Tratamento ortodôntico com extração de incisivo inferior tcc ortodontia jan 2015 daniel hoeltz

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1 FACULDADE MERIDIONAL IMED CONNECTION ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL SOBRACID ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA DANIEL TATSCH HOELTZ TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM EXTRAÇÃO DE INCISIVO INFERIOR Porto Alegre 2015

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TCC apresentado como requisito para obtenção do Título de Especialista em Ortodontia. Resumo: A exodontia de um incisivo inferior pode ser uma opção disponível no tratamento ortodôntico proporcionando a obtenção de máxima função, estética e estabilidade quando corretamente indicada. Essa opção de tratamento pode ser indicada em más oclusões com discrepância de volume dentário anterior devido a incisivos superiores estreitos e/ou incisivos inferiores largos. É contraindicada em más oclusões sem discrepância anterior ou com discrepâncias ocasionadas por incisivos superiores largos e/ou incisivos inferiores estreitos. O objetivo deste trabalho de revisão de literatura foi de reunir informações referentes às indicações, contraindicações, vantagens, desvantagens, “set-up” diagnóstico e estabilidade dos resultados obtidos nos tratamentos realizados com extração de um incisivo inferior.

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FACULDADE MERIDIONAL – IMED CONNECTION

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL SOBRACID

ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA

DANIEL TATSCH HOELTZ

TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM EXTRAÇÃO DE INCISIVO

INFERIOR

Porto Alegre

2015

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DANIEL TATSCH HOELTZ

TRATAMENTO ORTODÔNTICO COM EXTRAÇÃO DE INCISIVO

INFERIOR

TCC apresentado como

requisito para obtenção do Título de

Especialista em Ortodontia.

Prof. Ms. Stefan Cardon

Orientador

Porto Alegre

2015

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as amadas esposa Jacqueline e filha Laís pelo apoio,

incentivo e paciência durante minhas extensas horas de estudo.

Também dedico a todos que se empenham em se tornarem melhores, o tanto

quanto possível, a fim de tornarem melhor tudo que os rodeia e tem o poder de melhorar.

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RESUMO

A exodontia de um incisivo inferior pode ser uma opção disponível no

tratamento ortodôntico proporcionando a obtenção de máxima função, estética e

estabilidade quando corretamente indicada.

Essa opção de tratamento pode ser indicada em más oclusões com

discrepância de volume dentário anterior devido a incisivos superiores estreitos e/ou

incisivos inferiores largos. É contraindicada em más oclusões sem discrepância anterior

ou com discrepâncias ocasionadas por incisivos superiores largos e/ou incisivos inferiores

estreitos.

O objetivo deste trabalho de revisão de literatura foi de reunir informações

referentes às indicações, contraindicações, vantagens, desvantagens, “set-up”

diagnóstico e estabilidade dos resultados obtidos nos tratamentos realizados com extração

de um incisivo inferior.

Palavras-Chave: ortodontia, tratamento ortodôntico, extração de incisivo

inferior.

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ABSTRACT

Lower incisor extraction can be a valuable option in the in orthodontic

threatment offering of function, aesthetics and stability when is correctily identcated.

This treatment option may be indicated in malocclusions with anterior dental

volume discrepancy due to narrow maxillary incisors and/or large mandibular incisors. It

is contraindicated in malocclusions without anterior discrepancy or with discrepancies

caused by large maxillary incisors and/or narrow mandibular incisors.

The aim of this study of literature rewiew was to gather information about the

indications, contraindications, advantages, disadvantages, diagnostic “set-up” and

stability of the results achieved in treatments performed with lower incisor extraction.

The literature suggests this method affords improved posttreatment stability

compared with premolar extraction.

As well as a careful diagnosis, established with the aid of a diagnostic setup,

professional skills and clinical experience are instrumental in achieving successful

orthodontic results with this treatment option.

Key words: orthodontic, orthodontic treatment, lower incisors extraction.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 8

2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................ 10

2.1. Extração de incisivo inferior no tratamento ortodôntico .................. 10

2.2. Indicações de extração de incisivo inferior no tratamento ortodôntico

.................................................................................................................................... 10

2.3. Contraindicações de extração de incisivo inferior no tratamento

ortodôntico .................................................................................................................. 12

2.4. Vantagens da extração de incisivo inferior no tratamento ortodôntico

.................................................................................................................................... 13

2.5. Desvantagens da extração de incisivo inferior no tratamento

ortodôntico .................................................................................................................. 14

2.6. Relação entre a extração de incisivo inferior e papila interdentária . 15

2.6.1. Papila interdentária – classificação, forma e espessura ................. 15

2.6.2. Papila interdentária – posição da papila interdentária ................... 16

2.6.3. Papila interdentária – fatores determinantes para a presença de papila

interdentária ................................................................................................................ 17

2.6.4. Extração de incisivo inferior e surgimento de espaço negro ......... 17

2.7. “set-up” de diagnóstico para determinação da extração de um incisivo

inferior ........................................................................................................................ 17

2.8. Escolha do incisivo inferior a ser extraído ....................................... 18

2.9. Estabilidade pós-tratamento.............................................................. 19

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3. RELATOS DE CASOS CLÍNICOS ........................................................ 20

3.1. Caso Clínico 1................................................................................... 20

3.1.1. Diagnóstico e etiologia .............................................................. 20

3.1.2. Objetivos do tratamento ............................................................. 20

3.1.3. Resultados do tratamento ........................................................... 21

3.2. Caso Clínico 2................................................................................... 22

3.2.1. Diagnóstico e etiologia .............................................................. 22

3.2.2. Objetivo do tratamento .............................................................. 23

3.2.3. Resultados do tratamento ........................................................... 24

4. DISCUSSÃO ........................................................................................... 25

5. CONCLUSÃO ......................................................................................... 27

6. REFERÊNCIAS ...................................................................................... 28

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1. INTRODUÇÃO

A arquitetura de um sorriso agradável desempenha um papel fundamental em

uma face atraente e estética e realiza uma importante função individual em termos de

comunicação não verbal e auto-estima1.

A capacidade de analisar e reconhecer os requisitos morfológicos que

interferem na estética dental e facial é dirigida por várias peculiaridades estéticas como a

relação entre ossos e tecidos moles, assim como da harmonia entre os dentes1,2.

A sociedade tem criado uma demanda quanto a aparência e a percepção da

estética facial, em particular, da auto-percepção, tem direcionado ocasionado

consequências no campo da odontologia1.

Ortodontistas seguem diretrizes especificas para fazerem diagnósticos e

planejamentos factíveis embora os conceitos que qualificam e quantificam a beleza

estejam baseados em questões subjetivas1.

A precisão diagnóstica e, consequentemente, a correta formulação de um

plano de tratamento apresenta um alto grau de dificuldade e complexidade1,3.

Quando definido o plano de tratamento, uma significante percentagem de

casos envolvendo má–oclusão requerem terapias que envolvam extrações dentárias (por

exemplo, discrepâncias entre tamanhos de dentes e maxila, e discrepâncias entre as bases

ósseas)4.

Rotineiramente os dentes extraídos são os primeiros pré-molares, segundos

pré-molares e molares nesta ordem. A extração de incisivos inferiores é a opção de

tratamento menos comum5.

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A extração de incisivos inferiores envolve uma região de fácil acesso visual

podendo ter repercussões negativas quando as extrações são realizadas de maneira

indevida, sendo o surgimento de espaços negros a mais comum complicação estética1,6.

A ocorrência de espaço negro é comum devido a extração de incisivos

inferiores1. Em adultos, geralmente, surgem com a perda de tecido gengival devido à

doença periodontal, mas quando apinhamentos e giroversões dos incisivos são corrigidos,

o ponto de contato desloca-se para incisal6.

O objetivo deste trabalho é de analisar, através de um trabalho de revisão de

literatura, à extração de incisivos inferiores como opção de tratamento ortodôntico

apresentando os aspectos morfológicos, estéticos e funcionais que devem ser

considerados nesta opção de tratamento.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Extração de incisivo inferior no tratamento ortodôntico

A exodontia de um incisivo inferior pode ser considerada uma opção valiosa

na busca da excelência nos resultados ortodônticos para obtenção de máxima função,

estética e estabilidade7.

A exodontia de um incisivo inferior torna-se uma alternativa de tratamento

para as más oclusões que não se enquadram nas formas convencionais de extração, uma

vez que são estáveis a longo prazo8.

2.2. Indicações de extração de incisivo inferior no tratamento ortodôntico

São indicações de extração de incisivo inferior no tratamento ortodôntico:

1. Más oclusões de Classe I de Angle com severa discrepância de

volume dentário anterior (maior que 4,5 mm) devida à agenesia de

incisivos superiores, ou deficiência no diâmetro mesiodistal dos

incisivos superiores (estreitos) ou, inversamente, excesso no diâmetro

mesiodistal dos incisivos inferiores7,10,11,12,13;

2. Más oclusões dentárias de Classe I com dentição superior normal,

adequada intercuspidação posterior e apinhamento anteroinferior com

falta de espaço para aproximadamente um incisivo inferior7,13,14;

3. Más oclusões dentárias de Classe I com mordida cruzada anterior

devida ao apinhamento e protrusão dos incisivos inferiores;

intercuspidação posterior apropriada, estética facial aceitável e

ausência de discrepância osseodentária na arcada superior 7,15;

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4. Casos com fissura labiopalatina, onde, após a cirurgia de mandíbula,

não foi possível estabelecer sobremordida e sobressaliência

adequadas, tornando-se necessária a exodontia de um incisivo inferior

para favorecer a estabilidade do resultado cirúrgico7,16;

5. Casos em que se deseja evitar aumento da largura intercaninos em

determinadas más oclusões7,12,17,18;

6. Más oclusões com tendência à Classe III 7,19,20;

7. Como alternativa não cirúrgica em tratamento de Classe III 7,19,21;

8. Como compromisso na solução de tratamento em adulto ou em

situações de recidiva7,21;

9. Pacientes adultos com má oclusão de Classe III suave a moderada,

com apinhamento relativamente pequeno e forma não triangular dos

incisivos 7,19;

10. Más oclusões de Classe III moderadas, com tendência à mordida

aberta anterior 7,21;

11. Má oclusão esquelética e dentária de Classe II, 1ª divisão com

protrusão da maxila e protrusão ou apinhamento dos incisivos

inferiores. Normalmente, a extração de um incisivo inferior deve ser

associada às extrações de pré-molares superiores, mantendo a relação

molar de Classe II, mas estabelecendo chave de oclusão de

caninos7,22,23,24,25,26;

12. Má oclusão com incisivo inferior mal formado ou comprometido

periodontalmente, cujo benefício de mantê-lo é praticamente

inexistente devido a estabilidade da dentição como um todo 7,13,17,27.

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Diversos autores salientam que a principal indicação da extração de um

incisivo inferior é a presença de discrepância de volume dentário igual ou superior a 4,5

mm que é devido a excesso anteroinferior ou deficiência anterosuperior9,13,14,27.

2.3. Contraindicações de extração de incisivo inferior no tratamento

ortodôntico

São contraindicações de extração de incisivo inferior no tratamento

ortodôntico:

1. Todos os casos que necessitam de extrações em ambas arcadas com

sobremordida severa e padrão de crescimento horizontal,

apinhamento bimaxilar, sem discrepância de volume dentário na

região anterior, discrepância de volume dentário anterior devida a

incisivos inferiores estreitos e/ou superiores largos, acentuada

sobressaliência7,9,13;

2. Casos com incisivos inferiores triangulares e apinhamento mínimo

com falta de espaço menor do que 3mm, os quais devem ser tratados,

preferencialmente sem extrações através de “strippings” nos incisivos

para evitar a reabertura de espaços e a perda da papila gengival

interdentária entre os incisivos que seriam esteticamente

insatisfatórios7,12,19,28;

3. Casos onde o “set-up” demonstrar que a extração do incisivo inferior

pode resultar em sobremordida exagerada7,21;

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4. Casos em que a inserção alta do freio labial inferior poderá causar

recessão gengival no incisivo remanescente a ser movimentado para

a área do freio7,21.

2.4. Vantagens da extração de incisivo inferior no tratamento ortodôntico

A extração de um incisivo inferior tem as seguintes vantagens:

1. Manutenção ou redução da distância intercaninos7,10;

2. Manutenção da forma geral da arcada, minimizando ou evitando a

expansão, preservando as estruturas de suporte7,22 e aumentando o

potencial para maior estabilidade7,13,17;

3. Redução do período de contenção, considerando-se que as

possibilidades de recidiva são menores7,13,17;

4. Pronta retração dos segmentos anteriores quando necessário7,13,17;

5. Menor risco de perda de ancoragem7,13,17;

6. Redução da necessidade do uso de elásticos (que é algo importante no

caso de pacientes não colaboradores, crianças ou pacientes com

distúrbios de comportamento) 7,13,17;

7. Propicia espaço na área de maior apinhamento7,10,19;

8. Melhora no paralelismo entre as raízes dos dentes anteroinferiores e

redução da proximidade das raizes7,10;

9. Redução do volume dentário minimizando alterações no perfil facial,

além de reduzir o tempo de tratamento7,22;

Levin14 considera que a exodontia de um incisivo inferior possibilita:

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1. Melhorar o perfil facial através da redução da aparência de “protrusão

da mandíbula”;

2. Alinhar os dentes anteroinferiores facilmente;

3. Estabelecer uma sobremordida esteticamente favorável e

funcionalmente efetiva;

4. Posicionar os dentes anterossuperiores corretamente com inclinações

axiais aceitáveis, ao invés de os vestibularizar para permitir o

posicionamento de todos os dentes anteroinferiores.

2.5. Desvantagens da extração de incisivo inferior no tratamento

ortodôntico

Conforme Brandt e Safirstein17, são desvantagens da extração de incisivo

inferior no tratamento ortodôntico:

1. A tendência em reabrir o espaço no local da extração, especialmente

se for removido um incisivo central inferior. Independentemente do

paralelismo das raízes adjacentes ao espaço da exodontia, a incidência

de reabertura de espaço é comum;

2. A possibilidade de se criar uma discrepância de volume dentário,

especialmente se a extração do incisivo inferior estiver associada às

extrações de pré-molares superiores;

Outras desvantagens são a possibilidade de: aumento de sobremordida e

sobressaliência além dos limites aceitáveis, oclusão parcialmente insatisfatória, recidiva

de apinhamento com três incisivos, além da perda da estética da papila gengival

interdentária na área da exodontia7,13,15,19,29.

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Sheridan e Hastings30 citam que pode ser criado um espaço triangular

remanescente na área da extração, principalmente nos pacientes com mais idade.

2.6. Relação entre a extração de incisivo inferior e papila interdentária

2.6.1. Papila interdentária – classificação, forma e espessura

A papila interdental é classificada como tecido gengival não queratinizado ou

paraqueratinizado, recoberto por epitélio escamoso estratificado31.

A forma da papila interdentária é determinada pelo ponto de contato

interdentário, pela largura dos dentes proximais e pelo trajeto da junção amelocementária

dos dentes adjacentes seguindo o contorno dos dentes em função da forma, do tamanho e

da posição deles 31,32.

No sentido vestibulolingual/palatino, a porção interdental da gengiva é mais

estreita entre os dentes anteriores, tendo a papila interdentária um formato piramidal

31,32,33,34.

A altura e a espessura da gengiva clínica varia nas diferentes regiões dentárias

conforme estudo realizado em 42 adultos jovens do sexo masculino por Müller e Eger em

199735. Tabela 1 – Altura da gengiva clínica em 42 adultos jovens do sexo masculino

(segundo Müller e Eger35, 1997)

Dente Altura da gengiva (mm) Média (desvio-padrão) Intervalo

15/25 4,28 1,20 2,05-7,20

14/24 3,79 1,10 1,65-6,45

13/23 4,21 1,34 1,80-7,65

12/22 4,80 1,49 1,45-7,45

11/21 4,44 1,41 1,25-7,45

31/41 4,04 1,32 1,10-7,35

32/42 4,18 1,24 1,10-6,95

33/43 3,59 1,02 1,45-6,50

34/44 3,21 0,98 1,80-6,20

35/45 3,81 0,84 2,00-5,85

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Tabela 2 – Espessura da gengiva clínica em 42 adultos jovens do sexo

masculino (segundo Müller e Eger35, 1997)

Dente Espessura da gengiva (mm) Média (desvio-padrão) Intervalo

15/25 1,08 0,38 0,55-2,35

14/24 1,05 0,28 0,50-1,65

13/23 0,90 0,29 0,55-1,80

12/22 1,15 0,33 0,50-1,75

11/21 1,28 0,37 0,70-2,35

31/41 0,89 0,27 0,50-1,60

32/42 0,91 0,30 0,50-1,25

33/43 0,84 0,24 0,50-1,55

34/44 0,76 0,14 0,50-1,05

35/45 0,94 0,22 0,60-1,55

2.6.2. Papila interdentária – posição da papila interdentária

A posição da papila interdental (PI) é classificada em normal: quando a PI

preenche todo espaço da ameia interdental, desde a junção cemento-esmalte (JCE) até o

ponto ou área de contato interproximal; classe I: quando a extremidade da PI localiza-se

entre o ponto de contato interproximal e o nível da JCE na superfície proximal do dente;

classe II: quando a extremidade da PI localiza-se apicalmente ou ao nível da JCE na

superfície proximal do dente, mas coronalmente ao nível da JCE vestibular; classe III: a

ponta da PI localiza-se apicalmente ou ao nível da JCE vestibular34.

Figura 1 – Classificação da papila interdentária segundo Tarnow34.

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2.6.3. Papila interdentária – fatores determinantes para a presença de

papila interdentária

A distância entre a base do ponto de contato e a crista óssea parece ser um

fator determinante na presença da papila interdentária 31,34.

Se a distância é inferior a 5 mm, a papila está presente em 98% dos casos.

Quando a distância é de 6 mm, a papila está presente em 56% dos casos e, quando a

distância é superior a 7 mm, a papila está presente em menos de 27% dos casos 32.

2.6.4. Extração de incisivo inferior e surgimento de espaço negro

A extração de incisivo inferior pode gerar o surgimento de espaços negros,

principalmente nos casos onde os incisivos possuem o formato triangular, ocorrendo

assim a perda da estética da papila gengival interdentária na área da exodontia7,13,15,19,29.

2.7. “set-up” de diagnóstico para determinação da extração de um

incisivo inferior

O “set-up” é uma montagem de diagnóstico que se realiza nos modelos

iniciais de estudo que são duplicados, onde é possível simular diferentes opções de

tratamento com ou sem extrações, com “strippings”, com aumento das inclinações axiais,

assim como a associação de procedimentos e mecânicas variadas ao possibilitar a

avaliação dos tipos de ancoragem necessários, necessidade de redirecionamento do

crescimento, quantidade de disjunção/expansão, quantidade de retração dentária. Tudo

isto com a vantagem de permitir a visualização do resultado do tratamento facilitando a

seleção da melhor opção de tratamento23,36.

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Especificamente na questão sobre a extração de incisivos inferiores, Kokich,

Shapiro22 e Tuverson26 sintetizam a importância do “set-up” como um dos mais valiosos

registros ortodônticos para determinar se um incisivo inferior deve ser extraído.

O “set-up” é a forma mais precisa para prever as relações interoclusais

possíveis de serem atingidas com o tratamento ortodôntico, sendo imprudente iniciar o

tratamento sem antes analisar a sobressaliência e a sobremordida que serão obtidas com

tal procedimento7.

Na realização do setup, é importante considerar que o “stripping” na arcada

superior deve ser considerado, dentro dos limites aceitáveis, quando existe

sobressaliência excessiva. Se o resultado oclusal ainda for insatisfatório, então,

provavelmente, a extração de um incisivo inferior não deve ser o tratamento de

escolha7,29.

2.8. Escolha do incisivo inferior a ser extraído

Definida a indicação da extração de incisivo inferior, o dentista deve

selecionar qual incisivo será estraído7.

Alguns critérios de seleção são: tipo de má oclusão, quantidade de

discrepância de volume dentário anterior, deficiência de comprimento da arcada na região

anterior, condições de saúde dentária e dos tecidos de suporte e relação da linha mediana

dentária superior e inferior7,9,13,16,17.

Também deve-se selecionar, preferencialmente, o dente com diagnosticado

com anquilose, giroversão severa, erupção ectópica muito distante de sua posição normal.

Neste último caso, a exodontia do incisivo em pior posição torna-se um modo de prevenir

a recidiva, pois limita a movimentação desnecessária de muitos dentes21.

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A análise de tamanho dentário de Bolton também pode auxiliar na

determinação das discrepâncias, bem como assimetrias em ambas as arcadas,

estabelecendo se a melhor indicação será a remoção do incisivo lateral mais largo ou do

incisivo central mais estreito7,29.

A remoção do incisivo central mais estreito pode ocorrer sob o argumento de

que isso favorece a estabilidade, principalmente, nos casos com menor apinhamento15.

2.9. Estabilidade pós-tratamento

A estabilidade dos resultados de tratamento é um dos maiores desafios da

prática ortodôntica7.

Valinoti29 sugeriu, em 1994, que a extração de um incisivo inferior tem menor

probabilidade de recidiva de apinhamento pós-contenção, pois o incisivo localiza-se mais

próximo da área onde está o problema, necessitando menor movimento e esforço sobre

as condições originais dos demais dentes e Riedel et al.27 sugeriram que a extração de um

incisivo inferior pode conceder maior estabilidade na área anterior, na ausência de

contenção permanente.

A longo prazo, os casos com extração de um incisivo inferior mostram menor

recidiva de apinhamento pós-contenção do que os casos tratados com extrações de pré-

molares, devido aos seguintes fatores: conservação mais próxima possível da posição

original dos dentes, de tal forma que as pressões musculares têm menor probabilidade de

introduzir instabilidade e mínimo esforço sobre a ancoragem adjacente, durante o

fechamento do espaço, utilizando-o integralmente ou a maior parte dele para correção

anterior29.

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3. RELATOS DE CASOS CLÍNICOS

Os dois casos clínicos, a seguir, foram extraídos do artigo “Extração de

incisivo inferior: uma opção de tratamento ortodôntico” da Revista Dental Press1.

3.1. Caso Clínico 1

3.1.1. Diagnóstico e etiologia

Paciente do sexo masculino, leucoderma, 23 anos e 8 meses de idade,

apresentou-se com queixa principal de “consertar as posições dos dentes”. No exame

clínico-facial apresentava padrão mesofacial, face sem assimetria aparente, perfil reto,

face inferior normal, nariz proeminente, ângulo nasolabial normal, respiração nasal (Fig.

1)1.

Na avaliação intrabucal, apresentava relação dos molares em Classe I de

Angle, caninos em Classe I, apinhamento dentário anteroinferior severo e leve na arcada

superior, sobremordida reduzida, oclusão dentária posterior satisfatória nos sentidos

vertical e transversal. Desvio de linha média inferior de 1mm para o lado esquerdo e

superior coincidente com a rafe palatina mediana (Fig. 1) 1.

3.1.2. Objetivos do tratamento

Eliminar a discrepância anteroinferior, corrigindo o apinhamento dos

incisivos inferiores, alinhar e nivelar os dentes e estabelecer sobressaliência e

sobremordida adequadas com aparelho ortodôntico fixo1.

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FIGURA 1 - Caso clínico 1: fotografias extrabucais e intrabucais iniciais1.

3.1.3. Resultados do tratamento

Ao final do tratamento houve melhora da estética facial, a oclusão apresentou-

se com relação molar e de caninos em Classe I, sobressaliência e sobremordida normais

(Fig. 2). Os principais objetivos do tratamento foram atingidos. O apinhamento

anteroinferior foi corrigido após a exodontia do incisivo central inferior. A oclusão dos

molares e pré-molares, que era bastante favorável, foi mantida com a montagem criteriosa

do aparelho ortodôntico Edgewise. Além disso, obteve-se sobressaliência e sobremordida

normais, estabelecendo as funções mandibulares apropriadas durante os movimentos de

lateralidade e protrusão1.

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FIGURA 2 - Fotografias extrabucais e intrabucais finais1.

3.2. Caso Clínico 2

3.2.1. Diagnóstico e etiologia

Paciente do sexo feminino, leucoderma, com 12 anos de idade e queixa

principal de “apinhamento anterior”. No exame clínico-facial, detectou-se padrão

mesofacial, face simétrica, perfil reto, face inferior normal, nariz médio, ângulo

nasolabial normal, respiração nasal, fonação e deglutição normais, desvio no fechamento

da mandíbula para a direita e presença de estalido, mas sem dor, na ATM (Fig. 5) 1.

Na avaliação intrabucal, apresentava relação dos molares em Classe I de

Angle, caninos em Classe I, sobressaliência de 0,5mm e sobremordida topo a topo,

apinhamento dos incisivos superiores e inferiores. Desvio de linha média inferior de 1mm

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para o lado direito e linha média superior coincidente com a rafe palatina mediana (Fig.

3); onicofagia e tonsilas palatinas hipertrofiadas1.

FIGURA 3 – Caso clínico 2: fotografias extrabucais e intrabucais iniciais1

3.2.2. Objetivo do tratamento

Manter a oclusão molar em ClasseI, eliminar a discrepância anteroinferior,

estabelecer sobressaliência e sobremordida adequadas, alinhar e nivelar os dentes e

corrigir a linha média com aparelho ortodôntico fixo1.

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3.2.3. Resultados do tratamento

Ao final do tratamento, o perfil tornou-se levemente côncavo, a oclusão

apresentou-se com relação molar e de caninos de Classe I, sobressaliência e sobremordida

adequadas1 (Fig. 4).

Os principais objetivos do tratamento foram atingidos com a exodontia do

dente 41 e alinhamento dos incisivos inferiores. A relação molar e de caninos em Classe

I foi mantida durante todo o tratamento. Houve pequena modificação no perfil facial, mas

que não comprometeu a estética. Do ponto de vista funcional, o resultado foi satisfatório:

as guias incisal e canino foram restabelecidas1.

FIGURA 4 – Fotografias extrabucais e intrabucais finais

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4. DISCUSSÃO

A exodontia de incisivo inferior pode ser uma excelente opção quando bem

indicada nos tratamentos ortodônticos de más oclusões com discrepância de volume

dentário anterior devido a incisivos superiores estreitos e/ou incisivos inferiores

largos7,10,11,12,13, sendo uma alternativa de tratamento para as más oclusões que não se

enquadram nas formas convencionais de extração, uma vez que são estáveis a longo

prazo8, mas é contraindicada em más oclusões sem discrepância anterior ou com

discrepâncias ocasionadas por incisivos superiores largos e/ou incisivos inferiores

estreitos7, 9, 12, 13, 19, 21, 28.

A literatura adverte sobre a possibilidade da ocorrência de espaços negros

remanescentes ao término do tratamento7,13,15,19,29.

Também se deve considerar que a inserção alta do freio labial inferior poderá

causar recessão gengival no incisivo remanescente a ser movimentado para a área do

freio7,21.

A possibilidade de aumento de sobremordida e sobressaliência além dos

limites aceitáveis com oclusão parcialmente insatisfatória e consequente recidiva de

apinhamento com três incisivos deve ser avaliada7,13,15,19,29.

O resultado satisfatório do tratamento ortodôntico com extração de um

incisivo inferior deve obedecer pode ser obtido através do diagnóstico minucioso por

meio das análises de discrepâncias de modelos, análise de Bolton e avaliação clínica,

sendo muito importante a realização de “set-up” de modelo para adequada seleção do

incisivo a ser extraído7,9,13,16,17, 22, 23, 26, 36.

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O “set-up” de modelo possibilita uma real previsibilidade do resultado final

do tratamento que somada a experiência clínica do profissional possibilita o sucesso dos

resultados ortodônticos7, ,9,13,16,17, 22, 23, 26, 36.

A literatura sugere maior estabilidade pós-tratamento quando comparada

com a opção de extrações de prémolares27,29.

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5. CONCLUSÃO

A literatura apresenta diversas considerações sobre as vantagens e

desvantagens, indicações e contraindicações do tratamento ortodôntico com extração de

um incisivo inferior.

Esta opção é valiosa no tratamento de determinadas más oclusões

possibilitando serem atingidos os resultados adequados de função, estética e estabilidade,

desde que corretamente indicada e conduzida sob os critérios de diagnóstico minucioso

por meio das análises de discrepâncias de modelos, análise de Bolton, avaliação clínica,

e realização de “set-up” de modelo.

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