ANÁLISE DE FLUXO DE POTÊNCIA EM REGIME PERMANENTE DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
Sistemas Elétricos de Potência I - 1
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-
Universidade Federal do Tringulo Mineiro Instituto de Cincias Tecnolgicas e Exatas
Departamento de Engenharia Eltrica
Prof. Fabrcio Augusto Matheus Moura, Dr
E-mail: [email protected]
Sistemas Eltricos de Potncia I
-
AGENDA
1. Introduo
2. Clculo de faltas simtricas
3. Componentes simtricos
4. Clculo de faltas assimtricas
5. Fluxo de potncia nos sistemas eltricos
Sistema avaliativo
I. 1 Avaliao 08/04/2015 20,0 pontos.
II. 2 Avaliao 18/05/2015 30,0 pontos. Entrega de estudo de caso
(10,0 pontos).
III. 3 Avaliao 29/06/2015 30,0 pontos. Entrega de atividade
avaliativa (10,0 pontos).
-
Bsica
1- Kagan et. al., Introduo a Sistemas Eltricos de Potncia 2 ed., Editora Edgard Blucher, 2011.
2- Zanetta, L. C., Fundamentos de Sistemas Eltricos de Potncia, Livraria da Fsica, 2006.
3- Expsito, G., Sistemas de Energia Eltrica, LTC, 1 ed., 2011.
Complementar
1- Stevenson, W. e Grainger, J., Power System Analysis, McGraw-Hill, 1 ed., 1994.
2- Arajo, A. E. A. e Neves, W. L. A., Clculo de Transitrios Eletromagnticos em Sistemas de Energia, Editora UFMG, 2005. 3- Zanetta, L. C., Transitrios Eletromagnticos em Sistemas de Potncia, Editora EDUSP, 2003.
4- Bergen, A. R. and Vittal, V., Power Systems Analysis, Prentice Hall, 2 ed., 1999.
5- Greenwood, A., Electrical Transients in Power Systems, Wiley, 2 ed., 1991.
-
1- Introduo Conceitos
1.1- Conceitos bsicos do setor eltrico
Programa de Reestruturao do Setor Eltrico Brasileiro RESEB, ocorrigo na dcada de 1990
Antes da RESEB
As tarifas de energia eram nicas para todo o Pas;
No considerava-se as particularidades de cada regio;
Valor das tarifas ferramenta de controle da inflao
Empresas eram verticalizadas (gerando, transmitindo e distribuindo a energia a seus clientes)
Obs: Os investimentos em gerao se estagnaram. Tal fato, aliado a escassez de
chuvas, levou ao racionamento de energia eltrica ocorrido entre junho de 2001 e
fevereiro de 2002.
-
Aps a RESEB:
As empresas de gerao e comercializao passaram a atuar em um mercado livre, onde impera a competitividade e a concorrncia
As distribuidoras e transmissoras passaram a atuar de forma controlada, em um mercado totalmente regulado
-
1.2- Principais entidades do setor eltrico
1.2.1- Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL
Responsvel pela regulao e fiscalizao do servio prestado no somente pelas distribuidoras e pelas transmissoras, que atuam em um mercado regulado, mas
tambm pelas geradoras e comercializadoras.
Criada em 1996
Alguns estados possuem agncias locais, encarregadas de auxiliar a ANEEL na fiscalizao.
Por exemplo: No estado de So Paulo, temos a Agncia Reguladora de Saneamento e Energia ARSESP e o estado do Rio Grande do Sul possui a Agncia
Estadual de Regulao dos Servios Pblicos Delegados do RS AGERGS.
-
1.2.1- Agncia Nacional de Energia Eltrica ANEEL
A figura abaixo, apresenta os estados do Pas que possuem agncias regionais.
-
Constituem atribuies da ANEEL:
A mediao de eventuais conflitos existentes entre os agentes do setor eltrico e entre estes e os consumidores;
Definir as tarifas cobradas dos consumidores, garantindo valores justos em relao aos custos operacionais das
empresas e a qualidade do servio prestado;
Apurar a qualidade do servio prestado por meio de indicadores predefinidos;
Fiscalizar os investimentos na manuteno e expanso da rede eltrica, realizados pelas empresas do setor eltrico
-
1.2.2- Cmara de Comercializao de Energia Eltrica CCEE
Tem como funo controlar e viabilizar as transaes de energia eltrica das geradoras, das distribuidoras e das comercializadoras
Dentre as principais atribuies da CCEE, destacam-se:
Registrar os contratos de fornecimento de energia eltrica entre as empresas do setor eltrico;
Prover a medio e o registro da energia eltrica gerada, transmitida e consumida;
Estabelecer o Preo de Liquidao das Diferenas (PLD1) do mercado de curto prazo;
Apurar eventuais descumprimentos de limites de contratao de energia eltrica e, quando necessrio, aplicar as respectivas penalidades;
Promover os leiles de compra e venda de energia eltrica, conforme delegao da ANEEL;
Monitorar se as empresas do setor eltrico esto cumprindo as regras e procedimentos de comercializao de energia eltrica
-
1- O PLD utilizado para definir o valor de compra e venda de energia eltrica no
mercado de curto prazo, para as empresas que atuam no mercado livre.
1.2.3 Operador Nacional do Sistema Eltrico ONS
Criado em 1998
Coordenar e controlar a operao das instalaes de gerao e transmisso de energia eltrica no Sistema Interligado Nacional SIN
Fornece todas as informaes sobre a energia que circula pelo sistema eltrico brasileiro
Tem como propsito garantir a continuidade do fornecimento, evitando interrupes, ou na sua ocorrncia, reduzindo ao mnimo possvel o tempo
sem fornecimento de energia eltrica
Controla usinas de mdio e grande portes, bem como linhas de transmisso de tenso superior a 230kV
Para tenses < 230kV, fica a cargo da transmissora ou distribuidora local, a responsabilidade pelo restabelecimento da energia eltrica
-
1.2.4 Empresa de Pesquisa Energtica EPE
Necessidade de haver uma entidade que realizasse o planejamento estratgico de longo prazo da expanso do sistema eltrico
Criou-se em 2004 a EPE
Tem como finalidade a prestao de servios na rea de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energtico, tais
como:
Energia eltrica;
Petrleo;
Gs natural e seus derivados;
Carvo mineral;
Fontes renovveis;
Eficincia energtica, etc
-
1.2.4 Empresa de Pesquisa Energtica EPE
Faz o planejamento da expanso do sistema eltrico e realiza os estudos preliminares de viabilidade at a preparao para o leilo que define o
responsvel pela construo da usina
Plano Decenal de Energia;
Plano Nacional de Energia;
Balano Energtico Nacional
PNE:
http://www.epe.gov.br/Estudos/Paginas/Plano%20Nacional%20de%20Energi
a%20%E2%80%93%20PNE/EPEdivulgaestudosobredemandadoPNE2050.asp
x
-
1.3 Matriz energtica
Mapeamento de todas as fontes energticas que contribuem para o fornecimento total de energia do local estudado, com o seu respectivo
porcentual de contribuio
http://www.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.pdf
-
1.4 Capacidade de gerao do Brasil
O Brasil possui no total 3.631 empreendimentos em operao , totalizando 134.793.721 kW de potncia instalada
Est prevista para os prximos anos uma adio de 36.346.976 kW na capacidade de gerao do Pas, proveniente dos 197 empreendimentos
atualmente em construo e mais 588 em Empreendimentos com Construo
no iniciada.
*Os valores de porcentagem so referentes a Potncia Fiscalizada. A Potncia Outorgada
igual a considerada no Ato de Outorga. A Potncia Fiscalizada igual a considerada a
partir da operao comercial da primeira unidade geradora.
-
1.4 Capacidade de gerao do Brasil
-
1.4 Capacidade de gerao do Brasil
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm
-
At por volta de 1950, a maioria dos sistemas eltricos
funcionavam como unidades separadas, onde poucos geradores
alimentavam pequenas regies, por intermdio de alguns
transformadores e linhas de transmisso.
Com o crescimento do consumo e com o desejo de maior
confiabilidade de funcionamento, os sistemas prximos foram
interconectados (Exemplo: CEMIG c/ FURNAS, CESP,
ESCELSA, etc.).
Hoje em dia, a troca de energia entre companhias bastante
comum no Brasil.
-
Sistema Interligado Sul/Sudeste/Centro-Oeste
-
A interconexo de sistemas trouxe, alm dos benefcios, novos
problemas.
A maioria deles, no entanto, foram solucionados
satisfatoriamente. Assim, por exemplo, a existncia de um maior
nmero de mquinas interligadas, faz com que a corrente que
circula durante um curto-circuito seja aumentada, obrigando
instalao disjuntores de maior capacidade
Alm disso, as perturbaes causadas por um curto-circuito em
um sistema, podem se estender, indesejavelmente, aos sistemas a
ele interligados
-
O planejamento da operao, o aperfeioamento e a expanso de
um sistema eltrico de potncia, exigem, em geral, as seguintes
anlises:
a) estudos de fluxo de carga (determinao das correntes e
potncias transferidas ao longo do sistema, magnitude das
tenses);
b) clculos de curto-circuitos (estudos necessrios para assegurar
que os equipamentos no sero destrudos devido s solicitaes
de correntes de curto-circuito e para auxiliar na parametrizao de
rels);
-
c) estudos de estabilidade (estudos requeridos para assegurar
que as mquinas rotativas, conectadas ao sistema, permanecero
estveis, em operao, quando ocorrerem falhas no sistema);
d) estudos de transitrios eletromagnticos (anlises requeridas
para estudar, por exemplo, os efeitos causados por descargas
atmosfricas e por chaveamentos nos elementos componentes do
sistema eltrico).
e) estudos de fluxo harmnico (com o crescente uso dos
tiristores em conversores, inversores, etc., estudos harmnicos
tambm podem ser necessrios para analisar os efeitos das
correntes e tenses harmnicas ao longo de um sistema eltrico).
-
Todas essas anlises podem ser realizadas atravs de simulaes em programas digitais.
Requisitos para um engenheiro eletricista trabalhar em empresas
concessionrias de energia eltrica ou em grandes indstrias:
Deve conhecer os mtodos para realizar os estudos anteriormente mencionados
Deve saber operar os respectivos programas digitais e analisar os resultados de tais estudos
-
Cada tipo de estudo (fluxo de carga, curto-circuito, transitrios, estabilidade, harmnicos, etc.) requer que os elementos eltricos
constituintes do sistema (geradores, motores, transformadores,
linhas, etc.) sejam modelados adequadamente para cada estudo
Assim, uma linha de transmisso, para um estudo de curto-circuito, poder ter suas capacitncias shunt omitidas, sem que o
resultado final seja significantemente alterado
Por outro lado, para um estudo de fluxo de carga, essas mesmas capacitncias devem ser includas, sob pena do resultado final ser
bastante impreciso
-
Neste curso, sero estudadas as representaes de um sistema eltrico visando as anlises de curto-circuito e
de fluxo de potncia.
-
2- Diagrama Unifilar
Para maior facilidade nos clculos, a maioria dos estudos mencionados so efetuados pressupondo-se que o sistema
eltrico trifsico balanceado
Para tal, algumas hipteses simplificadoras so assumidas:
a) As trs fases do sistema so idnticas, ou seja, as linhas de
transmisso so transpostas, os transformadores so
simtricos, etc.
b) As cargas, nas 3 fases, so idnticas.
-
L R
L
L
R
R
X
XL
L
XL
RLRL
RL
A
Zg
Zg
Zg
E a N
N N E a 120 o
E a 240 o
L
LL
R
R
R
L
L
L
L R
Z
N
ZLg
A B
L
-
Para cargas conectadas em a representao unifilar pode ser utilizada, desde que se represente
as cargas conectadas em pelo seu equivalente Y
(atravs de uma transformao Y)
-
2.1- Representao dos elementos do sistema
2.1.1- Linhas areas de transmisso
As linhas de transmisso podem ser representadas por, pelo menos, trs categorias diferentes, dependendo do seu comprimento e do nvel de tenso.
Linhas curtas (at 80 km)
A capacitncia shunt para terra (tambm conhecida por line charging) das linhas curtas, pequena e, normalmente, pode ser desprezada
-
RCARGA
XL
I
Es
L
Linhas mdias (entre 80 - 250 km)
Os dois modos usuais de representao de linhas de
transmisso de porte mdio, so os tipos T nominal e
nominal
-
EsZ / 2.
Z / 2.
Y. Z
.L
EsZ .
Y / 2. Z
.LY / 2
.
O circuito mais usado que o circuito T, uma vez que a localizao da capacitncia no meio do trecho acrescenta um n ao
sistema, complicando o problema sob o ponto de vista matemtico
-
Z / 2.
Z / 2.
Y.
Y.
Y.
Y.
Z / 2.
Z / 2.
Z / 2.
Z / 2.
Z / 2.
Z / 2.
Z.
Y / 2.
Z.
~
Z.
Z.
Y / 2.
Y / 2.
Y / 2. Y / 2
.
Y / 2.
Y / 2.
Y / 2.
~
Z.
Y.
Z.
~
Z.
Z.
Y.
Y.
Y.
p
-
Linhas longas (acima de 250 km)
Para manter-se a preciso do modelo , adota-se o circuito -equivalente:
Z ' .
Y ' / 2.
Y ' / 2.
.senh
Z
ZY
ZY
.( / /
Ytgh ZY
ZY
2
2
Z=
Y=
-
2.1.2- Cabos
As capacitncias dos cabos, para um mesmo comprimento de condutor, so maiores do que aquelas das linhas areas.
Assim, exceto para estudos de curto-circuito, mesmo um cabo curto deve ter sua representao feita atravs do modelo .
2.1.3- Mquinas Sncronas
Quando ocorre uma falta num circuito de potncia, a corrente
que circula funo de: foras eletromotrizes internas das mquinas do circuito;
impedncias das mquinas;
impedncia entre as mquinas e o ponto de falta (trafos e
linhas)
-
Transitrios em Circuitos R.L. srie
-
A equao diferencial que descreve o fechamento
do circuito acima :
v(t) = Vm . sen(t + ) = Ri + Ldi/dt
VZ
t em Rt L
. sen( ) .sen( )/
Cuja soluo ser:
i(t) =
onde:
[Z] = R L2 2 ( )
(fator de potncia do circuito)= arctg(L/R)
-
V
Ztm
. sen( )
V
Zem Rt L
. .sen( )/
= componente alternada da corrente
= componente contnua da corrente, que
decresce com o tempo. Este decrscimo,
tambm conhecido por atenuao, ocorrer
mais rapidamente para circuitos que possurem
grandes resistncias eltricas.
O fenmeno da presena da componente contnua surge sempre que, em um circuito RL, houver uma variao brusca da corrente.
Assim, tambm na eventualidade da ocorrncia de um curto-
circuito, a componente contnua tambm surgir. O valor da componente contnua depender tambm do instante
da energizao e do fator de potencia do circuito.
-
Comportamento da corrente, ao longo do tempo, na condio ideal de - = 0. Nestas condies, i(t) =
V
Zt
m.sen( )
ou seja, a componente contnua da corrente i(t) no existir.
-
No entanto, para a situao, bastante desfavorvel, de - = -/2, a componente contnua da corrente ter o seu valor mximo inicial e a corrente total ser i(t) =
V
Zt e
m Rt L[sen( ) ]/
-
CONCLUSO: A componente contnua pode ter qualquer valor desde zero at Vm/Z e depende do valor instantneo da tenso quando o circuito fechado e do fator de potncia do circuito.
V
Zt e
m Rt L[sen( ) ]/
-
Corrente de Curto-Circuito e
Reatncias de Mquinas Sncronas
Se o circuito eltrico possuir no apenas uma reatncia
indutiva esttica, mas tambm, uma mquina sncrona, o
comportamento da corrente ser:.
POR QU ISSO
OCORRE?
-
No instante do curto, o fluxo no entreferro muito grande. Alguns ciclos depois, o fluxo se reduz, devido fora eletromotriz da corrente na armadura, comumente denominada de reao de armadura. Em consequncia, a corrente de curto decrescer. Este comportamento ainda uma hiptese ideal, que no inclue o efeito da componente contnua!
-
Incluindo-se o efeito da componente contnua tem-se:
-
-2
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 360 720 1080 1440 1800
Angulo (graus)
Tenso Ica Icc Itotal
-
Os clculos de curto-circuito em um sistema de potncia so efetuados considerando-se um dos trs possveis perodos do curto-circuito:
Perodo de regime sub-transitrio: quando se
representa as mquinas sncronas por suas reatncias subtransitrias Xd. Em geral, este perodo compreende os 2 primeiros ciclos.
Perodo de regime transitrio: quando se representa as mquinas sncronas por suas reatncias transitrias Xd. Este perodo se situa entre o final do 2. Ciclo e o final do 5.ciclo.
Perodo de regime permanente: quando se representa as mquinas sncronas por suas reatncias sncronas Xd. Este perodo se inicia a partir do final do 5. ciclo.
-
Transformadores de Potncia
Os transformadores podem ser divididos em trs grandes grupos:
Transformador com dois enrolamentos Auto-transformadores Transformador com trs enrolamentos
-
Transformador de 2 enrolamentos e o
correspondente circuito equivalente:
-
circuito equivalente de um transformador de dois enrolamentos, quando a relao de espiras, N1/N2
de 1/N.
Mesmo circuito, porm com
todas as reatncias refletidas
ao primrio:
Considerando-se que Ze (ou
Xm-reatncia de
magnetizao-) >> Z1 + Z2, em estudos de curto-circuito a
mesma poder ser retirada.
CONCLUSO:
ZT = Z1+Z2 = rT + XT =
reatncia de disperso.
-
Transformador de trs enrolamentos
- Representaes unifilares usualmente adotadas:
;;
Representaes unifilares usualmente adotadas:
Recordando o transformador de 2 enrolamentos,
onde Z% = Z1% + Z2%:
-
Para transformadores de 3 enrolamentos:
Tal como para o transformador de 2 enrolamentos, Ze, em geral, possui valor bastante elevado e o circuito equivalente se torna:
Z1
2V 'V1V '3
Z ' 2
Z ' 3
1
2
3
L
L
L
-
OBSERVAES:
Considerando apenas a ligao de uma carga ao 2rio, a impedncia do
transformador ser: Z12 = z1 + z2
Por outro lado, caso se tivesse uma carga conectada no 3rio (e apenas
ali): Z13 = z1 + z3
Em uma seo posterior, ser mostrada a maneira de se obter as
impedncias Z1, Z2 e Z3 em p.u.
-
QUANTIDADES POR UNIDADE-p.u.-
O valor em p.u. de de qualquer grandeza definido por: Valor por unidade =
valor real da grandeza
valor base ou referencia( )
ambos sendo medidos na mesma unidade. Exemplo: Em um sistema cuja base de tenso 132 KV, a tenso de 140 KV pode ser expressa por:
140
1321 06 , [ . .]p u
-
OBSERVAES
a) A escolha do valor base arbitrrio.
b) Para um dado sistema eltrico, os valores base
normalmente escolhidos so tenso e potncia. Os
valores base da corrente e impedncia so calculados a
partir dos dois primeiros.
c) O ngulo de fase no alterado, quando se usa o p.u.
-
Para um sistema monofsico, cujos valores base so: Potncia base: Mb [VA] Tenso base : Vb [V] A Corrente Base ser: E a Impedncia Base ser:
Mb
VbA[ ]
Vb
Ib
Vb
Mb Vb
Vb
Mb
/[ ]
2
-
O valor da impedncia do transformador, em p.u., o mesmo em ambos os lados do transformador. Assim, quando a rede contm transformadores e, se valores p.u. so utilizados, no h necessidade de se referir todas as impedncias para um mesmo enrolamento do transformador: o transformador pode ser tratado como uma impedncia srie.
Efeito do uso de p.u. nos transformadores
-
Quantidades por Unidade em Circuitos Trifsicos
Sendo Vb a tenso base entre fases [V] e Mb a potncia base trifsica [VA]: Corrente base: Ib = Impedncia base: Zb =
Mb
VbA
3.[ ]
Vb Mb
Vb
Vb
Mb3 3
2
[ ]
-
til poder mudar uma impedncia Za de uma base A para uma nova base B, onde as bases de tenso e potncia so diferentes. Sejam: Ma e Va base do sistema antigo Mb e Vb base do sistema novo Za - impedncia do sistema antigo Zb - impedncia que se quer obter, no sistema novo Esta transformao poder ser feita atravs da seguinte equao:
-
{Zb pu Za puKVa
Ma
Mb
KVbZa pu
KVa
KVb
Mb
Map u
novabase
( ) ( ).( )
.( )
( ) . [ . .]
2
2
2
-
OBTENO DAS TRS IMPEDNCIAS DO TRANSFORMADOR
DE 3 ENROLAMENTOS, ATRAVS DE ENSAIOS EM CURTO:
Para se obter a impedncia Z12% equivalente quela do
primrio mais a do secundrio, faz-se um ensaio em
curto do transformador, estando o secundrio em curto
(do mesmo modo que nos transformadores de dois
enrolamentos).
Desta forma, determina-se uma impedncia percentual
Z12% equivalente quela do primrio mais a do
secundrio, como em
Z12% = z1% + z2%.
-
V L
L
L
2 rio
3 rio
W A
1 rio
IMPORTANTE:
Se os instrumentos so colocados no 1rio, as impedncias
calculadas estaro referidas a esse enrolamento.
-
Para se calcular a impedncia Z13%, correspondente aos enrolamentos primrio e tercirio, alimenta-se o 1rio, curto-circuitando o 3rio, com o 2rio aberto. Obtm-se, assim:
Z13% = z1% + z3%
Para se calcular a impedncia Z23%, correspondente aos
enrolamentos secundrio e tercirio, alimenta-se o 2rio,
curto-circuitando o 3rio, com o 1rio aberto:
-
LL
2 rio
3 rio
A W
V1 rio L
Obtm-se, assim: Z23% = z2 % + z3%, referida
ao secundrio.
-
Portanto, para se obter o circuito equivalente torna-se necessrio corrigir a impedncia Z23, referindo-a ao 1rio. Isso pode ser feito utilizando-se da equao de Mudana de bases:
{Zb pu Za puKVa
Ma
Mb
KVbZa pu
KVa
KVb
Mb
Map u
novabase
( ) ( ).( )
.( )
( ) . [ . .]
2
2
2
Que fornecer:
Z23 = Z23. M ario
M ario
Onde
Z imped entre e
referida ao
Z idem referida ao
ario
ario ario
ario
1
2
23
23
2
3 1
2
:
: .(%),
, .
: , .''
-
Agora a impedncia Z23 est nas mesmas bases das impedncias Z12 e Z13. A terceira equao pode, assim, ser montada: Z23% = z2% + z3% Tem-se, finalmente, 3 equaes e 3 incgnitas (z1%, z2% e z3%): Z12% = z1% + z2% Z13% = z1% + z3% Z23% = z2% + z3%
-
Resolvendo o sistema:
z1% = Z Z Z12 13 23
2
z2% = Z Z Z23 12 13
2
z3% = Z Z Z13 23 12
2
-
EXEMPLOS APLICATIVOS
1) As trs partes de um sistema monofsico so designadas
por A, B e C e esto interligadas por meio de
transformadores, como mostra a figura a seguir.
1 : 10 2 : 1
300A B C
A - B B - C
L L L L WR
-
As caractersticas dos transformadores so:
A-B: 10MVA; 13,8 - 138 KV; reatncia de disperso: 10%
B-C: 10 MVA, 138 - 69 KV; reatncia de disperso: 8%
Se as bases no circuito B forem 10 MVA, 138 KV, determine a impedncia,
por unidade, da carga resistiva de 300 , localizada no circuito C, referida a
C, B e A.
Faa o diagrama de impedncias desprezando a corrente de magnetizao,
resistncia dos transformadores e impedncias da linha.
Determine a regulao de tenso, se a tenso na carga for 66 KV, supondo
que a tenso de entrada do circuito A, permanea constante.
-
No lado B, sendo Ubase : 138 KV; ento tem-se: No lado A: Ubase = No lado C: Ubase =
1
10138 13 8. , KV
1
2138 69. KV
1 : 10 2 : 1
300A B C
A - B B - C
L L L L WR
Impedncia base do lado C: Zbase(C ) = ( ) ( )
,( )
( )
U
P
KV
MVA
base C
base
2 269
10476 1
-
Impedncia da carga de 300, referida a C em p.u.:
300/476,1 = 0,63 pu
Impedncia base do lado B: Zbase(B ) = ( )
,U
P
base
base
2 2138
101904 4
Impedncia da carga de 300, referida ao lado B:
Z1 = Z1 . N.N = 300 2.2 = 1200
Impedncia da carga de 300, referida a B, em p.u.:
1200/1904,4 = 0,63 p.u
-
Impedncia base do lado A: Zbase(A) = U
P
base A
base
2 213 8
1019
( ) ( , )
Impedncia da carga de 300, referida a A:
Z Z N1 12 21200 1 10 12,, , . ( / )
Impedncia da carga de 300, referida a A, em p.u.=
12/19 = 0,63p.u.
L L
R U2U1j 0,10 j 0,08
0,63
-
Regulao de tenso: U2 = tenso na carga, em p.u.: 66/69 = 0,957 + j0 (p.u.) I = corrente na carga:
U
R
j
jj p u2
0 957 0
0 63 0152 0
,
,, ( . .)
U1 = I . (j0,10 + j0,08) + U2 = 1,52(j0,18) + 0,957 =
0,995 (p.u.) /
R = U U
U
1 2
2
0 995 0 957
0 9570 0397
, ,
,,
R% = 3,97%
-
2) Um gerador trifsico de 30 MVA, 13,8 KV, possui uma reatncia subtransitria de 15%. Ele alimenta dois motores atravs de uma L.T. com dois trafos nas extremidades. Os valores nominais dos motores so 20 e 10 MVA, ambos com 20% de reatncia subtransitria. os trafos trifsicos so ambos de 35 MVA, 13,2 - 115Y(KV), com reatncia de disperso de 10%. A reatncia em srie de L.T. 80. Faa o diagrama de reatncias com todos os valores em p.u.. Escolha os valores nominais do gerador como base.
-
Soluo: -As bases de 30 MVA e 13,8 KV (do circuito do gerador) requerem:
1) Nbase = 30 MVA para trafos, motores e L.T.
2) Ubase = Na L.T.: 13,2 - 115 13,8 - x x = 120 KV
-
2.2 - Nos motores: 115 - 13,2 120 - y y = 13,8 KV
3) Reatncias:
3.1 - Dos trafos: Xd = 10% para: N MVA Ma
U KV KVa
base
base
,
,
: ( )
: , ( )
35
13 2
p N Mb MVA
U KVb KV
base
base
/
,
30
13 8 Xd ser alterada:
KVa
KVb
Mb
MaZb p u
2 2
0 113 2
13 8
30
350 0784. ,
,
,. , . .Zb = Za:
-
3.2 - Da linha: Zbase(linha) =
120
30480
2
- A reatncia da linha (80 ) em p.u. : 80
4800 167 X p uL , . .
3.3 - Dos motores:
Motor 1: X(Za) = 0,20 p/ N MVA Ma
U KV KVa
base
base
20
12 5
( )
, ( )
p/ as bases N MVA Mb
U KVb
b
b
30
13 8
( )
, ( )
KVa
KVb
Mb
Map u
2 2
0 212 5
13 8
30
200 246. ,
,
,. , . .Zb = Za =
Motor 2: de maneira anloga:
Xa Xb 0,2 0,492 p.u.
-
E1
j 0,0784 j 0,167 j 0,0784
j 0,492
Em2
L
L
L L L
Em1
L j 0,246
k l m n
p r
-
3) Faa o diagrama de impedncias para o sistema de potncias mostrado na figura a seguir. D as impedncias em p.u. Despreze a resistncia e use a base de 50.000 KVA, 138 KV na linha de 40 ohms. Gerador 1: 20.000 KVA; 13,2 KV; X = 15%
Gerador 2: 20.000 KVA; 13,2 KV; X = 15%
Motor sncrono 3: 30.000 KVA; 6,9 KV; X = 20%
Transformadores trifsicos:
Y-Y: 20.000 KVA; 13,8 Y - 138 Y KV; X = 10%
Trafos Y: 15 MVA; 6,9 - 138Y KV; X = 10%
G1: 20 MVA, 13,2 KV; 15% = X G2 = G1
Motor Sncrono 3: 30 MVA, 6,9 KV; x= 20% Trafos YY: 20 MVA; 13,8 Y - 138 Y KV, X = 10%
Trafos Y: 15 MVA; 6,9 - 138Y KV; X = 10%
Nas linhas de transmisso de 40: U KV
MVA MB
B
138
50
-
G1 e G2: ZG1 = ZG2 = 0,15 13 2
13 8
50
200 3431
2,
,. ,
Trafos YY:
Z puTYY
0 1
138
138
50
200 25
2
, . ,
Trafos Y:
Z puT Y
0 1
138
138
50
150 3333
2
, . ,
-
Motor Sncrono: Z puM
0 2
6 9
6 9
50
300 3333
2
,,
,. ,
Linhas:
ZB(nas linhas) = 138
50380 88
2
,
Zpu(LT de 40) =40/380,88 = 0,1051 pu
Zpu(LTs de 20) = 20/380,88 = 0,05251 pu
j 0,3431
EG2
Lj 0,333
EM
Lj 0,3431
EG1
L
L L
L
L L
LL L
L
j 0,25
j 0,05251
j 0,1051
j 0,333j 0,25 j 0,333 j 0,25j 0,25
j 0,05251
A BC
-
4) Como se modifica o diagrama de impedncias do
exerccio anterior se os dois geradores forem ligados a um
sistema de potncia ao invs de um motor sncrono?
Considere que as linhas de 20 ohms esto ligadas diretamente
barra de alta tenso do sistema. A tenso nominal do
sistema 132 KV e os MVA de curto-circuito nessa barra
valem 2.000 MVA.
ABj 40W
j 20W Wj 20
1 2
132 KV2000 MVA
20 MVA13,2 KV
X "= 15 (p.u.)
20 MVA13,2 KV
X "= 15 (p.u.)
-
Soluo:
Adotando novamente, na L.T de 40 :
VB = 138 KV; MB = 50 MVA
ZB = V
M
B
B
2 2138
50380 88 ,
A impedncia equivalente do sistema de potncia ser:
Zsist = 132
20008 71
2
,
Em pu:
Zsist.(p.u) = Z
Zpusist
B
0 02287,
-
j 0,3431
EG2
Lj 0,02287
Esist.
Lj 0,3431
EG1
L
L
L
L
LL L
L
j 0,25
j 0,05251
j 0,1051
j 0,25 j 0,25j 0,25
j 0,05251
A BC
ABj 40W
j 20W Wj 20
1 2
132 KV2000 MVA
20 MVA13,2 KV
X "= 15 (p.u.)
20 MVA13,2 KV
X "= 15 (p.u.)
-
5) Para o sistema radial de transmisso, os valores nominais e
as reatncias dos vrios componentes so apresentados
juntamente com as tenses nominais de linha dos
transformadores.
Uma carga de 50 MW, fp = 0,8 atr. est ligada no barramento
da subestao de 33 KV, que dever ser mantido a 30 KV.
Pede-se a tenso nos terminais da mquina sncrona.
A linha e os trafos podem ser representados por reatncias
srie.
-
1) Ser adotado Nbase = 100 MVA (arbitrrio) e
2) Ubase = 132 KV (na linha), o que corresponde a 11 KV (no trafo
elevador) e a 33 KV (no trafo abaixador).
3) Reatncias:
3.1 - Da L.T:
Zbase = U b
Nb
2 2132
100174
z(p.u.) = 100/174 = j0,575 p.u.
3.2 - Do trafo abaixador: zta
zta = 0,12 p.u. p/ Ub KV ou KV
N MVA
132 33
50
( )
-
P/ Nb = 100MVA e Ub = 132 (33 kV):
ztN = ztA . KVKV
M
Mj p u
a
b
b
a
0 12
132
132
100
500 24
2
, . , . .
3.3 - Do trafo elevador: zte
Analogamente a 3.2: zte = 0,1
2100 11
. 0,2050 11
j pu
-
A corrente na carga ser:
A corrente base ser:
][200.18,0.30.3
50A
kV
MWI
][750.110.33.3
10.100
.3 2
6
AU
NI
B
BB
A corrente na carga, em pu, ser: pu686,0750.1200.1
Es
j 0,2 j 0,575 j 0,24
L
L L L
V = ?sV = 0,91 pur
-
A tenso no gerador ser:
087,36686,0).24,0575,02,0(91,0 jVs
01,44 22,75 1,44.(11) 15,88[ ]sV kV
-
CLCULO DE FALTAS SIMTRICAS
Essas correntes so utilizadas, dentre outros aspectos, para:
a) Dimensionamentos dos transformadores de corrente
que alimentaro os diversos tipos de rels;
b) Calibrao dos rels de sobrecorrentes, rels
diferenciais, etc.;
c) Dimensionamento de disjuntores.
POR QU CALCULAR CORRENTES DE CURTO?
-
ZIa
ZIb
ZIc
Ea
Eb
Ec
ZIa
ZIb
ZIc
Ea
Eb
Ec
CURTO CIRCUITO
TRIFSICO
CURTO CIRCUITO
BIFSICO
CURTO CIRCUITO
BIFSICO - TERRA
ZIa
ZIb
ZIc
Ea
Eb
Ec
ZIa
ZIb
ZIc
Ea
Eb
Ec
CURTO CIRCUITO
MONOFSICO
PRINCIPAIS MODOS DE OCORRER UM CURTO:
-
Curto-circuito envolvendo
gua e solo:
Curto-circuito
envolvendo uma
superfcie de concreto:
-
CURTO ENTRE DUAS FASES:
-
Para o profissional que trabalha na rea de sistemas de potncia, no s as correntes de curto circuito so
importantes, mas tambm como, e em que proporo se
dar a distribuio destas correntes pelos componentes da
rede.
a partir desta anlise que se desenvolve o processo de coordenao e seletividade da proteo, minimizando,
assim, os desligamentos descoordenados e as interrupes
desnecessrias.
-
CLCULO DE FALTA TRIFSICA
Obteno do Circuito Equivalente de Thevenin
Para efetuar os clculos das correntes de curto-circuito, ser
necessrio a determinao do circuito equivalente de Thvenin,
visto a partir do ponto da falta.
Para tal, os seguintes procedimentos devem ser seguidos:
a) Determina-se a impedncia total entre o ponto do curto-
circuito e os geradores, com estes em repouso (as fontes de
tenso so curto-circuitadas): esta impedncia denominada de
impedncia de Thvenin,
-
b) Em seguida calcula-se a Tenso de Thvenin ( ), que a
tenso no ponto de curto, estando o circuito sem carga antes da
ocorrncia do curto.
ET
A partir da impedncia e da tenso de Thvenin, a corrente de curto ser calculada
por:
Ifalta =
Onde Vn = tenso entre linhas.
E
Z
Vn
Z
T
T T
/ 3
-
Simplificaes:
1) Todos os geradores geram a mesma f.e.m., tanto
em magnitude como em fase. Isso far com que, em
todas as barras, a tenso seja sempre a mesma.
2) O sistema considerado sem carga, ou seja, a
impedncia de Thvenin no considera as
impedncias das cargas.
-
O valor da corrente total de curto (Ifalta = Icc), em uma barra,
usualmente denominado de nvel de curto, ou nvel de defeito
daquela barra.
Muitos preferem mencionar, alm da corrente de curto, a potncia
associada a essa corrente. Para tal, basta usar a seguinte equao:
Potncia de Curto: SF = . Vn . Ifalta =
A unidade usual da potncia de curto [MVA].
3V
Z
n
T
2
Para valores em pu, se a tenso base for a tenso nominal do
sistema, SF = 12
Zpu
T p u( . .)
-
Se for considerada a Potncia Base, em [MVA], como sendo
m, tem-se: = SZ pu
x mFT
1
( )
m
Z puMVA
T ( )( )
Como se v, a potncia de curto-circuito, em [MVA], pode ser
calculada simplesmente dividindo a Potncia Base, m, [MVA]
pela Impedncia de Thevenin (pu).
-
Sequncia de clculo para o clculo da corrente de curto:
a) Estabelecer um diagrama unifilar do sistema, com todas as
impedncias em uma base convenientemente escolhida;
b) Reduzir toda a rede a uma impedncia simples, entre o ponto de
falta e o neutro do sistema;
c) Clculo do nvel de curto-circuito ou corrente de curto-circuito no
ponto de defeito;
-
d) Se outras informaes so requeridas (como a circulao de
corrente em partes individuais do circuito ou as tenses ps-
falta nas barras), as diversas partes da rede devem ser
montadas e os fluxos de corrente calculados.
-
Escolha de disjuntores
A corrente de falta determinada pela equao Ifalta = E
Z
Vn
Z
T
T T
/ 3
Esta a corrente simtrica e no inclui a componente contnua. Assim,
na determinao da corrente que um disjuntor deve suportar
imediatamente aps a ocorrncia da falta (chamada corrente inicial do
disjuntor), a componente deve ser includa.
Neste sentido, recomenda-se multiplicar a corrente simtrica pelos
seguintes fatores de multiplicao:
a) Para tenses acima de 5 KV: 1,6
b) Para tenses iguais ou inferiores a 5 KV: 1,5
-
Clculo da corrente que passa pela cmara de extino do
disjuntor, durante a abertura do mesmo (corrente nominal de
interrupo):
Fatores de multiplicao sugeridos para que a componente
contnua seja considerada (dependem da velocidade do disjuntor).
Disjuntor cujo tempo de abertura 8 ciclos (ou mais lentos):
multiplicar a corrente simtrica por 1,0
Idem, idem, 3 ciclos: 1,2
Idem, idem, 2 ciclos: 1,4
-
IMPORTANTE:
Para a obteno da corrente inicial do disjuntor, as reatncias a
serem consideradas para as mquinas sncronas sero as reatncias
subtransitrias;
Para o clculo da corrente nominal de interrupo, as reatncias
das mquinas devero ser aquelas compatveis com o tempo de
abertura do disjuntor. Assim, para um disjuntor cujo tempo de
abertura de 8 ciclos, as reatncias das mquinas poder ser a do
tipo permanente;
Para um disjuntor de tempo de abertura entre 2 e 5 ciclos, as
mquinas devero ser representadas por suas reatncias
transitrias.
-
Exemplos prticos
1) No sistema, todos os dados j se encontram em pu nas bases
de 13,8 kV (gerador e linhas) e 230 kV (alta tenso do
transformador) e 100 MVA. Admita a chave S aberta e calcule o
curto-circuito trifsico na barra F;
G
1
ZG1
= ZG2
= j 0,1 pu
ZG0
= j 0,05 pu
ZT1
= ZT2
= ZT0
= j 0,05 pu
ZL1
= ZL2
= j 0,2 pu
ZL0
= j 0,4 pu
ZL1
= ZL2
= j 0,2 pu
ZL0
= j 0,4 pu
SFG
21
-
Corrente de curto (Ia1):
calculada dividindo-se a tenso da fonte pelo somatrio das
impedncias at o ponto de falta F:
pupujZ
EI aNa 90333,3333,3
903,0
01
11
G
1
ZG1
= ZG2
= j 0,1 pu
ZG0
= j 0,05 pu
ZT1
= ZT2
= ZT0
= j 0,05 pu
ZL1
= ZL2
= j 0,2 pu
ZL0
= j 0,4 pu
ZL1
= ZL2
= j 0,2 pu
ZL0
= j 0,4 pu
SFG
21
-
Logo, as correntes nas 3 fases sero:
Ia = 3,333-90 pu, Ib = 3,333150 pu, Ic = 3,33330 pu
Diagrama fasorial das correntes para este curto-circuito
trifsico:
IaF
= 3,333 pu
EIXO DE
REFERNCIA
( + )
IcF
= 3,333 puIbF
= 3,333 pu
300 300
-
2 Exemplo: Na figura tem-se uma parte de um sistema de potncia.
Os valores das impedncias mostradas esto todas na base de 16
KV e a potncia base a nominal do equipamento.
Pede-se:
a) Calcular a falta no ponto F.
b) Calcular o valor de um reator a ser inserido entre o disjuntor e a
barra A, para que o disjuntor possa ter apenas 250 MVA de
capacidade de curto-circuito.
c) Para o caso b, calcular as contribuies dos geradores.
-
Escolhendo como bases
M MVA
U KV lado da AT
base
base
10
16 ( )
Gerador de 20 MVA: Zb = Za Ua
Ub
Mb
Maj Zb j pu
2
0 1210
2006. , ,
Gerador de 15 MVA:
Zb = j0,10 . 10/15 = j0,067pu
Gerador de 25 MVA:
Zb = j0,12 . 10/25 = j0,048pu
Gerador de 30 MVA:
Zb = j0,15 . 10/30 = j0,05pu
Gerador de 50 MVA:
Zb = j0,18 . 10/50 = j0,18pu
-
Linha area: considerando que Zbase = [OHM]
Ento a impedncia da linha, em pu, ser: Z = j0,75/108,9
= j0,0069 pu
Transformador de 20 MVA: Zb = j0,06 10/20 = j0,03 pu
Transformador de 15 MVA: Zb = j0,05 10/15 = j0,033 pu
33
10108 9
2
,
Reduo do circuito a uma nica impedncia, entre a
referncia (neutro) e o ponto de falta (F):
-
a) Nvel de Curto-Circuito: Icc= 1 1
0 022145 25
Zpu
jj
T
( ),
,
Potncia de Curto-Circuito: SF= U m
Z puMVA MVA
T
2 10
0 0221452 5
( ) ,,
b) Limitao do curto-circuito em 250 MVA:
Esta potncia de 250 MVA, transformada em pu, na base de 10 MVA corresponder a 250/10 = 25 pu.
Icc(pu) = S
puj pu
cc pu( )
125
Pela Lei de Ohm: Icc = 1 0
0 22125 0 0179
,
( , ),
j Xj X pu
-
Sendo Zbase = 108,9, a reatncia X, em () ser:
X = j0,0179 . 108,9 = j1,95()
c) Para determinar a contribuio de cada um dos geradores, para o
curto no ponto F aps colocao do reator, o circuito dever ser
reconstrudo a partir da reatncia final:
-
Aplicando a equao: VNA =1-Z.Icc entre os terminais do neutro e a
barra A: VNA =1-j0,021 . (-j25) = 1 -0,525
-
Reaplicando a mesma equao (VNA =1-Z.Icc), agora para os
ramos dos geradores:
I1 = (1-VNA)/j0,09 = [1 - (1- 0,525)]/j0,09 = -j6,1388pu
I2 = (1-VNA)/j0,10 =[1 - (1- 0,5525)]/j0,10 = -j5,525pu
I3 =(1-VNA)/j(0,0162 + 0,025) =
[1 - (1- 0,5525)]/ j(0,0162 + 0,025) = -j13,410pu
OBS: I1 + I2 + I3 -j 25pu
I1 = contribuio do gerador 1
I2 = contribuio do gerador 2
I3 = soma das contribuies dos geradores 3, 4 e 5.
-
Agora as correntes nos ramos dos geradores 3, 4 e 5 podem ser
calculadas:
I4 = (1 - VNX)/j0,036 = -j6,345 p.u. (gerador 3)
I5 = (1 - VNX)/j0,05 = -j4,4484 p.u. (gerador 4)
I6 = (1 - VNX)/j0,0714 = j3,02605 p.u. (gerador 5)
-
3 Exemplo:
No sistema, o nvel de curto-circuito na barra de 132 KV de 1000
MVA, quando os disjuntores A e B esto abertos. Calcular o curto,
para um curto-circuito slido no ponto F (lado de 11 KV do
transformador de 33/11 KV mostrado).
Para esta falta, calcular a corrente que flui no gerador de 45
MVA e em cada trafo de 60 MVA, 132/33 KV, no lado de 132 KV.
-
Ser tomado: UB = 33 KV e NB = 30 MVA, no lado de 33 kV do
sistema.
Nestas condies: XG2 = XG1 = 0,12 pu; XG3 = 0,15pu.
XL1 = XL2 = 5/(33)2/30 = 5/36,3 = 0,138 pu; XL3 = 6/36,3 = 0,165
pu; XL4 = 8/36,3 = 0,22 pu
Determinao da reatncia do sistema de 132 KV:
Zbase =
Zsistema = 1322 /1000 = 17,42 Xsist(pu) = 17,42/580,8 =
0,030 pu
Transformadores:
XT4 = XT5 = 0,12.
XT6 = 0,10 .
132
30580 8
2
,
30
600 06 , pu
30
100 30 , pu
-
Simplificaes:
XT4 // XT5 = 0,06 . 0,06/0,12 = 0,03
(XT4 // XT5) + Xsist = 0,03 + 0,03 = 0,06pu
(XL1//XL2) = (0,1380)2/2 . 0,138 = 0,069pu
(XG1//XG2)//XG3 = ( , )
. ,/ /0,
, . ,
,,
0 12
2 0 1210
0 06 0 10
0 160 0375
2
-
Convertendo o delta formado pelas barras 1, 2 e 3 em um Y:
-
Somando as impedncias em srie:
Finalmente, a corrente de falta ser
Ifalta = 1 1
0 4172 40
Z jj pu
T
,
,
Em ampres: Ifalta = S
Vn
MVA
KVAF
3
72
3 113779 13
.,
A correspondente potncia de curto ser:
SF = mZ
MVAMVA
T
30
0 41772
,