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JUNHO/2018 ESPECIAL ABCFARMA Dia dos Avós Sintomas crônicos ou sinais de envelhecimento? A maturidade da Farmácia

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Especial Sênior

No dia 26 de julho, comemo-ra-se o Dia dos Avós. E se-ria importante aproveitar

essa data, entre outras ações de saúde, para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce de doenças relacionadas ao aparelho respiratório – cujos sintomas podem ser confundidos com sinais comuns de envelhecimento. Tosse, chiado no peito, falta de energia, falta de ar e di�culdade para realizar ativida-

des diárias também são indícios de Doença Pulmonar Obstrutiva Crô-nica (DPOC), denominação usada para classi�car a bronquite crônica e o en�sema pulmonar. De acordo com a pesquisa nacional Panorama da Saúde Respiratória do Brasileiro, encomendada ao IBOPE Inteligência pela Boehringer Ingelheim do Brasil e realizada com 2.010 pessoas, 55% dos entrevistados dizem não saber nada a respeito da DPOC.

A DPOC é uma doença que atinge sete milhões de pessoas no país e é a quin-ta causa de morte no mundo; além da di�culdade de respirar, leva ao cansaço progressivo e constante, o que impossi-bilita uma série de atividades de rotina. “É comum que as pessoas atribuam a falta de ar, tosse frequente e aumento na produção de muco como sinais co-muns do envelhecimento – mas podem ser indícios do desenvolvimento de DPOC”, comenta o Dr. Mauro Gomes,

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Coordenador da Comissão de Infec-ções Respiratórias da Sociedade Bra-sileira de Pneumologia e Tisiologia e Professor da Disciplina de Pneumolo-gia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. “Como se trata de uma doença que não tem cura, é recomendado que, com a persistência desses sintomas, o paciente procure a ajuda de especialistas o quanto antes, para que o diagnóstico seja realizado antes que a capacidade pulmonar seja comprometida. O tratamento deve ser iniciado imediatamente”, completa.

Dentre os fatores de risco que con-tribuem para o desenvolvimento da DPOC estão o tabagismo e a

exposição a diversos poluentes. Gil-berto Pucca, portador de DPOC há 15 anos e presidente da Associação Brasileira de Pacientes Portadores de DPOC (ABP-DPOC), chama atenção para a importância da conscientização sobre o tema: “Auxiliamos centenas de pacientes e observamos que, conforme a DPOC evolui, a função pulmonar piora, prejudicando a qualidade de vida do paciente. Trata-se de uma do-ença que limita a vida das pessoas, im-pedindo que elas possam aproveitar momentos de alegria com a família. Atividades simples, como pegar os ne-tos no colo, se tornam extremamente difíceis. Por isso, queremos aproveitar

o Dia dos Avós para conscientizar as pessoas a não negligenciarem os pri-meiros sintomas quando eles surgi-rem”, �naliza.

Impacto econômicoO diagnóstico precoce é fundamen-tal para o tratamento adequado da DPOC, doença responsável por 40 mil mortes anuais no Brasil. Na última década, a média de gastos com internações por DPOC no país chegou a R$ 100 milhões de reais, o dobro investido nos anos 90 – o que indica a crescente incidência da doença e preocupação com essa questão de saúde pública.

TratamentoO tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica deve envolver, além do médico, um �sioterapeuta especia-lizado. A medida inicial obrigatória é a interrupção do tabagismo – se for o caso. De acordo com o grau da doença, o médico pode prescrever anti-in�ama-tórios, broncodilatadores, corticoides e oxigenioterapia (em casos mais graves e avançados).A oxigenioterapia é o melhor recurso terapêutico para a doença pulmonar obstrutiva crônica avançada. Outros recursos não medicamentosos são: rea-bilitação pulmonar, dieta que contenha mais gordura, suporte ventilatório me-cânico e cateter de oxigênio conectado ao nariz. O �sioterapeuta dispõe de vá-rias técnicas especí�cas para ajudar os pacientes. O tratamento da doença pul-monar obstrutiva crônica necessita de manobras de higiene respiratória, rea-bilitação pulmonar, drenagem postural, percussão pulmonar manual, etc. q

Sobre a DPOCA OMS projeta que, em 2030, a DPOC será a terceira causa de morte no mundo. Hoje, a DPOC atinge 210 milhões de pessoas no mundo. Apesar disso, um em cada dois brasileiros nunca ouviu falar da Doença Pulmonar Obstrutiva Crô-nica (DPOC), enfermidade que atinge sete milhões de pessoas no país. Todos os anos, a DPOC leva a óbito cerca de 40 mil brasileiros, o equivalente a quatro pacientes por hora, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença custa aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões por ano.

Segundo o Gold – Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crô-nica – um programa mundial que atua com o objetivo de sistematizar, padro-nizar e orientar o diagnóstico e tratamento da DPOC, existem cinco perguntas básicas que ajudam o pro�ssional de saúde a identi�car pacientes que podem ter a doença - e que talvez confundam esses sinais como parte do processo de envelhecimento:

3 Possui mais de 40 anos?3 Fumante ou ex-fumante?3 Tosse frequente?3 Expectoração ou “catarro” constante?3 Cansaço ou di�culdade para respirar, como subir escadas ou caminhar?

Sobre a DPOC Tratamento

Coordenador da Comissão de Infec exposição a diversos poluentes. Gil

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Para muitos, os idosos ainda são vis-tos como estorvo. Esse desrespeito pode ser observado diariamen-

te nas grandes cidades brasileiras. Por exemplo, quando pessoas não respeitam os bancos especiais separados nos trans-portes públicos para idosos. O simples fato de tais bancos existirem já demonstra essa desconsideração, pois a educação de-veria fazer com que os mais jovens cedes-sem seu assento naturalmente, sem ne-cessidade de haver lei e bancos especiais. Qual é o tamanho dessa população no Brasil de hoje e sua importância para o varejo? E como a farmácia deve atender esse cliente tão especial?O IBGE apresenta informações de que os idosos (pessoas acima de 60 anos) já são quase 26 milhões de pessoas no país (13% da população) – e nos próximos 20 anos esse número deve triplicar. Nesse mesmo período, a expectativa de vida também deve saltar de 75 para 81 anos. Portanto, teremos uma quantidade maior de idosos e com uma vida mais longa. Além desses dados numéricos, observamos também mudanças importantes nas características

dessa população. De modo geral, é mui-to mais ativa do que os idosos de 30 ou 40 anos atrás. Também é mais vaidosa e preocupada com a saúde. Quer viver mais e com qualidade. Tudo isso já pro-voca impactos em nossas farmácias, que se tornarão maiores e mais numerosas a cada ano. Como teremos os idosos cada vez mais como principais frequentado-res do varejo farmacêutico, as farmácias precisam se adaptar para atendê-los melhor, o que também será uma grande oportunidade para o segmento.Primeiro vamos enumerar o que as farmácias precisam fazer para se adaptar à terceira idade:

1 Ter um atendimento mais atencio-so. Como o idoso tem necessidades diferentes, quem o atende deve ter

competências também diferentes, como mais atenção, paciência e carinho. Não signi�ca tratá-lo como inválido, mas entender que esse consumidor pode ter di�culdades para ler e escutar, por exemplo.

2 Em termos de estrutura, algu-mas adaptações devem ser feitas para facilitar a acessibilidade:

menos degraus e mais rampas, além de cadeiras para descanso e espera de atendimento. E que o piso não seja escorregadio.

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3 A sinalização deve ser mais clara e visível, para atender às di�culdades visuais do idoso.

4 Os produtos dirigidos a esse consu-midor também devem ser expostos mais à vista e em locais de fácil acesso.

5 O ambiente deve ser tranquilo, com cores neutras e sem música alta, por exemplo.

6 Sem esquecer nunca que o idoso deve ter atendimento preferencial, tanto no balcão quanto no caixa.

7 Ter sempre em estoque os medica-mentos mais usados por essa faixa da população, principalmente os de uso

contínuo. E atenção farmacêutica para

orientar sobre o uso correto e importância de não interromper a medicação.Agora vamos ver os diferenciais que uma farmácia pode ter para transformar essa mudança do per�l da população e oportu-nidades para vendas em benefícios para a loja.

1 Ter produtos voltados para o idoso. Ele não pode ser visto apenas como consumidor de remédios. Com o

sistema de Farmácia Popular, que lhe permite acesso gratuito a medicamentos, ele tem melhores condições de consumir outros produtos, como:3 Higiene pessoal, perfumaria e cosméticos3 Tinturas para cabelos3 Cremes para tratamento e rejuvenescimento da pele3 Hidratantes3 Protetor solar3 Fraldas para incontinência3 Vitaminas3 Maquiagem3 Dietéticos3 Dermatológicos3 Para próteses dentárias

2 Palestras e atividades para idosos. Palestras que orientem sobre os cuidados

especiais que o idoso deve ter com hipertensão, diabetes, etc. A farmácia também pode realizar campanhas para controle dessas disfunções. Em parceria com os clubes da região, a farmácia também pode organizar cursos, passeios, bailes, degustações, caminhadas, sessões de massa-gens e outras atividades físicas. É importante que atividades fí-sicas, como sessões de ginástica, sejam realizadas por profissio-nais habilitados.Durante anos, as farmácias ofe-receram descontos para idosos na compra de medicamentos. Agora com os descontos dos pla-nos de saúde e a Farmácia Popu-lar, isso já não é mais um dife-rencial. É preciso ir muito além, criando um relacionamento me-nos comercial e mais humano.

Boas vendas!

A maturidade da Farmácia Américo José da Silva FilhoSócio Diretor da Cherto Atco

Educação [email protected]

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