Tema 1 Psicologia B - Genética
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A Importância da Genética no comportamento humano
Todos iguais todos diferentes
A Psicologia Biológica procura conhecer tanto as diferenças individuais como as semelhanças. A lotaria da herança garante que cada indivíduo tenha uma estrutura genética exclusiva (os gémeos idênticos são a única excepção). A forma como a composição genética se expressa na forma corporal e capacidades comportamentais é parte da nossa história.
A Psicologia Biológica procura conhecer tanto as diferenças individuais como as semelhanças. A lotaria da herança garante que cada indivíduo tenha uma estrutura genética exclusiva (os gémeos idênticos são a única excepção). A forma como a composição genética se expressa na forma corporal e capacidades comportamentais é parte da nossa história.
Genética
Estas imagens são alguns exemplos da imensa diversidade do mundo que nos rodeia. A cada espécie de seres vivos corresponde um conjunto de características próprias que distinguem, por exemplo, os malmequeres das orquídeas, as bactérias dos vírus, as águias das gaivotas, os hipopótamos das gazelas, os orangotangos dos seres humanos.
Esta diversidade motivou, desde sempre, questões que ainda hoje se colocam:
Como se explicam as características dos diferentes seres vivos?
Por que razão os seres da mesma espécie são semelhantes, mas ao mesmo tempo apresentam diferenças?
Como se transmitem as características de uma geração para outra?
Esta diversidade motivou, desde sempre, questões que ainda hoje se colocam:
Como se explicam as características dos diferentes seres vivos?
Por que razão os seres da mesma espécie são semelhantes, mas ao mesmo tempo apresentam diferenças?
Como se transmitem as características de uma geração para outra?
Genética
Genética - Genética - Estudo da hereditariedade, da transmissão biológica de traços e características de uma geração à seguinte e do papel dos genes durante todo o ciclo do nosso desenvolvimento
Genética do Comportamento -Genética do Comportamento - Disciplina que estuda as bases genéticas do comportamento, ou seja, a influência que o património genético exerce sobre o comportamento.
Hereditariedade - Hereditariedade - Transmissão de características físicas e psicológicas de uma geração a outra.
Hereditariedade específica - Hereditariedade específica - Informação genética responsável pelas características comuns a todos os indivíduos da mesma espécie, determinando a constituição física e alguns comportamentos.
Hereditariedade Individual - Hereditariedade Individual - Informação genética responsável pelas características de um indivíduo e que o distingue de todos os outros membros da sua espécie. É o que o torna único.
Hereditariedade - Hereditariedade - Transmissão de características físicas e psicológicas de uma geração a outra.
Hereditariedade específica - Hereditariedade específica - Informação genética responsável pelas características comuns a todos os indivíduos da mesma espécie, determinando a constituição física e alguns comportamentos.
Hereditariedade Individual - Hereditariedade Individual - Informação genética responsável pelas características de um indivíduo e que o distingue de todos os outros membros da sua espécie. É o que o torna único.
Métodos de investigação do papel da hereditariedade e do Métodos de investigação do papel da hereditariedade e do meio na determinação do comportamentomeio na determinação do comportamento
Os estudos de gémeos - Os estudos de gémeos - Uma versão deste método compara gémeos monozigóticos com gémeos dizigóticos do mesmo sexo. Os gémeos monozigóticos têm uma constituição genética idêntica, o mesmo potencial genético; os gémeos dizigóticos somente partilham 50% do seu património genético.
Qual é a vantagem deste método? A sua vantagem deriva do facto de que ao estudarmos ambos os tipos de gémeos estaremos perante pares de seres humanos que cresceram e foram criados em meios comuns ou semelhantes: têm os mesmos pais; foram criados e educados durante o mesmo período de tempo. Por outro lado, estes tipos de gémeos diferem geneticamente. Pode-se assim destrinçar com uma certa clareza o papel da hereditariedade e o papel do meio.
Análise do ADN - Análise do ADN - Técnicas modernas de biologia molecular que permitem proceder a uma análise precisa do ADN. As investigações desenvolvidas nos últimos anos permitiram decifrar o genoma humano.
Árvores Genealógicas - Árvores Genealógicas - História do indivíduo através dos pais, dos avós, dos bisavós, etc.
Análise do ADN - Análise do ADN - Técnicas modernas de biologia molecular que permitem proceder a uma análise precisa do ADN. As investigações desenvolvidas nos últimos anos permitiram decifrar o genoma humano.
Árvores Genealógicas - Árvores Genealógicas - História do indivíduo através dos pais, dos avós, dos bisavós, etc.
Mecanismos de transmissão hereditária
A célulacélula, a menor porção de matéria viva, pode ser dividida em duas zonas distintas: o citoplasma e o núcleo.
No primeiro encontram-se diversos organitos celulares, enquanto que o segundo contém, nos cromossomas, a informação genética que determina as características de cada indivíduo, explica o dom e os segredos da vida e
o facto dos seres vivos diferirem tanto uns dos outros: o ADN
Mecanismos de transmissão hereditária
O ADNADN ou DNADNA pertence ao grupo dos ácidos nucleicos.
Existem dois tipos de ácidos nucleicos:
1. O ácido desoxirribonucleico – ADN
2. O ácido ribonucleico – RNA
O ADN é o suporte químico da informação genética e o controlador dos processos vitais em todos os organismos.
Os ácidos nucleicos (ADN e RNA) são constituídos por nucleótidos que podem ser hidrolizados, decompondo-se num fosfato, num açucar e em 4 bases azotadas de dois tipos:
Base de anel duplo: Adenina (A) e Guanina (G)Base de anel simples: Timina (T), Citosina © e Uracilo (U)
Os ácidos nucleicos (ADN e RNA) são constituídos por nucleótidos que podem ser hidrolizados, decompondo-se num fosfato, num açucar e em 4 bases azotadas de dois tipos:
Base de anel duplo: Adenina (A) e Guanina (G)Base de anel simples: Timina (T), Citosina © e Uracilo (U)
Existem apenas 4 destas bases em cada um dos ácidos nucleicos. A Timina só existe no ADN e o Uracilo no RNA. As outras são comuns aos dois.
O ADN constitui-se como uma sequência longa de nucleótidos que estão emparelhados, formando uma longa cadeia dupla enrolada em espiral.
Cada molécula de ADN enrola-se em proteínas – histonas, formando estruturas designadas de cromossomas
Mecanismos de transmissão hereditária
Cromossomas – Cromossomas – comandam e coordenam toda a actividade celular e são responsáveis pela transmissão das características hereditárias.
Os seres humanos têm 23 pares de cromossomas: 22 pares de autossomas (os cromossomas do par que são iguais, comuns a
ambos os sexos; Um par de cromossomas sexuais: X e Y
Cromossomas sexuais
Mecanismos de transmissão hereditária
O genegene é um segmento de um
cromossoma a que corresponde um código
distinto, uma informação para
produzir uma determinada proteína
ou controlar uma característica, por exemplo, a cor dos
olhos, a cor do cabelo
O ser humano apresenta-se como um conjunto de 30 mil genes organizados e 23 pares de cromossomas.Determinado indivíduo recebe um conjunto de 23 cromossomas do pai e um conjunto de 23 cromossomas da mãe, formando pares de cromossomas –
cromossomas homólogos – (em que cada par tem informação para o mesmo grupo de características).Os genes existentes, em cada cromossoma, que informam para a mesma característica são designados por – genes alelos . Estes estão situados no mesmo local relativo dos cromossomas homólogos.Em cada célula do nosso corpo (exceto nos óvulos e nos espermatozóides) existem duas cópias do mesmo gene (alelos). Um alelo é herdado da mãe e outro do pai. Um exemplo disso é o alelo para os olhos azuis e o alelo para os olhos castanhos.
Transmissão Genética da cor dos olhos e de Transmissão Genética da cor dos olhos e de doenças ligadas ao cromossoma Xdoenças ligadas ao cromossoma X
Transmissão de doenças ligadas ao Transmissão de doenças ligadas ao cromossoma Xcromossoma X
Dominantes
Recessivos
Os genes podem ser:
Genótipo - Fenótipo - Gene dominante – Genótipo - Fenótipo - Gene dominante – Gene recessivoGene recessivo
GenótipoGenótipo - - O termo genótipo designa o potencial genético de um
indivíduo, isto é, a predisposição genética para exprimir determinados traços morfológicos, psicológicos e comportamentais. O genótipo é o conjunto de genes que o indivíduo herda, ou seja, o património genético de um organismo.
Fenótipo - Fenótipo - É o conjunto de características observáveis que um organismo apresenta como resultado da interacção entre o património genético e as influências ambientais. O fenótipo reflecte o modo como, tendo em conta a influência dos factores ou agentes ambientais, o potencial genético de um indivíduo se exprime. O fenótipo é constituído pelas características específicas e particulares que um indivíduo apresenta.
.
No genótipo está contido o conjunto de informações genéticas que indicam a predisposição (ou potencial) para vir a ter um dado fenótipo. Este não é um simples resultado da transmissão hereditária porque pode ser alterado em virtude do papel do meio.
Gene Dominante Gene Dominante - - É, num par de genes, aquele que contém as instruções genéticas que serão expressas quer esteja associado com outro gene dominante ou com um gene recessivo. É ele que controla a eventual manifestação de uma dada característica.
Gene Recessivo Gene Recessivo - - É, num par de genes, o gene que contém instruções genéticas que somente encontrarão expressão se associadas com outro gene recessivo.
Genótipo e Fenótipo
Genótipo
Conjunto das determinações genéticas herdadas; é a colecção de genes recebidos aquando da concepção.
Corresponde à colecção de genes de que o indivíduo é dotado aquando da sua concepção e que resulta do conjunto de genes provenientes da mãe e do pai.
O genótipo é a constituição genética do indivíduo, o conjunto das determinações herdadas e que podem ou não, exprimir-se conforme as características do meio em que se desenvolve.
Fenótipo
Conjunto das características observáveis num indivíduo e que resulta da interacção do genótipo com o meio.
Designa a aparência do indivíduo, isto é, o conjunto de características observáveis - anatómicas, morfológicas, fisiológicas - que resultam da interacção entre o genótipo e o meio ambiente onde ocorre o desenvolvimento.
È portanto, o conjunto de caracteres individuais de origem genética que receberam modificações decorrentes da relação com o meio. Corresponde à actualização do genótipo.
A Hereditariedade e o MeioA Hereditariedade e o MeioA Influência do Meio - A Influência do Meio - Os genes são unidades
hereditárias capazes de controlar o desenvolvimento
que, sofrem a influência de factores que o modificam. Compreender o papel do meio na determinação dos caracteres exige a familiarização com os conceitos de Mutação e Variação.
Mutação genética - Mutação genética - Alterações do património hereditário que se transmitem às gerações futuras. São modificações processadas a nível do genótipo.
Variação genética - Variação genética - Alterações no indivíduo provocadas pelo meio e que não se transmitem às gerações futuras. São modificações processadas a nível do fenótipo, não afectando o código genético.
Por variação, ou por mutação, é ponto assente que o meio é co-responsável pelo aparecimento dos caracteres do fenótipo. A influência do meio sobre o indivíduo exerce-se já no período pré.natal e continua após o nascimento.
Maio Pré-natal :Maio Pré-natal : Efeitos da talidomida Tabaco Rubéola Radiações atómicas Toxicodependência, Alcoolismo, Saúde precária da mãe,
Deficiente alimentação, Más condições de higiene, Perturbações emocionais, etc.
Meio Intra-Uterino
A ClonagemA Clonagem
ClonagemClonagem: é o procedimento científico que consiste em usar o material genético de um organismo para obter outro idêntico, denominado clone. A reprodução, no caso da clonagem reprodutiva e terapêutica, não inclui a união de óvulos com espermatozóides, pois trata-se de reprodução não sexual.
Clonar significa, assim, produzir um indivíduo geneticamente idêntico ao indivíduo original que lhe serviu de matriz (aquele que é colonado), isto é trata-se de duplicar o património genético de um determinado ser vivo, seja ele vegetal ou animal.
A ClonagemA ClonagemExistem vários tipos de clonagem:
Natural Reprodutiva Terapêutica
Clonagem NaturalClonagem que acontece, como o nome
indica, de modo natural: é o caso do nascimento de gémeos monozigóticos, idênticos, ou univitelinos, verdadeiros. Neste caso, os gémeos são clones (resultado, no momento de concepção, da união de 2 células germinais - reprodutoras ou gâmetas: um espermatozóide e um óvulo), que têm origem num único ovo inicial, o qual se divide em dois, dando origem a dois organismos com o mesmo património genético.
A ClonagemA Clonagem
Clonagem ReprodutivaMétodo utilizado para aclonagem da ovelha
Dolly.
Neste processo estiveram envolvidas 3 ovelhas: pegaram num óvulo de uma ovelha adulta e retiraram-lhe o núcleo. Entretanto, extraíram células mamárias de uma outra ovelha. Após um conjunto de manipulações que podes acompanhar no esquema, implantaram o embrião no útero da ovelha portadora, que deu à luz a Dolly
Este processo é complexo, com uma elevada taxa de insucesso. Para se produzir a Dolly foram necessárias 277 tentativas, só 2% chegaram a nascer e só a Dolly conseguiu viver, morrendo precocemente.
Depois da Dolly a técnica da clonagem foi aplicada a ratos, porcos, touros e vacas. Existem projectos para se clonarem espécies em vias de extinção.
Ovelha Dolly
A ClonagemA Clonagem Clonagem terapêuticaÉ um termo ainda enganoso, pois ainda não
existem resultados reais deste tipo de clonagem. Até agora, nenhuma doença foi em definitivo tratada por meio da clonagem terapêutica, embora os cientistas ensaiem já a possibilidade de este método vir a ser utilizado no tratamento de Diabetes, Parkinson, Alzheimer, Fibrose quística, Esclerose múltipla, doenças neurovasculares e cardiovasculares, Leucemia, Cancro, Artrite reumática.
A técnica consiste em utilizar o material genético de uma célula de um determinado paciente para depois fazer a sua fusão com um óvulo. Isto levaria à formação de um embrião “sintético”. Deste embrião seriam extraídas as células - mãe (ou neuronais), que seriam controladas para se desenvolverem como células com uma natureza específica (musculares, neurológicas, etc.). Estas células seriam implantadas no paciente para poder, supostamente, curar as imperfeições orgânicas ou as doenças.
A Clonagem - Tópicos de DiscussãoA Clonagem - Tópicos de Discussão
PERSPECTIVAS SOBRE A ACÇÃO GENÉTICA
PREFORMISMOPreformismo ou teoria da preformação, defendia que o
desenvolvimento embrionário consiste no desenvolvimento de potencialidades preexistentes no ovo.
O desenvolvimento do novo indivíduo limitava-se, portanto, ao aumento do tamanho do ser em miniatura, à amplificação das estruturas preexistentes no ovo.
No final do século XVII chegaram-se a formar dois grupos de cientistas que defendiam duas orientações distintas:
• uns que consideravam que o futuro ser já se encontrava em miniatura no espermatozóide;
• outros, que o novo ser existia preformado no óvulo.
O preformismo acentua a dimensão
genética do desenvolvimento, não
tendo em conta o efeito do ambiente.
O conceito de epigénese designa precisamente o que na construção do organismo e dos seus comportamentos não depende apenas dos genes nem apenas da aprendizagem. A epigénese prolonga, pois, os efeitos da genética sem serem determinados por esta.
Nega a existência de estruturas preformadas no ovo e que se desenvolvem mais tarde. O desenvolvimento é o resultado de um processo gradual de crescimento, diferenciação e modificação
O termo epigénese refere-se a tudo o que não determinado pelo património genético. Corresponde às modificações transmissíveis e reversíveis das expressões dos genes, mas que não implicam modificações nas sequências de ADN. Um exemplo que reflecte esta realidade é do gémeos verdadeiros que têm a mesma carga genética.
O conceito de epigénese designa precisamente o que na construção do organismo e dos seus comportamentos não depende apenas dos genes nem apenas da aprendizagem. A epigénese prolonga, pois, os efeitos da genética sem serem determinados por esta.
Nega a existência de estruturas preformadas no ovo e que se desenvolvem mais tarde. O desenvolvimento é o resultado de um processo gradual de crescimento, diferenciação e modificação
O termo epigénese refere-se a tudo o que não determinado pelo património genético. Corresponde às modificações transmissíveis e reversíveis das expressões dos genes, mas que não implicam modificações nas sequências de ADN. Um exemplo que reflecte esta realidade é do gémeos verdadeiros que têm a mesma carga genética.
A abordagem Filogenética e as principais conquistas da espécie humana
“O comportamento humano é […] o produto de uma integração, no cérebro humano, de uma informação filogeneticamente seleccionada, transmitida pelos genes,
historicamente seleccionada, transmitida pela linguagem e pelos símbolos culturais, e individualmente reforçada, ou de uma informação aprendida adquirida durante
um ciclo de vida.”Masters, J. (1972)
FilogéneseÉ a “história da evolução de uma espécie ou qualquer grupo
hierarquicamente reconhecido” (Costa, J. & Melo, A., 1999)
A abordagem Filogenética e as principais conquistas da espécie humana
Na sua obra, A Origem das Espécies, publicada em 1859, Darwin explica a evolução das espécies através da selecção natural, operada sobre variações aleatórias das características individuais. Sendo as variações favoráveis, no que concerne à adaptação ao meio, o indivíduo tem maior probabilidade de sobreviver e transmiti-las às gerações vindouras.
Constata-se, assim, que os organismos descendem um dos outros por transformações, como resultado de adaptações lentas em grandes períodos de tempo. A justificação para a evolução encontra-se no processo de selecção natural e na luta pela sobrevivência, pelo que as espécies não são senão segmentos de filogénese, isto é, de sucessivas criações sem interrupções, num processo contínuo de variações que pode ser favorável (preservação da espécie), ou desfavorável (destruição de outras espécies, ou o aparecimento e formação de novas).
A variação põe em destaque a noção de adaptação, que é um ajustamento contínuo do organismo ao meio em constante mudança. As combinações dos genes nas populações animais são elevadas, o que faz com que consigamos entender a diversidade da vida e a sua variação.
Constata-se, assim, que os organismos descendem um dos outros por transformações, como resultado de adaptações lentas em grandes períodos de tempo. A justificação para a evolução encontra-se no processo de selecção natural e na luta pela sobrevivência, pelo que as espécies não são senão segmentos de filogénese, isto é, de sucessivas criações sem interrupções, num processo contínuo de variações que pode ser favorável (preservação da espécie), ou desfavorável (destruição de outras espécies, ou o aparecimento e formação de novas).
A variação põe em destaque a noção de adaptação, que é um ajustamento contínuo do organismo ao meio em constante mudança. As combinações dos genes nas populações animais são elevadas, o que faz com que consigamos entender a diversidade da vida e a sua variação.
Factores Filogenéticos para a compreensão do desenvolvimento
Organização mecânica da coluna e dos membros (órgãos de locomoção e de relação com o meio)
Evolução neuromotora da mão (órgão indispensável para o uso técnico-instrumental)
Evolução neuromotora da mão (órgão indispensável para o uso técnico-instrumental)
Estruturação dos maxilares-dentadura (órgãos de relação com funções de captura, defesa e preparação alimantar).
Estruturação dos maxilares-dentadura (órgãos de relação com funções de captura, defesa e preparação alimantar).
Expansão associativa e neurossensorial do cérebro (órgão de
manipulação simbólica / linguagem e evolução
sociocultural
Expansão associativa e neurossensorial do cérebro (órgão de
manipulação simbólica / linguagem e evolução
sociocultural
A abordagem Filogenética e as principais conquistas da espécie humana
As transformações que são resultantes da antropogénese ( estudo das transformações evolutivas dos animais que são utilizadas para explicar a origem do homem) anunciam três aquisições de grande importância:
A Aprendizagem A construção de instrumentos A linguagem
Ontogénese
A ontogénese designa o desenvolvimento do indivíduo
desde a fecundação até ao estado adulto: inicia-se com a
embriogénese, continua no desenvolvimento pós-natal até à
idade adulta.
Há autores que estendem o conceito de ontogénese ao ciclo de
vida do indivíduo definindo-o como o processo no qual o
indivíduo se modifica no decurso da sua vida, desde a concepção até
à morte.
A construção do indivíduo biológico depende, como já vimos, do programa genético - o genótipo -, mas depende também de factores
do ambiente (epigénese).
A ontogénese designa o desenvolvimento do indivíduo
desde a fecundação até ao estado adulto: inicia-se com a
embriogénese, continua no desenvolvimento pós-natal até à
idade adulta.
Há autores que estendem o conceito de ontogénese ao ciclo de
vida do indivíduo definindo-o como o processo no qual o
indivíduo se modifica no decurso da sua vida, desde a concepção até
à morte.
A construção do indivíduo biológico depende, como já vimos, do programa genético - o genótipo -, mas depende também de factores
do ambiente (epigénese).
De uma forma muito simples poderemos dizer que a filogénese reporta-se à história da espécie e a ontogénese
à história individual. A relação entre estes dois processos foi objecto de diferentes interpretações, que
passamos a analisar.
De uma forma muito simples poderemos dizer que a filogénese reporta-se à história da espécie e a ontogénese
à história individual. A relação entre estes dois processos foi objecto de diferentes interpretações, que
passamos a analisar.
Lei da RecapitulaçãoLei da Recapitulação
Lei da Recapitulação: o desenvolvimento do embrião exprime, recapitula, etapas do desenvolvimento que
correspondiam a estádios da evolução, da história filogenética das espécies. A ontogénese seria, assim,
determinada pela filogénese.
A teoria de Haeckel era a de que a ontogénese é uma espécie de reprodução da filogénese.
Nesta ordem de ideias, considerava que as fases de desenvolvimento do embrião
humano se assemelhava às fases percorridas pelos organismos inferiores na
escala animal.
As ciências humanas consideraram esta lei, inspiraram-se nela, tendo sido aplicada no
decorrer do século XX em áreas da Psicologia infantil com o objectivo de
explicar o desenvolvimento da criança.
Desenhos de Haeckel que mostram os embriões de oito animais: peixe,
salamandra, tartaruga, pássaro, vitela, porco, coelho e ser humano.
Desenhos de Haeckel que mostram os embriões de oito animais: peixe,
salamandra, tartaruga, pássaro, vitela, porco, coelho e ser humano.
Programa Genético
Programa FechadoSequência organizada de comportamentos
rígidos predefinidos no património genético da espécie e actualizados por mecanismos inatos.
Programa AbertoSequência de comportamentos a definir pela
interacção entre património genético, meio ambiente e disponibilidade de aprendizagem.
Prematuridade e Neotenia
As assimetrias entre o homem e os outros animais radicam em divergências constitutivas, entre as quais se destaca o inacabamento do ser humano a par do carácter acabado, precocemente observado nas espécies animais. Enquanto estas manifestam desde cedo as características próprias de seres adultos, o ser humano demora muitos anos a comportar-se como tal. Biólogos, etólogos e psicólogos têm dado atenção a este facto, considerando que uma das principais características do ser humano é o seu eterno inacabamento.
Tal inacabamento manifesta-se em dados sintomas, como, por exemplo, a duração interminável da infância.
É um facto que até aos onze, doze anos, a criança vive na inteira dependência dos adultos, com os quais aprende actuações básicas úteis na sobrevivência e na adaptação ao meio. Já os outros mamíferos se completam precocemente,atingindo muito cedo a adultez e a autonomia. As pequenas aprendizagens que têm de efectuar surgem em pleno estado de acabamento.
NEOTENIA Manutenção de características juvenis na idade adulta.
Possuir carácter neoténico significa:
Que o desenvolvimento se processa lentamente, o que provoca atrasos na matura ção de competências adequadas ao desempenho de papéis próprios do adulto. Que a maturação nunca está completamente terminada, continuando a pessoa a manter características próprias da idade juvenil. A este respeito, a pessoa não se apresenta tão hábil e especialista nas condutas como os animais, que adoptam estilos de vida fixos e preformados.
Que ao chegar à idade adulta a pessoa não se estratifica significativamente, continuando aberto a aprendizagens com o fim de melhor ultrapassar os obstáculos com que depara.
NEOTENIA Manutenção de características juvenis na idade adulta.
Possuir carácter neoténico significa:
Que o desenvolvimento se processa lentamente, o que provoca atrasos na matura ção de competências adequadas ao desempenho de papéis próprios do adulto. Que a maturação nunca está completamente terminada, continuando a pessoa a manter características próprias da idade juvenil. A este respeito, a pessoa não se apresenta tão hábil e especialista nas condutas como os animais, que adoptam estilos de vida fixos e preformados.
Que ao chegar à idade adulta a pessoa não se estratifica significativamente, continuando aberto a aprendizagens com o fim de melhor ultrapassar os obstáculos com que depara.
Prematuridade e Neotenia
O inacabamento do ser humano tem que ser encarado de forma positiva, na medida em que é ele que o disponibiliza para múltiplas e infindáveis aprendizagens que leva a cabo ao longo da vida. Ser capaz de aprender continuada mente, ou ser capaz de imaginar soluções para os problemas surgidos na adaptação, só é possível pelas características do cérebro humano, cujos desenvolvimento, especialização e complexificação nos foram afastando, progressivamente, das demais espécies.
O carácter inacabado do homem subtrai-o, assim, à fixidez instintiva e torna-o capaz de desenvolver uma multiplicidade e diversidade de comportamentos, possibilitando-lhe a adaptação a um amplo espectro de situações. Deste modo, cada um de nós possui a capacidade de descobrir estratégias adequadas para poder viver em qualquer ambiente da Terra, desde o tórrido equador aos gélidos pólos, desde o litoral às elevadas montanhas do interior.
O carácter inacabado do homem subtrai-o, assim, à fixidez instintiva e torna-o capaz de desenvolver uma multiplicidade e diversidade de comportamentos, possibilitando-lhe a adaptação a um amplo espectro de situações. Deste modo, cada um de nós possui a capacidade de descobrir estratégias adequadas para poder viver em qualquer ambiente da Terra, desde o tórrido equador aos gélidos pólos, desde o litoral às elevadas montanhas do interior.
Foi esta plasticidade comportamental que possibilitou a sobrevivência da espécie, tendo sabido ultrapassar com sucesso uma gama de vicissitudes ao longo da filogénese. O carácter inacabado do homem não é, portanto, a sua fragilidade, mas antes a razão da sua força.
Foi esta plasticidade comportamental que possibilitou a sobrevivência da espécie, tendo sabido ultrapassar com sucesso uma gama de vicissitudes ao longo da filogénese. O carácter inacabado do homem não é, portanto, a sua fragilidade, mas antes a razão da sua força.
Prematuridade e Neotenia
Veremos, oportunamente, como o ser humano superou a sua prematuridade e inacabamento biológicos através de esquemas complexos,
variados e por si construídos, que se inscrevem no mundo da cultura.