Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VILA VELHA MBA EM GERÊNCIA DE PROJETOS Miriam Machado A Importância da Área de Marketing na Gerência das Comunicações. Uma nova abordagem do conceito de comunicação em projetos.

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VILA VELHA

MBA EM GERÊNCIA DE PROJETOS

Miriam Machado

A Importância da Área de Marketing na

Gerência das Comunicações. Uma nova abordagem

do conceito de comunicação em projetos.

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Vitória

Dezembro de 2006

Miriam Machado

A Importância da Área de Marketing na

Gerência das Comunicações. Uma nova abordagem

do conceito de comunicação em projetos.

Monografia apresentada ao Centro Universitário

de Vila Velha como requisito à obtenção do

Título de Especialista MBA em Gerência de Projetos.

Vitória

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Dezembro de 2006

Miriam Machado

A Importância da Área de Marketing na

Gerência das Comunicações. Uma nova abordagem

do conceito de comunicação em projetos.

Orientador: Rogério dos Santos Gonçalves

Monografia aprovada em ____/____/_____ para obtenção do título de especialista MBA em

Gerência de Projetos.

Rogério dos Santos Gonçalves

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Zuleika e Stephanio, que me mostraram

a importância do poder do conhecimento.

A minha filha Flávia, que sempre esteve ao meu lado na

busca pelo saber.

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AGRADECIMENTOS

A Ricardo Vargas e Danúbio Borba pelo apoio quanto à escolha do tema e envio de valiosas

referências.

Ao coordenador, Rogério Gonçalves

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“Os limites da minha linguagem, indicam os limites

da minha visão de mundo.”

Ludwig Wittgeinsten

“A grande diferença entre um projeto dar certo ou

errado pode ser a atenção que se dá aos detalhes.”

Amyr Klink

“Então percebo que não há nada melhor para um

homem do que alegrar-se com o próprio trabalho.”

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Eclesiastes

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RESUMO

O uso da metodologia de gestão de projetos tornou-se estratégia fundamental para as

organizações que visam permanecer em um mercado altamente competitivo, e que visam crescer

de forma consistente e lucrativa. O uso das estratégias de marketing também é considerado,

atualmente, uma das decisões mais importantes e capazes de facilitar a implantação destes

projetos de sobrevivência e crescimento da empresa. A empresa que dominar e aplicar

adequadamente estas duas áreas – gestão de projetos e marketing - se diferenciará das demais,

alcançando vantagem competitiva no mercado. Este trabalho tem como objetivo pesquisar a

gerência das comunicações e a execução dos planos de comunicação em projetos. Como

contribuição para agregação de valor e otimização das práticas desta gerência, proporemos a

aplicação das estratégias de marketing. Manteremos mentalidade transdisciplinar entre a

metodologia do gerenciamento de projetos – PMI e o arcabouço teórico do marketing. O produto

deste trabalho será uma proposta que visa auxiliar as empresas a utilizarem de forma mais

sistemática as estratégias de marketing na gestão de projetos. No atual mercado globalizado e

repleto de concorrentes, com o mesmo nível de competência, o uso das habilidades de

comunicação representado pelas ações de marketing, pode representar sucesso dos projetos das

empresas.

Palavras-chave: Gestão de projetos; comunicação; gerência das comunicações; marketing;

informação; treinamento; gestão do conhecimento.

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LISTA DE SIGLAS

4P’s - Os quatro P’s referem-se ao produto, preço, praça e promoção que formam o mix de

marketing.

AIDA - Atenção,interesse, desejo e ação.

AMA - American Marketing Association – Associação Americana de Marketing

BSC - Balanced Scorecard - kkkk

EAP - Estrutura analítica do projeto (Work Breakdown Structure WBS)

EP - Escritório de Projetos.

GP - Gerente de Projetos ou gerenciamento de projetos, de acordo com o contexto.

IPMA - Institute Project Management Association.

MRP - Material Requirement Planning.

PDCA - Ciclo PDCA - Plan; Do; Check and Act. (Planejar, Execução, Controle e Correção.

PMBOK - Project Management Body of Knowledge

PMI - Project Management Institute

PMO - Project Management Office

QDF - Quality Function Deploymente.

RH - Recursos Humanos.

TENSTEP - Metodologia de projetos, criada em 1996 por Tom Morchal.

VA: Valor agregado / Earned Value (EV).

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Cinco fases do ciclo de vida da gestão de projetos..............

Tabela 02 - Interação da gerência das comunicações com as demais áreas de

conhecimento........................................................................

Tabela 03 - Modelos de hierarquia de respostas.....................................

Tabela 04 – Programas de marketing no ciclo de vida do produto ........

Tabela 05 – Perfil das formas de comunicação – mix de ferramentas ...

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Organização do trabalho.......................................................

Figura 02 - Visão geral das áreas de conhecimento

em gerenciamento de projetos e seus processos....................

Figura 03 - Visão geral do gerenciamento das comunicações................

Figura 04 - Seqüência típica de fases no ciclo de vida de um projeto. ...................

Figura 05 - Classificação dos processos de gerenciamento de projetos..................

Figura 06 - Os processos de gerenciamento de projetos sobrepostos......................

Figura 07 - Mapeamento entre os grupos de processos de gerenciamento de projetos e o ciclo

PDCA .....................................................................................................

Figura 08 - Mapeamento das partes interessadas do projeto...................

Figura 09 - Análise das partes interessadas.............................................

Figura 10 – Análise das partes interessadas para um projeto (Exemplo)

Figura 11 - Influências da estrutura organizacional nos projetos............

Figura 12 - Classificação das indústrias pela utilização de GP...............

Figura 13 - Níveis de Maturidade – Modelo KPMMM de Kerzner........

Figura 14 - Fluxograma de processo do gerenciamento das comunicações do projeto

Figura 15 - Comunicação – modelo básico. ...........................................

Figura 16 - Visão geral do gerenciamento das comunicações................

Figura 17 - Planejamento das comunicações. ......................................

Figura 18 - Distribuição das informações...............................................

Figura 19 - Infra-estrutura tecnológica para comunicação......................

Figura 20 - Relatório de desempenho ...................................................

Figura 21 - Gerenciar as partes interessadas...........................................

Figura 22 - Gerência de marketing e seus processos .............................

Figura 23 - Balaced Scorecard e a gestão estratégica ............................

Figura 24 - Modelo de Sheth ..................................................................

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Figura 25 – Desdobramento da casa da qualidade .................................

Figura 26 – Exemplo de aplicação da casa da qualidade .......................

Figura 27 – Curva do ciclo de vida de um produto.................................

Figura 28 - Nova visão do preço ............................................................

Figura 29 - Os 5 MS da propaganda ......................................................

Figura 30 – Habilidades necessárias ao gerente de projetos....................

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Exemplos de categorias de partes interessadas..................

Quadro 02 – Análise das partes interessadas para um projeto (Exemplo)

Quadro 03 – Exemplo de métricas para o Scorecard do projeto............

Quadro 04 – Evolução do conceito de marketing...................................

Quadro 05 – Evolução histórica do marketing .......................................

Quadro 06 - Evolução histórica da gestão de projetos ...........................

Quadro 07 – Tipo de marketing .............................................................

Quadro 08 – Contexto de mercado da gerência de projetos ...................

Quadro 09 – Conceito de valor agregado ...............................................

Quadro 10 – O valor do gerenciamento de projetos e empresas de TI . .

Quadro 11 – Mix de marketing ..............................................................

Quadro 12 – Características e benefícios do produto .............................

Quadro 13 – Plataformas mais comuns de comunicação no composto

Promocional.......................................................................

Quadro 14 - Habilidades do gerente de projetos.....................................

Quadro 15 – Ferramentas de marketing e área de qualidade em projetos

Quadro 16 – Exemplos de métricas para o Scorecard do projeto..............

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SUMÁRIO

1. O PROBLEMA E A DEFINIÇÃO DE TERMOS

INTRODUÇAO.......................................................................................................

O PROBLEMA........................................................................................................

A SIGNIFICÂNCIA DO PROBLEMA..................................................................

LIMITAÇÕES DO PROBLEMA............................................................................

DEFINIÇÕES DE TERMOS...................................................................................

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO.......................................................................

2. METODOLOGIA DO TRABALHO

2.1 A METODOLOGIA PMI PARA GERENCIAMENTO DE PROJETOS

2.1.1 A metodologia de Gerenciamento de Projetos...........................................

2.1.2 Definição de Projeto......................................................................................

2.1.3 Escritório de Projetos (EP ou PMO)...........................................................

2.1.4 As Nove Áreas de Conhecimento.................................................................

2.1.5 Ciclo de Vida do Projeto...............................................................................

2.1.6 O ciclo PDCA.................................................................................................

2.1.7 Interessados no projeto – Stakeholders.......................................................

2.1.8 O gerente de projeto.....................................................................................

2.1.9 As Influências organizacionais.....................................................................

2.1.10 Maturidade em projetos.............................................................................

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.1 A GERÊNCIA DAS COMUNICAÇÕES.........................................

3.1.1 O conceito de comunicação no gerenciamento de projetos.......................

3.1.2 As mudanças na gerência das comunicações no PMBOK (2004)

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3.1.3 O gerenciamento das comunicações e seus processos................................

3.1.4 Os processos de gerenciamento das comunicações....................

4. A IMPORTÂNCIA DA ÁREA DE MARKETING NA GERÊNCIA DAS

COMUNICAÇÕES – UMA NOVA ABORDAGEM DO CONCEITO DE

COMUNICAÇÃO EM PROJETOS

4.1 MARKETING – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................

4.1.1 O conceito de comunicação em marketing.................................

4.1.2 O desenvolvimento de uma comunicação eficaz........................

4.1.3 Marketing e comunicação............................................................

4.1.4 O que é marketing........................................................................

4.1.5 O que faz o marketing..................................................................

4.1.6 A história do marketing e a história da gestão de projetos......

4.1.7 Tipos de marketing.......................................................................

4.1.8 Gerência de marketing e gerência de projetos..........................

4.1.9 O contexto de mercado para gestão de projetos........................

4.1.10 O conceito de posicionamento em marketing..........................

4.1.11 O conceito de agregação de valor na visão do PMI e na visão do marketing

4.1.12 Comportamento do consumidor...............................................

4.1.13 Marca, o conceito em marketing e em projetos.......................

4.1.14 Roteiro TENSTEP para criar marcas para projetos..............

4.1.15 A qualidade, em marketing e em projetos ..............................

4.2 OS 4 P’S – MIX DE MARKETING APLICADO EM PROJETOS

4.2.1 Produto, em marketing e em projetos........................................

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4.2.2 Preço, em marketing e em projetos............................................

4.2.3 O conceito de Praça = Distribuição, em marketing e em

projetos.........................................................................................

4.2.4 Promoção, em marketing e em projetos.....................................

4.3 A MARCA DO GERENTE..............................................................

4.3.1 Identificando o seu perfil como gerente de projeto ..................

4.3.2 Perfil do gerente de projetos.......................................................

4.4 RELAÇÕES PÚBLICAS (RP) E ASSESSORIA DE IMPRENSA.

4.4.1 O conceito de RP e seus objetivos...............................................

4.4.2 Táticas em RP ..............................................................................

4.5 MARKETING SOCIAL OU SUSTENTABILIDADE....................

4.5.1 Sustentabilidade em marketing...................................................

4.5.2 Sustentabilidade em projetos......................................................

4.6 MÉTRICAS – COMO MEDIR A COMUNICAÇÃO EM PROJETOS

4.6.1 Métricas do marketing e da qualidade.......................................

4.6.2 As métricas para o Balance Scorecard do projeto ....................

4.6.3 Check list para monitoramento da comunicação.......................

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................

6. REFERÊNCIAS.................................................................................................

ANEXOS.................................................................................................................

ANEXO A: Exemplo do plano de comunicação – Projeto GPCOM

ANEXO B: Exemplo simplificado de plano de comunicação

ANEXO C: Exemplo de plano de comunicação – Projeto Novas Fronteiras

ANEXO D: Modelo TENSTEP de avaliação do cliente

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CAPÍTULO I

O PROBLEMA E A DEFINIÇÃO DE TERMOS

INTRODUÇÃO

Este trabalho visa explorar as ferramentas e estratégias para uso eficaz da gerência das

comunicações, de acordo com as normas do PMI para esta área de conhecimento. Ampliaremos

o conceito de comunicação utilizado pelo PMI a partir da utilização do conceito de comunicação

aplicado no marketing. O marketing e suas respectivas estratégias serão utilizados como um

diferencial deste trabalho, tentando dar uma contribuição para a área da gerência das

comunicações que, geralmente, não utiliza e, conseqüentemente, não se beneficia das funções da

comunicação em seu sentido mais amplo.

Nesta medida, estaremos sugerindo uma nova abordagem para o conceito de comunicação em

projetos, que passaria a ter foco nos níveis:

Nível 1 - informativo - conceito do PMI

Nível 2 - estratégico - conceito do marketing

Este trabalho também objetiva propor alguns modelos e sugestões de planos de gerenciamento da

comunicação, na tentativa de contribuir para que a comunicação deixe de ser o segundo item

mais negligenciado em projetos, conforme pesquisas apresentadas no decorrer deste trabalho.

De acordo com GALVÃO (2006), dentre as competências que o gerente de projeto deve possuir,

a capacidade de comunicação é considerada a mais importante. Com fim ilustrativo, comentamos

sobre a nossa história com a execução de projetos e nosso encontro com a metodologia do PMI.

A nossa experiência profissional tem base na área de comunicação aplicada ao marketing, vendas

e treinamento. A metodologia informal de projetos sempre foi utilizada para executar todas as

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ações demandadas por estas três áreas: campanhas de marketing para lançamento de produtos,

campanhas de endomarketing, criação e aplicação de treinamentos para equipes. Resolvemos

buscar, então, a metodologia do PMI para gerenciamento de projetos, para aumentar as chances

de sucesso dos nossos projetos.

Após conhecer a metodologia do PMI, percebemos que a área que se refere à gerência das

comunicações, na maioria das vezes, não é vista com status de gerência, mas como um conjunto

de procedimentos e preenchimento de formulários, que geram um grande volume de informações

a serem transmitidas.

A reação dos gerentes de projeto em relação ao tema deste trabalho, confirma esta pouca

importância que é dada à gerência das comunicações. Os mesmos não viam necessidade de se

desenvolver um estudo específico para as questões relacionadas à comunicação. Eles consideram

esta gerência muito trivial, com ações rotineiras, e, portanto, não requerendo um estudo extenso.

Um dos motivos para este comportamento talvez se deva ao fato de o gerente estar 90% do seu

tempo envolvido em algum processo de comunicação. Este comportamento ratifica os resultados

das pesquisas, listadas neste trabalho, e que apontam a comunicação como o segundo fator mais

negligenciado. Outro resultado importante é o que mostra que esta negligência dos processos de

comunicação gera problemas graves em todas as outras gerências.

Vale ainda citar MULCAHY (2002): “Infelizmente, muitos gerentes de projeto ainda não sabem

o que é um plano de gerência de comunicações, embora seja sua responsabilidade prepará-los”.

Esta afirmação reforça nossa hipótese de que esta gerência deva ser mais pesquisada. Com base

nestas evidências de negligência da gerência das comunicações, concluímos que à medida em que

estudamos a gerência das comunicações, estamos aumentando as chances de sucesso do projeto

como um todo e aumentando as chances de aprimorar a performance de todas as demais

gerências.

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O PROBLEMA

Estamos considerando como problema neste trabalho, a negligência nos processos de

gerenciamento da comunicação e o desconhecimento dos gerentes de projetos de como executar

um plano de comunicação que gere comprometimento da equipe, dê a devida visibilidade ao

projeto e que aumente suas chances de sucesso. Este problema foi evidenciado por algumas

pesquisas, dentre elas, a da empresa BULL Hardware que apontou a má comunicação entre as

partes interessadas como principal causa em 57% dos casos de falhas em projetos.

Na tentativa de contribuir para a solução deste problema, proporemos alguns modelos de plano de

comunicação utilizando as estratégias de marketing para que a gerência das comunicações deixe

de ser o segundo fator mais negligenciado em projetos, conforme constatado pelo PMI-RIO nos

resultados do estudo de benchmarking em gestão de projetos no ano de 2005.

O presente estudo poderá ser útil para: a) gerentes de projetos; b) empresas que utilizam a

metodologia de projetos; c) empresas que queiram se destacar no mercado a partir da eficaz

comunicação e divulgação dos seus projetos; d) empresas que desejam conquistar novos

contratos a partir da visibilidade e reconhecimento dos já executados; e) empresas que já

alcançaram um grau de maturidade e querem otimizar a gerências das comunicações; e f)

profissionais da área de marketing que queiram conhecer a área de gerenciamento de projetos.

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A SIGNIFICÂNCIA DO PROBLEMA

O gerenciamento da comunicação em projetos é apontado como a segunda área mais

negligenciada, estando à frente apenas da área de riscos. A significância do problema, neste

trabalho, se justifica por este fato constatado por diversas pesquisas realizadas.

O produto deste trabalho pretende facilitar a rotina do gerente de projeto que passa 90% do tempo

se comunicando. Esta facilitação virá a partir do produto e sub-produtos que serão gerados por

esta pesquisa, quais sejam:

- modelos de plano de gerenciamento da comunicação;

- adaptação das estratégias de comunicação do marketing para a comunicação em projetos;

- sugestões de como criar marca para projetos e para os gerentes de projetos; e

- oferecer indicadores e métricas para se monitorar e medir o progresso da gerência das

comunicações.

Considerando-se que cada projeto é único, o plano de comunicação deveria variar para atender as

especificidades de cada projeto e para aumentar suas chances de visibilidade, recall posterior e

sucesso.

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LIMITAÇÕES DO PROBLEMA

Este trabalho delimitou-se a pesquisar a gerência das comunicações e a execução dos planos de

comunicação em projetos. Como contribuição para agregação de valor e otimização das práticas

desta gerência, proporemos a aplicação das estratégias de marketing.

A gerência das comunicações será tratada como um conjunto de procedimentos com estratégias

específicas, formulários e um modo de fazer que pode ser aprendido, considerando-se as técnicas

provenientes do PMI, e todas as orientações do marketing.

Vale ressaltar algumas outras delimitações. Esta pesquisa não tratará dos aspectos psicológicos

presentes em todo processo de comunicação. Portanto, não se trata de um trabalho da área

comportamental. Da mesma forma, não utilizaremos o conceito que aponta a comunicação como

uma arte.

Destacamos outros temas ligados à comunicação que não serão abordados com detalhes neste

estudo, quais sejam: diferenças de idiomas e de aspectos culturais em projetos internacionais, e

projetos com equipes virtuais.

Acreditamos que uma forte limitação deste trabalho se deve ao fato dos gerentes não perceberem

a real importância da comunicação, considerando-a parte intrínseca a todos os processos, ao invés

de algo específico que exige planejamento, criatividade, execução e acompanhamento.

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DEFINIÇÕES DE TERMOS

Os termos utilizados neste estudo podem assim ser definidos:

Área de conhecimento em gerenciamento de projetos: uma área identificada de gerenciamento

de projetos definida por seus requisitos de conhecimentos e descrita em termos dos processos que

a compõem, suas práticas, entradas, saídas, ferramentas e técnicas.

Benchmarking: este termo é utilizado em gerência de projetos e no marketing, e consiste na

observação e comparação de práticas de projeto ou de práticas de empresas concorrentes. Daí

pode resultar na escolha de uma prática ou empresa que se considera ideal para ser tomada como

modelo de onde se quer chegar.

Campanhas: conjunto de ações com objetivo de marketing específico.

Deliverables: qualquer produto, resultado ou capacidade para realizar um serviço exclusivos e

verificáveis que devem ser produzidos para terminar um processo, uma fase ou um projeto.

Muitas vezes utilizado mais especificamente com referência a uma entrega externa, que uma

entrega sujeita à aprovação do patrocinador ou do cliente do projeto.

Endomarketing: uso das estratégias de marketing junto ao público interno da empresa ou projeto.

Earned Value: valor Agregado – O valor do trabalho terminado expresso em termos do

orçamento aprovado atribuído a esse trabalho para uma atividade do cronograma.

Gerenciamento das Comunicações: conjunto de quatro processos que visam garantir todo o

fluxo e registro das informações do projeto.

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Gerenciamento de Projetos: aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às

atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos.

Gerente de projetos: responsável pelo gerenciamento do projeto e, conseqüentemente, pelo seu

sucesso. Deve ser designado desde o início do projeto. Não precisa ter profundo conhecimento

técnico uma vez que sua competência está mais voltada para o entendimento geral e não para o

específico.

Marca: conjunto de características agrupadas com função de distinguir e identificar produtos,

serviços, projetos ou pessoas.

Marketing: função gerencial que busca ajustar a oferta da empresa a demandas específicas do

mercado, utilizando um conjunto de princípios e técnicas.

Mídia: meios de comunicação como rádio, TV, jornais e revistas.

Mix de marketing: conjunto de ferramentas que abranger os 4 P’s:produto, preço, praça e

promoção.

Projeto: Um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado

exclusivo.

Sustentabilidade: equilíbrio entre o meio ambiente, ser humano e a economia, possibilitando o

desenvolvimento sustentável.

Stakeholder: São as partes interessadas, que podem ser pessoas, comunidades e organizações,

como clientes, patrocinadores (sponsors), organizações executoras e o público, que estejam

ativamente envolvidas no projeto ou cujos interesses possam ser afetados de forma positiva ou

negativa pela execução ou término do projeto. Elas podem também exercer influência sobre o

projeto e suas entregas. Este termo é utilizado pelo PMI e pelo marketing.

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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho é composto por 4 capítulos, os quais estão descritos e representados abaixo:

Figura 01 - Organização do trabalhoFonte: A autora

CAPÍTULO I

Apresenta a introdução e contextualiza o problema em: descrição do problema, sua significância

e limitação, além das definições dos termos principais utilizados ao longo do trabalho.

CAPÍTULO II

Trata da apresentação da metodologia do trabalho, que tem como base as boas práticas do

gerenciamento de projetos recomendadas pelo PMI, publicadas no PMBOK.

CAPÍTULO III

Apresenta a revisão de literatura, explorando os principais conceitos ligados à metodologia de

gerenciamento de projetos, e interligando-os ao arcabouço teórico do marketing.

CAPÍTULO IV

Aborda as hipóteses e contribuições para a gerência das comunicações, advindas do uso das

estratégias de marketing. Nossa contribuição será a apresentação de uma proposta de modelos

aplicação das estratégias de marketing.

CAPÍTULO V

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Capítulo 2 Metodologia do Trabalho - PMI

Capítulo 1 Introdução e Contextualização do problema

Capítulo 3 Revisão da literatura

Capítulo 4

Aplicação do marketing em projeto

Capítulo 5 Conclusões e

Recomendações

Page 25: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Apresenta as conclusões do trabalho, apontando algumas recomendações quanto ao uso das

estratégias de marketing na gerência das comunicações. Apresentamos também algumas

sugestões de como se utilizar as informações geradas pela execução do plano de comunicação.

Estas recomendações nos permitirão apontar uma nova abordagem do conceito de comunicação

em projetos.

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Page 26: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

CAPÍTULO II

METODOLOGIA DO TRABALHO

2.1 A METODOLOGIA PMI PARA GERENCIAMENTO DE PROJETOS

2.1.1 A metodologia de Gerenciamento de Projetos

O principal objetivo do PMBOK é apresentar o subconjunto do Conjunto de conhecimentos em

gerenciamento de projetos que é amplamente reconhecido como boa prática. “Identificar”

significa fornecer uma visão geral, e não uma descrição completa. “Amplamente reconhecido”

significa que o conhecimento e as práticas descritas são aplicáveis à maioria dos projetos na

maior parte do tempo, e que existe um consenso geral em relação ao seu valor e sua utilidade.

De acordo com o PMBOK (2004) “O Gerenciamento de projetos é a competência organizacional

exclusiva que gerencia mudanças e impulsiona a vantagem competitiva – oferecendo resultados

alinhados com a estratégia corporativa”. A título de informação e contextualização definiremos

alguns conceitos importantes para se compreender o universo do gerenciamento de projetos.

2.1.2 Definição de projeto

Um projeto, de acordo com o PMBOK, é um esforço temporário empreendido para criar um

produto, serviço ou resultado exclusivo.

Além desta objetiva definição de projeto, é válido citarmos DINSMORE (2003) que detalha a

definição de projetos. “Um projeto é um empreendimento único, com início e fim determinados

(prazo), que utiliza recursos específicos (custos) e é conduzido por pessoas (equipe/stakeholders),

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Page 27: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

visando atingir objetivos predefinidos (escopo).” Nesta medida, um projeto se caracteriza por ser

- temporário, único e progressivo.

Quanto ao tamanho, um projeto pode ser de pequeno, médio ou grande porte, podendo envolver

de poucas pessoas a milhares, e ter a duração de uma semana ou de vários anos.

Os projetos a seguir servem de exemplos: desenvolvimento de software, campanhas

promocionais, desenvolvimento e lançamento de um produto ou serviço, construção de um

edifício, campanha de marketing, implantação de uma norma ou certificação organizacional.

2.1.3 Escritório de projetos (EP ou PMO)

A finalidade básica de um escritório de projetos é dar suporte às empresas para que possam gerir

com mais eficácia o seu portfolio de projetos. O gerente de projeto é um dos principais

beneficiários das ações e funções do escritório de projetos.

O tipo de suporte e as diretrizes de um escritório de projetos dependerá de cada organização e do

seu nível de maturidade. Entretanto, algumas funções desempenhadas são básicas, como:

- pesquisa; suporte administrativo; criar métodos, métricas e padrões; consultoria e

aconselhamento; treinamento; acompanhamento dos recursos humanos; gestão do conhecimento.

2.1.4 As nove áreas de conhecimento

A metodologia de projetos engloba nove áreas de conhecimento relacionadas à gestão de

projetos. Apresentaremos um resumo destas nove áreas, sendo que a área de gerência das

comunicações terá o seu conteúdo descrito de forma mais extensa no final deste capítulo, já que

esta área é o objeto de estudo deste trabalho.

As áreas de conhecimento em projetos estão descritas no PMBOK (2004) na seguinte ordem:

- gerenciamento de integração do projeto, do escopo, do tempo, do custo, da qualidade, dos

recursos humanos, da comunicação, dos riscos e de aquisições. A figura 03 representa a

interação entre estas áreas e seus respectivos processos.

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Figura 02 - Visão geral das áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos e seus processos .Fonte: PMBOK 2004

Gerenciamento de integração do projeto

O gerenciamento de integração do projeto inclui os processos e as atividades necessárias para

identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os diversos processos e atividades de

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Page 29: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

gerenciamento de projetos dentro dos grupos de processos de gerenciamento de projetos. Vale

ressaltar que esta área é fundamental para atender com sucesso às necessidades do cliente e das

partes interessadas e para gerenciar as expectativas. Os processos desta área incluem:

- desenvolver o termo de abertura do projeto; - desenvolver a declaração do escopo preliminar do

projeto; - desenvolver o plano de gerenciamento do projeto; - orientar e gerenciar a execução do

projeto; - monitorar e controlar o trabalho do projeto; - controle integrado de mudanças ; -

encerrar o projeto.

Gerenciamento do escopo do projeto

O gerenciamento do escopo do projeto abrange os processos necessários para garantir que o

projeto inclua todo o trabalho necessário, e somente ele, para que o projeto alcance sucesso. A

definição e o controle do trabalho que foi definido como escopo, são partes fundamentais desta

área, que inclui os seguintes processos:

- planejamento do escopo; - definição do escopo; - criar EAP; - verificação do escopo; - controle

do escopo.

Gerenciamento de tempo do projeto

O gerenciamento de tempo do projeto inclui os processos necessários para que o projeto seja

concluído no prazo. Os processos desta área incluem:

- definição da atividade; - sequenciamento de atividades; - estimativa de recursos da atividade; -

estimativa de duração da atividade; - desenvolvimento do cronograma; - controle do cronograma.

Gerenciamento de custos do projeto

O gerenciamento de custos do projeto inclui todos os processos tais como planejamento,

estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo a garantir que o projeto termine dentro

do orçamento aprovado.

Gerenciamento da qualidade do projeto

O gerenciamento da qualidade do projeto inclui os processos e as atividades da organização

executora que determinam as responsabilidades, os objetivos e as políticas de qualidade, de modo

37

Page 30: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

que o projeto atenda às necessidades que motivaram sua realização. Os processos desta área

incluem:

- planejamento da qualidade; - garantia da qualidade; - realização do controle da qualidade.

Gerenciamento de recursos humanos do projeto - RH

O gerenciamento de recursos humanos do projeto inclui os processos que organizam, contratam,

nomeiam e gerenciam a equipe do projeto, que é composta por pessoas com funções e

responsabilidades específicas, atribuídas pelo gerente do projeto ou pelo RH da empresa. Os

processos desta área incluem:

- planejamento - criação do plano de gerenciamento de pessoal; - contratação ou mobilização da

equipe; - desenvolvimento da equipe – pode incluir treinamento para aprimorar competências

e/ou técnicas para interação de membros da equipe; - gerenciar o desempenho da equipe, dar

feedback, resolver conflitos e coordenar as mudanças.

O Gerente de Projeto desempenha papel importante na condução da equipe durante o ciclo de

vida do projeto. O sucesso dessa condução depende das habilidades pessoais deste gerente, tais

como: liderança, comunicação, relação interpessoal, ética, solução de conflitos.

Gerenciamento das comunicações do projeto

O gerenciamento das comunicações do projeto inclui os processos necessários para garantir a

geração, coleta, distribuição, armazenamento, recuperação e destinação final das informações

sobre o projeto de forma oportuna e adequada. Os processos de gerenciamento das comunicações

do projeto fornecem as ligações críticas entre pessoas e informações que são necessárias para

comunicações bem-sucedidas. Todos os envolvidos no projeto devem entender como as

comunicações afetam o projeto como um todo. São quatro os processos desta área, representados

na figura 03, sendo eles: planejamento das comunicações; distribuição das informações; relatório

de desempenho e; gerenciar as partes interessadas.

Esta área – gerência das comunicações – será detalhada no capítulo 3 por se tratar do objeto de

estudo deste trabalho.

38

Page 31: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

39

Page 32: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 03 - Visão geral do gerenciamento das comunicações Fonte: PMBOK 2004

Gerenciamento de riscos do projeto

O gerenciamento de riscos do projeto inclui os processos para identificação, análise, respostas,

monitoramento e controle, e planejamento dos riscos, durante todo o ciclo de vida do projeto. Os

objetivos principais são aumentar a probabilidade e o impacto dos eventos positivos e diminuir a

probabilidade e o impacto dos eventos adversos. Os processos desta área incluem:

- planejamento; - identificação; - análise qualitativa e quantitativa; - planejamento de respostas a

riscos; - monitoramento e controle de riscos identificados, riscos residuais, identificação dos

novos riscos, execução de planos de respostas a riscos e avaliação da sua eficácia.

Gerenciamento de aquisições do projeto

O gerenciamento de aquisições do projeto inclui os processos para comprar ou adquirir os

produtos, serviços ou resultados necessários à realização do trabalho. Os processos desta área

incluem:

- planejar compras e aquisições – o que comprar, quando e como; - planejar contratações;

- solicitar respostas de fornecedores - cotações, preços, ofertas ou propostas; - selecionar

fornecedores; - administração de contrato - gerenciamento do contrato e da relação entre o

comprador e o fornecedor, análise e documentação do desempenho atual ou passado de um

fornecedor a fim de estabelecer ações corretivas necessárias e fornecer uma base para futuras

relações com o fornecedor, gerenciamento de mudanças relacionadas ao contrato; - encerramento

do contrato.

2.1.5 Ciclo de vida do projeto

Na seção 2.1.2 – Definição de projeto, consideramos que todo projeto se caracteriza por ser

temporário, único e progressivo. Isto aponta a necessidade de abordarmos o ciclo de vida do

projeto e o ciclo de vida do gerenciamento do projeto.

Ciclo de vida do projeto

40

Page 33: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

O ciclo de vida do projeto, conforme DINSMORE (2003), consiste no conjunto das diversas

fases de um projeto. Estas fases serão determinadas a partir das características e necessidades de

cada produto ou serviço que deverá ser entregue pelo projeto. A Figura 04 exemplifica.

Figura 04 - Seqüência típica de fases no ciclo de vida de um projeto. Fonte: PMBOK 2004

Ciclo de vida do gerenciamento do projeto

O ciclo de vida do gerenciamento do projeto descreve o conjunto de processos, que podem ser

classificados em cinco grupos ou fases: - iniciação, planejamento, execução, monitoramento e

controle e encerramento. Conforme ilustra a Figura 05.

41

Page 34: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 05 - Classificação dos processos de gerenciamento de projetos. Fonte: PMBOK 2004

Vale ressaltar que, durante o projeto, estas fases não são implementadas de forma seqüencial e

linear. Elas podem se sobrepor conforme apresentado na Figura 06.

Figura 06 - Os processos de gerenciamento de projetos sobrepostos. Fonte: PMBOK 2004

Como este trabalho possui caráter multidisciplinar, vale ressaltar que o conceito de ciclo de vida

do projeto será retomado no capítulo 3. Faremos uma comparação deste conceito da área de

gerenciamento de projetos com o conceito de ciclo de vida do produto ou da prestação de serviço,

da área de marketing.

2.1.6 O ciclo PDCA

O Ciclo PDCA (plan-do-check-act, planejar-fazer-verificar-agir), é um conceito subjacente para a

interação entre os processos, que foi idealizado por Shewhart e mais tarde modificado por

42

Page 35: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Deming. De acordo com PLÁCIDO (2006) o Ciclo PDCA nasceu no escopo da tecnologia TQC

(Total QualityControl) como uma ferramenta que melhor representava o ciclo de gerenciamento

de uma atividade. Entretanto, o conceito do ciclo evoluiu ao longo dos anos vinculando-se

também à idéia de que, toda organização encarregada de atingir um determinado objetivo,

necessita planejar e controlar as atividades a ela relacionadas.

De acordo com PMBOK (2004), “a natureza integradora dos grupos de processos é mais

complexa que o ciclo PDCA básico. No entanto, o ciclo aprimorado pode ser aplicado aos inter-

relacionamentos dentro dos cinco grupos de processos e entre eles”. Vale destacar a interação do

processo de monitoramento e controle com todos os aspectos dos outros grupos de processos,

conforme Figura 07.

O Ciclo PDCA pode ser ampliado para atender às especificidades do projeto ou da organização

com seus respectivos fornecedores e empresas terceirizadas. Um modelo ampliado do PDCA foi

apresentado por PLÁCIDO (2006), no qual mostra as inter-relações entre o cliente, a contratada e

sub-contratadas no setor de extração de petróleo.

Figura 07 - Mapeamento entre os grupos de processos de gerenciamento de projetos e o ciclo PDCA. Fonte: PMBOK 2004

43

Page 36: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

2.1.7 Interessados no projeto - Stakeholders

Os interessados no projeto, também chamados de stakeholders, são todas as pessoas físicas,

jurídicas, comunidades ou poder público envolvidos em um projeto. O tipo de envolvimento

pode variar de acordo com o interesse ou relação com o projeto, tais como:

- gerente do projeto - cliente (quem contrata o projeto)

- empresa executora - equipe de execução do projeto

- patrocinador (sponsor) - usuário final

- comunidade / sociedade - financiadores (instituições bancárias)

- poder público - influenciadores (pessoas ou grupos)

- PMO (no caso de empresas que possuam esta estrutura)

- equipe de gerenciamento do projeto

- empresas contratadas (terceirizadas) e empresas fornecedoras de materiais.

A análise dos interessados no projeto é uma importante etapa para se identificar as necessidades

de comunicação de cada stakeholder, e, assim, poder desenvolver um eficiente plano de

comunicação. Esta análise deve ser feita em várias etapas, dentre as quais destacamos as

seguintes, representadas nas figuras e quadro abaixo, extraídos de CHAVES (2006):

- Mapeamento das partes interessadas do projeto, Análise das partes interessadas e Categorias de

partes interessadas. Apresentamos, também, dois exemplos de análise das partes interessadas.

44

Page 37: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 08 - Mapeamento das partes interessadas do projeto Fonte: Adaptado de Cleland e Ireland (2002), citado em CHAVES (2006)

45

Page 38: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 09 – Análise das partes interessadas Fonte: Adaptado de Noland e Kolb (1987), citado em CHAVES (2006)

Quadro 01 – Exemplos de categorias de partes interessadas Fonte: CHAVES (2006)

46

Page 39: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Quadro 02 – Análise das partes interessadas para um projeto (Exemplo) Fonte: Adaptado de Pinto (1994:124), citado por CHAVES (2006)

Figura 10– Análise das partes interessadas para um projeto (Exemplo) Fonte: Adaptado de Quirke (1996), citado por CHAVES (2006)

47

Page 40: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

2.1.8 O gerente de projeto

O gerente de projeto é uma das partes interessadas, entretanto, de acordo com VALERIANO

(1998), citado por HINÇA (2005) “a função de gerente de projetos encerra, intrinsecamente, uma

elevada dose de desafio.” Sua função é de suma importância, na medida em que é o responsável

pela condução e sucesso do projeto. Por isso, estamos destacando algumas habilidades pessoais,

administrativas e técnicas necessárias ao eficaz gerenciamento do projeto pelo gerente.

- gerenciar o projeto para que o mesmo seja concluído com sucesso quanto a custo,

prazo e qualidade do serviço ou produto tratado no escopo;

- liderar;

- atuar como facilitador em treinamentos e nos processos de negociação;

- ter competência técnica;

- dominar algum tipo de metodologia de gerenciamento de projetos;

- conhecer normas e regulamentações da área de aplicação do projeto;

- ter senso de urgência quanto aos prazos relativos às fases e atividades do projeto;

- negociar e saber exercer o poder de forma adequada e oportuna;

- contratar e avaliar a equipe;

- manter a equipe integrada e motivada;

- identificar a necessidade de treinamento da equipe;

- gerar os registros necessários;

- estabelecer e reforçar padrões de conduta;

- gerenciar as partes interessadas;

- tentar manter clima otimista e de pro-atividade;

- administrar conflitos e mudanças;

- habilidade para gerenciar a comunicação nos seus três níveis: informativo,

estratégico e inovador;

- zelar pela gestão do conhecimento;

- saber persuadir os stakeholders chaves para suportar o projeto;

- comunicar abertamente com a equipe;

- ser um defensor da metodologia e dos processos; e

- conhecer a tecnologia do seu projeto;

48

Page 41: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

No momento da definição do gerente para determinado projeto, é importante que as empresas

tenham consciência das diferenças comportamentais, de formação e de habilidades entre o

gerente de projeto e o gerente funcional. Isto pode auxiliar na escolha do profissional adequado

para que o projeto alcance sucesso.

O tema perfil do gerente de projeto será retomado no capítulo 4, relacionando-o à criação da

marca do gerente.

2.1.9 As Influências Organizacionais

A abordagem das estruturas organizacionais neste trabalho tem o objetivo de evidenciar a

importância do gerente de projeto em perceber, identificar e agir de acordo com a estrutura

organizacional da empresa na qual o projeto esteja inserido.

2.1.9.1 Estrutura organizacional

Considerando-se que todo projeto depende de algum tipo de organização que o patrocine ou que

sirva de base para sua execução, apresentamos algumas das características relacionadas a projetos

dos principais tipos de estruturas organizacionais, conforme a Figura 11.

Figura 11 - Influências da estrutura organizacional nos projetos. Fonte: PMBOK 2004

49

Page 42: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Não descreveremos, neste trabalho, os tipos de estrutura organizacional, já que este assunto tem

farto material de consulta e está plenamente explorado no PMBOK 2004. Optamos por

apresentar a figura 12 que mostra a classificação das indústrias pela utilização da gestão de

projetos, de acordo com KERZNER (2002) e HINÇA (2005).

Figura 12 - Classificação das indústrias pela utilização de GP. Fonte: KERZNER (2002) citado em HINÇA (2005)

Como parte da estrutura organizacional, temos os ativos organizacionais que são representados,

entre outros, por: normas da empresa, recursos disponíveis da empresa para o projeto, processos

dos departamentos (compra, financeiro, por exemplo), lições aprendidas de projetos anteriores,

50

Page 43: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

exigência de periodicidade para entrega de relatórios, métodos e sistemas disponíveis para

comunicação.

As empresas e todos os seus ativos organizacionais estão sujeitos e sofrem influências dos fatores

ambientais externos, sobre os quais não se exerce controle. Há que se conviver com as leis,

regulamentos, meio ambiente, comunidades, poder público, buscando sempre prever tendências,

para que as empresas não sejam surpreendidas por estes fatores.

O pensamento de NASSAR (2001) ilustra e relaciona perfeitamente as definições para estrutura,

ativos, cultura e clima organizacionais: "Em um ambiente empresarial atribulado, em que os

cenários traçados pelos estrategistas das altas direções são, cada vez mais, meras incertezas, é

preciso guardar como um verdadeiro tesouro tudo aquilo que constrói o imaginário de uma

instituição. Missão, visões de futuro, identidade, marca, são expressões do discurso

organizacional que estão permanentemente sob fogo cerrado de um incrível arco de fatores

ligados... às re-estruturações de ordem econômica, social e política... E as organizações que

sistematizam o registro desses elementos ligados ao seu simbólico e as comunicam para todos os

seus públicos têm as suas identidades fortalecidas, missões protegidas e destinos assegurados."

Como o foco deste trabalho é a comunicação, ressaltamos que a condução da gerência das

comunicações deverá ser flexível, se adequar a cada tipo de estrutura organizacional e observar o

nível de autoridade do gerente de projeto. Esta gerência sofre grande influência do tipo de

estrutura, da cultura e clima organizacional.

2.1.9.2 Cultura e clima organizacional

A cultura e o clima organizacional são dois aspectos da administração que vêm recebendo a

atenção de estudiosos da área de administração de empresas e da área de projetos. Trata-se de

tema complexo, principalmente por envolver os aspectos intangíveis e psicológicos dos recursos

humanos de uma empresa. Portanto, um eficaz plano de comunicação deve ser feito

considerando-se estes fatores. Cultura e clima podem ser percebidos em alguns fatores citados

abaixo: normas, crenças, expectativas e valores compartilhados; políticas e procedimentos; visão

das relações de autoridade – hierarquia; ética do trabalho e horas de trabalho; estilo de

51

Page 44: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

comunicação – participativo, centralizado; estilo de gerência e diretoria – democrática ou

autocrática.

Os quatro valores básicos da gestão de projetos merecem ser destacados: - cooperação, trabalho

em equipe, confiança e comunicações eficientes -, já que influenciarão e serão influenciados

pelas organizações com as quais o projeto interagir.

2.1.10 Maturidade em projetos

Podemos definir maturidade conforme HINÇA (2005): “A maturidade em gestão de projetos é o

desenvolvimento de sistemas e processos que são, por natureza, repetitivos e garantem uma alta

probabilidade de que cada um deles seja um sucesso. Entretanto, processos e sistemas repetitivos

não são, por si, garantia de sucesso, apenas aumentam a sua probabilidade.”

É importante compreender que todas as empresas atravessam seus próprios processos de

maturidade e que se trata de um processo que deve preceder a excelência. A curva do processo

de aprendizado para a maturidade é medida em anos. As empresas comprometidas com a

utilização da gestão de projetos poderão ter sorte de atingir a maturidade em cerca de dois anos,

enquanto uma empresa típica pode levar até cinco anos, conforme KERZNER (2002).

A tabela 01 mostra as fases do ciclo de vida para a maturidade em gestão de projetos. O tipo de

estrutura e a cultura organizacional, além da natureza do negócio irão ditar o tempo gasto em

cada empresa para alcançar a maturidade em projetos.

52

Page 45: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

EmbrionáriaAceitação pela

Gerência executiva

Aceitação pelos gerentes

de áreaCrescimento Maturidade

Reconhecer a necessidade

Obter o apoio visível dos executivos

Obter o apoio dos gestores de área

Reconhecer a utilidade das fases do ciclo de vida

Desenvolver um sistema de controle gerencial de custo e programação

Reconhecer os benefícios

Fazer com que os executivos entendam a gestão dos projetos

Conseguir o comprometimento dos gestores de área

Desenvolver uma metodologia de gestão de projetos

Integrar o controle de custos e da programação

Reconhecer a aplicabilidade

Estabelecer promotores no nível executivo

Proporcionar conhecimento aos gerentes de área

Obter o comprometimento com o planejado

Desenvolver um programa de ensino para melhorar as competências em gestão de projetos

Reconhecer o que precisa ser feito

Dispor-se a mudar a maneira de conduzir o empreendimento

Dispor-se a liberar os funcionários para treinamento em gestão de projetos

Minimizar oscilações de escopo. Definir um sistema de rastreamento do projeto

Tabela 01 - Cinco fases do ciclo de vida da gestão de projetos.Fonte: KERZNER (2002) citado em HINÇA (2005)

Atualmente as empresas que buscam alcançar maior nível de excelência em projetos já podem

contar com diversos modelos para medir sua maturidade, dentre eles: KERZER PMMM, SEI

CMMI, Center for business practices, Berkley model, ESI project framework e PRADO-MMGP.

Neste trabalho optamos por apresentar, resumidamente, o Modelo de Maturidade Prado-MMGP

que elenca cinco níveis, conforme figura 13. A evolução nos níveis ocorre segundo seis

dimensões: conhecimentos de gerenciamento, uso de metodologia, informatização, uso de

estrutura organizacional, relacionamentos humanos e alinhamento estratégico.

53

Page 46: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 13- Níveis de Maturidade – Modelo KPMMM de Kerzner Fonte: KERZNER, citado por Leon Herszon do IIL Brasil (2006)

O nível de maturidade da empresa impactará diretamente a gerência das comunicações. Daí

enfatizarmos a necessidade do gerente de projetos identificar o nível de maturidade das empresas

envolvidas no projeto, indo desde a organização executora até os patrocinadores e fornecedores.

Esta identificação dos níveis de maturidade das partes interessadas pode servir de base para a

execução de um plano de comunicação ajustável a cada nível e eficaz quanto a sua função de

transmitir informação e manter o projeto integrado.

54

Page 47: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

CAPÍTULO III

REVISÃO DA LITERATURA

3.1 A GERÊNCIA DAS COMUNICAÇÕES

3.1.1 O Conceito de comunicação no gerenciamento de projetos

O conceito de comunicação na área de gerenciamento das comunicações não tem uma definição

específica, porém o PMBOK (2004) faz a seguinte ressalva: “As habilidades de comunicação não

são as mesmas das comunicações de gerenciamento de projetos, mas estão relacionadas a elas. A

arte da comunicação é um assunto amplo e envolve um conjunto de conhecimentos

significativos...” que incluem, dentre outros: - emissor, mensagem, ruído, receptor, codificação e

decodificação.

Apesar do PMBOK não optar por uma definição para o conceito de comunicação, podemos fazer

uma inferência, a partir das orientações das boas práticas nos quatro processos de gerenciamento

das comunicações. Qual seja: - a comunicação é um meio operacional para geração, coleta,

distribuição, armazenamento, recuperação e destinação final das informações sobre o projeto.

Esta visão limita a comunicação em projetos a uma área que executa apenas processos passivos,

estáticos e descritivos. A comunicação, nesta medida, atua apenas no seu nível informativo, ou

seja, meio de transmissão de informações. Talvez, esta seja uma possível justificativa para o fato

da comunicação ser o segundo fator mais negligenciado em projetos. Ou, de acordo com

VERZUH (2000): “As crises nas comunicações são um dos mais importantes fatores de falhas

nos projetos”. Entretanto, não estamos fazendo uma crítica ao modelo de comunicação proposto

pelo PMBOK. Apenas ressaltamos que este modelo atende aos processos internos de

comunicação do projeto, porém, há uma necessidade de todo projeto, como elemento único, de se

55

Page 48: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

comunicar com o mundo externo ao projeto, seja a empresa, a comunidade, a mídia ou o

mercado.

Como conseqüência desta limitação, observamos que os gerentes de projetos não dispõem de

orientações mais sofisticadas e detalhadas sobre como explorar a comunicação em seus níveis:

NÍVEIS DA COMUNICAÇÃO

Nível 1 - Comunicação informativa - conceito do PMI

Nível 2 - Comunicação estratégica - conceito do marketing

Os resultados de nossa pesquisa bibliográfica, incluindo materiais na língua inglesa, indicaram a

escassez de materiais escritos exclusivamente sobre a área de comunicação em projetos.

Encontramos apenas dois livros: no Brasil, o lançamento de 2006 da Editora FGV –

Gerenciamento da Comunicação em Projetos - e, nos Estados Unidos, o livro Project

Management Communications Toolkit, lançado em 2004. A comunicação em projetos tem sido

estudada também por Danúbio Becker Borba e Eduardo N. O. Vieira, que apresentam artigos

sobre o tema em DINSMORE (2006).

3.1.2 As mudanças na gerência das comunicações no PMBOK - Terceira edição

O corpo de orientações e processos da gerência das comunicações foi ampliado na edição de

2004 do PMBOK. Estas alterações e inclusões apontam para uma conscientização da

importância do plano de comunicações em projetos como um elemento de integração, capaz de

dar visibilidade ao projeto e de relacionar as partes interessadas, as áreas de conhecimento e as

fases do projetos. Destacamos as seguintes inclusões e alterações:

- fluxograma de processo do gerenciamento das comunicações do projeto (figura 14.);

- comunicação - modelo básico (figura 15.); e

- o processo de ‘encerramento administrativo‘ foi substituído pelo processo de ‘gerenciamento

das partes interessadas’ que gerencia as comunicações para atender às necessidades das

partes interessadas no projeto e resolver problemas com as mesmas. As tarefas relacionadas

56

Page 49: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

aos processos de encerramento passaram a fazer parte da área de integração e aquisição.

Figura 14 - Fluxograma de processo do gerenciamento das comunicações do projeto. Fonte: PMBOK 2004

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Page 50: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 15 - Comunicação – modelo básicoFonte: PMBOK 2004

3.1.3 O Gerenciamento das comunicações e seus processos

3.1.3.1 As interações da gerência das comunicações com as demais áreas de conhecimento

A gerência das comunicações interage direta ou indiretamente com todas as demais áreas de

conhecimento. Na tabela 02 apontamos as interações entre processos e os demais áreas de

conhecimento com a área das comunicações, conforme listado no PMBOK (2004).

A gerência das comunicações se relaciona com as seguintes áreas de conhecimento e seus

respectivos processos, seja como entrada, saída ou apenas interação:

- influências organizacionais

- interações entre os processos

- gerenciamento de integração

- gerenciamento do escopo

- gerenciamento de tempo

- gerenciamento do custo

- gerenciamento da qualidade

As interações entre todos os processos estão plenamente discutidas e detalhadas no capítulo três

do PMBOK. Porém, é válido destacar a estreita ligação entre a área de gerenciamento de

recursos humanos com a área de gerenciamento das comunicações, na medida em que a equipe

de execução e de gerenciamento do projeto precisam utilizar algum tipo de comunicação durante

58

Page 51: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

o desenvolvimento do projeto. Entretanto, não encontramos formalização de nenhum processo de

interação entre estas duas áreas.

Registramos apenas dois momentos em que a relação entre RH e comunicações foi evidenciada.

Um destes momentos está em DINSMORE (2003): “Para que uma equipe possa trabalhar

efetivamente como um time, os seus integrantes devem conhecer e estar focados nos objetivos

principais do projeto (...) Nesse contexto, a comunicação exerce um papel fundamental, no

sentido de que todos devem estar atualizados com os assuntos relevantes ao projeto em geral,

bem como aqueles necessários ao desempenho da sua função.”.

A reunião de avaliação da equipe é outro momento que torna factual esta ligação entre

comunicação e RH. Esta reunião é parte das atividades do plano de comunicação, porém seu

conteúdo – avaliação da equipe – é um requisito previsto no plano de gerenciamento de RH.

Inclusive, os resultados desta reunião seguem para o departamento de RH.

Destacamos também, que a área de riscos não é citada como tendo interação com a área de

comunicação.

Na tabela 02, estamos incluindo estas duas áreas – RH e riscos – porque consideramos que a

comunicação afeta e interage com estas áreas.

59

Page 52: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006
Page 53: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

INTERAÇÃO DA GERÊNCIA DAS COMUNICAÇÕES COMAS DEMAIS ÁREAS DE CONHECIMENTO

Demais áreasInfluências Organizacio

naisIntegração Escopo Tempo Custos Qualidade RH

Comunicações

Riscos

Capítulos (PMBOK) 2 4 5 6 7 8 9 10 11

Pro

cess

os d

a G

erên

cia

das

Com

un

icaç

ões

PLANEJAMENTO I - 2.3

I / E - 4.1.1.3

E-4.1.1.4; 4.3

E – 5.2.3.1

- -E

++E

+++-

E+++

DISTRIBUIÇÃO -

S - 4.6 e distribuir saídas de

outras áreas

- - - -S+

E - 10.1.3.1

S++

RELATÓRIO DEDESEMPENHO

-

E- 4.4.; 4.3;

4.6.3.1; 4.4.3.1

S - 4.4.3.2 4.5.3.1

-E-6.6.3.

3

E-7.3.3.3

E-7.3.3.4

E-8.3.3.1E – S

++-

S+

GERENCIAR AS PARTES

INTERESSADAS-

E- 4.1.1.4S- 4.6.3.1;

4.6.3.5- - -

E- S++

E-S++

E - 10.1.3.1

E-S+

I = Interação E = Entradas S = Saída + = Níveis de impacto, sendo: + = baixo ++ = médio e +++ = alto.

Page 54: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Tabela 02 - Interação da gerência das comunicações com as demais áreas de conhecimento Fonte: Adaptado a partir do PMBOK (2004)

10

Page 55: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Os processos da área de gerência das comunicações interagem entre si. Quanto ao processo de distribuição, vale destacar algumas observações:

1. O processo de distribuição da informação interage com todas as demais áreas de conhecimento (capítulo 4 ao 12).

2. As entradas deste processo partem das saídas do processo de planejamento da comunicação e das saídas de outras áreas.

Capítulo 2 - 2.3. = Influências organizacionais - I

Capítulo 4 - Gerenciamento de Integração do projeto4.1.1.3. = Fatores ambientais da empresa - I / E4.1.1.4. = Ativos de processos organizacionais + Lições aprendidas + informações históricas - E4.3. = Plano de gerenciamento do projeto - E4.6. = Controle integrado de mudanças - S4.4. = Orientar e gerenciar a execução do projeto - E4.6.3.1. = Solicitações de mudanças aprovadas - E4.4.3.1. = Entregas - E4.4.3.2. = Mudanças solicitadas - S4.5.3.1. = Ações corretivas recomendadas - S4.6.3.5. = Ações corretivas aprovadas – S

Capítulo 5 - Gerenciamento do escopo5.2.3.1. = Declaração do escopo do projeto – E

Capítulo 6 - Gerenciamento de tempo6.6.3.3. = Medições de desempenho – E

Capítulo 7 - Gerenciamento de custos7.3.3.3. = Medições de desempenho declaração do escopo do projeto – E7.3.3.4. = Previsão de término – E

Capítulo 8 - Gerenciamento da qualidade8.3.3.1. = Medições de controle da qualidade – E

Capítulo 9 – Gerenciamento de RH

Capítulo 10 - Gerenciamento da comunicação 10.1.3.1. = Plano de gerenciamento das comunicações – E

Capítulo 11 – Gerenciamento de riscosLegenda da tabela 02

3.1.4 Os processos de gerenciamento das comunicações

Descrevemos os quatro processos para o pleno gerenciamento das comunicações, de acordo

com o PMBOK 2004.

O gerenciamento das comunicações do projeto é a área de conhecimento que emprega os

processos necessários para garantir a geração, coleta, distribuição, armazenamento,

11

Page 56: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

recuperação e destinação final das informações sobre o projeto de forma oportuna e adequada.

Os processos de gerenciamento das comunicações do projeto fornecem as ligações críticas

entre pessoas e informações que são necessárias para comunicações bem-sucedidas. Todos os

envolvidos no projeto devem entender como as comunicações afetam o projeto como um

todo.

A gerência das comunicações do projeto incluem os seguintes processos, que estão

representados na figura 16:

• Planejamento das comunicações – determinação das necessidades de informações e

comunicações das partes interessadas no projeto.

• Distribuição das informações – colocação das informações necessárias à disposição

das partes interessadas no projeto no momento adequado.

• Relatório de desempenho – coleta e distribuição das informações sobre o desempenho

do projeto.

• Gerenciar as partes interessadas – gerenciamento das comunicações para satisfazer os

requisitos das partes interessadas no projeto e resolver problemas relacionados a elas.

Esses processos interagem entre si e também com processos de outras áreas de conhecimento.

Cada processo pode envolver o esforço de uma ou mais pessoas ou grupos de pessoas, com

base nas necessidades do projeto. O processo ocorre pelo menos uma vez em todos os

projetos e também em uma ou mais fases. Embora os processos estejam apresentados aqui

como elementos distintos, com interfaces bem definidas, na prática eles podem se sobrepor e

interagir.

12

Page 57: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 16 - Visão geral do gerenciamento das comunicações. Fonte: PMBOK (2004)

3.1.4.1 PLANEJAMENTO DAS COMUNICAÇÕES

O planejamento das comunicações determina as necessidades de informações e comunicações

das partes interessadas. Portanto, um dos primeiros passos é identificar as partes interessadas

– stakeholders, e perceber suas necessidades e a melhor forma de atendê-las. Deve-se

13

Page 58: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

responder as seguintes questões: quem precisa de qual informação, quando precisa recebê-la,

como será fornecida e quem a enviará.

O momento mais adequado para se planejar a comunicação é durante as fases iniciais do

projeto. Porém, como a comunicação faz parte de todo o ciclo de vida do projeto, este plano

deverá ser revisto regularmente e ajustado, se necessário, par manter sua eficácia.

Cada projeto exige um plano de comunicação distinto, já que as necessidades de informação,

os métodos de distribuição e as partes gerenciadas variam sempre em cada projeto.

O planejamento das comunicações está, muitas vezes, estreitamente ligado aos fatores

ambientais da empresa e às influências organizacionais. A estrutura organizacional da

empresa executora ou beneficiária do projeto terá grande influência nos requisitos de

comunicações do projeto.

As entradas, ferramentas e técnicas, e as saídas do processo de planejamento estão

representados na figura 17.

10

Fig ura 17 -

Planejamento das comunicações. Fonte: PMBOK 2004

ENTRADAS - As entradas deste processo estão apresentadas na Tabela 02.

14

Page 59: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

FERRAMENTAS E TÉCNICAS

Análise dos requisitos das comunicações

A análise dos requisitos das comunicações resulta na soma das necessidades de informações

das partes interessadas no projeto. Esses requisitos são definidos combinando o tipo e o

formato das informações necessárias com uma análise do valor dessas informações. Os

recursos do projeto são gastos somente na comunicação das informações que contribuem para

o sucesso ou nos pontos em que uma falta de comunicação pode conduzir ao fracasso. Para

isso, o gerente de projetos deve considerar o número de canais ou caminhos de comunicação

possíveis como um indicador da complexidade das comunicações em um projeto. A fórmula

para cálculo do número total de canais de comunicação é, conforme PMBOK (2004):

n² - n

________

2

onde “n” representa o número de participantes da equipe e das partes interessadas. Assim,

em uma equipe de projeto com dez pessoas trocando informações, o número de canais

potenciais é 10 (9)/2 = 45. Se duas novas pessoas entram na equipe, o número de canais

aumenta para 12 (11)/2 = 66.

Um componente importante do planejamento das comunicações do projeto, portanto, é

determinar e limitar quem se comunicará com quem, e quem receberá quais informações. As

informações necessárias para determinar os requisitos das comunicações do projeto incluem:

• organogramas

• a organização do projeto e as relações das responsabilidades entre as partes

interessadas

• departamentos e áreas de especialização dos envolvidos no projeto

• logística do número de pessoas envolvidas no projeto e em seus respectivos locais

• necessidades e padrões internos de informações nas organizações

• necessidades externas de informações com as contratadas, com os meios de

comunicação ou com a comunidade

• perfil das partes interessadas

• análise do perfil de complexidade do projeto quanto a impacto positivo ou negativo na

empresa ou na comunidade.

Tecnologia das comunicações

15

Page 60: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

As metodologias usadas para transferir informações entre as partes interessadas no projeto

podem variar significativamente. Por exemplo, uma equipe de gerenciamento de projetos

pode incluir desde conversas breves até reuniões demoradas ou incluir como métodos de

comunicação desde simples documentos por escrito até itens que podem ser acessados on-

line.

Os fatores da tecnologia das comunicações que podem afetar o projeto incluem:

• a urgência da necessidade de informações. O sucesso do projeto requer periodicidade

na geração e distribuição das informações.

• a disponibilidade de tecnologia. Os sistemas já implantados são adequados ou o

projeto precisa de mudanças para poder dar suporte necessário?

• a formação de pessoal previsto para o projeto. Os sistemas de comunicações propostos

são compatíveis com a experiência e especialização dos participantes do projeto ou há

necessidade de treinamento e aprendizado extensos?

• a duração do projeto.

• o ambiente do projeto. A equipe se reúne e opera com a presença física dos membros

ou em um ambiente virtual? 10

SAÍDAS

Plano de gerenciamento das comunicações

O plano de gerenciamento das comunicações pode fazer parte do plano de gerenciamento do

projeto ou pode ser elaborado com um plano auxiliar (Seção 4.3). As saídas deste plano

devem fornecer:

• os requisitos de comunicação das partes interessadas

• as informações que serão comunicadas, inclusive o formato, conteúdo e nível de

detalhes

• a pessoa responsável pelo plano de comunicação

• a pessoa ou os grupos que receberão as informações

• os métodos ou tecnologias usados para transmitir as informações, como memorandos,

e-mail e/ou comunicados à imprensa

• a periodicidade da comunicação: diária, semanal, mensal

• o método a ser utilizado para atualizar o plano durante o seu ciclo de vida

• glossário da terminologia comum.

16

Page 61: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

O plano de gerenciamento das comunicações pode também incluir diretrizes para as diversas

reuniões do projeto: reunião de kick off, de andamento do projeto, de avaliação da equipe,

com fornecedores, de close out, incluindo reuniões por meios eletrônicos.

O plano de gerenciamento das comunicações pode ser formal ou informal, bem detalhado ou

genérico, e deve se basear nas necessidades do projeto. Listamos abaixo alguns atributos que

um plano de gerenciamento das comunicações deve incluir:

• item de comunicações. As informações que serão distribuídas às partes interessadas.

• objetivo. A razão da distribuição dessas informações.

• freqüência. A freqüência de distribuição dessas informações.

• eventos de comunicação. Reuniões, comemorações.

• relatórios. Definir os tipos de relatórios que serão apresentados.

• datas de início/conclusão. O prazo para a distribuição das informações.

• formato/meio físico. O layout das informações e o método de transmissão.

• alocação financeira para o gerenciamento das comunicações.

• responsabilidade. O membro da equipe encarregado da distribuição das informações.

O planejamento das comunicações freqüentemente envolve a criação de entregas adicionais

que, por sua vez, exigem mais tempo e esforço. Portanto, a estrutura analítica do projeto, o

cronograma do projeto e o orçamento do projeto são atualizados de acordo com estas

demandas.

3.1.4.2 DISTRIBUIÇÃO DAS INFORMAÇÕES

A distribuição das informações tem como objetivo coletar, organizar e pôr à disposição das

partes interessadas as informações do projeto, sempre no momento oportuno. Também diz

respeito ao processo de distribuição das informações, implementar o plano de gerenciamento

das comunicações, além de responder às solicitações de informações não previstas.

ENTRADAS - A entrada deste processo é o próprio plano de gerenciamento da comunicação,

conforme ilustrado na Tabela 02 e na Figura 18.

17

Page 62: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 18 - Distribuição das informações. Fonte: PMBOK 2004

FERRAMENTAS E TÉCNICAS

Habilidades de comunicação

As habilidades de comunicação fazem parte das habilidades de gerenciamento geral e são

usadas para trocar informações. As habilidades de gerenciamento geral relacionadas às

comunicações incluem garantir que as pessoas certas obtenham as informações certas na hora

certa, conforme definido no plano de gerenciamento das comunicações.

Como parte do processo de comunicações, o emissor é responsável por garantir que as

informações estejam claras e completas, de forma que o receptor possa recebê-las

corretamente, e pela confirmação de que elas foram adequadamente entendidas. O receptor é

responsável por certificar-se de que as informações foram recebidas completas e que serão

entendidas corretamente. A comunicação possui diversas dimensões: 10

• escrita e oral – ler, ouvir e falar

• interna (dentro do projeto) e externa (o cliente, os meios de comunicação, o público)

• formal (relatórios, briefings) e informais (memorandos, conversas para fins

específicos)

• vertical (de acordo com a hierarquia organizacional) e horizontal (entre os membros

da equipe)

18

Page 63: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Sistemas de coleta e recuperação de informações

As informações podem ser coletadas e recuperadas por diversos meios, inclusive sistemas

manuais de arquivamento, bancos de dados eletrônicos, software de gerenciamento de

projetos e sistemas que possibilitem o acesso à documentação técnica, como desenhos de

engenharia, especificações de design e planos de teste.

Métodos de distribuição das informações

A distribuição das informações é a coleta, compartilhamento e envio das informações às

partes interessadas durante todo o ciclo de vida do projeto. As informações sobre o projeto

podem ser distribuídas através de:

• reuniões do projeto, distribuição de cópias impressas de documentos, sistemas

manuais de arquivamento e bancos de dados eletrônicos de acesso compartilhado

• ferramentas para conferências e comunicação eletrônica, tais como: email, fax, correio

de voz, telefone, videoconferência e conferências, e publicações em intranet ou na

Internet.

• ferramentas eletrônicas de gerenciamento de projetos, tais como: interfaces web para

software de gerenciamento de projetos, elaboração de cronogramas, software para dar

suporte a reuniões e escritórios virtuais, portais, e ferramentas de gerenciamento de

trabalho colaborativo.

A figura 19 ilustra a infra-estratura tecnológica da comunicação, necessária à eficaz

distribuição da informação, devendo dispor de canais e equipamentos capazes de abranger

todos os stakeholders do projeto. Vale ressaltar, que cada projeto irá requerer um tipo

específico de infra-estrutura para a distribuição da informação.

19

Page 64: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 19 – Infra-estrutura tecnológica para comunicação Fonte: CHAVES (2006)

Processo de lições aprendidas

Uma reunião de lições aprendidas identifica os sucessos e fracassos do projeto e inclui

recomendações para melhorar o desempenho futuro dos projetos. Durante o ciclo de vida do

projeto, a equipe e as principais partes interessadas identificam as lições aprendidas

relacionadas aos aspectos técnicos, gerenciais e de processos. As lições aprendidas são

compiladas, formalizadas e armazenadas durante o projeto.

O foco das reuniões de lições aprendidas pode variar. Em alguns casos, o foco se concentra

em processos sólidos de desenvolvimento técnico ou de produtos, enquanto em outros casos,

o foco se concentra nos processos que auxiliaram ou prejudicaram o desempenho do trabalho.

As futuras equipes de projetos podem se beneficiar das lições aprendidas podendo aprimorar a

eficácia do gerenciamento de projetos.

Além disso, as reuniões de lições aprendidas da fase final do projeto, se constituem em um

bom exercício de formação de equipes. Os gerentes de projetos praticamente estão obrigados

20

Page 65: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

a realizar estas reuniões em todos os projetos, em conjunto com as partes interessadas,

internas e externas. Alguns resultados destas reuniões são:

• atualização do banco de dados de lições aprendidas, do projeto e da organização

executora

• entradas do sistema de gerenciamento do conhecimento

• políticas, procedimentos e processos corporativos atualizados

• habilidades de negócios aperfeiçoadas

• melhorias gerais nos serviços e produtos

• atualizações no plano de gerenciamento de riscos.

• aprimoramento na habilidade de gerenciamento das comunicações

SAÍDAS

As saídas neste processo são os ativos de processos organizacionais com suas respectivas

atualizações:

• documentação das lições aprendidas. A documentação inclui as causas dos problemas,

as razões que motivaram as ações corretivas e outros tipos de lições aprendidas sobre a

distribuição das informações.

• registros do projeto. Os registros do projeto podem incluir relatórios, memorandos e

documentos que descrevam o projeto. Os membros da equipe do projeto podem

também manter registros em um diário do projeto. Vale observar que todo registro

deve ser arquivado de forma organizada para que sua recuperação e uso seja rápida e

fácil.

• relatórios do projeto. Os relatórios formais e informais do projeto detalham o

andamento do projeto e incluem lições aprendidas, registros de problemas, relatórios

de encerramento do projeto e saídas de outras áreas de conhecimento.

• apresentações do projeto. A equipe do projeto fornece informações, formal ou

informalmente, a todas as partes interessadas no projeto. O tipo e método de

apresentação dependerá da necessidade de informações da parte interessada.

• feedback das partes interessadas. As informações recebidas das partes interessadas

relativas às operações do projeto podem ser distribuídas e usadas para modificar ou

melhorar o desempenho futuro do projeto.

21

Page 66: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

• notificações das partes interessadas. É possível fornecer informações às partes

interessadas sobre problemas resolvidos, mudanças aprovadas e andamento geral do

projeto.

Mudanças solicitadas

As mudanças surgidas no processo distribuição das informações causarão mudanças no plano

de gerenciamento do projeto e no plano de gerenciamento das comunicações. As mudanças

solicitadas (adições, modificações, revisões) no plano de gerenciamento do projeto e nos seus

planos auxiliares são revisadas e gerenciadas pelo processo controle integrado de mudanças

(Seção 4.6).

3.1.4.3 RELATÓRIO DE DESEMPENHO

O processo de relatório de desempenho deve coletar todos os dados de linha de base e

distribuir as informações sobre o desempenho às partes interessadas. O relatório de

desempenho normalmente fornecer informações sobre escopo, cronograma, custo e qualidade.

Porém alguns projetos podem exigir informações sobre risco e aquisições. Estes relatórios

podem ser preparados de forma abrangente ou com base em exceções.

10

22

Page 67: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 20 - Relatório de desempenho. Fonte: PMBOK 2004

ENTRADAS - A entrada deste processo é o próprio plano de gerenciamento da comunicação,

conforme Tabela 02 e na Figura 20.

Informações sobre o desempenho do trabalho

As informações sobre o desempenho do trabalho a respeito da situação atual das entregas, e

sobre o que foi realizado, são coletadas como parte da execução do projeto e alimentadas no

processo Relatório de desempenho. A coleta das informações sobre o desempenho do trabalho

é discutida em mais detalhes no processo Orientar e gerenciar a execução do projeto (Seção

4.4). Porém, alguns documentos estão destacados abaixo devido a sua importância como fonte

de informação para a produção dos relatórios de desempenho:

a) medições de desempenho (Descritas na Seção 6.6.3.3 e na Seção 7.3.3.3.)

b) previsão de término (Descrita na Seção 7.3.3.4.)

c) medições de controle da qualidade (Descritas na Seção 8.3.3.1.)

d) plano de gerenciamento do projeto

O plano de gerenciamento do projeto fornece informações sobre a linha de base (Seção

4.3).

• Linha de base da medição de desempenho. Um plano aprovado para o trabalho do

projeto em relação ao qual a execução do projeto é comparada e são medidos os

desvios para o controle gerencial. A linha de base da medição de desempenho

normalmente integra os parâmetros de escopo, cronograma e custo de um projeto, mas

pode também incluir parâmetros técnicos e de qualidade.

e) solicitações de mudança aprovadas

As solicitações de mudança aprovadas (Seção 4.6.3.1) são mudanças solicitadas que ampliam

ou limitam o escopo do projeto para modificar os custos estimados, ou para revisar as

estimativas de duração da atividade que foram aprovadas e estão prontas para serem

implementadas pela equipe do projeto.

Entregas

Entregas (Seção 4.4.3.1) são qualquer produto, resultado ou capacidade para realizar um

serviço exclusivos e verificáveis que devem ser produzidos para terminar um processo, fase

ou projeto. O termo é freqüentemente utilizado mais especificamente com referência a uma

entrega externa que está sujeita à aprovação do patrocinador ou cliente do projeto.

23

Page 68: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

FERRAMENTAS E TÉCNICAS

Ferramentas de apresentação de informações

Os pacotes de software que incluem relatórios de tabelas, análise de planilhas, apresentações

ou capacidades gráficas podem ser usados para criar imagens de qualidade para a

apresentação dos dados de desempenho do projeto.

Coleta e compilação das informações sobre o desempenho

As informações podem ser coletadas e compiladas a partir de diversos meios, que incluem

arquivamento manual, bancos de dados eletrônicos, software de gerenciamento de projetos e

sistemas que permitem acesso à documentação técnica, como desenhos de engenharia,

especificações de design e planos de teste, para produzir tanto previsões como relatórios de

desempenho, andamento e progresso.

Reuniões de avaliação do andamento

As reuniões de avaliação do andamento são eventos regularmente agendados para trocar

informações sobre o projeto, podendo ser realizadas com diferentes periodicidades e em

níveis diversos.

Sistemas de relatórios de horas

Os sistemas de relatórios de horas registram e fornecem as horas gastas no projeto.

Sistemas de relatórios de custos

Os sistemas de relatórios de custos registram e fornecem os custos gastos no projeto.

SAÍDAS

Relatórios de desempenho

Os relatórios de desempenho organizam e sintetizam as informações coletadas e apresentam

os resultados das análises comparadas com a linha de base da medição de desempenho. Os

relatórios devem fornecer informações sobre o progresso e o andamento, no nível de detalhes

exigido pelas diversas partes interessadas, conforme documentado no plano de gerenciamento

das comunicações.

24

Page 69: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Os relatórios podem ser apresentados em diferentes formatos, tais como: gráficos de barras,

curvas S, histogramas e tabelas. Os dados da análise de valor agregado são freqüentemente

incluídos como parte do relatório de desempenho.

Previsões

As previsões são atualizadas e refeitas com base nas informações fornecidas sobre o

desempenho do trabalho, conforme o projeto é executado. Essas informações referem-se ao

desempenho passado do projeto que poderiam afetar o projeto no futuro, por exemplo,

estimativa no término e estimativa para terminar.

Mudanças solicitadas

A análise do desempenho do projeto freqüentemente gera mudanças solicitadas (Seção

4.4.3.2) em algum aspecto do projeto. Essas mudanças solicitadas são processadas e

encaminhadas no processo controle integrado de mudanças (Seção 4.6).

Ações corretivas recomendadas

As ações corretivas recomendadas (Seção 4.5.3.1) incluem mudanças para fazer com que o

desempenho futuro esperado do projeto fique de acordo com o plano de gerenciamento do

projeto.

Ativos de processos organizacionais (atualizações)

A documentação das lições aprendidas inclui as causas dos problemas, as razões que

motivaram as ações corretivas escolhidas e outros tipos de lições aprendidas. As lições

aprendidas são documentadas de forma que integrem o banco de dados histórico tanto para o

projeto como para a organização executora.

3.1.4.4 Gerenciar as partes interessadas

No PMBOK segunda edição (2000), este processo era denominado Encerramento

Administrativo. Entretanto, na terceira edição (2004), este processo é ampliado passando a se

chamar Gerenciar as partes interessadas. O gerenciamento das partes interessadas gerencia as

comunicações para satisfazer as necessidades das partes interessadas no projeto e resolver

problemas com elas. O gerenciamento ativo das partes interessadas aumenta a probabilidade

de o projeto se manter no curso, evitando problemas não resolvidos, e aumenta a capacidade

25

Page 70: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

das pessoas operarem em sinergia e limita as interrupções durante o projeto. Em geral, o

gerente de projetos é o responsável pelo gerenciamento das partes interessadas.

Figura 21 - Gerenciar as partes interessadas. Fonte: PMBOK 2004

É oportuno enfatizar que a mudança do nome deste processo representa um grande avanço,

valorização e reconhecimento da gerência das comunicações como um elemento de integração

e de relacionamento entre todas as partes interessadas, áreas de conhecimento e fases do

projeto. O nome e as respectivas funções anteriores de encerramento administrativo

mostravam um processo eminentemente burocrático e estático, apesar de importante para o

projeto. Estas tarefas de encerramento passaram a fazer parte dos processos de integração e

aquisição.

ENTRADAS

Plano de gerenciamento das comunicações

Os requisitos e expectativas das partes interessadas propiciam um entendimento das metas,

objetivos e nível de comunicação das partes interessadas durante o projeto. As necessidades e

expectativas são identificadas, analisadas e documentadas no plano de gerenciamento das

comunicações (Seção 10.1.3.1), que pode ser uma parte do plano de gerenciamento do projeto

ou se constituir em um plano auxiliar.

Ativos de processos organizacionais

26

Page 71: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

O gerente de projeto deve estar atento para perceber, abordar e resolver todos os problemas

que possam advir como resultados dos ativos de processos organizacionais. Os problemas

mais freqüentes são os ligados à cultura e ao clima da organização em que o projeto esteja

sendo executado.

FERRAMENTAS E TÉCNICAS

Métodos de comunicação

Os métodos de comunicação mais adequados e já identificados para cada parte interessada no

plano de gerenciamento das comunicações deverão ser utilizados durante o processo de

gerenciar as partes interessadas.

A reunião presencial com os membros é o meio mais eficaz de comunicação e resolução de

problemas com as partes interessadas. Quando não há justificativa para essas reuniões com a

presença física dos membros ou quando elas são impraticáveis (como em projetos

internacionais), telefonemas, e-mails e outras ferramentas eletrônicas podem ser úteis para

trocar informações e estabelecer contatos.

Registros de problemas

Um registro de problemas ou um registro de itens de ação são ferramentas que podem ser

usadas para documentar e monitorar a resolução de problemas. Em geral, os problemas não

chegam a ter a importância de um projeto ou atividade. Entretanto, normalmente, os

problemas são abordados para se evitar que o projeto se desvie do que foi planejado, e para

manter relacionamentos cooperativos entre as várias partes interessadas, inclusive os

membros da equipe. Todo problema deve ser esclarecido e declarado de forma que possa ser

resolvido. Deve-se designar um responsável e estabelecer uma data limite para sua solução e

encerramento.

SAÍDAS

Problemas resolvidos

Os requisitos das partes interessadas, após identificados e resolvidos, deverão documentar as

questões que foram abordadas e encerrar o fato. Exemplos:

27

Page 72: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

• os clientes concordam com um contrato de continuação, que encerra discussões

demoradas sobre se as mudanças solicitadas no escopo do projeto estão dentro ou fora

do escopo do projeto atual;

• as negociações com os gerentes funcionais da organização, que competem pelos

recursos humanos escassos, terminam com uma solução mutuamente satisfatória antes

de causar atrasos no projeto; ou

• os problemas levantados pelos membros do conselho sobre a viabilidade financeira do

projeto foram respondidos, permitindo que o projeto se desenvolva conforme

planejado.

Solicitações de mudanças aprovadas

As solicitações de mudanças aprovadas (Seção 4.6.3.1) incluem mudanças no andamento dos

problemas das partes interessadas no plano de gerenciamento de pessoal, que são necessárias

para refletir as mudanças em como as comunicações com as partes interessadas irão ocorrer.

Ações corretivas aprovadas

As ações corretivas aprovadas (Seção 4.6.3.5) indicam as mudanças que foram autorizadas e

que podem fazer com que o desempenho futuro do projeto fique de acordo com o plano de

gerenciamento.

Ativos de processos organizacionais (atualizações)

A documentação das lições aprendidas inclui as causas dos problemas, as razões que

motivaram as ações corretivas escolhidas e outros tipos de lições aprendidas sobre o

gerenciamento das partes interessadas. As lições aprendidas são documentadas de forma que

integrem o banco de dados histórico tanto para o projeto como para a organização executora.

Plano de gerenciamento do projeto (atualizações)

O plano de gerenciamento do projeto é atualizado para refletir as mudanças feitas no plano

das comunicações.

Esta fase de atualização do plano de gerenciamento do projeto é uma importante etapa para o

projeto como um todo e não apenas para a área da gerência das comunicações. Já que a

comunicação se relaciona com todas as demais áreas, estas atualizações no plano das

comunicações podem impactar toda a parte do projeto que ainda está por ser executada.

28

Page 73: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

CAPÍTULO IV

A IMPORTÂNCIA DA ÁREA DE MARKETING NA

GERÊNCIA DAS COMUNICAÇÕES – UMA NOVA

ABORDAGEM DO CONCEITO DE COMUNICAÇÃO EM

PROJETOS

A título de introdução deste capítulo, ressaltamos que optamos por usar o máximo de quadros

comparativos, tabelas e figuras para facilitar o entendimento dos conceitos de marketing e a

pronta visualização da relação entre marketing e gerência de projetos. Desta forma, este

trabalho poderá ser útil tanto para os gerentes de projetos que percebam a necessidade de

aplicar as estratégias de marketing no gerenciamento de projetos, quanto para os profissionais

de marketing que queiram conhecer a metodologia de projetos.

O enfoque adotado pretende ser eminentemente gerencial, isto é, voltado para a tomada de

decisão do gerente de projetos. Neste sentido, estamos buscando propor guias gerais de ação,

ou esquemas conceituais básicos, que permitam ao gerente de projeto ou gerente funcional

considerar as características de sua situação peculiar e a elas aplicar tais guias ou esquemas

de marketing.

É preciso desmistificar o marketing em dois sentidos: um que aponta o marketing como algo

complexo. Neste caso, podemos afirmar que aplicar as estratégias do marketing é algo

possível se estudado e bem compreendido. O outro sentido é o que aponta o marketing como

algo simples, aplicável por qualquer pessoa. Se este conceito de simplicidade for o mesmo

que o PMI prega – seja simples, mas aplicando algum método de gerenciamento, podemos

29

Page 74: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

concordar. Mas na realidade, as pessoas confundem marketing com propaganda, reduzindo

uma disciplina abrangente a apenas uma de suas ferramentas.

O marketing funciona de forma eficaz, à medida que se aplique seu arcabouço teórico,

composto de variáveis, de modo simples, sem grandes complicações. Trabalhar com

marketing exige predisposição dos profissionais em aceitar e praticar, de fato, o princípio

maior de satisfazer necessidades, anseios e expectativas dos clientes e stakeholders do que

simplesmente complicar as coisas.

Antes de conceituarmos marketing e descrever suas estratégias, é imprescindível que se teça

comentários sobre a economia da atenção. Esta expressão e conceito foi lançado por Tomas

Davenport e John Beck no livro A Economia da Atenção, no qual observam que o excesso de

informação está provocando o chamado distúrbio do déficit de atenção (attention déficit

disorder – ADD), ou seja, a dificuldade de atrair a atenção de alguém. Isto ocorre com as

marcas, produtos, serviços, projetos, ou até mesmo com pessoas.

Em conseqüência deste distúrbio da atenção, os profissionais de marketing e de projetos

precisam analisar como as pessoas em seus mercados-alvos ou ambiente de trabalho

distribuem sua atenção, a fim de determinar a melhor maneira de conquistar maior fatia da

atenção dos consumidores, das pessoas, das equipes, conquistando envolvimento e

preferências.

Porém, se você conseguiu atrair a atenção, entra a questão da eficácia. Uma coisa é despertar

a consciência, outra coisa é reter a atenção e ainda uma terceira é desencadear a ação.

Atenção é a capacidade de concentrar-se em algo durante algum tempo. Mas se daí resulta a

ação de compra ou de comprometimento com o projeto é outra questão.

É possível que esta dificuldade de atrair, reter e levar à ação os nossos interlocutores, seja um

dos motivos para o uso do modelo conhecido como AIDA (KOTLER (2000), que tem a

finalidade de medir a resposta do receptor da mensagem, após aplicação das quatro etapas.

Conforme a seguir:

A - Atenção

I - Interesse

D - Desejo

30

Page 75: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

A - Ação

4.1 MARKETING – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1.1 O conceito de comunicação em marketing

Kotler (2000) afirma que, atualmente, há uma nova concepção da comunicação em marketing

como sendo um diálogo entre as empresas e seus clientes que ocorre durante os estágios de

pré-vendas, vendas, consumo e pós-consumo.

O conceito de comunicação em marketing vai além da comunicação explícita feita através das

campanhas e suas ferramentas promocionais como propagandas, folhetos, patrocínios, dentre

outros. O design do produto, seu preço, a cor e a forma da embalagem, o uniforme e o

comportamento do vendedor, o layout e vitrine da loja, a identidade visual da empresa – tudo

comunica algo aos compradores/clientes. Todo contato com a marca transmite uma

impressão que pode fortalecer ou enfraquecer a visão do cliente sobre a empresa.

Em projetos esse raciocínio também se aplica, pois o perfil do gerenciamento de projetos

comunica algo do projeto o comprometimento ou não da equipe.. a performance do projeto

quanto ao prazo.

4.1.2 O desenvolvimento de uma comunicação eficaz

Kotler (2000) afirma que existem oito etapas no desenvolvimento de uma comunicação

eficaz. O comunicador de marketing deve:

1. identificar o público-alvo;

2. determinar os objetivos da comunicação;

3. elaborar a mensagem;

4. selecionar os canais de comunicação;

5. estabelecer o orçamento total de comunicação;

6. decidir sobre o mix de comunicação;

7. medir os resultados da comunicação; e

31

Page 76: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

8. gerenciar o processo de comunicação integrada de marketing.

Para responder adequadamente às oito etapas citadas acima, os Modelos de Hierarquia de

Respostas auxiliam a direcionar as perguntas e definir os objetivos específicos da

comunicação. Os modelos estão listados na tabela 04.

Depois de identificar o público e o mercado-alvo e suas percepções, o comunicador de

marketing precisa decidir sobre a resposta desejada do público. Este profissional pode estar

procurando uma resposta cognitiva, afetiva ou comportamental. Ou seja, ele pode desejar

sugerir alguma idéia ou preferência na opinião dos consumidores, mudar uma atitude ou levá-

los à ação.

Tabela 04 - Modelos de Hierarquia de RespostasFonte: KOTLER (2000)

Modelos

Estágios Modelo AIDA

Modelohierarquia-de-efeitos

ModeloInovação-adoção

Modelo de comunicação

Estágio cognitivo Atenção

Conscientização

ConhecimentoConscientização

Exposição

Recepção

Resposta cognitiva

EstágioAfetivo

Interesse

Desejo

Simpatia

Preferência

Convicção

Interesse

Avaliação

Atitude

Intenção

Estágio comportamental

Ação

Compra

Experimentação

AdoçãoComportamento

32

Page 77: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.1.3 Marketing e comunicação

Mas, enfim, qual é a relação da comunicação com o marketing? A comunicação está para o

marketing assim como o motor para um automóvel. É uma parte fundamental.

Por ser parte fundamental do marketing e de projetos, a comunicação deve ser uma ferramenta

estratégica, deixando de ser tratada como uma função periférica e utilitária - à qual se recorre

no final de tudo. Passando a ser incorporada efetivamente ao planejamento estratégico da

empresa ou do projeto. A comunicação não deve estar na ponta das folhas, mas na raiz da

gestão.

No atual estágio de desenvolvimento do gerenciamento de projetos e de marketing, uma

ferramenta de gestão, como a comunicação, só alcançará eficácia plena se for utilizada nos

níveis informativo, estratégico e inovador, como proposto neste trabalho.

4.1.4 O que é marketing

Considerando a grande e crescente popularização do termo marketing, é oportuno refletirmos

sobre o que é marketing. Com freqüência, ouvimos pessoas utilizando expressões como: “isso

é, apenas, uma jogada de marketing”; “é preciso fazer marketing”; ou, até mesmo, “isso não

passa de marketing”. Usa-se o termo marketing nos mais diferentes contextos, porém, sem

muita preocupação com a sua aplicabilidade, e sem considerar as suas três dimensões, que

são:

Filosófica – foco em identificar e satisfazer o cliente

Funcional – facilitar a realização das trocas entre a empresa e o mercado

Administrativa – análise, planejamento, implementação das atividades de marketing através

de processos em projetos independentes ou em processos de rotina nas empresas.

Feita esta importante observação sobre a banalização do termo marketing, podemos então

conceituar marketing, de acordo com Kotler (2000):

“Marketing é uma função gerencial, que busca ajustar a oferta da empresa a demandas

específicas do mercado, utilizando como ferramental um conjunto de princípios e técnicas.”

33

Page 78: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Também podemos citar a definição da Associação Americana de Marketing-AMA (American

Marketing Association) “marketing é o desempenho das atividades que dirigem o fluxo de

bens e serviços do produtor ao consumidor. É o processo de planejamento e execução de

criação, estabelecimento de preço, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços para

criar intercâmbios que irão satisfazer as necessidades do indivíduo e da organização”.

No quadro 04 apresentamos a evolução do conceito de marketing, já que esta ciência teve

início na década de 50 e progrediu em todos os sentidos. Seja, na sua conceituação teórica, na

sua atuação, na sua abrangência, nas pesquisas e estudos, e na sua utilização pela sociedade e

pelas empresas.

A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE MARKETING

Ano/Autor

Definição / Conceito

1954 Drucker

“O marketing é uma função distinta e singular da atividade comercial.”

1960Levitt

“As atividades comerciais devem se desenvolver de trás para a frente, partindo das necessidades dos clientes.” (Em seu famoso e polêmico artigo “Miopia em marketing” )

1972Kotler eLevitt

Esboçam a esfera de ação do marketing como sendo “uma atividade abrangente, aplicada tanto a empresas, instituições beneficentes, políticos e universidades quanto a produtos.”.

1991McKenna

Lança o marketing de relacionamento que representa uma forma de integrar o cliente à empresa, criando e sustentando o relacionamento entre a empresa e o cliente, buscando ações duradouras no longo prazo.

1993Peppers e Rogers

“One-to-one marketing, em que a empresa atua com o foco no consumidor individual, seguindo a premissa de “tratar clientes diferentes de forma diferente”

1999Schmitt

“Marketing experiencial – foco nas sensações que os produtos possam proporcionar aos clientes e não meramente nas necessidades do consumidor ou nos benefícios do produto”.

2000Kotler

“A análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas e/ou projetos formulados para propiciar trocas voluntárias de valores com mercado-alvo, com o propósito de atingir objetivos operacionais concretos”.

Quadro 04 - Evolução do conceito de marketing Fonte: Adaptado de STREHLAU (2006)

34

Page 79: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.1.5 O que faz o marketing

Na nossa visão, marketing é a arte de tangibilizar a comunicação, e de torná-la, por

conseqüência, mais controlável e passível de aplicação de métricas que possam aferir sua

eficácia.

As funções do marketing mais conhecidas são:

- divulgar, vender, fidelizar, lançar produtos, pesquisar, segmentar o público-alvo, ajustar a

produção à demanda de mercado, criar boa vontade/empatia do púbico com a empresa, criar

mercado, preservar fatia de mercado (market share). Podemos destacar as funções de

monitoração e mensuração dos resultados através de métricas – ações inerentes ao conceito de

marketing.

4.1.6 A história do marketing e a história da gestão de projetos

Como este trabalho tem caráter multidisciplinar entre marketing e gestão de projetos,

apresentamos os quadros 05 e 06 com a evolução histórica destas duas áreas, objetivando

propiciar um entendimento mais aprofundado e consistente.

35

Page 80: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Quadro 05 – Evolução histórica do marketing Fonte: Adaptado de STREHLAU (2006) e COBRA (2002)

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO MARKETING

Fases /Período

Características

1. Produção1900 a 1925

O foco principal era a produção, já que tudo que era produzido era vendido.

2. Venda1925 a 1950

Na maioria das nações desenvolvidas, a preocupação era com a venda dos excedentes de produção.

3. Marketing1950 a 1990

Consolidação e difusão dos conceitos de marketing, segmentação, 4 P’s e teoria do comportamento do consumidor. As escolas de marketing chegam ao Brasil e se consolidam. Em 1981, o conceito de Posicionamento é lançado por Al Ries em seu livro “Posicionamento – A batalha por sua mente”.

4. Marketing de Relacionamento1990 a atual

Cresce a preocupação com a construção de relacionamentos duradouros, primeiro com os clientes, e atualmente com os demais stakeholders (públicos de interesse), buscando o benefício mútuo.

5. Marketing de previsão das tendências (trends)1991

Representado por Faith Popcorn em seu livro “O Popcorn”, onde aponta as 10 principais tendências de para a década seguinte.

6. Cybermarketing 1996 a atual

A Internet e o comércio eletrônico mudam os hábitos de comunicação e consumo. Surge o cybermarketing e o marketing emocional e o marketing experiencial

36

Page 81: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA GESTÃO DE PROJETOS

Fases/Período

Características

1. Concepção dos métodos de gestão de projetos

1900 a 1950

Este período é caracterizado por grandes avanços tecnológicos. Henry Gantt concebe o gráfico de Gantt, a especificação do trabalho torna-se a base para a criação do WBS. São também introduzidas outras ferramentas como o PERT/COM.

2. Aplicação da Ciência da Administração

1959 a 1979

É introduzido o MRP e suas versões MRPII. Este período é marcado por grande evolução tecnológica, tais como: 1959 – Xerox lança a primeira fotocopiadora automática 1969 - A NASA lança a Appolo; 1971 - a Intel lança os primeiros microprocessadores; 1972 – o primeiro software de e-mail e, em 1975 é fundada a

Microsoft.

3. Centro de produção – Recursos Humanos

1980 a 1994

A revolução dos sistemas de informação muda a rotina dos trabalhadores, do uso do mainframe para o de um computador pessoal que traz eficiência para a gerência e controle de projetos complexos. Alguns projetos de destaque: O túnel que liga a França à Inglaterra; o projeto espacial Challenger.

4. Criando um novo ambiente de projetos.

1995 a atual

Neste período é lançado o PMBOK, o primeiro manual sobre administração de projetos, e posteriormente, O PRINCE 2, outro manual mais usado na Europa. A Corrente Crítica e a Enterprise Resource Planning (ERP) são ferramentas de gerenciamento de projeto introduzidas neste período. A Internet foi o grande destaque, promovendo interatividade e possibilitando que as empresas se tornassem mais produtivas, eficientes e voltadas ao consumidor. A disciplina gestão de projetos se populariza mundialmente

Quadro 06 - Evolução histórica da gestão de projetos Fonte: Adaptado de PENO e MAXIMIANO. COPPEAD/UFRJ (2006)

4.1.7 Tipos de marketing

O marketing como conjunto de processos que viabiliza o sucesso e a permanência das

empresas no mercado evoluiu, criando diferentes variações a partir da mesma base teórica. É

importante que se conheça a base teórica do marketing e que se busque conhecer os processos

e estratégias específicas para cada tipo de marketing citados a seguir.

37

Page 82: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

TIPOS DE MARKETING

• Marketing político

• Marketing institucional

• Marketing direto

• Marketing cultural

• Benchmarking

• Marketing global

• Marketing de rede

• Marketing religioso

• Marketing de relacionamento

• Marketing esportivo

• Marketing turístico

• Marketing da informação

• Marketing viral

• Marketing de idéias

• Marketing esportivo

• Endomarketing = marketing interno

• Telemarketing

• Marketing de serviços

• Marketing social ou societário

• Marketing de rede

• Marketing ecológico = marketing

verde

• Marketing online = webmarketing

Marketing em projetos – acredito que esta seja uma modalidade que nasce a partir do presente trabalho. Ou seja, o arcabouço teórico do marketing aplicado e adaptado à metodologia PMI de projetos.

Quadro 07 – Tipos de marketing Fonte: A autora

Não detalharemos cada um dos tipos de marketing acima, pois este não é o foco deste trabalho.

Entretanto, estamos descrevendo o conceito de endomarketing, abaixo, por se tratar de uma ação

que pode ser prontamente aplicada em projetos para criar sinergia e empatia com os stakeholders

e com a equipe. Também descreveremos o conceito de benchmarking, estratégia que vem sendo

largamente utilizada na gestão de projetos.

4.1.7.1 Endomarketing em projetos – Uma eficaz estratégia para fortalecer os

relacionamentos com a equipe e com os stakeholders

A palavra, ou prefixo, ‘endo’ provém do grego e quer dizer ação interior ou movimento para

dentro. Endomarketing é, portanto, o uso das estratégias de marketing junto ao público

interno da empresa.

38

Page 83: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

O endomarketing considera todos os funcionários do projeto ou da empresa como clientes e

fornecedores internos, e que o projeto/empresa se constitui em um microssitema de

marketing. Por meio de comunicação interna, o endomarketing procura fixar positivamente a

imagem do projeto/empresa junto a sua equipe/funcionários, fornecedores, prestadores de

serviço, acionistas, revendedores, franqueados, patrocinadores etc, gerando um clima propício

ao melhor desempenho, qualidade e produtividade. Portanto, o endomarketing é uma

ferramenta de comunicação que fortalece as relações interpessoais entre chefia e funcionários,

gerando confiança e credibilidade por meio da informação.

Vale ressaltar que um dos principais objetivos do endomarketing é o de orientar a direção, a

gerência, ou seja, os níveis mais altos da hierarquia, para que pratiquem atitudes de

aproximação com os funcionários ou colaboradores e stakeholders. Estas atitudes podem ser

conduzidas e sugeridas pelo gerente de projeto quando estiver preparando o plano de

comunicação.

4.1.7.2 Benchmarking em projetos

Benchmarking é um processo contínuo e sistemático para medir e comparar processos em

projetos, organizações ou no mercado.

Na gestão de projetos, o benchmarking vem sendo utilizado para amadurecimento das

empresas quanto ao uso dos processos e para o aumento do índice de sucesso. O PMI-Rio de

Janeiro vem desenvolvendo um estudo sistemático de Benchmarking em projetos, coordenado

por Américo Pinto. As organizações que participam deste estudo têm a oportunidade de

compartilhar informações e experiências que podem ajudá-las a agir para melhorar seu

desempenho.

Este estudo parte de algumas perguntas como: - estamos adotando as melhores práticas?

Nossos processos são eficientes em relação aos das organizações de nosso setor? E apresenta

diversos benefícios, dentre os quais é possível citar:

- o estímulo à mudança e a busca por melhorias em processos e práticas;

- a fundamentação de ações internas a partir de comparações externas;

- a reflexão da organização com referência a seus indicadores de desempenho e suas práticas

de trabalho; e

- auxílio na definição de metas estratégicas e operacionais.

39

Page 84: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.1.8 Gerência de marketing e gerência de projetos

A gerência de projetos e a gerência de marketing têm muitos processos, etapas e raciocínios

similares. Podemos constatar esta similaridade, por exemplo, em algumas estratégias e

iniciativas da metodologia da gestão estratégica. Vale destacar que a maior parte das

estratégias se relaciona à comunicação e à orientação voltada ao mercado. Isto se aplica em

projetos e em marketing:

• construir a estratégia em torno de uma clara proposta de valor para o cliente;

• desenvolver a estratégia de fora para dentro, tendo como base as necessidades e

expectativas dos clientes, acionistas e investidores;

• manter a organização permanentemente antenada para o melhor alinhamento da

estratégia às mudanças de mercado; e

• comunicar claramente sua estratégia dentro da empresa e entre clientes e demais

stakeholders.

4.1.8.1 Gerência de marketing

Gerência de marketing é o conjunto de atividades de marketing dirigidas para o atendimento

das necessidades do cliente em longo prazo, tendo em vista seu bem-estar, o da sociedade e o

sucesso da organização. Algumas atividades desta gerência são:

• avaliação de oportunidades de mercado e de capacidades e recursos da empresa;

• posicionamento do produto e da empresa;

• planejamento do marketing mix ou composto mercadológico; e

• implementação e controle dos programas de marketing, conforme ilustra a figura

abaixo.

40

Page 85: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 22 - Gerência de marketing e seus processos Fonte: ROCHA (1999)

4.1.8.2 Gerência de projetos

A estrutura da gerência de projetos está apresentada no capítulo 2 – Metodologia PMI para

gerenciamento de projetos. Quanto à gerência das comunicações em projetos, esta área está

descrita, com seus respectivos processos no capítulo 3 – A gerência das comunicações.

4.1.9 O contexto de mercado para a gestão de projetos

Nesta seção, a relação estreita entre gestão de projetos e os conceitos de marketing fica bem

evidente, conforme o quadro 08, apresentado por MELO (2006) em uma palestra do PMI-

Minas Gerais.

41

Page 86: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

CONTEXTO DE MERCADO PARA GERÊNCIA DE PROJETOS

• Efeito da globalização gera um mercado altamente competitivo.

• Com os mercados mais competitivos, o cliente moderno passa a ter mais

opções e ser mais exigente e menos tolerante.

• Qualidade virou commodity. A preocupação hoje é com a experiência

proporcionada.

• As empresas precisam oferecer produtos com preços mais competitivos.

• Um conhecimento detalhado do cliente e o atendimento personalizado se

transformam em diferencial.

• Os maiores lucros vêm de relações duradouras.

• Mudanças de estratégias e de direcionamento constantes. Quadro 08 – Contexto de mercado para gerência de projetos Fonte: MELO (2006) palestra apresentada no PMI-MG

4.1.10 O conceito de posicionamento em marketing

O termo posicionamento, foi lançado por RIES (2002) e está intimamente associado ao

conceito de segmentação. Posicionamento do produto é a imagem obtida pelo produto na

mente do consumidor, como resultado de três dimensões: o tipo de oferta que a empresa faz, a

que grupo de consumidores no mercado, com relação às ofertas dos concorrentes. Da mesma

forma é possível posicionar uma empresa, distinguindo-a de seus concorrentes por meio de

dimensões reais, atributos intangíveis ou valores corporativos que sejam relevantes para os

clientes.

Posicionamento é aquilo que você provoca na mente do cliente potencial. Em outras palavras,

você posiciona o produto/projeto na mente do cliente potencial.

4.1.11 O conceito de agregação de valor, na visão do PMI e na visão do marketing

O termo agregação de valor tem diferentes significados e aplicações no gerenciamento de

projetos e no gerenciamento de marketing.

42

Page 87: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

CONCEITO DE VALOR AGREGADO

PMBOK

A técnica do valor agregado (Earned Value) mede o desempenho do

projeto tendo como foco a relação entre custo real e custo planejado

estabelecidos dentro de um cronograma do projeto. É uma técnica

que mede o desempenho conforme o projeto se move da iniciação ao

seu encerramento.

MARKETING

- Michael Porter propôs a cadeia de valor como uma ferramenta para

identificar as maneiras pelas quais pode-se criar mais valor para o

cliente.

- A empresa agrega valor ao produto ou ao serviço quando associa

alguma vantagem à compra: brinde, desconto. Ou ainda quando

oferece garantia e outras vantagens pós-venda.

- O poder da marca é o elemento mais forte para agregar valor ao

produto, serviço a partir da relação do cliente com a empresa. Este

valor que gera fidelidade, já é considerado e medido até mesmo nos

balanços anuais das empresas. Quadro 09 – Conceito de valor agregado Fonte: A autora

4.1.11.1 Agregação de valor em projetos

A agregação de valor em projetos se relaciona com medição de custo e prazo. Enquanto que

este conceito, em marketing, se relaciona a diversas ações que a empresa deve desenvolver

para que o cliente perceba um valor, muitas vezes intangível, no produto.

4.1.11.2 Valor e custo das informações

Outro conceito considerado tanto em projetos como em marketing é o de valor das

informações. Segundo DINSMORE (2003), para que as necessidades de comunicação sejam

adequadamente definidas e gerenciadas, é necessário uma avaliação do valor das informações,

de forma que se possa informar apenas o que é relevante para cada tipo de interessado, já que

nem toda informação é útil para todos. Por exemplo, deve-se evitar o repasse de detalhes

técnicos desnecessários para um alto executivo.

Portanto, deve-se ter em mente que a falta de avaliação do valor (relativo) das informações

(para os interessados) pode fazer com que as mesmas sejam disseminadas de forma excessiva

43

Page 88: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

e/ou inadequada, e existem custos associados com a geração, transmissão e recepção destas

informações.

4.1.11.3 O gerenciamento de projetos como medida de valor de empresas no mercado

A metodologia de projetos passou a ser, ela própria, uma medida de incremento do VALOR

da empresa no mercado. É o que demonstra o quadro abaixo em que MELO (2006)

especifica alguns índices que já estão sendo utilizados para medir o valor das empresas de TI,

dentro do mercado em que atua e em relação aos concorrentes.

O VALOR DO GERENCIAMENTO DE

PROJETOS EM EMPRESAS DE TI• 97% dos responsáveis pela área de projetos acreditam que a implementação do

gerenciamento de projetos agregou valor à organização.

• Obtiveram um ROI de 27,9%.

• Índice de satisfação do cliente aumentou em 37,6%.

• Índice de qualidade do produto aumentou em 31,9%.

• Índice de performance do custo aumentou 23,8%.

• Índice de performance do prazo em 32,1%. Quadro 10 - O valor do gerenciamento de projetos em empresas de TI Fonte: MELO (2006) palestra apresentada no PMI-MG

O valor, nas perspectivas do cliente e dos stakeholders também é citado por HERRERO

(2006) na sua apresentação sobre Balanced Scorecard – BSC e gestão estratégica, conforme

figura 23.

44

Page 89: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Perspectivas de Valor de acordo com Balanced Scorecard

Perspectiva Objetivos Metas Iniciativas

Financeira

• Retorno sobre o Investimento

• Produtividade

• ROE de 18%;

• Aumento de 5% ao ano

• Melhorar utilização de ativos;

• Introduzir Six Sigma

do Cliente

• Aumento da Satisfação do Cliente;

• Captação de Novos Clientes.

• 90% de clientes satisfeitos;

• 15% dos prospects;

• Realizar pesquisa de satisfação;

• Fortalecer imagem de marca.

dos Processos Internos

• Redução do Ciclo do Tempo das Atividades;

• Inovação dos Produtos

• De 4 para 3 semanas;

• Primeiro a lançar no mercado.

• Redesenho de processos;

• Criar equipe multidisciplinar em P & D

da Renovação e Aprendizagem

• Motivação da Equipe de Colaboradores;

• Geração de Novos Conhecimentos.

• Melhoria no clima organizacional;

• Criação de uma cultura de compartilhamento do conhecimento

• Introduzir política de participação nos lucros;

• Criar Universidade Corporativa.

Figura 23 - Balanced Scorecard e a Gestão EstratégicaFonte: Adaptado de Balanced Scorecard e a Gestão Estratégica. HERRERO (2006) Palestra apresentada no PMI-SP.

45

Page 90: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.1.12 Comportamento do consumidor (Customer Behaviour)

4.1.12.1 Comportamento do consumidor individual (pessoa física)

O comportamento do consumidor é um dos campos mais complexos da teoria de marketing,

pois reúnem contribuições provenientes de várias áreas como a economia, a psicologia, a

sociologia e a antropologia social. O estudo do comportamento do consumidor possibilita

agrupar os consumidores a partir das variáveis de segmentação:

. geográfica; demográficas; psicográficas; social; do comportamento de compra; de

produtos; de benefícios.

É partir do conhecimento mais detalhado do perfil do consumidor que a empresa pode se

lançar no mercado para criar novos produtos ou ampliar sua fatia de mercado.

4.1.12.2 Comportamento do consumidor organizacional = cliente em projetos

O gerente de projetos, em sua rotina, precisa lidar com empresas – executoras, patrocinadoras,

do cliente ou fornecedores – portanto é importante que conheça essa abordagem que apresenta

as organizações como consumidores. Para o profissional de marketing está conceituação já é

conhecida.

O comportamento do comprador organizacional tem recebido menor atenção na literatura do

que o do consumidor individual. O perfil comprador organizacional apresenta grande

complexidade, em virtude de três fatores: a estrutura do mercado e as inter-relações entre as

empresas, o número de setores da empresa envolvidos na decisão de compra, e os papéis

desempenhados pelos indivíduos envolvidos no processo decisório de compras.

Existem inúmeros modelos do comportamento do consumidor organizacional. Entretanto,

examinaremos apenas o modelo de Sheth que é considerado o mais completo e complexo.

Conhecendo este modelo o GP pode usá-lo para lidar com mais facilidade com os

fornecedores e levar vantagem nas negociações relacionamentos.

46

Page 91: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 24 – Modelo de ShethFonte: SHETH citado em ROCHA (1999)

4.1.13 Marca (branding), o conceito em marketing e em projetos

Se buscarmos a história do termo ‘marca’, encontraremos sua raiz no ambiente rural onde os

pecuaristas marcavam, a ferro, seus animais com as iniciais dos seus nomes. Este ato de

marcar, definir o proprietário de algum produto, se ampliou e durante a revolução industrial o

conceito de marca evoluiu para marca de comércio e de indústria.

De acordo com PINHO (1996), a crise de 1929 trouxe para o mundo dos negócios a guerra

de preços e a perda de qualidade dos produtos, como forma de redução de custos. Este

cenário levou os empresários a investirem em propaganda para preservar suas marcas e

produtos.

Depois da segunda guerra mundial, inicia-se uma nova era do marketing, em que as marcas

constituem importante manifestação da economia moderna, com o seu papel e efeitos sendo

intensificados pelo uso das estratégias da comunicação mercadológica. Construir uma marca

de valor passou a ser o sonho de toda empresa, pois pode-se ter uma empresa, mas não ter

marca.

47

Page 92: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.1.13.1 Funções da marca

As marcas passaram a desempenhar diversas funções, dependendo do ambiente comercial em

que se encontrem e da estratégia de marketing escolhidas. Ainda conforme PINHO (1996), as

funções da marca são:

- função concorrencial – as marcas que assinalam os produtos concorrem entre si;

-função identificadora – ao assinalar os produtos e serviços, as marcas os identificam

individualmente;

- função individualizadora – o produto marcado e identificado torna-se um bem

individualizado e único perante um conjunto de bens de marcas diferentes;

- função de diferenciação – por meio de uma marca o produto torna-se diferenciado na sua

categoria;

- função publicitária – a publicidade/propaganda busca divulgar e promover a marca do

produto junto ao consumidor para que, assim, ele deixe de ser uma mercadoria anônima; e

- função de diferenciação interna – esta função pode ser melhor explicada a partir do caso do

Fusca. O popular Fusca, da Volkswagen, era apresentado em três versões: Volkswagen

1200, 1300 e 1500. Alguns autores sustentam que esses números, acrescentados pelos

fabricantes como elemento de diferenciação interna das versões, acabaram constituindo um

elemento de diferenciação externa para o mercado. Embora aparentemente idênticos, os

modelos apresentavam diferenças concretas de qualidade, preço e acabamento, que levaram o

consumidor a estabelecer uma diferença de status entre os proprietários de cada uma das

versões.

No ambiente de projetos, acreditamos que o uso das marcas com função identificadora, de

diferenciação e de diferenciação interna, podem auxiliar o gerente de projetos na execução e

sucesso do produto/entrega a ser feita.

A função de diferenciação interna, por exemplo, pode ser uma estratégia útil em um PMO

para classificar os projetos que compõem seu portfólio ou programas.

48

Page 93: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.1.13.2 Definições do conceito de marca

As definições do conceito de marca em:

1. Marketing

• Uma marca é um nome, termo, sinal, símbolo, logotipo (logo), ou uma combinação

dos mesmos que identifique os bens e serviços oferecidos por um vendedor ou grupo

de vendedores e os diferencie dos demais concorrentes (AMA).

• Marca de produto ou serviço aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro

idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa. (Dicionário de Comunicação)

• Marca qualquer característica predominante na pessoa; fazendo com que seja

identificada por aqueles traços que podem ser tangíveis e/ou intangíveis. (Autora)

2. Projeto

• Marca é uma forma mais sofisticada de comunicação de marketing. (TEN STEP)

• Seu projeto provavelmente terá comunicações obrigatórias e comunicações

informativas. Porém, a comunicação de marketing e a criação de uma marca para o

seu projeto, será a parte da gerência das comunicações onde entra a criatividade.

4.1.13.3 Por que conferir uma marca a um projeto?

São vários os motivos para que se busque atribuir uma marca ao seu projeto. Entretanto,

destacaremos os seguintes:

- estabelecer uma identidade que evoque uma imagem positiva e de boa vontade da equipe e

dos stakeholders;

- agregar valor ao projeto diferenciando-os dos demais projetos, nos casos de portfolio;

- agregar valor, dar importância ao projeto frente ao sponsor;

- dar visibilidade ao projeto na comunidade ou mídia;

- valorizar os projetos de determinada empresa para que a performance de condução e

execução vire uma marca e facilite a renovação de contratos, a indicação de determinados

gerentes, dentre outros benefícios; e

- valorizar a competência e performance do gerente de projeto, já que o sucesso do projeto

reflete, diretamente, na figura profissional do seu gerente.

49

Page 94: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.1.14 Roteiro TENSTEP para criar marcas para projetos

Quando você atribui uma marca a um projeto o que você está tentando fazer é associar a ele

uma imagem e um sentimento que poderão vir à mente das pessoas quando elas ouvirem falar

do seu projeto. Sugerimos que você formule algumas perguntas em relação às implicações

que o seu projeto terá na organização e/ou na sociedade.

• O projeto tem impacto sobre um grande número de pessoas, ou talvez sobre a empresa

toda?

• Necessitará promover uma mudança na cultura ou na forma como as pessoas realizam

seus trabalhos?

• Seu projeto deixará as pessoas nervosas? Por exemplo, ele trará otimização ou

reduzirá o número de pessoas necessárias para realizar determinada função?

• Quando as pessoas ouvirem falar do projeto, você quer que elas pensem nos benefícios

que seu projeto fornecerá no futuro, ou você quer que elas pensem como o seu projeto

está desorganizado?

• Elas devem pensar na empresa respondendo a desafios competitivos ou imaginando se

o projeto lhes custará o emprego?

A maioria dos grandes projetos tem uma imagem a eles associada. A marca ajuda a criar,

pró-ativamente, a imagem que você quer exibir, em vez de aceitar uma imagem atribuída a

você.

Algumas atividades podem ser desenvolvidas, como parte das funções de gerenciamento do

projeto, para ajudar na campanha de construção da marca. Se a empresa tiver um

departamento de marketing, você pode pleitear uma reunião para obter orientação e idéias. Se

você não puder contar com profissionais de marketing, procure discutir com a sua equipe

quais as formas mais eficazes para posicionar o seu projeto no universo da empresa, leia

livros de marketing, busque uma consultoria e use bastante o seu conhecimento do contexto

do projeto. Aqui seguem alguns exemplos de atividades:

50

Page 95: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

• Estipule um nome para o projeto que seja positivo.

Por exemplo, um projeto chamado “Força de Marketing” provavelmente dará uma imagem

mais positiva que “Iniciativa de Aperfeiçoamento do Processo de Marketing”. Você também

pode criar uma imagem positiva com uma sigla fácil e atraente para ser lembrada.

• Escolha um logotipo para representar o projeto.

O logotipo deve ser positivo, simbólico e deve ser incluído em todas as comunicações feitas

pela equipe. Também deve ser utilizado no material promocional.

• Escolha um slogan

O slogan poderá ser criado a partir de uma série de palavras simples associadas ao projeto.

• Brindes

Produza brindes como: bonés, camisetas, canetas, dentre outros. Estes brindes poderão ser

usados para recompensar a equipe ou para se aproximar de um dos stakeholders.

(É válido ressaltar que não é preciso dispor de verbas consideráveis para a aquisição de

brindes, já que, usando a criatividade e pesquisando, pode-se adquirir brindes de baixo custo e

que terão o mesmo poder de motivação ou aproximação.

• Reuniões presenciais (face-to-face)

Especialmente no começo do projeto, reserve tempo para falar com todos pessoalmente ou em

pequenos grupos. Ninguém quer ficar sabendo de um projeto importante através de e-mail,

isto vulgarizaria o projeto.

• Outras idéias

Reuniões com almoço, coleta de testemunhos de usuário satisfeitos, comunicações pessoais

constantes, etc. Descubra formas de manter seu projeto e a sua mensagem à vista das pessoas

e dos stakeholders estratégicos.

4.1.15 A qualidade, em marketing e em projetos

4.1.15.1 A qualidade em marketing

A segunda metade da década de 80, nos Estados Unidos, e o início da década de 90, no Brasil,

foram marcados pela chamada “Revolução da Qualidade Total”, um movimento das empresas

51

Page 96: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

para a melhoria da qualidade de seus produtos e serviços, com o propósito de manter a

competitividade com base na satisfação do cliente, conforme relatado em ROCHA (1999).

A partir deste movimento, a qualidade passa a desempenhar importante papel no

planejamento e execução das estratégias de marketing, que utiliza a visão de qualidade

percebida pelo cliente. Esta visão, ou requisitos básicos do cliente para a qualidade, guiará

todas as etapas de lançamento de um produto, indo desde a fase de pesquisa e

desenvolvimento (P&D) até a fase de divulgação e venda no mercado.

A qualidade relevante para as decisões de marketing, portanto, é a qualidade requerida e

esperada pelo consumidor/usuário para determinado produto ou serviço. Entretanto, algumas

empresas impõem sua visão de qualidade do produto, negligenciando os requisitos do cliente.

Isto pode ocasionar prejuízos materiais, perda de mercado e enfraquecimento do

relacionamento com o cliente. Um bom exemplo é o caso de um conhecido fabricante de

lingerie que declarou: “a qualidade do meu produto é a durabilidade”. Tal declaração se choca

diretamente com o fato de que, em um produto de moda com profunda conotação de

sensualidade, o que a maioria dos consumidores compra não é, certamente, durabilidade.

Os oito princípios das modernas teorias da qualidade, citados em ROCHA (1999), podem ser

resumidos conforme a seqüência a seguir:

- satisfação do cliente;

- envolvimento da alta gerência;

- envolvimento dos empregados;

- parceria com fornecedores;

- melhoria contínua;

- benchmarking;

- planejamento estratégico da qualidade; e

- medição, controle e monitoramento

4.1.15.2 A qualidade em projetos

O PMI define qualidade como a totalidade das características que um produto/entrega deve

possuir para ser capaz de satisfazer as necessidades, desejos e expectativas das partes

interessadas em requisitos acordados e aprovados. O moderno gerenciamento da qualidade,

52

Page 97: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

complementa as práticas de gestão de projetos, reconhecendo a importância da satisfação do

cliente, prevenção sobre inspeção, responsabilidade da gerência e uso de modelos para

melhoria contínua.

Na gestão de projetos, dispomos de diversas abordagens para criar parâmetros e monitorar a

qualidade, dentre elas citamos: Six Sigma, Análise de Pareto, Certificações diversas, Modelos

de gestão como ISO 9000 e o QFD. Optamos por apresentar apenas o QFD – Quality

Function Deployment – ou casa da qualidade, que é uma ferramenta de planejamento criada

há três décadas, inicialmente utilizada para o desenvolvimento de produtos, a partir das

necessidades do cliente. Esta abordagem demonstrou ser eficaz para aumentar a

competitividade das empresas com menor demanda de tempo para o projeto e menores custos

para a fabricação dos produtos.

Outro motivo para detalharmos apenas esta abordagem de qualidade, se deve à matriz de

relacionamento, que leva em conta dois elementos que são fundamentais no marketing, quais

sejam: requisitos do cliente e avaliação da concorrência. Desta forma, podemos constatar que

gestão de projetos e marketing podem seguir numa mesma direção no que diz respeito às

boas práticas da qualidade.

A aplicação do QFD está centrada na casa da qualidade, matriz de correlações que recebe esse

nome por sua semelhança a uma construção com telhado. Na construção da primeira casa da

qualidade, as necessidades do cliente são traduzidas em requisitos de projeto, normalmente

conhecidos como características do produto (ou elementos de qualidade). Estas

características (itens “como”) são geralmente mensuráveis e deverão se adequadamente

apropriadas pelo produto, satisfazer às necessidades do cliente.

A QFD pode servir de base para o desenvolvimento do plano de qualidade e do projeto de

qualidade, de acordo com os seguintes passos:

• liste os requisitos dos clientes após o levantamento de informações dos consumidores

e do estudo das características importantes de seu mercado alvo;

• determine o grau de importância de cada requisito de qualidade demandada;

• liste os requisitos de projeto;

53

Page 98: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

• identifique o relacionamento entre as necessidades dos clientes e as exigências de

projeto;

• identifique a correlação entre os elementos do projeto.

A figura 25 – Desdobramento da casa da qualidade - e a figura 26 – Exemplo da casa da

qualidade – ilustram algumas partes da aplicação desta abordagem e evidenciam alguns

pontos de relação entre os princípios de marketing e a abordagem da qualidade.

QFD – Desdobramento da Função Qualidade

Figura 25 – Desdobramento da casa da qualidade Fonte: Patrícia Alcântara Cardoso

54

Matriz derelacionamento

Requisitos doprojeto

Requisitos do cliente

Avaliação daConcorrência

Especificaçõesou

Valores das metas

Matriz de

Page 99: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 26 – Exemplo de aplicação da casa da qualidade Fonte: Patrícia Alcântara Cardoso

55

Page 100: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.2 OS 4 P’S – MIX DE MARKETING APLICADO EM PROJETOS

O mix de marketing é um conjunto de ferramentas controláveis pelo gerente de marketing, por

meio do qual pode-se obter melhor ajustamento entre a oferta que sua empresa faz ao mercado e a

demanda existente. O marketing mix é composto por quatro conjuntos de variáveis ou decisões

que MacCarthy denominou de 4Ps do marketing. O quadro 11 apresenta o mix de marketing,

entretanto incluímos outros 2Ps, posicionamento (do produto e da empresa) e pessoas (equipe) -

que vêm sendo bastante considerado por alguns autores da atualidade.

Na literatura de marketing, o mix de marketing pode receber os seguintes nomes:

- 4Ps, marketing mix, composto mercadológico, composto de marketing.

MIX DE MARKETING - 6Ps• POSICIONAMENTO (positioning)

• PRODUTO (product)

• PREÇO (price)

• PRAÇA (place)

• PROMOÇÃO (promotion)

• PESSOAS (people) Quadro 11 – Mix de marketing Fonte: A autora

Faz-se necessário a descrição dos P’s do posicionamento e de pessoas, já que não serão

detalhados da mesma forma que os demais serão, no decorrer deste trabalho.

- Posicionamento – O posicionamento é, atualmente, a mais importante estratégia de marketing,

que começa a partir de um produto, um serviço, uma empresa, ou mesmo uma pessoa – como um

gerente de projeto ou um CEO de uma grande empresa. Porém, o posicionamento não é aquilo

que você faz com um produto. Posicionamento é aquilo que você provoca na mente do cliente

potencial ou atual. Em outras palavras, você posiciona o produto na mente do cliente.

56

Page 101: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

- Pessoas – As pessoas são o grande elo entre a estratégia de marketing escolhida e o cliente. A

equipe, linha de frente, funcionários, devem funcionar como um grupo de pessoas associadas, que

cooperam entre si, buscando atingir objetivos comuns.

O mix de marketing é muito difundido e utilizado porque representa as variáveis que podem ser

controladas pela empresa, e que se opõem a todas outras variáveis não controláveis que se

relacionam com o mercado e todo o macro-ambiente com o qual a empresa tem de conviver.

Desta forma, se o gerente de marketing ou de projetos se conscientizar deste caráter de variáveis

controláveis, sobre as quais ele pode planejar, monitorar, controlar, implementar mudanças de

estratégias, poderá utilizar o marketing como um grande aliado para aumentar o índice de sucesso

dos seus projetos e campanhas.

4.2.1 Produto, em marketing e em projetos

Quando nos referimos a produto, no contexto do marketing mix, estamos considerando algo mais

do que o simples produto físico, que o comprador irá consumir ou utilizar. Trata-se, na verdade,

de um conjunto de características, algumas tangíveis, outras intangíveis, que constituem o

produto tais como: matéria prima; benefícios, finalidade de uso, embalagem, design, rotulagem,

garantias, serviços agregados etc. O produto em marketing, transcende seu formato externo. Isto

ocorre porque na organização voltada para marketing, o produto é visto a partir do que ele

significa para o consumidor. É a visão de fora do mercado, para dentro da empresa.

DEFINIÇÃO DE PRODUTO EM:

1. Projetos

Entrega, em projetos, é qualquer produto, resultado ou capacidade para realizar um serviço

exclusivo e verificável que deve ser produzido para terminar um processo, fase ou projeto. O

termo é, frequentemente, utilizado referindo-se, também, a uma entrega externa que está sujeita à

aprovação do patrocinador ou cliente do projeto (PMBOK - 2004).

57

Page 102: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

2. Marketing

- “Produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis que proporciona benefícios reais ou

percebidos com a finalidade de satisfazer as necessidades e os desejos do consumidor”.

(BAMOSSY - 1995).

- “Produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para atenção, aquisição, uso ou

consumo, e que possa satisfazer a um desejo ou necessidade”. (KOTLER - 1998)

Em projetos é importante que o gerente perceba que todo produto/serviço é constituído de

características e benefícios. A gerência que tem foco no cliente observa com atenção os

benefícios que o cliente (interno ou externo) busca naquele produto. É este benefício, muitas

vezes intangível, que deve servir de base para o marketing mix. As equipes de vendedores ou a

equipe de projetos que está na linha de frente com o cliente, deve identificar as características do

produto estabelecido no escopo, mas principalmente, perceber os benefícios que o cliente espera

obter. O quadro 12 ilustra as características e benefícios de alguns produtos/serviços.

CARACTERÍSTICAS BENEFÍCIOS DO PRODUTOPassagem aérea Rapidez, conforto,Pasta de dentes Saúde, sociabilidade, beleza, atratividade.Seguro Controle do futuro, segurança.Carro de luxo Conforto, status, auto-afirmação.

Projeto para construção de sede própria de determinada empresa

Impressionar cliente, conforto para os funcionários, expandir a produção, impressionar fornecedores e instituições bancárias, aumentar lucratividade.

Quadro 12 – Características e benefícios do produto Fonte: Adaptado de ROCHA (1999)

4.2.1.1 Teoria do ciclo de vida do produto (CVP), em marketing e em projetos

A teoria do ciclo de vida do produto afirma que a vida de um produto no mercado não é eterna,

mas que, normalmente, o produto passa por diferentes níveis de vendas e performances no

mercado, que se assemelham à evolução dos seres vivos: os produtos nascem, crescem,

amadurecem e morrem. O ciclo de vida de um produto é composto por cinco fases:

- desenvolvimento do produto, introdução no mercado, crescimento, maturidade e declínio.

58

Page 103: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

A figura 27 ilustra, de acordo com SANDHUSEN (1998), a curva do ciclo de vida de um

produto.

Figura 27 - Curva do ciclo de vida de um produto. Fonte: SANDHUSEN (1998), citado em IRIGARAY (2004)

Entretanto, esta teoria só se justifica atualmente, se adotarmos duas outras teorias que permitem

que percebamos que, produto nenhum precisa morrer porque seu mercado está saturado ou por

qualquer outro motivo. Havendo controle e monitoramento do ciclo de vida do produto, pode-se

partir para a inovação ou para a implantação do produto em outro mercado, quando este mesmo

produto estiver na fase de declínio.

Um perfeito exemplo é o caso das companhias de cigarro. Elas previram o declínio das vendas de

cigarro, portanto o declínio do produto no Brasil. Pois, foram criadas leis contra o cigarro e a

própria sociedade se mobilizou para a diminuição do hábito de fumar. Quando as vendas

começaram a diminuir no Brasil, estas empresas partiram para mercados como a China, onde o

quadro social é muito semelhante ao do Brasil na década de 70. Ou seja, mulheres se liberando,

entrando no mercado de trabalho, assumindo hábitos masculinos e, toda a sociedade, aceitando a

idéia de que fumar é sinônimo de modernidade e liberdade.

Como evoluem os mercados?

• Teoria do Ciclo de Vida do Produto

• Teoria da Difusão de Inovações

59

Page 104: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

• Teoria do Amadurecimento dos Mercados

Os mercados evoluem porque a sociedade está em constante mudança de hábitos,

comportamento, de sistema econômico e atualmente, devido à globalização. A teoria do ciclo de

vida dos produtos aponta a fase de declínio como o fim do produto. Vejamos, agora outras duas

teorias que consideram esta fase de declínio como um novo ponto de partida para a permanência

do produto no mercado.

A teoria da difusão de inovações estuda o processo pelo qual uma inovação se torna conhecida e

é adotada, no decorrer de um período de tempo, pelos indivíduos dentro de um grupo social ou

fatia de mercado. O conceito de difusão envolve quatro elementos: a inovação propriamente dita,

os canais de comunicação, o tempo de adoção do produto e o sistema social.

Já a teoria do amadurecimento dos mercados, tomando como ponto de partida as contribuições

das outras duas teorias, sugere uma série de sintomas pelos quais se reconheceria o processo de

amadurecimento do mercado, apresentando recomendações quanto ao programa de marketing a

ser utilizado em cada etapa.

A tabela 04 mostra programas de marketing de acordo com a evolução do mercado, para cada

ciclo do produto. Nota-se que dependendo do estágio em que se encontre o produto, as ações e

estratégias de marketing mudam, adequando-se custo de investimento à probabilidade de retorno

que o produto possa render.

PROGRAMAS DE MARKETING NO CICLO DE VIDA DO PRODUTO

Decisões de marketing

I II III IV

Introdução Crescimento Maturidade Declínio

60

Page 105: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

ProdutoInovação ou Aperfeiçoa-mento

Diferenciação Técnica

Padronização;Diferenciação Psicológica ou de Modelos

Redução de variedade

Distribuição Exclusiva;Avanço Mercado a Mercado

Intensiva;Nacional

Diferentes Canais para Diferentes Marcas

Redução de canais

PropagandaInformativa;Demanda Primária

Início da Construção de Marca;Demanda Seletiva

De massa;Ligada a Promoções

De Recordação;Nome da Empresa

PromoçõesAmostras Grátis;Experimentação

Intensivamente Utilizadas

PreçosSkimming ou Penetração

Reduções (ao final da fase)

Reduções Táticas;Guerra de Preço

Reduções Formais

Venda Pessoal

Vendedor Técnico

Mais “Vendedor”;Conhecedor de Canais

Vendedor Capacitado para Promoções

Tabela 04 - Programas de marketing no ciclo de vida do produto Fonte: ROCHA (1999).

4.2.1.2 Teoria do ciclo de vida do projeto

A teoria do ciclo de vida do projeto se diferencia da teoria do ciclo de vida do produto em

marketing. Pois, o ciclo de vida do projeto consiste no conjunto das fases do projeto, que podem

variar de acordo com as características e necessidades de cada produto. Estas fases – inicial,

intermediária e final – estão ilustradas na figura 04 apresentada no capítulo 2.

Comparando os dois ciclos de vida – produto/marketing e projetos – podemos ressaltar que o

ciclo, em marketing, está plenamente voltado para a evolução dos mercados externos ao produto

e aos quais ele deve se ajustar. O ciclo, em gerenciamento de projetos, tem seu foco voltado para

os processos e fases inerentes ao escopo do projeto e à sua execução.

O marketing pode, neste contexto de ciclo de vida, colaborar para que o gerente de projeto

perceba que o produto a ser entregue está inserido em mercados com os quais ele deve interagir.

4.2.2 Preço, em marketing e em projetos

61

Page 106: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

As decisões de preço é um importante elemento do mix de marketing, entretanto, neste trabalho

não detalharemos profundamente, já que dentro da gerência das comunicações não há

necessidade de se formar preço para o produto/entrega. Entretanto, dependendo do investimento a

ser feito na comunicação, poderá haver a necessidade de se levantar custos com os fornecedores,

tais como: agências de propaganda, gráficas, rádios, TVs, papelaria, entre outros.

O preço define as condições básicas pelas quais, o vendedor e o comprador estão dispostos a

realizar a troca. As decisões de preço, no contexto do marketing, vêm recebendo atenção

crescente dos administradores, seja na tarefa de fixação do preço básico, seja na tarefa de

administração de preços durante todo o ciclo de vida do produto.

Percepção de preço na visão da empresa e do consumidor.

A percepção do preço para o consumidor tem sido objeto de estudos, tendo-se identificado grupos

de consumidores para os quais o preço assume diferentes significados, tais como: qualidade,

status, ocasião, conveniência, etc. Preço se alia ao conceito de valor, que é único para cada

consumidor, fazendo com que o preço praticado pela empresa seja visto como alto, justo ou baixo

pelos compradores na avaliação de um mesmo produto.

As empresas, por sua vez, percebem o preço de forma totalmente diferente. Geralmente, as

empresas visam o custo, o desembolso que fazem para produzir determinado produto ou prestar

um serviço. Este foco no custo do produto, faz com que a empresa perca a visão sistêmica da

formação de preço, que tem o mercado como o grande regulador das margens a serem praticadas.

A nova visão de formação do preço está demonstrada na figura 28.

62

Page 107: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 28- Nova visão do preço Fonte: DANTAS (1997)

A dicotomia preço e qualidade

Marketing interage o tempo todo com os conceitos e orientações da área de qualidade de acordo

com as recentes orientações de Qualidade Total, presentes na maioria das organizações. A análise

do preço não deve ser feita pura e simplesmente pelo preço em si, mas levando-se em

consideração o custo relativo para o cliente (CRC). Segundo essa orientação, o CRC pode ser

dado pela relação, o conforme citado em DANTAS (1997):

CRC = Preço – Valor

O preço, na visão da qualidade, é o que se cobra pela aquisição do bem ou serviço. O valor é

aquilo que o cliente percebe sobre o bem ou serviço. Nesta medida, preço interage com o

conceito de posicionamento e de marca, dois elementos que podem aumentar infinitamente o

preço de um produto/serviço a partir da agregação de valor.

4.2.2.1 Custos da informação na gerência das comunicações

Neste trabalho destacaremos o custo apenas em relação ao custo da informação, seja pelo excesso

ou escassez da circulação da informação entre o gerente de projetos e a equipe, e entre estes e os

stakeholders.

Constatamos, na literatura pesquisada, que o custo das ações da gerência das comunicações é

uma preocupação constante com a tendência a economizar, ao invés de otimizar a distribuição

das informações. Concordamos que toda economia é bem-vinda, porém, estamos sugerindo que o

gerente de projetos amplie sua visão e ação da comunicação, alcançando seu nível estratégico que

se relaciona ao marketing.

63

Page 108: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Exemplificamos a relação custo benefício do uso das ações de marketing, em projetos. O custo de

uma ação promocional como a compra de um brinde para premiar a equipe, será com certeza,

coberto pelo aumento da motivação e da produtividade. Bem como, o custo de um evento de

aproximação com a comunidade, no caso de projetos com impacto ambiental, será também

coberto pelo benefício da possível conquista da simpatia de um importante stakeholder.

4.2.3 O conceito de Praça = Distribuição, em marketing e em projetos

4.2.3.1 Distribuição em marketing

O conceito de praça ou canal de distribuição em marketing está relacionado à circulação de

produtos da indústria até o ponto de venda. Canais de distribuição ou intermediários são,

geralmente, empresas com finalidade comercial de venda seja no atacado ou no varejo. O

caminho que o produto percorre entre o produtor e o ponto de venda pode se dar por diversas

modalidades de distribuição. Dentre elas:

• Distribuição direta – O fabricante vende direto para o consumidor final, sem

intermediários. Neste caso o fabricante monta redes próprias de atacado e/ou varejo,

como lojas próprias ou distribuidoras.

• Distribuição exclusiva – O fabricante utiliza um único ou poucos intermediários

• Distribuição mista – O fabricante utiliza intermediários e também possui rede própria de

revenda ou venda.

• Distribuição intensiva – O fabricante coloca o produto no maior número possível de

pontos de venda, dentro do mercado escolhido para atender.

A revolução do varejo

Uma revolução ocorreu na última década quanto à forma de negociação entre produtor e

intermediários. O varejo passou a ter mais força e poder, conquistando assim maiores margens

de lucratividade e se tornando uma importante fase na cadeia de distribuição das indústrias.

Como parte desta revolução, temos o surgimento de uma infinidade de tipos de lojas que atendem

64

Page 109: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

ao consumidor final e cumprem a importante função de disponibilizar e fazer circular o que é

produzido pelas indústrias. Vejamos os principais tipos de comércio varejistas:

- lojas de departamentos, shopping centers, lojas de desconto, lojas de conveniência,

supermercados e hipermercados, lojas de especialidades, lojas off-price, de ponta-de-estoque e de

fábrica.

Além dos canais de distribuição que utilizam espaço físico onde o cliente é atendido ou a partir

de onde a mercadoria é despachada, existem os canais em que o contato com o cliente é mais

remoto, no sentido físico do termo.:

- tele-vendas, call center, loja virtual – e-commerce, delivery, mala direta, catálogos, venda porta

a porta, TV shopping, máquinas automáticas de vendas Entretanto, os canais não estão

limitados à distribuição de mercadorias físicas. Os prestadores de serviços e idéias também

precisam encontrar soluções para fazer com que sua produção de serviços (hospital, escola,

lavanderia etc) estejam disponíveis e acessíveis ao público alvo.

Vale ressaltar que a própria existência do canal de distribuição implica cooperação e conflito na

cadeia que vai desde a indústria ao cliente, pois em alguns casos, os canais competem entre si. O

fabricante deve praticar uma eficiente gerência dos canais procurando estimular a cooperação por

meio de parcerias e alianças estratégicas.

4.2.3.2 Distribuição em projetos

O conceito de distribuição na gerência das comunicações está relacionado a fazer circular as

informações do projeto, partindo da equipe de gerenciamento para a equipe de execução e todos

os stakeholders. Podemos, então, neste caso usar o conceito de logística da comunicação,

conforme citado em GALVÃO (2006): “Para que os requisitos de comunicação possam ser

identificados adequadamente, é necessário examinar uma série de aspectos relevantes, por

exemplo, como o projeto é organizado, quais são os tipos de relacionamentos existentes entre os

interessados, quais são os tipos e quantidades de departamentos, disciplinas e áreas especializadas

envolvidos no projeto, se existe necessidade de comunicações externas (por exemplo, contatos

65

Page 110: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

com a mídia), e também a quantidade de pessoas envolvidas no projeto e as suas respectivas

localizações (logística da comunicação).”

O marketing, portanto, pode dar valiosa contribuição para que esta distribuição da informação

seja eficaz e estratégica, ao invés de apenas informativa. Pode-se praticar a motivação pela

informação, dando aos funcionários informações necessárias, coerentes e oficiais que podem ser

transmitidas por variados canais de comunicação interna – jornais internos, vídeos, painel

motivacional, rádios internas, material de acompanhamento do programa (folders, cartazetes),

manuais técnicos e educativos, revistas de histórias em quadrinhos, intranet, internet,

teleconferências, entre outros.

A distribuição da informação pode ser fator crítico, e foco principal em empresas de TI. Talvez

deva-se a essa necessidade o surgimento do marketing da informação, que é a aplicação da

filosofia de marketing para empresas de tecnologia da informação, seja no âmbito da informação

tecnológica, científica, organizacional, ou da informação para negócios. Nestes ramos de

negócio a informação é o principal produto, e a circulação e distribuição desta informação é fator

crítico, sendo foco de atenção contínua, de acordo com os estudos do grupo de marketing da

informação da empresa PROSSIGA.

4.2.4 Promoção, em marketing e em projetos

Promoção, comunicação e informação

Existe uma estreita relação entre promoção, comunicação e informação. Toda promoção é

comunicação, mas nem toda comunicação é promoção. Por exemplo, ao elaborar um cartaz, o

objetivo é promover uma mensagem, ou seja, além de comunicar, promove-se. Em uma,

empresa, onde duas ou mais pessoas conversam, mensagens estão sendo comunicadas, mas não

necessariamente promovidas. Portanto, a informação pode circular entre as partes interessadas

apenas comunicando fatos ou em forma de promoção, destaque dos fatos. A promoção é

comunicação enquanto atitude, determinada a partir de um objetivo a ser alcançado.

66

Page 111: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Após destacarmos a relação entre promoção, comunicação e informação, nosso foco passa a ser a

promoção, também chamada de comunicação, em marketing, que tem o objetivo de divulgar, de

chamar a atenção, de dar foco em uma organização, seus produtos, serviços, ou em projetos, em

pessoas (no caso do marketing pessoal) etc. Não se deve confundir o termo ‘promoção’ com a

estratégia de ‘promoção de vendas’. Pois promoção compreende todo esforço de comunicação

persuasiva. Quando se diz ‘promoção’ estamos nos referindo ao composto promocional, isto é,

todas as formas de comunicação promocional utilizadas pelas empresas e organizações para se

comunicarem com o seu mercado.

As formas de comunicação no composto promocional estão relacionadas na tabela 06, que

apresenta os seguintes dados:

- forma ou nome da estratégia/atividade/ferramenta;

- conceito ou objetivo de aplicação da forma nas campanhas de marketing;

- as principais características com vantagens e desvantagens de cada forma; e

- efeito ou resultados no tempo após aplicação da estratégia.

A promoção é um conjunto de atividades, técnicas e meios (materiais, físicos e psicológicos)

destinados a incrementar vendas ou fortalecer positivamente a imagem de determinada

marca, evento, projeto, produto.

A promoção ou composto promocional cuida da comunicação, prestando todos os tipos de

informação aos clientes potenciais e atuais, de modo a persuadi-los no sentido de que

percebam que o que está sendo oferecido e divulgado possui os atributos para satisfazer suas

necessidades e desejos.

67

Page 112: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Forma Conceito Característica Efeito

Propaganda Criação de imagem

A principal função da propaganda é criar imagem para o produto/marca que possa transmitir o posicionamento desejado junto ao público-alvo. A propaganda cria uma identidade para o produto/marca.

Longo prazo

Publicidade Criação de imagemSua função é similar à da propaganda, mas com a diferença de que sua veiculação não é paga, como é a da propaganda.

Longo prazo

Promoção de vendas

Agregação de benefício extra

A função da promoção é estimular a venda do produto, por meio da oferta de algum tipo de benefício extra e temporário agregado ao produto.

Curto prazo

Merchandising Exposição

As ações de merchandising visam dar maior visibilidade ao produto ou marca no ponto-de-venda ou fora dele, como em locais públicos e programas de TV e filmes.

Curto e médio prazos

Relações públicasFormação manutenção de imagem

Ao contrário das demais formas, a prioridade das ações da RP é manter a boa imagem da empresa e de seus produtos/marcas diante da comunidade na qual o cliente está inserido e pela qual é influenciado.

Longo prazo

PatrocínioAssociação de imagens

Visa criar uma imagem para posicionar o produto/marca, como a propaganda e a publicidade, porém faz isso por meio da associação com a imagem de uma pessoa, grupo ou entidade ligados à atividade esportiva, cultural, educativa ou ecológica.

Médio e longo prazos

RelacionamentoContato personalizado e interativo

Envolve exclusivamente clientes já conquistados e tem função de manter a imagem e o nível de relacionamento.

Médio prazo

Marketing diretoContato personalizado e interativo

O marketing direto atinge de forma personalizada um grande número de pessoas. O nível de individualização pode ser mais ou menos personalizada e pode estimular a interatividade

Curto prazo

Venda pessoalContato presencial e interativo

A venda pessoal é a forma de comunicação que pode ser, se bem desenvolvida, a mais persuavisa de comunicação, porém sua abrangência é limitada devido ao seu alto custo.

Curto prazo

Tabela 05 – Perfil das formas de comunicação – mix de ferramentas do composto promocional. Fonte: Baseado em KOTLER (2000: 585), NICKELS & WOOD (1999: 323) e SHIMP (2001: 325) , citado em Revista Marketing

Além das formas de promoção citadas na tabela 05, citamos uma outra forma de atrair a atenção

do cliente e leva-lo à ação de comprar:

68

Page 113: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

- incentivos e atmosfera = envolvimento. A atmosfera é um ambiente calculado que cria ou

reforça as inclinações dos compradores em relação à compra de um produto. O espaço físico

ocupado pela empresa – indústria ou lojas - é uma poderosa fonte geradora de imagem que pode

ser expressa por meio da arquitetura do prédio, decoração interior, layout, cores,, materiais e

mobiliário, influenciando tanto clientes internos como externos.

Em projetos, o ambiente físico também tem grande importância e pode funcionar como elemento

agregador e de motivação. No entanto, como muitos projetos são executados dentro da empresa

do cliente, este passa a ser um elemento que não pode ser totalmente controlado pelo gerente de

projeto.

4.2.4.1 – Tipos de ações e produtos do composto promocional

Para que o gerente de projetos tenha clareza sobre os tipos de ações e produtos que podem ser

gerados em cada uma das formas/ferramentas do composto promocional, apresentamos o quadro

14, extraído de Kotler (2000), com algumas adaptações.

FORMAS MAIS COMUNS DE COMUNICAÇÃO NO COMPOSTO PROMOCIONAL

PROPAGANDA PROMOÇÃO DE VENDAS

RELAÇÕES PÚBLICAS

MARKETING DIRETO

Anúncios impressose eletrônicosEmbalagens e RotulagemFilmesManuais e brochurasCartazes e folhetos CatálogosOutdoorsPainéisDisplays nos pontos-de-vendaMaterial audiovisualSímbolos e logotiposFolders / flyers Anúncios na intranet

Concursos, sorteiosPrêmios e presentes Amostras /samplesFeiras setoriais ExposiçõesDemonstraçõesCuponsReembolsos parciais Financiamento a juros baixos Concessões de troca Programas de fidelizaçãoIntegração com produtos de entretenimento

Kits para imprensaPalestrasSemináriosRelatórios anuaisDoaçõesPatrocíniosPublicaçõesRelações com a LobbyMídia de identificaçãoRevista ou jornal da empresaEventos

CatálogosMala diretaTelemarketingVendas eletrônicasVenda por meioE-mailE-commerce

Quadro 14 - Plataformas mais comuns de comunicação no composto promocional Fonte: Adaptado de KOTLER (2000)

69

Page 114: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

O gerente de projetos poderá montar um plano de comunicação utilizando algumas das ações de

marketing, pois ele precisa se comunicar e atrair a atenção do seu público, qual seja: equipe de

gerenciamento, equipe de execução, clientes e demais stakeholders.

Como as ferramentas do composto promocional, necessitam de algum meio ou veículo e

comunicação para ser executada, destacamos, abaixo, os principais meios. Quais sejam: TV, TV

a cabo, rádio, páginas amarelas, outdoor, mobiliário urbano, internet e carro de som.

4.2.4.2 - A avaliação da eficácia promocional

Assim como em projetos, o marketing também dispõe de métricas para medir e avaliar a eficácia

dos investimentos feitos nas campanhas. Dois são os métodos mais utilizados para avaliar a

eficácia promocional de uma campanha:

pesquisa do efeito-comunicação pesquisa do efeito-vendas

procura certificar-se se a estratégia visa medir o impacto da estratégia

promocional está ou não alcançando promocional sobre as vendas

os efeitos de comunicação propostos.

A pesquisa do efeito-comunicação ocorre antes e depois de a estratégia promocional ser colocada

na mídia, utilizando pré e pós testes com o propósito de aprimorar ao máximo a estratégia antes

do seu lançamento e de garantir seu sucesso.

O pré-teste pode ser feito de três maneiras: - Avaliações diretas, testes de portfolio e testes de

laboratório. Enquanto para o pós-teste, há diversos métodos que tentam determinar o impacto real

da comunicação. São eles: - Testes de lembrança ou recall, testes de reconhecimento, abordagem

histórica e projeto experimental.

Como dito anteriormente, o marketing, se utiliza de processos e de constantes formas de medição.

A figura 29 representa os processos para aplicação e mensuração da propaganda, a mais

conhecida e utilizada ferramenta do composto promocional.

70

Page 115: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 29 – Os 5Ms da propagandaFonte: KOTLER (2000)

4.2.4.3 – O uso da promoção em projetos

Se a promoção é todo esforço de comunicação persuasiva, nada mais natural do que utilizar as

ferramentas e estratégias do composto promocional para conquistar a simpatia dos stakeholders e

para gerar motivação na equipe.

Cada projeto, levando-se em conta seu porte e custo / benefício de ações da promoção, poderá

dispor de alguma ferramenta do composto promocional. Esta definição sobre o uso, ou não, da

promoção deverá ser feita durante a elaboração do plano de comunicação do projeto.

Acreditamos que todas as ferramentas e estratégias de marketing e promoção que apresentamos,

sejam suficientes para que o executor do plano de comunicação selecione as mais adequadas para

aplicação no projeto.

A gerência das comunicações, geralmente é apresentada dando-se destaque aos seguintes tópicos:

MoedaFatores a serem considerados:Estágio no ciclo de vida

do produtoParticipação de mercado

e base de consumidores

Concorrência e saturação de comunicações

Freqüência da propaganda

Facilidade de substituição do produto

MensagemCriação da mensagemAvaliação e seleção

da mensagemExecução da

mensagemAnálise da

responsabilidade social

MídiaAlcance, freqüência,

impactoPrincipais tipos de

mídiaVeículos de

comunicação específicos

Timing da mídiaDistribuição geográfica

da mídia

MissãoMetas de

vendasObjetivos da

propaganda

MensuraçãoImpacto na

comunicaçãoImpacto nas

vendas

71

Page 116: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

1. Habilidades de comunicação;

2. Métodos de comunicação;

3. Modelo básico de comunicação (emissor) e canais de comunicação (receptor).

4. Barreiras da comunicação;

5. Gerenciamento de conflitos e mudanças.

A título de ilustração da versatilidade das estratégias de promoção e comunicação, apresentamos

a seguir, alguns exemplos criativos e inovadores do composto promocional:

- siglas e slogans para divulgar uma imagem positiva do projeto;

- Brindes com nome do projeto ou imagem gráfica;

- Publicidade de realizações (RP);

- Comemorações para conferir visibilidade à conclusão de fases importantes (Milestones);

- Boletim informativo sobre o projeto, com informações positivas;

- Palestras e apresentações em diversas localidades ou departamentos para divulgar o projeto e

seus benefícios;

- Concursos com prêmios simples para criar entusiasmo.

É válido também apresentar alguns cases de inovação no uso do composto promocional em

projetos desenvolvidos por grandes empresas e apresentados no Seminário do PMI-SP, 2006.

1. O PMO da empresa Siemens desenvolveu um jogo denominado “PM experience”. Este jogo

tem duração de quatro horas e é destinado a desenvolver as habilidades de gestão de projetos dos

gerentes. O conteúdo e etapas do jogo simulam as situações reais de um projeto.

2. A empresa Microssiga gerencia a comunicação através da ferramenta Web-based/internet,

tanto para o público interno como para o externo/cliente. A empresa criou, nesta ferramenta, um

canal de comunicação exclusivo para divulgar as tendências em gerência de projetos.

3. O PMIEF – Project Management Institute Educational Foundation – desenvolveu um projeto

educacional para crianças e adolescentes. No Brasil, em parceria com o PMI-SP e com parceria

de algumas empresas, foram desenvolvidas as seguintes ações:

72

Page 117: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

- produção de kits de jogos;

- treinamento de multiplicadores para irem às escolas aplicar os jogos.

O objetivo deste projeto é disseminar cultura do gerenciamento de projetos na sociedade, a partir

dos adolescentes.

4. O governo do estado de Minas Gerais está dando um choque na gestão na administração

pública, aplicando a metodologia PMI de projeto. O projeto denominado “Prosperidade: a face

humana do desenvolvimento” é um ótimo exemplo de inovação na aplicação da metodologia de

projetos. Dentre muitas ações inovadoras, citamos apenas a relacionada à gerência das

comunicações:

- Comunicação e interação constante com a sociedade, através das estratégias de marketing e

relações públicas.

4.3 A MARCA DO GERENTE

Dependendo de sua performance na condução de projetos, o gerente de projetos poderá ser

lembrado na hora da escolha de gerentes para projetos desafiantes, para aqueles projetos sem

muita significância ou para nenhum projeto. Sugerimos, então, que os gerentes de projetos façam

os seguintes questionamentos:

• Qual é a marca que você está construindo para sua carreira como gerente de projetos?

• Quais são os elementos que você em escolhido e priorizado para formar a sua identidade

profissional?

• Quais as competências e habilidades pessoais você tem evidenciado para que sejam

reconhecidas como sua marca?

• Qual seu nível de conhecimento atualizado da metodologia de projetos?

• Como você está lidando com seus pontos fracos? Você já os identificou?

• Qual a sua meta profissional no mercado de gerenciamento de projetos em curto, médio e

longo prazo?

• Que profissional do mercado você tem usado como benchmarking?

• Você possui um portfólio dos projetos que você participou? Que padrão de desempenho

você percebeu, em relação a sucesso e fracasso?

73

Page 118: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

4.3.1 Identificando o seu perfil como gerente de projeto

Depois de respondidas as questões acima, podemos abordar o tema promoção pessoal e criação

de marca. Promoção pessoal é, usualmente, uma expressão usada de forma negativa. Entretanto,

para sobreviver, em todos os sentidos, precisamos nos promover. Podemos usar o exemplo mais

simples, que é a pessoa que está enamorada e, naturalmente, encontra meios de se promover, de

se destacar, de se tornar único e ser escolhido pelo ser amado.

Promoção profissional, para não usar o termo marketing pessoal, segue o mesmo raciocínio do

namoro. É saudável e recomendável que você, enquanto gerente de projetos, se promova, mostre-

se ao mercado, à empresa em que você atua ou aos seus superiores hierárquicos. Eles não têm a

obrigação de conhecer o seu histórico profissional ou seu perfil gerencial.

4.3.2 Perfil do gerente de projetos

Não encontramos no PMBOK (2004) nenhuma referência mais extensa quanto ao perfil

adequado do gerente de projetos. KERZNER (1992) lançou uma trilogia sobre recursos humanos

na gestão de projetos, porém este material não foi consultado para o presente trabalho.

Optamos, então por apresentar os resultados de pesquisa feita por PMI-PE, na qual os gerentes de

projetos que efetivamente executam, a atividade de gerenciamento de projetos, apontaram o perfil

adequado e necessário para um bom desempenho da atividade.

Baseando-se nesta pesquisa, traçou-se um perfil das habilidades necessárias ao desempenho da

atividade de gerente de projeto, conforme apresentado na figura 30.

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Page 119: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Figura 30 – Habilidades necessárias ao gerente de projetos Fonte: PMI - PE

Esta pesquisa cita também KERZNER (1992) e as de habilidades do gerente de projeto, por ele

agrupadas.

Habilidades do Gerente de ProjetosHabilidades Características

Construção de EquipesLiderançaResolução de ConflitoCompetência TécnicaPlanejamentoOrganização

EmpreendedorAdministraçãoSuporte Gerencial

Alocar Recursos

Capacidade de formar e gerenciar equipes de trabalhoCapacidade de influenciar a equipe e todos os envolvidos no projetoCapacidade de identificar e resolver os conflitos no âmbito do projetoCapacidade de coordenar as ações técnicas do projetoCapacidade de elaborar planos e executá-los.Capacidade de estabelecer os critérios de trabalho no âmbito do projetoCapacidade de gerar e gerenciar negócios para o projeto.Capacidade de desenvolver técnicas de controle, orçamento, etc.Capacidade de gerenciar as interfaces com todos os envolvidos noprojeto, principalmente com a alta administração.Capacidade de estabelecer os recursos necessários às várias fasesdo projeto.

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Page 120: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Quadro 14 - Habilidades do Gerente de ProjetosFonte: KERZNER (1992), citado em PMI - PE

Para a criação da sua marca como gerente de projetos, sugerimos os seguintes passos:

• identifique seu perfil;

• compare-o com as habilidades citadas nesta seção;

• escolha um conjunto de habilidades que representem seu perfil, priorizando os pontos

fortes. (Os pontos fracos deverão ser reconhecidos e melhorados.);

• use as ferramentas de promoção, para ganhar visibilidade no mercado de gestão de

projetos. Dentre estas ferramentas, sugerimos: - cartão de visitas pessoal com os

respectivos títulos; curriculum vitae bem elaborado; participação em reuniões e eventos

das organizações que promovem a metodologia de projetos; mailing da sua rede de

contatos; produção de artigos apresentando cases de projetos gerenciados; montagem de

uma apresentação com imagens de alguns projetos; criação de um site individual.

4.4 RELAÇÕES PÚBLICAS (RP) E ASSESSORIA DE IMPRENSA

O gerente de projeto relaciona-se com stakeholders de diferentes tipos, que vão desde o cliente

contratante do projeto aos meios de comunicação e a mídia. Nem sempre o gerente pode contar

com o apoio de um profissional de marketing ou de um jornalista responsável pela assessoria de

imprensa e relações públicas no projeto. Portanto, é necessário que o gerente de projetos domine

os conceitos básicos destas áreas, já que em projetos de médio e grande porte ou em projetos de

impacto sócio-ambiental, pode-se precisar lançar mão dos meios de comunicação para influenciar

a comunidade e os demais stakeholder.

4.4.1 O conceito de RP e seus objetivos

De acordo com OGDEN (2002), as relações públicas, no seu sentido mais amplo, têm a função de

gerar no público boa vontade em relação à empresa ou ao projeto. Esta ação concentra-se nos

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Page 121: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

relacionamentos que são criados entre uma organização ou projeto e seus vários públicos/

stakeholders.

A RP, em geral, usa a mídia para se comunicar com estes públicos, porém as matérias veiculadas

não são pagas, e por isso, também não são controláveis. O meio de comunicação (TV, rádio, etc)

não garante a veiculação da matéria.

Podemos ter vários objetivos quando optamos por usar a RP. Estes objetivos precisam ter

especificação de tempo e devem, ser realistas com uma linguagem clara e direta. São eles:

- gerenciamento da reputação da empresa;

- lobby, interno ou externo;

- gerenciamento de eventos;

- redação de pronunciamentos; e

- gerenciamento de crise com a comunidade, entre outros.

4.4.2 Táticas em RP

Relacionamos abaixo algumas táticas usadas em RP, conforme sugerido em OGDEN (2002). O

gerente de projeto pode visualizar estas táticas e perceber que, em alguns projetos, ele próprio

poderá providenciar os materiais para enviar à mídia ou à assessoria de imprensa contratada.

• Press-releases – Um press-release consiste de um pequeno número de folhas impressas

(em geral uma ou duas) com informações sobre o lançamento de um evento, produto ou

serviço. As informações devem ser resumidas e atrair a atenção da mídia, caso contrário

serão de pouca valia. O press-release é a ferramenta de relações públicas mais

amplamente utilizada.

• Kits de mídia (ou press kits) – O kit de mídia inclui o press-release, fotos, informações

adicionais sobre o assunto (catálogos, balanço anual, portfólio da empresa, etc) e, se for o

caso, amostras do produto.

• Marketing de eventos – Nesta tática, a idéia é ligar o produto ou projeto a um evento. Este

evento por ser criado pela empresa, ou pode tratar-se de uma participação em evento da

comunidade local ou sociedade em nível social.

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Page 122: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

• Ganchos de notícia – Assim como no marketing de eventos, um gancho de notícia tenta

criar uma notícia sobre o produto ou projeto, que desperte o interesse da mídia.

• Pôsteres (cartazes) – Os posters são uma forma bem popular e eficaz e econômica de

comunicar uma mensagem ao público (interno ou externo).

Além de conhecer as táticas de RP, sugerimos que o gerente de projeto esteja sempre preparado

para possíveis entrevistas sobre o projeto. Nestes casos:

- evite usar muitos termos técnicos;

- tome cuidado para não deixar escapar informações que não devam ser divulgadas;

- reúna os dados relevantes sobre o projeto e cuide para que sua aparência pessoal e sua

vestimenta estejam de acordo com a ocasião.

Sugerimos, ainda, que o gerente prepare um mailing dos meios de comunicação (rádio, TV,

jornais, revistas) que interessem ao projeto destacando o nome dos jornalistas. Todas estas táticas

e informações poderão ser úteis na rotina do gerente de projeto.

4.5 MARKETING SOCIAL OU SUSTENTABILIDADE (SUSTAINABILITY)

“O atendimento das necessidades das gerações atuais, sem comprometer a possibilidade de

satisfação das necessidades das gerações futuras”. É assim que a ONU – Organizações das

Nações Unidas - define desenvolvimento sustentável.

As empresas estão cada vez mais envolvidas e atentas para se adequar aos conceitos de

sustentabilidade que a sociedade mundial tem estabelecido. Este conceito, há alguns anos atrás,

se resumia a ações assistencialistas como campanhas de agasalho no Natal, ou de cestas básicas.

Atualmente, este conceito evoluiu, e o mundo corporativo está sendo cobrado a mostrar suas

ações de responsabilidade social.

O conceito de responsabilidade social corporativa abrange todos os seguintes itens: -

cumprimento das obrigações fiscais, ética, transparência com todos os públicos – stakeholders –

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Page 123: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

com os quais se relaciona, respeito ao consumidor, aos funcionários, a comunidade e ao meio

ambiente.

4.5.1 Sustentabilidade em marketing

KOTLER (2000) sugere a prática do marketing social (societário ou societal) que apresenta as

seguintes diretrizes:

“A orientação de marketing social exige que as empresas incluam considerações sociais e éticas

em suas práticas de marketing. Elas devem equilibrar e fazer malabarismos com três elementos

frequentemente conflitantes: lucro para a empresa, satisfação dos desejos dos consumidores e

interesse público/sociedade.”.

A união entre responsabilidade social corporativa e as práticas do marketing societário têm

levado as empresas a buscar e alcançar lucratividade que gera bem estar no seu cliente e gera bem

estar na sociedade na qual esta empresa está inserida.

4.5.2 Sustentabilidade em projetos

O gerente de projetos também deve estar atento para esta importante tendência do mercado e da

sociedade atual. Desta forma, deverá avaliar as características de sustentabilidade do seu projeto e

traçar algumas ações de comunicação e/ou promoção adequadas à boa condução do mesmo.

Para ilustrar este levantamento de características e respectivas ações, citamos o projeto de

construção da Veracel, na Bahia. Conforme palestra de um dos gerentes deste projeto, devido ao

tamanho do projeto e impacto na vida, arquitetura e meio ambiente da comunidade, foram feitas

diversas ações de responsabilidade social, tais como:

• construção de estação de tratamento de afluentes;

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Page 124: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

• desenvolvimento de projetos sócio-econômico junto à comunidade: apicultura, artesanato

indígena cooperativismo, agricultura familiar;

• massiva comunicação com os públicos e com a mídia;

• premiação para fornecedores;

• construção de instalações adequadas para recebimento dos funcionários, ao invés dos

simples canteiros de obras: refeitórios, atendimento médico, dormitórios, banheiros,

transporte etc;

• atenção às diferenças culturais lingüísticas entre os membros da equipe, para gerar relação

produtiva entre os profissionais brasileiros e estrangeiros; e

• treinamento de mão-de-obra em parceria com o SENAI e com as instâncias públicas.

O conceito de projeto integrado – floresta + família + porto -, em que as partes envolvidas se

harmonizaram, talvez seja o segredo do sucesso deste projeto de grande porte, de nível

internacional (Brasil e Suíça) e com clareza da importância da responsabilidade social e do

marketing social.

O gerente de projetos poderá obter informações sobre este tema – responsabilidade social

corporativa (corporate social responsability –CSR):

• no site do Instituto ETHOS de Responsabilidade Social;

• na revista Consumidor moderno;

• na revista Marketing;

• no site do PMI – ORG, já que existe uma extenção para este tema;

• no site AKATU – Comunidade do Consumo Consciente; e

• no site da ONU – <www.unhabitat.org/wuf>, entre outros.

4.6 MÉTRICAS – COMO MEDIR A COMUNICAÇÃO EM PROJETOS

O gerenciamento da comunicação não é um evento isolado para ser considerado e monitorado

esporadicamente. Ao contrário, trata-se de um processo contínuo que a equipe e o gerente do

projeto precisam acompanhar e medir durante todo o projeto.

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Page 125: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

As métricas são fundamentais para manter o projeto dentro do planejado. De acordo com a

TENSTEP, identificar, coletar e aplicar um conjunto adequado de métricas pode acrescentar um

grande valor ao projeto.

Em geral, as métricas fornecem informações mais factuais e quantitativas que servem de base

para mostrar a situação atual e o que se pode melhorar. Sem nenhuma métrica básica de

informação, todas as discussões sobre o desempenho e as melhorias são baseadas em evidências

perceptuais e adivinhações. Se você deseja que o sucesso do seu projeto seja baseado em

informações factuais, então você precisará determinar com antecedência quais são os critérios de

sucesso e como medi-los.

O marketing, por natureza conceitual e teórica, mede e avalia as estratégias implantadas num

movimento contínuo de retroalimentação do que foi planejado. Portanto, considerando a visão do

marketing, comunicar é dar visibilidade às peculiaridades do projeto, ampliar seu impacto

positivo, minimizar seu impacto negativo; criar clima de envolvimento, divulgar o projeto e seus

benefícios.

Para se medir a comunicação, precisamos ter, em mente, os níveis: informativo e estratégico.

Desta forma, o sentido de comunicação é ampliado e podemos considerar as métricas incluindo

as estratégias do marketing, ao invés de considerar apenas a comunicação como sendo coleta e

distribuição das informações vitais sobre o projeto.

4.6.1 Métricas do marketing e da qualidade

A inter-relação entre projetos e marketing se evidencia mais uma vez quando consideramos o

tema métricas. Podemos, então, sugerir a aplicação, na gerência das comunicações, de

ferramentas de pesquisa e medição do marketing e da área de qualidade em projetos. AS

ferramentas apresentadas no quadro 16 deverão ser adaptadas para medir a comunicação.

Marketing• Pesquisa qualitativa – focus group, reuniões

• Pesquisa quantitativa

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Page 126: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

• Pesquisa do efeito – comunicação

• Pesquisa do efeito – vendas

• Brainstorming

• Avaliação da satisfação do cliente e/ou das partes interessadas

• Sistema de feedback da comunicação

Área de qualidade em projetos• Método de análise e solução de problemas

• Discussão com grupos, utilizando a técnica dos “5 W 1 H” (What, When, Who, Where,

Why, How)

• Pontos de inspeção

• Hora da verdade.Quadro 15 – Ferramentas de marketing e área de qualidade em projetosFonte: A autora

4.6.2 As métricas para o Balance Scorecard do projeto

As métricas para o Balance Scorecard do projeto também poderão ser adaptadas para medir a

eficácia da comunicação. CHAVES (2006) apresenta exemplos destas métricas no quadro 16.

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Page 127: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

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Page 128: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

Quadro16 - Exemplos de métricas para o Scorecard do projetoFonte: CHAVES (2006)

4.6.3 Check list para monitoramento da comunicação

As métricas só cumprem seu papel de aferição e apontamento de tendências se forem alimentadas

com informações precisas e claras quanto à meta que se quer atingir ou o problema que se deseja

identificar. Por isso, estamos sugerindo um modelo de check list para que o gerente de projetos

possa seguir antes de escolher as métricas a serem usadas. Este modelo não pretende ser

exaustivo, portanto, muitos outros pontos poderão ser acrescentados para atender às

peculiaridades de cada projeto.

1. Quando você prepara o plano de comunicação? - junto com a elaboração do plano de gerenciamento do projeto

- durante o projeto- repete algum plano utilizado em projeto similar- não faz plano de comunicação.

2. Quanto tempo você dedica ao gerenciamento da comunicação?- por dia, semana, mensalmente.

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Page 129: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

3. Como e quando você identifica o ambiente do projeto?-Idioma, tipo de contato (físico/virtual), geografia (centralizada/descentralizada), linguagem, cultura organizacional, clima organizacional, e nível de maturidade em projetos (da empresa/equipe).

4. “Todos os envolvidos devem entender como as comunicações afetam o projeto como um todo.” (PMI) Como você se certifica deste entendimento junto a sua equipe e stakeholders?

5. Como você mede a qualidade da comunicação no seu projeto?- Seu progresso/fluxo- O nível de envolvimento da equipe na geração e registro das informações- Cumprimento dos prazos das ações do plano de comunicação.

6. Você se utiliza de algum tipo de pesquisa, com grau maior ou menor de formalidade, como ferramenta para auxiliar no gerenciamento das expectativas?

7. Como e em que momento identifica as características únicas e interessantes do seu projeto para reuni-las e criar a marca do projeto?

8. Quando e como você identifica as falhas de comunicação?

9. Como e quando você estabelece os pontos de inspeção da comunicação?- distração, emissor ou receptor sem comprometimento com a transmissão das informações, desconhecimento do assunto, resistência; e sistema de feedback.

10. Quais estratégias de marketing você tem aplicado em cada projeto?- grito de guerra, slogan- música que identifique o produto- eventos, reuniões com almoço- prêmios e/ou brindes- release com envio para imprensa- cartaz (motivacional ou informativo).

11. Como você checa a satisfação do cliente?-Durante o projeto-Após o término do projeto e a entrega do produto do escopo.

85

Page 130: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

CAPÍTULO V

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O uso da metodologia de projetos aliado à aplicação das estratégias de marketing pode representar em grande diferencial competitivo para as empresas que, no mercado atual, precisam se diferenciar e agregar valor aos seus produtos/serviços e às suas marcas.

Como presente estudo, concluímos que a gerência das comunicações representa um elo entre projetos e marketing, já que o plano de comunicação deve contemplar os quatro processos desta gerência e pode, de acordo com as características do projeto, incluir ações do mix de marketing (4Ps).

O vários pontos de convergência e contribuição entre marketing e projetos permite-nos recomendar um incremento no uso das ferramentas do composto promocional no gerenciamento da comunicação. Esta prática aproxima os projetos da

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Page 131: Tcc comunicação e mkt em projetos-miriam machado-2006

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ANEXOS

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ANEXO A: Exemplo do plano de comunicação – Projeto GPCOM

(Extraído de CHAVES (2006)

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ANEXO B: Exemplo simplificado de plano de comunicação

Ref Assunto/Conteúdo Tipo/Mídia Emissor Receptor Data ou FreqüênciaObs

1 Proposta Executiva Apresentação /reunião

Gerente do projeto Patrocinadores eGerente do programa

Iniciação 03. Formulario Proposta Executiva do Projeto.doc

2 Cronograma do projeto Relatório operacional /reunião

Analista do projeto Gerente do Projeto,líderes e colaboradores.

Quinzenal Arquivo no formato mpp

3 Orçamento e Curva S Relatório operacional

Analista do projeto Gerente do Projeto,Gerente do Programa.

Mensal Arquivo no formato xls

4 Fichas de riscos Relatório operacional / teleconferência

Gerente do projeto líderes e colaboradores do projeto

Quinzenal 08. Formulario Análise de Riscos.docIncluir na pauta de cada reunião de acompanhamento.

5 Síntese da Análise de riscos Relatório executivo / reunião

Gerente do projeto Gerente do Programa. Na conclusão do planejamento

6 Relatório de progresso Relatório / e-mail

Gerente do projeto Patrocinadores eGerente do programa

Quinzenal Arquivar cópia no Plano do projeto

7 Relatório de auditoria Relatório operacional / reunião

Controle da qualidade Gerente do Projeto,Gerente do Programa.

No encerramento do projeto

8 Relatório de encerramento Relatório executivo / e-mail

Gerente do projeto Patrocinadores eGerente do programa

No encerramento do projeto

Requer aceite dos patrocinadores

Gerente do projeto: Elaborado por: Aprovado por:

© tcc-comunicaoemktemprojetos-miriammachado-2006-111123130100-phpapp01.doc

PLANO DE COMUNICAÇÃOData: / /20

Projeto:Exemplo ilustrado (apague o conteúdo para utilizar este

formulário)

Página: /

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ANEXO C: Exemplo de plano de comunicação – Projeto Novas Fronteiras (Extraído de VARGAS (2003)

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ANEXO D: Modelo TENSTEP de avaliação do cliente

Avaliação do cliente (1) ------------------------------------- (3) ---------------------------------- (5)

Muito Insatisfeito Neutro Muito satisfeitoO QUE foi entregue – Quanto satisfeito você ficou:

O que foi entrege está de acordo com aquilo que foi acordado? ( )

1. Quanto à qualidade em geral dos deliverables, em termos de:Confiabilidade ( )Defeitos mínimos ( )Usabilidade ( )Tempo de resposta ( )Facilidade de uso ( ) Disponibilidade ( )Flexibilidade ( )Segurança ( )Atendimento às necessidades do cliente ( )Facilidade de compreensão das mensagens ( )Documentação do usuário ( )

2. Quanto ao valor em geral dos deliverables produzidos? ( )

COMO foi entregue - Qual seu nível de satisfação em relação: 1. Às nossas habilidades para alcançar as datas limites acordadas ( )2. Às incidências foram solucionadas em tempo apropriado ( )3. À nossa comunicação foi pro-ativa e eficiente ( )4. À eficácia de nosso gerenciamento de risco ( )5. À forma atenciosa e eficaz que nós gerenciamos o escopo ( )6. Ao nosso conhecimento de seu negócio e de seus requerimentos ( )7. À manifestação de nosso profissionalismo e cortesia ( )8. À nossa capacidade de cumprir com os compromissos por nós assumidos ( )9. À nossa capacidade de atuarmos como parceiros de negocio neste projeto ( )

Comentário (opcional):Nome (opcional):