TCC23

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL LUIS F. M. STUMPF ROBSON LUCIANO TARSO M. C. VOLPATO NORMAS DE SEGURANÇA EM PRENSAS HIDRÁULICAS UM ESTUDO DE CASO PONTA GROSSA 2005

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

    SETOR DE CINCIAS AGRRIAS E DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    LUIS F. M. STUMPF ROBSON LUCIANO

    TARSO M. C. VOLPATO

    NORMAS DE SEGURANA EM PRENSAS HIDRULICAS

    UM ESTUDO DE CASO

    PONTA GROSSA

    2005

  • 1

    LUIS F. M. STUMPF ROBSON LUCIANO

    TARSO M. C. VOLPATO

    NORMAS DE SEGURANA EM PRENSAS HIDRULICAS

    UM ESTUDO DE CASO

    Trabalho de Concluso deCurso

    apresentado para obteno do ttulo de

    Especialista em Engenharia de Segurana

    do Trabalho junto ao Departamento de

    Engenharia Civil da UEPG.

    Orientadora Prof Ms. Flvia Andra

    Modesto

    PONTA GROSSA

    2005

  • 2

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA DO TRABALHO

    NORMAS DE SEGURANA EM PRENSAS HIDRULICAS UM ESTUDO DE CASO

    Trabalho de Concluso de Curso submetido Universidade Estadual de Ponta Grossa para obteno do ttulo de Especialista em Engenharia de Segurana do

    Trabalho Departamento de Engenharia Civil

    EQUIPE:

    LUIS F. M. STUMPF RBSON LUCIANO BERTO

    TARSO M. C. VOLPATO

    Prof. Carlos Luciano SantAna Vargas, D.Eng. Coordenador do EngSeg2004

    BANCA EXAMINADORA:

    Prof Flvia Andrea Modesto, Ms. Orientador

    Prof. Jos Adelino Krger, Dr. Prof. Alceu Gomes Andrade Filho, Dr.

    Membros

    Ponta Grossa, novembro de 2005

  • 3

    RESUMO

    Estudo de caso sobre a instalao de dispositivos de proteo coletivos em

    uma prensa hidrulica, utilizada na estamparia de peas metlica, conforme

    adequao as normas de segurana vigentes brasileira e internacional.

  • 4

    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1 Prensa EKA PHIM 4G, modelo do estudo......................................... 15

    Quadro 1 Modelo de ficha para Anlise Preliminar de Riscos.............................. 17

    Figura 2 Classificao das normas em grupos................................................... 21

    Figura 3 rea de operao para alimentao manual........................................ 27

    Figura 4 rea de manuteno e troca de ferramental........................................ 28

    Figura 5 rea de manuteno e troca de ferramental........................................ 28

    Figura 6 Protees fixas.................................................................................... 29

    Figura 7 Protees mveis................................................................................ 30

    Figura 8 Tabela 4 da norma NBR NM ISO 13853.............................................. 31

    Figura 9 Instalao de cortina de luz na rea de alimentao do operador....... 32

  • 5

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Dispositivos de segurana para prensas hidrulicas segundo a

    norma EN 693 caso 2......................................................................... 25

    Tabela 2 Gradao das Multas (em UFIR)........................................................ 36

    Tabela 3 Classificao das infraes................................................................ 37

    Tabela 4 Multa referente reincidncia............................................................. 37

    Tabela 5 Valores............................................................................................... 38

  • 6

    LISTA DE SIGLAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    NR Normas Regulamentadoras

    NBR Normas Brasileiras

    PPRPS Programa de Preveno de Riscos em Prensas e Similares

    CNI Confederao Nacional da Indstria

    DRT/SP Delegacia Regional do Trabalho em So Paulo

    FIESP Federao das Indstrias do Estado de So Paulo

    NT 37/2004 Nota Tcnica nmero 37 de 2004 do Ministrio do Trabalho

    CLT Consolidao das Leis Trabalhistas

    C.L.P Controlador Lgico Programvel

    APR Anlise Preliminar de Riscos

    EN European Norm Norma Europia

    NM Norma Mercosul

  • 7

    SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................ 8

    1.1 NOVA LEGISLAO SOBRE SEGURANA EM PRENSAS .................. 9

    2 FUNCIONAMENTO DE UMA PRENSA HIDRULICA ........................... 11

    3 CONDIES INICIAIS DE OPERAO DA PRENSA - ESTADO DA

    MQUINA ............................................................................................... 14

    4 ANLISE PRELIMINAR DE RISCO PARA A PRENSA EM

    ESTUDO.....

    15

    5 NORMAS BRASILEIRAS DE SEGURANA EM MQUINAS

    ................

    19

    5.1 TENDNCIAS DAS NORMAS DE SEGURANA EM PRENSAS

    HIDRULICAS ........................................................................................ 21

    6 ALTERAES NECESSRIAS SEGUNDO AS NORMAS VIGENTES . 23

    6.1 MODIFICAES REALIZADAS .............................................................. 27

    7 RELAO ENTRE INVESTIMENTO E CUSTOS ................................... 33

    8 CONCLUSO ......................................................................................... 39

    9 REFERNCIAS ....................................................................................... 41

    10 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ....................................................... 42

  • 8

    1 INTRODUO

    Mquinas antigas, que durante anos vm sendo operadas ininterruptamente,

    possuem congeladas no tempo as caractersticas tcnicas de um projeto de

    engenharia antigo.

    H muitos anos no existia tamanha preocupao com a segurana do

    operador e a sade dos trabalhadores como observa-se hoje em dia.

    Em face desta nova conscincia e preocupao, deve-se abordar antigos

    projetos de mquinas com uma nova perspectiva e assim reavaliar antigas formas

    de se projetar.

    Somando-se o constante uso e o desgaste natural dos equipamentos de

    se esperar que falhas e defeitos venham a aparecer cada vez mais e com maior

    freqncia.

    A mquina do estudo de caso possui aproximadamente 20 anos de

    funcionamento e oferece dentre outros riscos a possibilidade de amputao em

    falanges ou membros superiores.

    Devido alta freqncia de exposio do operador a estes riscos, torna-se

    imperativo buscar uma forma de controlar o perigo e reduzi-lo aos menores nveis

    possveis.

    A empresa deseja investir na melhoria da segurana da prensa e tambm na

    adequao dela s novas legislaes (NBRs, NRs e PPRPS Programa de

    Preveno de Riscos em Prensas e Similares).

  • 9

    Assim, este trabalho tem como objetivo a identificao dos aspectos

    importantes para a segurana de uma prensa hidrulica, sua adequao s normas

    existentes e demonstrar como executar as modificaes necessrias.

    No incio dos anos 70, os sindicalistas brasileiros insistiam em denunciar que o Brasil figurava entre os piores pases do mundo em termos de acidentes de trabalho. De 1975 a 1994, esse discurso saiu de cena. Em 1975, foram registrados 1,9 milho de casos em todo o territrio nacional. Dezenove anos depois, o nmero caiu para 388 mil. Uma reduo digna de elogios. Em 1995, porm, o nmero de acidentes de trabalho voltou a aumentar. Segundo o ltimo levantamento realizado pela Confederao Nacional da Indstria (CNI), com base em dados da Previdncia Social, 424 mil trabalhadores se acidentaram no exerccio da profisso em 1995. Um aumento de 9,2% em relao ao ano anterior, mas suficiente para colocar o pas novamente entre os dez piores do mundo, segundo pesquisa da Organizao Internacional do Trabalho. (VIGNOCHI E BISSIGO 2001, p.51).

    1.1 Nova legislao sobre segurana em prensas

    A necessidade de reduzirem os custos com o tratamento de acidentados e

    as aposentadorias precoces fez com que o governo buscasse as causas do grande

    nmero de acidentados no pas.

    Dentre elas, houve a identificao de algumas mquinas como sendo as

    maiores causadoras do nmero de acidentes (prensas injetoras e prensas

    mecnicas).

    O governo, atravs da fiscalizao, deparou-se com a total falta de preparo

    das empresas em aplicar dispositivos de segurana. Tambm a falta de

    conscientizao de todas as pessoas envolvidas dificultou o progresso da preveno

    no pas.

    Confrontado com a enorme tarefa de mobilizar a sociedade em um curto

    espao de tempo, a DRT/SP (Delegacia Regional do Trabalho), buscou nas

  • 10

    entidades representantes de categorias o apoio adicional para realizar a tarefa.

    Convocando o Sindicato dos Metalrgicos de SP, a Federao das

    Indstrias de SP (FIESP) e outras entidades representativas, organizou a elaborao

    de uma proposta de segurana em mquinas baseada no modelo de representao

    tripartite (Governo, Empregados e Empregadores).

    As partes envolvidas no processo de causa e soluo do grande nmero de

    acidentes sentam mesa para discutir formas e maneiras de solucionar o problema.

    Destas reunies surgiu o esboo, e finalmente um acordo de preveno de

    riscos em prensas e similares (PPRPS), no qual se estabelecem requisitos mnimos

    de segurana, data de inspeo e adequao bem como procedimentos futuros para

    impedir a ocorrncia de acidentes.

    Somando-se a existncia de diversas normas tcnicas da ABNT (Associao

    Brasileira de Normas Tcnicas) e das normas regulamentadoras do Ministrio do

    Trabalho (NRs), o PPRPS procura mover os esforos da sociedade para a

    preveno, estabelecendo prazos dilatados e flexveis para a adequao de

    mquinas antigas e em funcionamento.

    Sabendo-se que a punio poder inviabilizar todo o esforo prevencionista

    e ao mesmo tempo ameaar empregos e investimentos, o governo est oferecendo

    formas de ajustar a necessidade imediata de reduzir acidentes com a disponibilidade

    de recursos financeiros e humanos na busca de solues para as prensas em uso.

    Dentre as solues propostas no PPRPS, encontram-se diversas

    modificaes de baixo custo e caseiras que, reconhecidamente, evitam a exposio

    ao risco.

    Deve-se, portanto, levar em conta todos os meios para impedir que a prensa

  • 11

    venha a fechar enquanto houver a presena do operador dentro da mquina.

    Recentemente, com base no resultado alcanado pelo PPRPS, o Ministrio

    do Trabalho e Emprego editou a Nota Tcnica 37, em Dezembro de 2004. Esta nota

    tcnica "estabelece princpios para a proteo de prensas e equipamentos

    similares", ou seja, trata sobre a proteo coletiva nestas mquinas. Tambm

    procura esclarecer medidas e solues aceitveis pelo poder pblico no que se

    refere s solues implementadas na proteo de prensas.

    2 FUNCIONAMENTO DE UMA PRENSA HIDRULICA

    O princpio fsico da hidrosttica deve-se a Blaise Pascal. Extraordinrio

    filsofo, fsico e matemtico francs de curta existncia, que como filsofo e mstico

    criou uma das afirmaes mais pronunciadas pela humanidade nos sculos

    posteriores, O corao tem razes que a prpria razo desconhece, sntese de sua

    doutrina filosfica: o raciocnio lgico e a emoo. Filho de um professor de

    Matemtica, Etienne Pascal, foi educado sob forte influncia religiosa e tornou-se

    extremamente ascetista, escrevendo vrias obras religiosas. Seu talento precoce

    para as cincias fsicas levou a famlia para Paris, onde ele se dedicou ao estudo da

    Matemtica.

    Excelente matemtico, especializou-se em clculos infinitesimais e criou um

    tipo de mquina de somar que chamou de La Pascaline (1642), a primeira

    calculadora manual que se conhece, conservada no Conservatrio de Artes e

  • 12

    Medidas de Paris.

    De volta a Paris (1647), influenciado pelas experincias de Torricelli,

    enunciou os primeiros trabalhos sobre o vcuo e demonstrou as variaes da

    presso atmosfrica. A partir de ento, desenvolveu extensivas pesquisas utilizando

    sifes, seringas, foles e tubos de vrios tamanhos e formas e com lquidos como

    gua, mercrio, leo, vinho, ar etc, no vcuo e sob presso atmosfrica. Aperfeioou

    o barmetro de Torricelli e, na Matemtica, publicou o clebre Trait du triangle

    arithmtique (1654). Juntamente com Pierre de Fermat, estabeleceu as bases da

    teoria das probabilidades e da anlise combinatria (1654), que o holands Huygens

    ampliou posteriormente (1657).

    Um dos seus tratados sobre hidrosttica, Trait de l'quilibre des liqueurs, s

    foi publicado postumamente, um ano aps sua morte (1663). Esclareceu finalmente

    os princpios baromtricos, da prensa hidrulica e da transmissibilidade de presses.

    Estabeleceu o princpio de Pascal que diz: Em um lquido em repouso ou equilbrio,

    as variaes de presso transmitem-se igualmente e sem perdas para todos os

    pontos da massa lquida. o princpio de funcionamento do macaco hidrulico. Na

    Mecnica homenageado com a unidade de tenso mecnica (ou presso) Pascal

    (1Pa = 1 N/m; 105 N/m = 1 bar).

    As prensas hidrulicas em geral, sistemas multiplicadores de fora, so

    construdas com base no Princpio de Pascal.

    A prensa hidrulica uma classe de ferramenta mecnica que foi importante

    para tornar possvel a revoluo industrial. Antes, a formao de materiais laminares

    requeria que o material fosse martelado e lhe fosse dada forma manualmente, com o

    uso de mao e buril. Houve outras tecnologias de prensa, como a prensa de

  • 13

    parafuso, mas tinham limitaes significativas sendo a maior a presso que era

    capaz de atingir. As prensas hidrulicas modernas so capazes de presses

    superiores a 2000 toneladas, e conseguem dar forma a frio em metal. Outra

    aplicao das prensas hidrulicas a formao de materiais compsitos na indstria

    de tijolos e do concreto, permitindo a criao de formas complexas e o fabrico em

    linha de montagem.

    Em resumo, prensas so equipamentos utilizados na conformao e corte

    de materiais diversos, sendo o movimento do martelo (puno) proveniente de um

    sistema hidrulico (cilindro hidrulico) ou de um sistema mecnico (o movimento

    rotativo transformado em linear atravs de sistemas de bielas, manivelas ou

    fusos). Para efeito do Programa de Preveno de Riscos em Prensas e Similares

    so considerados os seguintes tipos de prensas, independentemente de sua

    capacidade:

    prensas mecnicas excntricas de engate por chaveta; prensas mecnicas excntricas com freio / embreagem; prensas de frico com acionamento por fuso; prensas hidrulicas; outros tipos de prensas no relacionadas anteriormente.

  • 14

    3 CONDIES INICIAIS DE OPERAO DA PRENSA - ESTADO DA

    MQUINA

    A MUDREI - Indstria e Manuteno Hidrulica a fabricante das Prensas

    EKA e possui mais de 35 anos de experincia no setor e uma ampla linha de

    modelos. A MUDREI fabrica tambm prensas especiais mediante especificaes

    tcnicas dos clientes para os mais diversos setores da indstria com capacidades

    que vo de 5 a 800 toneladas.

    O modelo utilizado em nosso estudo a Prensa EKA PHIM 4G que possui

    as seguintes caractersticas: prensa hidrulica rpida de simples efeito, com duplo

    montante, cilindro descendente, equipada com CLP. So utilizadas para aplicao

    geral em indstrias de base ou de transformao, por exemplo, em corte e dobra.

    Com modelos que variam de 100 a 500 toneladas em sua capacidade de

    prensagem.

    O enfoque ser dado na adequao de todos os sistemas de acionamento e

    controle da mquina, ou seja: sistema hidrulico, eltrico e mecnico em obedincia

    aos requisitos tcnicos das normas de segurana em mquinas vigentes. A relao

    encontra-se no item 10 (Bibliografia Complementar).

    Conforme Vignochi e Bissigo (2001 p.11):

    As prensas esmagam tudo o que lhes aparece no meio! A prensa uma mquina que, atravs da fora de presso, pode dar forma, cortar, separar, comprimir, esmagar as mais diferentes variedades de materiais. Segundo a fora de energia motora, podemos distingui-lo como: excntrica, frico, mecnica, hidrulica, hidrulica a quente, prensa rpida, pneumtica, a vapor etc.

  • 15

    A prensa EKA PHIM 4G trabalha a frio, com matrias primas na

    temperatura ambiente e sem aquecimento de qualquer parte do ferramental. A

    natureza da energia motora desta prensa hidrulica e utilizada para fabricar

    acessrios de mveis.

    Figura 1 Prensa EKA PHIM 4G, modelo do estudo. Fonte: Luis F. M. Stumpf

    4 ANLISE DE RISCOS PARA A PRENSA EM ESTUDO

    A evoluo do conceito de segurana nas empresas cresceu devido

    principalmente ao grande nmero de acidentes com prensas e similares ocorridos na

  • 16

    ultima dcada.

    Em se tratando de mquinas usadas, tm-se, recentemente, fabricantes

    capazes de vender prensas equipadas com dispositivos de segurana e dentro das

    normas.

    A grande maioria das mquinas vendidas at o ano de 2000 no possua

    sequer o mais bsico dos sistemas de segurana, um boto de emergncia, que

    estivesse dentro das normas brasileiras. Uma vez que apenas o boto no

    suficiente para garantir o correto funcionamento, deve-se tambm verificar se a

    instalao e a forma de ligao no comando da mquina esto conforme a

    legislao.

    Assim, o estudo de uma mquina antiga, como neste caso, obrigatrio que

    todos os sistemas de controle sejam verificados e analisados.

    A Anlise Preliminar de Riscos (APR) consiste numa tcnica de anlise de

    risco e de acordo com De Cicco e Fantazzini (1994), consiste no estudo, durante a

    fase de concepo ou desenvolvimento prematuro de um novo sistema, com o fim

    de se determinar os riscos que podero estar presentes na sua fase operacional.

    A APR , portanto, uma anlise inicial qualitativa, desenvolvida na fase de

    projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, possuindo

    especial importncia na investigao de sistemas novos de alta inovao e / ou

    pouco conhecidos, ou seja, quando a experincia em riscos na sua operao

    carente ou deficiente. Apesar das caractersticas bsicas de anlise inicial, muito

    til como ferramenta de reviso geral de segurana em sistemas j operacionais,

    revelando aspectos que s vezes passam desapercebidos.

    Os princpios e metodologias da APR podem ser observados no Quadro 1, a

  • 17

    seguir, e consistem em proceder-se uma reviso geral dos aspectos de segurana

    de forma padronizada, descrevendo todos os riscos e fazendo sua categorizao. A

    partir da descrio dos riscos so identificados as causas (agentes) e efeitos

    (conseqncias) dos mesmos, o que permitir a busca e elaborao de aes e

    medidas de preveno ou correo das possveis falhas detectadas.

    A priorizao das aes determinada pela categorizao dos riscos, ou

    seja, quanto mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser

    solucionado.

    Identificao do Sistema

    Identificao do Subsistema

    Risco Causas Efeitos Categoria do Risco

    Medidas Preventivas ou

    Corretivas Quadro 1 - Modelo de ficha para Anlise Preliminar de Riscos.

    Fonte: De Cicco e Fantazzini (1994).

    Desta forma, a APR tem sua importncia maior no que se refere

    determinao de uma srie de medidas de controle e preveno de riscos desde o

    incio operacional do sistema, o que permite revises de projeto em tempo hbil, no

    sentido de dar maior segurana, alm de definir responsabilidades no que se refere

    ao controle de riscos.

    Segundo De Cicco e Fantazzini (1994), o desenvolvimento de uma APR

    passa por algumas etapas bsicas, a saber:

    a) reviso de problemas conhecidos: consiste na busca de analogia ou

    similaridade com outros sistemas, para determinao de riscos que podero estar

    presentes no sistema que est sendo desenvolvido, tomando como base a

    experincia passada;

  • 18

    b) reviso da misso a que se destina: atentar para os objetivos,

    exigncias de desempenho, principais funes e procedimentos, ambientes onde se

    daro as operaes etc. Enfim, consiste em estabelecer os limites de atuao e

    delimitar o sistema que a misso ir abranger: a que se destina, o que e quem

    envolve e como ser desenvolvida;

    c) determinao dos riscos principais: identificar os riscos com

    potencialidade para causar leses diretas e imediatas, perda de funo (valor),

    danos a equipamentos e perda de materiais;

    d) determinao dos riscos iniciais e contribuintes: elaborar sries de

    riscos, determinando, para cada risco principal detectado, os riscos iniciais e

    contribuintes associados;

    e) reviso dos meios de eliminao ou controle de riscos: elaborar um

    brainstorming dos meios passveis de eliminao e controle de riscos, a fim de

    estabelecer as melhores opes, desde que compatveis com as exigncias do

    sistema;

    f) analisar os mtodos de restrio de danos: pesquisar os mtodos

    possveis que sejam mais eficientes para restrio geral, ou seja, para a limitao

    dos danos gerados caso ocorra perda de controle sobre os riscos;

    g) indicao de quem levar a cabo as aes corretivas e/ou

    preventivas: indicar claramente os responsveis pela execuo de aes

    preventivas e / ou corretivas, designando tambm, para cada unidade, as atividades

    a desenvolver.

  • 19

    5 NORMAS BRASILEIRAS DE SEGURANA EM MQUINAS

    A Associao Brasileira de Normas Tcnica ABNT possui extenso acervo de

    normas especficas para a segurana de mquinas. Baseando-se em normas

    internacionais, a ABNT procurou traduzir para o portugus as normas utilizadas pela

    comunidade europia. Estas normas possuem uma estrutura que reflete a

    preocupao com o projeto de mquinas seguras.

    Orientadas s causas dos perigos e acidentes com mquinas, as normas

    possuem diversos recursos para a reduo e a eliminao de riscos. Um deles a

    sua estruturao em grupos (A, B1/B2 e C) (DEFREN E WICKERT, 1996, p17),

    conforme explicado a seguir.

    O grupo A corresponde aos conceitos bsicos, definies e aspectos gerais

    para mquinas e equipamentos.

    O grupo B1 corresponde s solues objetivas existentes nas diversas

    normas de segurana, como por exemplo distncias de segurana, aspectos

    relevantes do sistema de comando, temperatura de superfcie etc.

    J no grupo B2 encontra-se solues objetivas para dispositivos de

    segurana, como por exemplo comando bi-manual, parada de emergncia etc.

    O ultimo grupo (C) possui recomendaes claras e objetivas

    especificamente adaptadas para a segurana de um determinado tipo de mquina.

    Por exemplo, uma injetora de plstico.

  • 20

    Desta forma, determinados aspectos que existam na norma tipo C (por

    exemplo, a recomendao sobre a temperatura de superfcie) podero ser mais

    bem detalhados na norma tipo B1.

    A disponibilidade de informaes sobre aspectos comuns aos mais variados

    tipos de mquinas permite utilizar as recomendaes sobre temperaturas de

    superfcies em outras mquinas que no se classifiquem nas normas tipo C

    existentes.

    Na Figura 2, a seguir, encontra-se o organograma desta classificao.

    Outro recurso a utilizao da norma tipo A, com o objetivo de se entender

    os aspectos bsicos de segurana e, atravs do uso das normas tipo B1, executar a

    anlise de riscos e classificao da categoria de segurana necessria.

    Ainda no existe uma verso brasileira para a segurana de prensas

    hidrulicas, razo pela qual torna obrigatrio buscar apoio nas normas

    internacionais, mais detalhadamente na norma europia EN 693 2001, ltima

    verso em uso.

  • 21

    Figura 2 Classificao das Normas em Grupos Fonte: http://www.aceshmersal.com.br

    A relao completa das normas brasileiras existentes encontra-se item 9,

    referncias. Encontra-se tambm a relao parcial de normas europias que esto

    disponveis, porm ainda no foram nacionalizadas.

    5.1 Tendncias das normas de segurana em prensas hidrulicas

    As informaes mais recentes do grupo de trabalho nas normas de prensas

    mecnicas indicam que foi escolhido como prximo tema o trabalho na norma EN

    Normas do tipo A Normas fundamentais de segurana

    Normas do tipo B Normas de segurana Relativas a um

    Grupo

    Normas do tipo B1 Sobre aspectos particulares de

    segurana

    Normas do tipo B2 Sobre dispositivos

    condicionadores de segurana

    Normas do tipo C Normas de segurana por categorias de

    mquinas

  • 22

    693 Segurana de Mquinas - Prensas Hidrulicas para ser iniciado no ano de

    2005.Normalmente um grupo de trabalho demora mais de trs anos para propor um

    esboo de norma sociedade.

    Devido ao carter voluntrio das pessoas e empresas envolvidas, o trabalho

    de elaborao de uma norma ocorre em reunies mensais de 3 horas. Sendo,

    portanto, apenas 12 reunies em um ano.

    Depois de elaborado o projeto de norma ele encaminhado sociedade

    para aprovao.

    Assim, tm-se nos prximos anos uma tendncia em aumentar o nmero de

    normas de origem europia no conjunto de normas tcnicas da ABNT.

    O Programa de Preveno de Riscos em Prensas e Similares (PPRPS)

    elaborados pelo Ministrio do Trabalho considerado, segundo informaes de

    participantes das reunies, como prioritrio.

    Neste programa, o governo deseja acrescentar as normas tcnicas vigentes

    e aperfeioar esta ferramenta para permitir que empresas dos mais diversos

    tamanhos possam implementar as solues exigidas com o menor custo possvel.

    O governo tambm deseja estender este programa para o mbito nacional e

    assim tornar obrigatria a sua aplicao. Sabendo-se destas informaes e dos altos

    custos de adaptao dos equipamentos existentes, deve-se observar quais os

    requisitos constantes nas normas EN 693 e no programa PPRPS do Governo

    Federal para permitir o melhor aproveitamento dos recursos.

  • 23

    6 ALTERAES NECESSRIAS SEGUNDO AS NORMAS VIGENTES

    As alteraes que se fazem necessrias ocorrem em trs reas distintas da

    mquina, ou seja, sistema mecnico, sistema eltrico e sistema hidrulico.

    Estas modificaes naturalmente devem servir na sua funo bsica de

    proteo, mas tambm devem influir minimamente no processo de produo e

    utilizao da mquina pelo operador.

    Modificaes de qualquer natureza em equipamentos de produo so

    sensveis do ponto de vista da produtividade.

    Assim, o compromisso assumido, mesmo com a colocao de dispositivos

    de segurana, o de manter a produtividade.

    Este compromisso deve se estender aos diversos momentos de utilizao da

    mquina quais sejam (ver Norma NBR NM 213-2):

    montagem; regulagem; ajuste; produo; manuteno; desmontagem.

    Por outro lado, a norma EN 693 Machine tools Safety Hydraulic Presses ,

    prev a colocao de dispositivos de segurana em 3 casos diferentes:

    1 ciclo intermitente - Alimentao ou retirada manual

    2 ciclo automtico - Alimentao ou retirada manual

  • 24

    3 ciclo automtico - Alimentao ou retirada automtica

    Este estudo de caso trata-se de um ciclo intermitente, no qual o operador

    comanda a operao, e a alimentao manual em todos os momentos.

    Ocorre porm que a prensa em questo pode tambm operar de forma

    automtica. Neste caso, o inco de movimento, a parada e a abertura seriam

    comandados diretamente pela mquina. A alimentao continuaria sendo feita de

    forma manual.

    A Tabela 1, a seguir, apresenta os dispositivos de segurana recomendados

    pela norma EN 693 e que se enquadram no caso 2.

  • 25

    Tabela 1 Dispositivos de segurana para prensa hidrulicas segundo norma EN 693 caso 2

    Fonte: Luis F. M. Stumpf (continua)

    Segurana para o operador

    Liberao domovimento domartelo

    Sinais departida eparada Eltrico Hidr.

    Suspenso do sinal de segurana

    Observaes Itens observados legislao brasileiraPPRPS NR12 NT37/2004

    Ferramenta segura

    Qualquer 1C 1C

    No Ver itens 5.3.4 e 5.3.9

    8.1 NC 5.2

    Grades de proteo fixas na mquina

    Qualquer 1C 1C

    No Ver itens 5.3.4 e 5.3.9

    8.2 NC 5.1

    Porta de proteo intertravada com bloqueio

    Qualquer desdeque no sejaatravs dofechamento daprpria porta

    RM 1CM

    No Ver itens 5.3.11 e 5.3.13

    8.2 12.3.8 7a

    Porta de proteo intertravada sem bloqueio

    Qualquer desdeque no sejaatravs dofechamento daprpria porta

    RM 1CM

    No Ver itens 5.3.11, 5.3.13 e 5.317

    8.2 12.3.8 7a

    Dispositivo tico de segurana

    Qualquer verobservao aolado (1 / 2 / 3)

    RM RM

    Sim 1. Observar as distncias de segurana 2. Quando for possvel entrar na ferramenta, deve-se prever uma liberao de partida adicional 3. Ver limitao quanto ao uso com partida automtica

    8.3 10c

    12.2.1a 12.2.2

    5.3/7c

    Comando bi-manual

    O prpriocomando bimanual

    RM RM

    Sim 8.4/ 10c

    12.2.2 5.3/7c

    Botoeira de liberao

    A prpria botoeira 1C 1C

    Sim Apenas para o ajuste da prensa e com velocidade mxima de 10 mm/s (ver 5.3.18)

    NC NC NC

    Calo de segurana

    No libera ofuncionamento

    RM 1C

    No Calo dimensionado para o peso das partes mveis

    15 NC 19

    Modificaes no sistema hidrulico

    Verificar normas Ver demais normas da relao item 12 referncias

    NC NC 9

    Modificaes no sistema mecnico

    Verificar normas Ver demais normas da relao item 12 referncias

    16 NC NC

  • 26

    Abreviaes: R Sistema redundante de controle M Sistema monitorado 1C Sistema de canal nico NC - No consta no documento PPRPS Programa de Preveno de Risco em Prensas e Similares NT37/2004 Nota tcnica do MTE nmero 37/2004

    EN 693 Prensas Hidrulicas acionamento automtico - alimentao manual

    com a colocao e retirada das peas na rea de prensagem com ferramenta aberta Caso seja decidida a utilizao de portas com fechamento automtico (de

    forma a facilitar a alimentao e retirada de peas) deve-se ter em mente que a fora de fechamento da porta no poder ser superior a 50 N/ cm2 ou 150 N.

    Todas as portas que forem abertas mais de uma vez por jornada de trabalho devero ser intertravadas com o comando da mquina.

    Desta tabela, possvel identificar os seguintes itens que podem ser

    utilizados na segurana da prensa hidrulica:

    1 - grades de proteo fixas na mquina;

    2 - porta de proteo intertravada sem bloqueio;

    3 - dispositivo tico de segurana;

    4 - calo de segurana;

    5 - modificaes no sistema hidrulico;

    6 - modificaes no sistema mecnico.

  • 27

    6.1 MODIFICAES REALIZADAS

    Ao analisar a mquina e seu modo de operao conclui-se a existncia de

    duas reas distintas:

    1 rea de alimentao pelo operador

    2 rea de utilizao na troca de ferramental, manuteno etc.

    A figura 3, a seguir, ilustra a rea 1 e as figuras 4 e 5, adiantes, ilustram a

    rea 2.

    Figura 3 - rea operao para alimentao manual Fonte: Luis F. M. Stumpf

  • 28

    Figura 4 - rea de manuteno e troca de ferramental Fonte: Luis F. M. Stumpf

    Figura 5 - rea de manuteno e troca de ferramental Fonte: Luis F. M. Stumpf

  • 29

    Nas reas de manuteno e troca de ferramental, constatou-se que o

    acesso espordico e eventual. Se houver necessidade a mquina deve ser parada

    e todos os movimentos devem cessar.

    Neste caso, observa-se o interesse em manter o nvel de produo atravs

    da correta manuteno da prensa e ferramental. Desta forma, as interrupes

    durante a operao devem ser evitadas ao mximo.

    Caracteriza-se desta forma a utilizao de protees fixas e, nos casos em

    que houver necessidade de interveno do operador (> 1 vez por turno de trabalho),

    caracteriza-se a utilizao de protees mveis.

    A figura 6, a seguir, ilustra a utilizao de protees fixas e na figura 7,

    adiante, vista a utilizao de protees mveis, conforme NBR NM 272.

    Figura 6 - Protees fixas Fonte: Luis F. M. Stumpf

    Em seguida, na rea do operador, segundo a Tabela 1, deve-se utilizar a

    opo de dispositivo tico de segurana e, de acordo com a Nota Tcnica 37/2004,

    existe a obrigatoriedade do uso de comando bimanual em prensas.

    A figura 8, adiante, ilustra a instalao de cortina de luz na rea de

    alimentao do operador. Logo abaixo da cortina de luz tem-se a instalao do

  • 30

    comando bi manual.

    A grade que suporta a cortina impede tambm o acesso rea de risco de

    outra forma que no seja atravs do prprio dispositivo de segurana.

    Figura 7 - Protees mveis Fonte: Luis F. M. Stumpf

    A norma NBR NM ISSO 13853 fornece informaes sobre o projeto e

    especificao das distncias de segurana para evitar esmagamento pelos membros

    superiores.

    A figura 8 fornece um exemplo do contedo da Tabela 4 norma utilizada.

  • 31

    Figura 8 Tabela 4 da norma NBR NM ISO 13853 Fonte: norma NBR NM ISO 13853 - ABNT

    Alcance atravs de aberturas - idade > 14 anos (tabela 4 NBR NM ISO 13853)

    Dimenses em mm Parte do Ilustrao Abertura Distncia de segurana sr Corpo fenda quadrado circular Ponta do dedo

    e < 4

    4 < e < 6

    > 2

    > 10

    > 2

    > 5

    > 2

    > 5

    Dedo at articulao com a mo ou mo

    6 < e < 8

    8 < e < 10

    10 < e < 12

    12 < e < 20

    20 < e < 30

    > 20

    > 80

    > 100

    > 120

    > 850 1)

    > 15

    > 25

    > 80

    > 120

    > 120

    > 5

    > 20

    > 80

    > 120

    > 120

    Brao at juno com o ombro

    30 < e < 40

    40 < e < 120

    > 850

    > 850

    > 200

    > 850

    > 120

    > 850

    1) Se o comprimento da abertura em forma de fenda < 65 mm, o polegar atuar como um limitador e a distncia de segurana poder ser reduzida para 200 mm.

  • 32

    Figura 9 - Instalao de cortina de luz na rea de alimentao do operador

    Fonte: Luis F. M. Stumpf

    A nota tcnica recomenda a utilizao de um calo de segurana, ou seja ,

    uma barra de ao que impea a queda da parte superior da prensa durante uma

    operao de troca de ferramenta e/ou manuteno. Este calo deve ser ligado ao

    comando da mquina de forma a impedir que ela seja acionada se o calo estiver

    fora da sua posio de repouso. Com esta ligao impede-se que a mquina seja

    acionada com o calo dentro da rea de prensagem.

    Normalmente dimensiona-se a resistncia mecnica do calo para o peso

    das partes mveis (ver Nota Tcnica 37/2004).

    Assim, deve evitar que a fora exercida pela mquina, que facilmente chega

    a algumas toneladas, seja aplicada diretamente sobre o calo.As modificaes no

    sistema eltrico foram feitas de forma a melhorar o quadro eltrico e adaptando-o

    com mais espao, componentes e ligaes novas.

    No sistema hidrulico, a norma EN 693 recomenda a utilizao de vlvulas

    monitoradas eletricamente. Isso implica na troca de todos os componentes

  • 33

    hidrulicos.

    O custo para estas modificaes supera facilmente a casa das dezenas de

    milhares de reais. A empresa decidiu no realizar estas modificaes. As

    modificaes mecnicas foram feitas com o acrscimo das grades de proteo.

    Nenhuma outra modificao se faz necessria.

    7 RELAO ENTRE INVESTIMENTO E CUSTOS

    Para analisar a relao entre investimento do projeto e multas referentes ao

    no cumprimento das normas, necessita-se considerar alguns itens, tais como:

    nmero de trabalhadores da empresa (entre 51 e 100); salrio do operador da prensa (R$ 800,00); uma UFIR = R$ 1,0641 (a UFIR foi extinta e este seu ltimo valor); valor total do projeto: R$ 20.000,00.

    As normas brasileiras que tratam de equipamentos semelhantes prensa

    so: Norma Regulamentadora 12; PPRPS (Programa de Preveno de Risco em

    Prensas e Similares) e Nota Tcnica 37/2004. Dentre estas normas, a NR 12

    Mquinas e Equipamentos a nica que apresenta penalidades referentes ao no

    cumprimento dos itens contidos na mesma, os quais so:

    z 12.2. Normas de segurana para dispositivos de acionamento, partida

    e parada de mquinas e equipamentos:

    z 12.2.1. As mquinas e os equipamentos devem ter dispositivos de

  • 34

    acionamento e parada localizada de modo que: a) Seja acionado

    ou desligado pelo operador na sua posio de trabalho; (112.009-

    3 / I2)

    z 12.2.2. As mquinas e os equipamentos com acionamento

    repetitivo, que no tenham proteo adequada, oferecendo risco

    ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurana

    para o seu acionamento. (112.014-0 / I2)

    z 12.3. Normas sobre proteo de mquinas e equipamentos:

    z 12.3.3. As mquinas e os equipamentos que ofeream risco de

    ruptura de suas partes, projeo de peas ou partes destas,

    devem ter os seus movimentos, alternados ou rotativos,

    protegidos. (112.019-0 / I2)

    z 12.3.4. As mquinas e os equipamentos que, no seu processo de

    trabalho, lancem partculas de material, devem ter proteo, para

    que essas partculas no ofeream riscos. (112.020-4 / I2)

    z 12.3.8. Os protetores removveis s podem ser retirados para

    execuo de limpeza, lubrificao, reparo e ajuste, ao fim das

    quais devem ser, obrigatoriamente, recolocados. (112.024-7 / I1)

  • 35

    E a Norma Regulamentadora NR 28 Fiscalizao e Penalidades apresenta

    os seguintes itens e tabelas referentes s penalidades:

    z 28.3. Penalidades:

    z 28.3.1. As infraes aos preceitos legais e / ou regulamentadores

    sobre segurana e sade do trabalhador tero as penalidades

    aplicadas conforme o disposto na Tabela de gradao de multas

    (Tabela 2).

    Obedecendo s infraes previstas na tabela de classificao das infraes

    (Tabela 3) desta Norma.

    28.3.1.1. Em caso de reincidncia, embarao ou resistncia fiscalizao, emprego de artifcio ou simulao com o

    objetivo de fraudar a lei, a multa ser aplicada na forma do

    art. 201, pargrafo nico, da CLT, conforme os seguintes

    valores estabelecidos no Tabela 4.

  • 36

    Tabela 2 - Gradao das Multas (em UFIR) Fonte: Norma Regulamentadora 28

    N de Segurana do Trabalho Medicina do Trabalho

    Empregados I1 I2 I3 I4 I1 I2 I3 I4

    1 10 630-729 1129-

    1393

    1691-

    2091

    2252-

    2792

    378-428 676-839 1015-

    1524

    1350-

    1680

    11 25 730-830 1394-

    1664

    2092-

    2495

    2793-

    3334

    429-498 840-

    1002

    1255-

    1500

    1681-

    1998

    26 50 831-963 1665-

    1935

    2496-

    2898

    3335-

    3876

    499-580 1003-

    1166

    1501-

    1746

    1999-

    2320

    51 100 964-

    1104

    1936-

    2200

    2899-

    3302

    3877-

    4418

    581-662 1167-

    1324

    1747-

    1986

    2321-

    2648

    101 250 1105-

    1241

    2201-

    2471

    3303-

    3718

    4419-

    4948

    663-744 1325-

    1482

    1987-

    2225

    2649-

    2976

    251 500 1242-

    1374

    2472-

    2748

    3719-

    4121

    4949-

    5490

    745-826 1483-

    1646

    2226-

    2471

    2977-

    3297

    501 1000 1375-

    1507

    2749-

    3020

    4122-

    4525

    5491-

    6033

    827-906 1647-

    1810

    2472-

    2717

    3298-

    3618

    Mais de 1000 1508-

    1646

    3021-

    3284

    4526-

    4929

    6034-

    6304

    907-990 1811-

    1973

    2718-

    2957

    3619-

    3782

  • 37

    Tabela 3 Classificao das Infraes Fonte: Norma Regulamentadora 28

    NR 12 Mquinas e Equipamentos

    Item / Subitem Cdigo Infrao

    12.2.1 a 112.009-3 2

    12.2.2 112.014-0 2

    12.3.3 112.019-0 2

    12.3.4 112.020-4 2

    12.3.8 112.024-7 1

    Tabela 4 Multa referente reincidncia

    Fonte: Norma Regulamentadora 28

    Valor da Multa (em UFIR)

    Segurana do Trabalho Medicina do Trabalho

    6.304 3.782

    A seguir tem-se a Tabela 5 relacionando os valores de cada penalidade que

    a empresa possa sofrer antes da execuo do projeto. Tomou-se como valor da

    gradao, uma mdia entre o menor e o maior valor da penalidade.

  • 38

    Tabela 5 Valores

    N de

    Empregados

    Cdigo Infrao Gradao

    em UFIR

    Mdia da

    Gradao

    Valor em R$

    51 -100 112.009-3 2 1936-2200 2068 2.200,56

    51 - 100 112.014-0 2 1936-2200 2068 2.200,5

    51 -100 112.019-0 2 1936-2200 2068 2.200,56

    51 - 100 112.020-4 2 1936-2200 2068 2.200,56

    51 -100 112.024-7 1 964-1104 1034 1.100,28

    Considerando que a empresa sofra apenas uma penalidade em cada caso e

    no seja reincidente, o valor total ser de R$ 9.902,52. Levando-se em conta que

    um operador receba no ano um total de R$ 10.666,67 entre salrios, 13 salrio e

    1/3 de frias. Sem contar com honorrios do advogado e despesas mdicas, tem-se

    um total de R$ 20.569,19, ou seja, superior ao gasto realizado com a execuo do

    projeto e, o mais importante, que proporcionaria segurana e integridade fsica ao

    trabalhador e empresa.

  • 39

    8 CONCLUSO

    Dentre toda a legislao existente e normas tcnicas que recomendam a

    colocao de dispositivos de segurana, a conscincia da preveno o maior

    recurso contra acidentes. Pois desta conscincia surge a motivao para buscar

    recursos e meios de melhorar o meio ambiente do trabalho.

    No caso desta prensa pode-se verificar que diversos itens foram instalados

    demandando trabalho, projeto e recursos de vrias pessoas para se chegar ao

    resultado final apresentado nas figuras.

    Em um primeiro instante, o profissional de segurana ou a pessoa

    consciente dos riscos e perigos existentes iria se perguntar como a mquina foi

    vendida e, pior ainda, utilizada durante tantos anos sem essas protees.

    Deve-se lembrar, no entanto, que a atual conscientizao dos riscos

    existentes em prensas custou o exemplo de milhares de pessoas que sofreram

    algum tipo de acidente durante sua jornada de trabalho.

    As modificaes realizadas nesta prensa so sem dvida bem vindas no

    sentido de melhorar a forma de trabalho e evitar riscos maiores em operaes de

    manuteno e troca de ferramental/ajuste.

    Pesa, no entanto, a diferena entre a recomendao da norma EN 693 e as

    modificaes no sistema hidrulico, que no foram realizadas.

    Neste caso a discusso sobre a necessidade ou no destas modificaes

    implica em estudos e experincias prticas que vo muito alm do escopo deste

    trabalho e naturalmente repetem o trabalho realizado pelo grupo de profissionais que

  • 40

    criaram a norma EN 693.

    A experincia na utilizao destas normas em outras modificaes ( por ex.

    eltricas ou mecnicas) tem se mostrado ao longo dos anos que elas existem por

    razes nem sempre claras mas eficientes do ponto de vista da segurana e

    preveno.

    Desta forma recomenda-se que as modificaes no sistema hidrulico sejam

    feitas em um segundo momento para completar a adequao da prensa s normas

    existentes.

  • 41

    9 REFERNCIAS

    VIGNOCHI, Rudimar A. e BISSIGO Edson R. Gesto e segurana com prensas e similares, Caxias do Sul, RS, Nordeste 2001. Segurana e medicina do trabalho, So Paulo, SP, Editora Atlas 54 edio 2004. DEFREN, Werner e WICKERT, Karl Sicherheit fuer die Maschinen und Anlagenbau, Wuppertal, Rep.Federal da Alemanha, K A Schmersal GmbH 1996.

    DE CICCO, Francesco, FANTAZZINI, Mario Luiz. A identificao e anlise de riscos. Revista Proteo - Suplemento especial n 2, Novo Hamburgo, n.28, abril, 1994.

    http://www.aceshmersal.com.br http://pt.wikipedia.org

  • 42

    10 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

    PPRPS Programa de preveno de riscos em prensas e similares do MTB DRT / SP NR 12 - Mquinas e Equipamentos NT 37/2004 Nota Tcnica do MTE n 37/2004 NORMAS BASILEIRAS DA ABNT PARA SEGURANA DE MQUINAS: NBR NM 213 Segurana de mquinasConceitos bsicos, princpios gerais para projetos parte 1 e 2 EN 292 1/2/3 NBR 13761 Distncias seguras para impedir acesso a zonas de perigo pelos membros superiores (EN 294) NBR 13760 Folgas mnimas para evitar esmagamento de partes do corpo humano(EN 349) NBR 14153 Segurana de mquinas: Parte de sistemas de comando relacionadas segurana, princpios gerais de projeto (EN 954-1) NBR 14154 Segurana em mquinas: Preveno de partida inesperada (EN 1037) NBR 13759 Equipamentos de parada de emergncia, aspectos funcionais, princpios para projetos (EN 418) NBR 13929 Dispositivos de intertravamento associados a protees Princpios para projeto e seleo (EN 1088) NBR 13928 Requisitos gerais para o projeto e construo de protees (fixas e mveis) (prEN 953) NBR 13758 Distncias seguras para impedir acesso a zonas de perigo pelos membros inferiores (prEN 811) NBR 14009 Princpios para apreciao de riscos (EN 1050) NBR 14152 Segurana em mquinas Dispositivos de comando bi-manuais Aspectos funcionais e princpios para projeto (EN 574)

  • 43

    NBR 13536 - Mquinas injetoras para plsticos e elastmetros. Requisitos tcnicos de segurana para o projeto, construo e utilizao NBR 13930 Prensas mecnicas Requisitos de Segurana NBR 13936 - Mquinas de moldagem por sopro destinadas produo de artigos ocos de termoplstico - Requisitos Tcnicos de segurana para projeto e construo. NORMAS DA COMUNIDADE EUROPIA QUE AINDA NO FORAM NACIONALIZADAS: EN 693 Machine tools Safety Hydraulic Presses EN 999 Machine safety Hand / Arm speed approach speed of parts of the body for positioning of safety devices. EN 60204-1 Segurana de mquinas Equipamento eltrico de mquinas Parte 1 Especificaes para requisitos gerais.