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SífilisGabriela Fonseca Oliveira

Universidade Federal do Amazonas – UFAM

Faculdade de Medicina – FMProjeto MEDensina – Treinamento

Interno.

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Agente etiológico A sífilis é causada por uma bactéria chamada

Treponema pallidum subsp pallidum, O bejel ou sífilis endêmica é atribuído à variante

T. pallidum. subsp endemicum.

FIGURA 1: Treponema pallidum: desenho esquemático. In: Trabulsi. Microbiologia

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Etiopatogenia A penetração do treponema é realizada por

pequenas abrasões decorrentes da relação sexual.

O treponema atinge o sistema linfático regional e, por disseminação hematogênica, outras partes do corpo.

A resposta da defesa local resulta em erosão e exulceração no ponto de inoculação.

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Transmissão Via sexual (sífilis adquirida) Verticalmente (sífilis congênita)

transplacentária Contato com as lesões contagiantes (cancro duro

e lesões secundárias) pelos órgãos genitais. responsável por 95% dos casos de sífilis.

via indireta (objetos contaminados, tatuagem) e por transfusão sangüínea. mais raras

Figura

2:

casa

l

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Sífilis primária Lesão característica: protossifiloma ou cancro

duro. Localiza-se na maioria dos casos (95%) na

genitália ou adjacencias.

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Sífilis primária Cancro duro surge no local da inoculação em

média três semanas após a infecção.

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No homem é mais comum no sulco balanoprepucial, prepúcio, meato uretral ou mais raramente intra-uretral.

Na mulher é mais freqüente nos pequenos lábios, parede vaginal e colo uterino.

O cancro regride espontaneamente em período que varia de quatro a cinco semanas sem deixar cicatriz.

Assintomático, muitas vezes não é referido.Assintomático, muitas vezes não é referido.

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FIGURAS 3e 4: Sífilis primária – cancro duro

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Adenopatia inguinal

Após uma ou duas semanas aparece uma reação ganglionar regional múltipla e bilateral, não supurativa, de nódulos duros e indolores. Bubão frio.

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Sífilis secundária Após período de latência que pode durar de seis a

oito semanas, a doença entrará novamente em atividade.

Na pele, as lesões (sifílides) ocorrem por surtos e de forma simétrica. Máculas de cor eritematosa (roséola sifilítica) de

duração efêmera. regiões palmares e plantares é bem característico

FIGURA 5: Sífilis secundária - lesões palmares

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Na face, as pápulas tendem a agrupar-se em volta do nariz e da boca, simulando dermatite seborréica.

Nos negros, as lesões faciais fazem configurações anulares e circinações (sifílides elegantes)

FIGURA 6: Sífilis secundária FIGURA 7: Sífilis “bonita”

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Figura 8: Exantema sifilítico em tronco.

Figura 9: Roséola sifilítica em face e lábios.

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O secundarismo é acompanhado de poliadenomegalia generalizada.

A sintomatologia geral é discreta e incaracterística: mal-estar, astenia, anorexia, febre baixa,

cefaléia, meningismo, artralgias, mialgias, periostite, faringite, rouquidão, hepatoesplenomegalia, síndrome nefrótica,

glomerulonefrite, neurite do auditivo, iridociclite.

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Condiloma lato ou plano Lesão característica da sífilis secundária Extremamente infectante

Na região inguinocrural, as pápulas sujeitas ao atrito e à umidade podem tornar-se vegetantes e maceradas, sendo ricas em treponemas e altamente contagiosas(condiloma plano).

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Sífilis Secundária

2 a 6 semanas após o cancro primário

Condiloma lato ou plano

Máculas eritematosas, pápulas, pústulas (sifílides)

Alopécia areata

Áreas cutâneas despigmentadas (leucoderma sifilítico)

Testes treponêmicos específicos e inespecíficos positivosSífilis Latente

Não existe sinal externo de infecção

Testes sorológicos positivos

30% dos casos – cura espontânea

30% dos casos – sífilis persiste latente

40% dos casos evolui para terciária

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Sífilis terciária Os pacientes nessa fase desenvolvem lesões

localizadas envolvendo pele e mucosas, sistema cardiovascular e nervoso. Formação de granulomas destrutivos (gomas) e

ausência quase total de treponemas.

As lesões são solitárias ou em pequeno número, assimétricas, endurecidas com pouca inflamação, bordas bem marcadas, policíclicas ou formando segmentos de círculos destrutivas.

FIGURA 10: Sífilis terciária

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Sífilis terciária Sistema cardiovascular: Mais comum é a aortite (70%), principalmente

aorta ascendente, e na maioria dos casos é assintomática.

As principais complicações da aortite são o aneurisma, a insuficiência da válvula aórtica e a estenose do óstio da coronária.

Lesões oftalmológicas: Atrofia do nervo óptico e alterações pupilares.

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Neurossífilis

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Neurossífilis Meníngea

Meningite sifilítica Sífilis meningovascular

Período de incubação inferior a um ano.

Lesão dos nervos cranianos, particularmente do II, VI, VII e VIII, e sinais de hipertensão intracraniana.

Cefaléias, náuseas, vômitos e rigidez da nuca.

Zonas de isquemia, por infiltração da parede das artérias por linfócitos e plasmócitos.

Artéria cerebral média Hemiparesia ou

hemiplegia, afasia e convulsões.

Sintomas inespecíficos, como cefaléias, insônia ou alterações do humor.

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Neurossífilis Parenquimatosa

Tabes Dorsalis Paralisia geral

Lesão das raízes dorsais da medula

Perda da propiocepção consciente

Perda do tato epicrítico Perda da sensibilidade

vibratória e da esterognosia.

Neurossífilis parética ou demência paralítica

15 a 20 anos após infecção inicial.

Meningoencefalite crônica e progressiva.

Alterações cognitivas iniciais que evoluem invariavelmente para demência.

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Neurossífilis Gomosa Lesões nodulares Necrose gomosa. Localizando-se nas cisternas da base, nas

leptomeninges ou no parênquima. Lesão de nervos cranianos por compressão

sobre estruturas adjacentes.

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Sífilis congênita É o resultado da disseminação hematogênica T.

pallidum da gestante infectada para o concepto por via transplacentária.

70-100% nas fases primária e secundária, 40% na fase latente recente e 10% na latente tardia.

Figura 11: Feto Macerado

Figuras 12 e 13: Sífilis congênita.

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A contaminação do feto pode ocasionar abortamento, óbito fetal e morte neonatal em 40% dos conceptos infectados ou o nascimento de crianças com sífilis.

Baixo peso ao nascer, rinite, hepatoesplenomegalia, rash cutâneo, anemia, lesões ósseas

Figura

14

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Diagnóstico Provas Diretas Encontram sua indicação na sífilis primária e

secundária em lesões bolhosas, placas mucosas e condilomas. Exame em campo escuro Pesquisa direta com material corado Imunofluorescência direta

Provas Sorológicas Testes não treponemicos

VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) Testes treponêmicos

Exame do líquor Exame radiográfico

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Curso da sífilis não tratada

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Tratamento

Figura 15: Penicilina G Benzatina

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Bibliografia Avelleira JCR, Bottino G. Sífilis: Diagnóstico,

tratamento e controle. An Bras Dermatol. 2006;81(2):111-26.

Barros, NA et al. Neurossífilis, Revisão Clínica e Laboratorial. ArquiMed, 2005.

Machado, Angelo. Neuroanatomia Funcional. 2ª ediçao. Porto, Celmo Celeno Semiologia Médica. 6ª ediçao. Robbins e Cotran. Patologia, Bases patológicas das

doenças. 7ª ediçao. Saraceni, Valéria. A sífilis, a gravidez e a sífilis

congênita. Fiocruz 2005. Veronesi. Tratado de infectologia. 3ª ediçao _____Protocolo para diagnóstico e tratamento de

DST. Fundação de Medicina Tropical do Amazonas. FMT-AM.

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Mini-testeSífilis

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1) Julgue as afirmações em Verdadeiro ou Falso e corrija as falsas. ( ) A lesão característica da sífilis primária é

o protossifilioma. ( ) A tríade de Hutchinson é formada pela

ceratite intersticial, pelos incisivos de Hutchinson e surdez.

( ) A goma é característica da sífilis secundária.

( ) Reação ganglionar generalizada é encontrada na sífilis primária.

( ) O condiloma lato ou plano é extremamente infectante.

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2) Caracterize o cancro duro.

Boa Prova!