Tese O Sol há de brilhar mais uma vez ENG 2011

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Tese ao Primeiro Encontro Nacional de Grêmios - UBES por um novo coletivo de estudantes autonomo e de luta no rio de janeiro ^ ´

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Tese O Sol Há de brilhar Mais uma vez para o 1º Encontro Nacional de Grêmios. Essa é a tese de um grupo de estudantes que se organizava a partir de processos de luta em 2010/2011.

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Somos um grupo de estu-dantes fartos com as barbaries de nosso mundo. Talvez sejamos inquietos e talvez sejamos ousados, mas jamais seremos complacentes com um movimento estudantil que não atenda as neces-sidades dos jovens brasileiros. Em troca de 40 milhoes para a construção de sua nova sede, a UNE e UBES venderam a baixissimo preço as reivin-dicações históricas dos estudantes brasileiros e passaram a atuar como subsecretaria de juventude do gov-erno federal. Quanto vale a liberdade de seu gremio? Quanto vale a garantia do passe-livre?

Quanto vale a meia entrada? E Educaçao de qualidade, quanto vale? Podemos garantir muito mais do que 40 milhões. A constituição em seu artigo 227 garante ao jovem o acesso a esc-ola, cultura e ao lazer. Nela fica expli-cito que o governo deveria zelar pelo transporte de seus jovens, contudo, para muitos estudantes o passe livre não é uma realidade. Os que têm seu transporte garantido, cada vez mais sofrem dos ataques dos governos e empresas. No Rio de Janeiro a coleira eletrônica mantém a lógica dos lu-cros maximos para as empresas e o benefício minimo para os estu-dantes.

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2Os pOderOsOs pOdem matar uma, duas Ou ate tres rOsas, mas jamais deteraO a primavera.

- Che Guevara

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Em um mundo onde a homofobia, o racismo e a criminalizaçao da pobreza cada vez mais atingem os jovens, cabe aos estudantes er-guer suas mãos em solidariedade à aqueles que sofrem das in-justiças sociais.

Se você acredita que a educação não é negócio e que estudante não é mercadoria, junte-se nós por um movimento estudantil combativo e autôno-mo. “ Ousar lutar, ou-sar vencer. “ Já dizia um guerrilheiro que optou morrer por um ideal, mas que acima de tudo ousou viver pelo sonho de um mundo mais plural, justo e solidário. Sejamos portanto realistas, tentemos o impossivel.

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charge de Latuff

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Quem foi melhor para o Brasil, inclusive do ponto de vista da educação: Lula ou FHC? Está muito claro que o gov-erno Lula apresentou avanços em inves-timentos sociais e que nenhum de nós, militantes de esquerda, gostaríamos de ver o governo federal nas mãos de tuca-nos e demos. Nossos questionamentos nos levam muito além dessa lógica superfi-

cial de comparação entre dois gover-nos.

Questionamos a ma-nutenção de um Estado que visa aos interesses da burguesia eo capital. As-sistimos, quase perplexos, uma gradual mudança de discurso e posicionamen-to, pois o PT, que sempre lutou contra os fundos de pensão, contra a privati-zação de empresas publicas, pelo fim do pagamento da dívida externa, pela reforma agrária, quando virou governo abandonou suas históricas bandeiras, fazendo a reforma da previdência, leiloando nosso pré-sal, aprovando o novo código florestal, favorecendo o agronegócio, deixando grandes em-

presas nas mãos do poder privado, e por aí vai. Cadê a democratização participativa, tão explicitada pelo “modo PT de governar” (antes de virar governo nacional), em que, por exemplo, assembleias de bairro em Porto Alegre definiam e gerenciavam assuntos relacionados à comunidade de forma coletiva?

Original ouGenerico?Contra a intolerancia dos ricos, a intransigencia dos pobres.- Florestan Fernandes

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3 Um contra-argumento de muitos setores governistas é que Lula não te-ria conseguido governar sem o apoio e alianças com setores da burguesia. Mas, será mesmo? Ora, não foi a bur-guesia quem escolheu Lula, foi o povo! O povo não agüentava mais os dispa-rates neoliberais do governo FHC, o povo desejava mudanças, a classe tra-balhadora elegeu Lula. A vitória não foi graças a Globo ou ao PMDB, mas graças a anos de história de luta e mobilização popular. O gov-erno Lula ficou distante das propostas iniciais construídas pela coletividade. E, infelizmente deixou de, acima de tudo e de todos, defender a classe trabalha-dora para manter acordos e privilégios com os poderosos. E como prova de que o novo governo seguirá nesse mes-mo caminho, Dilma já estréia anuncian-

do o reajuste do salário mínimo abaixo do nível da inflação. Precisamos romper com a lógica conformista do “se ele é melhor que o anterior, então ‘tá’ bom”. Nunca na historia desse país os banqueiros lucra-ram tanto, os trabalhadores continu-am sendo explorados, a educação e a saúde continuam sendo sucateados, o analfabetismo, a concentração de ter-ras, a desigualdade social não foram sanados. E não é através de acordos e alianças que solucionaremos tais prob-lemas. Mas é na luta cotidiana, geradora de mobilização, produzida pelo olhar crítico e o ouvido atento. O movimen-to estudantil não pode ser capacho do governo, e uma entidade não deve ter rabo preso. O movimento estu-dantil precisa retomar práticas de luta autônoma e democrática. Vem lutar com a gente!

“ Um homem nao pode fazer o certo numa area da vida enquanto esta ocu-pado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisivel.”- Mahatma Gandhi

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O ensino superior no Brasil, não pode ser popular e emancipador, se não for garantido seu caráter publico e universal. Dessa forma é imprecindível a defesa do livre acesso à universidade pública e de qualidade. O Novo ENEM, ao contrário de sua propaganda que prometia o fim do vestibular, nada mais representou do que a intensificação do funil já ex-istente ao acesso do ensino superior. Com a centralização da prova como responsabilidade direta do MEC, a autonomia universitária, pauta histori-camente defendida pela esquerda, foi deixada de lado. Se não bastasse isso, o projeto ainda compreende a organização da prova por instituições privadas cujo objetivo principal é o lucro, o que justifica grande parte das falhas recor-

rentes na aplicação do exame. Nesse sistema, a elite nacional continua a ser privilegiada, concorrendo para os cen-tros de excelência de todo o Brasil, ao passo que à um aluno com menores condições, resta apenas universidades precárias. O fim do vestibular somente ocorreria se houvesse o livre acesso à universidade pública, o que não deveria soar como uma utopia, pois se houvesse um real investimento estatal nessas instituições (como a aplicação de 10% do PIB em educação), ao invés do desvio de verba para instituições privadas, possibilitando a sua expan-são com qualidade, seria perfeita-mente possível. Hoje, apenas 12% dos estu-dantes brasileiros chegam a univer-sidade. E destes, apenas 3% tem

acesso às instituições públicas.Os atuais programas de am-pliação de vagas do governo, como o Programa Universidade Para Todos (PROUNI), são em sua maioria parcerias público-privadas, que acabam por ampliar a esfera privada em detrimento da esfera pública, o que caracteriza mais uma ação neoliberal do governo.

O novo vestibular,velhas mentiras...

Os recursos públicos que o governo destina às universidades privadas (assim como os benefícios de insenção fiscal), poderiam estar sendo destinados às uni-versidades publicas, o que está provado ser mais barato. No entanto, ao invés de responsabilizar essas universidades so-bre programas de políticas afirmativas e auxilio com bolsas, o governo subsidia-as, atendendo ao interesse e garantindo o lucro do capital privado. Porém, se não bastasse os bene-fícios a esse novo mercado chamado universidade particular, ainda nos depa-ramos com o sucateamento da universi-dade pública através do REUNI. Seguindo abertamente as diretrizes do Banco Mundial, a Re-forma Universitária do governo Lula coloca em xeque além de toda a estrutura e a qualidade do ensino público, os professores universi-tários, o que podemos comprovar através, não só da desvalorização vi-sível destes, como dos próprios boletins emitidos pela instituição, onde podemos encontrar declarações como: Os inimigos são os professores de todo o mundo; e foi declarada a guerra.... O modelo de expansão do REUNI garante apenas 20% a mais de verba ao passo que se aumenta em 50% o numero de alunos na universidade. Assim, a pro-porção de professores para alunos, que hoje é de 1 para 9, passaria à 1 para 18. Diversos cursos teriam sua grade horária reduzida, chegando à duração de ap-enas 3 anos, ou seriam fragmentados. O tripé ensino, pesquisa e extensão é tam-bém ameaçado na medida em que, para

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6 Os recursos públicos que o governo destina às universidades privadas (assim como os benefícios de insenção fiscal), poderiam estar sendo destinados às uni-versidades publicas, o que está provado ser mais barato. No entanto, ao invés de responsabilizar essas universidades so-bre programas de políticas afirmativas e auxilio com bolsas, o governo subsidia-as, atendendo ao interesse e garantindo o lucro do capital privado. Porém, se não bastasse os bene-fícios a esse novo mercado chamado universidade particular, ainda nos depa-ramos com o sucateamento da universi-dade pública através do REUNI. Seguindo abertamente as diretrizes do Banco Mundial, a Re-forma Universitária do governo Lula coloca em xeque além de toda a estrutura e a qualidade do ensino público, os professores universi-tários, o que podemos comprovar através, não só da desvalorização vi-sível destes, como dos próprios boletins emitidos pela instituição, onde podemos encontrar declarações como: Os inimigos são os professores de todo o mundo; e foi declarada a guerra.... O modelo de expansão do REUNI garante apenas 20% a mais de verba ao passo que se aumenta em 50% o numero de alunos na universidade. Assim, a pro-porção de professores para alunos, que hoje é de 1 para 9, passaria à 1 para 18. Diversos cursos teriam sua grade horária reduzida, chegando à duração de ap-enas 3 anos, ou seriam fragmentados. O tripé ensino, pesquisa e extensão é tam-bém ameaçado na medida em que, para

desenvolvê-los passa a ser cada vez mais necessário a terceirização de serviços, a implantação de cursos pagos e o aporte de fundações de apoio privadas. Ao mesmo tempo não é ga-rantida a assistência estudantil ne-cessária para que haja a permanên-

cia do aluno nessa universidade (passe livre, alo-jamento, bandei-jão, xerox gratuita, etc). A expansão da universidade que defendemos,

pretende a promoção da educação publica e de qualidade, em que o ensino é critico e socialmente refer-enciado, os professores valorizados e a pesquisa como forma de produção de conhecimento livre incentivada.Para haver a universalização do en-sino, é necessario dar prioridade a esse segmento e direcioná-lo aos in-teresses do povo. Defendemos 10% do PIB para a educação, conforme o PNE (Pla-no Nacional de Educação), cujo, o veto foi mantido pelo governo Lula, gestão universitária democrática e autônoma e livre-acesso à universi-dade!

A educaçao sozinha nao transforma a sociedade, sem ela

tampouco a sociedade muda.

- Paulo Freire

Escola nao e fabrica

Aluno nao e mercadoria educação não é negócio

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7 Manifesto do Gremio-Livre O Grêmio é a entidade que tem como função representar os estu-dantes de uma instituição de ensino, logo é uma entidade representativa. Em nossa visão a representação não se faz apenas no momento da votação, no qual os estudantes têm o direito de escolher entre duas ou mais chapas e propostas. Essa representação se faz duran-te toda a gestão de um Grêmio. Isso é fundamental para que um Grêmio seja cada vez mais forte, participativo e democrático. Um Grêmio deve sempre buscar a

integração do aluno no processo de dis-cussões políticas, nos processos organi-zativos, entre outros. Em função disso, qualquer restrição aos direitos de orga-nização, de correntes de oposição ou alunos e grupos com posições políticas divergentes da gestão é também uma forma de restrição do direito de repre-sentação dos estudantes. Devemos lembrar também que o Grêmio é diferente de instituições públicas. Uma entidade atrelada ao governo não tem autonomia para ser um Grêmio realmente representativo, democrático e ativo.

Tradicionalmente o Movimento Es-tudantil se organizou de forma presi-dencialista. Nesse tipo de estrutura o Presidente do Grêmio recebe poderes especiais que o diferencia do conjunto da diretoria e principalmente dos de-mais estudantes. Como explicado ante-riormente, defendemos um Grêmio plu-ral, mais democrático e que se organize de forma bem específica, por isso um modelo como o presidencialista, que é autoritário e centralizador, não pode servir para nos organizarmos. Desse modo, defendemos o sistema de Cole-giado em Gestão Livre-Participativa de um Grêmio. Neste modelo não existe hierar-quia entre os membros da Coordena-ção do Grêmio, apenas divisão de tare-fas. Todos possuem o mesmo poder de voto: seja um estudante qualquer, seja o coordenador do Grêmio. É impor-tante lembrar que nesse modelo não existe nenhum fórum de decisão que seja composto somente por membros da diretoria; as reuniões de organização

Queremos um grêmio mais ativo, representativo e que questione toda e qualquer arbitrariedade. Queremos um grê-mio inclusivo, que ajude os estudantes a participarem de suas atividades. Queremos também um grêmio plural, que tenha em sua composição garotos, garotas, homossex-uais, negros, brancos, religiosos e ateus. Que-remos um Grêmio que mostre que por debaixo do uniforme, as pessoas possuem cor, religiao, classe social e opçao sexual. O grêmio que queremos deve surgir a partir da real necessidade de organizaçao dos estudantes, a partir de

suas lutas cotidianas.

o gremio que queremos^

Venha construir um M.E. mais Democrático e AtivoAcesse: http://construindomovimento.blogspot.com

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8Manifesto do Gremio-Livre^integração do aluno no processo de dis-cussões políticas, nos processos organi-zativos, entre outros. Em função disso, qualquer restrição aos direitos de orga-nização, de correntes de oposição ou alunos e grupos com posições políticas divergentes da gestão é também uma forma de restrição do direito de repre-sentação dos estudantes. Devemos lembrar também que o Grêmio é diferente de instituições públicas. Uma entidade atrelada ao governo não tem autonomia para ser um Grêmio realmente representativo, democrático e ativo.

Tradicionalmente o Movimento Es-tudantil se organizou de forma presi-dencialista. Nesse tipo de estrutura o Presidente do Grêmio recebe poderes especiais que o diferencia do conjunto da diretoria e principalmente dos de-mais estudantes. Como explicado ante-riormente, defendemos um Grêmio plu-ral, mais democrático e que se organize de forma bem específica, por isso um modelo como o presidencialista, que é autoritário e centralizador, não pode servir para nos organizarmos. Desse modo, defendemos o sistema de Cole-giado em Gestão Livre-Participativa de um Grêmio. Neste modelo não existe hierar-quia entre os membros da Coordena-ção do Grêmio, apenas divisão de tare-fas. Todos possuem o mesmo poder de voto: seja um estudante qualquer, seja o coordenador do Grêmio. É impor-tante lembrar que nesse modelo não existe nenhum fórum de decisão que seja composto somente por membros da diretoria; as reuniões de organização

são abertas; e os Conselhos de Alunos, Representantes de Turma e Assemblé-ias Gerais de Estudantes são de voto universal. Este é um modelo que integra os estudantes para que estes participem das decisões e das organizações do Grê-mio. Todos os estudantes possuem o direito de falar e agir em nome da en-tidade. Vale lembrar também que nesse modelo somente as reuniões de orga-nização não possuem um quorum fixo. Nos demais fóruns o quorum é sempre o mesmo e isso ajuda a garantir o direito do estudante de que nenhuma decisão seja tomada sem que haja um mínimo de representatividade. Este modelo já se mostrou eficien-te em diversos Grêmios de história ati-va, como os Grêmios do Colégio Pedro II, do CEFET-RJ e muitos outros que ti-veram papel decisivo nas lutas do Movi-mento Estudantil do Rio de Janeiro. Por exemplo, na conquista do Passe Livre em 89 e na defesa deste na década de 90, anos 2000, 2003 e 2007, na garan-tia do direito a Meia-Entrada em 2009, quando ocuparam um cinema em Bota-fogo (Zona Sul do Rio de Janeiro).

Organizacao

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Queremos um Movimento Estudantil que atue de acordo com as necessidades dos estudantes. Para isso, devemos pensar qual a linha que separa o Grêmio do Movimento Estu-dantil. Obviamente, se somos a favor de um modo democrático de Grê-mio e de Movimento Estudantil, não podemos permitir que as decisões de ambos sejam retiradas do conjunto de estudantes representados. Ou seja, defendemos que a linha que separa a atuação de um Grêmio, da atuação de uma Entidade é a decisão que cada grupo de representados tomou. Muitas gestões de grêmio vão à ruína por causa de entidades que atuam de forma antidemocrática. Isso deve ser evitado para que se construa sempre um Movimento Estudantil mais forte e ativo. É claro que deve ser garantido o direito individual de representação por parte dos Coordenadores do Grêmio enquanto pessoas, mas jamais deve

ser permitido que um Grêmio se de-genere a ponto de virar uma fachada para a realização de política de uma entidade estudantil que não defenda o interesse dos estudantes. Defendemos também que, para evitar ao máximo esse tipo de confusão entre entidades e Grêmios, uma mesma pessoa não possa ocupar cargos de Coordenação ou Direção em ambas as entidades, pois muitas vezes isso gera uma confusão entre entidade e grêmio, que não é saudável para os Grêmios Estudantis. Para que a representatividade dos Grêmios se mantenha respeit-ada é preciso garantir que ele seja autônomo não só da diretoria de sua escola, como também de atrelamentos políticos que fujam de uma ampla de-mocracia, ou seja, que não se adeque aos interesses de todos os estudantes representados. Queremos Grêmios livres, democráticos, ativos e verdadei-ramente representativos!

Gremio & Movimento

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A implementação de projetos como o PAC e o aquecimento na indús-tria tecnológica são fa-tores que explicam o au-mento da demanda por mão-de-obra qualificada. O ensino técnico no Brasil tem enfrentado di-versos problemas como a ausência de aplicabi-lidade prática do conhe-cimento técnico. O que adianta saber tudo sobre o funcionamento de uma máquina se não somos capazes de, através deste conhecimento, produzir tecnologia para a melhoria concreta de nossas condições de vida, bem como para o beneficio co-letivo do povo brasileiro? Precisamos de maiores incentivos (não somente finan-ceiros) para as atividades de pesquisa e extensão! Além disso, o ensino técnico não pode cumprir um papel puramente automático e formador de “apertadores de parafusos”. Os estudantes precisam sair de suas instituições prontos, não ap-enas para pensar e resolver problemas técnicos, mas preparados para exer-cerem seu papel de cidadãos críticos e transformadores. A atual e já citada demanda de mercado tem feito o Governo Federal

voltar atenções para o setor técnico. Atendendo aos interesses das grandes empresas nacionais e multinacionais, só em 2008 foram criados 38 Institutos Federais de Educação Tecnológica. Mas até que ponto isso contribui para so-lucionar os verdadeiros problemas do povo brasileiro? Precisamos discutir de forma cada vez mais aprofundada e crítica este novo modelo de estrutura de ensino (a lógica de funcionamento do IFET é dife-rente do CEFET!). E, sobretudo, é ur-gencial que o movimento estudantil se posicione de forma crítica e combativa contra os ataques que a educação sofre diariamente por conta de uma lógica cada vez mais desligada dos interesses coletivos. Vamos à luta!

Ensino Técnico:De Qualidade, ou Mao de Obra Barata?~

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11 Por uma UBES de Luta !

A falta de uma entidade que crie lutas a nível nacional para os estudantes trouxe grandes problemas para o movimento estudantil. Hoje, por exemplo, não ex-istem pautas democraticamente propostas pelos estudantes que são organizadas pela UBES. A luta do passe-lívre em diversos lugares do Brasil, a luta por um financiamento decente para a educação, entre outras. Até o começo do Governo Lula a entidade ainda tocava lu-tas de interesse dos estudantes, porém após a começo do manda-to do atual Ex-presidente, o que vimos foi um processo diferente. As lutas e bandeiras históricas dos estudantes foram abandona-das. Em troca, vemos a entidade cada vez mais ligada ao Governo. Embora que por vezes uti-lize-se a justificativa de ser uma reparação histórica, é fato que os 40 milhões de reais para a sede da UBES e da UNE não estão sendo garantidos pelo Governo Federal a troco de nada. Bem como aconteceu com

diversos movimentos sociais no Brasil, as entidades (UNE e UBES) sofreram com um processo de cooptação, que foi responsável por levar diversas reivindicações históricas para a luta institucio-nalizada, o que acarreta sempre em um processo de relaxamento nas reivindicações. A disputa em nível profission-alizado da direção da entidade serve apenas para mantê-la sob o poder da UJS, que tem gerido a UBES ao longo de muito tem-po e não trouxe nenhum avanço concreto para os estudantes em nível nacional nos ultimos anos.

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diversos movimentos sociais no Brasil, as entidades (UNE e UBES) sofreram com um processo de cooptação, que foi responsável por levar diversas reivindicações históricas para a luta institucio-nalizada, o que acarreta sempre em um processo de relaxamento nas reivindicações. A disputa em nível profission-alizado da direção da entidade serve apenas para mantê-la sob o poder da UJS, que tem gerido a UBES ao longo de muito tem-po e não trouxe nenhum avanço concreto para os estudantes em nível nacional nos ultimos anos.

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Muito pelo contrário, agora eles se apropriaram de novas táti-cas e junto com alguns governos como o do Estado do Rio de Janeiro, passarão a construir grêmios estu-dantis através das secretarias de educação.

Defendemos a construção de pro-jetos de luta de nível nacional que atendam as exigências dos estu-dantes. Defendemos que a entidade ao invés de se vender por uma sede, continue lutando para conquistar o passe-livre irrestrito, os 10% do PIB pra educação, um projeto de edu-cação construído em conjunto com a sociedade. Mas também acredita-

mos que existem lutas regionais im-portantes a serem tocadas. Como a luta contra a coleira eletrônica que o Governador do Rio está implantan-do. A luta em defesa do passe-livre dos estudantes que já o possuem, e as lutas pelo passe-livre daqueles que ainda não o possuem.

É por isso que convidamos você a construir conosco, de forma democrática, um novo coletivo de estudantes, que toque as lutas que estão faltando ser tocadas no Rio de Janeiro, e que juntos possamos conquistar tudo aquilo que a UBES se negou a lutar para os estudantes.

lançamento da pedra fundamentalda sede da UNE e UBES

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Já fazem mais de 20 anos que o direito ao passe-livre no Rio de Janeiro foi conquis-tado de forma histórica. Desde sua aprovação na camara de vereadores do Rio de Janeiro, ele vem sofrendo diversos ataques que tem por finalidade reduzir o número de passagens ou até anular completamente o direito. Já impedimos lei de ser votada na ultima seção do ano, impedimos que o Tribunal de Justiça votasse a inconstitucio-nalidade da lei, já disputamos a opinião pública com trabalho de formiguinha contra duas páginas por dia de jornal da FETRANSPOR, e já impedimos o direito de ser cortado na prática duas vezes. Está na hora de parar de resistir e partir para a ofensiva. Não queremos mais ir para as

20 anosde Passe

LIVRE

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20 anos 14

ruas apenas defender aquilo que já conquistamos, queremos de-fender a ampliação de todos os nossos direitos.É por isso que convidamos você, a construir conosco um novo projeto de lei para o passe-livre, que envolva escolas particulares, públicas, faculdades e univer-sidades. O passe-livre também como elemento integrante do auxílio-desemprego. Numa ci-dade onde o custo de transportes é maior do que o da alimentação o direito de ir-e-vir tem de ser garantido na cidade do Rio de Janeiro.

Mas não é através de entidades, cujas forças que dirigem são ali-adas políticas do Governo do Es-tado que vamos conquistar esse direito. Não é através de uma força que já rendeu secretários de Juventude para a atual prefei-tura do Rio que conseguiremos conquistar o Passe-Livre irres-trito.É através de luta. É construindo grêmios autônomos e democráti-cos. Só assim, poderemos con-seguir de volta aquilo que sem-pre nos pertenceu: O passe-livre geral e irrestrito.

por uma nova lei estadual quegaranta o Passe Livre geral

e Irrestrito .!

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Comunidade que vive a vontadeCom mais liberdade tem mais pra colherPois alguns caminhos pra felicidadeSão paz, cultura e lazerComunidade que vive acuadaTomando porrada de todos os ladosFica mais longe da tal esperançaOs menor vão crescendo tudo revoltadoNão se combate crime organizadoMandando blindado pra beco e vielaPois só vai gerar mais iraNaqueles que moram dentro da favelaSou favelado e exijo respeitoSão só meus direitos que eu peço aquiPé na porta sem mandadoTem que ser condenadoNão pode existir

Está tudo erradoÉ até difícil explicarMas do jeito que a coisa está indoJá passou da hora do bicho pegarEstá tudo erradoDifícil entender também

Tem gente plantando o malQuerendo colher o bem

Mãe sem empregoFilho sem escolaÉ o ciclo que rola naquele lugarSão milhares de históriaQue no fim são as mesmasPodem repararSinceramente não tenho a saídaDe como devia tal ciclo pararMas do jeito que estão nos tratan-doSó estão ajudando esse mal se alastrarMorre polícia, morre vagabundoE no mesmo segundoOutro vem ocuparO lugar daquele que um dia se foiPior que depois geral deixa pra láAgora amigo, o papo é contigoSó um aviso pra finalizarO futuro da favela depende do fruto que tu forplantar

Está tudo erradoÉ até difícil explicarMas do jeito que a coisa está indoJá passou da hora do bicho pegarEstá tudo erradoDifícil entender tambémTem gente plantando o malQuerendo colher o bem

Ta Tudo ErradoMc Júnior e Leonardo