SIMULAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DA ANÁLISE DO...
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
SIMULAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DA
ANÁLISE DO VALOR AGREGADO PARA ANÁLISE E
CONTROLE DE OBRAS CIVIS.
Frederico Antonio Bosseljon Roche Moreira
2015
i
SIMULAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DA
ANÁLISE DO VALOR AGREGADO PARA ANÁLISE E
CONTROLE DE OBRAS CIVIS.
Frederico Antonio Bosseljon Roche Moreira
Projeto de Graduação apresentado ao
curso de Engenharia Civil da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Engenheiro.
Orientador: Assed Naked Haddad
Rio de Janeiro
MARÇO DE 2015
ii
SIMULAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DA ANÁLISE DO VALOR
AGREGADO PARA ANÁLISE E CONTROLE DE OBRAS CIVIS.
Frederico Antonio Bosseljon Roche Moreira
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE
ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A
OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.
Examinada por:
__________________________________________
Professor Assed Naked Haddad, D.Sc. UFRJ
__________________________________________
Professor Eduardo Linhares Qualharini, D.Sc. UFRJ
__________________________________________
Professor Orlando Celso Longo, D.Sc.
UFF
__________________________________________
Professor Carlos Alberto Pereira Soares, D.Sc.
UFF
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
MARÇO DE 2015
iii
Moreira, Frederico Antonio Bosseljon Roche
Simulação da utilização do método da Análise do
Valor Agregado para análise e controle de obras civis/
Frederico Antonio Bosseljon Roche Moreira – Rio de Janeiro:
UFRJ/ ESCOLA POLITÉCNICA, 2015.
XII, 50 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Assed Naked Haddad
Projeto de Graduação - UFRJ/ POLI/ Engenharia
Civil, 2014.
Referencias Bibliográficas: p. 32 - 33.
1. Análise do Valor Agregado, 2. Gerenciamento de Projetos,
3. Construção Civil . I. Haddad, Assed Naked. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de Engenharia Civil.
III. Título.
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
SIMULAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DA ANÁLISE DO VALOR
AGREGADO PARA ANÁLISE E CONTROLE DE OBRAS CIVIS.
Frederico Antonio Bosseljon Roche Moreira
Orientador: Assed Naked Haddad
Curso: Engenharia Civil
O mercado de Construção Civil no Brasil está cada vez mais necessitado de
métodos gerenciais e de controle que acompanhem o volume de obras realizadas no
país. Além disso, com uma possível desaceleração do mercado, estes métodos como
a Análise do Valor Agregado, se tornam cada vez mais necessários.
A fim de mostrar a utilização deste método, foi realizado o planejamento de
uma obra, previamente orçada, no software MS Project. Para que seja possível
simular a o andamento de uma obra real, foi feito um gerador de andamento aleatório.
Com os dados gerados, foi simulado e analisado o projeto em quatro etapas.
Ao final de cada uma foram realizadas previsões pela Análise do Valor Agregado
Os resultados obtidos em cada período e também na conclusão do projeto,
foram analisados e comparados com os valores esperados.
Palavras-chave: Análise do Valor Agregado, Gerenciamento de Projetos,
Construção Civil
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI / UFRJ as a partial fulfilment of
the requirements for the degree of Civil Engineer.
ANALYSIS AND CONTROL OF CIVIL CONSTRUCTIONS UTILIZING THE EARNED
VALUE ANALYSIS METHOD
Frederico Antonio Bosseljon Roche Moreira
Advisor: Assed Naked Haddad
Course: Civil Engineering
The Civil Construction Market in Brazil is in need of more project management
and control methods that go along with the amount of construction sites in the country.
Besides that, with possible slowdown in the Market, these methods like the Earned
Value Analysis, become more necessary
In order to show the how to use this method, a previously budgeted building
was planned with MS Project. To simulate the real evolution of the construction, a
aleatory generator of numbers was created..
With the aleatory data generated, the project was simulated and analised in
four parts. At the end of each part, predictions were made with the Earned Value
The results in each period and also at the end of the project were analised and
compared with the expected values.
Palavras-chave: Análise do Valor Agregado, Gerenciamento de Projetos,
Construção Civil
vi
Sumário
1 Introdução ..................................................................................................................... 1
1.1 Justificativa ....................................................................................................................... 1
1.2 Objetivo .............................................................................................................................. 2
1.3 Metodologia Aplicada .................................................................................................... 2
1.4 Descrição dos capítulos ................................................................................................ 3
2 Análise do Valor Agregado ...................................................................................... 4
2.1 O Método ............................................................................................................................ 4
2.1.1 Origem ...................................................................................................................................... 4
2.1.2 A Análise .................................................................................................................................. 4
2.1.2.1 Valor Previsto .................................................................................................................................... 5
2.1.2.2 Valor Agregado ................................................................................................................................. 5
2.1.2.3 Custo Real ............................................................................................................................................ 5
2.2 Índices Utilizados ............................................................................................................ 5
2.2.1 Índice de Desempenho de Custo ................................................................................... 5
2.2.2 Índice de Desempenho de Prazo ................................................................................... 6
2.2.3 Índice de Desempenho de Custo de Recuperação .................................................. 6
2.3 Tendências ........................................................................................................................ 6
2.3.1 Estimativas para o Término ............................................................................................ 7
2.3.2 Variação no Término .......................................................................................................... 7
2.4 Resumo das Nomenclaturas utilizadas ................................................................... 7
2.4.1 Quadro Resumo .................................................................................................................... 7
2.4.2 Gráfico de Resumo do Método ....................................................................................... 9
3 Projeto e Método de Simulação .......................................................................... 10
3.1 Projeto Base ....................................................................................................................10
3.2 Durações ..........................................................................................................................10
3.3 Geração de Andamento Aleatório ...........................................................................11
3.3.1 Simulação ............................................................................................................................. 11
3.3.2 Resultados Apurados ...................................................................................................... 11
3.4 Planejamento Projeto ..................................................................................................12
3.4.1 Linha de base ...................................................................................................................... 13
3.4.2 Distribuição de custos ..................................................................................................... 13
vii
3.4.3 Cronograma do Projeto .................................................................................................. 14
4 Estudo de Caso e Análise dos Resultados ........................................................ 15
4.1 Análise do Projeto – 25% de Duração Prevista ..................................................15
4.1.1 Análise do Progresso ....................................................................................................... 15
4.1.2 Projeções .............................................................................................................................. 17
4.2 Análise do Projeto – 50% de Duração Prevista ..................................................17
4.2.1 Análise do Progresso ....................................................................................................... 18
4.2.2 Projeções .............................................................................................................................. 20
4.3 Análise do Projeto – 75% de Duração Prevista ..................................................20
4.3.1 Análise no Período ........................................................................................................... 21
4.3.2 Projeções .............................................................................................................................. 22
4.4 Análise do Projeto – Final ..........................................................................................23
4.4.1 Análise no período ........................................................................................................... 24
4.5 Comparação ....................................................................................................................25
4.5.1 Duração Total ..................................................................................................................... 25
4.5.2 Estimativas no Término ................................................................................................. 26
4.5.3 Variação no Término ....................................................................................................... 27
4.5.4 Variações por Tarefa ....................................................................................................... 28
5 Considerações finais ............................................................................................... 31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 32
ANEXOS ................................................................................................................................ 34
1
1 Introdução
O presente trabalho tem como objetivo dar continuidade a estudos sobre a
Análise do Valor Agregado (AVA) aplicada a construção civil, mais especificamente
obras de edificações. Utilizando deste para analisar e controlar de uma maneira mais
eficiente.
1.1 Justificativa
Nos últimos anos, o mercado imobiliário brasileiro cresceu muito, e sofreu
significativas mudanças impulsionadas pelo grande aumento da demanda por novas
moradias. Segundo o IBGE, entre os anos de 2007 e 2011 o PIB da construção civil
brasileira foi 1,8 vezes maior que o PIB da economia em geral.
Este impressionante crescimento trouxe junto com ele uma série de desafios. O
INCC (Índice Nacional da Construção Civil) acumulado entre 2007 e 2012 foi de
43,4%, enquanto o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no
mesmo período foi de 31,9%, evidenciando uma inflação no setor. Segundo o Procon-
SP, 31% das queixas contra construtoras no primeiro semestre de 2013 foram com
relação ao descumprimento de contrato em relação aos prazos de entrega.
Analisando estes dados e mesmo com um crescimento no setor, as margens de
lucro líquidas das construtoras diminuíram de 21% em 2007 para 16% em 2011. Muito
por que existiu um aumento de 60% nos custos nesse período, contra 50% de
aumento da receita líquida.
Mas não foi somente o aumento de custo que impactou na rentabilidade de novos
empreendimentos, uma das principais causas para a diminuição dessa margem foi
também a crescente complexidade de gestão do negócio e a falta de métodos
gerenciais apropriados. Informações que ficam evidenciadas no gráfico 1. (REVISTA
CONSTRUÇÃO E MERCADO, 2014).
2
Gráfico 1: Obstáculos a produtividade, EY
Os principais meios de melhoria nas margens de lucro das empresas do setor
imobiliário hoje em dia passam pela redução de custos e melhor planejamento e
controle de obras. Isso deixa claro a grande importância de métodos gerenciais que
sejam capazes de controlar estes fatores, como a Análise do Valor Agregado (AVA).
1.2 Objetivo
O presente trabalho teve como motivação a grande necessidade de
aprimoramento dos métodos de planejamento e controle já evidenciados. Além disso
é um campo que precisa ser bastante difundido no meio da construção civil, para que
possa ser uma prática regular, e não algo fora do comum.
O método que será apresentado, pode ser uma técnica valiosa para diversos
empreendimentos. É feito com base no planejamento físico-financeiro, na composição
de custos e orçamentação detalhada de uma obra.
1.3 Metodologia Aplicada
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Materiais inadequados
Métodos Construtivos Ineficientes
Lacunas de Planejamento de empreendimentos
Falta de métodos apropriados de gestão
Baixa qualificação da mão de obra
Obstáculos a Produtividade
Obstáculos a Produtividade
3
Foi realizado um planejamento com a utilização do software MS Project de uma
obra residencial com 12 pavimentos previamente orçada em Fortaleza, CE. Dentro do
planejamento foram consideradas algumas premissas que serão descritas nos
capítulos seguintes. Em seguida, utilizou-se um gerador de números aleatórios para
simular o andamento físico da obra planejada. Após isso, foi feita a análise do valor
agregado dividindo a obra em quatro quartos.
Ao final do projeto, foram estudados os dados e indicadores gerados pela AVA.
1.4 Descrição dos capítulos
Esta monografia está dividida em 5 capítulos, o primeiro contém uma breve
introdução, a justificativa, os objetivos e a metodologia aplicada.
O Capítulo número 2 é composto de uma introdução ao método do valor agregado
na parte teórica e também uma breve explicação sobre o software MS Project.
O Capítulo número 3 é composto pela explicação da obra escolhida e seu
orçamento detalhado. Assim como uma explicação sobre as durações, a geração
aleatória de números e sobre o roteiro de planejamento.
O Capítulo número 4 é o estudo de caso realizado com a simulação do
andamento aleatório.
Por fim, no Capítulo número 5, são apresentadas as conclusões em relação ao
estudo realizado.
4
2 Análise do Valor Agregado
2.1 O Método
2.1.1 Origem
A análise do Valor Agregado surgiu no final da década de 60, tendo como base
o Cost/Scheduele Control System Criteria (C/SCSC). O C/SCSC é um conjunto
constituído de trinta e cinco requisitos selecionados pelo Departamento de Defesa dos
EUA utilizados para controlar contratos feitos “por administração”.
Embora tenha sido criado no final dos anos 60, a utilização no setor privado e
de construção só começou a acontecer com mais frequência quando os trinta e cinco
critérios foram reescritos de forma mais clara em 1995.
Desde então foi publicada uma nova versão do guia PMBOK (Project
Management Body Of Knowledge) em 2000, em que a AVA foi abordado de forma
mais clara e mais bem detalhada. Em 2004 o PMI (Project Management Institute), que
é um dos maiores e mais respeitados institutos de gerenciamento de projetos do
mundo, publicou as Práticas Padrões para o Gerenciamento de Valor Agregado.
Com estes fatores a AVA vem sendo cada vez mais utilizada em gerenciamento
de projetos, inclusive na construção civil.
2.1.2 A Análise
O grande ponto forte deste método de análise é a interação de valores reais de
custo e tempo, permitindo o responsável pelo planejamento a fazer projeções, e com
elas, analisar tendências e variações.
É possível medir-se o desempenho por uma série de indicadores que servem de
alerta para possíveis problemas em termos de custo e/ou prazo do projeto.
As definições a seguir foram adaptadas de (MATTOS, 2010), para o melhor
entendimento dos termos que serão utilizados no presente trabalho.
A base da AVA é um tripé de comparação composto por três valores:
5
2.1.2.1 Valor Previsto
O Valor Previsto (VP) é o custo que deveria ter sido incorrido no período a ser
medido, correspondendo ao custo previamente orçado das atividades planejadas
previstas no cronograma.
2.1.2.2 Valor Agregado
O Valor Agregado (VA) representa quanto deveria ter custado o que foi
realizado, independente se as atividades realizadas foram planejadas para o período
ou não. O mesmo se relaciona com o custo orçado e não com o Custo Real.
Exemplo: Existem um planejamento para se executar 10 Km de estradas, em
um tempo de 1 Km por mês, e a R$ 10.000,00 por Km. Passam-se 5 meses e foi
aferido que foram construídos 6 Km de estradas. O Valor Agregado neste período é
de R$ 60.000,00.
2.1.2.3 Custo Real
O Custo Real (CR) representa o quanto custou efetivamente o trabalho
realizado durante o período de tempo medido. Ele está relacionado com a realidade
executada, e não com os valores previstos em orçamento.
2.2 Índices Utilizados
Os Índices são importantes para a melhor e mais clara visualização de do andamento
dos projetos, as definições a seguir foram adaptadas de (Mattos, 2010).
2.2.1 Índice de Desempenho de Custo
O Índice de Desempenho de Custo (IDC) é um indicador que divide o Valor
Agregado pelo Custo Real, retornando uma taxa de conversão do projeto de CR para
VA.
6
Caso o IDC seja menor que 1, nem todo o CR está sendo transformado em
VA, ou seja o projeto está estourando o orçamento.
Caso o IDC seja maior do que 1, o CR até o momento está sendo convertido
em um VA maior que o planejado, ou seja o projeto está abaixo do orçamento.
Outra maneira de visualizar o IDC é com a Variação de Custo % (VC%),
dividindo a diferença entre VA e CR pelo próprio Valor Agregado, indicando a
variância de quanto deveria ter custado para quanto realmente custou.
2.2.2 Índice de Desempenho de Prazo
O Índice de Desempenho de Prazo (IDP) é um indicador que divide o Valor
Agregado pelo Valor Previsto, retornando uma taxa de conversão de VP para VA.
Caso o IDP seja menor que 1, está sendo realizado menos trabalho do que foi
previsto, consequentemente apontando para um projeto atrasado.
Caso o IDP seja maior que 1, está sendo realizado mais trabalho do que foi
previsto, apontando para um projeto adiantado.
Outra visualização do IDP é pela Variação de Prazo % (VC%), dividindo a
diferença entre o VA e o VP pelo Valor Agregado.
2.2.3 Índice de Desempenho de Custo de Recuperação
O Índice de Desempenho de Custo de Recuperação, com a sua fórmula
indicada na tabela 1, mostra o quanto deverá ser o IDC necessário do projeto para
que o orçamento seja respeitado. Esse índice está relacionado com o desempenho
futuro, ao contrário do IDP e IDC que mostram informações que já aconteceram.
É um indicador muito importante para avaliar se é viável a recuperação de
custos de um projeto, e também ajuda a mensurar qual o esforço necessário para tal
recuperação.
2.3 Tendências
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As estimativas realizadas pelo AVA indicam possíveis cenários futuros para que
o responsável pelo projeto possa se preparar com antecedência para eventos futuros,
as definições a seguir foram adaptadas de (Mattos, 2010).
2.3.1 Estimativas para o Término
Existem três Estimativas para o Término, com as fórmulas indicadas na tabela
1, que podem ser utilizadas:
1. Otimista: Assume-se que o trabalho que ainda resta realizar no projeto
será feito conforme o planejado
2. Realista: Assume-se que o trabalho que ainda resta realizar no projeto
será feito com o desempenho de custos até o momento
3. Pessimista: Assume-se que o trabalho que ainda resta realizar no
projeto será feito com o desempenho de custos e o desempenho de
prazos relacionado
Cada estimativa possui a sua aplicação dependendo de como está o
andamento do projeto.
2.3.2 Variação no Término
A Variação no Término (VNT) mostra exatamente a diferença entre o que foi
previsto em orçamento e a estimativa realizada ao final de cada análise.
2.4 Resumo das Nomenclaturas utilizadas
2.4.1 Quadro Resumo
Durante a utilização do método do Valor Agregado, são utilizados
nomenclaturas e siglas que variam para inglês e português. Como o software MS
Project utilizado é em inglês, foi feita uma tabela explicativa resumindo os termos nas
duas línguas, o significado de cada termo e também as fórmulas. Segue abaixo a
tabela, adaptada de (Mattos, 2010).
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Tabela 1 – Siglas e Fórmulas Utilizadas no Método do Valor Agregado
Nome Significado Sigla e Fórmula
Português Inglês
Valor Previsto Quanto deveria ter custado a obra até a data
VP COTA PV BCWS
Valor Agregado Quanto deveria ter custado o que foi realizado até a data
VA COTR EV BCWP
Custo Real Quanto custou o que foi realizado
CR CRTR AC ACWP
Avanço Físico Real Valor Agregado sobre o valor orçado
VA% = VA / ONT EV% = EV / BAC
Avanço Físico Planejado
Valor Previsto sobre o valor orçado
VP% = VP / ONT PV% = PV / BAC
Variação de custo
Diferença entre quanto deveria ter custado e quanto custou. (Positivo = satisfatório, Negativo = insatisfatório)
VC = VA - CR CV = EV - AC
Variação de custo % Quociente entre a Variação de Custo e quanto deveria ter custado o que foi realizado
VC% = (VA – CR) / VA
CV% = (EV – AC) / EV
Variação de Prazo
Diferença entre quanto deveria ter custado e o custo previsto até a data. (Positivo = satisfatório, Negativo = insatisfatório)
VPr = VA - VP SV = EV - PV
Variação de Prazo % Quociente entre a Variação de Prazo e quanto deveria ter custado a obra até a data
VPr% = VPr / VP SV% = SV / PV
Índice de desempenho de custo
Quociente entre quanto deveria ter custado e quanto custou. (>1 =satisfatório; < 1 = insatisfatório)
IDC = VA / CR CPI = EV / AC
Índice de desempenho de prazo
Quociente entre quanto deveria ter custado e o custo previsto até a data. (>1 =satisfatório; < 1 = insatisfatório)
IDP = VA / VP SPI = EV / PV
Índice de desempenho de custo de recuperação
IDC necessário ao trabalho restante para que o orçamento seja respeitado
IDCR = (ONT - VA) / (ONT - CR)
TCPI = (BAC - EV) / (BAC - AC)
Orçamento no Término
Custo total orçado ONT BAC
Estimativa para o término Otimista
Quanto falta gastar até o final do projeto
EPT= ONT - VA ETC = BAC - EV
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Estimativa para o término Realista
Quanto falta gastar até o final do projeto
EPT = (ONT -VA) / IDC
ETC = (BAC - EV) / CPI
Estimativa para o término Pessimista
Quanto falta gastar até o final do projeto
EPT = ( ONT -VA) / (IDC x IDP)
ETC = (BAC - EV) / (CPI x SPI)
Estimativa no término Quanto provavelmente custará o projeto
ENT = CR + EPT EAC = AC + ETC
Variação no término Quanto acima ou abaixo do orçamento estará o projeto
VNT = ONT - ENT
VAC = BAC - EAC
2.4.2 Gráfico de Resumo do Método
Abaixo segue um gráfico ilustrativo dos parâmetros utilizados durante a AVA:
Figura 1 – Curva “S” com Parâmetros da AVA
Fonte: (GIACOMETTI et al., 2007)
10
3 Projeto e Método de Simulação
3.1 Projeto Base
O projeto utilizado foi um prédio residencial com Térreo, PUC e 11 pavimentos
mais cobertura, localizado em Fortaleza, CE. Todo o orçamento detalhado encontra-
se no anexo 1, e foi retirado da revista Construção e Mercado nº158 Setembro de
2014 da editora PINI.
O empreendimento tem acabamentos de alto padrão, instalações
hidrossanitárias em PVC e fachada com textura acrílica. Estrutura será realizada em
concreto armado convencional e fechamento com alvenaria cerâmica.
A partir desse orçamento inicial fechado, foi realizado um planejamento das
atividades a serem realizadas, levando em consideração a sequência executiva de
serviços, criando a Estrutura Analítica do Projeto.
3.2 Durações
Os prazos relativos a execução dos serviços foram escolhidos, por questões de
planejamento, com base na experiência atividades semelhantes anteriores.
Serviços de fundação foram estimados em torno de 5 meses e meio, devido as
sondagens, escavações, execuções de estacas e também dos testes a serem
realizados para a verificação da capacidade de carga das mesmas.
A estrutura foi considerada um ciclo de 8 dias por pavimento, para execução de
forma armação e concretagem. Este período foi tido como média praticada para
construções com área de pavimento tipo e complexidade de formas parecidas.
Nos ciclos de acabamentos, foi considerado o mesmo período para todas as
atividades, de 6 dias. Isso para que não haja atropelamento de serviços e também
para que os serviços possam começar em sequência, começando sempre um novo
serviço no pavimento anterior 6 dias após o serviço predecessor.
11
3.3 Geração de Andamento Aleatório
3.3.1 Simulação
Como não é possível acompanhar uma obra inteira devido ao período disponível
para a realização deste trabalho, foi realizado um simulador no Microsoft Excel para
a geração de andamento físico aleatório.
Ele funciona da seguinte maneira:
1. Utiliza-se a função RANDBETWEEN (ALEATÓRIOENTRE) do excel,
que gera números aleatórios em um determinado intervalo de valores.
2. Esta função mostrará um número que corresponderá a um percentual
de andamento para cada tarefa, conforme uma tabela de ponderação.
3. Cada andamento é computado no MS Project e em seguida é feita a
análise pelo método.
3.3.2 Resultados Apurados
Os resultados se encontram nas tabelas a seguir:
Tabela 2 - Resultado da Simulação em Excel
1º Quarto 2º Quarto 3º Quarto 4º Quarto
Semana 1 37 Semana 16 82 Semana 32 56 Semana 47 86
Semana 2 54 Semana 17 27 Semana 33 82 Semana 48 89
Semana 3 12 Semana 18 30 Semana 34 97 Semana 49 96
Semana 4 35 Semana 19 5 Semana 35 44 Semana 50 95
Semana 5 54 Semana 20 25 Semana 36 35 Semana 51 39
Semana 6 9 Semana 21 37 Semana 37 53 Semana 52 6
Semana 7 93 Semana 22 70 Semana 38 85 Semana 53 16
Semana 8 40 Semana 23 94 Semana 39 79 Semana 54 47
Semana 9 36 Semana 24 98 Semana 40 85 Semana 55 22
Semana 10 15 Semana 25 52 Semana 41 91 Semana 56 94
Semana 11 68 Semana 26 64 Semana 42 82 Semana 57 64
Semana 12 10 Semana 27 52 Semana 43 46 Semana 58 33
Semana 13 69 Semana 28 78 Semana 44 31 Semana 59 86
Semana 14 17 Semana 29 10 Semana 45 97 Semana 60 9
Semana 15 72 Semana 30 68 Semana 46 46 Semana 61 80
Semana 31 25 Semana 62 93
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Tabela 3 - Ponderação da Simulação
Valores Aleatórios
Percentual Correspondente
Probabilidade
1 até 2 0% 2%
3 até 11 40% 9%
12 até 20 65% 9%
21 até 35 85% 15%
36 até 80 100% 45%
81 até 95 110% 15%
96 até 100 120% 5%
Estas tabelas combinadas geram uma tabela correspondente de andamento
percentual mostrada a seguir.
Tabela 4 - Andamento Percentual
1º Quarto 2º Quarto 3º Quarto 4º Quarto
Semana 1 100% Semana 16 110% Semana 32 100% Semana 47 110%
Semana 2 100% Semana 17 85% Semana 33 110% Semana 48 110%
Semana 3 65% Semana 18 85% Semana 34 120% Semana 49 120%
Semana 4 85% Semana 19 40% Semana 35 100% Semana 50 110%
Semana 5 100% Semana 20 85% Semana 36 85% Semana 51 100%
Semana 6 40% Semana 21 100% Semana 37 100% Semana 52 40%
Semana 7 110% Semana 22 100% Semana 38 110% Semana 53 65%
Semana 8 100% Semana 23 110% Semana 39 100% Semana 54 100%
Semana 9 100% Semana 24 120% Semana 40 110% Semana 55 85%
Semana 10 65% Semana 25 100% Semana 41 110% Semana 56 110%
Semana 11 100% Semana 26 100% Semana 42 110% Semana 57 100%
Semana 12 40% Semana 27 100% Semana 43 100% Semana 58 85%
Semana 13 100% Semana 28 100% Semana 44 85% Semana 59 110%
Semana 14 65% Semana 29 40% Semana 45 120% Semana 60 40%
Semana 15 100% Semana 30 100% Semana 46 100% Semana 61 100%
Semana 31 85% Semana 62 110%
Média no Período 85% 91% 104% 93%
3.4 Planejamento Projeto
13
3.4.1 Linha de base
Com a EAP bem definida, e com os prazos (que serão explicados na seção 3.2)
definidos, foram alocados os recursos contidos no orçamento dentro do cronograma
com a utilização do software MS Project. Tendo assim um cronograma completo.
O próximo passo para poder-se analisar o projeto e a criação de uma linha de
base, que foi criada usando o Project para somar todo o custo alocado por mês na
obra, e distribuir ao longo de todo o período previsto. A curva se encontra a seguir
no gráfico 2.
Gráfico 2 - Cruva "S" Base do Projeto
3.4.2 Distribuição de custos
Uma tabela com a participação percentual nos mostra como cada serviço
participa da curva de base da obra, como mostra a tabela a seguir:
Tabela 5 - Distribuição percentual de custos
Task Name Custo Custo
%
Projeto $3,477,706.63 100.00%
Limpeza de terreno $21,112.50 0.61%
Trabalhos em Terra $9,998.10 0.29%
Fundações $252,429.20 7.26%
Estrutura $647,191.68 18.61%
Revestimentos de Fachada $119,052.72 3.42%
Acabamentos $2,427,922.42 69.81%
Alvenaria $253,413.97 7.29%
R$ -
R$ 500,000.00
R$ 1,000,000.00
R$ 1,500,000.00
R$ 2,000,000.00
R$ 2,500,000.00
R$ 3,000,000.00
R$ 3,500,000.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Cruva "S"
Valor Previsto
14
Instalações elétricas/telefone $344,223.36 9.90%
Esquadrias e Vidros $315,092.16 9.06%
Instalações Hidrossanitárias/Gás $331,551.36 9.53%
Outras Instalações $235,756.80 6.78%
Impermeabilizações $55,523.52 1.60%
Revestimentos Internos $499,384.08 14.36%
Pinturas $227,204.37 6.53%
Serviços Complementares $165,772.80 4.77%
Entrega Final $0.00 0.00%
Como pode-se perceber, os acabamentos têm uma participação de quase 70%
do custo de obra, o que indica que existe uma grande concentração de custo na
metade final da obra, se comparado com a metade inicial. A próxima tarefa com uma
grande participação em termos de custo é a estrutura, que está concentrada
principalmente no segundo e terceiro quarto de obra.
3.4.3 Cronograma do Projeto
O prazo estipulado para este projeto foi de 15 meses, de acordo com as durações
médias estimadas previamente. O Cronograma completo se encontra no anexo 3.
15
4 Estudo de Caso e Análise dos Resultados
Será realizada uma análise de para cada período estipulado. Os dados e
indicadores referentes a cada análise se encontram em uma tabela completa com
dados provenientes do MS Project, no anexo 2.
4.1 Análise do Projeto – 25% de Duração Prevista
A análise na duração prevista de 25% ocorre ao final da 15ª semana, durante o
4º mês. Neste período o andamento médio gerado pela simulação foi de 85% como
mostra a tabela a seguir:
Tabela 6 - 25% de duração prevista
1º Quarto
Semana 1 100%
Semana 2 100%
Semana 3 65%
Semana 4 85%
Semana 5 100%
Semana 6 40%
Semana 7 110%
Semana 8 100%
Semana 9 100%
Semana 10 65%
Semana 11 100%
Semana 12 40%
Semana 13 100%
Semana 14 65%
Semana 15 100%
Média 85%
4.1.1 Análise do Progresso
A análise acontece ao final da 15ª semana, quando a obra deveria ter um
andamento de 4,52% e gastado $157.325,20. O que foi apurado na realidade foi um
16
andamento de 4.03% e $143.186,40. O Valor Agregado para o período foi de
$140.122,62. A curva “S” comparativa para o período está no gráfico abaixo:
Gráfico 3 – Curva “S” 25% Duração Prevista
Como pode-se perceber a variação entre o custo real e o valor agregado é
muito pequena no mês 4 (valores absolutos encontram-se no anexo 2). Apesar dos
valores estarem abaixo do Valor Previsto, isso não significa que a obra está
economizando, pelo contrário, ela está com uma Variação de Custo de -2.19% e uma
Variação de Prazo de -10.93%.
Estes valores representam que foi gasto 2.19% a mais do que o esperado no
orçamento para os serviços realizados no período, e não foi realizado 10.93% do
trabalho planejado.
O atraso em geral só não gerou uma perda maior em termos de custo, porque
as atividades orçadas para o período (Trabalhos em Terra e Fundações) possuem um
custo baixo com relação a obra como um todo. Mas como essas atividades fazem
parte do caminho crítico, o impacto no prazo foi bastante sentido, como mostrará o
gráfico 4.
R$ -
R$ 20,000.00
R$ 40,000.00
R$ 60,000.00
R$ 80,000.00
R$ 100,000.00
R$ 120,000.00
R$ 140,000.00
R$ 160,000.00
R$ 180,000.00
1 2 3 4 5
Análise 25% Duração Prevista
Valor Previsto
Custo Real
Valor Agregado
17
Gráfico 4 - Índices de desempenho 25% previsto
Os indicadores de desempenho nos mostram de outra maneira o que já era
evidente pelos números absolutos e percentuais, o projeto está gastando mais do que
deveria e o Índice de Produtividade está bem abaixo do esperado.
4.1.2 Projeções
Foi possível realizar projeções ao final do primeiro período apurado. As previsões
de custo são:
Otimista – $ 3.480.770,41
Realista – $ 3.553.746,66
Pessimista – $ 3.972.454,47
Já para a previsão de término foi considerado o número de dias restantes, dividido
pelo índice de desempenho de prazo (SPI) na data, e somado ao final da semana
medida. Neste caso, faltavam 350 dias, que divididos pelo SPI de 0,89, resulta em um
restante de 370 dias para o término. Como já se passaram 15 semanas, a previsão
de término é para a 68ª semana, no 16º mês.
4.2 Análise do Projeto – 50% de Duração Prevista
0.750
0.800
0.850
0.900
0.950
1.000
1.050
1 2 3 4 (até Semana 15)
Indicadores de Desempenho
CPI
TCPI
SPI
18
O Segundo quarto previsto, ocorreria ao final da 31ª semana, durante o 7º
mês de obra. Durante este período, o andamento médio foi de 91%, melhor do
que o primeiro quarto, mas mesmo assim, abaixo do que se havia previsto
anteriormente. Seguem os dados da simulação da tabela abaixo:
Tabela 7 – 50% Duração Prevista
2º Quarto
Semana 16 110%
Semana 17 85%
Semana 18 85%
Semana 19 40%
Semana 20 85%
Semana 21 100%
Semana 22 100%
Semana 23 110%
Semana 24 120%
Semana 25 100%
Semana 26 100%
Semana 27 100%
Semana 28 100%
Semana 29 40%
Semana 30 100%
Semana 31 85%
Média no período 91%
4.2.1 Análise do Progresso
Como pela simulação o andamento continuou abaixo de 100%, o andamento
físico foi de 12.13% contra 15.24% de andamento esperado. O projeto gastou
$431.278,85 quando era esperado gastar $530.054,02, e o Valor Agregado das
tarefas executadas foi de $421.850,34.
19
Gráfico 5 - Curva “S” 50% Duração Prevista
A variações permanecem as mesmas, Custo Real está abaixo do Valor
Previsto e o Valor Agregado abaixo do Custo Real. Durante esse período as
diferenças aumentaram, Variação de Custo passou para -2.24% e a Variação de
Prazo -20.41%.
Os números mostram que a perda em relação ao orçamento variou um pouco
para baixo com relação ao mês anterior, e o CPI não está tão abaixo do TCPI,
mostrando que pode ser possível uma recuperação de custo. Já a Variação de Prazo,
aumentou consideravelmente. Com 50% de prazo previsto já incorrido, o projeto
aponta para um atraso.
As atividades contidas no período têm um custo maior comparadas com o
período anterior, mas como o andamento médio foi maior, a diferença no custo não
foi tão acentuada. A diferença com relação ao prazo foi bastante sentida novamente
pelo atraso em atividades no caminho crítico.
R$ -
R$ 100,000.00
R$ 200,000.00
R$ 300,000.00
R$ 400,000.00
R$ 500,000.00
R$ 600,000.00
1 2 3 4 5 6 7
Análise 50% Duração Prevista
Valor Previsto
Custo Real
Valor Agregado
20
Gráfico 6 - Índices de desempenho 50% previsto
Os Índices no gráfico 6 mostram com mais clareza o que ficou evidenciado pelos
dados anteriores.
4.2.2 Projeções
As projeções de custo ao final do segundo período são:
Otimista – $ 3.487.135,14
Realista – $ 3.555.434,65
Pessimista – $ 4.356.773,70
A previsão pessimista está bem exagerada devido ao baixíssimo Índice de
Desempenho de Prazo.
A previsão para o término foi calculada da mesma maneira que no período
anterior, e o resultado é uma estimativa de término para a 70ª semana, no 16º mês.
4.3 Análise do Projeto – 75% de Duração Prevista
Os 75% previstos de projeto terminariam com a semana 46, no 11º mês. O
andamento aleatório médio no período foi de 104%.
0.750
0.800
0.850
0.900
0.950
1.000
1.050
4 5 6 7 8 (até Semana31)
Indicadores de Desempenho
CPI
TCPI
SPI
21
Tabela 8 - 75% Duração Prevista
3º Quarto
Semana 32 100%
Semana 33 110%
Semana 34 120%
Semana 35 100%
Semana 36 85%
Semana 37 100%
Semana 38 110%
Semana 39 100%
Semana 40 110%
Semana 41 110%
Semana 42 110%
Semana 43 100%
Semana 44 85%
Semana 45 120%
Semana 46 100%
Média no Período 104%
4.3.1 Análise no Período
Pela primeira vez durante a obra, o andamento no período excedeu o
planejado. Mas mesmo com essa superação, não foi possível recuperar o atraso em
termos de andamento físico de obra, 48.63% realizado contra 64.05% previsto no
período. Foram gastos $ 1.686.787,90 contra $ 2.227.541,06 previsto, mas o Valor
Agregado foi de $ 1.691.166,86, significando que o que foi produzido até o momento
custou menos do que deveria ter custado, apontando uma possível economia com
relação ao valor orçado.
Gráfico 7 - Curva “S” 75% Duração Prevista
R$ -
R$ 500,000.00
R$ 1,000,000.00
R$ 1,500,000.00
R$ 2,000,000.00
R$ 2,500,000.00
R$ 3,000,000.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Análise 75% Duração Prevista
Valor Previsto
Custo Real
Valor Agregado
22
Nos gráficos 7 e 8 fica evidenciado que durante o mês 11 foi registrado o
primeiro momento em que o CPI ultrapassa o TCPI.
A explicação para a crescente no Índice de Desempenho de Custo se dá pelo
fato de que o terceiro quarto de duração prevista é o período em que se concentra a
maior parte dos gastos do projeto (Acabamentos em geral). Como o andamento real
foi melhor do que o esperado pelo planejamento, pôde-se recuperar a perda com
relação ao valor orçado nos períodos anteriores.
Gráfico 8 - Índices de desempenho 75% previsto
Após uma queda até o mínimo registrado por mês (0,66), o SPI voltou a subir e
fechou o período igual a 0,759.
4.3.2 Projeções
As projeções de custo ao final do segundo período são:
Otimista – $ 3.473.327,67
Realista – $ 3.468.701,75
Pessimista – $ 4.033.857,47
Devido a recuperação do Índice de Desempenho de Custo, tanto a Previsão
Realista quanto a Pessimista baixaram bastante se aproximando mais da Otimista.
0.600
0.650
0.700
0.750
0.800
0.850
0.900
0.950
1.000
1.050
8 9 10 11(até Semana 46)
Indicadores de Desempenho
CPI
TCPI
SPI
23
A Previsão de término aponta para o final de obra junto na 68ª semana, voltando
para a mesma previsão do primeiro período.
4.4 Análise do Projeto – Final
O marco de 100% de duração prevista, ocorreria na semana número 62 durante
o 15º mês. Como o andamento indicado na tabela 9 foi inferior ao planejado, e o
projeto já havia um acumulo de atraso dos períodos passados, a obra não terminou
na data prevista, sendo necessário realizar uma nova simulação.
Tabela 9 - 100% Duração Prevista
4º Quarto
Semana 47 110%
Semana 48 110%
Semana 49 120%
Semana 50 110%
Semana 51 100%
Semana 52 40%
Semana 53 65%
Semana 54 100%
Semana 55 85%
Semana 56 110%
Semana 57 100%
Semana 58 85%
Semana 59 110%
Semana 60 40%
Semana 61 100%
Semana 62 110%
Média no Período 93%
Esta simulação encontra-se nas tabelas 10 e 11, e foi realizada até a semana
67 somente por precaução, já que a quantidade de trabalho a ser realizada era baixa,
e o andamento físico necessário restante era de 0,42%.
Tabela 10 – Resultado da Simulação do Período de Atraso
Atraso 5º Quarto
Semana 63 87
Semana 64 28
24
Semana 65 85
Semana 66 79
Semana 67 96
Tabela 11 - Andamento no Período de Atraso
Atraso 5º Quarto
Semana 63 110%
Semana 64 85%
Semana 65 110%
Semana 66 100%
Semana 67 120%
Média 105%
4.4.1 Análise no período
Na data prevista para término o andamento físico foi de 99,58%, e chegou a
100%, de acordo com a nova simulação, em mais duas semanas, totalizando 64
semanas de projeto. Até a semana 62, a obra teve um Custo Real de $ 3.407.288,76
e um Valor Agregado de $ 3.462.971,00. O Valor Previsto, é igual ao valor total
previsto em orçamento, já que a obra deveria ter terminado neste período.
O Valor Agregado se mantém acima do Custo Real, o que mostra uma
economia nos serviços realizados. Além disso está bem próximo do Orçamento no
Término, com uma Variação de Prazo absoluta de $ -14.735,63, que indica que resta
pouco trabalho para ser realizado.
Gráfico 9 - Análise de Final de Projeto
R$ -
R$ 500,000.00
R$ 1,000,000.00
R$ 1,500,000.00
R$ 2,000,000.00
R$ 2,500,000.00
R$ 3,000,000.00
R$ 3,500,000.00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Análise Final
Valor Previsto
Custo Real
Valor Agregado
25
Os indicadores não são necessários na análise final devido ao fato de o SPI
tender a 1 e o TCPI tender a 0 ao final do projeto. Por isso foi feito um gráfico com o
CPI que evidencia melhor a economia, que foi de $ 57.186,4. Este valor representa
uma Variação de Custo Percentual de 1.64%.
Gráfico 10 - CPI ao final do projeto
4.5 Comparação
Ao final do projeto é possível realizar comparações para mostrar as diferenças
e os possíveis problemas evidenciados pelos diversos indicadores.
4.5.1 Duração Total
Foi estimado no planejamento inicial da obra, uma duração total de 311, e a
realidade da obra mostrou uma duração total de 320 dias, um atraso de 2,86%.
Estas duas semanas de obra, acarretam vários problemas para a construtora
que não foram aferidos no presente trabalho, como por exemplo insatisfação de
possíveis compradores do imóvel que receberão os apartamentos fora do prazo
combinado.
0.900
0.950
1.000
1.050
1.100
11 12 13 14 15(AtéSemana
62)
15( Atraso)
Indicadores de Desempenho
CPI
26
De acordo com o artigo de (NAKAMURA, 2014), um atraso de um mês de obra
chega a representar uma perda de 0,7% a 1% do Valor Geral de Vendas de um
empreendimento. Por isso este atraso, mesmo que pareça pequeno, deve ser
analisado e as conclusões devem ser utilizadas para a retroalimentação de
planejamentos futuros.
4.5.2 Estimativas no Término
O gráfico 11, é composto das três previsões realizadas a cada mês distribuídos
ao longo de toda a duração do projeto.
Gráfico 11 - Comparativo de Previsões
É possível perceber que devido a um SPI muito baixo até a semana 11, a previsão
pessimista destoa muito das outras, não sendo possível levar em consideração como
um valor possível.
$3,200,000.00
$3,400,000.00
$3,600,000.00
$3,800,000.00
$4,000,000.00
$4,200,000.00
$4,400,000.00
$4,600,000.00
$4,800,000.00
$5,000,000.00
Comparativo de Previsões
CustoRealEAC Otm
EAC Real
EAC Pes
27
Como a obra apresentou economia, já era de se esperar que a previsão que mais
se aproximou durante todo o período foi a Otimista. Já que pela sua definição pela
sua definição não considera o SPI nem o CPI no cálculo, e os mesmos ficaram abaixo
de 1 durante boa parte do tempo.
4.5.3 Variação no Término
A distribuição de Variação no Término prevista por mês mostra melhor o que
já foi percebido durante a avaliação no marco de 75% de duração prevista. Entre o
Mês 10 e o Mês 11 de obra, começou-se a apontar uma variação positiva, indicando
uma economia.
Gráfico 12 - Variação no Término por Mês
De acordo com o artigo de (Nakamura, 2014), a prática esperada no mercado
para um bom orçamento é um desvio de no máximo 3%. Como a variação de custo
final apurada foi de 1,64%, o método de orçamentário junto com os critérios utilizados
estão condizentes com a realidade.
($150,000.00)
($100,000.00)
($50,000.00)
$0.00
$50,000.00
$100,000.00
$150,000.00
Variação no Término
28
4.5.4 Variações por Tarefa
Com o software MS Project é possível realizar rápidas análises. Por isso foi
possível analisar ao final da obra cada tarefa realizada, podendo se obter um maior
controle e melhor identificação do problema para obras futuras.
Tabela 12 – AVA por Tarefa
29
No
me d
a T
are
fa
Valo
r P
revis
to
Valo
r A
gre
gad
o
Cu
sto
Real
Vari
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3
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56
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0
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30
A tabela 12 é uma etapa muito importante para entender possíveis pontos de
atenção para projetos futuros, e também analisar e avaliar se o planejamento e
orçamento foram coerentes com a realidade mais a fundo, e poder identificar
possíveis desvios em cada etapa construtiva da obra.
As duas etapas da obra que estouraram o orçamento foram as Fundações e os
Serviços Complementares, com uma Variação de Custo de -3% e -6%
respectivamente. Pela análise do custo geral de obra, o orçamento foi bom, mas essas
duas etapas podem ser melhor orçadas, para melhorar ainda mais as previsões
futuras.
Etapas que economizam muito em relação ao orçamento também são prejudiciais
no orçamento, porque dependendo da viabilidade do negócio, caso o custo de obra
esteja muito alto, o empreendimento não é construído. É o caso de Instalações
Elétricas/Telefone, Revestimentos Internos e Pinturas, que foram aferidas Variações
de Custo de 4%, 6% e 7%.
Todas estas variações de custo estão diretamente relacionadas com as durações
estimadas para as tarefas. Por isso, após feita está análise, é necessário
retroalimentar os responsáveis pelo planejamento e orçamento com estas
informações de pós projeto, para buscar a melhoria contínua e tentar acertar cada vez
mais o planejamento em geral.
31
5 Considerações finais
O presente trabalho teve objetivo de mostrar a utilização do método da Análise
do Valor Agregado em uma situação mais real possível. Com esta simulação foi
possível chegar bem próximo de um andamento real encontrado em qualquer obra
realizada pelo Brasil. Esta comparação com a realidade mostra como a utilização da
AVA pode ser aplicada.
Outro objetivo atingido foi o de mostrar a importância dessa análise para o
controle de projetos dentro da construção civil. Com uma vasta gama de indicadores
e dados, os responsáveis pelo projeto podem ter previsões de términos e se preparar
para os resultados de conclusão muito antes do que normalmente acontece sem a
utilização do método.
Além das previsões, podem ser gerados dados de benchmarking para os
planejadores ou empresas responsáveis pelo projeto. Esses dados são tanto em
termos de custo quanto prazo de tarefas, e com eles os próximos planejamentos serão
cada vez mais precisos, tornando uma previsão muito mais confiável.
Todos os fatores positivos gerados pelo método só são possíveis se forem
realizados orçamentos detalhados, planejamento adequado e um escopo bem
definido.
Podemos concluir que o AVA muito importante para o projeto se manter dentro
do prazo e dentro do custo, mesmo com os imprevistos que são de costume no
cenário atual.
32
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33
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37
Anexo 2 – Resultados da Análise do Valor Agregado
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48
.63
%
64
.05
%
($5
36
,37
4.2
1)
$4
,37
8.9
5
$3
,46
8,7
12
.49
11
$2
,642
,890
.33
$
2,2
83,4
45.2
5
$2
,21
1,7
12
.99
6
5.6
6%
7
6.0
0%
($
35
9,4
45
.08
) $
71
,73
2.2
6
$3
,36
8,4
61
.03
12
$3
,154
,656
.70
$
2,8
93,5
98.7
2
$2
,83
4,1
18
.33
8
3.2
0%
9
0.7
1%
($
26
1,0
57
.99
) $
59
,48
0.3
9
$3
,40
6,2
23
.48
13
$3
,391
,770
.68
$
3,2
98,6
26.0
8
$3
,24
3,5
81
.74
9
4.8
5%
9
7.5
3%
($
93
,14
4.6
0)
$5
5,0
44
.34
$
3,4
19
,67
4.0
0
14
$3
,468
,127
.67
$
3,4
51,5
10.1
8
$3
,39
6,9
97
.62
9
9.2
5%
9
9.7
2%
($
16
,61
7.4
9)
$5
4,5
12
.57
$
3,4
22
,78
0.5
1
15
(Até
Sem
ana
62
) $
3,4
77
,706
.63
$
3,4
62
,971
.00
$
3,4
07
,288
.76
9
9.5
8%
1
00
.00
%
($14
,735
.63
) $
55
,68
2.2
4
$3
,42
1,7
87.4
8
15
( A
tras
o )
$
3,4
77,7
06.6
3
$3
,477
,706
.63
$
3,4
20
,52
0.2
3
10
0.0
0%
1
00
.00
%
$0
.00
$
57
,18
6.4
0
$3
,42
0,5
20
.23