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setembro de 2007 Ano II - nº 10 Saiba tudo sobre os dois maiores eventos da mineração Brasil será auto- suficiente em cobre Mineração recupera áreas degradadas Calcários aumentam produtividade agrícola

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Ano II - nº 10

Saiba tudo sobre os dois maiores eventos

da mineração

Brasil será auto-suficiente em cobre

Mineração recupera áreas degradadas

Calcários aumentam produtividade agrícola

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Indústria da Mineração - Edição Especial Ano II - nº 10, setembro de 2007

EXPOSIBRAM vai estimularnovos negócios na cadeiaprodutiva da mineração

EDITORIAL

EXPEDIENTE Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração

DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César MancinCONSELHO DIRETOR: Presidente: Roberto Negrão de Lima / Vice-Presidente: César Weinschenck de Faria

Produção: Profissionais do Texto – [email protected] / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) Tiragem: 10 mil

Sede: [Novo endereço] SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205Fone: (61) 3248.0155/ Fax: (61) 3248.4940 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br

IBRAM-Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PA Fone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected]

IBRAM-CONIM: Av José Cândido da Silveira, 2000, Horto, Prédio do CETEC, CEP 31170-000 – Belo Horizonte/MGFone (31) 3486.2007 – E-mail: [email protected]

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O IBRAM promove, entre os dias 19 e 20 de novembro, a II Conferência sobre Responsabilidade Sócioambiental da Indústria da Mineração da Amazônia, em Belém, no Pará. O estado foi escolhido para sediar a 2ª edição do evento por ser um grande pólo minerador do Brasil. “Vamos aprofundar as discussões sobre o desenvolvimento sustentável e os desafios promissores da mineração na Amazônia”, afirma o diretor de Assuntos Ambientais, Rinaldo Mancin. As inscrições serão abertas em breve.

Responsabilidade Sócioambiental

O Instituto Brasileiro de Mi-neração (IBRAM) está prestes a realizar a 12ª edição do Congres-so Brasileiro de Mineração e da EXPOSIBRAM 2007 – Exposi-ção Internacional de Minera-ção, que receberam roupagem nova, especialmente no tocan-te à realização de negócios, ca-racterística que vai se sobres-sair este ano.

É o momento ideal para isso. A indústria da mineração atravessa um

de seus ciclos de maior prosperidade, tanto em termos de

produção quanto comercialização. A ati-vidade bate sucessivos recordes e tem am-

pliado sua participação no bom desempe-nho econômico-social do Brasil, já que gera cada vez mais divisas e fornece os minérios necessários ao crescimento da produção in-dustrial (e de outros setores) de uma forma geral, beneficiando toda a sociedade.

Ambos os eventos, no entanto, não per-deram as raízes de sua importância institu-cional para a atividade. Mineradores, for-necedores, clientes, prestadores de serviços diversos, especialistas em mineração, aca-dêmicos, executivos e autoridades governa-mentais de muitos países se farão presentes de 24 a 27 de setembro em um ambiente

adequado para debater os novos rumos do setor, bem como estabelecer alianças estra-tégicas e comerciais, aproveitando o boom mineral, que é um fenômeno mundial.

De modo a facilitar esses acordos, o IBRAM criou a Área de Negócios, um espaço privativo para que os expositores reúnam-se com clientes e fornecedores. A expectativa é que seja um dos setores mais concorridos da EXPOSIBRAM, em razão do grande número de empresários: além dos pavilhões internacionais, com a presença de empresas canadenses, norte-americanas e de vários outras nações, 277 estandes estão reservados para brasileiros. No total, somam-se 362 empresas, entre nacionais e internacionais. A procura pe-los estandes continua, embora as reservas tenham se esgotado há meses: pelo menos 70 companhias estão em uma fila de es-pera, aguardando eventuais desistências.

A procura por inscrições ao 12º Con-gresso também está acirrada, já que será a oportunidade para ampliar os conheci-mentos e discutir temas fundamentais da indústria da mineração com especialistas de vários cantos do globo, em uma pro-gramação bem completa. As inscrições podem ser feitas pelo endereço eletrônico http://exposibram.seven.com.br/pt/.

Até lá!

Audiência no Senado

Ablestock

Audiência pública realizada em 10 de setembro pela Subcomissão Temporária de Marcos Regulatórios do Senado Federal, em Brasília, foi uma excelente oportunidade para o IBRAM apresentar sugestões à imple-mentação do marco regulatório na minera-ção, como a aprovação do PLP 388/07, em tramitação na Câmara dos Deputados, que regulamenta o artigo da Constituição relati-vo às competências da União, de estados e municípios no licenciamento ambiental; e a implantação das Zonas Especiais de Extração Mineral (ZEEMs), o que traria maior tranqüi-lidade aos investimentos no setor.

O diretor-executivo da Anepac - Associa-ção Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para a Construção Civil (asso-ciada do IBRAM), Fernando Mendes Valver-de, informou que há demanda reprimida de 8 ton. de agregados (areia, brita, concretos usinado e asfáltico) por habitante e que o custo do transporte desse material eleva so-bremaneira o preço final ao consumidor.

Também participaram representantes do Ministério de Minas e Energia e o prefeito de Itabirito (MG) e presidente da Associação dos Municípios Mineradores de MG, Waldir Sal-vador de Oliveira. Ele se limitou a pregar o au-mento da CFEM para 4% sobre o faturamento bruto das mineradoras. Foi duramente contes-tado pelo IBRAM, que defendeu a universali-zação da cobrança, “antes de sequer se falar em aumento, sem base concreta”. Pelo Sena-do participaram Delcídio Amaral (presidente) e o relator senador Garibaldi Alves Filho.

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Indústria da Mineração - Edição EspecialAno II - nº 10, setembro de 2007 3

O Brasil será auto-suficiente em cobre até 2010. Isso se deve ao aumento da pro-dução interna, o que reduzirá o volume de importações desse minério, importantíssi-mo para os projetos de crescimento do Bra-sil e à diminuição das importações.

Entre os novos projetos de mineração que vão contribuir para a auto-suficiên-cia está a mina de Salobo – um projeto da Companhia Vale do Rio Doce (associada do IBRAM) – que está previsto para o 1º semes-tre de 2010. A mina, situada no município de Marabá, no Pará, vai assegurar o abasteci-mento do mercado interno e gerar exceden-tes exportáveis em curto prazo.

Salobo terá capacidade inicial de pro-cessamento de 12 milhões de toneladas de minério por ano e produção média, estimada, de 270 mil toneladas ao ano de concentrado de cobre. Estudos mostram que será possível expandir esse volume produzido para a escala de 24 milhões de toneladas de cobre por ano, e 540 mil to-neladas anuais de concentrado. Este salto poderá se dar mesmo durante a primeira fase de operação.

Segundo o presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, o processo de crescimento

Entre os dias 13 e 15 de novembro, o IBRAM, em par-ceria com o Ministério de Minas e Energia, participará do China Mining, evento de mineração na capital chinesa Bei-

jing. Representantes de mineradoras, geólogos e especialis-tas de várias partes do mundo estarão reunidos, durante três

dias, no “Beijing International Convention Center”, para deba-ter novos caminhos de desenvolvimento na indústria da mineração chinesa, como também a formulação de políticas e programas para um melhor desempenho das empresas mineradoras.

Empresários chineses esperam também conhecer clientes em po-tencial para o estabelecimento de novas parcerias. Durante o China Mining do ano passado mais 2,5 mil pessoas passaram pelos 200 es-tandes de 46 países.

“Eventos internacionais como o China Mining são excelentes oportunidades para o estabelecimento de novas relações comer-

Brasil será auto-suficienteem cobre em apenas três anos

acelerado é uma prova das avaliações do mercado interno que têm sido continua-mente revistas. “O IBRAM aumentou sua previsão de US$ 25 bilhões para US$ 28 bi-lhões em investimentos na atividade mineral entre 2007 e 2011”.

Anglo investe emprojeto de cobre

A Anglo American (associada do IBRAM) vai investir US$ 1,43 bilhão em um projeto de mineração de cobre no Alasca. O inves-timento dará à mineradora, que é a segun-da maior do mundo em termos de vendas, uma participação de 50% no projeto de Pebble, ao lado de sua atual proprietária, a Northern Dynasty Minerals, informou a An-glo, sediada em Londres.

O projeto, que também produzirá ouro e molibdênio, diz respeito a um depósito de 7,5 bilhões de toneladas de minério, segun-do a empresa. As companhias pretendem encerrar o estudo inicial até o final do pró-ximo ano e iniciar a produção em 2015. A estimativa das dimensões potenciais da mina não foi fornecida. O Rio Tinto Group (asso-ciada do IBRAM por meio da empresa Rio Tinto) detém 21% da Northern Dynasty.

Bahia24%

Goiás 1%

Pará75%

PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES DE COBRE

ciais. O IBRAM, preocupado em acompanhar as novas tendências mundiais do setor mineral, vem participando ativamente de eventos como este. Só neste ano, participamos do Prospectors and Developers Association of Canada (PDAC), da reunião do ICMM – International Council on Mining and Metal, em Londres, e da OLAMI, em Buenos Aires”, disse o presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna.

Dados revelam que a produção em minas chinesas, dobrou entre os anos 2000 e 2005, chegando a um valor total, em 2005, de US$ 190 bilhões. Em 2005, o total de produção mineral representou 7 bilhões de toneladas, em produtos como alumínio, carvão mineral, aço e cimento. Em 2006, a China produziu 1.5 bilhões de toneladas de carvão e 406 milhões de toneladas de minério de ferro.

Informações sobre como participar podem ser obtidas pelo fone 61 3319-5635 ou pelo e-mail [email protected]. Dados sobre o evento podem ser acessados em www.china-mining.com em inglês.

China quer novas políticas e programas para a mineração

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O forte crescimento da indústria da mi-neração vai exigir investimentos de US$ 11,2 bilhões em Minas Gerais, nos pró-ximos cinco anos – uma fatia de 40% do bolo total de US$ 28 bilhões indicado pelas empresas para todo o País até 2011. Os nú-meros são uma estimativa do Instituto Bra-sileiro de Mineração (IBRAM).

De acordo com o presidente do Institu-to, Paulo Camilo Penna, a indústria mineral aposta em taxas de crescimento até 2015. A expectativa, este ano, é de que o valor da produção mineral brasileira cresça para R$ 106 bilhões, representando aumento de 6%

A Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) revelou, na primeira semana de agosto, que o setor da mineração naquele estado aumentou em 35% as exportações no 1º semestre de 2007. Na soma dos nove principais itens, o Pará vendeu quase US$ 3 bilhões, exatamente US$ 751 milhões a mais do que no mesmo período de 2006.

“O IBRAM comemora os resultados visi-velmente positivos do Pará no que tange à mineração. Isso comprova o potencial da re-

na comparação com 2006. ”No mercado in-ternacional, temos a Índia e a China como dois atores fundamentais dessa expansão, mas outros parceiros importantes da nossa indústria, como Estados Unidos, Alemanha e Japão também estão crescendo. E, no Brasil, assistimos a um ciclo de investimen-tos não só da produção siderúrgica, como em saneamento e habitação”, afirma. Entre as empresas que mais vão investir, estão a Companhia Vale do Rio Doce, com recursos de US$ 7,3 bilhões em 2007; a MMX, que anunciou US$ 2,36 bilhões e a Companhia Siderúrgica Nacional, que decidiu aplicar U$ 1,9 bilhão só em mineração.

Mineração investe US$ 11 bilhões até 2011 em MGO valor integra o total de US$ 28 bi em todo o País

INB procura parceria privadaA estatal Indústrias Nucleares do Brasil

– INB afirma que a retomada da construção da usina nuclear Angra 3 pode significar o reinício da exploração da reserva de urâ-nio de Santa Quitéria - município distante 222 Km de Itataia, em Fortaleza. O objetivo é alcançar a auto-suficiência de todo o ciclo de produção do combustível, da mineração até o produto final, enriquecido e encapsulado, para funcionamento das usinas Angra 1, 2 e 3 no Rio de Janeiro. Para viabilizar a extração em Santa Quitéria, a segunda maior reserva de urânio do País, a INB está prospectando empresas privadas de mineração interessa-das no negócio de fosfato – matéria-prima de adubos e ração animal, presente em grande quantidade naquela jazida.

gião e do nosso País. Apostamos na indústria mineral e em um forte crescimento pelo me-nos até 2015”, diz o presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna.

A expectativa da Fiepa é que, entre 2007 e 2009, o setor invista, no Pará, US$ 8,9 bi-lhões. Com isso, serão gerados mais de 32,7 mil empregos diretos, sobretudo no sudeste do estado (16.700), no nordeste e na região metropolitana de Belém (11,6 mil) e Baixo Amazonas (4,4 mil).

Pará: aumento das exportações cresce 35%

Planta Industrial Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, Minas Gerais

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A Exposição Internacional da Mineração – EXPOSIBRAM 2007 e o 12º Congresso Brasileiro de Mineração estão em contagem regressiva, já que serão realizados entre os dias 24 e 27 de setembro, no espaço Expo-minas, em Belo Horizonte (MG).

Das 362 empresas mineradoras que estarão na EXPOSIBRAM, 277 são do Bra-sil. O Pavilhão do Canadá contará com 21 empresas e o dos Estados Unidos com 20; também virão mineradoras e representan-tes dos governos da Austrália, Alemanha, Chile, África do Sul, China, Espanha, Fin-lândia e Polônia.

EXPOSIBRAM 2007 e 12º Congresso Brasileiro de Mineração

Merecem destaque os participantes con-firmados para o 12º Congresso Brasileiro de Mineração, que nesta edição terá como tema “A Mineração do Brasil no Mundo Glo-balizado” (veja quadro). Será oportunidade como poucas para discutir os novos passos da Indústria da Mineração com especialistas de vários cantos do globo em uma progra-mação bem completa. As inscrições são limi-tadas e podem ser feitas consultando o site http://exposibram.seven.com.br/pt/.

Eventos paralelosEm sintonia com o 12º Congresso, es-

tão previstos outros eventos: 2º Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Minas (19h30 do dia 25/9 e 19h de 26/9 e 27/9); Reunião da Associação Nacional de Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil – ANEPAC (17h de 25/9); Solenidade de Entrega do Prêmio “200 Maiores Minas Brasileiras” (18h de 25/9); Reunião da Associação Brasileira dos Profis-sionais de Mineração (17h de 26/9).

Homenagem aos pioneiros da mineração

No 12º Congresso, os quatro auditó-rios foram batizados em homenagem às personalidades da mineração brasileira. O maior, com capacidade para 1,8 mil pes-soas, denomina-se Arnaldo Gramani, que foi um dos primeiros geólogos formados no Brasil. Concluiu o curso na Escola de Minas de Ouro Preto, em Minas Gerais (MG). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Geo-logia e pioneiro no Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro. Faleceu em 1º de agosto de 2006.

O segundo maior auditório, com capaci-dade para 500 lugares, recebe o nome de Henrique Guatimosim que foi um dos primei-ros presidentes do IBRAM, nos anos de 1979 e 1980, e o primeiro diretor-presidente da empresa Samarco Mineração (associada do IBRAM). Os outros dois espaços, comportan-

PROGRAMAÇÃO RESUMIDA

24 DE SETEMBRO DE 2007 - SEGUNDA-FEIRA

Auditório Arnaldo Gramani

11h Sessão Solene de Abertura do 12º Congresso Brasileiro de MineraçãoAbertura Oficial da Exposição Internacional de Mineração – EXPOSIBRAM 2007

16h Keynote Session: O BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL

25 DE SETEMBRO DE 2007 - TERÇA-FEIRA

Auditório Henrique Guatimosim

09h às 12h

Painel - MINERAÇÃO: UMA VISÃO DO FUTUROTendências nos preços dos minerais. Até quando eles podem se manter?Tendências no desenvolvimento de projetos. Para onde estão se dirigindo?Mineração futura - Tendências e avanços na tecnologia

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14h às 17h

Sessões Temáticas - CENÁRIO NACIONAL DA MINERAÇÃO

Auditório Henrique Guatimosim Auditório Augusto Trajano Auditório Moraes Rego

MINERAIS INDUSTRIAISMinerais industriais, uma mina de oportunidadesGrafite: produção x demandaAluminas

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ROCHAS ORNAMENTAISMercado das rochas ornamentaisCondicionantes tecnológicas para o desenvolvimento do setor de rochas ornamentaisO Setor das rochas ornamentais e de revestimento e a responsabilidade sócio-ambiental

A INDÚSTRIA DE AGREGADOS: UMA VISÃO REALISTA

Visão da indústria de agregados no Brasil: diagnóstico, tendências e desafios Reflexos da aplicação da Resolução CONAMA nº 369/2006 na mineração de agregadosOrdenamento territorial para a mineração de agregados

EVENTOS PARALELOS

Auditório Henrique Guatimosim

19h30 2º Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Minas – ENEMINAS

Saiba tudo sobre os dois maiores eventos da mineração

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Indústria da Mineração - Edição Especial Ano II - nº 10, setembro de 2007

Auditório Arnaldo Gramani

18h Solenidade de Entrega do Prêmio: “200 Maiores Minas Brasileiras”

Auditório Augusto Trajano de Azevedo Antunes

17h00 Reunião da ANEPAC - Associação Nacional de Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil

26 DE SETEMBRO DE 2007 - QUARTA-FEIRA

Auditório Henrique Guatimosim

09h às 12h

Painel - CAPACITAÇÃO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA MINERAÇÃO

Atendimento a demanda de pessoal qualificado – Papel dos centros de pesquisas, empresas de consultoria e pesquisador autônomoFormando Engenheiros de Minas para o futuro sustentável Treinamento “in house” e “on the job” na grande empresa de mineração

••

14h às 17h

Sessões Temáticas - INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA VISÃO DO USUÁRIO

Auditório Henrique Guatimosim Auditório Augusto Trajano Auditório Moraes Rego

SOFTWARE DE MINERAÇÃO

Estado da arte do software de mineração e o impacto nas melhores práticas de planejamento de lavra Integração do planejamento com a operação na Mina de Cuiabá Desafios e riscos na utilização de software de mineração

EQUIPAMENTOS

Tecnologia nacional de GPS de precisão para MineraçãoSeparação ótica-eletrônica de mineraisTelecomunicações subterrâneas

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

Pesquisa e desenvolvimento tecnológico na CVRD - Área mineralP&D colaborativo na indústria mineral em um ambiente competitivo global Lei de inovação e o Fundo Setorial Mineral

EVENTOS PARALELOS

Auditório Henrique Guatimosim

19h00 2º Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Minas – ENEMINAS

Auditório Augusto Trajano de Azevedo Antunes

17h00 Reunião da Associação Brasileira dos Profissionais da Mineração – APROMIN

27 DE SETEMBRO DE 2007 - QUINTA-FEIRA

Auditório Henrique Guatimosim

09h às 12h

Painel – GESTÃO DA EMPRESA DE MINERAÇÃO

Governança corporativa em grandes empresasGestão da operaçãoResponsabilidade social nas grandes empresas de mineração

•••

14h às 17h

Sessões Temáticas - GESTÃO DA EMPRESA DE MINERAÇÃO

Auditório Henrique Guatimosim Auditório Augusto Trajano Auditório Moraes Rego

MEIO AMBIENTE E MINERAÇÃO

Política de meio ambiente para um estado mineralContabilidade ambiental para passivos (garantias e seguros)Mitos e realidades sobre a relação mineração e desenvolvimento sustentável

RECURSOS HÍDRICOS

A cobrança pelo uso da água na mineraçãoGestão de recursos hídricos na mineração: caso de VazanteOs desafios da gestão de recursos hídricos na Mina Morro do Ouro

O PAPEL SOCIAL

A importância do papel sócio-econômico da MRN no contexto regional e da cadeia de alumínio no ParáA responsabilidade social e corporativa do carvão mineralMineração e desenvolvimento local: o caso da CFEM no Brasil

EVENTO PARALELO

19h00 2º Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Minas – ENEMINAS

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do 200 lugares, chamam-se Augusto Trajano de Azevedo Antunes e Moraes Rego.

O Dr. Antunes começou as atividades de mineração em 1942, quando criou a Indústria de Comércio de Minérios, com a extração de minério de ferro, em Itabirito (MG). Notabilizou-se com a criação da Ico-mi (Indústria e Comércio de Minérios S/A), no Amapá. Em seguida, comandou a Com-panhia Auxiliar de Empresas de Mineração, na década de 50, e fundou a Minerações Brasileiras Reunidas (associada do IBRAM), nos anos 60. Faleceu em 1996, pouco an-tes de completar 90 anos. Outro pioneiro é Luiz Flores de Moraes Rego, cujo nome batizou também o Centro Acadêmico da Faculdade de Engenharia da Universidade de São Paulo. No final da década de 20, promoveu estudos relacionados sobre a ge-ologia para pesquisa de petróleo no Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil.

EXPOSIBRAM: mais negóciosOs corredores da EXPOSIBRAM, onde

se situam os estandes dos expositores, re-ceberão nomes de minerais. O A, exemplo, será Ágata, o B, Berilo, e o C, Calcita, e por aí por diante até o U, de Uraninita. Outra novidade é o novo layout de distribuição dos estandes dentro do pavilhão, foyer e área externa, que permitirá uma melhor circulação dos 40 mil visitantes esperados.

As mudanças não param por aí. Segun-do o presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, a idéia é que a EXPOSIBRAM se ca-racterize por oferecer oportunidades para o fortalecimento e a geração de negócios.

Para isso, criou-se a Área de Negócios. O espaço privativo para que os expositores reú-nam-se com clientes e fornecedores terá toda a privacidade, serviços de apoio e estrutura necessários. Para utilizá-lo será preciso fazer reserva junto à organização da Exposição, já que funcionará com hora marcada.

Leia mais sobre esses que são os dois mais importantes eventos

da mineração da América Latina nas próximas páginas.

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Como foi a primeira participação do Canadá na EXPOSIBRAM 2007?

Cônsul – Começamos com uma participa-ção singela em 1995 por meio da Camese. Posteriormente, tivemos uma evolução no número de empresas participantes na EXPOSIBRAM, chegando a um pico de 43, em 2003.

Como é o critério de escolha das em-presas?

Cônsul - A Camese define todos os anos os países-chave onde o setor mineral canaden-se deve ser devidamente representado. O Canadá participa de eventos importantes, como a EXPOSIBRAM, nos 12 meses do ano em todo o planeta.

O que os atraem na EXPOSIBRAM?

Cônsul – Ela é escolhida pelo Canadá por causa do grande porte, da representatividade junto ao setor mineral brasileiro. E, ainda, pelas oportunidades de negócios existentes

Canadá quer dobrar volume de exportação para o Brasil até 2012

ENTREVISTA

O Canadá participa da EXPOSIBRAM desde 1995, por meio da Came-se – Canadian Association of Mining, Equipment and Services for Export) – uma associação privada que conta com 250 membros e todas as empre-sas produtoras de equipamentos e serviços minerais.

Na edição de 2007, o país contará com um pavilhão de 207 m2, que abrigará 21 empresas canadenses. Entre elas estão Golder Associates, Mine Radio, Hengju Chemicals, CME Blasting.

O Jornal Indústria da Mineração conversou com o Cônsul Geral do Canadá, Jean-Yves Dionne, que fala sobre a participação daquele país na EXPOSIBRAM 2007 e as expectativas em relação ao Brasil.

neste mercado para as empresas produtoras de equipamentos e serviço minerais.

Como será a participação do Canadá na EXPOSIBRAM 2007?

Cônsul – O Consulado Geral do Canadá, por meio do seu escritório comercial em Belo Horizonte, estará organizando outros eventos paralelos ao Trade Show, agregando valor à participação do grupo de empresas canadenses na EXPOSIBRAM 2007. Portan-to, estaremos oferecendo à comunidade mineradora local o “Café-da-Manhã Con-ferência”, que contará com a presença de agentes, representantes e distribuidores da atividade mineral no Brasil, o que facilitará o contato com os grupos de empresas do Canadá, que buscam representação local como meio de acessar o mercado brasileiro de equipamentos para o setor mineral.

Teremos também um happy hour, no Pa-vilhão do Canadá. O objetivo é estimular os contatos gerados localmente entre

empresas do Canadá e do Brasil. Faremos um coquetel de abertura para a exposição Isumavut de arte indígena do Canadá, que estará exposta no Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte. Nossos parceiros para a elaboração desta agenda serão a EDC – Export Development Canadá, Macleod Dixon e Coreminas – Conselho Regional de Agentes, Representantes e Distribuidores de Minas Gerais.

O que significa para o Canadá partici-par da EXPOSIBRAM?

Cônsul – Para a Camese e as demais empre-sas canadenses produtoras de equipamentos e serviços minerais significa a oportunidade de melhor compreender o mercado mine-ral brasileiro, inteirar-se comercialmente e ainda firmar-se como empresas atuantes neste setor. Estar na EXPOSIBRAM é uma forma de inaugurar novas parcerias por meio dos contatos estabelecidos no Brasil e, ainda, promover novas tecnologias ca-nadenses aplicáveis ao setor mineral neste

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país. Certamente e ao longo dos eventos passados, inúmeras empresas canadenses tiveram sucesso em fechar negócios durante o período da feira comercial, sobretudo na identificação de um Agente, Representante e/ou Distribuidor locais.

Pode citar-nos algumas empresas que já fecharam um grande negócio duran-te a EXPOSIBRAM?

Cônsul – Empresas como a CME Blasting, Mine Radio System e Golder Associates são exemplos de empresas canadenses com resultados comerciais positivos no mercado brasileiro de mineração.

E na questão da atualização tec-nológica? Qual é a posição do Canadá diante do assunto?

Cônsul – O Canadá é reconhecidamente um país de ponta no que se refere ao setor mineral, propiciando aos empresários a possibilidade de inovar, pesquisar, ensaiar e produzir novas tecnologias e equipamentos aplicáveis aos vários aspectos do setor mine-ral. Exemplos disso são os aerolevantamentos geofísicos, os laboratórios de pesquisa mine-ral, os equipamentos para minas subterrâne-as, a legislação e a metodologia para uma maior segurança do trabalho e a qualidade de meio ambiente em regiões mineradoras, como também uma legislação pertinente para a recuperação de áreas degradadas.

A postura comercial adotada pelas empresas do Canadá é outro fator

importante a ser mencio-nado. Essas empresas

estão sempre abertas a estabelecer novas parcerias científicas e tecnológicas com empresas e/ou instituições.

Como é o relacionamento Canadá - Brasil no setor da mineração?

Cônsul – São países mineradores por natu-reza, com grande extensão territorial, áreas remotas de difícil acesso e riquezas minerais abundantes. Os dois se complementam, mantendo um vínculo comercial contínuo neste setor, ora exportando, ora importando commodities minerais que complementam a produção local e preenchem lacunas pela não existência de tal ocorrência mineral.

Ao longo destes últimos sete anos, temos ve-rificado um crescente interesse por parte das empresas de exploração mineral do Canadá no mercado brasileiro. De fato, passamos de uma tímida participação de empresas canadenses, com apenas dez em 2000, para aproxima-damente mais de 40 empresas em 2007. O Canadá tornou-se igualmente um importante

player para a produção mineral do Brasil, especificamente de ouro e não-metá-licos, com investimentos diretos supe-riores a US$ 1 bilhão nestes últimos dois anos. A Kinross, por exemplo, detém o título de maior produtor de ouro de Minas Gerais, fato ocorrido após a compra da empresa de exploração mi-neral Rio Paracatu Mineração

(associada do IBRAM).

Uma notícia publicada em julho afirmava que o Canadá

pretende dobrar as relações com o Brasil. De que forma isto se dará

no setor da mineração?

Cônsul – Esperamos ter um crescimento no número de empresas canadenses de explo-ração mineral interessadas em prospectar no Brasil, particularmente para a prospecção de ouro, diamante, cobre, zinco e níquel. Gostaríamos também de dobrar o volume de exportações para o Brasil até 2012.

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Há 24 anos, a GEOSOL (associada do IBRAM) participa da EXPOSIBRAM. Na 12ª edição, a empresa estará com estande na área livre e promete novidades. A GEOSOL é a primeira empresa de prospecção e son-dagem geológica para pesquisa mineral a obter a certificação NBR ISO 9001:2000.

Entre as inovações que ela vai levar ao evento estão equipamentos para a sonda-gem geológica em áreas ínvias (de difícil acesso) ou com restrições ambientais nas aberturas de acesso. Foram adquiridos no Chile e Canadá em 2007. De acordo com o diretor-presidente da GEOSOL, Claret Ro-drigues da Cunha, a EXPOSIBRAM “é uma ótima ferramenta para a divulgação de no-vas técnicas e tecnologias”.

“Todas as formas de facilitar negócios, inclusive na área de marketing, são en-contradas no evento: estande comercial, apresentação de palestras em seminários técnicos, exposição de equipamentos na

área externa etc. A EXPOSIBRAM, por reunir grandes empresas mineradoras do Brasil, constitui oportunidade ímpar para o contato direto e pessoal com os nossos clientes”, afirma.

Claret acrescenta que os benefícios do evento são “excelentes”, capazes até de estimular a superação de desafios. “Inú-meros contatos e consultas sobre serviços de sondagem são feitos durante a EXPOSI-BRAM. Alguns dos nossos clientes também conseguem identificar, dentre as capacida-des e técnicas da nossa frota de sondas, soluções para seus”, revela.

GEOSOL participou de todas as edições da EXPOSIBRAM

A GEOSOL, cuja diretoria é composta por geólogos, tem profunda ligação com a história e desenvolvimento do setor da mineração brasileira. Com quase 55 anos de existência, a empresa esteve presente em todos os grandes empreendimentos do setor. Foi fundada em 1953, sob denominação Geologia e Sondagens Ltda., pelo engenheiro de Minas e Civil, Victor Dequech, na cidade de Criciúma (SC). Os primeiros trabalhos foram sondagens em minas de carvão mineral. Hoje, a empresa tem atuação nacional.

O estande da Geosol estará localizado na Área Livre, sob o número H 15.

Geologia: público poderá ver novidades no sistema de informaçãoA geologia e a mineração estarão em

destaque na EXPOSIBRAM 2007. É que o Serviço Geológico do Brasil – CPRM, a Se-cretaria Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, e o Departamen-to Nacional de Produção Mineral (DNPM) estarão juntos em estande – localizado em quarteirão exclusivo – com 170 m2. O obje-tivo é divulgar projetos, produtos e serviços, na perspectiva de prestação de contas e de-monstração dos recursos aplicados do gover-no federal em projetos de geologia básica, gestão e fomento à mineração.

Entre as novidades estão os lançamentos e demonstrações de novos produtos basea-dos em tecnologia de sistemas de informa-ção geográfica.

O GEOBANK, por exemplo, é um ban-co de dados – desenhado pela CPRM – que possui tecnologia com interações em tempo real para composição de mapas temáticos. O aplicativo Web Map GEOBANK permite, por meio do acesso à internet, consultar as bases de dados e realizar plotagens sobre mapas.

Outra inovação são as novas ferramentas – implementadas pelo DNPM –, que permi-tem ao minerador solicitar pela internet um formulário de pré-requerimento eletrônico. “É uma forma de facilitar o relacionamento do minerador com o organismo gestor do patrimônio mineral do País”, afirma Ernesto Von Sperling, gerente de Marketing e divul-gação da CPRM e coordenador técnico do PAVILHÃO BRASIL, espaço do governo fe-deral na EXPOSIBRAM 2007.

CPRM já lançou revista na EXPOSIBRAM

Há 12 anos, durante o VI Congresso Brasi-leiro de Mineração – evento paralelo à EXPO-SIBRAM –, a CPRM aproveitou a oportunidade para lançar “A Terra em Revista”, uma publica-ção com informações técnicas para a comuni-dade de geologia e mineração. O evento acon-teceu em Salvador, na Bahia, em 1995 (foto).

A partir daí, segundo Sperling, os congres-sos do IBRAM também foram evoluindo, pas-sando de encontros técnicos, com formato mais fechado, para o conceito de feira. “Co-

meçou-se a divulgar no evento boas práticas e cuidados com o meio ambiente, até como oportunidade e divulgação da indústria como promotora de desenvolvimento e conforto para a vida das pessoas”, diz.

“A CPRM passou a adotar posturas de in-tegração de objetivos entre o sistema de ge-ologia e mineração do governo federal e, a partir de 2001, aprimoramos nossa presen-ça na EXPOSIBRAM de forma diferenciada nos congressos de mineração”, revelou o gerente de marketing.

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Afirmação normalmente ouvida por quem desconhece ou se diz contrário à atividade minerária, de que “a mineração depreda”, é combatida pelo engenheiro de minas e pesquisador do Centro de Tecno-logia Mineral, Roberto Cerrini Villas-Bôas. Segundo ele, uma das operações unitárias da lavra de minérios é justamente a recu-peração de área degradada. Ele falará sobre o assunto no último dia (27/9) do 12º Con-gresso Brasileiro de Mineração. A palestra será realizada às 16h, no Auditório Henri-que Guatimosim, no Expominas.

“Dizer que a mineração não é sustentável é um mito. Muitas pessoas afirmam erronea-mente que ela pode fazer parte de um con-junto de ações sustentáveis, mas a atividade em si é depredadora. Há muitos exemplos a serem discutidos na palestra. Entretanto,

de fato, a mineração não é depredadora. Na verdade, desde sempre, dividindo-se a lavra de minérios em operações unitárias – con-ceito muito empregado na engenharia em geral –, a quarta é exatamente a recupera-ção de locais devastados”, afirma.

A palestra, cujo tema é “Mitos e Realida-des da Mineração e Desenvolvimento Sus-tentável”, enfocará o conceito operacional do desenvolvimento sustentável e definirá o que o termo significa para a indústria extrativa mi-neral, identificando mitos e realidades.

“Fala-se muito em desenvolvimento sustentável. A frase aparece em manchetes de jornais, uns dizem que ela existe, ou-tros dizem que não é possível, mas poucos sabem exatamente o que significa. Alguns, vagamente, têm a noção de que sustenta-bilidade é algo como guardar o meio am-biente para gerações futuras”, diz.

Segundo Villas-Bôas, o desenvolvimento sustentável na mineração brasileira e mun-dial é extremamente importante. O único fator que falta é velocidade nas ações – que pode ser resultado da pressão social. “Quan-do começamos a falar sobre o assunto, há 17 anos, muitos achavam que era uma palavra da moda e que logo desapareceria. Isso não ocorreu. Pelo contrário, tendo em vista que as externalidades ambientais e sociais, hoje, são internalidades. Há um custo associado, assim, os fatos passam a ser importantes”, afirma.

A mineração recupera áreas degradadas, defende pesquisador

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ção EXPOSIBRAM: canal de diálogo

sobre a mineração

Roberto Villas-Bôas participa há muitos anos da EXPOSIBRAM e dos Congressos de Mineração, inclusive com participações em palestras. Para ele, o evento significa uma grande reunião de profissionais que podem trocar experiências, dados e novi-dades do setor. “O mais importante é que ambos os eventos propiciam mais canais de diálogo sobre a mineração com o gran-de público”, resume.

O palestrante

Roberto Cerrini Vilas-Bôas é engenheiro de minas, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1968. É Mestre em Engenharia Metalúrgica pela Co-lorado School of Mines, em 1970, e Doutor em Ciências em Engenharia de Materiais pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra/UFRJ, em 1978. Tem ampla atuação no setor mí-nero-metalúrgico nacional e internacional, além de vários livros publicados.

Atualmente, é pesquisador titular do Cen-tro de Tecnologia Mineral (Cetem), além de vice-presidente do Organismo Latinoameri-cano de Mineração e da Sociedade Brasilei-ra de Engenharia de Minas e conselheiro do International Minerals Processing Council.

Roberto Cerrini Villas-Bôas

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Indústria da Mineração - Edição EspecialAno II - nº 10, setembro de 2007 11

Acessibilidade ágil, flexível, simples e confiável, é sem dúvida, um dos gran-des desafios, na utilização de software de mineração. Soluções de integração locais existem em diversos segmentos, como na geologia e no planejamento de lavras, porém o custo elevado de implantação, inclusive em mineradoras que já possuem toda uma estrutura, é também um risco.

Durante a palestra “Desafios e riscos na utilização de software de mineração”, o Gerente de Produção, do Departamen-to de Planejamento e Controle de Produ-ção da Mineração Rio do Norte S.A., An-derson Cerceau, apresentará um cenário geral do uso de softwares na indústria da mineração no Brasil. A idéia é enfatizar os aspectos de integração das informa-ções com o intuito de gerar uma base ágil e confiável para a tomada de decisão no nível mais alto da administração.

“As soluções de integração disponí-veis, em geral, no mercado, ainda são localizadas, demandam grandes investi-mentos e não permitem uma total inte-gração com todos os sistemas legados”, afirma Cerceau.

Desafio do software da mineração: integração eficiente

Segundo Anderson Cerceau, um grande risco são as diversas formas que um sistema desenhado para uma aplicação específica pode gerar, provocando, até, uma situação de descontrole sobre a qualidade e o fluxo da informação. “Isso pode influenciar em tomadas de decisão erradas. Áreas como geologia, lavra de minério, manutenção de equipamentos móveis, entre outros, são especialidades restritas ao universo da mi-neração que demandam elevado grau de especialização”, revela.

Para Cerceau é preciso visibilidade ao lon-go de toda a cadeia produtiva para facilitar a geração de informação de alto nível, com ve-locidade compatível às expectativas dos inte-ressados. “Esta atitude, por exemplo, permite que as decisões sejam tomadas sobre uma base mais forte e no prazo ideal”, diz.

Desafios: o preço é o vilão

Existem sistemas integrados mais abran-gentes, mas com custos de implantação re-lativamente caros, principalmente para as empresas mineradoras que já possuem uma estrutura com software de mineração. Um grande desafio, neste caso, é conseguir que as empresas de desenvolvimento de software sejam capazes de criar um conjunto de ferra-mentas que permitam uma integração com o já existente, respeitando o investimento reali-zado inicialmente e que seja de uso fácil.

“Volto a afirmar que muitas empresas já possuem essas ferramentas. Entretanto, existe uma falta de foco neste mercado e aí retornamos ao problema dos elevados inves-timentos envolvidos. Por outro lado, empre-sas especializadas na área da mineração e que já desenvolvem soluções de visibilidade e integração podem ser uma opção viável técnica e financeira”, informa Cerceau.

Um grande risco está na evolução do software de mineração. O investimento em implementação de um sistema, às vezes, su-pera o preço do próprio software. “Isso se amplifica ao longo dos anos. E é uma situa-ção muito comum”, lembra.

A palestra “Desafios e riscos na utilização de software de mineração” acontecerá no dia 26 de setembro, às 16 horas, no auditório Henrique Guatimosim.

Anderson Cerceau é Engenheiro Geó-logo, desde 1995, pela Universidade Federal de Ouro Preto. Nos últimos 12 anos, trabalhou nas empresas Sa-mitri (Companhia Vale do Rio Doce), Votorantin Metais, Datamine (software modelagem de minas), Ical (indústria de cal) e atualmente, na Mineração Rio Norte.

Gerente de Produção do Departamento de Planejamento e Controle de Produção da

Mineração Rio do Norte S.A., Anderson Cerceau.

O software se resume em um conjunto de ferramentas tecnológicas que gerenciam o Ciclo de Planejamento de Lavra

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Indústria da Mineração - Edição Especial Ano II - nº 10, setembro de 200712

Um software de mineração é uma fer-ramenta tecnológica de extrema impor-tância para o setor. Ele permite a criação e o gerenciamento de modelos geológicos, que definem o planejamento da mina na estratégia de lavra, no desenho da mina, no sequenciamento de lavra e ainda, na programação de produção.

“Isso significa que o software está intima-mente associado ao valor de uma minerado-ra”. As palavras são do diretor de Operações da Devex Tecnologia e Sistemas, Giorgio de Tomi, que falará sobre o assunto durante palestra “Estado da Arte do Software de Mi-neração e o Impacto de Lavra no Gerencia-mento dos Principais Riscos e Incertezas que Afetam a Cadeia da Produção Mineral”.

“O software se resume em um conjunto de ferramentas tecnológicas que gerenciam o Ciclo de Planejamento de Lavra que, por sua vez, define e administra os recursos e reservas de uma empresa de mineração”, diz Tomi.

Segundo ele, a mineração tem vocação para uso de tecnologia computacional. Os métodos tradicionais de definir recursos e reservas minerais utilizam maquetes e

Software de mineração: inúmeras utilidades!representações físicas de uma jazida. Mas desde que surgiram ferramentas computa-cionais, a mineração moderna abandonou o uso das tradicionais.

Evolução

Com a popularização dos computadores, surgiram nas décadas de 80 e 90 empresas fornecedoras internacionais de softwares de mineração, que se consolidaram interna-cionalmente. Isso se deu em razão do de-senvolvimento de melhores práticas que, gradualmente, foram integradas a todos os principais sistemas, proporcionando uma certa convergência das funcionalidades.

Desafio

Para o diretor da Devex, o desafio é fazer com que as ferramentas tecnológicas – que já incorporam melhores práticas – sejam utiliza-das de maneira eficaz e eficiente no dia-a-dia da mineração. “É essencial que cada empresa faça esforços para formalizar o processo de utilização. E, ainda, capacitar os usuários para que a o uso do software esteja completamen-te aderente aos princípios de governança cor-porativa das empresas”, afirma.

Giorgio de Tomi, além de diretor de Ope-rações, é membro do Conselho da Devex Tecnologia e Sistemas, com responsabili-dade executiva relacionadas às operações internacionais de implantação da tecno-logia SmartMine para gerenciamento de operações de lavra dirigidas à indústria mineral. É Engenheiro de Minas, formado em 1983, pela Escola Politécnica da Uni-versidade de São Paulo. É PhD em Enge-nharia de Minas pelo Imperial College, em Londres, desde 1995.

Software de mineração: define o planejamento da mina na estratégia de lavra, no desenho da mina, no sequenciamento de lavra e ainda, na programação de produção.

A palestra acontecerá no dia 26 de setembro, às 14 horas, no Auditório

Henrique Guatimosim do Expominas.

Minerais industriais, uma mina de oportunidadesJá imaginou a infinidade de utilizações de

um mineral industrial? O talco utilizado em bebês é um exemplo. Ao acordar, e colocar a pasta dental na escova de dente - uma das primeiras ações do dia das pessoas -, é possível enumerar pelo menos três minerais presentes na composição do creme dental : o talco, o hi-dróxido de magnésio e o carbonato de cálcio. Os minerais são aproveitados até por indús-trias automobilísticas, que usam o polipropi-

leno com até 30% do talco e o emprega em pará-choques e painéis de carros.

E é justamente sobre essa contextualiza-ção, abordando alguns aspectos técnicos, que o gerente de Mercadologia e Técnica de Minerais da Magnesita S.A, Emílio Lo-bato, falará em palestra, no 12º Congresso Brasileiro de Mineração.

Emílio Lobato abordará também alter-nativas de agregação de valor ao mineral industrial. “Esta ação é realizada por meio de mecanismos como a moagem ultrafina, o tratamento superficial, a delaminação, a pe-

A palestra “Minerais industriais, uma mina de oportunidades” será realizada no dia 25 de setembro, às 14 horas, no auditório Henrique Guatimosim.

Emílio Lobato é Mestre em Engenharia de Materiais, pela Virginia Polytechnic and State University, dos Estados Unidos. Possui MBA Executivo em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, de Belo Horizonte (MG) e formado em Engenha-ria Química, pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.

letização, entre outros. São termos técnicos que serão conceituados na palestra. Mostra-rei fotos, gráficos, imagens que ajudam na explicitação do assunto”, diz.

Para ele, tanto a Exposição Internacio-nal da Mineração quanto o Congresso são importantíssimos para a atualização das in-formações do setor mineral brasileiro e in-ternacional, e ainda, uma excelente opor-tunidade para o intercâmbio de idéias e estabelecimento de contatos.

Imagem: software da mineração

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Indústria da Mineração - Edição EspecialAno II - nº 10, setembro de 2007 13

À esquerda: Mosaico de Rochas: mosaico de novos materiais exóticos, brasileiros, comercializados no mercado internacional . Composto por rochas graníticas pegamtóides, quartzitos, mármores, itabiritos, brechas, cherts e silexitos.

Todo ato de produção é uma apropriação da natureza. Como assegurar o menor efeito modificador e o máximo aproveitamento da riqueza mineral explotada (proveito econômi-co)? Essas e outras questões serão debatidas no 12º Congresso Brasileiro de Mineração, pelo diretor da Peval (Finest Brazilian Grani-te) e presidente do SIMAGRAN/BA (Sindicato das Indústrias de Mármore, Granitos e Simila-res do Estado da Bahia), Reinaldo Sampaio.

Segundo ele, é necessário o contínuo de-senvolvimento de forças produtivas sobre a égide da prudência ambiental. “A ação mi-neradora é modificadora. Sobre ela pesa um estigma: a degradação. Considero uma defi-nição imprópria tanto do ponto de vista polí-tico quanto social, além de ser discricionária em relação a tantas outras atividades. Está na Constituição, a obrigação da mineradora em apresentar um Plano de Recuperação de Área Degradada”, declara.

Sampaio afirma que há várias maneiras de aproveitamento de resíduos de rochas

Rochas Ornamentais e a naturezaornamentais. Mas que ainda dependem de uma mudança de mentalidade por parte de agentes – público e privados. “Isso já está começando a mudar. Os agentes tem come-çado a atuar sob novas formas de interação e cooperação”, diz.

Projetos Sociais

A Peval é vencedora duas vezes do Prê-mio por Desempenho Ambiental, concedi-do pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia. O motivo do sucesso é o recurso técnico utilizado na unidade industrial que retira água da chuva para alimentar o pro-cesso produtivo e destina todo o material sólido para britagem. Esta ação permite a transformação destes objetos em brita para a construção civil.

Outro grande exemplo é a manutenção de viveiros de plantas em todas as frentes de lavras. Neste caso, repõe-se - indo até além, em vários casos - cada parte da vege-tação retirada.

Reinaldo Dantas Sampaio é natural de Salvador – BA. É graduado em Economia, desde 1978, pela Faculda-de Católica de Ciências Econômicas do Estado, com especialização em Economia Mineral pela Universida-de de Minas Gerais. Hoje, além de presidente do SIMAGRAN e diretor da Peval, Sampaio é vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais, diretor da Federação da Indústria do Estado da Bahia e coordenador do Conselho de Comércio Exterior.

A palestra Meio Ambiente - Rochas Ornamentais acontecerá no dia 25 de setembro, às 16 horas, no auditório Augusto Trajano.

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Acima: Ardósia Ramada: figuras dendríticas formadas pela percolação de hidróxidos de manganês e ferro,

ao longo do plano de clivagem ardosiana. Ardósia da Formação Santa Helena, do Grupo Bambuí, extraída na

região de Papagaio, em Minas Gerais.

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O presidente José Tadeu de Moares recebe prêmioda Samarco Mineraçãodurante cerimônia do

Prêmio Melhorese Maiores.

Indústria da Mineração - Edição Especial Ano II - nº 10, setembro de 200714

SAMARCO recebe prêmio de melhor empresa mineradora do ano

Os critérios da premiação

As empresas ganhadoras foram avaliadas pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), da Universidade de São Paulo. A revista Exame levou em consideração critérios como o sucesso na condução dos negócios, a comparação dos resultados obtidos em termos de crescimento, rentabilidade, saúde financeira, investi-mentos, participação de mercado e produtividade por empregado.

Entre os indicadores analisados estão o crescimento de vendas, investimento no imobi-lizado, liderança de mercado, liquidez corrente, rentabilidade do patrimônio e riqueza criada por empregado.

O título foi concedido pela revista Exame na 34ª edição das “Melhores & Maiores”

A SAMARCO Mineração (associada do IBRAM) é a Empresa do Ano no setor de Mineração, escolhida pela revista Exame, na 34ª edição da “Melhores & Maiores”. A cerimônia aconteceu em 7 de agosto, no Teatro Alfa, em São Paulo.

Para o diretor de Operações da SAMAR-CO, Ricardo Vescovi, o prêmio é uma con-firmação da boa fase que a empresa vive. “Estamos em um momento muito maduro,

em que conseguimos cumprir tudo o que planejamos”, diz Vescovi, lembrando que, neste ano, a empresa completa três déca-das de fundação.

O presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, prestigiou a premiação da associa-da do Instituto. Ele considera “Melhores & Maiores” um fator motivador para as em-presas brasileiras. “Foram escolhidas 18 de diversos segmentos. Ou seja, o prêmio é importante porque não engloba só a mine-ração. É uma forma de divulgar as empresas e mostrar o trabalho que levou ao resultado de sucesso. O Brasil ganha com o empenho dessas empresas”, diz.

A empresa premiada começou, há dois anos, a construir sua terceira usina de pro-

dução de pelotas de minério de ferro, no município de Anchieta, no litoral do Espíri-to Santo. A nova unidade – que deve entrar em operação em 2008 – está recebendo in-vestimento de US$ 1,2 bilhão (mesmo valor de toda a receita da empresa em 2006) e vai permitir que a SAMARCO amplie sua produção atual de 14 milhões para 22 mi-lhões de toneladas.

A companhia é controlada pela Vale do Rio Doce e pela BHP Billiton (ambas tam-bém associadas do IBRAM). Da receita de US$ 1,2 bilhão de dólares, registrada em 2006, 99,5% foram obtidos com exporta-ção. Nesse período, os clientes foram as siderúrgicas da China, com 28% do total, seguida por compradores de outros países asiáticos, com 21%.

Divulgação

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Indústria da Mineração - Edição EspecialAno II - nº 10, setembro de 2007 15

Amianto que transforma vidas

metro cúbico. Na Sama e nas empresas que fabricam produtos a partir da crisotila, este índice é sempre inferior a 0,1 fibra.

A produção não provoca riscos

Na Sama, em todo o processo produtivo, desde a extração das pedras até o ensacamen-to da fibra já beneficiada, não há nenhum contato dos trabalhadores com o minério. Na mina, o trabalho é todo automatizado e os controladores ficam dentro de carros com ar-condicionado e filtro de ar.

Também não há poeira, pois antes de qualquer interferência humana a mina é molhada. Da mina para a usina e até o final do processo, as pedras e depois as fibras de amianto passam por tubos, que são controla-dos pelos servidores por meio de computa-dores e telas de televisão.

Outra preocupação da Sama é com a realização de análises periódicas da qualida-de do ar tanto dos diversos postos de traba-lho da mina e da usina, como da cidade de Minaçu. Os resultados são sempre inferiores a 0,1 fibra por centímetro cúbico.

de maneira responsável”, assegura.

A Comissão, que atua sob o lema “Defen-demos este produto pois acreditamos que é possível trabalhar de forma segura e respon-sável” - é formada por sete funcionários que não ocupam cargo de chefia na Sama, eleitos a cada dois anos. Além de fiscalizar as medi-das de segurança, eles agem na conscientiza-ção dos trabalhadores e no estímulo à suges-tão de melhorias. Eles são responsáveis por treinar os novos funcionários e têm, inclusive, poder para parar os trabalhos da empresa, caso verifiquem alguma irregularidade.

Amianto Crisotila

O amianto é utilizado em centenas de indústria brasileiras, principalmente, na fabri-cação de telhas e caixas d’água. Além disso, das 270 mil toneladas produzidas anualmen-te pela Sama, 170 mil são exportadas para países como, Índia, Tailândia, México, Malá-sia, Indonésia e Irã, contribuindo significativa-mente para a economia do País.

Existem dois tipos de amianto: o anfibólio e a crisotila. O primeiro foi banido internacio-nalmente e apresenta riscos a saúde, por pos-suir fibra mais dura e permanecer por longo período no organismo. Já a crisotila é expeli-da do corpo humano em dois dias e está pro-vado que se manejada de forma responsável, não causa problemas.

A qualidade e o controle, adotados na in-dústria brasileira, é equivalente e até superior aos de países desenvolvidos como Estados Unidos e Canadá, que também industriali-zam o amianto crisotila. O limite de exposi-ção ao amianto estabelecido pela legislação brasileira é de 2 fibras respiráveis por centí-

Uma cidade nasceu da descoberta de uma mina de crisotila, matéria-prima do amianto, comercializada internacionalmente. Minaçu, a 510 km de Goiânia (GO), é hoje um dos municípios mais ricos do estado. A economia da cidade - com aproximadamente 35 mil habitantes - é movimentada principalmente pela extração de amianto feita pela empresa Sama Mineração (associada ao IBRAM), des-de 1976, na mina de Cana Brava.

Difícil é encontrar na cidade quem não trabalhe ou não tenha parentes na minera-ção. Segundo o prefeito do município, Joa-quim Pires, cerca de 40% do ICMS local é resultado da mineração. “A comunidade é favorável à mineração de amianto crisotila na cidade, pois sabe que não há riscos. A Sama é uma empresa séria, comprometida com o bem-estar dos funcionários, meio-ambiente e com a saúde pública”, completa.

A empresa emprega mais de 500 funcio-nários, além de diversos prestadores de servi-ços e cooperados, o que eleva esse público que depende da mina em mais de 2,5 mil trabalhadores. Os funcionários têm direito a educação para os filhos em escola que fun-ciona na área da mineração, acompanha-mento médico e alimentação no refeitório da empresa. No local, há uma vila com 250 casas, compradas a preço de custo pelos fun-cionários. No entanto, o maior benefício con-cedido aos colaboradores é a certeza de que o trabalho é realizado com segurança.

Segundo o diretor-geral da Sama, Rubens Rela Filho, desde o início da década de 80, os trabalhadores da empresa estão seguros em todo o processo produtivo. “O amianto é o único mineral que possui uma legislação específica para o uso e isso fez a empresa se direcionar para uma melhoria contínua das normas de segurança e da conscientização dos trabalhadores”, explica. Para tanto, diz, são in-vestidos anualmente cerca de R$ 1 milhão.

O coordenador da Comissão do Uso Con-trolado do Amianto da Sama, Miguel Pereira da Silva, é enfático ao afirmar que todos têm consciência dos cuidados que devem ser to-mados no processo produtivo. “O amianto pode causar danos se for usado de forma in-segura. Aqui na empresa a exploração é feita

A Sama se preocupa com a saúde e o bem-estar dos trabalhadores da empresa.

A empresa está em Minaçu, a 510 km de Goiânia (GO).

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Mineradoras substituem garimpo desordenado na

extração de areia no Rio Paraíba

Estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está permitindo um upgrade na extração de areia no Rio Pa-raíba (SP). Com base em imagens de satélite, foram identificados e erradicados os garim-pos desordenados que prejudicaram o meio ambiente naquela região. Agora, aquela área estará à disposição apenas de empresas mineradoras regularizadas, cientes das boas práticas de sustentabilidade, que preconiza a exploração racional dos recursos naturais com redução da intervenção no ambiente e recuperação de áreas mineradas.

O mapeamento das cavas de areia integra o trabalho do Inpe e está à disposição das mi-neradoras de agregados para a construção civil interessadas em atuar naquela região. O es-tudo “Inventários de Cavas de Areia no Cone Leste do Estado de São Paulo” teve a participa-ção da prefeitura de São José dos Campos e da Promotoria Pública do Estado de São Paulo.

“Estamos analisando por meio de ima-gens de satélites o aumento do número das cavas (usadas na mineração de areia). Obser-vamos as fotos da área, feitas na década de 70 e comparamos com as atuais. Levantamos

o tipo de vegetação para depois replantar da mesma forma que estava antes da exploração e exatamente no mesmo local”, diz o geólogo e pesquisador do Inpe, Paulo Martini.

Martini acredita que o estudo vai gerar muitos benefícios com a substituição do ga-rimpo pela mineração legalizada. “Minha esperança é que áreas importantes para a mineração sejam utilizadas por empresas sérias, que se preocupam com o meio am-biente e ainda geram desenvolvimento para o País, e não por garimpos, que são total-mente ilegais. Espero que as empresas mine-radoras nos procurem, solicitem o estudo e promovam essa recuperação”.

O IBRAM aplaude iniciativas como as do Inpe. “A sociedade exige que a produ-ção seja responsável social, econômica e ambientalmente, como é o caso no Rio Pa-raíba. E a indústria da mineração recebe o reconhecimento público de que age com este objetivo, ainda que precise fazer inter-venções na natureza a fim de obter os recur-sos que todos precisamos para o nosso dia-a-dia”, diz o diretor de Assuntos Ambientais do Instituto, Rinaldo Mancin.

A expAnsão dA AtividAde no rio

pArAíbA AcompAnhou o desenvolvimento dA região. A importânciA

se reflete nos números: A extrAção de AreiA no vAle do pArAíbA

representA 5% dA produção nAcionAl, 25%

dA produção no estAdo de são pAulo, sendo que

80% dA AreiA extrAídA nA região vão pArA A

cApitAl. estudo do inpe revelA que de 2.000

pArA 2.007 o número de cAvAs sAltou de 138 pArA 250. o motivo é o

Aumento dA demAndA de AreiA, um dos pilAres dA

construção civil.

Foto tirada por satélite na década de 70

Cavas de areia no Rio Paraíba, em São Paulo

Foto atual das cavas de areia tirada por satélite

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Indústria da Mineração - Edição EspecialAno II - nº 10, setembro de 2007 17

Produção de agregados para a construção civil cresceu 8% em 2006O aumento da demanda do setor é resultado, principalmente, da recuperação da malha viária, como recapeamento e revitalização urbana do estado de São Paulo

A Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para a Construção Civil – ANEPAC divulgou que a produção de agre-gados para a construção civil cresceu 8% em 2006 no Brasil. Um dos motivos do aumento da demanda destes produtos é a recuperação da malha viária (recapeamento e revitalização urbana) do estado de São Paulo. O Rio de Janeiro também contribuiu para este resultado: o crescimento vertiginoso, na ordem de 20% naquele estado, se deve às obras realizadas para os jogos Pan-Americanos de 2007.

Este assunto será debatido no 12º Congresso Brasileiro de Mine-ração, que acontecerá concomitantemente à Exposição Internacional de Mineração – EXPOSIBRAM 2007.

Dados da Anepac revelam que, em 2006, foram produzidos 358 milhões de toneladas de agregados contra 331 milhões de toneladas no ano anterior. Do total de 2006, 146 milhões de toneladas são de pedra britada e 212 milhões de toneladas correspondem à areia. O Estado de São Paulo continua líder na produção com 39%, em 2006. Em seguida, estão Minas Gerais (11,5%), Rio de Janeiro (9,2%), Para-ná (6,5%), Rio Grande do Sul (4,2%) e Santa Catarina (3,5%).

“Devido às dificuldades em obtenção de licenciamentos e limitação de reservas, alguns mercados expressivos ressentiram-se de obras de in-fra-estrutura, como a região de Porto Alegre e a região Nordeste”, diz o diretor-executivo da ANEPAC, Fernando Valverde.

Able

stoc

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Indústria da Mineração - Edição Especial Ano II - nº 10, setembro de 200718

O IBRAM se sensibiliza quanto à ques-tão da morosidade dos licenciamentos. De acordo com o presidente da entidade, Paulo Camillo Penna, o ordenamento terri-torial para o setor continua sendo a grande questão a ser enfrentada pelos órgãos pú-blicos responsáveis, haja visto o contínuo incremento de restrições para a obtenção de licenças.

De acordo com o Departamento Nacio-nal de Produção Mineral – DNPM, o estado de São Paulo é o principal pólo brasileiro de consumo de agregados: 25,3 milhões de to-neladas de brita e 36,8 milhões de toneladas de areia, em 2005.

Brita x Areia

A produção nacional de brita envolve 660 empresas, que mantêm 20 mil empre-gados diretos e 100 mil indiretos. De acor-do com o volume de produção, verifica-se que 10% apresentam produção superior a 500 mil toneladas por ano, 30% entre 200 mil e 500 mil t/ano e 60% inferior a 200 mil t/ano. Já a produção de areia movimenta ainda mais o setor: as 2.500 unidades de extração geram 50 mil empregos diretos e 250 mil indiretos. Cerca de 60% de tais unidades produzem menos que 10 mil to-neladas por mês, 35% entre 10 mil e 25 mil t/mês e 5% acima de 25 mil t/mês.

Principais Pólos brasileiros de produção de areiaRegião Vale do Rio Paraíba, no estado de São Paulo, responde por 25% da produção paulista e 10% da produção nacional

OUTRAS REGIõES PRODUTORAS:

• São Paulo: Sorocaba, Piracicaba e Vale do Rio Ribeira de Iguape • Rio de Janeiro: Seropédica, Itaguaí, Barra de São João, Silva Jardim• Rio Grande do Sul: rios Guaíba, Caí e Jacuí• Santa Catarina: Vale do Rio Itajaí• Curitiba: Várzea do Rio Iguaçu• Ponta Grossa (PR): Vale do Rio Tibagi• Região de Guairá (PR): Rio Paraná.

EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE AGREGADOS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

(1996 – 2005 ) – ANEPAC - (em toneladas)

ANOSAGREGADOS

AREIA BRITA TOTAL

1996 159.038.656 95.984.080 255.022.736

1997 204.638.192 140.755.571 345.393.763

1998 200.351.070 146.021.733 346.372.803

1999 204.949.917 141.913.214 346.863.131

2000 241.374.107 170.267.050 411.641.157

2001 243.522.861 163.613.051 407.135.912

2002 241.061.544 161.045.896 402.107.440

2003 215.814.978 143.160.046 358.975.024

2004 205.990.907 156.387.022 362.377.930

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Indústria da Mineração - Edição EspecialAno II - nº 10, setembro de 2007 19

Combater a acidez do solo por meio da calagem* é uma das importantes ações da agropecuária brasileira. Nossos solos, em sua grande maioria, têm acidez elevada e, concomitantemente, são de baixa fertilidade. Essas restrições são observadas tanto em solos ainda intocados, quanto naqueles cultivados durante muitos anos, sem a reposição adequada de nutrientes, por meio de algum tipo de aduba-ção. Constituem a causa mais comum para a baixa produtividade dos sistemas de produção agrícola do Brasil e por isto mesmo têm mereci-do destaque nos estudos, pesquisas, ensaios e projetos experimentais concernentes à pedologia no contexto da agropecuária no País.

A questão dos solos brasileiros e de sua repercussão sócio-eco-nômica não é restrita tão somente às lavouras e culturas. Constata-se haver, também, a degradação das pastagens, decorrente de super-pastoreio, queimas periódicas, ocorrências de plantas indesejáveis e perdas de fertilidade.

Aos aspectos negativos da baixa fertilidade e da acidez soma-se a histórica e ainda arraigada tradição de “roçar – queimar – plantar - colher e abandonar” e buscar outro pedaço de terra, onde esse processo novamente é reiniciado. Provoca-se, assim, a expansão horizontal da agropecuária sem propiciar uma produção adequada. Contribui-se para a degradação dos solos em oposição ao crescimen-to vertical da produtividade agrícola, entendido este como na mesma área e sem a ampliar, maior produção sem sacrificar a qualidade. Coloca-se em xeque o papel da agropecuária como integrante do de-senvolvimento sustentável e torna reais as ameaças do desmatamento incontrolável, principalmente na Amazônia, que tanto destaque tem recebido nestes tempos de debates sobre o aquecimento global.

Para suprir a carência do solo, a produção brasileira de calcários agrícolas tem sido crescente. Uma prova disto são os dados da Asso-

ciação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal) – asso-ciada do IBRAM: só no ano passado, foram produzidas 16,7 milhões de toneladas de calcários agrícolas, pouco menos do que em 2005 (17 milhões de toneladas). A previsão é que, até o final de 2007, a produção ultrapasse as 19,4 milhões de toneladas.

Em Minas Gerais, por exemplo, a produção de 3,9 milhões de to-neladas de 2006 pulará para 4,3 milhões até o final deste ano. No Pa-raná, a quantidade de 2,9 milhões de toneladas pode chegar a quase 3,5 milhões. Essas previsões, de acordo com o diretor executivo da associação, Fernando Carlos Becker, são resultados das avaliações fei-tas pelos representantes dos sindicatos estaduais.

“Em São Paulo, por exemplo, o aumento da produção, de mais de 2,5 milhões de toneladas em 2005 para algo em torno de 3,4 mi-lhões de toneladas em 2007, justifica-se pelo maior plantio de cana-de-açúcar. Já no Rio Grande do Sul, a maior produção se dá agora, passado o período de seca que durou dois anos e prejudicou a pro-dução agrícola naquele estado”, diz. A produção gaúcha de calcários agrícolas em 2006 foi de 900,2 mil toneladas e chegará a 1,4 milhão de toneladas este ano.

Os maiores estados produtores (dados de 2006) de calcários agrí-colas são, pela ordem, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Rio Grande do Sul.

estA é A segundA de umA série de reportAgens sobre o pApel dos minerAis em nosso diA-A-diA

Calcários agrícolas corrigem acidez no solo e aumentam produtividade agropecuária

A correção da acidez do solo pelos calcários é barata e pode resolver problemas da fome mundial

* em umA áreA plAntAdA de 33 milhões de hectAres com grãos, se o produtor utilizAsse o

volume de cAlcário 4 vezes mAior que o AtuAl e duplicAsse A quAntidAde de fertilizAntes, em

cinco Anos dobrAriA A produção de grãos.

Calagem: procedimento de correção do solo.

Abra

cal

REALIZADA EM 2005

MG: 3.644,7

PR: 3.002,0

MT: 2.875,7

SP: 2.527,4

GO: 1.600,0

RS: 742,8

OUTROS: 2.720,2

(em 1.000t)

REALIZADA EM 2006

MG: 3.902,7

PR: 2.878,0

MT: 1.690,4

SP: 3.090,6

GO: 1.600,0

RS: 900,2

OUTROS: 2.674,5

(em 1.000t)

PREVISÃO PARA 2007

MG: 4.292,9

PR: 3.454,0

MT: 2.028,5

SP: 3.400,0

GO: 1.800,0

RS: 1.400,0

OUTROS: 3.114,5

(em 1.000t)

PRODUÇÃO DE CALCÁRIO AGRÍCOLA - BRASILVOLUME

Fonte: ABRACAL / Junho 2007

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Indústria da Mineração - Edição Especial Ano II - nº 10, setembro de 200718

Preocupados com a crescente participa-ção do Brasil na oferta mundial de grãos e proteínas e, ainda, com o nível de desnu-trição de boa parte da população, a Câma-ra Temática de Insumos Agropecuários do Conselho Nacional do Agronegócio apre-sentou, em 2004, o Programa de Estímulo ao Uso de Calcários na Agricultura ao Mi-nistério da Agricultura. Até hoje o programa não avançou.

Antecedendo esse programa, houve uma seqüência de outros, iniciando com a chama-da Operação TATU, em fins da década de 60, no Rio Grande do Sul, ao qual se seguiram:

• Programa Nacional de Calcário Agrícola – PROCAL (1975)

Plano para disseminar calagem está parado no governo

• Plano Nacional de Calcário Agrícola – PLANANCAL (1988)

• Programa de Incentivo do Uso de Corre-tivos do Solo – PROSOLO (2001)

• Programa Nacional de Recuperação de Pas-tagens Degradadas – PROPASTO (2001).

E, em 2002, uma iniciativa do Depar-tamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, conjuntamente com a Abracal e a Fundação da Universidade Federal do Pa-raná para o Desenvolvimento da Ciência, da Tecnologia e da Cultura – FUNPAR, que se denominou “Calcário – Recurso Mineral na Sustentabilidade Agropecuária e Melhoria dos Recursos Hídricos”.

Resultados de sucesso do uso do calcário

• Aumenta positivamente o rendimento por unidade de área cultivada;

• Melhora o aproveitamento do fósforo do solo, potencializando a eficiência dos adubos fosfatados, cuja matéria-prima, a rocha, é um recurso natural não renovável;

• Melhora a fixação do nitrogênio do ar pelas leguminosas (feijão, soja, amendoim e forragei-ras) e aumenta o fornecimento dos nutrientes da matéria orgânica do solo, havendo assim economia de adubos nitrogenados;

• Equilibra com maior qualidade a equação potencial disponível de um solo frente à neces-sidade de extração de nutrientes, possibilitando maior resultado econômico com o capital investido na implantação de um cultivo.

Solo ácido: deficiência de nutrientes

Em solos ácidos é comum a deficiência de nutrientes como Fósforo, Cálcio, Magnésio, Zinco e Molibidênio, como também a toxicidade por excesso de outros elementos: Manganês, Ferro e Alumínio. Numa área plantada de 33 milhões de hectares com grãos, por exemplo, se o pro-dutor utilizasse o volume de calcário quatro vezes maior que o atual e duplicasse a quantidade de fertilizantes, em cinco anos dobraria a produção de grãos.

Em função dos teores de Cálcio e Magnésio, os calcários são classificados em calcítico, dolomí-tico e magnesiano. O tipo de calcário a ser utilizado será definido de acordo com os resultados da análise do solo.

A época de aplicação e a quantidade, a forma de distribuição e incorporação e a qualidade do calcário em conjunto vão proporcionar uma melhor produtividade e estabilização da cultura.

A aplicação dos calcários deve ser realizada com antecedência mínima de 60 dias ao plantio. A reação no solo, como regra básica, será mais rápida quanto mais os corretivos são mistura-dos e incorporados profundamente. A qualidade do calcário pode ser avaliada pelo PRNT e PN, que indicam a pureza química e a reatividade do produto.

O calcário na agricultura corrige a acidez dos solos.

A calagem é uma prática indispensável para a elevação da produtividade.

Foto

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A produção brasileira de calcários agrícolas é crescente a cada ano.

Em todos eles se deixa claro que a for-ma mais econômica de corrigir a acidez dos solos brasileiros é a calagem que, inclusive, possibilita um melhor aproveitamento dos fertilizantes, os quais dependem de insumos importados pelo País com elevado dispên-dio de divisas. Também neles, em função do reduzido nível das margens de lucratividade que se obtém dos produtos agrícolas e, con-siderando os elevados custos dos créditos bancários usuais, as respectivas sustentabi-lidades dependem de ação governamental em termos de apoios financeiros.

Na próxima edição será apresentado um sumário desses programas.