Revista Petrópolis

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Edição 37 - Junho de 2012

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Proust!

415 mil pessoas

gastronomia típica

Há 23 anos, surgia a Bauernfest – Festa do

Colono Alemão, em Petrópolis: hoje, o segundo

maior evento do Brasil em sua categoria e o maior

da região sudeste.

Principal manifestação cultural de Petrópolis, a

Bauernfest também acaba de entrar para o

Calendário Oficial de Eventos do estado do Rio de

Janeiro. Com a chancela do governo estadual, a

festa ganhará mais visibilidade nacional e

internacional.

Após passar por um resgate de seus conceitos e

grandiosidade em 2009, o evento cresceu e

apareceu: as últimas edições atraíram um público

de 415 mil pessoas, batendo seu recorde em

2011, com 185 mil visitantes.

Durante o período do evento que, este ano,

acontece de 28 de junho a 08 de julho, a

Bauernfest aquece a economia da cidade,

lotando hotéis e pousadas. No ano passado

foram registrados 98,25% de ocupação hoteleira

no Centro Histórico e 81,25% nos arredores. Com

expectativa de atrair, em 2012, mais de 200 mil

pessoas, a Bauernfest deve movimentar na

economia da cidade, direta e indiretamente, cerca

de R$ 30 milhões, nos 11 dias de festa.

Entre as grandes novidades deste ano temos a

volta da Cervejaria Bohemia como parte

integrante da Bauernfest . Inaugurado

oficialmente em maio, o atrativo mais aguardado

do ano, leva o visitante a uma verdadeira viagem

ao mundo da cerveja. Inédito no Brasil, o projeto

que contou com a parceria do governo do estado

do Rio de Janeiro e da Prefeitura de Petrópolis,

traz em suas instalações um memorial da cerveja

com o maior acervo da América Latina onde o

público terá a oportunidade de conhecer as

curiosidades e segredos do mundo cervejeiro, por

meio de atividades interativas. Além disto, o

projeto possui um centro de experiência

cerve je i ra ún ico no Bras i l , onde os

frequentadores poderão conhecer as mais

diversas faces da cerveja, uma bebida rica em

histórias e sabores, versátil para diferentes

gostos e ocasiões.

Outra novidade é a volta do tradicional Bailão

para o interior da Cervejaria, animado pelas

bandas Germânica e Bauernband..

Isso sem falar nas apresentações dos grupos

folclóricos, os desfiles temáticas e uma série de

atrações preparadas especialmente para você.

Tudo, claro, regado com a melhor gastronomia

típica e muito chopp. Proust!

Bauernfest – A consolidação de uma marca

Page 4: Revista Petrópolis

PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi

FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Gilson Domingos

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP)

GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack

DESIGN GRÁFICO: DOM Criatividade | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma

CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201

Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares

PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi

FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Gilson Domingos

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP)

GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack

DESIGN GRÁFICO: DOM Criatividade | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma

CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201

Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares

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A REVISTA DA CULTURA E DO TURISMO

Page 5: Revista Petrópolis

Petrópolis também começava a sofrer mudanças. Julio Frederico Koeler arquitetava a primeira cidade projetada do Brasil. O município começava a ser moldado e, com isso, vieram os primeiros colonos germânicos, que o ajudaram a construir a cidade.

Petrópolis começaria, portanto, a ganhar forma, chegando à bela cidade que conhecemos hoje em dia. Os colonos concretizaram o projeto do Imperador Pedro II de dar, à cidade, contornos europeus. Além do casario do Centro Histórico, várias pontes também foram construídas.

Desde então, elas se tornaram verdadeiros símbolos da Cidade Imperial. Registros de 1998 mostram a repercussão negativa quando o governo municipal tentou modificar a cor das pontes. Jornais da época dão conta de que a população repudiou tal atitude, fazendo com que a decisão fosse mais tarde revista pelas autoridades públicas da época.

Foi nesse período que um texto já publicado em 1929 no jornal Tribuna de Petrópolis veio à tona, intitulado “A côr tradicional de nossas pontes”, do historiador Walter João Bretz. Segue trecho:

“Um dos costumes tradicionais desta terra foi sempre o de pintar-se as pontes de madeira a zarcão. A cor vermelha constituiu, desde os tempos d'antanho, um traço característico local, tendo sido motivo especial para marcar a nossa cidade. Por entre o verde do arvoredo e dos taludes dos rios, emergia a vermelhidão das pontes, dando assim um curioso aspecto à fisionomia urbana”, começava o artigo.

Hoje, o vermelho vivo e intenso, em meio à paisagem, é a cor predominante e já fixada no imaginário de moradores e turistas. Um pequeno pedaço de nossa arquitetura, que une o passado ao presente e que nos ajuda a contar a nossa História.

las podem ser de concreto, ferro ou madeira, podem ser usadas para a passagem de pessoas, veículos ou comboios. Algumas são conhecidas pelo comprimento, outras pela

beleza, mas na Cidade Imperial elas estão cercadas por muita história e romantismo: são as pontes de arcos vermelhas que estão espalhadas por diversos pontos do município.

De moradores da cidade aos turistas petropolitanos, a resposta é unânime: todos já pararam por alguns instantes na ponte da Avenida Koeler para contemplar a beleza da Catedral São Pedro de Alcântara e tirar uma foto do monumento. Símbolo da herança dos colonos alemães na cidade, as pontes vermelhas que hoje embelezam o Centro Histórico têm uma origem que remonta à Antiguidade.

Originalmente, foram os romanos os primeiros grandes construtores de pontes em arco. Esse estilo dominou o mundo até o século XIX e os franceses o aperfeiçoaram com uma técnica chamada voussoir, que posteriormente se espalhou pelo continente europeu. Alguns fatores foram determinantes para que essa técnica chegasse ao Brasil.

Após as guerras Napoleônicas, os povos de língua germânica atravessavam um terrível período de crise, no qual a população estava cansada das lutas, os camponeses cheios de dívidas, a indústria paralisada e os impostos aumentando a cada dia.

A promessa do novo continente, aliada ao sonho de uma melhor condição de vida, foram fatores decisivos para que os imigrantes viessem para o Brasil. Enquanto isso, em nosso país, as autoridades provinciais desenvolviam um intenso plano de colonização estrangeira.

Texto: Bruno Rodrigues

Fotos: Isabela Lisboa e

Arquivo Histórico Museu Imperial / IBRAM / MINC

Page 6: Revista Petrópolis

A IV edição do Petrópolis Rural, realizado de 13 de abril a 06 de maio foi

sucesso absoluto. Nos 24 dias de evento gratuito, organizado pela

Prefeitura, cerca de 200 mil pessoas prestigiaram as diversas atrações

que ocorreram no Parque Municipal de Petrópolis, em Itaipava. Além da

festa do produtor rural, a novidade desse ano ficou por conta dos shows

realizados por artistas consagrados em todo Brasil.

O Petrópolis Rural contou ainda com exposições e competições de

cavalos, animais exóticos, de pequeno porte e bovinos, entre outros.

Outro destaque foi o Galpão do Produtor. Nele, os visitantes puderam

conhecer e adquirir produtos da agroindústria e do artesanato

petropolitano.

Biblioteca Gabriela Mistral é a mais visitada do Estado

Uma grande festa marcou, no dia 04 de maio, a abertura oficial da Cervejaria Bohemia. O

projeto que contou com a parceria do Governo do Estado e da Prefeitura de Petrópolis,

transformou a primeira cervejaria do Brasil, fundada em 1853, em um dos maiores e mais

completos centros de experiência cervejeira do mundo. O mais esperado e novo atrativo de

Petrópolis traz para o público a história, os ritos, as curiosidades da

bebida, de forma lúdica e interativa.

Serviço: Cervejaria Bohemia

End: Rua Alfredo Pachá, 166 - Centro Histórico

Agendamento de visitas: bohemia.com.br/cervejaria

Funcionamento: de quarta a sexta-feira, das 11 às 18 horas.

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20 horas

Ingresso: R$ 39,00 inteira (meia entrada para estudantes e idosos).

R$ 15,00 para petropolitanos.

Menores somente acompanhados dos pais e/ou responsáveis

A Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral possui o maior número de

frequentadores em todo o estado do Rio de Janeiro. Divulgada em 24 de abril pela

Secretaria de Estado da Cultura, por meio do Sistema Estadual de Bibliotecas –

SEB/RJ, os dados referentes a 2010, foram coletados para o Anuário Estatístico do

Estado do Rio de Janeiro, publicado pelo Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas

e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – Fundação CEPERJ. Foram

registradas 50.125 visitas na Biblioteca Municipal de Petrópolis, ficando o segundo

lugar para Duque de Caxias (38.321 visitantes), e o terceiro para Angra do Reis

(37.352). A Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral possui um acervo de cerca de

150 mil volumes, compreendendo livros, revistas, acervo iconográfico, midiateca,

acervo em Braille, coleção de obras raras, historiografia petropolitana, sala infantil e o arquivo histórico, além da

disponibilização de notebooks para acesso à internet.

Petrópolis Rural recebe mais de 200 mil pessoas

Cervejaria Bohemia aberta à visitação

Foto: Isabela Lisboa

Foto: Isabela Lisboa

Fotos: Beatriz Galvão

Page 7: Revista Petrópolis

Petrópolis na BNT MercosulCom o objetivo de divulgar o município para todo o Brasil, a Fundação de Cultura

e Turismo de Petrópolis e o Petrópolis Convention & Vistors Bureau estiveram

presentes em mais um grande evento, voltado para o trade. Realizado nos dias

25 e 26 de maio, no Beto Carrero World, em Penha, e em Balneário Camboriú

(SC), a BNT Mercosul, Bolsa de Negócios Turísticos, reuniu os maiores

compradores de produtos turísticos nacionais, do Brasil e dos demais países do

Mercosul. Na ocasião o stand da Cidade Imperial realizou uma intensa

divulgação da Bauernfest, além de promover as belezas culturais, históricas e

naturais, bem como, os hotéis, pousadas e restaurantes de nossa região.

III Encontro de Hotelaria Hospitalar da Região Serrana

Diante do avanço alcançado pelas Instituições de Saúde em termos de

qualidade no atendimento, as mesmas buscam as melhores práticas para

aperfeiçoar a forma de atuação do Departamento de Hotelaria Hospitalar.

Para debater o assunto será realizado nos dias 11 e 12 de junho, na

Faculdade Arthur Sá Earp Neto e Faculdade de Medicina de Petrópolis, o III

Encontro de Hotelaria Hospitalar da Região Serrana.

Com foco principal nas pessoas, o evento tem como objetivo o treinamento de

equipes, a capacitação profissional, o atendimento humanizado e o êxito nos

processos, integrando os Gestores de Saúde reunidos durante o evento.

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Petrópolis sediará de 18 a 21 de junho, o 3º Simpósio Ibero-

Americano do Instituto Cervejeiro de Pesquisa e Ensino (VLB), de

Berlim na Alemanha. O encontro, que acontecerá no Hotel Vale

Real, em Itaipava, reunirá cerca de 300 pessoas de diversas

nacionalidades sul-americanas e europeias.

Voltado para funcionários em cargos de gerência em cervejarias e

outros fabricantes de bebidas, chega para fortalecer a característica

de Petrópolis como polo cervejeiro.

Encontro internacional de Cervejeiros em Petrópolis

Foto: Isabela Lisboa

Foto ilustrativa

Page 8: Revista Petrópolis

Texto: l Fotos: Isabela Lisboa e Beatriz GalvãoNathália Pandeló

m Petrópolis, o mês de junho já virou sinônimo de resgate de uma de nossas mais

importantes heranças: as tradições germânicas. A Alemanha é presença marcante na

Cidade Imperial, com a realização da Bauernfest, que este ano começa no dia 28 de

junho e se estende até 08 de julho.

Em sua 23ª edição, a Festa do Colono é o segundo maior evento em sua categoria no estado do

Rio de Janeiro e no país, oferecendo ao público contato com os costumes alemães através de

apresentações de danças folclóricas, bandas típicas, corais, orquestras sinfônicas, festival de

cinema, exposições e muitas outras atrações.

O ponto central da festa é um dos mais importantes símbolos da cidade: o Palácio de Cristal, que

abrigará restaurantes de culinária típica, loja de souvenirs, a Casa do Fotógrafo (onde é possível fazer uma viagem no tempo tirando

fotografias com roupas da época), a Casa do Colono, o Café Colonial e um Centro de Informações Turísticas. Em seu interior há

diversão para toda a família, com apresentações musicais e teatrais, histórias, jogos e brincadeiras.

A venda de artesanato, outro ponto alto do evento, continua este ano. São pinturas Bauernmalerei (camponesa), objetos de decoração,

crochê, tricô, doces e pães caseiros, entre outros produtos. As artesãs mantêm viva a tradição, vestindo-se com trajes típicos da

Alemanha.

Nos dias 01 e 08 de julho, a Bauernfest ganha as ruas da cidade com dois grandes desfiles comemorativos. Saindo da Avenida

Tiradentes, os descendentes dos colonos convidam para a festa com flores, música, dança e muita alegria. São todos bem-vindos.

Willkommen!

Uma das grandes novidades deste ano é o Museu da Cerveja,

inaugurado em maio, na antiga fábrica da Cervejaria Bohemia,

agora reativada. O passeio começa pelos mais de 8 mil anos de

história do “ouro líquido”, tanto no Brasil quanto no mundo.

Passando pelo processo de produção da bebida, o tour se

estende até a história da própria cervejaria em Petrópolis, a

primeira do Brasil, em uma experiência completamente interativa.

O projeto é inédito no país, e oferece ao visitante uma verdadeira

viagem pelo mundo da cerveja.

As instalações contam com o

maior acervo da América Latina,

e contam com um centro de

experiência cervejeira único no

Brasil, em que é possível

conhecer curiosidades sobre

u m a d a s b e b i d a s m a i s

apreciadas em todo o mundo.

Page 9: Revista Petrópolis

s grupos de dança alemã são um dos principais expoentes da cultura

germânica em Petrópolis. Prova disso é que os já tradicionais números têm

espaço, não apenas durante a Bauernfest, mas se estendem por todo o ano.

O Museu Imperial, principal ponto turístico da cidade, é palco para todos os tipos de

danças germânicas aos domingos, atrativo que encanta os turistas que passeiam pelo

pátio do Palácio Imperial.

No entanto, é durante a Bauernfest que essas tradições ganham maior destaque.

Este ano, a Associação dos Grupos Folclóricos Alemães de Petrópolis será

representada por nove equipes. Serão 12 apresentações por dia, e cada categoria,

dividida por faixa etária, conta com oito casais.

No palco, cada grupo traz elementos distintos que compõem a tradição das danças

alemãs. Sua cultura não está presente apenas nos estilos de dança, mas também no

figurino dos dançarinos, que, não por acaso, representam os costumes das regiões

homenageadas por cada grupo.

A tradição germânica chegou a Petrópolis junto com os primeiros

alemães que escolheram a cidade serrana para morar, em 1845.

Eles deixaram sua marca na arquitetura, no nome das ruas, nas

charmosas pontes que embelezam o Centro Histórico e até na

culinária, logo assimilada pela cidade.

Desde então, boa parte de seus costumes é passada para as

novas gerações descendentes através dos grupos de dança. O

primeiro deles, o Grupo Folclórico Germânico Bergstadt, surgiu

em 1990, na segunda edição da Bauernfest. “Quando aconteceu

a primeira edição da festa, o Grupo 25 de Julho, de Blumenau

(SC), foi convidado para se apresentar, pois a cidade ainda não

contava com um grupo de dança alemã. Com o surgimento do

Bergstadt, foram surgindo novos grupos, e hoje a cidade tem

nove, cada um representando um aspecto importante da cultura

germânica”, conta Fábio Holderbaum, presidente da Associação

dos Grupos Folclóricos Alemães de Petrópolis (AGFAP) e

coreógrafo do Bluemenberg Volkstraz.

Para o corpo de dançarinos, a festa do colono começa em

janeiro. É quando cada grupo começa a desenvolver o conceito

que será trabalhado na festa e a ensaiar as coreografias. Isso

significa, em um primeiro momento, pesquisa, criatividade e, é

claro, muito suor. A rotina de ensaios se intensifica já nos

primeiros meses do ano, podendo até ser dobrada – isso tudo

para fazer bonito na festa. “A Bauern é a maior vitrine e um

grande cartão de visitas para os nossos grupos. Além de

transmitir a cultura dos colonos aos petropolitanos, ou seja, um

aspecto importante da História da cidade, também somos

vistos por turistas e somos convidados a fazer apresentações

em outros locais, com passagens por Santa Catarina, Minas

Gerais, Rio Grande do Sul e até Nova York. Isso também

desperta a curiosidade de quem assiste, trazendo novos

membros. Por isso, os ensaios duram o ano todo”, explica

Fábio.

O pontapé inicial para o trabalho dos grupos é a escolha do

tema a ser abordado nas apresentações. A partir daí são

desenvolvidos os figurinos e as coreografias. No entanto, nem

sempre foi assim. No segundo ano da Bauernfest, já com o

primeiro grupo de dança folclórica alemã montado em

Petrópolis, o desafio foi desenvolver o trabalho desde o início.

“Era uma experiência nova, e utilizávamos as danças cedidas

por grupos do sul do país. Passamos a investir em pesquisa,

cursos e nas vestimentas, e hoje os nossos grupos não deixam

nada a desejar se comparados aos do sul e até mesmo da

Alemanha”, comemora o presidente da associação.

E não foram só os grupos que cresceram: o público também.

“Desde o início da festa, há 23 anos, a população abraçou e

sempre prestigiou nossas apresentações. Esperamos, mais

uma vez, este ano tanto, os petropolitanos quanto os turistas”,

convida.

Page 10: Revista Petrópolis

Criado em 1 de abril de 1991, já se

apresentou em mais de 35 cidades de

cinco estados brasileiros, somando

mais de mil apresentações. O

B a u e r n g r u p p e t a m b é m f a z

intercâmbio com grupos de todo o

Brasil e do exterior e foi reconhecido como Utilidade Pública pela

Câmara Municipal de Petrópolis. O Bauern se apresenta em duas

categorias: adulto e infantil, com quatro trajes especiais.

Cultivar a música, a dança e os

c o s t u m e s t r a z i d o s p e l o s

antepassados. Foi com esse

objetivo que o grupo foi fundado em

1991. Formado por duas categorias

- infanto-juvenil e adulto -, o Mosel

Volkstänze se apresenta com trajes oriundos da região de

Schliersee, em Oberbayern, no estado da Baviera, na Alemanha.

Esta entidade civil surgiu em 22

de outubro de 1994, buscando

manter viva a herança cultural

deixada pelas famílias alemãs

que se estabeleceram na

cidade. O nome e o brasão do

grupo homenageiam os primeiros colonizadores, já que é

exatamente deste estado que se originavam. A região fica a oeste

da Alemanha e é constituída pela união dos territórios da Baviera,

de Hessen e da Prússia.

Conhecido como “Berg”, este é o

pr imeiro grupo de danças

folclóricas alemãs a ser criado em

Petrópolis. Fundado em 25 de

agosto de 1990, o objetivo do

Bergstadt é manter viva a herança

deixada pelos colonos. Conta com 49 integrantes, de 7 a 73 anos,

divididos em quatro categorias: infantil, juvenil, adulto e máster.

O núcleo alemão é um dos três

que compõem o grupo, que conta

também com as div isões

internacional e italiana (também

estão sendo desenvolvidos os

núcleos espanhol e português).

Na Bauernfest, o Petrópolis Danças Folclóricas, que atua na

cidade há 16 anos, é representado pelas categorias principal

(adulto) e aspirante. Entre os objetivos do grupo está divulgar

Petrópolis e levar o nome da cidade por onde passar, fazendo

apresentações alegres e descontraídas.

Fundado em 1º de fevereiro de

1997, este grupo resgata o

autêntico folclore germânico, se

apresentando com dois trajes - o

oficial sendo representativo dos

trajes de 1800 usados no Hunsrück, região de origem dos colonos

que posteriormente chegariam a Petrópolis -, e, em alguns

números, com música ao vivo. A música, juntamente com o teatro,

faz parte das atividades desenvolvidas pelo Kaiserstadt

Kulturkreis, constituindo-se assim um centro cultural.

O nome do grupo não é acaso:

ele homenageia a cidade de

Koblenz (“confluência”, em

a lemão ) , l o ca l i zada no

encontro dos rios Reno e

Mosela. Este também o nome da praça que fica na confluência

dos rios Quitandinha e Piabanha, em Petrópolis. O grupo possui

dois trajes: um militar francês de gala, da região da Alsácia

(durante a Guerra Napoleônica, Koblenz teve influências

germânicas e francesas), e um traje camponês que faz referência

às plantações de uva nas margens do Rio Reno, da qual o vinho

Riesling branco e suave é feito

Este é o maior grupo folclórico de

Petrópolis: fundado em 2001, conta

com cerca de 60 integrantes em

quatro categorias (infantil, juvenil,

adulto e máster). Seu repertório e

trajes são de origem exclusivamente germânica, reproduzidos de

forma fiel por meio de pesquisas junto a entidades como a

Associação Cultural Gramado. O Blumenberg já se apresentou

em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro e participa

também da Deutsches Fest, em Juiz de Fora (MG).

O mais novo grupo da associação

surgiu em 2010 e já se apresenta em

três categorias: infantil, infanto-

juvenil e adulto. As crianças contam

com o traje representativo da cidade

de Oberwesel, localizada no estado de Rheinland-pfalz. Já as

outras categorias se apresentam com traje folclórico inspirado

na região de Odenwald, no estado de Hessen.

Page 11: Revista Petrópolis

essa história, os primeiros contatos com tais palavras pode até

gerar estranheza, mas “definitivamente, não é uma língua difícil”

– é o que afirma a professora de alemão Patrícia Brahms,

descendente de holandeses e ligada sentimentalmente à

cultura germânica. “As pessoas se assustam porque as

palavras ficam unidas. Com o espaço que usamos para

escrever até três unidades, no alemão é formada uma “palavra

grande”. Em Schweinfleisch, por exemplo, temos a união da

palavra Schwein, que significa porco, e da palavra Fleisch, a

nossa carne”, explica.

Para explorar estes vocábulos, o melhor caminho... É pela boca!

A Bauernfest oferece um cardápio variado de pratos típicos - e

curiosos linguisticamente. Comecemos pelo mais fácil.

Saborear uma porção de costela de porco assada, ou carré, no

melhor português, torna-se uma refeição cultural quando você

passa a chamá-la de Kassler. Prossiga o roteiro gastronômico

com um Leberknödel, ou bolinho de fígado. Para impressionar,

invista em um Gefüllte Kalbfleischröllchen e ganhe respeito.

Curioso? Trata-se de um bolinho de carne recheado, resultado

da mistura de vários ingredientes. Se ainda não ficou satisfeito,

conclua o banquete com o clássico Rindfleisch mit Rotwein, ou

“carne ao vinho”. Para a sobremesa, simplicidade: opte por um

Apfelstrudel, o “Strudel de maçã”, doce feito com massa folhada

e um dos grandes representantes da categoria dos doces. O

pedido ficou mais fácil?

Segundo Patrícia, o momento da pronúncia pode ser

considerado simples, se comparado a outras línguas. “O

número de alterações na

fonética é menor, o que

facilita a fala”, explica. Já

o volume da voz depende

d a r e g i ã o . “ E x i s t e m

variações como aqui no Brasil. O

alemão mais brando é falado em

algumas regiões do sul. Se a pessoa é

do interior também possui uma maneira

diferente de se expressar. Por isso,

para quem quer aprender, é importante

assistir filmes, ouvir músicas, que

possibilitam o conhecimento mais

amplo. O alemão é, aliás, a língua das

artes, e não da guerra como muita gente

pensa”, conta a professora. Foi o mesmo

que pensou Caetano Veloso, quando compôs

a letra da canção “Língua”, onde conclui: “Se

você tem uma ideia incrível, é melhor fazer uma canção. Está

provado que só é possível, filosofar em alemão”.

Para os que têm interesse em aprender o idioma, Patrícia

finaliza com a dica: "Em qualquer campo, quando colocamos um

bloqueio, fica mais difícil o aprendizado. Por isso o importante é

desprender-se de qualquer preconceito".

“Um Schweinfleisch mit Sauerkraut, por favor.” Certifique-se de

que não existe mais ninguém por perto e esforce-se para

reproduzir o que acabou de ler, dessa vez em voz alta. Você

acaba de pedir uma porção de carne de porco com chucrute,

refeição típica alemã, que leva repolho fermentado na

composição. Estas e outras palavras do idioma, que reúne o

maior número de falantes na União Europeia, acompanham os

dias do evento mais tradicional do ano em Petrópolis: a

Bauernfest! Ou, se preferir, a “Festa do Colono Alemão”.

A origem do idioma revela uma mesclagem. Dados apontam que

fatores como a migração dos povos, rotas do comércio e até

aspectos físicos, como florestas densas e montanhas íngremes,

contribuíram para que o alemão se desenvolvesse em dialetos

regionais distintos. A unificação da língua se deu com a tradução

da Bíblia por Martinho Lutero, que, em 1521, publicou o

Novo Testamento e, em 1534, o Velho Testamento, no

idioma germânico. Para quem ficou de fora de toda

Page 12: Revista Petrópolis

EntrevistaEntrevistaEntrevista

rineto de colonizadores alemães, com sobrenome

português e ascendência açoriana, belga e

austríaca. A versatilidade presente na genealogia

não poderia deixar de fazer parte da carreira do

petropolitano Paulo Roberto Martins de Oliveira.

Com formação técnica em desenho industrial,

trabalhou durante 27 anos como projetista da Telerj

(antiga empresa de telecomunicações do Rio de Janeiro). Mas, foi na

genealogia, ramificação da história que estuda a origem e evolução das

famílias, que Paulo Roberto encontrou sua paixão. Nessa edição

especial da Revista Petrópolis, com enfoque na Bauernfest, em uma

conversa pelo jardim do Museu Imperial, Paulo Roberto falou sobre suas

histórias de vida. E de outras vidas.

Concedida a: Carolina Tollstadius l Fotos: Isabela Lisboa e Arquivo pessoal

Avós paternos de Paulo Roberto ao lado dos filhos. Adão Martins Noel de

Oliveira, pai de Paulo Roberto, é o menino sentado na cadeira.

Page 13: Revista Petrópolis

A genealogia

faz parte da

minha vida.

,, ,,

localizada a avenida Barão do Rio Branco e ruas adjacentes. Também posso citar o quarteirão Palatinato Superior, onde nasce o rio Palatino, antigo Córrego Seco. O local hoje é conhecido como Morin, por causa de uma família que morou no local em meados do século XIX. Mas este não é o nome correto do local, ou seja, não pertence à planta oficial do primeiro distrito. Esses nomes deveriam voltar a ser utilizados nos letreiros dos ônibus, nas placas. Deveriam voltar a fazer parte do dia a dia do petropolitano.

R.P. - Quais foram as principais contribuições que a cultura alemã proporcionou para Petrópolis?

P.R. - Posso destacar contribuições na culinária, em pratos como o chucrute – refeição feita com repolho fermentado naturalmente, com condimentos. Também tivemos uma expressiva contribuição na arte da construção civil, onde é importante destacar o esforço e sucesso dos colonos, que ergueram, com as próprias mãos, as casas onde moravam. Outro fator que devo citar foi o desenvolvimento de veículos como charretes e carroças.

R.P. - O que o senhor percebe atualmente dessa cultura como parte do dia a dia do petropolitano?

P.R. - Em um passeio pela cidade, quando olhamos para os lados, é possível perceber traços da arquitetura germânica, mesmo nas construções atuais, que fazem uso do estilo enxaimel – técnica que resulta em paredes montadas com f i letes de madeira encaixados entre si. Existem também res tau ran tes que se r vem p ra tos germânicos. Mas, como parte de um processo natural, parte dessa cultura ficou para trás. Lembro-me que antigamente existiam “rezadeiras” descendentes de famílias alemãs, mas hoje em dia não as encontro mais.

R.P. - Em Petrópolis é possível celebrar parte dessa cultura em festas como a Bauernfest, que atrai turistas de várias partes do Brasil e do mundo. Para você, qual a importância de ter eventos como estes?

P.R. - A Bauernfest e outros eventos, como os realizados pela Igreja Luterana, são uma forma de resgatar as tradições. Assim, não deixamos em branco a história germânica. Esse ano, com a volta da Bohemia, a B a u e r n f e s t t o r n a - s e a i n d a m a i s interessante, já que o povo germânico tem essa cultura cervejeira. Na cidade temos até um descendente de colonizadores, da família Maiworm, que ainda hoje produz

Revista Petrópolis - Como trineto de colonizadores alemães, o senhor despertou o interesse pela genealogia. O que o levou a tornar-se um estudioso das influências germânicas em Petrópolis?

Paulo Roberto - Esse interesse veio em 1979, quando eu tinha 37 anos. Na época eu trabalhava como projetista da extinta Telerj (Telecomunicações do Estado do Rio de Janeiro) e fui indicado pelos meus parentes para auxiliar no trabalho de um historiador que estava estudando a família Noel, a qual pertenço. Assim conheci o genealogista Carlos Grandmasson Rheingantz, grande pesquisador das famílias alemãs que povoaram Petrópolis e fundador do Colégio Brasileiro de Genealogia e, posteriormente, meu mentor. Passei a auxiliar Carlos em pesquisas de outras famílias. Depois que e le desencarnou, em 1988, dei prosseguimento ao projeto. Com isso, conseguimos traçar a genealogia das 456 famílias germânicas colonizadoras de Petrópolis, representadas nos 361 apelidos que foram registrados no Obelisco - monumento comemorativo do primeiro centenário da emancipação de Petrópolis.

R.P. - Logo que os primeiros colonos alemães chegaram oficialmente a Petrópolis, no dia 29 de junho de 1845, encontraram que tipo de realidade?

P.R. - Gosto dessa história. Os colonos chegaram numa tarde de domingo, após subir a pé pelo então Caminho Real das Minas Gerais, ou “Caminho dos Mineiros”. Não era possível a subida em carroças ou montados a cavalos, pois podiam escorregar. Já a maioria das crianças e pertences subiram a serra em cestos, carregados por mulas. Em Petrópolis as terras prometidas ainda não estavam demarcadas, por isso os colonos ficaram alojados em barracões. Logo começaram a trabalhar como pedreiros; carpinteiros; marceneiros; segeiros, que eram os responsáveis pela construção de carroças e veículos semelhantes. Enfim, eram artífices empregados da província que aguardavam pela distribuição de terras.

R.P. - Essas terras foram divididas e receberam nomes especiais, batizadas por Júlio Frederico Koeler, engenheiro alemão e um dos responsáveis pela criação da colônia. Como foi este processo?

P.R. - Primeiramente foi feita uma divisão em prazos de terra, que em conjunto formavam os quarteirões. Nestes quarteirões, Koeler buscou homenagear o local determinado de onde saíram os colonos. Temos assim os quarteirões Ingelheim; Mosela em uma alusão ao rio Mosel; Siméria; Bingen e Castelânea, entre outros. Infelizmente, hoje em dia o nome de alguns quarteirões oficiais caiu em desuso. É o caso, por exemplo, do quarteirão Westphalia, onde está

cervejas artesanais em um espaço na própria casa.

R.P. - Como funciona seu processo de pesquisa para encontrar essas raízes familiares?

P.R. - Durante as pesquisas nada se pode desprezar. Quero dizer com isso que devemos estar atentos a todos os escritos. Antigas bíblias luteranas, por exemplo, são uma boa fonte, pois contêm os nomes completos das famílias. Já para a parte mais sólida da pesquisa, utilizo os registros religiosos presentes em livros de batizado, casamento e óbito. Em um próximo passo vou à casa da família, analiso arquivos como fotografias e passaportes, faço entrevistas. De qualquer maneira esses depoimentos devem ser sempre checados, já que o ser humano tem a tendência de “aumentar histórias”. O mais interessante desse trabalho é, a partir do conteúdo coletado, poder escrever uma história. Retratar a vida de construtores, marceneiros que venceram e conquistaram vidas dignas para filhos e netos.

R.P. - Enquanto genealogista, pesquisador das famílias de colonos germânicos, o senhor já se deparou com muitas histórias. O que encontrou de mais inusitado?

P.R. - Pesquisava a árvore genealógica de uma família, quando me deparei com o nome de uma jovem que causou confusão. Posso dizer que essa moça, então mãe de dois filhos, não tinha, de todos, o melhor casamento. Em um determinado momento da vida ela se separa e vai morar na casa de um tio. Durante esse momento de transição ela estava grávida e deu a luz já na nova residência. Condolente, o tio resolve batizar o bebê com o nome dele. No final, o sobrinho tinha o mesmo nome do tio! Com isso, gastei alguns meses de trabalho até conseguir descobrir a chave que explicava a história toda. É um trabalho que causa confusão às vezes. Já fui até xingado por uma senhora que ficou ofendida quando perguntei a ela sobre a história de seus antepassados.

R.P. - O que significa para o senhor resgatar essas histórias?

P.R. - Vivenciar isso, resgatar histórias, aprofundar meu conhecimento a respeito do passado, tudo isso me faz crescer a cada dia. A genealogia faz parte da minha vida.

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B i s b i l h o t e c aB i s b i l h o t e c aG a b r i e l a M i s t r a l

G a b r i e l a M i s t r a lB i s b i l h o t e c a

B i s b i l h o t e c a

“EXTRA EXTRA, NACHRICHTEN”Texto: Bruno Rodrigues l Fotos: Isabela Lisboa

frase em alemão quer dizer “Extra extra, notícias!”, e

provavelmente era ouvida por quem passava pela

Praça da Liberdade no começo do século passado.

Numa cidade de colonização germânica, nada mais natural do

que existirem veículos de comunicação voltados para este

público. E eles existiram. Inteiramente escrito em alemão,

inclusive as propagandas, o Nachrichten ou, em tradução livre

“Notícia”, foi criado por Edmund Hess, Felipe Bretz e Jacó

Baldner. Em 1900, ele era publicado de forma independente, com

o auxílio da comunidade colona.

A primeira edição do Nachrichten foi impressa em 14 de novembro

de 1900. De interesse dos germano-brasileiros, o jornal era

publicado duas vezes por semana, às quartas-feiras e aos

sábados, e tinha a Praça da Liberdade como local de sua

tipografia.

Em termos de conteúdo, o Nachrichten não se diferenciava dos

jornais de hoje em dia. Suas características eram informativas,

noticiosas e sociais, com grande número de propagandas

comerciais, principalmente do pequeno comércio germânico, com

destaque para as lojas dos bairros Bingen e Mosela que

anunciavam no periódico. Além disso, editoriais comentados com

informações nacionais e internacionais também faziam parte da

composição do jornal.

AO veículo, por meio do seu editor-redator, Edmund Hess, ou

Edmundo, como aqui era chamado, se envolveu em algumas

polêmicas: dentre os motivos, estavam o desprezo do jornal

pela importância do imperador no processo de povoamento da

cidade, além de diversos episódios de discussões relacionadas

ao nacionalismo.

A importância desse jornal se dá não somente pela sua

relevância documental, mas pelo momento social vivido pelos

germânicos em Petrópolis como consequência da Primeira

Guerra Mundial e a situação caótica da Alemanha ao final dos

conflitos bélicos, nesse período.

Em Petrópolis, o Nachrichten vinha sofrendo ação de

empastelamento como explica o historiador e especialista no

século XX, professor Oazinguito Ferreira. “A população dirigiu-

se para a Praça da Liberdade depredando, além das instalações

do jornal, um hotel que, na época, ficava onde

atualmente está localizada a Praça 14 Bis”.

Em outubro de 1917, este veículo parou de circular. Seu

formato era pequeno, não chegava a ser reconhecido

como um tablóide, e era impresso em quatro páginas,

divididas em três colunas, com 28 x 22 cm cada. Na

Biblioteca Municipal Gabriela Mistral há uma coleção

composta por três volumes que compreende os anos de

1911 a 1917, onde é possível constatar estas

informações.

Antes do Nachrichten, outros dois jornais em alemão, de existência

efêmera, foram editados na cidade: o Brasília e o Germânia. O

primeiro foi criado em 1858 por G. F. Bush e foi impresso na quarta

página do primeiro jornal petropolitano: “O Mercantil”. O Brasília teve

diversas interrupções durante o período em que foi impresso, até que

em 1862 foi definitivamente suspenso.

Já o Germânia começou a ser publicado em 1864, por Pedro Mueller,

proprietário e editor do jornal, devido à demanda da comunidade

alemã. Durante cerca de 10 anos foi distribuído ininterruptamente

quando, em 1874, foi passado a Richard Matthes, e começou a ser

distribuído com o título de Algemeine Deutsche Zeitunf, no Rio de

Janeiro. Em 1888, esse veículo também deixaria de existir.

PRECURSORES DA NOTÍCIA EM ALEMÃO

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