Termografia Matéria Da Mecatronica Atual

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Termografia – Aplicações em Sistemas Elétricos Ant Início Caso 4: Próx >> págs. A termografia é, por definição, uma técnica de ensaio não destrutivo que permite o sensoriamento remoto de pontos ou superfícies aquecidas por meio da radiação infravermelha As principais aplicações da termografia na indústria incluem as instalações elétricas, onde é importante a localização de componentes defeituosos sem contato físico, e também as áreas siderúrgica, petroquímica e de distribuição de energia, nas quais é grande o número de processos envolvendo vastas quantidades de calor. Nesses locais, problemas operacionais podem ser relacionados diretamente com as distribuições externas de temperatura nos equipamentos. Termovisor Os termovisores são constituídos por uma câmera e uma unidade de vídeo (ver foto da abertura). A câmera contém o sistema óptico, mecanismos de varredura horizontal e vertical e detector de plano focal tipo microbolômetro (que não necessitam de resfriadores). As câmeras modernas fazem a interface com computadores permitindo,

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Termografia Aplicaes em Sistemas Eltricos Ant Incio Caso 4: Prx >>pgs.

A termografia , por definio, uma tcnica de ensaio no destrutivo que permite o sensoriamento remoto de pontos ou superfcies aquecidas por meio da radiao infravermelhaAs principais aplicaes da termografia na indstria incluem as instalaes eltricas, onde importante a localizao de componentes defeituosos sem contato fsico, e tambm as reas siderrgica, petroqumica e de distribuio de energia, nas quais grande o nmero de processos envolvendo vastas quantidades de calor. Nesses locais, problemas operacionais podem ser relacionados diretamente com as distribuies externas de temperatura nos equipamentos.

Termovisor

Os termovisores so constitudos por uma cmera e uma unidade de vdeo (ver foto da abertura). A cmera contm o sistema ptico, mecanismos de varredura horizontal e vertical e detector de plano focal tipo microbolmetro (que no necessitam de resfriadores).

As cmeras modernas fazem a interface com computadores permitindo, atravs de softwares especficos, o armazenamento de dados, imagens, emisso de relatrios e acompanhamentos de tendncias.

Relatrios Termogrficos

So compostos pelas imagens trmicas ou termogramas, juntamente, com fotos reais do(s) componente(s) observado(s). Apresentam as temperaturas envolvidas, MTA, data e hora da inspeo realizada, local e descritivo do(s) componente(s). Propem aes para realizao do reparo, indicando sua urgncia ou no.

Mxima Temperatura Admissvel (MTA)

Trata-se da mxima temperatura sob a qual permitimos que o componente opere. Os valores de MTA podem ser obtidos a partir das especificaes tcnicas dos componentes ou junto aos fabricantes. Caso no se saiba de antemo a MTA a ser considerada, recomenda-se a fixao de 90 graus Celsius como valor de referncia para conexes e componentes metlicos e de 70 graus Celsius para cabos isolados em PVC (em regime contnuo de trabalho).

Com relao aos componentes eltricos, atravs de vrios estudos desenvolvidos em campo (receita de bolo) chegamos a uma tabela para Temperaturas Mximas Admissveis (MTA), registradas pelo termovisor (tabela 1).

T.1 Temperaturas Mximas Admissveis (MTA).

Convm, abordar, que com relao a mau contato em conexes, costuma-se adotar um diferencial de 15 C entre as fases do componente, desde que no haja desbalanceamento de carga.

Exemplos de Casos em Sistemas Eltricos:

Apresentaremos a seguir, estudos de vrios casos de inspees termogrficas em sistemas eltricos, que representaram manutenes bem sucedidas evitando danos e perdas significativas. Estes exemplos foram colhidos em uma empresa do setor de Fundio. Estes relatrios registram o ocorrido antes e aps o reparo, formando um histrico de manuteno.

Caso 1:Relatrio do Cabo da Fase Branca, entre o TC04 e o Disjuntor DJ382 que alimenta o Trafo TF0004 Subestao SB0001 Ptio Externo.

Este caso representa o aquecimento de um filamento de um cabo eltrico de Alta Tenso (69 kV) em uma Subestao (225 C), motivado por desgaste e corroso. Com o rompimento do filamento, teramos tambm o rompimento do cabo, o que resultaria na formao de arco eltrico com danos mais extensos. Provocaria a parada de produo de 12 Fornos de Induo e 2 Mquinas de Moldar Disas, por um perodo de 3 horas at o reparo, desde que nada mais tivesse sido afetado. O reparo programado para substituio do cabo foi realizado no dia 13/04/03 das 12:30 s 13:00 hs (com desligamento programado da linha 30 minutos), em horrio que no afetou a produo (fim de semana). Realizou-se a substituio do cabo entre o TC04 e o disjuntor DJ382 na fase Branca. Na conexo do disjuntor foi colocado terminal com um parafuso, diminuindo rea de aquecimento (o antigo terminal possua dois parafusos). Veja asfiguras 1 e 2.

Custos Estimados dos Danos Caso Houvesse Acontecido o Fato:

Custo Estimado para recuperao de um TC e 1 Disjuntor de Alta: aproximadamente R$ 75.000,00.Custo Estimado de uma Parada de Produo por 3 horas (at o reparo): aproximadamente R$ 30.000,00.

F.1 - Antes (TmxPonto1: 225,0C, Tambiente: 30,0C , MTA: 60C).

F.2 - Depois (TmxPonto1: 31,7C, Tambiente: 26,0C, MTA: 60C).

Caso 2:Relatrio da Softstarter 7 Borne U20 Painel CCM OF-3020 Mdulo-03 Painel PE0391 Sala da Macharia E-0 Fubloc LC0196.

Este caso configura um mau contato na conexo de sada (borne) de uma Sofstarter Painel de Baixa Tenso; a conexo estava, provavelmente, frouxa. Poderia ocorrer a queima da placa eletrnica da mesma, caso o aquecimento persistisse, e tambm seria possvel provocar a queima do seu motor por falta de fase ou assimetria de carga (motor de 30 CV). Veja asfiguras 3 e 4.

Custos Estimados dos Danos Caso Houvesse Acontecido o Fato:

Custo de uma Sofstarter (neste modelo motor 30 CV): aproximadamente R$ 1.272,00.Custo de Rebobinamento de um motor de 30 CV: aproximadamente R$ 737,38.

F.3 Antes (TmxPonto1: 76,7C, TmxPonto2: 84.8C, TmxPonto3: 42,6C, TmaxPonto4: 40,6C, Tambiente; 24,0C, MTA: 70C).

F.4 - Depois (TmxPonto1: 42,5C, TmxPonto2: 44,2C, TmxPonto3: 42,5C, Tambiente: 24,0C, MTA: 70C).

Caso 3:Relatrio da Bucha de Entrada do Transformador TF0058 - 4,6 MVA - Fase S Fornos de Induo 3 e 4 Fuso Fubloc.

Este caso representa mau contato na conexo da bucha de entrada do transformador de 4,6 MVA (Fase S) 13,2 KV; o aperto estava frouxo. Isto acontece devido s sucessivas dilataes e contraes do material, dado que a carga (corrente) circulante varivel com o tempo e o regime de uso do transformador descontinuo, ocorrendo variaes bruscas de corrente ao longo do tempo. Esse transformador alimenta dois fornos de induo. Durante a inspeo constatou-se a presena de fumaa saindo da bucha do transformador. Executou-se no mesmo dia um reaperto provisrio na bucha e nas conexes do barramento, o que contribuiu para a diminuio da temperatura para os 102,9 C observados (provisoriamente at a execuo final do servio). A complementao do servio foi realizada em outro dia, sendo executada limpeza da parte de contato da bucha, escovado pino de conexo da bucha, lixado contraporca e substituda porca especial de aperto final.

Riscos envolvidos (grave): Perda do pino central da bucha (comprometendo o trafo), vazamento acentuado de leo com fuga para carcaa (curto com formao de arco eltrico). Seria necessrio substituir o trafo (ligar-se-ia o Trafo Reserva - tempo necessrio 24 h). A retirada do transformador levaria trs dias (com parada de produo). Veja asfiguras 5 e 6.

Custos Estimados dos Danos Caso Houvesse Acontecido o Fato:

Custo Estimado para Reparo da Bucha: aproximadamente R$ 35.000,00 (se o transformador no queimasse, caso contrrio o conserto ultrapassaria R$ 100.000,00).

F.5 Antes (TmxPonto1: 102,9C, TmxPonto2: 60,8C, TmxPonto3: 73,3C, TmxPonto4: 43,8C, Tambiente: 30,0C, MTA: 60C).

F.6 - Depois (TmxPonto1: 48,0C, TmxPonto2: 46,7C, Tambiente: 25,0C, MTA: 60C).

Artigos 22/08/13 - 12:46 E-mail ImprimirTermografia Aplicaes em Sistemas Eltricos