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Máquinas e EquipamentosAs soluções tecnológicas para a indústria brasileira de Pet Food
Ano 3 / Edição 13 / Mar - Abr 2011 / www.editorastilo.com.br
Pet Food BrasilPet Food BrasilRevista
Expo Pet Food 2011Entra definitivamente para o calendário do segmento Pet Food
Máquinas e Equipamentos
Expo Pet Food 2011
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CAPA ed 13.pdf 1 14/04/11 12:15
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Máquinas e EquipamentosAs soluções tecnológicas para a indústria brasileira de Pet Food
Ano 3 / Edição 13 / Mar - Abr 2011 / www.editorastilo.com.br
Pet Food BrasilPet Food BrasilRevista
Expo Pet Food 2011Entra definitivamente para o calendário do segmento Pet Food
Máquinas e Equipamentos
Expo Pet Food 2011
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CAPA ed 13.pdf 1 14/04/11 12:15
Editorial
Edição 13Março/Abril 2011
Prezado Leitor Queremos aproveitar este espaço para agradecer todas as empresas parceiras e
amigos que acreditaram na Expo Pet Food e estiveram nos prestigiando, seja com
visitas ou expondo. Obtivemos um excelente resultado! Realizada entre os dias 30
e 31 de março, no Centro de Eventos São Luis, esta primeira edição, que aconteceu
juntamente com a 6ª Fenagra – Feira das Graxarias, contou com 35 expositores e
cerca de 3 mil visitantes, que na ocasião ainda puderam participar do 10° Congresso
Internacional de Graxarias, III Congresso e X Simpósio sobre Nutrição de Animais
de Estimação, os dois últimos realizados pelo CBNA – Colégio Brasileiro de
Nutrição Animal.
Na Revista Pet Food deste mês você fica por dentro de algumas novidades
e tendências mostradas pelos expositores e confere a opinião do mercado sobre
a iniciativa de promovermos a primeira feira técnica destinada ao mercado de
alimentação animal. A qualificação dos visitantes e a união de dois mercados
tão complementares quanto o de pet food e graxaria, foram alguns dos aspectos
apontados pelos expositores como altamente positivos.
Presentes na Expo Pet Food, os equipamentos e máquinas destinados à
indústria de alimentação animal também ganham destaque nas próximas páginas.
São moinhos, extrusoras, secadores e muitas outras soluções de alta tecnologia
apresentadas pelos principais players do mercado, que têm como missão atender
com excelência o mercado de pet food.
Boa Leitura!
Daniel Geraldes
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DiretorDaniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB [email protected]
Jornalista Colaboradora
Lia Freire - MTB 30222
PublicidadeLuiz Carlos Nogueira Lubos
Direção de Arte e ProduçãoLeonardo Piva
Conselho EditorialAulus Carciofi
Claudio MathiasDaniel GeraldesEverton Krabbe
Flavia SaadJosé Roberto Sartori
Vildes M. Scussel
Fontes Seção “Notícias” Anfal Pet, Pet Food Industry, Sindirações, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Agência Estadão,
Cepea/Esalq, Engormix, CBNA
Impressão Intergraf Ind.Gráfica Ltda
DistribuiçãoACF Alfonso Bovero
Editora StiloRua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 São Paulo (SP) - Cep: 04004-000
Fone: (11) 2384-0047
A Revista Pet Food Brasil é uma publicação bimestral da Editora Stilo que tem como público-alvo empresas
dos seguintes mercados: Indústrias de Pet Food, Fábricas de Ração Animal, Fornecedores de Máquinas e Equipamentos, Fornecedores de Insumos e Matérias
Primas, Frigoríficos, Graxarias, Palatabilizantes, Aditivos, Anti-Oxidante, Embalagens, Vitaminas, Minerais,
Corantes, Veterinários e Zootecnistas, Farmacologia, Pet Shops, Distribuidores, Informática/Automação
Industrial, Prestadores de Serviços, Equipamentos de Segurança, Entidades da cadeia produtiva, Câmaras de
Comércio, Centros de Pesquisas e Universidades, Escolas Técnicas, com tiragem de 10.400 exemplares.Distribuída entre as empresas nos setores de
engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores
destes segmentos.Os artigos assinados são de responsabilidade de seus
autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial
das matérias sem expressa autorização da Editora.
Sumário
Expo Pet Food
Notícias
Caderno Científico
Capa
Entrevista
Informe Técnico
Em Foco 1
Em Foco 2
Segurança Alimentar
Pet Food Online
Pet Market
Caderno técnico1
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48
34
32
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BCM adquire 2ª Extrusora Manzoni A BCM, fábrica de Pet Food situada em Bragança Paulista, produz alimentos para cães e gatos.
De olho na crescente demanda do setor de alimentos para animais de estimação, a BCM adquiriu a 2ª
Extrusora Manzoni da linha MEX-3000. “Os fatores que mais influenciaram na decisão de compra da
extrusora, foram a estabilidade do processo, a qualidade da extrusão e um suporte técnico atuante. E
a Manzoni, além da confiança, sempre colocou a parceria em primeiro lugar”, afirma o diretor da BCM,
Márcio Silveira - Kiko.
Com mais essa parceria, a Manzoni se consolida como uma das principais fabricantes de extrusoras
do mercado brasileiro. Além das extrusoras, também fornece secadores, resfriadores e moinhos para
fábricas de ração com a mesma qualidade e compromisso já reconhecido pelo mercado.
Notícias
Ferraz Máquinas noPet Food Forum Chicago A Ferraz Máquinas, fabricante de extrusoras para a Indústria Pet Food,
marcou presença no PET FOOD FORUM de Chicago entre os dias 11 e 13 de Abril.
O evento é o maior encontro mundial da indústria Pet Food e este ano
também teve uma edição na Europa (Alemanha).
A Ferraz, que também é uma grande exportadora de máquinas e
equipamentos, recebeu seus parceiros em seu stand visando ampliar sua carteira
de clientes fora do Brasil.
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Cortes no orçamento do Ministério da Agricultura O Ministério da Agricultura deve perder R$ 1,47 bilhão no orçamento. O corte faz parte do ajuste fiscal da União, que pretende reduzir as
despesas em R$ 50 bilhões. Depois de anunciar recentemente o aperto nas contas públicas, o Palácio do Planalto finalmente divulgou onde serão
feitos os cortes. “É uma cota de sacrifício, um esforço para cumprir as tarefas do Ministério com menos recursos e tudo para uma causa boa: a
contribuição efetiva do governo para o combate à inflação” explicou o ministro Wagner Rossi.
De acordo com o ministro, a Agricultura não foi um dos Ministérios que teve, proporcionalmente, o maior porcentual de cortes, mesmo com
cerca de 16% de bloqueio.
Os gastos de custeio, como pagamento de pessoal e compra de materiais, devem ser reduzidos em R$ 32 bilhões. Já os investimentos, que
envolvem obras, cairão em torno de R$ 18 bilhões.
Rossi afirmou ainda não ter detalhes sobre quais áreas do Ministério que sofrerão mais cortes, mas garantiu que foram preservados os recursos
para a sanidade, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e para demandas da agricultura em obras do Plano de Aceleração do
Crescimento (PAC). A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, confirmou que alguns setores não serão atingidos.
No Ministério da Agricultura, o limite para despesas discricionárias, que são todos os gastos excluindo pessoal e previdência, caiu pela metade,
quase R$ 1,5 bilhão a menos. No Desenvolvimento Agrário, o corte é menor, de R$ 3,2 bilhões para R$ 2,3 bilhões.
Cada Ministério deverá decidir quais investimentos são prioritários e quais podem ser adiados. Além disso, o Governo Federal prometeu um
controle maior nas despesas, determinou a realização de auditoria na folha dos servidores, o combate a fraudes em benefícios sociais e o adiamento
de concursos públicos e nomeações. Diárias e passagens devem cair pela metade. Aluguéis, aquisições e reforma de imóveis e veículos estão
suspensos.
“Estamos tomando essas medidas para garantir que o crescimento sustentável vai continuar no país. É para isso que nós estamos tomando as
medidas. Não é para derrubar a economia ou para ter um crescimento pífio, modesto, como era no passado”, informa o ministro da Fazenda, Guido
Mantega.
Fonte: Agência Estado e Canal Rural
8 9Notícias
De acordo Austrália´s Herand Sun, os australianos possuem mais de 33 milhões animais pet, onde a Indústria Pet Food fatura US$ 1.8 bilhão e
U$ 319 milhões em cuidados para o animal.
Na Austrália, os donos de animais pet gastam em média U$ 58 por mês em Pet Food junto com U$ 500 por ano em acessórios, produtos de
saúde e contas de veterinário. Uma recente pesquisa foi feita, em mais de 1.000 pets participantes, pelo Dr. Karen Budd que disse: “a maioria
dos donos de animais pet escolhem comprar de lojas especializadas (Pet Shops), e que a qualidade dos ingredientes de Pet Food tornou-se mais
importante que o ponto de venda onde a ração é comprada.
“Melhor do que focar numa marca particular é procurar saber da qualidade dos ingredientes para dar ao seu animal; e que os nutrientes que
necessitam, devem ser o fator chave para decidir qual ração escolher para seus animais”.
Fonte: Pet Food Online
Recorde para soja e milho As perdas de produtividade na região Centro-Oeste e Sudeste do país reduziram
o potencial da safra atual, mas não impedem que a produção brasileira de soja e
milho alcance um novo recorde. Juntos, os dois produtos rendem 104,29 milhões
de toneladas na temporada 2010/11 - um incremento de 3,7 milhões de toneladas
sobre a produção atingida ano passado (3,6%) -, concluiu a Expedição Safra Gazeta
do Povo.
A estimativa tem base nos dados colhidos pelas equipes de técnicos, jornalistas
e analistas durante dois meses de viagens por 12 estados brasileiros. O avanço
é puxado principalmente pela soja, que ganhou 877 mil hectares extras nesta
temporada, com volume de produção projetado em 70,79 milhões de toneladas,
contra 67,35 milhões atingidos em 2009/10.
Em Mato Grosso do Sul, onde uma sequência de enxurradas deixou parte das
plantações debaixo d’água justamente na hora em que as colheitadeiras chegavam
às lavouras, houve estrago em áreas representativas dos municípios de Maracajú,
Sidrolândia e São Gabriel do Oeste. O problema atrasou a colheita e também o
plantio do milho safrinha.
O produtor César Augusto Ross, de Bandeirantes (Centro-Norte do estado), por
exemplo, só conseguiu concluir os trabalhos da safra no último fim de semana, e com produtividade inferior à do ano passado. Ross calcula que tenha deixado de faturar
R$ 3,5 milhões com a produção deste ano. “A minha expectativa era colher 3,6 mil quilos por hectare, mas no fim deu 2,7 mil.”
Minas Gerais também registrou perdas, primeiro com falta de umidade (Noroeste) e depois com excesso (Triângulo Mineiro). Em Goiás, houve quebras pontuais, pelo
fato de a chuva ter chegado quando a colheita estava avançada. Nos três estados, porém, as perdas se limitaram a cerca de 1,2 milhão de toneladas de soja ante o potencial
produtivo, não impedindo o crescimento da produção nacional.
Apesar de certa irregularidade nas chuvas, o verão foi produtivo para os principais estados agrícolas. Paraná e Mato Grosso, que colhem metade da safra de soja, estão
retirando do campo 1,45 milhão de toneladas da oleaginosa a mais (recordes 14,6 milhões e 19,5 milhões de toneladas, respectivamente). Houve avanço em todos os
estados do Sul e do Centro-Norte. Os índices de produtividade de Maranhão, Piauí, Bahia e Tocantins praticamente alcançam os de Mato Grosso, líder nacional na cultura.
Esse quadro é que permitiu à soja abrir vantagem de 3,44 milhões de toneladas, explica o agrônomo Robson Mafioletti, assessor técnico e econômico da Organização das
Cooperativas do Paraná (Ocepar), que viajou com a Expedição.
As cotações em alta são um alento para os produtores das regiões prejudicadas pelo clima. Em Mato Grosso do Sul, os produtores que recebiam R$ 30 por saca de
soja um ano atrás agora fazem as contas com preço médio de R$ 40. A expectativa é que a cotação supere R$ 50/sc no Paraná, um dos últimos estados a vender a safra.
O milho mostrou resistência e teve seu potencial produtivo pouco reduzido, de 35 milhões de toneladas para 33,5 milhões de toneladas, considera a Expedição Safra.
Os maiores recuos, no entanto, estão ocorrendo mais em função da queda no cultivo do que por causa do clima. Com redução de 18,5% na colheita - para 5,52 milhões
de toneladas -, o Paraná avançou 2,1% em produtividade. Isso porque a área caiu 20,1%. Minas Gerais se tornou líder em milho de verão, com 1,16 milhão de hectares e
6 milhões de toneladas - 3,8% a mais que em 2009/10.
Fonte: Gazeta do Povo
Pesquisas mostram que os proprietários australianos de animais pet gastam quase US$ 1.8 bilhão em alimento Pet Food.
Proprietários australianos de animais pet escolhem alimentos de qualidade para seus animais, e pesquisam sobre preços baixos
Ração animal está mais cara e prejudica a demanda A alta dos grãos está afetando diretamente os preços domésticos das rações para produção
animal, que utilizam milho e soja como matérias-primas. Índice de preços elaborado pelo
Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) mostra que entre janeiro de
2010 e fevereiro de 2011, a ração utilizada na produção de aves teve uma valorização de 13%.
No mesmo período, o produto usado na alimentação dos suínos subiu 15%.
O aumento dos preços já começa a influenciar a demanda por ração. Apesar de os dados
do primeiro bimestre do ano ainda não terem sido finalizados, o vice-presidente executivo do
Sindirações, Ariovaldo Zani, diz haver no setor uma percepção de “esfriamento”.
Segundo o executivo, até dezembro de 2010 havia uma demanda aquecida pela perspectiva de
que os preços dos grãos se mantivesse em patamar elevado durante o primeiro trimestre de 2011, mas
em janeiro o volume já foi menor. “Ainda não conseguimos ter uma ideia da real tendência, mas por
enquanto mantemos nossa perspectiva de que o mercado cresça ao redor de 4% em 2011”, afirma Zani.
O aumento do preço das rações está diretamente associado à alta dos grãos. Cálculos do Valor Data mostram que em 12 meses até fevereiro, a soja subiu
no mercado interno 44%, enquanto o milho avançou 72%. Como 90% da composição das rações de aves e suínos é formada por soja e milho, o peso da
nutrição no custo das proteínas animais aumentou, influenciando as margens do setor.
Por serem os maiores consumidores de ração, as cadeias de aves e suínos são as que mais sentem os impactos. Nos últimos 12 meses, o setor mais afetado
foi a indústria de suínos. Em São Paulo, por exemplo, os preços médios da arroba recuaram 12% em 12 meses. Na indústria de aves, o efeito foi menor, já que
o preço médio do frango vivo avançou 32% .
Fonte: Valor Econômico
Anfalpet firma parceria com Euromonitor Internacional A Associação dos Fabricantes de Produtos para Pet (Anfalpet) acaba de assinar uma parceria com a
Euromonitor International – líder mundial em pesquisa de estratégia para mercados consumidores -, que
realizará pesquisas e estatísticas do mercado pet mundial.
Para a Anfalpet, a colaboração das pesquisas da Euromonitor International é essencial para o crescimento e
qualificação das empresas do segmento pet no mercado brasileiro.
As publicações serão divulgadas a cada dois meses com as principais informações sobre a indústria pet, serviços,
tendências nacionais e internacionais.
Eukanuba adota estratégia diferenciadano ponto de venda Com o objetivo de aumentar a penetração no canal de venda pet, a Procter & Gamble adota a estratégia de divulgação similar ao da indústria
farmacêutica para a ração Eukanuba. Desenvolvido com a agência de marketing promocional Out Promo, o novo modelo usado pela marca engloba educação
aos consumidores, com estudantes de veterinária explicando a relação custo-benefício do produto em grandes redes e pequenas lojas de pet shop. “Este
profissionais são treinados para ser um ponto de contato entre a marca e o consumidor, esclarecendo dúvidas sobre a nutrição animal de forma eficiente e
incentivando a experimentação da Eukanuba”, reforça Ricardo Franken, diretor da Out Promo.
Além disso, estes consultores de vendas de nutrição animal são responsáveis por distribuir brindes aos consumidores, como bandanas, frisbees e canecas.
Existem ainda promoções pontuais, como é o caso da ação em que na compra de qualquer sacaria de 12 ou 15 kg, o consumidor ganha um balde
personalizado; ou os clientes que adquirirem uma embalagem de 2,5 ou 3 kg ganham uma lata exclusiva Eukanuba.
Desde setembro de 2010, as lojas de pet shop também recebem visita de merchandisers, que levam materiais de ponto de venda, brindes e organizam a
loja de forma a facilitar a compra e transmitir ao consumidor o posicionamento de Eukanuba.
A Out Promo também posicionou uma equipe de veterinários para visitar consultórios veterinários, divulgando todos os benefícios de Eukanuba, como
uma espécie de indicação técnica.
1110 Notícias
Oportunidades da Plataforma de Produção de Algas A Alltech, empresa multinacional líder em nutrição animal natural,
realizou sua primeira Conferência Internacional de Algas - “Algas:
Plataforma de Produção”, de 22 a 24 de fevereiro em Lexington, Kentucky,
EUA. A conferência recebeu participantes de várias partes do mundo como a
Austrália, Europa e América Latina.
“Esta conferência é importante para a região, para o estado e para o
futuro da ciência. O que precisamos é de “agentes de mudança” e as algas
serão um destes “agentes de mudança”, disse o Dr. Pearse Lyons, presidente
e fundador da Alltech.
Pesquisadores da Alltech apresentaram uma série de informações sobre
o potencial e diferentes características das diversas espécies de algas. Há
mais de 800 mil espécies de algas que variam em tamanho, forma, função e
composição química.
As algas podem ser usadas diretamente na ração animal ou na
forma de suplementos, além de apresentarem um grande potencial para
biorremediação, biocombustíveis e indústria farmacêutica. Uma série de discussões sobre os desafios específicos e as oportunidades das algas na agricultura,
meio ambiente e produção de energia renovável surgiram entre os representantes destas indústrias presentes no evento.
Os participantes também tiveram a oportunidade de presenciar a inauguração da planta de algas da Alltech em Winchester, Kentucky, e realizar um tour
na planta. Um dos recursos mais importantes desta planta de última geração é a presença de uma planta piloto; réplica em pequena escala do sistema de
produção que permite pesquisar e desenvolver os métodos antes de iniciar a produção em larga escala. Esta unidade está equipada com fermentadores com
mais de 20 metros de altura e possui capacidade para 265.000 litros.
As algas são muito eficientes na produção de nutrientes que podem ser usados pelos animais superiores. Como as plantas, elas podem capturar energia,
carbono, nitrogênio, fósforo e outros minerais do meio ambiente e criar moléculas orgânicas como proteínas, carboidratos e ácidos graxos.
Um acre da alga Chlorella pode produzir a mesma quantidade de proteína que 21 acres de soja, 49 de milho, 95 de trigo ou 994 acres de cevada. Com a
crescente população mundial, as algas representam uma importante fonte de proteína para a ração animal e suplementos para a alimentação humana.
Nota do Editor:
Para assistir o vídeo do tour na planta da Alltech acesse o link: http://www.youtube.com/watch?v=a58JJH9pxOU
A Alltech é uma companhia global de saúde e nutrição animal com mais de 30 anos com experiência no desenvolvimento de produtos naturais que são
cientificamente provados para melhorar a saúde e desempenho animal. Para informações adicionais visite www.alltech.com/pt
Letícia Marodin / [email protected] / (41) 3888-9241
Gatos preferem alimentos semelhantes às suas presas aponta pesquisa Em uma extensa pesquisa conduzida pelo Centro de Pesquisas Waltham® em conjunto com a Qualidade da Mars,
cientistas demonstraram que gatos de estimação saudáveis regulam a quantidade de proteína, gordura e carboidrato
que consomem. “Esses achados marcam uma importante etapa no campo da nutrição de animais de estimação e
estende consideravelmente a compreensão do comportamento alimentar de gatos de estimação”, comentou o principal
autor do estudo, Dr. Adrian Hewson-Hughes. “É especialmente notável que, mesmo depois de milhares de anos de
domesticação, os gatos ainda selecionem uma dieta nutricionalmente semelhante à sua presa natural.”
Esta pesquisa pode ter importantes implicações no desenvolvimento de alimentos otimizados que atendam às
necessidades específicas de gatos de estimação. Em termos dos produtos atualmente disponíveis no mercado, os
alimentos úmidos têm, em geral, mais altos teores de proteína e mais baixos teores de carboidrato e, com frequência,
níveis bastante semelhantes àqueles aos quais os gatos deram preferência, enquanto os alimentos secos oferecem
variedade na textura, além de poderem beneficiar a saúde bucal.
Em uma série de estudos conduzidos em um período de dois anos, os pesquisadores do Centro de Pesquisas Waltham® demonstraram que os gatos têm uma meta
de ingestão que equivale a aproximadamente 52% de sua ingestão diária de calorias em proteínas, 36% em gorduras e 12% em carboidratos.
Esta pesquisa foi conduzida em colaboração com dois cientistas líderes desse campo, Professor Steve Simpson, da School of Biological Sciences, University of Sydney,
Austrália, e Professor David Raubenheimer, do Institute of Natural Sciences, Massey University, Nova Zelândia.
Nova regra para antibióticos também deve ser seguida por donos de pets A nova regra para compra e venda de antibióticos em farmácias do Brasil pegou alguns donos de animais de estimação de surpresa. De acordo com
resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde novembro de 2010, a venda de antibióticos só pode ser feita com uma receita dupla, em
que uma via é retida pela farmácia e a outra permanece com o cliente. A estudante Nayara Castanhola, de 22 anos, não sabia que a mudança valia também
para sua cadela Pérolla, uma vira-lata de 11 anos.
“Levei-a para o veterinário porque suspeitava de infecção na bexiga. Saí da consulta direto para a farmácia, mas não consegui comprar o antibiótico que a
veterinária mandou porque a receita tinha só uma folha. O atendente me explicou que, mesmo para cachorro, precisava das duas vias”, diz a jovem.
Nayara teve que voltar ao hospital para pegar uma nova receita, como determina a Anvisa. “Eu achava que a nova regra era só para gente”, diz.
A veterinária do Hospital Veterinário Sena Madureira Andreza Ávila explica que é comum animais domésticos tomarem remédios de humanos por falta de
opção no mercado de medicamentos veterinários. É assim com antibióticos, antieméticos, antiácidos e analgésicos muito fortes.
“Se o remédio tiver que ser comprado em uma farmácia comum, devemos seguir as mesmas regras, se tiver exigência da receita”, diz Andreza.
Segundo Andreza, a nova regra da Anvisa não muda a forma como a receita é preenchida pelo veterinário. “A receita deve ter o nome do animal, espécie, raça, idade, sexo e
nome do proprietário, além das indicações de medicação. É importante ter o nome do animal para não criar confusão com as outras pessoas da casa”, esclarece a veterinária.
Apesar de animais de estimação serem medicados com remédios para humanos, Andreza alerta que o procedimento deve ter a orientação e indicação do
veterinário. “É preciso levar em consideração o porte e o peso do animal. Não é qualquer remédio e não pode ser qualquer quantidade também.”
Nutriad em novo endereço Dando continuidade ao seu plano de expansão e desenvolvimento no mercado brasileiro, a
empresa belga Nutriad anuncia a sua mudança para novas instalações.
“O novo escritório oferecerá melhor infraestrutura, novas salas de reunião e instalações
amplas e modernas, condizentes com o nosso crescimento e favoráveis a um melhor atendimento.
A ideia é criar um ambiente onde a comunicação e transparência sejam valorizadas,” comenta
Marcelo Manjabosco Nunes, diretor geral da Nutriad Nutrição Animal.
A Nutriad passa a atender no seguinte endereço: Av. Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira,
n° 214, cj 242, Bairro Jardim Madalena, Campinas(SP).
Os números de telefone, fax e endereços de e-mail permanecem inalterados, assim como
todos outros dados cadastrais da empresa.
Presente em 80 países, a Nutriad, detentora das marcas Adimix®, Ultracid®, Apex®, Aquagest®, Aquabite®, Mold-Nil®, Oxy-Nil®, Sentiguard®,
Sanacore®, Revital®, Aquastim®, Toxy-Nil®, Unike®, Salmonil®, Evacide®, Maxarome®, Addarome®, Aptimize®, Powersweet®, Nutribind® e Nutrigold®,
tem a missão de oferecer ao mercado soluções éticas, inovadoras e competitivas, baseadas em produtos e serviços, que garantam segurança na cadeia
alimentar e sustentabilidade. O grupo conta com cinco unidades de produção, alocadas em Chicago (EUA), Yorkshire (Inglaterra), Xangai (China),
Essen (Bélgica) e Zaragoza (Espanha), dois centros de pesquisa aplicada e cinco laboratórios.
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Brasil garante alimentos de qualidade Para garantir alimentos de qualidade aos consumidores do Brasil e do exterior, o Ministério da Agricultura analisa a presença de substâncias que podem
causar prejuízos à saúde, como agrotóxicos e produtos veterinários. Em 2010, das 19.235 amostras coletadas em produtos de origem animal (carnes bovina,
suína, equina e de aves, leite, ovos, mel e pescado), apenas 32 apresentaram irregularidades. O resultado indica que 99,83% dos produtos estão dentro dos
padrões estabelecidos pelo Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC/Área Animal). O índice é semelhante ao registrado em 2009, de
99,82%. Os números foram divulgados nesta segunda-feira, 28 de fevereiro, na Instrução Normativa n° 6, publicada no Diário Oficial da União (DOU).
“Verificamos a quantidade de resíduos de produtos veterinários que são aplicados pelos produtores rurais, como antibióticos e vermífugos, nos alimentos
monitorados. Além disso, identificamos se os produtores estão obedecendo ao período de carência, desde a aplicação do medicamento até o abate do animal”,
informa Leandro Feijó, coordenador do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC/ Animal).
Nas amostras que apresentaram irregularidades, os principais problemas encontrados foram a detecção de resíduos de vermífugo na espécie bovina
e equina e de contaminantes inorgânicos (cádmio e arsênio) em bovinos, suínos e equinos. “Os setores produtivos envolvidos serão comunicados desses
resultados e deverão desenvolver ações para diminuir o risco de novas ocorrências dessa natureza”, acrescenta Feijó.
O Ministério da Agricultura recomenda aos produtores que sejam adotadas medidas de educação sanitária para evitar o risco da ocorrência de resíduos
em produtos de origem animal acima do permitido. A ação contribui para orientar melhor o setor produtivo em relação aos princípios das Boas Práticas
Agropecuárias.
Para este ano, o Ministério da Agricultura tem aprovado recursos de R$ 7 milhões para custear as análises do programa de monitoramento e capacitar
técnicos e profissionais envolvidos no programa da Secretaria de Defesa Agropecuária.
No período 2011/2012, a expectativa do Ministério da Agricultura é ter mais dois Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros), em Goiás e no
Pará, para analisar amostras do PNCRC. Com isso, haverá, pelo menos, um Lanagro em cada região do país, além dos seis laboratórios privados ou públicos
credenciados pelo ministério.
Saiba Mais - Desde 1999, existe o Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) da Área Animal. Os fiscais federais agropecuários
do Ministério da Agricultura são os responsáveis pelas coletas dos produtos. As amostras são sorteadas semanalmente, por meio do Sistema de Resíduos e
Contaminantes (Sisres), no sítio do ministério, acessado pelos fiscais, com senha. Esse procedimento contribui para garantir a rastreabilidade e a confiabilidade
no processo.
Fonte: Mapa
Uso de Embalagens e Rótulos que nãoatendem a IN 22 e IN 30 O SEFIP/SFA-SP recebeu o Ofício Circular 001 CPAA/DFIP/SDA datado de 26/01/11 com orientações sobre como proceder com o uso de embalagens que
não atendem a IN 22/09. Em contato com DFIP/SDA via telefone, as orientações presentes neste Ofício Circular também se aplicam a IN 30/09, por se tratar
de mesmo tema. As orientações recebidas são as seguintes:
1. Caso a solicitação se referir ao uso de rótulos/embalagens que não atendam à referida Normativa, não deverá ser concedido novo prazo para a utilização
das mesmas, uma vez que as empresas já se beneficiaram do prazo de adequação de 18 meses permitido pela referida normativa;
2. Caso a solicitação se referir ao uso de rótulos/embalagens corrigidos por aposição de elementos corretivos (como por exemplo adesivos) à embalagem
original, sugerimos que o Serviço avalie caso a caso a exequibilidade da proposta e conceda o prazo máximo de seis meses.
Sendo assim, o SEFIP/SFA-SP não pode autorizar o uso das embalagens conforme item 1 acima. As empresas que desejarem corrigir informações de rótulo de
forma a atender a IN 2209 e a IN 30/09, deverão apresentar solicitação junto a Unidade de Jurisdição do MAPA de seu Município, acompanhado de exemplos
de embalagens corrigidas, para avaliação e aprovação do FFA responsável. Lembramos que conforme o item 2 acima, se houver a autorização para este caso
esta somente poderá ser concedida por um prazo máximo de 6 (seis) meses.
Leia a Informação nº SEFIP/CHF/SFA-SP 001/2011
Ômega 3 previne cegueira Os ácidos graxos ômega 3, contidos em alimentos como peixes e ovos, podem
ajudar a prevenir a retinopatia, uma doença nos olhos que pode provocar cegueira em
pessoas com diabetes e bebês prematuros, segundo um estudo publicado nesta quarta-
feira pela revista Science.
A retinopatia é o desenvolvimento anormal de vasos sanguíneos na retina (que tem
altas concentrações de ômega 3) e uma das principais causas da cegueira.
Os ácidos graxos da série ômega 3 desempenham papéis especiais nas membranas
celulares do sistema nervoso, mas, como detectaram os pesquisadores, não estão presentes
em quantidades suficientes nas modernas dietas ocidentais, repletas de ômega 6.
Estudos recentes demonstraram que o consumo em excesso dos ômega 6,
concentrados em alguns alimentos gordurosos e na maioria de óleos vegetais, aumenta
o risco de contrair certas doenças e aguça a depressão.
Os pesquisadores estudaram a influência dos ômega 3 na retina de ratos e
descobriram que o aumento dos ácidos graxos deste tipo derivado da dieta limitou o
crescimento patológico dos vasos sanguíneos denominados neovasos.
No caso dos bebês, os vasos sanguíneos da retina começam a se desenvolver aos três meses depois da concepção e completam seu desenvolvimento no
momento do nascimento normal. No entanto, se o parto for muito prematuro, pode-se alterar o desenvolvimento do olho e os vasos podem deixar de crescer ou
crescem de maneira anormal.
A aparição rápida e desordenada desses neovasos provoca graves perturbações como hemorragias no interior do olho e, em casos mais severos, glaucoma e
descolamento da retina.
Os ratos alimentados com dietas ricas em ácidos graxos ômega 3 pela equipe liderada pela pesquisadora Lois Smith - oftalmologista do Hospital Infantil de
Boston - tiveram uma redução de quase 50% do crescimento dos vasos sanguíneos na retina, frente aos alimentados com dietas ricas em ômega 6.
“Nossas descobertas nos dão novas informações sobre como funcionam os ácidos graxos ômega 3, que os torna uma opção ainda mais promissora” para atuar
como agentes protetores, disse Smith.
Ela assinalou também que a capacidade de impedir o crescimento desses neovasos com ácidos ômega 3 poderia ajudar a reduzir os gastos em saúde.
“O custo dos suplementos vitamínicos com ácidos graxos ômega 3 é de aproximadamente US$ 10 por mês, frente aos US$ 4 mil mensais que podem custar
os tratamentos anti-VEGF (crescimento endotelial vascular)”, indicou.
Smith e sua equipe continuam estudando os lipídios beneficentes para a visão e pretendem iniciar uma nova via de pesquisa na busca dos ácidos graxos
ômega 6 mais prejudiciais.
“Encontramos os bons, agora vamos buscar os maus”, assinalou a oftalmologista. “Se encontrarmos os caminhos, talvez possamos bloquear seletivamente os
agentes metabólicos negativos”.
Nos Estados Unidos, a retinopatia afeta 4,1 milhões de pessoas com diabetes - um número que tende a dobrar nos próximos 15 anos - e afeta muitos recém-
nascidos prematuros.
14 15Caderno Científico
ão muitas as modificações fisiológicas que ocorrem
em cães com o avanço da idade. Dentre elas podemos
citar uma capacidade de reserva reduzida aos desafios
ambientais, redução na capacidade termorreguladora,
queda no metabolismo e necessidade energética, alterações
na qualidade da pele e pelagem, na capacidade de
trabalho cardiopulmonar e renal, déficit cognitivo, perda
generalizada de massa muscular e redução na resposta e
resistência imunológica.
Por estes motivos a formulação de alimentos para
animais geriátricos deve considerar muitas destas
modificações, no intuito de otimizar a condição de saúde dos
A necessidade protéica de cães muda com o avanço da idade?
S mesmos. Apesar disto, pouco se conhece sobre as exigências
nutricionais dos animais nesta fase da vida. Exemplo disto
é a controvérsia existente sobre as necessidades protéicas,
uma vez que, se por um lado os cães estão perdendo massa
muscular o que sugere que a elevação de proteína no
alimento pode ser benéfica, por outro, o avanço da idade
é marcado também por perda na capacidade funcional
dos rins, conseqüente a redução na quantidade de néfrons
funcionais, ainda que os animais não sejam insuficientes
renais crônicos. O que fazer nestas situações: aumentar
ou reduzir as concentrações de Proteína nestes alimentos?
Neste artigo iremos discutir alguns dados disponíveis na
literatura que podem esclarecer algumas dúvidas.
Primeiramente, um cão geriátrico não é um cão doente,
mas simplesmente um animal com algumas alterações
metabólicas que tornam suas necessidades nutricionais
quantitativamente diferentes de animais mais jovens,
porém, qualitativamente, estas são praticamente as
mesmas. Os primeiros estudos envolvendo a determinação
das necessidades protéicas de cães foram realizados no
século XIX ainda, considerando que os cães são utilizados
como modelos experimentais para a nutrição humana
desde então. Portanto, na primeira metade do século XX,
sem que as necessidades de aminoácidos dos cães fossem
conhecidas, a exigência mínima estimada de proteína bruta
foi de 35-90 gramas de Proteína Bruta por quilograma de
alimento (gPB/kg). Com o passar do tempo, outros estudos
foram realizados e, surpreendentemente, valores muito
próximos foram obtidos (80 gPB/kg), sendo recomendado
atualmente pelo NRC (2006) um mínimo de 100 gPB/kg
para cães em manutenção. Apesar disto, parece que cães
idosos apresentam uma exigência maior de PB, sendo
esta necessária para a manutenção das proteínas lábeis
(chamadas proteínas de reserva), o que pode chegar a uma
exigência cerca de 50% superior a cães em manutenção.
A perda de massa muscular que ocorre em animais
idosos se deve principalmente por dois motivos: a menor
atividade física comparada aos animais mais jovens e a
resistência periférica a ação insulínica, o que prejudica
a utilização da glicose, conseqüentemente elevando a
necessidade de aminoácidos para o metabolismo protéico e
gliconeogênico.
Nesta edição foram selecionados dois artigos sobre
avaliação do metabolismo protéico em cães jovens e idosos,
sendo estes posteriormente discutidos. Vale a pena lembrar
que detalhes sobre os artigos podem ser conseguidos na
íntegra pelo download completo das versões disponíveis na
internet, conforme o link em cada artigo.
Para a sua ração ser a preferida do mercado ela precisa ser a melhor. E a melhor ração para cães e gatos é a ração que utiliza os produtos da linha Hidrofoc, que são desenvolvidos nos mais altos padrões de qualidade para agregar valor ao seu produto.
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16 17Caderno Científico
DETERMINAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS ÓTIMAS DE PROTEÍNA DIETÉTICA PARA CÃES ADULTOS JOVENS E IDOSOS.
Autores: R.W. Wannemacher, Jr.; John R. McCoy
Resumo: o propósito deste estudo foi investigar a ingestão ótima de nitrogênio que produziria a máxima
retenção de proteína de reserva nos animais. Ambos, cães jovens (1 ano de idade) e idosos (12 a 13 anos de idade)
podem ser mantidos em equilíbrio de nitrogênio recebendo 200-600mg de N da caseína/kg/dia. A relação
entre as proteínas hepática e muscular com o DNA atingiram os valores máximos em cães jovens alimentados
com 400mg de N da caseína/kg/dia, enquanto os animais idosos exigiram 600mg de N da caseína/kg/dia
para que esta relação fosse maximizada. Naquelas condições, os cães não conseguiram manter um balanço
de nitrogênio positivo quando alimentados com maiores concentrações de proteína na dieta. Quando os cães
atingiram um equilíbrio de N ingerindo em média 500mg de N/kg/dia, maiores concentrações de RNA e
maior taxa de incorporação de leucina radioativa na proteína tecidual foram obtidas no fígado e músculo
de cães jovens em relação aos cães idosos. Um modelo cinético para o estudo de exigências de proteína
e aminoácidos foi desenvolvido, o qual pode ser usado para explicar mudanças no metabolismo tecidual
protéico que está associado com modif icações na ingestão de nitrogênio dietética.
As exigências nutricionais de cães e gatos ainda não são precisamente def inidas, considerando que o
interesse por pesquisas na área é relativamente recente. Desta forma, muitas das informações utilizadas
na prática vêm de publicações mais antigas, como pode ser verif icada no artigo de Wannemacher e McCoy
(1966), descrito acima, e que ainda são importantes para a utilização na prática por pesquisadores e
formuladores de alimentos. Podemos verif icar pelos resumos que a oxidação protéica em cães varia com a
ingestão deste nutriente, ou seja, quando ingerindo dietas que contenham mais proteína, os cães são mais
ef icientes em utilizar os aminoácidos como substratos energéticos, independentemente da idade. Por outro
lado, Wannemacher e McCoy (1966) verif icaram que os cães idosos necessitam maior ingestão de nitrogênio
do que cães jovens para manter o metabolismo protéico adequado. Transformando as informações obtidas
para níveis de proteína na dieta, isto equivaleria que os cães jovens se mantém recebendo uma dieta com 120g
PB/kg, enquanto cães idosos se mantém com uma dieta contendo 180g PB/kg, em uma dieta de 4000kcal/kg.
Neste estudo utilizou-se a caseína como fonte protéica, podendo variar estas quantidades em dietas comerciais
ou contendo outras fontes protéicas. Portanto, atualmente com o pequeno volume de informações que temos
e ainda inconclusivas, pode-se verif icar que reduzir a proteína em dietas para animais geriátricos devido a
sua predisposição aos problemas renais pode não ser a melhor estratégia. Frantz et al. (2007) verif icaram
que o fornecimento de um alimento com menores teores de proteína bruta (187g PB/kg), porém, adicionados
de aminoácidos industriais, tais como lisina, metionina, triptofano e treonina, foi ef iciente em promover a
manutenção da massa corporal magra de cães geriátricos e com menor porcentagem de animais apresentando
lesões renais, quando comparadas a dietas contendo maior concentração de proteína. Porém, é importante
ressaltar que estes autores restringiram, juntamente com a proteína, o fósforo do alimento, o que pode ter
benef iciado a saúde renal dos animais.
Resumindo, podemos concluir em princípio que dietas para cães idosos devem conter um balanceamento
correto de aminoácidos, evitando desta forma exageros na quantidade de proteína para suprir problemas de
balanceamento nutricional. Além disto, o excesso de aminoácidos será utilizado como substrato energético,
uma vez que o balanço de nitrogênio é atingido com quantidades menores de proteína, desde que haja correto
balanceamento dos aminoácidos. É interessante também que se considere nestas formulações a proteína
digestível dos alimentos, minimizando as diferenças em termos de digestibilidade das fontes protéicas.
J. Nutr. 88:66-74, 1966
http://jn.nutrition.org/content/88/1/66.short
EFEITO DA PROTEÍNA DIETÉTICA SOBRE O TURNOVER PROTÉICO CORPORAL E FUNÇÃO ENDÓCRINA EM CÃES ADULTOS JOVENS E CÃES SENIOR.
Autores: C. C. Williams; K. A. Cummins; M. G. Hayek; G. M. Davenport.
Resumo: Trinta e seis fêmeas caninas da raça Beagle com idade médias de dois ou oito anos de idade foram
usados para avaliar os efeitos da inclusão gradual de proteína dietética (16%, 24% e 32%) sobre a regulação
endócrina do turnover protéico. As taxas de síntese de proteína corporal (TSPC) e de degradação protéica
corporal (TDPC) foram estimadas utilizando 13N-glicina (glicina marcada) e coleta total de excretas. Embora
o balanço de nitrogênio tenha sido similar para todos os cães, o uso metabólico do nitrogênio aumentou
linearmente com a ingestão protéica (p<0,05). As taxas de síntese e degradação protéica ou a diferença entre
ambas não foi inf luenciada pela idade (p>0,10). Uma relação quadrática na taxa de síntese e degradação (p<0,05)
protéica foi encontrada em relação à ingestão protéica. Fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-I),
proteína 3 ligadora de IGF-I e proteínas totais ligadoras de IGF-I foram mais elevadas em cães geriátricos
quando comparados aos cães adultos jovens, independente da ingestão protéica. Aqueles achados indicam que a
proteína dietética acima de 16% pode não ser necessária para manter o balanço de nitrogênio em cães adultos
jovens e seniores, visto pelo f luxo de nitrogênio orgânico. Alterações funcionais endócrinas podem diferir entre
cães e outras espécies.
J. Anim. Sci. 79 (2): 3128-3136, 2001
http://jas.fass.org/cgi/reprint/79/12/3128
18 19
Indispensáveis à indústria pet food
Eles são responsáveis por tornarem os processos produtivos mais eficientes e oferecer ganhos de produtividade, possibilitando ainda que os produtos finais estejam cada vez melhores. Estamos falando dos fornecedores de máquinas e equipamentos, que têm pela frente uma importante missão: atender com excelência o mercado de pet food
presidente da Associação Brasileira da Indústria
de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), Luiz Aubert
Neto, é categórico ao af irmar que “não existe um país
desenvolvido que não tenha uma indústria de máquinas
e equipamentos desenvolvida”. Segundo Neto, o Brasil
penaliza as empresas que desejam montar uma fábrica
de máquinas. “Somos únicos no mundo que tributa
quem investe. A carga tributária sobre o investimento
é de 35%, enquanto o capital especulativo é “recebido
de braços abertos”. Temos três graves problemas para
combater: a supervalorização do dólar, a maior taxa de
juros do mundo e a alta tributação nos investimentos,
que precisam ser prioridades ainda no primeiro
semestre do governo da presidente Dilma Rousseff. Ou
mudamos em seis meses ou continuaremos a ser o país
das oportunidades perdidas. É o que denominamos de
desindustrialização, que na realidade vem acontecendo
há muitos anos. Na década de 80 éramos o quinto maior
fabricante de bens de capital do mundo, hoje ocupamos
o 14º lugar”, desabafa.
O setor brasileiro de máquinas e equipamento já
chegou a exportar 30% do seu faturamento, algo em
torno de 12 bilhões de dólares/ano, no entanto, em
2010 obteve uma perda de 32%. Em relação ao mercado
interno, embora 2010 tenha atingido um crescimento
que f icou entre 14% a 15% em relação a 2009 (que foi o
pior desempenho dos últimos 30 anos) ainda esteve 20%
abaixo, quando comparado a 2008.
O crescimento das importações, que pode
resultar na extinção de cadeias produtivas, caso
o câmbio se mantenha sobrevalorizado por mais
tempo, é extremamente perverso e de acordo com
o departamento de competitividade da ABIMAQ,
a participação dos importados no total do mercado
interno, que representava fatia de 15,7% em 2009,
deverá atingir participação de 20% neste ano, alta de
4,3 pontos percentuais.
O setor de pet food conta com importantes
fornecedores de maquinários, que estão cada vez
mais focados em oferecer as melhores soluções com
tecnologia de ponta, máquinas compactas e f lexíveis,
que ofereçam redução na interferência humana, as
melhores condições de segurança, facilidades no
manuseio e ganhos na produtividade.
“O mercado de pet food se desenvolve em vários
sentidos: cresce em volume de produção, para atingir
um mercado que também se desenvolve com o aumento
do poder aquisitivo da população e cresce no sentido
da sof isticação dos produtos e dos seus processos
de fabricação. Mediante este cenário, temos novas
oportunidades de negócios e ao mesmo tempo um
desaf io continuado e positivo, fazendo com que a
Capa O indústria brasileira cresça e se desenvolva”, analisa
Antonio Paulo Rubega, diretor da Promep/Tekinox.
EXTRUSORAS DE ALTA TECNOLOGIA
Os maquinários da Andritz, que tem sua matriz na
Dinamarca, chegam ao mercado brasileiro vindos de
suas fábricas espalhadas pela América do Sul, América
do Norte, Europa e Ásia. “Nossos equipamentos são
entregues nacionalizados e sem burocracia para os
clientes”, af irma Claudio Mathias, gerente técnico
comercial da Andritz. Em seu centro de desenvolvimento
tecnológico, a empresa a partir das necessidades dos
clientes realiza pesquisas para obter novas tecnologias,
visando melhorias contínuas, redução de custos e
facilitação de operação e manutenção das máquinas.
Moinhos de martelos; extrusoras com sistemas de
controle de expansão e controle e aplicação de energia
mecânica; secadores a gás ou vapor; aplicadores
de líquidos a vácuo e resfriadores estão entre os
equipamentos disponibilizados pela Andritz, que é
conhecida por oferecer extrusoras de alta tecnologia,
baixo custo de manutenção, economia de energia elétrica
e fácil operação. “Além de priorizarmos a mais alta
tecnologia, o custo de manutenção de nossas máquinas
é pelo menos 60% mais baixo do que é encontrado no
mercado. Também destacamos que os procedimentos
de operação, manutenção e setups são executáveis em
menor tempo”, destaca.
O objetivo da Andritz é oferecer extrusoras e secadores com alta tecnologia, baixo custo de manutenção, economia de energia elétrica e fácil operação.
Para atender o mercado, a Andritz conta com
profissionais qualif icados e que passam por constantes
treinamentos. “Possuímos suporte para todas as
áreas: mecânica, elétrica, automação e processo,
disponibilizamos treinamentos para clientes e pronto
atendimento. Com os tipos usuais de automação que
oferecemos, podemos fazer atendimentos online sendo
via Brasil ou mesmo via suporte de outros países”,
explica o gerente.
Por: Lia Freire
20 21Capa
Nos próximos meses a Andritz iniciará a fabricação no
Brasil. “O custo Brasil nos prejudica devido às altas cargas
tributárias para a importação dos equipamentos, ainda
assim conseguimos oferecer preços competitivos. Porém,
ao iniciar a fabricação no país daremos mais flexibilidade
às nossas operações e atenderemos ainda melhor nossos
clientes, aumentando com isso a representatividade no
Brasil, com equipamentos diferenciados a preços justos.
Esperamos crescer significativamente por conta da maior
atividade comercial e de serviços, participação em eventos
e, muito importante, pelo crescente número de referências
de equipamentos instalados, apresentando bons resultados”,
observa Mathias.
Um dos diferenciais das máquinas Exteec está na versatilidade. Em um mesmo equipamento pode-se fabricar desde rações para alevinos até para cães.
Nos próximos meses a Andritz inaugurará a sua unidade fabril, em Santa Catarina, ganhando mais flexibilidade em suas operações no Brasil.
Outro importante fornecedor de extrusoras é a Exteec
Máquinas, que tem produção 100% nacional, e iniciou as
suas atividades fabricando máquinas pequenas destinadas
às rações para pássaros e peixes ornamentais, tendo como
foco a ração microextrusada com 1mm de diâmetro. Ao
longo dos anos, e a partir das novas demandas, a empresa
passou a desenvolver linhas completas, incluindo extrusoras
de diferentes capacidades, secadores, adicionadores de
óleos e palatabilizantes, resfriadores, entre outros. “Mais
de 80% das fábricas de rações extrusadas para pássaros
possuem equipamentos da Exteec, esse com certeza
é nosso maior orgulho. Um dos diferenciais da nossa
empresa está na versatilidade. Em um mesmo equipamento,
por exemplo, é possível fabricar rações para alevinos e
para cães. Outro importante aspecto a ser ressaltado é a
utilização de “camisas removíveis” no canhão de extrusão,
diminuindo com isso o custo de manutenção e tempo para
a reposição das peças”, afirma Luiz Antonio Couteiro,
diretor da Exteec. A empresa só fabrica sob encomenda e
desta maneira atende o cliente exatamente segundo a sua
necessidade, desenvolvendo projetos exclusivos.
“Ao comercializar um equipamento não conquistamos apenas mais um cliente, mas concretizamos uma parceria. Oferecemos treinamentos completos, desde como operar as máquinas até como fazer as suas respectivas manutenções”, Luiz A. Couteiro, da Exteec.
De acordo com Couteiro, a tendência neste setor de
máquinas para o ramo de pet food está basicamente na
necessidade do cliente em fazer um produto diferenciado.
“Como contamos com a colaboração de uma zootecnista,
que presta serviço de consultoria aos nossos clientes, temos
o feedback do mercado e desta maneira nos atualizamos
sobre as reais necessidades. Após anos realizando testes,
lançamos em 2010 a extrusora EX-500 para alevinos, que
fabrica rações com 1mm de diâmetro. Até onde sabemos
somos os únicos no Brasil capazes de fabricar tal produto,
já estamos com projeto da máquina modelo EX-1000 para
esta mesma finalidade”, adianta o executivo.
A filosofia adotada na Exteec é de que ao comercializar
um equipamento ela não conquista apenas mais um
cliente, mas concretiza uma parceria. “As vendas são feitas
diretamente pela nossa empresa que oferece toda orientação
técnica necessária. Disponibilizamos treinamentos
completos, desde como operar as máquinas até como fazer
as suas respectivas manutenções.”
FORNECENDO SOLUÇõES
Localizada em Ribeirão Preto (SP), a Ferraz Máquinas
e Engenharia Ltda produz todos os equipamentos
necessários para a montagem de uma fábrica de rações
extrusadas, são pequenos até grandes industriais. Vão desde
máquinas mais simples, como silos e transportadores, até as
mais sofisticadas como extrusoras, secadores, moinhos etc.
A Ferraz tem como proposta desenvolver equipamentos
que visam à durabilidade dos componentes, uma vez que
no processo de extrusão, o custo de manutenção é bastante
expressivo. O aspecto produtividade também recebe atenção
especial. “A diminuição dos custos de produção é fator
primordial para os fabricantes de rações, que enfrentam
hoje um mercado bastante competitivo. Nossa filosofia
empresarial é que não vendemos apenas equipamentos, mas
fornecemos soluções”, afirma José Luiz Ferraz, diretor da
empresa.
“Nossos equipamentos visam à produtividade e durabilidade dos componentes, já que no processo de extrusão o custo de manutenção é bastante expressivo”, José Luiz Ferraz, da Ferraz Máquinas.
De máquinas simples às mais elaboradas, como extrusoras, secadores e moinhos, a Ferraz oferece todas as soluções para uma fábrica de rações extrusadas.
De acordo com o executivo, a Ferraz desde o início
de suas atividades norteou os negócios por meio do
pioneirismo, o que propiciou à empresa ser a primeira a
produzir extrusoras no Brasil. Depois vieram as de roscas-
duplas, até então, única fabricante no Brasil a desenvolvê-
las. “Também fomos os primeiros a desenvolver processos
e equipamentos para fabricação de produtos diferenciados
e de maior valor agregado, tais como, rações co-extrusadas
e alimentos com recheios (nuggets). Destacamos ainda o
desenvolvimento do primeiro “vaccum-coater” nacional,
equipamento de tecnologia avançada, destinado à adição
de líquidos - gorduras e palatabilizantes - à ração”, lembra
José Luiz.
Todos os maquinários são desenvolvidos pela equipe de
projetos da Ferraz, que muitas vezes, toma como referência
as tecnologias existentes no exterior. Não existem na linha
equipamentos importados, apenas as matrizes usadas
nas peletizadoras são desenvolvidas com o aço vindo do
exterior, que segundo explicação do executivo José Luiz, é
de melhor qualidade do que o produzido no Brasil.
Além de realizar a instalação de todos os elementos
necessários para uma fábrica iniciar sua produção, a
Ferraz também realiza um trabalho de “start-up” da
fábrica e de treinamento de funcionários, inclusive em
clientes que estão em outros países – as máquinas Ferraz
são exportadas para 15 destinos.
22 23Capa “As nossas iniciativas tomadas no sentido de inovação,
bons projetos, pós-venda, custos acessíveis das peças
de reposição, bom atendimento etc, fizeram com que
ocupássemos a posição de liderança absoluta no mercado
de equipamentos para pet food - aproximadamente 70% da
ração extrusada produzida no Brasil sai dos equipamentos
Ferraz. Tal fato é motivo para que trabalhemos com muita
determinação para manter esta posição e, além disso,
conquistar uma porcentagem cada vez maior de um mercado
extremamente promissor e com um enorme potencial de
crescimento, a despeito da significativa expansão verificada
nos últimos anos”, observa José Luiz.
NOVIDADES NAS MáqUINAS E NO ATENDIMENTO
Mais um importante fornecedor nacional de
equipamentos para o setor de pet food é a Manzoni, que
há quase cinco décadas se dedica a atender as necessidades
e exigências do mercado. São desenvolvidos equipamentos
para montagem de linhas extrusadas, para produção de 500
Kg/h a 15.000 Kg/h e fornecido todo o sistema, incluindo:
moinhos, extrusoras, resfriadores, secadores e transportes
pneumáticos. A empresa é bastante conhecida pelas suas
extrusoras da linha MEX, que de acordo com o fabricante,
os clientes afirmam que têm maior produtividade e
rendimento de produção com menor custo de fabricação,
além da facilidade de manutenção e custo reduzido de peças
de reposição.
“Hoje, as tecnologias estão acessíveis a todos, por isso, o diferencial da Manzoni está no atendimento. A prioridade é a satisfação do cliente, o que nos leva a ter um suporte técnico presente e uma equipe comprometida”, Sandro Manzoni.
Outro segmento que a Manzoni tem forte atuação
está nas peças de reposição para todas extrusoras
nacionais e importadas, tais como, matrizes, discos,
facas, lâminas, fabricação e recuperação de roscas e
luvas; além de martelos e peneiras para todos os tipos
de moinhos.
O diretor comercial da empresa, Sandro Manzoni,
lembra que hoje em dia as tecnologias estão disponíveis
a todos os fornecedores de maquinários, portanto, o que
irá realmente conquistar o cliente é o atendimento que
irá oferecer e aí entram vários fatores decisivos para a
sua escolha, como, suporte técnico, comprometimento
com a qualidade, cumprimentos de prazos etc.
“Dedicamo-nos a atender as necessidades do mercado,
onde o principal objetivo sempre é obter a satisfação
das empresas e para que isso seja alcançado em sua
plenitude, a qualidade e o cumprimento dos prazos são
fundamentais. Mais do que máquinas e peças, são as
pessoas que irão diferenciar um produto no mercado, e a
Manzoni tem isso presente no dia a dia de seus valores”,
destaca Sandro.
Sempre com novidades em sua linha, a empresa
apresentou ao mercado, no mês de março, durante a sua
participação na Expo Pet Food 2011, dois lançamentos:
a linha de moinhos de moagem de 3.000 a 9.000 ton/h
e o secador Manzoni, que foi totalmente reformulado
para f icar mais compacto e ef iciente.
Há 45 anos no mercado, a Manzoni é conhecida por suas extrusoras e peças de reposição.
E as novidades não se restringem ao portfólio.
A empresa vem investindo no aprimoramento do seu
atendimento. O fabricante sempre atendeu diretamente os
seus clientes, porém com o aumento da demanda optou por
criar parcerias em diversas regiões brasileiras e no Mercosul
com o intuito de ganhar em agilidade. “O ponto principal
nestas parcerias é o treinamento dos distribuidores para
suprirem todas as dúvidas dos clientes. O pós-venda é um
dos diferenciais da Manzoni. Prezamos pelo relacionamento
com clientes e é o suporte e a assistência técnica que fazem
com que as empresas aumentem a cada dia sua confiança em
nossos serviços.”
ESPECIALISTA EM MOAGEM
Há mais de quatro décadas trabalhando para a indústria
alimentícia humana, disponibilizando moinhos centrífugos
a martelo para o processamento e a moagem de grãos e
cereais, a Vieira Moinhos, que conta com uma produção
24 25Capa
Praticidade e economia. O moinho centrífugo duplo, da Vieira Moinhos, tem duas caixas de moagem interligadas, que usam um único motor e podem trabalhar separadamente.
O moinho centrífugo simples, da Vieira Moinhos, é ideal para pequenos espaços, processa mais de 30 tipos de grãos e cereais, permitindo usar peneiras de até 0.3mm.
Seja para atender pequenas, médias ou grandes empresas
em seus projetos, a Vieira Moinhos busca sempre apresentar
uma solução adequada. Tem, por exemplo, máquinas como
os moinhos centrífugos simples MCS 280 e MCS 350,
fabricados em aço carbono ou inox com motor de 05 e 10 HP/
cv. Versáteis, podem ser usados para processar mais de 30
tipos de grãos e cereais, além de ideais para pequenos espaços
e locais onde há limitações de energia elétrica. Se a produção
exige grande escala uma alternativa oferecida é o moinho
centrífugo duplo. O modelo MCD 530 tem duas caixas de
moagem interligadas, podendo trabalhar separadamente,
possibilitando com isso a moagem de dois produtos distintos,
usando para isso um único motor.
No último ano, a empresa teve como foco o
aprimoramento do sistema fabril de seus moinhos e realizou
investimentos em aperfeiçoamento tecnológico que se
reverteram em velocidade e agilidade na produção e entrega
das máquinas e peças de reposição, como peneiras e martelos.
100% nacional, tornou-se uma consultora em moagens
e vislumbrando novos negócios, em 2009 investiu no
segmento pet food a fim de oferecer soluções diferenciadas
em se tratando de moagem fina, já que este mercado busca
continuamente produzir rações mais finas e homogêneas,
lembrando que quanto melhor a qualidade da moagem,
melhor será a extrusão e o acabamento dos alimentos,
proporcionando aos animais uma ótima palatabilidade e
digestibilidade. “Atualmente, o grande diferencial em nossos
moinhos é a capacidade de micronização da ração pet food.
Podemos utilizar peneiras com furação a partir de 0.3 mm
com até 8% de extrato etéreo. Nossos moinhos possibilitam
alcançar granulometrias bem finas e homogêneas”, afirma
Flávio Augusto Pavanelli, diretor comercial da empresa.
A comercialização das máquinas é realizada
diretamente pela Vieira Moinhos, que conta também
com o seu website para efetuar o atendimento – sendo
que o cliente é atualizado a cada passo da manufatura
do produto –, bem como o treinamento técnico também
pode ser online, por meio de videoconferência. Por falar
no pós-venda, o fabricante tem uma equipe coordenada
pelo engenheiro mecânico Emilio Pavanelli, sócio-
proprietário da empresa, que fornece toda assessoria
necessária para o manuseio e manutenção das máquinas.
“Para cada linha há um manual de instrução bem
completo, inclusive como trocar um rolamento. Nossos
moinhos foram dimensionados em sua forma construtiva
para que as trocas das peças de reposição ocorram de
maneira rápida e com facilidade”, explica Flávio. A f im
de promover facilidades na aquisição de seus moinhos, a
Vieira Moinhos trabalha com f inanciamento próprio e
através do BNDES.
Analisando o segmento brasileiro de máquinas e
equipamentos para pet food, o executivo destaca que a maior
dificuldade está em driblar a concorrência desleal provocada
pelos próprios fabricantes nacionais. “Além dos equipamentos
chineses sem qualidade, salvo algumas exceções, temos as
indústrias nacionais que alimentam um “canibalismo feroz”.
Uma empresa copia o projeto da outra e no final o que vemos
são clientes insatisfeitos e mal atendidos. De certa maneira,
isso prejudica o próprio setor, pois existe a insegurança nos
quesitos projeto e desenvolvimento de novas tecnologias
aqui no Brasil. Embora possuímos um sistema patenteado,
isto não impede que estejamos livres de problemas, por isso,
primamos pela excelência no atendimento e desenvolvemos
consultoria em moagem. O nosso maior desafio é buscar novas
oportunidades de negócios, oferecendo às empresas o suporte
e atendimento que forem necessários. Nossa expectativa neste
ano é aumentar as vendas na ordem de 30%.”
APRIMORAMENTO CONTÍNUO Presente em mais de 60 países e no Brasil desde 2006,
atendendo empresas como Alisul-Supra, Kowalski, Nutron,
M. Cassab, Poli-Nutri, BRF, Anhambi, Mafrig-Seara, entre
outras, a fabricante chinesa Muyang, representada no mercado
brasileiro pela WIDI Tecnologia, oferece ao setor pet food
diferentes soluções, destacando-se em seu portfólio o moinho
de finos, de alta resistência; os misturadores de eixo simples ou
duplo de pás; as extrusoras de rosca dupla, que se caracterizam
pela versatilidade e os secadores horizontais, construídos com
4 decks e baixa temperatura, proporcionando uma economia
de até 25% nos custos de energia.
“Tecnologia, qualidade, resistência e preço compatível caracterizam as máquinas da Muyang, presente em mais de 60 países e desde 2006 no Brasil”, Stefan Widmann (à esq.), representante da Muyang no Brasil.
“Temos uma boa noção sobre quais as reais necessidades
dos nossos clientes e observando e respeitando as diferenças
de cada país, podemos mapear as tendências regionais e
mundiais, dando base de informação e direcionamento para
os novos desenvolvimentos do departamento de pesquisa
e desenvolvimento. Trabalhamos partindo do princípio
que temos o seguinte cenário para atender: rações sendo
produzidas a partir de matérias-primas alternativas, em
menos tempo e com menor custo operacional, sempre
seguindo os conceitos da instrução normativa n°4 do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) e das Boas Práticas de Fabricação (BPF’s),
mediante isso, oferecemos tecnologia de ponta, qualidade,
equipamentos mais resistentes e preços compatíveis. Nos
posicionamos para oferecer os melhores resultados aos
clientes através do desenvolvimento e avanço de tecnologia
nos equipamentos, bem como, excelência no projeto”,
destaca Stefan Widmann, diretor da WIDI Tecnologia,
representante exclusiva do Grupo Muyang, no Brasil.
Em contínuo desenvolvimento e aprimoramento, a
Muyang lançou em 2010 a aplicação de líquidos pós pellet
a vácuo, que pode acrescentar até 30 % de óleo no pellet e
é distribuído de forma homogênea dentro do pellet. Outra
inovação para o mercado brasileiro foi o moinho vertical
ultrafino, uma moagem que pode chegar até 200 mesh
26 27
de fineza, um recurso que é necessário para aumentar
a qualidade final do micropellet (<2 mm). “Há infinitas
melhorias nos equipamentos existentes, especialmente
visando reduzir a contaminação cruzada, os resíduos
em cada etapa do processo e finalmente aumentando a
higienização da ração”, afirma Stefan.
Moinho, misturadores de eixo simples ou duplo de pás, extrusoras de rosca dupla e secadores horizontais estão entre os equipamentos disponibilizados pela Muyang à indústria de pet food.
Para os clientes que desejam adquirir as máquinas
Muyang, mas não querem se envolver com as burocracias
da importação, a WIDI Tecnologia importa e disponibiliza
os equipamentos de maneira mais simples e ágil possível,
claro, dentro de todo trâmite que envolve as importações
de máquinas. Com sede em São Paulo, a empresa possui
estoque de peças de reposição de desgaste e de peças
estratégicas para os equipamentos já comercializados. “A
partir deste ano, a Muyang vai abrir oficialmente uma filial
no Brasil, com a intenção de investir no país, no centro de
suporte de serviços e peças para toda América do Sul. O
cliente brasileiro será beneficiado com esta proximidade da
Muyang no Brasil”, opina Stefan.
DE OLhO NA DEMANDA A Promep iniciou as suas atividades lançando
equipamentos para moagem fina, em 2003, e logo em seguida
estabeleceu a parceria Promep/Tekinox. “Na época, os
fabricantes de pet food buscavam melhorar o acabamento de
seus produtos, sendo que um fator de grande peso para isso
é a textura dos alimentos, antes de passarem pelo processo
de extrusão. Para atender essa demanda foi desenvolvido
um equipamento inovador, de dimensões menores do que
os existentes no mercado, e com uma relação produtividade
x consumo de energia bastante vantajosa. As empresas que
adotaram o uso deste equipamento tiveram uma melhoria
significativa na aceitação de seus produtos e, atualmente,
temos uma grande quantidade de moinhos instalados em
vários fabricantes. O sucesso de nossos clientes mostrou-
nos a direção correta para atender as necessidades do
mercado. Podemos dizer que o setor indica o caminho a
ser seguido pela indústria de equipamentos, baseado nas
tendências dos mercados internacionais”, observa Antonio
Paulo Rubega, diretor da Promep/Tekinox.
Atualmente, a empresa fornece praticamente todos
os equipamentos necessários à operação de uma planta
de produção de pet food, ou seja, desde os equipamentos
responsáveis pelas operações básicas, como moagem fina,
pré-condicionamento, extrusão, secagem, recobrimento
com palatabilizante e resfriamento, aos equipamentos
acessórios, como exaustores, transportadores, elevadores
de canecas, filtros de limpeza de ar etc. Em sua lista de
clientes estão empresas como Manfrim, Kowalski, Guabi,
Mars, Royal Canin, Granvita, BCM, Maxi Gums, Soma
Alimentos, Imbramil e Raminelli.
Segundo Rubega, os projetos dos equipamentos da
Promep/Tekinox são norteados pela preocupação em aliar
a produtividade ao menor consumo de energia (elétrica e
térmica), proporcionando ainda a obtenção de produtos de
alta qualidade para a alimentação dos animais de estimação
(alto grau de gelatinização de amidos nos alimentos que
passam pelo processo de extrusão é um exemplo). “Outro
diferencial dos nossos produtos é a confiabilidade das
máquinas que necessitam de baixa manutenção, além de
apresentarem poucas interrupções de produção.”
Conhecida por seus moinhos, a Promep/Tekinox
também oferece ao mercado, secadores e extrusoras. De
acordo com o executivo, ao longo dos anos, os secadores
da marca passaram por aprimoramentos, de maneira que
atualmente é possível obter uniformidade de secagem
dos produtos com variação de mais ou menos 0,75%,
entre várias amostras colhidas aleatoriamente dos itens
processados. “São poucos os equipamentos disponíveis no
mercado nacional que garantem esse nível de desempenho.”
“O projeto dos nossos equipamentos visa aliar produtividade ao menor consumo de energia, proporcionando ainda a obtenção de produtos de alta qualidade para a alimentação dos animais de estimação”, Antonio Rubega, da Promep/Tekinox.
LEGENDA CAPA 14
A Promep/Tekinox tem um departamento comercial próprio, que realiza os contatos diretamente com os clientes,
oferecendo atendimento personalizado.
As soluções oferecidas pela Promep/Tekinox são baseadas
nas tendências adotadas pelos fabricantes de equipamentos
europeus e americanos, já que o mercado brasileiro tem se
comportado de modo semelhante aos internacionais. “O nosso
departamento comercial realiza o atendimento personalizado,
sendo também responsável pela continuidade destes contatos,
mesmo depois de concretizada a negociação. A filosofia é não
vender somente equipamentos, mas entregar aos clientes
soluções para as suas necessidades.”
O pós-venda é um programa que desde o início das
operações da Promep/Tekinox se constitui em mais um
diferencial da empresa. “O fato de termos profissionais com
experiência na operação de plantas de produção de alimentos
para animais torna o nosso serviço de pós-venda ainda mais
diferenciado.”
PIONEIRISMO
Com 75 anos de existência, a norte-americana Wenger,
que tem uma unidade em Valinhos (SP), conquistou o
reconhecimento do mercado em virtude dos seus sistemas
de extrusão e dos seus secadores. “Neste segmento, há
somente uma maneira de ser e manter-se líder: inovar e
apresentar ao mercado evoluções tecnológicas. Quando uma
empresa simplesmente “copia” algo, significa que seu cliente
no máximo, e com muita sorte, será igual ao que já se tem
no mercado, portanto, as chances dele se destacar em meio à
forte concorrência são poucas ou nulas”, analisa José Mauricio
Bernardi, diretor de vendas da Wenger para a América Latina.
A Wenger desenvolve misturadores, extrusores
monorosca, dupla rosca, extrusores térmicos de dupla rosca,
secadores, resfriadores e recobridores. Constantemente
de seu centro tecnológico em Sabetha, no Kansas (USA),
saem novas invenções. Nos últimos anos, várias novidades
foram desenvolvidas, principalmente relativas à economia de
energia, sem que houvesse perda de eficácia dos equipamentos.
“Outro ponto importante está relacionado à segurança dos
alimentos - “Pet food Safety” -, ou seja, criar soluções para que
a indústria possa produzir alimentos altamente seguros, neste
sentido, desenvolvemos o Sanitary Dryer, um secador onde o
risco de contaminação é praticamente inexistente. Para isto,
realizamos várias alterações no design, melhorando também
sua eficiência.”
“Há somente um meio de ser e manter-se líder: investir em inovação, apresentando ao mercado evoluções tecnológicas”, José Mauricio Bernardi, da Wenger.
Segundo José Mauricio, o suporte técnico, que conta
com uma equipe técnica competente e eficaz, é um dos
pontos fortes da empresa. A unidade da Wenger no Brasil
oferece o serviço para o Brasil e toda a América Latina.
“Para a nossa empresa, os clientes devem estar sempre com
os equipamentos em condições ideais para que obtenham
os melhores resultados. Periodicamente promovemos para
os nossos clientes, simpósios, workshop e cursos para
atualizações nos procedimentos de fabricação.”
A projeção da Wenger para os negócios futuros é bem
otimista e isso se deve ao fato da estabilidade do mercado
interno e pelas facilidades encontradas pela empresa na
produção nacional. “Sem o dólar flutuante como nos tempos
da importação de nossos produtos, só podemos visualizar
grandes oportunidades, tanto para nós, quanto para os
nossos clientes, que têm acesso a um equipamento com
qualidade e aval Wenger, fabricado no Brasil e a preços
competitivos”, afirma José Mauricio.
Os maquinários da Wenger visam economizar energia e oferecer alta eficiência na questão relacionada à segurança alimentar.
Capa
28 29
“A tendência que observo hoje no segmento de nutrição animal é que há uma migração de alimentos populares para a categoria padrão, seguida da
Premium e assim sucessivamente. Cada vez mais busca-se valor agregado e detectamos o que chamamos tecnicamente de
“antropomorfização” dos alimentos animais, ou seja, torná-los mais parecidos com os destinados aos
seres humanos.”
Geraldo Luiz Colnago
Em entrevista à Revista Pet Food durante sua visita à Expo Pet Food, III Congresso e X Simpósio sobre Nutrição de Animais de Estimação, realizados em março em São Paulo, Geraldo Luiz Colnago, PhD, engenheiro agrônomo, responsável técnico e nutricionista da BASA – Brasília Alimentos SA, falou sobre as suas impressões, tendências e evoluções observadas no mercado brasileiro de nutrição animal.
Entrevista
Revista Pet Food – Qual é a sua análise sobre o mercado brasileiro
de alimentação animal?
Geraldo Luiz Colnago – Estou há 30 anos neste segmento e afirmo,
com total convicção, que o Brasil assumiu uma posição de destaque e
diferenciada no mercado mundial. Contribuíram para isso vários fatores:
primeiro, os profissionais brasileiros são altamente criativos; segundo, tem
ocorrido grandes avanços em pesquisas e estudos; terceiro, a indústria
nacional está investindo em alimentos mais elaborados e balanceados,
mesmo porque, de um modo geral o poder aquisitivo do consumidor
brasileiro melhorou o que significa que ele passou a buscar produtos de
valor agregado; isso só para citarmos alguns aspectos responsáveis pelo
novo cenário do mercado brasileiro de nutrição animal.
Revista Pet Food – Ao observar a tendência de consumo neste
segmento, qual é a sua conclusão?
Colnago – Acredito que estamos migrando dos alimentos populares
para o da categoria padrão e a tendência é seguirmos para a Premium,
Super Premium e assim sucessivamente. Faço uma ressalva da grande
importância dos alimentos que compõem as linhas mais econômicas,
afinal estes são os produtos que atraem os consumidores, que até então,
alimentavam os seus animais de estimação com alimentos humanos.
Costumo fazer um comparativo com os consumidores de automóveis.
A grande maioria ao comprar o seu primeiro carro escolhe um popular,
já na próxima aquisição busca um motor mais potente e adicionais
como ar condicionado, direção hidráulica etc e na terceira troca irá
exigir ainda mais. No segmento de ração ocorre algo muito similar. Hoje
temos produtos industrializados para todas as necessidades e exigências;
e embora estejamos percebendo uma tendência para os alimentos de
maior valor agregado, aqueles que compõem a linha de “combate” são
essenciais para a entrada de novos consumidores no mercado.
Revista Pet Food – Fala-se da “antropomorfização” dos alimentos
animais. O que tem a dizer a este respeito?
Colnago – É notório que a relação entre os donos e os seus animais
de companhia cada dia torna-se mais “humanizada”. Tratados como
membros da família, os pets recebem a mesma atenção e cuidados
que um filho. A partir deste cenário, surgem novas exigências dos
consumidores e, em termos de alimentação para os pets, vem ocorrendo
o que chamamos tecnicamente de “antropomorfização”, ou seja, a
indústria de nutrição animal está focada em desenvolver alimentos
cada vez mais parecidos com os destinados aos humanos, claro que
formulados e balanceados para atender as necessidades dos animais.
Revista Pet Food – Sobre os estudos e pesquisas voltados para a área
de nutrição animal, em que patamar está o Brasil?
Colnago – Há 30 anos, para formular um alimento destinado aos cães
praticamente não encontrávamos profissionais no Brasil. Os poucos
que atuavam nesta área precisavam viajar ao exterior para obter
informações, conhecimentos e aplicá-los por aqui. Porém, de 10 anos
para cá a realidade é outra. Temos tido excelentes avanços em pesquisas
e estudos. Há um grande número de trabalhos sendo desenvolvidos
nas universidades brasileiras e uma quantidade enorme de profissionais
com mestrados e doutorados que chegam às empresas e levam essa
cultura de investir em pesquisas, novas tecnologias e desenvolvimento
de produtos. Tecnicamente estamos muito bem estruturados, há muita
informação, incorporamos conhecimento e estamos gerando novos
produtos. Nós aprendemos, adaptamos e evoluímos!
Revista Pet Food - Com relação à isenção de registros para alguns
produtos voltados à alimentação animal, como é o caso das rações,
qual a sua opinião?
Por: Lia Freire
O carro-chefe da BASA está na linha padrão e destaca-se a
diversidade do seu portfólio, tanto na linha de secos, quanto úmidos.
30 31
Colnago – Analiso como sendo um importante progresso
para a indústria brasileira de alimentação animal, as
novas regras que constam na Instrução Normativa nº 30,
que transfere a responsabilidade do produto à empresa
que o desenvolveu, cabendo ao responsável técnico do
fabricante a aprovação de fórmulas, rótulos e embalagens.
As novas regras desburocratizam o processo e permitem
que o Ministério da Agricultura concentre esforços no que
realmente deve fazer, ou seja, fiscalizar.
Outro aspecto que analiso como benéfico a partir desta
medida é que as indústrias passam a ter mais liberdade
para desenvolver as suas linhas. É preciso bom senso, sem
a imposição de padrões muito rígidos, caso contrário,
“engessamos” a capacidade produtiva das empresas e, neste
caso, o surgimento de novos alimentos.
Revista Pet Food - Isto quer dizer que a indústria
brasileira de alimentos animais durante anos teve a sua
capacidade criativa podada?
Colnago – Como mencionei anteriormente, o brasileiro é
extremamente criativo, portanto, mesmo tendo restrições,
os profissionais da área de alimentação animal sempre
superaram as dificuldades e apresentaram soluções
inovadoras. Um exemplo que costumo usar é que no início
da minha carreira, há 30 anos, quando formulava ração
inicial para pintos de corte, os níveis de proteínas variavam
de 24% a 25%. Hoje, com os avanços tecnológicos,
podemos formulá-la com 19% a 20% de proteína, sendo
que o frango ainda cresce quatro a cinco vezes mais.
Revista Pet Food - Em que posição está a indústria
brasileira de alimentação animal quando levamos em
consideração o cenário internacional?
Colnago – Nossos profissionais têm à sua disposição muita
informação e conhecimento para desenvolver os produtos.
No meu ponto de vista não temos, por exemplo, razões
para importar alimentos animais.
Há 10 anos, o Dr. Jim Corbin uma sumidade no assunto
de alimentação animal, responsável pelo desenvolvimento
da primeira ração extrusada para cães, já afirmava que
as rações brasileiras eram de excelente qualidade, não
“Há 30 anos, para formular um alimento destinado aos cães praticamente não encontrávamos profissionais no Brasil. Hoje, estamos muito bem estruturados. Nós
aprendemos, adaptamos e evoluímos”, Geraldo Luiz Colnago.
deixando nada a desejar, sob nenhum aspecto, às de outros
países. O problema está no próprio brasileiro que ainda tem
complexo de inferioridade. Acreditando que o importado
é sempre melhor, esquecendo que o Brasil é, inclusive,
pioneiro em várias áreas da nutrição animal. Há mais de
três décadas, por exemplo, desenvolvemos embutidos para
cães, enquanto que no exterior agora é que estes alimentos
são produzidos.
Revista Pet Food - Nos apresente a BASA Alimentos, o seu
posicionamento no mercado e os produtos desenvolvidos.
Colnago – A BASA surgiu em 1995 no mercado de
alimentação para animais de companhia, quando um grupo
empresarial brasileiro, que acumula mais de 40 anos de
experiência em diversos segmentos do agronegócio, decidiu
utilizar também o subproduto que tinha disponível e em
1997 a companhia iniciou a sua produção para atender
o setor pet. Compõem o grupo, as seguintes empresas:
Dumilho S.A. com sede no Espírito Santo, BASA Alimentos
em Brasília e a FVO Alimentos com duas unidades fabris,
uma focada no segmento pet em Pirassununga (SP) e outra
em Brasília, direcionada aos derivados do milho, voltados
para a alimentação humana.
Hoje, o principal foco de atuação da empresa é o
mercado pet e o carro-chefe está na linha padrão. Também
percebemos uma demanda cada vez maior na categoria
Premium, principalmente na região Sudeste do país, o que
nos leva a investir ainda mais neste segmento, bem como
no High Premium. Apresentamos um portfólio bastante
diversificado, tanto na linha de secos, quanto úmidos; e
oferecemos produtos exclusivos, como embutidos, néctar
pronto para beija-flor, entre outros.
Um outro importante negócio para a BASA é a
fabricação terceirizada de ração para grandes redes, como
Makro, Carrefour, Dia%, Tenda, entre outras empresas.
Hoje, o processo de extrusão de alimentos é barato,
os equipamentos estão mais acessíveis, então, teoricamente
ficou mais fácil produzir alimentos para animais, por isso
há tantas empresas no mercado, mas para se sobressair é
preciso oferecer algo a mais. É a partir desta proposta que
atuamos.
32 33Informe Técnico
O DESAFIO DA SEGURANÇA DO PET FOOD
A globalização do mercado de pet food tem trazido inúmeros
benefícios, mas tem também dificultado a gestão dos riscos de origem
alimentar. De 2007 para cá, o número de recalls vem aumentando
devido uma grande incidência de contaminação por micotoxinas,
melamina, salmonela etc., o que causou impacto direto no fechamento
de fábricas, no aumento de custos e na perda de lucros nos negócios ao
redor do mundo.
A segurança alimentar disponta em primeiro lugar na lista de
preocupações dos produtores de pet food, uma vez que a consciência
dos proprietários de pets está cada vez maior em relação ao risco e a
adoção de padrões elevados de segurança alimentar vem sendo cobrada
pelos consumidores e autoridades regulamentadoras do setor.
A segurança alimentar na cadeia de suprimentos para pet food
consiste no comprometimento de cada um de seus elos com a segurança
do produto por eles fornecido ao fabricante. Isto se aplica a todos os
processos de fabricação ao longo da cadeia, desde a seleção da matéria
prima e aditivos, até o produto final, com boas práticas de fabricação,
manuseio, estocagem, processamento e distribuição.
Para garantir que cães e gatos consumam e apreciem suas
refeições, palatabilizantes são adicionados à fabricação do pet food.
Os palatabilizantes são usados em baixas porcentagens na receita e
geram um alto nível de dispersão no alimento, em média 1 tonelada de
palatabilizante representa 100.000 refeições (considerando-se inclusão
de 4% de palatabilizante e refeições de 250gr).
Fornecedores de palatabilizante têm a responsabilidade de
introduzir produtos seguros no mercado global de pet food, por isso a
SPF se compromete a seguir um programa de excelência em segurança
baseado nas boas práticas de fabricação, gestão de riscos, melhoramento
contínuo e comunicação com toda cadeia de suprimentos.
ESTUDO DE CASO EM SEGURANÇA ALIMENTAR DO PALATABILIzANTES: PROGRAMA DE EXCELÊNCIA SPF
Os objetivos do programa são:
- Aumentar a segurança alimentar dos palatabilizantes na cadeia de
suprimentos do pet food;
- Garantir a saúde, o bem-estar animal e a saúde pública (proprietários
de pet e suas famílias);
- Benchmark de requisitos em sistemas de gestão de segurança para
Uma estratégia de excelência para análise de riscos e gestão de qualidade
pet food;
- Melhorar a eficiência de custos ao longo da cadeia de suprimentos.
A abordagem da SPF em relação à segurança alimentar busca
antecipar os problemas antes que estes ocorram, tomando as medidas
apropriadas para preveni-los (análise de riscos) com o objetivo de
reduzir a possibilidade de que algum mal seja causado ao animal.
Outro elemento chave é a melhoria contínua na busca de novos perigos.
Além disso, deve ser mantida uma constante verificação na eficácia
dos controles instituídos e garantir a total rastreabilidade do produto,
desde os produtores de insumos e matérias primas até os consumidores.
Para preservar a saúde e o bem-estar animal, garantir a segurança
alimentar, qualidade e confiabilidade dos palatabilizantes no mercado,
aplica-se uma Política de Segurança Alimentar de Palatabilizantes.
Constitui-se um processo de análise de riscos para cada produto,
algumas práticas de origem específica, um plano de verificação
com rápida medição em tecnologia NIR (infravermelho próximo)
e um confiável sistema de rastreabilidade. A SPF também aplica
voluntariamente o programa de certificação ISO 22000 (gestão da
segurança alimentar) em todas subsidiárias ao redor do mundo.
O comprometimento do corpo administrativo da SPF é fundamental
para o sucesso da implementação do sistema de gestão de segurança em
pet food. Para tanto os requisitos de segurança fazem parte das metas
de negócio da empresa.
A comunicação externa entre os diferentes membros da cadeia é
uma ferramenta essencial para garantir a segurança dos produtos. Os
riscos relacionados à segurança são, não só identificados, avaliados
e controlados, mas também comunicados ao longo de toda cadeia de
acordo com o código do consumidor para prevenir que qualquer mal
seja causado aos cães e gatos e aos seus proprietários.
COMO PREPARAR E ANTECIPAR UMA GESTÃO DE CRISE?
- Administrando os riscos (identificação, avaliação, redução da
frequência e severidade dos mesmos);
- Trabalhando a montante e a jusante da cadeia de suprimentos;
- Colocando em prática procedimentos internos adequados (reagir
com serenidade em uma situação de emergência, por exemplo);
- Colocando em prática uma logística operacional confiável e testada;
- Criando um ambiente preparado para o caso de crises internas, que
requer pessoal treinado e preocupado com os problemas.
FABRICAÇÃO DE PALATABILIzANTES SEGUROS:
- Práticas
- Considerações de design da infra-estrutura
- Programas de pré-requisito
Isto permite à empresa conduzir seu programa de excelência em
análise de riscos durante toda vida do produto, da sua concepção ao seu
consumo. Princípios de HACCP são aplicados de acordo com os padrões
da ISO 22000, a inspeção e os testes implementados são registrados
no plano de qualidade, não-conformidades são também estritamente
controladas graças ao sistema de rastreabilidade e todo conhecimento
comum e informação de perigos específicos ao pet food são reunidos
em um livro interno de segurança em palatabilizantes, servindo como
banco de dados.
CONCLUSÃO
Pessoas que trabalham com pet food devem ter responsabilidade
legal, ética, sustentável e econômica para manter a segurança do produto.
Como fornecedor mundial de palatabilizantes, a SPF está ciente destas
responsabilidades e comprometida em disponibilizar ao mercado
palatabilizantes seguros.
Figura 1: Componentes da análise de riscos
Ciente da necessidade de comunicação interativa entre fornecedores e
consumidores como um elemento chave para segurança do produto final,
a SPF continuamente melhora sua estratégia de qualidade no que diz
respeito à distribuição de produtos seguros e saudáveis dentro da cadeia de
pet food.
34 35
Apresenta-se ao mercadoA primeira edição da feira, realizada paralelamente à Fenagra e ao Congresso Internacional sobre Nutrição de Animais de Estimação, atinge as expectativas da organização e dos expositores e
entra definitivamente para o calendário de eventos do segmento pet food
urante os dias 30 e 31 de março, o Centro de
Eventos São Luis, em São Paulo, foi palco da primeira
feira técnica destinada ao mercado de alimentação
animal. O evento recebeu mais de três mil visitantes,
dentre eles, técnicos e produtores, além de contar com
a participação de 35 expositores como Nestlé Purina,
Royal Canin, Vogler, SPF Palatability, Manzoni,
Wenger, Andritz, Imeve, Alltech, Moinhos Vieira,
Eurotec, M. Cassab, RhotoPlas, Kemin, Muyang, Guabi,
ICC, Informe, Promep/Tekinox, Biorigin, Inf lex,
entre outros importantes players do mercado, que
apresentaram novidades e tendências em equipamentos,
insumos, rações, embalagens e demais itens.
A 1ª Expo Pet Food aconteceu juntamente com a 6ª
D Fenagra – feira esta que reuniu 40 expositores do setor
de graxaria e os responsáveis por fornecer matérias-
primas para a indústria de ração animal, cosméticos,
produtos de higiene e limpeza, para o mercado de
combustíveis alternativos, entre outros.
Paralelamente às feiras foram promovidos o 10º
Congresso Internacional de Graxarias, do SINCOBESP
– Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de
SubProdutos de Origem Animal – que teve como tema
“Qualidade com Sustentabilidade e Competitividade
Internacional” e atraiu mais de 100 participantes, além do
III Congresso e X Simpósio sobre Nutrição de Animais
de Estimação, estes dois últimos de responsabilidade do
CBNA – Colégio Brasileiro de Nutrição Animal - que
abordaram as últimas tendências no setor de pet food,
como balanceamento de aminoácidos, embalagens,
alimentos funcionais, segurança alimentar etc, com
mais de 240 inscritos. Ao adotar uma abrangente
linha programática, o Congresso do CBNA permitiu a
integração entre o produtor de informação e a mão-de-
obra qualif icada, fortalecendo ainda mais os laços entre
a indústria e a universidade.
A Expo Pet Food contou com importantes parcerias,
dentre elas, do Sistema FIESP/CIESP/SESI/SENAI,
da Cia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB),
da Associação Brasileira de Reciclagem Animal
(ABRA), do Sindicato Nacional das Indústrias de
Alimentação Animal (SINDIRAÇÕES), da Associação
Brasileira da Indústria de Refrigeração (ABRAFRIO),
do Sindicato das Indústrias do Frio no Estado de
São Paulo (SINDIFRIO), da Associação Brasileira da
Indústria de Saboaria e Afins (ABISA), do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e
com o intuito de apresentar aos empresários condições
e serviços f inanceiros adequados aos seus negócios,
instituições como Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e
Santander também estiveram no Centro de Eventos São
Luis.
O caráter técnico da feira, a qualif icação dos
visitantes e a união de dois mercados tão complementares
quanto o de pet food e graxaria, foram alguns dos
aspectos apontados pelos expositores do evento como
altamente positivos.
A EXPO PET FOOD NA OPINIÃO DOS EXPOSITORES
ANDRITz
Com sede na Dinamarca e há dois anos no Brasil,
fornecendo moinhos de martelo, extrusoras, secadores,
aplicadores e resfriadores para o segmento pet food,
a Andritz vislumbrou uma ótima oportunidade em
participar como expositora da Expo Pet Food, já
que está prestes a inaugurar uma fábrica em Santa
Catarina. “Estamos instalando uma unidade no país,
por isso, expor em uma feira como a Expo Pet Food é
fundamental para estreitarmos o nosso relacionamento
com o mercado brasileiro e mostrar para o público
o que oferecemos, as novas inovações tecnológicas
e possibilidades. Almejamos aumentar a nossa
representatividade por aqui, oferecendo equipamentos
diferenciados a preços justos. Estamos bastante
satisfeitos com o saldo da feira, já que importantes
contatos foram realizados durante os dois dias”, destaca
Claudio Mathias, executivo da empresa.
Em Foco 1
Por: Lia Freire
36 37
EUROTEC
Participar de feiras pelo mundo já é uma tradição
nos negócios da Eurotec Nutrition, que conta com uma
linha de produtos para o mercado de pet food, formada
por antioxidantes, antifúngicos e antibacterianos,
além de oferecer assessoria completa para sistemas e
equipamentos de dosagem e uma divisão técnica para
realizar o monitoramento na otimização da relação
dosagem x resultado, através de seus laboratórios
próprios e credenciados. “Expor em feiras técnicas como
a Expo Pet Food é fundamental para os nossos negócios.
É quando temos a oportunidade de encontrarmos nossos
clientes, prospectar novos e acompanhar as tendências
do mercado. As expectativas para 2011 são as melhores.
Conquistamos importantes clientes e isso nos trouxe
um incremento nos negócios na ordem de 30% a 40%”,
destaca Jorge André F. Bencke, gerente de produtos.
INFLEX
Há dois anos, a Inf lex - fabricante de embalagens
f lexíveis -, situada em Dourados, Mato Grosso do Sul,
decidiu entrar no mercado de pet food para oferecer o
seu know-how de mais de 20 anos e forte tradição no
setor de alimentação humana, especialmente no ramo de
massas e cereais. “Realizamos investimentos na ordem
Em Foco 1
de R$ 10 milhões e nos equipamos com tecnologia de
ponta e equipamentos de última geração para desenvolver
embalagens diferenciadas, com excelente apresentação e
impressão de qualidade”, destaca Elziro V. Junior, diretor
comercial da Inflex, afirmando que a feira foi mais uma
importante “porta de entrada” para o mercado de pet food.
MANzONI
Há duas décadas desenvolvendo máquinas e
fornecendo ao segmento peças para reposição, a
Manzoni, com o intuito de oferecer soluções que
aumentem a produtividade dos clientes e reduza o
consumo de energia, apresentou na Expo Pet Food
moinhos de alta rotação, equipamentos em versões mais
compactas, extrusora dedicada a alimentos para peixes
ornamentais e pássaros, além do secador Manzoni, que
foi totalmente reformulado, a f im de tornar-se ainda
mais ef iciente. “Ficamos bastante satisfeitos com os
contatos realizados na feira. É um evento menor, porém
bastante técnico, com a visitação de prof issionais que
realmente irão decidir os negócios”, observa o diretor
da empresa, Luciano Manzoni.
MUyANG
“Faltava no mercado de pet food uma feira realmente
técnica como a Expo Pet Food para apresentarmos os
38 39Em Foco 1
nossos equipamentos. Acreditamos no potencial do
evento, tanto que executivos da Muyang deslocaram-
se da China especialmente para participar da feira. Foi
uma importante oportunidade para apresentarmos a
qualidade das nossas máquinas e destacarmos a relação
custo-benefício que oferecemos”, observou Stefan
Widmann, diretor da WIDI Tecnologia, representante
exclusivo do Grupo Muyang no Brasil.
SPF PALATABILITy
Desenvolvedora de soluções inovadoras que visam
melhorar a palatabilidade de alimentos secos, úmidos
e treats, destinados aos animais de estimação, a SPF
Palatability expôs na Expo Pet Food e segundo análise
de seus executivos, foi mais uma excelente oportunidade
para os seus negócios. “A SPF parabeniza o novo formato
do evento que reuniu os segmentos de graxaria e pet
food, não apenas na feira, como também nos congressos
e simpósios realizados em paralelo. Todos os visitantes
que passaram pelo nosso stand mostraram-se muito
satisfeitos. Queremos agradecer pela oportunidade
ao Daniel Geraldes, editor da Revista Pet Food,
Godofredo Miltenburg, presidente do CBNA e Aulus
Carciof i, coordenador do comitê CBNA Pet, por esta
iniciativa. Eventos como este devem servir de exemplo
para o nosso mercado”, af irma Charles Boisson, general
manager da SPF Palatability.
MOINhOS VIEIRA
Um importante evento para f irmar relacionamentos
e prospectar novos negócios foi a conclusão do
diretor comercial da Moinhos Vieira, Flávio Augusto
Pavanelli, após expor na Expo Pet Food. “Recebemos
em nosso stand importantes visitas, uma delas foi do
engenheiro Andrew Hollister, da conceituada empresa
americana Jacobson/Caterday e agendamos uma visita
da nossa equipe técnica, no mês de setembro, a f im de
trocarmos informações tecnológicas. Fomos elogiados
pelo executivo por prestarmos mais do que vendas de
moinhos, por oferecermos ao mercado consultoria em
moagem. Com isso, concluímos que os nossos negócios
estão sendo direcionados da maneira correta. Saímos
da feira confiantes para o ano de 2011. O Brasil é um
país de muitas oportunidades, especialmente no setor
de alimentação animal”, conclui Pavanelli.
40 41Em Foco 1
III Congresso Internacional do CBNA sobre Nutrição de Animais de Estimação
O III Congresso Internacional e X Simpósio sobre
Nutrição de Animais de Estimação realizado pelo Colégio
Brasileiro de Nutrição Animal – CBNA – ocorreu em
São Paulo, no Centro de Eventos São Luis, região da Av.
Paulista, nos dias 30 e 31 de março. O evento que tem
tradição em reunir especialistas para tratar de temas
emergentes na área de produção de alimentos para cães e
gatos manteve seu perfil e atraiu 240 participantes.
A primeira palestra foi ministrada pelo Dr. Bruno Adrien
Paule, da Coordenação de Produtos para Alimentação
Animal – CPAA / Departamento de Fiscalização de Insumos
Pecuários – DFIP / Secretaria de Defesa Agropecuária -
SDA / Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
– MAPA. Sua fala começou justamente trazendo
explicações sobre a estrutura interna do MAPA situando
os ouvintes a respeito das atribuições das coordenações,
departamentos e secretarias. Trouxe também a legislação
vigente relacionada aos produtos destinados aos animais de
estimação e especialmente as instruções normativas mais
recentes. Destacou como pontos importantes da legislação
vigente: a isenção de registro, mas não de fiscalização
dos produtos e dos estabelecimentos; a valorização
da Responsabilidade Técnica e a conseqüente maior
incumbência especificamente do profissional Responsável
Técnico; exigências de rotulagem/embalagem/propaganda
em vigor desde 7/8/2009 sendo que o prazo para adequação
venceu em 7/2/2011.
Ainda bem que o tema tinha amplitude nacional, pois o
Congresso teve mais da metade dos participantes vinda do
próprio estado de São Paulo, mas computou profissionais
vindos também de pontos mais distantes como Santa
Catarina, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Goiás e mais 27 pessoas vindas do Paraná, 18 de Minas
Gerais e 14 do Rio Grande do Sul. A médica veterinária
Valeska M. da Silva, trabalha na empresa Total Alimentos
(Três Corações – MG), é responsável pela parte de
documentação e exportação e explicou que todos os anos o
departamento técnico da empresa participa do Congresso.
Ela não fez contatos novos este ano durante a reunião,
mas afirmou que costuma reforçar os laços com pessoas
da área nestas ocasiões: “a gente até brinca dizendo que no
(congresso do) CBNA a gente consegue reunir o pessoal e
conversar”.
A segunda palestra foi proferida pelo Prof. Dr. Ricardo
S. Vasconcellos, docente da UDESC-SC, que falou sobre a
digestibilidade de alimentos industrializados e os critérios
para sua comparação e classificação. Comentou que a baixa
biodisponibilidade de alguns nutrientes em determinados
ingredientes que são comumente usados em alimentos
chamados de ‘econômicos’ leva inclusive à dúvida se estes
podem atender realmente às exigências nutricionais
mínimas dos animais para serem considerados alimentos
completos como a Instrução Normativa nº 30 exige. Foi
uma exposição crítica e madura, que suscitou reflexões na
busca da melhoria constante dos produtos.
Do público do Congresso, aproximadamente 29%
foi de estudantes. A aluna de doutorado do programa de
Pós Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de
Lavras -UFLA - MG, Rosana Silva, contou que todo ano
o seu grupo comparece. Ela gostou dos temas desta edição
e destacou a palestra que sucedeu a do Dr. Vasconcellos,
a proferida pelo Prof. Dr. Aulus C. Carciofi sobre
balanceamento de aminoácidos.
Seguiram-se as palestras sobre embalagens plásticas
para Pet Food ministrada pela pesquisadora Léa M. de
Oliveira e a sobre palatabilizantes, de autoria de Cesar F.
Garrasino, este último com didática especialmente notada.
Estas foram as exposições que mais interessaram Valeska
que destacou também o momento para perguntas ao final
das exposições avaliando que “o acesso aos palestrantes está
sendo fácil e as perguntas estão sendo bem respondidas.
Esta parte está sendo bem importante”. De fato.
Em sua apresentação
a Profa. Dra. Vildes
M. Scussel abordou os
principais contaminantes
microbiológicos em Pet
Food. Ao final houve
uma pergunta da platéia
sobre qual a real situação
de contaminação de Pet
Food no Brasil, já que
não há notícias de recalls
por este motivo em nosso
território. Estaríamos sem
contaminação ou apenas
não constatando o fato?
A professora devolveu
a pergunta à platéia
interrogando se alguém
tinha conhecimento sobre
pesquisas realizadas
neste sentido. Dr. Bruno Paule do MAPA, presente na
conferência, informou então que o MAPA fez pesquisa no
A baixa biodisponibilidade de alguns nutrientes em determinados ingredientes (...) leva inclusive à dúvida se estes podem atender realmente às exigências nutricionais mínimas dos animais para serem considerados alimentos completos...”
Por: Cristiana Prada, médica veterinária. www.nutricao.vet.br
42 43Em Foco 1
ano passado recolhendo aproximadamente 60 amostras de
alimentos extrusados destinados a cães e gatos e que os
resultados tinham sido de contaminação zero em todas elas.
Mesmo sem presença de salmonela em produto acabado,
o levantamento do MAPA encontrou, em porcentagem,
importante de amostras de farinha de carne e ossos e
vísceras de frango presença de salmonella, o que nos
deixa em alerta e reforça a importância do processamento
adequado destes ingredientes. Neste sentido a palestra
proferida pelo Dr. Galen Rokey, chefe de pesquisa da
Wenger foi muito interessante: focado na produção de
alimentos seguros, ele demonstrou a importância da correta
configuração e higienização dos equipamentos, bem como
dos procedimentos operacionais com vistas a diminuição do
risco de contaminação microbiológica.
Ralf Carlos Tiepo, da cidade de Campo Bom (RS), Diretor
na empresa Micromix, que fabrica moinhos micronizadores,
chegou a tempo apenas de participar do segundo dia do
congresso. Comentando sobre as palestras de Galen Rokey e
de Andrew Hollister - palestrante dos Estados Unidos, que
falou sobre redução de partículas no processo de moagem -,
considerou o nível técnico das exposições “muito alto, muito
bom” e com aplicabilidade prática.
Dois professores de Universidades do exterior
trouxeram temas que abordavam saúde e nutrição. O
Prof. Dr. Anton Beynen, da Holanda, explicou que mudara
o tema da palestra inicialmente proposto por não ter
conseguido informações de qualidade que embasassem a
exposição. Falou então sobre as necessidades de energia dos
animais e o impacto da quantidade de alimento ingerido e
a composição deste alimento na saúde de cães e gatos. A
Dra. Monica Cutrignelli, de Napole, Itália falou sobre
prebióticos, probióticos e simbióticos, versando sobre a
relação entre alimentos funcionais, saúde e bem estar.
Essencialmente os dois palestrantes enfocaram a prevenção
de doenças, destacando entre outros pontos a importância
do correto manejo alimentar, composição do alimento e
ingredientes especiais.
TRABALhOS CIENTÍFICOS Já há três anos o evento abriu espaço em sua programação
para a divulgação de trabalhos científicos. A iniciativa
tem objetivo de aproximar as empresas, que têm demanda
por informações, da Universidade, que é produtora de
informações. Para serem aptos à avaliação é necessário que
os trabalhos se inscrevam (segundo as regras estabelecidas)
e tenham efetivo cunho científico. Existe cuidado para que
o espaço seja preservado à produção científica e não seja
ocupado por lançamentos de produtos comerciais.
Os trabalhos científicos são avaliados por uma
comissão julgadora que tem membros da academia e da
parte técnica de empresas. Este ano ela foi composta
por Alexandre M. Kessler1, Everton Krabbe2, Eduardo
Butolo3, Flávia M. B. Saad4, Flávio Prada5, Luciana D.
Oliveira6, Godofredo Miltemburg7, Rodrigo S. Bazolli8,
Ricardo S. Vasconcellos9 e Rodolfo Pereyra10. Cada
avaliador recebe diretamente, da secretaria do CBNA, os
trabalhos científicos sem adquirir a informação de quem são
os autores de cada um. O membro da comissão não recebe
para avaliação trabalhos dos quais seja autor ou co-autor
e, portanto, não os examina. Cada avaliador confere a cada
trabalho uma nota de 0 a 10 para cada um dos seguintes
quesitos:
a) importância do tema;
b) dificuldade do estudo;
c) material e métodos;
d) qualidade do texto.
Todas as categorias têm peso igual. As notas dos
avaliadores são remetidas à secretaria do CBNA que calcula
a média de notas recebidas para cada trabalho.
Este ano 34 resumos foram selecionados. Os três
trabalhos com melhores notas são convidados a serem
apresentados oralmente no evento enquanto os demais
são apresentados na forma de pôsteres que ficam expostos
no saguão ao lado da sala de conferências. A médica
veterinária Valeska comentou que entrou em contato com
os trabalhos científicos não através dos pôsteres, mas lendo
o material dos anais. Segundo ela, uma parte interessante
deste processo é “a gente poder conversar com os autores
dos trabalhos durante o próprio evento, discutir o trabalho
com eles”. Já a estudante
Rosana Silva, valoriza o
espaço cedido pelo evento para
a apresentação de trabalhos
científicos, pois “para a área
pet o [Congresso do] CBNA
se tornou um dos maiores
eventos, então a publicação
dos trabalhos faz com que
a gente tenha acesso ao que
está sendo feito nas outras
universidades, então eu acho
muito importante”.
Após a apresentação dos
três trabalhos oralmente,
os membros da comissão
julgadora que assistiram
a estas apresentações e
comunicam ao CBNA sua
“para a área pet o [congresso do] CBNA se tornou um dos maiores eventos, então a publicação dos trabalhos faz com que a gente tenha acesso ao que está sendo feito nas outras universidades, então eu acho muito importante”.
44 45
Comissão julgadora dos trabalhos científicos1 Alexandre M. Kessler, engenheiro agrônomo com mestrado e doutorado em temas em nutrição animal, é professor doutor na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul – UFRGS.
2 Everton L. Krabbe, engenheiro agrônomo com mestrado e doutorado na área de nutrição animal na UFRGS-RS, gerente na empresa Kemin do
Brasil.
3 Eduardo Butolo, engenheiro agrônomo, gerente de pesquisa e desenvolvimento em nutrição animal na Bunge.
4 Flávia M. B. Saad é médica veterinária, mestre em zootecnia e doutora em ciência animal, professora doutora na UFLA, responsável pela pós-
graduação à distância “lato sensu” em nutrição de cães e gatos.
5 Flávio Prada é médico veterinário, professor titular aposentado da FMVZ-USP tendo orientado e publicado trabalhos na área de nutrição de
cães e gatos.
6 Luciana D. Oliveira, médica veterinária, com mestrado e doutorado com temas em nutrição de cães e gatos com período do doutorado sob
orientação da Profa. Dra. Ellen Keinzle na Alemanha, trabalha na área de divulgação científica de Royal Canin do Brasil.
7 Godofredo Miltemburg, médico veterinário,consultor da área de nutrição animal e presidente do CBNA.
8 Rodrigo S. Bazolli, médico veterinário com mestrado e doutorado com temas em nutrição de cães e gatos, trabalha na área técnica da Adimax.
9 Ricardo S. Vasconcellos, médico veterinário com mestrado, doutorado e pós-doutorados com temas em nutrição de cães e gatos. É docente do curso
de Medicina Veterinária pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC.
10 Rodolfo Pereyra tem graduação pela Universidad Nacional de Luján e é gerente de Vendas Brasil na DSM Nutritional Products.
opinião. O trabalho com mais votos é declarado o melhor
trabalho do Congresso. Este ano o trabalho melhor
avaliado pela comissão foi o intitulado “Utilização da
Spirulina máxima como fonte de antioxidantes em
dietas extrusadas para cães” de autoria de Ricardo S.
Vasconcellos, Raquel V. Labres, Mayara C. Peixoto,
Euclides B. Malheiros, Leandro Zaine e Aulus C.
Carciofi. O trabalho foi parte do projeto de pós
doutorado do primeiro autor, resultado de dois anos de
pesquisa e teve patrocínio de FAPESP, CNPq e Mogiana
Alimentos. Todos os trabalhos apresentados constam
dos Anais do evento que podem ser adquiridos junto à
secretaria do CBNA.
Veja a lista completa em www.nutricao.vet.br/
trabalhos_cbna_2009.php. As palestras, à exceção da do
Dr. Bruno Paule, também constam dos Anais.
Em Foco 1
46 47
I Expo Pet Food realizado com sucesso
Este foi o primeiro ano em que ocorreu uma feira
concomitantemente ao Congresso de Nutrição de Animais
de Estimação do CBNA. Destinada ao setor de produção
de Pet Food a EXPO PET FOOD contou com 34 estandes
com empresas de embalagens, maquinário, palatabilizantes,
ingredientes, premix, produto acabado e divulgação. Ralf, o
participante do Congresso que veio do Rio Grande do Sul,
gostou: “é uma feira específica, não dá para se perder, mas para
o público alvo é a feira certa”. Valeska também aprovou a idéia
da Feira. Ainda no primeiro dia do evento, declarou: “uniu o
útil ao agradável, já me programei e amanhã vou visitar os
stands durante os intervalos”.
A empresa Wenger, cuja matriz é em Sabetha/Kansas
(EUA) e que tem uma unidade em Valinhos (SP), foi expositora
da EXPO PET FOOD. Seu diretor de vendas da América
Latina, Maurício Bernardi, aprovou e comentou: “Foi muito
boa a experiência, acho que deve se repetir pelos próximos
anos”. Maurício sugeriu que para os próximos anos seja
providenciado mais tempo para que os participantes do
congresso visitem a feira, do contrário às vezes ou o expositor
da feira não consegue concluir uma explicação ao visitante,
pois já está na hora de voltar ao congresso, ou o congressista
acaba perdendo um pouco das palestras.
Luciano Manzoni, da Manzoni Industrial, situada
no município de Campinas (SP), fabricante de peças e
equipamentos também aprovou: “nós viemos expor em função
do CBNA, pelo público das palestras, que é o público foco da
Manzoni. São pessoas da parte técnica das empresas, do setor
de qualidade, pessoal que resolve a compra dos equipamentos.
Então é um público que assiste às palestras e que durante os
intervalos circula a Feira e acaba conhecendo a empresa”.
“A feira atendeu bem nossas expectativas, o estande
também. Nós viemos pelo fato de ser um evento do CBNA,
onde estão os nossos clientes, o pessoal técnico do mercado.
Conversamos bastante, fizemos alguns novos contatos,
apresentamos nossos produtos, foi bom para relacionamento.
Foram muito bons os dois dias aqui.” declarou Rafael França,
da Alltech que fica em Araucária (PR) e comercializa aditivos
para nutrição animal.
A Feira e o Congresso aconteceram no mesmo local que
a FENAGRA, Feira do setor de graxarias e o Workshop do
SINCOBESP, sindicato deste mesmo setor. Rafael França teve
oportunidade de participar em outros anos da FENAGRA
que era realizada isoladamente e sentiu a diferença: “era um
público diferente, eram mais compradores das empresas. Aqui
vieram os compradores para ver os fornecedores de matérias
primas e o pessoal técnico para participar do CBNA.Então
acho que deu para pegar todo o corpo, tanto comercial quanto
técnico das empresas, e isso foi muito válido”.
O compartilhamento de área das feiras FENAGRA
e EXPO PET FOOD trouxeram resultados que nem a
organização tinha previsto. Esperava-se que os públicos
visitantes das feiras pudessem ter interesse cruzado nos
estandes, mas não que entre si as empresas expositoras
formassem novas parcerias, como ocorreu com a Manzoni.
Segundo Luciano Manzoni, durante a Feira foi possível tratar
da integração de alguns equipamentos que este setor possui,
com a linha de produtos de sua própria empresa. “Por exemplo,
a linha de extrusão de soja e extração de óleo. Nós não entramos nesta linha até hoje em função de
não termos uma prensa. E aqui houve uma empresa que está propondo uma parceria de usar a nossa
extrusora e a prensa deles. Tem outra empresa que faz equipamentos para processamento de farinha
de carne, digestores. Algumas peças que eles utilizam são fabricadas por nós e eles e gostaram do
nosso produto.Então a tendência é de que a gente consiga sair daqui da feira com algumas parcerias
bastante interessante para as duas empresas envolvidas.”
A localização do Congresso na cidade de São Paulo foi também uma novidade. O trânsito
incomoda, mas para quem vem de longe, como Ralf, a mudança de cidade colaborou facilitando o
acesso. Maurício, da Wenger, também abonou: “São Paulo tem uma infra-estrutura muito maior do
que qualquer outra cidade no Brasil, então eu acho São Paulo o ponto ideal”.
OS RESULTADOS
A quem olha o Congresso de longe, é visível e louvável que este venha conseguindo manter-
se no ‘fio da navalha’. Explico: ter alto nível técnico é difícil, mas mais difícil ainda é não ceder à
tentação de perder-se nos oceanos abissais da teoria acadêmica que, aliás, tem seu espaço próprio em
reuniões puramente científicas nas universidades. Por outro lado, em um meio que hoje movimenta
grande volume de valores, gera muitos empregos e recolhimento de impostos e que está cada vez
mais competitivo, seria fácil que um congresso do gênero deslizasse para o outro lado, ganhando
velocidade na via fácil do comercialismo.
O Congresso tem ocupado o meio do caminho entre estes dois extremos. Os temas tratados
foram bastante detalhados e tecnicamente delineados, mas sem perder a aplicabilidade. Seja
esmiuçando equações para predizer valores energéticos, seja tratando do tamanho de partículas
dos ingredientes a serem extrusados, comentando pontos de possível contaminação ou falando de
doenças dos cães e gatos que podem ter evolução diferente dependendo do alimento diferenciado de
que faça uso. Todos os assuntos tiveram abordagem prática, útil para os produtores de Pet Food.
Por isso talvez o interesse da audiência que perguntava e comentava ao final das palestras e seguia
conversando a respeito durante os intervalos.
O maior mérito do Congresso tem sido, portanto, ajudar o crescimento técnico do setor como
um todo, colaborando assim para que o Brasil venha a ganhar espaço no cenário mundial, não só
em volume de alimento industrializado produzido para cães e gatos, mas em geração de informação
e tecnologia. O evento também vitamina o crescimento de uma massa crítica que exige e é capaz de
gerar cada vez mais qualidade nos produtos que circulam no país.
Neste sentido, têm mais valor ainda e merecem especial destaque as empresas que apoiaram o
evento e custeiam assim o aprimoramento de todo o setor. Foram patrocinadoras: AFB, ALLTECH,
FERRAZ MÁQUINAS, SPF, KEMIN NORD, M.CASSAB, ROYAL CANIN, NESTLÉ PURINA
PET CARE, WENGER e FARMINA. Co-patrocinadoras: BIORIGIN e DSM e colaboradora:
MOGIANA ALIMENTOS.
Que venha o Congresso 2012, trilhando este caminho estreito e trazendo atrás de si profissionais
cada vez mais críticos e mais preparados. Para o bem de todos, pessoas e animais de estimação.
Por: Cristiana Prada, médica veterinária. www.nutricao.vet.br
“... é uma feira específica, não dá para se perder, mas para o público alvo é a feira certa”.
Em Foco 1
48 49Em Foco 2
Por que Vendemos Pouco ? ncontramos com muita freqüência vendedores
tentando “Justificar” sua baixa produtividade, culpando
alguém ou alguma coisa, esquecendo-se, no entanto, de
olhar para dentro de si mesmo e buscar no seu íntimo o que
é que está lhe faltando, quais são suas falhas e onde estão
suas fraquezas.
Há fatores que não podem ser controlados pelos
profissionais de vendas, como: concorrência, preço,
baixo investimento em Marketing por parte da empresa,
dificuldades de logística, qualidade baixa em produtos
e serviços, etc. Enfim, problemas que não dependem
exclusivamente do vendedor para serem resolvidos e que
a Organização precisa resolver. Isso deve ser discutido
com os superiores, com supervisores, gerentes e diretores
da empresa, mas o vendedor tem que participar, tem que
sugerir, colocar em seus relatórios, levar para as reuniões
e não pode se omitir dos problemas. “Nunca podemos fugir
dos problemas, temos que enfrentá-los”.
O problema dos vendedores, estes sim, tem como
resolver como profissionais de vendas e dependem deles
próprios. Então devemos gastar energia, tempo e dinheiro
para tentar solucionar nossas deficiências, nossas falhas,
nossos entraves, aquilo que chamo de “impedimento”,
Saul Jorge ZeucknerDiretor Comercial
Rações Algomix / Ki-Tal Alimentos
E coisas que nos impedem de crescer e dificuldades que não
nos permitem vender. Procure levantar dados, pesquise e
veja o que é que esta dificultando seu sucesso. Pode ser que
você seja um vendedor sem carisma, chato, que não atrai
clientes. Talvez você seja desorganizado, sua técnica pode
não estar funcionando, enfim, veja o que está errado com
você e procure ajuda para corrigir suas deficiências.
As empresas buscam a cada dia vendedores que
acumulam conhecimentos, não que os diplomas sejam
a porta para o sucesso imediato, mas facilitam muito o
entendimento daquilo que é ensinado pelas empresas,
através dos treinamentos, com maior capacidade intelectual,
evidentemente que as coisas ficam mais fáceis. Há vários
atributos nas pessoas que as transformam em excelentes,
como: Educação, cortesia, ética, personalidade, organização,
facilidade de falar em público, boa comunicação, postura,
responsabilidade, comprometimento. Enfim, daria para
enumerar muita coisa, mas o que temos que entender é que
temos que ser a cada dia melhor, procurar ser uma pessoa
que passa segurança para o cliente. Com isso ele sentirá
maior tranquilidade em comprar conosco.
Reflita sobre isso, boas vendas !
50 51
NITROSAMINAS EM ALIMENTOS À BASE DE
CARNES E VÍSCERAS
1. Utilização de conservantes nitratos e nitritos em alimentos de origem animal
Sais de cura, utilizando nitratos & nitritos de sódio e
po¬tássio, são largamente utilizados como aditivos alimentares
no processamento de derivados cárneos, originando produtos
como presuntos, bacon, embutidos (salames e salsichas), além
das carnes e vísceras utilizadas nas rações secas, úmidas e
semi-úmidas para pets. São conservantes (possuem atividade
antimicrobiana: previnem a deterioração e proliferação de
Clostridium botulinum), são responsáveis pela formação &
estabilização da cor (via formação do complexo mioglobina
óxido-nítrico) e conferem características organolépticas
particulares aos produtos (Figura 1).
Os nitratos são pouco tóxicos, a não ser em níveis
elevados, porém, os nitritos possuem uma toxicidade
maior, pois são capazes de se combinar com compostos
Figura 1. Alguns produtos cárneos para (a) pets e (b) humanos onde são utilizados sais de cura (nitritos e (ni- tratos) para conservação e melhoramento da cor e sabor.
Contaminantes Químicos de Raçõesparte 11
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C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
INFLEX 1-2.pdf 1 22/11/10 16:31
(a)
(b)
Figura 2. Estrutura geral do grupo nitrosamina.
R O1
2
NN
R
presentes nos alimentos formando as nitrosaminas. A
utilização destes conservantes em concentrações adequadas
e rigorosamente controladas reduz o risco e ocorrência de
problemas de toxidade pelo seu consumo.
2. Estrutura, formação e ingestão de nitrosaminas
Nitrosaminas são compostos de estrutura química
R1/R2N-N=O (Figura 2), formadas a partir da reação
de nitrosação de aminas presentes nos alimentos pela
presença de nitritos e aminas. O nitrito forma ácido nitroso
(HNO2), que se decompõe no cátion nitrosil (N=O+) e no
ânion hidroxil (OH-). O cátion nitrosil reage com a amina
produzindo nitrosamina.
A exposição dos animais e humanos às nitrosaminas
ocorre pela ingestão desses compostos pré-formados
ou pela nitrosação endógena. A alimentação é a maior
fonte de contaminação pela adição dos nitritos &
nitratos durante o processamento de diversos produtos
alimentícios principalmente de origem animal (Figura 3).
52 53Segurança Alimentar
Figura 3. Alimentos/petiscos para cães e gatos à base de proteína animal tratados com nitritos/nitratos e corantes.
Outras fontes de contaminação e exposição são: os
agrotóxicos, a água, os cosméticos, inclusive artigos de
borracha. Os tipos de alimentos para humanos em que já
foram detectadas as nitrosaminas em excesso são: carnes,
peixes e seus derivados, queijos preservados com sais de
nitrito, além da cerveja. A formação endógena ocorre em
grande extensão quando os precursores da reação são
ingeridos, nesse caso, as nitrosaminas são formadas no
estômago através de reações químicas com nitritos à partir
dos nitratos.
3. Efeitos tóxicos das nitrosaminas – carcinogênese
As nitrosaminas tornaram-se objeto de estudos
toxicológicos na década de 50, quando Magee & Barnes
relataram pela primeira vez a indução de tumores no
fígado de ratos alimentados com ração contaminada com
nitrosaminas. A maioria destes compostos apresenta
atividade carcinogênica, teratogênica e mutagênica em
animais e humanos. Efeitos carcinogênicos induzidos
pelas nitrosaminas já foram observados em várias espécies
animais tais como roedores, peixes, pássaros, ruminantes,
incluindo macacos. As nitrosaminas estão associadas ao
desenvolvimento de câncer, especialmente, os localizados
na cavidade oral, trato respiratório, sistema digestivo,
bexiga e cérebro. São absorvidas principalmente pelo
trato gastrintestinal e muito pouco pela pele. Não são
bioacumulativas e requerem ativação metabólica para
exercerem sua ação mutagênica e carcinogênica. Portanto,
não são reativas e necessitam de ativação enzimática
para formarem intermediários que se ligam ao DNA,
iniciando assim, o processo carcinogênico. A etapa inicial
da biotransformação envolve uma hidroxilação do carbono
do grupo alquila, catalisada pelo citocromo P450 levando
a formação de nitrosamina primária, que é instável e
se transforma em um azoidróxido causando alterações
nos sítios nucleofílicos do DNA e RNA. Esta etapa é
considerada fundamental no processo de iniciação do
câncer, sendo o fígado o principal órgão de transformação
das nitrosaminas.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer
(IARC), na sua classificação de agentes carcinogênicos,
considera as nitrosaminas como pertencentes ao Grupo 2A
(substâncias para as quais há suficiente evidência de efeito
carcinogênico em muitas espécies de animais e, ainda têm
sido demonstradas similaridades no seu metabolismo entre
humanos e roedores). Também do Grupo 2B (substâncias
para as quais há suficiente evidência de efeito carcinogênico
em algumas espécies de animais).
4. Nitrosaminas e ocorrência em alimentos As nitrosaminas podem ser encontradas diretamente
nos alimentos: nas carnes curadas, peixes, água, vegetais,
cerveja/malte, etc. Origem animal: uma população que
tenha dieta rica em proteínas de origem animal tem
grande possibilidade de exposição aos nitritos usados como
conservante, com conseqüente nitrosaminas. A concentração
de compostos N-nitrosos, em alimentos, é dependente de
vários fatores como concentração de nitrito residual ou
adicionado, concentração de precursores das nitrosaminas,
conteúdo de umidade, presença de catalisadores e inibidores
da nitrosação. Origem vegetal: muito cuidado deve ser
tomado com relação ao armazenamento de grãos em
condições inadequadas de umidade, que pode propiciar
o crescimento de fungos, particularmente o Fusarium
verticilioides. Este fungo é capaz de reduzir o nitrato para
formar nitrito e, conseqüentemente, na presença de aminas
nitrosáveis formam nitrosaminas. Modificações nos
processos de conservação e armazenamento podem eliminar
ou reduzir significativamente os níveis de nitrosaminas,
como a incorporação de inibidores da reação de nitrosação
no processo, como o ácido ascórbico ou α-tocoferol.
Ração animal: diversos estudos revelaram que rações
contami¬nada com nitrosaminas formada a partir da
nitrosação de aminas presentes. Na Noruega, foi relatado
que animais (ruminantes) alimentados com ração contendo
farinha de peixe com elevadas concentrações de nitrito,
54 55Segurança Alimentar
apresentaram desordens hepáticas e câncer. Durante a
década de 60, muitos outros relatos ocorreram quanto
à presença e formação de nitrosaminas em ração, o que
motivou cientistas de todo mundo a investigar a presença
destes compostos em outras matrizes, o que de fato se
comprovou.
Carnes e derivados: sais de cura são adicionados à
produtos cárneos tipo snacks/petiscos e nas farinhas de
carne/peixe/vísceras com o propósito de conservação
(contra C. botulinum) e obtenção de características
sensoriais desejáveis que conferem aos produtos
curados.
Derivados do leite: a presença de nitrosaminas em
laticínios deve-se à adição de nitratos e nitritos durante
o processo de elaboração dos produtos, principalmente
de queijos, a f im de evitar o chamado estufamento
tardio causado pelo C. tyrobutiricum.
Peixes e frutos do mar: a ocorrência e concentração
de nitrosaminas em peixes e frutos do mar podem
ser dependentes do grau de contaminação por nitrito
ou de seu uso como aditivo alimentar durante o
processamento. Aminas podem estar presentes a níveis
elevados, tanto em peixes marinhos quanto de água
doce e variam de acordo com a espécie, idade, ambiente,
f lora bacteriana e condições de estocagem.
Vegetais: os vegetais, assim como cereais e grãos,
podem sofrer contaminação por nitrosaminas presentes
no ambiente em que forem cultivados ou armazenados.
O uso de pesticidas e herbicidas, contaminados
por nitrosaminas e a presença de determinados
microrganismos (Fusarium verticilioides) no milho
são alguns fatores que contribuem para sua formação.
Durante o armazenamento, as reações de nitrosação
podem ocorrer dependendo do teor de nitrato nos
vegetais (os quais dependem do uso de fertilizantes/
época sazonal de cultivo /l uminosidade / umidade
relativa do ar / horário da colheita / sistema de cultivo
/ estágio de maturação / parte & espécie da planta).
Profa. PhD Vildes M Scussel, MSc Karina Koerich de Souza, Janaina Nones, Daniel Manfio. Laboratório de Micotoxicologia e Contaminantes Alimentares - LABMICO,Depto de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – Brasil
Tabela 1. limiTes máximos inTernacionais permiTidos para niTrosaminas
em produTos cárneos
PaísesEUA
Canadá
Chile
Rússia
Estônia
LMT
(μg kg-1)10
10
15
30
2
4
3
Nitrosaminas Nitrosaminas voláteis totais
NDMA1, NDEA2, NDBA3, NPIP4, NMOR5
NPIR6
NDMA
Nitrosaminas
Nitrosaminas
NDMA, NDEA
AlimentosProduto cárneo curado
Carne curada
Carne curada
Carne curada
Alimentos frescos
Alimentos defumados
Peixe fresco e defumado
Referências USDA (2011)
CFIA7 (2003)
Chile (2007)
Komarova; Velikanov (2001)
Yurchenko; Mölder, 2006
5. Técnicas analíticas de determinação As técnicas para determinação de nitratos & nitritos
e nitrosaminas baseiam-se na espectrofotometria e
também nas cromatograf ias líquida (LC) e gasosa
(GC). Para os nitratos/nitritos as mais utilizadas
são a espectrofotometria para nitritos com leitura
a 500 nm da cor rosa desenvolvida pela reação com
ácido sulfanílico; e para nitratos com uma prévia
redução a nitrito com cádmio metálico. Também
por quimiluminescência e LC de alta ef iciência com
detecção por ultra-violeta e/ou f luorescência. Já para
as nitrosaminas, as mais utilizadas são LC e CG com
detector de quimiluminescência.
6. Legislação Nitratos & nitritos: o limite tolerado de nitrato &
nitrito nos alimentos para humanos varia de acordo
com o produto alimentício e a legislação vigente. No
Brasil, o uso de aditivos é regulamento pela Portaria
n° 1.004 de 11/12/1998 do Ministério da Saúde, onde
é estabelecido para produtos cárneos o limite de 150 e
300 mg Kg-1 para nitrito e nitrato, respectivamente.
Para pet food não existe limite máximo regulamentado.
Importante enfatizar que, se a legislação vigente
estabelece e f iscaliza os níveis de nitrito/nitrato para
alimentos humanos, indiretamente está avaliando a
possibilidade de formação nitrosaminas. Portanto, não
é crucial analisá-las diretamente, pois sua formação
é proporcional à porcentagem adicionada dos sais
precursores. Nitrosaminas: poucos países (EUA,
Canadá, Chile, Europa) possuem regulamentação e
dados sobre a formação e presença de nitrosaminas
nos alimentos consumidos pela população, que permita
controlar a formação desses compostos a níveis tão
baixos que seu consumo não represente elevado risco
para a saúde dos consumidores. Na Tabela 1 são
apresentados os limites máximos estabelecidos em
alguns países para a presença de nitrosaminas em
Figura 4. Pet food contendo proteina animal tratado com nitritos e nitratos.
alimentos. Nos países da América Latina, incluindo
o Brasil, além de não existir um monitoramento para
avaliar a presença de nitrosaminas em alimentos, não
existe uma legislação específ ica.
7. Conclusões Cuidado deve ser tomado durante a escolha do
alimento destinado a pets, pois muitas matérias primas
(carnes, peixes e seus derivados) utilizadas podem estar
contaminadas com nitrosaminas se seus precursores
(conservantes) forem adicionados em quantidades
elevadas. Importante diversif icar a dieta dos pets para
evitar exposição diária as nitrosaminas. É necessária
uma avaliação da presença destes compostos em
alimentos industrializados adicionados de sais de
nitrato e/ou nitrito e que sejam mais comumente
consumidos. Importante enfatizar que o calor durante
o processamento de pet foods favorece a reação e
formação de nitrosaminas. O oferecimento de petiscos
(bif inhos/snacks/rações enlatadas à base de carnes)
deve ser monitorado, pois são alimentos passíveis de
conter esses compostos, já que não há legislação que
regulamenta sua utilização em pet food até o momento.
8. ReferênciasCFIA - Canadian Food Inspection Agency. Animal Products
Food of Animal Origin. Livestock and meat processing:
nitrosamines, 2003.
Chile. Reglamento sanitario de los alimentos, n.977, de 13
de maio de 1977. Diário oficial de la Republica de Chile, 6
ago. de 1997. Disponível em: http://www.sofofa.cl.
Dutra, CB; Rath, S; Reyes, FGR Nitrosaminas voláteis em
alimentos. Alim. Nutr., v.18, n.1, p.111-120, 2007.
Magee, PN; Barnes, JM The production of malignant
primary hepatic tumors in the rat by feeding
dimethylnitrosamine. Br. J. Cancer, v.10, p.114, 1956.
United States Department of Agriculture. US Code of
Federal Regulations. Food Safety and Inspection Service,
USDA § 424.22. Certain other permitted uses. 9 CFR Ch.
III (1-1-03 Edition). Disponível em: http://www.usda. gov.
Walters, CL Reactions of nitrate and nitrite in foods
with special reference to the determination of N-nitroso
compounds. Food Addit. Contam, v.9, n.5, p.441-447, 1992.
Próximo exemplar serão abordadas as aminas
biogênicas que podem ser encontradas contaminando
frutos do mar, mais precisamente os peixes (ex.: atum).
56 57
uitos estudos têm indicado que a
birrefringência é limitada aos eventos iniciais
da gelatinização e não se pode medir extensões
adicionais de gelatinização que ocorrem com o
aquecimento contínuo. Lineback e Wongsrikasem
(1980) descobriram que a medição enzimática possui
uma indicação mais realista do grau de gelatinização
do que a perda de birrefringência.
Conforme as observações mencionadas
anteriomente, a indústria de alimentos para animais
de estimação ao longo dos últimos 20 anos tem
utilizado metodologias de análise de gelatinização
do amido através da susceptibilidade à enzimas para
determinar o grau de cozimento. Estas metodologias
têm sido especialmente úteis para produtos extrusados
e já existe um histórico substancial de resultados.
Os primeiros esforços para a medição da
gelatinização do amido, através de susceptibilidade
enzimática envolveu o método beta amilase (Sung,
1968). Esses testes que empregaram a beta amilase
como enzima principal foram em geral considerados
bastante conf iáveis. Essa enzima rompe unidades
simples de maltose na cadeia linear da amilose
Amidos no Processo de Extrusão (continuação)
Claudio MathiasAndritz Feed & Biofuel Divisão de Extrusã[email protected]@andritz.com
Pet Food Online
Continuação na próxima ediçãoM atacando somente pela extremidade não redutora.
No entanto, a beta amilase não hidroliza ligações
alfa 1:6 e produz uma dextrina limite beta mesmo
que o amido esteja totalmente gelatinizado. Sendo
assim, frações lineares ou de amilose são facilmente
atacadas pela beta amilase enquanto que as frações de
amilopectina são menos suscetíveis. Mercier (Mercier,
1981) acreditava que a extrusão sob condições severas
destruiria algumas ligações alfa 1:6 aumentando
a susceptibilidade pela beta amilase. Além disso,
verif icou-se que, enquanto o amido de milho cru não é
facilmente atacado por enzimas, trigo e milho ceroso
são mais facilmente atacados.
Devido a essas inconsistências, a beta amilase deixou
de ser considerada como a enzima escolhida. Devido
ao fato de que os procedimentos com beta amilase para
determinação da gelatinização do amido eram muito
demorados e o custo da enzima pura ultrapassava US$
10,00 / grama , o método alfa amilase ou Rinehart
(Rinehart, 1971) foi considerado. Embora o tempo
médio por teste para este procedimento era de apenas
45 minutos, parecia haver sérias inconsistências nos
resultados, provavelmente devido ao curto tempo de
digestão (15 minutos). Além disso, a alfa-amilase ataca
aleatoriamente ambas ligações alfa 1:4 e alfa 1:6 alfa e
os complexos amido / gordura nos produtos extrudados
são aparentemente resistentes a tais ataques. Sendo
assim muitos dos métodos que empregam beta ou
alfa-amilase como principal catalisador de reaçõess
hidrolíticas são seguidos por uma reação de redução
de ferricianeto para determinação da quantidade
de açúcares redutores presentes. Isto provou que
muitas fórmulas complexas utilizadas em produtos
extrusados contém compostos redutores diferentes
dos hidrolizados enzimáticos. Muitas das
armadilhas dos métodos anteriores de susceptibilidade
à enzima foram evitadas pelo método gluco amilase
(Chiang & Johnson, 1977). Este método foi baseado
no princípio de que a glucoamilase age sobre a
extremidade não redutora das cadeias rompendo
unidades de dextrose e atuando em ambas ligações alfa
1:4 e alfa 1:6. Concentrações de amido total e amido
gelatinizado foram então determinados através da
medição de dextrose. No entanto, este procedimento
utilizava um curto período de incubação (30 minutos)
e um tamanho de amostra muito pequeno (0,2 gramas).
Outro método é com a modif icação de glucoamilase
aumentando o tamanho da amostra em 250% para
ajudar na eliminação erros de amostragem.
Enquanto que o período de incubação de duas horas
neste procedimento citado poderia ser reduzido para
30 minutos, o tempo maior de digestão evita desvios
devido ao complexo amido / gordura e às diferenças na
atividade das concentrações de enzima. Este método
citado para determinação do grau de cozinheiro é
baseado na hidrólise de uma amostra solubilizada de
duas maneiras diferentes. Uma porção da amostra é
solubilizada em água fria e a outra é autoclavada. O
amido em solução é hidrolisado com glucoamilase e a
dextrose produzida em cada parcela é medida usando
um analisador semi-automático. Pela determinação da
glucose produzida, a quantidade de amido solubilizado
pode ser calculado. A análise da amostra dissolvida
em água fria gera a quantidade de amido “cozido”
no processamento. Este procedimento é similar aos
métodos antigos, mas difere principalmente no uso de
um analisador semi-automático para a determinação
da dextrose. Uma vez que o uso do analisador reduz
o tempo de execução, e com isso este método é mais
58 59Pet Market
Limma JúniorDiretor da Nutridani Alimentos
Rações: qual comprar?
á comentei em artigos anteriores que sempre
costumo entrar em casas agropecuárias para olhar as
rações. Gosto de sentir os aromas e ver os formatos.
Pode- se ter várias idéias para novos produtos após uma
simples visita a esses lugares. Sei que minha esposa não
gosta muito desse meu hábito. Até concordo com ela.
Existem lugares mais interessantes para se visitar, como
parques e restaurantes. Mas aprendi a gostar desses
locais porque vivo desse mundo: o mundo petfood.
Costumes a parte, sempre procuro perguntar para as
pessoas como elas compram as rações que dão para seus
pets. Muitos respondem que olham as cores. Outros
preferem sentir o cheiro e alguns até provam o produto.
Visões válidas. Mas pode-se ir muito mais além desses
enfoques. O preço também conta, mas vamos deixá-lo
de lado, por enquanto.
Os pellets das rações escondem muito mais informações
que podemos imaginar. Uma simples observação
não nos diz quase nada sobre o conteúdo do produto.
Existem níveis protéicos e energéticos que fazem uma
grande diferença para seu cão ou gato.
O primeiro ponto a ser observado seria o nível de
proteína que o produto traz nas embalagens. Geralmente
eles f icam estampados na frente do produto ou mesmo
aparecem em uma tabela atrás da embalagem em forma
de gramas/kg. Ou seja, se lá estiver escrito 200,00 g/
kg, signif ica que a ração tem 20% de proteínas.
Verif icar os níveis de proteína (fundamental para a
formação de ossos, músculos e estruturas nervosas) seria
o passo mais simples. Contudo, alguns detalhes podem
fazer a diferença. Um item que ajuda não apenas o cão,
mas também na higiene da sua casa, seria o Extrato de
Yucca. Esse produto ajuda a reduzir o odor das fezes do
seu cachorro e faz com os que os vizinhos não toquem
J a campainha da sua residência para reclamar do forte
cheiro das fezes do seu cão.
Outros ingredientes importantes são os famosos ômega
3 e o ômega 6. Esses dois estampam grande parte das
embalagens das rações. Mas você sabe para que servem?
Ômega 3 é conhecido como a gordura do bem e ajuda
no funcionamento do organismo. Pode ser de origem
animal (peixes) ou mesmo vegetal (soja, canola).
Serve para o controle da pressão arterial, combate a
osteoporose, melhora o funcionamento das atividades
do cérebro. Isso apenas para citar alguns benefícios.
O ômega 6 tem origem em peixes, vegetais, ovos,
carnes, aves e serve para o controle da hipertensão,
combate do colesterol ruim e excesso da glicose, além
de trazer outros benefícios.
Para os gatos, não podemos nos esquecer da taurina.
Essencial para os felinos, ela age como um antioxidante
e ajuda a fortalecer as contrações cardíacas, assim como
a manutenção da saúde dos olhos do animal.
E assim, nós podemos pegar essas informações e
comparar às rações que estão em nossa lista de compras.
É claro que não podemos nos esquecer do preço. Esse
acaba inf luenciando a escolha de muitos. Mas vale a
pena gastar um pouco a mais por um produto que trará
benefícios para nossos cães ou gatos. Você gasta um
pouco mais com a ração, mas economiza com as idas ao
veterinário por problemas que podem ser evitados com
a compra de um bom produto.
Eu, como dono de dois cães e quatro gatos, sei o quanto
isso é importante. No f inal do mês, os gastos com eles
acabam sendo apenas o banho, as vacinas e as consultas
rotineiras. Essa é a verdadeira conta que devem fazer
todos os que possuem pets. E não há nada melhor do
que ver nossos bichos com uma saúde impecável.
60 61
INTRODUÇÃO
soja é o grão mais produzido no Brasil e um dos
mais produzidos mundialmente, sendo conhecida a mais
de 5000 anos na China. O uso dos produtos derivados da
soja na alimentação de cães tem aumentado nos últimos
anos, em função da alta qualidade e teor protéico destes
(36,0% no grão de soja a 90,0% na proteína isolada de
soja). Dentre os derivados protéicos de soja, o farelo de
soja é o ingrediente mais empregado em alimentos secos
completos para cães, compondo entre 5% a 20% da dieta.
No Brasil, a inclusão de derivados da soja nos
alimentos comerciais para cães, associado às farinhas
Caderno Técnico 1
Uso da soja na alimentação de cães
A de origem animal, tem possibilitado moderação entre
os níveis protéicos desejados, equilíbrio de aminoácidos
e redução do teor de macrominerais, como o cálcio e
magnésio, das dietas. Esse fato é importante, uma vez
que, em excesso, esses minerais podem causar anomalias
ósseas nos cães, principalmente nos animais de raças
grandes e gigantes. Entretanto, a presença de fatores
antinutricionais na soja pode limitar a inclusão desse
ingrediente na alimentação de cães, sendo necessário
o correto processamento da soja para remoção desses
fatores. Assim, será comentado a seguir algumas
características da soja como fonte protéica para cães.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA SOJA NA ALIMENTAÇÃO DE CÃES
No quadro 1 estão resumidas as principais vantagens
e desvantagens do uso da soja na alimentação de cães.
Quadro 1. VanTagens e desVanTagens do uso da soja na alimenTação de cães
Vantagens Fonte protéica e energética (grão)
Larga relação proteína:matéria mineral
Bom perfil de aminoácidos
Melhora a textura da dieta
Soja hidrolisada pode ser utilizada em dietas hipoalergênicas
Composição química mais constante que farinhas de origem animal
Boa digestibilidade e palatabilidade
Pode contribuir com a saúde intestinal
DesvantagensPode apresentar preço elevado
Contém fatores antinutricionais
Baixos níveis de metionina e cisteína
Pode resultar em fezes úmidas
Alguns animais podem apresentar reação alérgica à proteína de soja
O alto teor de lipídios do grão pode prejudicar a extrusão da dieta
Imagem negativa pelos proprietários
Pode apresentar excesso de fibra
FATORES ANTINUTRICIONAIS DA SOJA
O grão de soja apresenta alguns fatores
antinutricionais, os quais podem prejudicar o
aproveitamento dos nutrientes da dieta pelos animais.
Os principais fatores antinutricionais da soja são as
lectinas (também conhecidas como hemaglutininas) e os
inibidores de proteases. As lectinas aglutinam às células
intestinas, prejudicando a absorção dos nutrientes. Já,
os inibidores de proteases (inibidores de tripsina e
quimotripsina), se ligam às enzimas digestivas tripsina
e quimotripsina, impedindo que estas atuem sobre as
proteínas, prejudicando a digestão protéica e a absorção
dos aminoácidos da dieta.
Apesar do efeito deletério desses fatores
antinutricionais, estes são desativados durante o
processamento térmico da soja, não causando mais
efeitos negativos aos animais após o tratamento
térmico do grão. Entretanto, a presença de compostos
termoestáveis no grão de soja, como as f ibras solúveis
(parte da hemicelulose e pectinas) e açúcares (raf inose,
estaquiose e verbascose) também podem apresentar
efeito antinutricional aos cães.
As f ibras solúveis podem aumentar a viscosidade da
digesta, dif icultando a ação das enzimas digestivas e
a absorção dos nutrientes no intestino. Além disso, as
f ibras e os açúcares da soja são altamente fermentáveis
no intestino, podendo resultar em f latulência e na
produção de fezes em maior volume e menos consistentes
pelos cães. Desse modo, as f ibras são os principais
limitantes da inclusão da soja na alimentação de cães,
pois seus efeitos não são reduzidos pelo processamento
térmico da soja. A inclusão máxima de 10% de farelo
de soja em alimentos comerciais para cães adultos,
geralmente não resulta em problemas de consistência
fecal, dependendo da formulação da dieta.
Apesar desses efeitos adversos sobre o
62 63
aproveitamento dos nutrientes da dieta e sobre as fezes
dos cães, as f ibras solúveis são importantes para a saúde
intestinal, principalmente para cães geriátricos, obesos
e diabéticos, pois diluem as calorias da dieta, auxiliam
na saciedade dos animais, controlando o consumo de
alimento, reduzem a taxa de absorção de glicose no
intestino, reduzindo o pico glicêmico pós-prandial e
evitam a constipação.
Além disso, por serem fermentáveis no intestino,
as f ibras e, principalmente, os açúcares (estaquiose e
raf inose) da soja, podem atuar como prebiótico. Assim,
promovem o desenvolvimento de microrganismos não-
patogênicos no intestino, como Lactobacillus spp. e
Bif idobacterium, os quais inibem os patogênicos, como
do gênero Clostridium spp., Escherichia spp, Salmonella
spp., entre outros. Os microrganismos patogênicos
produzem compostos tóxicos, como amônia e aminas
biogênicas, que além de serem prejudiciais ao intestino,
causam mau odor às fezes dos cães.
PROCESSAMENTO DA SOJA
A f igura 1 e a tabela 1 apresentam o f luxograma
resumido do processamento do grão de soja para
fabricação dos principais derivados protéicos e a
composição química destes, respectivamente.
Existem vários métodos de processamento térmico
da soja, sendo os principais a tostagem, extrusão e a
micronização (Figura 1). Entretanto, é importante que o
processamento da soja seja bem controlado, já que o sub
ou superaquecimento podem reduzir o aproveitamento
de seus nutrientes pelos animais. O sub-aquecimento
da soja pode não inativar os inibidores de proteases,
enquanto o superaquecimento pode resultar na formação
de complexos entre a lisina e carboidratos (reação de
Maillard), formação de pontes dissulfeto e interações
não-covalentes entre cadeias polipeptídicas, reduzindo
a digestibilidade da proteína.
Como pode ser observado na figura 1 e tabela 1, a
maioria dos derivados de soja utilizados na alimentação
de cães, com exceção do grão de soja tostado e da soja
micronizada, apresentam baixo teor de lipídios, uma
vez que estes são removidos para o consumo humano,
principalmente. A remoção dos lipídios concentra a proteína
da soja, resultando em derivados com maior teor protéico.
Além da remoção dos lipídios, a retirada da casca da
soja, pelo descascamento do grão e das f ibras solúveis,
por extração destas com solução de etanol, concentram
ainda mais a proteína da soja, resultando, por exemplo,
no concentrado protéico de soja, que apresenta altos
teores de proteínas e baixo teor de açúcares. Ainda, a
fração protéica da soja pode ser isolada, basicamente,
pela solubilização da proteína em pH alcalino e posterior
separação por centrifugação dos demais componentes
da soja, resultando na proteína isolada de soja.
Assim, o grão de soja pode resultar em diversos
derivados protéicos, com características nutricionais
distintas. Sendo que, quanto maior for a concentração
da proteína da soja, por meio da remoção dos lipídios,
f ibra, amido, açúcares, entre outros nutrientes do grão,
maior será o aproveitamento dos nutrientes da soja
pelos cães e menor será o efeito da soja sobre as fezes
desses animais.
grão TosTado
TosTagem
soja grão
micronização
micronizada proTeína isolada
oligossacarídeos
oligossacarídeos,fibras, minerais
solubilizaçãoproTéica
naoH,cenTrifugação
exTração eTanol70 - 90%limpeza, Quebra,
descascamenTo, laminação, exTração
moagem, limpeza,
TosTagem
concenTradoproTéico
flocos brancos
farinHa desengordurada
TosTagem
casca
Óleo
farelo
opcional
Figura 1: Fluxograma de processamento do grão de soja (Félix, 2011).
64 65
Ananda Portella Félix, Cleusa Bernardete Marcon de Brito,
Carolina Pedro Zanatta, Laís Guimarães Alarça, Simone
Gisele de Oliveira, Alex Maiorka
DIGESTIBILIDADE DA PROTEÍNA DA SOJA
Como cães são animais basicamente carnívoros,
o conhecimento do teor de proteína digestível de
ingredientes para esses animais é de extrema importância
para a formulação de alimentos balanceados para a espécie.
Assim, foi realizada uma série de estudos no Laboratório de
Estudos de Nutrição Canina (LENUCAN), da Universidade
Federal do Paraná – UFPR, na qual foi avaliada, entre
outros fatores, a digestibilidade da proteína de derivados de
soja para cães, como mostrado na figura 2.
Observa-se que todos os derivados de soja apresentam
alta digestibilidade da proteína (de 84,7% a 98,8%) por cães.
Portanto, ao contrário do pré-conceituado por muitos, a
proteína da soja, quando bem processada (inativação dos
fatores antinutricionais termolábeis e redução das fibras e
açúcares) são bem digeridas por cães, inclusive podendo ser
mais digestíveis que farinhas de origem animal.
qUALIDADE DAS FEzES
Embora a proteína da soja seja bem aproveitada por
cães, como comentado anteriormente, a presença de
f ibras e açúcares na soja pode resultar na produção de
fezes em maior volume e menos consistentes pelos cães.
Entretanto, a remoção desses carboidratos da soja,
como para a produção de proteína isolada de soja, reduz
os efeitos deletérios da inclusão de soja na dieta sobre
as fezes dos cães. Esse fato está ilustrado na f igura 3,
na qual se observa que apenas os cães alimentados com
as dietas contendo proteína isolada de soja e farinha de
Embora a maioria dos derivados de soja resulte na
produção de fezes menos consistentes pelos cães, como
comentado anteriormente, a presença de f ibras solúveis
e açúcares (principalmente estaquiose e raf inose) podem
apresentar efeito prebiótico no intestino dos cães. Como
constatado pela redução no pH e no teor de amônia das
fezes de cães alimentados com derivados protéicos de
soja, em relação à dieta contendo farinha de vísceras de
aves (Figura 4).
A redução no pH fecal se deve, principalmente,
à fermentação dos carboidratos da soja por
microrganismos lácticos no intestino grosso dos cães,
resultando na produção de ácido láctico e ácidos graxos
de cadeia curta, os quais reduzem o pH intestinal,
inibindo o desenvolvimento de microrganismos
patogênicos proteolíticos. Os microrganismos
Derivados de soja Grão tostado de soja
Farelo de soja 45%
Farelo de soja 48%
Farinha desengordurada de soja
Soja micronizada
Concentrado protéico de soja
Proteína isolada de soja
UM %9,7
11,4
11,8
6,0
7,4
10,1
6,0
PB %37,0
45,3
47,9
52,0
39,1
62,9
87,0
EE %17,9
1,7
1,4
1,0
21,5
0,4
0,5
FB %6,2
5,4
4,3
3,5
1,4
2,6
0,1
MM %4,6
5,9
5,7
5,0
4,5
4,8
4,8
EB %4,94
4,08
4,16
4,38
5,28
4,94
5,55
Tabela 1. composição Química (na maTéria naTural) de deriVados proTéicos de soja
UM: umidade, PB: proteína bruta, EE: extrato etéreo, FB: fibra bruta, MM: matéria mineral, EB: energia bruta.
Figura 4. pH e teor de amônia das fezes de cães alimentados com dietas contendo 30% de um derivado protéico de soja ou farinha de vísceras de aves (FVA).
Figura 2. Coeficientes de digestibilidade aparente da proteína bruta (CDAPB) de derivados protéicos de soja e da farinha de vísceras de aves (FVA) em cães.
CD
AP
B (%
)
100
PIS FS48 CPSH FS45 FDS SGT FVASM
95
90
85
80
75
PIS: proteína isolada de soja; SM: soja micronizada; FS48: farelo de soja com 48% de proteína bruta; CPSH: concentrado protéico de soja hidrolisado; FS45: farelo de soja com 45% de proteína bruta; FDS: farinha desengordurada de soja; SGT: soja grão tostado.
Adaptado de Félix (2011)
vísceras de aves produziram fezes menos úmidas e mais
consistentes.
Observa-se ainda que, apenas a remoção da casca do
grão de soja (grande quantidade de f ibra), como para a
produção de farelo de soja 48%, farinha desengordurada
de soja, soja micronizada e concentrado protéico de soja,
não é suf iciente para melhoria da consistência das fezes
dos cães. Isso ocorre porque grande parte das f ibras
solúveis e açúcares fermentáveis da soja se encontram
principalmente no interior do grão, enquanto a casca
é composta principalmente por f ibras insolúveis. As
f ibras insolúveis, embora aumentem o bolo fecal, não
reduzem a consistência das fezes como as f ibras solúveis
fermentáveis. Por isso, apenas o isolamento da fração
protéica da soja tem demonstrado ser ef icaz para
melhoria das fezes dos cães em dietas com alta inclusão
de soja (mais que 10%).
Figura 3. Umidade das fezes de cães alimentados com dietas contendo 30% de um derivado protéico de soja ou farinha de vísceras de aves (FVA).
PIS: proteína isolada de soja; SM: soja micronizada; FS48: farelo de soja com 48% de proteína bruta; CPSH: concentrado protéico de soja hidrolisado; FS45: farelo de soja com 45% de proteína bruta; FDS: farinha desengordurada de soja; SGT: soja grão tostado.
Adaptado de Félix (2011)
Um
idad
e (%
)
70,00
PIS FS48 CPSH FS45 FDS SGT FVASM
68,00
66,00
64,00
58,00
62,00
56,00
60,00
54,00
Adaptado de Félix (2011)
SM: soja micronizada; FS45: farelo de soja com 45% de proteína bruta; FDS: farinha desengordurada de soja; SGT: soja grão tostado.
pH
FS45 FDS SGT FVASM
6,2
5,9
6,1
5,8
6
5,7
Am
ônia
(g/k
g)
FS45 FDS SGT FVASM
4,5
4,25
3,75
3,5
4
CONCLUSõES
A soja é uma fonte protéica de alta qualidade para
cães, desde que bem processada e aliada à outras fontes
protéicas para complementar os níveis de aminoácidos
essenciais da dieta. A remoção das f ibras e açúcares
da soja permite maior aproveitamento da proteína e
aumenta a consistência das fezes dos cães. Entretanto,
apesar do efeito adverso das f ibras da soja sobre a
consistência fecal, estas podem apresentar efeitos
funcionais ao organismo, como contribuir com a saúde
intestinal. Desse modo, segundo a f inalidade da dieta,
pode se utilizar diferentes derivados da soja, com
características nutricionais e custos distintos, como
importantes aliados à nutrição ótima de cães.
LITERATURA CITADA
FELIX, A.P. Avaliação nutricional de derivados
protéicos de soja para cães. Tese (Doutorado em Ciências
veterinárias). Universidade Federal do Paraná – UFPR.
Curitiba-PR. 2011, 188p.
proteolíticos, como do gênero Clostridium spp.,
fermentam a fração protéica não digerida que chega no
intestino grosso, resultando na produção de amônia,
aminas biogênicas, entre outros compostos tóxicos,
responsáveis pelo mau odor das fezes dos cães.
66 67
Aboissa
Tel. (11) 3353-3000
www.aboissa.com.br
Andritz Sprout do Brasil
www.andritzsprout.com
Anima Consultores
(11) 3677-1177
www.animaconsult.com.br
Brazilian Pet Foods
Tel. 0800-7016100
www.brazilianpetfoods.com.br
Consulpet
(19) 9135-1322
www.consulpet.com.br
Exteec
Tel. (16) 3996-9322
www.exteec.com
Ferraz Máquinas
Tel. (16) 3615-0055
www.ferrazmaquinas.com.br
Focam
Tel. (42) 3231-9400
www.focam.com.br
Geelen Counterflow
www.geelencounterflow.com
Grande Rio Reciclagem
Tel. (21) 2765-9550
www.grgrupo.com.br
Haarslev / Tremesa Brasil
Tel. (41) 3389-0055
www.haarslev.com
Imbrastek
Tel. (43) 3338-7288
www.imbrastek.com.br
Inflex Embalagens
Tel. (67) 2108-5900
www.inflex.ind.br
Informe Agro BusinessTel. (11) 3853-4288
www.agroinforme.com.br
Manzoni IndustrialTel. (19) 3225-5558
www.manzoni.com.br
MarfurosTel. (44) 3029-7037
www.marfuros.com.br
Moinhos VieiraTel. (15) 3251-4558
Skype: moinhos.vieira
Nord KeminTel. (49) 3312-8650
www.kemin.com
NutriadTel. (19) 3206-0199
www.nutriad.com.br
NutridaniTel. (43) 3436-1566
www.nutridani.com.br
NutrivilTel. (85) 3215-1107
www.nutrivil.com.br
PermecarTel. (19) 3456-1726
www.permecar.com.br
Promep/TekinoxTel. (19) 3256-9696
www.promepcampinas.com.br
Rothoplás EmbalagensTel. (11) 4199-2555
www.rhotoplas.com.br
SES SurfaceTel. (16) 3368-3118
www.ses-engenharia.com.br
SPF do BrasilTel. (19) 3583-6003
www.spfbrasil.com.br
Wenger do BrasilTel. (19) 3871-5006
www.wenger.com
Wid / MuyangTel. (11) 5042-4144
www.wid-eng.com
Serviços
3ª capa
2ª capa
57
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Nome:
Empresa:
Endereço:
Nº: Complemento:
Cidade:
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Fax: ( )
E-mail:
Cargo:
Tipo de Empresa:( ) Fábrica de Ração ( ) Palatabilizantes( ) Vitaminas e Minerais( ) Aditivos e Anti-Oxidantes( ) Veterinários( ) Zootecnista( ) Pet Shop( ) Farmacologia( ) Corantes( ) Embalagens ( ) Graxaria Independente ( ) Graxaria / Frigorífico( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas( ) Prestadores de Serviços( ) Consultoria / Assessoria( ) Universidades / Escolas( ) Outros
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4ª capa
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