Revista Petrópolis

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Tesouros da Cidade Entrevista Clélia Regina Ramos Cerâmica Luiz Salvador Midiateca Vitral [] + Petrópolis Rio de Janeiro Maio 2012 Distribuição Gratuita Nº 36 Confira a Programação Cultural Acervo Multimídia da Biblioteca Outono: um convite à Serra

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Edição 36 - Maio de 2012

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Page 1: Revista Petrópolis

Tesouros da Cidade

Entrevista

Clélia Regina Ramos Cerâmica

Luiz Salvador

Midiateca

Vitral

[ ]+

PetrópolisRio de JaneiroMaio 2012Distribuição Gratuita

Nº 36Confira aProgramação Cultural

Acervo Multimídia da Biblioteca

Outono: um convite à Serra

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as cores amarela e roxodas maieiras e das quaresmeiras

mais de 30 trilhas

Dias ensolarados e noites que convidam a

encontros mais intimistas. A estação mais bonita de

Petrópolis chegou. Precedendo a alta estação da

região serrana, o outono oferece a turistas e

petropolitanos, a beleza da Mata Atlântica que

recebe as cores amarela e roxo, das maieiras e das

quaresmeiras (árvores nativas da região),

emolduradas por um céu azul cinematográfico.

As temperaturas que variam de 16 a 28 graus, dão

o clima ideal para quem curte passeios e encontros

ao ar livre. E, em Petrópolis, opções não faltam.

Para os mais “baladeiros”, acontece até o dia 06 de

Maio, o Petrópolis Rural e a Festa do Trabalhador

que, desde o dia 13 de abril, vem agitando a

Cidade, com diversas atrações e grandes shows.

Este mês a animação fica por conta de Diante do

Trono, Jammil e Uma Noites e Cesar Menotti e

Fabiano (veja programação completa no encarte

d a R e v i s t a P e t r ó p o l i s o u a c e s s e

www.petropolis.rj.gov.br).

Já para os apaixonados pela História do Brasil, o

Circuito a pé do Centro Histórico oferece um roteiro

com os principais pontos turísticos da cidade como:

Museu Imperial, Catedral São Pedro de Alcântara,

Palácio de Cristal, Museu Casa de Santos Dumont

e Centro Cultura 14 Bis, Palácio Rio Negro, entre

outros. Ou seja, uma bela caminhada entre as ruas

mais charmosas da Cidade Imperial.

Para quem prefere um contato maior com a

natureza, mas não deseja embrenhar-se mata

fechada adentro, os Parques: Cremerie, Municipal

de Petrópolis e o recém inaugurado Parque Natural

Municipal de Petrópolis, na avenida Ipiranga, são

opções imperdíveis para momentos de

contemplação e atividades físicas.

Agora, para os aventureiros de plantão, foi

inaugurada em abr i l , a temporada de

montanhismo. Com mais de 30 trilhas, nos mais

variados níveis, é um verdadeiro paraíso para os

amantes desta modalidade. Há ainda opções mais

radicais como voo livre, alpinismo, cascading e

canyoning.

Entre as opções que dão água na boca, está o

imperdível passeio pelo Hortomercado Municipal

que, além de vender os melhores produtos naturais

da região, ainda conta com a cerveja geladinha e o

melhor pastel da cidade no Bar do Horto.

Estas são apenas “algumas” das tantas

possibilidades que Petrópolis oferece, a você leitor,

momentos inesquecíveis na serra. Não é a toa que,

em maio, hotéis e pousadas começam a registrar

um aumento significativo na ocupação dos fins de

semana e o comércio aquece suas vendas com a

chegada do Dia das Mães. Que por sinal, merece

uma programação mais que especial. Então, não

espere mais: dê Petrópolis de presente!

Outono: um convite para dias inesquecíveis

Page 4: Revista Petrópolis

A REVISTA DA CULTURA E DO TURISMO

PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi

FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Gilson Domingos

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP)

GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack

DESIGN GRÁFICO: DOM Criatividade | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma

CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201

Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares

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mais residências de veraneio no distrito e arredores. Esta parte abastada da sociedade se encanta com as peças utilitárias e decorativas, dando novo status aos produtos Luiz Salvador. A fábrica passa então por um processo de modernização e ampliação, produzindo a níveis industriais. Com a expansão das vendas, a marca LS é reconhecida em todo o país como produtora de faiança de excelente qualidade.

Em 2001, a Cerâmica Luiz Salvador passa a ser comandada pelo empresário José Marcelino Albernaz que, mantendo o “estilo” Luiz Salvador, adequou os produtos da empresa ao crescimento do mercado de produtos utilitários, mais conhecidos como tableware. Assim, transformou louças do dia a dia, em verdadeiros objetos de desejo, ditados por tendências de estilistas e decoradores da moda.

“A Luiz Salvador, na verdade, é um grande ateliê. Existe uma produção muito grande, mas todas de forma artesanal”; declara Marcelino.

Atualmente, a Cerâmica Luiz Salvador, possui mais de 90 trabalhadores, destes, 30 são artistas-pintores que, de forma totalmente artesanal, produzem cerca de 1.300 modelos de cerâmicas. A produção mensal é de 50 mil peças.

A loja localizada em um shopping temático gastronômico e de decoração, anexa à antiga fábrica (a atual está localizada no bairro Madame Machado), é responsável por 40% das vendas, enquanto os remanescentes 60% se destinam à lojas especializadas em decoração, louças e presentes, localizadas nas principais capitais brasileiras.

arada obrigatória para quem vai a Itaipava, a Cerâmica Luiz Salvador há 60 anos produz, de

forma artesanal, peças utilitárias e decorativas, mesclando a sua história com o próprio

desenvolvimento do distrito.

Fundada em 1952, pelo ceramista português Luiz Salvador, transformou-se em referência e, hoje, seus produtos são comercializados por todo o Brasil, levando o nome da Cidade Imperial, inclusive, para o exterior.

Luiz Salvador chegou ao Brasil em 1950. Com larga experiência adquirida nos ateliers da Cerâmica Raul da Bernarda - indústria de renome nacional localizada em Alcobaça, Portugal -, onde dirigia o setor de pintura, reuniu suas economias e encontrou em Itaipava, o local ideal para construir sua fábrica. Afinal, entre as décadas de 1920 e 1950, o 3º distrito de Petrópolis possuía um grande polo de cerâmicas com cerca de 40 fábricas.

Com a ajuda de companheiros portugueses, dava início assim, à produção do que viria a ser mais tarde, o sonho de consumo da elite carioca.

Especialista em faiança – cerâmica típica portuguesa, que após receber pintura passa por um processo de vitrificação – Luiz Salvador precisou adaptar-se às condições e matérias-primas locais. Desta maneira, foi sendo criado um acervo de peças semelhantes às portuguesas, mas com as influências locais de cores e tons mais claros e abertos.

Homem de talento, Luiz Salvador desenvolveu em torno de sua Cerâmica toda uma escola de ceramistas que, desde muito jovens, recebiam dele e de outros artistas os ensinamentos da profissão.

A fábrica toma impulso na era JK, a c o m p a n h a n d o o r i t m o desenvolvimentista da época e a grande circulação da elite carioca em Itaipava que, adquiriam cada vez

Serviço:

Cerâmica Luiz Salvador

Estrada União e Indústria, 10.588 - Itaipava

Tel: (24) 2222-2712

Site: www.ceramicaluizsalvador.com.br

Page 6: Revista Petrópolis

Desde o dia 13 de abril, o Petrópolis Rural vem agitando a Cidade com

diversas atrações e grandes shows para toda a família.

Além dos já tradicionais leilões de equinos, quem visitar o Petrópolis

Rural também poderá se divertir no Parque de Diversões e conferir a

exposição de animais, mini fazenda e conhecer e adquirir os produtos de

nossa terra no Galpão do Produtor e na Feira de Artesanato.

Já a tradicional Festa do Trabalhador, traz para o público no dia 1º de

Maio, shows, ações sociais, atividades esportivas e culturais.

Confira a programação completa no encarte da Revista Petrópolis ou

Disque-Turismo 0800 024 15 16 / www.petropolis.rj.gov.br.

Corredor Cultural Petrópolis

Foi realizada no dia 16 de abril, no Centro de Cultura Raul de Leoni a Audiência

Pública: Sistemas de Cultura Região Serrana, com autoridades municipais,

estaduais e federais. Organizada em conjunto com o Fórum Serrano de

Gestores Públicos de Cultura e sob a presidência do deputado estadual

Robson Leite, da Comissão de Cultura da Alerj, a audiência destacou

Petrópolis como a cidade mais avançada na implantação do Sistema

Municipal de Cultura, além de debater a importância da implementação do

Sistema nos municípios da Região Serrana.

Estiveram presentes o Secretário de Articulação Institucional do Minc, João

Roberto Peixe; a deputada federal Jandira Feghali, presidente da Frente Parlamentar Mista da Cultura; o

presidente da FCTP Gilson Domingos; o presidente do CMC Leonardo Randolfo, o Presidente do Fórum de

Gestores de Cultura da Região Serrana, Silvio Leal, gestores de cultura de onze municípios e outros.

Apresentado à comunidade no Theatro D. Pedro, no dia 10 de abril, o Projeto

Corredor Cultural tem por objetivo criar uma zona especial destinada ao

desenvolvimento de atividades culturais e artísticas no Centro Histórico,

favorecendo a preservação do patrimônio tombado, assim como o desenvolvimento

da arte e do turismo na cidade. Em fase de elaboração, o projeto está fazendo um

estudo de impacto ambiental de vizinhança e pretende ainda propor ao poder

público, ações para regulamentação e funcionamento das atividades econômicas

na região. O projeto prevê ainda o encaminhamento de propostas de alteração na

legislação urbanística, tributária e de posturas municipais.

Petrópolis Rural e Festa do Trabalhador

Sistemas de Cultura em debate

Fotos: divulgação

Foto: Isabela Lisboa

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Inaugurado o Centro Cultural 14 Bis Com projeto de acessibilidade pioneiro no estado do Rio de Janeiro,

foi inaugurado, no dia 30 de março, o Centro Cultural 14 Bis, anexo à

Casa de Santos Dumont. O novo espaço, que contou com recursos

dos Governos Federal, Estadual e Municipal, disponibiliza para

pessoas com algum tipo de deficiência, física, visual ou auditiva,

recursos para conhecer da história do Pai da Aviação. Conta com

maquete tátil interna e externa, DVD em Libras, catálogo em Braille e

áudio guide. O espaço conta ainda com oficinas pedagógicas, café

temático, salas multimídia e de exposições, sala de convivência e

guias para visitas orientadas em português, inglês e espanhol.

Fórum Nacional de Cidades Históricas e TurísticasA Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis esteve presente no 3º Fórum

Nacional de Cidades Históricas e Turísticas, realizado entre os dias 11 e 14 de

abril, em Santa Maria-RS. O objetivo do Fórum foi definir estratégias de

comercialização conjunta entre os municípios brasileiros, em conjunto com o

Ministério do Turismo. Na ocasião, foi lançado pelo Ministro do Turismo, Gastão

Vieira, o projeto Passe+História, que visa valorizar as cidades históricas, por

meio da integração de destinos culturais, e aumentar o fluxo turístico interno no

país. O projeto que se constituirá em um portal na internet, congregará as cidades

históricas do país, mapeadas pelo Mtur, com objetivo de facilitar a visitação de

turistas em sítios históricos, por meio da aquisição do Cartão Passe + História

.

No trilho certo Foi assinado no dia 23 de março, o Acordo de Cooperação Técnica

entre as Prefeituras de Petrópolis, Magé e o Governo do Estado, com o

objetivo de desenvolvimento de estudos e ações que estabeleçam

condições técnicas, operacionais e econômicas necessárias à

reativação da Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará. Primeira

ferrovia do Brasil, a Estrada de Ferro foi inaugurada em 1854, com a

presença do Imperador Dom Pedro II. A reativação dessa ferrovia é um

antigo sonho petropolitano, que trará benefícios de ordem econômica,

turística e ambiental para Petrópolis e outros municípios.

Paróquia vira Santuário em Corrêas Já está aberto como local de peregrinações o novo Santuário Mariano N. Sª do Amor Divino,

em Corrêas. Transformada em santuário pelo então Bispo D. Filippo Santoro, em dezembro de

2011, a paróquia está estruturada para receber devotos marianos com missas e confissões em

vários horários, como local de referência especial à fé cristã. Sob a direção do pároco e reitor,

padre Antonio Carlos S. Cardoso, o santuário conta com visitação de segunda a sexta-feira,

das 14h30 às 18h30, com programação diária de orações e novenas. Os horários de missas

são: segundas-feiras, às 18h30; terças e quartas-feiras, às 12h e 18h30; quintas e sextas-

feiras, às 7h e 18h30; sábados, às 18h30 e domingos, às 7h, 10h e 18h30.

Fotos: Isabela Lisboa

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Foto: Thassiani Porto / Prefeitura de Santa Maria (RS).

Foto: divulgação

Page 8: Revista Petrópolis

Passeando pelo Império

As tardes na Cidade Imperial são convidativas para um passeio

pelo Centro Histórico. A pé ou a bordo de uma das charmosas

vitórias, um trajeto curto revela algumas das principais belezas do

Império, da Catedral de São Pedro de Alcântara ao Palácio de

Cristal, passando pela própria casa de veraneio do Imperador, o

Museu Imperial, a "Encantada" de Santos Dumont e o Relógio

das Flores.

Fazendo jus à sua vocação histórica, a Avenida Koeler encanta

os entusiastas por arquitetura. Uma das principais ruas da cidade

é o endereço não só de casarões icônicos do século XIX, mas

também do Palácio Rio Negro, residência de verão do Presidente

da República. O imóvel já recebeu as ilustres visitas de Getúlio

Vargas e Juscelino Kubstichek, entre outros.

Outro cartão postal da cidade conta com uma vista deslumbrante.

A torre da Catedral de São Pedro de Alcântara é aberta para

visitação e, nela, é possível subir até o campanário, onde ficam

cinco sinos de bronze, e ver o Centro Histórico por um novo

ângulo, a 70 metros de altura. Além disso, é oferecida visita

guiada pela história da igreja cuja pedra fundamental foi lançada

pelo próprio D. Pedro II e sua filha, a Princesa Isabel.

Um encontro com a Mata Atlântica

Mas Petrópolis não é conhecida só por sua história. Não é à toa que

D. Pedro II prolongava seus verões na cidade, que era a sede da

corte até seis meses por ano. Fascinado pelas ciências, o

Imperador dedicou a entrada do Palácio a um de seus assuntos

preferidos: a botânica. O jardim do Museu Imperial é uma

verdadeira coleção de exemplares tanto da fauna quanto da flora,

no coração de Petrópolis.

São cerca de 100 espécies de plantas de todo o mundo – entre elas

o pau-brasil, a palmeira imperial, o ipê, o cambucá, a pataca, o pau-

ferro, o ingá e diversas árvores frutíferas, como a jaqueira, a

cerejeira e o abacateiro. Ao passear pelo jardim, é possível

encontrar pelo caminho espécies de aves, esquilos, micos e

insetos.

s folhas que insistem em cair das árvores, os belos

dias ensolarados e as noites de clima ameno

indicam: o outono chegou. A estação é

considerada apenas uma transição entre os

dias quentes de verão e as baixas temperaturas do inverno

característico da serra fluminense, mas em Petrópolis esse

período ganha um charme pra lá de especial. A época é pouco

chuvosa e garante dias mais belos, com temperaturas agradáveis

e noites estreladas.

Texto: Fotos: Alexandre Peixoto, Isabela Lisboa, Jaci Corrêa, Ná Gabrich e divulgação

Nathália Pandeló

Page 9: Revista Petrópolis

Localizada em um ponto privilegiado da serra fluminense, a cidade

conta com uma vasta área de vegetação, inclusive no Centro

Histórico. Inaugurado em abril, o Parque Natural Municipal de

Petrópolis é uma área de preservação ambiental com 16,7 hectares

em estágio avançado de Mata Atlântica. O espaço é uma das

melhores opções para quem busca contato com a natureza, além de

disponibilizar duas trilhas de caminhadas em níveis leve e

moderado.

As cores do outono não passam despercebidas. Elas estão no

amarelo da maieira e nos tons de roxo da quaresmeira, árvores que

florescem nessa época do ano. Os amantes da natureza também

podem passar os dias de sol no Parque Cremerie, outra área de

preservação ambiental. Seus 47 mil m² oferecem quadras

esportivas, piscina, pedalinhos e playground, além do contato com a

fauna e a flora.

Em Itaipava, o Parque Municipal é a melhor opção de lazer ao ar

livre no terceiro distrito, oferecendo uma área ampla para as mais

diversas atividades como caminhada, ciclismo, corrida e outros

esportes.

Aventura na serra

Foi aberta em abril a temporada de turismo de aventura em

Petrópolis, que se estende até outubro, época ideal para a prática

de atividades em meio à natureza, sejam elas por terra, ar ou água.

Para quem prefere a adrenalina, não faltam opções para todos os

níveis de preparo físico. No Parque Nacional da Serra dos Órgãos,

referência em todo o país para a prática de montanhismo, é feita a

travessia Petrópolis-Teresópolis, uma das mais bonitas do Brasil.

O trajeto de 34 quilômetros começa no bairro do Bonfim, em

Corrêas, e é dividido em três trechos: o Castelo Morro do Açu, a

Pedra do Sino e a chegada a Teresópolis – um percurso que dura

três dias e deve ser feito com o apoio de um guia especializado.

Trilhas para iniciantes, como a que leva até a cachoeira Véu da

Noiva, também são populares entre os frequentadores do parque,

que tem a maior rede de trilhas do país, somando 130 quilômetros.

O Morro do Bonet, na região do Rocio, é uma trilha com trechos

íngremes e erodidos, ideal para quem prefere circuitos mais curtos,

dificultando parte do trajeto até seu pico, a 1.552 metros de altitude.

O esforço vale a pena, já que proporciona vista para um lindo vale.

Uma das tradições em esportes da cidade é o voo livre, graças ao

seu desenho geográfico, que favorece o desenvolvimento de

correntes termais. O ponto mais popular para essa prática é a

Rampa do Siméria, onde é possível se aventurar pelos ares em

voos solo ou duplo, com o acompanhamento de um instrutor

especializado.

Quem prefere a água tem à sua disposição mais de 20

cachoeiras, oferecendo condições favoráveis para esportes

como o cascading, ou seja, o rapel em cachoeiras, ou o

canyoning, que consiste na travessia da água em que é

necessário vencer obstáculos naturais através de rapel e

pequenas escaladas. O Bonfim é ideal para a prática de ambas

as modalidades.

Já as 200 vias catalogadas em 33 montanhas oferecem opções

diversas para os amantes da escalada, tornando a cidade um dos

mais importantes centros de alpinismo em rocha do país. Os

destaques são a Maria Comprida, o Alcobaça, a Mãe D'Água e a

Pedra do Cortiço.

Noites românticas

As noites de outono são tão agradáveis quanto os dias

ensolarados. Durante a estação, o período noturno é mais longo,

e o clima intimista convida para encontros, seja entre amigos ou

com alguém especial, degustando as cervejas de produção local

ou apreciando vinhos.

O Vale dos Gourmets, que compreende uma variedade de

restaurantes concentrados na área de Itaipava, é o destino

preferido dos apreciadores da gastronomia. Não por acaso, a

serra petropolitana atrai muitos casais apaixonados, graças ao

seu romantismo, proporcionando noites agradáveis a dois.

O outono na cidade precede o início da alta temporada, com a

chegada do inverno, o ponto alto do charme na serra. Seja

fazendo compras, conhecendo prédios históricos, se

aventurando nas montanhas ou apreciando um bom vinho, o

outono por aqui encanta a todos os gostos. Um brinde a isso.

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recém-inaugurado Parque Natural Municipal de Petrópolis, na Avenida Ipiranga, onde é possível apreciar a paisagem em caminhadas por trilhas de dificuldade baixa e moderada.

Mãe estressada? Não! Uma boa pedida para amenizar a agitação do dia a dia são os Spas. A alternativa visa fornecer momentos de bem-estar, um luxo cada vez mais desejado entre as mulheres. Petrópolis hoje conta com uma grande quantidade de estabelecimentos prestadores do serviço. Com o Day use, é possível desfrutar de um dia completo no local, com refeições balanceadas e uma série de atividades. Os preços costumam variar entre R$ 190 e R$ 600. Para massagens relaxantes e tratamentos estéticos alternativos existem pacotes personalizados, que podem sair a partir de R$ 230. “Este é um presente diferente de todos porque é também um cuidado, uma forma de retribuição. É um carinho para cuidar de quem sempre cuida da gente”, conta Robson Duarte, gerente de reservas do Spa Granja Brasil Resort.

Além de caprichar com a programação para um dia especial, lembre-se de garantir aquela lembrança com 'laço de fita'. Se estiver em dúvida sobre o presente ideal, aproveite! Em Petrópolis, a compra de recordações também é uma opção de lazer. Caso queira agradar com flores, inove na escolha de uma orquídea. Uma das opções é o Orquidário Binot, que traz ampla quantidade de espécies com valores que variam entre R$ 12 e R$ 150. Para investir em roupas e acessórios você tem três destinos certos: o Polo de Modas da Rua Teresa e do Bingen e a Feirinha de Itaipava. Nesta coleção outono-inverno opte pelas tendências em couro e tricô. Como tom principal aposte no vermelho, cor essencial da estação. E por falar em vermelho, uma última recomendação. Mantenha em mente o principal significado da data... o amor!

ma comemoração tradicional que chega com novidades em 2012. Para tornar

especial este Dia das Mães, Petrópolis traz opções diversificadas para presentes e

passeios, além da gastronomia renomada que atrai visitantes de todo o mundo. Com estes

atributos, a Cidade Imperial destaca-se como uma alternativa completa, que promete agradar a todos os estilos e alegrar os maiores corações do mundo. Só não vale deixar de escrever um cartão! Afinal, como não ser sentimental no Dia das Mães?

Ter a família reunida em volta da mesa é sinônimo de felicidade para muitas mães. Se a vontade é tirá-la da cozinha, selecione uma das inúmeras opções de restaurantes do quinto melhor polo gastronômico do país, o 'Vale dos Gourmets'. Para Sebastião Malta, sócio do restaurante Parrô do Valentim, em Itaipava, uma sugestão para a data é a tradicional bacalhoada. “Bacalhau em lascas com batatas, cebolas, azeitonas e azeite. Uma ótima opção para agradar às mães”, conta ele. Para preservar o clima de harmonia, a dica é reservar os lugares com antecedência, já que no dia da comemoração os estabelecimentos costumam ficar lotados.

Passeios com muitas fotos também devem incrementar o roteiro. Aproveite para visitar pontos turísticos como o Museu Casa de Santos Dumont, que recentemente inaugurou o Centro Cultural 14 Bis, um anexo inteiramente adaptado para a visitação de pessoas com deficiência, seja ela auditiva, visual ou de locomoção. Como parte da programação cultural, inclua ainda o Trono de Fátima, a Catedral São Pedro de Alcântara e uma ida ao Museu Imperial, com entrada gratuita no dia 13 de maio. Para relaxar, aproveite o

Texto: Carolina Tollstadius l Colaboração: Leonardo Cerqueira l Fotos: Ná Gabrich e divulgação

U

Page 11: Revista Petrópolis

interessante porque vem oferecer o conteúdo na linguagem que já é familiar para eles. O nosso objetivo é cada vez mais democratizar o conhecimento, principalmente sendo esta uma biblioteca pública” - afirma Maria Luísa.

Entre os títulos doados pela Editora estão histórias infantis como “O Gato de Botas”, “Uma Aventura do Saci Pererê”, “O Soldadinho de Chumbo, “João e Maria” e as fábulas: “A Cigarra e a Formiga”, “A Galinha dos Ovos de Ouro” e “A Coruja e a Águia”.

Além do acervo comum a todos os usuários, há uma gama de suportes voltados para os cidadãos com deficiência auditiva e visual - cujo acesso através da internet está sendo reformulado e adaptado, para ser visto através do site da Prefeitura de Petrópolis, no link da Biblioteca Municipal. São livros digitais em Libras, livros editados em Braille (método de leitura para deficientes visuais), livros falados (com narração especial)– estes últimos vão desde os clássicos autores como Machado de Assis e José de Alencar, até romances policiais como da escritora Agatha Christie, entre outros, provenientes da Fundação Dorina Nowill, de São Paulo.

Com temas diversos a Midiateca oferece a oportunidade a estes usuários de maior acesso à informação, desfrutando cada vez mais do conhecimento.

Todos nós, que aprendemos a ler de forma vocalizada e lemos pelos métodos convencionais, nem imaginamos as técnicas já desenvolvidas para ajudar os deficientes auditivos e visuais a terem acesso à leitura. A sociedade e os profissionais envolvidos com o mundo do conhecimento estão constantemente buscando novas mídias, no sentido de permitir que um maior número de pessoas tenham acesso à informação e à cultura. Desta forma, o processo de inclusão de uma parcela da sociedade com necessidades e d u c a c i o n a i s e s p e c i a i s , t e m s e a m p l i a d o significativamente.

A Biblioteca Central Municipal Gabriela Mistral, terceira maior do Estado, com 150 mil volumes, há muitos anos possui livros para deficientes visuais. A partir de um acervo que a biblioteca vem reunindo, com CDs, DVDs e CD-Roms, houve a motivação para criar uma nova seção, a Midiateca.

Com 424 volumes, a Biblioteca já vinha atendendo a todos os tipos de usuário com essa variedade de mídias. Entretanto, ainda faltava oferecer opções diferenciadas para dar mais acesso aos deficientes auditivos. Através de uma doação da Editora Arara Azul (veja entrevista na pág.12) esta lacuna foi preenchida e agora a Midiateca conta com livros digitais, em CD-Rom, cujo conteúdo vem com a Linguagem Brasileira de Sinais—Libras, além do texto impresso.

Segundo a gerente da Biblioteca Municipal há 17 anos, Maria Luísa Rocha Melo, o novo acervo está sendo ainda catalogado e classificado. A Editora Arara Azul é a única que produz esse tipo de trabalho no Brasil. O conteúdo visual em Libras é importante para os deficientes auditivos porque o canal perceptual deles funciona de outra forma, por ser uma língua de modalidade gestual-visual.

“Esse acervo é ainda pouco conhecido e muito recente na Biblioteca Municipal. Os deficientes auditivos têm uma percepção diferente da leitura e esse novo material é muito

Texto: Marilízia de Azevedo l Fotos: Isabela Lisboa

Maria Luísa Rocha Melo - gerente da Biblioteca Municipal

Page 12: Revista Petrópolis

EntrevistaEntrevista

ornalista de profissão, Clélia Regina

Ramos, uma paulista radicada em

Petrópolis há 15 anos, é uma dessas

pessoas que depois de viver no Rio

de Janeiro se apaixonou pela Cidade

Imperial. Doutora em Semiologia e

Ciência da Literatura, ambas pela UFRJ,

está à frente da Editora Arara Azul, que fundou em

Petrópolis com o marido, Mario Malagoti Neto.

Seria essa uma atividade comum, não fosse ela

especializada em livros digitais para deficientes

auditivos - caminho esse ao qual foram

conduzidos pelo amor, após o nascimento do

único filho, Toríbio, com surdez. O casal fez dessa

experiência uma empreitada rumo a um objetivo

altamente positivo, que tornou a Arara Azul a

única no Brasil a editar livros didáticos na versão Libras, realizando trabalho significativo junto ao MEC. No Brasil, mais

de 5% da população possui dificuldades auditivas de vários graus. Atualmente está em discussão, a inclusão dessa

fatia da sociedade, cujas necessidades educacionais são especiais.

Concedida a: Marilízia de Azevedo l Fotos: Isabela Lisboa

Page 13: Revista Petrópolis

Revista Petrópolis - Como e quando surgiu a Editora Arara Azul, e quais são seus objetivos?

Clélia Regina Ramos – A Editora surgiu como uma consequência dos estudos que eu vinha realizando desde 1991, cursando uma pós-graduação na UERJ e tendo contato com um grupo de profissionais que estavam trabalhando com projetos envolvendo surdos e a Libras/Língua Brasileira de Sinais.

Na verdade, antes disso, com o nascimento de meu filho surdo em 1985, comecei a me interessar por essa questão. Mas a entrada no “mundo surdo” realmente só começou em 1991. Como sou jornalista e já havia trabalhado como assistente de edição da Editora Francisco Alves por dois anos, meu marido e eu resolvemos fundar uma edi tora, especializada no tema surdez.

R.P. – O que difere o livro para deficientes auditivos dos livros comuns?

C.R.R. – Para as pessoas com surdez e que fazem uso da Língua de Sinais (Libras) essa “novidade”, que chamamos de Livro Digital em CD-ROM, é muito importante, ou seja, um livro bilíngue que traz o recurso de vídeo acoplado ao texto escrito. Assim, os surdos podem acessar todas as informações escritas também em suas Libras.

R.P. – Através do MEC estes livros têm chegado também aos alunos das escolas públicas. Fale um pouco sobre esta parceria.

C.R.R. – O MEC – Ministério da Educação e Cultura, acatando as diretrizes da Lei 10.436, de 24 de abril de 2002, conhecida como a “Lei de Libras”, regulamentada pelo Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, desde 2007, vem oferecendo os chamados Livros Didáticos Digitais Bilíngues Português/Libras, para os estudantes surdos cursando o Ensino Fundamental das escolas públicas brasileiras.

Até o momento a Editora Arara Azul produziu 25 volumes, atendendo mais de 80 mil alunos da rede. Mas é um projeto que exige ainda muito investimento...o mercado está aberto, já que os editais para livros didáticos garantem a aquisição desses materiais. O que faltam são editoras interessadas em produzir seus livros nesse formato. A Editora Arara Azul está estruturada para atender esta demanda e estamos lutando para que os estudantes surdos possam ter todo e qualquer livro didático na versão Libras.

R.P. - Trata-se de um trabalho pioneiro no Brasil?

C.R.R. – É a única no gênero no Brasil. Em termos mundiais, posso afirmar com certeza que o trabalho de edição de livros

didáticos (e com a distribuição gratuita realizada pelo MEC) só é realizado por nós. E aqui em Petrópolis!

R.P. - Por que a criança surda não aprende a falar naturalmente?

C.R.R. – Uma criança que nasce surda ou ensurdece antes de começar a falar, no caso dessa surdez ser profunda (lembrando que existem muitos tipos de surdez, indo desde a surdez moderada, severa até a profunda), terá grandes dificuldades para falar naturalmente.

Hoje em dia as técnicas de reabilitação fonoaudiológica, aliadas à eficiência dos aparelhos auditivos, permitem que em alguns anos de trabalho intenso a criança venha a oralizar. Mas isso dependerá de inúmeros fatores. Porém, mesmo que as condições do entorno sejam as melhores, muitas crianças terão grande dificuldade para falar corretamente e com clareza.

Acredito que com a ajuda da Libras, que é uma língua de aquisição natural para os surdos em situação de convívio social com a comunidade surda, é possível que as pessoas surdas sejam bilíngues e possam lidar com tranquilidade com as questões que envolvem a língua oral.

R.P. - Quais são as peculiaridades da comunidade de deficientes auditivos no sentido da aprendizagem e leitura?

C.R.R. – Eu gosto de exemplificar essa questão da seguinte maneira: se uma pessoa aprende inglês em uma escola americana, por exemplo, em um curso com duração de 3 anos, que é um tempo razoável para esse tipo de formação, e segue sozinho para uma viagem para a Austrália...desde a imigração ela vai começar a ficar perdida....são termos diferentes, sotaques estranhos...Claro que depois de alguns dias irá se acostumar. Mas podemos dizer que os surdos estão sempre chegando em um país estranho falando só um pouco da língua local.

A criança que ingressa na escola ainda sem poder compreender a língua oral de seu país, certamente terá problemas em seu let ramento. E isso acabará prejudicando sua aprendizagem como um

todo. É por isso que defendemos a utilização da Libras como língua de instrução.

R.P. - Fale sobre o projeto de criação do Centro de Produção de materiais para surdos.

C.R.R. – Temos um projeto há algum tempo, e que ainda temos esperança de poder desenvolver, que é a criação de um Centro de Produção de Materiais para Surdos. A ideia é a formação de profissionais surdos em diversas áreas para atendimento das necessidades de produção desse tipo de material: técnicos de informática, tradutores de Libras, técnicos de iluminação de estúdio, de filmagem e até mesmo maquiadores e figurinistas.

R.P. - Qual o percentual de deficientes auditivos no Brasil e em Petrópolis?

C.R.R. – O Censo 2010 do IBGE pesquisou a questão da deficiência auditiva da seguinte maneira: com uma divisão em três categorias, indo desde “alguma dificuldade para ouvir”, passando por “grande dificuldade para ouvir” e até “não consegue ouvir de modo algum”, chegou-se a um total de 9.723.363 de brasileiros, um índice de 5,09% da população. Aqueles que poderíamos chamar de “pessoas com surdez”, os que apresentam grande dificuldade para ouvir ou que não conseguem ouvir de modo algum, somam 2.147.366 (1,12% da população). A surdez se espalha “democraticamente” em todos os agrupamentos humanos, assim, ainda segundo os dados do Censo 2010, Petrópolis tem 295.917 residentes. Portanto, são mais ou menos 3.400 pessoas com surdez severa ou profunda em nossa cidade. Se pensarmos em ensurdecidos e pessoas com surdez leve, esse número chegará a 15 mil petropolitanos.

Gostar ia de convidar todos os petropolitanos a visitarem nosso site www.editora-arara-azul.com.br e conhecer um pouco mais sobre nosso trabalho. Qualquer informação, e-mails para [email protected] .

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Texto: Marilízia de Azevedo

Fotos: Acervo Arquivo Histórico Biblioteca Gabriela Mistral

ma das datas mais importantes para os brasileiros, a Abolição

da Escravatura, comemorada em 13 de maio, nos lembra o

sofrimento dos escravos e, sobretudo, a personalidade forte

da primeira mulher a governar o país. À Princesa Isabel foi reservada a

missão que mudou o Brasil e ela a desempenhou com grande galhardia.

Oito décadas depois de assinada a Lei Áurea, também no dia 13 de maio,

e não à toa, Petrópolis teve a alegria de sepultar os restos mortais da tão

querida Isabel e do marido, o Conde D´Eu, que, com honras civis e

militares foram finalmente depositados na Capela Imperial, na Catedral

de São Pedro de Alcântara, um dos principais pontos turísticos da

Cidade.

A preocupação da Princesa com os negros vinha desde a infância.

Contam os arquivos históricos, que ela se indignava diante da

humilhação aos escravos. Chefe de Estado por três vezes, teve efetiva

participação política no Segundo Reinado, quando atuou como Regente

do Império durante as viagens do pai. Proclamou a Lei do Ventre Livre,

em 1871, que garantia a liberdade aos filhos de escravos nascidos daí

em diante. Em 1888 realizou o grande sonho e assinou a Lei Áurea, com

pena de ouro maciço, peça de valor inestimável que se encontra no

Museu Imperial.

Nascida no Rio de Janeiro, a Princesa Isabel mantinha fortes laços

afetivos com Petrópolis e por reiteradas vezes manifestou o desejo de

ser sepultada na igreja que ela mandou construir. Na Catedral São Pedro

de Alcântara, seus pais, D. Pedro II e D. Thereza Christina, já estavam

sepultados quando a eles se juntaram os restos mortais da Redentora e

seu marido.

Isabel faleceu na França, em 1921, aos 75 anos de idade. Seu marido, D.

Luiz Felipe de Orleans, nascido na França, faleceu no Brasil em 1922 e

seu corpo foi removido para a terra natal. Somente em 1945 foi nomeada

uma Comissão Municipal de Trasladação, chefiada pelo então diretor do

Museu Imperial, Alcindo Sodré e pelo Almirante Thiers Fleming.

U Foi um acontecimento histórico de

grande envergadura para o Brasil e,

sobretudo, para Petrópolis que

realizava o antigo desejo e a honra de

acolher os restos mortais do casal. Há

na Biblioteca Municipal Gabriela

Mistral farto material fotográfico e

escrito, documentando o grande

evento do traslado dos corpos da

Princesa Isabel e do Conde D´Eu, que

durou dois dias. As cerimônias

tiveram início no dia 12 de maio de

1971, com a despedida na Igreja da

Irmandade de Nossa Senhora do

Rosário e de São Benedito dos Homens Pretos, no Rio de Janeiro, de

onde partiu o cortejo para Petrópolis. A primeira homenagem em terras

petropolitanas já acontecia na divisa com Caxias, pelos alunos da E. M.

D. Pedro de Alcântara, formados na passagem dos despojos num carro

do Exército. Do bairro Quitandinha até a Praça Princesa Isabel, no

Centro, todo o comércio fechou em sinal de respeito. Autoridades civis,

militares e eclesiásticas do município e do estado, descendentes da

família imperial brasileira e o povo, participaram ativamente. Os

Dragões da Independência, Fuzileiros Navais e a Banda do Batalhão

D. Pedro II, fizeram parte das homenagens, com honras de Chefe de

Estado, prestadas ao casal, que foram de intensa emoção para a

população. Os sinos da Catedral dobraram-se durante as solenidades,

na presença do presidente Emílio G. Médici e do Bispo D. Manoel P. da

C. Cintra.

A César Nunes Produções, que documentou grande parte da vida

petropolitana durante décadas, foi a única empresa a registrar o

acontecimento. Documentário distribuído a todo o Brasil ganhou o

título de “Hora da Justiça Histórica”, referindo-se ao fato de que esse

traslado foi considerado dívida de gratidão nacional.

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