Sergio Cruzes - Monografia Fipe Gpit2 v1
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FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE
MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio
utilizando tecnologia WiMAX
Sergio Cruzes
São Paulo
2009
2
FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS - FIPE
MBA EM GESTÃO DE PROJETOS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio
utilizando tecnologia WiMAX
Monografia apresentada ao Programa de MBA da
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas –
FIPE, como requisito parcial para a obtenção do
grau de MBA.
Orientador:
Prof. Renato Borgheresi
São Paulo
2009
3
PLANO DE NEGÓCIOS PARA UMA REDE BANDA LARGA SEM FIO UTILIZANDO TECNOLOGIA WIMAX / Sergio Cruzes. São Paulo: FIPE, 2009. 130 f. Monografia de MBA – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, 2009 1. Plano de Negócios – Monografia 2. WiMAX 3. Gestão de Projetos 4. LTE I. Cruzes, Sergio II. Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. MBA em Gestão de Projetos e Inovação Tecnológica III. Plano de negócios para uma rede banda larga sem fio utilizando tecnologia WiMAX
4
DEDICATÓRIA
À Daniela, minha esposa, e ao Arthur,
meu filho, que compreenderam o tempo
dedicado a este trabalho e que me
suportaram de todas as formas para a
construção deste projeto.
5
RESUMO
O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última
milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica
(IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide
Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma
organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia.
O objetivo deste trabalho é capturar os ítens com maior influência na
elaboração de um plano de negócios de uma rede WiMAX em 2,5 GHz e prover
subsídios para que se diminuam as incertezas e riscos em uma implementação de
uma rede WiMAX. É apresentado um exemplo de uma rede para a cidade de São
Paulo com um certo número de ERBs (estações rádio base) e assinantes com
estimativa de período de retorno e taxa interna de retorno.
O estudo se inicia com uma análise do microambiente externo dos serviços de
banda larga móvel e fixa, culminando com um sumário de previsões de usuários de
banda larga móvel fornecido por diversos institutos de pesquisa.
Na análise do macroambiente deve-se destacar o ambiente tecnológico onde
ainda há escassez de dispositivos como laptops e smartphones contendo o modem
WiMAX embutido. É citada a opção da tecnologia LTE que está sendo desenvolvida
praticamente por todos os principais fornececedores de infra-estrutura de rede. No
ambiente político-legal há uma forte pressão por parte das operadoras de telefonia
celular para que se restrinja o uso do WiMAX.
Por fim é relatada a importância do planejamento do projeto, a caracterização
e a definição do escopo, a definição da EAP (Estrutura analítica de projeto) de um
projeto WiMAX com a decomposição das atividades até os pacotes de trabalhos, o
sequenciamento das atividades, custos envolvidos, principais riscos envolvidos e
plano de resposta a estes riscos, cronograma e caminho crítico.
Palavras-chave : Banda Larga ♦ Plano de Negócios ♦ WiMAX ♦ LTE ♦
Gerência de Projetos
6
ABSTRACT
WiMAX is a wireless broadband access technology for the last mile based on
802.16 standard from the Institute of Electrical and Electronic Engineering (IEEE).
WiMAX means Worldwide Interoperability for Microwave Access. This name was
introduced by the WiMAX Forum which is an organization with a goal to promote,
standardize and define the strategy of WiMAX.
The aim of this work is to capture the most important items that influence the
WiMAX business case at 2,5 GHz band and provide insights to minimize risks and
uncertainties that occur in the deployment of a WiMAX network. It is shown an
example of deployment in São Paulo city, Brazil, containing numbers of base
stations, subscribers, payback period and internal rate of return.
The study begins with the analysis of the micro-environment providing a
summary containing subscribers forecast for the next years.
It is also described the macro-environment analysis. On the technological
environment should be noted the delay in the availability of WiMAX-embedded
devices while on the 3G side there are more than 800 hundred devices available
worldwide. It is also commented about the LTE technology which is being developed
by most of the greater telecommunications vendors. On the legal-political
environment, it should be noted the delays on the spectrum auctions and the power
of cellular operators which influence the rules for WIMAX such as mobility and
spectrum usage restriction.
It is also emphasized the importance of the project planning, scope
characterization and definition, work breakdown structure definition containing the
decomposition of the work to be executed up to the package level, the activities
sequencing, costs involved, risks and response plans, schedule and critical path.
Keywords: Broadband ♦ Business Plan ♦ WiMAX ♦ LTE ♦ Project
Management
7
Índice 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................16
1.1 Contextualização do Trabalho .................................................................... 17 1.2 Problema da Pesquisa .................................................................................... 21 1.3 Justificativa ..................................................................................................... 22 1.4 Objetivos do trabalho ...................................................................................... 23 1.5 Questões propostas e proposições assumidas ............................................... 24 1.6 Metodologia empregada na pesquisa ............................................................. 24
2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO ....................................................................26 2.1 Microambiente externo .................................................................................... 31
2.1.1 Definição .................................................................................................. 31 2.1.2 Análise da demanda ................................................................................. 31 2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa .................................................. 37 2.1.4 Banda larga móvel .................................................................................... 39 2.1.5 Tendências da Banda Larga .................................................................... 41 2.1.6 Receitas da Banda Larga ......................................................................... 46 2.1.7 Barreiras ................................................................................................... 47 2.1.8 Consumidor .............................................................................................. 51 2.1.9 Oferta de Banda Larga ............................................................................. 57 2.1.10 Modelo da Atratividade da Indústria por Michael Porter ......................... 60 2.1.11 Cadeia de Valor ...................................................................................... 62 2.1.12 Considerações para o uso do WiMAX .................................................... 64
2.2 Macroambiente ............................................................................................... 65 2.2.1 Ambiente sócio cultural ............................................................................ 65 2.2.2 Ambiente demográfico .............................................................................. 65 2.2.3 Ambiente econômico ................................................................................ 66 2.2.4 Ambiente tecnológico ............................................................................... 67 2.2.5 Ambiente político-legal ............................................................................. 70
2.3 Microambiente interno..................................................................................... 71 2.4 Fatores críticos de sucesso ............................................................................ 73 2.5 Quadro referencial para a concepção do negócio .......................................... 74
3. CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO ............................................................................76 3.1 Definição do Plano de Negócio ....................................................................... 76 3.2 Planejamento Estratégico ............................................................................... 77 3.3 Propósito da organização: visão, missão, crenças & valores e objetivos ....... 79 3.4 Estratégias competitivas genéricas ................................................................. 81 3.5 Estratégia de Marketing .................................................................................. 82
3.5.1 Definição do Plano de Marketing .............................................................. 83 3.5.2 Segmentação de mercado ....................................................................... 85 3.5.3 Mix de marketing ................................................................................. 87
4. PLANO DE NEGÓCIO DA REDE WiMAX .................... .....................................90 4.1 Parâmetros de entrada ............................................................................... 91
4.1.1 Área morfológica ................................................................................. 91 4.1.2 Espectro e largura de banda ............................................................... 91 4.1.3 Área de cobertura – Engenharia de Rádio-frequência ............................ 92 4.1.4 Premissas para capital de investimento – CAPEX .............................. 93 4.1.5 Premissas para evolução da base de assinantes ............................... 98
8
4.1.6 Premissas para operação da rede – OPEX ...................................... 100 4.2 Parâmetros de saída ................................................................................ 101
5. IMPLANTAÇÃO DA REDE WiMAX.......................... .......................................103 5.1 Modelo Diamante ..................................................................................... 105 5.2 Project Charter – Termo de Abertura do Projeto ...................................... 107 5.3 Detalhamento do Escopo – WBS (Work Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projeto) ........................................................................... 109 5.4 Planejamento – Estimativa das atividades ............................................... 110 5.5 Planejamento – Seqüência das atividades ................................................... 112 5.4 Riscos ........................................................................................................... 113 5.5 Ajustes .......................................................................................................... 114
6. APÊNDICE A – TECNOLOGIA WIMAX ..................... .....................................116 6.1 Introdução ..................................................................................................... 116 6.2 Arquitetura de Rede ...................................................................................... 117
7. APÊNDICE B - TECNOLOGIA LTE........................ .........................................120 8. BIBLIOGRAFIA ...................................... .........................................................122 9. GLOSSÁRIO ......................................... ...........................................................126
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celular (Fonte Teleco) ........ .......27
Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Receita Bruta de Serviços (Fonte:
Teleco) ................................................................................................. ....................28
Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e evolução da
banda larga fixa no Brasil ..........................................................................................28
Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte: Teleco)
....................................................................................................................................29
Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte: Teleco)
....................................................................................................................................29
Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de acessos banda larga (Fonte:
Teleco) ................................................................................................................ ......32
Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil versus média mundial (Fonte:
Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) ..................................................... ....33
Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes para celulares, telefones fixos e
banda larga (Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research) .........................33
Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda larga (Fonte: Teleco) .............34
Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de banda larga
fixa (2008) ..................................................................................................................36
Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecnologia (Fonte: Teleco) ...........37
Figura 2.12 – Crescimento dos acesso de banda larga por tecnologia no Brasil
(Fonte: Barômetro Cisco) ................................................................................... ......38
Figura 2.13 – Participação das tecnologias de banda larga fixa na esfera mundial
....................................................................................................................................38
Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no estado de São Paulo (fonte: revista
Exame – edição de 15/07/2009 página 91) ...............................................................41
10
Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda larga no Brasil (Fonte: Yankee
Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetcis Research). Assume-se
que o WiMAX capturará 2% do total dos assinantes 3G (Pyramid Research) e 6%
dos assinantes 3G (Infonetics Research) ..................................................................44
Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimento da banda larga no estado de
São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson assumindo
que o estado de São Paulo apresentará a mesma taxa de crescimento nacional dos
acessos de banda larga móvel) – Fonte: Yankee Group e Ericsson, Pyramid
Research, Teleco e Infonetics Research ...................................................................44
Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel em 2008 (Fontes:
Infonetics Research e Teleco) ...................................................................................45
Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classes sociais ...........54
Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obtido a partir de
informações da revista Exame (08/04/2009) e IBGE ................................................54
Figura 2.20 - Crescimento previsto de usuários de WIMAX entre 2008 e 2014 no
Brasil e estado de São Paulo. * Número de usuários de WIMAX no estado de São
Paulo em 2008 é estimado .......................................................................................57
Figura 2.21 – Principais fornecedores de banda larga fixa e respectivos números de
acessos ....................................................................................................................58
Figura 2.22 - Competição fixa no estado de São Paulo e percentagem de cobertura
em termos de habitantes dos municípios atendidos (nem toda a área urbana dos
munícipios cobertos é atendida) ................................................................................59
Figura 2.23 – Competição móvel no estado de São Paulo percentagem de cobertura
....................................................................................................................................59
Figura 5.1 – Modelo Diamante da rede WIMAX ....................................................105
Figura 5.2 – EAP: implantação de rede WiMAX ....................................................109
Figura 5.3 – Sequenciamento do projeto WiMAX ...................................................111
Figura 6.1 – Topologia WIMAX ponto-a-ponto .......................................................117
Figura 6.2 – Canal WiMAX com suas várias sub-portadoras .................................117
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos estados ..................................34
Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013 (Fonte:
Pyramid Research) ....................................................................................................36
Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários para o WIMAX em função do
estudo de companhias de pesquisas ........................................................................46
Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móvel em função do nível de
educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial consumidor ..........53
Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no Brasil em função
das classes sociais (critério da Associação das Empresas de Pesquisa), perfil dos
usuários de internet (Pesquisa TIC Domicílios 2008) – Número total de potenciais
usuários é de 15.788 jovens (entre 20 e 30 anos) ....................................................55
Tabela 2.6 - Número potencial de usuários de internet móvel em função da faixa
etária e poder econômico das classes sociais ..........................................................56
Tabela 2.7 – Comparação de desempenho entre tecnologias de acesso ................68
Tabela 2.8 – Quadro referencial para a concepção do negócio ...............................75
Tabela 3.1 – Resumo da concepção do negócio ......................................................89
Tabela 4.1 – Perfil das áreas a serem atendidas .....................................................91
Tabela 4.2 – Link Budget do downlink (1.5 Mbps na borda da célula) .....................92
Tabela 4.3 – Link Budget do uplink (512 kbps na borda da célula) e raio e área
efetivos de cobertura .................................................................................................93
Tabela 4.4 – Estratégia de uso das estações ..........................................................94
Tabela 4.5 – Custos de aquisição de ERBs, antenas e links de rádio .....................95
Tabela 4.6 – Custos de infra-estrutura civil assumindo sites novos para 30% dos
casos .........................................................................................................................96
Tabela 4.7 – Custos da rede Core ............................................................................97
12
Tabela 4.8 – Plano de serviços (QoS: Quality of service, DL: downlink, OSR:
oversubscription rate) ..............................................................................................100
Tabela 4.9 – Premissas de OPEX ..........................................................................101
Tabela 5.1 – Termo de Abertura do Projeto ...........................................................109
Tabela 5.2 – Sumário das responsabilidades .........................................................111
Tabela 5.3 – Plano de resposta à riscos – contingência ........................................113
Tabela 5.4 – Plano de resposta à riscos – preventiva ............................................114
13
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES
1T, 2T .. Primeiro trimestre, segundo trimestre, ..
2G Segunda geração de redes celulares
3G Terceira geração de redes celulares
4G Quarta gração de redes celulares
AAA Authorization, Authentication and Accounting
ARPS Average revenue per subscription
ARPU Average revenue per user
BTS Base transceiver station
CAGR Compound annual growth rate
CAPEX Capital expenditure
CDMA Code division multiple access (padrão de rede celular)
CDMA 1xEVDO Code division multiple access 1x evolution data optmized
(tecnologia de redes celulares para transmissão de
dados)
CLEC Competitive local exchange carrier
CPE Customer premises equipment
CRM Customer relationship management
DSL Digital subscriber line
EAP Estrutura analítica do projeto
ERB Estação radio base
FDC Fluxo de caixa descontado
FTTH Fiber to home
FTTx Fiber to the end user’s location
Gbps Gigabits per second
14
GSM Global system for mobile communications (padrão de rede
celular)
HSPA High speed packet access (tecnologia de transmissão de
dados de terceira geração)
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
IMS IP multimedia system
IP Internet protocol
IPC Índice de potencial de consumo
IPTV internet protocol television
LLU Local loop unbundling
LOS Line of sight
LTE Long term evolution (padrão de rede celular de quarta
geração)
MB Megabyte
Mbps Megabits per second
MHz Megahertz
MIMO Multiple-input and multiple-output (tecnologia de antenas)
MMDS Multichannel, Multipoint Distribution System
NLOS Non-line of sight
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico
OFDM Orthogonal Frequency Division Multiplexing
OFDMA Orthogonal Frequency Division Multiple Access
PC Personal computer
PCMCIA Personal Computer Memory Card International
Association
15
PDA Personal digital assistant
PDH Plesiochronous digital hierarchy
PSTN Public switched telephone network
RF Radio-frequência
SDH Synchronous digital hierarchy
SLA Service-level agreement
SMP Serviço móvel pessoal
STFC Serviço telefônico fixo comutado
UIT União Internacional de Telecomunicações
UMTS Universal mobile telecommunications system (padrão de
rede cellular de Terceira geração)
VDSL Very high bitrate digital subscriber line
VoD Video on demand
VoIP Voice over IP
VPL Valor presente líquido
WCDMA Wideband CDMA (também chamado de UMTS)
WiFi Wireless fidelity (tecnologia de acesso sem fio)
WiMAX Worldwide Interoperability for Microwave Access
WLAN Wireless local area network
xDSL Variações do tipo de DSL
16
1. INTRODUÇÃO
As diversas formas de acessar a internet estão transformando o
comportamento das pessoas. Seja no ambiente de negócios, seja a lazer em casa
ou em qualquer outro lugar, pode-se acessar a internet.
As estatísticas mostram que o número de usuários de internet no Brasil
aumentou a uma taxa superior a 40% ao ano entre 2000 e 2008 (Barômetro Cisco)
sendo que o Brasil alcançou a quinta posição no ranking mundial em número de
pessoas que acessam a internet, de acordo com estudo realizado pela consultoria
Everis, em parceria com Escola de Negócios da Universidade de Navarra, da
Espanha.
Segundo o Ibope Nielsen (Fonte: Meio & Mensagem 22/06/2009), o número de
usuários de internet atingiu 62,3 milhões no Brasil no primeiro trimestre de 2009.
Entretanto o número de contas de internet banda larga no Brasil é de apenas 15,05
milhões (10,43 milhões de internet fixa e 4,62 milhões de internet banda-larga
móvel).
Ao mesmo tempo as operadoras de telefonia fixa já observam uma redução do
crescimento de sua base de assinantes (cometnado por J.M.M. Rios e outros, 2008,
p. 10). Estas operadoras estão investimento pesadamente para ofereçar serviços de
banda-larga cuja demanda aumenta a taxas expressivas. As operadoras de telefonia
celular com a implantação de suas redes 3G oferecem acesso a internet com
velocidades razoáveis e este serviço cada vez mais representa uma maior parcela
de suas receitas.
A necessidade de oferta de banda larga está introduzindo grandes inovações
tecnológicas de acesso a rede por meio de tecnologias como VDSL, FTTH, 3G,
WiMAX e LTE.
Diante deste quadro entende-se como oportuno verificar-se a viabilidade para
o desenvolvimento de projetos para oferta de banda-larga usando a tecnologia de
17
acesso sem fio WiMAX. Redes sem fio podem ser implantadas com muito mais
rapidez e menor custo do que redes baseadas em cabo.
O WiMAX é uma tecnologia de acesso de banda larga sem fio para a última
milha baseada no padrão 802.16 do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica
(IEEE) dos Estados Unidos. A nomenclatura WiMAX, do inglês Worldwide
Interoperability for Microwave Access, foi introduzida pelo Fórum WiMAX que é uma
organização com a função de promover a estratégia desta tecnologia.
A tecnologia WiMAX está ainda em sua fase inicial. Falta ainda a experiência
de operação de uma grande operadora no mundo para que esta tecnologia atinja a
maturidade. O lançamento da rede da Clearwire nos Estados Unidados irá
impulsionar o desenvolvimento desta tecnologia.
No início de Abril deste ano (2009), o Fórum WiMAX anunciou o lançamento
do programa de Certificação de Testes de Interoperabilidade (IOT) nos Estados
Unidos onde fabricantes poderão utilizar a rede comercial da Clearwire para testar a
interoperabilidades dos dispositivos WiMAX em 2.5 GHz.
Outra fonte de inovações está vindo do desenvolvimento de conteúdo e
aplicações a serem disponibilizados as operadoras de telefonia como IPTV, portais
para celular, jogos, etc..
Grandes inovações tecnológicas estão sendo introduzidas nos dispositivos de
acesso móveis como laptops com modems embutidos e smartphones.
Este trabalho apresentará um plano de negócios para uma rede WiMAX, assim
como discutir as inovações envolvidas neste ambiente.
1.1 Contextualização do Trabalho
Primeiramente é importante se definir o que é banda larga. A Anatel tem a
seguinte definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de
transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol
geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades
18
iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga,
como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256 kbps.
Com a estagnação e a diminuição do crescimento das receitas dos serviços de
voz das operadoras de telefonia fixa e telefonia celular, a banda larga está se
tornando a nova fonte de crescimento de receitas. Fatores que contribuem para isto
são a portabilidade, tendência de competição acirrada, serviços de comunicação via
internet como Skype e Yahoo. Para compensar estas perdas, as operadoras de
telefonia fixa estão investindo pesadamente em tecnologias de banda larga. Entre
estas tecnologias incluem xDSL, Cable Modem, FTTx e WIMAX. As operadoras de
telefonia celular estão investindo pesadamente em serviços de dados 3G com o
intuito de aumentar suas receitas assim como enfrentar o desafio de outras
tecnologias de banda larga como o xDSL e o WiMAX.
O WIMAX é a tecnologia que possibilitará operadoras novas a rapidamente
obterem receitas com serviços de acesso a internet (e aplicações e conteúdo) e
também voz com a tecnologia VoIP. Será destacado também que o período para a
implantação de uma rede WiMAX deve ser o mínimo possível, possibilitando a
entrada de receitas o mais cedo possível. Neste aspecto, deve ser enfatizada a
importância do gerenciamento da implantação da rede WiMAX, onde há um grande
desafio de coordenação e planejamento do projeto para se atingir metas agressivas
em termos de prazo, orçamento e qualidade.
Análise da demanda
Efetuar-se-á uma análise da demanda para identificar os diversos usuários que
utilizarão e beneficiar-se-ão deste negócio, procurando identificar aspectos relativos
a compra do serviço de banda-larga e aplicativos. Objetivar-se-á nesta etapa obter o
dimensionamento de um possível número de usuários para o projeto em questão.
19
Análise da oferta
Por meio da análise da oferta se buscará identificar quem são os fornecedores
de serviços de banda-larga no Brasil, os pacotes oferecidos e os preços cobrados
pelo mercado.
Sistema de valor
A análise do sistema de valor procurará obter informações relativas aos
participantes do sistema de valores, com o objetivo de identificar empresas com
potencialidades e interesses em integrações para frente e para trás. A cadeia de
valor pode ser compreendida como produção de conteúdo, programação,
disponibilidade e consumo.
Análise do macroambiente
Será efetuada uma análise macroambiental com destaque aos ambientes
econômico (evolução da venda de PCs), tecnológico (evolução e desenvolvimento
da tecnologia WiMAX e outras tecnologias de acesso banda larga), político-legal
(Anatel e leilões de novas faixas de espectro para o WIMAX), sociocultural e
demográfico.
Quadro referencial para a definição do negócio
De forma a compreender o contexto de atuação em que se pretende verificar a
viabilidade do negócio, será elaborado um quadro sinóptico contendo quantidade de
20
usuários de banda larga e tendências, níveis de faturamento e tendências de preços;
expectativas não atendidas pelos provedores atuais e usos de novas tecnologias.
Em termos de ameaças, se procurará avaliar os riscos pertinentes ao poder das
operadoras incumbemtes frente ao governo e Anatel (podendo limitar a forma de
utlização do WiMAX como limitação de mobilidade, espectro e outros), a
possibilidade de integração para frente e para trás das operadoras incumbemtes
(celular e fixa) e também pelo fato da comoditização do acesso banda larga
(cidades digitais).
Este estudo irá analisar também qual posicionamento que os provedores de
rede de acesso tem usado para esta tecnologia e quais as possíveis opções para o
futuro em função da evolução desta tecnologia, quais as razões pela escolha desta
tecnologia, quais os diferenciais explorados desta tecnologia, precificação do
serviço, possíveis modelos de inovações do gerenciamento do negócio, ambientes
viáveis de oferta de serviços (área urbana, suburbana, rural, comercial, etc),
consumidores alvos e principalmente as principais tecnologias concorrentes (celular
3G/4G, xDSL, Cable Modem, FTTH).
O Plano de negócios irá tratar os ítens descritos acima, estimar o investimento
necessário para se implantar uma rede WIMAX assim como as despesas de
operação desta rede.
Em resumo, este trabalho irá descrever o plano de negócio e suas exigências
para a rentabilidade do empreendimento incluindo aspectos econômicos,
demográficos e sociais dos possíveis usuários. A importãncia de se ter uma solução
de baixo custo será enfatizada sendo que será destacada a necessidade desta
solução proporcionar o início da operação do negócio a partir de uma rede mínima.
Será destacada a importância de um planejamento elaborado do projeto de
implantação assim como a necessidade de uma coordenação firme entre os
diversos fornecedores de serviços e equipamentos necessários para a implantação
deste projeto.
21
1.2 Problema da Pesquisa
Como o negócio de um rede WIMAX pode se tornar viável e lucrativo ? Este
trabalho mostrará quais os pontos chaves no plano de negócio que possibilitarão o
sucesso do negócio em termos financeiros, compatibilizando recursos humanos,
recursos tecnológicos e operacionais.
Um modelo de negócio viável para a implantação de uma rede WIMAX deve
incluir baixos custos até o início da operação. A operação deve-se iniciar com uma
rede compacta e se expandir assim que se aumente a quantidade de usuários. A
implantação da rede deve ser rápida onde se deve enfatizar a necessidade do
gerenciamento do projeto de implantação.
As estimativas e premissas assumidas no plano de negócios devem ser firmes
e consistentes. Observa-se a grande importância das estimativas de crescimento
econômico para o sucesso do negócio visto que a penetração de uso de banda
larga de um país está estritamente interligada com a renda per capita deste. Além
disso deve-se incluir como cruciais as estimativas de cobertura dos sinais de radio-
frequência das estações rádio base assim como a capacidade destas, a
disponibilidade e tamanho do espectro de frequência.
A Anatel irá efetuar licitação da faixa de frequências de 3,5 GHZ neste ano
(2009). Serão leiloados blocos de frequências de 5 MHz sendo que cada empresa
não poderá adquirir mais que 30 MHz de espectro.
Considero que 30 MHz de espectro é o mínimo necessário para se construir
uma rede de qualidade onde haja capacidade e o mínimo de interferência.
O sucesso da implantação de um projeto de rede WIMAX dependerá
principalmente da escolha correta da área geográfica a ser atendida, da
disponibilidade em larga escala de laptops, smartphones contendo o modem WIMAX
embutido, modems externos com preço acessível e tamalho reduzidos, da qualidade
do plano de negócio e suas premissas, da disponibilidade de uma rede de qualidade
22
onde haja cobertura de radio-frequência suficiente e de qualidade (sem
interferência), da disponbilidade de recursos humanos capacitados para implementar
este projeto, operar a rede e gerenciar o negócio.
1.3 Justificativa
Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX:
grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou
empresas alternativas ?.
O Brasil apresenta baixa penetração de uso de banda larga. Esta
característica constitui uma oportunidade para uso de tecnologias alternativas.
A infra-estrutura de rede WiMAX é mais efetiva em termos de custo que as
tecnologias DSL, conexão a cabo e fibra óptica. Esse é o fator crucial para que
novas operadoras com restrição de capital entrem neste mercado.
O grande diferencial do WIMAX é que esta tecnologia suporta diferentes
cenários de uso (como o serviço de internet sem fio fixo, o serviço portátil e o serviço
de acesso móvel) em uma mesma rede, aumentando as alternativas de seu
mercado alvo. Esta possibilidade de vários modos de uso desta tecnologia aumenta
o espectro de aplicações e dispositvos desde laptops, PCs, PDAs e outros, todos
apresentando o modem WiMAX embutido.
Outras características interessantes e convicentes desta tecnologia são:
• Rapidez de implantação já que redes wireless são implantadas com
muito mais velocidade do que redes fixas
• Oportunidade de se implantar a rede somente em áreas gerográficas
que reflitam as características do mercado alvo. Isto é, flexibilidade de
cobertura
• Mobilidade. Este é o grande diferencial do WiMAX comparado com o
DSL. A mobilidade permite a conquista de diferentes mercados.
23
• Arquitetura IP. Como o WiMAX é baseado no protocolo IP, a introdução
de novos serviços é rápida.
• Custo do espectro comparado com o espectro do 3G: o espectro do
WiMAX deverá ser bem menos custoso.
Este trabalho é importante porque tenta descrever as oportunidades dentro do
segmento de banda larga e buscará classificar o nicho para esta tecnologia.
Estudos mostram que há uma relação direta entre a penetração do uso da
banda larga, e a renda per capita do país. Entretanto, acredita-se que a oferta e
popularização do uso da banda-larga irão causar um grande impacto no
desenvolvimento social e econômico de um país.
A tecnologia WiMAX é um ponto chave para se aumentar os índices de
penetração de uso da banda larga no Brasil de uma maneira não tão dispendiosa
como as tecnologias tradicionais (xDSL, Cable Modem).
O plano de negócios a ser apresentado neste estudo contêm informações
cruciais baseadas em experiência em projetos desta tecnologia em países da
America Latina.
1.4 Objetivos do trabalho
O objetivo deste trabalho é mostrar em que condições uma implantação de
uma rede banda larga WiMAX é viável técnicamente, economicamente e
financeiramente.
Para tanto, será definido o grupo alvo de clientes a partir da análise da
demanda, os propósitos do negócio, antecipando aspectos relativos à visão, missão,
valores e objetivos que irão nortear as atividades da empresa.
Que tipo de empresa terá sucesso no Brasil ao implantar uma rede WIMAX:
grandes operadoras da telefonia fixa, grandes operadoras da telefonia celular ou
empresas alternativas. Esta é a questão a ser respondida.
24
1.5 Questões propostas e proposições assumidas
O histórico das primeiras implantações de redes WIMAX é marcado por certo
desapontamento em relação ao número de usários e desempenho da rede. Fica
claro que existe uma grande dificuldade para o WiMAX competir com a tecnologia
3G que está sendo implantadas nas operadoras de telefonia celular.
A tecnologia WIMAX está ainda em sua fase inicial e grandes
desenvolvimentos prometem aumentar consideravelmente sua capacidade e
velocidade de transmisssão.
A hipótese deste estudo é confirmar se realmente os fatores descritos na
literatura como fundamentais para o sucesso de um projeto de rede WiMAX
poderão ser aplicados a realidade brasileira e se existem outros fatores não tão
explorados e que são relevantes a nossa realidade.
1.6 Metodologia empregada na pesquisa
Na elaboração do plano de negócios serão utilizadas informações
disponíbilizadas pela Anatel, site Teleco, site Teletime news, etc. A análise da
demanda será efetuada com base nas informações disponibilizadas por estes meios,
isto é, estatísticas do setor e também por estudos de comportamentos e
necessidades. A análise da oferta se baseará somente por estatísticas do setor.
A análise da atratividade do negócio será baseada em estatísticas sobre o
serviço de banda larga e a literatura sobre métodos de avaliação de negócios.
A análise do sistema de valor será baseda na identificação e informações
sobre as empresas envolvidas na cadeia de valor.
Em relação ao macroambiente, será efetuada uma análise dos fatores
exógenos que impactam o negócio: ambientes sócio-cultural, demográfico,
econômico, tecnológico e político-legal. Para isso, serão usadas fontes como a
revista Teletime e o site Teleco.
25
A pesquisa deste trabalho procura se fundamentar em artigos de plano de
negócios de rede WiMAX, artigos técnicos sobre WiMAX , propagação de RF e
redes celulares e também artigos sobre gerenciamento de projetos. A pesquisa será
fundamentada nos artigos descritos abaixo:
• WiMAX Forum (Maio 2005), “WiMAX: The Business Case for Fixed
Wireless Access in Emerging Markets”. Apresenta considerações para
uma estratégia de implantação de uma rede WiMAX rentável. Apresenta
modelos de vendas de serviços, estimativa de receita média por
assinante, estimativas de preço de infra-estrutura dos componentes das
estações rádio base.
• WiMAX Forum (Junho 2008), “A Comparative Analysis of Spectrum
Alternatives for WiMAX Networks with Deployment Scenarios Based on
the U.S. 700 MHz Band”. Apresenta estimativas de cobertura baseadas
em modelos mais aceitos de propagação.
• Bart Lanoo, e outros, “Business Scenarios for a WiMAX Deployment in
Belgium”. Apresenta uma avaliação técnico-comercial para o mercado
da Bélgica. Será usada somente como referência.
• André Riedel, e outros, “Optimising WiMAX Business Models Using
Incentive Engineering”. Artigo contêm análise de diferentes meios de
incentivo que afetam a redução de consumo de banda larga em
períodos de congestionamento. Isto permite aumentar a taxa de
“overbook” de assinantes do projeto.
O livro “WiMAX Handobook – Building 802.16 Wireless Networks”, de Frank
Ohrtman, editora McGraw-Hill, contem descrições das vantagens da tecnologia
WiMAX perante as tecnologias tradicionais, descritivo técnico do WIMAX e
vantagens econômicas do WiMAX.
A espinha dorsal do desenvolvimento do plano de negócios será baseada no
livro “A Construção do Plano de Negócio” de Antonio Renato Cecconello e Alberto
Ajzental, editora Saraiva, 2008.
26
2. COMPREENSÃO DO CONTEXTO
O crescimento das receitas dos serviços telefonia fixa começa a declinar no
Brasil e em outros países da América Latina. Entre o primeiro trimestre de 2008 e o
primeiro trimestre de 2009, o crescimento do número de linhas de telefonia fixa no
Brasil foi de 5,5% passando de 39.514 milhões para 41.7 milhões (fonte: Anatel e
Teleco). A previsão do instituto de pesquisa Pyramid Research (2008) é que o
crescimento do número de linhas irá reduzir ainda mais nos próximos anos. Esta
redução do crescimento está diretamente relacionada ao crescimento do número de
linhas da telefonia móvel, ao surgimento de serviços VoIP de qualidade como os
serviços via internet Skype, Yahoo e outros.
As companhias de telefonia fixa partiram então para o investimento em
serviços de banda larga cujo setor vem apresentando altas taxas de crescimento.
As companhias de telefonia celular também já estão percebendo a redução no
crescimento da receita de seus serviços de voz. Atualmente existe uma grande
dificuldade em prover serviços de voz diferenciados em telefonia celular. A
competição de preços entre as operadoras é a principal causa da redução do
crescimento da receita. E com a introdução da portabilidade no Brasil, a guerra de
preços para os serviços de voz poderá aumentar ainda mais.
Apesar do crescimento de 24,23 % no número de assinantes entre Maio/2008
e Maio/2009 (de 130,5 milhões para 157,5 milhões) do número de assinantes de
telefonia móvel, a percentagem de assinantes pré-pagos passou de 80,95% para
81,75% (fonte: Teleco).
A figura 2.1 mostra a queda do ARPU (average revenue per user) das
operadoras de telefonia celular no Brasil.
27
29,3 29,4 29,630,1
27,5 27,3 27,1 27,2
24,8
20
22
24
26
28
30
32
1T07 2T07 3T07 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09
R$
A queda do ARPU das operadoras de
celular
ARPU
Figura 2.1 – Queda do ARPU das operadoras de celula r (Fonte Teleco)
Nas principais operadoras 3G no mundo, a receita de dados já representa
mais de 20% da receita líquida de serviços.
A figura 2.2 apresenta a participação das receitas dos serviços de dados na
receita bruta de serviços das operadoras no Brasil (A Claro não divulga estas
informações de forma sistematica mas declarou que dados representarm 11% do
seu ARPU no 1T09).
Diante deste cenário, a banda larga torna-se o principal gerador de receitas
para as operadoras de telefonia fixa e telefonia celular.
O Brasil terminou o primeiro trimestre de 2009 com 10,4 milhões de acesso
banda larga por ADSL, TV por assinatura e outros meios. A figura 2.3 detalha a
evolução da banda larga fixa no Brasil.
28
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
1T08 2T08 3T08 4T08 1T09
Vivo 10,30% 11,30% 10,90% 10,90% 13,10%
Tim 8,40% 9,80% 9,70% 10,80% 11,20%
Oi/BrT 6,30% 6% 6,40% 6,80% 5,60%
Brasil 8,70% 9,50% 9,40% 9,90% 11,30%
% dos dados na receita bruta de serviços
Vivo
Tim
Oi/BrT
Brasil
Figura 2.2 – Receita Bruta dos Dados como % da Rece ita Bruta de
Serviços (Fonte: Teleco)
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
1T08 2T08 3T08 4T08 1T09
ADSL 5.936 6.322 6.706 7.001 7.258
Cable Modem 1.943 2.100 2.431 2.589 2.757
Outros (rádio) 405 415 420 420 420
Total 8.284 8.837 9.557 10.010 10.435
Banda Larga Fixa por tecnologia (em mil conexões)
ADSL
Cable Modem
Outros (rádio)
Total
Figura 2.3 – Participação das tecnologias de banda larga no Brasil e
evolução da banda larga fixa no Brasil
A figura 2.4 detalha a participação de cada tecnologia no 1T09.
29
7.258
2.757420
10.435
Participação das tecnologias de banda
larga no 1T09 (em mil conexões)
ADSL
Cable Modem
Outros (rádio)
Total
Figura 2.4 – Participação das tecnologias de banda larga no 1T09 (Fonte:
Teleco)
A figura 2.5 mostra a evolução da penetração da banda larga no Brasil.
4,39
4,67
5,045,26
5,47
3
3,5
4
4,5
5
5,5
6
1T08 2T08 3T08 4T08 1T09
Acessos/ 100 hab
Acessos/ 100 hab
Figura 2.5 – Evolução da penetração da banda larga no Brasil (Fonte:
Teleco)
Em relação a banda larga móvel, os números são mais impressionantes. O
número de acessos de comunicação de dados em banda larga no serviço móvel
30
cresceu de 1,802 milhão, em outubro de 2008, para 3,234 milhões em fevereiro de
2009. Um aumento de 79% em cinco meses, de acordo com Jarbas Valente,
superintendente de serviços privados da Agência Nacional de Telecomunicações,
em sua palestra no 5o. Wireless Mundi.
Os avanços nas tecnologias móveis e as velocidades de acesso à internet
cada vez maiores prometem revolucionar a experiência multimídia dos usuários. O
conteúdo que antes era visto somente na televisão agora pode ser visto no PC e no
celular.
31
2.1 Microambiente externo
2.1.1 Definição
O microambiente externo é representado por um conjunto de fatores, como a
ameaça de novos entrantes, fornecedores e poder de barganha de compradores,
produtos substitutos e o grau de intensidade de rivalidade entre concorrentes, que
exercem influência direta sobre a empresa, suas ações e reações competititvas.
Neste item serão efetuadas as análises da oferta e da demanda. A análise da
demanda irá proporcionar identificar um dos fatores mais importantes na
implantação de uma estratégia , que é conhecer quem, onde, quando e como se dá
o consumo (dados qualitativos), que servirão de parâmetros para a obtenção dos
dados quantitativos.
É importante que se defina o conceito de banda larga. A Anatel tem a seguinte
definição para banda Larga: Banda Larga é a capacidade (Velocidade) de
transmissão de informações na forma de dados (Pacotes IP - Internet Protocol
geralmente) acima de 64kbps. Outros Organismos mundiais tem outras velocidades
iniciais para considerar o meio como capaz de prestar o serviço de Banda Larga,
como por exemplo a OCDE considera a velocidade inicial de 256kbps.
2.1.2 Análise da demanda
No primeiro trimestre de 2009 o número de assinaturas de banda larga fixa no
Brasil atingiu o número de mais de 10,43 milhões, um aumento de mais de 2 milhões
em comparação ao ano anterior (fonte: Teleco).
O Brasil terminou 2008 com 10 milhões de acessos Banda Larga (fixa) e está
entre os 10 países com mais acessos Banda Larga no mundo (fonte Teleco). A
figura 2.6 apresenta os países com maiores quantidades de acessos de banda larga
fixa.
32
83,4
79
30,1
22,6
17,7
17,3
15,5
11,3
10,1
9,6
0 50 100
China
Estudos …
Japão
Alemanha
França
Reino Unido
Coréia do Sul
Itália
Brasil
Canadá
Acessso Banda Larga (Milhões)
Acessso Banda Larga
(Milhões)
Figura 2.6 – Países com maiores quantidades de ace ssos banda larga
(Fonte: Teleco)
No Brasil, a penetração das conexões de banda larga por 100 habitantes
alcançou a percentagem de 5,16% no final de 2008 (fonte: barômetro Cisco) e
5.47% no 1T09 (Fonte: Teleco).
Já em termos de densidade de Banda Larga (acessos/ 100 hab.) o Brasil está
abaixo da média mundial (UIT), ao contrário do que ocorre com a densidade de
telefones fixos e celulares. A figura 2.7 apresenta os números da banda larga (Brasil
versus Mundo) e A figura 2.8 apresenta o número de acessos por 100 habitantes
para celulares, telefones fixos e banda larga.
33
3
4,1
5,3
4,3
5,1
6,1
2
3
4
5
6
7
2006 2007 2008
Densidade Banda Larga: Brasil versus
Mundo (por 100 hab.)
Brasil
Mundo
Figura 2.7 – Densidade de banda larga: Brasil vers us média mundial
(Fonte: Teleco, Barômetro Cisco, Pyramid Research)
0
20
40
60
80
Celulares Fixos Banda Larga
79,2
21,6
5,3
59,7
19,1
6,1
Acessos por 100 hab. (2008): Brasil
versus Mundo
Brasil
Mundo
Figura 2.8 – Número de acessos por 100 habitantes p ara celulares,
telefones fixos e banda larga (Fonte: Teleco, Barô metro Cisco, Pyramid
Research)
Conforme o site Teleco, o Brasil é o 67º país em densidade de Banda Larga no
Mundo atrás do México (7,1 acessos/100 hab.) e da Argentina (8,0 acessos/100
hab.).
34
A figura 2.9 detalha a densidade de cada estado no 1T09 e ajuda a entender
melhor as causas desta baixa densidade.
Figura 2.9 – Mapa de densidade de acessos banda lar ga (Fonte: Teleco)
A Tabela abaixo apresenta os estados com maior penetração de banda larga
fixa no Brasil.
UFAcessos/100 hab.
Participação no Total Brasil
DF 15,9 3,8%SP 9,8 37,6%SC 8,4 4,8%PR 7,9 7,9%RS 7,4 7,5%RJ 7,2 10,6%Total 8,9 72,1
Tabela 2.1 – Densidade de acesso banda larga dos es tados
35
Na análise por segmento de mercado, as residências lideram com 88,6% do
total de conexões fixas, enquanto as empresas respondem por 11,4% (fonte:
Barõmetro Cisco 2008).
Considerando a penetração dos acessos residenciais sobre os lares
brasileiros, a penetração média é de 15,94%, o que deixa espaço para um
crescimento expressivo para os próximos anos (fonte: Barômetro Cisco – Dezembro
2008).
Um estudo feito pela consultoria Everis em parceria com a Escola de Negócios
da Universidade de Navarra (IESE Business School), aponta que dos 1,6 bilhão de
usuários de internet no mundo, 10% estão na América Latina e, desse número,
praticamente a metade está no Brasil.
Segundo o levantamento, os internautas brasileiros já somam 76,2 milhões
dos 159 milhões na América Latina (ano 2008). O estudo, feito com base nas
estatísticas da União Internacional das Telecomunicações (ITU), aponta um número
maior que o do Ibope, que em maio apontou 62,3 milhões de usuários brasileiros
com acesso à internet em qualquer ambiente (residência, lan-houses, trabalho,
telecentros, escolas e bibliotecas). O estudo apresentado pela Teleco (fonte TIC
domicílios) aponta um total de 53,9 milhões de usuários de internet em 2008 no
Brasil. A definição de usuário de internet da pesquisa TIC domicílios é dada por
população de 10 anos ou mais de idade que acessou a Internet, pelo menos uma
vez, por meio de computador, em algum local (domicílio, local de trabalho, escola,
centro de acesso gratuito ou pago, domicílio de outras pessoas ou qualquer outro
local) nos 90 dias que antecederam à entrevistra.
A figura 2.10 apresenta as diferenças expressivas (em milhões de usuários)
entre usuários de internet fixa e número de acesso banda larga de internet fixa no
Brasil para o ano de 2008 (fonte Teleco). Esta figura sinaliza a potencial demanda
por serviços de internet no Brasil.
36
0
10
20
30
40
50
60
Brasil
53,9
10,43
Usuarios de internet
Acessos banda larga fixo
Figura 2.10 – Brasil: usuários de internet versus número de acesso de
banda larga fixa (2008)
O Brasil está entre os 10 mercados que apresentarão maiores crescimentos de
assinaturas de banda larga fixa entre 2008 e 2013 (fonte: Pyramid Research (2008))
conforme a tabela 2.2 abaixo:
Mercado Assinaturas China 221,3
EUA 101,1
Japão 37,8
Alemanha 32,8
França 26,6
Inglaterra 22,4
Brasil 18,9
Itália 17,3
Espanha 15,8
Coréia do Sul 15,4
Tabela 2.2 – Estimativa do número de acessos banda larga fixa em 2013
(Fonte: Pyramid Research)
37
2.1.3 Tecnologias de acesso banda larga fixa
Na distribuição total de conexões por tecnologia de banda larga fixa para o
primeiro trimestre de 2009, o ADSL é o mais adotado no Brasil atingindo 7,258
milhões de conexões (69,55%), o Cable Modem atingiu 2,757 de conexões (26,42%)
e outros sistemas (rádio) com 420 mil conexões (4,2%) . O total de conexões de
banda larga fixa no Brasil no final do primeiro trimestre de 2009 foi de 10,435
milhões. A figura 2.11 segmenta essas conexões por tecnologia (fonte Teleco).
7.258
2.757
420
10.435
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
ADSL Cable
Modem
Outros
(Rádio)
Total
Conexões de banda larga (em milhares)
Conexões de banda larga
Figura 2.11 – Conexões de banda larga fixa por tecn ologia (Fonte: Teleco)
A figura 2.12 apresenta o crescimento das conexões (em milhares) de banda
larga para as tecnologias ADSL e Cable Modem entre 2005 e 2008 (fonte Barômetro
Cisco). Neste período as conexões por ADSL aumentaram 112,02% enquanto que
as conexões via Cable modem aumentaram 340,64% (aumento médio de 152,17%).
38
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
2005 2006 2007 2008
3.286
4.431
5.520
6.967
593
1.134
1.746
2.613
ADSL
Cable Modem
Figura 2.12 – Crescimento dos acessos de banda lar ga por tecnologia no
Brasil (Fonte: Barômetro Cisco)
Globalmente, o ADSL também tem a maior penetração de mercado para
serviços de internet fixa. Com aproximadamente 290 milhões de linhas, o ADSL
atende 68% das conexões de banda larga no mundo contra 21% do Cable Modem e
9% do FTTx (fonte: Pyramid Research (2008)). A figura 2.13 detalha a participação
das tecnologias de banda larga fixa no mundo.
0%
20%
40%
60%
80%
ADSL Cable
Modem
FTTx Outros
Conexões de banda larga no mundo
Conexões de banda larga
no mundo
Figura 2.13 – Participação das tecnologias de band a larga fixa na esfera
mundial
39
Espera-se que a tecnologia FTTx terá o maior crescimento nos próximos 5
anos comparada com as outras tecnologias concorrentes.
Muitas operadoras têm partido para a tecnologia VDSL mas a competição
acirrada tem sinalizado a necessidade de se partir para o FTTx que proporciona as
maiores velocidades de tranmsissão de dados (fonte Pyramid Research (2008)). Isto
é, a demanda crescente por altas velocidades está tornando a fibra cada vez mais
competitiva contra o cobre (onde as tecnologias ADSL e VDSL são baseadas).
Estudos da Pyramid Research (2008) prevêem que o WiMAX irá capturar 2%
dos usuários de banda larga móvel até 2013, atigindo um total de 42 milhões de
usuários no mundo, enquanto estudos da Informa Telecom & Media (2008) prevêem
que o WiMAX irá capturar 6% do mercado mundial de banda larga sem fio.
2.1.4 Banda larga móvel
Em relação a banda larga móvel, serviço oferecido pelas operadoras de
telefonia celular, existiam 4,618 milhões de conexões no primeiro trimestre de 2009
(Fonte: Teleco).
No estado de São Paulo, as conexões de banda larga no primeiro de trimestre
de 2009 atingiram o número de 1.188 mil divididos entre conexões HSPA e CDMA
2000 (fonte: Anatel).
O Atlas Brasileiro de Telecomunicações 2009 revela que em 2008, 91,7% da
população brasileira estava em municípios onde há serviço de telefonia móvel. Ao
longo de 2009 e 2010, cerca de 1,7 mil cidades que hoje não têm nenhuma
cobertura ainda deverão ser atendidas pelas redes de telefonia celular por conta da
política de expansão criada pela Anatel através dos editais de 3G. Em 2010, todos
os municípios devem estar cobertos.
Outro destaque do mercado de telefonia móvel em 2008 foi a marca de mais
de 355 municípios atendidos por redes HSPA. Parece um número baixo, mas estes
municípios representam segundo levantamento do Atlas Brasileiro de
Telecomunicações, 67% do potencial de consumo do Brasil (IPC), 100,8 milhões de
40
habitantes, 28,7 milhões de domicílios, sendo 11 milhões de domicílios A/B (ou 73%
do total).
As operadoras de telefonia celular Tim, Claro e Vivo já alertam sobre a
necessidade de planejamento da expansão do espectro de frequências para que a
oferta de serviços de banda larga móvel seja atendida. Há um consenso que a
banda larga móvel atingirá o limite em 2012 (A TIM estima que haverá 8,6 milhões
de usuários de terceira geração em 2012).
As operadoras argumentam sobre a necessidade de se obter mais espectro. E
já estão de olho na faixa de frequências de 2,5 GHz, ocupada atualmente pelas
redes MMDS (Serviço de Distribuição Multiponto Multicanal) usadas para
disponibilização de TV por assinatura e serviços de acesso à internet. As operadoras
de MMDS têm baixa penetração no mercado de TV por assinatura, utilizam uma
tecnologia desatualizada e ocupam uma banda de 190 MHz.
As operadoras de telefonia celular desejam 140 MHz do total de 190 MHz
desta faixa. A intenção é explorar essa faixa de frequências com a tecnologia LTE
(essa tecnologia será provavelmente a substituta da atual tecnologia 3G. Se espera
que a implantação do LTE acontecerá a partir de 2011 no Brasil), ficando apenas 50
MHZ para o uso do WIMAX e MMDS.
Tanto o LTE quanto o WiMAX são baseados em uma estrutura de rede IP
plana, o que torna muito eficiente o processo de disponibilização de serviços de
banda larga comparado com a atual tecnologia 3G.
Outra banda reservada em diversos países para serviços de acesso banda
larga sem fio é a faixa de frequências de 3,5 GHz. Algumas operadoras já oferecem
serviços de WIMAX no Brasil nessa faixa. Entretanto, a maior parte desse espectro
continua aguardando licitação.
41
2.1.5 Tendências da Banda Larga
Nos países desenvolvidos está acontecendo um aumento expressivo da
competição no fornecimento de banda larga com consequente quedas dos preços
dos serviços de acesso à internet.
No Brasil, grande parte da população não é ainda atentida pelos serviços de
banda larga. Para muitos moradores do estado de São Paulo, o serviço Speedy (que
utliza a tecnologia ADSL), da Telefônica, é a única opção para quem precisa de
internet rápida. Enquanto que as redes de TV paga que oferecem internet banda
larga via tecnologia Cable Modem, oferecem serviços de acesso à internet em
apenas parte do estado.
A figura 2.14 apresenta o cenário de cobertura da banda larga fixa no estado
de São Paulo.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Speedy NET Virtua Ajato Outras
Cobertura 97% 59% 26% 9%
Cobertura da banda larga fixa
Cobertura
Figura 2.14 – Cobertura da banda larga fixa no est ado de São Paulo
(fonte: revista Exame – edição de 15/07/2009 página 91)
Apesar da maior parte dos acessos banda larga existentes no Brasil serem
providos por operadoras de telefonia fixa ou de TV por Assinatura, eles não são os
únicos a oferecerem estes serviços ao mercado.
42
Além destes provedores, existem cerca de 1.761 outros provedores de acesso
banda larga, presentes em 74,2% dos municípios brasileiros, que ampliam a
capilaridade da oferta de banda larga no Brasil, atendendo mercados onde os
grandes provedores não estão presentes. O meio mais utilizado para o provimento
do acesso é o rádio (68,4% dos provedores) (Fonte: Teleco).
Apesar deste cenário de poucas opções de banda larga, começam a se
intensificar no Brasil o surgimento das cidades digitais, interligando orgãos
municipais e oferendo acesso livre e gratuito à internet em pontos públicos.
Conforme o Guia das Cidades Digitais, estão sendo implantados no Brasil projetos
de redes sem fio em Almerin (PA), Belo Horizonte (MG), Ouro Preto (MG), Parintins
(AM), Piraí (RJ), entre outras.
A tendência é portanto uma queda do preço da banda larga para os próximos
anos. Conforme pesquisa da Pyramid Research (2008), a banda larga se tornará
uma commodity nos próximos anos.
Em relação aos serviços de banda larga móvel que são oferecidos pelas
operadoras de telefonia celular, estes são em alguns casos a única alternativa ao
Speedy. As velocidades proporcionadas pelos serviços 3G não são tão competitivas
ainda quando comparadas com as tecnologias ADSL e Cable Modem. Mas o fator
crucial é que 80% da população brasileira usa tecnologia móvel, não fixa. Além
disso, o grande diferencial da tecnologia 3G é a mobilidade.
Segundo dados da Pyramid Research (publicado pela Teletime News online,
31/07/2009), o número de conexões de internet em banda larga móvel ultrapassará
o de fixas no Brasil até 2011, quando atingirá 28 milhões de usuários. Os modems
USB serão os principais impulsionadores da adoção da banda larga móvel no país e
se tornarão uma grande alternativa à banda larga fixa. Atualmente (Fonte Teleco,
Maio 2009) existem 4.955 mil dispositivos de acesso de banda larga móvel no Brasil.
Conforme estudo do Yankee Group e Ericsson (Publicado em 29/07/2009 pela
Teletime News online), em 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46
milhões e mais da metade da base utilizará telefones celulares para acessar a rede
3G.
43
Conforme descrito no item anterior, o número de conexões de banda larga no
estado de São Paulo no primeiro trimestre de 2009 foi de 1.118 mil. Assumindo o
mesmo crescimento previsto para o Brasil conforme a Pyramid Research (2009),
estima-se que em 2011, haverá 6.275 mil usuários 3G no estado de São Paulo
contra 28 milhões no Brasil.
Segundo um estudo da Pyramid Research (2008), o WiMAX capturará apenas
2% dos usuários 3G até 2013. Assumindo esta mesma percentagem para 2011,
estima-se um número de 144 mil usuários de banda larga utilizando a tecnologia
WiMAX no Estado de São Paulo. Para o Brasil seriam 560 mil usuários. Entretanto
deve-se enfatizar que em 2008 o WiMAX representou 6% do total de conexões de
banda larga móvel no Brasil. Esse percentagem deve cair nos próximos anos visto
que se vê uma explosão das vendas de dispositivos móveis 3G atualmente.
Já um estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o WiMAX
capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga móvel em 2013. Atualmente, o
WiMAX representa 2% dos assinantes mundiais de banda larga móvel.
Baseado na pesquisa do Yankee Group e Ericsson, em 2012, com o WiMAX
capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G (previsão Pyramid
Research), haverá 920 mil usuários desta tecnologia. Para o estado de São Paulo,
assumindo a mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil assinantes de
3G e 206 mil assinantes de WiMAX.
Já o estudo da consultoria Infonetics Research (2009) é muito mais otimista
que o da Pyramid Research em termos de usuários de WiMAX no Brasil. De acordo
com a Infonetics Research, o Brasil é um dos maiores mercados potenciais para a
tecnologia de banda larga sem fio WiMAX. A previsão da empresa é que o país salte
de 184 mil assinantes do serviço, registrados em 2008, para quase 8 milhões até
2013. A consultoria acredita que o WiMAX pode se tornar a principal forma de
acesso à Internet em banda larga sem fio no país.
A figura 2.15 apresenta o crescimento previsto da banda larga móvel no Brasil
segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson, e Pyramid Research.
44
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
Maio 2009 2012/2013*
5.300
46.000
184 920184
8.000
Banda Larga Móvel - Brasil (mil conexões)
3G
WiMAX (Pyramid)
WiMAX (Infonetics)*
Figura 2.15 – Crescimento previsto para a banda lar ga no Brasil (Fonte:
Yankee Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infonetics Research).
Assume-se que o WiMAX capturará 2% do total dos ass inantes 3G (Pyramid
Research) e 6% dos assinantes 3G (Infonetics Resear ch)
A figura 2.16 apresenta a evolução das conexões de banda larga no estado
de São Paulo.
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
Maio 2009 2012/2013*
1.188
10.308
47 20647
2.057
Banda Larga Móvel - Estado de São Paulo (mil
conexões)
3G
WiMAX (Pyramid)
WiMAX (Infonetics)*
Figura 2.16 – Crescimento previsto para o crescimen to da banda larga no
estado de São Paulo (previsão baseada no estudo do Yankee Group e Ericsson
45
assumindo que o estado de São Paulo apresentará a m esma taxa de
crescimento nacional dos acessos de banda larga móv el) – Fonte: Yankee
Group e Ericsson, Pyramid Research, Teleco e Infone tics Research
A figura 2.17 apresenta a participação das tecnologias móveis no Brasil no
final de 2008 (Fonte: Infonetics Research (2009) e Teleco).
78,78%
15,09%
6,13%
Participação por tecnologia móvel -
Brasil (2008)
UMTS/HSPA
EVDO
WiMAX
Figura 2.17 - Participação das tecnologias de banda larga móvel e m 2008
(Fontes: Infonetics Research e Teleco)
Conforme dito, os números da consultoria Infonetics Research (2009)
prevêem 8 milhões de acessos WIMAX no Brasil em 2013 a partir de 184 mil
acessos em 2008. Isso significa um CAGR de 112,64% (Estima-se 2,057 mil
usuários para o estado de São Paulo).
Os números conforme a consultoria Pyramid Research (WIMAX capturará 2%
dos assinantes 3G) e o estudo do Yankee Group e Ericsson (46 milhões de usuários
de banda móvel em 2012) são: 920 mil usuários de WiMAX em 2012 no Brasil e 206
mil no estado de São Paulo, proporcionando um CAGR de 49,53%.
A tabela 2.3 consolida diversos cenários em função das previsões dos estudos
de diversas companhias (Número de usuários WiMAX nos próximos anos varia entre
560 mil e 8 milhões no Brasil).
46
Tecnologia Cenário BrasilEstado de São Paulo
3G
Usuários 3G no Brasil em 2011 conforme estudo Pyramid Research (2009). Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o Brasil 28 milhões 7,2 milhões
WiMAX
Usuários WiMAX em 2011 conforme estudo da Pyramid Research (2008) (2% dos usuários 3G) e estudo Pyramid Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o Brasil 560 mil 144 mil
WiMAX
Pesquisa do Yankee Group e Ericsson (2009), em 2012, com o WiMAX capturando 2% dos assinantes de banda larga móvel 3G (previsão Pyramid Research 2008), haverá 920 mil usuários desta tecnologia. Para o estado de São Paulo, assumindo a mesma taxa de crescimento nacional, haverá 10.308 mil assinantes de 3G e 206 mil assinantes de WiMAX. 920 mil 206 mil
WiMAX
Usuários WiMAX em 2013 conforme estudo da Informa Telecoms & Media (2008) (6% dos usuários 3G) e estudo Pyramid Research (2009) sobre usuários 3G no Brasil. Número de usuários do estado de São Paulo é estimado baseado na razão de celulares entre o estado e o Brasil 1,68 milhões 430 mil
WiMAX
Estudo da Informa Telecoms & Media (2008) prevê que o WiMAX capturará 6% dos usuários mundiais de banda larga móvel em 2013. Estudo do Yankee Group e Ericsson (2009), em 2012, o número de assinantes 3G saltará para 46 milhões. Assume-se que em 2013 os mesmos números de assinantes 3G que em 2012. 2,76 milhões 709 mil
WiMAX
A previsão da Infonetics Research (2009) é que o Brasil salte de 184 mil assinantes de WiMAX, registrados em 2008, para quase 8 milhões até 2013. 8 milhões 2 milhões
Tabela 2.3 – Consolidação de possíveis cenários par a o WIMAX em
função do estudo de companhias de pesquisas.
2.1.6 Receitas da Banda Larga
A banda larga móvel será a principal impulsionadora das receitas das
operadoras de telefonia móvel na América Latina, de acordo com pesquisa da
consultoria Pyramid Research (fonte: Teletime 29/06/2009) assim como para as
operadoras de telefonia fixa. Os fatores que contribuirão para isto são:
• Uso de plataformas comuns baseadas no protocolo IP na implantação
de novas redes
47
• O aumento da competitividade com a entrada das redes WIMAX nos
próximos anos sinaliza a necessidade de grandes investimentos para
viabilizar o aumento das receitas com as redes de banda larga
• A implantação das redes LTE a partir de 2012, tanto pelas operadoras
já existentes quanto por novas empresas que entrarão no setor,
proporcionarão maiores receitas.
O Speedy corresponde a quase 30% da receita total da Telefônica (fonte:
Abin- Agência Nacional de Inteligência), que, em 2008, foi de 23 milhões de reais
(fonte: Teleco).
2.1.7 Barreiras
Barreiras para massificação da banda larga
O preço da banda larga no Brasil é a principal barreira para a massificação
desta tecnologia. Enquanto o Reino Unido e a Austrália (30 bilhões de dólares para
a implantação de fibras ópticas por todo o país) anunciaram planos ambiciosos para
garantir que todos os seus cidadãos tenha acesso de boa qualidade à internet, o
Brasil discute ainda timidamente como estender as conexões de alta velocidade por
todo o seu território e aumentar as opções de escolha dos usuários quando as
regiões mais remotas não atraem as operadoras e o governo não tem os recursos
necessários para liderar uma iniciativa semelhante.
A alternativa para o Brasil é a implantação da banda larga móvel que requer
custos menores e apresentam implantação mais rápida comparada com o plano da
Austrália.
Existem alguns exemplos no Brasil de inclusão digital como o plano do estado
do Ceará que pretende implantar um “cinturão digital” de 3 mil quilômetros de fibras
para garantir a infraestrutura de banda larga.
48
A Anatel se prepara para colocar no mercado pelo menos duas licitações de
frequências em 2009 como forma de impulsionar o uso da banda larga no Brasil por
internet fixa e móvel. A Anatel pretende licitar a faixa de 3,5 GHz e também a faixa
de 2,5 GHz. A faixa de 3,5 GHz será dedicada a tecnologia WiMAX. Já a faixa de 2,5
GHz se encontra em disputa entre as operadoras de TV paga e as operadoras de
telefonia celular. A tendência da Anatel é dedicar parte da faixa para o Serviço Móvel
Pessoal, sobretudo para o uso da tecnologia de quarta geração (LTE),
acompanhando a recomendação da UIT (União Internacional de Telecomunicações).
Já as operadoras de TV paga querem a permissão para usarem a tecnologia WiMAX
para oferta de banda larga sem fio a seus clientes.
Em 2010, a Anatel quer avaliar o uso da faixa de espectro de 450 MHz para
atendimento às regiões rurais, suburbanas e fora da área de tarifa básica, com
banda larga sem fio, além de telefonia fixa e móvel. A decisão do Minicom é de licitar
a faixa já prevendo contrapartidas das operadoras, que terão de conectar mais de 80
mil escolas públicas rurais, não contempladas pelo programa “Banda Larga nas
Escolas”, resultante da troca de obrigações das operadoras fixas e que prevê a
conexão de mais de 55 mil escolas públicas urbanas.
A Anatel iniciou também os estudos para usar a faixa de frequência de 1,5
GHz para a banda larga. Essa faixa ainda não foi harmonizada pela UIT, mas já
existem algumas aplicações nos Estados Unidos onde é usada para serviços de
banda larga.
Conforme comentado no ínicio deste ítem, o preço é a principal barreira para o
crescimento da banda larga no Brasil. Um estudo das Nações Unidas feito em 154
países classificou o Brasil entre as nações com o serviço de banda larga mais caro
do mundo.
Promovido pela União Internacional para as Telecomunicações (UIT), um
órgão da ONU, o estudo avaliou a qualidade da infraestrutura de telecomunicações
em 154 nações, o grau de inclusão digital em cada país e o custo que estas
tecnologias têm para o usuário final. Para calcular o custo em cada país, a UIT
desenvolveu um índice que relaciona o custo de um serviço telecom à renda per
capita em cada nação. Nos Estados Unidos, para ter um serviço de banda larga, o
49
usuário compromete 0,4% de sua renda média. No Brasil se compromete 9,6% da
renda por habitante. O custo da banda larga coloca o Brasil na 77ª posição num
ranking de acesso a serviços de internet. Com o índice 9,6, o Brasil fica atrás de
outros países emergentes, como Argentina (7,6), México (5,3) e Rússia (2,2). Até na
China (9,6) a situação é melhor que no Brasil. O país asiático é muito prejudicado no
ranking, pois o custo da banda larga precisa ser comparado com a renda per capta
daquele país, que é baixa, afinal a China tem mais de 1,2 bilhão de habitantes.
Os países do mundo onde a banda larga é mais barata são Estados Unidos,
Canadá, Suíça, Dinamarca, Luxemburgo e Taiwan. Nestas localidades, o índice é
igual ou menor que 0,7. A pior situação é a de Burkina Fasso, país africano. Lá,
uma pessoa precisa gastar 5.193 vezes a renda média de um cidadão para contratar
um link de internet.
De acordo com os resultados da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da
Informação e da Comunicação no Brasil 2008, um quarto dos domicílios brasileiros
(25%) possui computadores. A pesquisa identificou que 71% dos lares com
computador possuem acesso à Internet. Essa diferença denota que, dos 14 milhões
de domicílios com computador, quatro milhões não possuem acesso à rede mundial
de computadores. A pesquisa identifica também que o acesso ao computador e à
Internet é fortemente determinado pela renda, pela classe social e pela região do
país. O acesso à Internet está presente em 25% dos domicílios da região Sudeste e
cerca de 20% nos domicílios das regiões Sul e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e
Nordeste, a proporção de domicílios com acesso à rede não ultrapassa 7%. No que
concerne à renda e à classe social, observa-se que, na faixa até um salário mínimo
e nas classes D e E, a penetração do acesso à Internet registra uma taxa de apenas
1%, enquanto atinge 81% na faixa de dez ou mais salários e 91% na classe A.
O perfil do uso do computador e da Internet no país é muito semelhante com
relação às variáveis sociodemográficas. Conforme a renda, a classe social e o grau
de escolaridade aumentam, maior é a proporção de usuários das tecnologias acima
mencionadas. A proporção de usuários de Internet chega a 83% no nível superior e
somente a 7% entre os analfabetos e pessoas que têm somente educação infantil.
No que tange à renda, nota-se que,na faixa de até um salário mínimo, o percentual
50
de usuários de Internet é de 10%, contra 81% de usuários de Internet na faixa de
dez ou mais salários. A diferenciação por classe social guarda a maior discrepância
entre suas categorias, na medida em que há uma diferença de 76 pontos
percentuais entre a classe A (89%) e as classes D e E (13%).
Quanto ao uso da Internet, a pesquisa identifica as principais barreiras
mencionadas pelos respondentes que declararam nunca ter acessado a Internet em
2008. A principal barreira ao uso está associada à “falta de habilidade” com o
computador ou com a Internet propriamente dita, apontada por 61% dos
respondentes, seguida pela “falta de interesse” (44%) e a “falta de condições para
pagar o acesso” (23%). Interessante ressaltar que, quando se trata de motivos para
posse do computador e acesso à Internet, o custo é a principal barreira para a
aquisição dessas tecnologias. Porém, quando se trata de questões relativas ao uso
da Internet, a principal barreira é a falta de habilidade com o computador ou no
acesso à Internet.
Barreiras para ser um fornecedor de acesso banda la rga
A principal barreira para ser um fornecedor de serviços de banda larga é a
necessidade de capital intensivo para se construir a infra-estrutura da rede. A
tecnologia Cable modem está restrita as operadoras de TV por assinatura como TVA
e NET. A tecnologia ADSL que depende dos pares de fios de cobres das linhas
telefônicas está restrita para a Telefonica no estado de São Paulo. A alternativa para
um novo entrante assim como para os fornecedores atuais é a tecnologia WiMAX
que exige licença de uma faixa do espectro para operação assim como aquisições
de espaço para a implantação das estações rádio-base.
Outra barreira para a implantação do negócio é o preço do serviço de acesso à
internet que o novo entrante terá como despesa. Os preços desses serviços no
Brasil são caros demais quando comparado com os preços nos Estados Unidos.
51
Além disso, os principais fornecedores de acesso a internet no Brasil estão restritos
à Telefonica, Embratel, Oi e GVT.
2.1.8 Consumidor
Para o consumidor de mídia, a TV aberta é a maior fornecedora de conteúdo
no Brasil.
Contudo, há uma tendência de se buscar mais conteúdo, seja entretenimento
ou informação, em outras fontes e dispositivos como PCs e celular.
O estudo da Accenture (publicado no site Converge Magazine em 13/04/2009:
Banda larga, canais fechados e tv aberta mudam perfil doconsumidor) mostra que a
TV linear não está morrendo, mas que o consumo não-linear de mídia está
crescendo e despertando o interesse do consumidor. A mudança, aponta a
Accenture, é liderada por consumidores de menos de 35 anos de idade. Além de ser
o grupo que se mostra mais insatisfeito com as opções da televisão, são os que se
mostram mais dispostos a ver conteúdo em dispositivos alternativos, e que tendem a
preferir o conteúdo sob demanda. O estudo mostra que, quanto mais novo é o
consumidor, mais ele está insatisfeito com a TV ao vivo e mais propenso a assimilar
o conteúdo por outros dispositivos. Esta realidade assusta empresas revendedoras
de computadores, já que será cada vez mais comum o acesso ao conteúdo on-line
através do celular.
Segundo estudo da IDC Brasil (citado em http://guia.mercadolivre.com.br,
25/09/2008 artigo: “Brasil tem 4,7 mi de conexões banda larga, mas taxa de
penetração é de 2,2%”), o perfil do usuário de banda larga continua sendo
predominantemente de consumidores das classes A e B, sendo que a classe C
começa a ter maior participação.
Conforme estudo da UIT (divulgado pela Gazeta Mercantil online news
4/03/2009), a banda larga custa em média 9,6% da renda per capita do brasileiro.
Com o aumento da concorrência, a tendência é de queda nos preços.
52
Em 2008, 88,8% das conexões de banda larga fixa são de usuários
residenciais (fonte: Barômetro Cisco).
Segundo o estudo do Yankee Group e Ericsson (Teletime news, 29/07/2009),
o assinante 3G no Brasil é majoritariamente jovem e utiliza essa tecnologia
principalmente dentro de casa, em substituição ao acesso fixo. A razão para preferir
o acesso móvel é devido ao valor na mobilidade ou porque não há oferta de banda
larga fixa onde mora. De acordo com o estudo, 83% dos assinantes usam o serviço
em casa e 27%, no escritório (um certo grupo de assinantes usa o serviço em casa e
no escritório). Apenas 26% das linhas 3G são corporativas. Mas 42% dos assinantes
fazem um uso misto pessoal e profissional do serviço. 72% dos usuários têm entre
20 e 30 anos.
No estado de São Paulo estima-se que a população entre 20 e 30 anos seja
de 7.250 mil pessoas (Fonte IBGE 2000 e projeções de crescimento da população).
Esta quantia corresponde aproximadamente a 18,2% da população do estado.
Conforme o estudo da Pesquisa de Condições de Vida 2006 (PCV), estima-se que
65% dos jovens do estado de São Paulo têm o ensino médio concluído. Assumindo
a conclusão do ensino médio como fator determinante para se ter uma assinatura de
banda larga móvel, obtem-se que 4.712 mil jovens são potenciais consumidores de
banda larga móvel. E extrapolando para toda a faixa etária da população do estado
de São Paulo (28% restantes dos usuários já que 72% se enquadram entre 20 e 30
anos de idade), obtem-se a estimativa de 6.545 mil potenciais assinantes de banda
larga móvel para o momento atual. Atualmente (Maio 2009) há 1.188 mil acessos de
banda larga móvel no estado de São Paulo. Em relação ao Brasil, estima-se que a
população entre 20 e 30 anos corresponda aproxidamente a 20% da população
brasileira (38 milhões de pessoas). Se assumirmos que 60% dos jovens brasileiros
possuem o ensino médio (no estado de São Paulo, este número é de 65%), temos
22,8 milhões de jovens entre 20 e 30 anos com potencial de consumo de banda
larga móvel. Extrapolando para o resto da população brasileira e assumindo que
28% desta população restante consumirá internet móvel, o mercado potencial
brasileiro será de 31,7 milhões de usuários de internet móvel. Entretanto, deve-se
notar que a internet fixa acaba sendo concorrente da internet móvel para a maior
parte da população brasileira. Somente uma pequena parte da população tem e terá
53
assinatura de internet móvel e internet fixa. Conforme a pesquisa do Yankee Group
e Ericsson, 83% dos usuários de internet móvel, usam esse serviço em suas
residências.
A tabela 2.4 sumariza a quantidade potencial de usuários de internet móvel em
função do nível de educação e perfil consumidor predominantemente jovem.
Região
Potenciais usuários de banda larga móvel (mil usuários) em função de educação e perfil do usuário
Brasil 31.700
Estado de São Paulo 6.545
Tabela 2.4 – Potenciais usuários de banda larga móv el em função do
nível de educação e faixa etária predominantemente jovem do potencial
consumidor
O número de usuários no mundo da tecnologia WiMAX deve superar 100
milhões até 2014, pelas projeções da consultoria Maravedis (2008). O crescimento
do número de usuários será impulsionado pelo lançamento dos laptops que trazem
embutidos os chipsets capazes de conectar o equipamento à rede sem fio.
O grupo WiMax Forum (Dezembro 2008), que representa mais de 530
empresas comprometidas com essa tecnologia de banda larga sem fio, estima que
até 2012 a América Latina terá mais de 13 milhões de consumidores desse tipo de
conexão, volume que equivalerá a 10 por cento do total mundial.
No primeiro trimestre de 2009 foram adicionados 400 mil novos usuários de
WiMAX (incluindo as operações em faixas não licenciadas) no mundo, um
crescimento de 13% em relação ao último trimestre de 2008 e 75% na comparação
com o primeiro trimestre de 2008. Os dados fazem parte de uma pesquisa trimestral
divulgada pela consultoria Maravedis, que mostra que no mesmo período foram
adicionados 50 milhões de novos usuários em 3G.
54
A Associação Brasileira de Pesquisas definiu as classes sociais no Brasil
conforme a figura 2.18.
0
5.000
10.000
15.000
A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E
14.400
8.100
4.600
2.3001.400
950620 440
Renda Familiar Média por Mês (em reais)
renda
Figura 2.18 – Renda Familiar Média por Mês e respectivas classe s sociais
Baseado na reportagem da Revista Exame (08/04/2009) sobre o consumo das
famílias brasileiras em 2009 e informações do IBGE sobre a população brasileira,
deriva-se que as classes sociais no Brasil estão distribuídas conforme a figura 2.19.
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
A1 A2 B1 B2 C1 C2 D E
0,90%
4,10%
8,90%
15,70%
20,70%21,80%
25,40%
2,60%
Percentagem Brasil
Figura 2.19 – Percentagem das classess sociais no Brasil – obti do a partir
de informações da revista Exame (08/04/2009) e assu mindo população
brasileira de 189,6 milhões de habitantes
55
Para facilitar a análise, a tabela 2.5 agrupa as classes sociais em um número
menor de divisões, apresenta o potencial de consumo de internet de cada classe
social (baseado na Pesquisa TIC Domicílios 2008) e o número potencial de
consumidores para o Brasil.
ClassesPercentagem da população brasileira
Total de jovens - 20 a 30 anos (mil)
Internet móvel (consumo)
Potenciais usuários
A e B 29,60% 11.248 85% 9.561
C 42,50% 16.150 30% 4.845
D e E 28,00% 10.640 13% 1.383
Tabela 2.5 – Número potencial de usuários de internet móvel no B rasil em
função das classes sociais (critério da Associação das Empresas de
Pesquisa), perfil dos usuários de internet (Pesquis a TIC Domicílios 2008) –
Número total de potenciais usuários é de 15.788 jov ens (entre 20 e 30 anos).
Conforme a tabela 2.5, o número potencial de usuários de internet móvel no
Brasil é de 15.789 mil jovens. Extrapolando para o resto da população brasileira
assumindo que 72% dos consumidores de internet móvel são jovens, e asumindo
que a internet fixa capturará 30 % deste montante, obtem-se o número de 15.350 mil
potenciais usuários de internet móvel no Brasil.
Extrapolando esses números para o estado de São Paulo (baseado na razão
atual de assinantes 3G entre Brasil e estado de São Paulo), obtem-se o número de
3.946 mil potenciais usuários de internet móvel.
A tabela 2.6 sumariza o número potencial de usuários de internet móvel em
função da faixa etária e poder econômico das classes sociais.
56
Região
Potenciais usuários de internet móvel (em função do poder aquisitivo e perfil do usuário)
Brasil 15.350
Estado de São Paulo 3.946
Tabela 2.6 - Número potencial de usuários de intern et móvel em função
da faixa etária e poder econômico das classes socia is.
Estimando que o WiMAX irá capturar 6% (conforme consulltoria Informa
Telecoms & Media (2008)) do total de usuários de internet móvel 3G até 2014. Desta
forma estima-se os números abaixo em função da tabela 2.6 que é mais pessimista
comparada com a tabela 2.4:
• 920 mil usuários de internet móvel via WiMAX no Brasil (atualmente há 184
mil usuários de WiMAX no Brasil)
• 237 mil usuários de internet móvel via WIMAX no estado de São Paulo
A figura 2.20 apresenta o crescimento previsto de usuários de WIMAX entre
2008 e 2014 no Brasil e estado de São Paulo. A base de assinantes de WiMAX
deverá crescer a um CAGR de 30,8%.
57
0
200
400
600
800
1000
2008 2014
184
920
47
237
Crescimento dos usuários de WIMAX (em mil
usuários)
Brasil
São Paulo*
Figura 2.20 - Crescimento previsto de usuários de WIMAX entre 2 008 e
2014 no Brasil e estado de São Paulo. * Número de u suários de WIMAX no
estado de São Paulo em 2008 é estimado.
2.1.9 Oferta de Banda Larga
Os serviços de acesso banda larga por cabo e ADSL chegaram no final de
2008 a 2.422 munícípios brasileiros (fonte: Atlas Brasileiro de Telecouminiações
2009). Esses municípios representam 145,5 milhões de habitantes (77,7 % da
população brasileira). Deve-se enfatizar que nem todas as áreas urbanas das
cidades são atendidas pelo serviço ADSL.
O acesso por cable modem atinge apenas 184 municípios onde vivem 74
milhões de brasileiros ou quase 40% da população brasileira que representam 53%
do consumo nacional de bens e serviços, segundo o IPC/Target. Vale também
enfatizar que nem todas as áreas urbanas das cidades são atentidas pelo serviço de
cable modem.
Em nenhum outro segmento a briga entre operadoras de telecom e de TV por
assinatura é tão acirrada quanto a oferta de banda larga. Apesar disto o usuário
possui ainda poucas alternativas de escolha. O serviço líder de assinaturas é o
58
Speedy da Telefônica com 2,46 milhões de acessos. A figura 2.21 apresenta os
números de acesso dos principais fornecedores de banda larga fixa no Brasil.
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
Telefonica NET Oi Brasil Telecom CTBC GVT TVA
2.460
2.120
1.9201.762
1.320
402
80
Principais operadoras de banda larga fixa (em mil
assinantes)
Figura 2.21 – Principais fornecedores de banda lar ga fixa e respectivos
números de acessos.
Para muitos moradores do estado de São Paulo, o serviço Speedy, da
Telefônica, é a única opção para quem precisa de internet rápida.
As Figuras 2.22 e 2.23 (Fonte: revista Exame 15/07/2009 página 91)
apresentam a cobertura (percentual de habitantes do estado atendidos pelos
serviços de cada operadora) para banda larga fixa e banda larga móvel.
59
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Telefonica NET TVA Outras
97%
59%
26%9%
Competição Fixa
Competição Fixa
Figura 2.22 - Competição fixa no estado de São Pa ulo e percentagem de
cobertura em termos de habitantes dos municípios at endidos (nem toda a área
urbana dos munícipios cobertos é atendida)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Vivo Oi Claro TIM
66%61% 59%
44%
Competição móvel
Competição móvel
Figura 2.23 – Competição móvel no estado de São Pau lo percentagem de
cobertura
Levantamento feito pela consultoria IDC em julho de 2008 (publicado em
www.puccamp.br/servicos em 06/07/2009) levantou os preços da banda larga no
Brasil. O preço médio da velocidade mínima (128Kbps) era de US$ 30. Na
Argentina, 512Kbps saíam, na época, por US$ 27,05.
60
Para velocidades maiores, 20Mbps saíam, em julho de 2008, por US$ 300
mensais no Brasil. Na Argentina, 5Mbps custavam US$ 46,80. No Chile, o preço de
6Mbps era, à época, US$ 59,70. Na República Tcheca, 8Mbps de ADSL custavam
US$ 53, e na Rússia, US$ 38 por 6Mbps.
2.1.10 Modelo da Atratividade da Indústria por Mich ael Porter
Conforme Porter (1985), o principal fator da rentabilidade de uma empresa ou
negócio é a atratividade na qual ela está inserida. Dessa forma, a formulação da
estratégia competitiva deve estar inserida no relacionamento da empresa com o seu
meio ambiente.
A estratégia competitiva a ser adotada deve surgir de um entendimento da
concorrência que depende de cinco forças competivas.
Cada uma dessas forças influencia em maior ou menor grau a indústria e a
competição. Estas forças podem ser descritas como:
• Ameaça de entrada de novos competidores : novos competidores geram
uma ameaça no contexto competitivo e aumentam a rivalidade entre as
empresas podendo ocasionar uma redução das margens de rentabilidade dos
competidores atuais. Algumas barreiras de entrada são: economia de escala,
diferenciação de produto, necessidade de capital, custos de mudança, acesso
a canais de distribuição e políticas governamentais. com a evolução
tecnológica, tornou-se necessário um investimento muito maior em
equipamentos para que as empresas fossem mais competitivas. A presença
de provedores de banda larga fixa como Telefônica, NET, Oi, GVT, TVA e
provedores de banda larga móvel como Claro, Vivo, Oi e TIM faz com que
novos entrantes necessitem de investimentos altos na divulgação de seus
produtos e serviços, bem como na criação de diferenciais.
• Intensidade da rivalidade entre as empresas : o grau de rivalidade aponta a
intensidade da disputa pelas posições de mercado. Fatores que influenciam
a rivalidade: número de concorrentes grandes, ritmo de crescimento lento da
indústria, custos fixos altos, ausência de diferenciação ou de custos de
61
mudança, etc. Observa-se atualmente rivalidade entre os provedores de
banda larga somente nas principais capitais do país. Na maior parte do país,
os principais provedores de banda larga são a Telefonica , Oi, Brasil Telecom
e NET, sendo que os três primeiros não atuam na mesma área.
• Produtos substitutos : os produtos substitutos pressionam as empresas pois
são uma alternativa para os consumidores aumentarem seu poder. A pressão
por produtos substitutos define a potencial redução da rentabilidade da
indústria em questão. A oferta de banda larga gratuita através das cidades
digitais pode ser considerada um produto substituto.
• Poder de negociação dos compradores: os compradores podem forçar os
preços para baixo, pressionando por mais qualidade a um custo inferior. Os
consumidores estão mais conscientes, possuem maior poder de reclamação.
Um provedor de banda larga tem que oferecer qualidade, diferentes tipos de
serviços e aplicações para conquistar seus clientes. Tudo isso afeta a
rentabilidade da empresa
• Poder de negociação dos fornecedores: os fornecedores têm poder e
pressionam as empresas ameaçando aumentar preços de seus bens e
serviços. Desde o início da Internet, o número de fornecedores cresceu.
Inicialmente somente a Embratel e a RNP atuavam como fornedores de
Backbone. A RNP provia acesso com baixa velocidade, parcial e limitado a
endereços localizados no Brasil. Dessa forma, a Embratel detinha o
monopólio edeterminava os preços dos serviços. Como o acesso ao
backbone é considerado a maior despesa fixa do provedor, sua escolha é
fundamental para o sucesso do provedor. O poder de barganha dos
fornecedores teve uma pequena redução com o surgimento de novos
fornecedores (Telefônica, Oi, Brasil Telecom, GVT), entretanto ainda esse
poder é muito alto.
Os grandes provedores de banda larga possuem menores custos, oferecem
grande variedades de serviços, possuem maiores recursos financeiros e
tecnológicos que os pequenos provedores de banda larga. Os grandes provedores
62
de banda larga apresentam uma defesa contra a rivalidade dos concorrentes que
protege a organização contra compradores e fornecedores poderosos; proporciona
barreiras de entrada em termos de economia de escala e vantagens de custo e
coloca a empresa em uma posição favorável em relação aos produtos substitutos.
Isto é, todos esses fatores protegem a empresa contra as cinco forças competitivas
apresentadas por Porter (RAFAEL GUSTAVO GOEMANN, 2005 p. 57).
Já os pequenos provedores de internet e banda larga são muito vulneráveis
por atuarem isoladamente. Mesmo quando possuem um bom nicho de mercado
podem ser surpreendidos por um concorrente externo.
2.1.11 Cadeia de Valor
A cadeia de valor é a forma de visualizar como o valor é criado e transferido
dentro do processo produtivo. Pode ser definida também como as empresas se
relacionam para a entrega de uma determinada oferta ao consumidor.
A cadeia de valor do setor de comunicações pode ser compreendida em
quatro fases sequenciais (JOSE MANUEL MARTIN RIOS, 2008):
• Produção de contéudo : fase constituída pelas etapas de criação, de
produção e de finalização dos conteúdos multimídia para disponibilização
dos usuários de banda larga.
• Programação: caracteriza-se pela montagem da grade de programação,
armazenamento do conteúdo e distribuição dos programas e inserções de
publicidade.
• Distribuição de conteúdo : distribuição da programação para os operadores
de rede
• Consumo: entrega do conteúdo para o consumo do cliente final
63
O conteúdo é a parte crucial do negócio de banda larga. Os usuários não
estão apenas interessados na oferta de banda larga. Eles desejam os aplicativos e
serviços que a banda larga proporciona.
O comportamento dos usuários tem se alterado com o avanço das
tecnologias e disponibilização de novos dispositivos. Os jovens consomem
multimídia de uma maneira bem particular. Enquanto assistem a um vídeo, estão
baixando músicas e trocando mensagens online. Eles querem flexibilidade,
interatividade e controle sobre seus dispositivos eletrônicos.
A disponibilidade de conteúdo, juntamente com a tecnologia, é o catalisador
da banda larga. A criação de conteúdo é muita complexa. O tipo certo de conteúdo
deve ser identificado e adquirido a um custo que permita ganhos e que seja
distribuído ao usuário de um modo seguro e interativo. Cada fase do processo de
aquisição e distribuição de conteúdo contem aspectos legais que afetam a
habilidade do operador ofertar serviços competitivos de conteúdo.
As operadoras de banda larga têm as seguintes opções:
• Distribuir conteúdo : a operadora apenas redistribui o conteúdo criado
e formatado por outras empresas. A vantagem deste modelo está ligado aos custos.
Estes aumentam de acordo com a base de assinantes. Não existe custos de direitos
de exclusividade. Os custos são repassados para os usuários. A desvantagem é a
falta de diferenciação.
• Adquirir os direitos do conteúdo : a operadora que adquirir direitos
de exclusividade de conteúdo irá se diferenciar das demais. Entretanto,
exclusividade de conteúdo é muito caro e a operadora deve ter escala para ter
rentabilidade.
• Criar conteúdo : este é o cenário extremo da convergência telecom-
mídia.
64
2.1.12 Considerações para o uso do WiMAX
Um das principais vantagens da infra-estrutura do WIMAX sobre o xDSL,
cabo e fibra é o menor custo de implantação e a velocidade de implantação
O grande diferencial do WiMAX é a possibilidade de uso em diferentes
cenários em uma rede:
• Fixo
• Portátil
• Móvel
A comunidade WiMAX está empenhada em expandir as possibilidades e
alternativas de aplicativos e dispositivos desde os laptops e PCs para PDAs e
outros dispositivos.
Operadores de redes WIMAX dispersos pelo mundo apresentam os seguintes
fatores com chaves desta tecnologia:
• Acesso banda larga onde não há como atender essa demanda com
xDSL. A facilidade de focar o serviço em áreas onde há demanda
permite um maior retorno dos investimentos.
• Novas operadoras que pretendem disponibilizar serviços de banda
larga em um prazo que seria impossível com tecnologia de cobre ou
fibra
• Dificuldade de “unblunding”por parte das operadoras tradicionais
• Diferenciação em relação ao xDSL. O WiMAX pode ser apresentado
como rede fixa, portátil e móvel dentro de uma única rede.
• Diferentes cenários de uso: fixo, portátil e móvel
• Arquitetura IP
• Custo do espectro mais barato em relação ao 3G
65
2.2 Macroambiente
Os aspectos relativos ao macroambiente são chamados de variáveis
exógenas, as quais estão fora do controle da empresa mas a afetam.
Conforme KOTLER (l995, p. 49), o macroambiente consiste em forças sociais
maiores que afetam todo microambiente - forças demográficas, econômicas,
tecnológicas, naturais, políticas e culturais.
O objetivo deste capítulo é identificar as tendências dos diversos ambientes e
os possíveis impactos no plano de negócio.
2.2.1 Ambiente sócio cultural
Os aspectos culturais das áreas a serem atendidas por banda larga móvel
são muito diversos visto a imensidão do Brasil. Este tipo de serviço não é focado
para perfis específicos da população. Em outros países, o WiMAX vem sendo
implantado pelas operadoras tradicionais para atender as áreas em que o ADSL não
pode prover serviços de qualidade. Para uma operadora como a Telefônica, o
WiMAX poderia atender os usuários das cidades médias e grandes que moram
distantes das áreas urbanas. Outra opção seria fornecer um serviço adicional
(internet móvel) para os assinantes do Speedy não focando em um perfil sócio
cultural específico. Já para um novo entrante com desejo de competir com o ADSL e
3G, não haveria segmentação da área a ser atendida. Esta segmentação seria
baseada conforme o plano de expansão dos negócios deste novo entrante.
2.2.2 Ambiente demográfico
O ambiente demográfico é uma importante força ambiental, visto que
compreende a população e suas tendências de distribuição, composição,
regionalidade e diversidade étnica e racial. Pelo fato dessas tendências estarem fora
66
do controle do empresa, se exige que se antecipe tendências, que cenários sejam
desenvolvidos e que se promova ajustes constantes nas estratégias de mercado.
A observação criteriosa das tendências do ambiente demográfico permite
desenvolver estratégias de segmentação geográfica, étnica, por faixa de renda, por
faixa etária e por sexo.
A segmentação geográfica é de extrema importância para um projeto de
implantação de uma rede WIMAX. Ela permite identificar áreas com grande potencial
de crescimento e baixo grau de competição. É nessas áreas que se deve iniciar a
implantação da rede.
2.2.3 Ambiente econômico
A principal implicação de futuras alterações no ambiente econômico está
relacionada ao comportamento da demanda. Isto é, a demanda é muito sensível as
variações do nível de atividade econômica e pode comprometer qualquer plano de
negócios que subestime a sua influência.
Com a quinta maior população e o oitavo mercado consumidor do mundo, o
Brasil vem se tornando em uma das principais opções de negócios do mundo. O
crescimento das vendas internas e a contínua expansão da classe C tem
impulsionado o consumo.
A crise financeira e econômica mundial deflagrada em Setembro de 2008
congelou todos os prognósticos de crescimentos até então muito otimistas. Após um
ano, observa-se que o mercado consumidor continua robusto e vem se tornando o
principal alicerce da economia brasileira.
Com a crescente incorporação de pessoas e famílias na classe C e com o
contínuo aumento do poder de compra desta classe, deve-se ficar atento ao
consumo da classe C. Segundo a revista EXAME (8/4/2009), as famílias da classe C
gastam sua renda da seguinte maneira:
67
• 21% em estabelecimentos comerciais (supermercados, mercearias,
farmácias)
• 11% em transporte (transporte coletivo, combustível, pedágio, taxi)
• 10% em alimentação (padaria, bar, lanchonete, açougue, feira,
restaurante)
• 8% em entretenimento (passeios, festas, presentes, brinquedos,
internet, loteria)
• 7% em serviços básicos (luz, telefone, água, gás, condomínio)
Com este cenário, espera-se por uma grande demanda por serviços de banda
larga (móvel e fixa) para os próximos anos.
2.2.4 Ambiente tecnológico
Em segmentos altamente competitivos, a tecnologia é um fator determinante
para a continuidade dos negócios. As inovações que agregam valor a produtos e
serviços ampliam a percepção do consumidor, com consequente maximização da
relação custo benefício e aumento da vantagem competitiva.
As principais soluções tecnológicas empregadas para fornecer banda larga
sem fio no Brasil são o UMTS com a plataforma HSPA e a tecnologia EVDO. Outras
tecnologias de redes celulares que oferecem serviços de dados sem fio são o GPRS
e o EDGE das redes GSM e o 1xRTT das redes CDMA. As operadoras de MMDS
oferecem também serviços de internet sem fio (conexão rádio e via satélite).
A banda larga móvel HSPA é a tecnologia dominante. Se considerarmos os
celulares UMTS e terminais de dados disponíveis com os usuários brasileiros, estes
representam 96% dos acessos 3G no Brasil (Fonte: Teleco).
Em relação ao mercado de telefonia fixa, as operadoras tendem a atualizar
suas redes ADSL para ADSL2, ADSL2+ e VDSL e também implantar a tecnologia
68
FTTH. A tabela 2.7 apresenta uma comparação de desempenho entre as diversas
tecnologias de acesso banda larga.
Tecnologia de Acesso CaracterísticaVelocidade de pico - Downlink Alcance
WiMAX* 3,5 GHz - 5 MHz de banda FDD sem fio fixa 15 Mbps
<1.0 km (área urbana)
WiMAX* 2,5 GHz - 5 MHz de banda TDD sem fio móvel 10 Mbps
<1.25 km (área urbana)
WiFi (802.11a/b/g) móvel < 54 Mbps < 0.1 kmADSL fixa 8 Mbps 3 kmADSL2 fixa 12 Mbps 1.5 kmADSL2+ fixa 24 Mbps 1.5 kmVDSL fixa 50 - 100 Mbps 0.4 kmFTTP (BPON-ATM) fixa 622 Mbps 20 kmFTTP (EPON-Ethernet) fixa 1.250 Gbps 20 kmFTTP (GPON-Ethernet/GEM) fixa 1.244 Gbps 20 kmFTTP (GPON-Ethernet/GEM) fixa 2.488 Gbps 20 kmEVDO* rel A - 1.8/1.9 GHz - 1.25 MHz de banda sem fio móvel 3.1 Mbps <1.7 kmHSPA* 1.8/1.9 GHz - 5 Mhz de banda sem fio móvel 14.4 Mbps <1.7 kmHSPA+* 1.8/1.9 GHz - 5 Mhz de banda sem fio móvel 28 Mbps <1.7 km
Tabela 2.7 – Comparação de desempenho entre tecnolo gias de acesso
* alcance refere-se a uma velocidade menor que o pico
Observa-se que em termos de tecnologia de acesso móvel, o WiMAX
enfrentará forte concorrência da tecnologia 3G (HSPA e HSPA+).
Nos últimos anos a tecnologia WiMAX obteve os seguintes sucessos:
• O ITU aceitou o WiMAX como a sexta interface aérea para o IMT-2000
• A UQ Communications (patrocinada pela operadora KDDI e Intel)
obteve licença de 2,5 GHz no Japão para uso do WiMAX
• A Intel investe pesadamente em fabricantes de infra-estrutura de
Taiwan
• A Clearwire inicia suas operações nos Estados Unidos
• Iniciada a certificação de equipamentos 2,5 GHz
69
• Primeiros notebooks com modem WiMAX são lançados
Ao mesmo tempo
• Em junho de 2008, número de usuários HSPA atinge 65 milhões no
mundo, um aumento de 81% em relação a Dezembro 2007.
• Grande sucesso do lançamento do Phone 3G como marco estratégico
para o fortalecimento da indústria de telefonia móvel
• NGMN (Next Generation Mobile Networks Alliance) adota o LTE como
tecnologia preferida.
• No final de 2008 havia mais de 800 dispositivos (telefones celulares,
cartões PCMCIA, modems USB, laptops) HSPA disponíveias no
mercado.
Isto prova que o HSPA tem um enorme mercado mundial e continua ganhando
mais espaço se beneficiando da economia de escala e mostrando ser um forte
competidor para o WiMAX.
Outro aspecto negativo para o WiMAX é o fato de sua implantação requerer
capital intensivo. As redes UMTS já estão implantadas no mundo desenvolvido e em
alguns países emergentes como o Brasil. A implantação e expansão do HSPA não
exige capital intensivo como o WiMAX.
Um dos fatores cruciais para o mercado WiMAX é a disponibilidade de
dispositivos para os usuários em termos de forma, preço e desempenho. Os
primeiros dispositivos, os CPEs (basicamente dispositivos de mesa e dispositivos
outdoor) tiveram um mercado bem pequeno enquanto os laptops e cartões USB
terão um mercado bem maior. O sucesso do WiMAX está diretamente vinculado a
dispobilidade de dispositivos. É isso que faz o usuário enxergar valor e trazer
vantagem competitiva ao negócio. E até este momento, as disponibilidades são bem
tímidas ainda. O HSPA apresenta crescimento extraordinário graças a grande
variedades de dispositivos disponíveis aos usuários.
70
Outro concorrente do WiMAX é a tecnologia LTE que possui embasamento
tecnológico semelhante ao WiMAX. Uma operadora de telefonia poderia aguardar a
consolidação desta tecnologia e usá-la ao invés do WiMAX. O LTE vem sendo
suportado e desenvolvido por grandes fornecedores de infra-estrutura de rede. Ao
passo que a maioria dos fornecedores de infra-estrutura WiMAX são empresas de
pequeno porte.
2.2.5 Ambiente político-legal
O ambiente político-legal é composto de leis, órgãos governamentais e grupos
de pressão que influenciam e restringem as ações das empresas. O ambiente
político é um grande limitador das organizações e indivíduos.
Em Julho 2009, a Anatel propôs a redução gradativa das frequências das
operdoras de TV paga sem fio na faixa de 2,5 GHz. A proposta consiste em reduzir o
espectro disponível de 190 MHz para 70 MHz a partir de 2012 e de 70 MHz para 50
MHz a partir de 2015. Para o início da operação de uma rede WIMAX, 50 MHz é um
número razoável somente. Essa quantidade de espectro elimina qualquer
possibilidade de expansão. É possível uma ou duas operadoras de WIMAX na
mesma região com 25 MHz de espectro sem considerar a banda de guarda entre
operadoras que pode chegar a 5 MHz. Em Portaland, nos EUA, a Clearwire iniciouu
suas operações com 30 MHz de espectro e poderá crescer até 120 MHz (fonte:
revista Teletime Agosto 2009)
A proposta da Anatel foi submetida a consulta pública e se essa decisão
prevalecer, haverá uma tendência de que as pequenas empresas de TV paga se
desfaçam de seus negócios, havendo um processo de consolidação das empresas
pequenas.
O grande movimento nesta área foi a compra da TVA pela Telefônica nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Comenta-se que a
Telefônica pagou entre R$ 1 bilhão e R$ 1,6 bilhões e que boa parte desse valor
deveu-se a aquisição das frequências de MMDS para futuro uso da tecnologia
71
WiMAX. Essa aquisição pode-se tornar um mau negócio caso a posição da Anatel
for mantida.
A Anatel pretende utilizar a faixa de 2,5 GHz com outros serviços como o
SMP e os STFC. Esta decisão da Anatel foi influenciada pela UIT (União
Internacional de Telecomunicações) para uso do SMP. Essa faixa poderá ser usada
com a tecnologia LTE.
Outros pontos a serem enfantizados são a proibição de mobilidade para
uso do WiMAX por parte da Anatel e a demora para o início de certificação dos
equipamentos em 2,5 GHz.
Outra faixa do espectro a ser usada pelo WiMAX é a de 3,5 GHz. Já
exsitem algumas operadoras de WiMAX nessa faixa como Embratel (licença para
todo o Brasil), Brasil Telecom (licença para 12 ANs), Grupo Sinos (AN RS1), Neovia
(DirectNet) no estado de São Paulo e WKVE (6 ANs nos estados de Minas Gerais,
Espírito Santo e Bahia). A Embratel atua no segmento de pequenas e médias
empresas.
A licitação das faixas restantes de 3,5 GHz deve acontecer até o início do
próximo ano (2010), provavelmente antes da venda de frequências da faixa de 2,5
GHz que possui legados como a acoumodação do MMDS.
Deve-se enfatizar também o lobby das operadoras de celular que
investiram bilhões para obtenção de susas licenças e argumentam que uma
operadora de MMDS teria uma vantagem não honesta ao oferecer serviços móveis
de alta velocidade com a tecnologia WiMAX.
A favor do WIMAX, existe o lobby do Fórum WiMAX que escolheu o Brasil
como prioridade para a adoção desta tecnologia.
2.3 Microambiente interno
O microambiente interno considera os recursos, capacidades e competências
essenciais da organização que, apesar de não apresentarem um valor intrínseco,
72
apresentam valor quando vistos pela sua possibilidade de geração de uma
vantagem competitiva para a empresa, proporcionando retornos superiores a média
(CECCONELO e AJZENTAL, 2008 p. 114).
A Implantação e operação de uma rede WIMAX exige diversas e diferentes
competências de recursos humanos e da própria organização. A competência de
uma organização representa a soma do aprendizado de todos os conjuntos de
habilidades, tanto em nível pessoal quanto de uma unidade organizacional (Hamel e
Prahalad (1995, p.233).
Basicamente as competências necessárias para implantar e operar uma rede
WIMAX são:
• Conhecimento e experiência em engenharia de rádio-frequência
(envolve conhecimento e experiência em propagação, projetos de
redes, antenas). Desafio é projetar rede para atender os requisitos do
presente e para futuras expansões.
• Conhecimento da tecnologia WiMAX tanto da parte de acesso quando
da parte referente ao núcleo da rede.
• Experiência em implantação de projetos de redes celulares (a rede
WIMAX assim como a celular são baseadas em células)
• Experiência em prospecção, compartilhamento e aquisição de estações
• Grupo de tecnologia para avaliar equipamentos de infra-estrutura
WIMAX e dispositivos (modem, cartão USB, etc)
• Experiência e conhecimento de operação de rede, CRM, segurança, IP,
bilhetagem e habilitação de serviços.
• Experiência em Marketing: priorização e segmentação das áreas de
cobertura da rede, estimativa e predições do crescimento do tráfego da
rede e usuários, modelo do negócio, posicionamento dos pacotes de
serviços aos usuários, conhecimento dos concorrentes e área de
cobertura.
73
Conforme já citado neste documento, o conteúdo é a parte crucial do negócio
de banda larga. Os usuários não estão apenas interessados na oferta de banda
larga. Eles desejam os aplicativos e serviços que a banda larga proporciona. Isto faz
com que a empresa faça parcerias com distribuidores de conteúdo e tenha também
a força e a influência de se trazer para o Brasil os modelos mais avançado de
terminais de usuários.
2.4 Fatores críticos de sucesso
O conhecimento do negócio e dos concorrentes permitirá determinar os fatores
críticos de sucesso (FCS), que são os quesitos mínimos necessários para que uma
empresa possa competir com chances de sucesso.
Baseado na literatura, SARKISSIAN (2007), SMURA, é sabido que os
principais fatores críticos de sucesso na operação de uma rede WIMAX são a
disponibilidade de CPEs, laptops e smartphones, o preço do serviço ao usuário e o
custo do backbone de acesso à internet.
Quanto a implantação do projeto, conforme COMARCH, os principais fatores
críticos de sucesso são a escolha de um fornecedor de infra-estrutura WiMAX
totalmente engajado com esta tecnologia (e minimizar o número de fornecedores
adicionais para provimento de rede IP, backhaul das ERBs, servidores de dados,
infra-estrutura civil, aquisição de estações), priorizar áreas de implantação,
maximizar o compartilhamento de estações (site sharing) e possuir um time de
implantação com as competências necessárias conforme descrito no item 2.3.
74
2.5 Quadro referencial para a concepção do negócio
Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p. 134), o quadro referencial
para a concepção do negócio tem a função de apresentar aos interessados um
resumo qualitativo e quantitativo sobre os aspectos que podem ou não interferir,
direta ou indiretamente, no negócio que está investigando. A montagem deste
quadro visa trazer ao estrategista uma visão integrada sobre as diversas variáveis
existentes e pertinentes ao negócio em análise, para a definição do negócio e as
estratégias genéricas e mercadológicas.
1 Demanda potencialAcesso banda larga fixa deve aumentar de 10,43 milhões para 18,9 milhões em 2013 (fonte: Pyramid Research - 2008)O número de conexões de internet em banda larga móvel ultrapassarão o de fixas no Brasil até 2011, quando atingirão 28 milhões de usuários (Pyramid Research 2009)o número de assinantes 3G saltará para 46 milhões em 2012 e mais da metade da base utilizará telefones celulares para acessar a rede 3G (Estudo do Yankee Group e Ericsson 2009)
Consultoria Infonetics Research (2009) prevê 8 milhões de acessos WIMAX no Brasil em 2013 a partir de 184 mil acessos em 2008. Isso significa um CAGR de 112,64%. Crescente incorporação de pessoas e famílias na classe C impusionando o consumo de internet
2 Demanda não atendidaNotícias recentes da mídia mostram que há um crescimento da demanda de banda larga em uma velocidade na qual os provedores de serviço não conseguem acompanhar. Problemas recentes com o Speedy da Telefônica comprovam isso (saturação da rede)
3 Insatisfação dos consumidores
Serviços xDSL (exemplo Speedy Telefônica) tem apresentado diversas reclamações em função do sobrecarregamento da rede
Serviços 3G ainda necessitam melhorar a qualidade de sua rede
4 Pontos fortes e fracos dos serviços
Serviços xDSL (exemplo Speedy Telefônica) apresentam opções de velocidades que os sistemas 3G não suportam
Ponto forte do serviço 3G é a mobilidade
75
5 Viabilidade técnica
Restrição de mobilidade imposta pela Anatel é um dos fatores negativos a ser considerado. Entretanto o usuário ainda terá a liberdade de acessar a internet de qualquer lugar onde haja cobertura
Banda disponível de 50 MHz (proposta da Anatel) na faixa de 2,5 GHz pode inviabilizar planos de crescimento do WiMAX. Esta banda seria dividida em até 2 operadoras
6 Viabilidade econômica
Demanda crescente por banda larga sinaliza potencialidade para o WiMAX
Disponibilidade de poucos dispositivos WIMAX em comparação com os dispositivos 3G disponíveis no mercado. Este é um ítem crucial. Poucos dispositivos disponíveis no mercado podem "matar" a tecnologiaO WiMAX enfrentará forte concorrência dos sistemas 3G que possuem mais de 800 dispositivos de acesso no mundo
Não está claro para bancos de investimento qual o diferencial que o WiMAX apresenta em relação as redes 3G
Sistemas em 3,5 GHz consumirão um investimento muito maior que os sistemas em 2,5 GHz já que a cobertura em 3,5 GHz é menor.
Implantação da rede requer capital intensivo. Empresas que possuem backhaul de transmissão existentes e redes de acesso ao backbone da internet, a implantação da rede WiMAX tornará menos onerosa.
Tabela 2.8 – Quadro referencial para a concepção do negócio
76
3. CONCEPÇÃO DO NEGÓCIO
O objetivo deste capítulo é fornecer subsídios para, dada a análise das
oportunidades, estruturar e desenvolver uma proposta estratégica para, na
seqüência, verificar sua viabilidade.
3.1 Definição do Plano de Negócio
O plano de negócio é uma ferramenta na qual o empreendedor a usa para
detalhar as suas idéias, de forma clara e compreensível baseadas em premissas de
qualidade onde se mostra a viabilidade e probabilidade de sucesso do negócio.
Conforme Chiavenato (2005), o plano de negócio trata-se de um planejamento
antecipado pelo qual o empreendedor, baseado em um conjunto de dados e
informações sobre um determinado negócio, procura viabilizar uma sociedade de
seu interesse.
Planos de negócio são necessários em diferentes cenários. Podem ser usados
para a ampliação de uma unidade fabril, para se verificar a viabilidade de se atender
um novo mercado, para se produzir um novo produto, para se ofertar um novo
serviço.
Este trabalho apresentará um plano para um novo negócio. Esse plano tem
como principal objetivo dirimir dúvidas para um possível tomador de decisões sobre
a qualidade do plano.
Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p. 146), o desafio de todo
Plano de Negócio é identificar com precisão os motivos que sugerem sua
elaboração. Esses motivos podem ser entendidos como a caracterização de um
problema, tendo como origem as dúvidas sobre a viabilidade do negócio. A análise
econômica-financeira irá refletir a verificação de hipóteses e variáveis atribuídas ao
problema em questão.
77
Para se obter uma análise econômica-financeira confiável e sólida, deve-se
efetuar uma pesquisa exploratória que relacione tendências e correlações com fatos
observados no ambiente de interesse do negócio (externos e internos à empresa).
Essa pesquisa foi detalhada no capítulo 2.
O plano de negócio proposto mostrará a viabilidade de implementar uma rede
WiMAX em 2,5 GHz. Pesquisas diversas citadas no capítulo 2 indicam grande
crescimento dos usuários de banda larga para os próximos anos, mostrando assim
uma grande oportunidade de negócios.
O plano de negócios proposto pode ser definido como:
• Negócio: Banda larga em qualquer lugar e conteúdo
• Função: entretenimento, pesquisa, jogos, informação
• Grupos: usuários de computadores portáteis e smartphones
• Tecnologia: sem fio (WiMAX)
3.2 Planejamento Estratégico
Existe uma dificuldade de se conceituar a função do planejamento nas
empresas, de se estabelecer sua real amplitude e abrangência (OLIVEIRA, 2007, p.
3). Steiner (1969, p.12) estabeleceu cinco dimensões do planejamento não
mutuamente exclusivas e sem linhas demarcatórias muito claras (OLIVEIRA, 2007,
p. 3):
• Tema de interesse: produção, pesquisa, novos produtos, finanças,
marketing, instalações, recursos humanos, etc.
• Elementos do planejamento: propósitos, objetivos, estratégias, políticas,
programas, orçamentos, normas e procedimentos, entre outros.
• Dimensão temporal: longo, médio ou curto prazo
78
• Unidade organizacional: planejamento corporativo, de unidades
estratégicas de negócios, de subsidiárias, de grupos funcionais, de
divisões, de departamentos, de produtos, serviços, etc.
• Características: complexo ou simples, quantidade ou qualidade,
planejamento estratégico ou tático, confidencial ou público, formal ou
informal, econômico ou caro.
Diante disso, o planjeamento se define como um processo baseado nas cinco
dimensões apresentadas, elaborado para se alcançar um cenário futuro desejado,
de uma maneira mais eficiente e eficaz, com o uso otimizado de esforços e recursos
da organização.
Segundo SLACK et all, (2002 p. 87) estratégia é o padrão global de decisões e
ações que posicionam a organização em seu ambiente e têm a missão de fazê-la
atingir seus objetivos de longo prazo. Essas decisões ocorrerão antes, durante e
depois da elaboração e implementação do plano.
O planejamento pode ser distinguido em três tipos: estratégico, tático e
operacional.
Segundo OLIVEIRA, (2007, p. 17), o Planejamento Estratégico é o processo
administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a
melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação
com os fatores externos – não controláveis – e atuando de forma inovadora e
diferenciada.
Segundo FISCHMANN e ALMEIDA (1991, p. 25), Planejamento Estratégico é
uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização
cria a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e
fracos para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência, estabelece o
propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as
oportunidades e evitar riscos.
Para OLIVEIRA (2007, p. 18), o planejamento tático tem por objetivo otimizar
determinada área de resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha
79
com decomposição dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidos no
planejamento estratégico. É desenvolvido pelos níveis organizacionais
intermediários, tendo como finalidade a utilização eficiente de recursos disponíveis
para a consecução dos objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia
predeterminada, bem como as polítcias orientadas para o processo decisório da
empresa.
Para FISCHMANN e ALMEIDA, (1991, p.26), o planejamento tático é um
planejamento em médio e curto prazo envolvendo decisões administrativas. O plano
é predominantemente quantitativo. Serve de instrumento para implementação do
plano estratégico, ele planeja e controla as decisões administrativas e operacionais,
procurando a eficiência.
OLIVEIRA, (2007, p.19), conceitua o planejamento operacional como a
formalização, através de documentos escritos, das metodologias de
desenvolvimento e implantação de resultados específicos a serem alcançados pelas
áreas funcionais da empresa.
O tema de interesse será o fornecimento do serviço de banda larga móvel e
conteúdo com objetivo de retorno de investimento em um prazo de sete anos.
O cenário que se imagina para os próximos anos (2010 – 2014) é
caracterizado por crescimento ecônomico sustentável (com crescimento econômico
superior a 4% ao ano). O aumento do poder econômico da população irá estimular o
surgimento de novos serviços e acirrar a disputa entre as operadoras de celular,
internet via Cable modem e internet via ADSL.
3.3 Propósito da organização: visão, missão, crença s & valores e
objetivos
Segundo CECCONELLO e AJZENTAL, (2008, p. 149), o propósisto da
organização congrega visão, missão, crenças & valores e objetivos, que auxiliam a
estruturação da empresa. Esses aspectos são importantes para que o
empreendedor construa uma identidade de seu negócio, estabelecendo o clima
80
organizacional, os padrões de conduta a serem seguidos, oque está realmente
sendo perseguido em seu empreendimento.
Conforme OLIVEIRA, (2007, p.65), a visão é conceituada como os limites que
os proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro
deum períod e tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Nesse contexto, a
visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser
desenvolvido e implementado pela empresa. A visão representa o que a empresa
quer ser.
Conforme OLIVEIRA, (2007, p.107), a missão é a razão de ser da empresa.
Nesse ponto procura-se determinar qual o negócio da empresa, por que ela existe,
ou ainda, em que tipos de atividades a empresa deverá se concentrar-se no futuro.
Já segundo OLIVEIRA, (2007, p.67), os valores representam o conjunto de
princípios e crenças fundamentais de uma empresa, bem como fornecem
sustentação para todas as suas principais decisões. Os valores da empresa devem
ter forte interação com as questões éticas e morais da empresa.
Para OLIVEIRA, (2007, p.141), os objetivos podem ser conceituados como o
estado, situação ou resultado futuro que o executivo pretende alcançar. Relaciona-
se a tudo que implica na obtenção de um fim ou resultado final. Conforme esse
mesmo autor, o objetivo é o alvo ou ponto quantificado, com prazo de realização e
responsável estabelecidos, que se pretende alcançar através de esforço extra.
Conforme CECCONELLO e AJZENTAL, (2008, p. 155), os objetivos
apresentam uma abordagem mais quantitativa das metas da empresa, quer sejam
relativas ao faturamento, `a participação de mercado, quer aos índices de
lucratividade a serem atingidos.
Para o plano de negócio proposto temos:
• Visão : Inovar e oferecer entretenimento, informação e comunicação em
qualquer lugar
• Missão: prover excelência em serviços de conteúdo
• Objetivo principal: atingir 360 mil assinantes em um prazo de 5 anos
81
3.4 Estratégias competitivas genéricas
Conforme OLIVEIRA (2007, p. 181), estratégia é definida como um caminho,
ou maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar, preferencialmente de
maneira diferenciada, as metas, os desafios e os objetivos estabelecidos, no melhor
posicionamento da empresa perante o seu ambiente. As estratégias podem ser
estabelecidas de acordo com a situação da empresa; estar voltada à sobrevivência,
manutenção, crescimento ou desenvolvimento (OLIVEIRA, 2007, p. 184).
Estratégias genéricas constituem opções amplas, gerais e básicas de
posicionamento da empresa em determinado mercado.
PORTER (1985, p. 21) define estratégia com uma busca de uma posição
competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a
concorrência; e a escolha desta estratégia competitiva está baseada no nível de
atratividade da indústria e nos determinantes da posição competitiva relativa dentro
desta indústria.
Porter (1996) identificou três estratégias competitivas genéricas com as quais
uma empresa pode enfrentar as forças competitivas da indústria em que atua: a
estratégia de liderança de custo, a de diferenciação e a de enfoque. Estas
estratégias são definidas conforme abaixo:
• Liderança no custo total: esta estratégia visa obter uma estrutura de
custos inferior à concorrência, permitindo assim a obtenção de um
grande volume de vendas. As empresas que adotam esta estratégia
precisam minimizar os custos pelos controle de gastos administrativos,
de marketing, de distribuição, pesquisa e desenvolvimento, pessoal,
etc.
• Diferenciação: nesta estratégia, a empresa procura se distinguir sua
oferta de maneira que seja percebida como a única em sua indústria.
A diferenciação pode ser baseada no próprio produto ou serviço, na
tecnologia empregada, no sistema de entrega, no processo de
marketing, na marca, estilo, desempenho, rede de atendimento e em
vários outros fatores.
82
• Enfoque: esta estratégia consiste em se concentrar em um
determinado grupo de clientes, em um segmento da linha de produtos
ou em um mercado geoFigura. Esta estratégia baseia-se na premissa
de que uma firma é diferente quando atende melhor as necessidades
de um mercado específico, ou reduz os custos que servem a esse
mercado, ou a ambas as coisas.
Para o plano de negócio proposto pretende-se:
• Ser líder no custo quando comparado com os sistemas 3G. A
diferenciação virá como consequência do negócio. Se a Telefônica
implantar esse projeto, esta será a única empresa a oferecer banda
larga fixa e móvel ao mesmo tempo.
3.5 Estratégia de Marketing
A estratégia de marketing deve ser elaborada com o intuito de se atingir os
propósitos da organização ou do negócio.
Conforme KOTLER & ARMSTRONG (1993, p. 367), o plano estratégico define
a missão e os objetivos gerais da empresa. Cada unidade de negócios deve
preparar seus planos funcionais, incluindo planos de marketing. Se a unidade de
negócios consiste em muitas linhas de produto, marca e mercados, deve-se
desenvolver planos para cada um deles. Os planos de marketing podem incluir
planos de produto, de marca, ou de mercado.
83
3.5.1 Definição do Plano de Marketing
Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p.161), o plano de marketing
integra os elementos interdependentes do composto de marketing, tais como
vendas, gerência de produtos, assistência ao cliente, propaganda, promoção de
vendas, merchandising, lobby, relaçãoes públicas, marca e distribuição.
O composto de marketing define a posição estratégica de um produto no
mercado. Contempla as quatro principais variáveis que uma empresa pode
administrar para a implementação de sua estratégia mercadológica: Produto, Praça,
Promoção e Preço.
Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p.161), o plano de marketing
deve ser específico por produto, mercado e região e deve se apoiar em pesquisa de
mercado e de comunicação. Tem como objetivo principal munir a cúpula
administrativa de um conciso e completo sumário financeiro e de marketing,
contendo objetivos e resultados pretendidos.
De acordo com KOTLER (1998: p.100), um plano de marketing deve possuir
uma estrutura seqüencial composta de:
1. Um sumário executivo, o qual auxilia a alta administração a encontrar os
principais pontos que devem fazer parte do plano;
2. Uma situação atual de mercado, que retrata as informações sobre o
mercado, o desempenho do produto, a situação da concorrência e as formas
de distribuição. É uma visão geral do ambiente;
3. Uma análise de oportunidades e assuntos, onde são caracterizadas as
ameaças e as oportunidades, que prevêem os novos produtos, a situação da
economia e o lançamento de novos produtos pela concorrência;
4. Objetivos e questões, que possuem a finalidade – através de metas a serem
atingidas – de aumentar a participação da empresa no mercado;
84
5. Estratégias de marketing, que devem detalhar os segmentos de mercado
nos quais a empresa deseja se concentrar, a fim de tornar seus produtos mais
competitivos;
6. Programas de ação, que são táticas integrantes de um plano de ação, o
qual pode ter estratégias-chaves para conquistar uma maior participação no
mercado;
7. Orçamentos, que são demonstrativos de resultados projetados, com a
finalidade de se definir o lucro base para a compra de materiais, o programa
de produção, o
planejamento dos recursos humanos e as operações de marketing;
8. Controles, o qual finaliza o plano e é utilizado para monitorar e controlar os
objetivos e os orçamentos dentro de um curto período, informando à alta
administração – nível estratégico da empresa – a situação dos negócios ou
produtos.
O plano de negócio proposto pretende:
• Sumário executivo: serviço de banda larga atenderá primeiramente as
áreas urbanas onde há as maiores densidades de assinanates de
banda larga fixa
• Situação atual do mercado é dominado por uma forte expansão dos
usuários de banda larga 3G. Qualidade das redes 3G deixam ainda a
desejar (reportagem da revista EXAME de 15/07/2009 p. 91) Serviço
de oferta de banda larga não pode passar de 2010.
• Conforme capítulo 2, haverá forte demanda por serviços de banda
larga nos próximos anos. Essa é a grande oportunidade. A grande
ameaça será a falta de grande quantidade de dispositivos de usuários
como smartphones, chaves USB e laptops quando comparados com
os dispositivos 3G.
85
• Atuar no segmento dos usuários de banda larga fixa, oferencendo
banda larga móvel por uma pequena quantia adicional. Capturar 360
mil usuários em 5 anos.
3.5.2 Segmentação de mercado
Conforme KOTLER (2009, p. 44), ao se decidir pela utilização do marketing-
alvo, a empresa pode fatiar o mercado em “segmentos” cada vez mais finos,
podendo se distinguir três níveis de desconstrução do mercado: o nível de segmento
da marca, o nível de nicho e o nível de célula de mercado.
1. Segmentos
Diversos mercados podem ser decompostos em inúmeros segmentos amplos
Segmentação por benefício significa agrupar pessoas que buscam um benefício
semelhante (pessoas que buscam preços baixos, outras que buscam qualidade
superior, e outras que buscam qualidade de serviço).
Segmentação demográfica quer dizer agrupar pessoas reunidas em um
cenário comum: cidadãos mais velhos e abastados, minorias jovens de baixa renda,
etc.
Segmentação por ocasião significa agrupar as pessoas de acordo com a
ocasião de utilização do produto (exemplo: passageiros de companhias aéreas
viajando a negócios, por lazer ou motivos de emergência).
Segmentação por tipo de uso significa agrupar pessoas pelo fato de serem
usuárias pesadas, médias ou leves, ou não usuárias do produto.
Segmentação por estilo de vida signifca agrupar pessoas por modo de vida
(exemplo moradores de classe alta que consomem charutos importados e usam
carros esportivos importados)
86
Ainda conforme KOTLER (2009, p. 45), o profissional de marketing pode
concentrar-se em um único segmento ou em dois ou mais segmentos, cada qual
recebendo uma oferta diferente e apropriada.
2. Nichos
KOTLER (2009, p. 45) define nichos como conjuntos menores de clientes que
apresentam necessidades mais definidas, ou combinações únicas de necessidades.
Concnetrar-se em atender um nicho apresenta diversas vantagens, incluindo a
oportunidade de conhecer cada cliente de modo mais pessoal, de enfrentar menos
concorrentes e de ganhar maior margem, já que os clientes estão dispostos a pagar
mais pelo fato da empresa de nicho ser tão especializada em satisfazer suas
necessidades.
3. Células de mercado
Segundo KOTLER (2009, p. 47), as empresas podem identificar grupos ainda
menores de clientes, que compartilham algumas características e ofereçam
oportunidades de mercado, conhecidos como células de mercado. Várias empresas
elaboram banco de dados de clientes, que contêm informações sobre a demografia,
compras anteriores, preferências e outras características dos clientes.
O plano de negócio proposto pretende:
• Usar segmentação demográfica (a implantação da rede irá iniciar pelas
áreas mais abastadas e atingir as áreas períféricas em uma data
posterior)
87
3.5.3 Mix de marketing
O mix de marketing são quaisquer atividades que a empresa pode efetuar para
influenciar o comprador. O mix de marketing é também conhecido como os quatro
Ps: produto, preço, promoção e ponto de venda.
Conforme CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p.163) e KOTLER (2009, p.
126), os quatro Ps são descritos como:
• Produto: são as características de qualquer bem, serviço, idéia, pessoa,
instituição etc., que potencialmente possui valor de troca. É caracterizado
por variedade, qualidade, design, marca, embalagem, tamanho, garantia,
devolução.
• Preço: são as variáveis que refletem o custo do produto para o consumidor,
como o prelo propriamente dito, condições de pagamento, aceitação ou não
de cartões de crédito, entre outras. Contempla lista de preços, descontos,
licenças, prazo de pagamento, condições de crédito.
• Ponto de venda: é tudo que se relaciona à distribuição, localização física e
logística envolvida para fazer um produto chegar às mãos do consumidor.
Contempla canais, cobertura, sortimento, localização, estoque, trasnporte.
• Promoção: é o processo de comunicação ativa dos atributos e benefícios
de um produto para o mercado-alvo pretendido. Caracterizado por
promoção de vendas, publicidade, força de vendas, relações públicas,
marketing direto.
KOTLER (20009, p. 127) propõe a inclusão de dois outros Ps, cada vez mais
importantes, principalmente no marketing global: a política e a opinião pública.
CECCONELLO e AJZENTAL (2008, p.164) afirma que quando a oferta é um serviço,
podem ser adicionados aos 4Ps mencionados primeiramente mais 3Ps:
88
• Pessoas: são os indivíduos envolvidos na prestação de serviço (como são
treinados, como se comportam na prestação do serviço, uniforme que
utilizam etc.);
• Processos: são as atividades que as pessoas desempenham para realizar
a prestação do serviço (verificação dos processos existentes realizados
pelas pessoas para que a entrega ocorra dentro dos padrãoes
estabelecidos, os processos que são criados, ensinados monitorados e
aperfeiçoados); e
• Evidência física (“physical evidence”): consiste no local onde a
prestação de serviço é realizada (atendimento telefônico, consultório
dentário, clínica médica, avião) e que tem uma importância relevante na
prestação de serviço, pois, dada sua intangibilidade, esse fator físico
contribui para a comunicação dos aspectos sobre a oferta realizada.
Para o plano de negócio proposto pretende-se
• Produto: banda larga móvel e conteúdo diferenciado
• Preço competitivo quando comparado com o preço da banda larga 3G
• Estabelecer processo no qual a assinatura do serviço poderá ser
efetuado pela internet em menos de 5 minutos
• Serviço será prestado em qualquer lugar da cidade de São Paulo onde
haja cobertura da rede
A tabela 3.1 apresenta um quadro resumo da concepção do plano de
negócios.
Dimensão DefiniçãoNegócio: Banda larga em qualquer lugar e conteúdoFunção: entretenimento, pesquisa, jogos, informaçãoGrupos: usuários de computadores portáteis e smartphones Tecnologia: sem fio (WiMAX)
Plano de Negócio1
89
2Planejamento Estratégico
O tema de interesse será o fornecimento do serviço de banda larga móvel e conteúdo com objetivo de retorno de investimento em um prazo de sete anos.O cenário que se imagina para os próximos anos (2010 – 2014) é caracterizado por crescimento ecônomico sustentável (com crescimento econômico superior a 4% ao ano). O aumento do poder econômico da população irá estimular o surgimento de novos serviços e acirrar a disputa entre as operadoras de celular, internet via Cable modem e internet via ADSL.Visão: Inovar e oferecer entretenimento, informação e comunicação em qualquer lugarMissão: prover excelência em serviços de conteúdoObjetivo principal: atingir 360 mil assinantes em um prazo de 5 anos
4Estratégias competitivas genéricas
Ser líder no custo quando comparado com os sistemas 3G. A diferenciação virá como consequência do negócio. Se a Telefônica implantar esse projeto, esta será a única empresa a oferecer banda larga fixa e móvel ao mesmo tempo.
5Estratégia de Marketing
Sumário executivo: serviço de banda larga atenderá primeiramente as áreas urbanas onde há as maiores densidades de assinanates de banda larga fixa
Situação atual do mercado é dominado por uma forte expansão dos usuários de banda larga 3G. Qualidade das redes 3G deixam ainda a desejar (reportagem da revista EXAME de 15/07/2009 p. 91) Serviço de oferta de banda larga não pode passar de 2010.Conforme capítulo 2, haverá forte demanda por serviços de banda larga nos próximos anos. Essa é a grande oportunidade. A grande ameaça será a falta de grande quantidade de dispositivos de usuários como smartphones, chaves USB e laptops quando comparados com os dispositivos 3G.Atuar no segmento dos usuários de banda larga fixa, oferencendo banda larga móvel por uma pequena quantia adicional. Capturar 360 mil usuários em 5 anos.
2Segmentação de Mercado
Usar segmentação demográfica (a implantação da rede irá iniciar pelas áreas mais abastadas e atingir as áreas períféricas em uma data posterior)Produto: banda larga móvel e conteúdo diferenciadoPreço competitivo quando comparado com o preço da banda larga 3GEstabelecer processo no qual a assinatura do serviço poderá ser efetuado pela internet em menos de 5 minutosServiço será prestado em qualquer lugar da cidade de São Paulo onde haja cobertura da rede
Propósito da Organização
Plano de Marketing
Mix de Marketing
1
3
3
Tabela 3.1 – Resumo da concepção do negócio
90
4. PLANO DE NEGÓCIO DA REDE WiMAX
A elaboração do plano de negócios é a primeira etapa para a construção de
uma rede WiMAX. É uma etapa crítica cujos resultados finais dependerão
fortemente das premissas usadas nesta etapa. Premissas mal feitas influenciarão
erroneamente as etapas seguintes do projeto.
O plano de negócios é caracterizado por uma série de análises envolvendo as
áreas técnica e econômica que irão prover estimativas de lucratividade e riscos
derivados das premissas assumidas.
O plano de negócio deve considerar os competidores envolvidos no mercado
de banda-larga e suas respectivas tecnologias, o investimento inicial para se montar
a rede e os custos de operação desta rede. Pode-se citar como competidores as
redes 3G entre elas o 1xEVDO e o HSPDA, redes WiFi e redes de internet a cabo e
ADSL (Haig Sarkiassian and Randal Schwartz, 2007) e o LTE. Alguns autores entre
eles Ethevaldo Siqueira (2008), citam que o WiMAX será uma alternativa avançada
para a band larga, sendo que as redes 3G e o WiMAX se complementariam. A
análise efetuada no ítem 2 mostra que o 3G é um fortíssimo concorrente do WiMAX.
A análise de sensibilidade irá determinar quais são os fatores que mais
fortemente afetam o retorno do negócio.
Diversas metodologias e ferramentas podem ser usadas para se estimar a
lucratividade do negócio sendo a ferramenta do Fluxo de Caixa Descontado (FDC)
uma delas. Com esta ferramenta pode-se determinar o período de retono do negócio
e também o Valor Presente Líquido do negócio (VPL).
Na análise do negócio deve-se estimar a penetração do serviço e a evolução
deste nos próximos anos, a taxa de churn e devedores duvidosos, a evolução das
receitas e despesas de operação da rede. Para isto, utiliza-se os termos CAPEX (do
ingês capitalized expenses que são basicamente os custos de infra-estrutura da
rede) e OPEX (do inglês expended costs que são os custos de operação e
manutenção da rede).
A elaboração deste plano de negócio será baseada na metodologia descrita
por Sarkissian e Schwartz (2007).
91
4.1 Parâmetros de entrada
A primeira etapa para a elaboração do plano de negócios é a obtenção de
todos parâmetros relevantes para o plano de negócios
4.1.1 Área morfológica
Inclui as áreas morfológicas a serem atendidas pelo serviço de banda larga:
áreas densamente urbanas, urbanas, suburbanas e áreas rurais. É importante ter
informações para cada área morfológica do número de habitantes, residências e
empresas, tipo do terrreno (plano, montanhoso).
Para este plano pretende-se atender as seguintes áreas descritas na tabela
4.1.
Ambiente Area total (km²)
Denso urbano / urbano 187,06
Urbano / suburbano 519,62
Suburbano / rural 504,13
Total 1210,81
Tabela 4.1 – Perfil das áreas a serem atendidas
4.1.2 Espectro e largura de banda
Para uma operadora de rede sem fio, a propriedade do espectro é o seu ativo
mais importante. O custo do espectro é um dos ítens mais críticos do plano de
negócio. Um plano de negócios bem elaborado determina quanto uma futura
operadora pode ofertar pela aquisição do espectro de modo que haja um retorno de
rentabilidade esperado pelos investidores.
Para este plano é assumido uma largura de banda de 30 MHz (cada ERB terá
3 canais de 10 MHz) na faixa do espectro de 2,5 GHz.
92
4.1.3 Área de cobertura – Engenharia de Rádio-freq uência
Para se determinar a área de cobertura de cada estação com o objetivo de
dimensionar a rede deve-se considerar o ambiente morfológico de cada estação, o
fator de sobreposição das ERBs, infra-estrutura de backhaul (fibra ou rádio SDH,
PDH ou ethernet).
As tabelas 4.2 e 4.3 apresentam o link budget genérico de uma rede WiMAX
em 2.5 GHz para o downwlink e uplink respectivamente. O modelo de propagação
usado é o SUI (Erceg e outros, 1999). As colunas A, B e C se referem ao ambiente
morfológico que podem ser referenciados aos ambientes urbano/denso urbano,
suburbano e suburbano/rural.
O link budget se refere a um terminal WiMAX (Smartphone ou laptop com
modem embutido) na borda da célula com taxas de 1.5 Mbps e 512 Kbps para
downlink e uplink respectivamente.
Parâmetros DownlinkA B C
Frequência de operação (MHz) 2500 2500 2500Reuso de frequência N =3 N =3 N =3Mobilidade Fixo Fixo FixoPotência de transmissão da ERB (dBm) 36 36 36Ganho MIMO + array 5 5 5Ganho da antena da ERB (dB) 17,5 17,5 17,5Perdas do jumper (dB) 0,5 0,5 0,5Ganho da antena do terminal de recepção (dBi) 0 0 0Sensibilidade do terminal de recepção (BPSK 1/2) (dBm) -96,5 -96,5 -96,5Margem de fading (90% de confiabilidade de área) (dB) 5 5 5Margem de interferência (dB) 3 3 3Perda de penetração em edifícios (dB) 18 15 8Máxima perda permitida (dB) 128,5 131,5 138,5Raio de cobertura baseado no modelo SUI (km) 0,85 1,25 2,1
Tabela 4.2 – Link Budget do downlink (1.5 Mbps na b orda da célula)
93
Parâmetros UplinkA B C
Potência de transmissão do Terminal (dBm) 26 26 26Ganho de antena do terminal (dBi) 5 5 5Perdas do jumper de recepção da ERB (dB) 0,5 0,5 0,5Ganho de antena da recepção da BTS (dBi) 17,5 17,5 17,5Ganho de diversidade (dB) 2 2 2Ganho de array da antena 0 0 0Sensibilidade de recepção da ERB -99 -99 -99Margem de fading (90% de confiabilidade de área) (dB) 5 5 5Margem de interferência (dB) 3 3 3Perda de penetração em edifícios (dB) 18 15 8Ganho de sub-canalização (512 kbps na borda) 3 9 9Máxima perda permitida (dB) 126 135 142Raio de cobertura baseado no modelo SUI (km) 0,75 1,55 2,55
Raio efetivo de cobertura (km) 0,75 1,25 2,1Area de cobertura com fator de sobreposição (km²) 1,46 4,06 11,46
Tabela 4.3 – Link Budget do uplink (512 kbps na bor da da célula) e raio e
área efetivos de cobertura
O plano de negócios prevê a implantação de 300 estações rádio-base na
cidade de São Paulo (e possivelmente em alguma área da grande São Paulo)
conforme:
• Ambiente denso urbano / urbano: 128 estações
• Ambiente urbano / suburbano: 128 estações
• Ambiente suburbano / rural: 44 estações
Prevendo um nível consistente de sobreposição de cobertura entre as células,
as quantidades descritas acima atendem a necessidade de cobertura descritas na
tabela 4.1.
4.1.4 Premissas para capital de investimento – CAPE X
O CAPEX compreende o custo de aquisição e construção das estações e todo
o custo de aquisição e instalação das ERBs, equipamentos de energia, sistema de
backhaul de transmissão e rede Core (ASN, roteadores, servidor DHCP, servidor
AAA, servidor de bilhetagem, servidor NMS, CRM).
94
1. Estações
A futura operadora de banda larga WiMAX pode desenvolver diferentes
estratégias de compartilhamento de estações para instalação de uma ERB WiMAX.
Pode-se compartilhar a estação, o shelter, antenas, backhaul de transmissão. Dinan
e Kettani (2004) apresentam diversas alternativas de comprtilhamento de recursos.
Para este plano, será usada a estratégia descrita na tabela 4.4
Estações Percentagem
sites novos 30%
sites próprios 30%sites comprtilhados 40%
Tabela 4.4 – Estratégia de uso das estações
O modelo de compartilhamento é o tradicional onde se compartilha o local
para instalação da ERB e a torre para instalação das antenas.
2. Espectro
O espectro pode ser cosiderado como o principal ativo da operadora.
Segundo pesquisa da Pyramid Research (2007), o preço médio mundial do espectro
por Megahertz pela população (PMP) é de US$0.007. Este preço tende a ser maior
nos mercados emergentes e menor nos países desenvolvidos.
O preço do espectro é um parâmetro altamente sensível para a determinação
do prazo de retorno do empreendimento. Um preço exageramente alto irá inviabilizar
o plano de negócio. Conforme artigo da revista Teletime (Agosto 2009 p. 11),
comenta-se que a compra da TVA pela Telefonica custou à operadora espanhola
entre R$ 1 bilhão e R$ 1,6 bilhão, e que metade referia-se à valorização das
frequências de MMDS (190 MHz na faixa de 2,5 GHz).
95
Para este plano, será assumido um preço exageradamente maior pelo
espectro comparado a média mundial. Será assumido o preço de R$ 0,20 por
Megahertz pela população. Segregando para a cidade de São Paulo, o preço do
espectro será de R$ 66 milhões (para 30 MHz de largura de banda). Esse valor é
bem coerente com valor pago pela Telefônica ao adquirir 190 MHz de espectro com
a compra da TVA para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto
Alegre. Essas 4 cidades representam aproximadamente 21 milhões habitantes.
Entretanto, devido a necessidade de banda de guarda entre sistemas MMDS e
WiMAX, será assumido o valor de R$ 90 milhões para o espectro de 30 MHz na
cidade de São Paulo.
3. Estação Rádio Base e acessórios
A estação rádio base (ERB) é o elemento da rede responsável pela
comunicação do sistema WIMAX com os terminais dos usuários. O sistema
completo é composto pela ERB, cabos de RF, antenas e sistema de backaul de
transmissão. Essse último é responsável por transmitir o tráfego agregado dos
assinantes sob o domínio de uma ERB e transmíti-lo para o Core da rede.
Será assumido a necessidade de 210 links ponto a ponto de rádio sendo que
o restante da transmisão será disponibilizado for fibra óptica cujo custo será
assumido como custo operacional da rede. A tabela 4.5 apresenta os custos
esperados de aquisição da ERB e acessórios, antenas e links de rádio e material de
instalação.
ÍtemPreço unitário (R$) Número Preço total (R$)
ERB, acessórios e material de instalação 95.000 300 28.500.000
Antenas 600 1.800 1.080.000
Radio Digital - pto a pto (70% dos sites), acessórios e material de instalação 68.500 210 14.385.000
Total 43.965.000
Tabela 4.5 – Custos de aquisição de ERBs, antenas e links de rádio
96
Será assumido os seguintes valores para os custos de instalação:
• ERB: R$ 8.000,00 por unidade
• Rádio: R$ 5.100,00 por link
4. Estação Rádio Base – Civil
A parte civil inclui todos os elementos necessários para adquirir e preparar a
estação para que se possa iniciar a instalação da ERB WiMAX. Inclui os custos de
aquisição da estação (aluguel ou compra), obras de infra-estrutura civil (fundação
em caso de instalação de torre ou poste, impermebialização e energização).
A tabela 4.6 exemplifica os custos envolvidos no cenário onde 30% das
estações são novas, 30% existentes e 40% compartilhadas.
ÍtemPreço unitário (R$) Número Preço total (R$)
Poste metálico (30% dos sites) 50.000 90 4.500.000
Fundação Poste metálico (30% dos sites) 80.000 90 7.200.000
Material instalação (civil) 5.000 90 450.000
Obra Civil geral 15.000 300 4.500.000
Custos de "site acquisition" 7.500 90 675000
Total 17.325.000
Tabela 4.6 – Custos de infra-estrutura civil assumi ndo sites novos para
30% dos casos
97
5. Rede Core
O core da rede WiMAX é basicamente composto pelas entidades ASN (do
inglês Access Service Network) e CSN (Customer Service Network).
A entidade ASN inclui as funções necessárias para se prover o acesso rádio
aos terminais de acesso. A entidade ASN é composta pelos elementos ERB e ASN
Gateway.
A entidade CSN compreende os elementos AAA (entidade responsável pela
autentiticação, autorização e bilhetagem dos assinantes), DNS/DHCP (do inglês
domain name service and dynamic host configuration protocol. É uma entidade para
acesso à internet), HA (do inglês Home Agent e provê a função de um PDSN –
packet data serving node) e provê conectividade IP aos terminais dos assinantes..
O NMS (do inglês network management system) provê a função de operação,
administração e manutenção da rede. Será incluso também uma plataforma CRM
para gerenciamento do relacionamento com os assinantes e uma rede IP de
interconexão dos equipamentos.
A tabela 4.7 apresenta os valores das premissas usadas para a rede Core.
ÍtemPreço unitário (R$) Número Preço total (R$)
20 máquinas SUN V440 (principal e backup: AAA, Bilhetagem, DNS, CRM, NMS) 80.000 20 1.600.000
Plataforma CRM (software) 1.000.000 2 2.000.000
Plataforma AAA (Bridgewater or Metasolv) 150.000 2 300.000
Plataforma NMS (software) 500.000 4 2.000.000
Switch router (roteador da rede - 4 unidades) 103.700 4 414.800
Firewall 25.000 2 50.000Material de instalação para rede de interconexão de equipamentos 25.000 1 25.000
Total 6.389.800
Tabela 4.7 – Custos da rede Core
98
6. Custos de implantação
Os custos de implantação referem-se aos custos de gerenciamento do projeto
e engenharia. Será assumido um custo de R$ 16 milhões para implantação em 18
meses.
4.1.5 Premissas para evolução da base de assinantes
No capítulo 2 foi elaborada uma análise para dimensionar a base de assinantes
de internet móvel para os próximos anos baseada em projeções de institutos de
pesquisa, análise do nível educacional da população brasileira e perfil dos
assinantes de internet móvel e também baseada no poder aqusitivo do perfil de
usuários de internet móvel. Todas as análises indicam que há ainda um grande
espaço para o crescimento da base brasileira de assinantes de internet banda larga
móvel. O resulatado mais pessimista é que há um espaço total de 4 milhões de
usuários de banda larga móvel no estado de São Paulo.
A previsão de diversos institutos de pesquisa (ver capítulo 2) é que o número
de assinantes de WiMAX no mundo irá variar entre 2% e 10% dos usuários de
banda larga 3G. Essa previsão limita a potencialidade do WiMAX. Por esse motivo a
estratégia do plano em relação aos assinantes é que uma operadora de telefonia
fixa ofereça um serviço adicional de banda larga móvel aos seus usuários. O
objetivo é também capturar usuários que não são o perfil típico do assinante de
internet móvel.
Esse plano se limitará a cidade de São Paulo onde se estima que haverá
capacidade de até 2 milhões de usuários de internet móvel nos próximos anos. O
objetivo será capturar 360 mil usuários conforme descrito abaixo.
1. Plano de serviços
A tecnologia WiMAX promete uma queda dramática no preço do megabit.
Isso, em adição a possibilidade de implantação rápida da rede e com o advento dos
laptops e smartphones com modem WiMAX embutidos (configuração de acesso a
99
rede será “plug-and-play”), tudo isso proporcionará aos operadores uma grande
vantagem competitiva.
O plano de serviços proposto consiste em apresentar aos assinantes do
Speedy da Telefônica a possibilidade de terem além do serviço de internet fixa,
serviço móvel de acesso à internet por uma pequena quantia adicional no preço de
sua mensalidade.
A tabela 4.8 apresenta o plano de serviços.
Classe QoS OSR
Distribuição dos assinantes
Preço (R$)
Minimum 1500 25Maximum 5000 50Minimum 512 kbps 25Maximum 1500 kbps 50Minimum 256 kbps 25
Maximum 1000 kbps 50Silver Best Effort 512 kbps 50 50% 24,9
DL
Business 5% 129
Platinum 10% 44,9
Gold 35% 34,9
Tabela 4.8 – Plano de serviços (QoS: Quality of ser vice, DL: downlink, OSR:
oversubscription rate)
O parâmetro OSR informa a quantidade de sobrecarregamento projetada
para a rede. Isto é, o quanto se ultrapassa a máxima capacidade da rede se todos
os usuários acessarem a rede ao mesmo tempo com as taxas nominais
apresentadas na tabela 4.8. Valores típicos de sobrecarregamento estão entre 25 e
40.
O plano de negócios não considera os serviços adicionais de valor que a
operadora pode oferecer aos seus assinantes como download de vídeos e músicas,
distribuição de conteúdo como notícias online e programção específicas.
Conforme ANDRÉ RIEDEL e outros, diferentes meios de incentivo que
afetam a redução de consumo de banda larga em períodos de congestionamento
permitem aumentar a taxa de “overbook” de assinantes do projeto.
100
2. Evolução do número de assinantes
O plano de evolução da base assinantes prevê:
• Média de 54 mil assinantes no primeiro ano
• Média de 144 mil assinantes no segundo ano
• Média de 230 mil assinantes no terceiro ano
• Mèdia de 300 mil assinantes no quarto ano
• Média de 360 mil assinantes no quinto ano
4.1.6 Premissas para operação da rede – OPEX
OPEX representa os custos para se manter a companhia em estado
operacional. Inclui os custos de operação da rede e planejamento, manutenção,
backhaul de transmissão, energia, aluguel, vendas, marketing, promoção e suporte
ao cliente.
Conforme os artigos do Fórum WiMAX, “Business Case Models for Fixed
Broadband Wireless Access based on WiMAX Technology and the 802.16 Standard”
(2004) e “WiMAX: The Business Case for Fixed Wireless Access in Emerging
Markets” (2005), se desenvolveu as premissas de custos de operação da rede
WiMAX. Nesses artigor não são citados os custos de acesso à internet. Estima-se
que os custos de acesso à internet variarão entre R$ 5 milhões e R$ 17 milhões por
ano.
A tabela 4.9 apresenta as premissas dos custos operacionais da rede
WiMAX.
101
Ítem Premissa
Despesas de Vendas e Marketing 20% das receitas no primeiro ano caindo para 11% no quinto ano
Operação 10% das vendas no 1o ano, caindo a 7% no 5o ano
G & A 6% das vendas no 1o ano caindo a 3% no 5o ano
Manutenção 5.0% do CAPEX da ERB
Manutenção NMS 5% do CAPEX do NMS
Manutenção rádio 2.5% do CAPEX rádio
Aluguel de estação Média de R$ 1800,00 por estação
Provisão para maus pagadores 1.0% da receita
CRM manutenção 5% do CAPEX CRM
Manutenção da plataforma AAA 5% do CAPEX do AAA
Manutenção das máquinas SUN 5% do CAPEX das máquinas SUN
Despesas de Acesso à internet Variando de 5 milhões a 17 milhões por ano
Tabela 4.9 – Premissas de OPEX
4.2 Parâmetros de saída
Os principais parâmetros de saída do plano de negócios é o tempo de retorno
do investimento juntamente com taxa interna de retorno e o valor presente líquido.
A implantação da rede consumirá investimentos de R$ 94 milhões em
equipamentos e equipe de projeto. Serão necessários 65,7 milhões no ano zero e
28,3 milhões no primeiro ano de operação.
Serão necessários 18 milhões adicionais para operar a rede em seu primeiro
ano.
Baseado nas premissas descritas acima, estima-se em seis anos o tempo de
retorno para o investimento. É estimado uma TIR (taxa interna de retorno) de
11,56% no final do sétimo ano de operação da rede.
O desenvolvimento do plano de negócios de uma rede WiMAX é um processo
complexo e que consome muito tempo. As diversas variáveis envolvidas fazem com
que haja a necessidade de premissas consistentes e precisas.
A análise de sensibilidade do plano mostra que os ítens mais sensíveis são o
preço da licença do espectro e o preço do acesso a rede IP de internet.
102
Conforme já comentado, este serviço é para se apresentar aos clientes de
banda larga fixa (por exemplo Speedy da Telefônica) de modo que a partir de uma
quantia adicional, estes assinantes passariam a ter também internet móvel. Esta
estratégia está alinhada aos estudos de LANOO e outros.
103
5. IMPLANTAÇÃO DA REDE WiMAX
Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto,
serviço ou resultado exclusivo (PMOK 2004). Temporário significa que todos os
projetos possuem início e um final definidos.
Os projetos são um meio de organizar atividades que não podem ser
abordadas dentro dos limites operacionais normais da organização.
O PMBOK (do inglês Project Management Body of Knowledge) se tornou um
padrão amplamente usado por diversas organizações no mundo inteiro.
Juntamente com a Gestão de Projetos, a metodologia Seis Sigma têm sido
empregada por gerente de projetos e outros profissionais na busca de maior
eficiência e eficácia na implementação de projetos e na gestão dos negócios.
ISTEFANI C. de PAULA e outros (2006) comparam as abordagens de Gestão de
Projetos e metodologia Seis Sigma identificando semelhanças e diferenças.
Conforme WERKEMA, a metodologia Seis Sigma não é apenas uma outra
iniciativa de gerenciamento de projetos ou um programa de melhoria de processos
que utiliza conceitos antigos de uma maneira moderna. O Seis Sigma é uma
estratégia de melhoria contínua baseada nas informações estatísticas de dados
coletados em projetos e em operações nas organizações. Conforme ISTEFANI C. de
PAULA e outros (2006), na maioria dos projetos, a metodologia Seis Sigma é
conduzida por equipes lideradas por Black Belts ou Green Belts e é empregada
utilizando o método de melhoria de processos DMAIC (Define, Measure, Analyze,
Improve e Control). Conforme Eckes (2001), cada etapa significa:
1. Definir : definição de metas de melhorias para os diversos níveis da
organização entre elas melhoria dos índices financeiros da operação e dos projetos,
aumento de “market share”, melhorias no nível de produção e qualidade dos
serviços. Os problemas e as ineficiências atuais devems ser tratadas como
oportunidades de melhoria. Nesta fase se inicia o mapeamento do fluxo do valor.
104
2. Medir: medir a eficiência e a eficácia do sistema atual utilizando métricas
confiáveis que permitirão monitorar o progresso através destas métricas. Nesta
etapa o mapeamento do fluxo do valor é completado.
3. Analisar : utilização de técnicas e ferramentas estatísticas para se
eliminar o abismo entre o desempenho atual e o nível de desempenho desejado
para o processo ou sistema. Determinar a raiz dos problemas e ineficiências.
4. Melhorar: encontrar métodos criativos baseados na raiz dos problemas
para melhoria dos processos que resultarão em uma maneira de se efetuar as
atividades de forma menos dispendiosa, mais rápida e mais segura. Implementar um
fluxo de processos de alta qualidade com tempo reduzido.
5. Controle: implementar o controle no novo sistema ou processo
implantado de forma a garantir que as melhorias se sustentem ao longo do tempo. O
controle deve ser efetuado tanto no nível tático como estratégico.
Conforme PETERKA (2005), a procura da causa raiz dos problemas, a
amplitude e precisão da metodologia Seis Sigma a diferencia do gerenciamento
típico de projetos. A metodologia Seis Sigma possui um modelo de Project Charter
muito bem definido que descreve o escopo do projeto, objetivos financeiros,
benefícios, marcos e outros. É fortemente baseada em dados e economias com um
forte controle (DMAIC) que efetua medidas específicas, identifica problemas
específicos e suas causas, e provê soluções específicas que possam ser
mensuradas. Em gerência de projetos, as organizações geralmente implementam
projetos sem um completo conhecimento de quais seriam os ganhos financeiros.
Conforme MUNIZ (2008), na implantação de um projeto deve-se considerar
que o principal objetivo é a geração de valor ao consumidor final provendo uma
margem de rentabilidade suficiente e competitiva ao capital alocado a este projeto.
Desta forma além do domínio das técnicas de processo (iniciação,
planejamento, execução, controle e finalização administrativa) e ferramentas de
gerenciamento de projetos, é estritamente necessário considerar os conceitos e
técnicas de análise de mercado, modelagem e avaliação dos riscos e retorno destes
105
investimentos. Desta forma, o gerente de projetos deve considerar em suas
análises as decisões de investimento, financiamento e operacionais. A metodologia
Seis Sigma irá prover indicadores de desempenho de forma que a contínua
mensuração destes indicadores forneçam ao gerente de projetos subsídios para
tomadas de decisões rápidas e precisas.
5.1 Modelo Diamante
Um dos mitos mais comuns no mundo de gerenciamento de projetos é que
todos os projetos são semelhantes e que ferramentas e métodos similares podem
ser usados para todas as atividades do projeto. Este conceito errôneo levou vários
projetos a sucumbirem e gerou grandes desapontamentos em gerentes de projetos,
stakeholders e patrocinadores de projetos.
A realidade é que os projetos se diferenciam em muitos aspectos e que
poucas organizações reconhecem isto formalmente.
Conforme SHENHAR (2005), o modelo diamante consiste em quatro
dimensões que são inovação, complexidade, tecnologia e ritmo. Este trabalho têm
demonstrado como classificar os projetos e como adaptar o estilo de gerência para o
projeto correto. Exemplos de uso incorreto deste modelo foram os projetos do
aeroporto de Denver (subestimado o lado tecnológico),
A figura 5.1 contempla o Modelo diamante para o projeto descrito neste
trabalho.
Em termos de inovação, trata-se de uma plataforma, isto é, o usuário final terá
um produto (acesso à internet) que não é uma ruptura, isto é, a tecnologia
embarcada neste produto é transparente para o usuário (este quer acessar a
internet e ter mobilidade). Em termos de complexidade, este projeto se encaixa
como sendo um sistema, isto é, a implantação exigirá um número razoável de
interações na organização. Em termos de tecnologia, este projeto se encaixa como
high-tech pelo fato de nunca ter sido implementado pela organização e também pelo
fato do WiMAX ser uma tecnologia relativamente nova e considerada como ruptura
106
por muitos autores como OHRTMAN (2005). O ritmo de implantação é rápido /
competitivo ( a grande maioria das implementações de redes celulares se encaixam
neste ritmo).
Figura 5.1 – Modelo Diamante da rede WIMAX
A partir desta análise, se define qual o estilo gerencial requerido para o projeto
assim como se proporciona uma maneira de identificar os maiores benefícios e
riscos do projeto. Neste projeto identifica-se a dimensão tecnologia com sendo high-
tech. Isto deve exigir um time de engenharia altamente treinado e experiente e um
time de gerência de projetos consciente desta faceta do projeto onde serão
necessários testes acima da média de outros projetos e grande habilidade do
gerente de projetos quanto a comunicação e interação com a equipe do projeto. Isto
exige um dimensionamento consciente do orçamento para estas atividades assim
como uma estimativa realista de prazo para a entrega da rede.
Low tech
Medium tech
High tech
Super high tech
Derivativo Plataforma Ruptura
MontagemSistemaGrande
Sistema
Regular
Rápido/Competitivo
Crítico
Blitz
Inovação
Ritmo
Tecnologia
Complexidade
Low tech
Medium tech
High tech
Super high tech
Derivativo Plataforma Ruptura
MontagemSistemaGrande
Sistema
Regular
Rápido/Competitivo
Crítico
Blitz
Inovação
Ritmo
Tecnologia
Complexidade
107
5.2 Project Charter – Termo de Abertura do Projeto
Segundo o PMBOK, o termo de abertura do projeto é o documento que
autoriza formalmente um projeto e que concede ao gerente de projetos a autoridade
para a aplicação de recursos da organização no projeto. O termo de abertura trata
principalmente da documentação das necessidades do negócio, da justificativa do
projeto, das necessidades do cliente, e do novo produto, serviços, ou resultado que
devem atender a estes requisitos
O termo de abertura do projeto deve abordar as seguintes informações:
• Requisitos que satisfaçam as necessidades, desejos e expectativas do
cliente, do patrocinador e de outras partes interessadas
• Necessidades de negócios, descrição de alto nível do projeto ou requisitos do
produto para o qual o projeto é realizado
• Objetivo ou justificativa do projeto
• Gerente de projetos designado e nível de autoridade atribuída
• Cronograma de marcos sumarizado
• Influência das partes interessadas
• Organizações funcionais e sua participação
• Premissas organizacionais, ambientais e externas
• Restrições organizacionais, ambientais e externas
• Caso de negócios justificando o projeto, incluindo o retorno sobre o
investimento
• Orçamento sumarizado
108
Informações Resposta Problema ou oportunidade Oportunidade de oferecer serviços de internet móvel para assinantes de
banda larga fixa. Desta forma, competir com redes 3G. Proposição para resolver o problema ou aproveitar a oportunidade
Implantar uma rede wireless de banda larga utilizando a tecnologia WIMAX na cidade de São Paulo consistindo de 300 ERBs atendendo uma área mínima de cobertura de 1200 km Observação: O plano de negócios prevê que 42,5% das estações serão instaladas em área densa urbana/urbana, 42,5% em área urbana/suburbana e 15% em área suburbana/rural. Meta: Atingir 360 mil assinantes após 5 anos de operação
Tipo de projeto Inovação: plataforma; Tecnologia: high-tech; Complexidade: sistema; Ritmo: rápido / competitivo
Critérios de sucesso Prazo de 18 meses Orçamento estimado em R$65,7 milhões de reais no primeiro ano mais R$ 28,3 milhões no segundo ano (Total: R$ 94 milhões) Cumprimento do Escopo do Projeto e Meta pré-estabelecida (Número de assinantes). Estimativa de TIR de 11.59% no final do sétimo ano de operação
Partes interessadas Descrição dos envolvidos no projeto como patrocinadores, stakeholders, equipe do projeto, patrocinadores, fornecedores, agentes fiscalizadores, agentes imobiliários, usuários
Descrição do projeto - Escopo
Definição das 300 localidades – para futura instalação das estações rádio-base WiMAX e para instalação da Rede Core. Obs.: o número de estações que serão construídas, da fundação até a estação rádio-base, será de 30%. O numero de 40% das estações serão compartilhadas e 30% das estações serão existentes Definição dos Fornecedores para aquisição dos insumos que irão compor a matriz da estação central rádio-base e as demais estações. Ex.: Estação rádio base (ERB) WiMAX, antenas, rádios digitais, cabeamento e Core da rede: equipamentos de controle das ERBs (ASN e CSN), roteadores, máquinas necessárias para construção de rede IP (servidores DHCP, DNS, bilhetagem, segurança) e plataforma CRM.
Descrição do projeto – Critérios de aceitação
Instalação, configuração e testes de toda a infra-estrutura. As 300 ERBs deverão proporcionar uma área de cobertura de pelo menos 1200 km² e cada ERB deverá proporcionar quando totalmente carregada uma capacidade de escoamento de 45 Mbps
Descrição do projeto – Dependências externas
Aprovação da Prefeitura dos projetos de instalação e obral civil das estações. Receita Federal: pode haver greves e também alguns insumos são importados podendo gerar conflitos tributários retardando o processo para o desembaraço alfandegário. Órgãos Reguladores (Ex.: ANATEL – laudos de emissões eletromagnéticos e a garantia de disponibilizar o espectro limpo para o projeto) Câmbio U$: Cotação do dólar entre R$2,00 a R$2,20.
Descrição do projeto - Premissas
Disponibilidade de recursos humanos para as diversas necessidades da empresa. Especial atenção para a equipe de gerenciamento de projetos que deve incluir pessoal experiente e certificado devido a presença de diversas atividades simultâneas no projeto e diversas aquisições. Os projetos civis das estações deverão ser aprovados na prefeitura por um período máximo de 20 dias. O número total médio de usuários no sexto ano de operação da rede deverá estar próximo a 360 mil assinantes. Para que esta condição seja satisfeita, espera-se que o crescimento da economia brasileira seja no mínimo maior que 4% nos próximos 5 anos. As ERBs serão adquiridas de um fornecedor que atenda os prazos requeridos e cujas características técnicas deste produto estejam de acordo com o padrão da tecnologia WiMAX. Este fornecedor provavelmente fornecerá também o ASG (controladora das ERBs), NMS (gerência das ERBs), terminais dos
109
assinantes, antenas, cabos, roteadores, firewall, plataforma AAA (autenticação dos usuários), CRM e o serviço de checagem do espectro. Durante a operação da rede, os custos de acesso IP à internet irão cair 10% ao ano.
Descrição do projeto – Restrições
Regulatório (Anatel, prefeituras, Comar), orçamentária, tempo
Tabela 5.1 – Termo de Abertura do Projeto
5.3 Detalhamento do Escopo – WBS (Work Breakdown St ructure) ou EAP
(Estrutura Analítica do Projeto)
A EAP faz parte do processo de gerenciamento do escopo do projeto assim
como o planejamento do escopo, a definição do escopo, a verificação do escopo e o
controle do escopo.
Conforme o PMBOK 2004, a EAP é a subdivisão das principais entregas do
projeto e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente
gerenciáveis. Desta forma se aumenta a precisão das estimativas de orçamento,
prazo, recursos e controle das entregas do projeto. A EAP permite então atribuir
tarefas e responsabilidades, identificar interfaces e eventos, controlar e programar o
projeto e orientar o fluxo de informações do Segundo o PMBOK 2004, para verificar
se a decomposição está correta, é preciso determinar se os componentes de nível
mais baixo da EAP são os necessários e suficientes para o término das entregas de
nível mais alto correspondentes.
A técnica de decomposição para se construir uma EAP leva à uma estrutura
de árvore, onde cada nível detalha os itens do nível superior até alcançar o nível de
pacotes de trabalho que podem ser atribuídos aos responsáveis pela sua execução.
A figura 5.2 mostra um exemplo de EAP para o Projeto de implantação de rede
WIMAX.
110
Figura 5.2 – EAP: implantação de rede WiMAX
5.4 Planejamento – Estimativa das atividades
Após a definição das atividades pela EAP, deve-se efetuar a estimativa de
esforço para cada uma das atividades. A definição da estimativa das atividades é
uma parte difícil de um projeto, especialmente em situações onde as atividades são
novas. Existem diversas técnicas e ferramentas que podem ajudar a criar
estimativas, como Wide Band Delphi, o software Construx Estimate e o PERT.
Para o projeto proposto, baseado em informações históricos de projetos de
redes celulares, pode-se estimar o esforço necessário para cada uma das atividades
descritas na EAP.
Deve-se enfatizar que o esforço descrito a seguir corresponde somente as
atividades da operadora de WiMAX. No exemplo a seguir, a operadora será
111
responsável pelas atividades do projeto preliminar de engenharia (a), do projeto final
de engenharia parte 1 (b), contratação do fornecedor de equipamento (k),
contratação da empresa de site acquisition (i) e contratação de obra civil (l). Todas
as demais atividades serão de responsabilidade do fornecedor de equipamentos
(fornecimento de ERB, rádios digitais, rede Core incluindo máquinas Sun, instalação
destes equipamentos, configuração, integração e otimização destes equipamentos e
da rede), empresa de site acquisition (encontrar sites conforme projeto preliminar de
engenharia e negociá-los) e empresa de obra civil (elaboração dos projetos de obra
civil, aprovação nos órgãos responsáveis e execução de obra). A operadora de
WiMAX irá participar destas atividades provendo informações necessárias para a
elaboração de todos os projetos necessários. A tabela 5.2 apresenta um sumário
das responsabilidades.
Empresa Responsabilidades
Fornecedor de equipamentos Fornecimento de ERB, rádios digitais, antenas, cabos e acessórios de RF, rede Core (incluindo máquinas Sun e softwares para AAA, DHCP/DNS, NMS, bilhetagem, CRM, roteadores, firewall) , instalação destes equipamentos, configuração, integração e otimização destes equipamentos e da rede. Responsável pelo embarque dos equipamentos e toda logística de armazenamento e envio para os sites do projeto
Empresa de site acquisition Prospecção de sites e interfaceamento com engenharia da operadora. Preparação de toda parte legal para elaboração de contratos de aluguel
Empresa de obra civil Elaboração dos projetos, envio para aprovação e execução de obras civil.
Tabela 5.2 – Sumário das responsabilidades
Para este caso, iremos estimar duração e esforço e obter assim os recursos
necessários para a implementação do projeto.
Calcula-se uma necessidade de 1080 homens-semana para o time da
operadora distribuídos entre engenharia, marketing, comercial, gerenciamento de
projetos, instalação. Isto nos dá uma média de 14 recursos durante 1,5 ano de
trabalho.
112
5.5 Planejamento – Seqüência das atividades
Ao mesmo tempo em que são estimadas as durações e os recursos das
atividades, é possível montar a seqüência das atividades.
Conforme o PMBOK 2004, o seqüenciamento de atividades envolve a
identificação e documentação dos relacionamentos lógicos entre as atividades do
cronograma. As atividades do cronograma podem ser seqüenciadas logicamente
usando as relações de precedência adequadas, além de antecipações e atrasos,
para dar suporte ao desenvolvimento posterior de um cronograma do projeto realista
e alcançável.
A partir do seqüenciamento das atividades, é possível determinar o caminho
crítico. O método do caminho crítico calcula as datas teóricas de início e término
mais cedo, e de início e término mais tarde, de todas as atividades do cronograma,
sem considerar as limitações de recursos.
A figura 5.3 lista um exemplo de seqüenciamento de atividades do projeto
WiMAX
Figura 5.3 – Sequenciamento do projeto WiMAX
113
5.4 Riscos
O plano do projeto inclui premissas sendo que estas embutem riscos. Deve-se
então gerenciar estes riscos de forma a aumentar a probabilidade e o impacto de
eventos positivos e diminuir a probabilidade e o impacto de eventos pessimistas.
Conforme o PMBOK 2004, o gerenciamento de riscos do projeto inclui os processos
que tratam da identificação, análise, respostas, monitoramento e controle e
planejamento do gerenciamento de riscos em um projeto sendo que a maioria
destes processos é atualizada durante todo o projeto.
Os riscos devem então ser identificados e priorizados. Decisões devem ser
tomadas para se evitar e mitigar os principais riscos. A alocação de recursos deve
ser efetuada para a elaboração de planos de contingências contra estes riscos.
Existem também os riscos imprevisíveis que demandam a construção de um sistema
gerencial robusto que seja capaz de lidar com o desconhecido e inesperado.
As tabelas 5.3 e 5.4 apresentam os riscos identificados e possíveis ações
mitigatórias na implantação de uma rede WiMAX.
Evento Probabilidade Impacto Ações
Chuvas acima da média baixa altoTrabalhar com plano de priorização das estações desde o início do projeto
Apreciação do dólar alta alto
Transferir o risco para o fornecedor, isto é, fechar contrato baseado em dólar fixo e /ou fechar hedge cambial
Greve na alfândega média altoCronograma já inclui folga para uma possível greve ( 3 a 6 semanas)
Crescimento da economia abaixo de 5% nos próximos 6 anos média alto
Aceitar o risco. Crescimento menor causará um período maior de payback e uma menor TIR
Não-redução do preço do terminal em 10% ao ano baixa alto
Caso isto não aconteça, haverá impacto no plano de negócios com redução do número previsto de assinantes. Plano é trabalhar com expectativas menores (contratar menos banda da Telefonica/Embratel, etc)
Custos de acesso IP à internet não decrescentes baixa alto
Caso isto não aconteça, haverá impacto no plano de negócios com redução do número previsto de assinantes. Minimiza-se o impacto com plano e controle rígidos sobre tráfego dos assinantes
Atraso da aprovação dos projetos de obra civil - Prefeituras média alto
Trabalhar com plano de priorização das estações desde o início do projeto
Plano de Respostas à riscos - contingência
Tabela 5.3 – Plano de resposta à riscos - contingên cia
114
Evento Probabilidade Impacto Ações
Gerencial: diversas atividades ocorrendo simultaneamente média alto
Reforçar time de gerência de projetos com profissionais certificados e experientes (colocar no escopo do projeto)
Atraso/dificuladade na aquisição das estações média alto
Priorizar aquisições conforme estudo de demanda de tráfego
Má qualidade do produto e serviços comprados média alto
Usar critério rígido na RFP incluindo multas por não atendimento de prazos e índices de qualidades (KPIs), consultar operadoras que compraram serviços e produtos deste fornecedor
Plano de Respostas à riscos - preventiva
Tabela 5.4 – Plano de resposta à riscos - preventiv a
Os riscos devem ser priorizados baseado no produto probabilidade versus
impacto. O gerente de projetos deverá focar os riscos cujo produto probabilidade
versus impacto são maiores.
5.5 Ajustes
Conforme o PMBOK 2004, os caminhos críticos têm uma folga total nula ou
negativa. Podem ser necessários ajustes nas durações das atividades,
relacionamentos lógicos, antecipações e atrasos ou em outras restrições do
cronograma para produzir caminhos de rede com uma folga total positiva ou nula.
As restrições de recursos e custos também exigem ajustes na programação
para que esta se adapta as condições reais da organização.
O PMBOK 2004 cita algumas técnicas de ajustes da programação entre elas a
compressão de duração (Crashing: Técnica que consiste na alocação de recursos
adicionais, horas extras e simplificação do escopo) e o paralelismo (fast tracking).
Baseado em experiências de projeto, o conceito de encaixar a programação
dentro de um prazo pré-determinado sem conhecer os problemas, oferecem pouca
ou nenhuma chance de se ter um projeto bem sucedido. Para maximizar a
probabilidade de sucesso, o planejador deve estabelecer inicialmente uma data de
término dentro da realidade usando o caminho crítico e não através de uma decisão
arbitrária, e então comprimir o prazo usando técnicas de gestão de recursos e
115
análise de risco. O plano deve também acomodar as incertezas na execução das
atividades para assegurar o término no prazo. Se após este processo, a data inicial
prevista não puder ser atingida através de um plano factível, o sponsor e o cliente
devem ser avisados.
116
6. APÊNDICE A – TECNOLOGIA WIMAX
6.1 Introdução
A tecnologia WIMAX (do inglês Worldwide Inter-operability for Microwave
Access) também conhecida como 802.16 é uma tecnologia de acesso sem fio para
transmissão dados desenvolvida com o objetivo de superar as dificuldades e não
confiabilidade de transmissão sem fio. Isto é, o WiMAX foi desenvolvido para tratar
do principal obstáculo comumente observado no ambiente wireless que é a
qualidade de serviço (QoS).
O WiMAX proporciona capacidade maiores que os oferecidos pela tecnologia
WiFi e as tecnologias 3G CDMA 1xEV-DO e HSPDA (Yarali e outros, 2008).
Dois padrões foram desenvolvidos pelo grupo de trabalho do IEEE 802.16: o
modelo fixo ou nomádico chamado de 802.16d e o modelo móvel chamado de
802.16e.
O surgimento nas redes WiFi nos últimos anos demonstrou que o acesso sem
fio em redes de dados é algo plenamente factível. Com o avanço nas tecnologias de
rádio-frequência, dos algoritmos de codificação, do protocolo MAC (do inglês
Medium access control, isto é, controle de acesso ao meio) e as técnicas de
processamento de pacotes IP possibilitaram o surgimento da tecnologia WIMAX cuja
capacidade e raio de cobertura são bem maiores que os da rede WiFi.
Houve um certo exagero na mídia quanto a capacidade e alcance da
tecnologia WIMAX. Teoricamento um sinal WiMAX pode alcançar até 50 km de
distância (Ohrtman, 2005) numa configuração ponto a ponto ou até 6.4 km em uma
configuração ponto – multiponto em ambiente NLOS (sem linha de vista, do inglês
Non line-of-sight). Neste artigo, será comentado que o raio de cobertura de uma
célula WiMAX na configuração ponto- multiponto em ambientes tipicamente urbanos
e suburbanos é menor que 6.4 km.
Uma pergunta freqüente é sobre a capacidade de throughput de uma célula
WiMAX. A capacidade está diretamente relacionada ao canal usado. Como regra
117
básica pode-se dizer que a capacidade máxima de um setor de uma ERB é em torno
de 3.5 vezes a largura do canal.
Este artigo irá descrever os fatores chaves para se efetuar um plano de
negócios para a implementação de uma rede WIMAX assim como os passos para a
implementação desta rede, desde o gerenciamento da implementação, aspectos
técnicos, gerenciamento de riscos, cronograma, estimativas de orçamento e outros
fatores.
6.2 Arquitetura de Rede
Uma rede WIMAX é basicamente composta pelas entidades ASN (do inglês
Access Service Network) e CSN (Customer Service Network).
A entidade ASN inclui as funções necessárias para se prover o acesso rádio
aos terminais de acesso (CPEs) provendo transferência de messagens de
autenticação, autorização e bilhetagem. O ASN provê também o gerenciamento dos
recursos de rádio e mobilidade.
A entidade ASN é composta pelos elementos ERB e ASN Gateway.
A entidade CSN compreende os elementos AAA (entidade responsável pela
autentiticação, autorização e bilhetagem dos assinantes), DNS/DHCP (do inglês
domain name service and dynamic host configuration protocol que é uma entidade
para acesso à internet), HA (do inglês Home Agent e provê a função de um PDSN –
packet data serving node) e provê conectividade IP aos CPEs.
O NMS (do inglês network management system) provê a função de operação,
administração e manutenção da rede.
A Figura 6.1 exemplifica uma rede WiMAX ponto-a-ponto.
O padrão 802.16 define a camada física (camada 1) e camada MAC (camada
2) do modelo OSI. A camada física é responsável pela transmissão e recepção dos
símbolos OFDM (do inglês Orthogonal frequency division multiplexing). A técnica
OFDM consiste em dividir o canal de transmissão em várias sub-portadoras
118
conforme mostrado na Figura 6.2. Isto proporciona robustez em relação ao fading e
multipath.
Figura 6.1 – Topologia WIMAX ponto-a-ponto
GuardSub-carriers
PilotSub-carriersData
Sub-carriersDC
Sub-carrier
GuardSub-carriers
PilotSub-carriersData
Sub-carriersDC
Sub-carrier
Figura 6.2 – Canal WIMAX com suas várias sub-portadoras
SiSi
R ede de d is tribuição IP
Rede de dis trib uição IP
IP IP
S ervidorAAA
DNS/DHCP
M obile Home
Agent (H A)
BorderGateway
L2/L3 S witch
inte rn etinternet
ASN
ASNGateway
CSNGateway
CSNERB
ERB
ERB
B ilhetagem
E M S/NM S
CPE
SiSi
R ede de d is tribuição IP
Rede de dis trib uição IP
IP IP
S ervidorAAA
S ervidorAAA
DNS/DHCPDNS/
DHCPM obile Home
Agent (H A)
M obile Home
Agent (H A)
BorderGateway
L2/L3 S witch
inte rn etinternet
ASN
ASNGateway
CSNGateway
CSNERB
ERB
ERB
B ilhetagem
E M S/NM S
CPE
119
O padrão WIMAX define dois métodos de utilização do espectro de
freqüências chamados de TDD (do inglês Time Division Duplexing) e FDD (do inglês
Frequency Division Multiplexing)
O sistema FDD utiliza uma banda para transmissão e uma outra banda para
recepção em uma maneira semelhante as redes celulares.
O método TDD compartilha uma única banda de espectro para a transmissão
e recepção dos sinais de radio-frequência. Este método tem sido o mais empregado
atualmente e requer um estudo minucioso dos sistemas vizinhos no espectro de
freqüência. Requer informações das máscaras espectrais dos transmissores das
ERBs e CPEs, informações das cavidades de filtros das ERBs, sensibilidade de
recepção das ERBs e CPEs, parâmetros de antenas, cabos de RF e o uso de
fatores probabilísticos. Toda esta informação é necessária para se dimensionar as
bandas de guardas entre sistemas TDD de fabricantes diferentes ou entre sistemas
TDD e FDD.
Outro aspecto importante do TDD é a necessidade de que todas as ERBs da
rede sejam sincronizadas por GPS já que o sistema é baseado em quadros de
downlink, tempo de guarda, quadro de uplink, tempo de guarda e assim por diante.
O GPS irá permitir que todas as ERBs tenham a mesma referência de tempo
evitando que uma ERB interfira em outra.
Uma feature muito associada ao WIMAX e amplamente divulgada é a técnica
de antenas chamada de MIMO (do inglês Multiple input multiple output). O MIMO se
refere a utilização de mais um rádio e antenas em cada extremidade de um link de
comunicação, proporcionando ganhos em raio de cobertura (MIMO matriz A) ou em
taxas de transmissão (MIMO matriz B).
A camada MAC (do inglês Medium access control) é responsável pelo
estabelecimento de conexão entre o usuário e a rede e pelo gerenciamento das
bandas destes usuários.
120
7. APÊNDICE B - TECNOLOGIA LTE
A tecnologia LTE (do inglês Long Term Evolution) é a chamada quarta geração
da telefonica celular.
O LTE está se tornando real com o ínicio das primeira implantações no mundo.
Os primeiros lançamentos comerciais devem acontecer em 2010. com as
implantações da NTT DoCoMo (Japão), Verizon (EUA) e TeliaSonera (Suécia).
Olhando por uma perspectiva mercadológica faz sentido as operadores de
telefonia iniciarem implantações agressivas com prazos curtos para que seus
usuários possam desfrutar dos benefícios desta nova tecnologia em um área ampla.
Por outro as características do LTE não permitem uma substituição radical das redes
3G sem impacto no SMS e nas redes de voz.
A disponibilidade ainda timida de dispositivos de acesso (os primeiros
dispositivos devem ser chaves USB para serviços de dados somente) também inibe
uma implantação agressiva de uma rede LTE.
Também deve-se comentar que uma implantação agressiva de uma rede LTE
visando a substituição das redes 3G será dispendiosa e com poucas evidências
claras de receitas compatíveis que justifiquem o plano de negócios.
O uso de técnicas como o MIMO (multiple input multiple output), modulação 64
QAM (quadrature amplitude modulation) e a flexibilidade da largura do espectro
torna o planejamento do projeto da rede mais complexo que o planejamento de uma
rede 3G.
Até o momento não há uma vantagem explícita para o usuário final quando se
compara o LTE com o 3G. Vantagens futuras virão do desenvolvimento de
aplicativos que exigirão mais banda e velocidades das conexões.
Para uma operadora, as vantagens do LTE são a maior capacidade (mais
usuários e sessões de dados quando comparado com as redes 3G) e a previsão de
gradne eficiência na operação da rede visto que a arquitetura é voltada para o
mundo IP.
Em relação ao plano de negócios, os seguinte ítens são cruciais:
121
• Custo da licença do espectro
• Desconfiança do mercado financeiro em relação à viabilidade do LTE no
curto prazo, as eficiências de operação da rede e a co-existência com
as redes 3G.
122
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126
9. GLOSSÁRIO
2G: A telefonia móvel de segunda geração (2G) não é um padrão ou um
protocolo estabelecido, é uma forma de nomear a mudança de protocolos de
telefonia móvel analógica para digital. São considerados sistemas 2G: TDMA (Time
Division Multiple Access) e CDMA (Code Division Multiple Access)
A chegada da segunda geração de telefonia móvel foi por volta de 1990 e seu
desenvolvimento deriva da necessidade de poder ter um maior número de ligações
simultâneas praticamente nos mesmos espectros de radiofreqüência assignados à
telefonia móvel (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/2G)
3G: é a terceira geração de padrões e tecnologias de telefonia móvel,
substituindo o 2G. É baseado na família de normas da União Internacional de
Telecomunicações (UIT), no âmbito do Programa Internacional de
Telecomunicações Móveis (IMT-2000). As tecnologias 3G permitem às operadoras
da rede oferecerem a seus usuários uma ampla gama dos mais avançados serviços,
já que possuem uma capacidade de rede maior por causa de uma melhora na
eficiência espectral. Entre os serviços, há a telefonia por voz e a transmissão de
dados a longas distâncias, tudo em um ambiente móvel. Normalmente, são
fornecidos serviços com taxas de 5 a 10 Megabits por segundo. A característica
mais importante da tecnologia móvel 3G é suportar um número maior de clientes de
voz e dados, especialmente em áreas urbanas, além de maiores taxas de dados a
um custo incremental menor que na 2G. O 3G é também chamado de UMTS e W-
CDMA (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/3G)
ARPU: é a abreviação de Average Revenue Per User ( Receita média por
usuário). É o indicador utilizado para avaliar o desempenho de uma prestadora de
serviços de telecomunicações.
127
Backhaul da ERB: meio de transimissão da ERB. É o meio por onde são
escoadas as informações dos usuários da ERB para o core da rede WiMAX. Os
meios mais comuns são rádio e fibra óptica.
Cable Modem: tecnologia que utiliza as redes de transmissão de TV por cabo
convencionais (chamadas de CATV - Community Antenna Television) para transmitir
dados em velocidades que variam de 70 Kbps a 150 Mbps, fazendo uso da porção
de banda não utilizada pela TV a cabo (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cable_modem)
CAGR: do inglês compound annual growth ratio. É a taxa de crescimento
annual média de um investimento
CDMA: (Code Division Multiple Access) Acesso Múltiplo por Divisão de
Código. Método de transmissão digital utilizado em sistemas celulares de segunda e
terceira geração. No CDMA cada ligação recebe um código que a estação móvel
utiliza para identificar quais sinais no espectro lhe dizem respeito.
Downlink : elo de comunicação da estação rádio base para o assinante
DSL: Digital Subscriber Line (simplesmente DSL ou ainda xDSL) é uma família
de tecnologias que fornecem um meio de transmissão digital de dados, aproveitando
a própria rede de telefonia que chega na maioria das residências. As velocidades
típicas de download de uma linha DSL variam de 128 kilobits por segundo (kbps) até
24 Mbits/s dependendo da tecnologia implementada e oferecida aos clientes. As
velocidades de upload são menores do que as de download para o ADSL e são
iguais para o caso do SDSL (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dsl)
EDGE: é uma tecnologia digital para telefonia celular que permite melhorar a
transmissão de dados e aumentar a confiabilidade da transmissão de dados.
Embora o EDGE seja tecnicamente uma tecnologia da 3ª Geração, geralmente é
classificada como um padrão 2,75G, já que é uma melhoria feita nas redes 2,5G
(GPRS) e não a criação de um sistema propriamente dito (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/EDGE).
ERB: equipamento que faz a interface rádio entre os usuários e a rede WiMAX
128
Fading: desvanecimento na propagação de um sinal eletromagnético. São
atenuações que ocorrem em função do coordenada temporal ocasionadas por
obstruções no caminho da propagação e efeitos de multi-percursos do sinal
propagado (multipath).
Feature: são características técnicas de um produto. Uma feature que
diferencia o WiMAX de outras tecnologias é o MIMO
FTTH: (acrônimo de Fiber-to-the-Home - Fibra para o lar) é uma tecnologia de
interligação de residências através de fibra ópticas para o fornecimento de serviços
de TV digital, Radio Digital, acesso à Internet e telefonia. A fibra óptica é levada até
as residências, em substituição aos cabos de cobre ou cabos coaxiais (utilizados em
televisão a cabo). As residências são conectadas a um ponto de presença da
operadora de serviços de telecomunicações (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/FTTH)
GPRS: Serviço de Rádio de Pacote Geral é uma tecnologia que aumenta as
taxas de transferência de dados nas redes GSM existentes. Esta permite o
transporte de dados por pacotes (Comutação por pacotes). Sendo assim, o GPRS
oferece uma taxa de transferência de dados muito mais elevada que as taxas de
transferência das tecnologias anteriores, que usavam comutação por circuito, que
eram em torno de 12kbps. Já o GPRS, em situações ideais, pode ultrapassar a
marca dos 170kbps. No entanto na prática, essa taxa está em torno dos 40 kbps.
GSM: é a abreviação de Global System for Mobile Communications, ou
Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM: originalmente, Groupe Special
Mobile) é uma tecnologia móvel e o padrão mais popular para telefones celulares do
mundo. O GSM diferencia-se muito de seus antecessores sendo que o sinal e os
canais de voz são digitais, o que significa que o GSM é visto como um sistema de
telefone celular de segunda geração (2G). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/GSM
HSPA: é a abreviatura de High Speed Packet Access. É, nas palavras do
fórum UMTS, um termo genérico para designar avanços na tecnologia UMTS [19].
Mais precisamente, esses avanços são maior velocidade de acesso à rede, aumento
da capacidade da rede e melhor transmissão de dados. Conhecido também pelo
nome 3.5G, o HSPA é baseado na tecnologia UMTS. O HSPA é a junção de duas
melhorias: na taxa de download (chamada HSDPA - High Speed Downlink Packet
129
Access) e na taxa de upload (HSUPA – High Speed Uplink Packet Access). O
HSDPA foi especificado no Release 5 do 3GPP, enquanto o HSUPA no Release 6.
Ambos podem ser implementados no canal de 5 MHz usado pelo UMTS (fonte:
http://www.gta.ufrj.br/grad/09_1/versao-final/umts/hspa.html)
IPC: Índice de potencial de consumo. É um indicador que atribui a cada
município a sua participação percentual no potencial total de consumo do país.
Link Budget: soma dos ganhos e perdas em um link de comunicação.
Considera ganhos e perdas de cabos, conectores, antenas, sensibilidade de
receptores, potência dos transmissores. A partir do link budget se determina o raio
de cobertura de uma estação rádio base. Se efetua cálculos para o link direto
(downlink) e link reverso (uplink).
LTE: é a abreviação de Long Term Evolution. É a tecnologia móvel que
proporcionará as operadores de telefonia as vantagens das velocidades de dados
mais rápidas e novos serviços, criando uma nova tecnologia de acesso por rádio
otimizada para o tráfego IP. Embora o LTE e WiMAX utilizam ambos uma interface
aérea OFDMA, o LTE tem a vantagem de ser compatível com recursos existente nas
redes HSPA e GSM, permitindo com que as operadoras móveis possam continuar a
implantar a prestação de um serviço sem descontinuidades em toda a rede LTE e as
redes já existentes (fonte: http://www.lteforum2009.com/port/index-pt.php e
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lte)
MIMO: Multiple-input and multiple-output. É uma tecnologia de antenas que
tem como objetivo estender a cobertura e ou aumentar a capacidade de velocidade
de uma ERB. Esta técnica é usada pelas tecnologias WiMAX e LTE.
Multipath: ver definição de fading
Smartphone: telefone celular com funcionalidades avançadas, acesso à
internet e sistema operacional
Throughput : (ou taxa de transferência) é a quantidade de dados transferidos
de um lugar a outro, ou a quantidade de dados processados em um determinado
espaço de tempo, pode-se usar o termo throughput para referir-se a quantidade de
dados transferidos em discos rígidos ou em uma rede, por exemplo; tendo como
130
unidades básicas de medidas o Kbps, o Mbps e o Gbps. O throughput pode ser
traduzido como a taxa de transferência efetiva de um sistema (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Throughput)
UMTS: é uma abreviação de Universal Mobile Telecommunications System. É
uma tecnologia de redes celulares de terceira geração (3G) com compatibilidade
com o núcleo da rede GSM/GPRS que utiliza o padrão CDMA de interface aérea.
Uplink : elo de comunicação do assinante para a estação rádio base
USB: (Universal Serial Bus) é um tipo de conexão Plug and Play que permite a
conexão de periféricos sem a necessidade de desligar o computador.