Técnica de Rabiscos ou Jogo de Rabiscos

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Técnica de Rabiscos ou Jogo de Rabiscos A técnica dos rabiscos é uma prova relativamente fácil e apelativa, fundamentada no Jogo dos Rabiscos de Winnicott, que permite analisar o pensamento da criança a partir da sua projeção perante um conjunto de traços (rabiscos) aparentemente sem significado. Este jogo é realizado entre duas crianças em idades semelhantes. Um jogador faz uma figura e o outro faz outra, de modo que na cena desenhada, haja uma interação entre as formas. Pode ser chamado assim diálogo gráfico. Requer invenção e fantasia, e durante a criação das formas cada um vai dizendo o que acontece e o que acontecerá no desenho. O jogo dos rabiscos consiste em dialogar graficamente, sendo que a criança faz um traço e a outra o completa dando sentido ao rabisco, assim sucessivamente. Objetivo: Criar um espaço de relações, de comunicação e de experiência de interação entre as crianças e as formas. O Jogo do Rabisco caracteriza-se como uma técnica que, tal como qualquer brincadeira, está fundamentada na concepção de espaço transicional, permitindo o acesso a conflitos e angústias, demonstrando ser um instrumento adequado no atendimento de crianças e adolescentes. Esta técnica se diferencia pela liberdade de ação e ausência de normas fixas, o que é próprio das brincadeiras das crianças, contrastando dessa forma com os jogos estruturados por sistemas de regras. Winnicott utiliza este jogo como técnica de comunicação com a criança. O psicólogo e o paciente (criança) executam, alternadamente, traços livres; cada parceiro deve modificar o rabisco do outro à medida que for sendo realizada a tarefa. O Jogo do Rabisco é apenas uma maneira de entrar em contato com o paciente pelo uso do lápis e papel. Podemos dizer que os dois, psicólogo e paciente, vão realizar no espaço potencial, através do gesto criativo - o rabisco que se transforma em imagem e depois em discurso. Ao mesmo tempo em que o rabisco possibilita um diagnóstico do caso, a técnica se constitui no processo. As instruções de jogo são muito simples e deixam a criança em liberdade:

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Técnica de Rabiscos ou Jogo de Rabiscos

A técnica dos rabiscos é uma prova relativamente fácil e apelativa,

fundamentada no Jogo dos Rabiscos de Winnicott, que permite analisar o

pensamento da criança a partir da sua projeção perante um conjunto de traços

(rabiscos) aparentemente sem significado.

Este jogo é realizado entre duas crianças em idades semelhantes. Um

jogador faz uma figura e o outro faz outra, de modo que na cena desenhada, haja

uma interação entre as formas. Pode ser chamado assim diálogo gráfico.

Requer invenção e fantasia, e durante a criação das formas cada um vai dizendo o

que acontece e o que acontecerá no desenho.

O jogo dos rabiscos consiste em dialogar graficamente, sendo que a criança

faz um traço e a outra o completa dando sentido ao rabisco, assim sucessivamente.

Objetivo: Criar um espaço de relações, de comunicação e de experiência de

interação entre as crianças e as formas.

O Jogo do Rabisco caracteriza-se como uma técnica que, tal como qualquer

brincadeira, está fundamentada na concepção de espaço transicional, permitindo o

acesso a conflitos e angústias, demonstrando ser um instrumento adequado no

atendimento de crianças e adolescentes.

Esta técnica se diferencia pela liberdade de ação e ausência de normas fixas,

o que é próprio das brincadeiras das crianças, contrastando dessa forma com os

jogos estruturados por sistemas de regras.

Winnicott utiliza este jogo como técnica de comunicação com a criança. O

psicólogo e o paciente (criança) executam, alternadamente, traços livres; cada

parceiro deve modificar o rabisco do outro à medida que for sendo realizada a tarefa.

O Jogo do Rabisco é apenas uma maneira de entrar em contato com o

paciente pelo uso do lápis e papel.

Podemos dizer que os dois, psicólogo e paciente, vão realizar no espaço

potencial, através do gesto criativo - o rabisco que se transforma em imagem e

depois em discurso.

Ao mesmo tempo em que o rabisco possibilita um diagnóstico do caso, a

técnica se constitui no processo.

As instruções de jogo são muito simples e deixam a criança em liberdade:

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“- Faço um rabisco e você o modifica; depois é sua vez de começar, e sou eu que

vou modificá-lo."

Esta técnica, na verdade, é recriada com cada criança, indo de acordo com o

seu jeito de ser, deixando que o paciente componha a situação segundo o seu estilo

de vida, imaginação, desejos, fantasias e emoção.

Este instrumento, diferente dos testes e técnicas projetivas, pois não cria na

criança a sensação de que está sendo avaliada, mas é só mais um recurso que

pode ser utilizado conforme as necessidades de um determinado paciente e o tipo

de atendimento que se pretende estabelecer.