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EFICIÊNCIA ENERGÉTICAartigos técnicos

entrevistasprodutos

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Melhores Produtos, Maior Eficiência

NOVO SISTEMA DE ETIQUETAGEM ENER GÉTICA

DESENVOLVIDO PELA ADENE

A ADENE - Agência para a Energia, desenvolveu um

sistema que para além de permitir a caracterização

energética de produtos não regulados, incorpora outros

aspetos associados à comunicação e à promoção da

qualidade desses mesmos produtos.

Ef. Energética

O Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos (SEEP) permi-

te que um determinado material se possa mais facilmente diferen-

ciar e potenciar a sua visibilidade e comercialização.

Um dos aspetos diferenciadores do sistema é o controlo de quali-

dade das etiquetas, emitidas no que diz respeito à adequação e

rigor técnico do desempenho energético anunciado. Os fabricantes

aderentes estão sujeitos a procedimentos de verificação da correta

utilização das etiquetas emitidas, reforçando-se assim a credibili-

dade dos seus produtos junto dos consumidores.

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O SEEP permite que diversos produtos sejam tratados em

paralelo dentro do sistema, sendo a gestão efetuada através de

um portal web que permite ao consumidor final interagir com

todos eles, acedendo assim à informação útil disponível sobre

os mesmos.

Temas como as características gerais dos produtos, catálogos,

manuais, informação técnica, bem como o rastreamento de

qualquer produto etiquetado pelo SEEP serão possíveis, permi-

tindo assim uma aproximação entre o consumidor final e os

fabricantes.

AGORA É MAIS FÁCIL COMPARAR E POUPAR ENERGIA

CONHEÇA A NOVA ETIQUETA ENERGÉTICA DE JANELAS

Com um perfil especialmente

virado para o sector da cons-

trução, o arranque do SEEP

acontece com a etiquetagem

de janelas. Este tipo de pro-

duto é especialmente interes-

sante, não só pelo especial

papel que desempenha no

balanço energético de uma

habitação, mas igualmente

pelo dinamismo que permitirá

incorporar ao sector.

Janelas com classes mais efi-

cientes de desempenho vão

potenciar poupanças na fatu-

ra energética das famílias e

de energia para o país. Se a

isso adicionarmos o facto de

as janelas mais eficientes

também proporcionarem

melhor conforto e a redução

do ruído, temos ainda maior

valor acrescentado na esco-

lha deste produto com melho-

res classes de desempenho.

A etiqueta energética permite

aos consumidores facilmente

compararem entre soluções

no mercado mediante simples

verificação da classe de

desempenho energético, de

G (menos eficiente) a A (mais

eficiente).

A etiqueta inclui também informação técnica, como os parâme-

tros de cálculo que serviram para determinação do desempe-

nho energético, para além de dados complementares relaciona-

dos com as características do vidro e a capacidade de atenua-

ção acústica da janela.

Para além da etiqueta em grande formato fornecida com a jane-

la, esta incluirá também uma mais pequena, incorporada no

produto de forma permanente e que garantirá a rastreabilidade

de cada produto.

QUEREMOS DISTINGUIR OS PRODUTOS MAIS EFICIENTES

MAIS VANTAGENS PARA O SECTOR

O SEEP vai trazer mais inovação para o sector, criando assim

as condições necessárias para que as empresas portuguesas

criem mais e melhores produtos com condições para alavancar

as suas exportações. A marca SEEP permitirá criar uma distin-

ção e a diferenciação necessária no mercado com o objetivo de

ter melhores produtos e maior eficiência.

A NOVA PLATAFORMA SEEP

PORQUÊ SER UMA EMPRESA ADERENTE

Desde o passado dia 7 de maio que a nova plataforma

www.seep.pt já se encontra disponível para registo e emissão

de etiquetas por parte dos Fabricantes de Janelas. Neste

momento já se encontram registadas mais de 140 empresas e

emitida a primeira centena de etiquetas energéticas, número

que continua a aumentar diariamente. A ADENE está a preparar

uma campanha de comunicação para divulgar a vantagem do

sistema junto do consumidor final, para gerar, neste segmento,

um maior interesse na procura de janelas eficientes e alavancar

o negócio das empresas.

CURSOS SEEP LANÇADOS PELA ACADEMIA ADENE

FORMAÇÃO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E A CERTIFICAÇÃO DE

PROFISSIONAIS DO SECTOR

A formação é uma componente fundamental da atividadeda ADENE, e um vetor prioritário da sua missão de promo-ver e realizar atividades de interesse público na área daenergia e das respetivas interfaces com as demais políticassectoriais.

É neste enquadramento que foi lançada em 2012 a“Academia ADENE”, a qual pretende instituir a ADENEcomo a entidade de referência em Portugal de formação deespecialistas e técnicos nas áreas das energias renová-veis, da eficiência energética em edifícios, na indústria enos transportes.

Para além disso, a Academia ADENE projeta também avalorização internacional dos técnicos nacionais através doestabelecimento de parcerias com instituições de prestígio,sendo também a única estrutura nacional de serviços deformação com uma certificação profissional da CERTIF -Associação para a Certificação, reforçando a importânciado trabalho pioneiro realizado ao longo nas últimas duasdécadas. É neste enquadramento que foram lançados osseguintes cursos de formação de Projetistas e Instaladoresde Janelas do Sistema de Etiquetagem Energética deProdutos (SEEP Projetistas e SEEP Instaladores).

• O SEEP Projetistas visa proporcionar aos participantes a aquisi-ção e atualização de conhecimentos na elaboração de projetos deconstrução e reabilitação, nomeadamente na prescrição de solu-ções de substituição e instalação de janelas, e tem como público-alvo arquitetos, engenheiros, peritos qualificados, Empreiteiros, edemais profissionais com responsabilidade na elaboração do pro-jeto de soluções de substituição e instalação de janelas.

• O SEEP Instaladores tem por objetivo proporcionar aos partici-pantes a aquisição e atualização de conhecimentos teóricos comuma forte componente prática de soluções de substituição e insta-lação de janelas, tendo como destinatários os instaladores, futurosinstaladores e fabricantes de janelas, orçamentistas, empreiteirose responsáveis de obra.

No final de ambos os cursos, e após aprovação na avaliação efe-tuada no final de cada tema, os participantes obterão o reconhe-cimento CERTIF de “Projetista SEEP Janelas” e/ou “InstaladorSEEP Janelas”, passando a integrar as respetivas bolsas, a seremdisponibilizadas pela ADENE e pela CERTIF.

Porque comparar é poupar energia, o SEEP potencia a escolhaenergética mais eficiente. As empresas ganham e os consumido-res também.

Vamos poupar energia para poupar Portugal.

Ef. Energética

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Reabilitação Energética do Parque Residencial

Metodologia para determinação de soluções de custo ótimo

Manuela Almeida(1), Marco Ferreira(2), Ana Rodrigues(3)

(1) [email protected]; (2) [email protected]; (3) [email protected]

Departamento de Engenharia Civil - Universidade do Minho

Ef. Energética

Neste contexto, a redução do consumo de energia e a utilização

de energia proveniente de fontes renováveis no sector dos edi-

fícios constituem medidas fundamentais, principalmente porque

estes apresentam um potencial significativo de poupança de

energia em condições que se consideram economicamente

rentáveis (Nenry, Françoise et al., 2010).

Tendo em vista a concretização desse grande potencial de pou-

pança de energia, devem ser implementadas medidas destina-

das a melhorar o desempenho energético dos edifícios que

tenham em consideração, para além das condições climáticas

e locais e das necessidades de conforto e qualidade do ambien-

te interior, também a rentabilidade económica (BPIE, 2011).

Neste contexto, os requisitos mínimos para o desempenho

energético dos edifícios e dos elementos construtivos, isto é, os

limites estabelecidos pelos regulamentos para as necessidades

de energia dos edifícios, para a eficiência dos equipamentos

utilizados nos edifícios e para o desempenho de cada elemento

construtivo (paredes, coberturas, envidraçados,…), deverão ser

estabelecidos ponderando a rentabilidade entre os investimen-

tos efetuados e os custos de energia economizados ao longo

do ciclo de vida do edifício (Comissão Europeia, 2012a).

Assim, os requisitos mínimos de desempenho energético dos

edifícios devem ser definidos com vista a alcançar níveis ótimos

de rentabilidade para os edifícios e componentes de edifícios,

definindo-se o nível ótimo de rentabilidade como o desempenho

energético em termos de energia primária que conduz ao custo

mínimo durante o ciclo de vida do edifício (Comissão Europeia,

2012a, 2012b).

Pretende-se neste artigo apresentar sucintamente os princípios

essenciais da metodologia para o cálculo do custo ótimo para o

desempenho energético dos edifícios e de componentes de

construção, e demonstrar a sua aplicação num edifício residen-

cial existente característico do Parque Edificado Português. A

aplicação da metodologia permitiu identificar os níveis ótimos

de rentabilidade dos requisitos energéticos aplicáveis na reabi-

litação deste edifício e em cada um dos seus componentes com

relevância no desempenho energético, identificando as combi-

nações de medidas de eficiência energética e de geração de

energia através de fontes renováveis que, para além de garan-

tirem os objetivos energéticos e ambientais estabelecidos, o

consigam com o melhor compromisso entre o custo de investi-

mento e o custo ao longo do ciclo de vida do edifício.

2. A METODOLOGIA PARA O CÁLCULO DO CUSTO ÓTIMO

O nível ótimo de rentabilidade é definido como o nível de

desempenho energético que leva ao mais baixo custo ao longo

do ciclo de vida económico estimado (Comissão Europeia,

2012a), sendo o custo global determinado tendo em conta os

custos de investimento, os custos de manutenção e os custos

de funcionamento.

Na sua essência, a metodologia assenta na avaliação de dife-

rentes soluções de reabilitação de um determinado edifício com

base no consumo de energia primária e nos custos de cada

uma das soluções. Cada possível solução de reabilitação cor-

responde a um ponto na figura 1, resultante do consumo de

energia primária (energia que existe em forma natural na natu-

reza como o carvão mineral, o petróleo e o gás natural, e a par-

RESUMO

O sector dos edifícios é um dos maiores consumidores de ener-

gia a nível global e, consequentemente, representa um forte con-

tributo para as emissões de gases com efeito de estufa, pelo que

a redução desse consumo, bem como a utilização de energia

proveniente de fontes renováveis, constituem neste sector medi-

das importantes e necessárias para mitigar os efeitos das altera-

ções climáticas. Essa redução terá de incidir sobre os edifícios

existentes quando sujeitos a obras de reabilitação, uma vez que

apenas com a atuação sobre os edifícios novos, levaria demasia-

do tempo até se obterem impactos relevantes face ao reduzido

ritmo de substituição do parque edificado.

A concretização do potencial de poupança de energia nos edi-

fícios existentes depende da combinação de medidas de efi-

ciência energética e de geração de energia de fontes renová-

veis que, para além de garantirem os objetivos energéticos e

ambientais estabelecidos, o consigam com o melhor compro-

misso entre o custo de investimento e o custo de utilização do

edifício ao longo do seu tempo de vida.

O presente artigo apresenta uma metodologia para a determi-

nação das soluções de reabilitação de custo ótimo, ou seja, das

soluções que apresentem o menor custo considerando o inves-

timento na operação de reabilitação e os custos de utilização do

edifício ao longo do seu ciclo de vida, e demonstra a aplicação

dessa metodologia num edifício residencial característico do

parque edificado de Portugal.

1. INTRODUÇÃO

Dos vários sectores consumidores de energia, o dos edifícios,

incluindo os residenciais e de serviços, é um dos mais relevan-

tes, sendo o 2º maior consumidor em Portugal e o 1º no conjun-

to dos países da União Europeia (Comissão Europeia, 2006,

2011; Parlamento Europeu, 2010) e também nos Estados

Unidos (U.S Department Of Energy, 2012).

Promover a melhoria do desempenho energético dos edifícios

já existentes é uma parte relevante da ação europeia para as

alterações climáticas (Comissão Europeia, 2006) e do roteiro

de transição para uma economia de baixo carbono competitiva

em 2050 (Comissão Europeia, 2011), com uma expectativa de

que as emissões de gases de efeito estufa podem ser reduzi-

das em cerca de 90% quando comparadas a valores de 1990,

na área do ambiente construído.

tir da qual se produziu a energia utilizada no edifício) e do custo

global, integrando este último os custos de investimento e os

custos de exploração do edifício ao longo do seu período de

vida, que no presente estudo se considera de 30 anos.

O nível ótimo de rentabilidade corresponde a um caso particular

dentro dos níveis de rentabilidade positiva. Este último conceito

corresponde a qualquer medida ou conjunto de medidas cujo

custo de implementação seja inferior aos benefícios a obter

durante o período de vida dessa medida, quando comparada

com um cenário de referência. A medida ou conjunto de medi-

das em que os benefícios não compensam o custo de imple-

mentação (a vermelho na figura 1) são consideradas não rentá-

veis, enquanto as que minimizam esse custo global indicam os

níveis ótimos de rentabilidade.

A análise da rentabilidade e do nível ótimo de rentabilidade

pode ser feito sob diferentes perspetivas, sendo corrente a

distinção entre a perspetiva social ou macroeconómica e a

perspetiva privada ou microeconómica, servindo diferentes

propósitos. Na perspetiva social, as preocupações da socie-

dade são consideradas, designadamente as relacionadas com

o efeito do consumo de energia fóssil ao nível ambiental, na

saúde e na eliminação de recursos não renováveis, enquanto

na perspetiva privada são considerados apenas aspetos

financeiros. Assim, na perspetiva social são incluídos custos

relativos às emissões de CO2 e excluídas taxas e subsídios,

enquanto na perspetiva privada se consideram todas as taxas

e subsídios aplicáveis ao investimento e não são considera-

dos os custos relativos às emissões. No presente estudo

ambas as perspetivas são analisadas.

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Para cada uma das variantes serão calculados os consumos de

energia e os custos totais, obtendo-se então, pelas variantes

com menores custos totais, os níveis ótimos de rentabilidade.

Por fim, de modo a avaliar a robustez dos resultados obtidos em

função de possíveis alterações futuras nos dados utilizados nos

cálculos, especialmente no que diz respeito à evolução dos pre-

ços da energia e nas taxas de desconto, são realizadas análi-

ses de sensibilidade variando estes pressupostos.

3. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA

O edifício selecionado apresenta características comuns a uma

enorme quantidade de edifícios do parque habitacional portu-

guês, designadamente pela época de construção, materiais e

métodos construtivos, geometria e configuração arquitetónica.

Foram testadas as medidas de melhoria mais comuns nas inter-

venções de reabilitação em Portugal, com impacto no comporta-

mento térmico do edifício e na utilização de energia para aqueci-

mento, arrefecimento e aquecimento de águas sanitárias.

Para o cálculo do custo global associado a cada uma das

variantes foi necessário calcular os respetivos custos de inves-

timento, os custos de manutenção e os custos associados às

necessidades energéticas. Para a perspetiva privada foi consi-

derada a taxa de desconto de 6%, enquanto para a perspetiva

social a taxa foi de 3%.

A determinação dos custos de investimento e manutenção foi

realizada utilizando a base de dados disponibilizada pela Cype

(http://www.geradordeprecos.info/) de modo a obter preços

oriundos de uma base comparável, e para o cálculo dos custos

energéticos e das emissões de CO2 foram considerados os

valores descritos na Tabela 1.

Relativamente à evolução dos preços da energia, considerou-

-se o mais recente cenário publicado pela União Europeia

(http://ec.europa.eu/energy/observatory/trends _2030/in dex_ -

en.htm) e o cenário de 2010 da Agência Internacional de

Energia para o gás (http://www.worldenergyoutlook.org/publica-

tions/weo-2010/).

3.1. CARACTERIZAÇÃO

Este caso de estudo, ilustrado na figura 2, é um edifício residen-

cial de tipologia unifamiliar, o que corresponde à tipologia mais

dominante nos edifícios residenciais em Portugal.

Figura 1 - Relação entre rentabilidade positiva e nível ótimo de rentabilidade

Tabela 1 - Custos de energia e de emissões de CO2 para o período de cálculo (em itálico

os valores referentes à perspetiva social e restantes os referentes à perspetiva privada) A metodologia é composta por diversos

passos que de seguida se descrevem.

O primeiro passo consiste na definição

do edifício a analisar, denominado de

edifício de referência, uma vez que

deve ser representativo do parque edi-

ficado, seguido da seleção das medi-

das de reabilitação energética a imple-

mentar, sendo que com cada conjunto

de medidas de reabilitação aplicadas

ao edifício de referência se obtém uma

variante do edifício reabilitado.

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Localiza-se no distrito de Braga, na zona norte do país e foi

construído nos anos 70, década em que se verificou um enorme

crescimento no número de edifícios residenciais, muitas vezes

construídos com pouca qualidade, pelo que necessitam hoje de

reabilitação.

O edifício é geminado, com 2 pisos e cave, tipologia T4, possui

lajes aligeiradas, cobertura em desvão revestida a telhas de

barro, fachadas com parede dupla em tijolo furado sem isola-

mento, janelas em madeira com caixa de estore e persianas

exteriores. A cave é semienterrada.

As três fachadas encontram-se orientadas a NW, SE e SW e

apresenta uma relação entre a área da sua envolvente exterior

e o volume de 0,4. A percentagem de área de janelas na envol-

vente do edifício é de 15.5% e a área de pavimento é de 156.7

m2. As necessidades energéticas para aquecimento, arrefeci-

mento e águas quentes sanitárias, antes de qualquer medida

de melhoria são de 197.9 kWh/m2.a e o uso de energia primária

também antes de qualquer medida de melhoria de 462.7

kWh/m2.a 1.

3.2. MEDIDAS DE MELHORIA

Tratando-se de um edifício existente, foram testadas as medi-

das de melhoria mais comuns nas intervenções de reabilitação,

com impacto no comportamento térmico do edifício e na utiliza-

ção da energia para aquecimento, arrefecimento e aquecimento

de águas sanitárias, num total de cerca de 80 variantes de rea-

bilitação.

Foi designadamente testada a aplicação de isolamento térmico

nas paredes exteriores pela aplicação de sistema ETICS com

isolamento térmico de poliestireno expandido (EPS) com

espessuras de 30, 40, 50, 80, 100 e 120 mm e de poliisocianu-

rato (PIR) com espessuras de 40 e 50 mm, a aplicação de iso-

lamento térmico sobre a laje de teto do piso superior aproveitan-

do a existência de desvão não utilizado com poliestireno extru-

dido (XPS) com espessuras de 30, 40, 50, 80, 100 e 120 mm e

PIR com espessuras de 40 e 50 mm, e no teto da cave com iso-

lamento térmico de XPS com espessuras de 30, 40, 50, 80, 100

e 120 mm.

As janelas foram trocadas por conjuntos caixilharia/vidro compa-

tíveis com os requisitos da atual regulamentação, designada-

mente caixilharia de alumínio com vidro duplo e coeficiente glo-

bal de transmissão térmica de 2,5 W/m².°C e caixilharia de PVC

com vidro duplo e coeficiente global de transmissão térmica de

2,3 W/m².°C.

Foram introduzidos equipamentos de climatização e de prepara-

ção de águas quentes sanitárias com diferentes rendimentos e

fonte energética, designadamente resistência elétrica com rendi-

mento de 100% para aquecimento, caldeira a gás natural com

rendimento de 93% para aquecimento e águas quentes sanitá-

rias, bomba de calor com COP de 3,33 e EER de 2,7 para aque-

cimento, arrefecimento e águas quentes sanitárias, ar condicio-

nado com EER de 3,5 para arrefecimento e esquentador a gás

com rendimento de 67,5% para aquecimento de águas sanitá-

rias. Ao nível dos sistemas de geração de energia de fontes

renováveis foi apenas testada a utilização de painéis solares tér-

micos.

3.3. DETERMINAÇÃO DO NÍVEL ÓTIMO DE RENTABILIDADE DO DESEMPE-NHO ENERGÉTICO

Cada diferente agrupamento de medidas de melhoria constituiu-

-se como uma variante de reabilitação do edifício, ou seja, uma

distinta solução de reabilitação para as quais foram calculados

os diferentes custos de investimento e utilizações de energia pri-

mária, e consequentemente os custos de exploração ao longo

de 30 anos. As soluções com o menor valor para o somatório de

todos os custos apontarão os níveis ótimos de rentabilidade.

A análise do nível ótimo de rentabilidade do desempenho ener-

gético para os conjuntos de variantes testados resultou em três

conjuntos bem diferenciados, em função dos equipamentos uti-

lizados para aquecimento e para o tratamento das águas sanitá-

rias, conforme se pode verificar na figura 3.

Os três conjuntos associados aos equipamentos utilizados

demonstram uma enorme diferença entre a utilização de resis-

tência elétrica para aquecimento (zona A na figura 3) e a utiliza-

ção de caldeira a gás natural (zona B na figura 3) ou bomba de

calor (zona C na figura 3).

A avaliação dos níveis ótimos de rentabilidade com a utilização

de resistência elétrica para aquecimento apenas foi testada por

ser uma solução ainda muito comum em Portugal, uma vez que

após os primeiros cálculos foi imediatamente possível perceber

que a utilização desse tipo de equipamento conduziria sempre a

soluções bastante afastadas de níveis ótimos de rentabilidade.

Ef. Energética

Figura 2 - Edifício unifamiliar existente (vista da fachada posterior)

1 Cálculos realizados utilizando a metodologia de cálculo constante da proposta de revisão do RCCTE para 2013, que considera um fator de conversão para energia primá-

ria de 2,5 kWhep/kWh para a eletricidade e de 1 kWhep/kWh para o gás natural

Entre as variantes testadas, verifica-se que os níveis ótimos de

rentabilidade, em ambas as perspetivas, são alcançados com a uti-

lização de bomba de calor.

Analisadas as variantes testadas com resistência elétrica para

aquecimento e esquentador a gás natural para as águas quentes

sanitárias (zona A da figura 3 e representada na figura 4), verifica-

-se uma capacidade de redução do consumo de energia de cerca

de um quarto entre as medidas mais básicas e aquelas que con-

duzem ao nível ótimo de rentabilidade, designadamente de cerca

de 295 kWh/(m2.ano) para cerca de 220 kWh/(m2.ano).

De salientar que a utilização de um equipamento para aquecimen-

to com um uso de energia tão ineficiente como a resistência elétri-

ca, conduz a que os níveis ótimos de rentabilidade (variantes assi-

naladas a negro na figura 4) sejam encontrados com níveis de iso-

lamento na envolvente bastante elevados quando comparados

com os valores de referência atualmente utilizados em Portugal

para a zona climática em questão (que são atualmente de 0,60

W/m2.°C para as paredes exteriores, 0,45 W/m2.°C para as envol-

ventes horizontais e 3,30 W/m2.°C para os envidraçados), como

pode ser verificado nas Tabelas 2 e 3.

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Neste caso em concreto, os níveis ótimos de

rentabilidade na perspetiva social e na pers-

petiva privada foram encontrados para

variantes diferentes e para uma utilização de

energia primária de cerca de 209

kWh/(m2.ano) e 219 kwh/(m2.ano) respetiva-

mente, valores estes que representam uma

redução para 55% e 53%, respetivamente,

do valor que o edifício apresentava antes de

qualquer intervenção.

No caso das variantes testadas com a utili-

zação de caldeira a gás natural para satisfa-

ção das necessidades de aquecimento

ambiente e de águas quentes sanitárias

(zona B da figura 3), verifica-se um grande

equilíbrio entre o investimento necessário

para variar as medidas de melhoria e o

impacto que as medidas de melhoria apre-

sentam ao nível da redução dos custos com

energia, conduzindo a uma curva em que as diferenças no

custo global das várias variantes testadas não é muito expres-

sivo (figura 5), ainda que o leque de variantes testadas permita

reduzir em cerca de um terço a utilização de energia primária

entre a variante mais básica e a que conduz a menores neces-

sidades energéticas.

A utilização deste equipamento conduz a níveis ótimos de rentabi-

lidade com uma utilização de energia primária de cerca de 120

kWh/(m2.ano) na perspetiva privada e 110 kWh/(m2.ano) na pers-

petiva social, valores estes que representam uma redução para

26% e 24% respetivamente, do valor que o edifício apresentava

antes de qualquer intervenção.

Relativamente à utilização de bomba de calor para aquecimento e

para as águas quentes sanitárias (zona C da figura 3), as diferen-

tes variáveis apresentam uma capacidade limitada de redução da

utilização de energia primária e o nível ótimo de rentabilidade cor-

responde a uma das soluções mais básicas de intervenção na

envolvente.

Figura 4 - Nível ótimo de rentabilidade com a utilização de resistência elétrica para

aquecimento e esquentador a gás para águas quentes sanitárias - zona A da figura 3

Figura 5 - Nível ótimo de rentabilidade com a utilização de caldeira a gás natural

para aquecimento e para águas quentes sanitárias - zona B da figura 3

Figura 3 - Nível ótimo de rentabilidade para a reabilitação de edifício unifamiliar existente

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Ef. Energética

A utilização de um equipamento com um uso de energia tão efi-

ciente como a bomba de calor com um COP de 3.33 para aque-

cimento e águas quentes sanitárias conduz a que os níveis óti-

mos de rentabilidade (variantes assinaladas a negro na figura

6) sejam encontrados com níveis de isolamento na envolvente

bastante baixos e no caso da cobertura e pavimento até acima

do atual valor de referência. Os níveis ótimos de rentabilidade

na perspetiva social e na perspetiva privada foram encontrados

com variantes distintas. Na perspetiva privada, a variante cor-

respondente ao nível ótimo implica uma utilização de energia

primária de cerca de 95 kWh/(m2.ano), valor que representa

uma redução para cerca de 20% dos valores que o edifício

apresentava antes de qualquer intervenção, enquanto na pers-

petiva social a variante que conduz ao nível de rentabilidade

ótimo apresenta valores de utilização de energia primária de 87

kWh/(m2.ano).

Nas Tabelas 2 e 3 apresenta-se um resumo dos níveis ótimos

de rentabilidade para o consumo de energia primária e para os

coeficientes de transmissão térmica dos elementos da envol-

vente do edifício encontrados com a utilização de cada um dos

equipamentos, e também os mesmos valores para a solução de

referência.

3.4. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Avaliado o impacto neste edifício da variação da evolução do

preço da energia, dos crescimentos anuais previstos nos cená-

rios selecionados para um cenário de evolução contínua dos pre-

ços da energia de 5% ao ano, verificam-se alterações relevantes

no desenho das curvas de rentabilidade. As variantes ótimas na

perspetiva privada também se alteram como se pode observar

das comparações feitas nas figuras 7 e 8 e figuras 9 e 10.

Figura 6 - Nível ótimo de rentabilidade com a utilização de bomba de calor para

aquecimento e para águas quentes sanitárias - zona C da figura 3

Tabela 2 - Resumo das soluções ótimas por equipamento na perspetiva privada

Tabela 3 - Resumo das soluções ótimas por equipamento na perspetiva social

Figura 7 - Nível ótimo de rentabilidade para caldeira a gás natural para aqueci-

mento e AQS com evolução do preço da energia do cenário base

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As análises realizadas para este edifício permitiram identificar

uma distância relevante entre os níveis ótimos de utilização de

energia primária e os limites impostos pela atual regulamenta-

ção. Os níveis ótimos são atingidos com a utilização de bomba

de calor para aquecimento, arrefecimento e produção de águas

quentes sanitárias, sendo de 94 kWh/(m2.ano) na perspetiva

privada, enquanto na perspetiva social se obtêm níveis de 87

kWh/(m2.ano). Estes valores representam uma diferença entre

os níveis ótimos e os limites previstos na regulamentação de 16

e 22%, em função da perspetiva.

A utilização de variantes com outros equipamentos, designada-

mente caldeiras a gás natural para aquecimento e águas quen-

tes sanitárias, conduz a divergências entre os níveis ótimos e

os limites regulamentares ainda mais acentuados, chegando

aos 29%.

Para as mesmas variantes de medidas, verifica-se uma tendên-

cia de deslocação dos níveis ótimos alcançados para alguns

dos equipamentos, para níveis mais ambiciosos, principalmente

na perspetiva privada quando se baixa a taxa de desconto ou

se aumenta o acréscimo do preço de energia. No entanto, para

os níveis ótimos anteriormente identificados, só no caso da

perspetiva privada se regista a deslocação do nível ótimo de 94

para 87 kWh/(m2.ano), igualando assim o valor atingido para a

perspetiva social.

4. CONCLUSÕES

Os cálculos dos níveis ótimos de rentabilidade realizados para

o caso de estudo apresentado, apesar das limitações decorren-

tes de se tratar de um único edifício e da especificidade geográ-

fica, permitem retirar algumas conclusões sobre a aplicação da

metodologia.

A interação entre as medidas para a melhoria da envolvente e

os equipamentos deve ser avaliada, uma vez que a análise tor-

nou claro que para equipamentos com diferentes rendimentos e

utilizando distintas fontes de energia, os níveis ótimos de renta-

bilidade podem ser obtidos com diferentes soluções na envol-

vente, e de um modo global, quanto mais eficiente o equipa-

mento menor o investimento economicamente rentável na

envolvente.

A solução de nível de rentabilidade ótimo corresponde a varian-

tes que utilizam uma bomba de calor para aquecimento, arrefe-

cimento e águas quentes sanitárias.

Relativamente aos níveis de rentabilidade ótimos para os ele-

mentos da envolvente, obtêm-se valores relativamente eleva-

dos quando comparados com os valores de referência atual-

mente em uso em Portugal, e claramente condicionados pela

elevada eficiência dos equipamentos de climatização. Ainda

assim, nas paredes exteriores e envidraçados, existirá margem

para melhorar o desempenho relativamente aos atuais valores

de referência.

As análises realizadas permitiram identificar uma distância rele-

vante, de aproximadamente 20%, entre os níveis ótimos de uti-

lização de energia primária e os limites impostos pela atual

regulamentação.

Figura 8 - Nível ótimo de rentabilidade para caldeira a gás natural para aqueci-

mento e AQS com evolução do preço da energia de 5% ao ano

Figura 9 - Nível ótimo de rentabilidade para bomba de calor para aquecimento e

AQS com evolução do preço da energia do cenário base

Figura 10 - Nível ótimo de rentabilidade para bomba de calor para aquecimento

e AQS com evolução do preço da energia de 5% ao ano

Ef. Energética

As análises de sensibilidade realizadas considerando um cená-rio alternativo para a evolução do preço da energia permitiramobter resultados que, para alguns dos equipamentos testados,são significativamente distintos no desenvolvimento das curvase nos níveis ótimos de rentabilidade identificados. Este dadoalerta para o facto de uma eventual evolução dos preços daenergia mais acentuada que o previsto tornar os valores aquiconsiderados como ótimos em requisitos abaixo do nível ótimode rentabilidade. Nestas análises, verifica-se tendencialmenteuma aproximação dos níveis ótimos na perspetiva privada emdireção aos níveis ótimos obtidos na perspetiva social com oaumento do preço da energia, dando a indicação de que estaúltima poderá conduzir a resultados de maior fiabilidade, umavez que reduzem o impacto da incerteza na futura variação des-tes parâmetros.

BIBLIOGRAFIA

BPIE - Europe´s Buildings under the Microscope - A country-by-country review of the energy performance of buildings, 2011

Comissão Europeia - A Roadmap for moving to a competitivelow carbon economy in 2050, 2011, Brussels

Comissão Europeia - Orientações que acompanham o Regu -lamento Delegado (EU) Nº 244/2012 da Comissão, de 16 deJaneiro de 2012, que complementa a Diretiva 2010/31/EU doParlamento Europeu e do Conselho relativa ao desempenhoenergético dos edifícios, através do estabelecimento de umquadro metodológico comparativo para o cálculo dos níveis

óptimos de rentabilidade dos requisitos mínimos de desempe-nho energético dos edifícios e componentes de edifícios(2012/C 115/01), 2012

Comissão Europeia - Regulamento Delegado (EU) Nº 244/2012da Comissão, de 16 de Janeiro de 2012 que complementa aDiretiva 2010/31/EU do Parlamento Europeu e do Conselhorelativa ao desempenho energético dos edifícios, através doestabelecimento de um quadro metodológico comparativo parao cálculo dos níveis óptimos de rentabilidade dos requisitosmínimos de desempenho energético dos edifícios e componen-tes de edifícios, 2012

Comissão Europeia - “The European Climate ChangeProgramme”. European Communities, 2006, ISBN 92-79-00411-5, 2006

NENRY, Françoise; UIHLEIN, Andreas; COLODEL, CeciliaMakishi; WETZEL, Christian; BRAUNE, Anna; WITTSTOCK,Bastian; HASAN, Ivana; KREIßIG, Johannes;

GALLON, Nicole; NIEMEIER, Sigrid; FRECH, Yosrea - Optionsto reduce the environmental impacts of residential buildings inthe European Union - Potential and costs, 2010

Parlamento Europeu - Directiva 2010/31/CE do ParlamentoEuropeu e do Conselho, de 19 de Maio de 2010 sobre o desem-penho energético dos edifícios (reformulação), 2010

U.S Department Of Energy - 2011 Buildings Energy Data Book, 2012

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52 /

Entrevista FabriwattPedro Carvalho, Diretor Comercial

COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUAL TEM SIDO O PERCURSO AO LONGO

DA SUA EXISTÊNCIA?

A Fabriwatt Lda tem por objeto a fabricação, adaptação, distribui-ção e representação comercial de equipamentos para eficiênciaenergética. A empresa foi criada no final de 2012, no âmbito de umQREN (aprovado no passado mês de maio), com o objectivo de,em conjunto com a Universidade de Évora, desenvolver soluçõesque visam melhorar do ponto de vista tecnológico e funcional atecnologia Wattguard, tais como o Wattguard Metering e oWattguard Therm.

Entretanto fomos desenvolvendo a nossa atividade comercial, promo-vendo a tecnologia e marca Wattguard, tendo já realizadas várias ins-talações em empresas referência nos seus sectores de atuação.

QUAIS SÃO, NA SUA OPINIÃO, AS PRINCIPAIS VANTAGENS INERENTES À

UTILIZAÇÃO DE SOLUÇÕES ENERGETICAMENTE EFICIENTES NA CONSTRU-ÇÃO?

No atual contexto económico, os custos inerentes à manutençãode um edifício, seja ele particular ou empresarial, são muito rele-vantes, pelo que minimizá-los ao máximo torna-se um ponto fun-damental na construção.

Para além dos custos, a nossa “pegada ecológica” assume umpapel cada vez mais importante, sobretudo a nível empresarial,pelo que soluções energeticamente eficientes resultam emmenor consumo de energia, menores emissões de CO2, melhor“pegada ecológica”, e melhor aceitação do produto final pelo con-sumidor.

RESPONSÁVEL PELA COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DA MARCA WATTGUARD, A FABRIWATT

PROCEDE À INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO DESTES SISTEMAS, A PAR DO DESENVOLVIMENTO DE

UMA LINHA DE COMPONENTES DESTES EQUIPAMENTOS COM O PROPÓSITO DE FORNECER O MER-CADO INTERNO E PARA A EXPORTAÇÃO.

NUMA ENTREVISTA À REVISTA “MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO” PEDRO CARVALHO, DIRETOR

COMERCIAL, FALA-NOS DA EMPRESA E DOS PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM, ABORDANDO AINDA

QUESTÕES IMPORTANTES COMO A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E A REABILITAÇÃO.

ACREDITA-SE QUE O SECTOR DA REABILITAÇÃO SERÁ UMA DAS

GRANDES APOSTAS NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO PARA OS PRÓXIMOS

ANOS. TEM EXISTIDO UM ESFORÇO PARA CONCEBER PRODUTOS

ESPECÍFICOS PARA ESTE SEGMENTO DE MERCADO, TENDO TAMBÉM

EM CONTA UMA MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO EDIFÍCIO REA-BILITADO?

Penso que neste momento grande parte dos produtos de efi-

ciência energética existentes são adaptáveis ao sector da

reabilitação. Contudo, e por ser um sector em crescendo,

estou certo que novos produtos específicos para a reabilita-

ção vão continuar a surgir no mercado, mais acessíveis,

mais eficientes…

POSSUEM ALGUMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA PARA O MERCADO DA

REABILITAÇÃO?

A tecnologia Wattguard como existe neste momento é per-

feitamente adaptável ao mercado da reabilitação, sobretudo

em edifícios com grande consumo energético associado à

iluminação. Contudo estamos a desenvolver novos equipa-

mentos, com base na mesma tecnologia, que possam

abranger mais segmentos de mercado.

NUMA ALTURA EM MUITAS EMPRESAS TENTAM ENTRAR NOUTROS

MERCADOS, QUAIS OS PLANOS FUTUROS A CURTO PRAZO?APOSTAR MAIS NO MERCADO NACIONAL OU PROCURAR/REFORÇAR

OS MERCADOS EXTERNOS? NO ÚLTIMO CASO, QUAIS?

Queremos continuar a apostar no mercado nacional, atingir

uma cota de mercado de 5%, cimentar a nossa posição,

criar alicerces para depois procurar, a médio prazo, outros

mercados como o espanhol e os PALOPs.

O INVESTIMENTO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA POR PARTE DE EMPRESAS E PAR-TICULARES AINDA NÃO ATINGIU O NÍVEL DESEJADO. QUAIS OS FATORES QUE

IMPEDEM UM MAIOR INVESTIMENTO NESTA ÁREA?

Penso que fatores de origem económica e cultural estão na base para

o ainda pequeno investimento em eficiência energética. Por um lado

temos os decisores, empresas ou particulares, que não têm ainda

consciência das vantagens competitivas que a utilização racional de

energia pode trazer, pelo que não procuram as soluções existentes

mais adequadas às suas necessidades. Por outro lado, temos os deci-

sores que, embora tenham consciência das mais-valias associadas à

eficiência energética, não têm capacidade de investimento.

Contudo, e embora ainda exista muito a fazer nesta área, creio que

estamos no bom caminho para nos tornarmos cada vez mais eficien-

tes.

ACREDITA QUE HOJE EM DIA EXISTE UMA CONSCIENCIALIZAÇÃO REAL PARA

UMA MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS CONSTRUÇÕES? QUAIS OS PRODU-TOS QUE COMERCIALIZAM QUE MELHOR SE ADAPTAM A ESTA REALIDADE?

Creio que sim… os gabinetes de projeto estão hoje muito mais cons-

cientes da necessidade de termos construções mais eficientes, mais

racionais do ponto de vista energético, da mesma forma que empre-

sas (e particulares), talvez motivadas pela necessidade imperial de

reduzir custos fixos, optam por realizar investimentos de rápido retor-

no, melhorando a eficiência do seu património.

A Fabriwatt é, nesta fase, a única comercializadora da tecnologia

Wattguard em Portugal. Basicamente o Wattguard é um optimizador

de energia para a iluminação, permitindo poupanças significativas (até

40%), sem necessidade de intervir na instalação existente, destinado

aos segmentos industriais, grande retalho e armazéns.

/ 53

54 /

Entrevista Tafibra Pedro Figueira, Diretor de Marketing

COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUAL TEM SIDO

O PERCURSO AO LONGO DA SUA EXISTÊNCIA?

A Sonae Indústria é um dos principais

players mundiais em termos de produção e

comercialização de derivados de madeira.

O percurso da empresa está claramente

marcado por uma contínua aposta no rigor,

na qualidade e na inovação em produtos,

numa permanente procura de soluções dife-

renciadoras que respondam aos critérios e

exigências dos segmentos da construção e

decoração, critérios e exigências essas que,

cada vez mais, têm em comum as questões

ambientais.

Sendo a madeira a matéria-prima por exce-

lência da atividade da Sonae Indústria, as

preocupações com a sustentabilidade em

geral e com o ambiente em particular são,

naturalmente, parte integrante da estratégia

da empresa, como aliás pode ser apreciado

na sua declaração de Política Ambiental.

Essas preocupações estão, na prática, tra-

duzidas na otimização da utilização da

madeira através da sua recuperação e reci-

clagem, na melhoria contínua da performan-

ce ambiental das suas unidades industriais,

na informação e formação ambiental dos

seus colaboradores, na divulgação de infor-

mação relevante através do site www.madei-

raurbana.com, na publicação do seu

Relatório de Sustentabilidade, no desenvol-

vimento de materiais que contribuam para a

eficiência energética da construção, etc.

Em suma, a Sonae Indústria tem desenvolvi-

do a sua atividade virada para a sustentabi-

lidade, para a otimização de recursos e para

a satisfação dos utilizadores dos espaços

onde os seus materiais estão instalados.

A TAFIBRA, MARCA COMERCIAL PARA A PENÍNSULA IBÉRICA INTEGRADA NA HOLDING

SONAE INDÚSTRIA, UMA DAS MAIORES EMPRESAS INDUSTRIAIS DO SECTOR DOS DERIVA-DOS DE MADEIRA DO MUNDO, TEM COMO OBJETIVO CONTRIBUIR PARA A CONSTRUÇÃO E

DECORAÇÃO SUSTENTÁVEIS, ATRAVÉS DO FORNECIMENTO DE PRODUTOS DE MADEIRA DE

ALTA QUALIDADE, INOVADORES E ESTETICAMENTE INTERESSANTES, E DE SERVIÇOS CADA

VEZ MAIS ADAPTADOS ÀS NECESSIDADES DO MERCADO, SENDO A ECO-EFICIÊNCIA UM

COMPROMISSO ASSUMIDO AO LONGO DE TODA A SUA CADEIA DE ATUAÇÃO.

EM ENTREVISTA À REVISTA “MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO”, PEDRO FIGUEIRA, DIRETOR

DE MARKETING, FALA-NOS DOS VALORES PELOS QUAIS A EMPRESA SE REGE, DOS SEUS

PRODUTOS E DOS PLANOS PARA O FUTURO.

ACREDITA QUE HOJE EM DIA EXISTE UMA CONSCIENCIALIZAÇÃO REAL PARA

UMA MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS CONSTRUÇÕES? QUAIS OS PRO-DUTOS QUE COMERCIALIZAM QUE MELHOR SE ADAPTAM A ESTA REALIDADE?

Penso que, efetivamente, existe uma consciencialização e preocu-

pação para com a eficiência energética das construções. Se, por um

lado, a legislação ajudou em muitos casos a passar da teoria à prá-

tica, o facto é que a sociedade em geral está mais sensibilizada e

mais atenta para todos os aspetos relacionados com a proteção do

ambiente, especialmente se a mesma se traduzir em benefícios

diretos e palpáveis para as pessoas, como é manifestamente o caso

da eficiência energética dos edifícios.

Como acima foi referido, a madeira é, em geral, um material exce-

lente em termos de contribuição para a eficiência energética da

construção, tanto em termos globais, já que os processos de produ-

ção e transformação da madeira consomem muito menos energia

que a maior parte dos outros materiais de construção, mas também

em termos de consumo de energia do próprio edifício, onde os pai-

néis de madeira podem ter um contributo significativo para o seu

isolamento térmico e acústico.

E se todos os painéis de madeira por definição possuem essa

característica em maior ou menor grau, os painéis Agepan THD,

painéis de fibras de madeira de baixa densidade, são um dos casos

de sucesso, dado tratar-se de painéis rígidos com uma ótima capa-

cidade de isolamento térmico mas permeáveis ao vapor de água e

que podem ser usados no exterior (abrigado) e em fachadas venti-

ladas.

ACREDITA-SE QUE O SECTOR DA REABILITAÇÃO SERÁ UMA DAS GRANDES

APOSTAS NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS. TEM EXISTI-DO UM ESFORÇO PARA CONCEBER PRODUTOS ESPECÍFICOS PARA ESTE SEG-MENTO DE MERCADO, TENDO TAMBÉM EM CONTA UMA MELHOR EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA DO EDIFÍCIO REABILITADO?

De um modo geral, e pelos motivos atrás citados, todos os materiais

Sonae Indústria, por terem a madeira como matéria-prima, são à

partida materiais energeticamente eficientes. Além disso, sendo

materiais com uma diversidade considerável de dimensões disponí-

veis, grande resistência mecânica, química e à humidade, fáceis de

obter e transformar, são opções que deverão ser sempre considera-

das em projetos de reabilitação.

QUAIS SÃO, NA SUA OPINIÃO, AS PRINCIPAIS VANTAGENS INERENTES

À UTILIZAÇÃO DE SOLUÇÕES ENERGETICAMENTE EFICIENTES NA

CONSTRUÇÃO?

A redução de custos, a preservação dos recursos naturais e

a redução dos impactos ambientais a par de um aumento do

conforto e de um melhor aproveitamento dos espaços e das

suas condições naturais são, provavelmente, os aspetos

mais importantes a considerar.

O INVESTIMENTO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA POR PARTE DE EMPRE-SAS E PARTICULARES AINDA NÃO ATINGIU O NÍVEL DESEJADO. QUAIS

OS FATORES QUE IMPEDEM UM MAIOR INVESTIMENTO NESTA ÁREA?

A conjuntura económico-financeira atual é, provavelmente,

uma causa próxima dessa situação, já que motivou uma

clara regressão nos apoios a esse tipo de investimento, obri-

gando empresas e particulares a optar pela solução mais

barata a curto prazo, que nem sempre é a mais eficiente

energeticamente, se pensarmos a médio/longo prazo.

Além disso, em princípio é mais fácil obter resultados palpá-

veis em termos de eficiência energética em edifícios novos,

projetados de raiz para serem energeticamente eficientes.

Ora, numa situação como a atual em que a construção nova

é pouco mais que inexistente, não existem muitas oportuni-

dades para desenvolver os sistemas e conceitos que se tra-

duzam numa otimização da energia consumida.

Finalmente, por outro lado, também faltará informação no

mercado que permita as boas tomadas de decisão. Só assim

se compreende que a madeira e os materiais dela derivados

não sejam mais utilizados na construção como, por exemplo,

isolantes térmicos e acústicos, em detrimento de outros

materiais, alguns deles derivados do petróleo, correntemente

usados.

De facto, a tecnologia dos derivados de madeira permite,

hoje em dia, dispor de um conjunto de excelentes soluções

isolantes, autênticos “engineered products”, mas que, muitas

vezes por desconhecimento ou mesmo por alguns preconcei-

tos, não são devidamente considerados no momento da

decisão.

/ 55

POSSUEM ALGUMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA PARA O MERCADO DA REABILITAÇÃO?

Partindo do grande pressuposto de que “cada caso é um caso”, pode-mos, no entanto, referir mais alguns exemplos de sucesso.

Assim, para as aplicações estruturais numa obra de reabilitação serãoindicados, por exemplo, os painéis de Agepan / OSB3 ou OSB4 ouTafipan/P6 ou P7. Trata-se de painéis que respondem aos requisitosdas normas europeias EN para aplicações estruturais e são extrema-mente práticos já que estão disponíveis em variadas dimensões e per-mitem uma obra seca.

56 /

Entrevista

Quanto aos aspetos mais decorativos num projeto dereabilitação, os painéis melamínicos Innovus são aopção segura, já pela variedade de padrões, cores e tex-turas disponíveis, já pela possibilidade de combinaçãocom termolaminados e com molduras e perfis, permitin-do soluções de revestimento e decoração completas econsistentes.

Os pavimentos decorativos Poliface são, também, umaoutra magnífica opção, neste caso para revestimento dopavimento, transformando radicalmente o espaço adecorar. Fácil de instalar através de um trabalho limpo eseco, essa mesma facilidade traduz-se em maior rapi-dez, o que é, normalmente, um critério determinante emqualquer obra de reabilitação e, consequentemente, umavantagem competitiva do pavimento Poliface.

NUMA ALTURA EM QUE MUITAS EMPRESAS TENTAM ENTRAR

NOUTROS MERCADOS, QUAIS OS PLANOS FUTUROS A CURTO

PRAZO? APOSTAR MAIS NO MERCADO NACIONAL OU PROCU-RAR/REFORÇAR OS MERCADOS EXTERNOS? NO ÚLTIMO CASO,QUAIS?

A Sonae Indústria é um Grupo internacional, com pre-sença física, na Europa, em Portugal, Espanha, França,Alemanha, Suíça e Holanda, além do Canadá e África doSul, pelo que procura comercializar os seus produtos omais perto possível das zonas de produção, contribuin-do, assim, para a sustentabilidade da operação.

A atividade de exportação da empresa (entendendo-sepor exportação a comercialização dos seus produtosfora dos seus países / mercados naturais) é, no entanto,significativa, estando a empresa sempre atenta às opor-tunidades de negócio que possam surgir.

Em Portugal, a empresa continuará, através da inova-ção, do serviço e da disponibilidade, a apoiar o mais pos-sível a indústria nacional, seja a do mobiliário, a da car-pintaria, a da construção, a da embalagem, enfim, todasas indústrias utilizadoras de painéis de madeira que,também elas, apostam no conceito “made in Portugal” eacreditam que, em conjunto, poderemos sair mais fortesda conjuntura adversa em que temos vivido nos últimosanos.

A aposta no desenvolvimento do sector da construção emPortugal é, aliás, reforçada pelo apoio da Sonae Indústriaao Prémio Nacional de Arquitectura em Madeira, prémiobienal cuja criação em 2011 a empresa promoveu e doqual é patrocinador Ouro na sua segunda edição, cujascandidaturas decorrem até 28 de Junho deste ano.

Com essa iniciativa, a empresa pretende, não só, dar aconhecer as boas práticas já existentes no nosso País,com excelentes exemplos de aplicação de madeira mui-tas vezes insuficientemente divulgados, mas tambémpromover o desenvolvimento de novas técnicas e aplica-ções que permitam utilizar mais na construção essematerial excelente para a eficiência energética que é amadeira.

58 /

Entrevista Technal Ricardo Matias, Technical Manager

COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUAL TEM SIDO O PERCURSO AO LONGO

DA SUA EXISTÊNCIA?

A Technal tem estado sempre na vanguarda da inovação em

Portugal. Tal é possível porque pertencemos, no início, a um grupo

europeu e, atualmente, a um grupo mundial, com capacidade para

criar e desenvolver as soluções mais adequadas às necessidades

do consumidor, dos arquitetos e dos promotores. A título de exem-

plo, refiro que, em 1974, fornecemos portas para um edifício de

habitação. Passo todos os dias por esse edifício e é com muito

agrado que verifico que as portas continuam em bom estado de

conservação, como se tivessem sido montadas há apenas alguns

meses. Acho que ainda podem durar mais 40 anos! Na realidade,

podemos afirmar que comercializamos caixilhos de alumínio que

perduram no tempo, porque possuem qualidade, eficiência, estéti-

ca, modernidade e funcionalidade.

QUAIS SÃO, NA SUA OPINIÃO, AS PRINCIPAIS VANTAGENS INERENTES À UTI-LIZAÇÃO DE SOLUÇÕES ENERGETICAMENTE EFICIENTES NA CONSTRUÇÃO?

O conceito de eficiência energética está na moda e no centro da

preocupação dos consumidores e da nossa empresa.

Atualmente, a Technal sabe fazer caixilhos o mais eficientes pos-

síveis. Porém, entendemos que no futuro teremos que ter tam-

bém atenção a outros fatores igualmente importantes. Existe

uma tendência para importar soluções que foram concebidas

para países com caraterísticas climáticas diferentes do nosso.

Parte-se do princípio que se essas soluções funcionam bem nes-

ses países, como por exemplo na Europa Central, também fun-

cionarão bem em Portugal.

Todavia, em Portugal temos amplitudes térmicas mais amenas,

temos vento, etc., o que nos obriga a encontrar os caixilhos mais

adaptados às nossas condições climatéricas. Aliás, a ideia não é

nova: já os romanos tinham descoberto que deviam fazer as

casas viradas a sul e plantar árvores de folha caduca à frente das

casas, para que estas ficassem mais frescas no verão e quentes

no inverno.

Na realidade só temos que adotar o padrão aos tempos moder-

nos, ou seja, construir os caixilhos corretos, instalados nos edifí-

cios corretos - também eles energeticamente eficientes - e equi-

pá-los com dispositivos que permitam captar o calor do sol quan-

do necessário, e ocultá-lo quando não é necessário.

A TECHNAL INTEGRA O UNIVERSO HYDRO DESDE FINAIS DE 2001, CONSOLIDANDO A ATI-VIDADE DO GRUPO NA ÁREA DE SISTEMAS DE ALUMÍNIO NO MERCADO DA CONSTRUÇÃO.

EM PORTUGAL DESDE 1974, CONSTITUI UMA REFERÊNCIA NO MERCADO DA CONSTRU-ÇÃO, PELOS SEUS PRODUTOS, PELO SERVIÇO DE EXCELÊNCIA E PELAS PARCERIAS SÓLI-DAS COM OS CLIENTES EXTERNOS E INTERNOS, FORNECEDORES E SOCIEDADE.

RICARDO MATIAS, TECHNICAL MANAGER DA EMPRESA, DÁ UMA ENTREVISTA À REVISTA

“MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO” EM QUE NOS FALA DA EMPRESA, DOS PRODUTOS E DOS

PLANOS PARA O FUTURO. ABORDA AINDA QUESTÕES IMPORTANTES COMO O MERCADO DA

REABILITAÇÃO E A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA.

Obviamente, a conciliação de todos estes fatores, associada à necessida-

de de manter a traça arquitetónica original, implica por vezes um elevado

exercício de criatividade, que só é possível graças à vasta gama de solu-

ções existentes e ao know-how adquirido ao longo dos anos.

POSSUEM ALGUMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA PARA O MERCADO DA REABILITAÇÃO?

Temos muitas soluções para a reabilitação, especialmente ao nível dos

aros. Em muitas situações, apesar de os caixilhos serem iguais aos utili-

zados em obras novas, é necessário reaproveitar os aros antigos, forran-

do-os, para permitir a montagem de novas janelas, sempre mais pesadas,

em virtude de os vidros duplos terem mais massa. Acresce ainda o facto

de possuirmos vários tipos de acabamentos, cores e texturas que se ade-

quam aos vários projetos de reabilitação urbana, permitindo manter as tra-

ças arquitetónicas originais.

NUMA ALTURA EM QUE MUITAS EMPRESAS TENTAM ENTRAR NOUTROS MERCADOS,QUAIS OS PLANOS FUTUROS A CURTO PRAZO? APOSTAR MAIS NO MERCADO NACIO-NAL OU PROCURAR/REFORÇAR OS MERCADOS EXTERNOS? NO ÚLTIMO CASO,QUAIS?

O mercado nacional é o alvo prioritário da Technal, com uma forte aposta

num serviço de qualidade, rigor técnico e produtos tecnologicamente

inovadores, direcionados para o consumidor final, arquitetos e promoto-

res. Fruto da internacionalização de muitos dos nossos clientes, que pro-

curam novas oportunidades de negócios em economias emergentes, a

Technal tem igualmente reforçado a sua presença em países africanos

e asiáticos.

Como o sol varia ao longo do dia e do ano, se tivermos um

caixilho que continuadamente se adaptasse a esse movi-

mento diário e anual de forma automática atingiríamos a efi-

ciência energética. A Technal está, atualmente, a trabalhar

no desenvolvimento de caixilhos automatizados comanda-

dos por um computador, com vidros também adaptáveis às

variações solares.

O INVESTIMENTO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA POR PARTE DE EMPRE-SAS E PARTICULARES AINDA NÃO ATINGIU O NÍVEL DESEJADO. QUAIS

OS FATORES QUE IMPEDEM UM MAIOR INVESTIMENTO NESSA ÁREA?

Neste momento a crise é um dos principais fatores que

impedem um maior investimento em eficiência energética,

uma vez que os investimentos estão muito atenuados. Assim

que a tendência seja invertida, o investimento nesta área

crescerá, criando novas oportunidades de negócio.

ACREDITA QUE HOJE EM DIA EXISTE UMA CONSCIENCIALIZAÇÃO

REAL PARA UMA MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS CONSTRU-ÇÕES? QUAIS OS PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM QUE MELHOR SE

ADAPTAM A ESTA REALIDADE?

Há atualmente uma consciência maior em relação às ques-

tões energéticas. Todavia, é importante alertar que a maior

aposta tem que ser feita na disciplina. Veja-se: constrói-se

um edifício energeticamente eficiente, com estores controla-

dos por um sistema central regulados pela exposição solar

e, em plena tarde de verão, abrem-se os estores para des-

frutar das vistas exteriores. Em poucos anos um sistema

como este deixará de ser utilizado!

A Technal possui diversas soluções energeticamente eficien-

tes, desde as janelas de folha oculta às janelas de correr,

todas elas com performances térmicas e acústicas que exce-

dem os valores legalmente exigidos. Faço, no entanto, notar

que as janelas per si não resolvem o problema da eficiência

energética. Há que prestar atenção a pormenores igualmen-

te importantes, como os vidros, os estores, os quebra-sóis, a

exposição solar dos edifícios e a sua adequada utilização.

Em suma: a eficiência energética é uma tarefa coletiva!

ACREDITA-SE QUE O SECTOR DA REABILITAÇÃO SERÁ UMA DAS

GRANDES APOSTAS NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO PARA OS PRÓXIMOS

ANOS. TEM EXISTIDO UM ESFORÇO PARA CONCEBER PRODUTOS

ESPECÍFICOS PARA ESTE SEGMENTO DE MERCADO, TENDO TAMBÉM

EM CONTA UMA MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO EDIFÍCIO REA-BILITADO?

A reabilitação urbana é hoje uma realidade. Reabilitar um

edifício implica não só reparar a pintura e a estrutura existen-

tes, como também substituir as redes de água, esgotos e

energia e, sobretudo, trocar os caixilhos antigos por caixilhos

energeticamente eficientes.

Os caixilhos atuais são mais estanques, têm vidros mais

espessos e possuem isolamentos térmicos que se aproxi-

mam das paredes de alvenaria. Na Technal esforçamo-nos

diariamente para desenvolver soluções tecnologicamente

inovadoras que melhorem a eficiência energética do edifício

reabilitado, conciliando design, funcionalidade, durabilidade

e elevadas performances.

/ 59

60 /

Entrevista OLI Mariza Gomes Gomes, Diretora de Marketing

COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUAL TEM SIDO O PERCURSO AO LONGO DA SUA EXISTÊNCIA?

A OLI é líder ibérica na produção de autoclismos e mecanismos e dedica-se à conce-

ção, industrialização, produção e comercialização de sistemas de instalação sanitária

(autoclismos e mecanismos) para a indústria cerâmica.

A empresa, fundada em 1954 em Aveiro, era estritamente comercial no seu início e em

1980 iniciou a sua atividade industrial, especializando-se no fabrico de autoclismos e

componentes.

Hoje, é uma empresa de dimensão europeia, entre as maiores do sector em que opera

e uma das empresas portuguesas com mais patentes na Europa e das que mais

investe em proteção de patentes em Portugal, através de um contínuo investimento

em Investigação e Desenvolvimento.

A OLI emprega cerca de 350 colaboradores

e produz mensalmente cerca de meio milhão

de produtos, nomeadamente autoclismos

interiores e exteriores com e sem estrutura,

placas de comando, torneiras de bóia e vál-

vulas de descarga para autoclismos cerâmi-

cos.

Está presente em mais de 40 países e

comercializa ainda em Portugal uma gama

alargada de produtos no sector dos hidro-

termo-sanitários - equipamentos para casas

de banho, aquecimento central, energia

solar térmica e tubagens.

COM 59 ANOS DE EXISTÊNCIA, A OLI DEDICA-SE À CONCEÇÃO, INDUSTRIALIZAÇÃO, PRODUÇÃO

E COMERCIALIZAÇÃO DE SISTEMAS DE INSTALAÇÃO SANITÁRIA PARA A INDÚSTRIA CERÂMICA,TENDO SEMPRE EM ATENÇÃO UM CONTÍNUO INVESTIMENTO EM INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMEN-TO.

MARIZA GOMES GOMES, DIRETORA DE MARKETING, EM ENTREVISTA À REVISTA “MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO”, FALA-NOS DA EMPRESA E ABORDA QUESTÕES IMPORTANTES COMO A EFICIÊNCIA

ENERGÉTICA E A REABILITAÇÃO.

Na OLI, o desenvolvimento de novos produtos é desde há alguns anos

muito orientado por questões ambientais. Têm sido várias as inova-

ções incorporadas nos nossos produtos que procuram responder à

urgente necessidade de promover o uso eficiente da água. Temos ao

dispor uma vasta gama de autoclismos certificados pela Classe A em

termos de eficiência hídrica. Estes são equipados com sistemas de

dupla descarga e com volume máximo de descarga de 6 litros, garan-

tindo assim a melhor eficiência hídrica e simultaneamente uma eficaz

limpeza das sanitas.

Esta preocupação ambiental estende-se também ao desenvolvimento

de mecanismos para autoclismos cerâmicos. Por exemplo, através da

instalação de uma válvula de descarga Atlas Dupla Descarga, ajustado

para 3 litros na meia descarga e para 6 litros na descarga completa, o

usuário final poderá economizar até 40.000 Lt de água por ano numa

habitação com 4 pessoas. Esta válvula Atlas está equipada com um

sistema de redução do volume de água descarregado, sem conse-

quências negativas para o correto funcionamento do autoclismo, pois

as soluções “caseiras” de colocar objetos dentro do autoclismo podem

resultar em danos nos produtos e consequentes encargos monetários

acrescidos. Ainda dentro da gama de mecanismos, a OLI lançou

recentemente a torneira de bóia Azor Plus, equipada com um sistema

retardador de entrada de água no autoclismo enquanto este está a

descarregar e que permite economizar até 9 litros de água por dia, o

que equivale a uma redução da fatura de água em 2%.

No sector da climatização, os nossos produtos contribuem para a dimi-

nuição do consumo energético e são assim um aliado importante para

a obtenção de uma melhor classificação energética dos edifícios. O

aquecimento por chão radiante é seguramente a solução mais avança-

da, no âmbito doméstico, comercial ou industrial. A utilização do fluído

a baixa temperatura, combinada com uma melhor distribuição do calor

no meio ambiente, traduz-se numa importante poupança de energia

com um ótimo rendimento térmico. O apoio ao sistema de aquecimento

por chão radiante, pode ser dado por um sistema de energia solar tér-

mica. Nestes, os nossos coletores solares têm acabamento seletivo,

de elevado rendimento e com uma baixíssima taxa de emissão (ou

seja, é praticamente utilizada a totalidade da radiação captada).

Um dos mais recentes desenvolvimentos na gama de tubagens, foi o

lançamento do Sistema Rainplus - um sistema sifónico de drenagem

de águas pluviais, projetado para garantir as máximas performances

de drenagem com os níveis mínimos de acumulação de água na

cobertura. O sistema utiliza a altura do edifício como força motriz

gerando velocidades de escoamento elevadas, maximizando assim a

eficiência da drenagem. Esta tecnologia oferece inúmeras vantagens,

tais como a redução significativa dos custos e do tempo de instalação,

assim como um aumento da performance de todo o sistema de drena-

gem pluvial. A facilidade em direcionar os tubos para reservatórios de

recolha de águas pluviais e reutilizar a água para sistemas de rega ou

combate a incêndio, constitui uma das mais valias ambientais deste

sistema de drenagem.

ACREDITA-SE QUE O SECTOR DA REABILITAÇÃO SERÁ UMA DAS GRANDES APOS-TAS NA ÁREA DA CONSTRUÇÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS. TEM EXISTIDO UM

ESFORÇO PARA CONCEBER PRODUTOS ESPECÍFICOS PARA ESTE SEGMENTO DE

MERCADO, TENDO TAMBÉM EM CONTA UMA MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO

EDIFÍCIO REABILITADO?

Na OLI olhamos o mercado da reabilitação não apenas como uma ten-

dência, mas como uma inevitabilidade que nos lança desafios para o

desenvolvimento de novos produtos.

QUAIS SÃO, NA SUA OPINIÃO, AS PRINCIPAIS VANTAGENS INERENTES

À UTILIZAÇÃO DE SOLUÇÕES ENERGETICAMENTE EFICIENTES NA

CONSTRUÇÃO?

Verifica-se atualmente um acréscimo da designada

Construção Sustentável, que incorpora soluções ecologi-

camente eficientes e em que a preocupação e o respeito

pelo ambiente são os principais predicados destes proje-

tos. No nosso entender, quando se pensa na sustentabili-

dade da construção, esta não pode ser olhada apenas do

ponto de vista da eficiência energética mas também do

ponto de vista da eficiência hídrica, pois o desperdício

deste importante recurso - a água - tem graves conse-

quências do ponto de vista ambiental e económico.

As questões ambientais e de poupança de água levam a

que cada vez mais os consumidores optem por soluções

mais eficientes, em detrimento de soluções com um inves-

timento inicial inferior, mas com elevados custos futuros.

As nossas soluções potenciam o uso eficiente da água e a

redução do seu desperdício, motivando a sua utilização

consciente e indo de encontro às vantagens ambientais,

económicas e sociais que são valorizadas pelos diferentes

intervenientes da construção.

O INVESTIMENTO EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA POR PARTE DE

EMPRESAS E PARTICULARES AINDA NÃO ATINGIU O NÍVEL DESEJA-DO. QUAIS OS FATORES QUE IMPEDEM UM MAIOR INVESTIMENTO

NESTA ÁREA?

Há mais de 50 anos que a OLI estuda, desenvolve e pro-

duz novas soluções de banho em Portugal. Há 18 anos, a

OLI apresentou o sistema de dupla descarga que permitiu

o uso sustentado e racionalizado da água dos autoclis-

mos. Uma inovação hoje presente em todo o mundo e res-

ponsável por uma poupança de água na ordem dos 50%.

Pretendemos deste modo ilustrar que o mercado natural-

mente acabará por valorizar as soluções que se revelarem

sustentáveis em todas as suas vertentes.

Contudo, e dada a importância que muitas vezes tem o

custo inicial do investimento, é importante referir que se

tem assistido a uma falta de continuidade das políticas de

fomento à opção por soluções eficientes que tinham como

objetivo a amenização destes consideráveis custos ini-

ciais. Esta falta de continuidade traz incerteza e acarreta

resultados negativos para o sector.

ACREDITA QUE HOJE EM DIA EXISTE UMA CONSCIENCIALIZAÇÃO

REAL PARA UMA MELHOR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NAS CONSTRU-ÇÕES? QUAIS OS PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM QUE MELHOR

SE ADAPTAM A ESTA REALIDADE?

Sim, existe hoje uma consciencialização acrescida da

importância pela opção de soluções sustentáveis, contu-

do estas questões não podem ser olhadas de forma iso-

lada das questões económicas. Na conjuntura socioeco-

nómica atual, as pessoas cada vez melhor informadas

avaliam com maior ponderação os investimentos que

fazem, pelo que a poupança (atual e futura) assume

assim hoje uma importância crucial no processo de deci-

são de compra.

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62 /

Entrevista

Por isso, dedicamos importantes recursos à busca de soluções versáteise de fácil instalação, de modo a facilitar as intervenções necessárias paraque as habitações reabilitadas sejam contemporâneas, inovadoras e sus-tentáveis em termos ambientais. Assistimos ainda ao crescimento de umnovo tipo de consumidor, mais urbano e simultaneamente mais indepen-dente e autodidata. Hoje, as pessoas preocupam-se em tornar as suashabitações mais sustentáveis e em reduzir as suas despesas mensaisfazendo pequenas obras em casa sem necessitarem de fazer grandesintervenções. Quando optam, por exemplo, pela compra de um mecanis-mo de dupla descarga OLI para o seu autoclismo cerâmico, estão a con-tribuir para a redução do consumo de água sem que isso implique umaprofunda remodelação da habitação.

POSSUEM ALGUMA SOLUÇÃO ESPECÍFICA PARA O MERCADO DA REABILITAÇÃO?

A opção pela louça sanitária suspensa é o exemplo de uma excelenteopção para quem deseja modernizar o seu espaço de banho, permitindoa criação de um espaço amplo e esteticamente agradável sem quaisquerbarreiras arquitetónicas e com vantagens comprovadas em termos de lim-peza e higiene. A reabilitação sustentável promove a utilização de práticase métodos de construção que aumentem a durabilidade e rentabilidadedos edifícios. Através de medidas de eficiência hídrica e do aproveitamen-to das águas pluviais procuramos atender à diminuição dos problemashídricos e proporcionar ao utilizador final, uma menor fatura hídrica.

A nova placa de comando Moon é aliás um exemplo decomo olhamos a reabilitação dos edifícios como umassunto premente ao qual é necessário dar resposta.Esta nova placa de comando está equipada com o inova-dor sistema “Hidroboost” que se caracteriza por serautossuficiente e autossustentável. Esta solução permiteo acionamento automático das descargas e dispensa aligação à rede elétrica ou a substituição de pilhas, porqueao aproveitar a energia da água em movimento, cria earmazena energia que será posteriormente utilizada paraativar as descargas.

Trata-se ainda de um sistema “no touch” - não necessitade toque -, uma vez que a ativação do autoclismo é feitapor aproximação.

Para além da tecnologia avançada e da garantia de sus-tentabilidade hídrica e energética, o material propostopara esta placa de comando - a porcelana - foi pensadoem termos de sustentabilidade pois representa um produ-to endógeno tradicionalmente usado no espaço de banhomediterrânico e que confere harmonia e elegância.

NUMA ALTURA EM MUITAS EMPRESAS TENTAM ENTRAR NOUTROS

MERCADOS, QUAIS OS PLANOS FUTUROS A CURTO PRAZO?APOSTAR MAIS NO MERCADO NACIONAL OU PROCURAR/REFOR-ÇAR OS MERCADOS EXTERNOS? NO ÚLTIMO CASO, QUAIS?

Para fazer face à quebra de atividade na economia nacio-nal temos procurado aproveitar as oportunidades emudanças que estão a ocorrer. Há um novo paradigmano sector que nos leva a apresentar produtos orientadosàs necessidades atuais. A nossa estratégia passará porisso, por uma contínua aposta na Investigação,Desenvolvimento e Inovação de processos e produtos,desenvolvendo soluções que potenciem a eficiência hídri-ca, com ganhos reais para o consumidor não só na com-pra, mas em toda a vida útil dos produtos. As pessoasvão continuar a ter necessidade de renovar os seus espa-ços de banho, de melhorar a eficiência hídrica e energé-tica das suas habitações e a nossa preocupação e orien-tação procura dar resposta a essas necessidades.

Por outro lado, a OLI tem vindo a diversificar os mercadosonde atua, minimizando desta forma o risco de depen-dência de uma zona geográfica do globo. Hoje, a OLI éuma empresa naturalmente “exportadora”, 80% da nossaprodução destina-se ao mercado externo, sendo queapesar da forte contração da atividade na EuropaOcidental, o mercado europeu continua a representar amaior fatia da nossa atividade. Não obstante, temos vindoa apostar num plano de expansão internacional paranovos mercados fora da zona Euro, no sentido de com-pensar a desaceleração da economia nacional e euro-peia.

Após a entrada no mercado brasileiro, estamos a tra -balhar vários mercados da América do Sul, com algumaincidência na Colômbia, mas também no Chile, Perú,Uruguai e Venezuela. Estamos ainda a fazer prospeçãoem África e a tentar melhorar e consolidar as posições noLeste Europeu e no Médio Oriente.

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A Umbelino Monteiro, uma das principais empresas de produção de

telha cerâmica em Portugal, apresentou uma solução integral de

cobertura denominada por “Agrotherm”, que pretende aumentar a

rentabilidade da produção agropecuária.

A “Agrotherm” é constituída por uma placa de fibrocimento isenta

de amianto, um isolante de poliuretano injetado em molde (40

kg/m³) e um acabamento interior em poliéster reforçado com fibra

de vidro.

Nova Cobertura Aumenta a Rentabilidade AgropecuáriaDestaca-se por ser isolante, inoxidável, lavável, aplicável

em instalações novas ou reabilitadas e melhorar a perfor-

mance acústica e térmica, ao manter a temperatura interior

entre 18º e 24º. Estas características tornam esta solução

indicada para a produção de cavalos, bovinos, caprinos,

suínos e aves de capoeira.

Salvador Serra, produtor de gado da Albesa Ramadera,

afirma que a “Agrotherm” “é um marco na produção agrope-

cuária, ao demonstrar que o cumprimento das exigências

de saúde e de segurança, com vista ao bem-estar animal e

ao respeito do meio-ambiente, resulta numa agricultura

mais rentável”.

Sublinhe-se que vários estudos, no âmbito da saúde ani-

mal, referem que as condições das instalações agropecuá-

rias influenciam positivamente o metabolismo dos animais.

No caso dos suínos, os leitões nascem com mais peso, a

carne é de melhor qualidade, regista-se uma diminuição da

mortalidade e uma menor perda de proteínas. O correto

metabolismo dos animais influencia o menor consumo de

alimentação, a diminuição do ciclo de engorda e a redução

de patologias.

FONTE: AD COMMUNICATION

Produtos

Ar Condicionado Vulcano

Mostrando estar atenta às tendências do sector, a Vulcano,

marca portuguesa líder em soluções de água quente e solar tér-

mico, acaba de renovar a sua gama de ar condicionado. Estes

novos equipamentos apresentam uma classificação energética

até A++, superando assim a normativa europeia de etiqueta-

gem energética imposta para 2013.

Com o objetivo de melhorar a eficiência energética na União

Europeia, foram fixadas algumas metas a atingir até 2020.

A nova normativa europeia ERP 2013, que entrou em vigor em

janeiro de 2013, prevê a redução do consumo de energia e uma

nova escala de classes de eficiência energética para equipamen-

tos de ar condicionado de potência inferior a 12 kW. Sempre um

passo à frente na eficiência energética, a Vulcano antecipa o

estabelecido nos regulamentos europeus e apresenta a sua

gama de ar condicionado de classe energética até A++, aliando

assim o conforto à poupança económica e à redução do impacto

no meio ambiente.

Neste sentido, foram disponibilizadas duas linhas: a Mono-split

(com uma potência desde 2,6 KW até 6,5 KW), onde se incluem

as soluções Prime Inverter e Easy Inverter e a linha Multi-split

(com unidades exteriores desde 2x1 até 5x1 em capacidades que

vão desde o 5,3 KW aos 12,4 KW).

Estas unidades exteriores podem ser combinadas com qualquer

uma das unidades interiores Multi-split Prime da Vulcano - Mural,

Chão-Teto, Cassete e Conduta. Todos os equipamentos permi-

tem a seleção de cinco modos de funcionamento: automático,

frio, calor, ventilador e desumidificação.

Com a nova gama de ar condicionado, a Vulcano oferece equipa-

mentos que aliam a vanguarda tecnológica à eficiência energéti-

ca, reduzindo os custos aos portugueses, ao mesmo tempo que

potencia o desenvolvimento sustentável do meio ambiente.

FONTE: YOUNGNETWORK GROUP