Riscos competitivos: uma aplicação na sobrevida de pacientes com câncer (Natalia Giordani -...

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RISCOS COMPETITIVOS: UMA APLICAÇÃO NA SOBREVIDA DE PACIENTES COM CÂNCER Natalia Elis Giordani Orientadora: Prof. Dra. Suzi Alves Camey Co-orientadora: Prof. Dra. Luciana Neves Nunes

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RISCOS COMPETITIVOS: UMA APLICAÇÃO NA SOBREVIDA

DE PACIENTES COM CÂNCER

Natalia Elis Giordani

Orientadora: Prof. Dra. Suzi Alves Camey

Co-orientadora: Prof. Dra. Luciana Neves Nunes

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MOTIVAÇÃO

OBJETIVOS

METODOLOGIA

RESULTADOS

SUMÁRIO

1

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5

6

CONCLUSÃO

LIMITAÇÕES

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1

CÂNCER Problema de saúde pública 1

2012 2

14,1 milhões de novos casos 8,2 milhões de mortes 32,6 milhões de pessoas convivendo com a doença

ANÁLISE DE DADOS

Um dos parâmetros utilizados: Mortalidade Metodologias tradicionalmente utilizadas

Método de Kaplan-Meier Modelo de Cox

1 INCA – Câncer: um problema de saúde pública [Internet]. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/ABRASCO/rede.pdf 2 GLOBOCAN 2012 – Estimated cancer inicdence, mortalily and prevalece worldwide in 2012.

SUPOSIÇÃO: APENAS UM EVENTO DE INTERESSE

MOTIVAÇÃO

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REALIDADE: MAIS DE UM EVENTO DE INTERESSE Paciente com câncer pode experimentar um evento diferente do de interesse ao longo do período de acompanhamento

EVENTOS COMPETITIVOS

Ignorá-los Superestimação da função de distribuição acumulada e interpretações questionáveis 3, 4

Metodologia ideal Função de incidência acumulada Modelo da subdistribuição do risco

MOTIVAÇÃO

3 Balakrishnan N, Rao CR. Handbook of Statistics: Advances in Survival Analysis. 2004; 23. 4 Kleinbaum DG, Klein M. Survival Analysis: A Self-Learning Text. 2nd ed. New York: Springer Science; 2005.

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GERAL Aplicar a metodologia de riscos competitivos para estimar a letalidade e fatores associados ao óbito de pacientes diagnosticados com câncer primário entre os anos de 2002 e 2009 e atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)

ESPECÍFICOS Descrever a metodologia utilizada em análise de sobrevida na presença de riscos competitivos Avaliar incidências, letalidades e fatores associados ao óbito de pacientes diagnosticados com câncer primário e atendidos pelo HCPA entre 2002 e 2009 usando a abordagem de riscos competitivos

OBJETIVOS

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Coorte de casos primários de câncer atendidos no HCPA entre os anos de 2002 e 2009

11.832 pacientes acompanhados até 31/12/2013

Base de dados HCPA Sexo Data de nascimento Data da primeira consulta Data do diagnóstico Localização primária do tumor Data do óbito Causa básica de morte Causa imediata de morte

METODOLOGIA

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SIM Inclusão de óbitos não ocorridos ou notificados ao HCPA Relacionamento determinístico de registros – nome e data de nascimento

Software FRIL 2.425 datas de óbitos localizadas, totalizando 4.639 casos de morte

Causas de morte e localização primária do tumor CID-10

Utilizados apenas os dois primeiros dígitos

METODOLOGIA

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Variáveis derivadas Idade ao diagnóstico Tempo de acompanhamento

Cânceres escolhidos para análise Altas taxas de letalidade

Pâncreas Brônquios e pulmões Esôfago

Altas incidências Mama Próstata

METODOLOGIA

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Estimação da letalidade e avaliação dos fatores associados ao óbito

Abordagem de riscos competitivos Óbito por câncer primário (evento de interesse) Óbito por metástase ou segundo câncer Óbito por outras causas

Análises

Software R 11 - biblioteca cmprsk 12

Aprovação do comitê de pesquisa e ética em saúde do HCPA Projeto 100056, data da versão - 29/06/2013

METODOLOGIA

11 R Development Core Team (2012). R: A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. ISBN 3-900051-07-0, URL http://www.R-project.org/. 12 Bob Gray (2013). cmprsk: Subdistribution Analysis of Competing Risks. R package version 2.2-6.

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11.832 pacientes Homens - 6.515 (55,1%) Mulheres - 5.317 (44,9%)

Idade mediana ao diagnóstico primário de câncer 61,2 anos (49,6; 70,9) Homens - 62,3 anos (51,9; 71,0) Mulheres - 59,4 anos (46,9; 70,7)

Tempo mediano de acompanhamento 5,6 anos (1,6; 8,5) Homens - 5,3 anos (1,2; 8,2) Mulheres - 6,1 anos (2,5; 8,9) Tempo mediano de seguimento inferior a 5 anos corresponde ao tempo mediano de sobrevida após o diagnóstico

RESULTADOS

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4 RESULTADOS

Cânceres de pâncreas e brônquios e pulmões INCA - altas taxas de mortalidade pelas doenças dado seu comportamento agressivo e diagnóstico tardio 13

13 INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil

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4 RESULTADOS

14 INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Câncer no Brasil: dados dos registros de base populacional, v. 4

Câncer de mama POA 14 é a capital com maiores valores de taxas médias de incidências anuais de câncer de mama, ajustadas por idade

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4 RESULTADOS

14 INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Câncer no Brasil: dados dos registros de base populacional, v. 4

Câncer de próstata Tipo mais frequente em todas as regiões do país 14

Idade é um fator de risco estabelecido 14

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10 tipos de câncer com maiores incidências entre os anos de 2002 e 2009 no HCPA

Pele - 1.920 casos Próstata - 1.080 casos Brônquios e pulmões - 950 casos Mama - 893 casos Sistema hematopoiético e reticuloendotelial - 654 casos Cólon - 573 casos Esôfago - 497 casos Estômago - 422 casos Neoplasia maligna secundária e não especificada dos gânglios linfáticos - 360 casos Colo do útero - 328 casos

RESULTADOS

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Mortalidade 4.639 óbitos observados entre 2002 e 2009

Causa básica de morte igual a localização primária do tumor - 2.314 casos (49,9%) Causa básica de morte por câncer diferente da localização primária do tumor (metástase ou segundo tumor primário) - 1.462 casos (31,5%) Causa básica de morte não relacionada ao câncer - 863 casos (18,6%)

RESULTADOS

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10 tipos de câncer com maiores taxas de letalidade entre os anos de 2002 e 2009 no HCPA

Pâncreas - 145 óbitos (57,1%) Brônquios e pulmões - 527 óbitos (55,5%) Esôfago - 262 óbitos (52,7%) Estômago - 186 óbitos (44,1%) Fígado e vias biliares - 122 óbitos (42,5%) Vesícula biliar - 23 óbitos (42,6%) Intestino delgado - 12 óbitos (40%) Ovário - 42 óbitos (34,1%) Cérebro - 40 óbitos (31,3%) Neoplasia maligna de outras localizações e de partes não especificadas das vias biliares - 23 óbitos (28%)

RESULTADOS

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4 RESULTADOS

14 INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Câncer no Brasil: dados dos registros de base populacional, v. 4

Número de novos casos aumentado ao longo dos anos POA (2002-2004) 14

Cânceres de traqueia e reto estão entre os mais incidentes

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4 RESULTADOS

Letalidade, em 5 anos, considerando o ano do diagnóstico Valores altos e crescentes

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4 RESULTADOS

Probabilidade marginal de óbito por câncer de pâncreas, em 5 anos - 0,57 Probabilidade marginal de óbito por outros tipos de câncer, em 5 anos - 0,04 Probabilidade de óbito por câncer de pâncreas alta, em especial nos primeiros anos após o diagnóstico

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Probabilidade marginal de óbito por câncer de brônquios e pulmões, em 5 anos - 0,54 Probabilidade marginal de óbito por outros tipos de câncer, em 5 anos - 0,04 Estimativa de óbito, em até 5 anos, para câncer de brônquios e pulmões divulgada pelo INCA - 0,90; 0,93 14

Indícios de superestimação 14 INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Câncer no Brasil: dados dos registros de base populacional, v. 4

RESULTADOS

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Probabilidade marginal de óbito por câncer de esôfago, em 5 anos - 0,52 Probabilidade marginal de óbito por outros tipos de câncer, em 5 anos - 0,05 Estimativa de óbito, em até 5 anos, para câncer de esôfago divulgada pelo INCA - 0,90 15

Indícios de superestimação 15 INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil

RESULTADOS

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Probabilidade marginal de óbito por câncer de mama, em 5 anos - 0,12 Probabilidade marginal de óbito por outros tipos de câncer, em 5 anos - 0,02 Probabilidade marginal de óbito por outras causas é superior a de óbito por outros tipos de câncer

RESULTADOS

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4 RESULTADOS

Probabilidade marginal de óbito por câncer de próstata, em 5 anos - 0,09 Probabilidade marginal de óbito por outros tipos de câncer, em 5 anos - 0,02 A partir de, aproximadamente, 10 anos após o diagnóstico

Probabilidade marginal de óbito por outras causas é superior a de óbito por câncer de próstata

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Câncer de esôfago - indivíduos do sexo masculino têm risco 0,72 (0,54; 0,98) vezes menor de falecer do que as mulheres Câncer de próstata - aumento de 1 ano de idade aumenta o risco de óbito em 1,08 (1,05; 1,10) vezes

RESULTADOS

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Achados discordantes com literatura População diferente Metodologia de riscos competitivos Qualidade das informações apresentadas pelo INCA Falta de um registro mais acurado para estimar incidência e mortalidade para a população brasileira

CONCLUSÃO 5

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COVARIÁVEIS Ficha de registro de tumor contém apenas informações de sexo e data de nascimento

RELACIONAMENTO DE BASES DE DADOS

Relacionamento determinístico

LIMITAÇÕES

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