguida, o livro deve ser encadernadoe entregue na JUCEG. Os profissionais que ainda não assinaram o Termo de Responsabilidade de Uso da Senha deverão entrar em contato com oconselho ou se dirigir à delegacia regional mais próxima. Somente terá acesso ao sistema para emissão das declarações, o profissional que tenha assinadoo Termo. Comunicamos, também, que todos os órgãos, incluindo SEFAZ, Prefeituras, JUCEG e Cartórios, adotam o uso da DHP eletrônica. Portanto,providencie a assinatura do Termo de Responsabilidade e comece a usufruir da comodidade de emitir a DHP e DECORE do próprio escritório.

Da esquerda para direita: vice-presidente deregistro CRC-GO e presidente da Cooperativa deCrédito Contábil, José Antônio Schimit; vice-presidente de controle interno, José GilmarCarvalho Brito; presidente em exercício do CRC-GO, Luiz Antônio Demarcki; delegado daReceita Federal, Sergio Messias; presidentelicenciado CRC-GO, Edson Cândido Pinto;deputado federal, João Campos; presidente emexercício do Sescon-GO, Francisco CanindéLopes; presidente da Fenacon, Valdir Pietrobon;vice-presidente da Fenacon, Antônio Marangon.Abaixo: Fabricio Ferreira e Arlete Gonçalves,funcionários CRC-GO

Integrantes do CRC-GO treinam para Balanço Social 2008Os integrantes da 3º turma do curso de Responsabilidade Socioambientaldo Balanço Social 2008 se reuniram, nos dias 15 e 16 de maio, na sededo Conselho Federal de Contabilidade. Na ocasião, avaliaram práticassociais e trocaram conhecimentos. O encontro foi proveitoso para disse-minar a implantação do Balanço Social nas empresas e estimular a incor-poração da responsabilidade socioambiental pelo sistema CFC/CRCs. Otreinamento foi coordenado pelo vice-presidente de desenvolvimentooperacional, Juarez Domingues Carneiro. Participaram: Eduardo Hen-rique Sabino, gerente administrativo; Cleides Gonçalves Terra e os consel-heiros Dorman Augusto Fleury Filho, José Gilmar Carvalho Brito e LílianNúbia Costa e Silva de Souza.

WILMAR FIDELIS

DIVULGAÇÃO

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23atualidades

Reunião decide 13º ConescapFoi realizada, na sede do CRC-GO, a primeira reunião com a dire-toria da Fenacon e Sescon-GO para constituição da Comissão Or-ganizadora de Eventos (COE), da 13º edição da ConvençãoNacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas deAssessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Conescap). Oobjetivo foi discutir a pauta de debates e a produção do evento, agen-dado para outubro de 2009, em Goiânia.

Certificação DigitalO Certificado Digital é um documento eletrônico que contém dadossobre a pessoa ou a empresa que o utiliza, fazendo uso de cripto-grafia: tecnologia que assegura o sigilo e a autenticidade de informa-ções. Além de identificar com segurança, garante confiabilidade,privacidade, integridade e inviolabilidade em mensagens e em diver-sos tipos de transações realizadas via Internet. Outra vantagem docertificado digital é ter validade jurídica para ser utilizado como as-sinatura de próprio punho, comprovando que o proprietárioconcorda com o documento assinado. O e-CPF e o e-CNPJ CER-TISING certificados mais utilizados permitem o acesso no CentroVirtual de atendimento ao contribuinte, o e-CAC da Secretaria daReceita Federal em nome dos clientes. Além disso, o Certificado Digital viabiliza o acesso a serviços virtuais

da Secretaria da Receita Federal, evitando o comparecimento a uma dasunidades, o que representa uma grande economia de tempo para o contri-buinte. Autoridade Certificadora – AC Fenacon tem priorizado a qualidadeno sistema para emissão da nova Carteira Profissional com a CertificaçãoDigital. Diante da demanda, a AC Fenacon Certisign, por meio das Auto-ridades de Registro (ARs) Sescaps e Sescons priorizam atender, de formapersonalizada, cada contabilista interessado em adquirir a novidade tec no-lógica. Mais informações na sede do Sescon Goiás: Rua 107, nº. 23, SetorSul, Goiânia. (62) 3091-5051 ou www.sescongoias.org.br.

Câmara de Ética, Disciplina eFiscalização – Valorizando a imagem da profissão contábilO Conselho Regional de Contabilidade de Goiás é o órgão executorda fiscalização do exercício profissional, atuando inclusive comoórgão processante e julgador de primeira instância nos processoséticos e disciplinares, envolvendo contabilistas, empresas e leigosque atuam na área contábil. Fere o Código de Ética Profissional doContabilista aquele que não cumprir, no prazo estabelecido, deter-minação do Conselho Federal e Regional de Contabilidade, ficandosujeito às penalidades previstas na legislação profissional.A atividade fiscalizadora visa, primordialmente, valorizar a imagemda profissão, como também a proteção ao usuário da Contabilidade.Para isso, torna-se necessário conscientizar individual e coletiva-mente a classe, no sentido de valorizar cada um dos membros, va-lendo-se, para tal fim, dos meios restritivos e coercitivos que sejustifiquem e se coadunem com a dignidade, a responsabilidade e orespeito às normas e princípios contábeis.Composição dos conselheiros membros da câmara de Ética, Disci-plina e Fiscalização para o biênio 2008/2009: Otávio Martins deOliveira Júnior, Mauricio Generoso de Freitas, Rosângela GonzagaPedrosa, Francisco de Assis de Lima, e o vice-presidente HenriqueRicardo Batista.

18º Congresso Brasileiro de ContabilidadeMais de cinco mil pessoas se inscreveram para o 18º Congresso Brasileiro deContabilidade. Realizado a cada quatro anos, o 18º CBC ocorrerá de 24 a28 de agosto, em Gramado. Rio Grande do Sul. O evento, que pretende reu-nir profissionais da classe contábil, trará painel de debates e três grandes pa-lestras. Informe-se sobre a programação: www.congressocfc.org.br.

Ouvidoria: um elo entre o contabilista e a sociedadeA Ouvidoria do CRC-GO defende os direitos e interesses dos conta-bilistas, respondendo sempre às manifestações. Tem a finalidade re-ceber, encaminhar e acompanhar denúncias, reclamações, sugestõese elogios. E mais: amplia os canais de participação dos profissionaisda Contabilidade para melhorar a qualidade dos serviços prestadospelo conselho. Mais informações podem ser obtidas na sede doCRC-GO ou e-mail: [email protected]

ALBERTO MAIA

WILMAR FIDELIS

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agosto/outubro 2008 # 8

24 livros

Orçamento e Controle – Série GestãoFinanceira, Controladoria e AuditoriaJosé Carlos Sardinha, José Mauro Bacellar de Almeida, Luis Limeira Dinoáe Washington Luiz Ferreira., R$ 18,00, 144 páginasO livro revela-se útil para estudantes de Administração, Ciências Contábeis, Eco-nomia, Direito, bem como executivos que desejam ampliar seus conhecimentosprofissionais. Apresenta temas com enfoque prático, linguagem direta e importânciapara a gestão de negócios. O volume oferece uma noção da importância do orça-mento como uma ferramenta gerencial para planejar e controlar as atividades or-çamentárias. Mostra o objetivo do orçamento e sua interação com outros processos,analisando as vantagens e as imitações de quem lida com cálculos.Mais detalhes: www.editora.fgv.br / 0800 21 7777

Análise das Demonstrações Financeiras:Vertical, Horizontal e ÍndicesO autor, João Luis Aguiar, é perito-contador, doutorando e mestre em Gestãode Empresas, especialista em Perícia Judicial, Auditoria e Análise de Balanços,Controladoria e Finanças e professor de mestrado, MBA e graduação. De acordocom autor, o livro tem como objetivo geral identificar as possíveis análises nasdemonstrações financeiras de empresas cadastradas na Bolsa de Valores de SãoPaulo (Bovespa), utilizando-se de indicadores financeiros: técnica da análise ver-tical, horizontal e índices. Para realização da investigação proposta, apresenta-ram-se primeiramente a fundamentação teórica necessária para explicação dosconteúdos da análise de balanços. Contato: [email protected] / (64) 3431-2692

AuditoriaRicardo J. Ferreira, Editora Fer-reira, 6ª edição, 672 páginasAlém de considerar a doutrina contá-bil, o autor aborda a teoria e a práticada auditoria, tendo como base asnormas do Conselho Federal deContabilidade – CFC, da CVM edo Ibracon. Inclui questões comenta-das de provas, bem como resoluçõesrecentes do CFC diretamente relacio-nadas à auditoria.

Contabilidade PúblicaLeonardo do Nascimento e Bernardo ChermanEditora Ferreira, 576 páginasA obra apresenta a estrutura da contabilidade pública de forma sucinta,seguida da resolução comentada de questões de concursos públicos re-centes para a fixação da matéria. Trata da receita e despesa públicas e fazreferência aos artigos correspondentes da Lei nº 4.320/64 e da Lei Com-plementar nº 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal), bem como a por-tarias e instruções normativas, inclusive o Manual Técnico do Orçamento.Contabilidade Básica

Ricardo J. Ferreira, Editora Fer-reira, 5ª edição, 720 páginasDestinado às pessoas que nuncaestudaram Contabilidade e tam-bém aquelas que conhecem amatéria, mas não conseguemaprendê-la. Conjuga linguagemsimples com um conteúdoabrangente e de alto nível, per-mitindo que o leitor possa, empouco tempo, ter o domínio dosconceitos contábeis mais rele-vantes. Inclui questões comenta-das de provas de algumas dasprincipais instituições organiza-doras de concursos do país.

Dicionário de Termos deContabilidade PúblicaCarlos Eduardo Pires , Editora Ferreira, 128 páginasO volume é destinado a facilitar o estudo e a consulta por parte dos es-tudantes e profissionais que atuem perante o Poder Público nas áreas or-çamentária, financeira, contábil e patrimonial quanto aos termos econceitos mais adotados em contabilidade pública e em disciplinas aela relacionadas, tais como finanças públicas, orçamento público, audi-toria governamental e administração pública. Baseia-se em livros de au-tores renomados, legislação, sites oficiais e principalmente no SistemaIntegrado de Administração Financeira do Governo Federal – Siafi.Informações: www.editoraferreira.com.br / (62) 3515-1588

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# 8 agosto/outubro 2008

25diversos

dani

olive

ira

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26 informe

NA ÚLTIMA reunião de trabalho com os conselheiros da Câmara deÉtica, Disciplina e Fiscalização, tive um debate caloroso sobre a neces-sidade dos colegas contabilistas realizarem o que determina a letra “b”da nossa Lei de Regência (DL 9295/46): a escrituração contábil, que,em regra, não está ocorrendo, fato comprovado pelos fiscais do CRC-GO ao executarem a tarefa de fiscalização, no cumprimento das normascontábeis. Nos últimos meses, chegou à Ouvidoria e à Câmara de Éticae Disciplina, solicitação de esclarecimento de colegas contabilistas sobreesta obrigatoriedade, o que levou a apresentação da coletânea de normasrelacionadas à escrituração contábil.Qualquer tipo de empresa, independentemente do porte, natureza

jurídica ou forma de constituição, inclusive da própria organizaçãocontábil do contabilista, necessita manter escrituração contábil com-pleta para controlar o patrimônio e gerenciar adequadamente os seusnegócios. Além de uma necessidade administrativa e gerencial, a es-crituração contábil é trazida como exigência expressa em diversas le-gislações vigentes.

1. Legislação societáriaA obrigatoriedade da escrituração contábil respalda-se, inicial-

mente, nos artigos 1.179 a 1.195 da Lei 10.406 de 10 de janeiro de2002 – Código Civil Brasileiro. No referido texto legal, está previstoque o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguirum sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escri-turação uniforme de seus livros, em correspondência com a docu-mentação respectiva; e a levantar anualmente o balanço patrimoniale o de resultado econômico.A Lei 10.406/02 diz que somente é dispensado da escrituração

o pequeno empresário. De acordo com o artigo 68 da Lei comple-mentar 123/06: “Considera-se pequeno empresário, para efeito deaplicação do disposto nos artigos 970 e 1.179 da Lei no 10.406,de 10 de janeiro de 2002, o empresário individual caracterizadocomo microempresa na forma desta Lei Complementar que aufirareceita bruta anual de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais)”.A Lei das Sociedades por Ações, aprovada pela Lei 6.404 de 15 de de-

zembro de 1976, em seu Capítulo XV nas disposições aplicadas à escritu-ração, determina que ao fim de cada exercício social, a diretoria deveráelaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as demonstra-ções financeiras (contábeis).Em seu Art. 177 a lei estabelece que a escrituração das empresas deve ser

mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislaçãocomercial e aos princípios de contabilidade, devendo observar métodos ou cri-térios contábeis uniformes, segundo o regime de competência.

A Legislação que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falênciado empresário e da sociedade empresária, menciona: para instruir o pedidodo benefício de recuperação judicial devem ser juntadas as demonstraçõese os demais documentos contábeis, na forma do art. 51, inciso II, ou no §2º da Lei nº 11.101/2005. Esta mesma lei estabelece severas punições pelanão execução ou pela apresentação de falhas na escrituração contábil (arti-gos 168 a 182).

2. Legislação TributáriaO Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66) expressa no parágrafo

único do Artigo 195 a importância da manutenção da escrituração contábilquando menciona que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscale os comprovantes dos lançamentos realizados devem ser conservados até queocorra a prescrição dos créditos tributários a que se referem.O Regulamento de Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto 3.000 de

março de 1999 prevê no Art. 251 que a pessoa jurídica sujeita à tributaçãocom base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis co-merciais e fiscais. A escrituração deve abranger todas as operações do contri-buinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bemcomo os lucros, rendimentos e ganhos de capital no exterior.Quando se trata de empresa tributada com base no lucro presumido, ob-

serva-se que existe dispensa para a escrituração contábil completa, porém, elaproduz efeitos unicamente para fins do Imposto de Renda, não se estendendoà legislação empresarial, societária e previdenciária, entre outras.A Lei Complementar 123/2006 estabelece normas gerais relativas ao

tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas eempresas de pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos Municípios.O artigo 27 da Lei Complementar diz que as microempresas e empresas

de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional poderão, opcionalmente,adotar contabilidade simplificada para os registros e controles das operaçõesrealizadas, conforme regulamentação do Comitê Gestor.O § 3° do artigo 3º da Resolução CGSN nº 010, de 28 de junho de

2007 diz que a apresentação da escrituração contábil, em especial do LivroDiário e do Livro Razão, dispensa a apresentação do Livro Caixa.O Conselho Federal de Contabilidade baixou a Resolução de

1115/2007 que aprova a NBC T 19.13 que trata da Escrituração ContábilSimplificada para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte.Considerando as dificuldades para escriturar o Livro Caixa, que obriga

conter toda a movimentação bancaria, é recomendável que a empresa pro-ceda à escrituração completa, inclusive do Livro Diário, de conformidadecom as Normas Brasileiras de Contabilidade, pois, assim, estará atendendoàs exigências societárias, fiscais, previdenciárias e profissionais.

Escrituração contábil

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# 8 agosto/outubro 2008

27informe

2.3. Legislação PrevidenciáriaO Decreto 3.048 de 06 de maio de 1999 que aprova o Regulamento

da Previdência Social e as Leis 8.212 e 8.213, ambas de 1991, ao tratar deescrituração contábil, determinam que as empresas devam lançar, mensal-mente, em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada,os fatos geradores de todas as contribuições, o valor dos descontos, ascontribuições da empresa e os totais recolhidos.O Art. 235 do Decreto 3.048 prevê que a fiscalização poderá examinar

a escrituração contábil e qualquer outro documento da empresa, a fim devalidar se a contabilidade registra o movimento real da remuneração dossegurados a seu serviço.O que muitos contabilistas desconhecem é a não manutenção de uma

contabilidade regular pode ser tipificada como crime de sonegação decontribuição previdenciária, com pena de reclusão de dois a cinco anos; emulta ao empresário e seu preposto (contabilista).

2.4. Legislação ProfissionalO Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução CFC nº

563, de 28/10/93, aprovou a NBC T 2, normatizando as formalidades daescrituração contábil que, entre outros procedimentos, estabelece:

II A escrituração será executada em moeda corrente nacional, em formacontábil, em ordem cronológica de dia, mês e ano, com ausência de es-paços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportespara as margens e, ainda, com base em documentos probantes.

IIII A terminologia adotada deverá expressar o verdadeiro signifi-cado da transação efetuada, admitindo-se o uso de códigos e/ouabreviaturas de históricos.

IIIIII O Diário poderá ser escriturado por partidas mensais ou de formasintetizada, desde que apoiado em registros auxiliares que permitama identificação individualizada dos registros.

As formalidades inerentes às Demonstrações Contábeis estão contidasnas NBC T 2.7 e NBC T 3, que trazem esclarecimentos importantes sobrea elaboração do Balanço Patrimonial e outros demonstrativos previstos emlei, definindo os seus conceitos, conteúdos e estruturas.A NBC T 19.13 baixada pelo CFC, por meio da Resolução 1115/2007,

trata da Escrituração Contábil Simplificada para Microempresa e Empresa dePequeno Porte, diferenciando das demais empresas e proporcionando trata-mento diferenciado a este seguimento empresarial.Independente da legislação societária e fiscal, o contabilista é obrigado

a cumprir as normas emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, es-tando sujeito às penalidades impostas pelo código de ética profissional.

Infrações relacionadas àescrituração contábil:� Deixar de elaborar escrituração contábil.� Demonstrações contábeis estruturadas em desacordo com os

princípios fundamentais de Contabilidade, definidos na Reso-lução 759/93.

� Demonstrações contábeis em desacordo com as normas brasi-leiras de contabilidade.

� O Livro Diário não estiver devidamente registrado no órgão.� Demonstrações contábeis elaboradas com base em docu-

mentação hábil e legal, entretanto, não transcrita no livrodiário da empresa.

� As Demonstrações contábeis que constam do Livro Diário nãoestão firmadas pelo responsável técnico.

� Demonstrações contábeis que constam do livro diário contendovalores divergentes dos constantes na peça contábil de posse dafiscalização.

� Inobservância das formalidades da escrituração contábil.

As penalidades pelo nãocumprimento destas normasprofissionais são:� Multa no valor de R$ 266,00 a R$ 1.330,00, com acréscimo

de 1/10 a 1/20 a cada ocorrência.� Advertência Reservada.� Censura Reservada.� Censura Publica.

Para não incorrer em penalidades impostas pela legislação societária,fiscal e profissional, a Contabilidade não deve ser conivente com ocliente ou induzi-lo à dispensa da escrituração contábil.

CCââmmaarraa ddee ÉÉttiiccaa,, DDiisscciipplliinnaa ee FFiissccaalliizzaaççããoo::Henrique Ricardo BatistaVice-Presidente de Ética, Disciplina e Fiscalização

MMeemmbbrrooss::Otávio Martins de Oliveira Júnior, Francisco de Assis de Lima, Mauricio Generosode Freitas, Rosângela Gonzaga Pedrosa, Oribaldo Ribeiro – (Licenciado)

Henrique Ricardo BatistaVice-Presidente de Ética,Disciplina e Fiscalização

DIVULGAÇÃO

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agosto/outubro 2008 # 8

28 artigo

Breves considerações sobre o

TRATANDO-SE de instituto não existente no ordenamento jurídicobrasileiro, o trust tem por objetivo primordial a proteção dos bensou direitos que o integram, em proveito das partes envolvidas e deacordo com as diretrizes definidas no respectivo ato jurídico queformaliza a sua criação. Pode-se dizer que o trust é uma entidadelegal criada por um outorgante (settlor), em vida ou por ocasião doseu falecimento – por disposição testamentária, como ato de últimavontade – pela qual transfere total ou parcialmente a propriedade deseus bens e direitos a um terceiro: chamado de trustee, que, nacondição de proprietário legal, irá geri-los e administrá-los, deacordo com as instruções previamente definidas no documento fi-duciário que formaliza a sua criação, em favor de beneficiários, que,como proprietários econômicos ou donos de fato, podem ou não tersido previamente definidos pelo settlor.

RODRIGO MAITTO DA SILVEIRA

Os bens dados em trust ficam separados do patrimônio pessoaldo trustee, que só detém a propriedade de bens em trust, para outrapessoa, e não para si próprio, tendo em vista objetivo em causa.Assim, quando uma propriedade é transmitida em trust, os bens nãosão incorporados em termos plenos ao patrimônio do trustee, masvão acompanhados de encargos imputados a esse adquirente, daíporque passa a constituir um patrimônio de afetação, distinto dopatrimônio pessoal do trustee.Ao longo do tempo, o trustee deixou de ser caracterizado sim-

plesmente por aquele indivíduo encarregado da administração dotrust, mas sua posição passou a ser ocupada por profissionais, fre-qüentemente companhias (corporate trustees) especializadas e legal-mente habilitadas a organizar negócios e administrá-los com aconformação exigida pelo instituto.

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# 8 agosto/outubro 2008

29artigo

Com efeito, o trustee exerce, nos dias de hoje, atividade remune-rada, em cujo exercício responde com seu patrimônio pessoal poratos de má administração ou por omissão em prejuízo dos bens oudireitos em trust. Na administração dos bens e direitos em trust, aotrustee é lícito praticar quaisquer atos a eles relativos, desde que ob-servados a destinação e os objetivos previamente definidos pelo sett-lor, realizando os investimentos necessários a assegurar oaproveitamento econômico indicado. Cumpre destacar, porém, que apesar de o settlor não mais ser o

proprietário legal, mantém ele um controle indireto sobre o trusteeem relação ao cumprimento das funções a ele atribuídas (por exem-plo, distribuição de rendimentos e capital), o qual é efetuado me-diante cartas ou declarações de manifestação de vontade. O settlortambém pode indicar um protetor, ou guardião, para zelar pelos in-teresses dos beneficiários. Tal guardião tem o direito de exercer po-deres de veto em face do trustee, destituí-lo ou trocá-lo, ou mesmode alterar a residência do trust.O conceito de trust, como se pode perceber, repousa na confiança

depositada pelo settlor no trustee, aquele em quem se confia. Pormeio do trust é possível isolar determinados bens, constituindo assimum patrimônio autônomo, que não se comunica com o patrimôniodo settlor, nem mesmo com o patrimônio do trustee. Trata-se, pois,de um patrimônio vinculado a uma finalidade pré-definida.O trust extingue-se, em regra, em razão de revogação por parte do

settlor – quando isso seja possível, em função do tipo de trust que foracriado – pelo fato de ter sido alcançada a finalidade para a qual tiversido instituído, ou, ainda, por ter expirado o prazo estabelecido no atoconstitutivo, a par de outras hipóteses de extinção, tais como invalidadedo ato de transmissão fiduciária dos bens ao trustee, fraude, erro ououtra causa de invalidação dos atos de transmissão de propriedade.Com a extinção, os bens objeto do trust passam à titularidade dos

beneficiários, salvo outra atribuição que lhes tenha sido definida peloato constitutivo, como, por exemplo, a reversão desses bens à titula-ridade do settlor. Impõe-se ao trustee, nesse caso, o dever de prestarcontas e transmitir a propriedade e a posse dos bens a quem de di-reito. No que diz respeito aos tipos de trusts, destacam-se, como ele-mentos básicos de diferenciação, as seguintes modalidades (I)revogável ou não revogável; (II) discricionário ou não discricionário;e (III) público (public ou charitable) ou privado.A revogação consiste em um direito que o settlor prevê ou não

para si no ato de constituição do trust. Já a discricionariedade estáligada aos poderes atribuídos ao trustee, pelo settlor, na adminis-tração dos bens e direitos. Em um trust discricionário, é possível

atribuir-se ao trustee o dever de definir quem serão os beneficiáriosdentre pessoas previamente relacionadas no seu ato de instituição,em vista das diretrizes que informaram a criação desse trust, damesma forma que o trustee não fica obrigado a divulgar as razões desua discricionariedade levada a efeito na administração dos bens edireitos a ele confiados.Com relação à definição acerca da destinação dos bens ou direi-

tos confiados ao trustee, classificam-se os trusts em públicos (publicou charitable trust) e privados (private trust). Os trusts públicossão assim denominados, pois o proveito econômico dos bens admi-nistrados pelo trustee não são destinados a um beneficiário em par-ticular, mas à realização de interesses coletivos, visando àconcretização de finalidades educacionais, científicas, religiosas, deassistência a deficientes, de melhoria a determinadas localidades ouserviços comunitários etc. Em suma, os trusts públicos se prestama beneficiar certa comunidade ou a sociedade em geral.De outro lado, os trusts privados têm por finalidade o favoreci-

mento de determinadas pessoas identificadas no ato de constituição,e que, de alguma maneira, têm vínculo com o settlor. Esse tipo detrust tem por objeto, portanto, satisfazer interesses privados. Consi-derando que o trust tem por essência a divisão do direito de proprie-dade, tal característica lhe confere a flexibilidade necessária paraalcançar os mais diversos objetivos, sendo largamente utilizado naadministração de bens e direitos em atividades como, por exemplo,(a) securitização de créditos, (b) aplicações em fundos de investi-mentos e negócios imobiliários, (c) gestão de patrimônios familiares(wealth management), seja para fins de planejamento patrimonialsimplesmente, seja para fins sucessórios, e, ainda, (d) na consecuçãode fins filantrópicos.Embora a utilização do trust, nas últimas décadas, tenha sido as-

sociada a praticas de evasão fiscal e à lavagem de dinheiro provenientede operações de natureza ilícita, a legislação dos países, motivada porpressões internacionais, vem impondo um maior rigor em relação àtransparência das partes envolvidas no uso desse instituto jurídico.Por conta dessa realidade, o trust tem sido utilizado para estruturarreorganizações no comando de empresas, assim como para aliar pla-nejamentos sucessórios a planejamentos tributários.Uma vez que o trust originou-se nos países de tradição anglo-

saxônica (common law), posteriormente incorporado por algunspaíses de tradição jurídica romana (civil law), mas ainda não recon-hecido por outros, como é o caso do Brasil, não é difícil imaginar aexistência de divergências doutrinárias, legais e jurisprudenciaisquanto aos seus mais diversos aspectos.

Mestre e doutorando em Direito Econômico e Financeiro pela USP. Conselheiro titular da 4ª Câmara do Conselho Municipal de Tributos de São Paulo.Professor do LLM de Direito Tributário do IBMEC/SP. Associado de L.O. Baptista Advogados.

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agosto/outubro 2008 # 8

30 inauguração

PARTICIPARAM da solenidade de abertura, no dia 30 de junho, na sededo conselho, profissionais da área, funcionários do CRC-GO e represen-tantes da política. “A Credcontábil nasce aliada a uma tradição de 200 anosde experiência. O Banco do Brasil é a nossa instituição financeira parceira”,comenta José Antônio Schimit, presidente da cooperativa. De acordo comSchimit, a cooperativa passa a existir para atender, exclusivamente, à classecontábil. “A idéia nasceu em 2005, sugerida pelo senhor Nicanor Sena Pas-sos e pelo presidente licenciado do CRC-GO, Edson Cândido Pinto. Hoje,torna-se uma realidade. Estamos com 360 cooperados neste curto tempode trabalho. A expectativa é um número de 500 cooperados, ainda em2008. Vamos atingir nossas expectativas em menos de um ano”. Quem pode se associar à Credcontábil? “Pessoa Física, que tenha

registro no Conselho Regional de Contabilidade, Pessoa Jurídica,

que tenha por objetivo as mesmas atividades da pessoa física e aindaaquelas sem fins lucrativos”. Podem associar-se ainda: “Os emprega-dos das empresas de contabilidade, pai, cônjuge ou companheiro (a),viúvo (a) e dependente legal de associado”. Entre os serviços pres-tados, pagamento de boletas, financiamento de bens, crédito pessoal,títulos descontados, contas correntes e cheque especial. A quota-capital pode ser adquirida diretamente na Credcontábil, no

valor mínimo de R$ 800,00 para pessoa física e R$ 2.000,00 para pessoajurídica. “A quota-capital é um dinheiro seu. Além de proporcionar aabertura de conta corrente, a Credcontábil proporciona rendimentos su-periores aos da poupança, facilita a obtenção de empréstimos, financia-mentos na cooperativa e também amplia os ganhos com as sobras anuaisque a Credcontábil oferece a todo associado”, explica.

ImportanteSchimit solicita aos contabilistas e às empresas de contabilidade, que as-

sinaram o Termo de Adesão, a gentileza de comparecer à sede da Credcontábilpara providenciar abertura de conta para a integralização da cota-capital, mu-nidos dos seguintes documentos:

� pessoa física: CI, Comprovante de endereço [recente] e DIRPF;� pessoa jurídica: CNPJ, DIRPJ, Contrato Social e última Alteração

Contratual, ou somente a última Alteração Contratual se consolidada,e CI, Comprovante de endereço [recente] e DIRPF dos sócios

Parceria com o Banco do Brasil inaugura Cooperativa de Crédito dosProfissionais de Contabilidade de Goiânia e Região Ltda.

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Credcontábil: fortalecimento da classe

1 Schimit, Sônia e Luiz Demarcki. 2 Edson Cândido. 3 Eduardo Sabino. 4 Flori Silveira e Renata Bandeira. 5 Maguito Vilela. 6 Anderson Mota, Jonatas Ramalho, Sérgio

Raul, Nivaldo Lobato e Rui Saturnino. 7 Afreni Gonçalves, Antônio Neves, João

Campos e Hugo de Almeida.

ALBERTO MAIA

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