Sequencia de atividades lendas

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LÍNGUA PORTUGUESA lendas COMO APARECEM OS BICHOS Os Maués dizem que no tempo mais antigo do mundo só havia pessoas e nem um animal. Um belo dia a tribo dos Maués planejou fazer uma festa e até nomeou um dos índios para receber os convidados. Este índio se chamava Hêté-nacop e ficou no meio do caminho para guiar os outros índios. Aí chegou sua noiva. Ele lhe prometeu festa assanhada e comida ‘a beça. - Olhe, disse-lhe a noiva, estou meio adoentada e não quero festa. Tudo mentira. O que a noiva estava planejando era chegar ao local da festa antes do noivo para poder namorar outros rapazes. Para isto, fez-se muito bonita: usou urucum que é semente de planta de onde sai tinta para pintar o rosto. Quanto aos cabelos, achou um jeito de esfregar neles frutas para ganharem brilho. E mandou-se para a festa antes do noivo chegar. Mas este foi avisado por alguém que, enquanto ele estava no meio do caminho, a noiva não parava de namorar. O índio duvidou e afiançou que sua noiva estava doente. Na certa quem estava lá era sua cunhada, parecida com a noiva. O informante insistiu na declaração. Então o noivo foi depressa ao lugar do baila e para isto transformou-se em pássaro veloz. O que encontrou ele? Adivinharam: sua noiva numa dança alegre. O índio, furioso, de novo transformado em gente, disse aos convidados no meio do caminho: aviso que nesta festa vai haver grande mudança no que é vivo. E foi pedir à chuva, ao raio, ao trovão para lhe fazerem um favor. Caiu então na floresta uma tremenda tempestade e toca o noivo a bater em todo mundo. Sem falar que deu uma boa surra na noiva, além de lhe puxar o nariz bem puxadinho. E não é que a bela índia transformou-se em tamanduá-bandeira? O índio, que era seu parceiro na dança, também teve o nariz puxado, transformando-se em anta com o focinho comprido. Um índio, que era muito feio, virou morcego e saiu voando. Uma velha tagarela virou mutum. Também outros viraram periquito, saracura, cobras e NOME SÉRIE PROF. ÉRIKA VECCI

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COMO APARECEM OS BICHOS

Os Maués dizem que no tempo mais antigo do mundo só havia pessoas e nem um animal.

Um belo dia a tribo dos Maués planejou fazer uma festa e até nomeou um dos índios para receber os convidados. Este índio se chamava Hêté-nacop e ficou no meio do caminho para guiar os outros índios. Aí chegou sua noiva. Ele lhe prometeu festa assanhada e comida ‘a beça.

- Olhe, disse-lhe a noiva, estou meio adoentada e não quero festa.Tudo mentira. O que a noiva estava planejando era chegar ao local da festa

antes do noivo para poder namorar outros rapazes. Para isto, fez-se muito bonita: usou urucum que é semente de planta de onde sai tinta para pintar o rosto. Quanto aos cabelos, achou um jeito de esfregar neles frutas para ganharem brilho. E mandou-se para a festa antes do noivo chegar. Mas este foi avisado por alguém que, enquanto ele estava no meio do caminho, a noiva não parava de namorar. O índio duvidou e afiançou que sua noiva estava doente. Na certa quem estava lá era sua cunhada, parecida com a noiva. O informante insistiu na declaração. Então o noivo foi depressa ao lugar do baila e para isto transformou-se em pássaro veloz. O que encontrou ele? Adivinharam: sua noiva numa dança alegre. O índio, furioso, de novo transformado em gente, disse aos convidados no meio do caminho: aviso que nesta festa vai haver grande mudança no que é vivo. E foi pedir à chuva, ao raio, ao trovão para lhe fazerem um favor. Caiu então na floresta uma tremenda tempestade e toca o noivo a bater em todo mundo. Sem falar que deu uma boa surra na noiva, além de lhe puxar o nariz bem puxadinho. E não é que a bela índia transformou-se em tamanduá-bandeira? O índio, que era seu parceiro na dança, também teve o nariz puxado, transformando-se em anta com o focinho comprido. Um índio, que era muito feio, virou morcego e saiu voando. Uma velha tagarela virou mutum. Também outros viraram periquito, saracura, cobras e lagartas. Sabem como nasceu o jacaré? Nasceu de um índio que abriu uma boca cheia de dentes. Os convidados, em vez de gente, eram um macaco preguiça, a onça, o urubu, o macuco, e nem sei mais quem. Sem falar que uma índia tornou-se capivara, outra gafanhoto, outros sapos, borboletas e grilos. Uma velha que estava ralando guaraná, quando viu a coisa ficar feia, fugiu com a cuia e pedra de ralar e o guaraná. Mas não houve apelação: a cuia lascou-se e virou casco de jabuti, enquanto o guaraná passou a ser o seu coração. E esta é a origem dos bichos do mar e da terra, acreditem ou não.

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PERGUNTAS

1 – Porque a noiva de Hêté-nacop disse-lhe que estava doente no dia da grande festa?........................................................................................................................................................................................................................................................................................................

2 – Como a índia se embelezou antes de ir à festa?..................................................................................................................................................................................................................................................................................................

3 – Por que Hêté-nacop deciciu provocar “grande mudança em quem é vivo”?........................................................................................................................................................................................................................................................................................................

4 – O índio submeteu as pessoas da festa a grandes transformações. Que transformações você achou mais interessante?........................................................................................................................................................................................................................................................................................................

5 – Que outra origem você imaginaria para os animais?................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

6 – É possível definir, com exatidão, quando teria acontecido a história narrada? Justifique.............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................

7 – 0 que você acha deste tipo de texto que explica o surgimento dos seres e das coisas? Por quê?........................................................................................................................................................................................................................................................................................................

8 – Resuma com suas palavras, a explicação indígena, segundo essa lenda, para o surgimento doa animais.

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TEXTO INFORMATIVO: LENDAS

O texto que você leu é uma lenda, pois nele encontramos uma explicação fantástica (que só existe na imaginação) para o surgimento dos animais. Histórias como essas são transmitidas oralmente ou por escrito pelos povos, de geração em geração, com poucas modificações.

Lendas são histórias que procuram explicar o que o ser humano desconhece ou não compreende. Elas surgem da necessidade de desvendar os mistérios do mundo.

Os povos indígenas possuem inúmeras lendas. Algumas explicam, por exemplo, como o dia foi separado da noite, como a água do mar tornou-se salgada e como surgiram alguns frutos.

É importante lembrar que, para os índios, a natureza é sagrada. Eles acreditam que todos os elementos naturais (o sol, as árvores, as pedras, os outros animais) possuem uma alma como nós, seres humanos. Por exemplo, várias lendas indígenas explicam o trovão como a manifestação de um deus chamado Tupã.

Muitos índios acreditam também que a natureza é habitada por seres fantásticos, como a Iara (espécie de sereia dos rios, deusa das águas) e o Curupira (menino protetor das florestas).

Todos os povos possuem suas próprias lendas sobre os mais variados temas. As lendas são uma forma de se registrar a experiência e o saber popular, preservando, assim, a cultura de um povo.

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SAIBA MAIS...

A ESTRUTURA NARRATIVA de uma lenda sofre poucas variações. Geralmente, há uma

situação inicial, um ou mais acontecimentos – que

possam ser tanto uma intervenção de um elemento sobrenatural como alguma transformação maravilhosa

– e uma

situação final, que explicam quais foram às conseqüências desse acontecimento.

A ORIGEM DOS PEIXES

Quando o mundo foi criado, a água já existia, mas

os peixes ainda não.

Um dia, um índio chamado Baiporo, da tribo dos

páiwoe, foi às margens de um rio procurar alimentos,

mas não conseguiu encontrá-los. Baiporo ficou muito

triste.

Então saiu à procura de flores de diversas espécies,

como as do kwogo, de ema, de iru e icegu. Fez delas um

ramalhete e voltou ao rio.

Baiporo atirou as flores na água enquanto dizia:

- Você, flor de kwogo, vai se transformar no peixe

dourado. Você, flor de ema, vai se transformar no peixe

acará. Você, flor de iru, será o lambari. E você, flor de

icegu, vai virar o peixe traíra.

Depois disso, o índio olhou para as águas e viu

peixes dourados, acarás, lambaris e traíras nadando no

rio. Cada flor que ele jogara no rio havia se

transformado num peixe. Por isso hoje existem tantos

peixes diferentes na natureza.

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Situação Inicial

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1º acontecimento

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2º acontecimento

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Situação Final

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Transformação

Maravilhosa

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POR QUE O BAMBU TEM NÓS

Antigamente, os bambus não tinham nós como

hoje. Um dia, os índios de uma ladeia foram buscar

bambus na mata para fabricar arcos. Apenas um dos

índios, que estava doente, permaneceu na taba.

Depois que apanharam os bambus, todos os índios

voltaram para a aldeia e começaram a fabricar arcos

e flechas. O índio que permanecera na taba e não

pudera buscar bambus pôs-se a fabricar seu arco

juntando os pedaços de bambu que os outros

jogavam fora. A partir desse dia, os bambus

passaram a ter nós.

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Situação Inicial

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1º acontecimento

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2º acontecimento

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3º acontecimento

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Situação Final

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Transformação

Maravilhosa

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A ORIGEM DO SOL E DA LUA

Há muitos e muitos anos, em uma pequena aldeia da costa, viviam

um homem e sua mulher. Depois de um longo período, o casal teve dois

filhos: um menino e uma menina. Os irmãos se davam muito bem, para

alegria dos pais. Um não se separava do outro.

O tempo foi passando e as crianças crescendo. Quando os dois

irmãos se tornaram adultos, aconteceu algo surpreendente: eles não

paravam de brigar. Os pais dos jovens ficaram tristes e espantados. Não

conseguiam entender como os filhos, de uma hora para outra,

tornaram-se inimigos.

Na verdade, quem se transformou foi o filho, que tinha inveja da

beleza da irmã e por isso vivia a persegui-la. A menina, por sua vez, já

estava cansada das implicâncias do irmão e não sabia mais o que fazer

para escapar de suas maldades. Mas um dia ela teve uma idéia:

- Vou fugir para o céu. só assim escaparei do meu irmão.

A menina então se transformou em Lua.

Quando o rapaz descobriu que a irmã tinha fugido, ficou muito

triste e arrependido.

- Se ela foi para o céu, eu irei também. Não posso ficar sem a

minha irmã.

E foi por isso que aconteceu. O rapaz conseguiu ir para o céu, só

que em forma de Sol, e não parou de correr atrás da menina. Às vezes,

ele a alcança e consegue abraçá-la, causando então um eclipse lunar.

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Situação Inicial

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1º acontecimento

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2º acontecimento

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3º acontecimento

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Situação Final

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Transformação

Maravilhosa

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Atividade de leitura

Lendo cada linha do quadro abaixo, obtemos períodos de sentido confuso. Recorte

e cole as quatro linhas unindo os blocos A, B e C, adequadamente, para encontrar

explicações lendárias a fenômenos naturais.

A índia se separou do mar e de tão cansada diminuiu de tamanho.

A lua cheia se dividiu em sete partes iguais

e então surgiram o doce e o salgado.

O rio chorou dias e noites sem parar

e então surgiram as cores da natureza.

O arco-íris perseguiu o sol durante sete noites

e formou com suas lágrimas um grande rio.

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A ESTRELA DO MARO Sol era um rei muito severo. Quando se zangava, fazia tudo se esquentar.

E se ficava mesmo bravo, queimava a pele das pessoas e dos bichos que se esqueciam de se esconder. Secava o chão. E às vezes até fazia as plantas pegarem fogo.

Quando o Sol se escondia lá do outro lado da Terra, para descansar, era a vez da Lua de passear. [...]

A Lua era uma rainha muito bondosa, porque deixava que pelo céu dançassem e brincassem muitas e muitas estrelas.

Numa certa noite, uma dessas estrelas brincalhonas foi conversar com a Lua e perguntou:

- Rainha, rainha! Eu queria tanto conhecer o dia! E a Lua respondeu:- Isso não pode ser! O rei Sol não permite!A estrela ouviu, mas fingiu que se esqueceu, viu? E quando a noite

começou a findar, e a Lua e as outras estrelas foram desaparecendo do céu, essa estrelinha se escondeu atrás de uma nuvem. E o Sol entrou no céu, como sempre fazia, pela porta do Leste. E o céu foi clareando com seu brilho. E o Sol foi passeando, passeando. Passando e passeando.

De repente, a nuvem que estava escondendo a estrela se derreteu em chuva. E a chuva, passando pelos raios do Sol, formou um arco-íris. E a estrelinha, de tão feliz que estava de estar vendo coisa tão linda, se esqueceu de correr para trás de outra nuvem. E o rei Sol viu a estrelinha em seu espaço, e gritou:

- Como voc6e teve coragem de me desobedecer?A estrelinha, tremendo, respondeu:- Desculpe-me, rei Sol, mas é que eu queria tanto saber como é o dia!O Sol, que era mesmo muito bravo e ranzinza, gritou:- Pois fique sabendo que você nunca mais verá o dia e não verá

também a noite! Como castigo, você irá morar para sempre no fundo do mar!

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E nesse mesmo instante a estrela despencou lá do céu, e caiu no mar, indo lá para o fundo, onde mora até hoje. E foi assim que nasceu a Estrela-do-Mar.

Cá para nós, me disseram que a Estrela-do-Mar vive até hoje feliz e contente, viu? Porque, além de conhecer as profundezas do oceano, ela às vezes pega carona com as ondas. E chegando na praia, olha lá para o céu e conversa com a Lua e as estrelas de noite. E de dia ri da cara do Sol, que não pode mais fazer nada para impedir que ela assista ao seu passeio. E espie quando se desenha um arco-íris no céu...

ATIVIDADES

1) Substitua as palavras em destaque por outras do mesmo sentido:

O Sol era um rei muito severo. Quando se zangava, fazia tudo se

esquentar.

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E quando a noite começou a findar, e a Lua e as outras estrelas foram

desaparecendo do céu, essas estrelinhas se escondeu atrás de uma

nuvem.

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2) No início do texto aparecem descrições, contando como as

personagens são.

a) Escreva as frases usadas na história para descrever as personagens:

Sol: ________________________________________________________

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Lua: ________________________________________________________

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Estrela: ______________________________________________________

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b) Ilustre os três personagens:NOME SÉRIE PROF. ÉRIKA VECCI

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3) Releia na atividade 2, as descrições do Sol.

Por que o Sol é descrito dessa maneira? Retire do texto algumas ações

cometidas por ele que confirmam sua resposta.

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4) Nesse texto as personagens ganham vida, ou seja, têm

comportamentos e sentimentos que são próprios dos seres humanos.

Isso acontece na vida real? Por quê?

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5) Tudo acontecia sempre igual no reino do rei Sol. Até que numa certa

noite...

Que problema criado na história faz com que o texto fique mais

emocionante?

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6) Como o rei Sol conseguiu descobrir que estava sendo enganado?

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7) Qual castiga a personagem recebeu por desobedecer ao rei Sol?

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Inô, o mais velho pajé da nação Guaianás, possuía uma filha tão bela que até mesmo, o próprio Tupã lá do alto do monte Ibiapaba, contemplava com seu poderoso olhar a linda guerreira.

Em uma certa manhã, passeava a doce virgem feliz, pelos verdes campos, junto as margens do Anhangabaú, rio lendário que atravessava Piratininga. Então o Senhor dos Deuses ficou possuído de grande amor por ela e, sob a forma de um valente guerreiro, principiou a tentá-la com meigas palavras de fascinação:

-"Bela e graciosa jovem, muito feliz será o homem que for teu esposo; bem sei que poucos poderiam possuir-te. Tu mereces ser amada por um Deus!".

A moça ficou encantada com as belas palavras do deus. E ele continuou:

-"Não temas, pois eu sou o Deus dos Deuses, o Senhor dos Céus, dos trovões, dos raios e da terra."

Nesse momento, a jovem foi envolvida pelo medo, caindo em poder do tonante Deus. Desta união nasceu uma linda menina. Foi tão comentado o nascimento da linda criancinha e neta de Inô, que o poderoso Morubixaba Pojucã, os sagrados Pajés; Ini, Jaça, Ubi, Itaú, Jurumá e Araranguá, os sábios Abarés; Runá, jaguá, Itajaí, Taió, os conselheiros Moacaras; Canicrã, Jarú, Murim e Tubá e, os valentes guerreiros; Jaguarê, Anhá, Taca, Canitú, Inê e Canherú, se reuniram para escolher o nome que a menina deveria ter. Depois de uma prolongada reunião, o grande Inô, caminhando lentamente até a oca de sua filha disse:

-" O Conselho dos Sábios Guaianás escolheram o nome de tua filhinha, ela se chamará Uberlã".

No alto do monte Ubiapaba, Jací, a poderosa Deusa Lua, mãe da noite e esposa de Tupã, cheia de raiva com a traição do marido, jurou vingar-se, do primeiro homem que amasse Uberlã. A Deusa não NOME SÉRIE PROF. ÉRIKA VECCI

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poderia despejar todo o seu ódio na inocente criança, pois despertaria a ira de Tupã e sabe-se lá o poderia fazer com ela.

A menina foi crescendo em beleza e graça, além disso, recebeu do seu velho avô, grande instrução e muitos conhecimentos sobre as regras e preceitos que constituem a bela história, a arte e os maravilhoso cantos dos Tupis.

Em uma ensolarada tarde, refrescando-se nas águas límpidas do rio, Uberlá viu pela primeira vez sua beleza no espelho das águas. E, ao contemplar tão linda face, estremeceu de felicidade, pois realmente ela muito mais bela do que sua própria mãe!

Perto dali, passeava o valente pajé Maraí, que exercia o sagrado ofício de sacerdote na Ocara de Tupã. Maraí, que segundo a lenda era poderoso, dominou por algum tempo toda a nação dos Cariris, fez muitos trabalhos de pedra e deixou escrito famosas histórias em língua Tupi e era filho da própria nação Cariri. Fora ele o construtor do famoso açude de pedra para prender as águas do lendário rio Cariri, nas terras de Jatí no Ceará. Fora ainda ele, que um dia, quando passeava pela baixada úmida do Ipiranga, onde os Tupis cultivavam a linda gramínea Chamada capim-de-planta, plantou ali, a bela morácea que, abençoada por Tupã, atravessou os anos e ainda lá permanece, ficando conhecida pelo nome de "Árvore das Almas".

Pois foi nesta tarde, enquanto Uberlã encantada contemplava a imagem de sua beleza refletida nas águas do rio Tietê, perto de uma imensa floresta, que a moça foi vista pelos surpresos olhos de Maraí. Esse, apaixonou-se perdidamente ao primeiro olhar e através de muitas súplicas falou de seu amor para a moça. Porém, Uberlá desprezou-lhe as palavras e saiu às pressas, fugindo do desejoso homem.

O pajé sem hesitação começou a perseguir a bela donzela e quando chegaram a margem do fundo Tietê, vendo-se perdida, a neta de Inô, suplicou ajuda da Deusa Guerreira Sumé, sua protetora, pedindo que a imortal se compadecesse dela e metamorfoseasse o seu perseguidor. Nesse momento chegou o pajé e já apoderava-se da jovem, quando seu corpo foi se modificando em um verde e formoso aguapé, que é uma linda planta aquática.

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Foi desse modo que a Deusa Jací vingou-se do primeiro homem que amou Uberlã, e a bela planta acabou sendo levada pelas águas

ATIVDADES:

1) Faça uma lista de dos nomes de origem indígena que aparecem no texto.

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Recolhida por Rosane Volpatto

O aguapé, para quem desconhece, possui a

propriedade de promover reduções de nitrogênio e

fósforo, sólidos suspensos, carbono dissolvido e

coliformes encontrados na água. Por esta razão, é

muito utilizado no tratamento do esgoto doméstico,

assim como no industrial. Além disso, é uma planta

muito usada em paisagismo, por sua grande

beleza. Nossos irmãos índios se beneficiavam dela

por ser também, uma planta medicinal. Suas folhas

úmidas eram utilizadas contra a febre e insolação.

Aproveitadas ainda em infusões, serviam como um

poderoso sedativo para dores em geral.

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ATIVIDADE: Identifique cada uma das partes do texto e faça um resumo delas

Situação Inicial

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1º acontecimento

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2º acontecimento

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3º acontecimento

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4º acontecimento

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Situação Final

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Transformação

Maravilhosa

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GRAMÁTICA E ORTOGRAFIA :

1) Na lenda aparecem alguns adjetivos para caracterizar melhor os personagens. Segundo o texto, quais as características de:

INÔ: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

FILHA DE INÔ: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________

UBERLÃ: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

TUPÃ, SENHOR DOS DEUSES: ________________________________________________________

________________________________________________________________________________

JACI: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

MARAÍ: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Circule no texto todos os SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS que você encontrar. Classifique – os abaixo segundo os nomes de:

LUGARES DEUSES SÁBIOS GUERREIROS PAJÉS INDIAS

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3) Encontre agora 10 substantivos comuns.

4) Encontre no texto 10 verbos que indicam ação:

5) Encontre 10 verbos que indiquem estado:

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7) Neste trecho da lenda estão faltando algumas palavras, você deve completa-la com palavras diferentes da original, mas que dêem o mesmo sentido ao texto:

Perto dali, _________ o valente pajé Maraí, que ________ o sagrado ofício de sacerdote na Ocara de Tupã. Maraí, que segundo a lenda era ________, dominou por algum tempo toda a nação dos Cariris, fez _______ trabalhos de pedra e deixou escrito famosas histórias em língua Tupi e era filho da própria nação Cariri. Fora ele o _________ do famoso açude de pedra para _______ as águas do lendário rio Cariri, nas terras de Jatí no Ceará. Fora ainda ele, que um dia, quando _________ pela baixada úmida do Ipiranga, onde os Tupis ___________ a linda gramínea chamada capim-de-planta, plantou ali, a bela morácea que, abençoada por Tupã, ___________ os anos e ainda lá ___________, ficando conhecida pelo nome de "Árvore das Almas".

Leia agora este uma outra lenda “A lenda do Guaraná”. Nela aparecem erro de ortografia. Circule esses erros e copie as palavras fazendo as correções necessárias.

Um casau de índios pertencente à tribu Maués viviam juntos por muitos anos sem ter filhos, mas dezejavam muinto ter uma criança ao menos.

Un dia, eles pediram a Tupã uma criança para conpletar

aquela felisidade. Tupã, o rei dos deuzes, sabendo que o casal era cheio de bomdade, lhes atendeu o desejo trazemdo a eles um lindo menino.

O tenpo pasou rapidamente e o menino creceu bonito, generoso e bom. No entanto, Jurupari, o deus da escuridão, sentia uma estrema inveja do menino e da paz e felicidade que ele trasmitia, e decidiu então ceifar aquela vida em fror.

Um dia o menino foi coletar frutos na floresta e Jurupari se aproveitou da ocasião para lanssar sua vingança. Ele se transformol em uma serpemte venenoza e mordeu o menino, matando-o instantaneamente.

A triste notícia se espalhou rapidamente. Neste momento, trovões ecoarram na floresta e fortes relâmpagos caíram pela audeia. A mãe, que chorava em desespero, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que ela deveria plantar os olhos da criança e que deles uma nova plamta cresceria dando saborosos frutos.

Os ímdios obedeceram ao pedido da mãe e plantaram os olhos do menino. Neste lugar crescel o guaraná, cujas sementes são negras, cada uma com um arilo em seu rredor, imitando os olhos humanos.

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O curumim que virou gigante

Esta história foi Baíra quem me contou. O piá Tarumã queria que queria Ter uma irmãzinha. Ele pedia pro pai dele, pedia pra mãe. Até que desistiu. Não é bem que desistiu.

Ele pegou imaginar como seria a irmãzinha que ele queria. Imaginou, imaginou, imaginou. A mãe cuidando dela. A maninha brincando de ciranda. A mana já grande comendo araçá com as amiguinhas.

Belo dia, Tarumã foi pescar mais os outros. Cada um flechou um peixe. Tarumã que flechou dois. Pra quem é esse peixe? Perguntaram a ele.

- É pra minha maninha. – Tarumã respondeu.Ninguém sabia que tinha nascido a irmã de Tarumã.

- Então, deixa eu levar este tapiti pra ela – outro curumim falou.- Leva – respondeu Tarumã.- Então deixa eu levar esta igaçaba pra ela – outro curumim falou.- Leva – Tarumã falou.- Então, deixa eu levar esta flor pra ela – outro curumim falou.- Leva – Tarumã falou.Levaram. Chegando que chegando na oca de Tarumã, ele disse:

- Vocês esperam aqui, que eu vou chamar minha mainha.

Os curumins esperaram. Tarumã apareceu? Qual nada.

Noutro dia eles encontraram Tarumã.

- Cadê sua irmã? – perguntaram a ele.- Ah, gente! – explicou Tarumã – Ela estava sentadinha me

Esperando. De repente chegou um monte de abelhas. Mais abelhas que estrelas no céu... minha irmãzinha saiu correndo. As abelhas ferroando ela!

Mas ninguém acreditou em Tarumã.

NOME SÉRIE PROF. ÉRIKA VECCI

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Só que ninguém acreditou mais. Tinha era irmã nenhuma!... Tarumã ficou com vergonha. Ela aumentou, aumentou, virou vergonhão. Aí ele saiu pelo mundão.

Andou que andou. Sem coragem de voltar. Na beira do mar, Tarumã deitou de costas. Esticou os pés, as mãos e o pescoço. Virou um gigante.

Quando você chega no Rio de Janeiro, você não vê um gigante deitado, não? Os pés são o Corcovado. É Tarumã. Bem em cima da cara dele tem uma estrela. Mas não é estrela não, gente. O que Tarumã está olhando é a irmãzinha dele.

(Joel Rufino dos Santos)

Situação Inicial

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1º acontecimento

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2º acontecimento

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3º acontecimento

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4º acontecimento

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LÍNGUA PORTUGUESAlendas

Situação Final

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Transformação

Maravilhosa

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