UFMS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ALINE DA SILVA GOMES

O EXERCÍCIO FÍSICO E NA TERCEIRA IDADE: UMA FORMA DE

SOCIABILIDADE.

Corumbá-MS

Junho-2014

ALINE DA SILVA GOMES

O EXERCÍCIO FÍSICO E NA TERCEIRA IDADE: UMA FORMA DE

SOCIABILIDADE.

Monografia apresentada como requisito

para conclusão do Curso de Educação

Física para obtenção do Título de

Licenciado em Educação Física.

Orientadora: Profª Me. Micheli Vergínia

Ghiggi

Corumbá-MS

2014

DEDICATÓRIA

À DEUS, por ter me dado força e sabedoria durante esses quatro anos de curso, a

meio de tantas dificuldades. Por ter me iluminado nas decisões mais difíceis e

por ter me guiado ao longo do curso para seguir o caminho mais correto

possível.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado saúde, força e determinação.

Aos meus pais Antonio Roberto e Mariluce pelo incentivo, carinho e amor, que

apesar da distância foi possível sentir a presença deles na minha vida.

A minha irmã Milaine, por ser um exemplo a ser seguida.

Ao meu noivo Luis Otávio, pela atenção, paciência, apoio, carinho e pelo

acolhimento durante esses quatros anos.

As minhas amigas Ailine e Julia, pelas risadas, brincadeiras, estudos, trabalhos e

perceber nelas o quanto amizades verdadeiras são poucas, mais existe.

A minha orientadora Michele, pela atenção e suporte que lhe coube em pouco

tempo, pelas suas orientações, correções e incentivo durante a formação deste trabalho.

A todos os professores do curso, pelo conhecimento recebido durante esses

quatros anos.

Aos Voluntários e a Coordenadora do Centro de Convivência do Idoso, pela

concretização deste trabalho.

E a todos que fizeram parte desta formação, direta ou indiretamente, o meu

muito Obrigado.!

EPÍGRAFE

Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades

lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram

conquistadas do que parecia impossível.

Charles Chaplin.

RESUMO

Esta pesquisa fala sobre o exercício físico na terceira idade: uma forma de sociabilidade.

Há a discussão primeiramente do conceito de sociabilidade na velhice e através do

exercício físico, expõe os programas sociais para os idosos e a dança como programa

social. Apresentam-se, em seguida a motivação dos idosos a freqüentar o Centro de

Convivência do Idoso e aborda- se a importância das amizades como forma de

sociabilidade, sendo um dos principais motivos a freqüentar este ambiente. Debatem-se

ainda os empecilhos da prática de exercícios físicos nessa faixa etária, benefícios e

manutenção. Conclui-se que é importante para as pessoas da terceira idade a prática de

exercícios físicos, principalmente quando se refere à alegria de viver em sociedade

sendo necessário para atender suas necessidades e sugere-se também estudos futuros

mais aprofundados sobre o tema.

Palavras Chaves: Sociabilidade; Terceira Idade; Exercício Físico.

ABSTRACT

This research speaks about physical exercise in the elderly: a form of sociability.

There is the first discussion of the concept of sociability in old age through

exercise, exposes the social programs for the elderly and dance as a social

program. Present themselves, then the motivation of elderly attending the

Elderly Community Centre and discusses the importance of friendship as a form

of sociability, being one of the main reasons to attend this environment. Still-

struggling hindrances of physical exercise in this age group, benefits and

maintenance. It is concluded that it is important for seniors to physical exercise,

especially when referring to the joy of living in society is needed to meet your

needs and also suggests more depth on the topic future studies.

Key Words: Sociability; Third Age; Physical exercise.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................10

2. SOCIABILIDADE NA TERCEIRA IDADE........................................................12

2.1 SOCIABILIDADE ATRAVÉS DO EXERCÍCIO FÍSICO.................................13

3. PROGRAMAS SOCIAIS PARA IDOSOS............................................................17

3.1 PROGRAMAS SOCIAIS DE DANÇAS PARA OS IDOSOS..........................19

4. METODOLOGIA....................................................................................................23

4.1 CAMPO DE PESQUISA....................................................................................23

5. DISCUSSÃO E ANÁLISE DE DADOS................................................................24

5.1 GRÁFICO 1 MOTIVAÇÃO...............................................................................24

5.2 GRÁFICO 2 MANUTENÇÃO..........................................................................28

5.3 BENEFÍCIOS.....................................................................................................31

5.4 BARREIRAS......................................................................................................33

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................35

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................36

8. ANEXOS..................................................................................................................42

8.1- GRUPO FOCAL............................................................................................... 42

9.APÊNDICES............................................................................................................56

9.1 DIREITO DE IMAGEM.....................................................................................56

1. INTRODUÇÃO

A população idosa aumentou significativamente durante os últimos anos,

principalmente quando comparada ao crescimento do número dos jovens e adultos.

Conforme os dados demonstrados pelo IBGE, pessoas de 65 anos ou mais que eram

4,8% da população em 1991, passaram a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010.

Este aumento pode estar atrelado a melhora da qualidade de vida dos sujeitos com idade

próxima aos 65 anos, os prováveis idosos..

A secretaria de saúde do estado de Tocantins, por exemplo, acredita que o

crescimento da população idosa brasileira se dá em razão do processo de modificação

de elementos relevantes, como a diminuição das taxas de mortalidade e fecundidade,

melhores condições de saneamento básico e esgoto, melhoria da renda das famílias,

maior cuidado com as doenças infecto-contagiosas, as vacinações sistemáticas e os

novos e modernos progressos terapêuticos existentes no combate às doenças, em geral,

no Brasil e no mundo.

Com o passar da idade nosso corpo sofre inúmeras transformações, portanto,

podemos considerar que é natural a perda de massa muscular, flexibilidade, força,

equilíbrio e massa óssea, e também o aumento de gordura corporal. O exercício físico

contribui para desacelerar esses efeitos do envelhecimento, mas deve ser praticado com

cuidado respeitando seus limites e suas capacidades. Ao analisarmos questões

relacionadas a prática de exercícios na velhice um fator relevante seria sempre levar em

consideração os fatores de risco, os objetivos pessoais e as preferências de cada sujeito

na escolha dos exercícios. Alguns blogs, na internet procuram orientar essas atividades,

tanto os idosos quanto os professores, e descrevem alguns objetivos e cuidados que

devem ser tomados antes de se iniciar a prática de exercícios físicos na velhice.1

Observamos que existe uma variedade de indicações para a prática de exercícios

físicos consideradas corretas e apropiradas para os idosos. Algumas argumentam que

assim eles terão mais facilidade em frequentar lugares, o que proporciona a

sociabilidade para este indivíduo, outros afirmam a realização do bem estar e prazer em

1 Um exemplo é o Blog Voluntários Online, disponível em:<http://blog.voluntariosonline.org.br/os-

beneficios-da-atividade-fisica-na-terceira-idade/>

Blog Dr Barakat, disponível em:< http://rspress.com.br/health4life/exercicios-fisicos-na-terceira-idade/>

Blog da Mimis, disponível em: < http://blogdamimis.com.br/2014/02/13/atividade-fisica-3a-idade/>

Além dessas considerações, achamos importante lembrar que na terceira idade

devemos continuar tendo acesso, preferencialmente de maneira facilitada, às atividades

da cultura, conhecimento, lazer e sociabilidade. Essas questões podem ser tratadas como

políticas sociais, e serem proporcionadas por projetos sociais de exercícios físicos.

Trabalhar com o estudo sobre a terceira idade foi o assunto que mais despertou o

meu interesse como aluna do curso de graduação em educação física. Principalmente

porque me pareceu ser uma faixa etária, interessada, quando se refere a exercícios

físicos e lazer, além do companherismo existente entre eles.

A partir dessas considerações nos perguntamos quais seriam os motivos que

levam os idosos a uma determinada prática de exercícios físicos na terceira idade?

Quais os principais fatores que fazem os idosos a permanecerem frequentando o

Centro de Convivência do Idoso, através desses programas de exercícios físicos?

A escolha do local de pesquisa se deu a partir da realização de um trabalho de

graduação na disciplina de Prática de Ensino. Realizamos atividades com jogos e

brincadeiras no Centro de Convivência do Idoso e foi um momento em que todos

participaram com alegria e entusiasmo, por serem atividades diferentes das quais eles

estavam acostumados a fazer. No começo das atividades, muitos ficaram desconfiados,

porém nosso objetivo era proporciona prazer em realizar exercícios físicos de diversas

maneiras, eles deixaram a timidez de lado e participaram com sucesso em todas as

atividades. A força de vontade deles me estimulou a trabalhar com a terceira idade, o

que não é uma tarefa fácil, mas é recompensatório ao ver a alegria deles realizando os

exercícios.

O objetivo geral deste estudo foi investigar os significados da prática de

exercícios físicos dos sujeitos frequentadores do Centro do Idoso em Corumbá-MS. Os

objetivos específicos foram: 1) Pensar/ refletir sobre os significados das práticas de

exercícios físicos na terceira idade; 2) Investigar as condições que possibilitam o

ingresso e a manutenção das atividades pelos idosos no centro de convivência.

2. SOCIABILIDADE NA TERCEIRA IDADE

A sociedade convive através da interação entre as pessoas. Essa interação é

determinada pelos interesses e objetivos dos indivíduos, formando assim uma

sociedade, onde pessoas influenciam e são influenciadas por um determinado grupo de

pessoas (SIMMEL,1983).

De acordo com Boudon (1995), pra falar de sociabilidade devemos considerar as

relações desenvolvidas por indivíduos ou por um grupo (p. 77) o autor cita como

exemplo as mães de família em torno de um balde de areia, assim como as respectivas

crianças entram em sociabilidade, como o públicos de uma vedete ou de um santo cria a

sociabilidade mais sútil, ou seja ele determina a sociabilidade como a integração em

grupos como os mesmos interesses, ou individuos que procuram os mesmos gostos, de

música, dança e entre outros aspectos.

A sociabilidade é a capacidade humana de saber estabelecer redes, através

das quais as unidades de atividades, individuais ou coletivas, fazem circular

as informações que exprimem seus interesses, gostos, paixões opiniões...

vizinhos, públicos, salões, círculos, cortes reais, mercados, classes sociais,

civilizações...(BOUDON, 1995, p. 65).

Para Junior (2005) a sociabilidade é transmitidas através dos arranjos sociais,

entende-se como um mecanismo construído através das sociedades e pelas interações

sociais, instaladas em determinadas sociações. Portanto formam uma sociedade que se

divide em vários grupos sociais, para manter suas várias formas de existência.

Em trabalho realizado por Lins e Corbucci (2007), o prazer ou satisfação foi os

motivos mais destacados pelos entrevistados. Sendo assim demonstra ser importante a

motivação a partir de interesses pessoais ligados em relacionar a satisfação em

participar de um grupo de pessoas, expressando respeito, cumplicidade e

reconhecimento neste grupo social. Portanto são os principais desejos que se tornam

importantes principalmente na terceira idade, já que em outras circunstâncias os idosos

já não são mais bem aceitos.

Segundo Segóvia e Gushiken (2012) a produção de espaços de sociabilidade

também se relaciona com o consumo musical de idosos. Os pesquisadores

observaramtrês bailes representativos como espaços de sociabilidade e de consumo

musical de idosos, que funcionam em diferentes regiões da cidade. Entre abril e junho

de 2011, durantes três dias por semana (sextas-feiras, sábados e domingos) e em dois

períodos diferentes do dia (vespertino e noturno), freqüentaram os bailes para

desenvolver uma idéia de pesquisa: a de que o consumo musical e a prática de dança de

salão são elementos que constituem espaços de sociabilidade de idosos na Grande

Cuiabá. Nesta perspectiva, buscaram apontar a relação entre comunicação e cidade

como interface indicadora do que pode ser a experiência urbana nos dias de hoje.

Ainda segundo Lins e Corbucci (2007), é importante ter um conhecimento sobre

quais são as motivações que levam pessoas da terceira idade a entrar e participar de um

programa de atividade física. Podendo permite intervenções e alterações dos exercícios

realizados para atender os interesses do indivíduo idoso. Nesse sentido, devem estar as

motivações relacionadas a fatores internos, que atendem a um indivíduo e externos que

atendem a um grupo de pessoas.

Segundo Franco e Côrte (2009) os principais aprendizados se dão em geral nos

pequenos grupos, depois vão passando para outros grupos, até que todos tenham um

conhecimento de uma atividade cultural estabelecida. Mas o aprendizado completo,

geralmente ocorre nos grupos onde ocorrem brincadeiras, nos momentos de

descontração e de lazer. É nesse momento que se apresenta a sociabilidade. E o que se

absorve de conhecimento é a cultura.

Ainda de acordo com Franco e Côrte (2009) tais atividades culturais, realizadas

em um determinado grupo, são mais motivadas pela própria vontade do que pelo dever.

São manifestações que produzem as mensagens do que cada um sente, através do seu

monitor ou professor, sendo assim são passadas ao grupo de idosos que são receptores

coletivos, onde podem aprender diversos tipos de atividades como pintura em tela,

bordados, tricô, bijuterias, dança, canto e coral, violão e outros.

2.1 SOCIABILIDADE ATRAVÉS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

A prática de exercícios físicos e a sua manutenção vêm sendo discutida

freqüentemente nos últimos anos. De acordo com Eiras et al, (2010) demonstra em seus

estudos que os idosos relacionam o seu gosto pelas atividades mais com o fato de

poderem conviver com outros idosos do que com o gosto pelo exercício físico em si. A

manutenção dos idosos na prática dos exercícios também é discutida segundo fatores

climáticos, neste trabalho os idosos apontaram que quando há dias de chuvas, não é

possível se deslocar de casa. Segundo esses sujeitos de pesquisa, os exercícios físicos

servem também como uma terapia antidepressiva, que aumenta a sua autoestima e o seu

bem-estar. Por fim, outros fatores mencionados foram à localização do ambiente e a

gratuidade do programa, além de proporciona prazer e bem-estar.

Os exercícios físicos praticados nesta faixa etária possuem suas restrições, mas

podem ser realizados com diversos benefícios, inclusive pelos idosos que têm doenças

crônicas como diabetes e hipertensão arterial por exemplo. É possível controlar essas

patologias, através da mudança do estilo de vida, com uma dieta adequada, exercícios

físicos, e a manutenção da autoestima, que pode ser fortalecida com atividades culturais,

ou seja, aquelas atividades próprias das manifestações da cultura local ou regional,

aliadas ao tratamento e a convivência social.

De acordo com Gerez (2010), não se trata somente das questões biológicas,

precisamos colocar em debate principalmente questões sociais sobre promoção da saúde

e políticas ambientais. Como efeito, teremos a ocorrência do fortalecimento da

autonomia dos idosos e o trabalho coletivo para que possam conseguir realizar as

atividades diárias, como limpar a casa sozinhos. As intervenções de educação em saúde,

devem desenvolver-se também sobre outros conceitos além dos biológicos, atribuindo à

população maior conhecimento, controle e aumento nas possibilidades de escolha sobre

os comportamentos de saúde.

Segundo Araújo, Sales, Júnior (2008) a atividade física bem pensada e

cuidadosamente escolhida, de acordo com as necessidades individuais dos idosos, é um

importante meio de prevenção de doenças e promoção da saúde dos idosos. Um dos

principais benefícios é a manutenção das atividades realizadas em seu cotidiano como:

tomar banho, levantar, vestir-se, cozinhar, limpar, fazer compras, etc. Quando se

encontram com um grupo da mesma faixa etária os idosos aumentam seus círculos

sociais, suprimindo um dos grandes problemas da terceira idade: o isolamento.

As questões que levam a prática de exercícios físicos na terceira idade são de

suma importância para a sociedade e para a própria saúde desses sujeitos, mas tão

importante quanto à adesão desses idosos aos programas de exercícios físicos é a sua

manutenção, que pode depender do aspecto motivacional. Esse fator decorre

principalmente do ambiente de convívio social e da satisfação que a sociabilidade

proporciona.

De acordo com os estudos de Lins e Corbucci (2007) os aspectos motivacionais

são caracterizados pelo prazer (satisfação) de realizar exercícios físicos com um

determinado grupo de pessoas. A melhoria da saúde e da qualidade de vida dos idosos,

depende da necessidade de movimento e desenvolvimento do corpo. Nesta pesquisa os

entrevistados relataram que o principal motivo de frequantar ambientes com a prática de

exercícios físicos foi a convivência com os outros participantes, a importância da

amizade e de estar junto.

O exercício físico possibilita melhorias na saúde deste praticante, à medida que

os idosos tornam-se mais ativos, tanto em exercícios físicos como em consultas mais

regulares, dando à preferência a prevenção e tratamentos mais precisos,

conseqüentemente ganham na sua esperança de vida mais longa. Podem ser levados em

consideração outros fatores benéficos, como, por exemplo, no sistema cardiovascular,

onde “um estilo de vida também é condição importante para a redução da mortalidade

por doenças cardiovasculares (CAMARANO; KANSO; MELLO, 2004, p. 42).”

Cada vez mais os estudos vem evidenciando a atividade física como recurso

importante para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento,

possibilitando ao idoso manter uma qualidade de vida ativa.Visto que ela tem

potencial para estimular várias funções essenciais do organismo, mostra-se

não só como um coadjuvante importante no tratamento e controle de doenças

crônico-degerativa ( como diabetes, hipertensão, osteoporose), mas é também

essencial na manutenção das funções do aparelho locomotor, principal

responsável pelo desempenho das atividades da vida diária e pelo grau de

indepência e autonomia do idoso (OKUMA, 1998, p. 51)

Lins e Corbucci (2007) destacam que a atividade física proporciona a melhoria

na qualidade de vida através da diminuição de sensações de dores e desconforto

muscular, muitas vezes causadas pelo próprio sedentarismo, que compromete a

flexibilidade e mobilidade dos segmentos corporais. Esse motivo foi apontado por cinco

participantes da entrevista desses autores, como o que os teria levado a engajar-se nos

programas de exercícios físicos.

Baseados na idéia dos autores Gerez, et al. (2007) os professores de educação

física deveriam se informar sobre os exercícios físicos na terceira idade, para passar

informações corretas aos principais interessados, que são os idosos. São poucos os

profissionais que conhecem sobre essa fase da vida, para além das questões biológicas

que ocorrem com a idade, que se fecham, geralmente, sobre uma concepção restritiva do

conceito de saúde e velhice.

Os estudos de Gerez et al, (2007) são críticos quando se referem a falta de

conhecimento sobre exercícios físicos na terceira idade. Sendo assim relacionam que a

prática de exercício físico na terceira, serve somente para evitar o sedentarismo e

economizar o dinheiro público em relação as doenças crônicas, provocadas pela idade e

sedentarismo, como cita abaixo:

Percebe-se na maioria das vezes nos discursos epidemiológicos que tentam

estimular a atividade física junto aos idosos argumentos utilitaristas que

justificam a sua necessidade simplesmente a partir da exposição dos fatores

de risco do sedentarismo e dos gastos em saúde pública com doenças

crônicas não transmissíveis, ou seja, do ônus que sobrecarrega as economias

dos países industrializados com grande número de indivíduos sedentários e

idosos (GEREZ et al, 2007).

Os idosos relacionam mais o gosto da prática de atividades físicas como o

simples fato de conviverem com outros idosos do que a importância que esta prática trás

a sua saúde. “Os participantes desse grupo constantemente ressaltaram o papel das

amizades e do senso de pertencimento a um grupo enquanto fator decisivo para sua

permanência nas atividades física” (EIRAS, ET AL 2010, p. 80).

Para Araújo, Sales, Júnior (2008), sempre há um motivo quando realizamos

qualquer tipo de exercício, as pessoas nunca realiza sem alguma pretensão: seja por

prazer, melhora da saúde ou por indicação. O autor cita um dos principais motivos desta

prática entre os idosos e declara que em sua pesquisa os motivos encontrados foram,

56% por recomendação médica, 26% por vontade própria e consciência da importância

da prática de exercício físico, 11% por recomendação do profissional de educação

física, 0% por influência da mídia e estética, 2% por reabilitação e/ou melhora de lesões

e lazer e socialização e 4% outros motivos.

Por tanto, esse grupo etário procura exercícios físicos para se manter saudável e

ativo, e na maioria das vezes para sociabilizar, obter o contato diário com pessoas que

lhe proporcionam momentos satisfatórios, e possibilitam que a prática desses exercícios

seja mais empolgante, ou seja, consequentemente ocorreráum resultado mais

significativo para sua saúde. A sociabilidade étema de grande importância nesta faixa

etária, pois muitos vão a procura de novas amizades, de conversas sensatas, de carinho,

respeitando os limites, regras, principalmente por estarem em ambientes com condições

semelhantes, onde todos se encontram na fase da velhice, envolvendo condições sociais,

afetivas e de saúde e conseqüentemente encontram pessoas no qual eles se identificam,

proporcionando maior o prazer pela procura de realizar estas atividades.

Atualmente, uma das opções para a realização de exercícios físicos e outras

formas de sociabilidade entre os idosos estános Centros de Convivência que se

proliferam por todo o país, com diferentes objetivos e advindos de diversas

organizações como, por exemplo, dos programas sociais financiados pelo governo

federal e governos munic

3.PROGRAMAS SOCIAIS PARA IDOSOS

Os programas sociais para os idosos não são tão comuns quanto os programas

para crianças e adolescentes, por exemplo. No governo federal existem poucos

programas específicos para a proteção ou benefício do idoso, e os que existem, na sua

maioria estão voltados á benefícios financeiros a essa faixa etária. O que existe mais são

leis de proteção ao idoso, como objetivos de mostrar quais são os direitos e deveres

deles.

Os programas de encorajamento a prática de exercícios físicos na terceira idade

ainda estão em falta, pouco aplicados em ambiente que promove a saúde, necessitando

assim, maior atenção dos responsáveis por realizar os atendimentos em saúde, dos

programas em educação em saúde e principalmente da própria sociedade. Poucos

programas de estímulos à prática de atividades físicas para idosos, tem sido

desenvolvido no Brasil. Assim as poucas iniciativas tem trazido avanços nessa aréa de

progrmas socias para os idoso ( FRANCHI E MONTENEGRO, 2005).

Freitas et al (2007) acredita que é fundamental a implantação de programas e

projetos para os idosos, sendo como uma saída para diminuir os gastos públicos como a

saúde da população. Porém só conseguiram atingir essa meta de diminuição dos gastos

públicos com a atitude de realizarem estudos científicos do caso. Enquanto isso as

Universidades vão contribuindo para o desenvolvimento, oferecentos programas e

projetos sociais como campo experimental para essa faixa etária.

Teixeira (2007) diz que a maioria dos programas sociais para idosos são

referentes a centros de convivência ou grupos de convivência, que tem a finalidade de

“ocupar o tempo livre”, ou formar um momento de lazer e recreação. Eles são capazes

de gerar uma nova sociabilidade contra a “marginalização” do idoso e à favor de sua

valorização social (p. 170).

Os principais programas sociais, destinados aos idosos, existentes no Brasil são:

Condomínio/República Melhor Idade, que tem a finalidade de garantir o acesso a

moradia digna; Projeto Oficinas Terceira Idade Itinerante, que desenvolve programas

socioculturais com a terceira Idade; Centro de Convivência ao idoso, que proporciona

formas de participação do convívio social; Jogos Regionais do Idoso (JORI), que busca

estimular a população idosa a realizar exercícios físicos através do esporte; Programa

Experiente Cidadão que transfere renda para pessoas acima de 60 anos; Vida Ativa que

oferece diversas atividades gratuitas; Praça de exercício do Idoso, que proporciona

acesso a um local onde poderão praticar exercícios específicos; Futuridade Plano

Estadual Para Pessoa Idosa que fortalece a renda de atenção a pessoa idosa; Núcleo de

atenção ao idoso, que possibilita a oportunidades de participação na utilização dos

entretenimentos sociais, lazer e cultura. Estes, dentre outros programas, vizam a

inserção do idoso na sociedade ativa, tentando proporcionar a eles uma melhor

qualidade de vida. Observamos que muitos deles procuram esse objetivo através da

prática de exercícios físicos ( PROGRAMAS E PROJETOS SOCIAIS, BIBLIOTECA

VIRTUAL).

De Paula (2009) destaca em seu trabalho um desses projetos, que é representado

pelos diversos programas de aprendizagem e ressocialização denominado “universidade

da terceira idade” aberta em diversas regiões do país ( p.15). O programa tem o objetivo

de proporcionar ao idoso o conhecimento através de palestras, atividades físicas, cursos

de pintura, coral e música. A mesma autora ainda afirma que o programa é semestral,

voltado a população maior de 60 anos de idade, de acordo com o estatuto do idoso, lei

nº10.741, de 1º de outubro de 2003, independente do nível de escolaridade.

Esses programas centram-se em atividades de lazer, nas suas funções de

entretenimento, recreação e desenvolvimento da personalidade, e em suas

potencialidades capazes tanto de gerar atitudes ativas, novos comportamentos

e sentimentos que se contrapõem aos estereótipos e preconceitos, quanto de

fundar novas sociabilidades e experiências de associativismo que

proporcionem bem-estar, valorização social, auto-estima e reconstrução da

própria imagem, fundamentado nas análises teóricas sobre o lazer e suas

potencialidades no trabalho social, assim, a análise crítica desses programas

só podia se dirigir a seus fundamentos teóricos e ideológicos e às categoriais

de “tempo livre”e seu corolário, o lazer, na ordem do capital (TEIXEIRA,

2007, p.172).

Estamos de acordo com a citação, pois muitos desses programas não foram

implantados por problemas políticos, até mesmo pela incompreensão daqueles que estão

no poder público. O SUS (Sistema Único de Saúde) constitui em uma dessas

reestruturações, mas não aconteceu a proposta de totalidade, integralidade para melhorar

assistência em todas as fases da doença, ou seja o idoso não tem programas destinados à

sua saúde, relacionado a doenças crônicas. Portanto resolvem estimular a melhoria da

qualidade de vida, através de exercícios físicos, para que no futuro os governantes não

gastem dinheiro público com a saúde dos idosos.

Os programas sociais destinados ao idoso no Centro de Convivência do Idoso

Benedita Ribeiro Leite de Barros são diversos, desde o acesso á saúde, à escolaridade, á

assistência social até o desenvolvimento da auto-estima através de cortes de cabelo,

maquiagem e penteados. O centro possui médico a disposição dos idosos cadastrados,

além de parceiros de postos de saúde que realizam principalmente trabalhos de

prevenção a doenças, assistência social e psicólogo.

Os programas existentes no múnicipio de Corumbá/MS, que atendem o Centro

do Idoso são: Mais educação, com o objetivo de proporcionar a leitura e a escrita

daqueles idosos que nunca tiveram acesso a escola; Viva Bem a Idade Que Você Tem

que possibilita a prática de exercicios físicos para a terceira idade, com exercícios de

caminhada, alongamento e academia ao ar livre.

O Centro de Convivência do Idoso recebe apoio do Cras (Centro de Referência

Assistência Social) que disponibiliza uma assistente social, uma nutricionista, um

médico Dr Ronaldo que atende todas terças e quintas-feiras, para antendimento aos

idosos cadastratos. Procura-se assim melhorar o acesso dos idosos à saúde pública,

evitando que eles enfrentem muitas filas nos postos de saúde.

Observamos que a maioria dos programas sociais com o intuito de beneficiar a

terceira idade estão voltados a ocupação do tempo livre sem nenhum objetivo

específico, porém o lazer também está em destaque nestes programas, para assim

proporcionar satisfação em realizar diversas atividades em grupos. Portanto para a

melhoria da qualidade de vida, os programas sociais para os idosos deveriam estar

voltados através da sociabilidade e exercícios físicos, que até uns tem esses objetivo,

mas não procuram seguir corretamente.

3.1 PROGRAMAS SOCIAIS DE DANÇA PARA IDOSOS

De acordo com os trabalhos de pesquisa de Segóvia e Gushiken (2012) o gosto

musical e a dança de salão estão entre os principais motivos que fazem os idosos a

frequantar espaços de lazer, durante os fins de semana. Estes autores ainda define que

esta pesquisa caracteriza que os “bailões” e o gosto musical, criam um espaço de

sociabilidade para os idosos. Ainda nesta pesquisa os entrevistados relatam que a ida até

estes locais de dança de salão serve para seus momentos de lazer, realizarem novas

amizades além de melhorar o condicionamento.

Miranda e Souza (2009) também destaca o gosto musical dos idoso,

relacionando com a prática de exercícios físicos. A pesquisa tem o objetivo de

indentificar quanto ao ambiente agradável para a prática de exercícios físicos, eram

considerados agradáveis quando a música fosse compativeis com a idade do indivíduo,

sendo assim o grupo que escutou a música agradável, teve melho desempenho nos

exercícios físcos, diminuição a fadiga e aumento da auto estima.

Segóvia e Gushiken (2012), faz um estudo em três bairros de Cuiabá MT, sobre

os bailões, geralmente frequentados por idosos. Nessa pesquisa eles relatam que os

participantes vão a procura da dança de salão e não se importam por não ter um parceiro

do sexo masculino para a dança, elas tem a iniciativas de chamarem outras mulheres

para assim forma o par. Outro aspecto identificado nessa pesquisa foi quando uma das

participantes procurou o bailão pra sair da solidão, após ter sido víuva, porém procurou

o ambiente apenas para observar a dança e não se refere vivenciando a terceira idade.

Para Gobbo e Carvalho (2005) mostra que em sua pesquisa existe grande parte

do idoso dos programas de dança de salão é do sexo feminino e a minoria do sexo

masculino.

Ainda Gobbo e Carvalho (2005) identifica a importância da dança para os idosos

quando relacionada ao exercícios físicos.

Cada vez mais vem se notando a aderência de idosos à prática de atividades

físicas, pois existe um processo de conscientização por parte dessa população

especial, que passou a acreditar que o exercício ire contribuir para um

processo de melhora da qualidade de vida, na prevenção, e até mesmo no

combate a algumas patologias relacionadas ao envelhecimento (GOBBO E

CARVALHO 2005, P. 8).

Para Alves (2004) a dança na terceira idade também é caracterizada como um

comércio, simplesmente pelo fato que as senhoras custumavam pagar para um

companheiro dancarem com este grupo de pessoas anoite toda. “Trata-se de um baile de

dança de salão no qual as mulheres pagam pra dançar com um instrutor” (p.20). Para

que elas chegam no salão e não fiquem esperando um parceiro pra puxar para uma

dança, as mulheres contratam este tipo de serviço, assim garante que terá sempre um

homem pra dançar o tempo todo, disponivel somente as elas, isso geralmente ocorre

com um grupo de pessoas.

Ainda Alves (2004) destaca que entre estes “bailões”, não estão somente pessoas

da terceira idade, mais também adultos que adoram dançar. Existe ainda um grupo de

mulheres que custumam frequentar estes lugares de danças, somentes para conversasr e

olhar os prares que se formam envolta do salão. As mulheres preferiam observar, fazer

comentários sobre o desempenho dos dançarinos e falar sobre vários assuntos

diferentes: família, amizades, o tempo de mocidade, o trabalho em casa e fora dela,

novela, teatro, cinema.

Segundo Sopelsa (2003) os bailoes do centro de tradições gauchas do Paraná,

eram de muita alegria, festividade, companherismos entre os integrantes do centro, que

em sua maioria eram idosos. Se caracterizavam de acordo com suas tradiçoes gauchas,

uzando as roupas e acessório com faca, revólver, pois fazia parte do traje, porém relatas

as entrevista desta pesquisa que não saia briga, “Assim, embora fizesse parte da

indumentária dos peões andar com uma “faca desse tamanho atravessada nas costas”,

não existia atrito entre os mesmo e sim respeito (p. 147) ”. As mulheres geralmente

dançavam com os moços, e os homens com as moças, havia respeito e simplicidade

neste centro, seguindo somente a diversão através de suas traições.

Os idosos têm o direito do acesso a qualquer tipo de cultura e conhecimento

neste país, sendo assim uma universidade de São Paulo, propôs este acesso mostrando a

eles quais seriam seus direitos e deveres e possibilitando a sua sociabilidade e seu

direito de estar na universidade publica.

De acordo com De Paula (2009) o papel da universidade aberta a terceira idade é

permitir aos idosos cadastrados ter acesso as aula de alguns curdos, além de atividades

como palestra, atividades físicas, curso de pintura, coral e música (p. 15).

A dança é o ponto de referência a todos os moradores da região, quando se

refere ao centro de convivência do idoso. Geralmente os que chegam lá por curiosidade

acabam se envolvendo com a dança, com a alegria e entusiasmo dos participantes. A

dança como lazer e diversão, ocorre apenas uma ves por semana, neste centro de

convivência, porém é o suficiente para alegrar o ambiente, acompanhado de uma boa

música, geralmente os chamamés, sertanejão, músicas agráveis a esta faixa etária.

A dança coreografada no centro de convivência do idoso é uma das atividades

realizadas pelo professor de educação física, que mais proporciona satisfação e prazer

entre as participantes que espeficamente são mulheres, além de prazer em realizá-la,

elas se preocupam com os vestimentos do dia da apresentação, da postura, maquiagem,

enfim se preocupam pra que nada saia errados no dia tão esprados por elas, então a

comunicação ocorre até fora deste ambiente, pois procuram a custureira juntas, a

comprar do tecido, assim ocorre a sociabilidade, atendendo os mesmo interesses. Além

de possibilitar conhecimento amplo sobre a cultura do nosso estado, sendo praticada,

como coreografias do “siriri”, dança paraguai, dança do pantanal e entre outras.

Enfim em dias de festas a comemoração é completa, o que mais se destaca no

centro de convivência do idoso é os bailões, que pra eles são danças que contagia, lhe

proporcionam bem-estar, satisfação. Portanto toda semana existe “almoço dançante”, o

que faz estimular mais pessoas idosas a freqüentar o ambiente, pela junção da

alimentação e da diversão, a partir de conversas entre amigos e a dança propriamente

dita. As festas comemorativas, geralmente ocorre com os bailões, dança livres entre

casais, seja eles homens com mulher ou mulher com mulher, apresentação de teatro,

dança coreografadas, e homenagens referente ao tema da festa, como por exemplo no

dia das mãe, teve a simulação da coroação de Maria mãe de Jesus, além das

homenagens feitas a todas mamães do centro.

4. METODOLOGIA

Esssa pesquisa foi construída a partir da abordagem qualitativa, que procura

investigar um fenômeno que é melhor comprrendido no ambiente em que ocorre a

pesquisa. O pesquisador tenta indentificar os fenômenos em tudos a partir das

perspectivas das pessoal nela envolvidas, considerando todos os pontos de vista

relevantes (p.21). Os dados são coletados e analisados, para que os leitores entendam a

lógica dos fenômenos. ( Godoy, 1995).

De acordo com Dias de forma geral, os métodos qualitativos são menos

estruturados, proporcionam um relacionamento mais longo e flexível entre o

pesquisador e os entrevistados (p.1). Procuram investigar os fenômenos bem detalhado,

observando todas as informações, diferente dos métodos quantitativos.

Sendo assim optamos pela realização da coleta de dados através do Grupo

Focal tem em seu objetivo central identificar percepções, sentimentos, atitudes e ideias

dos participantes a respeito de um determinado assunto, produto ou atividade. (Dias

p.3). O grupo focal é uma técnica destinada especialmente quando os objetos de

pesquisa são incapazes de responder questionários escritos, como analfabetos,

deficientes e crianças e idosos, ou pessoas que não gosta de se expor em questionários

e/ou entrevistas.

O grupo focal realizado no centro de convivência do idoso foi destinado às

idosas que participam de um grupo de dança, entorno de 10 (dez) mulheres. Iniciamos

com uma reunião, onde expliquei qual era o objetivo da minha pesquisa, em seguida

com o gravador ligado, iniciamos uma discussão referente ao objetivo da pesquisa,

quanto a motivação delas participarem deste grupo, amizades no ambiente, acesso ao

local, e entre outras questões que surgiram diante dos depoimentos. A reunião durou

entorno de 2 ( duas) horas, atendendo os objetivos da pesquisa, levantaram dados

relevantes, tanto pra melhoria do acesso, como para elogios as amizades e inclusive ao

professor.

4.1 CAMPO DE PESQUISA

Nossa pesquisa foi realizada no Centro de Convivência do Idoso "Benedita

Ribeiro Leite de Barros - Dona Nêga" com sede no município de Corumbá – MS, está

situado na Rua Pará, S/Nº, no Bairro Jardim dos Estados, é mantido pela Prefeitura

Municipal de Corumbá através da Secretaria Municipal de Assistência Social e

Cidadania, sendo coordenadora Adelaide Maria Dias da Cruz. Os participantes são

pessoas na fase da velhice, aptos aos exercícios destinados a sua faixa etária.. A maioria

dos participantes moram com as suas familias em diferentes locais da região de

Corumbá, Ladário e cidades da fronteira do país vizinho, a Bolívia. Alguns residem

mais próximos ao centro e outros mais distantes, por isso precisam se deslocar para ter

acesso a essas atividades

Inaugurado em fevereiro de 1990, o Centro de Convivência dos Idosos -

Benedita Ribeiro Leite de Barros tem o objetivo de atender a terceira idade de Corumbá

e região, resgatando a dignidade, a participação e a auto-estima do idoso. Atualmente

contam com 400 idosos cadastrados e 180 idosos freqüentadores das diversas atividades

oferecidas durante a semana para a melhoria da qualidade de vida, através da atenção à

saúde, da alimentação e aos atendimentos das necessidades sociais básica ( CENTRO,

2014)

Dentro do Centro de Convivência do idoso encontra-se o projeto CONVIVER,

onde tem como objetivo realizar ações voltadas para o atendimento das necessidades

básicas do idoso, fazendo com que consigam identificar-se como parte integrante do

meio social, econômico e político.O funcionamento é de 2ª a 6ª feiras, no horário das 7h

ás 11h e das 13h às 17h. São desenvolvidas atividades de lazer, educacionais, culturais,

esportivas, artísticas, jogos de mesa e atendimento medico, também são oferecidos os

serviços de nutricionista, fisioterapia e psicologia por meio de uma parceria com o

NASF - Núcleo de Apoio à Saúde da Família, que proporcionam o envelhecimento

saudável para plena cidadania e defesa de direitos, nos termos da legislação do Estatuto

do Idoso.

5. DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo tem o objetivo de demosntrar os dados coletados, detalhadamente

entre gráficos e falas das participantes. Afim de responder os objetivos da pesquisa. Na

primeira parte temos os dados dos motivos que levam os idosos a participarem de

atividades físicas no Centro de Convivência do Idoso, em seguida a sua manutençao das

participantes, oque fazem elas a continuarem frequentando o local, além do conceito do

benefício do erxercício físico nessa faixa etária. Este estudo foi direcionado aos idosos

que fazem parte de um grupo dança coreografada do Centro de Convivência do Idoso,

realizado duas vezes por semana.

5.1- Gráfico 1 Motivação

Percebe-se que no gráfico 1- Motivação, oque mais se destaca para a motivação,

ou seja, o que levam as partipantes a frequentar o Centro de Convência do Idoso é

principalmente pelas amizades sendo de 39% do total da pesquisa, seguido pela prática

da dança 31%, pela procura de atividades física e brincadeiras 17%, por indicação de

amigos e/ou vizinhos 13%. Estes dados demonstram a importância das amizades nessa

faixa etária, como ressalta as participantes:

Aqui nós somos uma grande família, eu creio assim, porque eu conheço ela, ela, conheço o

(...) maioria das pessoas que freqüentam aqui o centro i nós tamos muito feliz pá participar

(OLGA).

Eu, eu venho por causa da amizade, porque esse pessoal são tudo meus amigos, tem muito

aqui que participa do meu grupo de dança são tudo pessoas muito assim (...) (SÔNIA).

O convívio entre as pessoas é importante principalmente quando estão na mesma

faixa etária, assim relatam das mesmas experiências, pelo gosto de vivenciar a mesma

prática, como acontece com as participantes do Centro de Convivência do Idoso.

Considerando a possível relação entre a autoestima e a motivação para a

prática de exercícios físicos, evidencia-se a importância de compreender os

fatores de motivação destes idosos. Assim, os participantes do presente

estudo evidenciaram dois fatores de motivação para a participação no progra-

ma de exercícios físicos – a saúde e a sociabilidade, que obtiveram

frequência e médias elevadas na categoria motivação alta (MEURER,

BENEDETTI E MAZO, 2010 P.21).

No Centro de Convivência do Idoso, a interação entre os indivíduos é a principal

forma de socialização. Pois procurando neste ambiente, se ralacionar com outras

pessoas, amizades, conversas que atendam seus interesses, desde que esses interesses

não sejam referentes a riquezas, posição cultural, fama, méritos, capacidades

expecionais e principalmente a discusão do caráter de alguém, isto não constitui a

sociabilidade de acordo com (SIMMEL, 1983, p. 170) se relacionan como o mesmo

gosto de dancar, o prazer de estar desenvolvendo exercícios físicos e um lazer de estar

próximos de pessoas agradáveis para sua convivência.

Os idosos relacionam mais o gosto da prática de atividades físicas como o

simples fato de conviverem com outros idosos do que a importância que esta prática trás

a sua saúde. “Os participantes desse grupo constantemente ressaltaram o papel das

amizades e do senso de pertencimento a um grupo enquanto fator decisivo para sua

permanência nas atividades física” (EIRAS ET AL, 2010 p. 80).

Nos estudos de Trentini et al, também destacou a importancia da sociabilidade

na prática de exercícios físicos entre idosos.

Os participantes deste estudo dispõem de recursosfinanceiros mínimos e,

desta forma, a participação no grupo de idosos parece ser a única alternativa

viável para eles manterem a sociabilidade, a troca de idéias, a recreação, o

aprendizado e atividades físicas. Issomostra a importância desses grupos de

convivência de idosos na promoção da saúde, pois o fato de terem um espaço

onde possam ser ouvidos e ouvir os outros, faz que os idosos se sintam

valorizados e úteis. Felizmente, a idéia de formar grupos de idosos está se

propagando em todas as regiões do país. Essa forma de assistência pela

participação, seja com idosos ou com outros segmentos da sociedade,

constitui uma das estratégias para a promoção de saúde ( TRENTINI ET AL,

(2005, p. 43)

Para Lins e Corbucci a convivência vem em quarto lugar quando se refere as

amizades. Ficam evidentes a necessidade e a importância de se estar com o outras

pessoas, principalmente por estarem em condiçõe equivalentes há um processo de

envelhecimento que envolve condições sociais, afetivas e de saúde. A convivência é

importante também no papel de apoio para o enfrentamento dos problemas que

acometem as pessoas (LINS E CORBUCCI, 2007,p.6).

Já para Ribeiro et al (2012) diz a respeito dos motivos que levaram os idosos a

praticar de atividades físicas em um projeto, percebe-se que a maioria dos idoso busca

evitar ou prevenir problemas de saúde (68,8%) ou pratica atividades físicas por

indicação médica (59,8%). Ainda levaram em consideração outros aspectos, como:

manter a flexibilidade ou ficar mais ágil (56,3%), ajudar a superar o estresse ou diminuir

a tensão (40,2%), recuperação de lesão ou melhoria de doenças (33,7%), ocupação do

tempo livre com atividade prazerosa (29,1%), estética (21,1%) e uma participante

(0,5%) confirmou com o seu principal motivo que a fizesse praticar atividades físicas no

projeto, segundo ela, realiza as atividades para ficar mais alegre e ter mais prazer de

viver (p. 977).

De forma geral, neste estudo os principais aspectos motivacionais foi levado em

considerações pelos idoso à qualidade de vida e, também, adquirir um estilo de vida

saudável, sendo o destaque dessa pesquisa volta sobre os cuidados com a saúde, bem-

estar, diminuir o estresse, cuidados com o corpo em geral etc., sendo assim apresentam

como aspectos positivos da pesquisa ( FREITAS ET AL, 2007).

Ainda Freitas et al, 2007 direciona que a mídia influencia os idosos a praticar

exercícios físicos através da motivação, atraindo diretamente na disposição para iniciar

e manter-se com uma prática diáris de exercícios físicos.

Portanto socialização neste ambiente, requer um convivo mutuo de

conhecimento e experiências de ambas as partes, ou seja tanto dos educandos como dos

educadores e principalmente dos frenquentadores, que procuram compartibilidade de

interesses, através desses mesmos interesses que se pratica a sociabilidade.

A dança vem em segundo lugar nessa pesquisa de motivação, é de suma

importância, pois através da dança elas realizam a prática de atividades físicas, evitando

assim o sedentarismo.

Também adoro dançar (...) danço i eu danço bastante eu gosto de dançar mesmo, quando

não tem um homem pra me tirar eu coiso (...) (MARIA).

To com 64 anos de idade e gosto de dançar, adoro, gosto de qualquer coisa de dança

(LUIZA).

A estudo como o de Costa, Miguel, Pimenta (2007) demosntra a importância da

dança nessa faixa etária.

O principal da dança de salão, enquanto atividade física, é a mobilidade

articular e a coordenação motora; o contato com o movimento, fazendo dele

um uso consciente - poder pensar o que está fazendo e poder realizar o

movimento desejado. O processo de aprendizado de dança de salão passa

pelo conhecimento articulado, ou seja, associa conhecimentos e definições,

físicos e até mesmo filosóficos, com experimentação, vivência e percepção.

Integra corpo/mente, razão e emoção no pleno exercício do prazer. ( p. 4).

A dança no Centro de Convivência do Idoso, é o programa mais procurado pelos

idosos, pois através da dança que se forma as amizades e o convivio. As participantes se

deslocam de suas casa para os ensaios realizados duas vezes por semana, diante desses

ensaios observa-se as brincadeiras entre elas, o respeito e principalmente a dedicação do

professor.

A prática da dança proporciona a melhora no controle motor, na respiração e na

resistência cardiovascular (p.11). Entretanto, as vantagens da dança vão muito mais

adiante, quando proporciona o fortalecimento do lado emocional, assim faz com que as

participantes dessa atividade melhorem suas relações pessoais ( SOUZA E METZNER,

2013).

Para Gobbo e Carvalho (2005) o conhecimento dos idosos praticantes de Dança

de Salão em relação a sua saúde tem melhorado ou permanecido a mesma diferente de

a um ano atrás. Segundo a percepção dos idosos em sua maioria afirma ter uma saúde

muito boa, sendo baixa a probabilidade de que a sua saúde vai piorar e assim podemos

observar que a maioria relata que a saúde manteve a mesma. Esta esperança dos idosos

se deve, e parte devido à prática diária de atividades físicas.

Sendo assim é importante afirmar o conhecimento que os idosos tem em relação

a dança, pois a maioria caracteriza a dança como exercício físico realizado por elas, pelo

simples fato de movimentar-se. Por este motivo a busca exclusiva pelo exercício físico

não apareceu como tema relevante no nosso estudo para os idosos do grupo de dança.

Este autor indetifica a importância da prática de exercícios físico na terceira

idade:

Os exercícios físicos atuam de forma aguda e crônica nas mais diversas

doenças. Exercícios resistidos ajudam à manutenção da massa muscular e na

densidade óssea, fortalecendo os músculos e os ossos. Exercícios aeróbios

auxiliam na perda de gordura corporal, melhoram a capacidade

cardiorrespiratória fortalecendo o coração e os pulmões. Os exercícios físicos

também vão atuar na vida social do idoso, fazendo com que ele se mantenha

motivado e ativo, podendo assim executar as tarefas diárias normalmente se

dificuldade e com maior mobilidade e facilidade (CIVINSKI,

MONTIBELLER, BRAZ, 2011, P. 167).

Portanto para Leme e Tolocka (2008) os idosos não custumam realizar a prática

de atividades físicas diáriamente, mas a dança é uma das atividades que pode ser

praticada por muitos. Por isso é considerável que possuam mais programas com danças

para auxiliar o idoso. Nessa faixa etária da vida é muito importante possuir a qualidade

de vida, pois existe um grande risco de obter doenças. A dança transmite vários

benefícios, sendo um deles a qualidade de vida e a prevenção de doenças degenerativas.

A dança é uma das atividades física, mais prática pelos idosos onde trabalha o ser

humano como um todo tanto a parte física como o psicosocial.

5.2 Gráfico 2 Manutenção

O gráfico 2- Manutenção das participantes, oque fazem elas a continuarem

frequentando o local, neste gráfico mostra o quanto o ambiente do Centro de

Convivência do Idoso é agradavél o suficiente para que as participantes possa sentir-se

bem, assim formando 31% dessa pesquisa. Relacionam o bem-estar tanto com a

convivência com outras pessoas, pelas amizades que vem com 17% e também em

relação a própria saúde.

(...) Agora eu me sinto muito bem, eu era muito doente, mas agora, falei agora, graças a

Deus me sinto bem (ZILDA).

A busca pelo bem-estar por meio da atividade física também foi um fator

motivacional na pesquisa de Lins e Corbucci (2007) que levou seis idosos a

participarem do programa em Belo Horizonte.

Na pesquisa de Freitas et al (2007) houve um encaminhamento para as questões

relativas à qualidade de vida e, também, no adquirir um estilo de vida saudável, sendo

destacada na discussão, foram os cuidados com a saúde, bem-estar, redução de estresse,

cuidados com o corpo etc., os quais se encontram como afirmações positivas.

Ainda Freitas et al ( 2007) coloca em questão na sua pesquisa que o bem estar

apontados pelos voluntários foi um fator relevante, pois nessa faixa etária, os idosos

procuram sair de situações estressantes e viver relaxante, isso caracteriza em relação ao

a prática de exercício físico, o ambiente e ao próprio bem-estar que é entendido como

qualidade de vida.

Nos estudos de Mori e Silva (2010) os participantes que por mais que não

tiveram em plena participação durante a pesquisa, relataram que enquanto estavam em

atividades conseguiam esquecer de suas obrigações em suas casas, e assim, prestavam

mais atenção nas atividades que estavam realizando, sentiam-se bem e tinham prazer.

Em segundo lugar nessa pesquisa fica a convivência com o professor, que para

as participantes, é essencial o carinho e a atenção que ele transmite a elas. A maioria das

participantes relataram o quanto o professor significa naquele ambiente, proporcionando

assim o prazer e o bem estar.

Assim (...) o professor agente participa já muito tempo como o professor, mais esse ano (...)

agente ama ele, por causa dele mesmo que estamos aqui, se não fosse ele eu acho que a

gente nem vinha, mais é bom aqui (SÔNIA).

Para Eiras et al (2010) o papel do professor também é um fator muito importante

em relação a manutenção da prática de atividades físicas pela relação de carinho e

atenção que o professor oferece aos seus alunos.

Para os idosos que participaram da pesquisa de Falsarella e Salve (2006) a

maioria consideram exclente o tratamento do professor em relação aos alunos 52% dos

entrevistados, 28% responderam que é ótima essa relação e 18% diceram boa, sendo de

apenas 2% dos idosos consideram regular.

Uma das variáveis importante observada, diz respeito à confiança no professor

que permite identificar algumas tendências. Nesse significado, os incentivos, a atenção,

a confiança e o monitoramento efetivo apareceram com destaques quando se refere ao

professor ( FREITAS ET AL, 2007).

Gerez et al, (2007) menciona que o papel do professor vai além de precrever os

exercícios físicos. Os idosos precisam aprender de forma crítica sobre o que realizam

diante dos exercícios físicos, para assim formarem cidadões autônomos para identificar

o que é considerável para ele na prática de exercícios físicos, e quem deve passar isso a

eles é o professor, não apenas prescrever os exercícios.

A atenção e disposição dos professores com que se dirigem aos idosos foi

associado no trabalho de Lins e Corbucci (2007), fato caracterizado por três

participantes do programa, todos de instituições asilares onde os professores e

estagiários uma oportunidade de interação social como os idosos.

As participantes ainda relata as vantagem em ter um médico a suas disposição,

atendendo dos idosos cadastratos, sem que enfrentam filas nos postos de saúde, assim

mantendo melhor a convivência.

Aqui tem tudo, tudo o que você precisar, tem médico, tem ginástica, temos café da manhã,

temos almoço, dançamos aqui, muito bom (OLGA).

Para Eiras et al ( 2010), a manutenção para a prática de atividades físicas não

está ligados somente a procura de bem-estar e o carinho e atenção que o professor passa

ao seus alunos, porém também encontra esses fatores na sua pesquisa. Destaca que a

manutenção está volta pelo apoio que a família passa para o idoso, pelo fato de morarem

perto do local da prática de exercícios físicos, pela gratuidade do programa e também

menciona a saúde e pelo simples fato de saírem de casa para destrair.

Sendo assim vários fatores de manutenção a prática de exercícios físicos são

mencionados, porém alguns tem uma maior destaque. Mais devemos levar em

cosideração a importância de identifica-los esses fatores, para assim proporciona o

aumento da procura neste programas referente aos idosos

5.3- BENEFÍCIO

O benefício não foi um tema específico na nossa pesquisa, porém foi destacados

por duas participantes. As mesma relataram que o programa social de dança do centro

de Convivência do Idoso, serviu para que elas saissem da solidão.

Então eu (...) agradeço de estar aqui, porque aqui encontrei vida me tirou da solidão,

porque eu já tava com pensamento muito súbito, há devido a depressão, 7 meses e o resulta

da depressão foi o glaucoma né, que o médico atestou Foi muito isolamento e solidão

(TEREZA).

Dona Tereza deve depressão, por motivos de isolamento, não tem família

próxima e encontro no Centro de Convivência do Idoso, através de uma amiga uma

forma de divertimento, distração e bem-estar, assim relata, “ Aqui encontrei vida “.

A segunda participante também encontra no Centro de Convivência do Idoso,

uma forma de divertimento e distração, declara que o ambiente serviu para tirar da

solidão após ter sido viúva pela segunda vez.

Confirmando com a nossa pesquisa Gobbo e Carvalho ( 2005) também que o

procura pelos idosos a dança foi o prazer em realizar as atividades. Sendo o segundo

fator mais classificados foi o fator solidão, principalmente pelos viúvos.

Diante de tantos benefícios que a prática diária de exercícios físicos trás,

compreende a importância de uma maior participação dos profissionais da saúde,

especialmente por parte médica para a transcrição correta de exercícios físicos aos

idosos, tanto os saudáveis como os portadores de doenças crônicas ( CARDOSO ET

AL, 2012).

Para Civinski, Montibeller e Braz (2011) os benefícios que exercícios físicos trás

para os idosos podem ser tanto físicos, sociais, quanto psicológicos. Ao realizar a

prática de exercícios físicos regularmente os idosos tendem a diminuir a quantidade de

triglicerídeos, diminuir a pressão arterial, aumentar colesterol HDL (colesterol bom),

aumentar à sensibilidade das células a insulina, diminuir a gordura corporal, ocorre o

aumento da massa muscular, reduzir a perda mineral óssea, entre outros diversos

elementos positivos para o praticante.

Entre os benefícios que a atividade física proporciona é a redução de sensações

de dores no corpo e desconforto muscular, em sua maioria causada pelo sedentarismo,

que dificulta a flexibilidade e mobilidade dos segmentos corporais (LINS E

CORBUCCI, 2007). Assim afirma uma participante do Centro de Convivência do

Idoso:

Ah eu falo pra eles assim: Então fica ai vocês com suas dores, porque minhas duas irmã

tem diabetes, eu tenho 66 anos e não tenho diabetes, ai eu falo vocês estão doentes porque

ficam ai olhando pra parede, não caminha, não faz nada, fica cheia de aí aí, eu tenho

minha dores também, mais (...) não fico tanto [] porque faço exercícios, me cuido

(FELIPA).

Os idosos que práticam exercícios físicos há mais tempo apresentaram o

aumento da autoestima e de aptidão funcional. Assim, para esta pesquisa com os

idosos, a autoestima parece ser um resultado da prática de exercícios físicos, diferente

das participantes do Centro de Convivência do Idoso, que em nehum momento

relataram o autoestima, como benefício ou manutenção da prática de exercícios

físicos. Nesta pesquisa todos os idosos apresentaram contagem de autoestima ele-

vados, o que nos leva a questionar e sugerir, como proposta de investigações futuras,

se existe um índice de autoestima mínima para que ocorra a motivação para a inserção

em comportamentos ativos ( MEURER, BENEDETTI E, MAZO, 2010, P. 22).

5.4- BARREIRAS

Esta pesquisa, as participantes caracterizaram apenas uma barreira de suma

importância a elas, a condução, pois a maioria necessita deste meio de locomoção.

Relataram que o transporte coletivo deixa a desejar no município:

Por exemplo, eu, às vezes agente não vem aqui por causa da condução (TEREZA)

Eu não moro perto, eu tenho que depender de dois ônibus pra vim, é com tanto sacrifício

mais agente chega aqui, porque gostamos. Eu se eu pudesse levar essa reclamação lá pra

aqueles homens lá, abre a cabeça deles e coloca o ônibus tem que passar por lá (OLGA)

As integrantes do grupo de dança do Centro de Convivência do Idoso afirma que

somente a condução seria uma barreira para a prática de exercícios físicos, apontam que

não há barreiras nem mesmo em relação ao clima e saúde.

Já Eiras et al (2010) identifica na sua pesquisa que os problemas de saúde,

fatores climático e a familía são as principais empecilho da prática de atividades física

em programas sociais para os idosos.

Estudo sobre barreiras para a prática de atividade estão relacionado com as

condições de saúde, estão altualmente nas falas dos idosos do presente estudo de Arroyo

e Barroso (2012), entre os grupos dos bairros da cidade de São Paulo. Os problemas em

relação a saúde têm sido apresentados como uma das principais barreiras para a prática

de atividades físicas e isso pode ser explicado pelo sedentarismo.

Gerez et al, (2007) realizou um estudo em que os idosos devem refletir sobre

como enfrentar as barreiras para permanecerem na prática de exercícios físicos.

Na pesquisa de Lins e Corbucci (2007) diz que deve haver um reconhecimento

das dificuldades do dia a dia pelos próprios idosos, assim faz com que eles contribuem

para que o planejamento de suas atividades favoreça no comprometimento, a superação

ou nova adaptação, aceitando ainda a individualidade e incentivando a prática de novos

comportamentos, inclusive aqueles que ultrapassem a barreira, quer física ou social.

Mori e Silva (2010) fala que o idoso enfrenta várias barreiras no uso do lazer,

para que isso seja evitado é necessário com urgência uma educação para o lazer que

estimule as pessoas por toda a vida.

Já para Gerez (2010) classifica que os idosos devem refletir sobre como seriam

capazes de emfrentar as barreiras para a prática de atvidades física, após vivenciarem as

atividades por um período de aproximadamente quatro meses. Para isso foram

direcionados propostas tarefas do tipo solucionar problemas do dia a dia, onde os idosos

são colocados em situações reais para que possam criar alternativas a partir daquilo que

os impediria de manterem-se ativos em programas de atividades físicas. Diante disso

colocaram em questão suas respostas para que seja estabelecido discussões em grupo,

para que futuramente soubessem solucionar seus problemas.

Podemos finalizar que vários autores, como destacamos no decorrer da análise,

afirmam com a nossa pesquisa, em relação a fatores motivacionais, manutenção,

beneficios e barreiras referente à prática de exercícios físicos.

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi realizado uma pesquisa sobre a relação da sociabilidade com o exercício

físico. Identificamos a sociabilidade dentro dos programas sociais para os idosos, sendo

específico o programa social de dança para os idosos, além de conceitos de

sociabilidade na velhice e através do exercícios físicos.

Os objetivos deste trabalho foram os conceitos da prática de exercícios físicos na

terceira idade do Centro de Convivência do Idoso; analisamos os significados da prática

de exercícios físicos pelos idosos em diferentes autores e por fim a análise dados

ocorreu com os idosos do Centro de Convivência, discutindo os possíveis ingressos e

manutenção à prática de exercícios físicos neste ambiente.

Realizamos ainda a pesquisa de grupo focal com as participantes do grupo de

dança do Centro de Convivência do Idoso, onde procuramos indentificar quais foram os

motivos que levaram elas a procurarem este ambiente como prática de exercícios físicos

e quais foram os principais fatores de manutenção, benefício e barreiras.

Este trabalho foi importante para a compreensão da prática de exercícios físicos

nessa faixa etária, uma vez que percebemos o quanto os idosos são interessados em

participar de exercícios que lhe proporcionam prazer, além do capacidade de querer

enfrentar seus problemas, se submetendo a sair do sedentarismo e do isolamento para

tentar viver uma vida saudavel e alegre.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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GRUPO FOCAL

Maria: Eu vim porque eu gosto de dançar e pela amizade que eu fiz aqui. Venho mais

também porque eu moro pertinho (...) ta. Então as amizades daqui são muito boas, então

eu acho que você vendo (...) você vindo aqui você areja sua cabeça você jam se senti

melhor, eu acho pra mim é isso.

Eu: E a dança pra senhora?

Maria: Também adoro dançar (...) danço e eu danço bastante eu gosto de dançar mesmo,

quando não tem um homem pra me tirar eu coiso (Professor: tem eu) Mas o professor é

especial, o professor pra mim ele é especial, adoro o meu professor.

Olga: Aqui nós somos uma grande família, eu creio assim, porque eu conheço ela, ela,

conheço o (...) a outra a maioria das pessoas que freqüentam aqui no centro e nois

estamos muitos felizes por participar, eu não moro perto, eu tenho que depender de dois

ônibus pra vim, é com tanto sacrifício mais agente chega aqui, porque gostamos,

acredito que cada um daqui vai falar a mesma resposta pra você é por amor mesmo.

Eu: Alguém procura o Centro pela saúde?

Zilda: Eu procuro o centro porque agora eu me sinto muito bem, mas antes eu era muito

doente, mas agora falei agora, falei agora graças a Deus me sinto bem. Pela dança que o

professor ensina, pelas amizades que eu tenho (...) por tudo aqui óh adoro isto aqui.

Antes eu era mais coisa, agora isso aqui é tudo pra mim. Também dependo da

condução, de duas condução, mais pra mim não medo esforço não eu venho mesmo,

porque eu gosto e não tem ninguém que me impede também , porque eu venho e todos

me apóiam lá da minha casa.

Iracema: Eu também, eu também venho aqui porque eu gosto né gosto das amizades. Eu

gosto de dançar e também gosto das brincadeiras que tem, que ensinam aqui que o

professor aqui ensina agente, bem (...). Já participa das brincadeiras. Agente já participa

das brincadeiras né e agente fica assim acostumando né naquele ambiente de todas

quartas-feiras, agente tem aquelas amizades né é bacana, super legal. Então meu nome é

Iracema e eu já participo também já faz muito tempo que to aqui.

Eu: E a senhora gosta?

Iracema: Gosto, adoro, amo esse pedaço aqui, muito bom. Adoro dançar, gosto de

dançar i gosto de cantar, tem médico, tem ginástica o almoço é muito bom

Olga: Aqui tem tudo, tudo o que você precisar, tem médico, tem ginástica, na quarta-

feira tem café da manhã, tem almoço, dançamos aqui.

Sônia: Bom eu moro longe também elas sabem que eu moro longe eu faço várias timi

(...) atividades, eu eu venho por causa das amizades porque este pessoal aqui são todos

meus amigos, tem muita gente aqui que participa do meu grupo de dança, são tudo

pessoa muito assim. O professor, agente já participa a muito como o professor mais

agente ama ela, por causa dele mesmo que estamos aqui, se não fosse ele eu acho que

agente nem vinha, mais é bom aqui. Eu não participo todas quartas-feiras porque eu já

tenho outras atividades né mais agente gosta muito do professor, batalha pra ele voltar,

batalhamos e conseguimos trazer ele de volta, e ele é uma pessoa muito querida todos

eles aqui, graças a Deus eu não tenho queixa dessas minhas amigas, principalmente das

minha amigas do grupo de Laura nós somos pessoas muito unidas graças a Deus, somos

do Cras 1 ( Centro de referência Assistência Social) e somos pessoas muito Feliz eu já

tenho 10 anos, tem muita gente aqui que já tem bastante ano lá, o professor tem oito ano

com agente, comigo com ela que somos mais antigos daqui, tem dez anos com agente e

ai decidimos juntar o pessoal do Cras com o do Centro. Moro longe fica difícil pra mim

pegar ônibus, mais venho de taxi, mais pra mim é tudo está aqui junto né eu ta junto

com eles, graças a Deus não tenho nada a reclamar, To feliz!

Eu: Alguém deixa de vim, quando ta chovendo ou frio?

Sônia: Eu por exemplo as vezes eu não venho aqui mesmo é pela condução mesmo.

Olga: Eu se pudesse levar essa reclamação lá pra aqueles homens lá, abre a cabeça deles

e coloca o ônibus tem que passar por ali.

Felizarda: Eu já faz anos que estou aqui, eu tenho amizades como todo mundo, muita

gente me chama de Vó e Má né, eu tenho bastantes netos e filhos aqui (risadas). Eu

gosto de dançar e agora me liga o professor né o jeito dele ensinar eu gostei muito. To

com 84 anos mais ainda dá pra dançar um pouco []. Ai eu já aprendi muita coisa aqui

também de trabalho, faço bordados, faço crochê, faço bonecas de garrafas eu faço flor,

faço também bordado de xadrez tudo isso eu faço e aqui, pintura também. E agora

estamos dando continuidade no projeto, mais eu vo trazer uma boneca que eu tenho de

amostra se alguém gostar da turma só comprar o material que eu faço.

Lenir: eu participo de bastante atividades sou uma das antigas de Ladário, faço teatro, e

nós apresentamos agora na igreja sobre Jesus né, na semana santa eu fiz o papel de

Nossa Senhora e fomos bastante aplaudidos eu me sinto feliz porque eu gosto né dessa

parte teatral. Quando eu tinha meus filhos eu fazia ensaio com eles sobre branca de

neve, sete anões. Há muitos anos nós apresentamos lá no Dom Bosco, quando o Dom

Bosco tava sendo construído, aí nós fizemos em prol do Dom Bosco, então em tudo o

que eu sou chamada eu participo e sou feliz, gosto muito dessas coisas, atividades(...) i

eu costurava pra fora, mais eu parei de costurar, agora eu faço boneca pra vender.

Eu: Alguém procurou o Centro por indicação médica?

Lenir: não meu médico sem me recomendou de eu participar de hidroginástica né, eu

sempre fiz, parei de fazer agora pouco tempo.

Luiza: meu médico disse pra mim que eu tenho que participar, eu tive recentemente

derrame, mais agora graças a Deus estou bem, já to bem melhor eu vim no médico né

daqui da Convivência mesmo. To com 64 anos de Idade e gosto de dançar, adoro e

sempre estou pronta pra qualquer coisa, dança.

Terezinha: Eu vim aqui através de uma amiga que me trouxe. Eu tive depressão fiquei 7

meses doente e o resultado conseqüência do glaucoma perdi um lado da minha visão

então eu adoro dançar, gosto de participar de tudo, dizem que eu gosto de me aparecer,

não é, é que eu gosto da brincadeira né, tenho boas amizades e sou meio “quetona” no

meu canto, mais eu gosto de tudo. Então eu agradeço de eu estar aqui porque aqui

encontrei vida também, porque eu já tava com pensamento súbito por causa da

depressão, foram 7 meses de isolamento total, muita solidão, moro só eu e Deus, não

tenho parentes, filhos ninguém, então me sinto bem aqui. Quando eu não venho aqui já

acho falta das amizades e das brincadeiras.

Luiza: Eu vim através do meu irmão, ele que me trouxe, ai gostei e fiquei. Minha

família sempre fala as coisas pra mim né, eles sanga comigo né, que eu não paro mais

em casa, Ah eu falo pra eles assim: Então fica ai vocês com suas dores, porque as duas

tem diabetes, eu tenho 66 anos e não tenho diabetes ai eu falo vocês estão doentes

porque qué ficam ai olhando pra parede, não caminha, não faz nada, fica cheia de ai ai

eu tenho minhas dores também né, mais não fico tanto, porque faço exercícios, me

cuido. Amo dançar.

Felipa: quando eu vim aqui não sabia dessa casa, só ouvia falar, aí eu vim aqui mais

gostei, amei, mais ainda não vim pra dançar, mais vo vim na quarta-feira pra dançar,

adorei as amizades com as pessoas daqui, gostei muito e to gostando, mais não vo sair

fácil daqui. Sou viúva duas vezes, procurei o centro por causa da solidão pra ocupar

meu tempo, e porque também adoro dançar, venho também pela minha saúde né, pela

minha pressão, mais foi bom porque melhorei bastante já fui ao médico né, então né

minha pressão não ta normal mais melhorou bastante ando muito e também foi bom pra

mim pra minha saúde , melhorei bastante, minha pressão ta estável, gosto muito daqui.